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19. Estes empreendimentos conjuntos não envolvem a fundação de uma sociedade organizada, parceria ou outra entidade, ou uma estrutura financeira que esteja separada dos próprios empreendedores. Cada empreendedor tem controlo sobre a sua parte nos futuros benefícios económicos através da sua parte nos activos conjuntamente controlados. 20. Muitas actividades nas indústrias do petróleo, gás e extracção de minérios envolvem activos conjuntamente controlados. Por exemplo, um número de empresas de produção de petróleo pode conjuntamente controlar e operar um oleoduto. Cada um dos empreendedores utiliza o oleoduto para o transporte do seu próprio produto em retorno do qual suporta uma proporção acordada dos gastos de operar o oleoduto. Um outro exemplo de um activo conjuntamente controlado é quando duas entidades controlam conjuntamente uma propriedade, cada uma tomando uma parte das rendas recebidas e suportando uma parte dos gastos. 21. A respeito do seu interesse em activos conjuntamente controlados, um empreendedor deve reconhecer nas suas demonstrações financeiras: a) a sua parte dos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo com a natureza dos activos; b) quaisquer passivos em que tenha incorrido; c) a sua parte de quaisquer passivos incorridos juntamente com os outros empreendedores em relação ao empreendimento conjunto; d) quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida do empreendimento conjunto, juntamente com a sua parte em quaisquer gastos incorridos pelo empreendimento conjunto; e e) quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse no empreendimento conjunto. 22. A respeito do seu interesse em activos conjuntamente controlados, cada empreendedor inclui nos seus registos contabilísticos e reconhece nas suas demonstrações financeiras: a) a sua parte nos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo com a natureza dos activos e não como um investimento. Por exemplo, uma parte de um pipeline conjuntamente controlado é classificado como activo fixo tangível; b) quaisquer passivos em que tenha incorrido, por exemplo, os incorridos no financiamento da sua parte nos activos; c) a sua parte em quaisquer passivos conjuntamente incorridos com outros empreendedores em relação ao empreendimento conjunto; d) quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida do empreendimento conjunto, juntamente com a sua parte em quaisquer gastos incorridos pelo empreendimento conjunto; e) quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse no empreendimento conjunto, como por exemplo, os relacionados com o financiamento do interesse do empreendedor nos activos e com a venda da sua parte da produção. Dado que os activos, passivos, rendimentos e gastos são reconhecidos nas demonstrações financeiras do empreendedor, nenhum ajustamento ou outro procedimento de consolidação será necessário com respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações financeiras consolidadas. 23. O tratamento de activos conjuntamente controlados reflecte a substância e a realidade económica e geralmente, a forma legal do empreendimento conjunto. Registos contabilísticos separados do próprio empreendimento conjunto podem ser limitados aos gastos incorridos em comum pelos empreendedores e em última instância suportados pelos empreendedores conforme as participações acordadas entre si. Podem não ser preparadas demonstrações financeiras pelo empreendimento conjunto, embora os empreendedores possam preparar contas de gestão afim de que possam avaliar o desempenho do empreendimento conjunto. ENTIDADES CONJUNTAMENTE CONTROLADAS 24. Uma entidade conjuntamente controlada é um empreendimento conjunto que envolve o estabelecimento de uma sociedade, de uma parceria ou de outra entidade em que cada empreendedor tenha um interesse. A entidade opera da mesma forma que outras entidades, excepto que um acordo contratual entre os empreendedores estabelece o controlo conjunto sobre a actividade económica da entidade. 25. Uma entidade conjuntamente controlada controla os activos do empreendimento conjunto, incorre em passivos e gastos e obtém rendimentos. Pode fazer contratos em seu próprio nome e obter fundos para os fins da actividade do empreendimento conjunto. Cada empreendedor tem direito a uma parte dos lucros da entidade conjuntamente controlada, embora algumas entidades conjuntamente controladas também tenham uma parte da produção obtida do empreendimento conjunto. L 320/174 PT Jornal Oficial da União Europeia 29.11.2008

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19. Estes empreendimentos conjuntos não envolvem a fundação de uma sociedade organizada, parceria ou outraentidade, ou uma estrutura financeira que esteja separada dos próprios empreendedores. Cada empreendedor temcontrolo sobre a sua parte nos futuros benefícios económicos através da sua parte nos activos conjuntamentecontrolados.

20. Muitas actividades nas indústrias do petróleo, gás e extracção de minérios envolvem activos conjuntamentecontrolados. Por exemplo, um número de empresas de produção de petróleo pode conjuntamente controlar e operarum oleoduto. Cada um dos empreendedores utiliza o oleoduto para o transporte do seu próprio produto em retornodo qual suporta uma proporção acordada dos gastos de operar o oleoduto. Um outro exemplo de um activoconjuntamente controlado é quando duas entidades controlam conjuntamente uma propriedade, cada umatomando uma parte das rendas recebidas e suportando uma parte dos gastos.

21. A respeito do seu interesse em activos conjuntamente controlados, um empreendedor deve reconhecer nas suasdemonstrações financeiras:

a) a sua parte dos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo com a natureza dos activos;

b) quaisquer passivos em que tenha incorrido;

c) a sua parte de quaisquer passivos incorridos juntamente com os outros empreendedores em relação aoempreendimento conjunto;

d) quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida do empreendimento conjunto,juntamente com a sua parte em quaisquer gastos incorridos pelo empreendimento conjunto; e

e) quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse no empreendimento conjunto.

22. A respeito do seu interesse em activos conjuntamente controlados, cada empreendedor inclui nos seus registoscontabilísticos e reconhece nas suas demonstrações financeiras:

a) a sua parte nos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo com a natureza dos activos e nãocomo um investimento. Por exemplo, uma parte de um pipeline conjuntamente controlado é classificadocomo activo fixo tangível;

b) quaisquer passivos em que tenha incorrido, por exemplo, os incorridos no financiamento da sua parte nosactivos;

c) a sua parte em quaisquer passivos conjuntamente incorridos com outros empreendedores em relação aoempreendimento conjunto;

d) quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida do empreendimento conjunto,juntamente com a sua parte em quaisquer gastos incorridos pelo empreendimento conjunto;

e) quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse no empreendimento conjunto, comopor exemplo, os relacionados com o financiamento do interesse do empreendedor nos activos e com a vendada sua parte da produção.

Dado que os activos, passivos, rendimentos e gastos são reconhecidos nas demonstrações financeiras doempreendedor, nenhum ajustamento ou outro procedimento de consolidação será necessário com respeito a estesitens quando o empreendedor apresentar demonstrações financeiras consolidadas.

23. O tratamento de activos conjuntamente controlados reflecte a substância e a realidade económica e geralmente, aforma legal do empreendimento conjunto. Registos contabilísticos separados do próprio empreendimento conjuntopodem ser limitados aos gastos incorridos em comum pelos empreendedores e em última instância suportadospelos empreendedores conforme as participações acordadas entre si. Podem não ser preparadas demonstraçõesfinanceiras pelo empreendimento conjunto, embora os empreendedores possam preparar contas de gestão afim deque possam avaliar o desempenho do empreendimento conjunto.

ENTIDADES CONJUNTAMENTE CONTROLADAS

24. Uma entidade conjuntamente controlada é um empreendimento conjunto que envolve o estabelecimento de umasociedade, de uma parceria ou de outra entidade em que cada empreendedor tenha um interesse. A entidade operada mesma forma que outras entidades, excepto que um acordo contratual entre os empreendedores estabelece ocontrolo conjunto sobre a actividade económica da entidade.

25. Uma entidade conjuntamente controlada controla os activos do empreendimento conjunto, incorre em passivos egastos e obtém rendimentos. Pode fazer contratos em seu próprio nome e obter fundos para os fins da actividade doempreendimento conjunto. Cada empreendedor tem direito a uma parte dos lucros da entidade conjuntamentecontrolada, embora algumas entidades conjuntamente controladas também tenham uma parte da produção obtidado empreendimento conjunto.

L 320/174 PT Jornal Oficial da União Europeia 29.11.2008

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26. Um exemplo vulgar de uma entidade conjuntamente controlada é quando duas entidades combinam as suasactividades numa linha particular de negócios através da transferência dos activos e passivos relevantes para umaentidade conjuntamente controlada. Um outro exemplo é quando uma entidade começa um negócio num paísestrangeiro em conjunto com o governo ou outro departamento nesse país, por meio do estabelecimento de umaentidade separada que é conjuntamente controlada pela entidade e pelo governo ou departamento.

27. Muitas entidades conjuntamente controladas são em substância semelhantes aos empreendimentos conjuntosreferidos como operações conjuntamente controladas. Por exemplo, os empreendedores podem transferir um activoconjuntamente controlado, tal como um oleoduto de petróleo para uma entidade conjuntamente controlada, porrazões fiscais ou outras. De forma semelhante, os empreendedores podem contribuir para uma entidadeconjuntamente controlada com activos que serão operados conjuntamente. Algumas operações conjuntamentecontroladas também envolvem a criação de uma entidade conjuntamente controlada para tratar de aspectosparticulares da actividade, como por exemplo, a concepção, a comercialização, distribuição ou serviço pós-venda daprodução.

28. Uma entidade conjuntamente controlada tem os seus próprios registos contabilísticos e prepara e apresentademonstrações financeiras da mesma forma que outras entidades em conformidade com as Normas Internacionaisde Relato Financeiro.

29. Cada empreendedor contribui geralmente com dinheiro ou com outros recursos para a entidade conjuntamentecontrolada. Estas contribuições são incluídas nos registos contabilísticos do empreendedor e reconhecidas nasdemonstrações financeiras como um investimento na entidade conjuntamente controlada.

Demonstrações financeiras de um empreendedor

Consolidação proporcional

30. Um empreendedor deve reconhecer o seu interesse numa entidade conjuntamente controlada usando a consolidaçãoproporcional ou o método alternativo descrito no parágrafo 38. Quando for usada a consolidação proporcional,deve ser usado um dos dois formatos de relato identificados adiante.

31. Um empreendedor reconhece o seu interesse numa entidade conjuntamente controlada usando um dos doisformatos de relato para a consolidação proporcional independentemente de ter ou não investimentos emsubsidiárias ou de descrever ou não as suas demonstrações financeiras como demonstrações financeirasconsolidadas.

32. Ao reconhecer um interesse numa entidade conjuntamente controlada, é essencial que o empreendedor reflicta asubstância e a realidade económica do acordo, e não a estrutura ou forma particular do empreendimento conjunto.Numa entidade conjuntamente controlada, um empreendedor tem controlo sobre a sua parte nos benefícioseconómicos futuros por via da sua parte nos activos e passivos do empreendimento. Esta substância e realidadeeconómica são reflectidas nas demonstrações financeiras consolidadas do empreendedor quando este reconhece osseus interesses nos activos, passivos, rendimentos e gastos da entidade conjuntamente controlada ao usar um dosdois formatos de relato para consolidação proporcional descritos no parágrafo 34.

33. A aplicação da consolidação proporcional significa que o balanço do empreendedor inclui a sua parte nos activosque controla conjuntamente e a sua parte nos passivos pelos quais é conjuntamente responsável. A demonstraçãodos resultados do empreendedor inclui a sua parte nos rendimentos e gastos da entidade conjuntamente controlada.Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação da consolidação proporcional são semelhantes aosprocedimentos para a consolidação de investimentos em subsidiárias, que estão indicados na IAS 27.

34. Podem ser usados formatos diferentes de relato para levar a efeito a consolidação proporcional. O empreendedorpode combinar a sua parte em cada um dos activos, passivos, rendimentos e gastos da entidade conjuntamentecontrolada com os itens semelhantes, linha a linha, nas suas demonstrações financeiras. Por exemplo, podecombinar a sua parte nos inventários da entidade conjuntamente controlada com os seus inventários e a sua partenos activos fixos tangíveis da entidade conjuntamente controlada com os seus activos fixos tangíveis. Comoalternativa, o empreendedor pode incluir nas suas demonstrações financeiras linhas de itens separadas relativas à suaparte nos activos, passivos, rendimentos e gastos da entidade conjuntamente controlada. Por exemplo, pode mostrara sua parte de um activo corrente da entidade conjuntamente controlada separadamente como parte dos seus activoscorrentes; pode mostrar a sua parte nos activos fixos tangíveis da entidade conjuntamente controlada separadamentecomo parte dos seus activos fixos tangíveis. Ambos os formatos de relato resultam no relato de quantias idênticasdos lucros ou prejuízos e de cada uma das principais classificações de activos, passivos, rendimentos e gastos; ambosos formatos são aceitáveis para as finalidades desta Norma.

29.11.2008 PT Jornal Oficial da União Europeia L 320/175

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35. Qualquer que seja o formato usado para levar a efeito a consolidação proporcional, não é apropriado compensarquaisquer activos ou passivos com a dedução de outros passivos ou activos ou quaisquer rendimentos ou gastos coma dedução de outros gastos ou rendimentos, a menos que exista um direito legal de compensação e a compensaçãorepresente a expectativa quanto à realização do activo ou à liquidação do passivo.

36. Um empreendedor deve descontinuar o uso da consolidação proporcional a partir da data em que cesse de tercontrolo conjunto sobre uma entidade conjuntamente controlada.

37. Um empreendedor descontinua o uso da consolidação proporcional a partir da data em que cesse de ter parte nocontrolo de uma entidade conjuntamente controlada. Isto pode acontecer, por exemplo, quando o empreendedoraliena o seu interesse ou quando se colocam tais restrições externas à entidade conjuntamente controlada pelo que oempreendedor deixa de ter controlo conjunto.

Método da equivalência patrimonial

38. Como alternativa à consolidação proporcional descrita no parágrafo 30., um empreendedor deve reconhecer o seuinteresse numa entidade conjuntamente controlada usando o método da equivalência patrimonial.

39. Um empreendedor reconhece o seu interesse numa entidade conjuntamente controlada usando o método daequivalência patrimonial independentemente de ter ou não investimentos em subsidiárias ou de descrever ou não assuas demonstrações financeiras como demonstrações financeiras consolidadas.

40. Alguns empreendedores reconhecem os seus interesses em entidades conjuntamente controladas usando o métododa equivalência patrimonial, tal como descrito na IAS 28. O uso do método da equivalência patrimonial é suportadopelos que argumentam que não é apropriado combinar itens controlados com itens conjuntamente controlados epelos que acreditam que os empreendedores têm influência significativa, em vez de controlo conjunto, numaentidade conjuntamente controlada. Esta Norma não recomenda o uso do método da equivalência patrimonialporque a consolidação proporcional reflecte melhor a substância e a realidade económica do interesse de umempreendedor numa entidade conjuntamente controlada, ou seja, o controlo sobre a parte do empreendedor nosfuturos benefícios económicos. Não obstante, esta Norma permite o uso do método da equivalência patrimonial,como um tratamento alternativo, quando se reconhecem interesses em entidades conjuntamente controladas.

41. Um empreendedor deve descontinuar o uso do método da equivalência patrimonial a partir da data em que cessede ter controlo conjunto sobre, ou de ter influência significativa em, uma entidade conjuntamente controlada.

Dispensas de consolidação proporcional e do método da equivalência patrimonial

42. Os interesses em entidades conjuntamente controladas que estejam classificados como detidos para venda de acordocom a IFRS 5 devem ser contabilizados de acordo com essa IFRS.

43. Quando um interesse numa entidade conjuntamente controlada anteriormente classificado como detido para vendadeixar de satisfazer os critérios dessa classificação, ele deve ser contabilizado usando a consolidação proporcional ouo método da equivalência patrimonial a partir da data da sua classificação como detido para venda. Asdemonstrações financeiras relativas aos períodos desde a classificação como detido para venda devem ser emendadasem conformidade.

44. [Eliminado]

45. A partir da data na qual a entidade conjuntamente controlada se torna uma subsidiária de um empreendedor, oempreendedor deve contabilizar o seu interesse de acordo com a IAS 27. A partir da data na qual a entidadeconjuntamente controlada se torna uma associada de um empreendedor, o empreendedor deve contabilizar o seuinteresse de acordo com a IAS 28.

Demonstrações financeiras separadas de um empreendedor

46. Um interesse numa entidade conjuntamente controlada deve ser contabilizado nas demonstrações financeirasseparadas de um empreendedor de acordo com os parágrafos 37.-42. da IAS 27.

47. Esta Norma não estipula que entidades produzem demonstrações financeiras separadas disponíveis para uso público.

L 320/176 PT Jornal Oficial da União Europeia 29.11.2008

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TRANSACÇÕES ENTRE UM EMPREENDEDOR E UM EMPREENDIMENTO CONJUNTO

48. Quando um empreendedor contribuir ou vender activos a um empreendimento conjunto, o reconhecimento dequalquer parcela de um ganho ou de uma perda resultante da transacção deve reflectir a substância da transacção.Enquanto os activos estiverem retidos pelo empreendimento conjunto, e desde que o empreendedor tenhatransferido os riscos e vantagens significativos da propriedade, o empreendedor deve reconhecer apenas aquela partedo ganho ou perda que é atribuível aos interesses dos outros empreendedores (1). O empreendedor deve reconhecera totalidade da quantia de qualquer perda quando a contribuição ou venda proporcione provas de uma redução novalor realizável líquido dos activos correntes ou de uma perda por imparidade.

49. Quando um empreendedor comprar activos de um empreendimento conjunto, o empreendedor não devereconhecer a sua parte nos lucros do empreendimento conjunto derivados da transacção até que revenda os activos aum terceiro independente. Um empreendedor deve reconhecer a sua parte nas perdas resultantes destas transacçõesda mesma forma que os lucros, excepto que as perdas devem ser reconhecidas imediatamente quando representemuma redução no valor realizável líquido de activos correntes ou uma perda por imparidade.

50. Para avaliar se uma transacção entre um empreendedor e um empreendimento conjunto proporciona prova deimparidade de um activo, o empreendedor determina a quantia recuperável do activo de acordo com a IAS 36Imparidade de Activos. Ao determinar o valor de uso, o empreendedor estima os fluxos de caixa futuros provenientesdo activo com base no uso continuado do activo e na sua alienação final por parte do empreendimento conjunto.

RELATO DE INTERESSES EM EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE UMAINVESTIDORA

51. Uma investidora num empreendimento conjunto que não disponha de controlo conjunto deve contabilizar esseinvestimento de acordo com a IAS 39 ou, se tiver influência significativa no empreendimento conjunto, de acordocom a IAS 28.

OPERADORES DE EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS

52. Os operadores ou gestores de um empreendimento conjunto devem contabilizar quaisquer remunerações de acordocom a IAS 18 Rédito.

53. Um ou mais empreendedores podem agir como o operador ou o gestor de um empreendimento conjunto. Aosoperadores é geralmente paga uma remuneração de gestão por tais deveres. As remunerações são contabilizadaspelo empreendimento conjunto como um gasto.

DIVULGAÇÃO

54. Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos passivos contingentes seguintes, a menos que aprobabilidade de perda seja remota, separadamente da quantia de outros passivos contingentes:

a) quaisquer passivos contingentes em que o empreendedor tenha incorrido em relação aos seus interesses emempreendimentos conjuntos e a sua parte em cada um dos passivos contingentes que tenham sido incorridosconjuntamente com outros empreendedores;

b) a sua parte nos passivos contingentes dos próprios empreendimentos conjuntos pelos quais sejacontingentemente responsável; e

c) os passivos contingentes que surjam porque o empreendedor está contingentemente responsável pelospassivos dos outros empreendedores de um empreendimento conjunto.

55. Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos seguintes compromissos com respeito aos seus interessesem empreendimentos conjuntos separadamente de outros compromissos:

a) quaisquer compromissos de capital do empreendedor em relação com os seus interesses em empreendimentosconjuntos e a sua parte nos compromissos de capital que tenham sido incorridos conjuntamente com outrosempreendedores; e

b) a sua parte dos compromissos de capital dos próprios empreendimentos conjuntos.

29.11.2008 PT Jornal Oficial da União Europeia L 320/177

(1) Ver também a SIC-13 Entidades Conjuntamente Controladas — Contribuições Não Monetárias por Empreendedores.

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56. Um empreendedor deve divulgar uma listagem e descrição de interesses em empreendimentos conjuntossignificativos e a proporção do interesse de propriedade detido em entidades conjuntamente controladas. Umempreendedor que reconheça os seus interesses em entidades conjuntamente controladas usando o formato derelato linha a linha para a consolidação proporcional ou o método da equivalência patrimonial deve divulgar asquantias agregadas de cada um dos activos correntes, dos activos de longo prazo, dos passivos correntes, dospassivos de longo prazo, dos rendimentos e dos gastos relacionados com os seus interesses em empreendimentosconjuntos.

57. Um empreendedor deve divulgar o método que usa para reconhecer os seus interesses em entidades conjuntamentecontroladas.

DATA DE EFICÁCIA

58. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2005. Éencorajada a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início antes de1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.

RETIRADA DA IAS 31 (REVISTA EM 2000)

59. Esta Norma substitui a IAS 31 Relato Financeiro de Interesses em Empreendimentos Conjuntos (revista em 2000).

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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 32

Instrumentos Financeiros: Apresentação

OBJECTIVO

1. [Eliminado]

2. O objectivo desta Norma é o de estabelecer princípios para a apresentação de instrumentos financeiros comopassivos ou capital próprio e para a compensação entre activos financeiros e passivos financeiros. Aplica-se àclassificação de instrumentos financeiros, do ponto de vista do emitente, em activos financeiros, passivos financeirose instrumentos de capital próprio; à classificação dos juros, dividendos e perdas e ganhos associados; e àscircunstâncias em que os activos financeiros e os passivos financeiros devem ser compensados.

3. Os princípios estabelecidos nesta Norma complementam os princípios para o reconhecimento e a mensuração deactivos financeiros e de passivos financeiros enunciados na IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento eMensuração, bem como os princípios para a divulgação de informação sobre os mesmos enunciados na IFRS 7Instrumentos Financeiros: Divulgações.

ÂMBITO

4. Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades a todos os tipos de instrumentos financeiros excepto:

a) os interesses em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos que sejam contabilizados segundo aIAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas, a IAS 28 Investimentos em Associadas ou a IAS 31Interesses em Empreendimentos Conjuntos. Contudo, em alguns casos, a IAS 27, a IAS 28 ou a IAS 31 permitemàs entidades contabilizar interesses numa subsidiária, associada ou empreendimento conjunto segundo aIAS 39. Nesses casos, as entidades devem aplicar os requisitos de divulgação das IAS 27, IAS 28 ou IAS 31,além daqueles que constam desta Norma. As entidades também devem aplicar esta Norma a todos osderivados associados a interesses em subsidiárias, associadas ou empreendimentos conjuntos.

b) direitos e obrigações dos empregadores segundo planos de benefícios dos empregados, aos quais se aplica aIAS 19 Benefícios dos Empregados.

c) contratos de retribuição contingente numa concentração de actividades empresariais (ver IFRS 3 Concentraçõesde Actividades Empresariais). Esta dispensa aplica-se apenas à adquirente.

d) contratos de seguro tal como definidos na IFRS 4 Contratos de Seguro. Contudo, esta Norma aplica-se aderivados que estejam embutidos em contratos de seguro se a IAS 39 exigir que a entidade os contabilizeseparadamente. Além disso, um emitente deve aplicar esta Norma aos contratos de garantia financeira, caso oemitente aplique a IAS 39 ao reconhecimento e à mensuração dos contratos, aplicando todavia a IFRS 4 caso oemitente decida, de acordo com a alínea d) do parágrafo 4. da IFRS 4, aplicar esta Norma ao seureconhecimento e mensuração.

e) instrumentos financeiros que estejam dentro do âmbito da IFRS 4 porque contêm uma característica departicipação discricionária. O emitente destes instrumentos está dispensado de aplicar a estas características osparágrafos 15.-32. e AG25-AG35 desta Norma no que diz respeito à distinção entre passivos financeiros einstrumentos de capital próprio. Contudo, estes instrumentos estão sujeitos a todos os outros requisitos destaNorma. Além disso, esta Norma aplica-se aos derivados que estejam embutidos nestes instrumentos(ver IAS 39).

f) instrumentos financeiros, contratos e obrigações segundo transacções de pagamento com base em acções aosquais se aplica a IFRS 2 Pagamento com Base em Acções, com a excepção de:

i) contratos dentro do âmbito dos parágrafos 8.-10. desta Norma, aos quais esta Norma se aplica,

ii) os parágrafos 33. e 34. desta Norma, que devem ser aplicados às acções próprias compradas, vendidas,emitidas ou canceladas em ligação com os planos de opções sobre acções de empregados, planos decompra de acções de empregados, e todos os outros acordos de pagamento com base em acções.

5.-7. [Eliminados]

8. Esta Norma deve ser aplicada àqueles contratos de compra ou venda de um item não financeiro que possam serliquidados de forma líquida em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros,como se os contratos fossem instrumentos financeiros, à excepção dos contratos celebrados e que continuam a estardetidos para recebimento ou entrega de um item não financeiro, de acordo com os requisitos de compra, venda ouuso esperados pela entidade.

29.11.2008 PT Jornal Oficial da União Europeia L 320/179

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9. Existem várias formas pelas quais um contrato de compra ou venda de um item não financeiro pode ser liquidado deforma líquida em dinheiro ou outro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos financeiros. Nestasincluem-se:

a) quando os termos do contrato permitem a qualquer das partes a liquidação de forma líquida em dinheiro ououtro instrumento financeiro ou pela troca de instrumentos financeiros;

b) quando a capacidade de liquidar de forma líquida em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela trocade instrumentos financeiros, não está explícita nos termos do contrato, mas a entidade tem uma prática deliquidação de forma líquida de contratos similares em dinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela trocade instrumentos financeiros (quer seja com a contraparte, mediante a celebração de contratos de compensaçãoou a venda do contrato antes do seu exercício ou da sua expiração);

c) quando, para contratos similares, a entidade tem uma prática de aceitar a entrega do subjacente e vendê-lonum curto período após a entrega com a finalidade de gerar lucro com as flutuações de curto prazo no preçoou na margem do negociante; e

d) quando o item não financeiro que é o objecto do contrato é imediatamente convertível em dinheiro.

Um contrato ao qual se apliquem as alíneas b) ou c) não se celebra com a finalidade de receber ou entregar o itemnão financeiro de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela entidade e, por conseguinte,está dentro do âmbito desta Norma. Outros contratos aos quais se aplica o parágrafo 8. são avaliados paradeterminar se foram celebrados e se continuam a estar detidos para a finalidade de receber ou entregar o item nãofinanceiro de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pela entidade, e, por conseguinte, secabem no âmbito desta Norma.

