ibram - revista museália no. 1

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no 1

Instituto Brasileiro de Museus

revista de cultura e museus

Nesta edio:4 Frum Nacional de Museus 4 Primavera dos Museus 8 Semana de Museus Novas tecnologias Editais e prmios Reserva tcnica viva Fazedor de barcos e achados Entrevista com o grafiteiro Nunca

Muselia

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Muselia o exerccio de um pensamento e de uma prtica museal inspirados por uma nova imaginao, contaminados por uma vontade insubmissa de reinveno do futuro, ancorados na criatividade e no direito memria. Muselia reunio, coleo, conjunto, coletivo de bens culturais transformados em bens sociais. Muselia linha de agenciamento, plataforma cultural de comunicao, experincia de museu rizoma. Muselia tropical, muselia, tropiclia museal.

n1 - 12/2010 - www.museus.gov.br

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Muselia

Na caPa:Arte de Sylvana Lobo

no 1

pg.84 FruM NacioNal de Museus Os eventos, palestras e resultados do 4 FNM, em que foram debatidas diretrizes para a Poltica Nacional de Museus. Palavra do PresideNte As conquistas do setor de museus nos ltimos anos.

pg.17iNtroduo 8 seMaNa de Museus e 4 PriMavera dos Museus

8 seMaNa de Museus Destaques da 8 Semana, que motivou programaes com a temtica: Museus para a Harmonia Social.

pg.7

editais e PrMios Resultados dos editais Mais Museus e Modernizao de Museus 2010, alm dos prmios Darcy Ribeiro e Mrio Pedrosa.

pg.18

pg.13ii coNFerNcia NacioNal de cultura A mobilizao do segmento museal na II Conferncia Nacional de Cultura. 4 PriMavera dos Museus Destaques da 4 Primavera, que apresentou o tema Museus e redes sociais.

pg.16

pg.28

4

pg.48reserva tcNica viva Como os museus esto tornando suas reservas tcnicas mais acessveis. atuao iNterNacioNal do ibraM A experincia do Ibram em aes de valorizao e preservao do patrimnio museal no Brasil est virando referncia para vrios pases.

pg.62Muito alM do real Novas tecnologias esto permitindo maior interao entre o visitante e as obras dos museus. colquio de arte coNteMPorNea

pg.68eNtrevista coM o artista NuNca Saiba um pouco mais sobre este artista, dono de um trao nico. Guardar Poema de Antonio Cicero.

pg.46oFiciNa Museus e turisMo Uma ao do Programa de Qualificao de Museus para o Turismo

pg.61

recoMeNdaMos Muselia traz uma seleo especial de filmes que valem a pena assistir.

pg.38iberMuseus Uma conversa com Anta Vilela e Eduardo Pinillos, coordenadores da unidade tcnica do programa Ibermuseus.

pg.75Recomendaes de leitura feitas por personalidades convidadas.

pg.47

pg.76

pg.42

Fazedor de barcos e achados A incrvel histria do barquinho de promessas do seu Sebastio. eNtreteNiMeNto Divirta-se com nosso caapalavras e jogo dos sete erros.

laNaMeNtos do ibraM Conhea as mais novas publicaes do instituto.

pg.44

pg.58

pg.78n1 - 12/2010 - www.museus.gov.br

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editorial

no 1revista de cultura e museus

MUSELIA

N: 1 / Ano: 1 / Dezembro de 2010 PROJETO EDITORIAL Adolfo Samyn Nobre, lvaro Marins, Ena Elvira Colnago, Eneida Braga, Romilda Moreira DIREO DE ARTE Sylvana Lobo PROJETO GRFICO Gustavo Sousa REDAO lvaro Marins, Ana Carolina de Souza Cruz, Ana Cristina Viana de Melo, Ana Lourdes de Aguiar Costa, Bruno Maestrali, Liana Prola, Marcelo Gonczarowska Jorge, Mario de Souza Chagas, Marcos Niemeyer, Patricia Albernaz, Romilda Moreira, Valentina Naves ILUSTRAO Gustavo Sousa, Mariana Velasco FOTOGRAFIA Sylvana Lobo, Marcelo Gonczarowska Jorge, acervo Ibram DIAGRAMAO E ARTE FINAL Gustavo Sousa, Mariana Velasco REVISO Flora Maravalhas, lvaro Marins IMPRESSO Grfica ARTECOR

PRESIDENTE DA REPBLICA Luiz Incio Lula da Silva MINISTRO DA CULTURA Joo Luiz Silva Ferreira (Juca Ferreira) PRESIDENTE DO IBRAM Jos do Nascimento Junior DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE DIFUSO, FOMENTO E ECONOMIA DE MUSEUS Eneida Braga Rocha de Lemos DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE PROCESSOS MUSEAIS Mario de Souza Chagas DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E GESTO INTERNA Jane Carla Lopes Mendona COORDENADORA GERAL DE SISTEMAS DE INFORMAO MUSEAL Rose Moreira de Miranda PROCURADOR-CHEFE Jamerson Vieira

AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos os que colaboraram para a produo desta revista, em especial a Aline Montenegro Magalhes, Angela Guedes, Brbara Skaba, Carolina Barmell, Cludio Kirner, Cristiane Vianna Joo, Henrique Milen, Isabela Verleun, Jorge Cordeiro, Jlio Dantas, Lia Silvia Peres Fernandes, Luciana Palmeira da Silva, Nancy de Castro Nunes, Nilslia Monteiro Campos Diogo, Norma Marotti Fairbanks, Renato Silva, Sebastio Mafra, Vivian Greco, ao American Museum of Natural History (EUA), ao Getty Research Institute (EUA) e MindSpace Solutions (Nova Zelndia).

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS - IBRAMEndereo: SBN, Quadra 02, Bloco N, Edifcio CNC III Braslia/DF CEP: 70040-020 Visite nosso site: www.museus.gov.br

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As conquistas do setor de museusDa criao de um departamento implementao de um Instituto

N

os ltimos anos, o Brasil tem presenciado uma crescente articulao pela

representa, na prtica, o pleno reconhecimento do espao ocupado pelos museus na sociedade. E a chegada dos novos servidores, no 2 semestre de 2010, aprovados na primeira seleo pblica do rgo, vem se consolidando como instrumento de preservao e dinamismo das polticas culturais do Brasil e da preservao do patrimnio museolgico. Acreditamos em uma concepo de poltica cultural enraizada e interessada na vida social, poltica e econmica da sociedade, em uma concepo de museu parceiro da comunidade, sempre em construo, aberto s novas memrias que esto por vir. E a Revista Muselia faz parte desse processo. vista Muselia. Fruto de muita vontade e dedicao, ela um marco para um instituto novo, que ainda tem um longo caminho de trabalho pela frente. A publicao semestral ser um meio de divulgar no s o nosso trabalho, como tambm aquilo que acontece nos mais de 2.500 museus brasileiros. Os destaques dessa primeira edio so as coberturas da 8 Semana Nacional de Museus, que foi realizada em maio, com o tema Museus para Harmonia Social e da 4 Primavera de Museus, que aconteceu em setembro e teve como tema Museus e Redes Sociais. A Revista tambm conta com uma seo permanente com dicas de livros e filmes e vrias entrevistas interessantes com pessoas ligadas ao mundo das artes e dos museus. Aproveitem a leitura!Jos do Nascimento Junior Presidente do IbramFOTO: Sylvana lobo

organizao, pelo desenvolvimento e pela valorizao das instituies museolgicas brasileiras. A partir de 2003, o MinC, compreendendo a importncia dos museus na vida cultural e social brasileira, criou a Coordenao de Museus e Artes Plsticas vinculada Secretaria de Patrimnio, Museus e Artes Plsticas e, por seu intermdio, convidou a comunidade museolgica para participar democraticamente da construo de uma poltica pblica voltada para o setor. Um dos frutos dessa ao indita foi o lanamento da Poltica Nacional de Museus, ainda em 2003, e a criao do Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU) no mbito do IPHAN, no mesmo ano. O surgimento do DEMU, no cenrio museal brasileiro, acarretou, de imediato, o fortalecimento de todos os museus do MinC. Na sequncia deste processo, foi criado o Sistema Brasileiro de Museus, outra ao fundamental para a implantao da Poltica Nacional de Museus. De l para c, muita coisa avanou e 2009 marcou o incio de uma profunda mudana na vida cultural brasileira: a implantao do Instituto Brasileiro de Museus - Ibram. A criao do Instituto significou muito trabalho, muita dedicao e muito amor quilo que a gente fez e props. Anseio antigo dessa comunidade, o Ibram

com muito orgulho que lanamos a Re-

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eventos

O

Instituto Brasileiro de Museus realizou, de 12 a 17 de julho de 2010, o 4 Frum Nacional de Museus. O evento aconteceu em Braslia, no Centro de Convenes Ulysses Guimares. O objetivo principal do 4 FNM foi mobilizar, refletir, avaliar e estabelecer diretrizes para a Poltica Nacional de Museus.Essa 4 edio do Frum Nacional de Museus representou o auge do processo de construo

coletiva da Poltica Nacional de Museus, sintetizando o esforo empreendido para articular, promover, desenvolver e fortalecer o campo museal brasileiro. Precedendo o 4 FNM, foi realizada uma ampla discusso para subsidiar o processo de construo de um plano setorial voltado para o setor museal. Experincias, dificuldades e desejos do setor foram discutidos durante encontros, como a 1 Pr-Conferncia de Museus e Memrias, a II Conferncia Nacional de Cultura II CNC e as 24 assemblias estaduais, durante as quais foram discutidas e elaboradas diretrizes, estratgias, aes e metas para o Plano Nacional Setorial de Museus PNSM, as quais foram encaminhadas para deliberao durante o 4 Frum. Compreendendo o 4 FNM como espao de troca de experincias, o Ibram convidou interessados no tema a participarem do exerccio de construo de uma nova imaginao museal, uma imaginao capaz de dialogar com temas como: cidades e cidadania, desenvolvimento sustentvel, economia criativa e estratgias de institucionalizao de um universo museal to multifacetado. Integrado por muselogos, historiadores, antroplogos, artistas, arquelogos, socilogos, educadores, professores, representantes do poder pblico, agentes culturais, estudantes e demais interessados, o 4 FNM propiciou um cenrio de significativa mobilizao dos diferentes

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FOTO: Foto Idias

Abertura do 4 Frum Nacional de Museus.

atores, reunindo 1.922 participantes provenientes de todos os Estados brasileiros e do Distrito Federal. Tambm participaram representantes de ustria, Cuba, Frana, Holanda, Mxico e Portugal. A programao contemplou a realizao de minicursos, conferncias, minifruns, painis, plenrias, lanamento de publicaes, exposies

Ibram e seus Museus; Memria em Movimento; Espao Conhecendo Museus e Mostra de Artesanato. A exposio O Ibram e seus Museus, com fotos de Sylvana Lobo, apresentou os museus Ibram: vistas noturnas e diurnas, ngulos externos e internos, jardins e construes, casas, fortes

FOTO: Foto Idias

Exposio O Ibram e seus Museus.

e shows. Durante o 4 Frum, os participantes, reunidos em minifruns setoriais, formularam diretrizes para o PNSM. Na sequncia, nas miniplenrias e na plenria geral, deliberou-se sobre as propostas de diretrizes a integrarem o plano. O 4 Frum contou com 4 exposies: O

e igrejas, foras do esprito e da natureza, runas, palcios e construes modernas, acervos que evocam diferentes narrativas. O sentido da exposio no est nela, est no intervalo entre aquilo que j--nela e a possibilidade que temos a partir dela de ver, rever e transver o eu, o outro e ns nos museus .

