i congresso interno - relatório final - julho de 1988

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Fiocruz Relatório Final do I Congresso Interno

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I Congresso Interno - Relatório Final - Julho de 1988 Fiocruz

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  • Fiocruz

    Relatrio Final do I Congresso Interno

  • Relatrio Final do I Congresso

    I CONGRESSO INTERNO CINCIA E SADE: A FIOCRUZ DO FUTURO JULHO DE 1988

    PLENRIA FINAL

    Presidente Antonio Srgio da Silva Arouca

    Secretrio Geral Paulo Gadelha

    Relatores Gerais Paulo Buss Renato Cordeiro

    Equipe de Relatores Fernando Pires Hayne Felipe da Silva Marcus de Barros Pinto Nsia Vernica Lima Otvio Pieri

    Colaborao Carlos Tobar

    FASES PRELIMINARES

    Comisso Organizadora Dalton Mario Hamilton coordenador Akira Homma Ary Carvalho de Miranda Joaquim Moreira Nunes Paulo Buss Paulo Gadelha Pedro Barbosa Renato Cordeiro

    Relator Geral Jaime Oliveira Janise Moreira de Paiva - Presidncia Joo Quental Bio-Manguinhos Jlio Csar Gomes de Oliveira Far-Manguinhos Leonardo Csar Coutada - INCQS Maria lide Bortoletto - SIC Maria Nazareth Meirelles - IOC

  • Marlene Brz - IFF Nsia Vernica Trindade - COC Roberto Weikhauser - CPqRR Snia Barone - SAG

    Celia Maria de Almeida (Reviso) Edna Padro (COC)

    Equipe de Relatores lvaro Romana CpqAM Andr Malho EPSJV lio Grossman Prefeitura Jaime Oliveira - ENSP

    PESQUISA

    1 DIRETRIZES

    A atividade de pesquisa deve ter como primeira e essencial caracterstica a busca e gerao de novos conhecimentos, levando ampliao do edifcio da cincia que o homem vem construindo h milnios. Algumas das descobertas equivalem adio de um simples tijolo, outras, s de imensas vigas. Porm, todas so necessrias ao andamento do projeto.

    A gerao de novidade o que mais distingue a atividade de pesquisa. Uma verdadeira instituio de pesquisa gera conhecimento, gera novidade.

    Num contexto mais amplo, poderamos dizer que a finalidade bsica e distintiva do trabalho do pesquisador a gerao do conhecimento cientfico original. Isto significa que ele deve estar trabalhando na fronteira do conhecimento, pois para gerar algo novo ele deve conhecer o velho, sob pena de (re)inventar a roda ou (re)descobrir a plvora. Deve estar informado onde se situa o limite entre o conhecimento e o desconhecimento e buscar deslocar esta fronteira para mais adiante, num processo sem fim e de eterno recomeo. Alm disso, deve estar consciente de que o seu achado, a sua novidade, a meta a ser posteriormente ultrapassada, a noo a ser mais adiante melhorada, a verdade luminosa que logo se tornar banal.

  • A gerao do novo conhecimento pressupe ento, de sada, um ambiente de trabalho que seja propcio informao do pesquisador sobre o estado atual de sua arte. Ele ir gerar a nova informao a partir de dados e de outras informaes, assim como o artista gera a obra de arte a partir de uma pedra bruta.

    Na rea de sade, a pesquisa reveste-se hoje de formas cada vez mais abrangentes, a partir de perspectivas to diversas como: a pesquisa biolgica bsica, com suas inmeras subdivises; a pesquisa clnica; a pesquisa epidemiolgica; a investigao sobre a gerncia dos servios e sistemas de assistncia sade; o desenvolvimento tecnolgico; a produo de bens e servios; enfim, a investigao a partir de distintas reas das cincias humanas, incluindo a filosofia, e das cincias ambientais.

    Neste sentido, a FIOCRUZ se constitui em exemplo raro de instituio no pas e talvez mesmo no mundo onde este tema abordado a partir de pelo menos boa parte destas mltiplas perspectivas.

    verdade que estas abordagens encontram-se hoje fortemente desintegradas. Mas se conseguirmos superar este quadro de fragmentao e isolamento, buscando, ao contrrio, alcanar uma situao de inter-influncia estimulante e provocadora entre as vrias reas de pesquisa, a Fundao, pelo j exposto, apresenta o potencial de constituir-se em algo como um "Instituto de Sade", sem adjetivaes que expressem falsas dicotomias.

    Isso no implica, de modo algum, perda da identidade, das formas prprias de funcionamento, do recorte especfico de sub-objetos e as maneiras de abord-los nas distintas reas de pesquisa. Preservando essas caractersticas, implica ampliar os horizontes, o grau de informao, o estmulo imaginao criadora e recuperao da totalidade perdida em cada especialista.

    Desta forma, a primeira diretriz que devemos estabelecer a preservao e desenvolvimento desta pluralidade de interesses e de atividades de pesquisa em torno do tema sade, que caracteriza a Fundao e representa um de seus elementos de riqueza.

    Para tanto, faz-se necessrio buscar o equilbrio entre liberdade de iniciativa e autonomia intelectual dos pesquisadores, com um planejamento institucional que contemple o propsito de sustentar o desenvolvimento cientfico e tecnolgico e a participao de instncias legtimas na definio de reas prioritrias e seus mecanismos de financiamento.

    Trata-se, portanto, de construir uma instituio em que a atividade de pesquisa seja livre sem ser desorganizada ou alienada, seja planejada sem ser autoritria, seja socialmente responsvel por desejo e vocao e no por obrigao, e seja internacionalmente de vanguarda sem necessidade de acordos subservientes.

    Nesse contexto, a FIOCRUZ pautar esforos buscando atender seus compromissos com a sociedade, atravs dos dois grandes eixos integradores de sua atuao: a Poltica Nacional de Sade e a Poltica de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico.

  • 2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

    A presente poltica governamental de restrio total e absoluta s substituies e contrataes de pessoal, em qualquer nvel (cientfico e administrativo), e por qualquer via (Tesouro ou diretamente arrecadado), no uma poltica suicida: uma poltica assassina, geradora de um massacre em grande escala. Vivemos um momento surrealista em que, mais do que nunca, a importncia do trabalho de pesquisa parece no ser reconhecido por vrios escales do governo.

    Inexistncia de uma poltica de comrcio exterior que diferencie as importaes de instituies de cincia e tecnologia.

    A homogeneidade de tratamento que as boas e as ms instituies recebem injusta e trgica. Importar um insumo fundamental para um trabalho prioritrio , atualmente, tarefa de iniciativa unicamente nossa, inexistindo um apoio em nvel federal. Equipamentos e insumos cruciais a projetos de pesquisa, e que tm de ser importados, no chegam, ou chegam aps a concluso do perodo previsto para a realizao do projeto. Ressalta-se aqui a boa vontade do Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) e de suas agncias (FINEP, CNPq), que so to vtimas do desprezo, do despreparo e da mesquinhez de outros escales governamentais, quanto as instituies cientficas que querem ajudar.

    Ausncia de um Projeto Institucional que norteie, delimite e defina prioridades. Dificuldades (ora latentes, ora explcitas) para preservar tanto a autonomia de opinio

    quanto a liberdade na definio dos temas de pesquisa, numa Instituio que alm de acadmica tambm "de governo" e "de produo". Com a conseqente tendncia, sempre latente e intrnseca s caractersticas da Instituio, subordinao da atividade de pesquisa, tanto s formulaes governamentais do momento, quanto a um lgica de "resultados imediatos".

    Forte dependncia da Instituio de recursos financeiros externos, o que por vezes leva a uma tendncia de orientar as linhas de investigao muito mais por prioridades definidas por agncias de fomento do que pela prpria FIOCRUZ.

    Ausncia de critrios claramente definidos de avaliao das atividades de pesquisa que levem em considerao as especificidades das mltiplas reas envolvidas.