10. Uma opção subscrita de compra ou venda de um item não financeiro que possa ser liquidada de forma líquida emdinheiro ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, de acordo com o parágrafo 9.alínea a) ou d) encontra-se dentro do âmbito desta Norma. Tal contrato não se pode celebrar com a finalidade dereceber ou entregar o item não financeiro de acordo com os requisitos de compra, venda ou uso esperados pelaentidade.

DEFINIÇÕES (VER TAMBÉM OS PARÁGRAFOS AG3-AG23)

11. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Um instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um activo financeiro de uma entidade e a um passivofinanceiro ou instrumento de capital próprio de uma outra entidade.

Um activo financeiro é qualquer activo que seja:

a) dinheiro;

b) um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;

c) um direito contratual:

i) de receber dinheiro ou outro activo financeiro de outra entidade, ou

ii) de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições que sejampotencialmente favoráveis para a entidade; ou

d) um contrato que será ou poderá ser liquidado nos instrumentos de capital próprio da própria entidade e queseja:

i) um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a receber um número variável dosinstrumentos de capital próprio da própria entidade, ou

ii) um derivado que será ou poderá ser liquidado de forma diferente da troca de uma quantia fixa emdinheiro ou outro activo financeiro por um número fixo dos instrumentos de capital próprio da própriaentidade. Para esta finalidade, os instrumentos de capital próprio da própria entidade não inclueminstrumentos que sejam eles próprios contratos para futuro recebimento ou entrega dos instrumentos decapital próprio da própria entidade.

Um passivo financeiro é qualquer passivo que seja:

a) uma obrigação contratual:

i) de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra entidade, ou

ii) de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições que sejampotencialmente desfavoráveis para a entidade; ou

L 320/180 PT Jornal Oficial da União Europeia 29.11.2008

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b) um contrato que será ou poderá ser liquidado nos instrumentos de capital próprio da própria entidade e queseja:

i) um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a entregar um número variável deinstrumentos de capital próprio da própria entidade, ou

ii) um derivado que será ou poderá ser liquidado de forma diferente da troca de uma quantia fixa emdinheiro ou outro activo financeiro por um número fixo dos instrumentos de capital próprio da própriaentidade. Para esta finalidade, os instrumentos de capital próprio da própria entidade não inclueminstrumentos que sejam eles próprios contratos para futuro recebimento ou entrega dos instrumentos decapital próprio da própria entidade.

Um instrumento de capital próprio é qualquer contrato que evidencie um interesse residual nos activos de uma entidadeapós dedução de todos os seus passivos.

Justo valor é a quantia pela qual um activo podia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras edispostas a isso numa transacção em que não existe relacionamento entre elas.

12. Os seguintes termos são definidos no parágrafo 9. da IAS 39 e são usados nesta Norma com o significadoespecificado na IAS 39:

— custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro

— activos financeiros disponíveis para venda

— desreconhecimento

— derivado

— método do juro efectivo

— activo financeiro ou passivo financeiro pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos

— contrato de garantia financeira

— compromisso firme

— transacção prevista

— eficácia de cobertura

— item coberto

— instrumento de cobertura

— investimentos detidos até à maturidade

— empréstimos concedidos e contas a receber

— compra ou venda «regular way»

— custos de transacção.

13. Nesta Norma, «contrato» e «contratual» referem-se a um acordo entre duas ou mais partes que tenha clarasconsequências económicas relativamente às quais as partes tenham pouca, se alguma, possibilidade de evitar,geralmente porque o acordo é obrigatório por lei. Os contratos, e por conseguinte os instrumentos financeiros,podem tomar formas variadas não necessitando de ser formalizados por escrito.

14. Nesta Norma, «entidade» inclui indivíduos, parcerias, sociedades, trusts e agências governamentais.

APRESENTAÇÃO

Passivos e capital próprio (ver também os parágrafos AG25-AG29)

15. O emitente de um instrumento financeiro deve classificar o instrumento, ou as suas partes componentes, noreconhecimento inicial como um passivo financeiro, um activo financeiro ou um instrumento de capital próprio deacordo com a substância do acordo contratual e as definições de passivo financeiro, activo financeiro ouinstrumento de capital próprio.

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16. Quando um emitente aplica as definições do parágrafo 11. para determinar se um instrumento financeiro é uminstrumento de capital próprio em vez de um passivo financeiro, o instrumento é um instrumento de capital própriose, e apenas se, ambas as condições a) e b) abaixo forem cumpridas.

a) O instrumento não inclui qualquer obrigação contratual:

i) de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra entidade, ou

ii) de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições que sejampotencialmente desfavoráveis para o emitente;

b) Se o instrumento for ou puder ser liquidado nos instrumentos de capital próprio do próprio emitente, é:

i) um não derivado que não inclui qualquer obrigação contratual para o emitente de entregar um númerovariável dos seus próprios instrumentos de capital próprio, ou

ii) um derivado que será liquidado apenas pelo emitente trocando uma quantia fixa em dinheiro ou outroactivo financeiro por um número fixo dos seus próprios instrumentos de capital próprio. Para estafinalidade, os instrumentos de capital próprio do próprio emitente não incluem instrumentos que sejameles próprios contratos para o futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio dopróprio emitente.

Uma obrigação contratual, incluindo a que decorre de um instrumento financeiro derivado, que resultará ou poderáresultar no futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio do próprio emitente, mas que nãocorresponde às condições a) e b) acima, não é um instrumento de capital próprio.

Nenhuma obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro activo financeiro [parágrafo 16.a)]

17. Uma característica crítica na diferenciação entre um passivo financeiro e um instrumento de capital próprio é aexistência de uma obrigação contratual de um participante no instrumento financeiro (o emitente) seja de entregardinheiro ou outro activo financeiro ao outro participante (o detentor) seja de trocar activos financeiros ou passivosfinanceiros com o detentor em condições que sejam potencialmente desfavoráveis para o emitente. Embora odetentor de um instrumento de capital próprio possa ter o direito de receber uma parte pro rata de quaisquerdividendos ou outras distribuições de capital próprio, o emitente não tem uma obrigação contratual de fazer taisdistribuições porque não se lhe pode exigir que entregue dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra parte.

18. A substância de um instrumento financeiro, mais do que a sua forma legal, rege a sua classificação no balanço daentidade. Substância e forma legal são geralmente consistentes, mas nem sempre. Alguns instrumentos financeirostomam a forma legal de capital próprio embora sejam passivos em substância e outros podem combinarcaracterísticas associadas a instrumentos de capital próprio com características associadas a passivos financeiros. Porexemplo:

a) uma acção preferencial que esteja sujeita a remição obrigatória pelo emitente por uma quantia fixa oudeterminável numa data futura fixa ou determinável ou der ao detentor o direito de exigir que o emitenteredima o instrumento em ou após uma data particular por uma quantia fixa ou determinável, é um passivofinanceiro.

b) um instrumento financeiro que dá ao detentor o direito de entregar de volta o instrumento ao emitente emtroca de dinheiro ou outro activo financeiro (um «instrumento com opção put») é um passivo financeiro. Isto éassim, mesmo que a quantia de dinheiro ou de outros activos financeiros seja determinada na base de umíndice ou outro item que tenha o potencial para subir ou descer, ou quando a forma legal do instrumento comopção put dá ao detentor o direito a receber um interesse residual nos activos do emitente. A existência deuma opção para o detentor de entregar de volta o instrumento ao emitente em troca de dinheiro ou outroactivo financeiro significa que o instrumento com opção put corresponde à definição de um passivofinanceiro. Por exemplo, os fundos mútuos abertos, trusts, parcerias e algumas entidades cooperativas podemproporcionar aos seus detentores ou membros o direito de remir os seus interesses no emitente em qualquermomento por uma quantia em dinheiro equivalente à sua participação proporcional no valor do activo doemitente. Contudo, a classificação como um passivo financeiro não exclui o uso de descritores como «valor doactivo líquido atribuível aos detentores» e «alteração no valor do activo líquido atribuível aos detentores» naface das demonstrações financeiras de uma entidade que não tenha capital próprio contribuído (como, porexemplo, alguns fundos mútuos e trusts— ver Exemplo Ilustrativo 7) nem o uso de divulgação adicional paramostrar que os interesses totais dos membros compreendem itens como reservas que correspondem àdefinição de capital próprio e instrumentos com opção put que não correspondem (ver Exemplo Ilustrativo 8).

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19. Se uma entidade não tiver um direito incondicional de evitar a entrega de dinheiro ou outro activo financeiro paraliquidação de uma obrigação contratual, a obrigação corresponde à definição de um passivo financeiro. Por exemplo:

a) uma restrição na capacidade de uma entidade de satisfazer uma obrigação contratual, tal como a falta deacesso a moeda estrangeira ou a necessidade de obter aprovação de pagamento de uma autoridade reguladora,não nega a obrigação contratual da entidade nem o direito contratual do detentor segundo o instrumento.

b) uma obrigação contratual que seja condicional numa contraparte que exerça o seu direito de remir é umpassivo financeiro porque a entidade não tem o direito incondicional de evitar entregar dinheiro ou outroactivo financeiro.

20. Um instrumento financeiro que não estabeleça explicitamente uma obrigação contratual de entregar dinheiro ououtro activo financeiro pode estabelecer uma obrigação indirectamente através dos seus termos e condições. Porexemplo:

a) um instrumento financeiro pode conter uma obrigação não financeira que deve ser liquidada se, e apenas se, aentidade não efectuar distribuições ou não remir o instrumento. Se a entidade pode evitar uma transferênciade dinheiro ou outro activo financeiro sóliquidando a obrigação não financeira, o instrumento financeiro é umpassivo financeiro.

b) um instrumento financeiro é um passivo financeiro se proporcionar que no momento da liquidação a entidadevai entregar ou:

i) dinheiro ou outro activo financeiro, ou

ii) as suas próprias acções cujo valor esteja determinado para exceder substancialmente o valor do dinheiroou do outro activo financeiro.

Embora a entidade não tenha uma obrigação contratual explícita de entregar dinheiro ou outro activofinanceiro, o valor da alternativa de liquidação das acções é tal que a entidade liquidará em dinheiro. Emqualquer caso, o detentor tem substancialmente garantido o recebimento de uma quantia que é pelo menosequivalente à opção de liquidação em dinheiro (ver parágrafo 21.).

Liquidação nos instrumentos de capital próprio da própria entidade [parágrafo 16.b)]

21. Um contrato não é um instrumento de capital próprio apenas porque pode resultar no recebimento ou entrega dosinstrumentos de capital próprio da própria entidade. Uma entidade pode ter um direito ou obrigação contratual dereceber ou entregar um número das suas próprias acções ou outros instrumentos de capital próprio que varia deforma a que o justo valor dos instrumentos de capital próprio da própria entidade a receber ou entregar sejaequivalente à quantia do direito ou obrigação contratual. Esse direito ou obrigação contratual pode corresponder auma quantia fixa ou a uma quantia que flutue parcial ou totalmente em resposta a alterações numa variável diferentedo preço de mercado dos instrumentos de capital próprio da própria entidade (p. ex., uma taxa de juro, o preço deuma mercadoria ou o preço de um instrumento financeiro). Dois exemplos são a) um contrato para entregar onúmero de instrumentos de capital próprio da entidade que corresponda ao valor de 100 UM (1), e b) um contratopara entregar o número de instrumentos de capital próprio da entidade que corresponda ao valor de 100 onças deouro. Tal contrato é um passivo financeiro da entidade mesmo que a entidade deva ou possa liquidá-lo entregandoos seus instrumentos de capital próprio. Não é um instrumento de capital próprio porque a entidade utiliza umnúmero variável dos seus instrumentos de capital próprio como forma de liquidar o contrato. Em conformidade, ocontrato não denuncia um interesse residual nos activos da entidade após dedução de todos os seus passivos.

22. Um contrato que será liquidado pela entidade (recebendo ou) entregando um número fixo dos seus instrumentos decapital próprio em troca de uma quantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro é um instrumento de capitalpróprio. Por exemplo, uma opção sobre acções emitida que dê à contraparte o direito de comprar um número fixode acções da entidade por um preço fixo ou por uma quantia de capital declarada e fixa de uma obrigação é uminstrumento de capital próprio. As alterações no justo valor de um contrato decorrentes de variações nas taxas dejuro do mercado que não afectem a quantia em dinheiro ou outros activos financeiros a serem pagos ou recebidos,ou o número de instrumentos de capital próprio a serem recebidos ou entregues, no momento da liquidação docontrato não impedem que o contrato seja um instrumento de capital próprio. Qualquer retribuição recebida (talcomo o prémio recebido por uma opção subscrita ou um warrant sobre as acções da própria entidade) é adicionadadirectamente ao capital próprio. Qualquer retribuição paga (tal como um prémio pago por uma opção adquirida) édeduzida directamente no capital próprio. As alterações no justo valor de um instrumento de capital próprio não sãoreconhecidas nas demonstrações financeiras.

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(1) Nesta Norma, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades monetárias» (UM).

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23. Um contrato que contenha uma obrigação de uma entidade adquirir os seus próprios instrumentos de capitalpróprio em troca de dinheiro ou outro activo financeiro dá origem a um passivo financeiro pelo valor presente daquantia de remição (por exemplo, pelo valor presente do preço de recompra forward, do preço de exercício da opçãoou de outra quantia de remição). É este o caso mesmo que o próprio contrato seja um instrumento de capitalpróprio. Um exemplo é a obrigação de uma entidade segundo um contrato forward de comprar a dinheiro ospróprios instrumentos de capital próprio. Quando o passivo financeiro é reconhecido inicialmente segundo aIAS 39, o seu justo valor (o valor presente da quantia de remição) é reclassificado do capital próprio. Quando opassivo financeiro é reconhecido inicialmente segundo a IAS 39, o seu justo valor (o valor presente da quantia deremição) é reclassificado do capital próprio. Se o contrato expirar sem entrega, a quantia escriturada do passivofinanceiro é reclassificada para o capital próprio. A obrigação contratual de uma entidade de comprar os seuspróprios instrumentos de capital próprio dá origem a um passivo financeiro pelo valor presente da quantia deremição mesmo que a obrigação de comprar seja condicional ao exercício de um direito de remir pela contraparte(p. ex., uma opção put subscrita que proporcione à contraparte o direito de vender os instrumentos de capitalpróprio de uma entidade à entidade por um preço fixo).

24. Um contrato que será liquidado pela entidade entregando ou recebendo um número fixo dos seus instrumentos decapital próprio em troca de uma quantia variável em dinheiro ou outro activo financeiro é um activo financeiro ouum passivo financeiro. Um exemplo é um contrato para que a entidade entregue 100 dos seus instrumentos decapital próprio em troca de uma quantia em dinheiro calculada para igualar o valor de 100 onças de ouro.

Cláusulas de liquidação contingente

25. Um instrumento financeiro pode exigir que a entidade entregue dinheiro ou outro activo financeiro, ou que o liquidede outra forma de modo a que seja um passivo financeiro, no caso de ocorrência ou não ocorrência deacontecimentos futuros incertos (ou como resultado de circunstâncias incertas) que estejam fora do controlo tantodo emitente como do detentor do instrumento, tal como uma alteração no índice do mercado de acções, no índicede preços no consumidor, na taxa de juros ou nos requisitos fiscais, ou nos futuros lucros, rendimento líquido ourácio dívida/capital próprio do emitente. O emitente de tal instrumento não tem o direito incondicional de evitarentregar dinheiro ou outro activo financeiro (ou de outra forma liquidar o mesmo de modo a que seja um passivofinanceiro). Portanto, é um passivo financeiro do emitente a não ser que:

a) a parte da cláusula de liquidação contingente que poderia exigir a liquidação em dinheiro ou outro activofinanceiro (ou de outra forma de modo a que seria um passivo financeiro) não seja genuína; ou

b) ao emitente possa ser exigido que liquide a obrigação em dinheiro ou outro activo financeiro (ou que a liquidede outra forma, de modo a que seja um passivo financeiro) apenas no caso de liquidação por parte doemitente.

Opções de liquidação

26. Quando um instrumento financeiro derivado dá a uma parte a escolha sobre como será liquidado (p. ex., o emitenteou o detentor pode optar pela liquidação de forma líquida em dinheiro ou por troca de acções por dinheiro), trata-sede um activo financeiro ou de um passivo financeiro a não ser que todas as alternativas de liquidação resultem emque seja um instrumento de capital próprio.

27. Um exemplo de instrumento financeiro derivado com opção de liquidação que seja um passivo financeiro é umaopção sobre acções que o emitente pode decidir liquidar de forma líquida em dinheiro ou trocando as suas própriasacções por dinheiro. De forma semelhante, alguns contratos para comprar ou vender um item não financeiro emtroca dos instrumentos de capital próprio da própria entidade estão dentro do âmbito desta Norma porque podemser liquidados ou por entrega do item não financeiro ou de forma líquida em dinheiro ou outro instrumentofinanceiro (ver parágrafos 8.-10.). Esses contratos são activos financeiros ou passivos financeiros e não instrumentosde capital próprio.

Instrumentos financeiros compostos (ver também os parágrafos AG30-AG35 e Exemplos Ilustrativos 9-12)

28. O emitente de um instrumento financeiro não derivado deve avaliar os termos do instrumento financeiro paradeterminar se este contém tanto um componente do passivo como um do capital próprio. Tais componentes devemser classificados separadamente como passivos financeiros, activos financeiros ou instrumentos de capital próprio deacordo com o parágrafo 15.

29. Uma entidade reconhece separadamente os componentes de um instrumento financeiro que a) crie um passivofinanceiro na entidade e b) conceda uma opção ao detentor do instrumento para o converter num instrumento decapital próprio da entidade. Por exemplo, uma obrigação ou instrumento similar convertível pelo emitente numnúmero fixo de acções ordinárias da entidade é um instrumento financeiro composto. Do ponto de vista daentidade, tal instrumento compreende dois componentes: um passivo financeiro (um acordo contratual paraentregar dinheiro ou outro activo financeiro) e um instrumento de capital próprio (uma opção call concedendo aodetentor o direito, por um período de tempo especificado, de o converter num número fixo de acções ordinárias daentidade). O efeito económico de emitir tal instrumento é substancialmente o mesmo que emitir simultaneamente

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um instrumento de dívida com uma cláusula de liquidação antecipada e warrants de compra de acções ordinárias, ouque emitir um instrumento de dívida com warrants destacáveis de compra de acções. Por conseguinte, em todos oscasos, a entidade apresenta os componentes do passivo e do capital próprio separadamente no seu balanço.

30. A classificação dos componentes do passivo e do capital próprio de um instrumento convertível não é revista emconsequência de uma alteração na probabilidade de uma opção de conversão vir a ser exercida, mesmo quando oexercício da opção possa parecer ter-se tornado economicamente vantajosa para alguns detentores. Os detentorespodem nem sempre agir da forma que se possa esperar porque, por exemplo, as consequências fiscais resultantes dasconversões podem divergir entre os detentores. Além disso, a probabilidade de conversão alterar-se-á de tempos atempos. A obrigação contratual da entidade de fazer futuros pagamentos permanece pendente até que seja extintapela conversão, pela maturidade do instrumento ou por alguma outra transacção.

31. A IAS 39 trata da mensuração dos activos financeiros e dos passivos financeiros. Os instrumentos de capital própriosão instrumentos que evidenciam um interesse residual nos activos de uma entidade após dedução de todos os seuspassivos. Portanto, quando a quantia escriturada inicial de um instrumento financeiro composto é imputada aos seuscomponentes do capital próprio e do passivo, ao componente do capital próprio é atribuída a quantia residualdepois de deduzida ao justo valor do instrumento como um todo a quantia separadamente determinada para ocomponente do passivo. O valor de quaisquer características de derivado (tal com uma opção call) embutidas noinstrumento financeiro composto diferente do componente do capital próprio (tal como uma opção de conversãode capital próprio) está incluído no componente do passivo. A soma das quantias escrituradas atribuídas aoscomponentes do passivo e do capital próprio no reconhecimento inicial é sempre igual ao justo valor que seriaatribuído ao instrumento como um todo. Nenhum ganho ou perda resulta do reconhecimento inicial separado doscomponentes do instrumento.

32. Segundo a abordagem descrita no parágrafo 31., o emitente de uma obrigação convertível em acções ordináriascomeça por determinar a quantia escriturada do componente do passivo mensurando o justo valor de um passivosimilar (incluindo quaisquer características embutidas de derivado que não seja capital próprio) que não tenha umcomponente do capital próprio associado. A quantia escriturada do instrumento de capital próprio representada pelaopção de converter o instrumento em acções ordinárias é então determinada ao deduzir-se o justo valor do passivofinanceiro ao justo valor do instrumento financeiro composto como um todo.

Acções próprias (ver também o parágrafo AG36)

33. Se uma entidade readquirir os seus próprios instrumentos de capital próprio, esses instrumentos («acções próprias»)devem ser deduzidos no capital próprio. Não será reconhecido qualquer ganho ou perda nos lucros ou prejuízos dacompra, venda, emissão ou cancelamento dos instrumentos de capital próprio de uma entidade. Essas acçõespróprias podem ser adquiridas e detidas pela entidade ou por outros membros do grupo consolidado. Asretribuições pagas ou recebidas devem ser reconhecidas directamente no capital próprio.

34. A quantidade de acções próprias detidas é divulgada separadamente ou na face do balanço ou nas notas, de acordocom a IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras. Uma entidade proporciona a divulgação de acordo com aIAS 24 Divulgações de Partes Relacionadas se a entidade readquirir os seus próprios instrumentos de capital próprio apartir de partes relacionadas.

Juros, dividendos, perdas e ganhos (ver também o parágrafo AG37)

35. Os juros, dividendos, perdas e ganhos relacionados com um instrumento financeiro ou com um componente queseja um passivo financeiro devem ser reconhecidos como rendimento ou gasto nos lucros ou prejuízos. Asdistribuições aos detentores de um instrumento de capital próprio devem ser debitadas pela entidade directamenteno capital próprio, líquido de qualquer benefício fiscal sobre o rendimento relacionado. Os custos de uma transacçãode capital próprio devem ser contabilizados como dedução no capital próprio, líquidos de qualquer benefício fiscalsobre o rendimento relacionado.

36. A classificação de um instrumento financeiro como um passivo financeiro ou um instrumento de capital própriodetermina se os juros, os dividendos, as perdas e os ganhos relacionados com esse instrumento são reconhecidoscomo rendimento ou gasto nos lucros ou prejuízos. Assim, os pagamentos de dividendos sobre acções totalmentereconhecidas como passivos são reconhecidos como gastos da mesma forma que os juros sobre uma obrigação. Damesma forma, os ganhos e perdas associados às remições ou refinanciamentos de passivos financeiros sãoreconhecidos nos lucros ou prejuízos, enquanto que as remições ou refinanciamentos de instrumentos de capitalpróprio são reconhecidos como alterações no capital próprio. As alterações no justo valor de um instrumento decapital próprio não são reconhecidas nas demonstrações financeiras.

37. Uma entidade incorre normalmente em vários custos na emissão ou na aquisição dos seus próprios instrumentos decapital próprio. Esses custos podem incluir taxas de registo e outras taxas reguladoras, quantias pagas a conselheiroslegais, contabilísticos e outros profissionais, custos de impressão e imposto de selo. Os custos de uma transacção decapital próprio são contabilizados como dedução do capital próprio (líquido de qualquer benefício fiscal sobre orendimento relacionado) na medida em que sejam custos incrementais directamente atribuíveis à transacção decapital próprio que de outra forma teriam sido evitados. Os custos de uma transacção de capital próprio que seabandonou são reconhecidos como um gasto.

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38. Os custos de transacção que se relacionam com a emissão de um instrumento financeiro composto são imputadosaos componentes do passivo e do capital próprio do instrumento em proporção à imputação de proventos. Oscustos de transacção que se relacionam juntamente com mais de uma transacção (por exemplo, os custos de umaoferta concomitante de algumas acções e uma cotação na bolsa de outras acções) são imputados a essas transacçõesutilizando uma base de imputação que seja racional e consistente com transacções similares.

39. A quantia dos custos de transacção contabilizados como dedução do capital próprio durante o período é divulgadaseparadamente segundo a IAS 1. A quantia relacionada dos impostos sobre o rendimento reconhecidos directamenteno capital próprio é incluída na quantia agregada do imposto sobre o rendimento corrente e diferido creditado oudebitado no capital próprio que é divulgada segundo a IAS 12 Impostos sobre o Rendimento.

40. Os dividendos classificados como um gasto podem ser apresentados na demonstração dos resultados quer com jurossobre outros passivos, quer como um item separado. Além dos requisitos desta Norma, a divulgação dos juros edividendos está sujeita aos requisitos da IAS 1 e da IFRS 7. Nalgumas circunstâncias, por força das diferenças entrejuros e dividendos relativamente a aspectos como a dedutibilidade nos impostos, é desejável divulgá-losseparadamente na demonstração dos resultados. As divulgações relativas aos efeitos fiscais são feitas emconformidade com a IAS 12.

41. Ganhos e perdas relacionados com alterações na quantia escriturada de um passivo financeiro são reconhecidoscomo rendimento ou gasto nos lucros ou prejuízos mesmo quando se relacionam com um instrumento que incluium direito a um interesse residual nos activos da entidade em troca de dinheiro ou outro activo financeiro [verparágrafo 18b)]. Segundo a IAS 1, a entidade apresenta qualquer ganho ou perda resultante da remensuração desseinstrumento separadamente na face da demonstração dos resultados quando é relevante para explicar o desempenhoda entidade.

Compensação de um activo financeiro com um passivo financeiro (ver também os parágrafos AG38e AG39)

42. Um activo financeiro e um passivo financeiro devem ser compensados e a quantia líquida apresentada no balançoquando, e apenas quando, uma entidade:

a) tiver actualmente um direito de cumprimento obrigatório para compensar as quantias reconhecidas; e

b) pretender, ou liquidar numa base líquida, ou realizar o activo e liquidar simultaneamente o passivo.

Ao contabilizar uma transferência de um activo financeiro que não se qualifique para desreconhecimento, a entidadenão deve compensar o activo transferido e o passivo associado (ver IAS 39, parágrafo 36.).

43. Esta Norma exige a apresentação de activos financeiros e passivos financeiros numa base líquida quando tal reflectiros futuros fluxos de caixa esperados de uma entidade derivados da liquidação de dois ou mais instrumentosfinanceiros separados. Quando uma entidade tem o direito de receber ou de pagar uma quantia única líquida etenciona fazê-lo, tem, com efeito, um único activo financeiro ou um único passivo financeiro. Noutrascircunstâncias, os activos financeiros e os passivos financeiros são apresentados separadamente uns dos outros deforma consistente com as suas características como recursos ou como obrigações da entidade.