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eventos

Os artistas Kasko e Acme realizando trabalho em grafite durante o 4 FNM.

FOTO: Foto Idias

Em clima contagiante de alegria, com cerca de 80 pessoas, o Museu do Cortejo percorreu o Frum Nacional de Museus aps a abertura da mostra fotogrfica Memria em Movimento.

FOTO: acervo Ibram

Mostra de Artesanato realizada durante o 4 FNM.FOTO: Foto Idias

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A exposio Memria em Movimento buscou retratar as comunidades onde esto sendo desenvolvidos os Pontos de Memria: comunidades da Mar, Pavo-Pavozinho e Cantagalo, Rocinha, Duque de Caxias e Vila do Horto, no Rio de Janeiro; Brasilndia, em So Paulo; Beiru, em Salvador; Estrutural, em Braslia; Terra Firme, em Belm; Stio Cercado; em Curitiba; So Pedro, em Vitria; Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre; Taquaril, em Belo Horizonte; Grande Bom Jardim, em Fortaleza; Coque, em Recife; e Jacintinho, em Macei. O programa Pontos de Memria pretende incentivar e fortalecer o trabalho com a memria local realizado por comunidades das cinco regies do pas, que historicamente no tiveram a oportunidade de narrar e expor suas histrias, memrias e patrimnios em museus. A exposio, disposta em mbiles interativos, remetia importncia da memria estar em movimento para transformar e recriar o presente. O espao Conhecendo Museus exibiu, durante todo o Frum, documentrios sobre as instituies museolgicas Museu da Mar, Museu da

Repblica, Museu Histrico Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Contempornea, Museu do Folclore Edson Carneiro, Museu de Arte de So Paulo, Museu do Caf, Memorial do Imigrante, Museu de Zoologia, Museu Paulista (Museu do Ipiranga/USP), Museu da Inconfidncia, Museu do Oratrio, Museu de Artes e Ofcios e Museu Histrico Ablio Barreto. A Mostra de Artesanato buscou representar a capital, cidade multicultural na sua formao, naquilo que ela tem de mais singular em termos culturais: a sua multiplicidade de influncias, a arte dos brasilienses e daqueles que adotaram a cidade como sua morada. O artesanato local representa sua gente e seu fazer cultural, contando, tambm, a histria de um povo. Assim, foi concebida a Mostra de Artesanato, a capital e seus temas regionais apresentados por meio de sua arte. Os participantes foram: Bordadeiras de Taguatinga; Flor do Ip; Flor do Cerrado; As Trs Baianinhas; Toque de Linha; Ser Brasileiro; Biojias; Arte em Palha; Divino Alves Faleiros, com seus totens de Buriti; Joo Neres de Aquino e Gilmar Silva n1 - 12/2010 - www.museus.gov.br

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eventos

Para celebrar a ligao das comunidades com a terra a luta pela moradia, questo que perpassa a histria e memria de todos -, os representantes dos Pontos de Memria apresentaram pores de terra por eles trazidas, e, num ritual de celebrao, misturaramnas at se tornarem uma s.FOTO: Foto Idias

quadro de funcionrios do Ibram, e Srgio Morais, professor do Clube do Choro de Braslia. Alm dessas atividades, o 4 FNM possibilitou a realizao das reunies: das Redes de Educadores em Museus (REM), dos Professores de Museologia, dos Pontos de Memria, do Conselho Internacional de Museologia (ICOM) Brasil e dos Sistemas e RePainis Cientficos exibidos durante o 4 FNM.FOTO: Foto Idias

des Estaduais e Municipais de Museus. Para o acompanhamento das discusses por aqueles que no puderam estar presentes no 4 Frum Nacional de Museus, a Assessoria de Comunicao do Ibram/MinC manteve atualizadas, de forma sistemtica, as informaes na internet (portal: http://www1.museus.gov.br/ e blog: www.4forumnacionaldemuseus.com.br/blog). Algumas das atividades foram transmitidas ao vivo, como a palestra de encerramento do ciclo de conferncias ocorrida na noite do dia 17 de julho de 2010. Em breve, ser publicado o relatrio do 4 Frum, com todos os documentos e acontecimentos do evento. Santos, com esculturas sacras em madeira e Joaquim Nunes da Silva, com instrumentos musicais de corda. As atraes artsticas, com talentos locais, promovidas pelo Ibram em parceria com a Universidade de Braslia, contaram com esquete teatral do grupo Asas Companhia de Teatro, com show de forr da Banda Forrozeiros de Santa Maria, apresentao de break do grupo DF Zulu - todos artistas indicados pela UNB - e, ainda, com apresentaes dos flautistas Alessandro Barros, do

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C

a seus, lanad ional de Mu a Poltica Nac ao iz base n us e Modern riados com s Mais Muse 03, os editai mo ferra20 co em maio de nsolidando da ano se co us vo a ca as. op de Muse useolgica n atividade m seus de fomento da ceiro a mu o io finan mentas para rnecer apo es, o edital tivo de fo as atividad Com o obje ento de su eiro oram ndo o prim para o melh em 2004, se o o Brasil o tod us foi criad Ministrio o de Muse nado pelo Moderniza s culturais la com a projeto ais Museus, o de apoio o o edital M edital pblic m foi criad at 50 mb com Em 2007, ta em cidades da Cultura. de museus r a criao de apoia a finalidade us de difertes. oiam muse mil habitan o o pas e ap rangem tod os. seus privad Os editais ab m como mu aram governo, be useus som s de Mais M entes esfera do edital meio a os valores cionados, em Em 2010, rojetos sele do oito os p de Museus ,59, tendo si odernizao R$1.194.703 os. O edital M s recebid 219 projeto os 329 inum total de jetos dentre plou oito pro tem .067.042,40. de 2010 con do foi de R$1 valor executa scritos, e o

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Muselia

Museu dos Povos Indgenas da Ilha do BananalO projeto que ficou em 1 lugar no edital Mais Museus 2008 foi executado no ano de 2010. O Museu dos Povos Indgenas Yny Heto Casa do Povo Iny um marco para os ndios da regio da Ilha do Bananal, em Tocantins. O museu o reconhecimento da importncia da preservao e valorizao da histria e cultura dos povos Karaj e Java. A festa de inaugurao contou com a participao dos ndios Karaj e Java de diversas aldeias da ilha, os quais somam mais de 3 mil pessoas. Participaram da cerimnia a diretora do Departamento de Difuso, Fomento e Economia de Museus do Ibram, Eneida Braga; o prefeito de Formoso do Araguaia, Pedro Tavares; o presidente da Fundao Cultural do Tocantins, Diomar Naves e diversas outras autoridades locais, alm do cacique Juraci Java, que foi o primeiro a idealizar um museu na regio. ndios das etnias Karaj e Java fizeram apresentao de danas tpicas durante o evento, e filmes sobre os povos indgenas foram projetados nas paredes do Museu. A primeira dana apresentada, o Maracaxi, realizada em festas e aps colheitas, significa a fartura e a alegria do povo indgena. Em seguida, foi apresentada a Iweruhuky Ise, dana realizada aps o ritual do Aruan, feita em homenagem s autoridades presentes na tribo. A diretora Eneida Braga ressaltou a beleza da regio e do museu. Para ela, o museu representa bem o programa Mais Museus, que beneficia cidades com at 50 mil habitantes e que no possuam instituio museolgica. Esse programa financia a aquisio de equipamentos e mobilirios; elaborao de projetos para execuo de obras e servios; instalao e montagem de exposies; restaurao de imveis; elaborao de projetos museolgicos ou museogrficos; e benfeitoria em imveis. Eneida Braga disse estar impressionada com a qualidade do museu e acredita que isso se deve s parcerias formadas entre Municpio, Estado, Unio e o apoio da Conjaba - Conselho das Organizaes Indgenas do Povo Java da Ilha do Bananal para concretizao do projeto. O Ibram comprometeu-se a acompanhar as atividades do museu e apoilo em seu objetivo de se tornar uma porta de entrada para a Ilha do Bananal. S se entra na Ilha com um guia, nossa proposta que o Museu dos Povos Indgenas seja o primeiro lugar que o visitante conhea, disse Eneida. Adornado com pinturas tradicionais do povo Iny, o museu conta com acervo de 43 peas produzidas pelos artesos Java e Karaj. Destacam-se peas em cermica, roupas usadas em rituais e uma canoa. A casa dispe de espao para exibio de vdeos sobre a cultura e a lngua dos povos Iny, bem como de material sobre a histria e os aspectos culturais do municpio. Conta ainda com uma loja para venda de produtos artesanais.FOTO: Cedida pelo Museu dos Povos

Indgenas

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Museu na pauta da imprensa escritaO Prmio Mrio Pedrosa Museus, Memria e Mdia completou trs edies em 2010. O prmio tem por objetivo incentivar e premiar trabalhos jornalsticos nos diversos veculos de mdia impressa, tais como jornais e peridicos, que veiculem matria relacionada aos museus no Brasil. Cada edio teve um tema diferente. Podem concorrer ao prmio trabalhos jornalsticos veiculados em territrio nacional, em um perodo determinado, por empresas de mdia impressa. Cada concorrente pode participar com apenas um trabalho, o qual poder ser uma publicao nica ou uma srie de reportagens sobre o mesmo tema. E no podem participar do concurso pblico quaisquer jornalistas vinculados ao Ministrio da Cultura ou s suas autarquias e fundaes. A escolha realizada por uma Comisso Especial de Seleo, designada por ato do Presidente do Ibram. A comisso, soberana em suas decises, composta por no mnimo 3 (trs) personalidades de notrio saber na rea museolgica e/ou comunicao social, que so convidadas a participar. So considerados os seguintes critrios na avaliao e seleo dos trabalhos: a. Redao e estruturao; b. Pesquisa e documentao; c. Profundidade da abordagem, multiplicidade de fontes; d. Enfoque e fidelidade ao tema; e. Carter inovador ao tratar sobre o tema;PROJETOS APROVADOS NO MAIS1 2 3 4 5 6 7 8

MODERNIZAO DE MUSEUS 20101 2 3 4 5 6 7 8 Montagem de exposio de longa durao do Museu Sacro S. J. de Ribamar Fortaleza (CE) Concluso da Montagem do Museu da Cidade de Patos de Minas - Patos de Minas (MG) Modernizao do Museu Histrico Municipal Bruno Born - Lajeado (RS) museolgicas no prdio anexo do Museu de Astronomia e Cincias Ans Rio de Janeiro (RJ) Modernizao do Museu Histrico Cultural do Centro-Oeste - So Flix do Araguaia (MT) Reestruturao e Modernizao do Museu de Porto Alegre (RS) Modernizao do Memorial do Homem Kariri Nova Olinda (CE) Museu de Arte de Cascavel (MAC 2010) O Ano da Modernizao Cascavel (PR)

PROJETOS APROVADOS NO

f. Construo da narrativa jornalstica, produo das reportagens, ritmo, entre outros aspectos julgados relevantes para a execuo de uma boa reportagem. Os trabalhos apresentados em 2010 ainda esto em fase de julgamento. O vencedor receber R$10.000, e os 2 e 3 lugares, R$7.000 e R$5.000, respectivamente. Alm disso, os veculos de comunicao impressa que publicarem as matrias vencedoras recebero um diploma de meno honrosa por sua contribuio memria nacional.

