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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA Idéias de professores de Educação Infantil da rede municipal de ensino sobre brincar e criatividade. MARCELA ALVES TESTONI Itajaí, (SC) 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Idéias de professores de Educação Infantil da rede municipal

de ensino sobre brincar e criatividade.

MARCELA ALVES TESTONI

Itajaí, (SC) 2009

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MARCELA ALVES TESTONI

Idéias de professores de Educação Infantil da rede municipal

de ensino sobre brincar e criatividade.

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientadora: Profª. Maria Isabel do Nascimento André, MSc.

Itajaí SC, 2009

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço...

Primeiramente a Deus por todas as conquistas ao longo da minha jornada.

Aos meus pais por sempre acreditarem no meu potencial, por me amarem

incondicionalmente e por me apoiarem em todos os momentos.

À professora Maria Isabel, por toda a sua dedicação e empenho.

Ao meu amor, que esteve do meu lado apoiando e me ajudando nessa

caminhada.

Aos meus amigos pelos momentos de descontração.

Aos meus professores, por todo o conhecimento adquirido ao longo desses

anos.

4

SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................................................... 5

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6

2 EMBASAMENTO TEÓRICO ................................................................................................................ 8

2.1 Educação Infantil e a formação dos professores ....................................................................... 9

2.2 O brincar na Educação Infantil ................................................................................................... 14

2.3 A criatividade no processo educativo ........................................................................................ 18

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ...................................................................................................... 23

3.1 Amostra .......................................................................................................................................... 23

3.2 Instrumento .................................................................................................................................... 23

3.3 Coleta dos Dados ......................................................................................................................... 25

3.4 Análise dos Dados........................................................................................................................ 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 39

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 42

7 APÊNDICE ............................................................................................................................................ 45

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RESUMO Idéias de professores de Educação Infantil da rede municipal de ensino

sobre brincar e criatividade.

Acadêmica: Marcela Alves Testoni. Orientadora: Profª. Maria Isabel do Nascimento André Defesa: junho de 2009

Resumo: Este projeto tem o intuito de analisar a concepção sobre o brincar e a criatividade em sala de aula de professores de três Centros de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. Através desse projeto podem ser levantados os dados sobre titulação, experiência profissional, vínculo empregatício e nível educativo em que atuam, além da participação em cursos de educação continuada, bem como, estabelecer um paralelo entre os resultados desta pesquisa e os encontrados por Feix (2003). Utilizou-se para a análise dos dados um questionário elaborado pela professora Maria Isabel do Nascimento-André e analisou-se o modo de pensar desses professores sobre educação infantil, brincar e jogos, considerando a perspectiva tradicional e a integradora. Através dos dados obtidos foi possível delinear o perfil dos professores quanto à titulação, vínculo empregatício, experiência e nível educativo em que atuam, além da participação em cursos de formação continuada. Foi constatado também que os professores mesclam suas respostas em ambas as abordagens, quando são questionados a partir de uma perspectiva tradicional. Analisando esse dado percebe-se que os professores ainda apresentam dúvidas quanto à abordagem teórica nestas questões. Nas questões relacionadas à perspectiva integradora percebe-se que os professores tem mais convicção em suas respostas, os conceitos estão mais elaborados para os educadores, ou seja, conseguem traçar um perfil coerente entre a teoria e prática em sala de aula. Isto mostra maior conhecimento dos professores em relação aos conceitos integradores.

Palavras-chave: Idéias de professores; brincar e cr iatividade. Sub-Área de concentração (CNPq): 7.07.08.05-3 Ensino e Aprendizagem na Sala de Aula Membros da Banca ______________________________________

Professor Dr. Pedro Antônio Geraldi Professor convidado

______________________________________

Professora Márcia Miranda Aparecida de Oliveira, MSc.

Professor convidado

_____________________________________________ Professora Maria Isabel do Nascimento André, MSc.

Professor Orientador

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1 INTRODUÇÃO

O primeiro modelo de convivência e atuação, para a criança, é a família,

no qual irá modelando sua construção como pessoa a partir de suas relações e

de forma particular conforme atendidas as suas necessidades básicas. Nesse

processo de construção a criança chega à educação infantil e deixa de ser

apenas parte de sua família para ser reconhecida como ela mesma

(SÁNCHEZ, MARTÍNEZ e PEÑALVER, 2003).

É na inicialização na educação infantil e na interação social que a

criança entrará em contato e se utilizará de instrumentos mediadores desde a

mais tenra idade. A faixa etária de 0 a 6 anos tem características e

necessidades diferenciadas de outras faixas etárias, necessitando também de

cuidados e atenção por parte do adulto (CARVALHO e RUBIANO, 2001).

A infância é a idade das brincadeiras. Acredita-se que por meio delas a

criança satisfaz, em grande parte, seus interesses, necessidades e desejos

particulares, sendo um meio privilegiado de inserção na realidade, pois

expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e

reconstrói o mundo. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais

eficazes de envolver o aluno nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente

à criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca

(DALLABONA e MENDES, 2004).

Nascimento-André (2000, p. 01) diz que “o jogo/brincar é imprescindível

na vida de uma criança, pois é através das brincadeiras e jogos que as

crianças podem criar, desenvolver-se e viver”. Portanto, a brincadeira não é só

uma forma de lazer, é através dela que a criança se desenvolve, promove

processos de socialização, tem oportunidades de fazer as suas próprias

escolhas e descobre o mundo que a cerca através da interação com as

crianças e com adultos.

A brincadeira é a forma mais comum que as crianças tem para

expressar seus sentimentos, vontades, desejos, ou seja, é através dela que a

criança expressa seus comportamentos, onde pode ser explorados aspectos

na criança como desenvolvimento humano, a educação, saúde e intervenção

social (NETO, 1997).

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É através da brincadeira que a criança tem a oportunidade de se

relacionar em pares nesse mundo imaginário, aprende a respeitar regras e faz

uso de conteúdos temáticos, ou seja, a brincadeira é uma situação privilegiada

de aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode alcançar níveis mais

complexos (ROSSI, 2002).

Em relação à criatividade Alencar (1993) coloca que desenvolvendo

melhor a criatividade pode produzir mudanças no comportamento dos

professores, onde estes podem dar feedbacks positivos para os alunos,

estimulando assim maior participação dos alunos, bem como, encorajar o uso

da imaginação, a estimulação da curiosidade, a autoconfiança e a iniciativa.

Esta pesquisa tem o intuito de trabalhar a concepção dos professores de

educação infantil sobre a criatividade e a brincadeira em sala de aula, visto que

esses conceitos são de extrema importância para um melhor desenvolvimento

cognitivo, social e educacional, tanto para os alunos como para os professores.

Em vista disso, foram analisados quantitativamente os resultados obtidos

através de um questionário, e que trouxe maiores esclarecimentos sobre a

questão acima.

Esta pesquisa faz parte de uma pesquisa longitudinal (em

desenvolvimento por Maria Isabel do Nascimento-André como tese de

doutorado) bem como será feito um paralelo com os resultados da acadêmica

Caroline Signori Feix, realizado em 2003. Em virtude disto, o intuito dessa

proposta é de complementar os dados que estão sendo estudados e fazer um

comparativo com a segunda proposta, buscando assim subsídios para a

ampliação do conhecimento dos professores.

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2 EMBASAMENTO TEÓRICO

As primeiras creches criadas no fim do século XVII e começo do século

XVIII, inicialmente, se preocupavam somente com questões alimentares e

corporais das crianças, pretendendo compensar a ausência da mãe que

trabalhava ou não tinha condições econômicas de cuidar da criança. Mais tarde

adotaram uma perspectiva higienista, visando cuidar e educar a criança em

relação ao seu corpo. Somente, no século XIX, que as creches adotaram

programas educativos e pedagógicos, transformando-se em espaços

educativos (FLORIANÓPOLIS, 1996).

Essa perspectiva manteve-se por muito tempo, o que resultou na

separação das classes sociais acabando rotulando-as (KUHLMANN, 1998

apud DELVAN, RAMOS e DIAS, 2002). “A modificação desse sistema

assistencial envolve rever o papel do Estado perante estas instituições, as

concepções de desenvolvimento e educação infantil e as inter-relações entre

as sociedades, a comunidade, a creche e a família” (DELVAN, RAMOS e DIAS,

2002, p. 52).

Portanto, o atendimento feito às crianças, desde o princípio, foi marcado

pelas seguintes funções: ações assistencialistas e educação corporal e

higienista, buscando compensar as carências infantis e familiares; ações de

prevenção de futuros fracassos escolares; programas educativos e recreativos

e educação escolarizada (FLORIANÓPOLIS, 1996).

