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Aletusya de Araújo Benevides* PROJETO DE PESQUISA Identidade partilhada: representações e práticas sociais na Fortaleza turística (Fortaleza, julho de 2009) *Doutora em História Social pela Universidade de Campinas (UNICAMP)

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Este projeto alicerça-se na principal proposta contemporânea da História Cultural que é o decifrar aspectos de uma dada realidade por meio de suas representações, procurando chegar às formas discursivas e imagéticas pelas quais indivíduos e coletividades expressam a si próprios e ao mundo. E, neste sentido, a cultura é compreendida como uma forma de expressão que traduz a realidade expressa simbolicamente em palavras, discursos e imagens, em práticas, ações e materialidades, as quais comportam crenças, conceitos, valores e mitos.

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Page 1: Identidade Partilhada: representações e práticas sociais na Fortaleza Turística (Projeto de Pesquisa)

Aletusya de Araújo Benevides*

PROJETO DE PESQUISA

Identidade partilhada: representações e práticas sociais na Fortaleza turística

(Fortaleza, julho de 2009)

*Doutora em História Social pela Universidade de Campinas (UNICAMP)

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SUMÁRIO

PROJETO DE PESQUISA.............................................................................................1Identidade partilhada: representações e práticas sociais na Fortaleza turística..............1Aletusya de Araújo Benevides........................................................................................1(Fortaleza, julho de 2009)...............................................................................................1Benevides, A. A..............................................................................................................3Análise Teórica...............................................................................................................3Benevides, A. A..............................................................................................................4Benevides, A. A..............................................................................................................5Benevides, A. A..............................................................................................................6Benevides, A. A..............................................................................................................7Benevides, A. A..............................................................................................................8Benevides, A. A..............................................................................................................9Justificativa.....................................................................................................................9Benevides, A. A............................................................................................................10Benevides, A. A............................................................................................................11Benevides, A. A............................................................................................................12Benevides, A. A............................................................................................................13Benevides, A. A............................................................................................................14Benevides, A. A............................................................................................................15Objetivo Geral:..............................................................................................................15Objetivos Específicos....................................................................................................15Benevides, A. A............................................................................................................16Metas.............................................................................................................................16Metodologia..................................................................................................................16Benevides, A. A............................................................................................................17Benevides, A. A............................................................................................................18Benevides, A. A............................................................................................................19Referência bibliográfica................................................................................................19Benevides, A. A............................................................................................................20

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Benevides, A. A

Análise Teórica

Este projeto alicerça-se na principal proposta contemporânea da História

Cultural que é o decifrar aspectos de uma dada realidade por meio de suas

representações, procurando chegar às formas discursivas e imagéticas pelas

quais indivíduos e coletividades expressam a si próprios e ao mundo. E, neste

sentido, a cultura é compreendida como uma forma de expressão que traduz a

realidade expressa simbolicamente em palavras, discursos e imagens, em

práticas, ações e materialidades, as quais comportam crenças, conceitos, valores

e mitos.

Mas a configuração do campo da História Cultural, como a

compreendemos hoje, é fruto de reorientações epistemológicas em curso desde a

década de 1980. Obviamente, tais reorientações são maturações de conceitos e

formulações desenvolvidos a priori, sobretudo na Etnolologia e Antropologia, como

os estudos sobre as formas de integração social, desenvolvidos por Marcel Mauss

e Émile Durkheim, já no início do século XX. Os estudos de Mauss e Durkheim

introduziram um dos principais conceitos dessa reorientação da História como

ciência, o conceito de Representação transformou o nível cultural na forma de

determinação primária da sociedade, realizadas nos anos de 1980 por Pierre

Goubert e Emanuel Le Roy Ladurie, uma aproximação fundamental entre a

História e a Antropologia Cultural. O ressurgimento no seio da Historiografia Social

do conceito de mentalidade avançava para interpretações sobre a cultura como

elemento chave para o conhecimento de uma realidade traduzida em valores,

idéias, conceitos e explicações sobre o mundo. O vetor por excelência para a

compreensão dessa realidade múltipla figurou-se a partir da interpretação de

práticas e experiências constituídas no cotidiano, sobretudo do sujeito comum,

uma abertura no panorama da chamada História Vista de Baixo.

Benevides, A. A

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O conceito de representação eliminou a separação existente nas

análises tradicionais entre real e não-real, possibilitando um debruçar-se sobre

manifestações que comportam regimes de verossimilhança e não de veracidade.