MUSEUS 2010

Ecomuseu de Marilia - Marilia (MG) Museu Forte de Santo Incio Tamandar (PE) Museu Pblico Municipal de So Gabriel do Oeste So Gabriel do Oeste (MS) Museu dos Tropeiros do Serto Santarm (PB) Museu de Cultura Musical Padre Pio Jucs (CE) Museu Histrico Cultural de Delm Moreira Delm Moreira (MG) Museu Municipal de Arroio do Meio - Arroio do Meio (RS) Museu Massaranduba Massaranduba (SC)

iro, rio es e y Ribe Minist s a a io Darc ionada as pelo s relac O Prm eendid pr tica es em iar pr das a e prem s. muz parte entivar Museu inc tiva fa blicas al de eais p A inicia Nacion mus do tica iros. ies da Pol rutura brasile institu mbito s est ra no prmio culada u vin ao useus da Cult correr ue no ais os m m con esde q aos qu racas is (d Pode federa s pbli fins luc tidade o sem uais e , privad s ou en , estad rgo gundo ireito nicipais ura); ra o se is de d da Cult mil, pa musea es em rio $ 15 stitui Minist mais b de R os; e in locado rojetos e inculad eiro co vinte p prim ileiro d E os esto v para o to Bras 8 mil. rmio Institu de R$ p o, elo tivos. O terceir itada p para o ista ed o mil, e em rev cana d dos R$ 10 s 1 Gin publica projeto os so d os tuto pontua do Insti 0 foram em 201 Inhotim mio s. rio a do elo pr Museu aborat acotec mb, L iados p da Pin e Pana s agrac cervo A O od ras do Histric Escultu rquivo Ttil de eu e A Mus aleria meG l Inhoti Cultura Paulo. de So Estado

e am, useus lanado em 2007 peloduIbcrativas em museus Mde

o catina-se a edu s

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eventos

A mobilizao do segmento museal

e sua participao na II Conferncia Nacional de Cultura

A

II Conferncia Nacional de Cultura II CNC, realizada em maro de 2010, caracteriza-se como um instrumento de consolidao do Plano Nacional de Cultura PNC e de avano ao planejamento democrtico de aes para o desenvolvimento e alcance de metas no campo da cultura e nos setores intrnsecos a ele. Nesse contexto, a II CNC resultado de uma ampla construo coletiva, para a qual foram organizadas reunies setoriais, denominadas Pr-Conferncias Setoriais, com o objetivo de criar espaos de discusso dos Planos Nacionais Setoriais e para eleio dos novos membros dos Colegiados Setoriais, que passaram a integrar o Conselho Nacional de Polticas Culturais - CNPC. Esse formato marca um momento histrico na construo da Poltica Nacional de Cultura, por reunir, num mesmo espao de debate, dezenove segmentos da cultura,

em encontros especficos, para discutir e propor as polticas pblicas de cada rea, alm de eleger seus delegados, representantes das cinco macrorregies do pas, para a II CNC. Dessa forma, as Pr-Conferncias Setoriais de Cultura tiveram carter mobilizador, reflexivo, propositivo e eletivo quanto aos Eixos e Sub-Eixos Temticos apontados para debate nacional, com o objetivo de discutir o conjunto das polticas culturais brasileiras. A Pr-Conferncia Setorial de Memria e Museus, realizada em fevereiro de 2010, no Rio de Janeiro, com a participao de representantes de todos os estados brasileiros, subsidia o processo de construo de um plano setorial voltado para o setor museal, bem como estabelece uma agenda poltica para a cultura e, nesse caso, para o setor de museus. Como resultado da Pr-Conferncia Setorial de Memria e Museus, foram estabelecidas cinco propostas relativas aos cinco eixos estruturantes do PNC, as quais foram incorporadas na ntegra ao resultado final da II CNC. Essas estratgias, posteriormente, desdobraram-se em outras propostas e metas estabelecidas para o setor museal, que tiveram como espao de discusso o 4 Frum Nacional de Museus.

Propostas oriundas da Pr-Conferncia Setorial de Memria e Museus:Eixo I Produo simblica e diversidade cultural: assegurar o registro e a valorizao da memria dos diferentes grupos sociais, fortalecendo e garantindo a manuteno dos museus, espaos e centros, com nfase em comunidades menos favorecidas. Eixo II Cultura, cidade e cidadania: ampliar, qualificar e melhorar o investimento nos quadros de profissionais da ao educativa e do servio sociocultural dos museus e demais espaos de memria. Eixo III Cultura e desenvolvimento sustentvel: promover polticas pblicas que garantam a gesto museal e o acesso a mecanismos de fomento e financiamento direcionados para a diversidade e o patrimnio cultural, os direitos humanos e a cidadania, integrando a economia, a museologia, a educao, a arte, o turismo e a cincia e tecnologia, visando ao desenvolvimento local e regional, bem como sustentabilidade cultural e ambiental. Eixo IV Cultura e economia criativa: fomentar a relao museu-comunidade, considerando a funo social dos museus, produzindo novas perspectivas de gerao de renda pautadas em produtos e servios, que aproveitem potencialidades, saberes e fazeres. Nesse sentido, criar um Fundo Setorial de Museus em mbito Federal, Estadual, Municipal e Distrital voltado para entidades governamentais e no governamentais, a fim de garantir a sustentabilidade de seus planos museolgicos plurianuais e destacando a manuteno dessas instituies. Eixo V Gesto e institucionalidade da cultura: garantir a continuidade da Poltica Nacional de Museus e a implantao do Estatuto de Museus, respeitando a diversidade regional, com a ampliao dos investimentos na rea.

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m maio de 2010, do dia 17 ao 23, aconteceu a 8 Semana Nacional de Museus Museus para a Harmonia Social. Buscando discutir seu papel como promotores da Harmonia Social, do respeito e da valorizao das diversidades, os museus organizaram suas programaes. Seminrios, exposies, oficinas, espetculos de msica, teatro e dana, mesas redondas, visitas guiadas, exibies de filmes e um diversificado conjunto de atividades visaram refletir sobre o tema. Ao todo, foram 1.763 eventos espalhados por todas as regies do pas e abrigados por 588 instituies, somando, desde a 1 Semana, 9.236 eventos. Entre os dias 20 e 26 de setembro, aconteceu a 4 Primavera de Museus, com o tema Museus e Redes Sociais. A escolha aponta para a conexo dos museus com os temas atuais, utilizando presente e passado para pensar o futuro. Desde a 1 edio, em 2007, a Primavera de Museus reuniu mais de 3 mil eventos em mbito nacional, relacionados rea museolgica. Na ltima edio, os 276 museus inscritos organizaram eventos. Foram 109 museus da regio Sudeste; 70 da Nordeste; 66 museus da Sul e outros 31 das regies Centro-Oeste e Norte. Mostras, visitas guiadas, mesas redondas, aes educativas e exibio de filmes foram alguns dos eventos realizados durante a primavera. A seguir, uma seleo dos eventos organizados.

E

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Nos Museus

8 semana de museus

museus para a Harmonia SocialMuseu Histrico do Exrcito e Forte de CopacabanaRio de Janeiro - RJ O museu ofereceu inmeras atividades a seus visitantes. Entre elas, o projeto Brincando se Aprende, que se desenvolveu a partir de visita mediada conduzida por soldados monitores. Para a ocasio, o museu props a ao Nos Bastidores do Museu, direcionando os visitantes s Divises de Acervo e Preservao, passando pelas Sees de Processamento, Reserva Tcnica e Laboratrio de Conservao e Restaurao. Os tcnicos explicaram o tratamento dado s peas desde a sua chegada ao museu, sua catalogao, seu acondicionamento, sua guarda e suas diferentes formas de conservao e restaurao, propiciando aos alunos uma vivncia do cotidiano de um museu. Alm da teoria, 300 alunos da rede pblica de ensino participaram da oficina de cadastramento de acervos, conhecendo, na prtica, o dia-a-dia de um muselogo da rea de documentao museolgica. Ainda no mbito da programao da semana, e com a colaborao do Museu Histrico Nacional e de tcnicos do seu setor educativo, foi ministrada, para o corpo tcnico do MHEx/FC, a palestra Educadores em Museu, Um Espao deFOTO: cedida pelo MHEx/FC

Construo do Saber.

Museu da Fundao Ernani SatyroPatos - PB Realizada com rara beleza em desenhos a bico de pena, a exposio sobre o Serto Histrico Monumental, do historiador Nivalson Miranda, abriu as comemoraes da 8 Semana de Museus na Fundao Ernani Satyro. Utilizando a arte para registro da importncia e preservao do patrimnio cultural do serto paraibano, foram realizadas visitas exposio e ao museu com as escolas. Para finalizar as comemoraes, Nivalson Miranda ministrou uma palestra para os representantes das entidades culturais, alunos e comunidade em geral.FOTO: Enaldo Torres

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Fundao Ema KlabinSo Paulo - SP A fundao trouxe ao pblico uma apresentao especial do Ballet Afro Koteban, no dia 22 de maio. O trabalho de pesquisa desses artistas baseado na cultura mandingue, de povos do oeste da frica. Essa regio inclui cinco pases: Guin, Mali, Senegal, Burquina Faso, Costa do Marfim. Formado por msicos, danarinos e atores, o grupo Afro Koteban tem como foco a manifestao e o resgate da cultura africana, proporcionando uma leitura real e cultural desses povos. O grupo possui uma msica forte, de arranjos e andamentos complexos e sua base so os instrumentos musicais djembe, dununs e balafon. Com esses instrumentos, e outros adaptados e conhecidos do povo brasileiro como o berimbau, cuica, congas, caxixis, xequeres, etc, os malinks danam em contextos diversos, com propsitos especficos. A receptividade do pblico foi de grande valor para o sucesso da apresentao. A dana tomou conta do museu e dos espectadores que participaram ativamente do espetculo, transformando o evento numa grande festa.FOTO: Henrique Luz

Museu de ItatibaItatiba - SP Durante a 8 Semana de Museus, foi aberta a exposio 29 de Abril em aluso data em que se verificou que j no havia mais escravos em Itatiba, poucos dias antes da sano da Lei urea. Alm disso, iniciou-se a exposio Quilombo Brotas: Imagens das Famlias Quilombolas, que retrata o primeiro quilombo em rea urbana a ser reconhecido em territrio nacional e que, no ano de 2010, conquistou um Ponto de Cultura por meio do apoio dos governos Federal e Estadual. A abertura da exposio aconteceu na escadaria da Igreja Matriz, e contou com a participao do Grmio Recreativo eFOTO: cedida pelo Museu de Itatiba

Cultural Escola de Samba Mocidade Independente do Metelo e com apresentao de capoeira do grupo do Mestre Larcio.

