ideias e soluÇÕes para os municÍpios - crea-mg

IDEIAS E SOLUÇÕES PARA OSMUNICÍPIOS

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www.crea-mg.org.br

Contribuições da engenharia, da agronomia e das geociências

Politicas Publicas Municipais - Cartilha.indd 1Politicas Publicas Municipais - Cartilha.indd 1 20/04/2021 08:5220/04/2021 08:52

EQUILÍBRIO AMBIENTAL

BEM-ESTAR SOCIAL E HUMANO

Representação institucional

SEGURANÇA

cumprimento da legislação

DESENVOLVIMENTO URBANO E RURALRACIONALIZAÇÃO NA APLICAÇÃO DOS RECURSOS

alcance de resultados • redução de custos

Planos diretoresOBTENÇÃO DE RECURSOSCIDADES INTELIGENTESINSPEÇÃO E MANUTENÇÃO PREDIAL

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Prevenção de catástrofesLICENCIAMENTO AMBIENTALLICITAÇÕES E OBRAS PÚBLICAS

Conservação de solos e água

USO E REÚSO DA ÁGUA • SANEAMENTO AMBIENTAL

Resíduos sólidos • AcessibilidadeSEGURANÇA ALIMENTAR


IDEIAS E SOLUÇÕES PARA OS MUNICÍPIOS

Minas Gerais 2021



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Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais.Ideias e soluções para os municípios: contribuições da

engenharia, da agronomia e das geociências / Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais – CREA-MG. – Belo Horizonte : CREA-MG, 2021.

66 p.: il. color.

I. Engenharia. II. Agronomia. III. Geociências. IV. Rodovias. V. Alimentos. VI. Meio ambiente. VII. Urbanicidade. VIII. Título

CDU 62+63(035)


PRO-PÓSI-TO O Crea-MG quer

auxiliar os municípios mineiros a superar seus desafios relacionados à engenharia, à agronomia e às geociências, com o objetivo de proporcionar à sociedadesegurança, bem-estar social e humano, equilíbrio ambiental,e cumprimento da legalidade.


IDEIAS E SOLUÇÕES PARA OS MUNICÍPIOS6

Julvan LacerdaPRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE MUNICÍPIOS (AMM)VICE-PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS (CNM)

Asólida parceria entre a Associação Mineira de Municípios (AMM) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-

-MG) mostra um dos pilares da nossa gestão na AMM, que é o de promover a união em prol do desenvolvimento dos municípios mineiros, o que fi ca evidenciado na cartilha deste Conselho “Ideias e soluções para os municípios – contribuições da engenharia, da agronomia e das geociências”.O desenvolvimento de um município se refl ete, em muito, nas boas políticas públicas na área da habitação, construídas por meio do en-volvimento de diferentes fatores – planejamento fi nanceiro bem feito, convênios bem estruturados, parcerias público-privadas, acesso a boas linhas créditos e, principalmente, por meio de equipes qualifi cadas e da boa gestão de recursos e de pessoal.Com a parceria estabelecida com este Conselho, vimos a oportunida-de de oferecer a qualifi cação da gestão municipal, com a participação de profi ssionais da engenharia, da agronomia e das geociências, para

garantirmos projetos de qualidade, contemplando todos os ciclos da execução dos mesmos, do planejamento à fi nalização.

Dessa forma, esta cartilha é um dos mecanismos da parceria entre as duas instituições em busca da qua-lifi cação técnica, oferecida pelo Crea-MG, da repre-sentatividade e mobilização nos municípios, exerci-da pela AMM, e pela busca incessante de recursos e melhorias para a qualidade de vida da população,

por meio de políticas públicas do estado com fi nancia-mentos e investimentos em infraestrutura como incen-

tivo à geração de renda e de empregos.A LUTA CONTINUA. E QUE ASSIM SEJA!

PARCERIA SÓLIDA EM PROL DOS MUNICÍPIOS MINEIROS


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Contr ibuições da engenharia, da agronomia e das geociências

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Engenheiro civilLucio Fernando BorgesPRESIDENTE DO CREA-MG

Engenheiro civil

Com a presente publicação, o Crea-MG dá mais um passo em direção ao estreitamento das relações com prefeituras, câmaras municipais e suas entidades representativas. Esse caminho,

que é de mão dupla, levará, com certeza, a uma maior inserção da engenharia, da agronomia e das geociências na vida cotidiana dos municípios.Esse movimento, incrementado em 2020, com a Carta do Crea-MG aos candidatos, e que conta com a parceria já de longa data da Associação Mineira de Municípios (AMM), no incentivo à formalização de convênios de cooperação mútua com prefeituras e legislativos municipais, tem tudo para ser um modelo frutífero e permanente.Coube ao destino que, junto com essa iniciativa do Conselho, uma “Nova Lei de Licitações e Contratações”entrasse em vigor. Anseio dos administradores públicos há mais de duas décadas, a legislação nasce após anos de negociações entre as partes envolvidas e garante maior segurança jurídica aos licitantes, contratados e gestores municipais, dentre outros.O Crea-MG estará, dentro dos limites de nossas competências e atribuições, de portas abertas para contribuir nesse momento de transição e convivência entre a antiga lei n.º 8.666/1993 e a nova lei n.º 14.133/2021, momento em que a engenharia, a agronomia e as geociências terão muito com o que contribuir com os gestores municipais.


Sum

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CAMINHADA CONJUNTA 10

DESAFIOS DA GESTÃO MUNICIPAL 11

HORA DE SUPERAÇÃO 14

CREA-MG: SEMPRE PRESENTE NOS DEBATES SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 18

Eixo rodovias 21Eixo alimentos 24Eixo meio ambiente 27Eixo impacto das chuvas 30Eixo urbanicidade 33Eixo valorização das profi ssões 36

PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA 39A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO 43FONTES DE RECURSOS PARA OS MUNICÍPIOS 47FISCALIZAR É PROTEGER A SOCIEDADE 53

Anotação de Responsabilidade Técnica - ART 55Benefícios da ART 55Tipos de ART 55

CREA-MG E MUNICÍPIOS JUNTOS NA SUPERAÇÃO DE DESAFIOS 60

Como funcionam os convênios? 62Com as parcerias, todos ganham 63

EXPEDIENTE 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66Sum

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O Crea-MG sempre procu-rou manter uma proximi-dade com os municípios. Isso possibilitou avanços

importantes como a implantação do Programa de Engenharia Pú-blica, assim como as articulações visando o estabelecimento de ou-tros tipos de parcerias. O presente trabalho representa mais um pas-so no aprofundamento dessa rela-ção. Esperamos poder contribuir para o enfrentamento dos desafios que os gestores municipais têm pela frente com relação à adminis-tração pública e ao atendimento das demandas da sociedade.

CAMINHADA CONJUNTA


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Apresentamos aqui temas que são do interesse di-reto dos municípios mineiros. Nosso intuito é abor-dar essas questões de forma a esclarecer qual é o panorama atual e quais são os principais desafios

para os gestores municipais com relação a aspectos liga-dos à prática administrativa e ao dia a dia das comunidades.

As tarefas a serem conduzidas pela administração pública, em todos os níveis, serão ainda mais expressi-vas no quadro de pós-pandemia no país – talvez o maior desafio das atuais gerações de gestores. No ní-vel municipal, a retomada da ativi-dade econômica de forma plena e o atendimento das demandas dos meios urbano e rural vão requerer uma atuação destacada das prefei-turas e das câmaras municipais. Por isso, é importante que elas estejam preparadas para oferecer o suporte necessário nesse processo de recu-peração gradual.Nesse cenário, dois fatores essen-ciais devem ser levados em conta pelos gestores municipais – e não

apenas do ponto de vista do enfrentamento do quadro pós--pandemia, mas como práticas incorporadas à administra-ção pública. São eles:

• O planejamento. • A qualificação das equipes de gestão.

DESAFIOS DA GESTÃO MUNICIPAL

A RETOMADA DA ATIVIDADE

ECONÔMICA VAI REQUERER

UMA ATUAÇÃO DESTACADA DAS PREFEITURAS E DAS CÂMARAS

MUNICIPAIS.



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A CONSTITUIÇÃO

DE EQUIPES TÉCNICAS

CAPACITADAS POSSIBILITA

A ELABORAÇÃO DE PROJETOS

DE QUALIDADE.

Por isso ambos são aqui examina-dos em seus vários aspectos, sob a perspectiva do desenvolvimento dos municípios.O planejamento é um requisito in-dispensável para qualquer traba-lho que se deseje bem executado. Além de viabilizar a elaboração de políticas públicas locais e a pres-tação de serviços de qualidade à população, um planejamento bem elaborado abre o caminho para a captação de recursos pelo muni-cípio. Isso pode ser realizado por meio de parcerias público-privadas ou pelo acesso a linhas de crédito

junto a instituições fi nanciadoras. A obtenção de recursos cons-titui um mecanismo fundamental numa época de declínio da ati-vidade econômica, que tende a reduzir, inclusive, a arrecadação com impostos.A qualifi cação da gestão municipal, com a participação de pro-fi ssionais da engenharia, da agronomia e das geociências, é uma condição primordial nesse aspecto. Além de agregar co-nhecimentos específi cos na busca de soluções, a constituição de equipes técnicas capacitadas possibilita, entre outras coisas, a elaboração de projetos de qualidade. Em muitos casos, essa constitui a primeira etapa no processo de aquisição de recursos.


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A COLABORAÇÃO ENTRE OCREA-MG E AS ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS PODE TRAZER BENEFÍCIOS PARA AMBAS AS PARTES.

O Crea-MG também pode, atra-vés de suas inspetorias em todo o estado e por meio de seu ma-terial informativo, orientar os ges-tores públicos quanto à obtenção de fi nanciamentos. O Conselho disponibiliza também para as pre-feituras e as câmaras municipais a possibilidade de realização de parcerias, que contribuem para o atendimento das demandas da co-munidade e para o cumprimento dos requisitos previstos em lei. A troca de informações e a colabo-ração entre o Crea-MG e as admi-nistrações municipais pode trazer benefícios para ambas as partes, como é mostrado neste trabalho.Da mesma forma, a parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM) também caminha no senti-do de uma aproximação com os municípios do estado. Trata-se de mais uma iniciativa importante nesse contexto, já que o trabalho dos profi ssionais da área tecnológica está di-retamente ligado ao desenvolvimento, sendo crucial para o crescimento dos municípios.