No final da década de oitenta que esta perspectiva sofre mudanças, a

infância é compreendida como uma dimensão de cidadania. As creches e pré-

escolas passaram a vincular-se necessariamente ao atendimento ao cidadão-

criança, ou seja, a criança passa a ser entendida como sujeito de direitos e em

constante desenvolvimento desde seu nascimento (SANTA CATARINA, 1998).

A educação de crianças da educação infantil foi redirecionada, as suas

funções visavam agora a superação tanto de assistência-científica, quanto de

seu caráter compensatório e de preparação para o ensino formal.

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O MEC (1995, apud FLORIANÓPOLIS, 1996) coloca que além de

garantir o direito à educação, a criança tem direito

...à brincadeira; à atenção individual; a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante; ao contato com a natureza; à higiene e à saúde; a uma alimentação sadia; a desenvolver sua curiosidade, imaginação e a capacidade de expressão; ao movimento em espaço amplo; à proteção, ao afeto e à amizade; a expressar seus sentimentos; a uma especial atenção durante seu período de adaptação na creche; a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa.

Enfim, para desenvolver um trabalho educacional-pedagógico na

perspectiva indicativa, é preciso entender que a educação é uma prática social

que precisa da contribuição das outras áreas do conhecimento fundamentando

o seu trabalho, de forma interdisciplinar.

2.1 Educação Infantil e a formação dos professores

A criança é um ser social, ou seja, o seu desenvolvimento se dá entre

outros seres humanos, em um espaço e tempo determinados. A aprendizagem,

o ensino e o desenvolvimento são processos que interagem, não agindo de

forma independente, mas possibilitando a conversão de um no outro – a

aprendizagem promove o desenvolvimento e este anuncia novas possibilidades

de aprendizagem (MACHADO, 2001).

Spodek e Saracho (1998) colocam que após a socialização familiar é na

creche que as crianças assumem novos papéis, precisando adquirir um novo

conjunto de competências para se relacionar neste novo espaço. Os

professores podem ajudar as crianças a desenvolver a sua competência social,

oferecendo-lhes oportunidade de interação entre pares, para se comunicarem

melhor entre si e a desenvolverem comportamentos pró-sociais.

É ao iniciar a educação infantil e na interação social que a criança

entrará em contato e se utilizará de instrumentos mediadores desde a mais

tenra idade. A faixa etária de 0 a 6 anos tem características e necessidades

diferenciadas de outras faixas etárias, necessitando de cuidados e atenção por

parte do adulto/professor (CARVALHO e RUBIANO, 2001).

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O professor é peça fundamental em todas as atividades em sala de aula,

seja orientando os alunos em suas atividades, ou sentado silenciosamente num

canto, é ele que supervisiona todos os movimentos dos alunos na escola.

Angotti (2001) completa dizendo que a figura dinâmica do professor constitui o

espírito vivo que rege a classe, e é ele quem, com o seu fazer, imprime o

caráter singular à própria situação de ensinar e aprender.

Edwards (1999) define o papel do professor de educação infantil e

enumera como requisitos essenciais: a promoção da aprendizagem das

crianças nos domínios cognitivo, social, físico e afetivo; o manejo em sala de

aula; a preparação do ambiente escolar; o oferecimento de incentivo e

orientação; comunicação com as pessoas que tem contato com os alunos;

busca do crescimento profissional.

Edwards (1999) ainda completa afirmando que professores que adotam

esses requisitos contribuem para formar crianças que passam a ser

protagonistas ativas e competentes da vida, que buscam a realização através

do diálogo e da interação com os outros, na vida coletiva nas salas de aula, na

comunidade e na cultura. Para essas crianças, seus professores servem de

guias em suas realizações.

Almeida e Casa (2002) colocam que o professor deve utilizar diversos

recursos pedagógicos, buscando tornar o ambiente escolar mais

aconchegante, divertido, descontraído, proporcionando uma aprendizagem na

forma de brincadeira, para assim criar um vínculo entre professor e aluno,

acarretando maior aproximação e motivação dos alunos na escola.

Arnaiz Sánchez, Martinez e Peñalver (2003) complementam também

dizendo que os educadores devem criar um ambiente educativo que permita à

criança tomar consciência do que existe a partir de suas próprias sensações,

percepções e experiências. Nesse ambiente, o educador deve organizar as

atividades a partir das produções da criança, de seus interesses, das

atividades e dos jogos pelos quais manifesta interesse e curiosidade, levando

em consideração seu nível de maturidade afetiva e cognitiva.

De acordo com Ferraz e Flores (2001) o objetivo maior do educador

deve ser a busca da identidade e da autonomia da criança e para isso é

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necessário organizar os espaços com materiais da realidade vivida pela

criança, possibilitando uma interação do sentido de si (telefones de verdade,

mamadeiras, pratos, bonecas, carrinhos, ferro de passar, entre outros). É

fundamental que a criança se sinta segura e confiante na realização de suas

ações, nesse sentido, o professor deve proporcionar um ambiente e materiais

que permitam a exploração com segurança e confiança.

As autoras ainda afirmam que são as crianças que precisam de maior

atenção nas creches, logo deveriam participar juntamente com o educador na

formação e organização do espaço. O educador deve estar atento às

preferências das crianças, quais materiais promovem maior aprendizagem e

interação criança-criança e professor-criança. Mas geralmente o que vem

acontecendo é que o professor organiza esse espaço da forma que quer ou

que acha melhor para as crianças, sem levar em conta as preferências destas.

Para as Diretrizes Curriculares da Rede Municipal de Educação Infantil

de Itajaí, (2000, p.13 apud FEIX, 2003, p. 10) as escolas que trabalham com

educação infantil devem seguir as normas educativas que incluam a concepção

de que

...o conhecimento é constituído pela criança na interação com o meio em que vive e que a educação atua no desenvolvimento das capacidades físicas, cognitivas, afetivas, éticas, estéticas, de relação interpessoal e inserção social. A aprendizagem das linguagens verbal, gráfica, matemática, plástica, musical e corporal só tem sentido se as crianças puderem brincar, expressar e comunicar idéias, interpretar, produzir e usufruir as produções da cultura.

Uma das formas de se garantir professores que adotem os requisitos

básicos elencados como essenciais ao bom desempenho de seu papel e

consequentemente promovam escolas compatíveis às perspectivas apontadas

pelas Diretrizes Curriculares da Rede Municipal de Educação Infantil de Itajaí, é

promovendo novas perspectivas de formação de professores.

É em busca de uma formação que seja compatível com as atuais

necessidades na educação infantil que García (1992, p.53), citando o Ministério

de Educação e Cultura Espanhol (1989, p. 106) afirma que

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O modelo de formação proposto baseia-se numa reflexão do professorado sobre a sua prática docente, que lhe permite repensar a sua teoria implícita do ensino, os seus esquemas básicos de funcionamento e suas próprias atitudes.

Este modelo nos remete a uma concepção diferente da formação de

professores, valorizando a sua prática docente. Destaca-se o valor da prática

como elemento de análise e reflexão do professor, ou seja, uma formação

centrada na atividade diária em sala de aula, próxima dos problemas reais dos

professores, levando em conta o trabalho docente, onde o professor assume

uma postura mais ativa e participativa (GARCÍA, 1992).

A formação estimula o desenvolvimento profissional dos professores no

quadro de uma autonomia contextualizada da profissão docente. Importa

valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de professores

reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio desenvolvimento

profissional e que participem como protagonistas na implementação das

políticas públicas (NÓVOA, 1992).

Outro aspecto importante é a mudança educacional, mudança esta que

depende dos professores e de sua formação, ou seja, falar de formação de

professores é falar de um investimento educativo nos projetos escolares. Mas

esta mudança só é possível por meio de um investimento positivo, nas

experiências inovadoras que já estão sendo feitas (NÓVOA, 1992).

Portanto, o maior desafio para os professores, em sua formação, é

conceber a escola como um ambiente educativo, onde trabalhar e formar não

sejam atividades distintas. A formação deve ser encarada como um processo

permanente, integrado no dia-a-dia dos professores e das escolas (McBRIDE,

1989, apud NÓVOA, 1992).

Nóvoa (1992) diz também que a formação deve estimular uma

perspectiva crítico-reflexiva, fornecendo aos professores meios para um

pensamento autônomo e facilitador das dinâmicas de autoformação

participativa.