Museu de Arte de LondrinaLondrina - PR A programao comemorativa do 17 Aniversrio do Museu de Arte de Londrina e da 8 Semana Nacional de Museus contou com a participao da comunidade de Londrina e regio. Foram realizadas visitas monitoradas, oficinas artsticas, palestras, workshop de fotografia e a exposio fotogrfica Rui Cabral com o tema Museus para a Harmonia Social. Mais uma vez, cumpriu-se o objetivo de envolver os visitantes nas aes culturais oferecidas, permitindo o debate, a reflexo e a valorizao das instituies museolgicas em nosso pas.FOTO: Nane Ferrari

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Museu Aberto das Tartarugas MarinhasSo Mateus - ES Com o tema Amigos das Tartarugas, o museu inaugurou uma exposio com fotos das aes do Projeto Tamar que encantaram o pblico, que pde conhecer melhor a biologia das tartarugas marinhas e sua importncia . Diariamente, foram realizadas visitas guiadas ao museu, por meio das quais estudantes e outros visitantes puderam conhecer toda a rea enquanto eram orientados sobre a biologia e preservao das tartarugas, sobre as aes e o envolvimento do Projeto Tamar nas comunidades e atividades de valorizao cultural realizadas . A palestra com o tema Projeto Tamar e Interao Comunitria foi ministrada a todas as escolas da regio. O evento foi encerrado com a apresentao do grupo cultural local Projeto Ara que realizou uma atividade interativa de contao de histrias com temas do folclore e da cultura de So Mateus . As histrias, sempre apresentadas com muito humor e muita animao, trouxeram conhecimento e alegria aFOTO: Nane Ferrari

todos que tiveram o prazer de assistir.

Museu Oceanrio de AracajuAracaju - SE

A instituio, voltada aos trabalhos de sensibilizao ambiental do Projeto Tamar, buscou envolver ainda mais os visitantes em suas atividades, realizando oficinas e intervenes culturais, alm de incrementar suas atraes de rotina (que muito contribuem para a sensibilizao ambiental): visitas guiadas e atividades interativas. Durante o evento, a receptividade dos turistas e moradores locais foi bastante satisfatria, visto que os mesmos se envolveram nas atividades e se tornaram agentes ativosFOTO: Aline Castelo Carneiro

durante o processo.

Museu Euclides RufinoCarir - CE Teve como atrao principal um reisado em homenagem ao fundador do museu, Euclides Rufino, um dos grandes incentivadores das manifestaes populares na cidade de Carir. O museu promoveu visitas guiadas de escolas estaduais e municipais e realizou caravanas para levar aes culturais s comunidades mais carentes. Foram tambm realizadas palestras e gincanas, alm de ser instalada uma nova placa comemorativa com o nome do fundador do museu.caju - SEFOTO: Vilene Portela

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Espetculo Itinerante Memria do Forte, onde o pblico interagiu com atores e pde fazer uma viagem de trs sculos pela histria do Brasil. Em cada canto da fortaleza, uma cena histrica foi encenada.

Museu do Forte So MarceloSalvador - BAFOTO: Jaqueline Santos

Fundao Museu Mariano ProcpioJuiz de Fora - MG A programao buscou transformar o Parque Mariano Procpio num espao de acolhimento, lazer, aprendizado e, sobretudo, de trocas de experincias entre os visitantes. Diversas atividades integraram a programao, tais como visitas escolares guiadas pelo parque, visitas guiadas especiais de pessoas com deficincia auditiva e visual, visita tcnica de acadmicos do curso de Histria da UFJF ao entorno dos prdios histricos da instituio, atividades de leitura infanto-juvenil (Projeto Ba de Leituras) e apresentaes musicais especiais que marcaram o incio e o final da semana como a do Coral das Escolas Municipais e da Orquestra de Jazz do Pr-Musica.FOTO: Yara Alvim

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Centro Cultural Malba TahanQueluz - SP

O espao, que guarda momentos da histria da cidade em cada metro quadrado de construo, abrigou diversas exposies e foi palco de interessantes discusses durante a 8 Semana de Museus, contando com a presena de aproximadamente 1.500 visitantes. Exposies de fotos histricas, objetos, mobilirios, artefatos da Revoluo de 1932; painis com reprodues coloridas de cartas, telegramas, carimbos e cartes postais do Correio Militar; mquinas fotogrficas do incio do sculo XX at a dcada de 1970; e objetos encontrados a partir da prospeco arqueolgica na rea, que ser inundada pela hidreltrica PCH Queluz; completaram o cardpio da semana, ideal para os amantes da histria e curiosos sobre o passado.FOTO: Paulo Sampaio

Na avaliao do Secretrio de Cultura, Vicente Vale, a 8 Semana de Museus proporcionou aos queluzenses um contato mais prximo com o prprio passado e uma reflexo sobre o presente.

Fundao Joaquim Dias GuimaresGuanambi - BA

Durante a 8 Semana Nacional de Museus, a Fundao Joaquim Dias Guimares promoveu duas palestras cujos temas foram sugeridos pela sociedade: (1) Doao de Sangue, proferida pelo Dr. Juraci Silva Pereira, bioqumico da Unidade de Coleta e Transfuso do Hospital Regional de Guanambi, para alunos do Colgio Estadual Governador Luiz Viana Filho; (2) Alcoolismo e suas Consequncias, proferida pelo Sr. Ernivaldo Viana, do Grupo Alcolicos Annimos de Guanambi, para alunos do Centro Educacional Joo Durval Carneiro. Merecem ser destacas as visitas guiadas ao museu destinadas, de modo especial, aos alunos da APAE, mas tambm abertas ao pblico geral.FOTO: Nayane Crisley

Para encerrar as atividades, foi oferecida aos idosos do Lar dos Velhinhos uma tarde festiva com cantoria, momento de descontrao com a colaborao de membros da Fundao Joaquim Dias Guimares e com a participao dos idosos.

Museu da PiedadeIlhus - BA

O museu da cidade de Ilhus/BA promoveu durante todo o ms de maio profunda discusso sobre os dilemas contemporneos que envolvem o continente africano, a fim de exaltar suas caractersticas culturais. Especialmente durante a 8 Semana de Museus, a exibio de filmes que tratam da cultura tradicional africana proporcionou a abertura dos olhares sobre o continente, a apreciao de seus valores e o respeito a sua gente. Estudantes do 6 ano do ensino fundamental puderam expressar suas impresses atravs de redaes e desenhos, e tambm puderam apreciar uma exposio de trabalhos de artistas locais: esculturas de Goca Moreno, na sua srie Gatos; e telas do pintor Nazir Maron, que retratam paisagens de Ilhus sob a tica impressionista. O ponto alto da Semana foi o recital de poesias africanas realizado pelos alunos do 3 ano do ensino mdio.FOTO: Anarleide Menezes

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Museu da BorrachaRio Branco - AC Os visitantes que passaram pelo Museu da Borracha durante a 8 Semana Nacional de Museus puderam fazer uma viagem no tempo. Alm do simples passeio pelos espaos dedicados a guardar a histria local, o pblico foi estimulado a refletir, por meio de diversas linguagens e manifestaes culturais como danas folclricas, contao de histrias, teatro, exibio de documentrios e filmes, exposies e visitas guiadas, com direito a dramatizao. A abertura aconteceu no espao do Novo Mercado Velho, com a apresentao do grupo folclrico As Pastorinhas; do grupo musical Os Bebes, formado por ex-seringueiros; e apresentao teatral com a equipe do Museu da Borracha e Casa dos Povos da Floresta. Na abertura, o Sr. Ricardo Ferreira de Souza de 93 anos, ex-seringueiro, fez a doao ao acervo do Museu da Borracha de uma pea histrica datada de 1916. No hall do museu, os visitantes puderam apreciar uma exposio temporria de artes plsticas, da Associao dos Artistas Plsticos do Acre (AAPA). noite, a programao incluiu uma apresentao teatral da atriz Carolina com a personagem Cinira e a atriz e contadora de histria Carla Martins. O Museu da Borracha recebeu, durante as comemoraes da semana, 20 escolas das redes estadual, municipal e particular de ensino (bsico, fundamental e mdio).FOTO: Simone Prado

Memorial Paulo BertranGois - GO O concurso de redao A Harmonia Social na Obra de Paulo Bertran provocou entusiasmo e curiosidade entre os alunos do Colgio Estadual Alcide Jub. Os ganhadores Daniely, Las e Elios foram premiados em evento solene, com a presena de colegas, professores e pais, e vo divulgar o poeta e o museu entre seus amigos. A exposio O Resgate da Arte do Tear, com pequenas bonecas, demonstrou todo o processo da collheita do algodo, seu beneficiamento, o procedimento para coloc-lo no tear e o modo de tecer os fios.FOTO: Denis Mello

Museu Arqueolgico de AraruamaAraruama - RJ

O museu optou por realizar todas as atividades tematizando o ndio. A cultura tupinamb, fonte da pesquisa que justifica e objetiva a existncia do espao, foi a base de uma programao que buscou vrias formas de expresso amarradas pelo fio condutor da Harmonia Social. Assim, alunos, visitantes e equipe tcnica participaram de um projeto cuja proposta foi o debate, a discusso e a possibilidade de inserir e rever as diversidades. A questo indgena foi ressaltada por meio de oficinas artesanais de adereos, de contaes de histrias sobre Hans Staden, de contos e cantos indgenas e de exposio de materiais criados pelos alunos da rede municipal sobre os tupinambs.FOTO: Carla Magalhes

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A Cermica do Jacu Uma Tradio Serrana foi um dos eventos que contemplaram as comemoraes da 8 Semana Nacional de Museus. O projeto visou resgatar a produo em cermica, uma das tradies regionais.

Museu Regional Casa dos OttoniSerro - MG

FOTO: Carlos Alberto Silva Xavier

Museu de Arte de BelmBelm - PA Eu e o Homem. Sob esse ttulo, o Museu de Arte de Belm montou uma exposio de arte contempornea para trabalhar o tema Museus para a Harmonia Social. Para a exibio, foram convidados doze artistas plsticos paraenses. So eles: Andra Feij, Berna Reale, Elieni Tenrio, Emanuel Franco, Elza Lima, Geraldo Teixeira, Jocatos, Maria Christina, Nando Lima, Nina Matos, Pablo Mufarrej e Ruma. A proposta da exposio, desde seu ttulo, provocar uma reflexo, atravs da interpretao de cada artista sobre o tema, sobre o que Harmonia Social, o que entendemos por isso, qual nossa opinio sobre a busca pela harmonia e como issoFOTO: Moema Alves

se reflete em nossas aes.