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A crise de 2008, que teve como epi-centro os Estados Unidos, acabou atingindo vários países, muitos dos quais entraram em recessão. Embora

não tenha sido afetado de forma tão intensa, o Brasil também sentiu alguns reflexos desse co-lapso – especialmente as empresas, que pas-saram a ter dificuldades na obtenção de finan-ciamento para investimentos e exportações.Mais recentemente, além dos reflexos do lento processo de recuperação desde então, o fator que atingiu em cheio não só o Brasil, mas todo o mundo, foi a pandemia do novo coronavírus.Esse período de baixo crescimento econômi-co acabou fazendo com que as profissões das áreas tecnológicas não fossem devidamente valorizadas. Entretanto, seu papel sempre foi fundamental para o desenvolvimento, assim como para a retomada do crescimento com sustentabilidade. E mais uma vez isso se com-prova, nesta fase difícil que o Brasil atravessa.Alguns setores conseguiram um bom desempe-nho mesmo neste momento de crise sanitária. De acordo com o Cadastro Geral de Emprega-dos e Desempregados (Caged), a construção civil foi o setor que mais gerou empregos em 2020, seguido pela indústria e pela agropecu-ária. E a Companhia Nacional de Abastecimen-to (Conab) estima que a produção de grãos do Brasil, na safra 2020/2021, deverá chegar a 268 milhões de toneladas.

HORA DE SUPERAÇÃO


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O CONHECIMENTOCIENTÍFICO E TECNOLÓGICO É O MOTOR PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO PÓS-PANDEMIA.

Da mesma forma, os profissio-nais da engenharia desempe-nham um trabalho essencial, atuando no planejamento, na produção e na distribuição de materiais indispensáveis para as atividades hospitala-res, por exemplo. Em conjun-to com outras áreas, como a medicina e a informática, são elaborados projetos para o desenvolvimento de equipa-mentos como um respirador mais barato, que poderá ser utilizado em UTIs. Por ou-tro lado, há uma pesquisa que utiliza mo-delos matemáticos para avaliar a difusão de vírus, tanto os causadores de doenças em seres humanos, como os virtuais, que danificam os sistemas de computadores.O conhecimento científico e tecnológico é o grande motor para a retomada do cres-cimento no período pós-pandemia. Por isso, ciente de seu papel, o Crea-MG tem o compromisso de impulsionar a retomada da autoridade técnica dessas profissões estratégicas para o desenvolvimento.



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O PODER PÚBLICO PRECISA DESEMPENHAR O PAPEL DE PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO.

Por outro lado, é funda-mental a elaboração de po-líticas públicas pelo Estado voltadas para a reativação da economia. Um plano de recuperação nesse sentido poderia incluir a conces-são de linhas de crédito às empresas através dos bancos públicos, o investi-mento em infraestrutura e um programa de incentivo à geração de empregos. São medidas que tendem a reaquecer o mercado e o consumo, favorecendo o crescimento econômico.

Diante dos desafios que o país tem pela fren-te, o poder público, em todos os níveis, precisa desempenhar o papel de promotor do desen-volvimento. Isso pode ser realizado através do investimento em setores produtivos, da capta-ção de recursos junto às instâncias de governo e instituições de fomento e – o que é mais im-portante – por meio do planejamento.A elaboração dos planos municipais, por exem-plo, vai além de uma exigência legal. O planeja-mento possibilita o estímulo a áreas essenciais para o desenvolvimento social e econômico, constituindo ainda o caminho para que os mu-nicípios possam ter acesso aos recursos neces-sários nesta fase de retomada do crescimento.


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O PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS.



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Embora tenha como função precípua da verificação e da fiscalização do exer-cício e das atividades das profissões regulamentadas nas áreas da enge-nharia, da agronomia e das geociências. O Crea-MG sempre esteve presen-te nos grandes debates nacionais. Essa é uma forma de, além de promover

a qualidade dos serviços e a segurança de toda a sociedade através da atividade fiscalizadora, contribuir para questões fundamentais para o crescimento do país de forma planejada.Ao longo dos anos, o Conselho constituiu comissões e grupos de trabalho sobre diversos temas de interesse da sociedade, que reuniram especialistas que produ-ziram importantes contribuições para o avanço das discussões em áreas especí-ficas. Entre elas estão:

• Habitação • Obras públicas • Mobilidade urbana • Eficiência energética • Engenharia pública • Acessibilidade • Meio ambiente • Trânsito e infraestrutura em transporte.

Além disso, o Crea-MG sempre manteve uma importante interlocução com diver-sos segmentos através da participação em congressos de profissionais, encontros regionais e outros tipos de eventos. Por isso, sempre foi uma referência nas dis-cussões acerca do desenvolvimento econômico sustentável.Como resultado desse trabalho, o Crea-MG produziu um conjunto de propostas para o desenvolvimento e a segurança dos municípios, que foram exaustivamente debatidas e reunidas em cinco eixos temáticos: meio ambiente e desenvolvimento sustentável; urbanicidade; impacto das chuvas; alimentos; e rodovias e mobilida-de. Devido à sua grande importância, foi incluído, ainda, o eixo valorização das profissões, que constitui um tema essencial para o Conselho e que foi debatido também no Congresso Estadual de Profissionais (CEP-MG), ocorrido em 2019.Realizado em todo o estado, o CEP-MG elegeu cerca de 200 delegados que se reuniram na sede do Crea-MG para a seleção das 20 propostas que foram leva-das para a etapa nacional – o 10º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), realizado em Palmas (TO), também em 2019. Entre as proposições aprovadas

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constam medidas importantes para as gestões municipais, como o pe-dido de regulamentação da Lei 11.888/2008, de Assistência Técnica à Moradia de Interesse Social; a articulação junto a lideranças profi ssio-nais e parlamentares de medidas para o fomento de modais de trans-porte como ferrovias e hidrovias; e a construção de infraestrutura de saneamento como aterros sanitários, redes de esgoto e drenagem.O CEP-MG aprofundou e atualizou as discussões realizadas nos anos de 2012 e 2013, quando foram realizados, em todas as regiões do estado, os Encontros Regionais - Políticas Públicas e Correspon-sabilidade Social. A partir desses encontros, foi criada uma ampla agenda de discussões envolvendo lideranças de todo o estado em torno de questões de interesse direto dos municípios. E surgiram propostas que afetam o dia a dia do cidadão comum, relacionadas à realidade específi ca de cada comunidade.A amplitude dos eixos temáticos propostos para discussão expressa bem a complexidade dos desafi os para a construção de um modelo sustentável de desenvolvimento. Eles compreendem toda a diversidade de problemas inerentes à infraestrutura e os desafi os para a gestão municipal, com as peculiaridades dos meios urbano e rural.De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí-lios (Pnad) 2015, 84,72% dos brasileiros vivem nas cidades. Em Minas Gerais, cuja população total, segundo o censo demográfi co realizado pelo IBGE em 2010, era de 19.597.330 habitantes, 85,3% moram nas cidades, enquanto 14,7% habitam as áreas rurais.Embora a população rural no Brasil seja de apenas 15,28% do total, é importante lembrar que o campo responde por grande parte do que é exportado pelo país. Em 2020, as vendas do agronegócio para o exte-rior superaram os 100 bilhões de dólares, o que representa 48% das exportações brasileiras. Isso compensou o defi cit ocorrido em outros setores da economia, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (Cepea-USP).O planejamento assume um papel fundamental para o desenvolvimento dos municípios. E ele se confi gura, principalmente, através dos planos municipais, que vão propor ações concretas para o atendimento das ne-cessidades da população nas áreas de saúde, educação, saneamento básico, preservação do meio ambiente e prevenção de acidentes, como enchentes e deslizamentos de encostas.Nesse aspecto, a participação dos profi ssionais da engenharia, da agronomia e das geociências é fundamental para a elaboração de ins-trumentos de políticas públicas locais como os planos diretores, confor-me previsto no Estatuto da Cidade. Por isso, é importante que as admi-nistrações municipais organizem equipes técnicas com a participação desses profi ssionais.



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RELATÓRIO DOS CADERNOS DE DIAGNÓSTICOS TEMÁTICOS - O Relatório dos Cadernos de Diagnósticos Temáticos - Minas

Gerais, elaborado em 2020, articula as demandas apresentadas pelos profissionais da engenharia, da agronomia e das geociências durante os Encontros Regionais - Políticas Públicas e Corresponsabilidade, realizados entre 2012 e 2013, e as proposições aprovadas durante o 10º Congresso Estadual de Profissionais de Minas Gerais (CEP-MG), realizado em 2019. • http://bit.ly/relatóriodoscadernos OUTRAS

CARTILHAS E MANUAIS - Confira as cartilhas, manuais e relatórios do Crea-MG sobre sustentabilidade, planos diretor e setoriais, mobilidade, acessibilidade, saneamento e eficiência energética. • http://bit.ly/

EngenhariaSustentável

A ENGENHARIA E A SUSTENTABILIDADE - A série de cartilhas A Engenharia e a Sustentabilidade, composta de cinco volumes, tem o propósito de disseminar conhecimento, estratégias e ferramentas para integrar os ODS ao exercício profissional da engenharia e das profissões das áreas tecnológicas. As publicações reforçam a importância do protagonismo desses profissionais na construção de um planejamento sustentável e justo.