    Compartimentalizao e especializao crescente das reas de pesquisa. Tendncia a um fechamento de grupos de pesquisadores em si mesmos e a um desinteresse

    pelos temas alheios sua especialidade e pela busca de uma viso mais global do objeto comum de trabalho.

    Deficincia no funcionamento de mecanismos institucionais que promovam aproximao e intercmbio entre distintos grupos de pesquisadores, com grupos dedicados a outras atividades e com setores externos da FIOCRUZ.

    3 PROPOSIES

    Criar uma Coordenao Colegiada de Pesquisa para a FIOCRUZ, formada pelos coordenadores de pesquisa das unidades e vinculada Vice-Presidncia de Pesquisa.

    Criar e efetivar Coordenao de Pesquisas Colegiadas entre projetos afins, vinculados Vice-Presidncia de Pesquisa.

  • Definir em nvel do Regimento de cada unidade, sobre a necessidade de se constituir Coordenaes de Pesquisa entre projetos afins.

    Desenvolver atividades integradoras das diferentes reas de investigao que estimulem o aumento da informao recproca entre elas. Neste sentido, sugere-se a criao da "Semana Cientfica" da FIOCRUZ, com realizao peridica, definida como uma espcie de "SBPC interna", pela referncia s reunies anuais daquela Sociedade.

    Criar e desenvolver "Ncleos" e "Centros" multidisciplinares, integradores de reas diversas de investigao cientfica que exijam proximidade fsica e infra-estrutura comum.

    Priorizar negociaes institucionais (da FIOCRUZ como um todo) com as agncias de fomento, visando apresentar proposies articuladas de pesquisa que sigam as diretrizes gerais do Projeto Institucional sem tolher, ou de grupos especficos de pesquisadores, na busca de recursos financeiros.

    A FIOCRUZ deve aumentar sua dotao oramentria para a pesquisa e propor a criao de novos mecanismos administrativos para absorver e gerir recursos de iniciativa privada e agncias governamentais, propugnando pela extenso da Lei n 7505, de 02.07.88, s chamadas atividades de pesquisa.

    Realizar avaliaes peridicas de desempenho global das unidades, programas e projetos, atravs de comisses externas ou mistas, constitudas por especialistas independentes.

    Definir critrios de avaliao das atividades de pesquisa, com ateno para as especificidades de cada rea.

    Aperfeioar o relatrio anual dos trabalhos desenvolvidos na FIOCRUZ, envolvendo todas as suas atividades, inclusive as de pesquisa, com ampla divulgao interna e externa.

    Adotar uma poltica de modernizao de equipamentos para a pesquisa, em consonncia com o atual estado de evoluo do conhecimento.

    Melhorar a infra-estrutura de apoio pesquisa e de gerao de recursos diretamente arrecadados, sejam aqueles de carter geral (manuteno, compras, etc.) sejam os mais especficos, como setores de importao/exportao e de gesto cientfica e tecnolgica (negociao sobre patentes, intercmbio, compra e venda de tecnologia e produtos, etc.).

    Propugnar, junto ao governo federal, pela expanso do quadro de pesquisadores e de pessoal de apoio, de forma a enfrentar adequadamente as crescentes demandas na produo de conhecimento em sade.

    Reivindicar o estabelecimento de uma Poltica de Comrcio Exterior no pas, diferenciando as importaes de instituies de cincia e tecnologia.

    Estimular a continuidade e o desenvolvimento de pesquisa e estudo de tecnologia apropriada de saneamento, bem como o suporte logstico biomdico s tecnologias desenvolvidas.

    ENSINO

    1 DIRETRIZES

    1 Quanto Poltica Nacional de Sade

    O problema central com que nos defrontamos hoje nesta rea o de como responder, simultaneamente, s profundas e diversificadas carncias de quadros intelectuais, tcnicos e

  • polticos qualificados em diferentes nveis, para a concretizao da Reforma Sanitria, e ao desafio adicional de que estes quadros sejam no apenas competentes do ponto de vista estritamente tcnico em sua rea de atuao, mas que tenham tambm desenvolvidas suas capacidades de totalizao, reflexo e crtica, inclusive no que tange s prprias formulaes governamentais sobre o tema.

    Em outras palavras, no quadro atual da Poltica Nacional de Sade, necessrio aprimorar a capacidade tcnico-operacional do corpo discente do sistema de ensino da FIOCRUZ, sem perder a tradio totalizante, reflexiva, crtica, e de autonomia intelectual, que tem sido uma de nossas caractersticas mais caras, originais, frteis e importantes.

    Hoje, este duplo desafio torna-se ainda mais difcil, dada a crescente complexidade e extenso do objeto "sade" e os novos patamares de responsabilidade tcnica e poltica que vm sendo assumidos crescentemente pelos agressos do sistema de ensino da FIOCRUZ. Acrescenta-se, como problema adicional, as dimenses continentais do pas e a heterogeneidade de suas problemticas regionais.

    Por outro lado, os impasses e fracassos das prticas de atendimento ao processo de sade/doena so reconhecidos, atualmente, como questes que no mais podero ser negadas e/ou desconhecidas na investigao e no ensino em sade. As significativas taxas de evaso, abandono de tratamento, complicaes e mortes que vm ocorrendo, apontam para a urgncia de se alterar o atual paradigma que orienta a investigao e o ensino em sade pblica, nos campos de conhecimentos e/ou disciplinas.

    Frente a este quadro, nossas diretrizes para o Projeto Institucional da FIOCRUZ na rea de ensino so:

    Reviso dos contedos dos cursos do sistema de ensino da FIOCRUZ, visando ampliar sua multidisciplinaridade, mas sem perda da organicidade interna, com uma definio clara de objetivos, propsitos e impactos almejados.

    Desenvolvimento da capacidade tcnico-operacional dos egressos, nas mltiplas reas temticas com que lidamos hoje.

    Identificao e incorporao de novas temticas crticas aos cursos que hoje se encontram desatualizados.

    Descentralizao da atividade docente, com apoio ao reforo dos ncleos estaduais e regionais de formao de recursos humanos.

    Privilegiamento da permanncia em instituies prprias do sistema de ensino da FIOCRUZ, dos cursos de maior grau de complexidade temtica e maior poder multiplicador, ou seja, cursos de especializao em temas crticos e cursos de ps-graduao "Strictu Sensu" (voltados formao de docentes e pesquisadores), ressalvando, neste caso, o Politcnico da Sade, por possuir caractersticas peculiares.

    Desenvolvimento do ensino de nvel mdio e elementar orientado por uma formao politcnica, isto , formao que propicie ao educando a aquisio de conhecimentos tcnico-operacionais e de fundamentos cientficos e filosficos que orientem determinada tcnica.

    Recolocar a clnica e prtica de atendimento como objetos legtimos de investigao e conhecimento de grupos especficos, com suas problemticas, criando na FIOCRUZ um

  • espao pioneiro para a abertura de um novo campo, com o objetivo de diminuir o distanciamento criado entre as prticas dos profissionais de sade pblica e as dos profissionais clnicos.

    2 Quanto Poltica Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    Trata-se aqui de formar recursos humanos capazes de expandir, criativamente, o campo do conhecimento nas diferentes reas das cincias biomdicas bsicas, do desenvolvimento tecnolgico na produo de bens e de servios e na sade pblica/sade coletiva, de modo a ampliar a "massa crtica" necessria a maior autonomia do pas nos campos das cincias e da tecnologia.

    Neste sentido, uma Instituio como a FIOCRUZ deveria dar prioridade criao ou desenvolvimento de cursos e disciplinas voltadas s reas "de fronteira" do conhecimento e s novas tcnicas no campo da pesquisa e da produo de bens e servios.

    2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

    A complexidade crescente do objeto "sade", em funo do acelerado desenvolvimento do conhecimento nesta rea, dos novos patamares de responsabilidade poltica e tcnica dos egressos do sistema de ensino da FIOCRUZ, e do crescimento da abrangncia da noo de "direito sade" enquanto responsabilidade do Estado, desde s condies estabelecidas na 8 Conferncia Nacional de Sade, at os novos dispositivos constitucionais sobre a matria.

