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N i Câmara Sociedade de Advogados Rua Ramon Penharrúbla, 130 - 17* andar Coo: 01 23 O • Paraíso • San Paulo - SP Tel: 3283- 28 • Fax: 3171-0105 maraadecorn EXMO. SR . DR JUIZ DA MM' VARA DO TRAB HO 1 E SÃO PAULO. fls. 2 INÁCIA LEITE DA SILVA, brasileira, solteira, nascida em 10/04/57, filha de Maria José Nazario da Silva, inscrita no CPF sob o n° 289.757.744-49, RG- 16.687.298-7, residente e domiciliada em São Paulo na Rua Casinha Pequenina n° 6- Guaianases- Cep- 08421-440, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente, ajuizar a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA contra a FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ( CNPJ- 46.379.400/0001-50) que deverá ser citada através de seu Procurador-Chefe, por Oficial de Justiça, nesta Capital na Rua Pamplona n° 227- Jardim Paulista- Cep- 01405-902, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: DOS FATOS 01- A Autora ingressou aos serviços da Reclamada em 21/06/89, conforme anotação em sua Carteira Profissional ( doc. incluso), onde exerce a função de Aixiliar de Serviços, lotada na Secretaria da Saúde,

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EXMO. SR. DR JUIZ DA MM' VARA DO TRAB HO 1 E SÃO PAULO.

fls. 2

INÁCIA LEITE DA SILVA, brasileira, solteira, nascida em 10/04/57, filha de Maria José Nazario da Silva, inscrita no CPF sob o n° 289.757.744-49, RG- 16.687.298-7, residente e domiciliada em São Paulo na Rua Casinha Pequenina n° 6- Guaianases- Cep- 08421-440, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente, ajuizar a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA contra a FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ( CNPJ- 46.379.400/0001-50) que deverá ser citada através de seu Procurador-Chefe, por Oficial de Justiça, nesta Capital na Rua Pamplona n° 227- Jardim Paulista- Cep- 01405-902, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS

01- A Autora ingressou aos serviços da Reclamada em 21/06/89, conforme anotação em sua Carteira Profissional ( doc. incluso), onde exerce a função de Aixiliar de Serviços, lotada na Secretaria da Saúde,

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percebendo a remuneração mensal de R$ 945,50, incluso em sua remuneração verbas de natureza permanente, tais como, gratificações, prêmio incentivo, adicional por tempo de serviço ( 3 qiiinquênios), conforme demonstrativo de pagamento incluso.

DO DIREITO

02- A Autora, como servidora celetista do Estado está sujeita as regras comuns dos diversos regimes vigente na Administração Pública, como no caso específico a regra Constitucional Estadual inserta na disposição do artigo 129 In verbis:

Art. 129 da Constituição Estadual.

" Ao servidor estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço concedido no mínimo por gilinquinio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, eme se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no artigo 11S.XVI desta Constituição"

03- A Autora iniciou sua função na Administração Pública Estadual em 21/06/86 ( doc. incluso), tendo portanto mais de 20 anos de efetivo exercício público com direito ao percebimento do adicional da sexta-parte sobre os seus vencimentos integrais, tudo de conformidade com o artigo supra citado, pleiteando, portanto na presente exordial que o pagamento de tal vantagem incida sobre a sua remuneração, ou seja, sobre o salário base

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acrescido de outras vantagens, tais como gratificações, adicioí l de insalubridade, prêmio incentivo e adicional por tempo de serviçosvisto que todas essas vantagens são permanentes e integrativas de sua remuneração, conforme Uniformização Jurisprudencial n° 191485-1/6-03 do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo ( doc. incluso) e de acordo com o artigo 457 1° da Consolidação das Leis do Trabalho.

4- O artigo 129 da Constituição do Estado de São Paulo determina que o pagamento da sexta-parte seja feito sobre os vencimentos integrais, empregando a palavra vencimento no plural compreendendo, desta maneira, como vencimentos, o padrão ou salário base do servidor acrescido de todas as vantagens pecuniárias que percebe.

5- Por outro lado, a Súmula n° 04 do TRT da 2° Região pacificou o postulado pela Autora ( doc. incluso) no sentido de que a lei ao conceder a sexta-parte aos servidores públicos com mais de 20 anos de efetivo exercício público, não faz distinção quando ao regime jurídico que rege seu contrato de trabalho, se é funcionário público efetivo ou celetista.

A Autora, para amparar seu pedido de sexta-parte, junta com a presente peça vestibular decisões do Eg. TRT/SP e das /vil". Varas do Trabalho de São Paulo, reconhecidora do direito postulado.

Além do mais, o TST iá reconheceu o direito a sexta-parte aos servidores remidos pela CLT in verbis:

C. Acordão 1° Turma IDOIrosIfv.

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PARCELA SEXTA-PARTE. ARTIGO 129 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. EXTENSÃO AOS SERVIDORES PÚBLICOS CELETISTAS.

1- O servidor público é gênero, do qual o empregado celetista contratado pela administração direta, autarquias e fundações é espécie.

2- Ante o comando expresso de dispositivo da Constituição do Estado de São Paulo, que concede o adicional de sexta-parte aos servidores públicos estaduais é devida a parcela pleiteada igualmente aos servidores celetistas.

3- Recurso de revista de que se conhece e a que se nega provimento.

Vistos relatados e discutido estes autos de recurso de revista ne TST-RR-641/2004-062-004, em que é Recorrente HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL e Recorrida LUZIA MORAES.

06- A Autora pleiteia também na presente peça vestibular o recalculo dos quinquênios, devendo os mesmos serem calculados sobre o salário base acrescido das gratificações, inclusive sobre a gratificação denominada prêmio incentivo, eis que o regime jurídico que rege seu contrato de trabalho é a Consolidação das Leis do Trabalho e tais gratificações percebidas com habitualidade vem integrar sua remuneração para todos os efeitos( art. 457 da CLT).

07- Todas essas gratificações são pagas com efetividade e assim nos termos do artigo 457 § 1° da CLT devem integrar a

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remuneração da Autora para o cálculo dos quinquênios, conformo o supra citado artigo e in verbis:

"Art. 457- Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário base devido e paga pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorgetas que receber.

§ 1° Integram o salário não só a importância fixa esfipulndn, como também as gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador"

8- Desta maneira todas as gratificações percebidas inclusive a denominada prêmio incentivo deverão integrar a remuneração da Autora Para os cálculos dos quinquênios, como também integrar nos cálculos das férias, 13°s. salários e nos depósitos do FGTS, eis que a gratificação denominada prémio incentivo, instituida pela Lei Estadual 8.975/94 é uma gratificação permanente paga mensalmente, conforme a função exercida.

9- Por outro lado, a Súmula 209 da C. STF já pacificou tal entendimento, conforme abaixo transcrito:

SÚMULA- 209 do C. STF:

" O salário produção, como outras modalidades de salário-prêmio é devido desde que verificada a condição a que estiver subordinado e não pode ser suprimido, unilateralmente, pelo empregador quando paga em habitualidade"

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10- Desta maneira, a lei Estadual n° 8.9788194 ( doc. incluso) que instituiu o prêmio incentivo e as leis estaduais que estabeleceram o pagamento das gratificações não podem dispor diferentemente do consubstanciado no artigo 457 § 1° da CLT, eis que a Autora é celetista, juntando na presente peça vestibular decisões desta Eg. Justiça com o mesmo entendimento.

11- A Lei Estadual n° 712 de 12/04/93 que institui o adicional por tempo de serviço ( doc. incluso), em seu artigo 11,determina que os quinquênios sejam calculados na base de 5% sobre o valor dos vencimentos, visto que a própria lei usa o plural da palavra vencimento, isto quer dizer vencimentos integras, ou seja remuneração. Segundo a lição do Professor Hely Lopes Meirelles " vencimentos" devem abranger "padrão e vantagens conferidas aos servidor"-( Direito Administrativo Brasileiro)- EF.RT- 1990.pg. 392.

12- A Autora junta com a presente peça vestibular sentenças proferidas pelas MAIN. 49' e 36' Varas do Trabalho de São Paulo, Parecer do Ministério Público do Trabalho- 2' Região e decisões das 4' e 14° Varas da Fazenda Públicas da Comarca de São Paulo no sentido de que os quinquênios devem ser calculados sobre a remuneração ou vencimentos integrais do servidor, integrando para seu cálculo todas as gratificações que percebe.

DO PEDIDO

Pelo exposto, a Autora postula:

a) Pagamento dos valores correspondente a sexta-parte de seus vencimentos integrais ( remuneração) calculada sobre o salário base acrescidos das gratifcaçães, prêmio incentivo,

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adicional por tempo de serviço, conforme o explicitado nos itens que compõem a exposição dos fatos e do direito, verbas vencidas e vincendas.

b) Pagamento dos reflexos da sexta-parte nas férias vencidas ( pagamento dos reflexos em dobro) nas férias simples nos 13°s. salários e nos depósitos do FGTS, verbas vencidas e vincendas.

c) Pagamento da diferença decorrente dos recálculo dos quinquênios, que deverá ser calculado sobre os vencimentos integrais, isto é sobre o salário base acrescidos de todas as gratificações incluso prêmio incentivo, verbas vencidas e vincendas.

d) Pagamento dos reflexos do recálculo dos quinquênios nas férias vencidas ( pagamento da diferença em dobro), férias simples, 13°s. salários e nos depósitos no FGTS, verbas vencidas e vincendas.

As verbas vencidas e vincendas deverão ser apuradas em regular liquidação de sentença.

Por tratar-se crédito de natureza alimentícia, requer a aplicação do artigo 57 § 3° da Constituição do Estado de São Paulo.

A Autora, por ser pessoa pobre, no sentido jurídico do termo, requer se digne V.exa. de conceder-lhe o benefício da assistência juriciária, nos termos da Lei n° 1.060/50 e conforme declaração feita de próprio punho em anexo.

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Requer a Autora, de conformidade com o CR n° 47/2008, seja dispensado o comparecimento das partes por tratar-se de matéria estritamente de direito.

Isto posto e protestando por todos os meios de provas em direito admitidas, a Autora requer seja notificada a Ré para acompanhar a presente ação, sob pena de confissão e revelia, requerendo a procedência dos pedidos com a condenação ao pagamento do principal acrescido de juros de mora, correção monetária ou equivalente, honorários advocatícios ex vi do artigo 133 da CF e artigo 20 do CPC e demais cominações de direito.

Dá-se à causa, para os efeitos legais o valor de R$ 21.000,00.

Termos em que, Pede e es ra deferimento.

NELSON CAMARA OAB- 15.751

• Li

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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 28 Região

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81' VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP Processo 00695.2010.081.02.003

TERMO DE AUDIÊNCIA Processo n° 00695.2010.081.02.00.3

Aos 28 dias do mês de outubro do ano de 2010, na sala de audiências da 81' Vara do Trabalho de São Paulo/SP, por ordem do MM. Juiz do Trabalho Substituto, NATÁLIA AZEVEDO SENA, foram apregoados os litigantes INÁCIA LEITE DA SILVA e FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Ausentes as partes. Prejudicada a conciliação, passo ao julgamento e profiro a seguinte:

SENTENÇA

I - RELATÓRIO

INÁCIA LEITE DA SILVA, qualificada nos autos, ajuizou reclamação trabalhista em face de FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO e, pelos fatos e fundamentos jurídicos expostos na petição inicial, postulou o pagamento da sexta parte e reflexos, e de diferenças de adicional por tempo de serviço e incidências em outras parcelas salariais, com o pagamento das parcelas vencidas e vincendas. Deu à causa o valor de R$ 21.000,00 (vinte e um mil reais).

O reclamado foi devidamente citado e apresentou defesa, requerendo a improcedência de todos os pedidos constantes da petição inicial.

As partes juntaram documentos. Inconciliados. É o relatório.

II - FUNDAMENTAÇÃO

1. Sexta parte. Reflexos A autora pleiteia a percepção da parcela denominada sexta-parte,

instituída pelo art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, com o pagamento das parcelas vencidas e vincendas.

O reclamado diz que a reclamante não tem direito a tais parcelas, alegando que tais verbas somente são devidas aos servidores públicos estatutários.

Sem razão o reclamado. Dispõe o art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo:

"Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada sua limitação, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais, concedia aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no artigo 115, XVZ, desta Constituição".

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2 PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 29 Região 81' VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP Processo 00695.2010.081.02.00.3

Note-se que a mencionada norma deferiu o direito aos servidores públicos estaduais, não fazendo qualquer distinção entre os celetistas e estatutários. E se a norma constitucional não fez qualquer distinção, não cabe ao intérprete ou ao legislador ordinário fazê-lo.

A Constituição Estadual de 1989 trouxe nova sistemática, não prevalecendo as disposições contidas na Lei Complementar n° 180/78 e na Lei Estadual n° 10.261/68 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado), que a contrariem.

O E. TRT da 2a Região consubstanciou tal entendimento em sua súmula da n° 4, que tem o seguinte teor:

"Servidor público estadual - Sexta-parte dos vencimentos -Beneficio que abrange todos os servidores e não apenas os estatutários. (RA n° 02/05 - DJE 25/10/05).0 art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, ao fazer referência a Servidor Público Estadual, não distingue o regime jurídico para efeito de aquisição de direito".

Assim, o servidor público celetista também tem direito à sexta-parte, desde que preste serviço à Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional, que é o caso da reclamante.

Analisando-se os autos, vê-se que a reclamante foi admitida em 21/06/1989, portanto, em 21/06/2009 com letou vinte anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de São Paul , fazendo jus à percepção da parcela denominada sexta parte.

Desta forma, conden o reclamado a pagar à reclamante a parcela denominada de sexta parte, a q deve incidir sobre os vencimentos integrais da autora, a partir de 21/06/2009, espondendo o reclamado pelas verbas vencidas e vincendas até a data da efeti a implantação em folha de salários, conforme se apurar em regular liquidação d sentença.

Ressalto que a bas de cálculo da parcela sexta parte engloba todos os títulos recebidos pela o reira e que tenham natureza salarial, pois o art. 129 da Constituição do Estad de São Paulo refere a "vencimentos integrais", não cabendo ao intérprete distinguir onde a própria lei não o fez.

Por outro lado, defi o o pagamento do reflexo da verba denominada sexta parte sobre o FGTS, 13° salários e férias com 1/3, a se apurar em liquidação de sentença.

2. Qüinqüênios. Base de e enlo. Reflexos A autora pleiteia que s qüinqüênios ou anuênios sejam

calculados sobre a remuneração e não sobr; o salário base. O reclamado nega o pedidos aduzindo que em nenhum momento a

legislação dispôs que os armênios seriam calculados sobre a remuneração. De fato, dispõe o art. 129 da Constituição do Estado de São

Paulo:

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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2° Região 8P VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP Processo 00695.2010.081.02.00.3

"Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada sua limitação, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais, concedia aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no artigo 115, XVI, desta Constituição".

Como se percebe, aUorma constitucional não trata da base de cálculo do adicional por tempo de seMço, apenas o garante aos servidores públicos estaduais.

Já o art. 11, 1, da Lei Complementar Estadual no 712193, abaixo transcrito, esclarece a base de cálculo do adicional por tempo de serviço:

"Adicional por tempo de serviço, de que trata o artigo 129 da Constituição do Estado, que será calculado na base de 5% (cinco por cento) por qüinqüênio de serviço sobre o valor dos vencimentos, não podendo essa vantagem ser computada nem acumulada para fins de concess"o de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fund mento, nos termos do inciso XVI do artigo 115 da mesma Constit ição".

Assim, o adicional por te po de serviço é calculado sobre os vencimentos, sendo certo que o termo "ve cimento" não significa o mesmo que "remuneração". Quando o legislador se re enu a vencimentos estava tratando do salário base do cargo ou emprego e não à otalidade da remuneração. Se assim o quisesse, teria feito de forma explícita.

O C. TST pacificou o tera, através da OJ transitória n° 60 da SBDI-1, in verbis:

"ADICIONAL POR TEMPO CÁLCULO. SALÁRIO-BASE. DO ESTADO DE SÃO PAUL fi O adicional por tempo de serviç 129 da Constituição do Estado cálculo o vencimento básico do

DE SERVIÇO. BASE DE RT. 129 DA CONSTITUIÇÃO (DJ 14.03.2008) — qüinqüênio -, previsto no art.

e São Paulo, tem como base de ervidor público estadual, ante o

disposto no art. 11 da Lei Complementar do Estado de São Paulo n° 71, de 12.04.1993". I

Desta forma, acampa ho o entendimento jurisprudencial do C. TST e julgo improcedente todos os pe "dos formulados na presente ação que digam respeito à base de cálculo dos qiiinq eidos.

3. Justiça gratuita

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4 PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2a Região 81a VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP Processo 00695.2010.081.02.00.3

Defiro o pedido de benefício da justiça gratuita à reclamante, em razão da declaração juntada à fl. 13.

III — DISPOSITIVO ISSO POSTO, acolho a prejudicial de prescrição argüida,

concedo o benefício da justiça gratuita à reclamante e, no mérito, julgo PROCEDENTES EM PARTE os pedidos formulados na reclamação trabalhista movida por INÁCIA LEITE DA SILVA em face de FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, para condenar esta a implantar na folha de salários daquela a parcela denominada sexta parte, no prazo de dez dias após o trânsito em julgado, sob pena de pagamento de multa diária equivalente a 1/30 da referida parcela, sem prejuízo da parcela principal bem como condenar o reclamado a pagar à reclamante, no prazo de dez dias após a liquidação do julgado, a importância referente às parcelas vencidas e vincendas da sexta parte e seus reflexos, calculada até a efetiva implantação em folha de salários.

Tudo nos termos da fundamentação supra, que ora integra a presente decisão, como se estivesse aqui transcrita.

Quantum debeatur a ser apurado na fase de liquidação de sentença, com incidência de juros e correção monetária, na forma da lei, observando-se a evolução salarial do reclamante, conforme recibos acostados aos autos.

Os valores referentes às verbas deferidas deverão ser atualizados conforme as tabelas fornecidas pela Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região, aPlicando-se o índice de atualização monetária do primeiro dia do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, de acordo com a Lei 6.899/81 e Súmula n° 381 do C. TST.

Quanto aos recolhimentos a título de contribuição previdenciária, deverão ser observados os Seguintes parâmetros: a reclamada (na qualidade de empregador) será a responsável pelo recolhimento das contribuições sociais que lhe digam respeito e também daquelas devidas pelo reclamante (na condição de empregado); b) faculto à reclamada reter do crédito do reclamante as importâncias relativas aos recolhimentbs que couberem ao reclamante, observando-se o limite máximo dos salários-de-contribuição; c) as contribuições sociais incidem sobre as parcelas de natureza salarial, reconhecidas nesta

i sentença, nos termos dos artigos 28 da i n. 8.212/91 e 214 do Decreto n. 3048/99; d) as alíquotas serão as previst

; s na lei; e) a apuração dos valores

devidos a título de contribuição social será feita mensalmente (mês a mês), ou seja, de acordo com a "época própria"; f) o termo inicial da dívida previdenciária será o dia imediatamente seguinte à data-limite para o recolhimento das contribuições sociais, de acordo com o ar1. 30 da Lei 8.212/91, para efeito de atualização monetária e cálculo de juros de mora, que deverão ser feitos segundo as regras próprias de cobrança do crédito previdenciário.

Observe-se, quanto aos recolhimentos de índole tributária e previdenciária, no que couber, o disposto no Provimento 01/96 da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho e súmula 3681do C. TST, observando-se, ainda, em

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5 PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2a Região 81' VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP Processo 00695.2010.081.02.00.3

relação especificamente aos recolhimentos previdenciários, o disposto nos §§ 1 A, 1°-B, 3° e 4°, do art. 879 da CLT.

Custas pelo reclamado no alor de R$ 200,00, calculadas sobre R $ 10.000,00 (dez mil reais), valor at buído à causa para efeitos legais, dispensadas, na forma do art. 790-A, I, da LT.

Intimem-se as partes e a U ião. A ré deverá ser intimada na forma do Provimento deste Regional.

Sentença sujeita ao reei e necessário, na forma do art. 475 do CPC c/c o art. 769 da CLT e Decreto-Lei 7 9/69.

Nada mais.

NATAL' AZEVEDO SENA Juíza do rabalhO Substituta

(

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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2a Região 81 VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP Processo 00695.2010.081.02.00.3

TERMO DE AUDIÊNCIA Processo n° 00695.2010.081.02.00.3

Aos 14 dias do mês de dezembro do ano de 2010, na sala de audiências da 81' Vara do Trabalho de São Paulo/SP, por ordem da MM. Juiza do Trabalho Substituta, NATALIA AZEVEDO SENA, foram apregoados os litigantes INÁCIA LEITE DA SILVA e FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Ausentes as partes.

SENTENÇA DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS

I - RELATÓRIO

Trata-se de embargos declaratórios opostos por FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, aludindo que houve omissão na sentença.