Museu Municipal de BarueriBarueri - SP Uma das explicaes mais claras para Harmonia Social aceitar, sem preconceitos, a diversidade de culturas e vivncias e no considerar errado ou estranho aquilo que consideramos diferente do que estamos acostumados. Com esse pensamento, o Museu Municipal de Barueri participou da 8 Semana Nacional de Museus com a exposio Integrando Culturas. Nessa exposio, pde-se observar diferentes formas de manifestaes culturais, como o folclore brasileiro, a cultura indgena, a cultura japonesa e a cultura africana. Outra forma de o Museu Municipal abordar o tema Harmonia Social, foi com a pea teatral do grupo Alforria, que apresentou o espetculo Ns No Misturamos, Mas Tem Que Misturar. A pea abordou a valorizao da cultura negra com personagens que representaram as formas diferentes de culturas, enfatizando a importncia de respeitarmos a diversidade cultural, gerando, assim, a Harmonia Social.FOTO: Edgard S. Moretti

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Museu Aberto da Tartaruga MarinhaFlorianpolis - SC O Museu Aberto da Tartaruga Marinha em Florianpolis comemorou a 8 Semana Nacional de Museus sob muita chuva, o que influenciou diretamente na visitao e nas atraes programadas. Mesmo assim, cerca de 10 instituies de ensino, compreendendo em torno de 200 alunos das redes particular e pblica de educao infantil, ensino fundamental e superior, participaram das visitas monitoradas e da alimentao interativa das tartarugas marinhas presentes nos tanques. No dia 19 de maio, foi realizada a soltura de uma tartaruga marinha na Praia da Barra da Lagoa, onde fica localizado o museu, que reuniu mais de 150 pessoas, entre escolares, moradores locais e turistas. Outro evento de sucesso foi a roda de capoeira realizada pelo grupo Ilha de Palmares - Capoeira de Angola, no domingo 23 de maio, que encerrou as programaes da 8 Semana Nacional de Museus. Durante toda a Semana o Centro de Visitantes de Florianpolis registrou a visita de aproximadamente 350 pessoas.FOTO: Gustavo Stahelin

Museu AmaznicoManaus - AM Por meio de das visitas guiadas, alunos de vrias escolas de Manaus puderam conferir duas exposies do Museu Amaznico: uma de longa durao, a qual rene um variado acervo de artefatos e cultura material dos povos indgenas da Amaznia; outra, de carter temporrio, denominada 500 anos mais 10, que foca a presena da cultura portuguesa no mundo atravs do seu poeta maior Lus de Cames. A programao incluiu tambm palestras sobre museologia e sobre as mudanas socioculturais ocorridas na cidade de Manaus nas ltimas dcadas. Para ampliar o debate sobre temas atuais, foi apresentado um documentrio sobre a violncia contra a mulher, realizado pelos jornalistas Caio Mota e Cleidimar Pedroso. Para estimular a imaginao das crianas, foi feita uma leitura dramtica do texto: A paixo de Ajuricaba, de Mrcio Souza. A programao contou tambm com apresentaes musicais variadas, como a do coral da Universidade Federal do Amazonas (UFAM); do Centro Cultural do Idoso, do bairro da Aparecida (regio central da cidade) para o pblico da maior idade; para os mais jovens, a apresentao de trs bandas de msica, cujosFOTO: Antonio Felipe de Carvalho

ritmos variaram do popular ao rock. A programao do Museu Amaznico esteve tambm voltada para a solidariedade, pois foi solicitado aos visitantes que contribuissem com alimentos, que foram doados ao Grupo Raio de Sol, o qual assiste crianas, de Manaus e do interior, portadoras de doenas do sangue.

Museu de Venncio AiresVenncio Aires - RS O museu realizou a mostra fotogrfica Making of do Filme A Idade da Pedra. Foram realizadas reflexes quanto temtica do filme e, sobretudo, valorizao e preservao do maior patrimnio que o ser humano possui: a prpria vida. A obra faz crtica social aos males do sculo, sendo seu grande objetivo a preveno do uso de drogas, que no so mostradas como causa, mas como consequncia de lares desestruturados, negligncia dos pais, acomodao no relacionamento conjugal, inverso de valores, abuso sexual, dentre tantos outros fatores que interferem num convvio social e familiar harmonioso, o que remete ao tema da 8 Semana.FOTO: Tatiana Konzen

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Espao CinciaOlinda - PE

O Espao Cincia, museu de Olinda, Pernambuco, recebeu cerca de 150 pessoas no primeiro dia de programao da 8 Semana Nacional de Museus, que teve incio em 16 de maio. Os participantes do evento conheceram a exposio sobre a descoberta da doena de chagas e observaram, atravs de microscpios, os barbeiros que transmitem a molstia. Alm disso, os visitantes aprenderam sobre Carlos Chagas, mdico e sanitarista. Graas a sua atuao como sanitarista, desde 1918, o Brasil comeou a preocupar-se com polticas de sade pblica. Na rea de astronomia, as pessoas observaram os planetas e participaram da construo de um observatrio indgena. O objetivo da oficina resgatar o conhecimento astronmico dos ndios. No roteiro sobre desastres naturais, um grupo de escoteiros, de Igarassu, regio metropolitana do Recife, pde conhecer sobre como os terremotos se formam e quais as reas mais propcias de ele ocorrer.FOTO: Edilena Vieira

Museu de Arte ContemporneaJata - GO

Como evento integrante da programao da Semana Nacional de Museus, o 9 Salo Nacional de Arte de Jata envolveu vrias atividades que tambm esto inseridas no calendrio do Ibram. Palestras e oficinas foram oferecidas ao pblico pela equipe da Comisso de Seleo e Premiao do Salo. Nos dias 17 e 18 de maio, foi realizada a oficina Coral de rvore, na praa da matriz, no centro da cidade, voltada para crianas que receberam teoria e prtica de uma interveno urbana com Divino Sobral, um dos jurados do Salo.

FOTO: cedida pelo Museu de Arte Contempornea de Jata

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Museu Histrico de AimorsAimors - MG A programao incluiu declamaes de poetas aimoreenses na principal praa da cidade; a dramatizao da pea Drogas Legais e Ilegais, no Teatro do Instituto Terra, escrita e encenada por estudantes e uma palestra sobre o tema, ministrada por um policial militar. A Biblioteca Comunitria Ler Preciso promoveu uma mostra baseada em livros de escritores e poetas aimoreenses. Vrias oficinas e competies foram promovidas com participao de alunos e professores de diversas escolas e do grupo da 3 idade. As atividades foram encerradas com uma visita guiada ao Museu.FOTO: Jos Carlos Penna Garzon

Museu da Bacia do ParanMaring - PR O Museu da Bacia do Paran da UEM participou da 8 Semana Nacional de Museus, com uma proposta de conscientizao de alunos da rede pblica de ensino. Foram desenvolvidas atividades com crianas e adolescentes de seis escolas, que produziram 140 trabalhos, nos quais expuseram sua criatividade e sua leitura de duas exposies mostra no museu: Maring e Sabor - O Caf e o Desenvolvimento e A Catedral de Maring ou a Maring de Sua Catedral? Cimento e Pedra, Memria e Registro. A iniciativa, alm de conscientizar os participantes de que os museus tm um papel importante na formao social e cultural, permitiu uma interao mais efetiva dos visitantes. Em cada dia da semana, um grupo era atendido. As atividades comeavam com a visitao s exposies, prosseguiam com a palestra sobre O Papel do Museu na Formao Social das Crianas e incluam um registro ldico da percepo dos participantes e produo dos trabalhos. Foram atendidos crianas e adolescentes de 3 a 15 anos, alguns portadores de necessidades especiais.FOTO: Joo Batista da Silva

Centro de Pesquisa de Histria Natural e Arqueologia do MaranhoSo Lus - MA Foram realizadas visitaes s exposies de Paleontologia, Arqueologia e Etnologia, com acompanhamento direcionado a grupos de terceira idade, ensino fundamental e mdio, universitrios, turistas nacionais e estrangeiros, bem como comunidade em geral. Sesses comentadas de vdeos e documentrios foram seguidas de oficinas de manipulao de rplicas de dinossauros, oferecidas s crianas do ensino fundamental. Tambm foi organizada, no Parque Ambiental da Alumar, uma mostra de cultura material arqueolgica e etnolgica, alm de fsseis e rplicas da megafauna pr-histrica maranhense em associao palestra Patrimnio, Memria e Arqueologia Maranhense.FOTO: Francisco Pinto

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Nos Museus

Centro de Museologia, Antropologia e ArqueologiaPresidente Prudente - SP

O Centro de Museologia, Antropologia e Arqueologia CEMAARQ participou da quarta edio da Primavera dos Museus e apresentou uma programao que contava com visitas acompanhadas por monitores a exposies paleontolgicas, arqueolgicas e etnogrficas. Mais de 1.000 alunos de escolas da cidade de Presidente Prudente visitaram o CEMAARQ e acompanharam uma simulao de escavao de um stio arqueolgico. A escavao foi feita pelas crianas utilizando ps plsticas e pincis para a retirada das peas arqueolgicas. Outra atrao muito elogiada foi o teatro de fantoches, Festa na Floresta, de Juliana Rocha, apresentada por monitoresFOTO: Leonice Bigoni

da Unesp.

Palcio Rio NegroPetrpolis - RJ O Palcio Rio Negro uma unidade do Ibram na cidade serrana de Petrpolis, no Estado do Rio de Janeiro. Aproveitando a 4 Primavera dos Museus, o Palcio reabriu visitao pblica e promoveu uma programao especial com concorridos eventos e atividades. No dia 24 de setembro, foi ministrada uma palestra com a historiadora e doutora em Histria Patrcia Souza Lima sobre o tema O Palcio Rio Negro e suas Histrias. No dia 25, a solenidade de reabertura do Palcio contou com a presena de autoridades da prefeitura de Petrpolis e da direo do Ibram, e inaugurou a exposio temporria A Repblica do Trao de Rian, provinda do Museu Histrico Nacional, com 25 caricaturas de Nair de Teff, que permanecer no Palcio Rio Negro at 21 de novembro de 2010. Ainda no dia 25, o especialista Aluysio Robalinho ministrou uma palestra sobre o tema escolhido para 4 Primavera dos Museus, Museus e Redes Sociais. No dia 26, houve uma aula gratuita de yoga no jardim do Palcio.FOTO: Raquel Gomes

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O Programa Contatos com a Arte-Arquitetura prope um dilogo em torno da obra de Ernesto Neto, artista conhecido por grandes instalaes interativas e multissensoriais. A obra que hoje ocupa a Grande Sala do MAM, feita a partir de uma enorme pea de croch, convida ao toque e participao do visitante. Nesta edio do Contatos com a Arte-Arquitetura, busca-se, a partir de vivncias na montagem, entender como o artista concebe o espao, refletindo

Museu de Arte Moderna de So PauloSo Paulo - SP

sobre o vazio, a linha e a construo como um processo ativo.

FOTO: Equipe Educativo MAM

Memorial CoruripenseCoruripe - AL

O Memorial Coruripense, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, realizou entre os dias 20 e 26 de setembro, a 4 Primavera dos Museus no municpio de Coruripe/ AL. Reunindo autoridades municipais, professores, estudantes, grupos culturais e artsticos, bem como a comunidade em geral, o evento teve incio em abertura solene no prprio Memorial, e foi prestigiado pela comunidade. Durante a semana, foram discutidos e apresentados temas relacionados garantia do direito cultura, histria e produo artstica local, bem como relacionados importncia do Memorial em nossa comunidade, gesto democrtica, formao e valorizao dos trabalhadores, do artesanato, entre outros. Uma das atraes foi a apresentao do Grupo de Xaxado das Barreiras, representado na foto ao lado.FOTO: Cssio Janurio

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Ao vivenciar os programas de divulgao cientfica Oficina Desafio e NanoAventura, do Museu Exploratrio de Cincias (MC), em Campinas, professores e alunos buscaram solues tecnolgicas para problemas reais e observaram como o museu fala de nanocincia e nanotecnologia a seus visitantes. Como proposta, o evento estimulou o pensar e o agir em rede sob a perspectiva da divulgao cientfica, multiplicando ideias e aes, alm de propor novos vnculos entre os participantes.