    A interdisciplinariedade crescente das questes da rea de ensino. Inadequao e/ou ausncia de decises e iniciativas por parte do poder pblico quanto

    formao de pessoal para o setor sade no Brasil. A extenso geogrfica do pas e a heterogeneidade de suas problemticas regionais. A desintegrao atual das atividades docentes da FIOCRUZ curso, departamento, unidade

    e reas temticas e os diferentes nveis hierrquicos dos cursos. A dissociao entre nossa atividade docente atual e as necessidades e demandas dos

    servios de sade e do desenvolvimento cientfico e tecnolgico. A dicotomia existente entre formao propedutica e profissionalizante, no ensino de

    tcnicos e auxiliares-tcnicos, bem como a grande informalidade na formao de recursos humanos de nvel mdio e elementar.

    3 PROPOSIES

    A Vice-Presidncia de Recursos Humanos deve se transformar em Vice-Presidncia de Ensino, sendo redefinidas suas atribuies e estruturas.

  • Criar, ou tornar efetivas, instncias de articulao da atividade docente, na forma de Coordenao de Ensino Colegiada em nvel de cada curso, unidade, rea temtica e da Fundao como um todo.

    Descentralizar a atividade docente, atravs do apoio a ncleos estaduais emergentes de formao de recursos humanos a includos aqueles vinculados aos centros regionais da FIOCRUZ com nfase aos cursos de menor complexidade temtica e nvel hierrquico no que diz respeito aos cursos de ps-graduao.

    Rever, de forma profunda, os contedos dos cursos atualmente oferecidos, ampliando a interdisciplinariedade e dando-lhes organicidade interna e clareza de resultados e impactos.

    Ampliar os campos de prtica, utilizando unidades prprias do SUDS e de outras instituies.

    Criar mecanismos de avaliao permanente dos cursos, verificando a sua qualidade, adequao a objetivos, impactos, etc.

    Identificar temas crticos no cobertos pela oferta docente atual da Fundao, tendo como parmetro as necessidades da Poltica Nacional de Sade e de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico.

    Aproveitar o potencial pedaggico-educacional das diversas atividades de trabalho existentes na FIOCRUZ, ou seja, propiciar por meio de cursos, disciplinas e estgios, o ensino do conhecimento tcnico e cientfico utilizado e produzido na Fundao. A exemplo disso, podemos mencionar a produo e desenvolvimento tecnolgico de bens imunobiolgicos, frmacos e medicamentos o controle de qualidade em sade e seu correspondente desenvolvimento tecnolgico, vigilncia sanitria, histria e preservao da memria em sade pblica e cincias biomdicas, arquitetura e projetos de laboratrios produo e manuteno de equipamentos para laboratrios, etc.

    Identificar e oferecer disciplinas de interesse comum a todos os setores, como por exemplo, filosofia da cincia, histria das cincias biomdicas e da sade pblica, etc.

    Divulgar, peridica e sistematicamente, o conjunto de disciplinas que compe cada um dos cursos de ps-graduao "Strictu Sensu", oferecidos pelas diversas unidades da FIOCRUZ, bem como a oferta do semestre letivo a iniciar-se, de modo que cada aluno, sob orientao adequada, mas independentemente de seu curso de origem, possa traar uma trajetria curricular prpria e mais acentuadamente multidisciplinar no sistema de ensino da Fundao.

    Participar, decisivamente, da redefinio e dinamizao dos processos de capacitao de quadros tcnicos especializados do pas.

    Contribuir na formao de profissionais das organizaes da sociedade civil em temas relativos sade pblica.

    No entendimento de ensino em seu sentido mais amplo, prope-se a criao de um programa de seminrios (atividades) interdisciplinares, coordenados pela Presidncia da FIOCRUZ, visando uma integrao horizontal entre as diversas unidades da Instituio.

    PRODUO E DESENVOLVIMENTO TECNOLGICO

  • 1 DIRETRIZES

    1 Quanto Poltica Nacional de Sade

    Em relao a esta atividade, cabe fazer distino entre a produo de imunobiolgicos, medicamentos e frmacos.

    O controle e a garantia de qualidade, inseridos nesse contexto, devem ser vistos na FIOCRUZ como um processo em desenvolvimento e consolidao, que dever estar integralmente associado a um Projeto de Desenvolvimento Tecnolgico Institucional.

    Quanto produo de imunobiolgicos ou mais especificamente, quanto produo de vacinas, uma vez que o quadro no que tange a reagentes distinto verifica-se um desinteresse momentneo das indstrias, tanto nacionais quanto estrangeiras, em atuar nesta rea. Apesar da persistncia de elevadas taxas de incidncia e prevalncia de doenas transmissveis e de sua alta prioridade social, esta questo no vem recebendo a ateno necessria, devido sua baixa rentabilidade econmica.

    Diante dessa realidade, esta produo vem se concentrando nos rgos oficiais, responsveis hoje pela maior parte do desenvolvimento de vacinas para uso humano. Entre eles, a FIOCRUZ ocupa um papel de relevo, tanto pela magnitude de sua participao no mercado, quanto pela capacitao tecnolgica j adquirida numa rea essencial para o controle e erradicao de doenas transmissveis.

    Portanto, cabe FIOCRUZ continuar investindo na modernizao e expanso da produo de imunobiolgicos em escala nacional, visando atender s necessidades de sade da populao e assim contribuir para a auto-suficincia nacional nesse setor. Alm disso, a FIOCRUZ vem respondendo a eventuais demandas internacionais.

    Quanto a esta questo, entende-se tambm que a produo industrial de vacinas e reagentes para diagnsticos fundamental, uma vez que possibilita a integrao entre pesquisa, desenvolvimento e produo.

    No que diz respeito produo de medicamentos a situao difere da anterior, pois existe um forte interesse de empresas privadas nacionais e estrangeiras em atender a este mercado de alta rentabilidade. Diante disso, a modernizao e expanso do parque produtor do setor pblico e privado nacional devem ser apoiados pela FIOCRUZ. Estes setores, apesar da falta de uma poltica consistente, participam hoje, de forma significativa, na produo da Relao Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME).

    Assim, cabe FIOCRUZ estimular a produo, em escala, dos medicamentos da RENAME, visando atender s necessidades bsicas da populao.

    Na rea de frmacos ou matrias-primas farmacuticas verifica-se, por sua vez, uma elevada dependncia tecnolgica e produtiva nacional. Deste modo, cabe FIOCRUZ concentrar seus incentivos nas atividades de pesquisa e desenvolvimento de frmacos essenciais, utilizando e

  • ampliando a competncia j disponvel nesta rea, e repassando as tecnologias desenvolvidas para o setor pblico e privado nacional.

    2 Quanto Poltica de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    A situao nacional nesta rea pode ser considerada como de atraso, tanto do ponto de vista cientfico quanto tecnolgico e industrial.

    As polticas governamentais, apesar da prioridade formalmente reconhecida, so insatisfatrias por falta de planos concretos, de mdio e longo prazos, que assegurem os investimentos necessrios para superar o atraso.

    O setor privado nacional, por sua vez, no tem condies de competir com as empresas multinacionais na pesquisa e desenvolvimento de produtos por seu elevado custo e risco numa rea que exige investimentos constantes para manter-se em atualizao. Este problema contribui, ainda mais, para aumentar a nossa dependncia tecnolgica e de insumos.

    Dentro deste quadro, a FIOCRUZ constitui-se numa Instituio estratgica para o desenvolvimento e difuso cientfico-tecnolgica no campo da sade, uma vez que congrega elementos essenciais ainda que insuficientes em pesquisa, na rea de biotecnologia, em produo de imunobiolgicos, medicamentos e frmacos. Diante disso, cabe ento Fundao concentrar recursos nesta rea, visando contribuir para a auto-suficincia de insumos e para o desenvolvimento cientfico-tecnolgico nacional.