É a partir das representações que os sujeitos percebem a realidade e pautam

suas ações, portanto funcionam como geradoras de condutas e práticas sociais

que explicam o real e dão sentido ao mundo e, por isso “são portadoras do

simbólico, ou seja, dizem mais do que aquilo que mostram ou enunciam, carregam

sentidos ocultos, que, construídos social e historicamente, se internalizam no

inconsciente coletivo e se apresentam como naturais, dispensando reflexão”

(Pesavento, 2003: 41).

Do conceito de representações deriva um outro conceito que também se

posiciona nessa nova reorientação epistemológica do historiador. O conceito de

Imaginário, como um sistema de representações coletivas, dota-se de

historicidade e, mais que isso, é apreendido como um objeto de entendimento da

realidade humana, capacidade criadora do real que não compreende seu reflexo

ou cópia, mas que é vívida e vivida como uma realidade, talvez a única realidade a

qual podemos nos apropriar. O imaginário que comporta crenças, valores,

verdades, mitos e ideologias é construtor de identidades e, como tal, também

constrói exclusões e unidades pautadas nas diferenças e semelhanças na

percepção de quem é o outro. Representação e imaginário são realidades

construídas historicamente, dando sentido ao universo material, social e cultural e,

como tal, expressos em todas as manifestações humanas. Sentidos que se

impregnam em palavras e gestos, discursos e imagens, coisas e materialidades,

práticas ritualísticas e performances extra-ordinárias, as quais expressam saberes,

fazeres e a própria consciência de si, a identidade de si, produzindo coesão e

conflito.

Com a reorientação voltada para as representações e imaginário, como

categorias epistemológicas de compreensão das múltiplas realidades históricas,

as identidades tornaram-se um dos principais objetos de apreensão das análises

da História Cultural. Não mais circunscrita exclusivamente às categorias de classe,

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Benevides, A. A

a identidade é percebida a partir de uma crescente complexificação da realidade

sócio-cultural, cujo principal lócus investigativo é a cidade. Cidade, lugar político

da formação do cidadão, em constante criação e re-criação por múltiplas e

diversificadas personagens urbanas, cujas vivências cotidianas dão-lhe forma,

textura, cores, odores e sentidos. De acordo com Fernanda Tocchetto e Beatriz

Thiesen (2007) a cidade pode ser interpretada como uma construção estratificada,

possibilitando a interpretação de sucessivas camadas de História, a partir da

materialidade que empresta sentido ao olhar do arqueólogo, e que sob a forma de

imagens/representações ganha existência concreta na memória de seus

habitantes. Para Ulpiano Bezerra de Menezes (2006) a cidade não pode ser

interpretada, sob risco de simplificação excessiva de suas problematizações,

como estratos, segmentos ou compartimentos, mas como focos diferentes e

diversificados para a observação da natureza, estrutura, funcionamento e

transformação de uma realidade complexa e dinâmica. Devendo, portanto, ser

interpretada considerando-se a priori suas dimensões como artefato, como um

campo de forças e como um campo de significações.

Como um artefato cultural, a cidade expressa-se através de seus

padrões locacionais, configurações topográficas, equipamentos, coisa fabricada e

socialmente apropriada, produzidas no interior de relações de força e de conflitos,

tensões de natureza territorial econômica, política, social e cultural. A cidade, além

de um artefato socialmente produzido num campo de forças, é também imagem e

representação produzidos por práticas que dão forma e função ao espaço e o

instituem como artefato que, em contrapartida, alimentam as próprias práticas de

sentido. No que aceitamos a máxima “sem as práticas sociais não há significados

sociais. Mas também não há significados sociais sem vetores materiais. (Idem,

ibidem: 37)

A cidade, como um bem culturalmente produzido, é patrimônio

apropriado de forma diversificada, diferenciada e múltipla por seus habitantes.

Vivenciada, sentida e expressa em representações de complexas estruturas

imaginárias, nas quais observa-se a diversidade temporal de seu presente. O

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Benevides, A. A

principal sujeito da cultura é o habitante da cidade, posto que é no seu cotidiano

de habitação, trabalho e lazer que se concretizam as condições mais ideais de sua

fruição, onde “a contigüidade, a possibilidade de reiteração, de continuidade, de

integração de apropriações multiformes e de enraizamento pessoal e comunitário

nos demais traçados da vida corrente” (Idem, ibidem: 40-41). Por isso toda

interpretação sobre a cidade, seja esta uma simples “casca cênica de fruição

estética”, ou mesmo viva no contexto flúido da cultura do trabalho e do cotidiano,

parte do princípio do entendimento deste imaginário inserido nas três dimensões

que se reveste a cidade como um bem culturalmente produzido, o qual tem

matrizes no universo dos sentidos, das identidades e das mentalidades de seus

habitantes.