Museu Exploratrio de CinciasCampinas - SPFOTO: Sylla Taves

Museu de Cincias da TerraRio de Janeiro - RJ

Inmeras pessoas visitaram o Museu de Cincias da Terra, entre 21 e 26 de setembro, para a exposio Tem Areia na Rede. Com peas selecionadas para o contexto sugerido pelo Ibram, o Museu de Cincias da Terra recebeu turistas de outros estados e pases, como EUA, Uruguai, Peru, Austrlia, China, Frana e Itlia. A exposio abordou o mineral silcio como suporte para o desenvolvimento da comunicao e das redes sociais. O objetivo da exposio foi mostrar aos visitantes a contribuio do reino mineral tecnologia da informao e comunicao, principalmente para as redes sociais. As peas expostas enfocaram a importncia do silcio na composio de circuitos integrados - chips - construdos sobre uma base desse mineral. A curiosidade foi despertada, levando os visitantes a quererem saber mais sobre os minerais e sua relao com o mundo tecnolgico, aparentemente to distante dos gros de areia.FOTO: Mirian Riera

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Memorial Cristo ReiSo Lus - MA

O Memorial Cristo Rei realizou uma srie de eventos em razo da 4 Primavera dos Museus. No dia 20 de setembro, houve a entoao do Hino Nacional pelo Coral Madrigal Santa Ceclia, da Associao dos Aposentados da Universidade Federal do Maranho - AAUFMA, seguida de exibio de slides sobre os museus do Sistema Municipal de Museus de So Lus. Em seguida, ocorreu a performance da atriz Luanna de Oliveira, que abordou os objetivos do Sistema Municipal de Museus de So Lus ao refletir sobre a funo de promover e facilitar contatos desses museus com entidades nacionais e internacionais. Logo aps, Ana Lourdes Costa, da Coordenao de Promoo e Gesto da Imagem Institucional/DDFEM/IBRAM, proferiu palestra sobre Museus e Redes Sociais. Por fim, foi oferecido um coquetel ao som do pianista Wesley Corra, aluno da Escola de Msica do Maranho. Compareceram aos eventos, no perodo de 20 a 24 de setembro de 2010, aproximadamente 300 pessoas. O pblico foi composto, em sua maioria, por alunos das escolas do entorno, representantes dos museus, educadores e servidores dos rgos de cultura de So Lus.FOTO: Fernanda Rosete Lopes Silva

Museu Arqueolgico da regio de Lagoa SantaLagoa Santa - MG

No incio da manh do dia 26 de setembro, houve uma apresentao musical de sax, violino e violo com msicos da comunidade. tarde, aconteceu a visita dos grupos de cultura de raiz da cidade de Lagoa Santa ao museu. Estiveram presentes a Guarda de Congo Unio Nossa Senhora do Rosrio, a Folia de Reis So Sebastio do Campo Belo, o Candombe de Lagoa Santa e o Grupo do Boi (Atores do Pndega/Lagoa Santa). A ideia era que estes importantes cones da preservao da cultura afro da cidade tivessem oportunidade de conhecer um importante e rico acervo histrico oriundo das fazendas antigas da cidade de onde eles se originaram: cachimbos, potes de barro, candeias, peas de senzalas, armas, etc.

FOTO: Paulo Fernandes M. Filho

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Museu da Imagem e do Som e Museu Histrico Celso Formighieri SperanaCascavel - PRFOTO: Andria Peixoto Gavazzoni

O palestrante Edson Gavazzoni falou sobre A Interatividade na Teia do Tempo, em que apresentou uma perspectiva do uso das redes sociais na formao de uma teia de conhecimento capaz de dar sentido e realismo a elementos, independente do espao e do tempo, justificada no pela presena material das peas, mas por suas mltiplas dimenses virtuais. Na Unipar (Universidade Paranaense), esteve em cartaz a exposio Museu digital - Mquina do tempo, composta por peas de computadores que contaram a evoluo histrica da informtica, e a Mostra de Equipamentos do Exrcito. Outro trabalho que fez parte da 4 Primavera dos Museus foi a exposio A Histria do Rdio, Vitrola e Gramofone. Todos os eventos desenvolvidos tiveram grande receptiviA Secretaria Municipal de Cultura desenvolveu atividades referentes 4 Primavera de Museus Museus e Redes Sociais. Foram apresentadas as atividades desenvolvidas pelo Museu da Imagem e do Som e Museu Histrico Celso Formighieri Sperana, alm de palestras e exposies. dade do pblico e contaram com a participao de mais de 1,2 mil pessoas. Vale destacar, tambm, a habilidade e desenvoltura da contadora de histrias, Janete de Souza Lopes, que fez o pblico viajar no mundo da imaginao.

Museu de Arqueologia de ItaipuNiteri - RJ

O Museu de Arqueologia de Itaipu ofereceu, no perodo de 20 a 26 de setembro, visitas mediadas e gratuitas a seus visitantes, alm da realizao de Oficinas de Educao Ambiental. As oficinas constituramse de visitas mediadas com alunos da rede municipal de ensino de Niteri para reconhecimento dos diferentes ecossistemas localizados no entorno do museu.

FOTO: Fbio Cordeiro(MAI)

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Museu do CafSantos - SP

FOTO: Caroline Nbrega

A programao do Museu do Caf comeou no dia 20 de setembro, segunda-feira, com visitao gratuita ao acervo da instituio durante todo o dia. Ao fim do passeio, o visitante foi convidado a utilizar os computadores do Centro de Informao e Documentao do Museu do Caf para dividir suas impresses, fotos e vdeos da visita com internautas de todo o mundo por meio das principais redes sociais. No dia 21, tera-feira, foi realizada uma oficina de Caf e Artes Plsticas. Aps serem apresentados s diferentes fases da cadeia produtiva do caf, os participantes foram estimulados a produzir material artstico inspirado em uma das etapas produtivas abordadas. Para isso, foi utilizada tinta obtida com o gro do caf, alm de materiais como rtulos e filtros usados. Ao final, os participantes decidiram o nome da exposio virtual: Caf 100% Arte. Depois da atividade, os materiais produzidos foram fotografados e disponibilizados no Orkut do Museu do Caf. No dia seguinte, o Museu do Caf marcou presena tambm no Youtube. O barista e responsvel por ministrar os cursos do Centro de Preparao de Caf do Museu do Caf, Andr Almeida, ensinou, em vdeo postado no canal da instituio (www.youtube.com/museudocafe), como preparar passo a passo o Caf Vienense. O drink, base de sorvete de creme,

caf expresso, licor de chocolate e creme de leite, um dos campees de venda da cafeteria do museu. J nos dias 23 e 24, os visitantes que foram ao Museu do Caf tiveram a oportunidade de se transformar em personagens marcantes da histria do caf, como o baro do caf, o imigrante italiano ou japons, o intelectual parisiense frequentador de cafeterias, o estivador do porto, a adivinha da borra, o executivo da bolsa, entre outros. A viagem no tempo e na histria foi possvel na atividade Caf e suas Identidades, realizada na galeria do Museu do Caf. No espao, havia uma arara com diversos figurinos que podiam ser utilizados pelos visitantes. Aps a caracterizao, os participantes foram fotografados e a imagem impressa afixada em um mural. A atividade continuou online no blog http://cafeidentidade.blogspot.com que mostra todos os personagens criados no museu. Para encerrar a programao do Museu do Caf na 4 Primavera dos Museus, no sbado, 25, foi realizada a oficina Click no Museu. Ministrada pelo jornalista e fotgrafo Luiz Nascimento, a atividade abordou a histria da fotografia, noes de composio e exposio, alm de tcnicas de manuseio do equipamento. O objetivo era fotografar o interior do museu descobrindo detalhes e novos pontos de vista e, assim, estimular a reflexo sobre preservao patrimonial.

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Centro Pr-memria Hans Nobiling do Esporte Clube PinheirosSo Paulo - SP

A exposio Rio Pinheiros - nas Curvas da Memria se props a trazer reflexo sobre os uso dos rios pela humanidade nos aspectos histricos e ambientais. A mostra contou com painis fotogrficos com fotos do acervo dos Clubes Pinheiros, Tiet e Esperia, vdeos e um aqurio com peixes de gua doce.

FOTO: Centro Pr-memria Hans Nobiling

Museu Histrico e Artstico do MaranhoSo Lus - MA

O Museu Histrico e Artstico do Maranho MHAM, rgo da Secretaria de Estado da Cultura SECMA, com a misso de adquirir, guardar, preservar, conservar e executar polticas culturais que garantam ao povo maranhense o exerccio do direito memria, histria e ao acesso aos bens culturais, desenvolveu sua programao com o subtema Museus Dialogando com a Comunidade. As atividades realizadas incluram: uma performance da pea O Menino e sua Descoberta (Redes Sociais); uma mesa redonda Museus e Redes Sociais, com a participao da prof. ms. Larissa Leda (Depto. de Comunicao da Universidade Federal do Maranho - UFMA), do prof. ms. Mrcio Carneiro (Depto. de Comunicao da UFMA) e do Supervisor de Informtica da SECMA, Fbio Sodr; o lanamento do Blog do MHAM (www.cultura.ma.gov.br/portal/ mham/blog); a abertura da exposio Os Correios Atravs dos Tempos; vrias aes educativas (palestras, exibio de filmes, visita ao circuito de exposio de longa durao do MHAM); a palestra A trajetria do Rdio no Brasil, ministrada pelo jornalista e professor da Faculdade So Lus, Soares Jnior.

FOTO: Nbia Ayres

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Museu de Arte de Santa Catarina e Museu do Judicirio CatarinenseFlorianpolis - SC

O Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), em parceria com o Museu do Judicirio Catarinense (MJC), realizou a oficina Contatos, Tatos e Retratos com um grupo da terceira idade, ministrada pelos arte-educadores Maria Helena Rosa Barbosa e Srgio da Silva Prosdcimo. A oficina aconteceu no dia 24 de setembro, no Museu do Judicirio Catarinense, e teve como objetivo aproximar o pblico dos museus, ampliar as relaes entre pessoas e instituies e refletir sobre a memria e identidade a partir de fotografias pessoais e narrativas individuais. Oportunizaram-se vivncias perceptivo-tteis com objetos e exerccios de sensibilizao, por meio de tcnicas teatrais, a fim de explorar movimentos com o corpo e o contato entre o grupo. A receptividade dos participantes foi de elevada relevncia, visto que estes compartilharam suas memrias e participaram ativamente das propostas de interao entre eles e os objetos.FOTO: Srgio Da Silva Prosdcimo

Museu do Estado de PernambucoRecife - PE

FOTO: Maria Eduarda Aguiar

O Museu do Estado de Pernambuco e seu setor educacional deram continuidade ao projeto Dilogos Educativos, tendo seu terceiro encontro realizado durante a 4 Primavera de Museus. O projeto uma formao destinada a educadores da rea formal e no-formal da rede pblica e privada de Pernambuco e tem como objetivo dialogar e ampliar o olhar do educador sobre as exposies temporrias que ocorrem no MEPE. A exposio O Acervo Secreto de Maria Carmen, aberta no dia 23 de setembro, foi o tema do III Dilogos Educativos, na qual 22 educadores participaram da atividade Respostas Po-

ticas, alm de conversarem com a artista Maria Carmen sobre sua obra, assessorada pelo tambm artista Luciano Pinheiro e Maria Digna de Queiroz, presidente da Sociedade dos Amigos do Museu do Estado de Pernambuco (SAMPE). A atividade Respostas Poticas foi elaborada a partir da proposta de leitura de imagem de Edmund Feldman. Os educadores responderam atividade com momentos bastante interativos e ldicos, bem como com reflexes sobre a produo artstica de Maria Carmen.