    3 Quanto Autonomia Financeira

    A rea de produo, por sua natureza, particularmente importante na gerao de recursos que viabilizem financeiramente a FIOCRUZ. Para cumprir com esse papel adicional, as unidades de desenvolvimento e produo devem atender a requisitos de eficincia, qualidade, competitividade e retorno econmico.

    Como contrapartida, esta exigncia implica reconhecer que nestas unidades o processo de trabalho, e consequentemente sua organizao, so diferentes das demais unidades que compe a FIOCRUZ. Por isso, necessrio criar melhores condies para dot-las de uma estrutura organizacional e administrativa pessoal, compras, manuteno, etc. com grau elevado de autonomia e eficincia, garantindo a estas unidades de produo o retorno de uma parcela dos recursos por elas gerados. Tais medidas tm como objetivo assegurar sua modernizao tecnolgica, administrativa e operacional.

    2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

  • Falta de deciso poltica para cumprir diretrizes j existentes para os setores de pesquisa, desenvolvimento e produo, assim como a formulao de objetivos e estratgias de mdio e longo prazos.

    Insuficincia de recursos financeiros dado o volume do investimento necessrio que possibilitem viabilizar projetos alguns j propostos e atrair recursos humanos necessrios, oferecendo-lhes condies de trabalho e de salrios competitivos no mercado.

    Insuficincia de recursos humanos em quantidade e qualidade "massa crtica" de pesquisadores e tecnlogos para desenvolver adequadamente atividades pertinentes a esta rea de produo.

    Existncia de uma demanda concentrada quase que em um nico comprador: o setor pblico. Este, por sua vez, depende das disponibilidades oramentrias, o que dificulta a fixao de preos, comprometendo o retorno esperado.

    Isolamento entre as diversas unidades da FIOCRUZ, dificultando a integrao de esforos necessrios ao xito dos projetos.

    Centralizao de processos administrativos de manuteno, que no operam com a agilidade adequada ao processo produtivo caracterstico desta rea.

    3 PROPOSIES

    Criar a Vice-Presidncia de Produo e Desenvolvimento Tecnolgico, visando a articulao e o intercmbio entre as unidades que atuam nesta rea.

    Investir fortemente na modernizao e expanso da produo de imunobiolgicos. Estimular a produo, em escala, dos medicamentos da RENAME, em complementaridade

    rede oficial. Procurar captar recursos financeiros especficos, visando desenvolver o projeto de planta

    industrial para a produo de imunobiolgicos. Criar o Centro/Programa de Biotecnologia em Sade, integrando os Departamentos de

    Virologia, Imunobiologia, Bioqumica e Biologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz, com o Setor de Pesquisa e Desenvolvimento de Bio-Manguinhos.

    Criar o Centro/Programa de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Naturais, integrando departamentos e unidades da FIOCRUZ, e outras instituies interessadas, que desenvolvam atividades nesta rea.

    Fortalecer os ncleos de Pesquisa e Desenvolvimento de Bio-Manguinhos e Far-Manguinhos.

    Estabelecer relaes com instituies em geral, visando o desenvolvimento de projetos de pesquisa, desenvolvimento e produo para transferncia e absoro de tecnologia nas reas de frmacos, imunobiolgicos e produo industrial.

    Estabelecer programas ampliados de desenvolvimento tecnolgico, articulando as unidades da FIOCRUZ envolvidas com pesquisa e desenvolvimento, e produo industrial.

    Implantar, em Far-Manguinhos, uma unidade piloto, com o objetivo de desenvolver tecnologia de sntese e utiliz-la na produo de frmacos essenciais Poltica Nacional de Sade.

  • SERVIOS

    Servios Assistenciais

    1 DIRETRIZES

    1 Quanto Poltica Nacional de Sade

    Existem atualmente diretrizes gerais de poltica governamental bastante claras e explcitas quanto formulao e implementao das atividades assistenciais dos servios de sade.

    Estas diretrizes apontam para a idia-chave de descentralizao estadualizao ou municipalizao dos servios assistenciais federais e sua integrao ao SUA Sistema nico de Sade. Este processo j est em curso h algum tempo e vem passando por etapas intermedirias e estratgias, com a co-gesto e as Aes Integradas de Sade (AIS), estando atualmente na fase de implantao dos SUDS Sistema Unificado e Descentralizado de Sade.

    Portanto, a situao apresentada hoje nesta rea diz respeito necessidade de se enfrentar com seriedade a discusso da descentralizao, com a estadualizao ou municipalizao dos servios assistenciais, premissas fundamentais na implementacao da nova Poltica Nacional de Sade, em que a FIOCRUZ tem participao ativa e importante desde o incio de sua formulao.

    Frente a esta situao, no poderemos assumir a atitude de defender uma diretriz de poltica governamental para esta rea e, ao mesmo tempo, recusarmo-nos a pensar o destino das nossas unidades de servios ligadas assistncia.

    Paralelamente, e como parte desta reflexo, necessrio (re)pensar essas unidades da FIOCRUZ, segundo as suas especificidades e os seus respectivos projetos de desenvolvimento, vinculados ao Projeto Institucional mais amplo e ao processo de transformao setorial em curso.

    Atividade de ensino e/ou pesquisa de qualquer natureza devem estar presentes tambm, como pr-requisito de qualidade, nas unidades de excelncia da rede do prprio SUDS.

    Uma dada unidade assistencial constituir-se em Centro de Referncia (nacional, estadual ou regional) para qualquer atividade, no pressupe por definio sua localizao na rede prpria do sistema unificado e descentralizado.

    Por outro lado, esta questo muito mais complexa do que aparenta ser e no se resolve com o simples (re)arranjo organizacional. O que fazer com os hospitais universitrios nesse processo, por exemplo, ainda uma discusso polmica e sem soluo.

    Um argumento adicional, mas no menos importante, o fato de que a Reforma Tributria, j aprovada na Constituinte, aponta no sentido da diminuio da apropriao federal de arrecadao tributria com o correspondente aumento das parcelas destinadas a Estados e Municpios, acrescentando-se, no caso da sade, o repasse de recursos do INAMPS para as unidades da Federao.

  • Apesar do exposto acima, a continuidade da implementao do processo de descentralizao dos servios de sade constitui-se num procedimento complexo e necessariamente gradativo.

    A diretriz da FIOCRUZ quanto a esta questo no deve ser, portanto, nem a de opor-se ao processo de descentralizao em curso, nem a d e aceitar, de maneira irresponsvel, a transferncia de suas atuais unidades assistenciais para a rede do SUDS.

    Prope-se ento como diretriz, desenvolver um processo de discusso e reflexo que se materialize num conjunto de medidas concretas que viabilizem uma transio da situao atual para a situao futura, e que possam vir a representar uma contribuio da FIOCRUZ ao processo de implantao do SUDS.

    Sendo assim, no que se refere s unidades de servios ligados assistncia, a FIOCRUZ deve preservar como servios prprios aqueles em que o componente assistencial esteja planejado e estruturado em funo da pesquisa e da capacitao de recursos humanos. Estes devem ser relacionados s atividades de pesquisa bsica ou aplicada, aos agentes biolgicos responsveis por doenas, ou produo de imunobiolgicos, medicamentos e frmacos destinados respectivamente ao diagnstico, tratamento e controle das mesmas, entre outras.

    Quanto aos demais, necessrio (re)defini-los segundo os parmetros norteadores enunciados acima.

    2 Quanto Poltica Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    No tocante Poltica Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico necessrio prosseguir no esforo de formulao e desenvolvimento de modelos para a implementao da Reforma Sanitria, bem como para o acompanhamento e avaliao deste processo. Tal processo deve ser traduzido em atividades de pesquisa, nas vrias reas do conhecimento, buscando resolver questes ligadas organizao dos servios, aos mecanismos gerenciais e tcnicos-administrativos, relao com os usurios e sua participao nas decises inerentes a esta rea, ao efeito final das medidas propostas sobre a condies de assistncia e de sade da populao, e avaliao da eficincia e eficcia de procedimentos diagnsticos e teraputicos, entre outras questes.