Em vista disso, pode-se dizer que a formação não se constrói por

acúmulo de conhecimento, mas por meio de um trabalho de reflexibilidade

13

crítica sobre as práticas de reconstrução permanente de uma atividade pessoal

(NÓVOA, 1992).

Schön (1987, apud GARCÍA, 1992) propôs a definição do conceito

reflexão-na-ação como processo mediante o qual os professores aprendem a

partir da análise e interpretação da sua própria atividade.

Weis e Louden (1989, apud GARCÍA, 1992) identificam quatro formas de

reflexão:

• Introspecção: reflexão onde o professor leva em conta seus

pensamentos e sentimentos, porém longe de sua atividade diária.

• Exame: implica em uma referência do professor a acontecimentos

ou ações que ocorreram ou que podem ocorrer no futuro

• Indagação: está relacionada ao conceito de investigação-ação,

permitindo aos professores analisar a sua prática, identificando

possíveis melhoras.

• Espontaneidade: diz respeito à ação do professor na hora do ensino,

permitindo-lhe improvisar, resolver problemas, tomar decisões e

abordar situações de incerteza e de instabilidade em sala de aula.

De acordo com Feix (2003), os professores devem passar a agir de

forma a contribuir para a construção da personalidade crítica e reflexiva de

seus alunos utilizando métodos adequados, sendo necessário também que se

tornem mais reflexivos.

Angotti (2001) complementa dizendo que o professor precisa ter

elementos para proceder a análises, reflexões e avaliações referentes ao seu

próprio fazer, encontrando novos caminhos qualitativamente diferentes para a

efetivação de um trabalho docente reflexivo e orientado por um projeto de

educação infantil.

Portanto, o professor deve ter bastante claro que os princípios que

regem o seu fazer estão diretamente relacionados com os princípios de

cidadania que estarão sendo construídos pelas crianças. Desta maneira, é

fundamental buscar a coerência entre o ideal de formação que se quer

alcançar e os procedimentos assumidos pelo docente enquanto ser individual,

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social, profissional e político na efetivação de seus objetivos, seus valores e

seus ideais, para que possamos almejar uma sociedade mais humana,

igualitária e justa, preservando, enriquecendo, valorizando e realçando o que

esta sociedade tem de melhor, seu potencial humano (ANGOTTI, 2001).

Enfim, o processo de reflexão-na-ação deve ser desenvolvido em sala

de aula, na prática de ensino. Primeiramente, um professor reflexivo permite-se

ser surpreendido pelo o que o aluno faz, em um segundo momento o professor

reflete sobre a ação do aluno e em seguida procura compreender a razão por

que foi surpreendido. Em um terceiro momento, reformula o problema

suscitado pela situação e por fim efetua uma experiência para testar a nova

hipótese (SCHÖN, 1992).

2.2 O brincar na Educação Infantil

A infância é a idade das brincadeiras. Acredita-se que é por meio delas

que a criança satisfaz, em grande parte, seus interesses, necessidades e

desejos particulares, sendo um meio privilegiado de inserção na realidade, pois

expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e

reconstrói o mundo. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais

eficazes de envolver o aluno nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente

na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca

(DALLABONA e MENDES, 2004).

Rossi (2002) complementa dizendo que brincando as crianças recriam o

mundo, refazem fatos, não para mudá-los simplesmente ou para contestá-los,

mas para adequá-los aos filtros de compreensão. E há dois tipos de filtros: o

cognitivo e o afetivo. Algo pode caber no cognitivo, mas não no afetivo. O

brinquedo e o jogo facilitam essa passagem entre o cognitivo e o efetivo.

Kishimoto (1998) diz que a infância é também, a idade do possível.

Pode-se projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e

renovação moral.

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De acordo com Vygotsky (1991, p. 118, apud CERISARA, 2002) “a

essência da brincadeira é a criação de uma nova relação entre o campo do

significado e o campo de percepção visual – ou seja, entre situações no

pensamento e no campo da percepção”.

Kishimoto (1998) define o jogo e a brincadeira de forma singular e

distinta o que facilita a compreensão de ambos os termos e possibilita a

apreensão de novas formas para se entender o sentido de ambos. O jogo é

visto como o resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um

contexto social; um sistema de regras, e um objeto; e a brincadeira é a ação

que a criança pode desempenhar ao concretizar as regras do jogo ao

mergulhar na ação lúdica. O brincar é livre e espontâneo, descolado da

realidade e parece ser independentemente de estímulos externos.

Neto (1997) completa dizendo que o jogo/brincadeira é uma das formas

mais comuns de comportamento durante a infância, onde podem ser

explorados aspectos na criança como desenvolvimento humano, a educação,

saúde e intervenção social.

A brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde

o desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, especialmente pela

habilidade de se relacionar em pares em uma situação imaginária e pela

negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos (ROSSI, 2002).

Nascimento-André (2000, p. 01) diz que “o jogo/brincar é imprescindível

na vida de uma criança, pois é através das brincadeiras e jogos que as

crianças podem criar, desenvolver-se e viver”. Portanto, a brincadeira não é só

uma forma de lazer, é através dela que a criança se desenvolve, promove

processos de socialização, tem oportunidades de fazer as suas próprias

escolhas e descobre o mundo que a cerca através da interação com as

crianças e com adultos.

Seguindo o mesmo pensamento Rossi (2002) diz que através da simples

observação de uma criança brincando é possível ver os caminhos que são

trilhados ao aprender. Brincando, a criança aprende a lidar com o mundo e

forma a sua personalidade, recria situações do cotidiano e experimenta

sentimentos básicos.

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Rossi (2002, s/ p.) ainda complementa dizendo

O jogo do faz-de-conta, brincadeira na qual a criança cria um enredo fantasioso e se coloca nele, é a mais rica e constante brincadeira da infância. Através dele, a criança trabalha a sua angustia frente ao desconhecido, pratica o auto conhecimento, descobrindo quem é e o que deseja ser, exercita a sua capacidade de decisão, experimenta sentimentos como o amor, o medo, o ódio e o desapontamento, entre outros, essa estruturação emocional proporcionada também através do ato de brincar é essencial para que a aprendizagem formal aconteça.

A partir disto, os professores devem entender o brincar como um

processo facilitador tanto para o desenvolvimento infantil como da construção

do conhecimento da criança, como também, a escola deve se preparar para

criar espaços de brincadeira, onde promove a integração, espírito coletivo

(VECTORE, 2003).

De acordo com Secretaria Municipal de Florianópolis (1996, p. 29) o

objetivo de ter espaços lúdicos na sala de aula é de o professor observar

“como estão ocorrendo as interações, do que as crianças brincam mais, quais

são as suas dúvidas, quais os temas e conteúdos que aparecem, que

linguagem utilizam, bem como detectar a necessidade do replanejamento e

reorganização desse espaço”.

Uma sala com divisões de acordo com o tipo de atividades que são

realizadas, os materiais se encontram em estantes acessíveis às crianças;

possui espelhos à altura das crianças; em cada canto há uma proposta

diferente de brincadeira; as crianças podem escolher os cantos que preferem e

como irão se relaciona com o espaço escolhido. Percebe-se que desta forma o

ambiente escolar estará promovendo a interação, pois as crianças podem

escolher as suas brincadeiras, com quem e como irão fazer, as divisões baixas

permitem uma visão geral da sala facilitando a troca de ambientes quando a

criança assim o quiser (SILVA, 2006).

Vectore (2003) complementa ainda afirmando que os objetos, os

brinquedos, os materiais, as informações e as regras do brincar devem fazer

parte da formação do profissional, como forma de capacitá-lo na utilização de

tal recurso como instrumento de desenvolvimento da criança. O professor deve

utilizar diversos recursos pedagógicos, buscando tornar o ambiente escolar

17

mais aconchegante, divertido, descontraído, proporcionando uma

aprendizagem na forma de brincadeira, para assim criar um vínculo entre

professor e aluno, levando assim a uma maior aproximação e motivação dos

alunos na escola (ALMEIDA e CASA, 2002).

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos

para a relevância desse instrumento como forma de ensino-aprendizagem e de

desenvolvimento infantil. A criança pré-escolar aprende de modo intuitivo,

adquire noções espontâneas em processos interativos, envolvendo o ser

humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais; o

brinquedo desempenha um papel de grande importância para desenvolvê-la. O

brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam

aspectos da realidade. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar

à criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los. O

brinquedo tem prioridade como instrumento pedagógico, esquecê-lo seria

afastar-se da criança (KISHIMOTO et al, 2003).