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Museu Victor MeirellesFlorianpolis - SC

Fundao Cultural de JoinvilleJoinville - SC

Em Joinville (SC), a 4 Primavera dos Museus atraiu cerca de 7 mil pessoas. As equipes da Fundao Cultural organizaram aes que envolveram o Museu Nacional de Imigrao e Colonizao (MNIC), o Museu Arqueolgico de Sambaqui de Joinville (MASJ), o Museu de Arte (MAJ), o Museu Casa Fritz Alt e a Estao da Memria. A Primavera dos Museus procurou integrar pblicos diversos numa programao que promoveu a interao, o lazer e tambm a formao em cultura. Uma das atraes foi o Piquenique Comunitrio, Ecolgico e Cultural, um projeto iniciado em 2009 e que virou referncia na cidade, servindo como um momento mpar para os moradores de Joinville interagirem de modo diferenciado com aquele espao seja ajudando na manuteno dos jardins, seja participando de aes culturais, expondo produtos artesanais ou visitando as mostras em exposio.FOTO: Katia Nascimento / SECOM

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Oficina de Quadrinhos com Caco Galhardo. As inscries encerraram-se rapidamente e o curso foi um grande sucesso, com sala lotada e um pblico bem interessado em participar. medida que os dias iam se passando, os trabalhos dos alunos iam tomando a sala multiuso do museu, desde as paredes, os quadros de avisos, at as portas e divisrias. Uma verdadeira festa criativa.FOTO: Ana Viegas

Museu ImperialPetrpolis - RJ

O Museu Imperial inaugurou um endereo na plataforma da rede social Twitter, por meio do qual sero divulgadas a programao e as novidades da instituio, bem como fotografias de seus eventos. A programao do Museu Imperial contou ainda com uma dupla de bonecas (monitoras) do projeto Bisbilhotecrias que interagiram com o pblico a partir de um roteiro baseado no tema Museus e Redes Sociais, no ptio e nos jardins do museu.

FOTO: Fernanda Gomes de Mattos

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Ibram - Atuao InternacionalMuseliaA experincia do Ibram em aes de valorizao e preservao do patrimnio museal no Brasil tem servido de referncia a vrios pases, que veem nas aes de cooperao instrumentos para o resgate da cultura e da identidade nacional. Seguem alguns destaques:

ANGOLAAngola mostrou a importncia que o setor de museus possui para o pas com a criao da Direo Nacional de Museus, a qual tem como misso implementar e fomentar a poltica cultural dos museus angolanos. dentro desta perspectiva que o governo de Angola tem buscado o apoio do Brasil para o desenvolvimento de projetos comuns na rea de museus, especialmente no que diz respeito ao conhecimento de realidades institucionais e profissionais.

ARGENTINAEst em andamento o Programa Executivo de Cooperao Cultural entre a Repblica Federativa do Brasil e a Repblica Argentina para os anos 2009-2011, que estabelece como prioritrias, dentre outras, aes referentes preservao e salvaguarda de bens culturais e cooperao entre os dois pases na rea de museus. Como conseqncia da atuao e experincia do Ibram em aes de promoo do setor museolgico no Brasil, foi proposto que a equipe tcnica brasileira apresente Argentina a metodologia utilizada para cadastro de museus, com o intuito de estabelecer um projeto de mapeamento conjunto dos museus.

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CUBA CABO VERDEO Ministrio da Cultura do Brasil e o Ministrio do Ensino Superior, Cincia e Cultura de Cabo Verde firmaram, em junho de 2010, o Programa de Cooperao para o Desenvolvimento de Aes Conjuntas no mbito da Cultura. Este programa reconhece a necessidade de promover a cooperao entre os dois pases no campo museal e visa estimular, nos prximos dois anos, a cooperao entre museus brasileiros e caboverdianos e o intercmbio de informaes e experincias relativas conservao de acervos e a polticas para a gesto e organizao do setor museolgico, capacitao e qualificao de recursos humanos. Foi firmado, em fevereiro de 2010, um acordo de cooperao entre o Brasil, representado pelo Ibram, e Cuba, representada pelo Centro Provincial de Patrimnio Cultural de Granma, o qual prev a realizao de diversas atividades para o fomento da rea da museologia, como o recebimento de profissionais cubanos para capacitao em reas especficas, estgios de estudantes brasileiros em museus de Cuba, apoio ao desenvolvimento de cursos de psgraduao e a realizao de exposies de artistas cubanos no Brasil.

EQUADORDe 30 de setembro a 01 de outubro de 2010 foi realizado em Quito o Encontro Nacional 2010 Polticas de Museus, para o qual foram convidados representantes do Brasil, Chile, Uruguai, Peru e da Espanha, entre outros. O objetivo foi promover um espao de dilogo sobre a gesto de polticas culturais de museus, com a presena de profissionais especialistas em museus nacionais e internacionais. No mbito da cooperao tcnica, o Brasil estabeleceu com o Equador o Protocolo de Intenes para o Desenvolvimento de Aes Conjuntas no mbito da Cultura. Os dois pases se comprometeram a desenvolver aes conjuntas relativas ao programa Ibermuseus e a implementar museus comunitrios e Pontos de Memria como estmulo ao resgate e preservao da identidade cultural.

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HAITIFoi realizada, entre 29 de agosto a 04 de setembro de 2010, a Misso Oficial do Governo Brasileiro ao Haiti. A misso, composta por representantes do Ibram e da Agncia Brasileira de Cooperao, teve como objetivo a consolidao de um projeto de restaurao do Museu Nacional de Arte Haitiana do Colgio de Saint-Pierre (instituio que abriga uma das mais importantes colees de arte haitiana no Pas) e de capacitao de recursos humanos do quadro institucional desse museu, especialmente em temas relacionados gesto de museus e conservao e restaurao de obras de arte.

PARAGUAIEm fevereiro de 2010, o Ministrio da Cultura do Brasil e a Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, juntamente com a Itaipu Binacional, firmaram um Protocolo de Cooperao para investimentos no setor cultural na regio da bacia do rio Paran. O acordo visa implementao de aes de incluso sociocultural, valorizao da diversidade e do patrimnio cultural.

CHILEO Programa Ibermuseus, uma iniciativa de cooperao e integrao dos pases ibero-americanos, realizou, no dia 5 de outubro de 2010, em Santiago do Chile, a primeira reunio preparatria do Programa de Apoio ao Patrimnio Museolgico em Situao de Risco ou Emergncia, a qual contou com a participao de especialistas da Argentina, Brasil, Chile, El Salvador e Mxico. O objetivo da reunio foi dar incio formulao de aes, tais como a criao da rede de contatos para a gesto de riscos na comunidade ibero-americana, a implantao de um fundo documental e de um sistema de assistncia tcnica para a preveno e atuao em situao de emergncia, alm de capacitao tcnica nesta rea.

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ESPANHAA cooperao Brasil-Espanha palco de aes de grande relevncia, tanto no aspecto bilateral quanto em tratativas no mbito da Organizao dos Estados Ibero-americanos OEI, em que a Espanha contribuiu decisivamente para a realizao das Cpulas Ibero-americanas de Museus e para o estabelecimento do Programa Ibermuseus. Desde 2004, tm sido realizadas Jornadas Brasil-Espanha, eventos organizados em parceria com o Ministrio da Cultura da Espanha a fim de estreitar os laos de cooperao entre profissionais dos dois pases, ampliando o intercmbio e a promoo de atividades conjuntas. Em dezembro de 2009, ocorreu, no Rio de Janeiro, a III Jornada Brasil-Espanha, a qual abordou o tema O Plano Museolgico: Instrumento de Planejamento.

ITLIACom base em negociaes em torno do Acordo de Cooperao Cultural firmado entre Brasil e Itlia em 1997, foi estabelecido o Programa Executivo de Cooperao Cultural para o perodo 2010-2013. O principal aspecto deste programa o interesse dos dois governos em estreitar a cooperao tcnica e o intercmbio no setor do patrimnio cultural, permitindo a troca de experincias em preservao, identificao, proteo, promoo, fomento e salvaguarda do patrimnio cultural.

TOGOFoi assinado, em maro de 2009, o Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperao para a implantao do projeto Gesto de Patrimnio Material e Imaterial no Togo. O projeto tem como principal finalidade a formao de profissionais togoleses em gesto de patrimnio material e imaterial, restaurao de monumentos e reas afins, bem como em turismo cultural.

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Muselia

Anta Vilela e Eduardo Pinillos, da unidade tcnica do Programa Ibermuseus, conversaram conosco sobre o programa.O Programa Ibermuseus uma iniciativa de cooperao e integrao dos pases ibero-americanos para o fomento e a articulao de polticas pblicas para a rea de museus. Vinculado Secretaria Geral Ibero-americana SEGIB, o Programa conta com o apoio tcnico da Organizao dos Estados Ibero-americanos para a Educao, a Cincia e a Cultura e do Instituto Brasileiro de Museus e com financiamento da Agncia Espanhola de Cooperao Internacional para o Desenvolvimento. Revista Muselia: O que o Ibermuseus? Anta: O Programa Ibermuseus uma iniciativa intergovernamental para o fortalecimento da rea de museus. Argentina, Brasil, Chile, Colmbia, Equador, Espanha, Mxico, Portugal, Repblica Dominicana e Uruguai so os pases membros do programa. Qual a origem do programa e sua relao com o Brasil? Anta: Foi o Brasil que teve a iniciativa de convocar os pases ibero-americanos, em 2007, para discutir a questo. O I Encontro Ibero-americano de Museus aconteceu em Salvador e naquele momento foi firmada a Declarao da cidade de Salvador, um documento base para a cooperao na implementao de polticas pblicas para o campo museal. Em 2008, o programa Ibermuseus foi aprovado na XVIII Cpula de Chefes de Estado e de Governo, na cidade de San Salvador (El Salvador). O Brasil a sede do programa e o Presidente de Conselho Intergovernamental Jos do Nascimento Junior, presidente do Ibram. E quais os principais projetos do programa? Anta: O programa objetiva trabalhar em vrios nveis: formao e capacitao, educao, pesquisa, conservao e preservao, comunicao e criao de redes. Um projeto importante a criao do Observatrio Ibero-Americano de Museus, que vai iniciar-se em 2011. Ele uma ferramenta interinstitucional, intergovernamental e interdisciplinar para a produo, gesto, intercmbio e construo de conhecimentos a respeito da rea de museologia na Ibero - Amrica. Esse ano lanamos o Prmio Ibero-Americano de Educao e Museus, que busca identificar e premiar prticas de ao educativa que promovam o desenvolvimento pessoal e a coeso social em museus e outras instituies vinculadas de todos os pases ibero-americanos. Foram apresentadas 96 propostas de 16 pases. Dessas, trs foram premiadas e outras 20 esto no banco de boas prticas. A ideia , no prximo prmio, fazer uma incubadora de projetos que podero ser colocados em prtica posteriormente. Tambm temos um programa de apoio a projetos museolgicos, museogrficos e de curadoria, de carter bilateral e multilateral, para apoiar projetos expositivos entre os pases iberoamericanos; e um programa, coordenado pelo Chile, de apoio ao patrimnio museolgico em situaes de risco, o qual contempla aes de conservao preventiva. No longo prazo, pretendese criar um fundo para essas aes. Alm disso, est previsto o incio de um programa de capacitao profissional e a promoo de linhas de investigao, aes e ferramentas que permitam o conhecimento aprofundado da rea museolgica ibero-americana. Eduardo: Eu estou trabalhando no Portal Ibermuseus, que alm de dar visibilidade aos projetos, uma ferramenta para os pases. O Portal mantm informaes sobre museus dos 22 pases e serve como uma plataforma de trabalho comum para os associados, que podem compartilhar documentos e criar aes. Qual a relevncia social do Programa Ibermuseus? Anta e Eduardo: O Ibermuseus tem trabalhado para valorizar a funo social dos museus, oferecendo ferramentas para a comunidade, tais como aes, projetos e prmios que visem valorizao do setor.