    Estas atividades formam, no seu conjunto, uma rea em que a FIOCRUZ tem tradio e deve desenvolver sua capacitao para continuar atuando criativamente. Entretanto, isto nos remete a uma discusso que se situa nas fronteiras da atividade assistencial com outras atividades, especificamente ensino e pesquisa, tocando, portanto, na questo crtica da integrao. O reconhecimento da importncia destas atividades no interior de suas unidades assistenciais fundamental para a FIOCRUZ.

    Outra questo para a qual ainda no temos resposta, e onde h um papel a ser desempenhado pela FIOCRUZ, como integrar as unidades de servios ligados assistncia, que realizam atividades de ensino e pesquisa na rede de servios do SUDS, garantindo, por um lado, a qualidade e continuidade do trabalho que j vem sendo desenvolvido, e por outro, a efetiva construo do SUS.

  • 2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

    Dificuldades polticas, organizativas e tcnico-operacionais de vrias ordens para a implementao prtica das diretrizes de descentralizao.

    Dificuldades de integrao entre instituies com origens histricas, forma de organizao, tcnicas e prticas administrativas distintas.

    Outras Atividades de Prestao de Servios e Cooperao Tcnica

    Incluem-se aqui as seguintes: Controle de Qualidade em Sade; Controle de Doenas Transmissveis; Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas; Proteo Sade do Trabalhador e Ecologia Humana; Apoio ao Programa Nacional de Imunizaes, que envolvem hoje diversas unidades da FIOCRUZ.

    2 DIRETRIZES

    1 Quanto Poltica Nacional de Sade

    Prestao de Servios

    Existem reas crticas e estratgicas para a implementao e conduo da nova Poltica Nacional de Sade que exigem uma coordenao nica, tais como: a vigilncia epidemiolgica, sanitria, o controle ambiental, a qualidade dos insumos, distribuio de imunobiolgicos e o controle de doenas transmissveis. Atualmente, a FIOCRUZ j sede de alguns Centros de Referncia Nacional e Internacional na rea da sade.

    Assim, o Projeto Institucional da FIOCRUZ deve apontar na direo de no apenas manter as atividades que ora executamos nestas reas, mas tambm de (re)defini-las segundo os critrios da necessria integrao entre as vrias unidades e/ou setores ou subunidades que nelas atuam.

    Nessa expectativa, tendo em vista a necessidade do contnuo aperfeioamento da Poltica Nacional de Controle de Qualidade de Insumos na rea da sade e o papel que ora desempenha a Fundao neste campo, importante buscar o incremento de sua participao na formulao e execuo desta poltica.

    As unidades e laboratrios que prestam servios como controle de qualidade de drogas, alimentos, sangue, toxicologia, vigilncia epidemiolgica de doenas infecciosas e parasitrias, e outros, devero integrar-se em redes de mbito nacional, constituindo-se, sempre que possvel, em Centros de Referncia. Esta condio implica no apenas a prestao de servios de maior complexidade, como tambm no estabelecimento de normas de padres de qualidade e apoio aos demais

  • integrantes da rede, atravs de assessoria e capacitao de recursos humanos. Na FIOCRUZ, estes servios devem articular-se funcionalmente para melhor aproveitamento da capacidade instalada e potencializao do relacionamento com Estados e Municpios.

    A atuao da FIOCRUZ como Laboratrio de Controle de Qualidade de Insumos de interesse Sade Pblica vem, gradativamente, criando condies para assumir, atravs do INCQS, o papel de Laboratrio de Referncia do Ministrio da Sade.

    As condies vm sendo estabelecidas atravs de:

    a. desenvolvimento e normalizao de metodologia e padres analticos; b. implantao e coordenao de programas de garantia de qualidade; c. avaliao tcnico-operacional de laboratrio de controle de qualidade para a formao de rede nacional d. formao de recursos humanos.

    O intercmbio e a cooperao mtuos com outras instituies nacionais e internacionais de pesquisa, produo, controle de qualidade, alm de entidades financiadoras, oferecem subsdios para fomentar as condies supra citadas.

    A FIOCRUZ est apta a contribuir na rea de vigilncia sanitria com duas das propostas formuladas na 8 Conferncia Nacional de Sade (CNS) e incorporadas ao processo da Reforma Sanitria: assegurar a qualidade dos produtos consumidos pela populao e a descentralizao desses servios de sade, como coordenadora da Rede Nacional de Laboratrios de Controle de Qualidade.

    Quanto vigilncia epidemiolgica, a atuao da FIOCRUZ como referncia nacional no controle de doenas infecciosas e parasitrias inegvel, devendo, entretanto, ser ampliado o seu papel como Centro de Referncia Nacional para a Rede de Laboratrios de Doenas Infecciosas e Parasitrias.

    No que tange sade do trabalhador e ecologia humana, a FIOCRUZ vem desenvolvendo um trabalho, visando implantar, em nvel nacional, uma rede de laboratrios de toxicologia intercalibrados e referenciados, com capacidade para analisar toxicologicamente material biolgico, em carter de emergncia ou ambulatorial, e tambm apreciar as atividades dos programas de ateno sade do trabalhador e outros de preveno e controle das intoxicaes por substncias qumicas.

    Cooperao Tcnico-Cientfica, Consultorias e Assessorias

    Diversas atividades finalsticas da FIOCRUZ, e ainda algumas das reas meio, se constituem em referncia nacional, e por vezes internacional, em funo do nvel de especializao alcanado e da consolidao e permanente desenvolvimento cientfico de especficos objetos de trabalho de polticas de sade tecnologia de equipamentos, organizao de servios de sade, etc. Esta

  • qualificao tem habilitado historicamente a FIOCRUZ, atravs de suas vrias unidades e inmeros setores, a realizar atividades de prestao de servios qualificados como de cooperao tcnica (assessorias/consultorias) em praticamente todos os Estados da Federao e mesmo em diversos pases. No entanto, tais atividades poucas vezes possuem carter institucional tanto quanto da solicitao (cliente), quanto na prestao de servio (profissional da FIOCRUZ).

    A cooperao tcnica na FIOCRUZ necessita, portanto, enquadrar-se nas diretrizes e prioridades definidas no mbito da Reforma Sanitria e do Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico, assumindo mais um papel de interface da FIOCRUZ com as demais instituies, secretarias, universidades, institutos de pesquisa, etc.

    Desse modo, devem ser identificadas as potencialidades da prestao de servios em cooperao tcnica existentes na FIOCRUZ, as possibilidades de articulao tcnica com os Estados da Federao (Secretaria de Sade SUDS), e como tais atividades permitiro retorno e desenvolvimento das diversas rea de atuao ensino, pesquisa e prestao de servios. A consolidao da rea de cooperao tcnica na FIOCRUZ permitir ainda o surgimento de mais uma opo para captao de recursos financeiros, fortalecendo a autonomia relativa da Instituio.

    H necessidade, portanto, da definio de uma Poltica Institucional de Cooperao Tcnica, com identificao de prioridades e alocao de recursos especficos nesta rea, que dever ser formulada conjuntamente definio das polticas de ensino e pesquisa, e norteada pelo desenvolvimento cientifico-tecnolgico e pela Reforma Sanitria.

    Servios de Apoio Tcnico-Cientfico

    A FIOCRUZ tem implementado uma poltica de criao e fortalecimento de servios de apoio s suas atividades internas e externas. Entretanto, necessrio aprimorar as atividades de captar, reconhecer, processar, armazenar, integrar, analisar e publicar os dados cientficos e tecnolgicos da Fundao, atravs de um Sistema de Gerenciamento da Informao Cientfica mais gil e eficiente, assim como aquelas referentes oferta destes servios sociedade.