10º CEP/CNP - Realizado para discutir Estratégias da Engenharia e da Agronomia para o Desenvolvimento, o 10º Congresso Estadual de Profissionais de Minas Gerais reuniu profissionais em 63 eventos locais e 7 edições regionais, antes da etapa estadual. Entre maio e junho de 2019, foram elaboradas mais de 300 propostas, que estão sistematizadas no site do evento. • http://bit.ly/10CEPCNP

POLÍTICAS PÚBLICAS - Confira as principais políticas públicas de abrangência nacional e estadual que têm inteface direta com as áreas da engenharia, da agronomia e das geociências. • bit.ly/CreaPolíticasPúblicas

CARTA DO CREA-MG AOS CANDIDATOS NAS ELEIÇÕES 2020 - Propostas da engenharia, da agronomia e das geociências de Minas Gerais para tornar nossas cidades boas de se viver. • bit.ly/CartaCrea-MG


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Uma das questões mais destacadas pe-los profissionais das áreas tecnológicas, com relação aos transportes no estado, é a necessidade de investimentos numa

rede multimodal. O crescimento de outras cate-gorias, como as ferrovias e as hidrovias, poderia desafogar o sistema rodoviário, com racionaliza-ção de custos.O modal ferroviário é subaproveitado no Brasil, respondendo por apenas 20,7% do nosso siste-ma de transporte – bem abaixo de outros países com grande extensão territorial como Canadá, EUA e China. A expansão da malha ferroviária brasileira se justifica por ser um meio mais segu-ro, por sua grande capacidade de transporte e pelo baixo custo de manutenção.O investimento em infraestrutura de transporte realizado pelo governo federal, em 2019, correspondeu a apenas 0,14% do PIB brasileiro – o menor em 12 anos, segundo a Confederação Nacional dos Trans-portes (CNT). Nos países emergentes e desenvolvidos, essa proporção chega a 8%. A média de investimento dos últimos 30 anos é de apenas 0,8% do PIB, o que coloca o Brasil numa situação de inferioridade em relação aos demais países do BRICS (grupo constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).Mais de 60% das mercadorias e mais de 90% dos passageiros são transportados pelas rodovias. Além de sobrecarregar o sistema, isso contribui para o aumento dos gastos com transportes e para a elevação do chamado “custo Brasil”.A insuficiência da malha rodoferroviária acaba estrangulando o desenvolvimento no estado, comprometendo o escoamento da produção e a atração de novas in-dústrias. Há ainda a necessidade de manutenção e de construção de novas vias para complementar a rede rodoviária regional, assim como de um novo planeja-mento que articule os níveis federal, estadual e municipal de governo. Isso poderia contribuir para solucionar problemas graves como os trechos rodoviários que atra-vessam áreas urbanas, onde costumam ocorrer congestionamentos e acidentes.Questões como essa devem ser contempladas nos planos diretores dos municí-pios e nos planos de mobilidade, de modo a organizar a circulação de veículos e pedestres. Esses planos devem regulamentar também os deslocamentos por bicicletas, que são comuns nas proximidades das rodovias. Ou ainda evitar que as estradas – que são vias de alta velocidade – sejam utilizadas como avenidas, o que representa um risco para os cidadãos.

EIXO RODOVIAS



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As câmaras, comissões e grupos de trabalho que atuam no Crea-MG promovem discussões e debates acerca das necessidades e de alter-nativas para solucionar questões referentes a transportes multimodais, rodovias e mobilidade urbana. Isso dá origem a diversas propostas que contemplam os transportes coletivos, os não motorizados, os deslo-camentos a pé, a acessibilidade e a conservação das estradas rurais.Esse último aspecto, particularmente, é de fundamental importância, já que hoje as estradas rurais contam com um tráfego intenso e pesado de ca-minhões que transportam os insumos e a produção agrícola. Isso requer um programa permanente de manutenção dessas vias, o que, por sua vez, exige das prefeituras a consti-tuição de equipes técnicas qualificadas e equipamen-tos adequados.A presença de profissionais capacitados na gestão mu-nicipal é importante tam-bém para lidar com ques-tões estritamente técnicas, como a elaboração de pro-jetos a serem apresentados para análise dos órgãos estaduais e federais. Além da questão da segurança nas imediações das rodo-vias, o planejamento visa também outros aspectos, como a ocupação do solo e a prevenção da degradação ambiental devido ao trânsito intenso.Essas são algumas medi-das propostas na Carta do Crea-MG, que influenciam diretamente no desenvol-vimento dos municípios e na qualidade de vida dos cidadãos.

PROPOSTAS DO CREA-MG PARA O EIXO RODOVIAS E MOBILIDADE

• Atuar, sempre que necessário, para sanar a interferência das rodovias que atravessam as cidades, e outros acessos que coloquem em risco a vida dos cidadãos e causem problemas diversos, como congestionamentos, ruídos e poluição do ar.

• Implantar projetos de mobilidade urbana que contemplem os transportes coletivos, especialmente o público, os não motorizados, a acessibilidade e os deslocamentos a pé.

• Propor soluções modais de transporte para evitar excesso de cargas pesadas nas rodovias dentro dos perímetros urbanos e nas estradas municipais.

• Buscar maior compromisso das prefeituras na conservação de estradas rurais, com implementação sistemática de programas de ações preventivas e capacitação dos profissionais que atuam nesse serviço, garantindo o escoamento da produção agropecuária.


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A ASSISTÊNCIA TÉCNICA É FUNDAMENTAL PARA OS AGRICULTORES FAMILIARES.



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EIXO ALIMENTOS

O agronegócio é um setor que utiliza tecnologias modernas e não só no meio rural. Elas estão presentes também na agroindústria que fornece sementes, adubos, agrotóxicos e outros insumos agrícolas.O Brasil tem uma posição de destaque no agronegócio mundial.

Com uma grande quantidade de recursos naturais e com investimentos em ciência e tecnologia, o país deixou de ser importador para se tornar o se-gundo maior exportador de alimentos do mundo num espaço de apenas 40 anos. Hoje o Brasil exporta para mais de 150 países, sendo que só a China responde por quase 40% das vendas.Apesar da pandemia de covid-19, que causou uma retração de 4,5% na eco-nomia brasileira em 2020, a agropecuária cresceu 2% nesse ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Hoje, o agronegócio representa quase 25% do PIB nacional e emprega um terço da população ativa.Embora a tecnologia tenha sido um fator fundamental para o crescimento do agronegócio no Brasil, o acesso a ela, em larga escala ainda, constitui um desafio para o setor. Assim, os profissionais da área tecnológica enumeram medidas importantes para sanar esse problema:

• A ampliação da assistência técnica aos agricultores. • Investimento em programas de capacitação dos produtores. • Diversificação da assistência técnica através de parcerias entre o

estado, os municípios, as entidades de classe e as associações de produtores.

A assistência técnica é fundamental para os agricultores familiares, que hoje produzem a maior parte dos alimentos consumidos no país. A agricultura fa-miliar emprega 74% da mão de obra rural e é responsável por 38% da renda bruta do agronegócio no Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).A agricultura familiar cumpre ainda uma importante função social, gerando postos de trabalho no campo e contribuindo para a redução do êxodo rural. E sua produção abastece o mercado mineiro com alimentos de qualidade, contribuindo para a segurança alimentar no estado.De acordo com a ONU, a segurança alimentar ocorre quando as pessoas têm acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nu-tritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades, tendo assim uma vida ativa e saudável.


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Os próprios municípios constituem importantes mercados para os agricultores familiares comercializarem seus produtos, que normal-mente são cultivados de forma social e ambientalmente sustentável.Nesse sentido, os profissionais da área tecnológica propõem me-didas para incentivar a agricultura familiar e a agricultura orgânica. São questões incluídas na Carta do Crea-MG, sugerindo, além da capacitação, o estímulo à organização dos agricultores em associa-ções e cooperativas. Essas e outras ações podem ser incentivadas pelas administrações municipais, a quem cabe também a atualiza-ção da legislação na área de alimentos para dar suporte à produção local. Com relação à qualidade dos alimentos, outra medida propos-ta é a orientação técnica aos agricultores a fim de instruí-los quanto ao uso de defensivos agrícolas, evitando sua utiliza-ção indiscriminada. Finalmente, um aspecto fun-damental e que exerce gran-de influência sobre o trabalho desenvolvido no campo diz respeito à importância da ma-nutenção periódica das estra-das rurais - um tema levantado também nas discussões sobre o eixo Rodovias.A falta de conservação dessas vias dificulta o recebimento de insumos e o escoamento da produção do agronegócio. A dificuldade de tráfego chega a encarecer o valor do frete, pro-vocando perdas para os pro-dutores, para os consumidores e para o próprio município.Cabe, portanto, às administra-ções municipais a capacitação dos profissionais que atuam no serviço de conservação das estradas rurais.

PROPOSTAS DO CREA-MG PARA O EIXO ALIMENTOS

• Implantar ou ampliar programas voltados para segurança alimentar, fortalecendo a cadeia local do agronegócio.

• Fomentar a agricultura urbana e a familiar, investindo em programas de capacitação e em assistência técnica adequada aos produtores.

• Fortalecer, capacitar e incentivar a produção de alimentos orgânicos nos municípios.

• Atualizar, sempre que necessário, a legislação da área de alimentos no que compete aos municípios.



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A UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO AINDA É UM OBJETIVO A SER ALCANÇADO.


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Omundo enfrenta hoje graves questões ambientais que afetam a qua-lidade de vida das pessoas. Muitos desses problemas se originam de um dos maiores desafi os atuais, que são as mudanças climáticas. Esse quadro é agravado pela ação humana, que é responsável pelos

desmatamentos, pelas queimadas e pela poluição das águas. Nos diversos fóruns de discussão, como o Congresso Estadual de Profi ssionais (CEP-MG), realizado em 2019, os participantes manifestam sua preocupação com relação à degrada-ção ambiental. Além de medidas para conter a destruição da vegetação, foram sugeridos:

• A instalação e o monitoramento de um plano de gerenciamento de recursos hídricos nos municípios a fi m de controlar a poluição e o assoreamento dos cursos d’água.

• A revitalização das nascentes.• A reconstituição das matas ciliares.• A contenção da poluição dos cursos d´água causada por indústrias,

esgotamento sanitário e resíduos das atividades agrícolas, como os defensivos agrícolas.