Froebel (apud KISHIMOTO et al, 2003) considera o jogo uma parte

essencial do trabalho pedagógico, beneficiando a criança intelectualmente,

moralmente e fisicamente, além de ser um elemento importante no

desenvolvimento integral da criança. Portanto, é essencial oferecer à criança

condições para que a aprendizagem ocorra nas brincadeiras e também em

situações pedagógicas intencionais.

Pode-se salientar também o papel do brincar na educação infantil.

Autores como Dytz e Cristo (1995), Pontes e Magalhães (2002) citados por

Carvalho, Alves e Gomes (2005), seguem a mesma linha afirmando que o

brincar é de extrema importância nas instituições infantis, já que estimula a

imaginação, a fantasia, a compreensão do mundo no seu entendimento, seria

um intermediador entre o mundo do faz-de-conta e o mundo real em que a

criança vive.

Embora o que acaba acontecendo, por falta de uma base teórica, de

organização espacial e pelo improviso dos educadores, é uma segregação: de

um lado estão as brincadeiras e do outro o estudo, o trabalho. Portanto, há

hora para estudar e brincar, mas sem interação entre eles (JORGE e DE

VASCONCELLOS, 2000, apud CARVALHO, ALVES e GOMES, 2005).

18

A utilização de jogos educativos na escola está ligada a novos

paradigmas quanto à perspectiva dos professores, já que estes estão

diretamente relacionados ao processo ensino-aprendizagem. O educador

torna-se um facilitador e mediador da aprendizagem principalmente no período

pré-escolar. A ação do brincar como instrumento de ensino, exige uma

observação direcionada por parte do professor, pois é neste momento que a

criança utiliza valores simbólicos na construção de sua subjetividade. Portanto,

a sala de aula surge como o cenário ideal para apreensão de novos

conhecimentos (PIAGET apud COLL et al, 1999; BROUGÈRE, 1998 e

KISHIMOTO, 1994, apud FEIX, 2003).

Enfim, o brincar é um elemento chave para na educação infantil. Os

professores tomam a tendência natural de seus alunos e criam ambientes que

permitem que a brincadeira seja educativa, agindo assim, os professores

assumem um papel ativo na orientação da brincadeira das crianças (SPODEK

e SARACHO, 1998).

2.3 A criatividade no processo educativo

A criatividade pode ser definida de diversas maneiras; pode-se dizer que

é um fenômeno complexo com múltiplas facetas. Os principais estudos são

acerca do processo de pensamento criativo, modalidades de produção criativa,

características da personalidade criativa, tipos de ambiente facilitadores da

criatividade e combinações entre quaisquer dessas formas (WECHSLER,

1998).

Neste sentido Weschler (1998) aponta as seguintes características:

• Como processo criativo: investigações e questionamentos de como

se dá o pensamento criativo, quais os passos necessários para

chegar à criatividade, preparação, incubação e a verificação;

• Como modalidade de produção criativa: pode ser avaliada sob

diversas formas, principalmente pelo impacto que causa em áreas

específicas do conhecimento.

19

• Características da personalidade criativa: estudos em relação a isso

tentam decifrar quais atitudes e comportamentos caracterizam

indivíduos criativos;

• Ambiente facilitador da criatividade: um ambiente facilitador é de

extrema importância já que estimula o aparecimento e o

desenvolvimento do potencial criativo.

De acordo com Skinner (apud WECHSLER, 1998, p.28)

a criatividade é formada por associações entre estímulos e respostas, caracterizada pelo fato de que os elementos associados não parecem como estando relacionados. O comportamento criativo resulta das variações de comportamentos selecionados pelas suas conseqüências reforçadoras.

Alencar (1993) complementa dizendo que a criatividade é um recurso

humano natural, mas que tem sido inibido por obstáculos de natureza

emocional e social, e por um sistema de ensino que tende a subestimar as

capacidades criativas do indivíduo e a reduzi-las abaixo do nível das suas reais

possibilidades.

Na Conferência Internacional de Pesquisadores em Criatividade, em

1990, foram definidas algumas concepções sobre a criatividade: o processo

criativo, reconceituação dinâmica que resulta em potencial para mudança, ação

ou produto; a pessoa criativa, toda pessoa tem capacidade de ser criativa e

cada pessoa tem uma maneira diferente de expressar sua criatividade; produto

criativo é o resultado de uma atividade criativa (WECHSLER, 1998).

Paul Torrance foi um dos grandes estudiosos da educação na área da

criatividade. Através de seus estudos foi possível identificar e desenvolver a

criatividade. Torrance definiu a criatividade como um processo de tornar-se

sensível a falhas, deficiência na formação ou desarmonias, identificar as

dificuldades ou os elementos faltantes, formular hipóteses a respeito das

deficiências encontradas, testar e retestar essas hipóteses e comunicar os

resultados encontrados (WECHSLER, 1998).

Estudos apontam para o fracasso da escola na sua tarefa de

desenvolver habilidades cognitivas e traços de personalidade que se associam

20

à criatividade, a par de um baixo interesse por parte desta instituição em

promover o desenvolvimento do potencial criador (ALENCAR, 1993).

Wechsler (1998) coloca que as escolas devem priorizar as seguintes

habilidades intelectuais: definir e redefinir problemas ao invés de solucionar os

problemas; possibilitar a compreensão dos problemas através de insights ou

pela intuição; ter conhecimento prático ao invés de teórico.

Em relação ao processo educativo, Wechsler (1998) aponta as

características do professor criativo: reconhecimento do potencial de cada

aluno; respeito em relação às individualidades do aluno; encorajamento do

professor em relação ao aluno sobre as suas preferências; concretização das

idéias dos alunos; usar métodos de avaliação estimulantes e provocativos,

entre outros.

Alencar (1993), ainda sobre o processo educativo, critica dizendo que a

escola mantém-se resistente a mudanças e a propostas que poderiam levar ao

desenvolvimento das habilidades criativas dos alunos. O ensino continua

voltado predominantemente ao passado, para a reprodução de conhecimento,

não havendo uma preocupação maior em projetá-lo ao futuro, tendo em vista

preparar o aluno para a resolução de problemas que hoje somos incapazes de

antecipar.

A escola estimula uma parcela muito limitada em relação ao potencial de

cada aluno, sendo que a educação desempenha um papel inibidor em relação

ao desenvolvimento das habilidades e talentos dos alunos, fazendo com que

muitos internalizem uma visão limitada das suas próprias aptidões e

habilidades (ALENCAR, 1993).

Wechsler (1998) completa dizendo que o ensino das escolas é voltado

para um aluno “padrão” ou “regular”, ou um aluno desejável, que é sempre

obediente, pouco questionador e sempre interessado nas tarefas propostas

pelo professor.

Em relação a este ensino defasado nas escolas Alencar (1993) propõe

programas de treino das habilidades criativas no contexto educacional tanto

para os professores como para os alunos. Enquanto os alunos recebem

treinamentos específicos de como pensar de modo mais criativo, o professor

21

recebe ajuda e mais embasamento de como aplicar a criatividade no currículo

acadêmico regular.

Segundo Alencar (1993) desenvolvendo melhor a criatividade pode-se

produzir mudanças no comportamento dos professores, onde estes podem dar

feedbacks positivos para os alunos, estimulando assim maior participação dos

alunos, bem como, encorajar o uso da imaginação, a estimulação da

curiosidade, a autoconfiança e a iniciativa.

Em vista disso, se faz necessário uma formação adequada para os

professores, de forma que possa garantir a implantação de estimulações ao

processo criativo dos alunos.

O professor deve prestar atenção, ser curioso, saber ouvir, surpreender-

se e atuar como uma espécie de detetive que procura descobrir as razões que

levam as crianças a dizer certas coisas. Esse tipo de professor esforça-se por ir

ao encontro do aluno e entender o seu próprio processo de conhecimento,

ajudando-o a articular o seu conhecimento-na-ação com o saber escolar. Esse

tipo de ensino é uma forma de reflexão-na-ação que exige do professor uma

capacidade de individualizar, isto é, de prestar atenção a um aluno, tendo a

noção do seu grau de compreensão e das suas dificuldades (SCHÖN, 1992).

Alencar (1993) critica a formação de professores, dizendo que estes não

são preparados para a tarefa de desenvolver um conjunto maior de habilidades

cognitivas e de promover a expressão do pensamento criativo.

Em vista disso o MEC (1989, apud García, 1992, p. 106) coloca que “o

modelo de formação deve basear-se numa reflexão do professorado sobre a

sua prática docente, que lhe permite repensar a sua teoria implícita do ensino,

os seus esquemas básicos de funcionamento e suas próprias atitudes”.