44. A compensação de um activo financeiro reconhecido com um passivo financeiro reconhecido e a apresentação daquantia líquida difere do desreconhecimento de um activo financeiro ou de um passivo financeiro. Embora acompensação não dê origem ao reconhecimento de um ganho ou de uma perda, o desreconhecimento de uminstrumento financeiro resulta não somente na remoção do item previamente reconhecido do balanço, mas podetambém resultar no reconhecimento de um ganho ou de uma perda.

45. Um direito de compensar é um direito legal do devedor, por contrato ou de outra maneira, de liquidar ou de outramaneira eliminar toda ou uma parte de uma quantia devida a um credor ao aplicar contra essa quantia uma quantiadevida pelo credor. Em circunstâncias não usuais, um devedor pode ter um direito legal de aplicar uma quantiadevida de uma terceira parte contra a quantia devida a um credor desde que haja um acordo entre as três partes queestabeleça claramente o direito do devedor de compensar quantias. Porque o direito de compensar é um direito legal,as condições que suportam o direito podem variar de uma jurisdição legal para uma outra e as leis aplicáveis àsrelações entre as partes devem ser consideradas.

46. A existência de um direito que possa ser de cumprimento obrigatório de compensar um activo financeiro com umpassivo financeiro afecta os direitos e as obrigações associados a um activo financeiro e a um passivo financeiro epode afectar a exposição de uma entidade aos riscos de crédito e de liquidez. Porém, a existência do direito, por simesma, não é uma base suficiente para a compensação. Na ausência de uma intenção de exercer o direito ou deliquidar simultaneamente, não são afectadas a quantia e a tempestividade dos futuros fluxos de caixa de umaentidade. Quando uma entidade pretende exercer o direito ou liquidar simultaneamente, a apresentação do activo edo passivo numa base líquida reflecte mais apropriadamente as quantias e a tempestividade dos futuros fluxos decaixa esperados, assim como os riscos a que estão expostos tais fluxos de caixa. A intenção por uma ou ambas aspartes de liquidar numa base líquida sem o direito legal de o fazer não é suficiente para justificar a compensaçãodado que os direitos e obrigações associados ao activo financeiro e passivo financeiro individuais permaneceminalterados.

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47. As intenções de uma entidade com respeito à liquidação de activos e passivos particulares podem ser influenciadaspelas suas práticas negociais normais, pelos requisitos dos mercados financeiros e por outras circunstâncias quepossam limitar a capacidade de liquidar de forma líquida ou de liquidar simultaneamente. … Quando uma entidadetem o direito de compensar, mas não pretende liquidar de forma líquida ou realizar o activo e liquidar o passivosimultaneamente, o efeito do direito na exposição ao risco de crédito da entidade será divulgado de acordo com oparágrafo 36. da IFRS 7.

48. A liquidação simultânea de dois instrumentos financeiros pode ocorrer através de, por exemplo, a operação de umacâmara de compensação num mercado financeiro organizado ou de uma troca directa. Nestas circunstâncias, osfluxos de caixa são, com efeito, equivalentes a uma quantia única líquida e não há exposição a riscos de crédito ou deliquidez. Noutras circunstâncias, uma entidade pode liquidar dois instrumentos ao receber e pagar quantiasseparadas, ficando exposta a risco de crédito por toda a quantia do activo ou a risco de liquidez por toda a quantiado passivo. Tais exposições ao risco podem ser significativas ainda que por relativamente pouco tempo. Desse modo,a realização de um activo financeiro e a liquidação de um passivo financeiro são apenas tratadas como simultâneasquando as transacções ocorrem no mesmo momento.

49. As condições estabelecidas no parágrafo 42. não são geralmente satisfeitas e a compensação é geralmentedesapropriada quando:

a) vários instrumentos financeiros diferentes são usados para emular as características de um instrumentofinanceiro único (um «instrumento sintético»);

b) os activos financeiros e passivos financeiros provêm de instrumentos financeiros que tenham a mesmaexposição a riscos primários (por exemplo, activos e passivos de uma carteira de contratos «forward» ou deoutros instrumentos derivados) mas envolvem diferentes contrapartes;

c) os activos financeiros ou outros são dados de penhor como garantia colateral de passivos financeiros semrecurso;

d) os activos financeiros são postos de lado com custódia de outrem («trust») por um devedor com o fim decumprir uma obrigação sem que aqueles activos tenham sido aceites pelo credor em liquidação da obrigação(por exemplo, a constituição de um fundo consolidado); ou

e) se espera que as obrigações incorridas como resultado de acontecimentos que deram origem a perdas sejamrecuperadas de uma terceira parte em virtude de uma reivindicação feita de acordo com um contrato deseguro.

50. Uma entidade que negoceie uma quantidade de transacções de instrumentos financeiros com uma única contrapartepode entrar num «acordo principal de compensação» com essa contraparte. Tal acordo proporciona uma liquidaçãode forma líquida única de todos os instrumentos financeiros cobertos pelo acordo no caso de incumprimento ou notérmino de qualquer contrato. Estes acordos são geralmente usados por instituições financeiras para proporcionarprotecção contra perdas no caso de falência ou de outras circunstâncias que resultem na incapacidade de umacontraparte de cumprir as suas obrigações. Um acordo principal de compensação geralmente cria um direito decompensação que se torna de cumprimento obrigatório e só afecta a realização ou a liquidação de activosfinanceiros e de passivos financeiros individuais no seguimento de um acontecimento especificado deincumprimento ou noutras circunstâncias que não se espera que surjam no decurso normal do negócio. Umacordo principal de compensação não proporciona uma base de compensação a menos que ambos os critérios doparágrafo 42. sejam satisfeitos. Quando os activos financeiros e os passivos financeiros sujeitos a um acordoprincipal de compensação não são compensados, o efeito do acordo na exposição de uma entidade ao risco decrédito será divulgado de acordo com o parágrafo 36. da IFRS 7.

DIVULGAÇÃO

51.-95. [Eliminados]

DATA DE EFICÁCIA

96. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2005. É permitidaa aplicação mais cedo. Uma entidade não deve aplicar esta Norma a períodos anuais com início antes de 1 de Janeirode 2005, a não ser que também aplique a IAS 39 (emitida em Dezembro de 2003), incluindo as emendas emitidasem Março de 2004. Se uma entidade aplicar esta Norma a um período que tenha início antes de 1 de Janeirode 2005, ela deve divulgar esse facto.

97. Esta Norma deve ser aplicada retrospectivamente.

RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO

98. Esta Norma substitui a IAS 32 Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apresentação revista em 2000. (1)

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(1) Em Agosto de 2005, o IASB transferiu todas as divulgações relacionadas com instrumentos financeiros para a IFRS 7 Instrumentofinanceiros: Divulgações.

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99. Esta Norma substitui as seguintes Interpretações:

a) SIC-5 Classificação de Instrumentos Financeiros — Cláusulas de Liquidação Contingente;

b) SIC-16 Capital por Acções — Instrumentos de Capital próprio Readquiridos (Acções Próprias); e

c) SIC-17 Capital próprio — Custos de uma Transacção de Capital próprio.

100. Esta Norma retira o projecto da Interpretação SIC-D34 Instrumentos Financeiros — Instrumentos ou Direitos Remíveispelo Detentor.

Apêndice

GUIA DE APLICAÇÃO

IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação

Este apêndice faz parte integrante desta Norma.

AG1 Este Guia de Aplicação explica a aplicação de determinados aspectos da Norma.

AG2 A Norma não trata do reconhecimento ou da mensuração de instrumentos financeiros. Os requisitos acerca doreconhecimento e da mensuração de activos financeiros e passivos financeiros estão estabelecidos na IAS 39.

DEFINIÇÕES (PARÁGRAFOS 11.-14.)

Activos financeiros e passivos financeiros

AG3 O dinheiro (caixa) é um activo financeiro porque representa o meio de troca, sendo, por isso, a base pela qual sãomensuradas e reconhecidas todas as transacções nas demonstrações financeiras. Um depósito de dinheiro numbanco ou em instituição financeira semelhante é um activo financeiro porque representa o direito contratual dodepositante de obter dinheiro da instituição ou de sacar um cheque ou instrumento financeiro semelhante contra osaldo a favor de um credor em pagamento de um passivo financeiro.

AG4 Exemplos comuns de activos financeiros que representam um direito contratual de receber dinheiro no futuro e depassivos financeiros correspondentes que representam uma obrigação contratual de entregar dinheiro no futuro são:

a) contas comerciais a receber e a pagar;

b) livranças a receber e a pagar;

c) empréstimos a receber e a pagar; e

d) obrigações a receber e a pagar.

Em cada caso, o direito contratual de uma parte de receber (ou obrigação de pagar) dinheiro é balanceado pelaobrigação correspondente da outra parte de pagar (ou direito de receber).

AG5 Um outro tipo de instrumento financeiro é aquele pelo qual o benefício económico a ser recebido ou cedido é umactivo financeiro, que não seja caixa. Por exemplo, uma livrança pagável em obrigações governamentais dá aodetentor o direito contratual de receber e ao emitente a obrigação contratual de entregar obrigações governamentais,mas não dinheiro (caixa). As obrigações são activos financeiros porque representam obrigações do governo emitentede pagar caixa (dinheiro). A livrança é, por isso, um activo financeiro do detentor da livrança e um passivo financeirodo emitente da mesma.

AG6 Instrumentos de dívida «perpétuos» (tais como obrigações «perpétuas», debentures e consolidados) proporcionamnormalmente ao detentor o direito contratual de receber pagamentos por conta de juros em datas fixas que seprolongam para o futuro indefinido, seja sem qualquer direito de receber um retorno de capital seja um direito a umretorno de capital segundo termos que tornem isso muito improvável ou muito longínquo no futuro. Por exemplo,uma entidade pode emitir um instrumento financeiro que exija que se façam pagamentos anuais em perpetuidadesiguais a uma taxa de juro expressa de 8 % aplicada a uma quantia expressa ao par ou quantia de capital de1 000 UM (1). Presumindo que 8 % seja a taxa de juro do mercado para o instrumento quando emitido, o emitenteassume uma obrigação contratual de fazer um fluxo de pagamentos de juros futuros que tenham um justo valor(valor presente) de 1 000 UM no reconhecimento inicial. O detentor e o emitente do instrumento têm um activofinanceiro e um passivo financeiro, respectivamente.

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(1) Neste guia, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades monetárias» (UM).

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AG7 Um direito contratual ou uma obrigação contratual de receber, entregar ou trocar instrumentos financeiros é, em simesmo, um instrumento financeiro. Uma cadeia de direitos contratuais ou de obrigações contratuais satisfaz adefinição de um instrumento financeiro se acabar por conduzir ao recebimento ou pagamento de dinheiro ou àaquisição ou emissão de um instrumento de capital próprio.

AG8 A capacidade de exercer um direito contratual ou o requisito de satisfazer uma obrigação contratual podem serabsolutos ou podem estar dependentes da ocorrência de um acontecimento futuro. Por exemplo, uma garantiafinanceira é um direito contratual do mutuante de receber dinheiro do fiador, e uma obrigação contratualcorrespondente do fiador de pagar ao mutuante, se o mutuário não pagar. O direito e a obrigação contratuaisexistem por força de uma transacção ou acontecimento passado (pressuposto da garantia), mesmo se a capacidadedo mutuante de exercer o seu direito e o requisito do fiador de cumprir a sua obrigação forem ambos contingentesde um acto futuro de não cumprimento por parte do mutuário. Um direito e uma obrigação contingentes satisfazema definição de activo financeiro e de passivo financeiro, mesmo se tais activos e passivos nem sempre foremreconhecidos nas demonstrações financeiras. Alguns destes direitos e obrigações contingentes podem constituircontratos de seguro no âmbito da IFRS 4.

AG9 Segundo a IAS 17 Locações, considera-se que uma locação financeira é primordialmente um direito do locador dereceber, e uma obrigação do locatário de pagar, uma série de pagamentos que são substancialmente o mesmo quepagamentos combinados de capital e de juros segundo um acordo de empréstimo. O locador contabiliza o seuinvestimento pela quantia a receber segundo o contrato de locação e não segundo o próprio activo locado. Umalocação operacional, por outro lado, considera-se que é primordialmente um contrato não concluído quecompromete o locador a proporcionar o uso de um activo em períodos futuros em troca de uma retribuiçãosemelhante a uma remuneração por um serviço. O locador continua a contabilizar o próprio activo locado e nãoqualquer quantia a receber no futuro segundo o contrato. Em conformidade, considera-se uma locação financeiraum instrumento financeiro e uma locação operacional não se considera um instrumento financeiro (excepto no querespeita aos pagamentos individuais correntemente devidos e pagáveis).

AG10 Os activos físicos (tais como inventários, activos fixos tangíveis), os activos locados e os activos intangíveis (taiscomo patentes e marcas comerciais) não são activos financeiros. O controlo de tais activos físicos e intangíveis criauma oportunidade de gerar um influxo de caixa ou outro activo financeiro, mas não dá origem a um direito presentede receber dinheiro ou outro activo financeiro.

AG11 Os activos (tais como gastos pré-pagos) pelos quais o benefício económico futuro seja o recebimento de bens ouserviços e não o direito de receber dinheiro ou um outro activo financeiro não são activos financeiros. De formasemelhante, itens tais como rédito diferido e a maior parte das obrigações respeitantes a garantias não são passivosfinanceiros porque o exfluxo de benefícios económicos a eles associados é a entrega de bens e serviços e não umaobrigação contratual de pagar dinheiro ou outro activo financeiro.

AG12 Os passivos ou activos que não sejam contratuais (tais como impostos sobre o rendimento que sejam criados emconsequência de exigências legais impostas pelos governos) não são passivos financeiros nem activos financeiros. Acontabilização de impostos sobre o rendimento é tratada na IAS 12. De forma semelhante, as obrigaçõesconstrutivas, tal como definido na IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, não resultam decontratos e não são passivos financeiros.

Instrumentos de capital próprio

AG13 Exemplos de instrumentos de capital próprio incluem acções ordinárias sem opção put, alguns tipos de acçõespreferenciais (ver parágrafos AG25 e AG26) e warrants ou opções call subscritas que permitam ao detentorsubscrever ou comprar um número fixo de acções ordinárias sem opção put na entidade emissora em troca de umaquantia fixa de dinheiro ou de um outro activo financeiro. A obrigação de uma entidade emitir ou comprar umnúmero fixo dos seus próprios instrumentos de capital próprio em troca de uma quantia fixa de dinheiro ou de umoutro activo financeiro é um instrumento de capital próprio da entidade. Contudo, se tal contrato contiver umaobrigação de a entidade pagar dinheiro ou um outro activo financeiro, também dá origem a um passivo pelo valorpresente da quantia de remição [ver parágrafo AG27a)]. Um emitente de acções ordinárias sem opção put assume umpassivo quando agir formalmente para fazer uma distribuição e se tornar legalmente obrigado perante os accionistasa fazê-lo. Isto pode ser o caso que se segue à declaração de um dividendo ou quando a entidade estiver a ser liquidadae quaisquer activos remanescentes após a satisfação dos passivos se tornarem distribuíveis aos accionistas.

AG14 Uma opção call comprada ou outro contrato semelhante adquirido por uma entidade que lhe dê o direito dereadquirir um número fixo dos seus próprios instrumentos de capital próprio em troca da entrega de uma quantiafixa de dinheiro ou de um outro activo financeiro não é um activo financeiro da entidade. Em vez disso, qualquerretribuição paga por tal contrato é deduzida do capital próprio.

Instrumentos financeiros derivados

AG15 Os instrumentos financeiros incluem instrumentos primários (tais como contas a receber, contas a pagar einstrumentos de capital próprio) e instrumentos financeiros derivados (tais como opções financeiras, futuros eforwards, swaps de taxas de juro e swaps de moeda). Os instrumentos financeiros derivados satisfazem a definição deum instrumento financeiro, pelo que, em conformidade, estão dentro do âmbito desta Norma.

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AG16 Os instrumentos financeiros derivados criam direitos e obrigações que implicam o efeito de transferir entre as partesdo instrumento um ou mais dos riscos financeiros inerentes a um instrumento financeiro primário subjacente. Noinício, os instrumentos financeiros derivados dão a uma das partes um direito contratual de trocar activosfinanceiros ou passivos financeiros com uma outra parte em condições que sejam potencialmente favoráveis, ouuma obrigação contratual de trocar activos financeiros ou passivos financeiros com uma outra parte em condiçõesque sejam potencialmente desfavoráveis. Contudo, geralmente (1) não resultam numa transferência do instrumentofinanceiro primário subjacente no início do contrato, nem tal transferência ocorre necessariamente na maturidadedo contrato. Alguns instrumentos incorporam tanto um direito como uma obrigação de fazer uma troca. Dado queos termos da troca são determinados no início do instrumento derivado, logo que os preços nos mercadosfinanceiros se alterem, esses termos podem tornar-se favoráveis ou desfavoráveis.

AG17 Uma opção put ou call para trocar instrumentos financeiros ou passivos financeiros (i.e. instrumentos financeirosque não sejam os próprios instrumentos de capital próprio da entidade) dá ao detentor o direito de obter potenciaisbenefícios económicos futuros associados às alterações no justo valor do instrumento financeiro subjacente aocontrato. Inversamente, o subscritor de uma opção assume uma obrigação de renunciar a potenciais benefícioseconómicos futuros ou de suportar potenciais perdas de benefícios económicos associados a alterações no justovalor do instrumento financeiro subjacente. O direito contratual do detentor e a obrigação do subscritor satisfazem adefinição de um activo financeiro e de um passivo financeiro, respectivamente. O instrumento financeiro subjacentea um contrato de opção pode ser qualquer activo financeiro, incluindo acções de outras entidades e instrumentosque vençam juros. Uma opção pode exigir que o subscritor emita um instrumento de dívida, em vez de transferir umactivo financeiro, mas o instrumento subjacente à opção constituirá um activo financeiro do detentor se a opção forexercida. O direito do detentor da opção de trocar o activo financeiro em condições potencialmente favoráveis e aobrigação do subscritor de trocar o activo financeiro em condições potencialmente desfavoráveis são distintas doactivo financeiro subjacente a ser trocado no exercício da opção. A natureza do direito do detentor e da obrigaçãodo subscritor não é afectada pela probabilidade de a opção vir a ser exercida.

AG18 Um outro exemplo de um instrumento financeiro derivado é um contrato forward a ser liquidado no prazo de seismeses em que uma parte (o comprador) promete entregar 1 000 000 UM em dinheiro em troca de 1 000 000 UMda quantia facial de obrigações governamentais de taxa fixa e a outra parte (o vendedor) promete entregar 1 000 000UM da quantia facial de obrigações governamentais de taxa fixa em troca de 1 000 000 UM em dinheiro. Durante osseis meses, ambas as partes têm um direito contratual e uma obrigação contratual de trocar instrumentosfinanceiros. Se o preço de mercado das obrigações governamentais subir acima de 1 000 000 UM, as condições sãofavoráveis para o comprador e desfavoráveis para o vendedor; se o preço de mercado descer abaixo de 1 000 000UM, o efeito será o oposto. O comprador tem um direito contratual (um activo financeiro) semelhante ao direitosegundo uma opção call detida e uma obrigação contratual (um passivo financeiro) semelhante à obrigação segundouma opção put subscrita; o vendedor tem um direito contratual (um activo financeiro) semelhante ao direitosegundo uma opção put detida e uma obrigação contratual (um passivo financeiro) semelhante à obrigação segundouma opção call subscrita. Tal como acontece com as opções, estes direitos e obrigações contratuais constituemactivos financeiros e passivos financeiros separados e distintos de instrumentos financeiros subjacentes (asobrigações e o dinheiro a serem trocados). Ambas as partes de um contrato forward têm uma obrigação de agir nomomento acordado, ao passo que o desempenho segundo um contrato de opção só ocorre se e quando o detentorda opção optar por exercê-la.

AG19 Muitos outros tipos de instrumentos derivados incorporam um direito ou obrigação de fazer uma troca futura,incluindo swaps de taxa de juro e de moeda, caps de taxa de juro, collars e floors, compromissos de empréstimo,facilidades de emissão de livranças e cartas de crédito. Um contrato de swap de taxa de juro pode ser visto como umavariação de um contrato forward em que as partes concordam em fazer uma série de trocas futuras de quantias dedinheiro, uma quantia calculada com referência a uma taxa de juro flutuante e a outra com referência a uma taxa dejuro fixa. Os contratos de futuros são uma outra variação dos contratos forward, diferindo primordialmente em queos contratos estão normalizados e são comercializados numa bolsa.

Contratos de compra ou venda de itens não financeiros (parágrafos 8.-10.)

AG20 Os contratos de compra ou venda de itens não financeiros não satisfazem a definição de um instrumento financeiroporque o direito contratual de uma parte receber um activo não financeiro ou serviço e a correspondente obrigaçãoda outra parte não estabelecem um direito ou obrigação presente de qualquer das partes de receber, entregar outrocar um activo financeiro. Por exemplo, os contratos que proporcionam a liquidação apenas por recebimento ouentrega de um item não financeiro (por exemplo, uma opção, contrato de futuros ou forward sobre prata) não sãoinstrumentos financeiros. A maior parte dos contratos de mercadorias são deste tipo. Alguns estão normalizados naforma e comercializados em mercados organizados da mesma forma que alguns instrumentos financeiros derivados.Por exemplo, um contrato de futuros sobre mercadorias pode ser prontamente comprado e vendido a dinheiro dadoque está cotado para negociação numa bolsa, podendo mudar de mãos muitas vezes. Porém, as partes que comprame que vendem o contrato estão, com efeito, a negociar a mercadoria subjacente. A capacidade de comprar ou devender um contrato sobre mercadorias a dinheiro, a facilidade com que ele pode ser comprado ou vendido e a

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(1) Isto é verdade para a maior parte, mas não para todos, os derivados, por exemplo, em alguns swaps de taxa de juro de moeda cruzada, ocapital é trocado no início (e trocado novamente na maturidade).

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possibilidade de negociar uma liquidação em dinheiro da obrigação de receber ou de entregar a mercadoria nãoalteram o carácter fundamental do contrato de tal maneira que cria um instrumento financeiro. Não obstante, algunscontratos de compra ou venda de itens não financeiros que possam ser liquidados de forma líquida ou por troca deinstrumentos financeiros, ou em que o item não financeiro seja prontamente convertível em dinheiro, estão dentrodo âmbito da Norma como se fossem instrumentos financeiros (ver parágrafo 8.).

AG21 Um contrato que envolva o recebimento ou a entrega de activos físicos não dá origem a um activo financeiro de umaparte e a um passivo financeiro da outra parte a menos que qualquer pagamento correspondente seja diferido paraalém da data em que os activos físicos sejam transferidos. Tal é o caso da compra ou venda de bens a crédito.

AG22 Alguns contratos estão vinculados a mercadorias, mas não envolvem liquidação por intermédio do recebimento ouentrega físicos de uma mercadoria. Eles especificam liquidações por meio de pagamentos a dinheiro que sãodeterminados de acordo com uma fórmula incluída no contrato e não por meio de pagamento de quantias fixadas.Por exemplo, a quantia do capital de uma obrigação pode ser calculada pela aplicação do preço do mercado dopetróleo prevalecente na data do vencimento da obrigação para uma quantidade fixada de petróleo. O capital éindexado com referência a um preço de mercadoria, mas é liquidado apenas a dinheiro. Tal contrato constitui uminstrumento financeiro.

AG23 A definição de instrumento financeiro abrange também um contrato que dê origem a um activo não financeiro ou aum passivo não financeiro além de um activo ou passivo financeiro. Tais instrumentos financeiros dão muitas vezesa uma parte uma opção de trocar um activo financeiro por um activo não financeiro. Por exemplo, uma obrigaçãovinculada ao petróleo pode dar ao detentor o direito de receber um fluxo de pagamentos de juros periódicos fixadose uma quantia fixada de dinheiro no vencimento, com a opção de trocar a quantia do capital por uma quantia fixadade petróleo. A conveniência de exercer esta opção variará de tempos a tempos dependendo do justo valor dopetróleo relativo ao rácio de troca de dinheiro por petróleo (o preço de troca) inerente na obrigação. As intenções dodetentor da obrigação respeitantes ao exercício da opção não afectam a substância dos activos componentes. Oactivo financeiro do detentor e o passivo financeiro do emitente fazem da obrigação um instrumento financeiro,independentemente dos outros tipos de activos e passivos também criados.

AG24 [Eliminado]

APRESENTAÇÃO

Passivos e capital próprio (parágrafos 15.-27.)

Nenhuma obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro activo financeiro (parágrafos 17.-20.)

AG25 Acções preferenciais podem ser emitidas com vários direitos. Ao determinar se uma acção preferencial é um passivofinanceiro ou um instrumento de capital próprio, um emitente avalia os direitos específicos associados à acção paradeterminar se ela exibe ou não a característica fundamental de um passivo financeiro. Por exemplo, uma acçãopreferencial que proporcione remição numa data específica ou de acordo com a opção do detentor contém umpassivo financeiro porque o emitente tem a obrigação de transferir activos financeiros para o detentor da acção. Apotencial incapacidade de um emitente de satisfazer uma obrigação de remir uma acção preferencial quando forcontratualmente obrigado a fazê-lo, seja devido a uma falta de fundos, a uma restrição estatutária ou a lucros oureservas insuficientes, não nega a obrigação. Uma opção do emitente de remir as acções por dinheiro não satisfaz adefinição de passivo financeiro porque o emitente não tem uma obrigação presente de transferir activos financeirospara os accionistas. Neste caso, a remição das acções depende unicamente da vontade do emitente. Pode surgir umaobrigação, porém, quando o emitente das acções exercer a sua opção, geralmente notificando formalmente osaccionistas da intenção de remir as acções.

AG26 Quando as acções preferenciais são não remíveis, a classificação apropriada é determinada pelos outros direitos quea elas estejam ligados. A classificação baseia-se numa avaliação da substância dos acordos contratuais e dasdefinições de passivo financeiro e de instrumento de capital próprio. Quando distribuições a detentores das acçõespreferenciais, cumulativas ou não cumulativas, forem feitas de acordo com a vontade do emitente, as acções sãoinstrumentos de capital próprio. A classificação de uma acção preferencial como instrumento de capital próprio oupassivo financeiro não é afectada, por exemplo, por:

a) um historial de fazer distribuições;

b) uma intenção de fazer distribuições no futuro;

c) um possível impacto negativo no preço de acções ordinárias do emitente se não forem feitas distribuições(devido a restrições no pagamento de dividendos das acções ordinárias se não forem pagos dividendos dasacções preferenciais);

d) a quantia das reservas do emitente;

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e) a expectativa de um emitente de obter lucros ou prejuízos num período; ou

f) a capacidade ou incapacidade do emitente de influenciar a quantia dos seus lucros ou prejuízos do período.