O universo do cotidiano e do trabalho, entretanto, tem sido mantido fora

da maioria das políticas culturais. Se a cultura do trabalho “engloba ao mesmo

tempo os saberes e o saber-fazer, os conhecimentos técnicos e as relações

sociais no trabalho, os sistemas de representações e dos valores que lhe estão

articulados nas práticas cotidianas” (Lauwe apud Meneses, ibidem: 38), é difícil

compreender a prática de políticas culturais, cuja interpretação sobre a cultura

coloca-a como um segmento de vida à parte, devendo ser mantida seccionada

dos circuitos do cotidiano, purificada das instâncias em que se concretizam as

relações e as práticas sociais ordinárias. Um universo cultural paralelo que em

nada reflete o cotidiano de trabalho, habitação e lazer, uma reduplicação e

superprodução de sentidos que por vezes leva à implosão do significado, uma

cultura apreendida e reproduzida como pertinente exclusivamente à ordem do

simbólico.

Concordando com Ulpiano Bezerra de Menezes, para uma cidade ser

apropriada como um bem culturalmente produzido e a reprodução de sua cultura

vista como um elemento de fruição e até mesmo como um bem para as

modalidades operacionais de mercado como o simbólico, esta cidade deve ser,

primeiramente, boa, como cidade, para seus habitantes. Boa no sentido amplo de

condições de viabilidade econômica, infra-estrutura, habitação etc, mas também

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Benevides, A. A

boa no sentido de ser considerada um bem cujos sentidos e valores expressos

nas práticas sociais cotidianas concedem-lhe o diferencial que a identifica

culturalmente, tornando-se boa para ser conhecida pelo autóctone ou pelo turista,

boa para ser contemplada, apropriada pela memória, consumida e praticada.

No Brasil, durante as décadas de 1950 e 1960 as mudanças no modelo

do desenvolvimento brasileiro atrelaram o nacionalismo aos valores da

modernização. As conseqüências desta unificação de pólos puderam ser sentidas

não somente no nível econômico e social, como o processo de migração para as

capitais e a conseqüente valorização do solo urbano, mas também nas políticas

culturais, cuja nova ideologia contrapunha-se às idéias de continuidade e tradição.

As novas diretrizes da política cultural brasileira, sobretudo as de preservação,

procuraram demonstrar uma dada relação intrínseca entre valor cultural e valor

econômico e não apenas o interesse público de preservar valores culturais. Neste

sentido, a atuação de órgãos como IPHAN buscaram nos bens indicadores

culturais, os quais servissem apropriadamente ao novo modelo desenvolvimentista

em curso. As medidas dessas novas diretrizes encontram-se firmadas nos

Compromissos de Brasília de 1970 e de Salvador de 1971 (Cury, 2000), dentre

estas, a convocação dos órgãos responsáveis pelo planejamento do turismo, no

sentido de que voltem suas atenções para os problemas da valorização, utilização

e divulgação dos bens naturais e de valor cultural especialmente protegidos por

Lei; e a convocação da FINEP para iniciar medidas de desenvolvimento da

indústria do turismo, visando a valorização dos monumentos naturais e de valor

cultural. Noutro âmbito, o próprio Centro Nacional de Referência Cultural (1975)

tratava de não eleger símbolos da nação, nem de conhecer e divulgar as tradições

brasileiras, buscando, todavia, indicadores universais para a elaboração de um

modelo de desenvolvimento apropriado às novas demandas nacionais.

Na perspectiva apresentada o turismo é visto como principal mote, e o

tripé cultura, história e capital se articula harmoniosamente, “os autores se

preocupam com a história porque, localizada na paisagem, ela confere densidade

à cultura e assim facilita a ‘venda dos lugares’” (Meneses, 2006: 53). Super

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Benevides, A. A

produções de símbolos, imagens e simulações anacrônicas, voltadas para uma

multiplicidade cultural produzida a partir da rápida circulação de informações para

um público com acelerado ritmo de mudanças. Criação, produção e consumo de

ícones extraterritoriais e transnacionais, onde “o simbólico é um produto cultural

que cria tramas fictícias mais duradouras do que as urdidas pela frágil realidade”

(Ferrara, 1996: 15). A informação torna-se ponto nevrálgico que beneficia o

comércio livre na área de produtos, servindo de vetor na transformação do espaço

urbano e nas formas arquitetônicas e organizacionais deste, transformadas em

inovadoras e arrojadas por meio da modernização tecnológica e gerencial.