Essa afirmação destaca uma formação onde se destaca o valor da

prática como elemento de análise e reflexão do professor, ou seja, uma

formação contínua centrada na atividade cotidiana da sala de aula, próxima

dos problemas reais dos professores, tendo como referência central o trabalho

das equipes docentes, assumindo, portanto, uma dimensão participativa,

flexível, ativa e investigadora (GARCÍA, 1992).

22

Perrenoud (2002) conclui, ressaltando a formação de professores sobre

uma prática reflexiva, onde leve em consideração as necessidades dos alunos

e de uma preocupação por democratizar o acesso aos saberes. Uma postura e

uma prática reflexiva fazem com que essa aprendizagem seja experienciada de

forma positiva, ativamente organizada, abnegando da simples sobrevivência.

23

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1 Amostra

A amostra desta investigação foi composta por 24 professores de três

centros de educação infantil da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, que

perfazem um total de 34,3% da população da pesquisa de Feix (2003). Esta

amostra foi determinada desta forma, pois se pretendia coletar dados que

permitissem um paralelo entre os resultados das duas pesquisas e desta forma

conhecer a realidade atual. A partir dos resultados desta pesquisa se pretende

levantar indicativos para a promoção de novos cursos de formação continuada

destinados a esta parcela da população.

3.2 Instrumento

A busca de dados desta investigação foi estruturada em um

questionário específico, cujo objetivo foi conhecer, através de opiniões

pessoais, as idéias do professorado de educação infantil sobre esta etapa

educativa envolvendo os temas: brincadeiras, educação infantil e

criatividade. O referido questionário foi elaborado por Maria Isabel do

Nascimento-André e faz parte da sua pesquisa de doutorado.

O questionário (Anexo 1) estruturou-se em duas perspectivas

distintas, uma enfocando concepções tradicionais e a outra, concepções

integradoras, sendo que cada perspectiva aborda as categorias de

educação, brincadeiras e criatividade. O referido instrumento tem por

finalidade explorar o que pensam os professores sobre distintos conteúdos,

relacionados com a educação infantil, envolvendo suas concepções acerca

do processo educativo, do brincar e criatividade.

Segundo Nascimento-André (2001) na perspectiva tradicional serão

considerados os conceitos sobre a ênfase que está relacionada com a

transmissão de conhecimentos, ou seja, o fundamental é a aquisição de

24

novos comportamentos por parte dos alunos através do que transmite o

professor e, também as características inatas do indivíduo.

Nesta perspectiva a categoria educação infantil está representada

por afirmações relacionadas à transmissão de conteúdos, utilização de

tarefas programadas, o controle absoluto por parte dos professores e a

utilização de reforços e recompensas como forma de obter os

comportamentos desejados. O professor é considerado como único agente

transmissor do conhecimento e o que detém o saber.

A categoria brincar está representada por afirmações que

consideram o jogo como reforço – positivo ou negativo – e como

instrumento dos professores para transmissão de novos conhecimentos,

sempre e quando este tenha o domínio total da situação.

A categoria criatividade aparece através de afirmações que

consideram a criatividade como uma característica inata, apresentada

somente por algumas pessoas em situações especificas, independendo da

interação com o ambiente.

Na perspectiva integradora são considerados os conceitos onde

estão enfatizados a interação do indivíduo com o meio, o que propicia o

desenvolvimento e a construção do conhecimento.

Nesta perspectiva a categoria educação infantil está representada

por afirmações relacionadas com a interação indivíduo-ambiente bem como

as que consideram a importância do desenvolvimento global – cognitivo,

afetivo, social – no processo de educação infantil. A função dos

professores é propiciar novas possibilidades e desafios, participando, junto

com os alunos, na construção do conhecimento.

A categoria brincar está representada por afirmações que

consideram o jogo como uma das formas do indivíduo construir o

conhecimento através da interação com o ambiente considerando suas

características emocionais e afetivas.

A categoria criatividade está representada por afirmações que

consideram a criatividade como uma atitude que pode e deve ser

desenvolvida através da interação com o meio.

25

3.3 Coleta dos Dados

A distribuição dos questionários foi feita através de estagiários de

Psicologia Educacional das respectivas escolas, sendo estipulado um tempo

limite para a devolução dos mesmos. Os questionários foram enviados dentro

de envelopes que serviram também para a devolução dos mesmos por meio

dos mesmos estagiários.

Esta forma de distribuição (via estagiários) foi a mais conveniente

devido ao tempo limitado para o retorno dos questionários. Os questionários

foram avaliados conforme o perfil e modo de pensar dos professores.

3.4 Análise dos Dados

Os dados foram analisados quantitativamente através do programa

Excel do Windows. Este programa executa funções para a análise sistemática

de dados.

Trabalhou-se utilizando este tipo de metodologia, pois responde

positivamente aos objetivos desta pesquisa, que são conhecer o estilo de

pensar dos professores. A pesquisa quantitativa possibilita a oportunidade de

se pensar a problemática pesquisada de forma abrangente e quantificada, ou

seja, tem-se os dados e através destes pode-se obter diversos resultados,

como a quantidade de pessoas que possuem a mesma concepção sobre

determinado tema, a forma que aplicam seus conhecimentos teóricos na

prática (FEIX, 2003).

Para Severino (2000), um processo de pesquisa quantitativa é,

portanto um conjunto de operações sucessivas e distintas, mas

interdependentes, realizadas por um ou mais pesquisadores a fim de coletar

sistematicamente informações válidas sobre um fenômeno observável para

explicá-lo e compreende-lo. A análise da pesquisa quantitativa exige uma

26

descrição e interpretação dos dados extremamente detalhista e minuciosa, pois

estas serão as formas de se perceber o resultado da investigação.

Alem da utilização do Excel, analisou-se os dados em

agrupamentos, ou seja, foram selecionadas referentes a cada tema em três

categorias distintas (brincar, educação infantil e criatividade) dentro de duas

perspectivas diferentes (tradicional e integradora).

27

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Um levantamento mais abrangente com um grande número de

professores em locais e contextos semelhantes já foi realizado no ano de 2003,

pela acadêmica Caroline Signori Feix. Para esta pesquisa foi limitado a uma

amostra mais reduzida (34,3% em relação à amostra Feix), mas, contudo,

permite uma análise sobre a concepção dos professores de educação infantil

em relação à criatividade e a brincadeira em sala de aula, possibilitando que se

trace um paralelo entre os dois resultados.

Para que pudesse ser feita uma análise mais coerente dos resultados da

pesquisa, optou-se por delinear um perfil dos professores de acordo com os

seus dados profissionais.

Segue abaixo os seguintes resultados da pesquisa, distribuídos entre

ano da última titulação, a titulação, situação profissional, tempo de experiência

e o nível em que ministra as aulas, onde delineou-se o perfil da população alvo.

Tabela 1 – Ano de conclusão da última titulação

Ano titulação Total %

Até 2000 6 25,0%

2001 – 2003 1 4,2%

2004 – 2006 5 20,8%

2007 ou depois 6 25,0%

Sem resposta 6 25,0%

Total 24 100,0%

Percebe-se através dos dados obtidos que a maioria dos professores

possui formação recente (de 2004 a 2008), podendo ser constatado que 45,8%

do corpo docente entrevistado está atualizado em relação à demanda

trabalhada.

28

Tabela 2 – Titulação

Titulação Total %

Ens. Fund. 1 4,2%

Ens. Méd. 7 29,2%

Ens. Sup. 7 29,2%

Outros 9 37,5%

Total 24 100,0%

Em relação à titulação percebe-se que a maioria dos professores possui

Ensino Superior Completo (66,7%). É importante salientar que o item “Outros”

diz respeito a cursos de especialização, logo considera-se que são professores

que possuem ensino superior. Na variável “outros”, 37,5% participaram ou

participam de algum tipo de formação (pós-graduação, mestrado,

especializações), fator que mostra a dedicação dos professores em busca de

novos conhecimentos.

Tabela 3 – Situação profissional

Situação profissional Total %

Efetivo 17 70,8%

Substituto 7 29,2%

Total 24 100,0%

Esta tabela demonstra que grande parte dos professores (70,8%) são

efetivos nas escolas do município de Itajaí.