Liquidação nos instrumentos de capital próprio da própria entidade (parágrafos 21.-24.)

AG27 Os exemplos que se seguem ilustram como classificar diferentes tipos de contratos sobre os instrumentos de capitalpróprio da própria entidade:

a) Um contrato que será liquidado quando a entidade receber ou entregar um número fixo das suas própriasacções sem retribuição futura, ou trocar um número fixo das suas próprias acções por uma quantia fixa dedinheiro ou outro activo financeiro, é um instrumento de capital próprio. Em conformidade, qualquerretribuição recebida ou paga por tal contrato é directamente adicionada a ou deduzida do capital próprio. Umexemplo é uma opção sobre acções emitida que dê à contraparte o direito de comprar um número fixo dasacções da entidade por uma quantia fixa em dinheiro. Contudo, se o contrato exigir que a entidade compre(faça a remição) as suas próprias acções por dinheiro ou outro activo financeiro a uma data fixada oudeterminável ou a pedido, a entidade também reconhece um passivo financeiro pelo valor presente da quantiade remição. Um exemplo é a obrigação de uma entidade segundo um contrato forward de recomprar umnúmero fixo das suas próprias acções por uma quantia fixa em dinheiro;

b) A obrigação de uma entidade de comprar as suas próprias acções por dinheiro dá origem a um passivofinanceiro pelo valor presente da quantia de remição mesmo que o número de acções que a entidade estáobrigada a comprar não seja fixo ou que a obrigação esteja dependente de a contraparte exercer o direito deremição. Um exemplo de uma obrigação condicional é uma opção emitida que exige que a entidade recompreas suas próprias acções por dinheiro se a contraparte exercer a opção;

c) Um contrato que será liquidado em dinheiro ou noutro activo financeiro é um activo financeiro ou um passivofinanceiro mesmo que a quantia de dinheiro ou do outro activo financeiro que será recebida ou entregue sebaseie em alterações no preço de mercado do capital próprio da entidade. Um exemplo é uma opção sobreacções liquidada financeiramente de forma líquida;

d) Um contrato que será liquidado num número variável das acções da própria entidade cujo valor equivale auma quantia fixa ou a uma quantia baseada em alterações numa variável subjacente (por exemplo, o preço deuma mercadoria) é um activo financeiro ou um passivo financeiro. Um exemplo é uma opção emitida paracomprar ouro que, quando exercida, é liquidada de forma líquida nos instrumentos da própria entidade pelofacto de a entidade entregar tantos desses instrumentos quanto for equivalente ao valor do contrato de opção.Tal contrato é um activo financeiro ou um passivo financeiro mesmo que a variável subjacente seja o preço decada acção da entidade em vez de ouro. De forma semelhante, um contrato que será liquidado num númerofixo das próprias acções da entidade, mas em que os direitos associados a essas acções serão variados de modoa que o valor de liquidação seja equivalente a uma quantia fixa ou a uma quantia baseada nas alterações numavariável subjacente, é um activo financeiro ou um passivo financeiro.

Cláusulas de liquidação contingente (parágrafo 25.)

AG28 O parágrafo 25. exige que, se uma parte de uma cláusula de liquidação contingente que possa exigir liquidação emdinheiro ou noutro activo financeiro (ou de outra forma que resultasse que o instrumento fosse um passivofinanceiro) não for genuína, a cláusula de liquidação não afecta a classificação de um instrumento financeiro. Destemodo, um contrato que exija a liquidação em dinheiro ou num número variável das próprias acções da entidadeapenas na ocorrência de um acontecimento que seja extremamente raro, altamente anormal e muito pouco provávelde ocorrer é um instrumento de capital próprio. De forma semelhante, a liquidação num número fixo das própriasacções de uma entidade pode ser contratualmente impedida em circunstâncias que estejam fora do controlo daentidade, mas se essas circunstâncias não tiverem qualquer possibilidade genuína de ocorrerem, a classificação comoum instrumento de capital próprio é apropriada.

Tratamento nas demonstrações financeiras consolidadas

AG29 Nas demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade apresenta interesses minoritários — i.e., os interesses deoutras partes no capital próprio e no rendimento das suas subsidiárias de acordo com a IAS 1 e a IAS 27. Quandoclassificar um instrumento financeiro (ou um componente do mesmo) em demonstrações financeiras consolidadas,uma entidade considera todos os termos e condições acordados entre membros do grupo e os detentores doinstrumento ao determinar se o grupo como um todo tem uma obrigação de entregar dinheiro ou outro activofinanceiro a respeito do instrumento ou de o liquidar de uma forma que resulte na classificação como passivo.Quando uma subsidiária de um grupo emitir um instrumento financeiro e uma empresa-mãe ou outra entidade degrupo acordar outros termos directamente com os detentores do instrumento (por exemplo, uma garantia), o grupopoderá não ter poder sobre distribuições ou remição. Embora a subsidiária possa classificar o instrumentoapropriadamente nas suas demonstrações financeiras individuais sem considerar estes termos adicionais, o efeito deoutros acordos entre membros do grupo e os detentores do instrumento é considerado por forma a assegurar que as

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demonstrações financeiras consolidadas reflictam os contratos e as transacções celebrados pelo grupo como umtodo. Até ao ponto em que exista tal obrigação ou cláusula de liquidação, o instrumento (ou o componente domesmo que esteja sujeito à obrigação) é classificado como passivo financeiro nas demonstrações financeirasconsolidadas.

Instrumentos financeiros compostos (parágrafos 28.-32.)

AG30 O parágrafo 28. aplica-se apenas aos emitentes de instrumentos financeiros compostos não derivados. O pará-grafo 28. não trata dos instrumentos financeiros compostos na perspectiva dos detentores. A IAS 39 trata daseparação de derivados embutidos na perspectiva de detentores de instrumentos financeiros compostos quecontenham características de dívida e de capital social.

AG31 Uma forma comum de instrumentos financeiros compostos é um instrumento de dívida com uma opção deconversão embutida, tal como uma obrigação convertível em acções ordinárias do emitente, e sem quaisquer outrascaracterísticas de derivados embutidos. O parágrafo 28. exige que o emitente de tal instrumento financeiro apresenteo componente do passivo e o componente do capital próprio separadamente no balanço, da seguinte forma:

a) A obrigação do emitente de fazer pagamentos calendarizados de juros e de capital constitui um passivofinanceiro que existe enquanto o instrumento não for convertido. No reconhecimento inicial, o justo valor docomponente do passivo é o valor presente do fluxo contratualmente determinado de fluxos de caixa futurosdescontados à taxa de juro aplicada pelo mercado nessa altura a instrumentos de crédito de estatutocomparável e que proporcionem substancialmente o mesmo fluxo de caixa, nos mesmos termos, mas sem aopção de conversão.

b) O instrumento de capital próprio é uma opção embutida para converter o passivo em capital próprio doemitente. O justo valor da opção compreende o seu valor temporal e o seu valor intrínseco, se o houver. Estaopção tem valor no reconhecimento inicial mesmo quando estiver out of the money.

AG32 Na conversão de um instrumento convertível no momento da maturidade, a entidade desreconhece o componentedo passivo e reconhece-o como capital próprio. O componente original do capital próprio permanece como capitalpróprio (embora possa ser transferido de uma linha de item dentro do capital próprio para outra). Não há qualquerganho ou perda na conversão no momento da maturidade.

AG33 Quando uma entidade extingue um instrumento convertível antes da maturidade através de uma remição ourecompra antecipada em que os privilégios originais da conversão permanecem inalterados, a entidade imputa aretribuição paga e quaisquer custos de transacção pela recompra ou remição aos componentes do passivo e docapital próprio do instrumento à data da transacção. O método usado na imputação da retribuição paga e dos custosde transacção aos componentes separados é consistente com o usado na imputação original aos componentesseparados dos proventos recebidos pela entidade quando o instrumento convertível foi emitido, de acordo com osparágrafos 28.-32.

AG34 Uma vez que a imputação da retribuição é feita, qualquer ganho ou perda resultante é tratado de acordo comprincípios contabilísticos aplicáveis ao componente relacionado, da seguinte forma:

a) a quantia do ganho ou perda relacionado com o componente do passivo é reconhecida nos lucros ouprejuízos; e

b) a quantia de retribuição relacionada com o componente do capital próprio é reconhecida no capital próprio.

AG35 Uma entidade pode emendar os termos de um instrumento convertível para induzir a conversão antecipada, porexemplo, oferecendo um rácio de conversão mais favorável ou pagando outra retribuição adicional na eventualidadede conversão antes de uma data especificada. A diferença, à data em que os termos são emendados, entre o justovalor da retribuição que o detentor recebe na conversão do instrumento segundo os termos revistos e o justo valorda retribuição que o detentor teria recebido segundo os termos originais é reconhecida como uma perda nos lucrosou prejuízos.

Acções próprias (parágrafos 33. e 34.)

AG36 Os instrumentos de capital próprio de uma entidade não são reconhecidos como um activo financeiroindependentemente da razão pela qual sejam readquiridos. O parágrafo 33 exige que uma entidade que readquira osseus próprios instrumentos de capital próprio deduza esses instrumentos de capital próprio do capital próprio.Contudo, quando uma entidade detém e seu próprio capital próprio em nome de outros, por exemplo, umainstituição financeira que detém o seu próprio capital próprio em nome de um cliente, existe um relacionamento deagência e, como resultado, essas detenções não são incluídas no balanço da entidade.

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Juros, dividendos, perdas e ganhos (parágrafos 35.-41.)

AG37 O seguinte exemplo ilustra a aplicação do parágrafo 35. a um instrumento financeiro composto. Vamos assumir queuma acção preferencial não cumulativa é obrigatoriamente remível em dinheiro em cinco anos, mas que osdividendos são devidos à discrição da entidade antes da data da remição. Tal instrumento é instrumento financeirocomposto, sendo que o componente do passivo é o valor presente da quantia da remição. O desenrolar do descontoneste componente é reconhecido nos lucros ou prejuízos e classificado como gasto de juros. Quaisquer dividendospagos relacionam-se com o componente do capital próprio e, em conformidade, são reconhecidos como umadistribuição dos lucros ou prejuízos. Um tratamento semelhante aplicar-se-ia se a remição não fosse obrigatória masà escolha do detentor, ou se a acção fosse obrigatoriamente convertível num número variável de acções ordináriascalculadas para igualar uma quantia fixa ou uma quantia baseada nas alterações numa variável subjacente (porexemplo, uma mercadoria). Contudo, se quaisquer dividendos por pagar forem adicionados à quantia da remição, atotalidade do instrumento é um passivo. Em tal caso, quaisquer dividendos são classificados como gasto de juros.

Compensação de um activo financeiro com um passivo financeiro (parágrafos 42.-50.)

AG38 Para compensar um activo financeiro com um passivo financeiro, uma entidade deve ter um direito legalcorrentemente executável de compensar as quantias reconhecidas. Uma entidade pode ter um direito condicional decompensar quantias reconhecidas, tais como num acordo principal de compensação ou nalgumas formas de dívidasem recurso, mas tais direitos são apenas executáveis aquando da ocorrência de algum acontecimento futuro,normalmente um incumprimento da contraparte. Deste modo, tal acordo não satisfaz as condições paracompensação.

AG39 A Norma não proporciona tratamento especial para os chamados «instrumentos sintéticos», que são grupos deinstrumentos financeiros separados adquiridos e detidos para igualar as características de um outro instrumento. Porexemplo, uma dívida a longo prazo de taxa flutuante combinada com um swap de taxa de juro que envolva receberpagamentos flutuantes e fazer pagamentos fixados sintetiza uma dívida a longo prazo de taxa fixa. Cada um dosinstrumentos financeiros individuais que em conjunto constitua um «instrumento sintético» representa um direitoou uma obrigação contratual com os seus próprios termos e condições e cada um pode ser transferido ou liquidadoseparadamente. Cada instrumento financeiro está exposto a riscos que podem diferir dos riscos a que estejamexpostos outros instrumentos financeiros. Em conformidade, quando um instrumento financeiro de um«instrumento sintético» é um activo e o outro é um passivo, eles não são compensados e apresentados no balançode uma entidade numa base líquida a menos que satisfaçam os critérios de compensação do parágrafo 42.

DIVULGAÇÃO

Activos financeiros e passivos financeiros pelo justo valor através dos lucros ou prejuízos [parágrafo 94.f)]

AG40 [Eliminado]

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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 33

Resultados por Acção

OBJECTIVO

1. O objectivo desta Norma é o de prescrever princípios para a determinação e a apresentação de resultados por acção,com vista a melhorar as comparações de desempenho entre diferentes entidades no mesmo período de relato e entreperíodos de relato diferentes para a mesma entidade. Mesmo que os dados dos resultados por acção tenhamlimitações por causa das diferentes políticas contabilísticas que podem ser usadas para determinar «resultados», umdenominador determinado consistentemente melhora o relato financeiro. O foco desta Norma está no denominadordo cálculo dos resultados por acção.

ÂMBITO

2. A presente Norma aplica-se:

a) às demonstrações financeiras separadas ou individuais de uma entidade:

i) cujas acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias sejam negociadas num mercado público (umabolsa de valores nacional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados locais eregionais), ou

ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as suas demonstrações financeiras junto de umacomissão de valores mobiliários ou de outra organização reguladora, com vista a emitir acçõesordinárias num mercado público; e

b) às demonstrações financeiras consolidadas de um grupo com uma empresa-mãe:

i) cujas acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias sejam negociadas num mercado público (umabolsa de valores nacional ou estrangeira ou um mercado de balcão, incluindo mercados locais eregionais), ou

ii) que tenha depositado, ou esteja em vias de depositar, as suas demonstrações financeiras junto de umacomissão de valores mobiliários ou de outra organização reguladora, com vista a emitir acçõesordinárias num mercado público.

3. Uma entidade que divulgue resultados por acção deve calcular e divulgar esses resultados por acção emconformidade com esta Norma.

4. Quando uma entidade apresenta tanto demonstrações financeiras consolidadas como demonstrações financeirasseparadas preparadas em conformidade com a IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas, asdivulgações exigidas por esta Norma podem ser apresentadas apenas com base na informação consolidada. Umaentidade que escolha divulgar os resultados por acção com base nas suas demonstrações financeiras separadas deveapresentar essa informação relativa aos resultados por acção apenas na face da sua demonstração de resultadosseparada. Nenhuma entidade deve apresentar tal informação sobre os resultados por acção nas demonstraçõesfinanceiras consolidadas.

DEFINIÇÕES

5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Antidiluição é um aumento nos resultados por acção ou uma redução na perda por acção resultante do pressupostode que os instrumentos convertíveis são convertidos, de que as opções ou warrants são exercidos ou de que sãoemitidas acções ordinárias após satisfação das condições especificadas.

Um acordo de emissão de acções contingente é um acordo para emitir acções que esteja dependente da satisfação decondições especificadas.

Acções ordinárias contingentemente emissíveis são acções ordinárias emissíveis por pouco ou nenhum dinheiro ou outraretribuição após satisfação das condições especificadas num acordo de acções contigente.

Diluição é uma redução nos resultados por acção ou um aumento na perda por acção resultante do pressuposto deque os instrumentos convertíveis são convertidos, de que as opções ou warrants são exercidos ou de que são emitidasacções ordinárias após satisfação das condições especificadas.

Opções, warrants e seus equivalentes são instrumentos financeiros que dão ao detentor o direito de comprar acçõesordinárias.

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Uma acção ordinária é um instrumento de capital próprio que está subordinado a todas as outras classes deinstrumentos de capital próprio.

Uma potencial acção ordinária é um instrumento financeiro ou outro contrato que dá ao seu detentor o direito aacções ordinárias.

Opções put sobre acções ordinárias são contratos que dão ao seu detentor o direito de vender acções ordinárias a umpreço especificado durante um determinado período.

6. As acções ordinárias somente participam nos lucros do período após outros tipos de acções, tais como acçõespreferenciais, terem participado. Uma entidade pode ter mais de uma classe de acções ordinárias. As acçõesordinárias da mesma classe têm os mesmos direitos a receber dividendos.

7. São exemplos de potenciais acções ordinárias:

a) passivos financeiros ou instrumentos de capital próprio, incluindo acções preferenciais, que sejam convertíveisem acções ordinárias;

b) opções e warrants;

c) acções que seriam emitidas após o cumprimento de condições resultantes de acordos contratuais, tais como acompra de uma empresa ou de outros activos.

8. Os termos definidos na IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação são usados nesta Norma com os significadosespecificados no parágrafo 11. da IAS 32, excepto quando indicado de forma diferente. A IAS 32 define instrumentofinanceiro, activo financeiro, passivo financeiro, instrumento de capital próprio e justo valor, e proporcionaorientação sobre a aplicação dessas definições.

MENSURAÇÃO

Resultados por acção básicos

9. Uma entidade deve calcular as quantias dos resultados por acção básicos relativas aos lucros ou prejuízos atribuíveisaos detentores de capital próprio ordinária da entidade-mãe e, se apresentado, os lucros ou prejuízos resultantes dasunidades operacionais em continuação atribuíveis a esses detentores de capital próprio.

10. Os resultados por acção básicos devem ser calculados dividindo os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores decapital próprio ordinária da entidade-mãe (o numerador) pelo número médio ponderado de acções ordinárias emcirculação (o denominador) durante o período.

11. O objectivo da informação relativa aos resultados por acção básicos é proporcionar uma mensuração dos interessesde cada acção ordinária de uma entidade-mãe no desempenho da entidade durante o período de relato.

Resultados

12. Para a finalidade de calcular os resultados por acção básicos, as quantias atribuíveis aos detentores de capital próprioordinária da entidade-mãe com respeito a:

a) lucros ou prejuízos resultantes das unidades operacionais em continuação atribuíveis à entidade-mãe; e

b) lucros ou prejuízos atribuíveis à entidade-mãe

devem ser as quantias correspondentes às alíneas a) e b) ajustadas para as quantias após impostos dos dividendospreferenciais, diferenças resultantes da liquidação das acções preferenciais e outros efeitos semelhantes das acçõespreferenciais classificadas como capital próprio.

13. Todos os itens de rendimentos e gastos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária da entidade-mãe queforem reconhecidos num período, incluindo gasto de imposto e dividendos de acções preferenciais classificadoscomo passivos, são incluídos na determinação dos lucros ou prejuízos para o período atribuíveis aos detentores decapital próprio ordinária da entidade-mãe (ver IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras).

14. A quantia após impostos dos dividendos preferenciais que é deduzida dos lucros ou prejuízos é:

a) a quantia após impostos de quaisquer dividendos preferenciais de acções preferenciais não cumulativasdeclarados com respeito ao período; e

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b) a quantia após impostos dos dividendos preferenciais de acções preferenciais cumulativas necessárias relativasao período, quer os dividendos tenham ou não sido declarados. A quantia de dividendos preferenciais doperíodo não inclui a quantia de quaisquer dividendos preferenciais de acções preferenciais cumulativas pagosou declarados durante o período corrente com respeito a períodos anteriores.

15. As acções preferenciais que proporcionam um baixo dividendo inicial para compensar uma entidade pela venda dasacções preferenciais com desconto ou um dividendo acima do preço do mercado em períodos posteriores paracompensar os investidores pela aquisição de acções preferenciais acima do preço de mercado são, por vezes,referidos como acções preferenciais de taxa crescente. Qualquer desconto ou prémio na emissão original de acçõespreferenciais de taxa crescente é amortizado em resultados retidos usando o método do juro efectivo e é tratadocomo dividendo preferencial para calcular os resultados por acção.

16. As acções preferenciais podem ser readquiridas segundo uma oferta de aquisição de uma entidade feita aosdetentores. O excesso do justo valor da retribuição paga aos accionistas preferenciais em relação com a quantiaescriturada das acções preferenciais representa um retorno para os detentores das acções preferencias e um débitonos resultados retidos para a entidade. Esta quantia é deduzida no cálculo dos lucros ou prejuízos atribuíveis aosdetentores de capital próprio ordinária da entidade-mãe.

17. A conversão precoce de acções preferenciais convertíveis pode ser induzida por uma entidade através de alteraçõesfavoráveis aos termos de conversão originais ou do pagamento de retribuição adicional. O excesso do justo valor dasacções ordinárias ou de outras retribuições pagas em relação com o justo valor das acções ordinárias emissíveissegundo os termos de conversão originais é um retorno para os accionistas preferenciais, sendo deduzido no cálculodos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária da entidade-mãe.

18. Qualquer excesso da quantia escriturada de acções preferenciais sobre o justo valor da retribuição paga para asliquidar é adicionado no cálculo dos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária daentidade-mãe.

Acções

19. Para a finalidade de calcular os resultados por acção básicos, o número de acções ordinárias deve corresponder aonúmero médio ponderado de acções ordinárias em circulação durante o período.

20. O uso do número médio ponderado de acções ordinárias em circulação durante o período reflecte a possibilidade dea quantia de capital dos accionistas poder ter variado durante o período como resultado do maior ou menor númerode acções em circulação em qualquer momento. O número médio ponderado de acções ordinárias em circulaçãodurante o período é o número de acções ordinárias em circulação no início do período, ajustado pelo número deacções ordinárias readquiridas ou emitidas durante o período multiplicado por um factor ponderador de tempo. Ofactor ponderador de tempo é o número de dias que as acções estão em circulação como uma proporção do númerototal de dias do período; uma aproximação razoável da média ponderada é adequada em muitas circunstâncias.

21. As acções são normalmente incluídas no número médio ponderado de acções desde a data em que a retribuição sejarecebível (que é geralmente a data da sua emissão), por exemplo:

a) as acções ordinárias emitidas em troca de dinheiro são incluídas quando o dinheiro seja recebível;

b) as acções ordinárias emitidas por reinvestimento voluntário de dividendos em acções ordinárias oupreferenciais são incluídas quando os dividendos são reinvestidos;

c) as acções ordinárias emitidas em resultado da conversão de um instrumento de dívida em acções ordináriassão incluídas desde a data em que o juro cessa de acrescer;

d) as acções ordinárias emitidas em lugar de juros ou de capital de outros instrumentos financeiros são incluídasdesde a data em que o juro cessa de acrescer;

e) as acções ordinárias emitidas em troca da liquidação de um passivo da entidade são incluídas desde a data daliquidação;

f) as acções ordinárias emitidas como compensação pela aquisição de um activo que não seja dinheiro sãoincluídas à data em que a aquisição seja reconhecida; e

g) as acções ordinárias emitidas em troca da prestação de serviços à entidade são incluídas logo que os serviçossejam prestados.

A tempestividade da inclusão de acções ordinárias é determinada pelos termos e condições associados à sua emissão.É dada a devida importância à substância de qualquer contrato associado à emissão.

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22. As acções ordinárias emitidas como parte do custo de uma concentração de actividades empresariais são incluídasno número médio ponderado de acções a partir da data de aquisição. Isto deve-se ao facto de a adquirenteincorporar na sua demonstração dos resultados os lucros e prejuízos da adquirida a partir dessa data.

23. As acções ordinárias que sejam emitidas aquando da conversão de um instrumento obrigatoriamente convertível sãoincluídas no cálculo dos resultados por acção básicos a partir da data de celebração do contrato.

24. As acções contingentemente emissíveis são tratadas como estando em circulação e são incluídas no cálculo dosresultados por acção básicos apenas a partir da data em que todas as condições necessárias estejam satisfeitas (i.e., emque os acontecimentos tenham ocorrido). As acções que apenas sejam emissíveis após a passagem do tempo não sãoacções contingentemente emissíveis, dado que a passagem do tempo é uma certeza. As acções ordinárias emcirculação que sejam contingentemente retornáveis (i.e., sujeitas a recompra) não são tratadas como estando emcirculação e são excluídas do cálculo dos resultados por acção básicos até à data em que as acções deixem de estarsujeitas a recompra.

25. [Eliminado]

26. O número médio ponderado de acções ordinárias em circulação durante o período e para todos os períodosapresentados deve ser ajustado aos acontecimentos, que não sejam a conversão de potenciais acções ordinárias, quetenham alterado o número de acções ordinárias em circulação sem a correspondente alteração nos recursos.

27. As acções ordinárias podem ser emitidas, ou o número de acções ordinárias em circulação pode ser reduzido, sem acorrespondente alteração nos recursos. Exemplos incluem:

a) uma emissão de capitalização ou de bónus (por vezes referenciada como dividendo em acções);

b) um elemento de bónus em qualquer outra emissão, por exemplo, um elemento de bónus numa emissão dedireitos aos accionistas existentes;

c) um desdobramento de acções; e

d) um desdobramento de acções inverso (consolidação de acções).

28. Numa emissão de capitalização ou de bónus ou num desdobramento de acções, são emitidas acções ordinárias paraos accionistas existentes sem qualquer retribuição adicional. Por isso, o número de acções ordinárias em circulação éaumentado sem um aumento nos recursos. O número de acções ordinárias em circulação antes do acontecimento éajustado quanto à alteração proporcional na quantidade de acções ordinárias em circulação como se oacontecimento tivesse ocorrido no começo do período mais antigo apresentado. Por exemplo, numa emissão debónus de duas para uma, o número de acções ordinárias em circulação anterior à emissão é multiplicado por três,para obter a nova quantidade total de acções ordinárias, ou por dois, para obter o número de acções ordináriasadicionais.

29. Uma consolidação de acções ordinárias reduz normalmente o número de acções ordinárias em circulação sem umaredução correspondente nos recursos. Contudo, quando o efeito global é uma recompra de acções ao justo valor, aredução no número de acções ordinárias em circulação é o resultado de uma redução correspondente nos recursos.Um exemplo é uma consolidação de acções combinada com um dividendo especial. O número médio ponderado deacções ordinárias em circulação para o período em que a transacção combinada tem lugar é ajustado para a reduçãono número de acções ordinárias a partir da data em que o dividendo especial é reconhecido.

Resultados por acção diluídos

30. Uma entidade deve calcular as quantias relativas aos resultados por acção diluídos para os lucros ou prejuízosatribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe e, se apresentados, os lucros ou prejuízosresultantes das unidades operacionais em continuação atribuíveis a esses detentores de capital próprio.

31. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, uma entidade deve ajustar os lucros ou prejuízosatribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe, bem como o número médio ponderado deacções em circulação, para efeitos de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras.