É o relatório.

II - FUNDAMENTAÇÃO

Conheço, eis que opostos dentro do prazo legal. Alega a embargante que houve omissão quanto ao requerimento de

aplicação da previsão contida na OJ-07 do Pleno do TST e Súmula 09 do TRTda 2a Região.

De fato, houve omissão neste particular. Acolho os embargos opostos para determinar que, quanto aos juros,

sejam observadas as previsões da 01-07 do Pleno do TST, bem como a Súmula 09 deste Regional, de modo que os juros de mora serão de 0,5% ao mês, a partir de setembro de 2001, conforme previsão da Lei 9494/97.

III — DISPOSITIVO

ISSO POSTO, conheço os embargos declaratórios e, no mérito, acolho em parte os embargos declaratórios opostos pela reclamada, para, sanando a omissão apontada, determinar que sejam observadas as previsões da OJ-07 do Pleno do TST, bem como a Súmula 09 deste Regional , mantendo a sentença quanto ao mais.

Esta decisão integra o dispositivo da sentença de fls. 103/107. Intimem-se as partes. Nada mais.

NAT A AZEVEDO SENA Ju. a do Trabalho Substituta

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A VA 228.393

fls. 46

c.

re-

Câ ( Qmara á.... Sociedade de Advogados

EXCELENTÍSSIMO SENHOR TRABALHO DE SÃO PAULO -

Rua Ramon Penhanábia, 1 O ir andar Cep: 01323-140. Paraíso ao Paulo-SP

7e1: 3283-2626 • Fax: 171-0105 ' inaraadv. oro

)UTOR JUIZ DA MMI 8 VARA DO P.

Processo n° 00695-2010-081-02-04k —4

ns awc

C>

INÁCIA ¡LEITE DA SILVA, por seu advogado

que esta subscreve, nos autos do processo em epígrafe, não se

conformando, data vertia, com a r. decisão que julgou parcialmente

procedente a presente reclamatéria, vem dela recorrer pelo presente

RECURSO ORDINÁRIO e sua inclusas razões, com fundamento na

disposição do artigo 895, letra "a'!, da CLT, requerendo se digne Vossa Excelência mandar processá-lo e encaminhá-lo ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da or Região para os devidos fins de direito.

Requer ; por fim, que todas as publicações

notificações e intimações sejam , realizadas em nome do Patrono Dr.

NELSON CÂMARA — OAB/SP 5.751.

Termos em que, pede deferimento. São Paulo, 11 de ovembro de 2010.

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RAZÕES DE RECURSO 01U)

PELA RECLAMANTE

ÁRIO PARCIAL

EGRÉGIO TRIBUNAL!

EGREOIA TURMA!

1 — Merece reforma parcial a r. decisão

monocrática, data maxima venia; que negou procedência aos pedidos

vestibulares de letra "c" e "d".

2 — Ora, Egrégia Turma, a Autora é servidora

pública regida pela Consolidação as Leis do Trabalho, pleiteando na peça

vestibular que o pagamento dos q quênios incida sobre os vencimentos

integrais, ou seja, sobre o salário, base acrescidos das gratificações, bem

como o pagamento dos reflexos á,s férias, 13° salários e nos depósitos do

FGTS (pedidos de letras "c" e "d" .1a inicial), verbas vencidas e vincendas.

3 - Ora, Egrégia Turma, o artigo 129 da

Constituição Paulista concede o direito ao pagamento do adicional por

tempo de serviço aos servidores em sentido lato, abrangendo tanto o

servidor regido pela Consolidação das Leis do Trabalho como o estatutário,

determinando que se calcule o referido adicional sobre os "vencimentos

integrais".

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4 - Por ogro lado, as gratificações peicebidas pel

Autora compõem seus vencimentos ou sua remuneração, eis que todas

essas gratificações percebidas 143 longo do tempo são efetivas

permanentes e cuja natureza salsriai é incontestável.

ti I il I 1."" A Câmara

5 - Ale

Professor Hely Lopes Meirelies,

título definitivo, tais como as

concedidas pelo desempenho de

e que somadas ao salário base

vencimentos ou remuneração do s

do mais, conforme ensinamento d

vantagens concedidas aos servidores a

correntes do tempo de serviço ou as

ções especiais agregam ao salário base

u padrão de vencimento, formam os

vidor.

6 - Assim as gratificações percebidas pela Autora,

constantes de seus demonstrativos de pagamentos juntados com a inicial,

ou seja, a gratificação especial d

gratificação geral (gratificação

Estado, celetista ou não) e a

acordo com o artigo 457 da CL

Autoras para todos os efeitos legai

7 - Desta

Egrégio Tribunal de Justiça de

Uniformização Jurisprudencial

padrão mais as vantagens ef

remuneração ou vencimentos dos s

atividade, g gratificação executiva e a

sta estendida a todos os servidores do

ubridade são todas permanentes e, de

, aderem em definitivo ao salário das

maneira, também é o entendimento do

São Paulo através do Incidente de

n° 193.485-I16, esclarecendo que o

tivamente percebidas, constituem a

rvidores.

8 — Em sêndo assim, Egrégia Turma, deverá a Ré

ser condenada também a pagar à Autora o adicional por tempo de serviço

(denominado quinquênio) sobre os vencimentos integrais, ou seja, sobre a

remuneração da Autora, em conformidade com o artigo 457, da CLT e do

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Incidente de Uniformização Juri prudencial n° 193.485-1/6 do Egrégio

Tribunal de Justiça, bem como se reflexos nas férias, 13° salários e nos

depósitos do FGTS.

Pelo prolvimento, pois, do presente Recurso

Ordinário parcial para que, reformando-se parcialmente a r. decisão de

primeiro grau, sejam julgados também procedentes os pedidos vestibulares

de letras "c" e "cl" da inicial, incl indo as verbas vincendas, como medid

do bom direito e sobretudo de Jus

AN 228.393

MA OA

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ DE 81' VARA DO TRABALHO ' SÃO PAULO.

RECLAMAÇÃO N°. 00695-2010-081-02-00-3 RECLAMANTE: INÁCIA LEITE DA SILVA RECLAMADA: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

A Fazenda Pública do Estado de São Paulo, pela Procuradora do Estado infra-assinada, nos autos da presente RECLAMATÓRIA, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO, na forma das razões em anexo, as quais requer se digne receber e mandar processar, a fim de que o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho proceda ao reexame da decisão, vindo a reformá-la, com fundamento no artigo 895, a, da Consolidação das Leis do Trabalho e artigo 1°, incisos III, IV e VI do Decreto-Lei n° 779/69.

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 22 de fevereiro de 2011.

MARIA APARECIDA C. ROQUE Procuradora do Estado

OAB/SP N° 119.261

Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP 2010.01.014258

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RECORRIDO (A): Inácia Leite da Silva

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA TURMA.

O r.juízo de Primeiro Grau de Jurisdição julgou procedente em parte os pedidos e condenou a Reclamada a pagar à Reclamante, ora Recorridos a sexta-parte e reflexos.

Entende a Recorrente que merece ser dado provimento ao recurso ora interposto, reformando-se a respeitável sentença prolatada pelo D. Juiz de Primeiro Grau de Jurisdição, com a total improcedência do pedido formulado na inicial pela Recorrida.

Há impedimento decisivo para a extensão automática do artigo 129 aos servidores temporários e aos celetistas.

Inicialmente há que se lembrar que é requisito da concessão da sexta-parte a comprovação de 7300 dias de trabalho,descontados os afastamentos. Portanto, não basta contar 20 anos da data de investidura.

Nos termos do art. 128 da Constituição do Estado de São Paulo, o aumento de vencimentos dos servidores depende de, lei, cuja iniciativa é exclusiva do Governador conforme art. 24, 4 2, da C.E..

Quanto ao tema, manifestou-se o Excelentíssimo Juiz Mauro César Luna Rossi, em sentença proferida nos autos do Processo TRT 15a Região n° 290-2007-069-15-00-5:

" .conforme preconiza o artigo 1° da Constituição Federal/1988, nossa

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL 1(

forma de Estado é fecleralista, moldada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, sendo que a organização político-administrativa do Estado brasileiro compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos (artigo 18 da Constituição Federa1/88). Assim, diante do modelo do federalismo brasileiro, os entes federados possuem capacidade de auto-organização, inclusive competência própria para legislar (artigos 25, 29 e 32 da Constituição Federal/88). De tal maneira, possuindo competência legislativa em matéria de interesse local e para legislar acerca do pessoal do serviço publico (artigo 39 da Constituição Federa1/88), disciplinando sobre a matéria, o Município poderia vir a instituir benefícios a seus empregados, da mesma forma que, em busca daquilo que melhor atenda aos seus interesses e, ainda, aos interesses de toda a coletividade, detém a possibilidade de extirpar estes mesmos benefícios, ante a presunção de legitimidade e de legalidade de que se revestem os atos praticados pela Administração Pública.

Assim a pretensão não possui amparo pois a extensão pretendida não conta com expressa previsão legal e, portanto, afronta o Princípio da Separação de Poderes, a autonomia dos Estados Federados, a regra da iniciativa do processo legislativo conferida ao Governador do ente federativo que tem capacidade de auto-organização, auto-administração e autolegislação previstas nos artigos 18, 25 a 28 da Constituição Federal.

Meirelles, De acordo com o que ensinou o Prof. Hely Lopes

"a eficácia de toda a atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei".

"Na administração Pública", prossegue, "não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto ao particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular, significa "poder fazer assim" para o administrador "dever fazer assim".(ob. cit., pág. 161)

Por tal razão, a questão foge do âmbito da CLT diante da necessidade de observância às regras específicas referentes ao servidores públicos que não podem ser criadas pelo Poder Judiciário.

determina: E o artigo 169, parágrafo único, da Constituição Federal

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

"A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração , a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreira , a bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas: I se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II — se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista."

Não há dúvidas de que este preceito é obrigatório para os Estados, tendo em vista que o "caput"" estabelece limitações quanto à despesa com "pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios". E também não há dúvida de que a norma vincula o constituinte estadual, pois este dispõe apenas do poder constituinte derivado, ou seja, subordinado aos preceitos obrigatórios da Constituição Federal.

Isto não significa que as normas da Constituição Estadual que previram vantagens pecuniárias sejam inconstitucionais, apenas que não são auto — aplicáveis, porque dependem do prévio atendimento das exigências contidas no art. 169; parágrafo único da Constituição Federal.

A Administração Pública está jungida ao principio da legalidade (art. 37, caput, da CF), e não pode efetuar pagamentos em desconformidade com a lei.

A determinação judicial de pagamento do benefício da sexta-parte a funcionário celetista, consubstanciada no v. acórdão recorrido, afronta diretamente o disposto no art. 37, caput, da CF, uma vez que implica em pagamento de benefício pela Administração Pública sem que haja lei anterior prevendo tal situação.

A decisão em questão afronta, também, o disposto nos artigos 61 e 169 da Constituição Federal, já que implicaria em inequívoco aumento da remuneração do funcionário celetista do Estado, sem que haja prévia lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo.

Mesmo que não houvesse exigência constitucional nesse sentido, não se poderia conceber que vantagens pecuniárias fossem instituídas, para imediata aplicação, sem indicação dos recursos orçamentários cabíveis, e sem prévia verificação de que a sua criação não implicaria despesa com pessoal em montante superior ao estabelecido pelo artigo 169, c/c o artigo

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

38 das Disposições Transitórias. De outro lado, ainda que não existisse a

inconstitucionalidade por vício forma, o entendimento consubstanciado na r. sentença recorrida pressupõe a noção de que a conceituação doutrinária de servidores públicos abrange todos aqueles que prestam serviços públicos, independentemente da natureza de seu vínculo com o serviço público.

Todavia, o constituinte estadual ao mencionar "serviço público estadual", não pretendeu abarcar todos aqueles que trabalham na administração estadual, independentemente de seu regime jurídico.

Assim, a Constituição Estadual faz distinção entre os denominados Servidores Públicos Civis, e Servidores Civis. Utiliza-se da expressão "Servidores", quando se refere de modo genérico a todos os servidores do Estado.

Quando quer se referir aos funcionários públicos, propriamente ditos, se utiliza da expressão servidores públicos civis.

O art. 3° da Lei 10.261, de 1968, prescreve que "FUNCIONÁRIO PÚBLICO, PARA OS FINS DESTE ESTATUTO, É A PESSOA LEGALMENTE INVESTIDA EM CARGO PÚBLICO."

Ora, no caso em questão, para ter direito ao recebimento da sexta parte só o servidor estatutário, todavia, a reclamante é regido pela CLT.

É insustentável o argumento de que a Constituição Estadual ao utilizar a expressão servidor público em seu art. 129, conferiu a vantagem da sexta-parte a todos os que tinham vínculo com o Estado à data de sua promulgação. Ressalve-se que tal artigo cingiu-se a fixar o tempo para a aquisição dessa vantagem e, portanto, cabe à lei complementar dispor sobre seus beneficiários e outras condições.

Observe-se neste sentido, o julgado proferido pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, apelação civil n° 101.598-1:

"Salientou-se ainda no v. acórdão da Colenda 6" Câmara, agora invocado, é que diz a apelação n° 83.003-1 que a circunstância de vir a sexta parte prevista na Constituição local, não significa que todas as categorias de funcionários públicos estaduais devessem tê-la. Tal dispositivo da Constituição Paulista não fez senão dispor sobre o tempo de efetivo exercício público para adquiri-la."

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

De acordo com opinião de Valmir Pontes Filho, em revista da Procuradoria Geral do Estado, n° 34, pág.120:

"Em primeiro lugar, porque isso (efetivação) importaria insofismável ofensa à isonomia, na medida em que pessoas em situação jurídica desigual (os que foram admitidos em concurso) estariam sendo postos em situação de igualdade (todos ocupando cargos ou empregos dos quadros). Depois porque estes cargos ou empregos não estão criados por lei (v. princípio de legalidade, a que alude o art. 37 caput) e, por fim, porque a pretendida efetivação se operaria ao arrepio do comando contido no art. 37, II que exige, para tanto, a prévia aprovação em concurso público (v. igualmente o art. 41 da CF) . Se, no entanto, (art. 30 das Disposições Transitórias) se refere ela a servidores não efetivos, não há como efetivá-los (encargos que ademais não existem), motivo porque se revelam inconstitucional....À nova realidade jurídica esculpida pela Lex Magna não pode opor construções jurisprudenciais, doutrinárias ou legais anteriores a ela. Disso decorre que tanto os cargos, cujos titulares se regem "Leis Estatutárias "ou pelo regime de direito público trabalhista ou da CLT, desde que providos por meio de concurso público, passam a conferir aos que neles se investiram o privilégio , repita-se, só existem para os que nos cargos ou empregos ingressaram por concurso, vedando a Constituição outra qualquer forma de conceder-se a vantagem."

Ressalte-se, ainda, a opinião de Celso Antonio Bandeira de

Mello, ob. cit., pág. 31:

"Possivelmente não se encontrará na Constituição parte alguma afligida por tantas imperfeições técnicas quanto a relativa aos servidores. A linguagem desuniforme ou imprecisa do texto, a ausência de um caráter rigidamente sistemático em sua terminologia, recomendam grandes precauções do hermeneuta (....) Proibem-lhe no geral e muito mais no particular, ante o tema dos servidores atribuir, descuidadosamente , as expressões vazadas, uma coerência metódica ou força sistematizadora compacta que nele não tem e que em vão ali se buscaria encontrar. Compreende-se , pois, que haverão de ser reconhecidas exceções à presumível unidade dos tópicos aglutinantes e ter-se-á , alguma vez, de recusar a certos termos o sentido que lhes pareceria típico, quando perceptível que foram usados sem compromisso com a acepção corrente que lhes conferem os especialistas na matéria."

Portanto, a Constituição Estadual não deferiu tal direito ao

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

contratado sob a CLT ou em caráter temporário. Realmente, a sexta parte dos vencimentos é vantagem

somente assegurada aos servidores estatutários (artigo 92, III, da Constituição Estadual de 1967, e artigo 178 da LC 180/78). E o próprio fato de o artigo 23 das Disposições Transitórias da Constituição do Estado mandar aplicar aos extranumerários todas as vantagens pecuniárias concedidas aos que, exercendo idênticas funções, foram beneficiados pelas disposições da Constituição Federal de 1967, já significa que as vantagens previstas na Constituição de 1989 não foram automaticamente estendidas a todas as categorias de servidores, caso contrário, o referido art. 23 seria inócuo.

Assim, o artigo 129 da Constituição do Estado não instituiu vantagem nova, apenas alterou o prazo de concessão do benefício, para os que já eram seus destinatários. Nada impede, porém, que "de lege ferenda", a ensejo da instituição do regime jurídico único, venha a sexta-parte a ser estendida aos servidores em geral, porém sem o cunho da garantia constitucional.

Em conseqüência, o benefício da sexta parte continua a ser vantagem conferida, exclusivamente aos servidores estatutários.

Até a promulgação da Constituição de 1988, o ocupante de cargo era designado funcionário público. A expressão servidor guardava a idéia de todos que mantinham vínculo com a Administração por relação profissional, englobando estatutário, temporário e regido pela CLT.

Tal classificação era lógica, pois, sob a égide da Constituição anterior, coexistiam esses três regimes.

A Constituição atual adota a expressão servidor público e sequer se refere a funcionário. À primeira vista, de fato, parece designar indistintamente todos que estavam a serviço da Administração ao ser promulgada.

Mas não é isto. Ocorre que a Constituição atual organizou a Administração Pública em planos de carreira estruturados em cargos. Por conseqüência, desapareceu a importância na distinção entre os conceitos de servidor e funcionário, cultuados pela doutrina e jurisprudência.

Ainda hoje não foi criado o regime jurídico único pretendido pelo Constituinte, no qual todo servidor seria ocupante de cargo públicos, salvo a admissão de temporários.

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

Veja-se ainda que, a referência a "Estatuto dos Servidores Civis e Militares, constante do parágrafo único, item 10 do art. 23, no capitulo referente ao processo legislativo da Constituição Estadual, aliada à dualidade de expressões"servidor público, se assimila à funcionários detentores de cargos públicos.

Tanto assim, que o art. 127, ao mencionar a estabilidade dos "servidores públicos", remete para o art. 41 da CF, que exige como requisito da estabilidade a nomeação por concurso público.

Sintetizando: o art. 129 não instituiu vantagem nova, apenas alterou a existente, para os que já eram seus destinatários.

Note-se que, caso pretendesse conceder a sexta-parte ao reclamante admitido pela CLT, o constituinte estadual assim o teria feito nas Disposições Transitórias, tal como fez com os extranumerários, no

art. 23.

Frise-se que o art 129 da Constituição Estadual cingiu-se a fixar o tempo para a aquisição dessa vantagem e, portanto, cabe à lei complementar dispor sobre seus beneficiários e outras condições.

Com efeito, a vantagem, de ter direito à sexta-parte continua exclusiva dos estatutários face ao disposto no art. 130 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.

Não se pode conceber que eventuais vantagens concedidas aos funcionários públicos pelo artigo 129 da Constituição Federal sejam estendidas aos servidores "temporários" e aos celetistas.

Tal entendimento se coaduna com o que determina o artigo 169, parágrafo único, da Constituição Federal.

A Administração Pública está jungida ao principio da legalidade (art. 37, caput, da CF), e não pode efetuar pagamentos em desconformidade com a lei.

Na seara do direito de propriedade, por exemplo, não se admite que o uso sem oposição de bem público, com habitualidade, gere o direito ao usucapião, transmute o bem de público em privado', e permita sua aquisição por particular.

Súmula 340 do STF estabelece: desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens

públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

Pelas mesmas razões, não se pode conceber a criação de um regime híbrido em que se agreguem as vantagens do regime celetista e do estatutário ao mesmo tempo, em desrespeito ao princípio da legalidade.

Portanto, à luz dos dispositivos acima mencionados, conclui-se que eventual ato administrativo que encampasse a tese defendida pelo reclamante encontraria óbice intransponível na Constituição Federal, razão Pela qual não há prevalecer a exegese veiculado no v. acórdão que determina ao Estado o deferimento do pleito formulado pelo autor.