Atuando na produção de referenciais universais, a economia

supersimbólica possibilita que seus intérpretes não estejam necessariamente

enraizados em nenhuma cultura distinta do mercado. O requisito básico é que este

intérprete, na condição de turista ou não, seja um consumidor de informação

produzida pelas redes comunicacionais que veiculam significantes do mercado,

rompendo as fronteiras locais ao transformá-los em símbolos extraterritoriais ou

transnacionais de consumo. Por esta análise tem-se imbricadas uma economia de

produção supersimbólica e uma cultura extraterritorial ou transnacional de

consumo, veiculadas pela mídia, que confere ao sujeito a repetição de

experiências em quaisquer plazas de celebração universais.

Interpretar as comunidades de destino como incapazes de articulação e

gerenciamento dos processos de decisão de quaisquer programas de

desenvolvimento é, antes de tudo, renegar a cultura como uma atividade criativa e

em constante processo de resignificação, outorgando à estas comunidades um

papel de passivos receptores da estandardização promovida pelo mercado

globalizado com sua produção de não-lugares. Contrariando tais apocalípticas

assertivas, Latour atenta que “as culturas supostamente em desaparecimento

estão, ao contrário, muito presentes, ativas, vibrantes, inventivas, proliferando em

todas as direções, reinventando seu passado, subvertendo seu próprio exotismo”

(1996: 5). Por outro lado, outorgar à cultura, pura e simplesmente, a tarefa de

equilibrar a dinâmica de correlação de forças que envolvem as relações entre

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Mercado, Política e Organização Social, é negligenciar a reorganização produtiva

e internacional e as conseqüências do acúmulo de riquezas, as quais promovem a

recriação de signos de exclusão, promovendo conflitos “culturais, religiosos,

lingüísticos e raciais [resultando em] xenofobias, etnocentrismos, racismos,

fundamentalismos, radicalismos, violências” (Ianni, 1996: 25).

Ao se colocar a análise do Imaginário como meio legítimo para a

compreensão do aspecto fragmentário das cidades, afirma-se também que tais

representações podem implicar nas políticas governamentais, criando

oportunidades de desenvolvimento e de inserção social, e que a viabilização da

participação efetiva dos atores sociais está condicionada ao acesso à informação

e capacidade de gerenciamento da mesma em função de seus dispositivos

culturais e organizacionais. Menos que apontar valores, identidades e

representações de mundo como categorias conflitantes, a proposta é perceber a

informação e organização social, presentes nas comunidades de destinos

turísticos, como mecanismos potenciais de integração dos arranjos sociais e

culturais locais no processo de desenvolvimento da cidade.

Justificativa

A inserção do Ceará no cenário turístico internacional, durante a década

de 1980, foi acompanhada de profundas transformações estéticas na fisiografia

urbana de Fortaleza. Tais transformações pautaram-se na perspectiva de

desenvolvimento de uma cultura supersimbólica, a qual pudesse fornecer novos

referenciais identitários de cidadania, de consumo e de produção cultural

integrados à universalidade do mercado de significantes extraterritoriais e

transnacionais.

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Benevides, A. A

Com as políticas econômicas implantadas a partir do Plano de

Mudanças do Governo Tasso Jereissati (1987-1990) e o Plano Plurianual de Ciro

Ferreira Gomes (1991-1994), que colocaram o turismo como eixo de propulsão da

economia cearense, três foram os meios objetivos das políticas econômicas do

Estado: produção de uma economia supersimbólica, priorização do potencial

turístico litorâneo, produção cultural atrelada a bens de consumo da indústria, com

base na dinâmica informacional dos meios de comunicação. Estes três modelos

de política pública modificaram consideravelmente toda uma estética urbana local

e impulsionaram, como era o principal objetivo, um mercado cultural integrado à

produção de bens de consumo não duráveis. Uma das conseqüências, em termos

da própria cultura, é que tanto manifestações populares, com características de

grande impulsividade regional, bem como a própria permanência das diversas

comunidades de pescadores na faixa litorânea e adjacências, foram, cada vez

mais, objeto de readequação. Com manifestações culturais contidas e

comunidades remanejadas para as periferias, as novas diretrizes imputaram uma

“limpeza” nos espaços considerados prioritários para o turismo. Toda a faixa

litorânea, desde o Mucuripe até a Praia Formosa, passando pela Praia de Iracema

- caracterizada como centro histórico de Fortaleza - tornou-se objeto principal das