32. O objectivo dos resultados por acção diluídos é consistente com o dos resultados por acção básicos — proporcionaruma mensuração do interesse de cada acção ordinária no desempenho de uma entidade — ao mesmo tempo que seconsideram todas as potenciais acções ordinárias diluidoras em circulação durante o período. Como resultado:

a) os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe sãoaumentados pela quantia após impostos de dividendos e de interesse reconhecidos no período com respeito àspotenciais acções ordinárias diluidoras e são ajustados por quaisquer outras alterações nos rendimentos ougastos que resultariam da conversão das potenciais acções ordinárias diluidoras; e

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b) o número médio ponderado de acções ordinárias em circulação é aumentado pelo número médio ponderadode outras acções ordinárias que teriam estado em circulação assumindo a conversão de todas as potenciaisacções ordinárias diluidoras.

Resultados

33. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, uma entidade deve ajustar os lucros ou prejuízosatribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe, tal como calculado de acordo com oparágrafo 12, pelo efeito após impostos de:

a) quaisquer dividendos ou outros itens relacionados com potenciais acções ordinárias diluidoras que tenhamsido deduzidos para chegar aos os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprioda entidade-mãe, tal como calculado de acordo com o parágrafo 12;

b) qualquer interesse reconhecido no período relacionado com as potenciais acções ordinárias diluidoras; e

c) quaisquer outras alterações nos rendimentos ou gastos que resultariam da conversão das potenciais acçõesordinárias diluidoras.

34. Após as potenciais acções ordinárias terem sido convertidas em acções ordinárias, os itens identificados no pará-grafo 33.a)-c) já não se aplicam. Em vez disso, as novas acções ordinárias têm o direito de participar nos lucros ouprejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe. Deste modo, os lucros ouprejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe calculados de acordo com oparágrafo 12. são ajustados para os itens identificados no parágrafo 33.a)-c) e quaisquer impostos relacionados. Osgastos associados às potenciais acções ordinárias incluem custos de transacção e descontos contabilizados emconformidade com o método do juro efectivo (ver parágrafo 9. da IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento eMensuração, tal como revista em 2003).

35. A conversão de potenciais acções ordinárias pode conduzir a consequentes alterações nos rendimentos ou gastos.Por exemplo, a redução de gasto de juros relacionado com as potenciais acções ordinárias e o aumento resultante nolucro ou a redução na perda podem conduzir a um aumento nos gastos relacionado com um plano nãodiscricionário de participação nos lucros por empregados. Para a finalidade de calcular os resultados por acçãodiluídos, os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores ordinários de capital próprio da entidade-mãe sãoajustados para tais alterações consequentes nos rendimentos ou gastos.

Acções

36. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, o número de acções ordinárias deve ser o númeromédio ponderado de acções ordinárias calculado de acordo com os parágrafos 19. e 26., mais o número médioponderado de acções ordinárias que seriam emitidas na conversão de todas as potenciais acções ordinárias diluidorasem acções ordinárias. As potenciais acções ordinárias diluidoras devem-se considerar como tendo sido convertidasem acções ordinárias no início do período ou, se mais tarde, na data de emissão das potenciais acções ordinárias.

37. As potenciais acções ordinárias diluidoras devem ser determinadas independentemente para cada períodoapresentado. O número de potenciais acções ordinárias diluidoras incluídas no período desde o início do ano até àdata não é uma média ponderada das potenciais acções ordinárias diluidoras incluídas em cada computaçãointercalar.

38. As potenciais acções ordinárias são ponderadas no período em que estão em circulação. As potenciais acçõesordinárias que são canceladas ou em condições de expiração durante o período somente são incluídas no cálculo dosresultados por acção diluídos para a parte do período durante o qual estão em circulação. As potenciais acçõesordinárias que são convertidas em acções ordinárias durante o período são incluídas no cálculo dos resultados poracção diluídos desde o começo do período até à data da conversão; a partir da data da conversão, as acçõesordinárias resultantes são incluídas tanto nos resultados por acção básicos como nos diluídos.

39. O número de acções ordinárias que seriam emitidas na conversão de potenciais acções ordinárias diluidoras édeterminado a partir dos termos das potenciais acções ordinárias. Quando existe mais de uma base de conversão, ocálculo presume a taxa de conversão mais vantajosa ou o preço de exercício do ponto de vista do detentor daspotenciais acções ordinárias.

40. Uma subsidiária, um empreendimento conjunto ou uma associada podem emitir, para outras partes que não aentidade-mãe, o empreendedor ou o investidor, potenciais acções ordinárias que sejam convertíveis ou em acçõesordinárias da subsidiária, do empreendimento conjunto ou da associada, ou em acções ordinárias da entidade-mãe,do empreendedor ou do investidor (a entidade que relata). Se estas potenciais acções ordinárias da subsidiária, doempreendimento conjunto ou da associada tiverem um efeito diluidor nos resultados por acção básicos da entidadeque relata, elas são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos.

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Potenciais acções ordinárias diluidoras

41. As potenciais acções ordinárias devem ser tratadas como diluidoras quando, e somente quando, a sua conversão emacções ordinárias diminuiria os resultados por acção ou aumentaria a perda por acção provenientes de unidadesoperacionais em continuação.

42. Uma entidade usa os lucros ou prejuízos de unidades operacionais em continuação atribuíveis à entidade-mãe comoo número de controlo para estabelecer se as potenciais acções ordinárias são diluidoras ou antidiluidoras. Os lucrosou prejuízos de unidades operacionais em continuação atribuíveis à entidade-mãe são ajustados de acordo com oparágrafo 12. e excluem itens relacionados com as unidades operacionais descontinuadas.

43. As potenciais acções ordinárias são antidiluidoras quando a sua conversão em acções ordinárias aumentaria osresultados por acção ou diminuiria a perda por acção das unidades operacionais em continuação. O cálculo dosresultados por acção diluídos não presume a conversão, o exercício ou outra emissão de potenciais acções ordináriasque teria um efeito antidiluidor sobre os resultados por acção.

44. Ao determinar se as potenciais acções ordinárias são diluidoras ou antidiluidoras, cada emissão ou série de potenciaisacções ordinárias é considerada separadamente e não em conjunto. A sequência em que as potenciais acçõesordinárias são consideradas pode afectar a qualificação como sendo diluidoras. Deste modo, para maximizar adiluição dos resultados por acção básicos, cada emissão ou série de potenciais acções ordinárias é considerada emsequência desde a mais diluidora à menos diluidora, i.e., as potenciais acções ordinárias diluidoras com menos«resultados por acção incremental» são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos antes daquelas quetenham mais resultados por acção incremental. As opções e os warrants são geralmente incluídos primeiro porquenão afectam o numerador do cálculo.

Op ç õ e s , wa r r a n t s e s e u s e q u i v a l e n t e s

45. Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, uma entidade deve assumir o exercício de opções ewarrants diluidores da entidade. Os proventos assumidos destes instrumentos devem ser vistos como tendo sidorecebidos da emissão de acções ordinárias ao preço médio de mercado das acções ordinárias durante o período. Adiferença entre o número de acções ordinárias emitidas e o número de acções ordinárias que teriam sido emitidas aopreço médio de mercado das acções ordinárias durante o período deve ser tratada como uma emissão de acçõesordinárias sem qualquer retribuição.

46. As opções e os warrants são diluidores quando resultariam na emissão de acções ordinárias por menos do que opreço médio de mercado das acções ordinárias durante o período. A quantia da diluição é o preço médio de mercadodas acções ordinárias durante o período menos o preço de emissão. Deste modo, para calcular os resultados poracção diluídos, as potenciais acções ordinárias são tratadas como consistindo nas duas situações seguintes:

a) um contrato para emitir um certo número das acções ordinárias pelo seu preço médio de mercado durante operíodo. Pressupõe-se que essas acções ordinárias têm um preço justo e não são diluidoras nem antidiluidoras.São ignoradas no cálculo de resultados por acção diluídos.

b) um contrato para emitir as acções ordinárias remanescentes sem qualquer retribuição. Tais acções ordináriasnão geram proventos e não têm efeitos nos lucros ou prejuízos atribuíveis às acções ordinárias em circulação.Por isso, tais acções são diluidoras e são adicionadas ao número de acções ordinárias em circulação no cálculodos resultados por acção diluídos.

47. As opções e os warrants só têm um efeito diluidor quando o preço médio de mercado das acções ordinárias duranteo período exceder o preço de exercício das opções ou warrants (i.e., estão in the money). Os resultados por acçãoanteriormente apresentados não são ajustados retroactivamente para reflectir as alterações nos preços das acçõesordinárias.

47.A. Relativamente a opções sobre acções e outros acordos de pagamento com base em acções aos quais se aplica aIFRS 2 Pagamento com Base em Acções, o preço de emissão referido no parágrafo 46. e o preço de exercício referido noparágrafo 47. devem incluir o justo valor de quaisquer bens ou serviços a serem fornecidos à entidade no futurosegundo a opção sobre acções ou outro acordo de pagamento com base em acções.

48. As opções sobre acções de empregados com termos fixados ou determináveis e as acções ordinárias não adquiridassão tratadas como opções no cálculo dos resultados por acção diluídos, mesmo que possam ser contingentes naaquisição. São tratadas como estando em circulação na data da concessão. As opções sobre acções de empregadosbaseadas no desempenho são tratadas como acções contingentemente emissíveis porque a sua emissão é contingenteapós a satisfação das condições especificadas, além da passagem do tempo.

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I n s t r umen t o s c o n v e r t í v e i s

49. O efeito diluidor dos instrumentos convertíveis deve ser reflectido nos resultados por acção diluídos, de acordo comos parágrafos 33. e 36.

50. As acções preferenciais convertíveis são antidiluidoras sempre que a quantia do dividendo dessas acções declarada ouacumulada para o corrente período por acção ordinária passível de obtenção por conversão, excede os resultadospor acção básicos. De modo semelhante, a dívida convertível é antidiluidora sempre que o seu juro (líquido deimpostos e de outras alterações nos rendimentos ou gastos) por acção ordinária passível de obtenção por conversãoexceda os resultados por acção básicos.

51. A remição ou conversão induzida das acções preferenciais convertíveis pode afectar apenas uma parte das acçõespreferenciais convertíveis anteriormente em circulação. Nesses casos, qualquer retribuição em excesso referida noparágrafo 17. é atribuída às acções que foram remidas ou convertidas para a finalidade de determinar se as restantesacções preferencias em circulação são diluidoras. As acções remidas ou convertidas são consideradas separadamentedas acções que não foram remidas ou convertidas.

Ac ç õ e s c o n t i n g e n t em en t e em i s s í v e i s

52. Tal como no cálculo dos resultados por acção básicos, as acções ordinárias contingentemente emissíveis são tratadascomo estando em circulação e incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos se as condições foremsatisfeitas (i.e., os acontecimentos tiverem ocorrido). As acções contingentemente emissíveis são incluídas desde oinício do período (ou desde a data do acordo de emissão contingente de acções, se for posterior). Se as condições nãoforem satisfeitas, o número de acções contingentemente emissíveis incluídas no cálculo dos resultados por acçãodiluídos baseia-se no número de acções que seriam emissíveis se o fim do período fosse o fim do período decontingência. A reexpressão não é permitida se as condições não foram satisfeitas quando se extinguir o período decontingência.

53. Se alcançar ou manter uma quantia especificada de resultados para um período for a condição para a emissãocontingente e se essa quantia tiver sido alcançada no final do período de relato mas tiver de ser mantida para lá dofinal do período de relato durante um período adicional, então as acções ordinárias adicionais são tratadas comoestando em circulação, se o efeito for diluidor, aquando do cálculo dos resultados por acção diluídos. Nesse caso, ocálculo dos resultados por acção diluídos baseia-se no número de acções ordinárias que teriam sido emitidas se aquantia dos resultados no final do período de relato fosse a quantia dos resultados no final do período decontingência. Uma vez que os resultados podem mudar num futuro período, o cálculo dos resultados por acçãobásicos não inclui tais acções ordinárias contingentemente emissíveis até ao final do período de contingência porquenem todas as condições necessárias foram satisfeitas.

54. O número de acções ordinárias contingentemente emissíveis pode depender do futuro preço de mercado das acçõesordinárias. Nesse caso, se o efeito for diluidor, o cálculo dos resultados por acção diluídos baseia-se no número deacções ordinárias que teriam sido emitidas se o preço de mercado no final do período de relato fosse o preço demercado no final do período de contingência. Se a condição se basear numa média dos preços de mercado duranteum período de tempo que se estende para lá do final do período de relato, é usada a média para o período de tempoque decorreu. Uma vez que o preço de mercado pode mudar num futuro período, o cálculo dos resultados por acçãobásicos não inclui tais acções ordinárias contingentemente emissíveis até ao final do período de contingência porquenem todas as condições necessárias foram satisfeitas.

55. O número de acções ordinárias contingentemente emissíveis pode depender dos futuros resultados e dos futurospreços das acções ordinárias. Nesses casos, o número de acções ordinárias incluídas no cálculo dos resultados poracção diluídos baseia-se em ambas as condições (i.e., resultados até à data e o preço de mercado corrente no final doperíodo de relato). As acções ordinárias contingentemente emissíveis não são incluídas no cálculo dos resultados poracção diluídos, a não ser que ambas as condições sejam cumpridas.

56. Noutros casos, o número de acções ordinárias contingentemente emissíveis depende de uma condição diferente dosresultados ou do preço de mercado (por exemplo, a abertura de um número específico de lojas de retalho). Nessescasos, assumindo que o presente estado da condição se mantém inalterado até ao final do período de contingência,as acções ordinárias contingentemente emissíveis são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos deacordo com a situação no final do período de relato.

57. As potenciais acções ordinárias contingentemente emissíveis (diferentes daquelas cobertas por um acordo deemissão contingente de acções, tais como os instrumentos convertíveis contingentemente emissíveis) são incluídasno cálculo dos resultados por acção diluídos como se indica a seguir:

a) uma entidade determina se as potenciais acções ordinárias podem ser assumidas como emissíveis com basenas condições especificadas para a sua emissão em conformidade com as disposições relativas às acçõesordinárias contingentes nos parágrafos 52.-56.; e

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b) se essas potenciais acções ordinárias devem ser reflectidas nos resultados por acção diluídos, uma entidadedetermina o seu impacte no cálculo dos resultados por acção diluídos seguindo as disposições para opções ewarrants nos parágrafos 45.-48., as disposições para instrumentos convertíveis nos parágrafos 49.-51., asdisposições para contratos que possam ser liquidados em acções ordinárias ou em dinheiro nos pará-grafos 58.-61., ou outras disposições, conforme se julgar apropriado.

Contudo, o exercício ou a conversão não é assumido para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, amenos que seja assumido o exercício ou a conversão de potenciais acções ordinárias em circulação similares que nãosejam contingentemente emissíveis.

C o n t r a t o s q u e p o s s am s e r l i q u i d a d o s em a c ç õ e s o r d i n á r i a s o u d i n h e i r o

58. Quando uma entidade tenha emitido um contrato que possa ser liquidado em acções ordinárias ou dinheiro poropção da entidade, a entidade deve presumir que o contrato será liquidado em acções ordinárias e as potenciaisacções ordinárias resultantes devem ser incluídas nos resultados por acção diluídos se o efeito for diluidor.

59. Quando tal contrato for apresentado para fins contabilísticos como activo ou passivo, ou tiver um componente dacapital próprio e um componente de passivo, a entidade deve ajustar o numerador para quaisquer alterações noslucros ou prejuízos que tivessem resultado durante o período se o contrato tivesse sido classificado totalmente comoinstrumento de capital próprio. Esse ajustamento é semelhante aos ajustamentos exigidos no parágrafo 33.

60. Para contratos que possam ser liquidados em acções ordinárias ou dinheiro por opção do detentor, o mais diluidorentre liquidação em dinheiro e liquidação em acções será usado no cálculo dos resultados por acção diluídos.

61. Um exemplo de um contrato que pode ser liquidado em acções ordinárias ou dinheiro é um instrumento de dívidaque, na maturidade, concede à entidade o direito ilimitado de liquidar a quantia de capital em dinheiro ou nas suaspróprias acções ordinárias. Outro exemplo é uma opção put subscrita que permite ao detentor escolher entreliquidação em acções ordinárias e liquidação em dinheiro.

Op ç õ e s c omp r a d a s

62. Os contratos como opções put compradas e opções call compradas (i.e., opções detidas pela entidade sobre as suaspróprias acções ordinárias) não são incluídos no cálculo dos resultados por acção diluídos porque a sua inclusãoseria antidiluidora. A opção put seria exercida apenas se o preço de exercício fosse superior ao preço de mercado e aopção call seria exercida apenas se o preço de exercício fosse inferior ao preço de mercado.

Op ç õ e s p u t s u b s c r i t a s

63. Os contratos que exijam que a entidade readquira as suas próprias acções, tais como as opções put subscritas e oscontratos de compra forward, são reflectidos no cálculo dos resultados por acção diluídos se o efeito for diluidor. Seestes contratos estiverem «in the Money» durante o período (i.e., o preço de exercício ou de liquidação for superior aopreço médio de mercado para esse período), o potencial efeito diluidor sobre os resultados por acção deve sercalculado da seguinte forma:

a) deve presumir-se que, no início do período, suficientes acções ordinárias serão emitidas (ao preço médio domercado durante o período) para gerar proventos que satisfaçam o contrato;

b) deve presumir-se que os proventos resultantes da emissão serão usados para satisfazer o contrato (i.e., paracomprar de volta as acções ordinárias); e

c) as acções ordinárias incrementais (a diferença entre o número de acções ordinárias assumidas emitidas e onúmero de acções ordinárias recebidas como resultado da satisfação do contrato) devem ser incluídas nocálculo dos resultados por acção diluídos.

AJUSTAMENTOS RETROSPECTIVOS

64. Se o número de acções ordinárias ou potenciais acções ordinárias em circulação aumentar como resultado de umacapitalização, uma emissão de bónus ou de um desdobramento de acções ou diminuir como resultado de umdesdobramento de acções inverso, o cálculo dos resultados por acção básicos e diluídos para todos os períodosapresentados deve ser ajustado retrospectivamente. Se estas alterações ocorrerem após a data do balanço, mas antesda autorização para a emissão das demonstrações financeiras, os cálculos por acção daquelas e de quaisquerdemonstrações financeiras de períodos anteriores apresentadas devem ser baseados no novo número de acções.Deve ser divulgado o facto de os cálculos por acção reflectirem tais alterações no número de acções. Além disso, osresultados por acção básicos e diluídos de todos os períodos apresentados devem ser ajustados quanto aos efeitosdos erros e ajustamentos resultantes de alterações nas políticas contabilísticas contabilizadas retrospectivamente.

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65. Uma entidade não reexpressa os resultados por acção diluídos de qualquer período anterior apresentado devido aalterações nos pressupostos usados no cálculo dos resultados por acção ou para a conversão de potenciais acçõesordinárias em acções ordinárias.

APRESENTAÇÃO

66. Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e diluídos na face da demonstração dos resultadosrelativamente aos lucros ou prejuízos das unidades operacionais em continuação atribuíveis aos detentoresordinários de capital próprio da entidade-mãe e relativamente aos lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentoresordinários de capital próprio da entidade-mãe durante o período, para cada classe de acções ordinárias que tenha umdireito diferente de participação no lucro durante o período. Uma entidade deve apresentar os resultados por acçãobásicos e diluídos com igual proeminência para todos os períodos apresentados.

67. Os resultados por acção são apresentados para cada período para o qual seja apresentada uma demonstração dosresultados. Se os resultados por acção diluídos forem relatados para pelo menos um período, devem ser relatadospara todos os períodos apresentados, mesmo que sejam iguais aos resultados por acção básicos. Se os resultados poracção básicos e diluídos forem iguais, pode ser feita uma dupla apresentação numa só linha da demonstração dosresultados.

68. Uma entidade que relate uma unidade operacional descontinuada deve divulgar as quantias por acção básicas ediluídas relativamente à unidade operacional descontinuada, seja na face da demonstração dos resultados ou nasnotas.

69. Uma entidade deve apresentar os resultados por acção básicos e diluídos, mesmo que as quantias divulgadas sejamnegativas (i.e., uma perda por acção).

DIVULGAÇÃO

70. Uma entidade deve divulgar o seguinte:

a) as quantias usadas como numeradores no cálculo dos resultados por acção básicos e diluídos e umareconciliação dessas quantias com os lucros ou prejuízos atribuíveis à entidade-mãe para o período emquestão. A reconciliação deve incluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afecta os resultadospor acção;

b) o número médio ponderado de acções ordinárias usado como denominador no cálculo dos resultados poracção básicos e diluídos e uma reconciliação destes denominadores uns com os outros. A reconciliação deveincluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afecta os resultados por acção;

c) instrumentos (incluindo acções contingentemente emissíveis) que poderiam diluir os resultados por acçãobásicos no futuro, mas que não foram incluídos no cálculo dos resultados por acção diluídos porque sãoantidiluidores para o(s) período(s) apresentado(s);

d) uma descrição das transacções de acções ordinárias ou das transacções de potenciais acções ordinárias, quenão sejam aquelas contabilizadas em conformidade com o parágrafo 64., que ocorram após a data do balançoe que teriam alterado significativamente o número de acções ordinárias ou de potenciais acções ordinárias emcirculação no final do período se essas transacções tivessem ocorrido antes do final do período de relato.

71. Exemplos de transacções referidas no parágrafo 70.d) incluem:

a) uma emissão de acções a dinheiro;

b) uma emissão de acções quando os proventos são usados para reembolsar dívidas ou acções preferenciais emcirculação à data do balanço;

c) a remição de acções ordinárias em circulação;

d) a conversão ou o exercício de potenciais acções ordinárias em circulação à data do balanço em acçõesordinárias;

e) uma emissão de opções, warrants ou instrumentos convertíveis; e

f) a consecução de condições que resultariam na emissão de acções contingentemente emissíveis.

As quantias dos resultados por acção não são ajustadas devido a transacções que ocorram após a data do balançoporque tais transacções não afectam a quantia de capital usada para produzir o resultado do período.

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72. Os instrumentos financeiros e outros contratos que gerem potenciais acções ordinárias podem incorporar termos econdições que afectem a mensuração de resultados por acção básicos e diluídos. Estes termos e condições podemdeterminar se quaisquer potenciais acções ordinárias são diluidoras e, em caso afirmativo, o efeito sobre o númeromédio ponderado de acções em circulação e quaisquer consequentes ajustamentos nos lucros ou prejuízosatribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária. A divulgação dos termos e condições desses instrumentosfinanceiros e outros contratos é encorajada, se não for exigida (ver IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações).

73. Se uma entidade divulgar, além dos resultados por acção básicos e diluídos, quantias por acção usando umcomponente relatado da demonstração dos resultados diferente do exigido por esta Norma, tais quantias devem sercalculadas usando o número médio ponderado de acções ordinárias determinado de acordo com esta Norma. Asquantias básicas e diluídas por acção relativamente a esse componente devem ser divulgadas com igual proeminênciae apresentadas nas notas. Uma entidade deve indicar a base segunda a qual o(s) numerador(es) é(são) determinado(s),incluindo se as quantias por acção são antes ou depois dos impostos. Se um componente da demonstração dosresultados for usado que não seja relatado como linha de item na demonstração dos resultados, deve ser fornecidauma reconciliação entre o componente usado e uma linha de item que seja relatada na demonstração de resultados.

DATA DE EFICÁCIA

74. Uma entidade deve aplicar esta Norma aos períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2005. Éencorajada a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a Norma a um período que tenha início antes de1 de Janeiro de 2005, ela deve divulgar esse facto.

RETIRADA DE OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO

75. Esta Norma substitui a IAS 33 Resultados por Acção (emitida em 1997).

76. Esta Norma substitui a SIC-24 Resultados por Acção — Instrumentos Financeiros e Outros Contratos que Possam serLiquidados em Acções.

Apêndice A

GUIA DE APLICAÇÃO

Este apêndice faz parte integrante desta Norma.

LUCROS OU PREJUÍZOS ATRIBUÍVEIS À ENTIDADE-MÃE

A1 Para a finalidade de calcular os resultados por acção com base nas demonstrações financeiras consolidadas, os lucrosou prejuízos atribuíveis à entidade-mãe referem-se aos lucros ou prejuízos da entidade consolidada depois doajustamento devido a interesses minoritários.

EMISSÃO DE DIREITOS

A2 A emissão de acções ordinárias no momento do exercício ou da conversão de potenciais acções ordinárias nãoorigina normalmente um elemento de bónus. Isto deve-se ao facto de as potenciais acções ordinárias seremnormalmente emitidas pelo seu valor total, resultando numa alteração proporcional nos recursos disponíveis daentidade. Numa emissão de direitos, contudo, o preço de exercício é muitas vezes menor do que o justo valor dasacções. Deste modo, conforme indicado no parágrafo 27.b), tal emissão de direitos inclui um elemento de bónus. Seuma emissão de direitos for oferecida a todos os accionistas existentes, o número de acções ordinárias a seremusadas no cálculo de resultados por acção básicos e diluídos para todos os períodos antes da emissão de direitos é onúmero de acções ordinárias em circulação antes da emissão, multiplicado pelo seguinte factor:

Justo valor por acção imediatamente antes do exercício dos direitos

Justo valor teórico da acção sem direitos

O justo valor teórico da acção sem direitos é calculado pela adição do valor de mercado agregado das acçõesimediatamente anterior ao exercício dos direitos aos proventos obtidos pelo exercício dos direitos e dividindo pelonúmero de acções em circulação após o exercício dos direitos. Quando os direitos forem publicamente negociadosseparadamente das acções antes da data do exercício, o justo valor para a finalidade deste cálculo é estabelecido nofecho do último dia em que as acções sejam negociadas juntamente com os direitos.

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NÚMERO DE CONTROLO

A3 Para ilustrar a aplicação da noção de número de controlo descrita nos parágrafos 42. e 43., assuma-se que umaentidade tem lucro resultante de unidades operacionais em continuação atribuível à entidade-mãe no valor de 4 800UM (1) uma perda resultante de unidades operacionais descontinuadas atribuível à entidade-mãe de (7 200 UM),uma perda atribuível à entidade-mãe de (2 400 UM) e 2 000 acções ordinárias e 400 potenciais acções ordináriasem circulação. Os resultados por acção básicos da entidade são 2,40 UM para as unidades operacionais emcontinuação (3,60 UM) para as unidades operacionais descontinuadas e (1,20 UM) para a perda. As 400 potenciaisacções ordinárias são incluídas no cálculo dos resultados por acção diluídos porque os resultados resultantes de 2,00UM por acção para as unidades operacionais em continuação é diluidor, assumindo nenhum impacte dessas 400potenciais acções ordinárias nos lucros ou prejuízos. Dado que o lucro das unidades operacionais em continuaçãoatribuível à entidade-mãe é o número de controlo, a entidade também inclui essas 400 potenciais acções ordináriasno cálculo das quantias dos outros resultados por acção, mesmo que as quantias dos resultados por acção resultantessejam antidiluidoras para as suas quantias comparáveis dos resultados por acção básicos, i.e. a perda por acção émenor [(3,00 UM) por acção para a perda decorrente das unidades operacionais descontinuadas e (1,00 UM) poracção para a perda].