TRIBUNAL: 15a Região Primeira Turma ACÓRDÃO 038818/2000 DECISÃO: 19 10 2000 Recorrente: AMÉLIA CAETANO LUIZ E OUTROS 8. Recorrido: HOSPITAL DA CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO RELATOR: LUIZ ANTONIO LAZARIM EMENTA "SEXTA PARTE" SERVIDOR "CELETISTA". A "SEXTA-PARTE", INSTITUÍDA PELA LEI N°10261/68, É VANTAGEM ESTATUTÁRIA, QUE NÃO SE APLICA AOS SERVIDORES CONTRATADOS PELO REGIME JURÍDICO DA CLT. A OBRIGATORIEDADE DE IMPLANTAÇÃO DO REGIME ÚNICO NÃO TEM O CONDÃO DE CRIAR UM REGIME HÍBRIDO PARA OS ESTADOS-MEMBROS DA FEDERAÇÃO, QUE MANTÊM SERVIDORES DO ESTATUTO E DA CLT, PORQUE AINDA NÃO INSTITUÍRAM O REGIME ÚNICO. CUSTAS PROCESSUAIS - VALOR CONDENATÓRIO - ARBITRAMENTO O ARBITRAMENTO DO VALOR CONDENATÓRIO NÃO PODE FICAR AO SABOR DA VONTADE DO JULGADOR, DEVENDO GUARDAR COERÊNCIA COM AS VERBAS OBJETO DA CONDENAÇÃO, EM RESPEITO AO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA, ASSEGURADO POR MANDAMENTO CONSTITUCIONAL INCISO LV, ARTIGO 5° DA CF. DECISÃO por unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento parcial, para rearbitrar o valor condenatório em R$32.000,00 (Trinta e Dois Mil Reais), sobre o qual são calculadas as custas processuais, no importe de R$640,00 (Seiscentos e Quarenta Reais), tudo nos termos da fundamentação, mantendo-se, no mais, a r. decisão recorrida

TRIBUNAL: 15a Região, 1a Turma ACÓRDÃO NUM: Acórdão: 027846/2000 DECISÃO: 31 07 2000 FONTE: DOE DATA: 31-07-2000 Recorrente: JP JCJ E CEETEPS - CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA "PAULA SOUZA" Recorrido: MAURO PEREIRA MATTIAS RELATOR: ANTONIO MIGUEL PEREIRA

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EMENTA SEXTA PARTE - FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTADUAL - A sexta-parte é benefício instituído pelo Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, posteriormente recepcionado pela Constituição Estadual, que reduziu o prazo para o direito à vantagem. Os celetistas não tinham direito à mencionada vantagem, e a Constituição Estadual para estes não é auto-aplicável, pois necessita de lei ordinária, uma vez que a Constituição Federal instituiu o regime jurídico único, até hoje não adotado pelo Estado de São Paulo.

DECISÃO Por unanimidade, dar provimento aos recursos voluntário e "ex officio" para excluir do decreto de primeiro grau o adicional por tempo de serviço e a sexta parte dos vencimentos, resultando na improcedência da ação, tudo consoante os termos da fundamentação. Custas em reversão, conforme fixado pela decisão recorrida -Enunciado n° 25 do C. Tribunal Superior do Trabalho (g.n.).

Por fim, a r. sentença violou frontalmente a Constituição Federal.

O art. 37, XIV da Constituição Federal prescreve que os acréscimos pecuniários não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. A regra é repetida no art. 115, XVI da Constituição Estadual.

A interpretação do Texto Constitucional Bandeirante deve ser

sistemática e não meramente literal. Se atentarmos para o disposto no artigo 115, inciso XVI, da Constituição Paulista (repetição do artigo 37, inciso XIV da Constituição Federal), chegamos à conclusão de que o legislador constituinte proibiu a concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo fundamento. Nesse sentido:

RE n° 189922-1 RELATOR: MIN. ILMAR GALVÁO EMENTA: SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. LEI N° 6.628, DE 1989. ARGÜIDA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADQUIRIDO E DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS.Improcedência da alegação. O referido diploma legal, ao determinar que os percentuais relativos à vantagem em questão sejam calculados de forma singela, limitou-se a atender à proibição contida no art. 37, XIV, da CF, em combinação com o art. 17 do ADCT/88, normas cuja eficácia se sobrepõe à garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos e do direito adquirido. Recurso não conhecido.

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Ainda

TJ/SP, Apelação / Reexame Necessário 994060782418 (5735525100) Data do julgamento: 03/05/2010 Relator(a): Aroldo Viotti Também de se anotar que em nenhuma hipótese se pode justificar a incidência recíproca entre "sexta-parte" e "adicional por tempo de serviço (ATS)". A sexta-parte, como se sabe, é vantagem cuja "ratio" consiste igualmente no tempo de serviço prestado. É modalidade de vantagem da mesma natureza do adicional por tempo de serviço (ATS). Daí porque a incidência do ATS sobre a sexta-parte (ou o inverso) importaria em claro e inadmissível "bis in idem", ou - como sinaliza a apelante - "repique" de vantagens, vedado pelo artigo 37, inciso XIV, da Constituição Federal. Cumpre, portanto, esclarecer que a parcela relativa ao adicional por tempo de serviço (ATS, "qüinqüênio") não será incluída na base de cálculo da sexta-parte.

Por vencimentos integrais devem ser considerados somente o vencimento e as vantagens pecuniárias que se integram automaticamente no padrão de vencimento, ou mediante determinação legal expressa, conforme estatui o artigo 178 da Lei Complementar n° 180/78, in verbis:

"A vantagem relativa à sexta-parte dos vencimentos integrais, prevista no inciso VIII do artigo 92 da Constituição do Estado (Emenda 2) e de que trata o artigo 130 da Lei 10.261, de 28 de outubro de 1.968, que corresponderá a 1/6 (um sexto): - do valor do padrão em que estiver o cargo do funcionário;

II - do valor da vantagens pecuniárias incorporadas e desde que não computadas no valor do padrão" (g.n.).

A nova ordem constitucional estadual não alterou o critério de cálculo da vantagem dos adicionais temporais, como querem a autora,uma vez que estes, mesmo antes da vigência da Constituição Estadual, já eram pago sobre os vencimentos integrais.

É certo que a norma infraconstitucional, definidora dos adicionais temporais sobre os vencimentos integrais, foi totalmente recepcionada pela vigente Constituição Bandeirante.

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Resta claro, assim,que a expressão "vencimentos integrais", constante do dispositivo constitucional, não pode ter a abrangência pretendida pelos reclamantes, não se podendo considerar, assim, outros componentes, tais como adicionais de função e gratificações, vantagens transitórias que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção.

Nesse sentido, os ensinamentos do saudoso Professor Hely Lopes Meirelles:

"O que convém fixar é que as vantagens por tempo de serviço integram-se automaticamente no padrão de vencimento, desde que consumado tempo estabelecido em lei, ao passo que as vantagens condicionais ou modais, mesmo que auferidas por longo tempo em razão do preenchimento dos requisitos exigidos para a sua percepção, não se incorporam ao vencimento, a não ser quando essa integração foi determinada por Lei" (in "Direito Administrativo Brasileiro", 1990, pág. 397).

Portanto, não se pode incluir para o cálculo da sexta-parte e quinquênios as vantagens pecuniárias modais ou condicionais, que não tiveram sua integração determinada por lei, tampouco aquelas que já foram objeto de extinção e absorvidas por aumentos do vencimento-padrão.

Aliás, o E. Tribunal de Justiça, em sede de Embargos Infringentes n.° 102.096-1, já analisou matéria idêntica, estabelecendo o alcance do conceito de "vencimentos integrais", como se depreende do seguinte trecho, que se transcreve:

"Tudo está, como visto, em entender o significado dos termos constitucionais, notadamente a expressão 'vencimentos integrais' e de modo especial o termo 'vencimentos'.

Ora, o termo 'vencimento' é um conceito legal, pois a lei o define: É a remuneração mensal para certo padrão, como diz o artigo 60 da Lei Complementar Estadual N. 180, de 1978: "Vencimento é a retribuição paga mensalmente ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor do padrão fixado em lei'. Padrão, como se sabe, é a referência com o grau do funcionário. (...) O vencimento é, portanto, o quantun indicado pelo padrão. Noutras palavras, o vencimento é o padrão. Decerto, se a mesma lei declara certa vantagem ou parcela incorporada aos vencimentos, ela passa a compor os vencimentos; e neste caso o vencimento não ser

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apenas o padrão, mas também a vantagem e á_ lei lhe-- acrescentou. (...) Existe a idéia de que a palav a 'vencimento', enquanto no singular significa o padrão, no plural 'vencimentos'-significaria o conjunto de todas as parcelas que compõem a retribuição de um funcionário ou servidor, sem se importar se incorporadas ou não. Esta opinião ou idéia existe de fato, mas não tem fundamento algum; nem legal, nem lógico. Lógico não, porque não há como extrair das definições legais, uma distinção entre 'vencimento' e 'vencimentos'; legal 'stricto sensu' também não porque a lei não explicita a discriminação. Aliás, o conjunto do que um funcionário recebe, define-o a lei como 'remuneração'. Se às vezes se fala em 'vencimentos' é porque se está usando a palavra simplesmente no plural. Vencimento é o que paga o padrão de um mês; vencimentos, o padrão e incorporações que se pagam repetidamente. Como gratificação da Lei Complementar Estadual N. 467, de 1.986, não integra o vencimento, sobre ela não incide a sexta-parte." (g.n.)

Dos precisos termos da decisão acima transcrita, extrai-se que a expressão "vencimentos integrais" não tem o alcance pretendido pelos apelantes, ou seja, "o total percebido, mensalmente, pelo servidor". Efetivamente, o legislador constitucional, quando quis se referir à totalidade das parcelas recebidas mensalmente utilizou-se do termo remuneração, como pode se verificar nos incisos XI, XII e XVII, do artigo 115, artigo 133 da C.E..

Por outro lado, a interpretação do Texto Constitucional Bandeirante deve ser sistemática e não meramente literal. Se atentarmos para o disposto no artigo 115, inciso XVI, da Constituição Paulista (repetição do artigo 37, inciso XIV da Constituição Federal), chegamos à conclusão de que o legislador constituinte proibiu a concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo fundamento.

Está vedado aquilo que a doutrina tem o costume de chamar de efeito cascata ou repicão. Se o tempo de serviço é fundamento para os adicionais qüinqüenais e sexta-parte, não haveria embasamento constitucional para um incidir sobre o outro.

Portanto, indevida a incidência de sexta-parte sobre gratificações, vantagens pessoais e adicionais, em especial quando se referem ao tempo de serviço como é o caso do adicional por tempo de serviço e da incorporação de gratificação de função (art. 133 da CE e outros).

Ao ser julgado, em 06 de março de 1996, pela Oitava

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Câmara de Direito Público, do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o recurso de Apelação Cível de n° 237.887-1/4, da Comarca de São Paulo, sendo apelados Filma Gollucci e outros, o ínclito desembargados Raphael Salvador assim se manifestou, a fl. 227 daqueles autos:

"Também não é devido o acréscimo de sexta-parte sobre vantagens que não se incorporam aos vencimentos. A sexta-parte, após vinte anos de serviços, deve recair sobre os vencimentos, compreendidos, neles, todas as vantagens e acréscimos incorporados, como já vinha exposto e determinado pelo art. 178 da Lei Complementar n° 180 de 12 de maio de 1978. É certo que depois dessa lei, tivemos a Constituição Estadual de 5 de outubro de 1989, em seu art. 129, falando em vencimentos integrais sobre os quais incide a sexta-parte, mas esses vencimentos não podem ser outros senão os efetivos imutáveis, incorporados e não os que decorrem de situação passageira e que podem cessar."

Em acórdão proferido, por votação unânime, a 02 de abril, do ano de 1997, pela Oitava Câmara de Direito Público do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no julgamento do recurso de Apelação Cível n° 273.743-1/1, foi consignado, pelo digníssimo relator, o ilustre desembargador Antônio Villen, com fulcro na decisão proferida no Incidente de Uniformização de Jurisprudência de n° 193.485.1/6, que:

"Restou, portanto, uniformizada a orientação no sentido de que a sexta-parte incide sobre os vencimentos integrais, excluídas as vantagens eventuais.Cumpre explicitar o que são vantagens eventuais. Elas só podem ser entendidas como aquelas cuja percepção dependa de circunstância, de situação de fato não inerente ao exercício do cargo. Desse modo, devem ser consideradas eventuais as vantagens de natureza assistencial ou previdenciária, como salário-família e aquelas de cunho indenizatório, como as diárias. Da mesma forma, as gratificações extraordinárias ou remuneração por horas extras, que dependem de situações eventuais. Nessa linha de entendimento, a sexta-parte não pode

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incidir sobre todas as verbas percebidas pelos apelados."

Fortalecendo a tese do Estado de São Paulo, io sentido de que a sexta-parte dos vencimentos deve incidir somente sobre o-padrão de vencimentos, mais as verbas a ele incorporadas, veio a lume a Emenda Constitucional n. 19 de 04 de junho de 1.998 que, em seu artigo 3°., modificou a redação do artigo 37, inciso XIV da Constituição Federal. Tal modificação, repita-se, veio ratificar toda argumentação do Estado de São Paulo, nas ações como à presente.

A partir de junho de 1.998, a redação do artigo 37, inciso XIV, da Constituição Federal passou a ser a seguinte:

"Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores."

Vale dizer, a partir desta nova ordem constitucional, foi confirmada toda tese de defesa do Estado de São Paulo, no sentido de que não podem servir de base de incidência para adicionais outras vantagens que não aquelas definitivamente agregadas (incorporadas) ao vencimento padrão.

Encontra-se, pois, confirmada a vedação, de forma ampla, daquilo que a doutrina chama de efeito cascata ou repique.

Como se não bastasse, por determinação constitucional, essas gratificações, necessárias e obrigatoriamente são instituídas por lei (CF, art. 37, inc. X), leis essas que, em regra, afastam a gratificação instituída da incidência de quaisquer outras vantagens pecuniárias. Pode-se observar que a "Gratificação Extra", por exemplo, percebida pelos recorrentes, quando de sua instituição pela Lei Complementar Estadual n° 788/94, restou afastada de servir como base para cálculo de quaisquer outras vantagens pecuniárias, in verbis:

Lei Compl. Estadual n° 788/94:

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Art. 3.° - § 4° - A gratificação extra não será considerada para efeito de cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias, exceto no cômputo do décimo terceiro salário, nos termos do § 1° do artigo da 26 Lei Complementar n° 644, de 26 de dezembro de 1989.

Da mesma forma, a acumulação é proibida pelo artigo 3° § 4° da LC 788/94 (Gratificação Extra), art. 3° da LCP Lei Complementar N° 797, de 7 de novembro de 1995 (Gratificação Executiva), art. 17 da LC 901/01 (Gratificação Geral), art. 30 LC 674/92 (GEA — Gratificação Especial de Atividade e GEAH Gratificação Especial de Atividade Hospitalar), art. 5° da Lei 6248/88 (auxílio transporte), art. 3° LC 871/00 (GASS — Gratificação Assistência Suporte à Saúde), e art. 3° da LC 432/85 (Adicional de Insalubridade).

Portanto, a pretensão deve ser julgada improcedente.

Por fim, com relação ao prazo de (dez) dias

determinado para cumprimento da obrigação de fazer, sob pena de multa diária, é por demais exíguo, tendo em conta os trâmites administrativos necessários para o efetivo apostilamento. Ademais, registre-se que não há que se falar em astreinte contra a Fazenda Pública.

De outro lado, também o prazo de 10 dias para pagamento das parcelas vencidas e vincendas não pode prevalecer.

Com efeito, como é cediço, os pagamentos efetuados pela Fazenda Pública estão adstritos ao quanto previsto no art. 100 da Constituição Federal, através do devido precatório.

Demais disso, para o cumprimento da obrigação de fazer se faz necessária a citação do Procurador Geral do Estado, a teor do disposto no art. 632 do Código de Processo Civil, e o cumprimento da obrigação de pagar, também somente poderá ocorrer após a citação do Procurador Geral do Estado nos termos do art. 730 do Código de Processo Civil.

Assim, em caso de manutenção dar. Sentença, nesse particular deve a mesma ser reformada.

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Diante de todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido para o fim de ser julgada totalmente improcedente a presente demanda.

Para efeito de futuras notificações/intimações, requer, por fim, seja observado o Provimento GP/CR 03/2007.

Termos em que, Pede deferimento.

São Paulo, 22 de fevereiro de 2011.

MARIA APARECIDA C. ROQUE Procuradora do Estado

OAB/SP N° 119.261

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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA SEGUNDA REGIÃO--

15a Turma

Processo: 00695007920105020081

Recurso Ordinário da M.M. 81' Vara do Trabalho de São Paulo/SP

1° Recorrente: VT e Fazenda do Estado de São Paulo 2° Recorrente: Inácia Leite da Silva 1° Recorrido: Inácia Leite da Silva 2° Recorrido: VT e Fazenda do Estado de São Paulo

Adoto o relatório da sentença de folhas 103/107, que julgou procedente em parte a reclamação.

Recorre VT e Fazenda do Estado de São Paulo, folhas 126/134, pretendendo a reforma do julgado quanto a sexta parte e reflexos.

Recorre Inácia Leite da Silva, folhas 109/112, pretendendo a reforma do julgado quanto a base de cálculo do quinquênio.

Contrarrazões, folhas 116/120 e 140/143.

A d. Procuradoria Regional manifesta-se às fls. 145/146, deixando de emitir parecer circunstanciado no presente processo.

É o relatório.

Voto

Processo: 00695007920105020081 página: 1 RZ

Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei n. 11.419/2006. Disponibilização e verificação de autenticidade no site www.trtsp.jus.br informando: codigo do documento = 324627

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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA SEGUNDA REGIÃO

15a Turma

Recurso ex officio O valor atribuído à condenação foi R$ 10.000,00 (dez

mil reais), inferior a sessenta salários mínimos, estando a decisão excluída do reexame necessário, nos termos do parágrafo segundo do artigo 475 do Código de Processo Civil.

Conheço dos recursos interpostos por Fazenda do Estado de São Paulo e Inácia Leite da Silva, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade.

Recurso ordinário da Fazenda do Estado de São Paulo

1. Sexta parte O recorrente alega que a concessão de adicional de

sexta-parte é incabível, porque o recorrido foi contratado para trabalhar pelo regime da CLT.

Sem razão. O artigo 129 da Constituição Estadual não distingue

entre servidor estatutário e servidor contratado pela Consolidação das Leis do Trabalho, não cabendo ao intérprete distinguir. A sexta-parte destina-se a todo servidor público. Este artigo é auto-aplicável, não carecendo de regulamentação.

Aplico a Súmula 4, deste Tribunal:

SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - SEXTA-PARTE DOS VENCIMENTOS - BENEFÍCIO QUE ABRANGE TODOS OS SERVIDORES E NÃO APENAS OS ESTATUTÁRIOS. (RA n° 02/05 - DJE 25/10/05) O art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, ao fazer referência a Servidor Público Estadual, não

Processo: 00695007920105020081 página: 2 RZ

Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Lei ri. 11.419/2006. Disponibilização e verificação de autenticidade no site www.trtsp.jus.br informando: codigo do documento = 324627

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fis. 116

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15e Turma distingue o regime jurídico para efeito de aquisição de direito.

Mantenho.

Recurso ordinário de Inácia Leite da Silva

1. Base de cálculo do quinquênio

Argumenta a recorrente que os quinquênios recebidos devem ser calculados sobre a remuneração integral e não apenas sobre o salário base.

A sentença julgou improcedente o pedido da reclamante, que pretendia que os adicionais por tempo de serviço recebidos fossem calculados sobre os títulos que compõem a remuneração (salário base, gratificações e demais verbas, exceto sobre os demais adicionais por tempo de serviço).

A pretensão está baseada no art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, segundo o qual

"Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observando o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição" (grifei).

Quando o legislador desejou a remuneração como base de cálculo, o fez expressamente ("vencimentos integrais"), ao conceder ao servidor o direito de perceber sexta parte.

Não é outro o entendimento adotado pela jurisprudência de nossos Tribunais, inclusive do TST, conforme se verifica

Processo: 00695007920105020081 página: 3 RZ

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15' Turma

da Orientação Jurisprudencial Transitória n° 60 da SDI-1, abaixo transcrita:

"Adicional por tempo de serviço. Base de cálculo. Salário-base. Art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo. (DJ. 14/03/2008) O adicional por tempo de serviço - quinquênio -, previsto no art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, tem como base de cálculo o vencimento básico do servidor público estadual, ante o disposto no art. 11 da Lei Complementar do Estado de São Paulo n° 713, de 12.04.1993."(gn)

Diante do exposto, entendo que a base de cálculo dos quinquênios é o salário base, razão pela qual mantenho o julgado de origem.

Dispositivo Acordam os Magistrados da 15a Turma do Tribunal

Regional do Trabalho da Segunda Região em: não conhecer do recurso ex

officio e conhecer dos recursos ordinários interpostos pelas partes e, no mérito, negar provimento a ambos, mantendo na íntegra a sentença, nos termos da fundamentação do voto da relatora.