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Muselia

Lanamentos de publicaes do IbramUma grande festa, em 24 de maro de 2010, na Livraria da Travessa, situada Travessa do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro, marcou o duplo lanamento do livro de Mario de Souza Chagas, A imaginao museal: museu, memria e poder em Gustavo Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro e da Revista Musas, nmero quatro, ambas publicaes do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). No final da noite, coroando o sucesso e a alegria do encontro, Mario Chagas, tambm poeta, e seus companheiros de declamao, Jorge de Almeida e Lcio Maia, brindaram os convidados com um recital.

O livro do poeta e muselogo Chagas analisa como cada um dos trs intelectuais mencionados no ttulo pensou a preservao do patrimnio cultural e qual o significado dos museus para eles. Sob as variadas perspectivas da histria herica, das tradies culturais e das minorias tnicas, percebe-se como cada um definiu os bens culturais. A partir da leitura desses clssicos do pensamento social no restam dvidas sobre a importncia dos museus na construo de uma identidade nacional. Ademais, o autor afirma que os museus so ainda mais importantes na concretizao da utopia de um mundo melhor. Mario Chagas, doutor em Cincias Sociais pela UERJ, rompe as barreiras dos campos disciplinares com os quais lida e cria um texto de leitura original e, por isso mesmo, imprescindvel. A Musas - Revista Brasileira de Museus e Museologia chegou a seu quarto nmero, desta vez contando com trs entrevistas especiais: Gilberto

A IMAGINAO MUSEAL: MUSEU, MEMRIA E PODER EM GUSTAVO BARROSO, GILBERTO FREYRE E DARCY RIBEIRO Mario Chagas Editora Ibram 258 pp.

MUSAS - Revista Brasileira de Museus e Museologia Editora Ibram 205 pp.

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Gil, Cildo Meireles e Jorge Figueira, trs artistas contemporneos, de linguagens distintas e em plena produo, que falam de suas atividades ligadas aos museus. Do cenrio cultural internacional, a revista traz a contribuio de Pierre Nora e Peter Van Mensch, em artigos sobre memria e tecnologia, passado e futuro, respectivamente. O presidente do Ibram, Jos do Nascimento Junior, nesta edio assina um texto sobre os museus como agentes de mudana e desenvolvimento, tema proposto para debates pelo ICOM (Conselho Internacional de Museus). Enfim, a j tradicional seo Museu Visitado traz um panorama sobre o recentemente inaugurado Museu Iber Camargo, em Porto Alegre, RS, mostrando sua construo arrojada e seu acervo, que coloca em dilogo a Arte Moderna e a Arte Contempornea, o pblico e o privado, o regional e o nacional, o local e o global. No primeiro dia de debates do 4 Frum Nacional de Museus (FNM), realizado no Centro de Convenes Ulysses Guimares, em Braslia, em julho de 2010, autoridades, acadmicos e profissionais ligados ao mundo dos museus e da museologia reuniram-se em torno do presidente do Ibram, Jos do Nascimento Junior, para o lanamento do livro Economia de Museus, organizado por ele para figurar como o oitavo volume da coleo Museu, Memria e Cidadania, uma srie de publicaes do Ibram. Os artigos que compem o livro trazem em seu bojo a questo da economia e da sustentabilidade dos museus, com relatos sobre as experincias e solues encontradas em pases como EUA, Es-

panha, Argentina e Colmbia. Estes textos configuram de forma abrangente o debate sobre os impactos econmicos, a gerao de emprego e renda, a relao pblico/privado na dinamizao de patrocnios e fontes de recursos, a distribuio de investimentos pelo territrio nacional, e, por fim, o entrelaamento dos espaos museais na revitalizao do tecido urbano, na promoo do mercado cultural e na democratizao do acesso das comunidades s atividades neles desenvolvidas. Cientista social e mestre em Antropologia Social, Nascimento Junior tem especializao cursada na Espanha em Economia e Cultura. Juntando-se a isso sua vasta experincia profissional em museus de todo o pas, ele pde garantir enorme amplitude temtica, representatividade de diferentes pensamentos e solidez de argumentao na seleta de textos includos no livro. Tudo no sentido de reafirmar os museus como ferramentas de transformao social, estabelecimentos empreendedores que contribuem para a efetividade das polticas pblicas de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida na sociedade brasileira.Economia de Museus Jos do Nascimento Junior (organizador) Editora Ibram 258 pp.

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Muselia

O Ibram, a Funarte e o Programa Ibermuseus, com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, realizaram, de 24 a 27 de agosto de 2010, em Porto Alegre, o Colquio Internacional de Arte Contempornea e Museus: transversalidades poticas e polticas.

O encontro pretendeu discutir, entre outros, o fomento s aes de pesquisa e documentao para aprofundamento do discurso crtico e reflexivo sobre a formao de acervos de arte contempornea; formas de cooperao entre museus, artistas, pesquisadores, crticos, produtores, gestores culturais e pblicos; e a promoo do patrimnio artstico.

Participaram aproximadamente 250 pessoas, entre diretores de museus, restauradores, curadores de arte, galeristas, artistas, professores universitrios, editores de arte, representantes do poder pblico e demais interessados no tema. A produo contempornea de arte brasileira ali apresentou-se aliada tecnologia, literatura e escritura potica, s intervenes urbanas, gravura e s performances.

Futuramente, sero publicados os textos apresentados durante o colquio para tornar acessvel ao pblico toda a riqueza das discusses realizadas.

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oficina

Oficina Museus e Turismoparceria entre o Ministrio do Turismo e o Instituto Brasileiro de Museus, foi realizada no Museu Histrico Nacional, no Rio de Janeiro, no perodo de 26 a 28 de abril de 2010. Com o objetivo de apresentar de forma direta e dinmica as informaes contidas no material didtico Caderno Museus e Turismo: Estratgias de Cooperao, a oficina, coordenada pela professora Stela Maris Murta com a assistncia de Mara Freire, promoveu a troca de conhecimentos e experincias entre profissionais que atuam nessas reas. O evento foi precedido de uma intensa mobilizao realizada em conjunto pelo Ibram e Ministrio do Turismo, atraindo para a oficina gestores, consultores, professores e demais profissionais e estudantes dos campos da museologia e do turismo. Como resultado da mobilizao, foram recebidas mais de 400 manifestaes de interessados em participar de cursos que abordem essa temtica, exaltando a relevncia e o interesse pela aproximao entre os dois campos na contemporaneidade. Com relevante atuao em suas reas, os trinta e oito participantes selecionados para integrar essa primeira oficina proporcionaram ricos debates sobre o trabalho conjunto entre os dois campos Museus e Turismo. O Caderno Museus e Turismo estratgias de cooperao ser utilizado como material didtico bsico nas Oficinas Museus e Turismo oferecidas pelo Ibram no mbito de seu Programa de Capacitao Museolgica. Esse material ser distribudo aos museus e aos rgos gestores de ambas as reas nos estados brasileiros. O Programa de Qualificao de Museus para o Turismo objetiva criar as condies necessrias para o fortalecimento da atividade cultural no turismo do Brasil e para a valorizao dos museus brasileiros. n1 - 12/2010 - www.museus.gov.br

Museus e Turismo

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oficina de formao de multiplicadores Mu-

seus e Turismo, ao do Programa de Qualificao de Museus para o Turismo, objeto da

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RESERVA TCN ICA VIVA

Como alguns museus esto mudando a relao entre suas reservas tcnicas e o pblico

Segundo o Estatuto dos Museus, expor, comunicar e difundir incluem-se entre as funes bsicas das instituies museolgicas. Mas como tornar os acervos acessveis se as colees crescem exponencialmente com o passar dos anos, mas no so acompanhadas de igual crescimento do espao expositivo? O Louvre, quando de sua abertura em 1793, possua uma coleo com algumas centenas de obras. Hoje, o mesmo acervo abrange mais de 35 mil itens. A resposta, tanto para o Louvre quanto para grande parte dos museus, armazenar boa parte de suas colees em reservas tcnicas, ficando uma pequena frao do acervo disponvel ao pblico. Diante desse quadro, os gestores de museus deparam com o seguinte dilema: como maximizar o acesso aos acervos diante de condies to restritivas? Cinco museus brasileiros contam aqui como lidam com essa questo.

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lguns dos maiores museus do mundo no chegam a ter nem 10% de seus acervos acessveis ao pblico. Como democratizar os outros 90% que esto fora do alcance do visitante comum? Cinco museus brasileiros contam a experincia de abrir suas reservas tcnicas. itens (nmero que vem crescendo) entre os mais diversos objetos, desde pinturas, esculturas, prataria, armaria, porcelana e indumentria, at objetos indgenas, brinquedos, mobilirios etc. Boa parte dessa coleo est na reserva tcnica do museu, que tem uma rea de 865 m e cujo p direito chega a cinco metros de altura. Em 2004, o museu passou por uma reforma que retirou uma laje construda na dcada de 1940. Essa laje cobria o ptio interno original e sobre ela havia um antigo canteiro experimental do Ministrio da Agricultura, que ocupou parte do prdio durante alguns anos. Nesse espao, que surgiu aps a reforma, foi criado um ptio, estabelecido com a ajuda do ento Departamento de Museus e Centros Culturais, atual Ibram. A recuperao desse ptio foi o que permitiu a instalao de vidros sob as arcadas, atravs dos quais o pblico v a reserva tcnica. Jorge Cordeiro, responsvel pelo setor de Reserva Tcnica do Museu Histrico Nacional, explica que a inspirao para a criao dessas vitrines o conceito inovador de abrir a reserva ao pblico. uma tendncia nova, mas mundial, de que a reser-

Vitrine para a reserva tcnicaMuseu Histrico Nacional O acervo do Museu Histrico Nacional, no Rio de Janeiro, conta com aproximadamente 300 mil

RESERVA TCNICALocal que abriga acervos e colees quando esses no se encontram em exposio. Nesse espao, realizam-se as seguintes aes: documentao, monitoramento do acervo, segurana e consulta por pesquisadores, bem como medidas para minimizar a deteriorao qumica e fsica dos objetos (controle do ambiente para reduzir variaes bruscas de temperatura e umidade, controle de pragas) e restaurao do acervo, dentre outros.

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va tcnica no seja inacessvel, explica Jorge Cordeiro, e agrega que a inteno a de que esta funcione como uma biblioteca. A poltica do Museu Histrico Nacional sempre foi de aproximarse dos pesquisadores e interessados, permitindo visitas reserva tcnica por meio de agendamento. Mas as mudanas ainda no terminaram. O projeto inicial prev a substituio das atuais prateleiras e armrios por mveis que possuam pelo menos uma face em vidro, de forma que o visitante possa ver tudo o que est armazenado. Jorge Cordeiro explica ainda que, infelizmente, quando a incidncia de luz solar muito intensa, o pessoal do setor obrigado a baixar cortinas sobre as janelas, com