Em 2015, a ONU lançou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que estipulou 17 objetivos e 169 metas mundiais a serem atingidos até 2030. São ações nas áreas de proteção do meio ambiente, agricultura, energia, saúde, educação, saneamento, e outras ligadas à melhoria das condições de vida da população.Os ODS reservam um papel relevante às administrações públicas. Além de cons-tituírem uma alavanca para a economia, as instâncias de governo acabam es-tabelecendo um padrão para a sociedade ao adotarem práticas sustentáveis de consumo e contratação de serviços. Um exemplo disso seria a exigência de uma conduta ambientalmente responsável dos fornecedores e das empresas partici-pantes de licitações.Porém, um problema detectado pelos profi ssionais das áreas tecnológicas é a defi ciência da gestão ambiental nos municípios. Em geral, isso ocorre devido à falta de recursos e de um corpo técnico qualifi cado para o gerenciamento desse setor. Segundo dados da Pesquisa de Informações Muncipais (Munic), realizada pelo IBGE, em 2008, pouco mais de um terço das prefeituras destinava recursos próprios para a área do meio ambiente. Isso difi culta a melhoria da situação em áreas sensíveis, como o saneamento.De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), divulgada pelo IBGE em 2017, praticamente 40% dos municípios brasileiros ainda não têm serviço de esgotamento sanitário. Por isso a Carta do Crea reivindica a elabo-

EIXOMEIO AMBIENTE



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ração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), onde ele ainda não é uma realidade.Em Minas Gerais, o quadro é melhor, com 93,7% do esgoto sendo coletado por rede, o que não significa que todos os domicílios sejam atendidos nos municípios onde o serviço existe. Porém, apenas 60,1% do esgoto coletado por rede recebe tratamento em Estações de Tratamento de Esgoto.Já o abastecimento de água chega a 99,6% das localidades do país, enquanto em Minas já estava em 100% desde 2000. Apesar disso, 43 dos municípios do es-tado (5% do total) não tinham Estação de Tratamento de Água (ETA) ou Unidades de Tratamento Simplificado (UTS) em funcionamento.A expectativa é de que a aprovação do novo marco legal do saneamento, em julho de 2020, ajude a melhorar esses números. Deverá ocorrer uma ampliação dos investimentos em saneamento, com a entrada, no setor, do capital privado. Hoje, 94% da rede de água e esgoto é gerida pelo poder público.A meta estipulada é a cobertura de 99% para o fornecimento de água e de 90% para a coleta e o tratamento de esgoto, em todo o país, até o fim de 2033. A Agência Nacional de Águas (ANA) definirá padrões de qualidade e eficiência na prestação de serviços e na manutenção dos sistemas de saneamento básico. Caso as metas não sejam cumpridas, as empresas podem perder o direito de exercer essas atividades. O que se espera é que possamos avançar rumo à universalização do saneamento básico. Isso resultaria na melhoria da qualidade de vida da população e na redu-ção de gastos em outros setores, como o de saúde pública.

PROPOSTAS DO CREA-MG PARA O EIXO MEIO AMBIENTE

• Elaborar, onde não houver, o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) contemplando o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas.

• Colocar em prática e monitorar, de maneira eficiente, um plano de gerenciamento de recursos hídricos nos municípios e bacias hidrográficas para conter a poluição e o assoreamento, recuperando e revitalizando cursos d’água.

• Apoiar projetos e a aplicação de tecnologias sustentáveis de aproveitamento de resíduos, eficiência energética, reciclagem e reúso de água.

• Ampliar a educação e a conscientização ambiental da população.


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A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE DRENAGEM E DE SANEAMENTO É FUNDAMENTAL PARA PROPORCIONAR SEGURANÇA À POPULAÇÃO.



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As cenas de ruas alagadas, deslizamentos, casas des-truídas e mortes constituem uma triste rotina no Brasil praticamente todos os anos. Somente em Mi-

nas Gerais neste último período chuvoso (outubro de 2020 a fevereiro de 2021), segundo a Defesa Civil do estado, 21 pessoas perderam a vida e 1.501 ficaram desabrigadas nos 108 municípios atingidos pelas chuvas. Os prejuízos materiais chegaram a quase 40 milhões de reais.Isso decorre, em grande parte, da ausência de planejamento. Embora alguns mu-nicípios adotem medidas no sentido da prevenção, essa prática, muitas vezes, é insuficiente. As ações do poder público no Brasil, normalmente, limitam-se a inter-venções emergenciais e localizadas. Não há, em geral, uma preocupação preven-tiva no sentido de dotar os municípios de uma infraestrutura suficiente para evitar os impactos das chuvas. Alguns sequer possuem corpo técnico capacitado para desenvolver um trabalho nesse sentido. A elaboração dos Planos de Drenagem e de Saneamento é fundamental para minimizar esses tipos de ocorrências e pro-porcionar segurança à população.A falta de planejamento resulta em diversos problemas, como o descontrole do processo de urbanização. O crescimento desordenado das cidades, por sua vez, traz uma série de dificuldades para o enfrentamento das chuvas intensas. Entre elas estão as ocupações irregulares, intensificadas ainda pela falta de fiscaliza-ção; a excessiva impermeabilização do solo urbano, que reduz a capacidade de absorção das águas das chuvas; e a falta de manutenção das redes de drenagem, que acabam se tornando defasadas devido ao adensamento demográfico.O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é um instrumento estratégico de gestão para as prefeituras. Ele estabelece as condições para a universalização dos serviços de abastecimento de água potável, de esgotamento sanitário, de ma-nejo de resíduos sólidos e de drenagem das águas pluviais. Ele deve ser elaborado observando-se a realidade específica de cada município e de acordo com o esta-belecido na lei federal n.º 11.445/2007, que institui a sua obrigatoriedade. O decreto federal n.º 10.203, de janeiro de 2020, determina que, a partir de de-zembro de 2022, somente os municípios que tiverem seu PMSB aprovado pode-rão requerer verbas federais para obras e projetos relacionados ao saneamento básico. Entre eles estão a construção de redes de esgoto, a implantação de ater-ros sanitários e a criação de captações de água.De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sus-tentável (Semad), dos 572 municípios mineiros que forneceram informações ao Sistema Nacional de Informações de Saneamento (Snis), apenas 355 declararam possuir um PMSB aprovado. Para melhorar esse quadro, a Subsecretaria de Ges-

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tão Ambiental e Saneamento da Semad disponibiliza apoio técnico para os gestores municipais com orientações sobre os procedimentos neces-sários para a elaboração do plano. O PMSB deve interagir com outros instrumentos setoriais existentes, como o Plano Diretor, para potencializar as ações de planejamento municipal.Essas ações podem proporcionar:

• Proteção contra os efeitos das chuvas.

• Segurança hídrica. • Melhoria dos índices de saúde

da população. • Desenvolvimento econômico com

preservação do meio ambiente.Outras medidas sugeridas pelos pro-fissionais da engenharia, da agrono-mia e das geociências são:

• Separação dos esgotos sanitários da rede de drenagem.

• Definição de formas para conter o assoreamento dos cursos d’água.

• Realização da limpeza dos rios. • Implantação da Defesa Civil

Municipal. • Organização de planos de

contingência para atendimento nos momentos de desastres, em cumprimento à lei federal n.º 12.608/2012.

• Melhoria do serviço de limpeza urbana, incluindo a coleta de resíduos sólidos, já que o acúmulo de lixo acaba gerando inundações.

São questões que contribuem deci-sivamente para o aumento da segu-rança da comunidade e que constam na Carta do Crea como propostas que devem ser implantadas.

PROPOSTAS DO CREA-MG PARA O EIXO IMPACTO DAS CHUVAS • Atuar para erradicar, nos

municípios, áreas de risco de escorregamento de encostas e de inundações e adequar as redes de drenagem urbana ao crescimento das cidades.

• Criar e implantar reservas de água, através de represamentos de águas pluviais, especialmente para alimentar os lençóis freáticos e conter o movimento indesejado e acelerado das águas destruidoras.

• Implantar a Proteção e Defesa Civil Municipal, estabelecer planos de contingência para atendimento nos momentos de desastres, e treinar os recursos humanos especialmente nos trabalhos de resgate.



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COM A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O ESTATUTO DA CIDADE, OS MUNICÍPIOSCONQUISTARAM ACONDIÇÃO DE PROMOTORES DE SEU PRÓPRIODESENVOLVIMENTO.


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Um dos maiores problemas dos centros urbanos brasileiros está rela-cionado à falta de planejamento. Mesmo as cidades que foram ori-ginalmente projetadas, como Belo Horizonte e Brasília, sofrem com essa questão, na medida em que seu processo de crescimento ao lon-

go dos anos ultrapassou os limites previamente defi nidos, passando a ocorrer de forma descontrolada.O crescimento desordenado gera uma série de problemas em áreas como habitação, saneamento, mobilidade e acessibilidade. Isso pode ser observado no dia a dia das cidades através da falta de moradias, das construções irregu-lares, das carências no transporte e das difi culdades de circulação.Porém, há exceções. Existem cidades que buscam valorizar o planejamento. Em 2017, a revista Exame publicou a relação das 50 cidades brasileiras que mais se destacam no quesito planejamento urbano segundo o ranking Con-nected Smart Cities, da consultoria Urban Systems.O estudo leva em conta 13 critérios. Quatro estão relacionados aos transpor-tes: proporção entre ônibus e automóveis; idade média da frota de transporte público; quantidade de ônibus por habitante; e alternativas de transporte. Três se referem ao saneamento, avaliando os serviços de água, de esgoto e a arbo-rização do município. E seis estão relacionados ao próprio trabalho de planeja-mento urbano, considerando: o plano diretor estratégico; a lei de zoneamento; a lei de operação urbana consorciada; a emissão de certidão negativa e alvará on-line; as despesas municipais com urbanismo; e as vias pavimentadas.Oito cidades mineiras fazem parte desse ranking. Belo Horizonte, apesar dos problemas comuns a todas as metrópoles brasileiras, desenvolveu um importante trabalho de planejamento nos últimos anos, que resultou numa melhoria na prestação de serviços públicos e na qualidade de vida de sua população. Com isso, aparece em segundo lugar no levantamento, logo atrás de Santos (SP), que lidera o ranking. Destacam-se também Patos de Minas (7º), Itaúna (11º), Juiz de Fora (12º), Betim (21º), Iturama (26º), Uberaba (28º) e Ipatinga (49º).Mas, apesar desses bons exemplos, o que predomina na maioria das cidades de Minas e do Brasil é a ausência de um trabalho de planejamento. Conforme destacado pelos profi ssionais das áreas tecnológicas em várias oportunida-des, as administrações públicas precisam desenvolver um trabalho de médio e longo prazos para a solução dos problemas recorrentes nas cidades.