Magda Aparecida Kersul de Brito, relatora

Processo: 00695007920105020081 página: 4 RZ

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15a Turma

Embargos de Declaração

Processo: 00006957420105020081

Origem: 81a Vara do Trabalho de São Paulo/SP

Embargante: Fazenda do Estado de São Paulo

Embargado: Acórdão n° 20120411401

Embargos de declaração opostos por Fazenda do

Estado de São Paulo, folhas 152/153, alegando: omissão, por haver

condenado a embargante a pagar a sexta-parte sobre os vencimentos

integrais do reclamante e apresentado prequestionamento quanto a matéria

e por não haver se pronunciado sobre o prazo para cumprimento da

obrigação de fazer e de pagar.

Publicação do acórdão: 24/04/2012.

Data do protocolo: 02/05/2012

Processo: 00695007920105020081 página: 1 RZ

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15a Turma

Fundamentação Tempestivos, conheço.

Omissão

Os pontos omissos apontados foram: sexta-parte sobre

os vencimentos integrais e pronunciamento sobre o prazo para

cumprimento da obrigação de fazer e de pagar.

Quanto a sexta-parte dos vencimentos integrais

O artigo 129 da Constituição Estadual é expresso ao fixar os vencimentos integrais como base de cálculo, não havendo nenhum fundamento para que se observe apenas o salário base.

Irrelevante a alegação de que algumas gratificações não seriam base de cálculo porque a lei estadual excluiu a incidência em outras parcelas.

Não há omissão e a decisão embargada não afronta o inciso XIV, do artigo 37 da Constituição Federal.

Quanto a falta de pronunciamento sobre o prazo para

cumprimento da obrigação de fazer e de pagar.

Com razão a embargante. Não houve pronunciamento

Processo: 00695007920105020081 página: 2 RZ

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15' Turma

no acórdão sobre o assunto, que passo a discorrer abaixo.

O prazo de 10 dias determinado em sentença não é

exíguo, como afirma a embargante e o mesmo só correrá após a intimação

da procuradoria do transito em julgado.

Mantenho.

Dispositivo Acordam os magistrados da 15a Turma do Tribunal

Regional do Trabalho da Segunda Região em conhecer dos embargos dar

parcial provirnento para acrescer à fundamentação do acórdão os

esclarecimentos acima, mantendo inalterado o dispositivo, nos termos

fundamentação do voto da relatora.

Magda Aparecida Kersul de Brito, relatora

Processo: 00695007920105020081 página: 3 RZ

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 22 REGIÃO

fls. 126

PROCESSO TRT/SP n20069520-10.0810.2.00.3 (00006957420105020081)

RECLAMANTE : Inácia Leite da Silva

RECLAMADA : Fazenda Pública do Estado de São Paulo

A FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, pela Procuradora do Estado infra assinada, nos autos do processo supra mencionado, não se

conformando com o v. acórdão de fls., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 896 "b" (DIVERGENCIA JURISPRUDENCIAL) e "c" (AFRONTA DIRETA E LITERAL À CONSTITUIÇÃO FEDERAL), da Consolidação das Leis do Trabalho, combinado com o

Decreto-Lei 779/69, interpor RECURSO DE REVISTA para o Colendo

Tribunal Superior do Trabalho, consoante as razões anexas, requerendo seu regular processamento e remessa na forma da lei.

Nestes termos,

Pede deferimento.

São Paulo, 04 de julho de 2012.

MARIA APARECIDA C. ROQUE

Procuradora do Estado

OAB/SP NP 119.261

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Recorrente: Inácia Leite da Silva Recorrida: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

RAZÕES DO RECURSO

COLENDO TRIBUNAL

Em atendimento aos termos da Instrução

Normativa TST n9 23/TST, este Recorrente, inicialmente, destaca:

1 -PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Os pressupostos imprescindíveis ao juízo de

admissibilidade se encontram configurados nos fatos e dispositivos legais

seguintes:

1. — Procuração da subscritora do recurso

O recurso, in casu, está assinado por

Procuradora do Estado no exercício de suas funções, prescindindo, por

isso, de instrumento de mandato (procuração), vez que a representação

deste Recorrente (Fazenda do Estado de São Paulo) em juízo se encontra

atribuída ao mesmo ipso jure (Constituição Federal, Artigo 132), conforme

entendimento, aliás, já assentado por essa Colenda Corte na 01 SDI, Seção

1, n9 52.

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2. — Cabimento

A finalidade deste recurso é a reforma da decisão de fls., prolatada pela Colenda 152 Turma do Egrégio Tribunal Regional do

Trabalho da Segunda Região São Paulo, isto porque este Recorrente entende

que a decisão acostada aos autos fere princípios constitucionais, tais como o da legalidade e da indisponibilidade erário, além dos artigos 29., 18, 25, 28 37, "caput", I, XIV, 61, 100 e 169, § 12, I e II, todos da Carta Magna e além dos artigos da Constituição Estadual, havendo, ainda efetiva divergência jurisprudencial (conforme acórdãos trazidos a cotejo, nos moldes da

Súmula 337, do C.TST, prolatados pelo E. TRT da 152 Região).

1. 3 — Tempestividade

A intimação deste Recorrente, relativamente à decisão recorrida dos embargos de , se deu pessoalmente aos 19/06/2012 com termo inicial do prazo recursal em 20/06/2012 e final em 05/07/2012, conforme disposições do Artigo 62, da Lei n2 5.584/70, com prazo em dobro, conforme expressa e literal disposição do Artigo 12, inciso III, do Decreto-Lei n2 776/69.

Por conseguinte, vez que protocolado nesse lapso temporal, este recurso atende ao requisito da tempestividade.

1.4 — Depósito Recursal e Pagamento de Custas

Não acompanha este recurso o comprovante do depósito recursal, assim como o relativo ao pagamento de custas, já que este Recorrente (Fazenda do Estado de São Paulo), quanto ao depósito recursal, encontra-se dispensada, e, quanto ao pagamento das custas, o mesmo é isento nos termos do art. 790-A, inciso I, da CLT.

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— Legitimidade e interesse

Como já expendido este recurso tem por

finalidade a reforma dos termos do acórdão de fls., complementado pela r.

decisão em embargos de declaração, decisão pela qual a Egrégia 15e

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região São Paulo,

por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso ordinário do

reclamada, para manter o pagamento do benefício da "sexta-parte" dos

vencimentos integrais da autora.

Desse modo, nota-se que este Recorrente é

parte no recurso em que foi prolatada a decisão recorrida, assim como se

nota também que este Recorrente não teve acolhida sua postulação.

Conseqüentemente, in casu, resta inquestionável a legitimidade e

interesse para este recurso, já que parte vencida.

Inexistência de fato impeditivo ou extintivo

do direito de recorrer

Por fim, relativamente à decisão recorrida, este

Recorrente expende que não interpôs outro recurso, tampouco praticou ato

contrário ao interesse de recorrer, sequer renunciou ao respectivo direito, não

havendo, portanto, preclusão ou qualquer outro fato impeditivo ou extintivo a

obstar a admissibilidade deste recurso.

II PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

Destacado o preenchimento dos pressupostos

extrínsecos, ante a natureza extraordinária e o fundamento na ofensa de

norma estadual e divergência jurisprudencial deste recurso,

relativamente aos pressupostos intrínsecos este Recorrente ressalta que:

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Não merece prosperar o v. acórdão redorridá, uma vez que vulnerou a própria Carta Magna e a lei ordinária, divergindo ainda frontalmente de pacífica jurisprudência.

INDEVIDA EQUIPARAÇÃO

A Constituição Estadual, quando quer se referir aos funcionários públicos propriamente ditos, se utiliza da expressão servidores públicos civis.

De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em Direito Administrativo, £V- edição, p. 357:

"QUANDO SE PASSOU A ACEITAR A POSSIBILIDADE DE CONTRATAÇÃO

DE SERVIDORES SOB O REGIME DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, A EXPRESSÃO "EMPREGO PÚBLICO" PASSOU A SER UTILIZADA,

PARALELAMENTE A CARGO PÚBLICO, TAMBÉM PARA DESIGNAR UMA UNIDADE DE ATRIBUIÇÕES, DISTINGUINDO-SE UMA DA OUTRA PELO

TIPO DE VÍNCULO QUE LIGA O SERVIDOR AO ESTADO; O OCUPANTE

DE EMPREGO PÚBLICO TEM UM VÍNCULO CONTRATUAL, SOB A REGÊNCIA DA CLT, ENQUANTO O OCUPANTE DO CARGO PÚBLICO

TEM UM VÍNCULO ESTATUTÁRIO, REGIDO PELO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS QUE, NA UNIÃO, ESTÁ CONTIDO NA LEI QUE INSTITUIU O REGIME JURÍDICO ÚNICO ( LEI 1\12 8.112/90).PÁG. 355:"SÃO SERVIDORES PÚBLICOS, EM SENTIDO AMPLO, AS PESSOAS FÍSICAS QUE PRESTAM SERVIÇOS AO ESTADO E ÀS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA, COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO E MEDIANTE REMUNERAÇÃO PAGA PELOS COFRES PÚBLICOS.

COMPREENDEM:

2. OS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS, SUJEITOS AO REGIME ESTATUTÁRIO E OCUPANTES DE CARGOS PÚBLICOS;

3. OS EMPREGADOS PÚBLICOS , CONTRATADOS SOB O REGIME DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E OCUPANTES DE EMPREGO PÚBLICO;

4. OS SERVIDORES TEMPORÁRIOS, CONTRATADOS POR TEMPO DETERMINADO PARA ATENDER A NECESSIDADE TEMPORÁRIA DE

EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO ( ART. 37, IX, DA CONSTITUIÇÃO) ;

ELES EXERCEM FUNÇÃO, SEM ESTAREM VINCULADOS A CARGO OU EMPREGO PÚBLICO.

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OS DA PRIMEIRA CATEGORIA SUBMETEM-SE A REGIME ESTATUTÁRIO,

ESTABELECIDO EM LEI POR CADA UMA DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO E MODIFICÁVEL UNILATERALMENTE, DESDE QUE

RESPEITADOS OS DIREITOS JÁ ADQUIRIDOS PELO FUNCIONÁRIO. QUANDO NOMEADOS, ELES INGRESSAM NUMA SITUAÇÃO JURÍDICA

PREVIAMENTE DEFINIDA, À QUAL SE SUBMETEM COM O ATO DA POSSE; NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE QUALQUER MODIFICAÇÃO DAS NORMAS VIGENTES POR MEIO DE CONTRATO, AINDA QUE COM A

CONCORDÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO E DO FUNCIONÁRIO, PORQUE SE TRATA DE NORMAS DE ORDEM PÚBLICA, COGENTES, NÃO

DERROGÁVEIS PELAS PARTES. OS DA SEGUNDA CATEGORIA SÃO CONTRATADOS SOB REGIME DA

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA QUE É APLICÁVEL COM AS ALTERAÇÕES DECORRENTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL; NÃO PODEM ESTADOS E

MUNICÍPIOS DERROGAR OUTRAS NORMAS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, JÁ QUE NÃO TÊM COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR

SOBRE DIREITO DO TRABALHO, RESERVADA PRIVATIVAMENTE À

UNIÃO ( ART. 22, I, DA CONSTITUIÇÃO) "

Já o art. 32 da Lei 10.261, de 1968, diz:

"FUNCIONÁRIO PÚBLICO, PARA OS FINS DESTE ESTATUTO, É A

PESSOA LEGALMENTE INVESTIDA EM CARGO PÚBLICO."

Ora, no caso "sub judice", a reclamante para ter direito

ao recebimento da sexta parte, teria que ser servidora estatutária "em sentido

estrito", todavia, a reclamante é regida pela CLT.

É insustentável o argumento de que a Constituição

Estadual ao utilizar a expressão servidor público em seu art. 129, conferiu a

vantagem da sexta-parte a todos os que tinham vínculo com o Estado à data de

sua promulgação. Ressalve-se que tal artigo cingiu-se a fixar o tempo para a

aquisição dessa vantagem e, portanto, cabe à lei complementar dispor sobre

seus beneficiários e outras condições.

De acordo com opinião de Valmir Pontes Filho, em revista

da Procuradoria Geral do Estado, n9 34, pág.120:

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fls. 132

"Em primeiro lugar, porque isso (efetivação) ortyia insofismável ofensa à isonomia, na medida em que pessoas em

situação jurídica desigual (os que foram admitidos em

concurso) estariam sendo postos em situação de igualdade

(todos ocupando cargos ou empregos dos quadros). Depois

porque estes cargos ou empregos não estão criados por lei (v.

princípio de legalidade, a que alude o art. 37 caput) e, por fim,

porque a pretendida efetivação se operaria ao arrepio do

comando contido no art. 37, II que exige, para tanto, a prévia

aprovação em concurso público (v. igualmente o art. 41 da CF) .

Se, no entanto, (art. 30 das Disposições Transitórias) se refere

ela a servidores não efetivos, não há como efetivá-los

(encargos que ademais não existem), motivo porque se

revelam inconstitucional....À nova realidade jurídica esculpida

pela Lex Magna não pode opor construções jurisprudenciais, doutrinárias ou legais anteriores a ela. Disso decorre que tanto

os cargos, cujos titulares se regem "Leis Estatutárias "ou pelo

regime de direito público trabalhista ou da CLT, desde que

providos por meio de concurso público, passam a conferir aos

que neles se investiram o privilégio , repita-se, só existem para

os que nos cargos ou empregos ingressaram por concurso,

vedando a Constituição outra qualquer forma de conceder-se a vantagem."

Ressalte-se, ainda, a opinião de Celso Antonio Bandeira de Mello, ob. cit., pág. 31:

"Possivelmente não se encontrará na Constituição parte

alguma afligida por tantas imperfeições técnicas quanto a relativa aos servidores.

A linguagem desuniforme ou imprecisa do texto, a ausência de

um caráter rigidamente sistemático em sua terminologia,

recomendam grandes precauções do hermeneuta (....)

Proibem-lhe no geral - e muito mais no particular, ante o tema dos servidores atribuir, descuidadosamente , as expressões

vazadas, uma coerência metódica ou força sistematizadora

compacta que nele não tem e que em vão ali se buscaria encontrar.

Compreende-se, pois, que haverão de ser reconhecidas

exceções à presumível unidade dos tópicos aglutinantes e ter-

se-á , alguma vez , de recusar a certos termos o sentido que lhes pareceria típico, quando perceptível que foram usados

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sem compromisso com a acepção corrente que lhes conferem

os especialistas na matéria."

Portanto, a Constituição Estadual não deferiu tal direito

ao agente contratado sob a CLT ou em caráter temporário.

Realmente, a sexta parte dos vencimentos é vantagem

somente assegurada aos servidores estatutários (artigo 92, III, da Constituição

Estadual de 1967, e artigo 178 da LC 180/78). E o próprio fato de o artigo 23

das Disposições Transitórias da Constituição do Estado mandar aplicar aos

extranumerários todas as vantagens pecuniárias concedidas aos que,

exercendo idênticas funções, foram beneficiados pelas disposições da

Constituição Federal de 1967, já significa que as vantagens previstas na

Constituição de 1989 não foram automaticamente estendidas a todas as

categorias de servidores, caso contrário, o referido art. 23 seria inócuo.

Assim, o artigo 129 da Constituição do Estado não

instituiu vantagem nova, apenas alterou o prazo de concessão do benefício, para

os que já eram seus destinatários. Nada impede, porém, que "de lege ferenda", a

ensejo da instituição do regime jurídico único, venha a sexta parte a ser

estendida aos servidores em geral, porém sem o cunho da garantia

constitucional.

Em conseqüência, o benefício da sexta parte continua a

ser vantagem conferida, exclusivamente aos servidores estatutários que

ostentam a qualidade de funcionário.

Até a promulgação da Constituição de 1988, o ocupante

de cargo era designado funcionário público. A expressão servidor guardava a

idéia de todos que mantinham vínculo com a Administração por relação

profissional, englobando estatutário, temporário e regido pela CLT. A idéia é que

fosse adotado o regime jurídico único.

À primeira vista, dê fato, parece designar indistintamente

todos que estavam a serviço da Administração ao ser promulgada.

Ora, na estrutura administrativa colimada pelo

constituinte, todo servidor ocuparia cargo.

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Veja-se ainda que, a referência a "Estatutáos vidores

Civis e Militares", constante do parágrafo único, item 10 do art. 23, no capítulo

referente ao processo legislativo da Constituição Estadual, aliada à dualidade de

expressões "servidor público", se assimila à funcionários detentores de cargos

públicos.

Tanto assim, que o art. 127, ao mencionar a estabilidade

dos "servidores públicos", remete para o art. 41 da CF, que exige como requisito

da estabilidade a nomeação por concurso público.

Sintetizando: o art. 129 não instituiu vantagem nova,

apenas alterou a existente, para os que já eram seus destinatários, cingiu-se a

fixar o tempo para a aquisição dessa vantagem.

Note-se que, caso pretendesse conceder a sexta-parte

ao reclamante admitida pela CLT, o constituinte estadual assim o teria feito nas

Disposições Transitórias, tal como fez com os extranumerários, no art. 23.

Com efeito, a vantagem, de ter direito à sexta-parte,

continua exclusiva dos estatutários face ao disposto no art. 130 do Estatuto dos

Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.

Não se pode conceber que eventuais vantagens

concedidas aos funcionários públicos pelo artigo 129 da Constituição Federal

sejam estendidas aos servidores "temporários" e aos celetistas.

Cabe lembrar que não foi adotado o regime jurídico único no Estado de São Paulo.

Pelas mesmas razões, não se pode conceber a criação de

um regime híbrido em que se agreguem as vantagens do regime celetista e do

estatutário ao mesmo tempo, em desrespeito ao princípio da legalidade.

DA QUESTÃO ORÇAMENTÁRIA

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Mesmo que não houvesse exigência constitucional nesse

sentido, não se poderia conceber que vantagens pecuniárias fossem instituídas

pelo Poder Judiciário, para imediata aplicação, sem indicação dos recursos

orçamentários cabíveis, e sem prévia verificação de que a sua criação não

implicaria despesa com pessoal em montante superior ao estabelecido pelo

artigo 169, c/c o artigo 38 das Disposições Transitórias.

Há impedimento decisivo, para impedir a extensão

automática do artigo 129 aos servidores "temporários" e aos celetistas. É o que o

artigo 169, parágrafo único, da Constituição Federal determina:

"A concessão de qualquer vantagem ou aumento de

remuneração , a criação de cargos ou alteração de

estrutura de carreira , a bem como a admissão de

pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da

administração direta ou indireta, inclusive fundações

instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão ser

feitas: I — se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos

acréscimos dela decorrentes;

II se houver autorização específica na lei de diretrizes

orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as

sociedades de economia mista."

Não há dúvidas de que este preceito é obrigatório para os

Estados, tendo em vista que o "caput" estabelece limitações quanto à despesa

com "pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios". E também não há dúvida de que a norma vincula o constituinte estadual, pois este dispõe apenas do poder constituinte derivado, ou seja,

subordinado aos preceitos obrigatórios da Constituição Federal.

Isto não significa que as normas da Constituição Estadual

que previram vantagens pecuniárias sejam inconstitucionais, apenas que não são

auto aplicáveis, porque dependem do prévio atendimento das exigências

contidas no art. 169, parágrafo único da Constituição Federal.

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Portanto, à luz dos dispositivos acima /mencionados,

conclui-se que eventual ato administrativo que encampasse a tese` defendida

pela reclamante encontraria óbice intransponível na Constituição Federal, razão

Pela qual não há prevalecer a exegese veiculado no v. acórdão que determina ao

Estado o deferimento do pleito formulado pela autora.

RESERVA DE COMPETÊNCIAS, AUTONOMIA DOS ESTADOS-MEMBROS (ART. 25,

CF) SEPARAÇÃO DE PODERES (Art. 22, CF)

O v. acórdão ao afastar a Legislação Estadual referente aos

servidores públicos ofendeu um dos alicerces da República Federativa

brasileira.

Vale lembrar que a soberania é da República Federativa do

Brasil e "não da União, enquanto ente federativo. A soberania é do conjunto

formado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios'.

A recusa em observar a legislação do ente federativo

representa afronta direta à Constituição Federal eis que viola a separação de

poderes capacidade de auto-organização, auto-administração e autogoverno e

autolegislação previstas nos artigos 22, 18, 25 a 28 da Constituição Federal.

Cabe lembrar que no âmbito estadual a competência

exclusiva do Governador para a organização dos servidores da Administração

Direta e Indireta está prevista nos artigos 24, §2° e 47, XII, 115, I (requisitos para

investidura), todos da Constituição do Estado de São Paulo.

Nos termos do art. 128 da Constituição do Estado de São

Paulo, o aumento de vencimentos dos servidores depende de lei, cuja iniciativa

é exclusiva do Governador conforme art. 24, § 2, da C.E.. Essa regra é repetição

da Constituição Federal em relação ao Presidente da República.

Conforme ensina Luiz Alberto David Araújo e Vidal

Serrano Nunes Júnior, o "Supremo Tribunal Federal entendeu que a iniciativa

reservada do Presidente da República (art. 61,§ 1°) deve ser repetida

n Constituição Estadual, garantindo ao Governador do Estado as mesmas

competências" (Curso de Direito Constitucional 2009p. 289.