    2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

    Ausncia de um Plano Nacional de Desenvolvimento de Laboratrio em Sade, o que gera a existncia de projetos isolados tanto nas instituies, que deveriam atuar como Centros de Referncia do Sistema, como nos Estados e Municpios.

    Deficincia de condies materiais e de recursos humanos capacitados para assumir, em nvel estadual, regional e local, as aes na base dos sistema.

    Dificuldades de articulao interna entre os diversos setores ou unidades da FIOCRUZ, o que impede o aproveitamento das potencialidades de atuao da Instituio nesta rea.

  • 3 PROPOSIES

    Criao de uma comisso integrada por representantes das diversas reas de atuao da FIOCRUZ, responsvel por conduzir o processo de discusso proposto: (re)pensar as unidades de servios ligadas assistncia segundo as suas especificidades e seus respectivos projetos de desenvolvimento, vinculados ao projeto institucional mais amplo e ao processo de transformao setorial em curso.

    Criao de formas de discusso com propsito de interao FIOCRUZ/SUDS, visando potencializar as aes nas reas de atuao da FIOCRUZ e na sua interface com os servios do SUDS.

    Fortalecimento das atividades de pesquisa e formao de recursos humanos nestas unidades. Elaborao de um programa integrador dos diversos setores e unidades da FIOCRUZ que

    atuam na rea de laboratrios de referncia em sade. Participao da FIOCRUZ no desenvolvimento de um Programa Nacional de Vigilncia

    Epidemiolgica. Capacitao dos laboratrios de referncia da FIOCRUZ para desenvolver as seguintes

    atividades: Pesquisa e desenvolvimento de metodologia analtica na rea de sade; Formao de recursos humanos; Participao da definio da Poltica Nacional de Sade; Avaliao tcnica dos laboratrios integrantes da rede nacional; Coordenao da Rede Nacional de Laboratrios de Controle da Qualidade em Sade

    (INCQS) e Toxicologia (CESTEH). Capacitao do INCQS para o credenciamento e atualizao tcnico-operacional dos

    laboratrios pertencentes Rede de Controle de Qualidade de Insumos. Centralizao no INCQS dos dados referentes aos programas de vigilncia sanitria,

    realizados pelos laboratrios associados ao INCQS, e legislao respectiva, de modo a possibilitar um panorama da situao nacional da qualidade dos produtos na rea de sade, que permita subsidiar a formulao das diretrizes da Poltica Nacional de Vigilncia Sanitria.

    Publicao de manuais tcnicos para toda a rea de servios da FIOCRUZ. Incorporao dos temas referidos vigilncia sanitria, vigilncia epidemiolgica, controle

    de qualidade e outros afins, aos cursos oferecidos pelo sistema de ensino da FIOCRUZ. Definio de uma poltica institucional de cooperao tcnica, com identificao de

    prioridade e alocao de recursos especficos nesta rea. Elaborao de um programa integrador das diversas reas da FIOCRUZ prestadoras de

    servios de cooperao tcnica, consolidando a Instituio como um rgo de excelncia em cooperao tcnica em sade.

    Criao de mecanismos para formalizar e disciplinar a prestao de servios entre a FIOCRUZ e outras instituies ou demais usurios (convnios, protocolos de cooperao tcnica, projetos, etc.).

    Estabelecimento de formas de remunerao dos servios prestados pela FIOCRUZ a outras instituies, com preos diferenciados para instituies pblicas, organizaes da sociedade civil e organizaes empresariais.

    Criao do Programa Nacional Integrado de Txico-Farmacologia na FIOCRUZ, que passa a substituir a denominao anterior de Sistema Nacional de Informaes Txico-

  • Farmacolgicas. A coordenao do programa ser composta pelas unidades da FIOCRUZ voltadas a este campo.

    Implementao e normatizao do sistema de bibliotecas, constitudo pelas Bibliotecas de Manguinhos, Biblioteca Lincoln de Freitas Filho (ENSP), Biblioteca do Instituto Fernandes Figueira, vinculando os Centros de Apoio Documental da FIOCRUZ a uma das bibliotecas do sistema.

    Identificar, gerenciar e difundir bases de dados de interesse institucional nas reas de sade, cincia e tecnologia.

    Criar logo aps o encerramento do Congresso, um frum composto por todos os setores que trabalham com o objeto informao, visando traar as diretrizes para a definio de uma Poltica de Informao para a FIOCRUZ.

    Criao de um Conselho de Planejamento para rea de informtica da FIOCRUZ, ligado SIC.

    Definio da Poltica de Informtica em Cincia e Tecnologia da FIOCRUZ, atravs do mencionado Conselho, em conjunto com a SUPLAN e a Presidncia.

    Realizao de esforos no sentido de reverter a situao criada pela recente Portaria Ministerial, que subordina as compras de material de computao a uma prvia autorizao emanada de Braslia, o que tem provocado longos atrasos no processo de compra de hardware e software.

    Criao de um Sistema Integrado de Arquivo na FIOCRUZ, a ser coordenado pela SAG, assessorada por um conselho composto por representantes de todas as unidades e superintendncia, e supervisionado pela Casa de Oswaldo Cruz, principalmente no que diz respeito definio e aplicao das rotinas de seleo, descarte e recolhimento de documentao em carter administrativo ou finalstico, destinada guarda permanente. Atravs de seu Departamento de Arquivo e Documentao Histrica, a Casa de Oswaldo Cruz se responsabilizar pela guarda, preservao, tratamento tcnico e divulgao da documentao de carter histrico de diferentes tipos e suportes (documentos textuais, audio-visual, fotogrfico, etc.) produzida e/ou acumulada pela FIOCRUZ.

    Reafirmar o compromisso de restaurar e preservar os prdios histricos da FIOCRUZ, valorizando a sua utilizao.

    Garantir a preservao do acervo museolgico da FIOCRUZ e das colees cientficas de carter histrico.

    No que diz respeito promoo cultural, a atuao da FIOCRUZ neste campo dever traduzir uma nova viso de utilizao do seu patrimnio artstico e ambiental, com uma programao anual que atenda s expectativas da comunidade da Instituio, assim como de moradores, movimentos culturais e comunitrios, escolas e grupos dos arredores.

    Criar um Ncleo de Apoio a eventos tcnico-cientficos da FIOCRUZ, vinculado SIC, para dar suporte tcnico e apoio logstico aos organizadores de congressos e outros eventos.

    RECURSOS HUMANOS

  • 1 DIRETRIZES

    A FIOCRUZ uma instituio que tem o seu processo de trabalho e produo fundamentalmente dependente de recursos humanos. Apesar da modernizao tecnolgica e da utilizao de novas instalaes, os vrios objetos de trabalho, produtos meios e finalsticos da FIOCRUZ, no deixaro de ser fortemente dependentes da qualificao e nvel de adeso/compromisso do seu quadro de recursos humanos.

    Historicamente, nem sempre houve adequado desenvolvimento de uma poltica de recursos humanos em consonncia com os objetivos institucionais, facilitando o comprometimento de propsitos e metas pr-definidas, ainda que no exclusivamente dependentes de recursos humanos. As distores, eventualmente geradas, possuem repercusses, ao longo do tempo, dada as caractersticas particulares dos recursos humanos no setor pblico ou estatal, que quando no so objeto de uma adequada poltica de desenvolvimento (seja no campo de aperfeioamento profissional ou na recompensa salarial/benefcios), podem levar a estagnao da Instituio como um todo ou mesmo em reas especficas.

    O desenvolvimento da FIOCRUZ deve ser sinnimo do desenvolvimento de seus recursos humanos e vice-versa. Diagnosticar problemas de produtividade, de qualidade e oportunidade de produo, de infra-estrutura, etc., diagnosticar, no nosso caso, ausncia ou irrelevncia de uma poltica adequada de recursos humanos, no que concerne ao desenvolvimento e administrao de pessoal, incluindo a a recompensa salarial, de benefcios, alm da participao nos objetivos e nos resultados positivos da Instituio.