intervenções urbanísticas promovidas pelo Estado, Prefeitura e iniciativa privada,

que objetivaram a requalificação urbana e social, favorecendo o desenvolvimento

de políticas culturais capazes de proporcionar a “reinvenção de sensibilidades

comuns de todas as formas de expressão artísticas”1, a partir da integração de

novas tecnologias comunicacionais à produção cultural e intelectual da classe

média de Fortaleza, base infra-estrutural para atração do capital estrangeiro. Uma

virtualização da estética urbana da cidade pelo poder político local, funcionando

como meio de criação de uma cultura supersimbólica.

O Plano de Desenvolvimento Cultural do Estado, posto em prática nos

anos de 1995/1996, foi pensado como um recurso para a formação de um novo

1 Secretaria da Cultura e Desporto do Estado do Ceará (SECULT). Plano de Desenvolvimento Cultural 1995/ 1996. Sem referência de Publicação.

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ideário urbano. À idéia do desenvolvimento de uma classe média consumidora de

bens culturais seguiu-se a necessidade de fomentar uma tradição disposta sobre

novos alicerces, os quais viessem a glorificar uma Fortaleza “moderna” diferente

da Fortaleza pobre, que de tempos em tempos é assolada pela miséria prescrita

pelas secas no interior do Estado, levando para a capital levas de miseráveis

flagelados que desnudam a cidade no que há de mais tenebrosa em sua

realidade: sua péssima distribuição de renda e de saber.

O rompimento com os parâmetros políticos, sociais e econômicos

vigentes à época anterior às gestões empresariais, fora enfatizado em discursos

de homogeneidade econômica e cultural. Entretanto, era necessário unir às

propostas de racionalidade cultural, instaurada sobre a estética de consumo de

bens abstratos, uma renovação da estética arquitetônica, cuja mnemesis fosse

perpetuada a cada olhar. Um novo parâmetro de cultura e história a fornecer os

sentidos necessários para a formação de uma identidade baseada nos valores de

consumo, para uma economia que se requer globalizada.

As transformações em curso desde a década de 1960, sofrem a partir

dos anos de 1980 uma aceleração promovida pelo Estado e iniciativa privada,

objetivando a consolidação de espaços para o lazer e o turismo, procurando dar

mostras de um “novo tempo” a erguer-se sobre os alicerces da cultura e de uma

estética universais, “modernas”, e que posteriormente foram normatizadas pelo

PDDU-For de 1992.

Mas o histórico litorâneo de Fortaleza não data da década de 1960,

como argumentam alguns historiadores e arquitetos. Fortaleza, bem como tantas

cidades litorâneas, sempre tiveram buliçosos e constantes os fluxos em suas

praias, como espaço de moradia e de trabalho serviu ao gosto de pescadores,

comerciantes e gentes plurais que entre a terra e o mar reproduziam uma

Fortaleza provinciana e simplória. Mas a predominância de habitações mais

simples, bem como do trabalho braçal na orla não compactuavam com o mise-en-

scène da modernidade urbana que começou a se processar a partir de 1960. A

construção da avenida Beira-Mar na mesma década, pelo prefeito Cordeiro Neto,

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já era uma demanda da elite econômica e política local que buscava ampliar as

atividades de mercado locais. Para a orla foram canalizados os maiores

investimentos imobiliários, uma especulação jamais empreendida na capital,

deflagrando um enorme impacto social e ambiental, cuja visibilidade pôde ser

sentida em curto espaço de tempo, a partir da favelização de sua circunvizinhança

e o quase desaparecimento da pesca artesal. Estes homens e mulheres que

figuravam no quadro litorâneo da chamada “Fortaleza provinciana” foram

remanejados para o morro de Santa Tereza, Serviluz e Titan, formando

verdadeiros bolsões de miséria, desprovidos de infra-estrutura básica e

deficientes, quando existente, os serviços de saúde e educação. Mas ao passo

que os novos investimentos procuravam romper com a história de tradições em

essência regionais, a economia supersimbólica resgatava uma estética tradicional,

cujo apelo à bucolidade e ao saber-fazer do artesão-pescador servirão de ícone-

matriz para a publicidade turística.