Pedro Lenza, Direito Constitucional, 12' ed, p.249

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Os autores lembram a decisão do STF proferida na Adin 157 que entendeu que a limitação da iniciativa de lei aplica-se também ao Poder Constituinte do Estado.

embram ainda que lei federal pode dispor sobre direito do trabalho, bem como sobre o regime dos servidores públicos da Unlãro,

mas em nenhuma hipótese poderia versar sobre o regime jurídico dos servidores estaduais, pois trata-se de matéria inserida dentro da capacidade de auto administração do Estado-membro (op. cit, p. 291).

A Administração Pública está jungida ao principio da legalidade (art. 37, caput, da CF), e não pode efetuar pagamentos em desconformidade com a lei.

A determinação judicial de pagamento do benefício da sexta-parte a celetista, consubstanciada no v. acórdão recorrido, afronta diretamente o disposto no art. 37, caput, da CF, uma vez que implica em pagamento de benefício pela Administração Pública sem que haja lei anterior prevendo tal situação.

A decisão em questão afronta, também as regras de simetria referente à repartição constitucional de competências, o disposto nos artigos 61 e 169 da Constituição Federal, já que implicaria em inequívoco aumento da remuneração do funcionário celetista do Estado, sem que haja

prévia lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo.

Neste ponto pede-se licença para lembrar que "Não se

legitima a intervenção do Judiciário, sem base na legislação, a pretexto de corrigir injustiças do Executivo ou suprir omissões do Legislativo." (RT 411/121

apud AC n. 45.837, de Içara, Rel. Des Nestor Silveira, j em 11 10 94)

O entendimento consubstanciado no v. acórdão recorrido pressupõe a noção de que a conceituação doutrinária de servidores públicos abrange todos aqueles que prestam serviços públicos, independentemente da natureza de seu vínculo com o serviço público.

Todavia, o constituinte estadual ao mencionar "serviço

público estadual", não pretendeu abarcar todos aqueles que trabalham na administração estadual, independentemente de seu regime jurídico.

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n

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Nem poderia, caso contrário haveria vicio d iniciativa porque o poder constituinte decorrente não pode usurpar d, . chefe .'"

\r)

executivo a iniciativa na elaboração de lei que verse sobre servido s e se vencimentos.

O poder constituinte dos Estados federados é limitado

porque deve observância ao princípio da simetria em relação às competências do

chefe do Executivo Federal no âmbito dos Estados federados.

Com a questão da iniciativa de lei sobre a matéria e o

caso comporta o reconhecimento da incompatibilidade do v. acórdão com as

regras constitucionais que regem o tema.

Trata-se de vício de inconstitucionalidade de ordem

formal, porquanto o constituinte estadual regulou matéria atinente aos

servidores públicos estaduais. Dessa maneira, criou vantagens para esses

servidores e ocasionou, em tese, um aumento na despesa sem a observância da

regra de iniciativa legislativa Com a questão da iniciativa de lei sobre a matéria e

o caso comporta o reconhecimento da incompatibilidade da pretensão com as

regras constitucionais que regem o tema.

Dessa maneira, conclui-se que se há realmente a

equiparação propalada pelo v. acórdão, a Constituição Estadual desrespeitou ao

Princípio da Harmonia e Independência entre os Poderes decorrente da não

observância da regra quanto à deflagração do processo legislativo em certas matenas.

Como é sabido, a Carta Federal consagra a repartição da

competência legislativa entre a União, Estados e Municípios. Outrossim, que, em

face do notório alargamento da atuação do Executivo no processo legislativo, há

a previsão de uma repartição de competência também em termos horizontais.

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Nesse diapasão, disciplinam os artigos 60, II, "a" a "d", 61,

I, 10, 82, 82 e 149 da Constituição Estadual ser de iniciativa privativa do

Governador do Estado as leis que cuidem das chamadas leis orçamentárias, que

tratem dos servidores públicos do Estado, seu regime jurídico — do que trata a lei

ora impugnada -, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis e

reforma ou transferência de militares para a inatividade, que disponham sobre a criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos na

administração direta e autárquica, e sobre a criação, estruturação e atribuições

de Secretarias e órgãos da administração pública. Nesse sentido decidiu o STF,

ADI-MC 766-RS, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, 03-09-1992, v.u., DJ 27-

05-94, p. 13.186.

O STF já reconheceu a questão:

ADI N. 1.353-RN RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

CONCESSÃO DE VANTAGENS PECUNIÁRIAS A SERVIDORES

PÚBLICOS. SIMETRIA. VÍCIO DE INICIATIVA.

1. As regras de processo legislativo previstas na Carta Federal

aplicam-se aos Estados-membros, inclusive para criar ou revisar as

respectivas Constituições. Inci dência do principio da simetria a

limitar o Poder Constituinte Estadual decorrente.

2. Compete exclusivamente ao Chefe do Poder Executivo a

iniciativa de leis, lato sensu, que cuidem do regime jurídico e da

remuneração dos servidores públicos (CF artigo 61, § 12, II, "a" e

"c" c/c artigos 22 e 25). Precedentes.

Inconstitucionalidade do § 42 do artigo 28 da Constituição do

Estado do Rio Grande do Norte.

Ação procedente.

Também: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI

COMPLEMENTAR N. 792, DO ESTADO DE SÃO PAULO. ATO NORMATIVO

QUE ALTERA PRECEITO DO ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

ESTADUAIS. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO

PROCESSO LEGISLATIVO ESTADUAL. PROJETO DE LEI VETADO PELO

GOVERNADOR. DERRUBADA DE VETO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA

EXCLUSIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AFRONTA AO DISPOSTO

14 Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP

2010.01.014258

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

NO ARTIGO 61, § II, C, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. A

Constituição do Brasil, ao conferir aos Estados-membros a capacidade

de auto-organização e de autogoverno [artigo 25, caput], impõe a

observância obrigatória de vários princípios, entre os quais o pertinente

ao processo legislativo, de modo que o legislador estadual não pode

validamente dispor sobre as matérias reservadas à iniciativa privativa do

Chefe do Executivo. Precedentes. 2. O ato impugnado versa sobre

matéria concernente a servidores públicos estaduais, modifica o

Estatuto dos Servidores e fixa prazo máximo para a concessão de

adicional por tempo de serviço. 3. A proposição legislativa converteu-se

em lei não obstante o veto aposto pelo Governador. O acréscimo

legislativo consubstancia alteração no regime jurídico dos servidores

estaduais. 4. Vício formal insanável, eis que configurada manifesta

usurpação da competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo

[artigo 61, § 12, inciso II, alínea "c", da Constituição do Brasil].

Precedentes. 5. Ação direta julgada procedente para declarar

inconstitucional a Lei Complementar n. 792, do Estado de São Paulo.

(ADI 3167, SP, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em

18/06/2007, DJe-096 DIVULG 05-09-2007 PUBLIC 06-09-2007 Di 06-09-

2007 PP-00036 EMENT VOL-02288-02 PP-00237)

Essa questão acerca da iniciativa para o processo legislativo implica que se verifique se houve observância da forma prescrita no

texto constitucional para a efetiva validade da norma, não por amor ou por

vassalagem a qualquer espécie de formalismo legal, mas porque, pela forma, princípios fundamentais insertos na Carta Magna devem ser garantidos.

Como é sabido, a Carta Federal consagra a repartição da competência legislativa entre a União, Estados e Municípios. Outrossim, que, em

face do notório alargamento da atuação do Executivo no processo legislativo, há a previsão de uma repartição de competência também em termos horizontais.

Assim, ou se entende que a Constituição Estadual faz

distinção entre os denominados Servidores Públicos Civis, e Servidores Civis, e

utiliza-se da expressão "Servidores", quando se refere de modo genérico a

todos os servidores do Estado, ou há que se reconhecer a inconstitucionalidade

por vício formal decorrente da não observância da regra de iniciativa.

Repita-se que conforme o art. 128 da Constituição do Estado de São Paulo, o aumento de vencimentos dos servidores depende de lei

cuja iniciativa é exclusiva do Governador conforme art. 24, § 2, da C.E..

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

DA BASE DE CÁLCULO DA SEXTA-PARTE.

Ainda que devido referido benefício, o que se admite

apenas por amor à argumentação, este não incidiria sobre a totalidade dos

vencimentos da autora.

Por se encontrar a Administração Pública adstrita à

observância ao princípio da legalidade, não se pode dar a expressão

"vencimentos", empregada no artigo 129 da Constituição do Estado de São

Paulo, a interpretação de "compreender" todas e quaisquer verbas,

independentemente da respectiva lei instituidora destas.

Desse modo, nota-se que a pretensão da

reclamante no sentido de incidência da "sexta-parte" sobre a totalidade da

remuneração que percebe, independentemente da origem e natureza legal de

cada verba, não encontra amparo legal. Ao revés, trata-se de pretensão que

encontra óbice no princípio da legalidade, expressamente previsto no artigo 37,

caput, da Constituição Federal.

Acrescente-se que a Emenda Constitucional n. 19,

de cunho 1998 modificou a antiga redação do artigo 37, inciso XIV da

Constituição Federal, de sorte que a proibição de incidência recíproca de

acréscimos pecuniários passou a figurar na Constituição Federal de modo claro e

expresso, conforme segue:

"os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não

serão computados nem acumulados para fins de concessão de

acréscimos ulteriores."

16

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO' PROCURADORIA JUDICIAL

Desta forma, eventual procedência da pretensão

veiculada na presente ação implicaria em ofensa direta e frontal ao disposto no

artigo 37, inciso XIV da Constituição Federal.

A) DA REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL ATINENTE À

BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO E SEXTA-PARTE.

Cumpre ressaltar que a matéria em questão já foi objeto de RECONHECIMENTO DE REPERCUSSÃO GERAL, nos autos do Recurso Extraordinário ng 563.708-5-MS, com a seguinte ementa da manifestação da

Exma. Ministra Carmen Lúcia:

"REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. BASE DE

CÁLCULO DE ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. ART. 37, INC. XIV, DA

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EMENDA CONSTITUCIONAL 19/1998. MANIFESTAÇÃO PELO RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL.

No fundamento da decisão em questão, a Exma.

Ministra Relatora bem destacou a proibição da acumulação de acréscimos

pecuniários a qualquer título após a alteração introduzida pela Emenda

Constutucional ri@ 19/98, a saber:

" 3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no

sentido de que o art. 37, inc. XIV, da Constituição da República, na

norma originariamente positivada, se destinava a coibir a acumulação

de acréscimos pecuniários que tivessem o mesmo título ou idêntico fundamento,

4. Todavia, o caso dos autos concerne a período posterior à

promulgação da Emenda Constitucional 19/1998, que promoveu

alteração no inciso XIV do art. 37 da Constituição.

5. Por se tratar de matéria relativa ao regime remuneratorio dos

servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, entendo caracterizada a repercussão geral da questão

constitucional, tanto porque transcende os interesses das partes

quanto pela relevância jurídica da matéria."

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

Igualmente, o ordenamento jurídico do Estado de

São Paulo, como não poderia deixar de ser, não previu a incidência da sexta-

parte sobre todas as verbas pagas ao servidor, conforme passamo5 a

demonstrar.

Por vencimentos integrais devem ser considerados

somente o vencimento e as vantagens pecuniárias que se integram

automaticamente no padrão de vencimento, ou mediante determinação legal

expressa, conforme estatui o artigo 178 da Lei Complementar n2 180/78, in

verbis :

"A vantagem relativa à sexta-parte dos vencimentos integrais,

prevista no inciso VIII do artigo 92 da Constituição do Estado

(Emenda 2) e de que trata o artigo 130 da Lei 10.261, de 28 de

outubro de 1.968, que corresponderá a 1/6 (um sexto):

I - do valor do padrão em que estiver o cargo do funcionário;

II - do valor das vantagens pecuniárias incorporadas e desde que não

computadas no valor do padrão "(g.n.).

Resta claro, assim, que a expressão "vencimentos

integrais", constante do dispositivo constitucional, não pode ter a abrangência

pretendida pela reclamante, não se podendo considerar, assim, outros

componentes, tais como adicionais de função e gratificações, vantagens

transitórias que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem

geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção.

Portanto, não se pode incluir para o cálculo da

sexta-parte as vantagens pecuniárias modais ou condicionais, que não tiveram

sua integração determinada por lei.

B) DA EXPRESSA VEDAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO DE DETERMINADAS GRATIFICAÇÕES E/OU VANTAGENS PECUNIÁRIAS, PARA

EFEITO DE CÁLCULO DE OUTRAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS, PELAS LEIS

ESTADUAIS QUE AS INSTITUÍRAM.

Cada gratificação ou vantagem percebida pelo

funcionário foi instituída por uma lei, em função do que determina a

Constituição.

18

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL ,7)

Mister se faz, assim, a análise específica das !Leis

Complementares Estaduais que instituíram as gratificações e/ou vantagens

pecuniárias percebidas pela reclamante.

Assim, por exemplo, a Lei Complementar Estadual n 9 788/94, que instituiu a "Gratificação Extra", afastou, expressamente, em seu artigo 32, parágrafo 49, a possibilidade de inclusão

na base de cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias, in verbis:

"§ 49 - A gratificação extra não será considerada para efeito

de cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias, exceto no

cômputo do décimo terceiro salário, nos termos do § 12 do artigo da 26 Lei Complementar n9 644, de 26 de dezembro de 1989".

O mesmo se diga em relação à "Gratificação Fixa",

à "Gratificação Executiva", à "Gratificação Assistência e Suporte", e à

"Gratificação Geral", cujas leis instituidoras, a saber, Leis Complementares

Estaduais n9 741/93, n9 797/95, n° 871/00, n2 901/01, respectivamente,

expressamente dispuseram quanto à "não incorporação ou incidência, sobre as

mesmas de quaisquer outras vantagens" (LC 741/93, art. 10, § 2 2, LC 788/94, art. 3°, § 49, LC 797/95, art. 2g, LC art. 871/00, art. 3 2, e LC 901/01, art. 17).

Por conseguinte, as gratificações acima descritas,

por expressa e literal disposição das respectivas leis instituidoras, não se

incorporam ao "salário base" para nenhum efeito. Não se incorporam,

portanto, para efeito de cálculo do "adicional por tempo de serviço" ou sexta-parte.

Assim, ao empregar a expressão "vencimentos

integrais", no art. 129 da Constituição Estadual, o constituinte não quis,

contrariamente à tese defendida no exórdio, se referir a toda e qualquer parcela

que compusesse a remuneração mensal, mas, obviamente, ao padrão e àquelas

que se integrassem, por força de expressa disposição da mesma norma legal, aos

vencimentos.

Dessa forma, as gratificações, abonos e vantagens

pecuniárias apontadas pela postulante, nas leis e decretos editados pela

Administração Pública para a sua criação, já apresentam dispositivos que

determinam a sua não incorporação aos vencimentos e, ainda, que sobre os

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

mesmos não incidirá qualquer outra vantagem pecuniária.

C)DA VEDAÇÃO AO "EFEITO CASCATA" OU "REPIQUE". DA EXCLUSÃO DO

ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO DA BASE DE CÁLCULO DA SEXTA-PARTE.

Conforme acima mencionado, o artigo 37, XIV

da Constituição Federal prescreve que os acréscimos pecuniários não

serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos

ulteriores.

A regra é repetida no artigo 115, XVI da

Constituição Estadual.

A interpretação do Texto Constitucional

Bandeirante deve ser sistemática e não meramente literal.

Se atentarmos para o disposto no artigo 115, inciso

XVI, da Constituição Paulista, chegamos à conclusão de que o legislador

constituinte proibiu a concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo

fundamento.

Está vedado, não só na Constituição Federal, como

também na Constituição Estadual, aquilo que a doutrina denomina de EFEITO

CASCATA OU REPIQUE.

Se o tempo de serviço é fundamento para os

adicionais quinquenais e sexta-parte, não haveria embasamento constitucional

para um incidir sobre o outro.

Não se pode olvidar, assim, acerca da

impossibilidade de inclusão dos valores pagos a título de adicional por

tempo de serviço na base de cálculo de outro adicional por tempo de

serviço, como é o caso da sexta-parte.

Neste sentido é a majoritária jurisprudência no

Supremo Tribunal Federal, consoante se pode depreender da decisão

proferida pela Ministra Carmem Lúcia no AI n2 8125887SP, divulgada no

DJe datado de 30/8/2010, em parte abaixo transcrita:

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" DECISÃO

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.

INCIDÊNCIA RECÍPROCA DE ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO E

ADICIONAL DE SEXTA PARTE: INCONSTITUCIONALIDADE. JULGADO

RECORRIDO EM DESARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO E RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDOS.

6. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou-se no

sentido da inconstitucionalidade da incidência recíproca do adicional por

tempo de serviço e do adicional de sexta parte. Nesse sentido:

"CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REMUNERAÇÃO: TETO. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO E DA SEXTA PARTE. I. - O adicional por tempo de serviço e o adicional da sexta parte

constituem vantagens pessoais, que devem ser excluídas do teto da

remuneração do servidor: C.F., art. 37, XI. Devem ser calculados,

entretanto, de forma singela sobre os vencimentos, não podendo ocorrer

a sua recíproca e acumulativa incidência. É dizer, o que não pode ocorrer é o 'reique' das vantagens, CF., art. 37, XIV. II. - R.E. conhecido e provido, em parte" (RE 200.363, Rel. Min. Carlos Venoso, Segunda Turma, DJ 27.2.1998 - grifos nossos).

"ESTADO DE SÃO PAULO. SERVIDORES PÚBLICOS. INCIDÊNCIA RECÍPROCA

DE ADICIONAIS E SEXTA-PARTE. ART. 37, XIV, DA CF, C/C O ART. 17 DO

ADCT/88. DIREITO JUDICIALMENTE RECONHECIDO ANTES DO ADVENTO DA

NOVA CARTA. SUPRESSÃO DA VANTAGEM POR ATO DA ADMINISTRAÇÃO.

ALEGADA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA COISA JULGADA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL.

O constituinte, ao estabelecer a inviolabilidade do direito adquirido, do ato

jurídico perfeito e da coisa julgada, diante da lei (art. 5g, XXXVI),

obviamente se excluiu dessa limitação, razão pela qual nada o impedia de recusar a garantia à situação jurídica em foco.

Assim é que, além de vedar, no art. 37, XIV, a concessão de vantagens

funcionais 'em cascata', determinou a imediata supressão de excessos da

espécie, sem consideração a 'direito adquirido' expressão que há de ser

entendida como compreendendo, não apenas o direito adquirido

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

propriamente dito, mas também o decorrente do ato jurídico perfeito e da

coisa julgada. Mandamento autoexequível, para a Administração, dispensando, na

hipótese de coisa julgada, o exercício de ação rescisória que, de resto,

importaria esfumarem-se, 'ex tunc', os efeitos da sentença, de legitimidade

inconteste até o advento da nova Carta.

lnconstitucionalidade não configurada.

Recurso não conhecido" (RE 140.894, Rel. Min. limar Gaivão, Primeira

Turma, Di 9.8.1996 — grifos nossos).

"1. RECURSO. Agravo de instrumento. Inadmissibilidade.

Prequestionamento no extraordinário. Caracterização. Conhecimento do

agravo. Deve ser conhecido agravo, quando prequestionada a matéria

constitucional, sem que isso implique consistência do recurso

extraordinário. 2. Servidor Público. Vencimentos. Vantagem pecuniária. Estado de São Paulo. LC ng 546/88. Adicionais da sexta parte. Incidência recíproca.

Vedação constitucional. Coisa julgada. Direito adquirido. Inexistência. Agravo desprovido. Não há afronta a coisa julgada nem a direito adquirido,

se os servidores públicos optam por outro regime legal remuneratório mais

favorável" (AI 494.465-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Primeira Turma, Di

17.3.2006 — grifos nossos).

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.

ADMINISTRATIVO. SUPERPOSIÇÃO DE VANTAGEM SOBRE VANTAGEM. SEXTA-PARTE. ADICIONAIS. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, XIV, DA

CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. Impossibilidade de incidência reciproca de adicionais e sexta-parte. Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento" (RE 446.179-

AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 6.6.2008 — grifos nossos).

Dessa orientação jurisprudencial divergiu o julgado recorrido.

7. Pelo exposto, dou provimento a este agravo, na forma do art. 544, §§

39 e 49, do Código de Processo Civil, e, desde logo, ao recurso

extraordinário, nos termos do art. 557, § 19-A, do mesmo diploma legal,

para excluir o adicional por tempo de serviço da base de cálculo do

adicional de sexta parte. Ficam invertidos, no ponto, os ônus

sucumbenciais.

Publique-se.

Brasília, 5 de outubro de 2010.