    Nesse contexto, o propsito de desenvolvimento de recursos humanos da Instituio se confunde; ele deve ter prioridade associada, e em mesmo nvel, s suas diversas reas finalsticas. Portanto, a diretriz bsica desta rea diz respeito formulao e aplicao de recursos humanos que possibilite o seu permanente desenvolvimento e nvel de adeso ao Projeto Institucional. Esta poltica significa a prtica de uma administrao de pessoal moderna e democrtica, desde o ingresso no quadro at critrios justos e transparentes de progresso funcional/salarial.

    A definio de um Plano de Cargos e Salrios deve ser ajustada e subordinada aos propsitos institucionais. Os benefcios e vantagens devem ser efetivos instrumentos de valorizao do profissional e da empresa. Um plano de formao e desenvolvimento de pessoal deve ser concebido, associado s definies das prioridades da Instituio, ressalvando-se a permanente avaliao de competncia e produtividade, com critrio fundamental para estmulos, benefcios e vantagens diferenciadas.

    2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

    Insuficincia de propostas e aes sistematizadas de valorizao e qualificao dos recursos humanos da FIOCRUZ.

    Convivncia do quadro permanente de pessoal com um quadro temporrio vinculado a projetos, com atribuies nem sempre claras, mas sim superpostas em vrias reas de atuao da Instituio.

  • Inadequao e defasagem do atual Plano de Cargos e Salrios realidade da FIOCRUZ. Insuficincia de uma Poltica Salarial e de Benefcios que valorize o profissional e eleve o

    nvel de compromisso/adeso deste para com a Instituio. Insuficincia de mecanismos e critrios eficazes e transparentes de acompanhamento e

    avaliao do desempenho profissional nos diversos nveis e em suas vrias especificidades.

    3 PROPOSIES

    Criar um Conselho de Poltica de Desenvolvimento de Recursos Humanos, vinculado Presidncia da FIOCRUZ, com carter institucional e representativo dos funcionrios das diversas reas.

    Elaborar um Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos, sob a responsabilidade do Conselho acima mencionado, em consonncia com as formulaes estabelecidas no Projeto Institucional, atendendo s prioridades e especificidades das grandes reas de atuao da FIOCRUZ.

    Acompanhar o gerenciamento das aes de administrao de recursos humanos, assegurando que as mesmas reflitam as polticas definidas, que sejam transparentes e garantam a participao dos empregados.

    Desenvolver um Banco de Dados informatizado que possibilite um adequado acompanhamento do perfil profissional dos funcionrios da FIOCRUZ, e seu nvel de especializao/desenvolvimento, utilizado como instrumento de gerncia de recursos humanos.

    Adequar o atual processo de elaborao do Plano de Cargos e Salrios ao Projeto Institucional, produto deste I Congresso, aos funcionrios vinculados a projetos (pagos com outros recursos que no sejam do Tesouro), de modo que estes possam usufruir de benefcios e vantagens, tais como, progresso funcional e salarial. Isto dever ocorrer mediante critrios especficos de avaliao, levando-se em conta a disponibilidade dos recursos de cada projeto.

    A FIOCRUZ, atravs de seus servios prprios de sade, dever avaliar a cada dois meses a situao dos empregados afastados por razes de ordem mdica, emitindo laudo da situao, parecer tcnico e recomendao de medidas a serem tomada, visando a situao do empregado e as responsabilidades da Instituio.

    Criar um mecanismo de avaliao permanente de desempenho e mrito tcnico-cientfico, utilizando critrios transparentes, e universalmente aceitos, como base fundamental para as promoes e incentivos concedidos ao pessoal da FIOCRUZ.

    Instituir o Ano Sabtico, mecanismo que possibilita ao funcionrio pleitear, a cada seis anos de servio, licena com remunerao durante um ano, para desenvolver projeto previamente definido e de carter relevante s reas de atuao da FIOCRUZ. A aprovao dos pedidos de licena dever passar pelos fruns apropriados das respectivas unidades tcnicas, pelos colegiados das vice-presidncias envolvidas e pelo Conselho de Poltica e Desenvolvimento de Recursos Humanos.

    Estimular a atualizao permanente dos funcionrios, oferecendo condies para sua participao em congressos, seminrios, cursos, viagens, estgios de observao, etc.; o intercmbio com outras instituies acadmicas; acessibilidade bibliografia atualizada,

  • atravs de bibliotecas e outros mtodos modernos de informao tcnico-cientfica; e a realizao de trabalhos e publicaes.

    Adotar o sistema de dedicao exclusiva opcional, atribudo aps avaliao dos colegiados das respectivas unidades quanto a pertinncia e relevncia dos pedidos individuais para o desenvolvimento do Projeto Institucional da FIOCRUZ. Nesse sentido, devero ser feitas gestes junto ao Governo Federal, para possibilitar o pagamento de adicional por dedicao exclusiva.

    O ingresso de pessoal no quadro permanente de funcionrios da FIOCRUZ ser feito atravs de processo pblico de seleo.

    Desenvolver, junto ao pessoal que desempenha atividades meio (tanto na administrao central quanto nas unidades), processos de formao e informao relativas aos contedos das atividades fim respectivas.

    REA MEIO

    1 DIRETRIZES

    Ao longo desses ltimos anos, a FIOCRUZ expandiu fortemente suas atividades fim, atravs da assinatura de inmeros convnios que levaram criao de novas reas de trabalho e ampliao das j existentes.

    Este crescimento, transcorrido em curto espao de tempo, produziu um aumento inusitado de solicitaes s reas meio, que se viram sem condies de atender demandas cm a celeridade requerida, por inadequao organizacional e carncia de recursos humanos e materiais.

    Para superar tal defasagem, foram criadas novas instncias administrativas Prefeitura do Campus e Superintendncia de Informao Cientfica (SIC) e reestruturou-se a Superintendncia de Administrao Geral (SAG), procedendo esta ltima, entre outras decises, a descentralizao da execuo oramentria para as unidades e a informatizao dos processos administrativos, visando superar o atraso tecnolgico neste campo e aumentar a velocidade de respostas.

    Apesar das reformas mencionadas, as reas meio mais especificamente a SAG e a Prefeitura continuam com dificuldade no atendimento s demandas, constituindo-se com isso em setores crticos, colocando em risco o desenvolvimento das reas fim da FIOCRUZ.

    Cabe destacar, no entanto, que a administrao de qualquer instituio pblica, ela natureza burocrtica de sua atuao funcionando com base na legislao, normas administrativas, rotinas, etc. e pela ideologia e prtica que derivam desta natureza, uma rea de reestruturao difcil, requerendo um perodo de tempo relativamente prolongado e a formulao de estratgias especficas, para adequar-se s transformaes que ocorrem em outros setores da organizao. Isto, associado a outros fatores, como o nvel de complexidade das unidades, nos leva a discutir a melhor forma de viabilizar a descentralizao dos processos administrativos.

  • Deve-se reconhecer que a discusso sobre as atividades meio e, em particular, sobre a estrutura desejada para a administrao central e suas relaes com os setores administrativos das unidades fim, foi objeto de discusso at aqui insuficiente.

    Diante dessa realidade, prope-se a mudana de postura da Instituio em relao s reas meio, com o reconhecimento de sua importncia para a consecuo dos objetivos das reas finalsticas.

    A partir desta mudana, necessrio obter recursos financeiros para atender carncias especficas desta rea, de forma harmoniosa, proporcional e integrada com as necessidades das demais unidades. Entretanto, pontos de estrangulamentos j identificados devem ser abordados de imediato, sob pena de se aumentar o hiato hoje existente entre as reas fim e meio.

    Para tanto, tm que ser definidas, em metas e linhas de ao, as proposies aprovadas neste I Congresso. O planejamento dessas linhas de ao deve ser amplamente discutido pela comunidade e acompanhado pela democratizao da informao sobre seus objetivos, de maneira que se amplie o controle social destas atividades.