Tabela 4 – Tempo de experiência

Tempo de

experiência

Total %

1 - 5 anos 6 25,0%

6 - 10 anos 9 37,5%

11 - 15 anos 3 12,5%

mais de 16 anos 2 8,3%

Sem resposta 4 16,7%

Total 24 100,0%

29

Nesta tabela percebe-se que 50% dos professores entrevistados tem de

6 à 15 anos de experiência profissional na Educação Infantil. De acordo com

este dado pode-se constatar que os professores podem possuir características

de uma visão mais tradicional da educação infantil, visto que geralmente

professores com mais tempo de experiência fazem uso de métodos mais

tradicionais. No entanto 25% da amostra entrevistada tem no máximo 5 anos

de experiência demonstrando uma abertura maior para trabalhar a perspectiva

integradora de educação.

Tabela 5 – Nível em que atua

Nível em que

atua

Total %

B 1 4,2%

J I 5 20,8%

J II 4 16,7%

M I 5 20,8%

M II 4 16,7%

Sem resposta 5 20,8%

Total 24 100,0%

A tabela 5 mostra que os professores entrevistados estão distribuídos

entre os níveis do Berçário até Jardim II, ou seja, atuam com crianças que

variam de idade entre 0 a 6 anos.

As tabelas acima analisadas puderam dar mais coerência aos dados

obtidos para a pesquisa, podendo assim ser traçado o perfil dos professores

que participaram da pesquisa. Podemos delinear o perfil da seguinte forma:

são professores que possuem ensino superior completo e que possuem

também especializações e mestrados em andamento e alguns já formados; são

professores na maioria efetivos e possuem considerável experiência

profissional, não podendo ser definido um nível específico em que ministram

suas aulas, já que estão distribuídos quase que igualmente.

30

A partir da descrição do perfil do público pode-se analisar os dados

obtidos com o questionário com as diferentes concepções sobre a perspectiva

tradicional e a perspectiva integradora da educação.

Os gráficos foram distribuídos da seguinte forma: um gráfico mostra a

percepção dos professores em relação à educação infantil na perspectiva

tradicional, o outro mostra a concepção dos professores em relação ao brincar

também na perspectiva tradicional e a criatividade na mesma perspectiva. Em

seguida são apresentados os dados da perspectiva integradora que são

divididos em três gráficos: a perspectiva em relação à educação infantil, ao

brincar e a criatividade. Optou-se por esta forma para expor os resultados em

vista da reduzida população entrevistada e pela fácil visualização dos

resultados.

Na perspectiva tradicional, a categoria educação infantil engloba os

seguintes aspectos: utilização de tarefas programadas, repetição de

informações, aprendizado através de modelos, a transmissão de conhecimento

como a maneira mais eficaz de se aprender e o professor possui o controle

absoluto em relação às atividades programadas.

Segundo Almeida (1993) a educação infantil vinha com o discurso de

que o aluno é um “poço de potencialidades” internas pronto para ser

preenchido e usado. Julgou-se que os livros como os únicos depositários do

saber, a escola como única instituição de aprendizagem e os professores como

mestres exclusivos.

Esta teoria acarretou inúmeras discussões, visto que quando o aluno

participa da elaboração das atividades no processo educativo, acredita-se que

desta forma a maneira de ensinar torna-se mais satisfatória, bem como, a

obtenção de conhecimento por parte dos alunos.

O gráfico apresenta os seguintes dados desta perspectiva:

31

Figura 1.1 - Perspectiva Tradicional - Idéias sobre Educação Infantil

O gráfico demonstra que a concepção dos professores sobre a

educação infantil não está focada na perspectiva tradicional, visto que 51% do

público entrevistado afirmam que utilizam-se pouco ou nada dos conceitos

tradicionais em sala de aula, demonstrando a atualização de conhecimento e a

aquisição de novas propostas de trabalho que visam o desenvolvimento infantil,

formando crianças autenticas e reflexivas. Na variável “Regular”, 35% dos

professores concordaram que fazem uso de tarefas programadas, repetição de

conteúdos, modelos pré-preparados, etc, mas com um baixo grau de

freqüência. Apenas 13% dos professores concordaram com esta forma de

pensar.

Almeida (1993) discorre sobre uma nova perspectiva de aprendizagem,

como uma construção do pensamento, onde o aluno tem suas potencialidades

internas em primeiro plano, ou seja, não é possível transmitir conhecimento

sem aproveitar as idéias anteriores do aluno.

Ainda na perspectiva tradicional, a categoria brincar está relacionada

com o brincar como forma de recompensa. A brincadeira é proposta como

forma de descarregar as energias para continuar trabalhando, para propiciar

atividades psicomotoras e o movimento do corpo, ao final das atividades e

sempre com a supervisão do professor.

De acordo com Kishimoto (1998) entende-se que o jogo, por ser uma

ação voluntária da criança, um fim em si mesmo, não pode criar nada, não visa

32

um resultado final. O que importa é o processo em si de brincar que a criança

se impõe. Quando ela brinca, não está preocupada com a aquisição de

conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou física.

Esses aspectos que englobam este item são essenciais para a análise

da pesquisa visto que, através deles foi demonstrado se os professores

utilizam-se de brincadeiras como forma de recompensa, ou seja, com uma

visão tradicional.

Figura 2.1 - Perspectiva Tradicional - Idéias sobre o brincar

Através deste gráfico podem-se ser analisadas as questões relacionadas

com o brincar na perspectiva tradicional. De acordo com a figura percebeu-se

que o percentual de professores que não aplica em sala de aula a perspectiva

tradicional é mais relevante, somando 42% nas variáveis “Pouco” ou “Nada”,

demonstrando que os professores estão atualizados com as novas concepções

do brincar. Professores que responderam freqüentemente ou sempre em

relação às questões do brincar tradicional somam 28%, percentual que

demonstra que ainda, alguns professores trabalham com essa visão do brincar,

dando ênfase nas atividades escolares e proporcionando o brincar ao término

destas, como forma de relaxamento, descontração e recompensa, delimitando

regras para a brincadeira. Pode-se incluir à análise 27% dos professores que

trabalham em uma perspectiva tradicional, mas que estão na categoria regular,

demonstrando que fazem uso também de aspectos da perspectiva integradora.

Segundo Queiroz, Maciel e Branco (2006) a brincadeira está cada vez

33

mais entendida como atividade que promove o desenvolvimento global das

crianças, incentiva a interação entre os pares, a resolução construtiva de

conflitos, a formação de um cidadão crítico e reflexivo. De acordo com os

autores acima citados a brincadeira já não deve ser mais vista como um lazer e

sim como forma de aprendizagem e de complemento para as atividades

escolares.

Seguindo na perspectiva tradicional, a categoria criatividade envolve

questões como a falta de incentivo dos professores em relação à busca de

novas soluções, a criatividade é caracterizada somente por pessoas de grande

capacidade artística e a mesma só aparece em disciplinas relacionadas com

artes e música, a criatividade é inata e depende de fatores intrapessoais.

De acordo com Wechsler (1998) até hoje encontra-se a idéia do artista

inspirado pelo poder super-humano. A criatividade é considerada como uma

dádiva divina, sobre a qual a vontade humana nada pode influir.

Esta percepção tradicional demonstra que professores, em relação à

criatividade, acabam repetindo os valores educativos aprendidos na educação

tradicional, visão esta que ainda são freqüentemente é encontrada nas escolas.

Figura 3.1 - Perspectiva tradicional - Idéias sobre Criatividade

O gráfico acima representa a perspectiva tradicional nas questões

referentes à criatividade. Percebe-se que mais da metade dos professores

entrevistados, possui uma visão mais integradora em relação à criatividade, ou

34

seja, 69% definem a criatividade como algo que contribui para o

desenvolvimento intelectual dos alunos e freqüentemente utilizam desses

conceitos integradores em sala de aula. Apenas 7% da amostra entrevistada

concordam com as afirmativas tradicionais ou fazem pouco uso desses

conceitos, demonstrando que a visão tradicional nas questões relacionadas à

criatividade está pouco presente nas escolas, demonstrando que os

professores estão atualizados em relação às questões integradoras da

educação infantil. 22% dos professores responderam que regularmente fazem

uso dos conceitos tradicionais, mas que estão se apropriando de novas

perspectivas em relação à criatividade.

De acordo com os dados analisados, percebe-se que um grupo de

professores sabe que perspectiva tradicional não é a mais indicada para ser

aplicada nas salas de aula. Outro grupo de professores demonstram não saber

se deve ou não fazer uso desses conceitos tradicionais e outros poucos

professores que raramente trabalham nessa perspectiva.