22

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

Ministra CÁRMEN LÚCIA

Relatora". (g.n.)

Portanto, indevida a incidência de sexta-parte sobre gratificações, vantagens pessoais e adicionais, em especial quando

se referem ao tempo de serviço como é o caso do adicional por tempo de

serviço e da incorporação de gratificação de função (art. 133 da Constituição do Estado e outros).

DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL (ART. 896, "b" c Súmula 296)

PARADIGMA REGIONAL:

http://consulta.trt15.jus.br/consulta/owa/pDecis ao.wAcordao?pTipoConsulta=PROCESSO&n idv=1 040454

DECISÃO 023567/2010 PATR - PUBLICAÇÃO 30/04/2010 PROCESSO TRT 152 REGIÃO N2 0089400-

76.2008.5.15.0042

RO RECURSO ORDINÁRIO - 62 TURMA - 122 CÂMARA 12 RECORRENTE: MARCOS CLEMENTE RUFINO CARDOSO

22 RECORRENTE: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ORIGEM: V VARA DO TRABALHO DE RIBEIRÃO PRETO (Juiz Walney Quadros Costa)

) SEXTA-PARTE. PAGAMENTO A SERVIDORES CELETISTAS. IMPROCEDÊNCIA. A conclusão de que o benefício da sexta-parte, paga pelo Governo do Estado de São Paulo a

seus servidores estatutários, não pode ser pago aos

servidores celetistas, não viola a igualdade preconizada pela Constituição Federal de 1988, pois a isonomia

pressupõe tratamento igual para os iguais e a que a

reclamante pretende é exatamente o contrário: usufruir

de todos os benefícios de ambos os regimes laborais,

pinçando de cada um deles apenas os que lhe convêm. O

só fato de possuírem o mesmo empregador não os torna

iguais perante a lei, pois, laborando em regimes distintos

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

(celetista e estatutário) possuem direitos e obrigações

diferenciados.

SEXTA PARTE. SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA. EXEGESE

DO ART. 129 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL PAULISTA.

Consoante a jurisprudência deste Egrégio Regional,

"servidor público, contratado sob regime celetista, não

pode pretender a sexta-parte, benefício assegurado ao

servidor público estatutário. lsonomia indevida; elastério

descabido do art. 129 da Constituição do Estado de São

Paulo." (Processo TRT/152 Região n9 652-2000-004-15-00-

6, Ac. 13.688/2003, Desembargadora Relatora Vera

Teresa Martins Crespo)

) DA SEXTA-PARTE

Sustenta o reclamado, ora recorrente, que a r. decisão

primeva restou equivocada ao declarar que o reclamante

faz jus ao adicional da "sexta-parte", eis que, como já salientado na defesa, o autor é servidor público

contratado sob o regime celetista, sendo, portanto,

empregado público, enquanto que o benefício pretendido

alude apenas aos servidores públicos estatutários, regidos

pela Lei Estadual n9 10.261/68, cuja aplicabilidade aos

empregados públicos é expressamente descartada por

seu artigo 22. Giza, ademais, que o art. 129 da Constituição do Estado

de São Paulo não pode ser interpretado literalmente,

como o fez a r.sentença, em face do disposto no art. 124

do mesmo Diploma Estadual. Pugna, por fim, caso

mantida a condenação, que a sexta parte seja calculada

sobre o salário base da obreira, e não sobre sua

remuneração.

Assiste razão ao recorrente. O artigo 129 da Constituição Estadual Paulista, que

estabelece esse benefício, encontra-se inserto no

Capítulo pertinente aos servidores públicos civis do

Estado, sendo que o parágrafo inaugural de mencionado

título (artigo 124) dispõe que a administração estadual

direta, autárquica e fundacional será regida por regime

jurídico único e instituirá planos de carreira.

Nesses termos, inequívoco que todas as demais

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

disposições trazem como pressuposto inafastável X10 cumprimento desta obrigação, a fim de que se possa

uniformizar o arcabouço de direitos assegurados aos

servidores públicos estaduais, que permanecem

distribuídos em regimes distintos.

Assim, enquanto não instituído um Regime único, não

há que se falar em igualdade de tratamento entre

celetistas (como a reclamante destes autos) e

estatutários.

Note-se, ademais, que este entendimento não viola a

igualdade preconizada pela Constituição Federal de 1988,

pois a isonomia pressupõe tratamento igual para os iguais

e o que o reclamante pretende é exatamente o contrário:

usufruir de todos os benefícios de ambos os regimes

laborais, pinçando de cada um deles apenas os que lhe convêm.

Somente o fato de possuírem o mesmo empregador não

os torna iguais perante a lei, pois, laborando em regimes

distintos (celetista e estatutário) possuem direitos e

obrigações diferenciados.

Ademais, o próprio Constituinte Bandeirante estabeleceu

expressa distinção entre servidores e empregados

públicos, ao relacioná-los distintamente no inciso VII, do

artigo 115. Se houvesse a igualdade pretendida pelos

autores, demonstrar-se-ia despiciendo elencar ambos os

regimes de contratação:

"VII - o servidor e empregado público gozarão de

estabilidade no cargo ou emprego desde o registro de sua

candidatura para o exercício de cargo de representação

sindical ou no caso previsto no inciso XXIII deste artigo,

até um ano após o término do mandato, se eleito, salvo

se cometer falta grave definida em lei; "

Refira-se, ademais, que a Lei Complementar 180/78, que

estabelecia a igualdade de tratamento entre celetistas e

estatutários, restou revogada pela Constituição Estadual

de 1989, não produzindo mais efeito o disposto no artigo 205, inciso IV.

Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Corte:

Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP 2010.01.014258

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fls. 151

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

"SEXTA PARTE" — SERVIDOR "CELETISTA". a "sexta-

parte", instituída pela lei n910261/68, é vantagem

estatutária, que não se aplica aos servidores contratados

pelo regime jurídico da clt. A obrigatoriedade de

implantação do regime único não tem o condão de criar

um regime híbrido para os estados-membros da

federação, que mantêm servidores do estatuto e da clt,

porque ainda não instituíram o regime único. (ac.

38818/00, trt 152 região, proc. 11.390/99, rel. luiz

antônio lazarim)

SERVIDOR PÚBLICO, CONTRATADO SOB REGIME CELETISTA, NÃO PODE PRETENDER A SEXTA-PARTE,

BENEFÍCIO ASSEGURADO AO SERVIDOR PÚBLICO

ESTATUTÁRIO. ISONOMIA INDEVIDA; ELASTÉRIO DESCABIDO DO ART. 129 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO

DE SÃO PAULO. (Ac. 13.688/03, TRT 152 Região, Proc.

652-2000-004-15-00-6, Rel. Vera Teresa Martins Crespo)

ADICIONAL. SEXTA PARTE E QÜINQÜÊNIOS. PAGAMENTO A EMPREGADOS CELETISTAS. ART. 129 C/C

ART. 124 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

IMPROCEDÊNCIA. O art. 129, da Constituição do Estado

de São Paulo, deve ser interpretado em consonância com

o disposto em seu art. 124. Assim, tem-se que os

benefícios em questão (sexta parte e qüinqüênios) foram

originariamente destinados aos servidores submetidos ao

regime administrativo, tanto que o aludido art. 124

menciona expressamente a instituição do 'regime jurídico único e planos de carreira'. (Ac. 19503/01, TRT 152

Região, Proc. 32920/00, Rel. Olga Aída Joaquim Gomieri).

Isso posto, há que se dar guarida ao recurso patronal

para expungir da condenação a obrigação de implantar, na folha de pagamento do reclamante, a parcela relativa

à sexta parte, nos termos consignados do dispositivo da

r. sentença (fl. 113), e, por corolário, absolver o

reclamado da obrigação de pagar a sexta parte (parcelas

vencidas e vincendas) ao reclamante.

26 Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP

2010.01.014258

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

fls. 152

1

Diante do exposto, decide-se conhecer dos recursos das

partes, não prover o recurso interposto por Marcos Clemente Rufino Cardoso, nos termos da fundamentação;

prover o recurso interposto por HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, e expungir da

condenação o pagamento de diferenças de adicional por

tempo de serviço — quinquênio e sexta-parte — e reflexos

e a obrigação de implantar na folha de pagamento do

reclamante as parcelas relativas a tais diferenças, nos

termos consignados no dispositivo da r. sentença (fl. 113),

bem como os reflexos referentes à integração do auxílio-

alimentação, nos termos da fundamentação. Resta, pois,

improcedente a ação.

Custas em reversão, pelo reclamante, no importe de

R$1.000,00, sobre o valor atribuído à causa (R$

50.000,00), das quais está isento, diante da concessão

dos benefícios da justiça gratuita na origem (fl. 113

verso). OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI

Desembargadora Relatora

Por tudo quanto foi dito, forçoso convir que o V.

Acórdão ora recorrido está em dissonância com a jurisprudência atual de outro

E. Tribunal Regional, situação que autoriza o conhecimento do presente recurso nos termos do art. 896, "a" e "ia", da CLT, devendo ser integralmente reformado,

a fim de que o pedido seja julgado integralmente improcedente.

Em conclusão, o acórdão prolatado pelo Egrégio

Tribunal Regional da 28 Região merece reforma, vez que em absoluta violação às

disposições constitucionais retro mencionadas, além de haver efetiva divergência

jurisprudencial.

Ante o exposto, requer e espera a FAZENDA DO

ESTADO DE SÃO PAULO seja CONHECIDA E PROVIDA a REVISTA ora interposta,

a fim de que seja reformado o v. acórdão recorrido, como medida de Justiça!

São Paulo, 04 de julho de 2012.

MARIA APARECIDA C. ROQUE

Procuradora do Estado - OAB/SP N8 119.261

27 Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP

2010.01.014258

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-POSTOS INTRINSECt

'-.1)M115,USTR:"•"'T 1:: 1

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fls. 154

i'01.) JUDICIÁRIO .11..STIcA DO . FRAII.AL TRI 2" REGIÃO

5-74.2 - )2.0081 -Turma 15

11 N 1211111NN NINO O h

P.1 i 1'RS.£ •.1:t .;

Recorretitetst: 1 . Inacia rh Silva 2. vT E F. , 7IEN DA DO ESI:VDO DE SÃO PAULO

Advogadma)(si; L NET S('jN .• RA l.S.P - 1.5751-1)) 2. CI.. i Df.3 IIEL•NA DE.':STEFANI LACERDA (SP - 1 211..1.,:?-1)

2. N.IION R. Á. MARIA PETRI FARSKY (SP - 127134-D)

1. '41T E FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO 2. 'iicia Leite da Silva •

CLAUDIA 1 f ELENA DISTE XN1 LACERDA (SP - D)

I. \IA RIA PETRI RSKY (SP - I27134-D) t...A;Nit'sl.:A. (SP • ts;-,s1-rn

iTh“.) DE: 1:\,. 'IE

;.'RESStillOSIX)S EXTRINSECOS

pl r h i 'S. tká reVU:SO O2/O;' •.2":

sind. flts). 1 1.

Recorrido(Ã)(s:

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fls 155

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cada na arr. 129 da Constíti.“..„•á. Ewedr., qual

ftuov.-eflimento do

do exposto, rio base. raro() peio rlirui (no

v. Acórao:

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fls. 156

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PROCURADOi% GERAL DO ESTADO \:\ PROCOADORIA JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2' REGIÃO

PROCESSO TRT/SP n° 0069520-10.08102003 15' TURMA INACIA LEITE DA SILVA

x FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO

A FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, pela Procuradora do Estado infra-assinada, nos autos supra, não se conformando com a r. decisão de fls. 133/136, que denegou seguimento ao Recurso de Revista, vem, respeitosamente, com fundamento no art. 897, "b" e "c" da Consolidação das Leis do Trabalho, como beneficio do prazo em dobro, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO para o C. Tribunal Superior do Trabalho, pelas razões anexas, requerendo seu processamento e remessa.

A recorrente deixa de juntar as cópias das peças dos autos tendo em vista a digitalização dos processos, o Comunicado GP 11/2010 desse E. TRT e Resolução TST n° 1418 de 11 de setembro de 2010.

Termos em que Pede Deferimento. São Paulo, 29 de janeiro de 2013.

CLAUDIA HELENA DESTEFANI DE LACERDA Procuradora do Estado OAB/SP 120.487

Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP 2010.01.014258

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PROCURADO!?IA GERAL DO ESTADO PROCWADORIA JUDICIAL

MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTE: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO AGRAVADA: INACIA LEITE DA SILVA

EGRÉGIO TRIBUNAL DOUTOS JULGADORES

A r. decisão que denegou seguimento à Revista deve ser integralmente reformada.

Consta da r. decisão agravada que não há fundamento para a revista, pois o acórdão está em consonância com a jurisprudência da SDI-I, do TST (Orientação Jurisprudencial Transitória de n° 75). No tocante à base de cálculo, a r. Decisão agravada sustenta que o reexame pretendido encontra óbice na Súmula 333 do TST, pois a Jurisprudência do C. TST faz distinção entre o adicional por tempo de serviço e a sexta parte previstos no artigo 129 da Constituição Estadual, considerando a incidência sobre o vencimento básico apenas o adicional por tempo de serviço.

A Fazenda do Estado de São Paulo não pode concordar com o entendimento da r. decisão agravada, visto que o recurso de revista está fundamentado nas hipóteses da alínea "b" e "c", do artigo 896 da CLT.

A r. decisão ora impugnada não levou em conta todas as razões do recurso de revista. Vejamos.

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

Confoi me demonstrado no recurso de revista, houve violação pelo v. acórdão dos artigos 2°, 18, 25, 28, 37, caput, I, XIV, bem como artigo 61, 93, IX, 100, 169, §1°, I e II todos da Constituição Federal, além dos artigos da Constituição Estadual, sendo certo que a interposição do Recurso de Revista neste caso deu-se também com base na alínea "b" do art. 896 e, portanto, a decisão que denegou seguimento ao recurso viola o direito desta reclamada de ver a revisão do acórdão por instância superior de acordo com os requisitos recursais. Portanto, dois foram os fundamentos para o recurso: violação à Constituição Federal e divergência.

A divergência jurisprudencial foi demonstrada, conforme acórdãos trazidos a cotejo, nos moldes da Súmula 337, do C.TST, prolatados pelo E. TRT da 15' Região. Transcreve-se os acórdãos trazidos a cotejo para demonstrar a divergência sobre os temas impossibilidade de concessão do beneficio da sexta parte a servidor celetista e impossibilidade de aplicação da multa diária:

PARADIGMA REGIONAL:

http://consulta.trt15.1us.briconsulta/owa/pDecisao.wA

cordao?pTipoConsulta=PROCESSO&n idv=1040454

DECISÃO 023567/2010 PATR - PUBLICAÇÃO 30/04/2010 (PROCESSO TRT 15' REGIÃO N° 0089400- 76.2008.5.15.0042 - RO

RECURSO ORDINÁRIO - 6" TURMA - 12" CÂMARA

1° RECORRENTE: MARCOS CLEMENTE RUFINO CARDOSO 2° RECORRENTE: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ORIGEM: 2a VARA DO TRABALHO DE RIBEIRÃO PRETO (Juiz Walney Quadros Costa)

) SEXTA-PARTE. PAGAMENTO A SERVIDORES CELETISTAS. IMPROCEDÊNCIA. A conclusão de

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

que o beneficio da sexta-parte, paga pelo Governo do Estado de São Paulo a seus servidores estatutários, não pode ser pago aos servidores celetistas, não viola a igualdade preconizada pela Constituição Federal de 1988, pois a isonomia pressupõe tratamento igual para os iguais e o que a reclamante pretende é exatamente o contrário: usufruir de todos os benefícios de ambos os regimes laborais, pinçando de cada um deles apenas os que lhe convêm. O só fato de possuírem o mesmo empregador não os torna iguais perante a lei, pois, laborando em regimes distintos (celetista e estatutário) possuem direitos e obrigações diferenciados.

SEXTA PARTE. SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA. EXEGESE DO ART. 129 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL PAULISTA. Consoante a jurisprudência deste Egrégio Regional, "servidor público, contratado sob regime celetista, não pode pretender a sexta-parte, beneficio assegurado ao servidor público estatutário. Isonomia indevida; elastério descabido do art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo." (Processo TRT/15a Região n° 652-2000-004-15-00-6,

c. 13.688/2003, Desembargadora Relatora Vera eresa Martins Crespo)

) DA SEXTA-PARTE

Sustenta o reclamado, ora recorrente, que a r. decisão primeva restou equivocada ao declarar que o reclamante faz jus ao adicional da "sexta-parte", eis que, como já salientado na defesa, o autor é servidor público contratado sob o regime celetista, sendo, portanto, empregado público, enquanto que o beneficio pretendido alude apenas aos servidores públicos estatutários, regidos pela Lei Estadual n° 10.261/68, cuja aplicabilidade aos empregados públicos é expressamente descartada por seu artigo 2° 9iza, ademais, que o art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo não pode ser interpretado literalmente, como o fez a r.sentença, em face do disposto no art. 124 do mesmo Diploma Estadual. Pugna, por fim, caso mantida a condenação, que

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

sexta parte seja calculada sobre o salário base da obreira, e não sobre sua remuneração. \

ssiste razão ao recorrente. O artigo 129 da Constituição Estadual Paulista, que estabelece esse beneficio, encontra-se inserto no Capítulo pertinente aos servidores públicos civis do Estado, sendo que o parágrafo inaugural de mencionado título (artigo 124) dispõe que a administração estadual direta, autárquica e fundacional será regida por regime jurídico único e instituirá planos de carreira. Nesses termos, inequívoco que todas as demais disposições trazem como pressuposto inafastável o cumprimento desta obrigação, a fim de que se possa uniformizar o arcabouço de direitos assegurados aos servidores públicos estaduais, que permanecem distribuídos em regimes distintos. Assim, enquanto não instituído um Regime

Único, não há que se falar em igualdade de tratamento entre celetistas (como a reclamante destes autos) e estatutários.

Note-se, ademais, que este entendimento não viola a igualdade preconizada pela Constituição Federal de 1988, pois a isonomia pressupõe tratamento igual para os iguais e o que o reclamante pretende é exatamente o contrário: usufruir de todos os beneficios de ambos os regimes laborais, pinçando de cada um deles apenas os que ¡lhe convêm. Somente o fato de possuírem o mesmo empregador não os torna iguais perante a lei, pois, laborando em regimes distintos (celetista e estatutário) possuem direitos e obrigações diferenciados. Ademais, o próprio Constituinte Bandeirante estabeleceu expressa distinção entre servidores e empregados públicos, ao relacioná-los distintamente no inciso VII, do artigo 115. Se houvesse a igualdade pretendida pelos autores, demonstrar-se-ia despiciendo elencar ambos os regimes de contratação: "VII - o servidor e empregado público gozarão de estabilidade no cargo ou emprego desde o registro de sua candidatura para o exercício de cargo de representação sindical ou no caso previsto no inciso

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

Kn-XIII deste artigo, até um ano após o término do andato, se eleito, salvo se cometer falta grave

definida em lei; " Refira-se, ademais, que a Lei Complementar 180/78, que estabelecia a igualdade de tratamento entre celetistas e estatutários, restou revogada pela Constituição Estadual de 1989, não produzindo mais efeito o disposto no artigo 205, inciso IV.

Nesse mesmo sentido, a jurisprudência desta Corte:

"SEXTA PARTE" - SERVIDOR "CELETISTA". a "sexta-parte", instituída pela lei n°10261/68, é vantagem estatutária, que não se aplica aos servidores contratados pelo regime jurídico da clt. A obrigatoriedade de implantação do regime único não tem o condão de criar um regime híbrido para os

servidores da federação, que mantêm

servidores do estatuto e da clt, porque ainda não instituíram o regime único. (ac. 38818/00, trt 15a (região, proc. 11.390/99, rel. Luiz antonio lazarim)

SERVIDOR PÚBLICO, CONTRATADO SOB REGIME CELETISTA, NÃO PODE PRETENDER A SEXTA-PARTE, BENEFÍCIO ASSEGURADO AO SERVIDOR PÚBLICO ESTATUTÁRIO. ISONOMIA INDEVIDA; ELASTÉRIO DESCABIDO DO ART. 129 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. (Ac. 13.688/03, TRT 15' Região, Proc. 652-2000-004-15-00-6, Rel. Vera Teresa Martins Crespo) ADICIONAL. SEXTA PARTE E QÜINQÜÊNIOS. PAGAMENTO A EMPREGADOS CELETISTAS. ART. 129 C/C ART. 124 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO. IMPROCEDÊNCIA. O art. 129, da Constituição do Estado de São Paulo, deve ser interpretado em consonãncia com o disposto em seu art. 124. Assim, tem-se que os beneficios em questão (sexta parte e qüinqüênios) foram originariamente destinados aos servidores submetidos ao regime administrativo, tanto que o aludido art. 124 menciona expressamente a instituição do 'regime jurídico único e planos de carreira'. (Ac. 19503/01, TRT 15' Região, Proc. 32920/00, Rel. Olga Aida Joaquim Gomieri).