    O correto dimensionamento e a compreenso do papel da rea meio deve-se dar em funo de um perfil institucional claro, com prioridades de ao bem definidas. Porm, a reformulao desta rea no deve esperar a completa definio deste projeto, devendo ser processado simultaneamente.

    Propor tal processo como busca de resultados mais profundos e estruturais a mdio prazo (uma vez que sua durao no pode deixar de ser relativamente prolongada, principalmente se garantidos os requisitos de democracia e de reflexo apontados acima) no deve implicar, no entanto, em paralisia a curto prazo. Isso quer dizer no s que as atividades meio devem continuar buscando solues para os problemas administrativos j identificados e vividos, s vezes de forma dura, por todos ns no cotidiano mas tambm que desde j, devem iniciar um processo de reflexo e discusso interna sobre medidas de maior amplitude, profundidade, flego e prazos de maturao.

    Como diretrizes gerais, acreditamos que a soluo estrutural dos problemas apresentados pelas reas meio da FIOCRUZ passa pelo aprofundamento da reforma organizacional, pela adequao qualitativa e quantitativa dos recursos humanos envolvidos e pelo investimento em sua transformao tecnolgica e na base material, com vistas a atender s demandas atuais e futuras.

    Deve-se, portanto, realizar os investimentos necessrios para que as reas meio tanto na administrao central como nas unidades tenham condies para, de imediato, corrigir as distores mais gritantes e, a mdio prazo, dar respostas realmente eficientes s demandas.

    2 PROBLEMAS IDENTIFICADOS

    Indefinio, at hoje, de um Projeto Institucional e de um Plano Diretor que d as diretrizes adequadas para a organizao e formas de atuao das reas meio.

    Ausncia de uma poltica criteriosa que garanta o treinamento e aperfeioamento dos profissionais e tcnicos ligados a estas reas.

  • Restries para a contratao e/ou substituio de pessoal, que impedem o aumento e a renovao dos quadros existentes.

    Dificuldades no relacionamento com as unidades fim, geradas pela falta de respostas oportunas s demandas destas ltimas e por falta de um frum adequado.

    Inexistncia de definio de prioridades e de programao conjunta de necessidade com as reas fim, sobretudo no que diz respeito a compras, obras e manuteno.

    Problemas mais agudos na Prefeitura de organizao, espao fsico, infra-estrutura material, adequao tecnolgica e recursos humanos.

    Falta de treinamento e de compreenso do processo de informatizao por parte do pessoal que deveria estar envolvido em sua operao.

    Falta de condies, em algumas unidades em funo dos diferentes estgios de desenvolvimento administrativo de absorver adequadamente as atividades j descentralizadas.

    Nos relatrios das unidades, destacam-se como problemas que dificultam a operao, a centralizao de processos e a inoperncia de alguns setores-chaves da SAG (compras, comunicao, tesouraria, com nfase s importaes de equipamentos e material de consumo) e da Prefeitura (manuteno, recuperao de equipamentos e obras).

    3 - PROPOSIES

    Estabelecer, ps-Congresso, um processo amplo de discusso para reforma administrativa na FIOCRUZ, com nfase definio de uma Poltica de Recursos Humanos.

    Identificar, desde j, os pontos mais crticos das reas meio e adotar as decises necessrias para corrigir as distores no menor prazo possvel.

    Constituir um Fundo de Desenvolvimento para as reas meio, destinando, para tanto, uma parcela dos recursos de outras fontes, alm da criao de um Centro de Custos.

    Estabelecer uma assessoria das reas meio, na elaborao dos itens de oramento das unidades que envolvam a aquisio de equipamentos, manuteno, obras, servios e administrao, bem como incluir nos oramentos das unidades, recursos que sero destinados manuteno, obras e servios.

    Incluir nos projetos, sempre que possvel, uma taxa de administrao que contemple os servios administrativos, infra-estrutura fsica e manuteno.

    Aprofundar o processo de informatizao, desenvolvendo sistemas especficos, identificando bases de dados de interesse institucional, racionalizando a aquisio e distribuio de softwares e promovendo o treinamento e consultoria em micro-informtica nas diversas unidades da FIOCRUZ.

    Desenvolver um programa de capacitao dos quadros atuais, visando a sua qualificao profissional e tcnica, alm de processos de formao e informao junto ao pessoal que desempenha atividades meio tanto na administrao central quanto nas unidades relativos aos contedos das atividades fim especficas.

    Descentralizar criteriosamente, resguardando as normas legais e administrativas, aqueles processos que diminuem os trmites burocrticos e aumentem a velocidade de respostas s necessidades, mantendo o estreito inter-relacionamento com a administrao central.

  • Desenvolver novas reas, ou ampliar as j existentes, para atender s solicitaes no tradicionais, que tm aumentado ou tendem a aumentar no futuro, como por exemplo, gerncia de vendas, importao, exportao, etc.

    Consolidar a rea de gesto tecnolgica como campo de atuao prioritrio para o desenvolvimento institucional, integrando com esta finalidade as diferentes instncias de atuao da FIOCRUZ com atribuies nesta rea.

    Definir critrios e mecanismos claros e adequados para avaliao desta rea. Implementar um processo gerencial participativo, com o fortalecimento de mecanismos

    coletivos existentes (como o Conselho de Administrao da SAG) e a criao de outros, envolvendo os demais setores da rea meio.

    Criar a Prefeitura da FIOCRUZ, responsvel pela manuteno geral da Instituio. Organizar um espao fsico unificado para os diversos setores de atividades da Prefeitura,

    visando melhorar sua atuao. Definir um frum adequado para a discusso de questes relativas ao planejamento da infra-

    estrutura de manuteno, obras e servios, tendo a Prefeitura um papel de assessoramento tcnico em questes relativas s estratgias de desenvolvimento fsico da FIOCRUZ.

    Organizar um Centro de Estudos Interdisciplinar de Desenho Aplicada a Edificaes e Equipamentos para a Sade, incentivando o desenvolvimento de tecnologia, de manuteno e de projetos que levem em considerao a preservao da sade dos trabalhadores e dos usurios dos produtos, particularmente em relao biosegurana.

    Formar um Ncleo de Desenvolvimento Tecnolgico da FIOCRUZ, onde a Prefeitura tenha representantes nas reas de engenharia, arquitetura e desenho industrial.

    Unificar o Parque Grfico da Fundao Oswaldo Cruz, que ser responsvel pela infra-estrutura de composio, fotolitos e impresso de publicaes da FIOCRUZ, no mbito da Superintendncia de Informao Cientfica (SIC).

    RESOLUO E MOES

    RESOLUO

    O 1 Congresso da Fundao Oswaldo Cruz declara-se em processo de mobilizao permanente do perodo de tramitao do Estatuto proposto at sua aprovao, podendo sua plenria ser convocada a qualquer tempo pelo Presidente da FIOCRUZ, para examinar questes consideradas pertinentes.

    MOES

    A Assemblia dos delegados eleitos das unidades da Fundao Oswaldo Cruz, reunida no I Congresso da FIOCRUZ, encaminha ao Sr. Ministro da Sade, Dr. Luiz Carlos Borges da Silveira, o firme apelo de que seja reiterado junto Presidncia da Repblica a necessidade, premente, de soluo para a crise de insuficincia quantitativa de pessoal por que passa esta Instituio.

  • O atendimento a esta questo evitar que a grave carncia de recursos humanos conduza a FIOCRUZ a estagnao e ao retrocesso em diversas reas, no momento em que diretrizes renovadoras e construtivas emanam do presente Congresso.

    Considerando o brilho, a competncia, a lisura e a simpatia com que secretariou e conduziu a mesa, a Plenria do 1 Congresso da Fundao aprova uma moo de louvor e reconhecimento ao Dr. Paulo Gadelha.

    Rio de Janeiro, 29 de julho de 1988