Stein (1974, apud Alencar 1993) diz que estimular a criatividade envolve

não apenas estimular o indivíduo, mas também afeta o seu ambiente social e

as pessoas que nela vivem. Se aqueles que circundam o indivíduo não

valorizam a criatividade, não oferece o ambiente de apoio necessário, não

aceitam o trabalho criativo quando este é apresentado, então é possível que os

esforços criativos do indivíduo encontrem obstáculos sérios, senão

intransponíveis.

Na perspectiva integradora, a categoria educação infantil acredita que o

conhecimento infantil é construído a partir da ação exercida pelas crianças

sobre os objetos, a interação social é necessária para o desenvolvimento

intelectual do aluno, o método de ensino deve ser ativo, estar baseado no

diálogo, desenvolve a crítica e cria programas próprios a partir da realidade dos

alunos, as relações interpessoais entre professor e aluno é mais importante

que o processo de aprendizagem, o erro é muito aproveitável na educação.

O professor deve compreender a criança como um sujeito histórico e

culturalmente localizado significa dizer que a ação educativa com ela caminha

no sentido de ampliar seu repertório vivencial, trabalhando com suas práticas

sociais e culturais. Estas oferecem a possibilidade, através das mais diferentes

35

propostas, de elaborar e ampliar os conhecimentos, como também, de construir

tanto a identidade pessoal de cada criança como a de cada grupo (SANTA

CATARINA, 1998).

É importante ressaltar que as respostas esperadas são muito (4) e

bastante (5), pois, considerando as atuais Propostas Curriculares (nacional,

estadual e municipal), espera-se que os professores trabalhem sob uma

perspectiva integradora.

Figura 4.1 - Perspectiva integradora - Idéias sobre a Educação Infantil

O gráfico representa o que pensam os professores sobre a educação.

Como era esperado a maioria dos professores (81%) demonstraram que fazem

uso de conceitos da perspectiva integradora na educação infantil, ou seja,

consideram que o conhecimento infantil é construído a partir das ações das

crianças e que tudo que é produzido por eles é válido, o erro é sempre

aproveitado. Essa procentagem demonstra que os professores estão

preocupados com a melhora do ensino infantil e com o desenvolvimento

intelectual de seus alunos. Apenas 5% dos professores discordam das

questões apresentadas por esta perspectiva e 14% da amostra concordam

com esta perspectiva integradora, mas que discordam de algumas questões.

Então, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação de

Florianópolis (1996) a escola deve garantir o direito à infância à todas as

crianças, proporcionando a todas elas o cuidado básico e o acesso aos

36

conhecimentos, inserindo-as no mundo da natureza, da cultura, da sociedade e

do trabalho de forma ativa, participativa e criativa.

Seguindo na perspectiva integradora, nas questões relacionadas ao

brincar, constitui situações como o brincar como forma de aprendizagem

natural, é através do brincar que ela pode interagir com o seu ambiente e o

adulto deve criar desafios que enriqueçam essa atividade e é através do

brincar que a criança tem acesso a novos conhecimentos sociais, emocionais e

cognitivos, elabora novos conceitos de maneira muito mais eficaz e desenvolve

a criatividade.

Segundo informações geradas a partir do Seminário Nacional (2006), o

brincar representa um fator de grande importância para a socialização da

criança, pois é brincando que o ser humano torna-se apto a viver num mundo

social e culturalmente simbólico. E brincar exige concentração durante grande

parte do tempo, desenvolve iniciativa, imaginação e interesse. É o mais

completo dos processos educativos, pois influencia o intelecto, a parte

emocional e o corpo da criança.

O gráfico a seguir mostra a percepção dos professores sobre o brincar

na perspectiva integradora:

Figura 5.1 - Perspectiva integradora - Idéias sobre o brincar

37

O gráfico mostra 56% dos professores possui uma visão integradora em

relação ao brincar e 32% responderam variável “bastante”, demonstrando que

os professores apresentam características integradoras em sala de aula. Para

a educação infantil é um grande avanço, pois os alunos estão aprendendo da

melhor forma e recebendo todos os estímulos necessários para se tornarem

adultos críticos e reflexivos e dono de seu conhecimento. É através do brincar

que a criança interage com o mundo real e com as pessoas que o cercam.

Apenas 2% da população entrevistada não concordam com as afirmativas e

9% responderam “regularmente” demonstrando que o seu pensamento

integrador também se faz presente em sala de aula. Esses números

demonstram que a maioria dos professores consideram o brincar como uma

forma de aprendizagem.

No Seminário Nacional (2006) foi colocado que introduzir a brincadeira

no ensino requer a compreensão das diferentes formas de brincar, relevantes

para cada criança, já que cada um tem seu ritmo. O professor tem que facilitar

o brincar e é participando ativamente nesse momento que ela irá contribuir

para que este momento seja proveitoso, educativo e prazeroso.

Na perspectiva integradora, a categoria criatividade diz respeitos aos

seguintes aspectos: a criatividade se manifesta em qualquer atividade ou área

de atuação, é através da criatividade que a criança expressa novas idéias,

valores e significados, o professor deve ter o papel de estimulador para que os

alunos busquem novas possibilidades frente aos problemas. Outro aspecto

importante em relação à criatividade é o ambiente social e o educativo que

podem facilitar a expressão da criatividade como pode bloqueá-la; todas as

pessoas são criativas em diversos sentidos.

38

Figura 6.1 - Perspectiva Integradora - Idéias sobre a criatividade

O gráfico mostra que a maioria dos professores entrevistados 90%,

concordam com as afirmativas em “muito” ou “bastante”, dado bastante

animador tanto para a educação infantil como para os alunos, pois os

professores estão atualizados com conceitos mais atuais para a aprendizagem

dos alunos, apostando nas suas potencialidades e dando valor a tudo que é

produzido pelo aluno. Apenas 2% dos entrevistados não concordam com as

afirmativas da perspectiva integradora e 8% responderam que os conceitos

integradores são utilizados em sala mais não freqüentemente, demonstrando

ainda dificuldades em largar os conceitos tradicionais.

Alencar (1993) coloca que é papel da escola e do professorado

desenvolver habilidades cognitivas e traços de personalidade que se associam

à criatividade.

39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada teve o intuito de analisar a forma de pensar dos

professores de educação infantil, dado este obtido por meio de um questionário

específico, a partir do qual se traçou o perfil do professores entrevistados e

analisou-se também o estilo de pensar dos mesmos, considerando três

categorias especificas (brincar, educação infantil e a criatividade).

Considerando os dados obtidos pode-se delinear o perfil desses

professores: a maioria possui titulação relativamente recente; sendo esta curso

superior completo; são efetivos na Secretaria Municipal de Educação, possuem

considerável experiência profissional e ministram suas aulas no nível do

Berçário à Jardim II, sendo que alguns participam de outros cursos de

formação.

Observou-se que os professores mesclam suas respostas em ambas as

abordagens, quando são questionados a partir de uma perspectiva tradicional.

Analisando esse dado percebe-se que os professores ainda apresentam

dúvidas, ou seja, não sabem se devem concordar ou não com as afirmativas

quando essas são com base na perspectiva tradicional. Nas questões

relacionadas à perspectiva integradora percebe-se que os professores tem

mais convicção em suas respostas, os conceitos estão mais elaborados para

os educadores, ou seja, conseguem traçar um perfil coerente entre a teoria e

prática em sala de aula. Isto mostra um maior conhecimento dos professores

em relação aos conceitos integradores.

Pode-se perceber que os professores concordam mais com os conceitos

integradores, o que é muito animador para a educação infantil. Nas questões

sobre o brincar nesta perspectiva alguns professores demonstraram não

concordar com esses conceitos, mas uma boa parcela atua de acordo com a

perspectiva integradora, demonstrando que ainda existem professores que

necessitam se atualizar com as atuais perspectivas. Em relação à educação

infantil e a criatividade na perspectiva integradora percebe-se que grande parte

concebe sua prática nesta perspectiva, no entanto demonstram algumas

atitudes e atividades propostas ainda na perspectiva tradicional.

40

Isto pode ser constatado a partir da experiência da pesquisadora durante

o estágio de psicologia educacional, realizado em 2008 em um Centro de

Educação Infantil, no qual foi proposta aos professores uma intervenção com

os alunos onde a dança e o brincar estariam desenvolvendo a

psicomotricidade. Em vista disso, pode-se ter, através das observações

realizadas, uma noção das práticas educacionais dos professores em sala,

demonstrando assim que esses adotam atividades mais vinculadas à

perspectiva integradora, conforme o acima descrito.