PREÇO MÉDIO DE MERCADO DAS ACÇÕES ORDINÁRIAS

A4 Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, o preço médio de mercado das acções ordináriasassumidas como emitidas é calculado com base no preço médio de mercado das acções ordinárias durante operíodo. Teoricamente, cada transacção de mercado relativa às acções ordinárias de uma entidade poderia serincluída na determinação do preço médio de mercado. Como medida prática, contudo, é normalmente adequadauma média simples dos preços semanais ou mensais.

A5 Em geral, as cotações de fecho são adequadas para calcular o preço médio do mercado. Porém, quando ocorre umagrande flutuação nos preços, a média dos preços mais alto e mais baixo costuma produzir um preço maisrepresentativo. O método usado para calcular o preço médio de mercado é usado de forma consistente, a menos quedeixe de ser representativo devido a condições alteradas. Por exemplo, uma entidade que usa as cotações de fechopara calcular o preço médio do mercado durante vários anos de preços relativamente estáveis pode mudar para amédia dos preços mais alto e mais baixo se os preços começarem a ter grande flutuação e as cotações de fechodeixarem de produzir um preço médio representativo.

OPÇÕES, WARRANTS E SEUS EQUIVALENTES

A6 As opções ou warrants para compra de instrumentos convertíveis são assumidos como exercidos para compra doinstrumento convertível sempre que o preço médio tanto do instrumento convertível como das acções ordináriaspassíveis de obtenção por conversão estiver acima do preço de exercício das opções ou warrants. Contudo, oexercício não é assumido, a menos que a conversão de semelhantes instrumentos convertíveis em circulação, casoexistam, também seja assumida.

A7 As opções ou warrants podem permitir ou exigir a oferta de aquisição da dívida ou de outros instrumentos daentidade (ou da respectiva entidade-mãe ou uma subsidiária) como pagamento da totalidade ou de uma parte dopreço de exercício. No cálculo dos resultados por acção diluídos, essas opções ou warrants têm um efeito diluidor sea) o preço médio de mercado das acções ordinárias relacionadas para o período exceder o preço de exercício ou b) opreço de venda do instrumento a ser oferecido para aquisição for inferior ao preço pelo qual o instrumento possa seroferecido para aquisição segundo o acordo de opção ou warrant e o desconto resultante estabelecer um preço deexercício efectivo abaixo do preço de mercado das acções ordinárias passíveis de obtenção mediante exercício. Nocálculo dos resultados por acção diluídos, essas opções ou warrants são assumidos como exercidos e a dívida ououtros instrumentos são assumidos como oferecidos para aquisição. Se o dinheiro da oferta de aquisição for maisvantajoso para o detentor da opção ou do warrant e o contrato permitir dinheiro da oferta de aquisição, assume-se odinheiro da oferta de aquisição. O juro (líquido de impostos) de qualquer dívida assumida como oferecida paraaquisição é adicionado como ajustamento no numerador.

A8 Recebem um tratamento semelhante as acções preferenciais que tenham disposições semelhantes, bem como outrosinstrumentos que tenham opções de conversão que permitem ao investidor pagar em dinheiro para obter uma taxade conversão mais favorável.

A9 Os termos subjacentes a certas opções ou warrants podem exigir que os proventos recebidos do exercício dessesinstrumentos sejam aplicados para remir dívidas ou outros instrumentos da entidade (ou da respectiva entidade- --mãe ou de uma subsidiária). No cálculo dos resultados por acção diluídos, essas opções ou warrants são assumidoscomo exercidos e os proventos são aplicados para compra da dívida ao seu preço médio de mercado em vez dacompra de acções ordinárias. Contudo, o excesso de proventos recebidos do exercício assumido sobre a quantia

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(1) Neste guia, as quantias monetárias estão denominadas em «unidades monetárias» (UM).

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usada para a compra assumida da dívida é considerado (i.e., assumido como usado para comprar de volta acçõesordinárias) no cálculo dos resultados por acção diluídos. O juro (líquido de impostos) de qualquer dívida assumidacomo comprada é adicionado como ajustamento no numerador.

OPÇÕES PUT SUBSCRITAS

A10 Para ilustrar a aplicação do parágrafo 63., assuma-se que uma entidade tem 120 opções put subscritas em circulaçãosobre as suas acções ordinárias, com um preço de exercício de 35 UM. O preço médio de mercado das suas acçõesordinárias durante o período é 28 UM. Ao calcular os resultados por acção diluídos, a entidade assume que emitiu150 acções a 28 UM por acção no início do período para satisfazer a sua obrigação put de 4 200 UM. A diferençaentre as 150 acções ordinárias emitidas e as 120 acções ordinárias recebidas como resultado da satisfação da opçãoput (30 acções ordinárias incrementais) é adicionada ao denominador no cálculo dos resultados por acção diluídos.

INSTRUMENTOS DE SUBSIDIÁRIAS, EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS OU ASSOCIADAS

A11 As potenciais acções ordinárias de uma subsidiária, empreendimento conjunto ou associada convertíveis ou emacções ordinárias da subsidiária, do empreendimento conjunto ou da associada, ou em acções ordinárias daentidade-mãe, do empreendedor ou do investidor (a entidade que relata) são incluídas no cálculo dos resultados poracção diluídos da seguinte forma:

a) os instrumentos emitidos por uma subsidiária, um empreendimento conjunto ou uma associada quepermitam aos seus detentores a obtenção de acções ordinárias da subsidiária, do empreendimento conjunto ouda associada são incluídos no cálculo dos dados relativos aos resultados por acção diluídos da subsidiária, doempreendimento conjunto ou da associada. Esses resultados por acção são então incluídos nos cálculos dosresultados por acção da entidade que relata, com base na detenção, por parte da entidade que relata, dosinstrumentos da subsidiária, do empreendimento conjunto ou da associada.

b) os instrumentos de uma subsidiária, empreendimento conjunto ou associada que sejam convertíveis emacções ordinárias da entidade que relata são considerados entre as potenciais acções ordinárias da entidade querelata para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos. Do mesmo modo, as opções ou warrantsemitidos por uma subsidiária, empreendimento conjunto ou associada para a compra de acções ordinárias daentidade que relata são considerados entre as potenciais acções ordinárias da entidade que relata no cálculodos resultados por acção diluídos consolidados.

A12 Para a finalidade de determinar o efeito dos resultados por acção dos instrumentos emitidos por uma entidade querelata e que sejam convertíveis em acções ordinárias de uma subsidiária, empreendimento conjunto ou associada, osinstrumentos são assumidos como convertidos e o numerador (lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores decapital próprio ordinária da entidade-mãe) é ajustado conforme necessário de acordo com o parágrafo 33. Alémdesses ajustamentos, o numerador é ajustado para qualquer alteração nos lucros ou prejuízos registados pelaentidade que relata (tal como rendimento de dividendos ou rendimento do método da equivalência patrimonial) quesejam atribuíveis ao aumento no número de acções ordinárias em circulação da subsidiária, empreendimentoconjunto ou associada como resultado da conversão assumida. O denominador do cálculo dos resultados por acçãodiluídos não é afectado porque o número de acções ordinárias em circulação da entidade que relata não se alterariacom a conversão assumida.

INSTRUMENTOS DE CAPITAL PRÓPRIO PARTICIPANTES E ACÇÕES ORDINÁRIAS DE DUPLA CLASSE

A13 O capital próprio de algumas entidades inclui:

a) instrumentos que participam nos dividendos com acções ordinárias de acordo com uma fórmulapredeterminada (por exemplo, duas para uma), com, por vezes, um limite superior na extensão daparticipação (por exemplo, até ao máximo de uma quantia especificada por acção).

b) uma classe de acções ordinárias com uma taxa de dividendo diferente da de uma outra classe de acçõesordinárias, mas sem direitos de antiguidade ou senioridade.

A14 Para a finalidade de calcular os resultados por acção diluídos, a conversão é assumida para aqueles instrumentosdescritos no parágrafo A13 que são convertíveis em acções ordinárias se o efeito for diluidor. Para aqueles

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instrumentos que não sejam convertíveis numa classe de acções ordinárias, os lucros ou prejuízos para o período sãoatribuídos às diferentes classes de acções e instrumentos de capital próprio participantes de acordo com os seusdireitos a dividendos ou outros direitos e participação nos resultados não distribuídos. Para calcular os resultadospor acção básicos e diluídos:

a) os lucros ou prejuízos atribuíveis aos detentores de capital próprio ordinária da entidade-mãe são ajustados(um lucro reduzido e uma perda aumentada) pela quantia de dividendos declarada no período para cada classede acções e pela quantia contratual de dividendos (ou juros das obrigações participantes) que devem ser pagasrelativamente ao período em questão (por exemplo, dividendos cumulativos não pagos).

b) os restantes lucros ou prejuízos são atribuídos às acções ordinárias e aos instrumentos de capital próprioparticipantes, na medida em que cada instrumento participe nos resultados, como se todos os lucros ouprejuízos do período tivessem sido distribuídos. O total dos lucros ou prejuízos atribuídos a cada classe deinstrumento de capital próprio é determinado adicionando a quantia atribuída para dividendos à quantiaatribuída para um elemento de participação.

c) a quantia total dos lucros ou prejuízos atribuída a cada classe de instrumentos de capital próprio é divididapelo número de instrumentos em circulação aos quais os resultados são atribuídos para determinar osresultados por acção do instrumento.

Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, todas as potenciais acções ordinárias que se assume terem sidoemitidas são incluídas nas acções ordinárias em circulação.

ACÇÕES PARCIALMENTE PAGAS

A15 Quando sejam emitidas acções ordinárias, mas não totalmente pagas, estas são tratadas no cálculo dos resultadospor acção básicos com uma fracção de uma acção ordinária até ao ponto em que tenham o direito de participar nosdividendos durante o período relativo a uma acção ordinária totalmente paga.

A16 Na medida em que as acções parcialmente pagas não tenham o direito de participar nos dividendos durante operíodo, estas são tratadas como equivalentes a warrants ou opções no cálculo dos resultados por acção diluídos. Adiferença não paga é assumida como representando proventos usados para a compra de acções ordinárias. Onúmero de acções incluídas nos resultados por acção diluídos é a diferença entre o número de acções subscritas e onúmero de acções que se assume terem sido compradas.

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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 34

Relato Financeiro Intercalar

OBJECTIVO

O objectivo desta Norma é o de prescrever o conteúdo mínimo de um relatório financeiro intercalar e de prescrever osprincípios de reconhecimento e de mensuração em demonstrações financeiras completas ou condensadas para um períodointercalar. A tempestividade e fiabilidade do relato financeiro intercalar melhora a capacidade dos investidores, credores e deoutros para compreender a capacidade de uma entidade gerar resultados e fluxos de caixa e a sua situação financeira eliquidez.

ÂMBITO

1. Esta Norma não define a que entidades deve ser exigido que publiquem relatórios financeiros intercalares, qual afrequência, qual o prazo após o final de um período intercalar. Porém, os governos, os reguladores de valoresmobiliários, as bolsas de valores e as organizações contabilísticas exigem muitas vezes que as entidades cuja dívidaou valores mobiliários de capital próprio sejam publicamente negociados publiquem relatórios financeirosintercalares. Esta Norma aplica-se se for exigido a uma entidade ou se decidir publicar um relatório financeirointercalar de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro. O International Accounting StandardsCommittee encoraja as entidades cujos títulos sejam publicamente negociados a proporcionar relatórios financeirosintercalares que se conformem com o reconhecimento, a mensuração e a divulgação dos princípios estabelecidosnesta Norma. Especificamente, as entidades cujos valores mobiliários sejam publicamente negociados sãoencorajadas a:

a) proporcionar relatórios financeiros intercalares pelo menos no fim da primeira metade do seu ano financeiro;e

b) tornar os seus relatórios financeiros intercalares disponíveis não mais tarde do que 60 dias após o fim doperíodo intercalar.

2. Cada relatório financeiro, anual ou intercalar, é avaliado por si próprio quanto à conformidade com as NormasInternacionais de Relato Financeiro. O facto de que uma entidade possa não ter proporcionado relatórios financeirosintercalares durante um particular ano financeiro, ou possa ter proporcionado relatórios financeiros intercalares quenão se conformem com esta Norma, não evita que as demonstrações financeiras anuais da entidade não seconformem com as Normas Internacionais de Relato Financeiro se de outra forma não o estiverem.

3. Se um relatório financeiro intercalar de uma entidade for descrito como estando em conformidade com as NormasInternacionais de Relato Financeiro, então tem de conformar-se com todos os requisitos desta Norma. O pará-grafo 19. exige certas divulgações a este respeito.

DEFINIÇÕES

4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Período intercalar é um período de relato financeiro mais curto do que um ano financeiro completo.

Relatório financeiro intercalar significa um relatório financeiro contendo quer um conjunto completo de demonstraçõesfinanceiras (como descrito na IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras), quer um conjunto de demonstraçõesfinanceiras condensadas (como descrito nesta Norma) para um período intercalar.

CONTEÚDO DE UM RELATÓRIO FINANCEIRO INTERCALAR

5. A IAS 1 define um conjunto completo de demonstrações financeiras como incluindo os componentes seguintes:

a) um balanço;

b) uma demonstração dos resultados;

c) uma demonstração de alterações no capital próprio que mostre ou:

i) todas as alterações no capital próprio, ou

ii) as alterações no capital próprio que não sejam as provenientes de transacções com detentores de capitalpróprio agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio;

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d) uma demonstração dos fluxos de caixa; e

e) notas, compreendendo um resumo das políticas contabilísticas significativas e outras notas explicativas.

6. No interesse das considerações da tempestividade e do custo e para evitar repetição de informação previamenterelatada, pode ser exigido a uma entidade, ou esta pode decidir, proporcionar menos informação em datasintercalares do que em comparação com as suas demonstrações financeiras anuais. Esta Norma define o conteúdomínimo de um relatório financeiro intercalar como o que inclui demonstrações financeiras condensadas e notasexplicativas seleccionadas. Pretende-se que o relatório financeiro intercalar proporcione uma actualização do últimoconjunto de demonstrações financeiras anuais. Nessa conformidade, ele dá ênfase a novas actividades,acontecimentos e circunstâncias mas não duplica informação previamente relatada.

7. Nada nesta Norma pretende proibir ou desencorajar uma entidade de publicar um conjunto completo dedemonstrações financeiras (como descrito na IAS 1) no seu relatório financeiro intercalar, e não nas demonstraçõesfinanceiras condensadas e notas explicativas seleccionadas. Nem esta Norma proíbe ou desencoraja uma entidade deincluir nas demonstrações financeiras condensadas mais do que as linhas de itens seleccionadas ou notas explicativasmínimas como estabelecido nesta Norma. As orientações de reconhecimento e de mensuração nesta Normaaplicam-se também a demonstrações financeiras completas de um período intercalar e tais demonstrações devemincluir todas as divulgações exigidas por esta Norma (particularmente as divulgações de notas seleccionadas doparágrafo 16.) assim como as exigidas por outras Normas.

Componentes mínimos de um relatório financeiro intercalar

8. Um relatório financeiro intercalar deve incluir, como mínimo, os componentes seguintes:

a) balanço condensado;

b) demonstração condensada dos resultados;

c) demonstração condensada mostrando ou i) todas as alterações no capital próprio ou ii) alterações no capitalpróprio que não sejam as provenientes de transacções de capital com detentores e distribuições a detentores;

d) uma demonstração dos fluxos de caixa condensada; e

e) notas explicativas seleccionadas.

Forma e conteúdo de demonstrações financeiras intercalares

9. Se uma entidade publicar um conjunto completo de demonstrações financeiras no seu relatório financeiro intercalar,a forma e o conteúdo dessas demonstrações devem conformar-se com os requisitos da IAS 1 relativos a umconjunto completo de demonstrações financeiras.

10. Se uma entidade publicar um conjunto de demonstrações financeiras condensadas no seu relatório financeirointercalar, essas demonstrações condensadas devem incluir, como mínimo, cada um dos títulos e subtotais queforam incluídos nas suas demonstrações financeiras anuais mais recentes e as notas explicativas seleccionadas comoexigido por esta Norma. Devem ser incluídos linhas de itens adicionais ou outros se a sua omissão fizer com que asdemonstrações financeiras condensadas intercalares fiquem enganosas.

11. Os resultados por acção básicos e diluídos devem ser apresentados na face da demonstração dos resultados,completa ou condensada, relativas a um período intercalar.

12. A IAS 1 proporciona orientação sobre a estrutura das demonstrações financeiras. O Guia de Implementação daIAS 1 ilustra as formas em que o balanço, a demonstração dos resultados e a demonstração de alterações no capitalpróprio podem ser apresentados.

13. A IAS 1 exige a apresentação de uma demonstração de alterações no capital próprio como componente separadodas demonstrações financeiras de uma entidade, e permite a apresentação de informação sobre alterações no capitalpróprio resultantes de transacções com detentores de capital próprio agindo na sua capacidade de detentores decapital próprio (incluindo distribuições a detentores de capital próprio) ou na face da demonstração ou nas notas.Uma entidade segue o mesmo formato na demonstração de alterações no capital próprio intercalar que seguiu nademonstração anual mais recente.

14. Um relatório financeiro intercalar será preparado numa base consolidada se as mais recentes demonstraçõesfinanceiras anuais da entidade tenham sido demonstrações consolidadas. As demonstrações financeiras separadas daempresa-mãe não são consistentes ou comparáveis com as demonstrações consolidadas no mais recente relatóriofinanceiro anual. Se um relatório financeiro anual de uma entidade incluiu as demonstrações financeiras separadasda empresa-mãe adicionalmente às demonstrações financeiras consolidadas, esta Norma nem exige nem proíbe ainclusão das demonstrações separadas da empresa-mãe no relatório financeiro intercalar da entidade.

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Notas explicativas seleccionadas

15. Um utente de um relatório financeiro intercalar de uma entidade terá também acesso ao relatório financeiro anualmais recente dessa entidade. É desnecessário, por isso, que as notas a um relatório financeiro intercalarproporcionem actualizações relativamente insignificantes à informação que já foi relatada nas notas no relatórioanual mais recente. Numa data intercalar, é mais útil uma explicação de acontecimentos e transacções que sejamsignificativos para uma compreensão das alterações na posição financeira e do desempenho da entidade desde oúltimo relatório anual.

16. Uma entidade deve incluir a informação que se segue, como mínimo, nas notas às demonstrações financeirasintercalares, se materiais e se não divulgadas noutro local no relatório financeiro intercalar. A informação devenormalmente ser relatada numa base financeira desde o início do ano até à data. Porém, a entidade deve tambémdivulgar quaisquer acontecimentos ou transacções que sejam materiais para uma compreensão do período intercalarcorrente:

a) uma declaração de que as mesmas políticas contabilísticas e métodos de cálculo são seguidos nasdemonstrações financeiras intercalares quando comparadas com as mais recentes demonstrações financeirasanuais ou, se essas políticas ou métodos tiverem sido alterados, uma descrição da natureza e efeitos daalteração;

b) comentários explicativos acerca da sazonabilidade ou do ciclo das operações intercalares;

c) a natureza e a quantia de itens que afectem activos, passivos, capital próprio, rendimento líquido ou fluxos decaixa que sejam não usuais por causa da sua natureza, dimensão ou incidência;

d) a natureza e a quantia de alterações em estimativas de quantias relatadas em períodos intercalares anteriores doano financeiro corrente ou alterações em estimativas de quantias relatadas nos anos financeiros anteriores, seessas alterações tiverem um efeito material no período intercalar corrente;

e) emissões, recompras e reembolsos de valores mobiliários representativos de dívida e de capital próprio;

f) dividendos pagos (agregados ou por acção) separadamente de acções ordinárias e de outras acções;

g) as seguintes informações por segmentos (apenas é exigida divulgação de informação por segmentos norelatório financeiro intercalar de uma entidade se a IFRS 8 Segmentos Operacionais exigir que a entidadedivulgue informações por segmentos nas suas demonstrações financeiras anuais):

i) réditos provenientes de clientes externos, desde que sejam incluídos na mensuração dos lucros ouprejuízos do segmento analisada pelo principal responsável pela tomada de decisões operacionais ouapresentada regularmente a este,

ii) réditos intersegmentos, desde que sejam incluídos na mensuração dos lucros ou prejuízos do segmentoanalisada pelo principal responsável pela tomada de decisões operacionais ou apresentada regularmentea este,

iii) uma mensuração dos lucros ou prejuízos do segmento,

iv) o total de activos relativamente ao qual tenha ocorrido uma alteração material na quantia divulgada nasúltimas demonstrações financeiras anuais,

v) uma descrição das diferenças relativamente às últimas demonstrações financeiras anuais na base desegmentação ou na base de mensuração dos lucros ou prejuízos do segmento,

vi) uma reconciliação do total das mensurações dos lucros ou prejuízos dos segmentos relatáveis com oslucros ou prejuízos da entidade antes dos gastos de imposto (rendimentos de imposto) e unidadesoperacionais descontinuadas. Todavia, se a entidade imputar a segmentos relatáveis itens como gastos deimposto (rendimentos de imposto), ela pode reconciliar o total das mensurações dos lucros ou prejuízosdos segmentos com os lucros ou prejuízos depois desses itens. Os itens de reconciliação materiais devemser identificados separadamente e descritos nessa reconciliação;

h) acontecimentos materiais subsequentes ao fim do período intercalar que não tenham sido reflectidos nasdemonstrações financeiras do período intercalar;

i) o efeito das alterações na composição da entidade durante o período intercalar, incluindo concentrações deactividades empresariais, aquisição ou alienação de subsidiárias e investimentos de longo prazo,reestruturações, e unidades operacionais em descontinuação. No caso das concentrações de actividadesempresariais, a entidade deve divulgar a informação exigida pelos parágrafos 66.-73. da IFRS 3 Concentrações deActividades Empresariais; e

j) alterações em passivos contingentes ou activos contingentes desde a data do último balanço anual.

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17. Exemplos dos tipos de divulgação exigidos pelo parágrafo 16. são apresentados adiante. As Normas e Interpretaçõesindividuais proporcionam orientação sobre a divulgação de muitos destes itens:

a) a redução dos inventários para o valor realizável líquido e a reversão de tal redução;

b) o reconhecimento de uma perda por imparidade de activos fixos tangíveis, activos intangíveis de ou outrosactivos e a reversão de tal perda por imparidade;

c) a reversão de qualquer provisão para os custos de reestruturação;

d) aquisições e alienações de itens de activo fixo tangível;

e) compromissos de compra de activos fixos tangíveis;

f) resolução de litígios;

g) correcções de erros de períodos anteriores;

h) [eliminado]

i) qualquer incumprimento de empréstimo ou violação de um acordo de empréstimo que não tenha sidoremediado até à data do balanço; e

j) transacções com partes relacionadas.

18. Outras Normas especificam divulgações que deveriam ser feitas nas demonstrações financeiras. Nesse contexto, asdemonstrações financeiras significam conjuntos completos de demonstrações financeiras do tipo normalmenteincluído num relatório financeiro anual e por vezes incluídas noutros relatórios. Excepto quando exigido peloparágrafo 16.i), as divulgações exigidas por essas outras Normas não são exigidas se os relatórios financeirosintercalares de uma entidade incluírem apenas demonstrações financeiras condensadas e notas explicativasseleccionadas em vez de um conjunto completo de demonstrações financeiras.

Divulgação de conformidade com as IFRS

19. Se o relatório financeiro intercalar de uma entidade estiver em conformidade com esta Norma, esse facto deve serdivulgado. Um relatório financeiro intercalar não deve ser descrito como estando em conformidade com as Normasa menos que se conforme com todos os requisitos das Normas Internacionais de Relato Financeiro.

Períodos em que se exige que as demonstrações financeiras intercalares sejam apresentadas

20. Os relatórios intercalares devem incluir demonstrações financeiras intercalares (condensadas ou completas)relativamente a períodos como se segue:

a) balanço no fim do período intercalar corrente e um balanço comparativo no fim do ano financeiroimediatamente precedente;

b) demonstração dos resultados para o período intercalar corrente e cumulativamente para o ano financeirocorrente desde o início até à data, com demonstrações de resultados comparativas para os períodosintercalares comparáveis (corrente e desde o início até à data), do ano financeiro imediatamente precedente;

c) demonstração que mostre alterações no capital próprio cumulativamente para o ano financeiro corrente desdeo início até à data, com uma demonstração comparativa para o período comparável desde o início do ano até àdata, do ano financeiro imediatamente precedente; e

d) demonstração dos fluxos de caixa cumulativamente para o ano financeiro corrente até à data, com umademonstração comparativa para o período comparável desde o início do ano até à data, do ano financeiroimediatamente precedente.

21. Para uma entidade cujo negócio seja altamente sazonal, pode ser útil informação financeira para os doze meses quefindam na data do relato intercalar e informação comparativa para o período anterior de doze meses. Nessaconformidade, as entidades cujo negócio seja altamente sazonal são encorajadas a considerar relatar tal informaçãoadicionalmente à informação pedida no parágrafo precedente.

22. O Apêndice A ilustra os períodos exigidos a serem apresentados por uma entidade que relate semestralmente e umaentidade que relate trimestralmente.

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Materialidade

23. Ao decidir como reconhecer, mensurar, classificar ou divulgar um item para finalidades de relato financeirointercalar, a materialidade deve ser avaliada com relação aos dados financeiros do período intercalar. Ao se fazeremavaliações da materialidade, deve ser reconhecido que mensurações intercalares podem contar com estimativasnuma extensão mais vasta do que as mensurações de dados financeiros anuais.

24. A IAS 1 e a IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros definem um item comomaterial se a sua omissão ou demonstração incorrecta pudessem influenciar as decisões económicas dos utentes dasdemonstrações financeiras. A IAS 1 exige a divulgação separada de itens materiais, incluindo (por exemplo) unidadesoperacionais em descontinuação, e a IAS 8 exige a divulgação de alterações nas estimativas contabilísticas, erros ealterações nas políticas contabilísticas. As duas Normas não contêm orientação quantificada no que respeita àmaterialidade.