O caráter de universalidade urbana em que se funda Fortaleza, a partir

dos projetos de re-qualificação urbanística, encontra-se presente no nível

simbólico como “agora” ou “fórum” funcionando como um centro de concentração

e fomentação pública, trabalhando as atribuições da cidade num contexto espacial

elaborado e projetado para ser uma plaza de celebração e de vida social. Um

espaço que deve proporcionar o “pleno exercício da cidadania”, uma vez que o

seu “nível local” concorre para a produção cultural apoiada na metaforização da

história, a qual se fez presente durante décadas, agora redesenhada para acolher

a nova tradição que, aos poucos, vai se instaurando à medida das novas técnicas

de produção cultural e da nova subjetividade decorrente das relações de troca por

estas estabelecidas.

Ao “redesenhar as tradições”, “realçar edifícios velhos e lhes dar

sentidos”, “fazer a máquina supersimbólica”, “mostrar a riqueza e a variabilidade

de seus aspectos e interpretações para o maior número de pessoas possível”,

dilui-se o passado cultural e histórico e a subjetividade deles proveniente, num

presente caleidoscópio de referenciais universais apontados para o mercado da

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Benevides, A. A

indústria da produção cultural. A inserção dessa nova pragmática será apropriada

pelos sujeitos, os quais agenciarão outras formas relacionais econômicas, sociais,

cívicas e de pertencimento, que retornarão aos significantes, movimentando a

máquina semiótica e interiorizada do mercado. Não que estes sujeitos

contextualizem-se ingenuamente no processo de reapropriação, reinvenção das

sensibilidades, muito pelo contrário, políticas econômico-culturais só obtêm o grau

de incursão social objetivado porque determinados segmentos da sociedade, por

diversas maneiras e razões, contemplavam a mesma subjetividade e proposição

cultural espaço-temporal de relações múltiplas, comunicacionais e universais.

O que aparentemente é visto como a encarnação da “democratização

da cultura” complementa outra demanda do poder público local: a qualificação

intelectual da classe média para a produção e consumo de bens de caráter

universalizante. Esta proposição remete-nos às observações feitas por Fausto Nilo

no que tange às transformações operacionalizadas no centro da cidade de

Fortaleza, pensadas a partir da incorporação, ao discurso da modernidade urbana,

de uma idéia de “naturalidade” e “autenticidade” são incorporadas ao discurso de

“modernização” urbana, ou seja, assim como a Praia de Iracema e o Mucuripe

perderam “naturalmente” seus referenciais simbólicos e o centro da cidade está

inscrito no mesmo dilema, coube ao poder público apropriar-se da história-

memória urbana controlando e definindo seus novos marcos referenciais.

Portanto, os espaços turísticos, como os praticados na cidade, são interpretados e

canonizados como a salvação e o instrumento a realizar a síntese entre

identidade, contextualidade histórica e potencialização econômica.

Concentrar o máximo de referenciais e produtos num mesmo espaço

urbano, fazer convergir toda a população para a plaza de celebração

contextualizada no mercado de bens de consumo culturais. À cidade com a sua

história contraditória e cheia de percalços indesejáveis, sobrepõe-se a arquitetura

urbana planejada sob alicerces únicos, voltados para o consumo, proporcionando

uma forma mais contemporaneizada de civismo que se constitui única e

exclusivamente no mercado.

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Benevides, A. A

A pesca artesanal em Fortaleza não se constitui mais uma das

principais atividades praticadas na cidade pelas famílias mais pobres locais. A arte

de fazer a embarcação e os artefatos de pesca, o conhecimento sobre a

sazonalidade das espécies de peixe, a prática da localização de cardumes sem

ajuda de GPS todos estes saberes estão desaparecendo à medida do incremento

de novas técnicas de pesca industrial e de políticas de exclusão das populações

mais pobres na consulta e gerenciamento dos projetos de desenvolvimento locais.

As experiências passadas demonstram que a não participação das comunidades

nos projetos de desenvolvimento turístico, consulta e gerenciamento destas

atividades, aumentou a exclusão social e piorou o Índice de Desenvolvimento

Humano nas regiões implantadas. Não só programas de capacitação, articulação

e consolidação de institucionalidades são vieses para se estimular a inclusão

social, o exercício da cidadania e a ampliação e diversificação das atividades

econômicas e eficiência da gestão pública, mas também o imaginário formado por

estas coletividades. A compreensão do imaginário de populações destituídas de

seu ambiente original e reassentadas em novos e, na maioria das vezes, distantes

lugares possibilita identificar a subjetividade contida na experiência destes

deslocamentos, na perda dos referenciais de trabalho, lazer e cidadania e traduzir

aspectos da cidade, possibilitando compreendê-la como fragmentária,

heterogênea e plena de descontinuidades.