EIXO URBANICIDADE



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Com a Constituição de 1988 e a lei n.º 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), os municípios conquistaram instrumentos que os colocam na condição de promo-tores de seu próprio desenvolvimento. O Estatuto da Cidade institui disposi-tivos que permitem o planejamento do espaço urbano com a participação da sociedade, como o plano diretor, que é obrigatório para todos os municípios com mais de 20 mil habitantes.Porém, para realizarem esse propósito, os municípios precisam se estruturar ad-ministrativamente, constituindo equipes qualificadas, com profissionais capazes de oferecer soluções adequadas para os seus desafios.É por isso que a Carta do Crea-MG enfatiza a necessidade de capacitação técnica dos municípios para elaboração e revisão dos planos diretores e dos planos setoriais. A qualificação da gestão pública é uma premissa para a superação de diversos problemas em áreas como saneamento, drenagem e mobilidade urbana. Mas isso demanda também outra postura, que considera, inclusive, a continuidade na exe-cução de programas e projetos para além do tempo correspondente a cada go-verno.O aprimoramento do planejamento urbano está ligado ao conceito de cidades inteligentes – aquelas que potencializam os recursos de modo a oferecer ser-viços de melhor qualidade para os cidadãos e utilizam a tecnologia para aliar a eficiência nos transportes, nas comunicações e nos serviços públicos com sus-tentabilidade ambiental. Trata-se de um cenário factível desde que sejam adotadas boas práticas de ges-tão, planejamento e racionalização dos recursos disponíveis.

PROPOSTAS DO CREA-MG PARA O EIXO URBANICIDADE • Defender a capacitação técnica dos municípios para elaboração e

revisão de plano diretor e de planos setoriais como os de habitação, assistência técnica, saneamento e mobilidade, dentre outros.

• Criar departamentos de engenharia para as questões técnicas: infraestrutura urbana, edificações, planejamento urbano, mobilidade urbana.

• Contribuir para a regularização dos imóveis urbanos. • Exigir rotinas de inspeção periódica para estruturas públicas (obras

prediais, obras de infraestrutura urbana), bem como instituir planos de manutenção para tais empreendimentos, que terão a função de orientar os responsáveis por atividades preventivas e/ou corretivas.


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O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DAS ÁREAS TECNOLÓGICAS ESTÁ NA BASE DO DESENVOLVIMENTO DE UM PAÍS.



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A falta de planejamento no setor público brasileiro, em todos os níveis, é um problema mencionado de forma recorrente nas discussões de eventos como o Congresso Estadual de Profissionais (CEP), realizado em 2019. Trata-se de uma questão que está na raiz de problemas que afetam o dia a

dia das pessoas de diversas formas.O trabalho dos profissionais das áreas tecnológicas está na base do desenvolvi-mento de um país. Não por acaso, até o início do atual século, Estados Unidos e Ja-pão – que hoje são, respectivamente, a primeira e a terceira maiores economias do mundo – eram os países que mais formavam engenheiros. Hoje, os Estados Unidos ocupam a terceira posição nesse ranking e o Japão, a sexta, enquanto os primeiros lugares são ocupados por países emergentes.Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, referentes a 2015, a Rússia, que ocu-pa a primeira colocação, forma mais de 450 mil engenheiros por ano, e a China, na segunda posição, forma mais de 420 mil. Outro país dos BRICS (grupo de países emergentes constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que figura entre os dez que mais formam engenheiros é a Índia, que ocupa a quinta colocação. A lista conta ainda com países com economias menores que a do Brasil, que não apa-rece no ranking. É o caso do Irã, da Indonésia e da Ucrânia, por exemplo. Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que os países desenvolvidos possuem um número maior de engenheiros. Enquanto os Estados Unidos e o Japão possuem 25 engenheiros a cada 100 mil habitantes, no Brasil a proporção é de apenas seis engenheiros para cada 100 mil. Essa é uma realidade que pode comprometer não só o desempenho da economia brasileira, mas também o atendimento das demandas da sociedade, que perde com a não valorização desses profissionais.Portanto, é fundamental que engenheiros, agrônomos e profissionais das geociên-cias componham as equipes técnicas na administração pública nos níveis federal, estadual e municipal. E um passo fundamental para o êxito no planejamento e na conquista de objetivos da gestão pública é a criação e a valorização das carreiras técnicas, com a definição de um plano de cargos e salários específico.Esse é o objetivo do projeto de lei n.º 13 de 2013, em tramitação no Senado Federal. O referido projeto caracteriza como exclusivas de estado as atividades exercidas por engenheiros e agrônomos no âmbito do serviço público, reconhecendo-as como essenciais. Trata-se de uma antiga reivindicação dessas categorias e que conta com o apoio do Crea-MG, que tem a valorização das profissões da área tecnológica como uma bandeira histórica.

EIXO VALORIZAÇÃO DAS PROFISSÕES


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Em diversas oportunidades o Conselho manifestou a impor-tância do papel da engenha-ria, da agronomia e das geoci-ências no setor público.Também no nível municipal, é essencial que esses profi ssio-nais componham as equipes técnicas e sejam valorizados. As prefeituras devem criar de-partamentos específi cos para a organização de suas ativida-des, que são indispensáveis para o desenvolvimento local.Cabe a eles, entre outras coi-sas, o planejamento e a exe-cução de projetos, o acom-panhamento de obras de infraestrutura, a inspeção dos imóveis urbanos e dos empre-endimentos rurais, bem como o cumprimento da legislação referente ao plano diretor e a outros planos de responsabili-dade da prefeitura. Tudo isso numa perspectiva de preser-vação do meio ambiente, ob-servação da ética e transpa-rência na defesa do interesse público.

PROPOSTAS DO CREA-MG PARA O EIXO VALORIZAÇÃO DAS PROFISSÕES• Valorizar os profi ssionais do

Sistema Confea/Crea e Mútua.• Atuar para que as soluções

técnicas que estejam em conformidade com as demandas da população tenham prioridade nos investimentos.

• Atuar, sempre que necessário, para criar consórcios intermunicipais para que os municípios tenham acesso a serviços técnicos adequados.

• Incentivar a utilização de técnicas e insumos agrícolas menos agressivos, com a adequada fi scalização do uso e da disposição fi nal das embalagens.

• Defender a fi scalização técnica adequada de obras e serviços, desde o planejamento, o projeto, a execução e a manutenção.

• Divulgar as atribuições e as competências técnicas dos profi ssionais do Sistema Confea/Crea e Mútua e a valorização da ética profi ssional.

• Defender e contribuir para ampliar a representatividade do Crea-MG nos conselhos institucionais vinculados ao meio ambiente.



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PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA

Com a redemocratização do Brasil na segun-da metade da década de 1980, a participa-ção popular na gestão pública passou a ser cada vez mais estimulada. Desde a promul-

gação da Constituição de 1988, foram instituídos diversos mecanismos que permitem à sociedade fa-zer parte do processo de tomada de decisões e da formulação e fiscalização das políticas públicas. En-tre eles estão o projeto de lei de iniciativa popular, o orçamento participativo e os conselhos municipais.



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O Crea-MG, por meio de diversas iniciativas, busca ir além de sua missão de proteger a sociedade através da verificação e da fisca-lização do exercício e das atividades das profissões regulamen-tadas nas áreas da engenharia, da agronomia e das geociências. Busca também participar dos grandes debates nacionais e fazer com que a engenharia, a agronomia e as geociên-cias possam contribuir, cada vez mais, para o desenvolvimento do país.É importante que os profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua, cujo tra-balho está diretamente ligado à melho-ria das condições de vida das pessoas, estejam presentes nas discussões de in-teresse da comunidade. A relação com as entidades de classe representativas desses profissionais e com diversas or-ganizações da sociedade civil permite ao Conselho a propo-sição de projetos de desen-volvimento em nível nacional, regional e local. E possibilita também sua aproximação com os municípios, principalmente através de suas inspetorias e escritórios de representação em todo o estado.Esse apoio não só permite aos gestores públicos o cum-primento da legislação, mas proporciona benefícios às comunidades em todo o es-tado, em termos de qualidade de vida. Isso é particularmen-te importante nos municípios menores, que não dispõem de equipes técnicas especializadas que possam executar esses planos.O Programa de Engenharia Pública, por exemplo, visa a assegurar a as-sistência técnica gratuita às famílias de baixa renda para a construção de habitações de interesse social. Essa iniciativa se reveste de uma importân-cia capital num país com graves pro-blemas nesse setor. Estudo da Funda-

O CREA-MG BUSCA PARTICIPAR DOS GRANDES DEBATES NACIONAIS, CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS.


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ção João Pinheiro revela que o deficit habitacional aumentou no Brasil, em 2019, chegando a quase seis milhões de moradias. Assim, é importante a presença de representantes do Crea-MG, de profissionais da engenharia, da agronomia e das geociên-cias, assim como de suas enti-dades de classe, nas diversas instâncias de poder. É o caso dos conselhos municipais, que podem apresentar propostas, acompanhar e fiscalizar as po-líticas públicas locais. Por isso são instrumentos importantes para o planejamento municipal.

Qualquer cidadão ou grupo da sociedade civil pode sugerir a criação ou organizar um conselho, através, por exemplo, de uma proposta de iniciativa popular. Mas ele deve ser instituído por lei municipal, aprovada pela câmara de vereadores e pelo prefeito, como qualquer lei.Os conselhos constituem espaços para a discussão das políticas públicas em áreas específicas como saúde, educa-ção, habitação, mobilidade urbana, meio ambiente e outras de grande relevância para o desenvolvimento social. Por isso é importante que sejam implementados e incentivados em todos os municípios.Da mesma forma, as frentes parlamen-tares constituem uma via interessante de atuação política. Elas são criadas pelos próprios membros do poder le-gislativo federal, estadual e municipal e constituem um importante fórum de discussão sobre diversos temas de inte-resse da sociedade. É o caso das fren-tes parlamentares de engenharia, que tratam de aspectos essenciais nas áre-as tecnológica e de desenvolvimento.

O CARÁTER PLURIPARTIDÁRIO DAS FRENTES PARLAMENTARES ASSEGURA QUE OS DIFERENTES SEGMENTOS SOCIAIS TENHAM VOZ NO DEBATE DEMOCRÁTICO.