25. Embora o julgamento seja sempre exigido para avaliar a materialidade, esta Norma baseia a decisão dereconhecimento e de divulgação em dados do período intercalar, só por si por razões de compreensibilidade dosnúmeros intercalares. Deste modo, por exemplo, os itens não usuais, as alterações nas políticas ou estimativascontabilísticas e os erros são reconhecidos e divulgados na base da materialidade em relação a dados do períodointercalar para evitar interferências enganadoras que possam resultar da não divulgação. O objectivo que prevalece éo de assegurar que um relatório financeiro intercalar inclua toda a informação relevante para a compreensão daposição e do desempenho financeiros de uma entidade durante o período intercalar.

DIVULGAÇÃO NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANUAIS

26. Se uma estimativa de uma quantia relatada num período intercalar for significativamente alterada durante o períodointercalar final do ano financeiro mas um relatório financeiro separado não for publicado para esse períodointercalar final, a natureza e quantia dessa alteração na estimativa deve ser divulgada numa nota às demonstraçõesfinanceiras anuais para esse ano financeiro.

27. A IAS 8 exige a divulgação da natureza e (se praticável) da quantia de uma alteração numa estimativa que tenha ouum efeito material no período corrente ou que se espere que venha a ter um efeito material nos períodos posteriores.O parágrafo 16.d) desta Norma exige uma divulgação semelhante num relatório financeiro intercalar. Os exemplosincluem alterações nas estimativas do período intercalar final referentes a reduções dos inventários, reestruturaçõesou perdas por imparidade relatadas num período intercalar anterior do ano financeiro. A divulgação exigida peloparágrafo anterior é consistente com o requisito da IAS 8 e destina-se a ter um âmbito estreito — relacionando-seapenas com a alteração nas estimativas. Não se exige que uma entidade inclua informação financeira adicionalrelativa ao período intercalar nas suas demonstrações financeiras anuais.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO

As mesmas políticas contabilísticas que as anuais

28. Uma entidade deve aplicar as mesmas políticas contabilísticas nas suas demonstrações financeiras intercalares que asque sejam aplicadas nas suas demonstrações financeiras anuais, excepto quanto a alterações de políticascontabilísticas feitas após a data das mais recentes demonstrações financeiras anuais que devam ser reflectidas naspróximas demonstrações financeiras anuais. Porém, a frequência do relato de uma entidade (anual, semestral outrimestral) não deve afectar a mensuração dos seus resultados anuais. Para conseguir esse objectivo, as mensuraçõespara finalidades de relato intercalar devem ser feitas na base desde o início do ano até à data.

29. A exigência de que uma entidade aplique as mesmas políticas contabilísticas nas suas demonstrações financeirasintercalares como nas suas demonstrações anuais pode parecer sugerir que as mensurações do período intercalarsejam feitas como se cada período intercalar seja considerado como um período de relato independente. Porém, aodispor que a frequência de relato de uma entidade não deve afectar a mensuração dos seus resultados anuais, oparágrafo 28. reconhece que um período intercalar é uma parte do ano financeiro maior. A mensuração actualizadapode envolver alterações na estimativa de quantias relatadas em períodos intercalares anteriores do ano financeirocorrente. Mas os princípios de reconhecimento de activos, passivos, rendimentos e gastos dos períodos intercalaressão os mesmos que nas demonstrações financeiras anuais.

30. Como ilustração:

a) os princípios de reconhecimento e de mensuração de perdas por reduções nas quantias de inventários,reestruturações ou imparidades num período intercalar são os mesmos que os que uma entidade seguiria sesomente fossem preparadas demonstrações financeiras anuais. Porém, se tais rubricas forem reconhecidas emensuradas num único período intercalar e a estimativa se altera num período intercalar subsequente desseano financeiro, a estimativa original é alterada num período intercalar subsequente quer por acréscimo de umaquantia adicional de perdas quer por reversão da quantia previamente reconhecida;

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b) um custo que não satisfaça a definição de activo no fim de um período intercalar não é diferido no balançoquer para aguardar informação futura quanto a se satisfez a definição de activo quer para alisar resultadosdurante períodos intercalares dentro de um ano financeiro; e

c) os gastos de impostos sobre o rendimento são reconhecidos em cada período intercalar baseados na melhorestimativa da taxa média ponderada anual de imposto sobre o rendimento esperados para o ano financeirointeiro. As quantias associadas de gastos de impostos sobre o rendimento associadas a um período intercalarpodem ter de ser ajustadas num período intercalar subsequente desse ano financeiro se a estimativa da taxaanual do imposto sobre o rendimento se alterar.

31. Segundo a Estrutura Conceptual para a Preparação e Apresentação de Demonstrações Financeiras (a Estrutura Conceptual),reconhecimento é o «processo de incorporar no balanço ou na demonstração dos resultados um item que satisfaça adefinição de um elemento e satisfaça os critérios de reconhecimento». As definições de activos, passivos,rendimentos e gastos são fundamentais para o reconhecimento, tanto nas datas de relato anual como de relatointercalar.

32. Quanto a activos, os mesmos testes de benefícios económicos futuros aplicam-se tanto nas datas intercalares comono final do ano financeiro de uma entidade. Custos que, pela sua natureza, se não se qualificarem como activos nofinal do ano financeiro, não se qualificarão da mesma forma em datas intercalares. Similarmente, um passivo numadata intercalar tem de representar uma obrigação existente nessa data, tal como tem na data de relato anual.

33. Uma característica essencial de rendimentos (réditos) e de gastos é a de que os influxos e exfluxos relacionados deactivos e de passivos tenham já tido lugar. Se esses influxos ou exfluxos tiverem já acontecido, os réditos e os gastossão reconhecidos; de outro modo, não são reconhecidos. A Estrutura Conceptual diz que «os gastos são reconhecidosna demonstração dos resultados quando tenha surgido uma diminuição dos benefícios económicos futurosrelacionados com uma diminuição num activo ou com um aumento de um passivo e que possam ser mensuradoscom fiabilidade… [A] Estrutura Conceptual não permite o reconhecimento de itens no balanço que não satisfaçam adefinição de activos ou passivos».

34. Na mensuração de activos, passivos, rendimentos, gastos e fluxos de caixa relatados nas suas demonstraçõesfinanceiras, uma entidade que só relata anualmente está apta a tomar em consideração informação que se tornedisponível durante o ano financeiro. As suas mensurações são feitas, com efeito, na base desde o início do ano até àdata.

35. Uma entidade que relata semestralmente usa informação disponível no meio do ano ou perto dele, ao fazer asmensurações nas suas demonstrações financeiras para o primeiro período de seis meses e informação disponível nofim do ano ou próximo, para o período de doze meses. As mensurações de doze meses reflectirão possíveisalterações nas estimativas de quantias relatadas para o primeiro período de seis meses. As quantias incluídas norelato financeiro intercalar para o primeiro período de seis meses não são ajustadas retrospectivamente. Osparágrafos 16.d) e 26. exigem, porém, que sejam divulgadas a natureza e quantia de quaisquer alteraçõessignificativas nas estimativas.

36. Uma entidade que relate mais frequentemente do que semestralmente mensura os rendimentos e gastos na basedesde o início do ano até à data para cada período intercalar ao usar informação disponível quando cada conjunto dedemonstrações financeiras esteja sendo preparado. As quantias de rendimentos e gastos relatados no períodointercalar corrente reflectirão quaisquer alterações nas estimativas de quantias relatadas em períodos intercalaresanteriores do ano financeiro. As quantias relatadas em períodos intercalares anteriores não são retrospectivamenteajustadas. Os parágrafos 16.d) e 26. exigem, porém, que sejam divulgadas a natureza e quantia de quaisqueralterações significativas nas estimativas.

Réditos recebidos sazonal, cíclica ou ocasionalmente

37. Os réditos que sejam recebidos sazonal, cíclica ou ocasionalmente dentro de um ano financeiro não devem serantecipados ou diferidos numa data intercalar se a antecipação ou diferimento não for apropriada no fim do anofinanceiro da entidade.

38. Exemplos incluem o rédito de dividendos, de royalties e de subsídios governamentais. Adicionalmente, algumasentidades obtêm consistentemente mais réditos em certos períodos intercalares de um ano financeiro do que emoutros períodos intercalares, como, por exemplo, réditos sazonais de retalhistas. Tais réditos são reconhecidosquando ocorrerem.

Custos incorridos não linearmente durante o ano financeiro

39. Os custos que sejam incorridos não linearmente durante o ano financeiro de uma entidade devem ser antecipadosou diferidos para finalidades de relato intercalar se, e somente se, for também apropriado antecipar ou diferir essetipo de custo no fim do ano financeiro.

Aplicação dos princípios de reconhecimento e mensuração

40. O Apêndice B proporciona exemplos de aplicação dos princípios gerais de reconhecimento e de mensuraçãoestabelecidos nos parágrafos 28.-39.

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Uso de estimativas

41. Os procedimentos de mensuração a serem seguidos num relatório financeiro intercalar devem ser concebidos paraassegurar que a informação resultante seja fiável e que toda a informação financeira material que seja relevante para acompreensão da posição financeira ou do desempenho da entidade seja apropriadamente divulgada. Embora asmensurações tanto nos relatórios financeiros anuais como nos intercalares sejam muitas vezes baseadas emestimativas razoáveis, a preparação de relatórios financeiros intercalares exigirá geralmente um maior uso demétodos de estimativa do que os relatórios financeiros anuais.

42. O Apêndice C proporciona exemplos do uso de estimativas em períodos intercalares.

REEXPRESSÃO DE PERÍODOS INTERCALARES ANTERIORMENTE RELATADOS

43. Uma alteração na política contabilística, que não seja uma alteração para a qual a transição seja especificada por umanova Norma ou Interpretação, deve ser reflectida por:

a) reexpressão das demonstrações financeiras de períodos intercalares anteriores do ano financeiro corrente e deperíodos intercalares comparáveis de qualquer ano financeiro anterior que serão reexpressos nasdemonstrações financeiras anuais de acordo com a IAS 8; ou

b) quando for impraticável determinar o efeito cumulativo no início do ano financeiro da aplicação de uma novapolítica contabilística a todos os períodos anteriores, do ajustamento das demonstrações financeiras deperíodos intercalares anteriores do ano financeiro corrente, e de períodos intercalares comparáveis de anosfinanceiros anteriores para aplicar a nova política contabilística prospectivamente a partir da data mais antigapraticável.

44. Um objectivo do princípio precedente é assegurar que uma só política contabilística seja aplicada a uma determinadaclasse de transacções ao longo de todo o ano financeiro. Segundo a IAS 8, uma alteração na política contabilística éreflectida pela aplicação retrospectiva, com reexpressão de dados financeiros do período anterior até uma data tãoantiga quanto for praticável. Contudo, se for impraticável determinar a quantia cumulativa do ajustamento relativoaos anos financeiros anteriores, segundo a IAS 8, a nova política é aplicada prospectivamente a partir da data maisantiga praticável. O efeito do princípio enunciado no parágrafo 43. é exigir que durante o ano financeiro correntequalquer alteração na política contabilística seja aplicada ou retrospectivamente ou, se tal não for praticável,prospectivamente, a partir do início do ano financeiro no máximo e não depois.

45. Permitir que alterações contabilísticas sejam reflectidas como de uma data intercalar dentro do ano financeiro darialugar a que duas diferentes políticas contabilísticas fossem aplicadas a uma classe particular de transacções dentro deum único ano financeiro. O resultado seria dificuldades de imputação intercalar, resultados operacionaisobscurecidos, e análises complicadas e incompreensibilidade de informação periódica intercalar.

DATA DE EFICÁCIA

46. Esta Norma torna-se operacional para as demonstrações financeiras que cubram os períodos que comecem em ouapós 1 de Janeiro de 1999. É encorajada a aplicação mais cedo.

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NORMA INTERNACIONAL DE CONTABILIDADE 36

Imparidade de Activos

OBJECTIVO

1. O objectivo desta Norma é o de prescrever os procedimentos que uma entidade aplica para assegurar que os seusactivos sejam escriturados por não mais do que a sua quantia recuperável. Um activo é escriturado por mais do que asua quantia recuperável se a sua quantia escriturada exceder a quantia a ser recuperada através do uso ou da venda doactivo. Se este for o caso, o activo é descrito como estando com imparidade e a Norma exige que a entidadereconheça uma perda por imparidade. A Norma também especifica as circunstâncias em que uma entidade devereverter uma perda por imparidade e prescreve divulgações.

ÂMBITO

2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização da imparidade de todos os activos, que não sejam:

a) inventários (ver a IAS 2 Inventários);

b) activos provenientes de contratos de construção (ver a IAS 11 Contratos de Construção);

c) activos por impostos diferidos (ver a IAS 12 Impostos sobre o Rendimento);

d) activos provenientes de benefícios de empregados (ver a IAS 19 Benefícios dos Empregados);

e) activos financeiros que estejam no âmbito da IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração;

f) propriedades de investimento que sejam mensuradas pelo justo valor (ver a IAS 40 Propriedades de Investimento);

g) activos biológicos relacionados com a actividade agrícola que sejam mensurados pelo justo valor menos custosestimados no ponto de venda (ver a IAS 41 Agricultura);

h) custos de aquisição diferidos, e activos intangíveis, resultantes dos direitos contratuais de uma seguradorasegundo contratos de seguro no âmbito da IFRS 4 Contratos de Seguro; e

i) activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados como detidos para venda de acordo com aIFRS 5 Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.

3. Esta Norma não se aplica a inventários, activos resultantes de contratos de construção, activos por impostosdiferidos, activos resultantes de benefícios de empregados ou activos classificados como detidos para venda (ouincluídos num grupo para alienação que esteja classificado como detido para venda) dado que as Normas existentesaplicáveis a esses activos contêm requisitos para o reconhecimento e a mensuração desses activos.

4. Esta Norma aplica-se a activos financeiros classificados como:

a) subsidiárias, tal como definido na IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas;

b) associadas, tal como definido na IAS 28 Investimentos em Associadas; e

c) empreendimentos conjuntos, tal como definido na IAS 31 Interesses em Empreendimentos Conjuntos.

Quanto à imparidade de outros activos financeiros, remete-se para a IAS 39.

5. Esta Norma não se aplica a activos financeiros no âmbito da IAS 39, a propriedades de investimento mensuradaspelo justo valor de acordo com a IAS 40 ou a activos biológicos relacionados com a actividade agrícola mensuradospelo justo valor menos os custos estimados no ponto de venda de acordo com a IAS 41. Contudo, esta Norma

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aplica-se a activos que sejam escriturados pela quantia revalorizada (i.e. o justo valor) de acordo com outras Normas,tais como o modelo de revalorização da IAS 16 Activos Fixos Tangíveis. Identificar se um activo revalorizado podeestar com imparidade depende das bases usadas para determinar o justo valor:

a) se o justo valor do activo for o seu valor de mercado, a única diferença entre o justo valor do activo e o seujusto valor menos os custos de vender são os custos directos incrementais para alienar o activo:

i) se os custos de alienação forem negligenciáveis, a quantia recuperável do activo revalorizado aproxima--se necessariamente da sua quantia revalorizada (i.e., o justo valor) ou é superior à mesma. Neste caso,após os requisitos de revalorização terem sido aplicados, é improvável que o activo revalorizado estejacom imparidade e a quantia recuperável não necessita de ser estimada,

ii) se os custos de alienação não forem negligenciáveis, o justo valor menos os custos de vender do activorevalorizado é necessariamente inferior ao seu justo valor. Por isso, o activo revalorizado estará comimparidade se o seu valor de uso for inferior à sua quantia revalorizada (i.e., o justo valor). Neste caso,após os requisitos de valorização terem sido aplicados, uma entidade aplica esta Norma para determinarse o activo pode estar com imparidade;

b) se o justo valor do activo for determinado numa base que não seja o seu valor de mercado, a sua quantiarevalorizada (i.e. o justo valor) pode ser superior ou inferior à sua quantia recuperável. Deste modo, após osrequisitos de revalorização terem sido aplicados, uma entidade aplica esta Norma para determinar se o activopode estar com imparidade.

DEFINIÇÕES

6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:

Um mercado activo é um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:

a) sejam homogéneos os elementos negociados adentro do mercado;

b) compradores e vendedores dispostos a negociar podem ser encontrados em qualquer momento; e

c) os preços estão disponíveis ao público.

A data de acordo para uma concentração de actividades empresariais é a data em que um acordo substantivo entre aspartes concentradas é celebrado e, no caso de entidades cotadas, anunciado ao público. No caso de um takeoverhostil, a data mais recente em que um acordo substantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em queum número suficiente dos proprietários da adquirida aceitam a oferta da adquirente para que esta obtenha ocontrolo da adquirida.

Quantia escriturada é a quantia pela qual um activo é reconhecido após dedução de qualquer depreciação acumulada(amortização) e de perdas por imparidade acumuladas resultantes.

Uma unidade geradora de caixa é o mais pequeno grupo identificável de activos que seja gerador de influxos de caixa eque seja em larga medida independente dos influxos de caixa de outros activos ou grupos de activos.

Activos corporate são activos excepto goodwill que contribuam para os fluxos de caixa futuros quer da unidadegeradora de caixa em causa, quer de outras unidades geradoras de caixa.

Custos de alienação são custos incrementais directamente atribuíveis à alienação de um activo ou unidade geradora decaixa, excluindo custos de financiamento e gastos de impostos sobre o rendimento.

Quantia depreciável é o custo de um activo, ou outra quantia substituta do custo nas demonstrações financeiras,menos o seu valor residual.

Depreciação (amortização) é a imputação sistemática da quantia depreciável de um activo durante a sua vida útil (1).

Justo valor menos os custos de vender é a quantia a obter da venda de um activo ou unidade geradora de caixa numatransacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso, sem qualquer relacionamento entre elas, menos os custos dealienação.

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(1) No caso de um activo intangível, o termo «amortização» é geralmente usado em vez de «depreciação». Ambos os termos têm o mesmosentido.

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Uma perda por imparidade é a quantia pela qual a quantia escriturada de um activo ou unidade geradora de caixaexcede a sua quantia recuperável.

A quantia recuperável de um activo ou unidade geradora de caixa é o valor mais elevado entre o justo valor menosos custos de vender e o seu valor de uso.

Vida útil é ou:

a) o período de tempo durante o qual se espera que um activo seja usado pela entidade; ou

b) o número de unidades de produção ou similares que se espera que seja obtido do activo pela entidade.

Valor de uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera que sejam derivados de um activo ouunidade geradora de caixa.

IDENTIFICAÇÃO DE UM ACTIVO QUE POSSA ESTAR COM IMPARIDADE

7. Os parágrafos 8.-17. especificam quando a quantia recuperável deve ser determinada. Estes requisitos usam o termo«um activo» mas aplicam-se igualmente a um activo individual ou a uma unidade geradora de caixa. O restante destaNorma está estruturado como se segue:

a) os parágrafos 18.-57. estabelecem os requisitos de mensuração da quantia recuperável. Estes requisitostambém usam o termo «um activo» mas aplicam-se igualmente a um activo individual ou a uma unidadegeradora de caixa;

b) os parágrafos 58.-108. estabelecem os requisitos de reconhecimento e mensuração de perdas por imparidade.O reconhecimento e a mensuração das perdas por imparidade de activos individuais que não sejam goodwillsão tratados nos parágrafos 58.-64. Os parágrafos 65. a 108. tratam do reconhecimento e mensuração deperdas por imparidade de unidades geradoras de caixa e goodwill;

c) os parágrafos 109.-116. estabelecem os requisitos de reversão de uma perda por imparidade reconhecida emperíodos anteriores para um activo ou uma unidade geradora de caixa. Mais uma vez, estes requisitos usam otermo «um activo» mas aplicam-se igualmente a um activo individual ou a uma unidade geradora de caixa. Sãoestabelecidos requisitos adicionais para um activo individual nos parágrafos 117.-121., para uma unidadegeradora de caixa nos parágrafos 122. e 123. e para o goodwill nos parágrafos 124. e 125.;

d) os parágrafos 126.-133. especificam a informação a divulgar acerca das perdas por imparidade e das reversõesde perdas por imparidade para activos e unidades geradoras de caixa. Os parágrafos 134.-137. especificamrequisitos de divulgação adicionais para unidades geradoras de caixa em relação às quais o goodwill ou activosintangíveis com vidas úteis indefinidas foram imputados para finalidades de teste de imparidade.

8. Um activo está com imparidade quando a sua quantia escriturada exceda a quantia recuperável. Os parágrafos 12.--14. descrevem algumas indicações de que uma perda por imparidade possa ter ocorrido. Se qualquer dessasindicações estiver presente, exige-se que uma entidade faça uma estimativa formal da quantia recuperável. Exceptocomo descrito no parágrafo 10., esta Norma não exige que uma entidade faça uma estimativa formal da quantiarecuperável se não estiver presente qualquer indicação de perda por imparidade.

9. Uma entidade deve avaliar em cada data de relato se há qualquer indicação de que um activo possa estar comimparidade. Se qualquer indicação existir, a entidade deve estimar a quantia recuperável do activo.

10. Independentemente de existir ou não qualquer indicação de imparidade, uma entidade deve também:

a) testar anualmente a imparidade de um activo intangível com uma vida útil indefinida ou um activo intangívelainda não disponível para uso comparando a sua quantia escriturada com a sua quantia recuperável. Este testede imparidade pode ser efectuado em qualquer momento durante o período anual, desde que seja efectuado nomesmo momento de cada ano. Activos intangíveis diferentes podem ser testados quanto a imparidade emmomentos diferentes. Contudo, se um desses activos intangíveis foi inicialmente reconhecido durante operíodo anual corrente, esse activo intangível deve ser testado quanto a imparidade antes do final do períodoanual corrente;

b) testar anualmente a imparidade do goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais deacordo com os parágrafos 80.-99.

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11. A capacidade de um activo intangível gerar benefícios económicos futuros suficientes para recuperar a sua quantiaescriturada está normalmente sujeita a uma maior incerteza antes de o activo estar disponível para uso do quedepois. Portanto, esta Norma requer que uma entidade teste a imparidade, pelo menos anualmente, da quantiaescriturada de um activo intangível que ainda não esteja disponível para uso.

12. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade, uma entidade deve considerar,como mínimo, as seguintes indicações:

Fontes externas de informação

a) durante o período, o valor de mercado de um activo diminuiu significativamente mais do que seria esperadocomo resultado da passagem do tempo ou do uso normal;

b) ocorreram, durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo, alterações significativas com um efeitoadverso na entidade, relativas ao ambiente tecnológico, de mercado, económico ou legal em que a entidadeopera ou no mercado ao qual o activo está dedicado;

c) as taxas de juro de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimento aumentaram durante operíodo, e esses aumentos provavelmente afectarão a taxa de desconto usada no cálculo do valor de uso de umactivo e diminuirão materialmente a quantia recuperável do activo;

d) a quantia escriturada dos activos líquidos da entidade é superior à sua capitalização de mercado.

Fontes internas de informação

e) está disponível evidência de obsolescência ou dano físico de um activo.

f) alterações significativas com um efeito adverso na entidade ocorreram durante o período, ou espera-se queocorram num futuro próximo, até ao ponto em que, ou na forma em que, um activo seja usado ou se esperaque seja usado. Estas alterações incluem um activo que se tornou ocioso, planos para descontinuar oureestruturar a unidade operacional a que o activo pertence, planos para alienar um activo antes da dataanteriormente esperada, e a reavaliação da vida útil de um activo como finita em vez de indefinida (1),

g) existe evidência nos relatórios internos que indica que o desempenho económico de um activo é, ou será, piordo que o esperado.

13. A lista do parágrafo 12. não é exaustiva. Uma entidade pode identificar outras indicações de que um activo possaestar com imparidade e estas também exigiriam que a entidade determine a quantia recuperável do activo ou, nocaso de goodwill, efectue um teste de imparidade de acordo com os parágrafos 80.-99.

14. A evidência proveniente de relatórios internos que indica que um activo pode estar com imparidade inclui aexistência de:

a) fluxos de caixa para a aquisição do activo, ou necessidades de caixa subsequentes para operar ou manter omesmo, que sejam significativamente mais elevados do que os originariamente orçamentados;

b) fluxos de caixa reais líquidos ou lucros ou prejuízos operacionais que fluam do activo que sejamsignificativamente piores do que os orçamentados;

c) um declínio significativo nos fluxos de caixa líquidos orçamentados ou no lucro operacional, ou um aumentosignificativo em perdas orçamentadas, fluindo do activo; ou

d) perdas operacionais ou exfluxos de caixa líquidos relativos ao activo, quando quantias do período corrente sãoagregadas com quantias orçamentadas para o futuro.

15. Conforme indicado no parágrafo 10., esta Norma exige que um activo intangível com vida útil indefinida ou aindanão disponível para uso e o goodwill sejam testados quanto a imparidade, pelo menos anualmente. Com excepção dequando se apliquem os requisitos do parágrafo 10., o conceito de materialidade aplica-se ao identificar se a quantiarecuperável de um activo necessita ou não de ser estimada. Por exemplo, se cálculos anteriores mostrarem que aquantia recuperável de um activo for significativamente superior à sua quantia escriturada, a entidade não necessitade reestimar a quantia recuperável do activo se nenhuns acontecimentos tiverem ocorrido que eliminassem essadiferença. De modo semelhante, a análise anterior pode mostrar que a quantia recuperável de um activo não ésensível a uma (ou mais) das indicações listadas no parágrafo 12.

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(1) Quando um activo corresponder aos critérios para ser classificado como detido para venda (ou for incluído num grupo para alienaçãoque seja classificado como detido para venda), ele será excluído do âmbito desta Norma e contabilizado de acordo com a IFRS 5 ActivosNão Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.

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16. Como ilustração do parágrafo 15., se as taxas de juro de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobreinvestimento tiverem aumentado durante o período, não é exigido a uma entidade que faça uma estimativa formalda quantia recuperável de um activo nos casos seguintes:

a) se for improvável que a taxa de desconto usada ao calcular o valor de uso de um activo seja afectada peloaumento nestas taxas de mercado. Por exemplo, os aumentos nas taxas de juro de curto prazo podem não terum efeito material na taxa de desconto usada para um activo que tenha uma longa vida útil remanescente;

b) se for provável que a taxa de desconto usada ao calcular o valor de uso de um activo seja afectada peloaumento nestas taxas de mercado mas as anteriores análises de sensibilidade da quantia recuperável mostraremque:

i) é improvável que haja um decréscimo material na quantia recuperável porque os fluxos de caixa futurostambém aumentam provavelmente (por exemplo, em alguns casos, uma entidade pode ser capaz dedemonstrar que ajusta os seus réditos para compensar qualquer aumento nas taxas de mercado), ou

ii) o decréscimo na quantia recuperável é improvável que resulte numa perda por imparidade material.