É no sentido de procurar compreender a cidade a partir de suas três

dimensões, como artefato, campo de forças e imagem que esse projeto se

alicerça e se justifica. Fortaleza é um artefato de complexa fisiografia, sobretudo

no que diz respeito às políticas de preservação do patrimônio material e imaterial

urbano; esta mesma fisiografia é reproduzida e produtora de conflitos entre

práticas sociais adversas, que entrechocam tradições enraizadas em um tempo de

reprodução lento e outras criadas para serem novos referenciais de cidadania,

criando universos distintos numa produção de sentidos fragmentária, porém

dinâmica e em eterna atualização. Por isso pensar Fortaleza tendo como

perspectiva seus artefatos urbanos tanto o patrimônio edificado quando os

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Benevides, A. A

estratos supersimbólicos, a partir do imaginário formado pelas comunidades de

pescadores artesanais, transformados em ícone-matriz após a inserção do Ceará

na economia de mercado internacional, é uma forma de preencher lacunas na

historiografia local, que apesar de objetivar o imaginário como tema de estudo,

raramente é possível observá-lo em suas imbricações com as demais dimensões

da cidade. Com outra ênfase, este projeto propõe um pensar sobre a cidade, suas

lógicas de condutas e práticas sociais a partir da convergência de ações e

métodos voltados para a identificação de possíveis interações, geradas a partir de

diferentes e múltiplas competências, cujas atividades predominantes são, de um

lado, de aprovisionamento, de outro, de ordem urbano-industrial e informacional-

global.

Objetivo Geral:

Identificar as expressividades e significâncias dos remanescentes

pescadores artesanais de Fortaleza, no que tange às representações que estes

fazem sobre a cidade, como dimensão material e como espaço de reprodução de

sua identidade.

Objetivos Específicos

Apreender as formas de apropriação e representação da

realidade cotidiana na cidade de Fortaleza.

Identificar as formas de construção e transmissão do

conhecimento, ainda pertinentes nas comunidades de

pescadores artesanais em Fortaleza.

Analisar a justaposição dos níveis hierárquicos que configuram as

relações sociais nas comunidades de pescadores artesanais,

compreendidas como estratégias construtoras e normatizadoras.

Benevides, A. A

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Identificar as implicações que as transformações na fisiografia

urbana de Fortaleza, patrimônio histórico edificado e estratos

supersimbólicos contidos nos equipamentos de atração turística,

tiveram para as remanescentes comunidades de pescadores

artesanais.

Metas

Produção de artigos científicos e apresentação dos mesmos em

simpósios e congressos locais, nacionais e internacionais.

Publicação de 1 livro e exposição das entrevistas já editadas.

Doação do material produzido para as instituições representativas

das comunidades de pescadores artesanais de Fortaleza.

Metodologia

A Pesquisa Participante (etnografia) e a História Oral, como abordagens

investigativas, possibilitam estabelecer conhecimentos sobre as interações e as

regras constituídas entre as sociedades e o meio-ambiente em que atuam,

manifestos no cotidiano de representações firmadas por laços de pertencimento.

A Pesquisa Participante (etnografia) à primeira vista pode apresentar-se

como uma contradição à abordagem institucional do desenvolvimento, entretanto,

o interesse na abordagem comparativa é um interesse na abordagem holística de

uma determinada interação, ação ou resposta de um dado grupo em relação a um

todo daquela sociedade. O que num primeiro momento pode parecer reações

contraditórias e conflitantes a um mesmo fenômeno, envolve na verdade

interações particularmente ligadas às instituições, tanto no que diz respeito às

comunidades de destino quanto aos seguimentos emissores, expressas nas

formas de organização de um dado capital social e cultural e suas representações.

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A História Oral, como método de investigação científica, incide sobre a

análise holística da cultura vista como um sistema de significados próprios das

socialidades humanas, trabalhando os atores sociais como objeto e sujeito do

processo de desenvolvimento do conhecimento. Sujeitos e objetos plurais,

apreendidos em sua narrativa que “abre a possibilidade de produzir uma história

que será sempre política, porque inserida no seu tempo e comprometida com ele

[...] na esperança de estarmos, de alguma maneira com nosso trabalho ajudando

a construir o futuro, numa perspectiva transformadora” (Fenelon, 1983:15)