Partindo desses resultados é sugerida a elaboração de propostas de

formação continuada para que estes professores reflitam acerca desses novos

conceitos e paradigmas educacionais na educação infantil, já que alguns

professores demonstraram estar confusos na distinção dos conceitos

integradores e tradicionais. De acordo com García (1992) a formação

continuada deve estar centrada na atividade cotidiana da sala de aula, próxima

dos problemas reais dos professores, tendo como referência central o trabalho

das equipes docentes, assumindo, portanto, uma dimensão participativa,

flexível, ativa e investigadora.

Fazendo um comparativo entre a pesquisa realizada em 2003 por

Caroline Signori Feix percebe-se que a forma de pensar dos professores de

educação infantil é semelhante à amostra pesquisada atualmente. A maioria

dos professores se mostrou inclinada em concordar com a perspectiva

integradora, utilizando esses conceitos em sala, mas ainda demonstram

dúvidas em relação aos conceitos tradicionais, demonstrando a necessidade

ainda de cursos de formação e atualizações dos professores sobre os novos

paradigmas educacionais.

Portanto, o maior desafio para os professores, em sua formação, é

conceber a escola como um ambiente educativo, onde trabalhar e formar não

sejam atividades distintas. A formação deve ser encarada como um processo

permanente, integrado no dia-a-dia dos professores e das escolas (McBRIDE,

1989, apud NÓVOA, 1992).

Sugere-se a continuidade do trabalho realizado, visto que os resultados

alcançados foram muito significativos, tanto para as crianças como para os

professores. Sugere-se também a realização de outros trabalhos voltados para

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o brincar como forma de aprendizagem, bem como, projetos que visem a

formação continuada e novas proposta de trabalho diferenciadas para a

educação infantil.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7 APÊNDICE

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QUESTIONÁRIO – IDÉIAS DE PROFESSORES SOBRE EDUCAÇÃO INFANTIL, BRINCAR E CRIATIVIDADE.

Este questionário pretende coletar, de forma sistematizada, as idéias de professores de educação infantil, na rede pública de educação, sobre alguns aspectos desta etapa educativa.

Nas seguintes páginas encontrará uma série de afirmativas sobre educação, brincar e criatividade, todas relacionadas com a educação infantil. Pedimos que após a leitura atribua valores a cada uma delas, considerando sempre suas idéias sobre cada um dos temas apresentados.

Não existem aqui acertos ou erros, simplesmente se refletem diversas concepções sobre aspectos educativos, destacando em sua opinião o valor relativo a cada afirmativa.

A finalidade deste questionário é exclusivamente para a pesquisa científica, o que garante sua confidencialidade. Teremos um segundo momento desta pesquisa que será realizado através de entrevista com alguns dos professores participantes, portanto é de grande importância conhecer seus dados pessoais. DADOS PESSOAIS:

Nome:....................................................................................................... Função:..........................................

Data de nascimento:.../.../... SEXO: Masc.: ...... Fem.: .......

Ano de conclusão da última titulação:.......................

TITULAÇÃO: II Grau: ............ III Grau: ............ Outros: .................

SITUAÇÃO PROFISSIONAL: Substituto: ........... Efetivo: ........

EXPERIENCIA DOCENTE COMO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL: ..........anos.

NÍVEL EM QUE MINISTRA AULAS: Jardim I .... Jardim II .... Pré-escola ......

COLÉGIO/ESCOLA: .................................................................................

LOCALIDADE: ..........................................

Nas seguintes páginas, depois de cada afirmativa, cuja ordem, para ser mais flexível, foi estabelecida aleatoriamente, aparecem colunas, para que anote o valor atribuído em cada espaço correspondente. Colunas:

1. Grau de acordo com a afirmativa. 2. Freqüência com que considera tal afirmativa no momento de planejar suas aulas.

Valor para as colunas: 5. muito / 4. bastante / 3. regular / 2. pouco / 1. Nada

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Grau de acordo com a afirmativa

Freqüência de consideração no momento de planejar

1) As situações de brincar constituem contextos de aprendizagem natural.

2) O professorado deveria dirigir as respostas corretas de alunos e alunas, evitando assim buscas improdutivas de novas soluções.

3) O conhecimento infantil é construído a partir da ação exercida pelas crianças sobre os objetos.

4) O brincar deve ser permitido somente depois que os alunos e alunas tenham completado suas atividades.

5) A criatividade é uma característica apresentada somente por pessoas de grande capacidade artística.

6) No processo de ensino o brincar pode ser utilizado sempre que o profesorado tenha total controle sobre as atividades de alunos e alunas.

7) O brincar deve ser utilizado como reforço positivo ou negativo.

8) A interação social é prioritária para o desenvolvimento intelectual infantil.

9) É através do brincar que as crianças podem interagir com seu ambiente e cabe ao adulto propiciar desafios que enriqueçam essa atividade.

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10) A utilização de tarefas programadas (como fichas, desenhos fotocopiados...) é o mais importante para que o ensino seja eficaz.

11) A excessiva curiosidade e criatividade infantil costumam ser prejudicial para a assimilação de fatos já conhecidos e conteúdos escolares.

12) A criatividade pode manifestar-se em qualquer atividade e em qualquer área de atuação.

13) A importância fundamental do brincar é propiciar o exercício psicomotor e o movimento do corpo.

14) As várias repetições de uma informação e a determinação de tarefas específicas por parte do professorado são muito importantes para que alunos e alunas memorizem o conteúdo.

15) O desenvolvimento cognitivo está muito relacionado com outras dimensões do desenvolvimento, como a afetiva e a social.

16) A metodologia de ensino deve ser ativa, estar baseada no diálogo, ser crítica e criar programas próprios a partir da realidade dos alunos e alunas.

17) Através da criatividade alunos e alunas captam a realidade de modo singular, gerando e expressando assim novas idéias, valores e significados.

18) A apresentação de modelos que ajudem ao desenvolvimento intelectual infantil é o melhor modo de educar, pois as crianças não têm capacidade de aprender através de suas experiências.

19) A transmissão do conhecimento é o mais fundamental para que alunos e alunas aprendam.

20) Convém evitar, na medida do possível, respostas errôneas de alunos e alunas durante suas atividades escolares.

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21) O papel das relações interpessoais em sala de aula (professor(a)-aluno(a), aluno(a)-aluno(a)) é o mais importante no processo de aprendizagem.

22) O comportamento infantil é sempre possível de controlar e prever.

23) No âmbito educativo a criatividade ocorre exclusivamente em disciplinas relacionadas com artes e música.

24) Os reforços e recompensas dados aos comportamentos apresentados proporcionam melhor aquisição de novas aprendizagens.

25) O brincar para ser educativo tem que ser determinado pelo professorado e servir como instrumento para uma aprendizagem determinada.

26) Principalmente através de brincar alunos e alunas tem acesso a novos conhecimentos – sociais, emocionais e cognitivos - de maneira relaxada e agradável, o que proporciona uma aprendizagem mais efetiva.

27) Através do brincar infantil se desenvolvem novos conceitos de maneira muito mais efetiva que através da instrução direta.

28) O ambiente social, assim como o educativo, tanto podem facilitar a expressão da criatividade como podem contribuir seriamente para bloqueá-la.

29) O erro é muito aproveitável em educação.

30) A educação, para ser efetiva, deve ser emocional e intelectual.

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31) A criatividade depende de fatores intrapessoais, portanto não é relevante o papel da escola e da sociedade para o estímulo da capacidade criativa.

32) O brincar cumpre um papel de expressar os sentimentos reprimidos pelo sujeito no processo educativo.

33) A organização do contexto educacional, para respeitar as características de alunos e alunas, suas necessidades e interesses, deve considerar sempre seu desenvolvimento emocional e intelectual.

34) Em sala de aula o profesorado deve motivar a fantasia infantil para que alunos e alunas busquem novas possibilidades frente a problemas.

35) A criatividade é inata e, portanto não pode ser ensinada e nem aprendida.

36) Todas as pessoas são criativas em diversos sentidos, algumas mais e outras menos, dependendo de inúmeras variáveis.

37) No processo de ensino o professorado deve estimular nos alunos e alunas a curiosidade para aprender novos conceitos, incentivando-os a buscar diversas respostas aos problemas propostos.

38) Brincar é importante, principalmente para que as crianças possam descarregar sua energia e depois continuar trabalhando.

39) O ato de brincar é um ato criador mediante o qual alunos e alunas desenvolvem sua criatividade.

Caso queira fazer comentários sobre o questionário, pode utilizar o verso desta página.

MUITO OBRIGADO POR SUA COLABORAÇÃO.