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O Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a Câmara Municipal de Belo Horizonte possuem suas frentes parlamentares de engenharia. Entre os temas tratados por essas frentes, estão o combate ao exercício ilegal das profissões reguladas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua; medidas a serem tomadas com relação às obras paralisadas e a introdução, nas obras civis, de mecanismos de acessibilidade, de modo a permitir o deslocamento de grupos com mobilidade reduzida, como idosos e pessoas com deficiência.Outro assunto relevante que está me-recendo o acompanhamento dos in-tegrantes dessas frentes é a necessi-dade de criação da carreira de estado para engenheiros. Trata-se de uma me-dida importante tendo em vista o papel desempenhado por esses profissionais no desenvolvimento dos municípios e do estado.O caráter pluripartidário das frentes par-lamentares em geral assegura que os di-ferentes interesses e segmentos sociais tenham voz no debate democrático. Es-pecialmente com relação às discussões de interesse de toda a sociedade.O Sistema Confea/Crea e Mútua valo-riza e participa dos debates em todos os níveis, sendo uma referência nas questões relativas ao desenvolvimento inclusivo. Com esse objetivo, o Crea-MG produz materiais informativos, como guias e cartilhas, com orientações para os gestores municipais. Entre os assuntos abordados nesses materiais destacam-se o Estatuto da Ci-dade, a engenharia pública, a acessibilidade e a gestão dos resíduos sólidos.Além da celebração de convênios e do esforço de mobiliza-ção de profissionais, instituições de ensino e da sociedade civil, o respaldo do Crea-MG às administrações municipais ocorre por meio de iniciativas como sua participação no gru-po gestor estadual. Esse fórum, entre outras ações, discute e capacita cidadãos para a elaboração dos planos diretores.São medidas que fazem com que o Conselho esteja cada vez mais inserido no dia a dia dos municípios. E que seja também um ator importante no esforço de construção do desenvolvimento com participação social e com respeito ao meio ambiente.

O CREA-MGESTÁ, CADA VEZ MAIS,INSERIDO NO DIA A DIA DOS MUNICÍPIOS


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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

A ausência de uma cultura de pla-nejamento é um problema crônico no Brasil. Esse é um dos maiores entraves ao desenvolvimento, já

que o planejamento constitui um fator in-dispensável para que a gestão pública pos-sa alcançar seus objetivos. Trata-se de uma questão já abordada pelos profissionais da área tecnológica em diversos fóruns de dis-cussão, nos quais a necessidade do poder público trabalhar tendo em vista uma visão estratégica de futuro sempre é enfatizada.



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Para que isso ocorra, é importante a superação da prática do imediatismo. Isso implica a elaboração de projetos que atendam às necessidades da comunidade de forma sustentável, ou seja, que não se limitem a iniciativas transitórias, mas que ultrapassem o tempo correspondente a um mandato. A continuidade administrati-va e a realização de projetos em curso representam um avanço do ponto de vista da gestão pública.O planejamento elaborado hoje trará resultados somente no médio e no longo pra-zo. E o êxito desse processo depende da iniciativa do gestor público, da existência de uma equipe qualificada - que precisa contar com profissionais com conheci-mentos técnicos específicos - e da atuação da sociedade, que ocorre através dos mecanismos democráticos de participação.O Estatuto da Cidade (lei n.º 10.257/2001) determina, em seu artigo 44, que a participação popular e a realização de debates e consultas públicas são condi-ções obrigatórias para a aprovação do Plano Plurianual e da Lei Orçamentária Anual pela câmara de vereadores. Tendo como objetivo a definição das linhas gerais da política urbana no Brasil, o Estatuto da Cidade estabelece instrumentos para a atuação social. Um desses instrumentos é o plano diretor, que possibilita à sociedade fazer parte do processo decisório referente aos orçamentos e aos investimentos a serem realizados pelas prefeituras municipais.O plano diretor é o mecanismo que define a política de desenvolvimento e de expansão urbana. É obrigatório por lei para os municípios que possuem mais de 20 mil habitantes, para os in-tegrantes de regiões metropolitanas e para aqueles localizados em áreas de especial interesse turístico ou com atividades de significativo impacto ambiental.A elaboração do plano diretor é de responsabilidade da prefeitura, de-vendo ser aprovado pela câmara de vereadores. Desde o início deve ser assegurada a participação dos diver-sos segmentos sociais, já que o plano estabelece os parâmetros para o de-senvolvimento do espaço em que vive toda a coletividade.O plano diretor deve ser formulado tendo em vista as condições específi-cas de cada município. Por isso, con-forme determina o artigo 40 do Esta-tuto da Cidade, ele deve ser revisto,

O PLANEJAMENTO É INDISPENSÁVEL PARA QUE A GESTÃO PÚBLICA POSSA ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS.


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pelo menos, a cada dez anos, para que possa espelhar a realidade em constante transfor-mação dos espaços urbano e rural.Mais do que o cumprimento da lei, a elabo-ração e a revisão periódica do pla-no diretor são fundamentais para a construção democrática de um pla-nejamento que possa refletir de fato as necessidades de todos os seto-res sociais. É uma oportunidade de reunir as áreas técnicas, políticas e populares num debate em torno da construção de uma cidade inclusiva e sustentável.Os planos municipais também cons-tituem instrumentos fundamentais para o planejamento urbano. Eles propõem políticas de desenvolvimen-to para o município em áreas como:

• Educação • Saúde • Habitação • Desenvolvimento econômico • Saneamento básico • Defesa civil • Preservação do meio ambiente

O objetivo é identificar os problemas especí-ficos em cada área e definir as ações a se-rem implementadas a fim de atender às reais necessidades da comunidade. A formulação dos planos municipais constitui também um pré-requisito para o acesso dos municípios aos recursos do Estado e da União. Após sua elaboração, os planos municipais devem ser apresentados à população através dos canais de participação social como os con-selhos municipais e as audiências públicas. O processo de discussão é importante porque ele é que vai imprimir o caráter de construção coletiva dos planos que irão balizar a atua-ção da gestão pública. A partir da aprovação do projeto tem início a fase de execução das ações, que devem ser monitoradas e avaliadas de acordo com as metas estabelecidas.

O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DAS ÁREAS TECNOLÓGICAS ASSUME UM PAPEL CENTRAL PARA O DESENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS.

Nesse aspecto, é importan-te destacar o trabalho dos engenheiros, dos agrôno-mos e dos profissionais das geociências, que assumem um papel central em todo esse processo de planeja-mento e de desenvolvimen-to dos municípios. Por isso é fundamental que as pre-feituras contem com esses profissionais em suas equi-pes técnicas, já que são os agentes capacitados para a elaboração e a condução dos planos municipais.Além de planejar, os profis-sionais do Sistema Confea/Crea e Mútua lidam direta-mente com o desenvolvi-mento tecnológico, que é es-tratégico para o crescimento dos municípios de forma sus-tentável e com justiça social.



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FONTES DE RECURSOS PARA OS MUNICÍPIOS

A Constituição Federal de 1988 concedeu autonomia ao Mu-nicípio, tornando-o um ente federativo, ao lado da União,

dos Estados e do Distrito Federal. Com isso, foi instituída a repartição de competências entre essas esferas da Federação, o que significa que o Mu-nicípio absorveu obrigações.Além dos serviços de saúde e de edu-cação fundamental, cabe ao Municí-pio, por exemplo, gerir o transporte público local, planejar as vias urbanas, cuidar da manutenção, iluminação e limpeza de parques e praças da cida-de e promover eventos culturais, entre outras atribuições.É claro que, para poder cumprir suas obrigações, as prefeituras precisam de recursos. Parte deles advêm da co-brança de tributos municipais. Outra fonte de recursos são os repasses do Estado e da União, que estão previstos nos artigos 158 e 159 da Constituição.



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Essas transferências podem ser obri-gatórias ou voluntárias. As transfe-rências obrigatórias são aquelas de natureza legal. É o caso das áreas de saúde e educação, em que a União é obrigada a transferir parte dos valo-res oriundos da arrecadação de im-postos federais para os municípios.Já as transferências voluntárias são aquelas para as quais a União e o Es-tado realizam chamamento público para a destinação de recursos. Para se habilitarem a esses financiamen-tos, os municípios precisam atender a determinadas condições previamente definidas. Essas condições são espe-cificadas nos sistemas de gestão de convênios federal (Sincov) e estadual (Sigcon) e incluem, entre outras exi-gências, o envio de projeto detalhan-do o tipo de obra a ser realizada.Há ainda programas especiais como os da Secretaria de Estado de Infraes-trutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), através dos quais os muni-cípios podem obter determinados ma-teriais para o desenvolvimento de sua infraestrutura. Entre esses materiais estão vigas, bueiros e mata-burros.A obtenção de financiamentos é um meio ao qual os gestores municipais podem recorrer para proporcionar be-nefícios à população, como uma boa infraestrutura e serviços públicos de qualidade. De acordo com a Organi-zação Mundial da Saúde (OMS), cada R$ 1,00 investido em água e sanea-mento resulta numa economia de R$ 4,00 em saúde pública. Por outro lado, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a cada R$ 1 milhão investidos, a construção civil cria 7,64 empregos diretos e 11,4 empregos indiretos. Portanto, os investimentos públi-cos são fundamentais não só para o fornecimento de bons serviços à população, mas também para o estí-mulo à economia e para a racionalização dos gastos.


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O atendimento aos requisitos exigidos requer a constituição de equipes com profissionais capacitados para a capta-ção de recursos e a elaboração de proje-tos de qualidade.Diante da escassez de recursos públi-cos, a qualificação das administrações municipais pode viabilizar a obtenção de fundos junto a outras fontes além dos re-passes do Estado e da União.É o caso das parcerias público-privadas, da constituição de consórcios municipais ou da contratação de financiamentos através de outras esferas de governo.Há ainda instituições financiadoras que possuem diversas linhas de crédito para os municípios, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-cial (BNDES), o Banco de Desenvolvi-mento de Minas Gerais (BDMG), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, além dos bancos privados (ver quadro nas páginas 50 e 51).Em algumas circunstâncias, a captação de recursos externos pode ser obtida em condições mais favoráveis. Instituições como o Banco Interamericano de Desen-volvimento, o Banco Mundial e algumas agências de fomento internacionais pos-suem programas voltados para o finan-ciamento de projetos em áreas de inte-resse direto dos municípios, como:

• Educação • Saúde • Infraestrutura • Desenvolvimento urbano e rural • Meio ambiente.

O êxito na captação desses recursos – alguns, inclusive, a fundo perdido – depende do projeto a ser apresentado pelos gestores públicos, o que reafir-ma a necessidade de um trabalho bem executado.