A História Oral como micro-análise sócio-cultural das redes e relações

estabelecidas na comunidade, terá como foco primário os setores integrantes da

comunidade de pescadores de Fortaleza, e, sobretudo, os diretamente ligados à

Capatazia Z-8 a priori compreendida como uma instituição representativa formal

que expressa as demandas legítimas de seus detentores. No que se pretende

apreender as materialidades, suas diretrizes, as formas de coordenação das

ações e as representações mentais que regulamentam a vida daquela

comunidade. A Pesquisa Participante, com abordagem comparativa ajuda na

interpretação da co-relação existente entre os aspectos da vida cultural, social e

econômica, considerando-se que “as respostas encontradas por sociedades locais

para a manutenção de seus modos de vida dependem das relações estabelecidas

com o sistema dominante e destacam-se como reflexões importantes para a

compreensão da inserção da lógica utilizada por pescadores artesanais no que diz

respeito aos recursos naturais per eles apropriados” (Chamy, 2005: 9)

Neste procedimento de pesquisa, o uso da metodologia da História Oral

é fundamental. As pesquisas realizadas durante o mestrado e o doutorado, bem

como no desenvolvimento do projeto sobre etnoconhecimento da comunidade de

Tatajuba - município de Camocim, revelaram como fundamentais as experiências

de vida dos sujeitos sociais para se compreender a historicidade dos processos

sociais, políticos e econômicos ali presentes. Um trabalho analítico de apreensão

de significados presentes nas narrativas de eventos e acontecimentos, os quais

revelam a importância da subjetividade e a riqueza de conteúdo explicitadas nas

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diferenças entre os depoimentos que constituem um mosaico de significâncias

múltiplas. A História Oral possibilita a construção e o diálogo entre os vários

sujeitos sociais entrecruzando contextos diferenciados dentro de uma mesma

realidade espaço-temporal como a família e a comunidade, na valorização do

sujeito como homem, mulher, trabalhador e cidadão.

A abordagem oral implica necessariamente pensar os sujeitos sociais

dentro de suas práticas, considerando suas trajetórias de vida como

representativas de uma cultura que se alicerça a partir de redes sociais de

solidariedade e de conhecimento, as quais implicam um saber fazer específico.

Neste sentido, o diálogo com a comunidade permite o conhecimento de um

universo revelado pelo outro, suas experiências, aspirações, crenças e valores os

quais formam um imaginário de representações coletivas que dão sentido ao

mundo ao redor de si. Este sistema de representações coletivas “tanto dá a idéia

de que se trata da construção de um mundo paralelo de sinais que se constrói

sobre a realidade, como aponta para o fato de que essa construção é social e

histórica” (Pesavento, 2003: 43). Essa construção de sentido expresso por

palavras e discursos, materialidades e coisas, práticas e ritos comporta crenças,

mitos e ideologias é construtor de identidades e exclusões que hierarquizam e

apontam semelhanças e diferenças no social.

Tendo em vista que “o principal paradoxo da História Oral e das

memórias é de fato que as fontes são pessoas, não documentos” (Portelli,

1997:15), o pesquisador participa ativamente da produção documental. O

historiador, à medida que procura organizar o mosaico de historicidades, vê-se a

todo instante confrontado com o novo, por vezes um outro impactante que o faz

reconhecer os limites de sua interpretação, a composição narrativa que

compreende o exercício de estruturação deste mosaico revela o aspecto dialógico

deste fazer.

A História Oral é uma produção documental fundamentada em

memórias e, como tal, sujeita às inexatidões de suas leituras sobre o passado.

Memória, como um fenômeno histórico, é uma representação afetiva feita a partir

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Benevides, A. A

do presente, na qual “toda recordação tende a objectivar-se numa narrativa

coerente que, em retrospectiva, domestica o aleatório, o casual, os efeitos

perversos do real-passado quando este foi presente, actuando como se, no

caminho, não existissem buracos negros deixados pelo esquecimento” (Catroga,

2001: 43). Por isso mesmo, pela representação paralela do mundo, a História Oral

é tão importante para a construção do pensamento, para o fazer história, porque

as representações construídas sobre o mundo fazem com que os sujeitos

percebam, vivenciem e pautem sua existência, firmando-se como matrizes que

geram práticas e condutas sociais, sendo elas próprias explicações do real. As

representações são verossimilhanças do real, cujo papel da História Cultural e

Social é o de apropriar-se delas na perspectiva de decifrar a realidade, tentando

chegar às formas discursivas e imagéticas expressas pelos sujeitos, a si próprios

e ao mundo.

Referência bibliográfica

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