17. Se houver uma indicação de que um activo possa estar com imparidade, isto pode indicar que a vida útilremanescente, o método de depreciação (amortização) ou o valor residual do activo precisam de ser revistos eajustados de acordo com a Norma aplicável ao activo, mesmo que não seja reconhecida qualquer perda porimparidade relativa a esse activo.

MENSURAÇÃO DA QUANTIA RECUPERÁVEL

18. Esta Norma define quantia recuperável como o justo valor mais alto de um activo ou de uma unidade geradora decaixa menos os custos de vender e o seu valor de uso. Os parágrafos 19.-57. estabelecem os requisitos demensuração da quantia recuperável. Estes requisitos usam o termo «um activo» mas aplicam-se igualmente a umactivo individual ou a uma unidade geradora de caixa.

19. Nem sempre é necessário determinar tanto o justo valor de um activo menos os custos de vender como o seu valorde uso. Se qualquer destas quantias exceder a quantia escriturada do activo, o activo não está com imparidade e não énecessário estimar a outra quantia.

20. Pode ser possível determinar o justo valor menos os custos de vender, mesmo se um activo não for negociado nummercado activo. Porém, por vezes, não será possível determinar o justo valor menos os custos de vender porque nãohá qualquer base para fazer uma estimativa fiável da quantia a obter da venda do activo numa transacção entrepartes conhecedoras e dispostas a isso, sem qualquer relacionamento entre elas. Neste caso, a entidade pode usar ovalor de uso do activo como sua quantia recuperável.

21. Se não houver razão para crer que o valor de uso de um activo excede materialmente o seu justo valor menos oscustos de vender, o justo valor do activo menos os custos de vender pode ser usado como sua quantia recuperável.Isto será muitas vezes o caso de um activo que seja detido para alienação. Isto porque o valor de uso de um activodetido para alienação consistirá principalmente nos proventos líquidos da alienação, pois os fluxos de caixa futurosderivados do uso continuado do activo até à sua alienação são provavelmente negligenciáveis.

22. A quantia recuperável é determinada para um activo individual, a menos que o activo não consiga gerar influxos decaixa que sejam em grande medida independentes dos de outros activos ou grupos de activos. Se for este o caso, aquantia recuperável é determinada para a unidade geradora de caixa à qual o activo pertença (ver parágrafos 65.--103.), a não ser que ou:

a) o justo valor do activo menos os custos de vender seja superior à sua quantia escriturada; ou

b) o valor de uso do activo possa ser estimado estar próximo do seu justo valor menos os custos de vender e ojusto valor menos os custos de vender possa ser determinado.

23. Em alguns casos, estimativas, médias e simplificações computacionais podem proporcionar aproximações razoáveisdos cálculos pormenorizados exemplificados nesta Norma para determinar o justo valor menos os custos de venderou o valor de uso.

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Mensuração da quantia recuperável de um activo intangível com uma vida útil indefinida

24. O parágrafo 10. exige que um activo intangível com uma vida útil indefinida seja anualmente testado quanto aimparidade mediante comparação da sua quantia escriturada com a sua quantia recuperável, independentemente deexistir ou não qualquer indicação de que possa estar com imparidade. Contudo, o cálculo detalhado mais recente daquantia recuperável de um tal activo feito num período precedente pode ser usado no teste de imparidade para esseactivo no período corrente, desde que os seguintes critérios sejam satisfeitos:

a) se o activo intangível não gerar influxos de caixa resultantes do uso continuado que sejam em larga medidaindependentes dos de outros activos ou grupos de activos e for portanto testado quanto a imparidade comoparte de uma unidade geradora de caixa à qual pertença, os activos e passivos que compõem essa unidade nãomudaram significativamente desde o cálculo mais recente da quantia recuperável;

b) o mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quantia que excedeu a quantia escriturada doactivo por uma margem substancial; e

c) com base numa análise dos acontecimentos que tenham ocorrido e das circunstâncias que tenham mudadodesde o cálculo mais recente da quantia recuperável, a probabilidade de que uma determinação da quantiarecuperável corrente seja inferior à quantia escriturada do activo é remota.

Justo valor menos custos de vender

25. A melhor evidência do justo valor menos os custos de vender de um activo é um preço num acordo de vendavinculativo numa transacção entre partes sem qualquer relacionamento entre elas, ajustado relativamente a custosincrementais que seriam directamente atribuíveis à alienação do activo.

26. Se não houver qualquer acordo de venda vinculativo mas um activo for negociado num mercado activo, o justovalor menos os custos de vender é o preço de mercado do activo menos os custos de alienação. O preço de mercadoapropriado é geralmente o preço corrente de oferta de compra. Quando os preços de oferta de compra nãoestiverem disponíveis, o preço da transacção mais recente pode proporcionar uma base a partir da qual se estime ojusto valor menos os custos de vender, desde que não tenha havido uma alteração significativa nas circunstânciaseconómicas entre a data da transacção e a data em que a estimativa seja feita.

27. Se não houver acordo de venda vinculativo ou mercado activo para um activo, o justo valor menos os custos devender é baseado na melhor informação disponível para reflectir a quantia que uma entidade poderá obter, à data dobalanço, da alienação do activo numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquerrelacionamento entre elas, após dedução dos custos de alienação. Ao determinar esta quantia, uma entidadeconsidera o desfecho de transacções recentes de activos semelhantes feitas no mesmo sector. O justo valor menos oscustos de vender não reflecte uma venda forçada, a não ser que a gerência seja compelida a vender imediatamente.

28. Os custos de alienação, que não tenham sido os reconhecidos como passivos, são deduzidos ao determinar o justovalor menos os custos de vender. Exemplos de tais custos são os custos legais, imposto de selo e impostos sobretransacções semelhantes, custos de remoção do activo e custos incrementais directos para colocar um activo emcondições para a sua venda. Porém, os benefícios de cessação de emprego (tal como definidos na IAS 19) e custosassociados à redução ou reorganização de uma empresa a seguir à alienação de um activo não são custosincrementais directos de alienar o activo.

29. Por vezes, a alienação de um activo exige que o comprador assuma um passivo e apenas existe um único justo valormenos os custos de vender tanto para o activo como para o passivo. O parágrafo 78. explica como tratar de taiscasos.

Valor de uso

30. Os seguintes elementos devem ser reflectidos no cálculo do valor de uso de um activo:

a) uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do activo;

b) expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade desses fluxos de caixa futuros;

c) o valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de juro sem risco do mercado;

d) o preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e

e) outros factores, tais como a falta de liquidez, que os participantes do mercado reflectissem no apreçamentodos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do activo.

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31. A estimativa do valor de uso de um activo envolve os seguintes passos:

a) estimar os influxos e exfluxos de caixa futuros a serem derivados do uso continuado do activo e da suaalienação final; e

b) aplicar a taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros.

32. Os elementos identificados no parágrafo 30.b), d) e e) podem ser reflectidos ou como ajustamentos nos fluxos decaixa futuros ou como ajustamentos na taxa de desconto. Qualquer abordagem que uma entidade adopte parareflectir as expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade de fluxos de caixa futuros, oresultado deve reflectir o valor presente esperado dos fluxos de caixa futuros, i.e., a média ponderada de todos osdesfechos possíveis. O Apêndice A proporciona orientação adicional sobre o uso das técnicas de valor presente aomensurar o valor de uso de um activo.

Bases para estimativas de fluxos de caixa futuros

33. Ao mensurar o valor de uso, uma entidade deve:

a) basear as projecções de fluxos de caixa em pressupostos razoáveis e suportáveis que representem a melhorestimativa da gerência da escala de condições económicas que existirão durante a vida útil remanescente doactivo. Deve ser dada maior ponderação a evidências externas;

b) basear as projecções de fluxos de caixa nos orçamentos/previsões financeiros mais recentes aprovados pelagerência, mas deve excluir quaisquer influxos ou exfluxos de caixa futuros estimados que se espera venham aresultar de reestruturações futuras ou de aumentos ou melhorias no desempenho do activo. As projecçõesbaseadas nestes orçamentos/previsões devem abranger um período máximo de cinco anos, a menos que umperíodo mais longo possa ser justificado;

c) estimar projecções de fluxos de caixa para além do período abrangido pelos orçamentos/previsões maisrecentes extrapolando as projecções baseadas nos orçamentos/previsões pelo uso de uma taxa de crescimentoestável ou decrescente para os anos subsequentes, a menos que uma taxa crescente possa ser justificada. Estataxa de crescimento não deve exceder a taxa de crescimento média a longo prazo dos produtos, sectores oupaís ou países em que a entidade opera, ou do mercado em que o activo seja usado, a menos que uma taxamais alta possa ser justificada.

34. A gerência avalia a razoabilidade dos pressupostos em que se baseiam as suas projecções correntes dos fluxos decaixa ao examinar as causas das diferenças entre projecções passadas dos fluxos de caixa e os fluxos de caixa reais. Agerência deve assegurar que os pressupostos sobre os quais se baseiam as suas projecções correntes dos fluxos decaixa sejam consistentes com desfechos passados reais, desde que os efeitos de acontecimentos ou circunstânciassubsequentes que não existiam quando esses fluxos de caixa reais foram gerados tornem este requisito apropriado.

35. Não estão, geralmente, disponíveis orçamentos/previsões financeiros pormenorizados, explícitos e fiáveis de fluxosde caixa futuros para períodos superiores a cinco anos. Por esta razão, as estimativas da gerência de fluxos de caixafuturos são baseadas nos mais recentes orçamentos/previsões para um máximo de cinco anos. A gerência pode usarprojecções de fluxos de caixa baseadas em orçamentos/previsões financeiros durante um período superior a cincoanos se estiver confiante de que essas projecções são fiáveis e possa demonstrar a sua capacidade, baseada naexperiência passada, para prever fluxos de caixa com rigor durante esse período mais longo.

36. As projecções de fluxos de caixa até ao fim da vida útil de um activo são estimadas extrapolando as projecções defluxos de caixa baseadas nos orçamentos/previsões financeiros usando uma taxa de crescimento para os anossubsequentes. Esta taxa é estável ou decrescente, a menos que um aumento na taxa coincida com informaçãoobjectiva acerca de modelos durante o ciclo de vida de um produto ou de um sector. Se apropriado, a taxa decrescimento é zero ou negativa.

37. Quando as condições forem favoráveis, é provável que concorrentes entrem no mercado e restrinjam o crescimento.Por isso, as entidades terão dificuldade em exceder a longo prazo (diga-se, vinte anos) a taxa histórica média decrescimento dos produtos, sectores industriais, ou país ou países em que a entidade opera, ou no mercado em que oactivo seja usado.

38. Ao usar informação dos orçamentos/previsões financeiros, uma entidade considera se a informação reflectepressupostos razoáveis e suportáveis e representa a melhor estimativa da gerência em relação ao conjunto decondições económicas que existirão durante a vida útil remanescente do activo.

Composição das estimativas de fluxos de caixa futuros

39. As estimativas de fluxos de caixa futuros devem incluir:

a) projecções de influxos de caixa derivados do uso continuado do activo;

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b) projecções de exfluxos de caixa que sejam necessariamente incorridos para gerar os influxos de caixaderivados do uso continuado do activo (incluindo exfluxos de caixa para preparar o activo para uso) e possamser directamente atribuídos, ou imputados numa base razoável e consistente, ao activo; e

c) fluxos de caixa líquidos, se os houver, a receber (ou a pagar) pela alienação do activo no fim da sua vida útil.

40. As estimativas de fluxos de caixa futuros e a taxa de desconto reflectem pressupostos consistentes acerca deaumentos de preços atribuíveis à inflação geral. Por isso, se a taxa de desconto incluir o efeito de aumentos de preçosatribuíveis à inflação geral, os fluxos de caixa futuros são estimados em termos nominais. Se a taxa de descontoexcluir o efeito dos aumentos de preços atribuíveis à inflação geral, os fluxos de caixa futuros são estimados emtermos reais (mas incluem os futuros aumentos ou diminuições de preços específicos).

41. As projecções de exfluxos de caixa incluem as da manutenção diária do activo, assim como gastos gerais futuros quepossam ser directamente atribuídos, ou imputados numa base razoável e consistente, ao uso do activo.

42. Quando a quantia escriturada de um activo ainda não incluir todos os exfluxos de caixa a serem incorridos antes deestar pronto para uso ou venda, a estimativa de exfluxos de caixa futuros inclui uma estimativa de quaisquerexfluxos de caixa adicionais que se espera que sejam incorridos antes de o activo estar pronto para uso ou venda. Porexemplo, este é o caso de um edifício em construção ou de um projecto de desenvolvimento que ainda não estejaconcluído.

43. Para evitar a dupla contagem, as estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem:

a) influxos de caixa de activos que criem influxos de caixa que sejam em larga medida independentes dosinfluxos de caixa do activo em causa (por exemplo, activos financeiros tais como dívidas a receber); e

b) exfluxos de caixa que se relacionem com obrigações que tenham sido reconhecidas como passivos (porexemplo, dívidas a pagar, pensões ou provisões).

44. Os futuros fluxos de caixa devem ser estimados para o activo na condição corrente. Estimativas de futuros fluxos decaixa não devem incluir futuros influxos ou exfluxos de caixa que se esperem como resultado de:

a) uma reestruturação futura com a qual uma entidade ainda não esteja comprometida; ou

b) aumentos ou melhorias no desempenho do activo.

45. Dado que os fluxos de caixa futuros são estimados para o activo na condição corrente, o valor de uso não reflecte:

a) exfluxos de caixa futuros ou poupanças de custos relacionadas (por exemplo, reduções nos custos de pessoal)ou benefícios que se espera que surjam de uma reestruturação futura com a qual uma entidade ainda não estejacomprometida; ou

b) exfluxos de caixa futuros que melhorem ou aumentem o desempenho do activo ou os influxos de caixarelacionados que se espera que resultem desses exfluxos.

46. Uma reestruturação é um programa que é planeado e controlado pela gerência e altera materialmente quer o âmbitodo negócio empreendido por uma entidade, quer a maneira pela qual o negócio é conduzido. A IAS 37 Provisões,Passivos Contingentes e Activos Contingentes contém orientação que esclarece quando é que uma empresa estácomprometida com uma reestruturação.

47. Quando uma entidade ficar comprometida com uma reestruturação, é provável que alguns activos sejam afectadospor essa reestruturação. Logo que a entidade esteja comprometida com a reestruturação:

a) as suas estimativas dos influxos e exfluxos de caixa futuros para a finalidade de determinar o valor de usoreflectem as poupanças de custos e outros benefícios da reestruturação (baseadas nos mais recentesorçamentos/previsões financeiros que tenham sido aprovados pela gerência); e

b) as suas estimativas de exfluxos de caixa futuros para a reestruturação são incluídas numa provisão parareestruturação de acordo com a IAS 37.

O Exemplo Ilustrativo 5 mostra o efeito de uma futura reestruturação no cálculo de um valor de uso.

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48. Até que uma entidade incorra em exfluxos de caixa que aumentem ou melhorem o desempenho do activo, asestimativas de fluxos de caixa futuros não incluem os influxos de caixa futuros estimados que se espera que resultemdo aumento de benefícios económicos associados ao exfluxo de caixa (ver Exemplo Ilustrativo 6).

49. As estimativas de fluxos de caixa futuros incluem os exfluxos de caixa futuros necessários à manutenção do nível debenefícios económicos que se espera que resultem do activo na sua corrente condição. Quando uma unidadegeradora de caixa consistir em activos com diferentes vidas úteis estimadas, sendo todos essenciais para acontinuação do funcionamento da unidade, a substituição de activos com vidas mais curtas é considerada comofazendo parte da manutenção diária da unidade ao estimar os fluxos de caixa futuros associados à unidade. Damesma forma, quando um único activo consistir em componentes com diferentes vidas úteis estimadas, asubstituição de componentes com vidas mais curtas é considerada como fazendo parte da manutenção diária doactivo ao estimar os fluxos de caixa futuros gerados pelo activo.

50. As estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:

a) influxos ou exfluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento; ou

b) recebimentos ou pagamentos de impostos sobre o rendimento.

51. As estimativas de fluxos de caixa futuros reflectem pressupostos que são consistentes com a forma como a taxa dedesconto é determinada. De outro modo, o efeito de alguns pressupostos será tido em consideração duas vezes ouignorado. Porque o valor temporal do dinheiro é considerado ao descontar os fluxos de caixa futuros estimados,estes fluxos de caixa excluem influxos ou exfluxos de caixa derivados das actividades de financiamento. Da mesmaforma, dado que a taxa de desconto é determinada numa base antes dos impostos, os fluxos de caixa futuros sãotambém estimados numa base antes dos impostos.

52. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela alienação de um activo no fim da sua vida útildeve ser a quantia que uma entidade espera obter da alienação do activo numa transacção entre partes conhecedorase dispostas a isso sem qualquer relacionamento entre elas, após dedução dos custos de alienação estimados.

53. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela alienação de um activo no fim da sua vida útil édeterminada de maneira semelhante ao justo valor de um activo menos os custos de vender, excepto que, ao estimaresses fluxos de caixa líquidos:

a) uma entidade usa os preços prevalecentes à data da estimativa para activos semelhantes que tenham atingido ofim da sua vida útil e tenham operado em condições semelhantes àquelas em que o activo será usado;

b) a entidade ajusta esses preços devido ao efeito não só de futuros aumentos de preços devido à inflação geralmas também de futuros aumentos ou diminuições de preços específicos. Contudo, se as estimativas dos fluxosde caixa futuros derivados do uso continuado do activo e da taxa de desconto excluírem o efeito da inflaçãogeral, a entidade também exclui este efeito da estimativa de fluxos de caixa líquidos da alienação.

Fluxos de caixa futuros de moeda estrangeira

54. Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que serão gerados e depois descontados usando uma taxa dedesconto apropriada para essa moeda. Uma entidade transpõe o valor presente usando a taxa de câmbio à vista nadata do cálculo do valor de uso.

Taxa de desconto

55. A taxa (taxas) de desconto deve(m) ser uma taxa (taxas) antes dos impostos que reflicta(m) as avaliações correntes demercado sobre:

a) o valor temporal do dinheiro; e

b) os riscos específicos para o activo em relação aos quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não foramajustadas.

56. Uma taxa que reflicta as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e dos riscos específicos parao activo é o retorno que os investidores exigiriam se fossem eles a escolher um investimento que gerasse fluxos decaixa de quantias, tempestividade e perfil de risco equivalentes àquelas que a entidade espera obter do activo. Estataxa é estimada a partir da taxa implícita nas correntes transacções de mercado para activos semelhantes ou a partirdo custo médio ponderado de capital de uma entidade cotada em bolsa que tenha um único activo (ou uma carteirade activos) semelhante em termos de potencial de serviço e de riscos para o activo em causa. Contudo, a(s) taxa(s) dedesconto usada(s) para mensurar o valor de uso de um activo não deve(m) reflectir os riscos em relação aos quais asestimativas de fluxos de caixa futuros tenham sido ajustadas. De outro modo, o efeito de alguns pressupostos serátido em consideração duas vezes.

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57. Quando uma taxa de um activo específico não estiver directamente disponível no mercado, uma entidade usasubstitutos para estimar a taxa de desconto. O Apêndice A proporciona orientação adicional sobre a estimativa dataxa de desconto nessas circunstâncias.

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE UMA PERDA POR IMPARIDADE

58. Os parágrafos 59.-64. estabelecem os requisitos para o reconhecimento e mensuração de perdas por imparidade deum activo individual que não seja o goodwill. O reconhecimento e a mensuração de perdas por imparidade aunidades geradoras de caixa e goodwill são tratados nos parágrafos 65.-108.

59. Se, e apenas se, a quantia recuperável de um activo for inferior à sua quantia escriturada, a quantia escriturada doactivo deve ser reduzida para a sua quantia recuperável. Esta redução é uma perda por imparidade.

60. Uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos lucros ou prejuízos, a não ser que o activo sejaescriturado pela quantia revalorizada de acordo com uma outra Norma (por exemplo, de acordo com o modelo derevalorização da IAS 16 Activos Fixos Tangíveis). Qualquer perda por imparidade de um activo revalorizado deve sertratada como decréscimo de revalorização de acordo com essa outra Norma.

61. Uma perda por imparidade num activo não revalorizado é reconhecida nos lucros ou prejuízos. Porém, uma perdapor imparidade num activo revalorizado é directamente reconhecida contra qualquer excedente de revalorização doactivo até ao ponto em que a perda por imparidade não exceda a quantia no excedente de revalorização do mesmoactivo.

62. Quando a quantia estimada de uma perda por imparidade for superior à quantia escriturada do activo com o qual serelaciona, uma entidade deve reconhecer um passivo se, e apenas se, tal for exigido por uma outra Norma.

63. Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o débito de depreciação (amortização) do activo deve serajustado nos períodos futuros para imputar a quantia escriturada revista do activo, menos o seu valor residual (se ohouver), numa base sistemática, durante a sua vida útil remanescente.

64. Se uma perda por imparidade for reconhecida, quaisquer respectivos activos ou passivos por impostos diferidos sãodeterminados de acordo com a IAS 12, ao comparar a quantia escriturada revista do activo com a sua base fiscal (verExemplo Ilustrativo 3).

UNIDADES GERADORAS DE CAIXA E GOODWILL

65. Os parágrafos 66.-108. estabelecem os requisitos para identificar a unidade geradora de caixa à qual um activopertence e determinar a quantia escriturada das unidades geradoras de caixa e goodwill, e reconhecer as perdas porimparidade.

Identificação da unidade geradora de caixa a que pertence um activo

66. Se houver qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade, a quantia recuperável do activoindividual deve ser estimada. Se não for possível estimar a quantia recuperável do activo individual, uma entidadedeve determinar a quantia recuperável da unidade geradora de caixa à qual o activo pertence (a unidade geradora decaixa do activo).

67. A quantia recuperável de um activo individual não pode ser determinada se:

a) o valor de uso do activo não puder ser estimado como estando próximo do seu justo valor menos os custos devender (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros provenientes do uso continuado do activo nãopuderem ser estimados como sendo negligenciáveis); e

b) o activo não gerar influxos de caixa que sejam em larga medida independentes dos de outros activos.

Em tais casos, o valor de uso e, por isso, a quantia recuperável só podem ser determinados para a unidade geradorade caixa do activo.

Exemplo

Uma entidade mineira possui uma linha férrea privada para suportar as suas actividades mineiras. A linhaférrea privada só pode ser vendida pelo valor de sucata e não gera influxos de caixa que sejam em largamedida independentes dos influxos de caixa de outros activos da mina.

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Não é possível estimar a quantia recuperável da linha férrea privada porque o seu valor de uso não pode ser determinadoe é provavelmente diferente do valor de sucata. Por isso, a entidade estima a quantia recuperável da unidade geradora decaixa à qual a linha férrea privada pertence, isto é, a mina como um todo.

68. Tal como definido no parágrafo 6., a unidade geradora de caixa de um activo é o grupo mais pequeno de activos queinclui o activo e que gera influxos de caixa que sejam em larga medida independentes dos influxos de caixa de outrosactivos ou grupos de activos. A identificação da unidade geradora de caixa de um activo envolve julgamento. Se aquantia recuperável não puder ser determinada para um activo individual, uma entidade identifica o menor agregadode activos que geram influxos de caixa em larga medida independentes.

Exemplo

Uma empresa de autocarros presta serviços sob contrato com um município que exige serviço mínimo emcada uma de cinco carreiras separadas. Os activos afectos a cada carreira e os fluxos de caixa de cada carreirapodem ser identificados separadamente. Uma das carreiras opera com perdas significativas.

Dado que a entidade não tem a opção de encerrar qualquer carreira de autocarros, o nível mais baixo dos influxos decaixa identificáveis que sejam em larga medida independentes dos influxos de caixa provenientes de outros activos ougrupos de activos é o que corresponde aos influxos de caixa gerados pelas cinco carreiras conjuntamente. A unidadegeradora de caixa para cada carreira é a empresa de autocarros no seu todo.

69. Os influxos de caixa são influxos de caixa e equivalentes de caixa recebidos de partes externas à entidade. Aoidentificar se os influxos de caixa de um activo (ou grupo de activos) são em larga medida independentes dosinfluxos de caixa de outros activos (ou grupos de activos), uma entidade considera vários factores incluindo a formacomo a gerência monitoriza as unidades operacionais da entidade (tais como por linhas de produtos, negócios, locaisindividuais, áreas distritais ou regionais) ou como a gerência toma decisões acerca da continuação ou alienação dosactivos e unidades operacionais da entidade. O Exemplo Ilustrativo 1 dá exemplos de identificação de uma unidadegeradora de caixa.

70. Se existir um mercado activo para o output produzido por um activo ou grupo de activos, esse activo ou grupo deactivos deve ser identificado como uma unidade geradora de caixa, mesmo se uma parte ou todo o output for usadointernamente. Se os influxos de caixa gerados por qualquer activo ou unidade geradora de caixa forem afectados pelopreço de transferência interno, uma entidade deve usar a melhor estimativa da gerência relativa ao(s) futuro(s)preço(s) que possa(m) ser alcançado(s) em transacções em que não exista relacionamento entre as partes ao estimar:

a) os influxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso do activo ou da unidade geradora de caixa;e

b) os exfluxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso de quaisquer outros activos ou unidadesgeradoras de caixa que sejam afectados pelo preço de transferência interno.

71. Mesmo se parte ou todo o output produzido por um activo ou grupo de activos for usado por outras unidades daentidade (por exemplo, produtos num estádio intermédio de um processo de produção), este activo ou grupo deactivos forma uma unidade geradora de caixa separada se a entidade puder vender o output num mercado activo.Isto é assim porque o activo ou grupo de activos podia gerar influxos de caixa que seriam em grande medidaindependentes dos influxos de caixa de outros activos ou grupos de activos. Ao usar informação baseada emorçamentos/previsões financeiros com relação a uma tal unidade geradora de caixa, ou a qualquer outro activo ouunidade geradora de caixa afectado por preços de transferência internos, uma entidade ajusta esta informação se ospreços de transferência internos não reflectirem a melhor estimativa da gerência relativamente a preços futuros quepoderiam ser alcançados em transacções em que não exista relacionamento entre as partes.

72. As unidades geradoras de caixa devem ser identificadas consistentemente de período para período relativamente aomesmo activo ou tipos de activos, a menos que se justifique uma alteração.

73. Se uma entidade determinar que um activo pertence a uma unidade geradora de caixa diferente da de períodosanteriores, ou que os tipos de activos agregados da unidade geradora de caixa do activo se alteraram, o pará-grafo 130. exige divulgações acerca da unidade geradora de caixa, se uma perda por imparidade for reconhecida ourevertida para a unidade geradora de caixa.

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