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ORIGEM DOS RECURSOS INSTITUIÇÕES ÁREAS CONDIÇÕES

BANCOS PÚBLICOS

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.BDMG Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.BANCO DO BRASIL.

• Infraestrutura. • Desenvolvimento Social.

• Desenvolvimento Econômico.

• Educação. • Saúde. • Meio Ambiente. • Turismo, Cultura, Esporte.

• Operações de Crédito.

• Contrato de Concessão de Financiamento.

INICIATIVA PRIVADA CONCESSÕES.

• Sistemas de Abastecimentos de Água e Esgoto.

• Radiodifusão- Rádio e Televisão.

• Infraestrutura.

• Estudo do Negócio: Estudo de Viabilidade de Concessão.

• Avaliação dos Impactos: Estudo de Viabilidade.

• Atendimento à Legislação Vigente.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

CONSÓRCIOS MUNICIPAIS E REGIONAIS.

• Saúde. • Aterro Sanitário. • Resíduos Sólidos. • Planejamento. • Saneamento Básico. • Infraestrutura. • Educação.

• Identificação de Parceiros.

• Estabelecimento de Parcerias.

• Atendimento aos Requisitos Legais.

ORGANISMOS MULTILATERAIS

BID Banco Interamericano de Desenvolvimento

• Desenvolvimento Social.

• Fortalecimento Institucional.

• Repasse de Conhecimento.

• Operações de Crédito • Empréstimos. • Doações.

BIRD Banco Mundial.

• Desenvolvimento Urbano, Econômico e Social.

• Infraestrutura. • Educação. • Saúde. • Gestão Pública. • Meio Ambiente. • Proteção Social. • Desenvolvimento Rural.

• Financiamentos. • Doação. • Garantias.


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ORGANISMOS MULTILATERAIS

NAÇÕES UNIDAS:ONU Mulheres, ONU-Habitat, Unesco, Unicef, Etc.

• Meio Ambiente. • Democracia. • Paz. • Juventude. • Cultura. • Direitos Humanos. • Igualdade Racial. • Agricultura. • Moradia. • Pessoas Com Deficiência.

• Crianças.

• Acordos de Cooperação.

• Assistência Técnica. • Capacitação. • Pesquisa. • Intercâmbio de Técnicos.

UNIÃO EUROPEIA.

Projeto Brasil Municípios. • Aumentar a Eficácia e o Impacto das Políticas Públicas em Municípios Brasileiros.

• Melhoria da Capacidade de Gestão Municipal.

• Acordo de Cooperação Técnica Não Reembolsável.

• Parceria com o BID – Agente Executor.

Fonte: Adaptado de Goiás - SEGPLAN - Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento, 2012.



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POR MEIO DA FISCALIZAÇÃO, O CREA-MG PROMOVEA SEGURANÇA,O BEM-ESTAR SOCIAL E HUMANOE O EQUILÍBRIO AMBIENTAL


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O Crea-MG tem a função de veri-ficar e de fiscalizar o exercício e as atividades das profissões regulamentadas nas áreas da

engenharia, da agronomia e das geociên-cias. Isso significa que exige que profis-sionais legalmente habilitados e empresas em situação regular, com a devida Anota-ção de Responsabilidade Técnica (ART), sejam os condutores de obras e serviços nessas áreas. Trata-se de uma ação fun-damental para promover a segurança das pessoas e dos empreendimentos. Ao desempenhar essa tarefa, o Conse-lho cumpre sua missão de proteger não apenas a sociedade, que é sua principal atribuição, mas também o contratante do serviço. Além do aspecto legal, a atua-ção desses profissionais proporciona as melhores soluções, respeitando o bem--estar social e humano, especialmente o coletivo, os critérios de segurança e o equilíbrio ambiental.

FISCALIZAR É PROTEGER A SOCIEDADE



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Nesse sentido, a contratação de profissionais legalmente habilita-dos para a execução das obras e serviços não significa um custo adicional. Trata-se, na verdade, de um investimento que resulta na melhor relação entre custo e be-nefício, proporcionando qualidade, segurança e racionalidade na apli-cação dos recursos públicos.Com o contínuo desenvolvimento tecnológico, a fiscalização consti-tui um desafio permanente. O tra-balho dos profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea e Mútua está presente em praticamente todas as áreas do conhecimento humano, o que requer uma adaptação cons-tante para o atendimento das de-mandas dos profissionais, das ins-tituições e da sociedade em geral. A efetividade das ações fiscaliza-doras tem resultado em ganhos consideráveis para a sociedade e para os próprios empreendimen-tos e serviços inspecionados pelo Conselho.


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A Anotação de Responsabilida-de Técnica (ART) defi ne, para efeitos legais, quem é o respon-sável técnico por uma atividade no âmbito das profi ssões abran-gidas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua. A ART foi criada pela lei n.º 6.496/1977. Ela deve ser registrada antes do início da atividade técnica, de acordo com os dados do contrato.

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART

ART DE CARGO OU FUNÇÃOFormaliza o compro-misso do profi ssional e comprova o vínculo de trabalho. Em caso de sinistros, identi-fi ca individualmente os responsáveis resguardando, legal-mente, a empresa.

TIPOS DE ART

ART DE OBRA OU SERVIÇORefere-se à exe-cução de obras ou prestação de servi-ços inerentes às pro-fi ssões abrangidas pelo Sistema Con-fea/Crea e Mútua.

ART MÚLTIPLAReúne vários contratos refe-rentes à exe-cução de obras ou à prestação de serviços em determinado período.

PARA O PROFISSIONAL• Comprova a existência de um contrato• Defi ne o limite das responsabilidades• Garante o direito à remuneração• Garante os direitos autorais

PARA O CONTRATANTE• Instrumento de defesa, pois formaliza o compromisso do

profi ssional com a qualidade e a entrega dos serviços prestados• Em casos de sinistros, identifi ca individualmente os responsáveis

PARA A SOCIEDADE• Aponta os responsáveis técnicos pela execução de obras ou

prestação de qualquer serviço profi ssional• Registra as características do serviço contratado

BENEFÍCIOS DA ART



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ACERVO TÉCNICO

O acervo técnico é o conjunto das atividades desen-volvidas ao longo da vida do profi ssional, compatíveis com suas atribuições e registradas no Crea por meio de Anotações de Responsabilidade Técnica - ARTs.

REGISTRO PROFISSIONAL

Para o exercício das atividades pro-fi ssionais regulamentadas, não basta ter o diploma, é preciso fazer o devi-do registro no Conselho, e se manter em dia com a anuidade. O profi ssio-nal deve atuar em atividades para as quais tenha atribuição profi ssional.

RESOLUÇÃO 1007/2003

http://bit.ly/res1007-2003

ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS

As atribuições profi ssionais explicitam as áreas e os limites de atuação de cada engenheiro, agrônomo e profi ssional de geociências. As atribuições são concedidas pelo Crea a partir da análise do currículo e em conformidade com as leis específi cas e com os decretos regulamentadores.






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ART

O preenchimento e o recolhi-mento da Anotação de Res-ponsabilidade Técnica (ART)é obrigatório para qualquer serviço profi ssional, inde-pendente da existência de contrato formalizado.

LIVRO DE ORDEM

É a memória escrita de todas as atividades relacionadas à obra ou ao serviço, tanto téc-nicas quanto administrativas, que envolvam a participação de profi ssionais de engenha-ria, agronomia e geociências.

RESOLUÇÃO1094/2017


AS PROFISSÕES VINCULADAS AO SISTEMA CONFEA/CREA E MÚTUA SÃO REGULADAS PELA LEI 5.194, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1996.

LEI 6.496/1977

http://bit.ly/lei3496-1977

bit.ly/lei5194-1996



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Esse responsável técnico deve ser um profissional com formação específi-ca e habilitação legal, que deve atuar após o registro no Conselho da Anotação de Responsa-bilidade Técnica (ART) referente a essa obra ou serviço, conforme os dados do contrato. O objetivo é assegurar que somente profissionais capacitados e empresas com situação regular sejam os condutores e executores dos empreendimentos e serviços nessas áreas.Esses cuidados são imprescindíveis para a legalidade dos procedimentos, bem como para a promoção da qualidade e da segurança dos envolvidos no respectivo empreendi-mento, assim como de toda a sociedade.Para o profissional, o registro da ART é importante tam-bém na medida em que o serviço correspondente à mes-ma fará parte do seu acervo técnico, que é o conjunto das atividades desenvolvidas por ele enquanto especialista em sua área de atuação. Na prática, isso equivale a um “currí-culo”, no qual o profissional tem registrados todas as obras e serviços nos quais atuou como responsável técnico.Finalmente, o fiscal verifica também o Livro de Ordem. É nele que são anotadas as atividades dos responsáveis técnicos referentes àquela obra ou serviço.

COMO ÓRGÃO FISCALIZADOR DAS ATIVIDADES LIGADAS AO CAMPO TECNOLÓGICO, O CREA-MG EXIGE QUE TODO EMPREENDIMENTO OU SERVIÇO NAS ÁREAS DA ENGENHARIA, DA AGRONOMIA E DAS GEOCIÊNCIAS TENHA À FRENTE UM RESPONSÁVEL TÉCNICO.


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Os convênios de mútua cooperação contribuem para o cumprimento da lei e a segurança de todos.

E MUNICÍPIOS JUNTOS NA SUPERAÇÃO DE DESAFIOS

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COMO O CREA-MG PODE CONTRIBUIR COM OS MUNICÍPIOS?

A gestão pública municipal possui importantes desafios que devem ser enfrentados para o estrito cumprimento da lei e para o atendimento às reais necessidades da comunidade.

A BOA NOTÍCIA É QUE AS PREFEITURAS E AS CÂMARAS MUNICIPAIS PODEM CONTAR COM O CREA-MG NESSA TAREFA.

Os convênios de mútua cooperação visam à troca de infor-mações e à colaboração institucional para um relacionamento eficiente entre as partes. O objetivo é a articulação e a ado-ção de normas e procedimentos em questões de interesses comuns, como a fiscalização e a segurança dos serviços nas áreas tecnológicas.Essa iniciativa conjunta auxilia o trabalho de prefeitos e vere-adores com relação às questões legais e aos princípios da probidade administrativa nas áreas da engenharia, da agro-nomia e das geociências. Além disso, contribui para o desen-volvimento dos municípios com sustentabilidade social, eco-nômica e ambiental, e qualidade de vida para a população.

BE

NE

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IOS • Bem-estar social e humano

• Segurança• Equilíbrio ambiental• Cumprimento da legislação• Desenvolvimento urbano e rural• Racionalização na aplicação de recursos• Alcance de resultados• Redução de custos



2 Os convênios preveem um conjunto de ações que têm como foco o município a partir de uma aproximação entre o Crea-MG e os poderes Executivo e Legislativo locais. São parcerias que ajudam os prefeitos e os vereadores em sua missão de promover o desenvolvimento com preservação ambiental e dentro dos parâmetros exigidos por lei.No convênio de mútua cooperação, o objetivo é consolidar uma cola-boração institucional através da troca de informações entre as partes. Essa iniciativa visa à estruturação de normas e procedimentos relati-vos a matérias de interesses comuns, que podem incluir, ainda, ações para implantação de projetos sociais ou ligados ao desenvolvimento, à segurança e à proteção do meio ambiente. Nesse sentido, um tipo de parceria importante que pode ser estabe-lecido entre o Crea-MG e a administração municipal diz respeito às ações conjuntas de fiscalização. De acordo com o tipo de convênio, o Conselho poderá fornecer informações de seu banco de dados para uso exclusivo da prefeitura, que será comunicada sobre obras e ser-viços nos quais possam ter sido identificadas eventuais irregularida-des. A ausência de um responsável técnico legalmente habilitado ou da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), além de infringir a legislação, pode comprometer a segurança da obra ou serviço e, con-sequentemente, a segurança das pessoas.

COMO FUNCIONAM OS CONVÊNIOS?

OBJETOEste convênio visa à troca de informações e à colaboração institucional, para um rela-cionamento mais eficiente entre as partes, com o intuito de harmonizar e racionalizar a adoção de normas e procedimentos em questões de interesses comuns.

CONFIRA AS MINUTAS

DE CONVÊNIOS PROPOSTAS

PELO CREA-MG À PREFEITURA

E À CÂMARA MUNICIPAL. PREFEITURA

MUNICIPAL

CÂMARAMUNICIPALbit.ly/2PZM90A

bit.ly/3ad7j2a


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A troca de informações racionaliza o trabalho tanto da admi-nistração municipal como do Crea-MG, permitindo que ambos possam realizar sua missão em cumprimento à legislação.Esse trabalho favorece também a comunidade. O profissional le-galmente habilitado para a execução das obras e serviços não representa um custo a mais. Ao contrário, é um investimento que possibilita melhor relação entre custo e benefício na aplicação dos recursos públicos. Além disso, os cidadãos têm aces-so a soluções técnicas adequa-das, que contemplam o bem-estar social e humano, a segurança e o equilíbrio ambiental.

COM AS PARCERIAS, TODOS GANHAM

É por isso que o Crea-MG exige empresas em situa-ção regular e profissionais com formação específica e habilitação legal. Essa ati-tude não visa somente ao cumprimento da legislação, mas também à construção do desenvolvimento com respeito ao ser humano e ao meio ambiente.



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Entre em contato para estabelecer convênio de mútua cooperação ou esclarecer dúvidas.Contatos

SEJAPARCEIRO DO CREA-MG!

Av. Álvares Cabral, n.º 1.600 • Santo AgostinhoBelo Horizonte/MG • CEP 30170-917

www.crea-mg.org.br /Crea_Minas@crea_minas

(31) 3299-8793

[email protected]


IDEIAS E SOLUÇÕES PARA OS MUNICÍPIOS

é uma é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) • Presidente - engenheiro civil Lucio Fernando Borges • Vice-Presidente - engenheiro mecânico Edilio Ramos Veloso • Diretor Administrativo e Financeiro - engenheiro civil Paulo Luiz Galvão Alves • Diretor de Relações Institucionais - engenheiro civil Álvaro Eduardo Goulart • Diretora de Atendimento e Acervo - engenheira agrônoma Camila Karen Reis Barbosa • Diretor de Planejamento, Gestão e Tecnologia - engenheiro de produção Eber Luiz Padrão França • Diretor Técnico e de Fiscalização - engenheiro civil Edilson Luiz da Silva Mota • Diretor de Recursos Humanos - engenheiro eletricista Gilmar Pereira Narciso.Gerente de projeto: debi sarmento • Equipe do projeto:engenheiro ambiental Alírio Ferreira Mendes Júnior • engenheiro civil Álvaro Eduardo Goulart • engenheiro mecânico Edílio Ramos Veloso • engenheiro civil Jean Marcus Ribeiro • engenheiro civil Lucio Fernando Borges • Maria Cristina Silva • engenheiro civil Maurício Fernandes da Costa • engenheiro de produção Maycon Joan de Souza • engenheiro civil Ricardo dos Santos Soares • Ronaldo Pereira • engenheiro de minas José Tarcísio Caixeta • Consultoria: MQV: consultor Mário Vidotti • Projeto Gráfi co e diagramação: Luciano Bicalho • Fotos: iStock.com, Luciano Bicalho e Sérgio Mourão - Acervo Setur-MG • Redação: José Alexandre Piconi • Revisão: Kelly Barbosa

O conteúdo desta cartilha está disponível no site do Crea-MG - http://bit.ly/ideiasesolucoes. Pode e deve ser reproduzido! Você pode compartilhar e adaptar o presente trabalho, desde que citada a fonte, dando o devido crédito aos autores, conforme os termos da licença Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.



BELO HORIZONTE. Câmara Municipal. Plano Diretor. Disponível em: <https://www.cmbh.mg.gov.br/atividade-legislativa/orcamento/plano_diretor>. Acesso em: 2 abr. 2021.BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Subsecretaria de Planejamento Urbano. Planejamen-to Urbano: Plano diretor. Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br/politica-urbana/planeja-mento-urbano>. Acesso em: 14 abr. 2021.BRASIL. Senado Federal. Subsecretaria de Edições Técnicas. Estatuto da Cidade. 3. ed. Brasí-lia: Senado Federal, 2008. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/hand-le/id/70317/000070317.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2021.CURITIBA. Prefeitura Municipal. Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba - IP-PUC. Plano Diretor: Plano Setorial de Mobilidade. Curitiba, 2019. Disponível em: <http://www.promobe.com.br/wp-content/uploads/2019/05/Plano-setorial-de-mobilidade_IPPUC_Olga.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2021.EMMANUELE, Alice. Orçamento participativo: como funciona e como participar. [S. l.], 21 dez. 2016. Atualizado em 1 fev. 2017. Disponível em: <https://www.politize.com.br/orcamento-parti-cipativo-como-funciona/>. Acesso em: 19 mar. 2021.CREA-MG - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais. Estatuto da ci-dade: O jogo tem novas regras. Belo Horizonte: CREA-MG, 2006. Disponível em: <http://www.crea-mg.org.br/images/cartilhas/Estatuto-da-Cidade.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2021.__________. Guia de acessibilidade em edificações: fácil acesso para todos. 2. ed., atual, elabora-do por Flávia P. T. Torres. Belo Horizonte: CREA-MG, 2006. Disponível em: <http://www.crea-mg.org.br/images/cartilhas/Guia-de-acessibilidade-em-edificacoes.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2021.IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Comitê de Estatísticas So-ciais. Saneamento Básico: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Disponível em: <https://ces.ibge.gov.br/home-ces.html?catid=0&id=1149>. Acesso em: 5 abr. 2021.INSTITUTO TRATA BRASIL. Saneamento é Saúde. [S. l.], 2017. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude>. Acesso em: 2 abr. 2021.IPEA - INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Os desafios da produtividade bra-sileira. 81. ed. [S. l.], 2014. Disponível em: <http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3085&catid=28&Itemid=39>. Acesso em: 5 abr. 2021.MENDONÇA, Marcelo Pires; FRANCESCHINELLI, Milena. O que é um conselho municipal? [S. l.], 17 fev. 2015. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/participacao/noticiasmidia/participa-cao-institucional/conselhos/1218-o-que-e-um-conselho-municipal>. Acesso em: 30 mar. 2021.MERELES, Carla. 6 fatos importantes sobre conselhos municipais. [S. l.], 18 nov. 2016. Atuali-zado em 25 maio 2017. Disponível em: <https://www.politize.com.br/conselhos-municipais-fa-tos-importantes>. Acesso em: 30 mar. 2021.SEMINÁRIO INTERNACIONAL PESQUISA DÉFICIT HABITACIONAL E INADEQUAÇÃO DE MO-RADIAS: AVANÇOS E DESAFIOS. Conteúdos do Seminário Internacional Pesquisa Déficit Habi-tacional e Inadequação de Moradias no Brasil: avanços e desafios. [S. l.], 14 set. 2020. Disponível em: <http://novosite.fjp.mg.gov.br/conteudos/>. Acesso em: 31 mar. 2021.UBERLÂNDIA. Prefeitura Municipal. Secretaria de Planejamento Urbano. Planejamento Urbano: Plano diretor. 2017. Disponível em: <https://www.uberlandia.mg.gov.br/prefeitura/secretarias/planejamento-urbano/plano-diretor/>. Acesso em: 2 abr. 2021.GOIÁS. SEGPLAN - Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento. LINHAS - Fontes de financiamento para municípios Disponível em: <http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arqui-vos/2012-05/fontes-de-financiamento-para-municipios.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2021.

Referências bibliográficas


EQUILÍBRIO AMBIENTAL

BEM-ESTAR SOCIAL E HUMANO

Representação institucional

SEGURANÇA

cumprimento da legislação

DESENVOLVIMENTO URBANO E RURALRACIONALIZAÇÃO NA APLICAÇÃO DOS RECURSOS

alcance de resultados • redução de custos

Planos diretoresOBTENÇÃO DE RECURSOSCIDADES INTELIGENTESINSPEÇÃO E MANUTENÇÃO PREDIAL

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Prevenção de catástrofesLICENCIAMENTO AMBIENTALLICITAÇÕES E OBRAS PÚBLICAS

Conservação de solos e água

USO E REÚSO DA ÁGUA • SANEAMENTO AMBIENTAL

Resíduos sólidos • AcessibilidadeSEGURANÇA ALIMENTAR


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