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fls. 168

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

sso posto, há que se dar guarida ao recurso 3

atronal para expungir da condenação a obrigação de implantar, na folha de pagamento do reclamante, a parcela relativa à sexta parte, nos termos consignados do dispositivo da r. sentença (fl. 113), e, por corolário, absolver o reclamado da obrigação de pagar a sexta parte (parcelas vencidas e vincendas) ao reclamante.Diante do exposto, decide-se conhecer ,dos recursos das partes, não prover o recurso nterposto por Marcos Clemente Rufino Cardoso, nos ermos da fundamentação; prover o recurso

interposto por HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, e expungir da condenação o pagamento de diferenças de adicional por tempo de serviço — quinquênio e sexta-parte -- e reflexos e a obrigação de implantar na folha de pagamento do reclamante as parcelas relativas a tais diferenças, nos termos consignados no dispositivo da r. sentença (fl. 113), bem como os reflexos referentes à integração do auxílio-alimentação, nos termos da fundamentação. Resta, pois, improcedente a ação. Custas em reversão, pelo reclamante, no importe de R$1.000,00, sobre o valor atribuído à causa (R$ 50.000,00), das quais está isento, diante da concessão dos benefícios da justiça gratuita na

OLGA AIDA JOAQUIM

DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL — TRT- 15a REGIÃO MULTA COMINATÓRIA

CORDÃO REGIONAL - TRT-15a REGIÃO PROCESSO N° 02193-2005-007-15-00-9 DECISÃO N° 019910/2007 PUBLICADA DOE/PJ EM 11/05/2007 RELATOR: LUIS CARLOS CANDIDO MARTINS SOTERO DA SILVA

origem (fl. 113 verso). GOMIERI

Desembargadora Relatora

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fls. 169

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

(http://consulta.trt15.jus.br/consulta/owa/pProc esso.wProcesso?pTipoConsulta=PROCESSOCNJ& pIdProc=1238412dspDbLink=)

EMENTA

MULTA COMINATÓRIA - ART. 461 DO CPC. OBRIGAÇÃO DE FAZER. FAZENDA PÚBLICA - ART. 100 DA CF E 730 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. Em que pese o art. 461, § 5°, do CPC, facultar ao juiz a imposição, de ofício, de multas para a efetivação da tutela pretendida, trata-se de determinação que não se coaduna com os artigos 100, da Constituição Federal, e 730, do Código de Processo Civil, que deverão ser observados em se tratando de execução contra a Fazenda Pública. Da obrigação de fazer - imposição de multa diária.

rInsurge-se o Município recorrente em face da r. Sentença que fixou multa diária, no importe de R$100,00 (cem reais), para o caso de não implementação das diferenças deferidas aos autores, em folha de pagamento, no prazo de trinta dias a

kpartir do trãnsito em julgado. Alega ofensa aos arts. 100 e 167 da CF, como também ao art. 730 do CPC, no que pertine à cominação, que deve ser afastada, ou, caso mantida, ter o valor fixado em expressão monetária equivalente a uma cesta básica.

Em que pese o art. 461, § 5°, do CPC, faculte ao juiz a imposição, de ofício, de multas para a efetivação da tutela pretendida, provejo o recurso, por outros fundamentos.Com efeito, trata-se de determinação que não se coaduna com os artigos 100, da Constituição Federal, e 730, do Código de Processo Civil, que deverão ser observados no caso em tela, por tratar-se de execução contra a Fazenda Pública.Ademais, os valores devidos ainda serão liquidados, razão pela qual dou provimento ao recurso, para afastar a incidência de multa diária em caso de não efetivação, em folha de pagamento dos autores, das diferenças deferidas pela r. sentença.

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Não houve menção à questão da divergência, uma vez que tanto os acórdãos impugnados quanto os trazidos na divergência tratam dos mesmos temas: existência ou não de respaldo legal ao pagamento de sexta-parte a servidor celetista e possibilidade ou não de aplicação de multa diária à Fazenda Pública.

Forçoso convir que os acórdãos paradigmas utilizados para confronto, transcritos nos exatos termos da Súmula 337 do C. Tribunal Superior do Trabalho são plenamente aptos a configurar divergência jurisprudencial válida nos termos do artigo 896, "b" da CLT, uma vez que consubstanciam a adoção de tese diversa diante de hipótese fálica análoga a dos presentes autos.

Dessa forma, a divergência jurisprudencial específica, exigida pela Súmula 296 do C. TST, ficou plenamente demonstrada nas razões do recurso de revista.

Assim, a reclamada não pode concordar com o entendimento da r. decisão agravada, visto que o recurso de revista está fundamentado e preenche os requisitos do artigo 896, "b" e "c" da CLT.

Neste sentido é o acórdão proferido pela 7' Turma do C. TST, em parte abaixo transcrito:

1) AGRAVO

recurso

DE MORAIS INDENIZAÇÃO

POR DANOS MO ATRASO NO PAGAMENTO ° NDpE-CONDENAÇÃO POR PRESUNÇÃO -

AUSÊNCIA SALÁRIOS - CO

IMPOSSIBILIDADE POSSIBILIDADDEE Dá ° DO

rovimento de instrumento quannddo-iacedseePverifiea que a

0ANo DANO

vo

ddeemrevista tinha condições de ser admitido por urisonstração de possível divergência

jurisprudencial com aresto que preenche os requisitos do art. 896, -a-, da CLT, albergando tese contrária ao entendimento vertido na decisão recorrida, no sentido de que o atraso

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salarial não pot si só, suficiente para o deferimento de indenização por dano moral, sendo imprescindível demonstração efetiva do dano. Agravo de instrumento provido.(..) - (TST-RR-1440- 66.2007.5.14.0003, 7" TURMA, REL. MIN. IVES GANDRA MARTINS FILHO, ai. DE 19/9/2008)(GRIFO NOSSO)

A determinação para pagamento de acréscimos sobre acréscimos ("vencimentos integrais"), por exemplo, sexta-parte sobre adicional sobre tempo de serviço, fere o citado artigo da Constituição Federal que veda o efeito cascata.

A violação - agraitte nao

poderia s

No Recurso de Revista argumentou-se que o v.

acórdão promoveu o repique vedado na Constituição Federai, pois,

o adicional por tempo de serviço não poderi'a ser acrescentado no cálculo da sesta-parte. Ou seja, foi violada a expressa vedação contida no art. 37, XIV, da Consti'tuição Federal.

Vejamos como se manifesta o Supremo Tribunal Federal sobre a questão:

"A Constituição da República veda a acumulação de acréscimos pecuniários para fins de cálculo de acréscimos ulteriores, sob o mesmo fundamento." (STF, AI 392.954-AgR, Rel. MM. Cezar Peluso, julgamento em 4-11-2003, Plenário, DJ de 5-3-2004.)

"Acumulação de vantagens concedidas sob o mesmo título. Vedação constitucional (CF, art. 37, XIV). Adicional bienal e quinquénios: acréscimos à remuneração que têm o tempo de serviço público como fundamento." (RMS 23.458, Rel. p/ o ac. Min. Mauricio Corrêa, julgamento em 16-10-2001, Segunda Turma, DJ de 3-5-2002.) No mesmo sentido: AI 636.563-AgR, Rel. MM. Cármen Lúcia, julgamento em 30-6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009; RE 587.123-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-5-2009, Primeira Turma, DJE

de 5-6-2009; RE 553.852-AgR, Rel. MM. Gilmar Mendes,

julgamento em 12-2-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-2009.

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"Contagem sucessiva de parcelas de remuneração, ou Seja, influência recíproca de umas sobre as outras, de sorte que ‘seja a mesma gratificação incorporada ao estipêndio do servidor, para vir a integrar, em subsequente operação, a sua própria base de cálculo. Sistema incompatível com o disposto no art. <37>, <XIV>, da Constituição (...)." (RE 130.960, Rel. MM. Octavio Gallotti, julgamento em 12-12-1995, Primeira Turma, DJ de 8-3-1996.) No mesmo sentido: RE 446.800-ED, Rel. MM. Cármen Lúcia, julgamento em 8-9-2009, Primeira Turma, DJE de 2-10-2009.

Ademais, a denegação foi embasada na OJ SDI Transitória n° 75 que não se subsume ao caso concreto, eis que se refere a não extensão sexta-parte no caso de servidores de empresa pública e sociedade de economia mista. Esse não é o caso.

Demonstrou-se que o Estado de São Paulo está adstrito à lei para efetuar pagamentos e criar vantagens aos servidores.

De fato, impossível subsistir a pretensão com base no art. 129, da Constituição Estadual uma vez que o constituinte estadual extrapolou os limites para sua atuação definidos na Constituição Federal.

Cabe lembrar que no âmbito estadual, a competência exclusiva do Governador para a organização dos servidores da Administração Direta e Indireta está prevista nos artigos 24, §2° e 47, XII, 115, I (requisitos para investidura), todos da Constituição do Estado de São Paulo.

Nos termos do art. 128 da Constituição do Estado de São Paulo, o aumento de vencimentos dos servidores depende de lei, cuja iniciativa é exclusiva do Governador confoinie art. 24, § 2, da C.E.. Essa regra é repetição da Constituição Federal em relação ao Presidente da República.

e ensina Luiz Alberto David Araujo e Vidal Serrano Nunes Jú "Supremo Tribunal Federal entendeu que iniciativa reservada do Presidente da República (art, 61,§ 1°) deve ser repetida ria Constituição Estadual, garantindo ao Governador da Estado as mesmas competências" (Curso de Direito Constitucional,2009, p 289

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Os autores lembram a decisão do STF proferida na Adm. 7 que entendeu que a limitação da iniciativa de lei aplica-se também ao Poder Constituinte do Estado

Lembram ainda que "a lei federal pode dispor sobre direita do trabalho, bem como sobre o regime dos servidores "bli , pu cos da Unia° mas em nenhuma hipótese poderia versar sobre o regime , jurídico dos servidores estaduais, pois trata-se de matéria inserida dentro da capacidade de auto-administração do Estado-membro (op cit., p. 291).

A Administração Pública está jungida ao principio da legalidade (art. 37, caput, da CF), e não pode efetuar pagamentos em desconformidade com a lei.

Portanto, é imperiosa a análise do recurso de revista.

Nota-se que cabe recurso de revista das decisões de última instância para o Tribunal Superior do Trabalho, quando proferidas com violação literal de dispositivo de lei federal, ou da Constituição Federal. Sendo assim, ficou demonstrada a violação da Constituição Federal e a divergência.

O recurso de revista neste caso é perfeitamente cabível, face às violações legais apontadas.

Vale lembrar que não há necessidade de preencher todas as alíneas do art. 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, pois ocorrendo uma das hipóteses, já cabe referido recurso. E, no presente caso, houve violação constitucional e de Lei Federal.

Portanto, deve ser reformada a r. decisão agravada, uma vez que o v. acórdão recorrido colide frontalmente com dispositivos em questão e a OJ Transitória 75 utilizada para obstar o recurso não guarda qualquer relação com o presente caso.

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Mister se faz a transcrição em parte de recente acórdão proferido pela 3' Turma do C. TST, que, muito embora trate de tema diverso ao dos presentes autos, deu provimento do agravo de instrumento, "ANTE A UMA POSSIVEL AFRONTA A DISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL" (na hipótese, ao artigo 5°, inciso II da CF) "PARA MELHOR EXAME DO RECURSO DE REVISTA", a saber:

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

NUMERAÇÃO ANTIGA: RR - 1476/1996-402-02-40 PUBLICAÇÃO: DEJT - 23/ 10/2009 3' Turma Recorrente: MUNICÍPIO DA ESTÂNCIA BALNEARIA DA PRAIA GRANDE Recorridas: MARIA APARECIDA DA SILVA FERRARI DOS SANTOS e PRAIA GRANDE AÇÃO MÉDICA COMUNITÁRIA.

ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO. FAZENDA PÚBLICA. JUROS DE MORA. Ante uma possível afronta a dispositivo da Constituição Federal, impõe-se o provimento do agravo de instrumento, para melhor exame do recurso de revista. Agravo de instrumento provido para melhor exame do recurso principal. (--.)-

"...Nesse contexto, ante uma possível violação do artigo 5°, inciso II, da Constituição Federal, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento, para melhor exame da revista. (---) ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento; conhecer do recurso de revista por violação do art. 5°, II, da Constituição da República e dar-lhe provimento para determinar que sejam refeitos os cálculos de liquidação no que tange aos juros moratórios, aplicando-se o percentual previsto no artigo 1°-F da Lei n° 9.494/97, a partir da vigência da Medida Provisória n° 2.180-35/2001, em setembro de 2001, na forma da Orientação Jurisprudencial n° 7 do Tribunal Pleno do Tribunal Superior do Trabalho.

Brasília, 07 de outubro de 2009. HORÁCIO SENNA PIRES

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Ministro Relator".

Desta forma, constatadas as violações aos dispositivos constitucionais acima mencionados, AINDA QUE EM

TESE, merece provimento o presente agravo de instrumento para determinar o regular processamento do recurso de revista interposto e a necessária manifestação pelo C. TST acerca da existência (ou não) da efetiva contrariedade a dispositivos constitucionais.

O entendimento adotado no acórdão proferido pela

3a Turma do TST prestigia o princípio da ampla defesa e do contraditório, previstos na Constituição Federal.

Por outro lado, o desprovimento do agravo de instrumento que consubstancia POSSÍVEL VIOLAÇÃO AO ARTIGO ARTIGO 37, "CAPUT" E XVII, dentre outros, afronta ao disposto no artigo 5°, LV da Constituição Federal, que prevê:

"LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;".

Neste sentido, INAPLICÁVEL ao caso em tela a Súmula 333 do TST.

Com efeito, a Súmula 333 do C. TST não pode ser utilizada como argumento para impedir o exercício pleno do direito ao contraditório e à ampla defesa, mormente diante da existência de decisões recentes que corroboram a tese defendida pela Fazenda do Estado, devidamente transcritas no recurso de revista interposto.

Pelos mesmos motivos acima expostos, INAPLICÁVEL ao caso em tela, os termos do artigo 896, parágrafo 4° da CLT.

De fato, o direito constitucional desta recorrente ao contraditório e ao amplo exercício do direito de defesa se sobrepõe ao previsto no parágrafo 4° do Artigo 896 da CLT.

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Frise-se que o Supremo Tribunal Federal entende que no ordenamento jurídico brasileiro, encontram-se no topo da escala hierárquica as normas constitucionais', sendo que as normas hierarquicamente inferiores, tais como leis ordinárias, decretos-lei, etc, devem observar estritamente as normas e princípios consubstanciados na Constituição Federal.

A negativa de seguimento do recurso não levou em conta os diversos fundamentos para o recurso e a negativa de seguimento em relação a um não invalida automaticamente os demais.

Portanto, a decisão ora atacada violou também o art. 93, IX, da Constituição Federal.

Portanto, deve ser reformada a r. decisão agravada, uma vez que presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso em questão.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, a FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO reitera os termos do Recurso de Revista, pede e espera o provimento do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO, para que seja dado seguimento e seja provida a Revista, com a determinação de encaminhamento do recurso a este C. Tribunal Superior do Trabalho.

São Paulo, 29 de janeiro de 2013.

CLAUDIA H. D. DE LACERDA Procuradora do Estado OAB/SP 120.487

Fonte: http://www.webartigoacom/artieles/12119/1/Conflito-Entre-Normas/paginai .html#ixzzlDnFC0Z5a

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Ilstnbu

içâo 317201/2014

Lote 1 Sublote 1

001 1001

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

AIRR - 695-74.2010.5.02.0081

*00006957420105020081* Volumes Documentos Apensos Volumes de Apensos

1/1

Sa Turma

Relator: Desembargador Convocado Marcelo Lamego Pertence

Tramitação Eletrônica -J Assunto : Adicional por Tempo de Serviço

'Data da Autuacão: 20/03/2014 [Processo TRT: AIRR-695-74.2010.5.02.0081

Partes:

AGRAVANTE(S): INÁCIA LEITE DA SILVA Advogado: Nelson Câmara

AGRAVANTE(S): FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Procurador: Claudia Helena Destefani de Lacerda

AGRAVADO(S): OS MESMOS

aocoa7 rdf

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Tribunal Superior do Trabalho

AIRR - 695-74.2010.5.02.0081 *OC1fIDA9574211105(17C1f1R1 92957534

*C1f1Cliing574201n502011R12957534 AIRR -695-74.2010.5.02.0081

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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho

Sa Turma

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

PROCESSO N° TST-AIRR - 695-74.2010.5.02.0081

CERTIFICO que , a 5° Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em Sessão Ordinária hoje realizada, sob a Presidência do Exmo. Ministro Emmanoel Pereira, presentes o Exmo. Desembargador .

Convocado Marcelo Lamego Pertence, Relator, o Exmo. Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos e a Exma. Subprocuradora-Geral do Trabalho, Dra. Evany de Oliveira Selva, DECIDIU, por unanimidade, negar provimento ao Agravo de Instrumento do Reclamante e não conhecer do Agravo de Instrumento da Reclamada.

Agravante(s): INÁCIA LEITE DA SILVA Agravante(s): FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Agravado(s): OS MESMOS

Para constar, lavro a presente certidão, do que dou fé. Sala de Sessões, 21 de maio de 2014.

Firmado por Assinatura Eletranica

FRANCISCO CAMPELLO FILHO Secretário da Sa Turma

Firmado por assinatura eletnttnica em 21/0512014 pelo(a) Secretario da 5" Turma, FRANCISCO CAMPELLO FILHO por meio do Sistema de Informações Judiciarias, nos termos da Lei n" 11.419/2005.

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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO N° TST-AIRR-695-74.2010.5.02.0081

10

00

AB

64

01C

DE

DO

AF

9

ACÓRDÃO

(5a Turma) GDCMPlas/gd

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMANTE. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. QUINQUENIO. BASE DE CÁLCULO. A decisão o regional está em harmonia com o -0 entendimento consagrado na ° OJ-Transitória n° 60 da SDI-1 do TST, segundo o qual "o adicional de tempo de",■:,,

serviço - quinquênio - previsto no .6 artigo 129 da Constituição do Estado de São Paulo, tem como base de cálculo o vencimento básico do servidor páblico

v'r';

estadual, ante o disposto no artigo 11 da Lei Complementar- do Estado de São Paulo n° 713, de 12.04.1993". Agravo de Instrumento não provido. II - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA. INTEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO PESSOAL. PRERROGATIVA NÃO ASSEGURADA POR LEI. 1. Não havendo previsão em lei federal que 8 determine a intimação pessoal do Procurador do Estado, impõe-se aplicar a regra geral prevista no artigo 236 do '" CPC, a qual prevê que a intimação será '20)-,

feita pela publicação dos atos no órgão oficial. 2. Na presente hipótese, tend" o Agravo de Instrumento sido interposto 2 fora do prazo fixado no referido -2 dispositivo legal, necessário se faz 5 reconhecer • sua ihtempestividade. .

Agravo de Instrumento não conhecido. >6,

o

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo

de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-AIRR-695-74.2010.5.02.0081,

em que são Agravantes INACIA LEITE DA SILVA e FAZENDA. PÚBLICA DO ESTADO

DE SÃO, PAULO e Agravados OS MESMOS.

Trata-se de Agravos de Instrumento interpostos contra

decisão mediante a qual se denegou seguimento aos Recursos de Revista.

Procura-se demonstrar a satisfação dos pressupostos

para o processamento dos Recursos obstados.

FoirmTrado p r assionatura eletrca em/05/2014

pelo Sistema de Informações Judiciarias do Tribuna:. Superior

dabalho, nos termos da Lei n° 1221.419/2006.

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o Cr, rl 0 o

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• fls. 209

Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.2

PROCESSO N° TST -AIRR -695 -74.2010.5.02.0081

Houve apresentação de Contraminuta e Contrarrazões.

O Ministério Público do Trabalho opinou pelo não -1

provimento do Agravo de Instrumento da Reclamante, • ante o teor da OJ

Transitória n° 60 da SDI-1 do TST, bem como pelo não conhecimento do Agravo

de Instrumento da Reclamada, por intempestividade.

É o relatório.

VOTO

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMANTE

1 - CONHECIMENTO

Preenchidos os pressupostos extrínsecos de

admissibilidade, conheço do Agravo de Instrumento.

2 - MÉRITO

ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. QUINQUÊNIO. BASE DE

CÁLCULO

Consta do Acórdão recorrido:

"1. Base de cálculo do quinquénio Argumenta a recorrente que os quinquénios recebidos devem ser 2

calculados sobre a remuneração integral e não apenas sobre o salário base. A sentença julgou improcedente o pedido da reclamante, que pretendia

o que os adicionais por tempo de serviço recebidos fossem calculados sobre os "‘ig

títulos que compõem a remuneração (salário base, gratificações e demais. ro

verbas; exceto sobre os demais adicionais por tempo de serviço). A pretensão está baseada no art. 129 da Constituição do Estado de São

't3ai

Paulo, segundo o qual o C E

O

Firmado por assinatura eleteciniea em 22/05/2014 pelo Sistema de informações Judiciárias do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos da Lei n° 11.419/2006.

"Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do

adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio,

e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos

integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se

incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observando o

disposto no art. 115. XVI; desta Constituição" (grifei). 1

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'Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO N° TST-AIRR-695-74.2010.5.02.0081

Quando o legislador desejou a remuneração como base de cálculo, o

fez expressamente (-vencimentos integrais"), ao conceder ao servidor o

direito de perceber sexta parte.

Não é outro o entendimento adotado pela jurisprudência de nossos

Tribunais, inclusive do TST, conforme se verifica da Orientação

Jurisprudencial Transitória n° 60 da SDI-1, abaixo transcrita:

"Adicional por tempo de serviço. Base de cálculo.

Salário-base. Art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo".';

(DJ. 14/03/2008) O adicional por tempo de serviço - quinquênio -,

previsto no art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo, tem

como base de cálculo o vencimento básico do servidor público

estadual, ante o disposto no art. 11 da Lei Complementar do Estado de

São Paulo n° 713, de 12.04_ 1993."(gn)

Diante do exposto, entendo que a base de cálculo dos quinquênios é o

salário base, razão pela qual mantenho o julgado de origem."

O Nas razões recursais, sustenta a Reclamante que a

parcela quinquênio integra o salário para todos os efeitos legais,

devendo repercutir nas demais verbas trabalhistas. Indica violação dos °' G

artigos 457, § 1', da CLT e 114 do CC.

Sem razão, contudo.

A decisão regional está em harmonia com o entendimento 2 o

consagrado na 01-Transitória n° 60 da SDI-1 do TST, segundo o qual "o

adicional de tempo de serviço - quinquênio - previsto no artigo 129' da 8

Constituição do Estado de São Paulo, tem como base de cálculo o vencimento

básico do servidor público estadual, ante o disposto no artigo 11 da Lei

Complementar do Estado de São Paulo n° 713, de 12.04.1993". e Estando a decisão em consonância com a jurisprudência

desta Corte, não se há falar em violação de Lei Federal, pois atingido ro

o objetivo do Recurso de Revista, que é de uniformizar a jurisprudência.

Com estes fundamentos e com fulcro no disposto no

artigo 896, § 5° , da CLT, nego seguimento ACORDAM os Ministros da Quinta

Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, negar provimento

ao Agravo de Instrumento, ressalvado o entendimento pessoal deste

Relator. Firmado por assinatura eletrônica em 22/05/2014 pelo Sistema de Informações Judiciárias do Tribunal Superior

do Trabalho, nos termas da Lei n° 11.419/2006.

sob código 1000A56401CDEDOAF9.

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código 100nARAan,

o

fls. 211

fls. 4

Poder Judiciário Justiça do Trabalho

'"-ilt5/, Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO N° TST—AIRR-695-74.2010.5.02.0081

II — AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA.

CONHECIMENTO

O presente apelo encontra obstáculo intransponível ao

seu conhecimento, por não preenchido pressuposto extrínseco essencial

a sua admissibilidade, qual seja, tempestividade.

O despacho em que se denegou seguimento ao Recurso de

Revista foi publicado em 29/11/2012 (quinta-feira) e somente em

29/01/2013 (terça-feira) foi interposto o atual Agravo de Instrumento, >'

muito após o prazo legal, que terminou em 17/12/2012 (segunda-feira). o 0 De se observar que a parte não logrou demonstrar a T.

. inexistência de expediente forense que justificasse a prorrogação do

prazo recursal, na forma da Súmula n° 385 do TST. 3 Impende ressaltar ainda que, na hipótese dos autos, a

a ciência do despacho denegatório ocorre nos moldes da regra geral -t o estatuída no caput do artigo 236 do CPC, pois não há norma legal que u o

assegure à Fazenda Pública do Estado de São Paulo a prerrogativa da o intimação pessoal. o o

Nesse sentido, os precedentes desta Corte: 14

C

"RECURSO DE REVISTA PROTOCOLIZADO FORA DO PRAZO 2 PREVISTO EM LEI. INTEMPESTIVIDADE. PROCURADOR DO

ESTADO. INTIMAÇÃO PESSOAL. PRERROGATIVA NÃO

ASSEGURADA EM LEI. L À falta de lei disciplinando a intimação do

Estado na pessoa de seu procurador, aplica-se ao ente publico a regra geral ,$)

prevista no artigo 236 do Código de Processo Civil. 2. A existência de oa certidão informando a notificação pessoal do Procurador do Estado não

socorre a parte, uma vez que a matéria se reveste de índole processual e de íj

ordem pública. 3. Constatada a intempestividade do recurso de revista, 2

porquanto interposto fora do prazo previsto em lei, não há como

assegurar-lhe processamento. Precedentes desta Corte superior e do

Supremo Tribunal Federal. 4. Recurso de revista de que não se conhece." (Processo: RR - 139700-29.2008.5.02.0034 Data de Julgamento:

.Firmado por assinatura eletrenica em 22/05/2014 pelo Sistema de Informações Judiciárias do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos da Lei n° 11.919/2006.

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fls. 212

113i

SUTTILE 1 FLEITH VACISKI ZILLI QUADROS ADVOGADOS ASSOCIADOS

Ainda, declara-se, sob as penas da Lei - artigo 544, § 1°, do CPC; Lei n° 10.362/2001 e Instrução Normativa n° 16 do C. TST - que todas as cópias apresentadas neste remédio processual é fiel reprodução dos autos 01049-2010-015102-008, em que são partes OSCAR DONIZETTI PAROLO*. BANCO DO BRASIL S1A (SUCESSOR DO BANCq NO SSA CAIXA SIM e ECONOMUS INSTITUTO DÇ, SESURIWE NOSSA CAIXA NOSSO BANCO,sendo Evo o =jamanta promove. neste ato, a Juntada de toçios os *irmos. atas, assentadas, despachos. decisão" e documentos constantes do referido Processo, ou stla. da ama dos autos até a ultima folha, sendo oortar(do reste e atendida a orientacão contida na Instrpc,Ijo Normegva n° 18/99, alterada pelo Ato GCGCJ.GP n° 196/93 do C. TST.

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fls. 213

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2a Região 81a Vara do Trabalho de São Paulo - Capital

7

Processo n° 0000695-74.2010.5.02.0081 CONCLUSOS

Nesta data, faço os autos conclusos a MMa. Juiza do Trabalho, Dra. Edite Almeida Vasconcelos. CERTIFICO o retomo dos autos do E. TRT. CERTIFICO que a r. sentença de fls. 103/107 e 122 foi mantida.

SM Paulo, 15 de setembro de 2.014.

Taciana Maria Pereira Couto Diretora de Secretaria

Ante o acima certificado, intime-se a reclamada para que, em 10 dias, cumpra a sentença, comprovando o apostilamentc da verba deferida ne folha de salários, sob pena de incorrer na multa lá cominada.

Após, intime-se o reclamante para que, em 10 dias, apresente os cálculos atualizados da condenação.

São Paulo, data supra.

EDITE ALMEIDA VASCONCELOS

Juiza do Trabalho

Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legai nos termos da Lei n. 11.419/2006. Disponibilização e verificação de autenticidade no sita eww.trtsp.jus.br. Código do documento'. 24E19108 Data da assinatura 18109/2014, 03:08 PM.Assinado por: EDITE ALMEIDA VASCONCELOS

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fls. 214 26/09/2014 - 14:25:17

R.CARPROA - Pag. 249

81a Vara do Trabalho de São Paulo - Capital

Comprovante de Carga

Prodesso 000069574201050200081(006952010081020 Volumes): 1

20

Autor(es) Réu(s)

Inácia Leite dá Silva Fazenda Pública do Estado de São Paulo

Nesta data, fiz a entrega do processo, com 248 folhas, a Fazenda Pública do Estado de São Paulo, telefone (0001) 1.

São Paulo - Capital , 26/09/2014

Renato Gonçalves da Cunha

Ciente da devolução até 08/10/2014.

Fazenda Pública do Estado de,São Paulo - Réu Endereço Rua Pamplona,227

- Jardim Paulista São Paulo, SP

CEP 1

Devolvido em

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Funcionário

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2 5 SEI 2014

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL

OBRIGAÇÃO DE FAZER

DESTINO: SECRETARIA DA FAZENDA

INTERESSADO(A) : INÁCIA LEITE DA SILVA

PROCESSO N°: 0069520-10_0810.2.00.3

DATA DA INTIMAÇÃO : 26/09/2014

PRAZO PARA CUMPRIMENTO: 08/10/2014 (SOLICITADA DILAÇÃO DE PRAZO)

Ilma. Procuradora Chefe da 7' Sub. Procuradoria,

A Fazenda Pública do Estado de São Paulo foi intimada a cumprir a OBRIGAÇÃO DE FAZER que consiste no apostilamento do direito SEXTA PARTE nos termos do trecho da sentença/acórdão em anexo.

Requer, assim, seja a determinação judicial levada ao conhecimento da Secretaria acima indicada para as devidas providências e posterior envio do comprovante de cumprimento a ser juntado aos autos.

À superior apreciação:

São Paulo, 01 de outubro de 2G14

GUSTAVO BEZERRA MUNIZ DE ANDRADE

Propurador do Estado

OAB N° 329.883

Rua Maria Paula, 67, Bela Vista, São Paulo-SP 2010.01.014258

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21/11/2014

Tribunal Regional do Trabalho da 2' Reg ião / Acompanhamento Processual em 1e Instância

Acompanhamento Processual em 1a Instância

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2a Região

Processo : São Paulo - Capital

Vara: 081 - 00006957420105020081

Autor

Advogado

Réu

:

:

:

Distribuído em 30/03/2010.9

AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Inácia Leite da Silva

NELSON CAMARA

Fazenda Pública do Estado de São Paulo

Solução : Procedência em parte de Ação em 28/10/2010

Data(s) TrOmite(s)

08/10/2014 Recebimento de autos - AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Por devolução em razão de carga/vista

Prevista: 10/11/2014 - Fazenda Pública do Estado de São Paul

03/10/2014 Entrega em carga/vista de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Fazenda Pública do Estado de São Paulo-Réu

e (0001 )1, São Paulo-SP

03/10/2014 Expedição de Notificação p/ Ciência Decisão

Doc : 07462/2014 Re1:00001/2014 Envio: EM MÃOS

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

02/10/2014 Recebimento de autos - AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Por devolução em razão de carga/vista

Prevista: 08/10/2014 - Fazenda Pública do Estado de São Paul

01/10/2014 Protocolo de Petição de Manifestação sobre despacho

Número do Protocolo: 7577253

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

26/09/2019 Entrega em carga/vista de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Fazenda Pública do Estado de São Paulo-Réu

e (0001 )l, São Paulo-SP

15/09/2014 Iniciada a liquidação

http://apiicacoes5.trtsp.jus.briconsultasphp/public/indexphp/pr mei rainstancia 1/5

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21/11/2014

Tribunal Regional do Trabalho da 2e Reg ião / Acompanhamento Processual em 1' Instância

por cálculos

Em: 15/09/14

15/09/2014 Recebimento do TRT de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

para prosseguir

01/07/2014 Trânsito em Julgado

Em: 01/07/14

12/05/2011 Recebimento -2' Inst.(SRA/DF) AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Enviado para 2' Inst no Lote 2011/ 45

28/04/2011 Remessa para 2' Instância de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Enviado para 2' Inst no Lote 2011/ 45

18/03/2011 Recebimento de autos - AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Data prevista 21/03/2011

BRUNNO LEONARDO SANTOS DE LIMA

18/03/2011 Protocolo de Petição de Conérarrazées R.O.

Número do Protocolo: 237430 Vencimento: 23/03/2011

Nome: Inácia Leite da Silva

15/03/2011 Entrega em carga/vista de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

BRUNNO LEONARDO SANTOS DE LIMA-OAB 184524/E-SP-Autor

e (0011 )38832626, SÃO PAULO-SP

15/03/2011 Protocolo de Petição de Juntada de substabelecimento

Nome: Inácia Leite da Silva

15/03/2011 Publicação de Intimação Contra-arrazoar R.O.

Para o(s) Autor(es) Ed.N° 2079 Sol.N° 4513

22/02/2011 Protocolo de Petição de Recurso Ordinário

Número do Protocolo: 2491422

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

10/02/2011 Recebimento de autos - AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Data prevista 14/02/2011

Fazenda Pública do Estado de São Paulo

04/02/2011 Expedição de Notificação Ciência Sent.E.Dec

Doc : 00537/2011

Pe1:00001/2011 Envio: EM MÃOS

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

04/02/2011 Entrega em carga/vista de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Fazenda Pública do Estado de São Paulo-Réu

e (0001 )1, São Paulo-SP

http://aplicacoes5.trtsp.jus.br/consultasphp/publ i c/i ndex.php/pri mei rai nstanci a 2/5

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21/11/2014 Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região /Acompanhamento Processual em 1a Instância

19/01/2011 Publicação de Notificação Ciência Sent.E.Dec

Para o(s) Autor(es) Ed.N° 2044 Sol.N° 8936

10/12/2010 Recebimento de autos AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Data prevista 03/12/2010

Fazenda Pública do Estado de São Paulo

06/12/2010 Protocolo de Petição de Embargos de Declaração

Número do Protocolo: 2334690

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

06/12/2010 Protocolo de Petição de Contrarrazges R.O.

Número do Protocolo: 2334575

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

26/11/2010

Entrega em carga/vista de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Fazenda Pública do Estado de São Paulo-Réu

e (0001 )1, São Paulo-SP

26/11/2010 Expedição de Intimação Contra-Arrazoar R.O.

Doc : 07010/2010

Re1:00001/2010 Envio: EM MÃOS

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

12/11/2010 Protocolo de Petição de Recurso Ordinário

Número do Protocolo: 557130 Vencimento: 16/11/2010

Nome: Inácia Leite da Silva

08/11/2010 Publicação de Intimação Ciência Sentença

Para o(s) Autor(es) Ed.N° 2008 Sol.N° 8384

28/10/2010 Procedência em parte de Ação

Juiz(a) : NATALIA AZEVEDO SENA

29/09/2010 Cancelamento de Audiência de Julgamento

de: 29/09/2010/17:20-Julgamento

06/07/2010 Recebimento de autos - AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

Data prevista 06/07/2010

VICTOR LASSER COSSO

06/07/2010 Protocolo de Petição de Manifestação

Nome: Inácia Leite da Silva

01/07/2010 Publicação de Intimação/Citação p/ Audiência

Para o(s) Autor(es) Ed.N° 1925 Sol.N° 3837

http://aplicacoes5.trtsp.jus.br/consultasphp/public/indexphp/primeirainstancia 3/5

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21/11/2014

Tribunal Reg ional do Trabalho da 2' Reg ião / Acompanhamento Processual em 1' Instância

Audiência Julgamento: 29/09/2010 às 17:20 hs

01/07/2010 Protocolo de Petição de Juntada de substabelecimento

Nome: Inicia Leite da Silva

01/07/2010 Entrega em carga/vista de AÇÃO TRABALHISTA (ORDINÁRIO)

VICTOR LASSER COSSO-OAB 181057/E-SP-Autor

e (0011 )37832626, SÃO PAULO-SP

29/06/2010 Expedição de Intimação/Citação p/ Audiência

Doo : 03519/2010

Rei:00050/2010 Envio: CARTA SIMPLES

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

18/06/2010

Protocolo de Petição de Outros - Diversos

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

17/06/2010 Marcação de Audiência de Julgamento

para: 29/09/2010 / 17:20 - Julgamento

11/06/2010 Protocolo de Petição de Manifestação sobre despacho

Nome: Inicia Leite da Silva

09/06/2010 Publicação de Notificação Ciência Despacho

Para o(s) Autor(es) Ed.N° 1909 Sol.N° 2298

02/06/2010 Cancelamento de Audiência Una

de: 10/06/2010/13:10-Una

matéria de direito -a pedido da recda

01/06/2010 Protocolo de Petição de Pedido de adiamento audiência

Número do Protocolo: 1903681

Nome: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

06/05/2010 Certidão positiva de Mandado de Citação - Audiência

Doc. 539/2010

Oficial de Justica

26/09/2010 Distribuição de Mandado de Citação - Audiência

Doc. 539/2010

Oficial de Justica

19/09/2010 Publicação de Intimação/Citação p/ Audiência

Para o(s) Autor(es) Ed.N° 1872 Sol.N° 2686

Audiência Una: 10/06/2010 às 13:10 hs.

12/09/2010 Expedição de Mandado de Citação - Audiência

Doc. : 00539/2010 Envio: Oficial de Justiça

08/04/2010 Remarcação de Audiência Una

http://apl icacoes5.trtspj us.br/consultasphp/public/indexphp/pri mei rai nstanci a 4/5

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21/11/2014 Tribunal Reg ional do Trabalho da 2 Reg ião / Acompanhamento Processual em 1' Instância

de: 10/06/2010 / 13:20 - Una

para: 10/06/2010 / 13:10 - Una

30/03/2010 Distribuído com marcação de audiência

10/06/2010 / 13:20 - Una

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http://aplicacoes5.trtsp.jus.br/consultasphp/publ ic/indexphp/pri mei rainstancia 5/5

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA

CAF/ DDPE

PROCESSO PJ/ F PROCESSO N.° INTERESSADO ASSUNTO

14258/2010 0069520-10.0810.2.00.3 - 81a VT INACIA LEITE DA SILVA OBRIGAÇÃO DE FAZER

Objeto da Ação:

Concessão da vantagem da sexta-parte dos vencimentos, na forma do artigo 129 da Constituição Estadual, a partir de 21/06/2009, ou a partir da data em que completou vinte (20) anos de efetivo serviço público, se posterior a essa data, bem como o Recálculo dessa vantagem sobre os vencimentos integrais, com reflexos nas ferias acrescidas de um terço constitucional, décimo terceiro salário e FGTS em parcelas vencidas e vincendas, observada a prescrição qüinqüenal.

Fórmula de Cálculo:

• Em função do julgado deverá ser observado que a autora obteve êxito no judiciário, para a própria concessão da sexta-parte bem como o recalculo dessa vantagem sobre todas as parcelas pagas, salvo as eventuais.

Deferido também o pagamento do reflexo da verba denominada sexta-parte sobre o FGTS, 13° salários e ferais com 1/3, a se apurar em liquidação de sentença.

• Quando na Obrigação de Pagar, deverá o órgão pagador competente elaborar os cálculos à vista da situação financeira, para fazer incidir a sexta-parte sobre aquelas parcelas que não sofreram essa incidência.

Observações :

• Salientamos que deverá ser processada a implantação do código V/D 10.001 -Sexta-parte e V/D 08.051 - Sexta-parte sobre vencimentos/proventos integrais -Ação Judicial, por parte da Fazenda Estadual.

• ação distribuída em 30/03/2010

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\ ADER Diretor

DA SILVA JUNIOR a Fazgnda Estadual

éELIA M CIDRIGUES oFICIAL DMINISTRATIVO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA

CAF/DDPE

PROCESSO PJ/F PROCESSO N.° INTERESSADO ASSUNTO

14258/2010 0069520-10.0810.2.00.3 - 81a VT INACIA LEITE DA SILVA OBRIGAÇÃO DE FAZER

Trata o presente do cumprimento da Obrigação de Fazer, face a ação movida por: INACIA LEITE DA SILVA.

Juntamos às fls. 63, a fórmula de cálculo para cumprimento do julgado face a manifestação do Procurador da causa às fls. 56, muito embora não constou no presente os termos do artigo 7° do Decreto n." 28.055.87.

Cumpre-nos ainda informar, que o cumprimento da Obrigação de Fazer é de competência Secretaria da Saúde.

Isto posto, encaminhe-se o presente à d. Procuradoria Judicial, a fim de que o Procurador da causa se digne conhecer e adotar as medidas cabíveis.

DDP/CIPJ, em 25 de novembro de 2014.

A P.J

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DE PROTOCOLO EXPEDIÇÃO E ARQUIVO

TERMO DE APENSAMENTO

Nesta data, atendendo à solicitação da Douta Consultoria

Jurídica da Pasta, apensamos ao processo n° 001/0941/014.258/2010, o

processo n° 001/0001/005.446/2014.

Devidamente providenciado, encaminhe-se a unidade supra.

CGA/CPEA/PROTOCOLO

18/12/2014

Jõadinlia 93ettotti

Diretor-I

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

CONSULTORIA JURÍDICA

Fls.66

N° DO PROCESSO 001/0941/014.258/2010

DATA DE ENTRADA: 22/ 12/2014

DISTRIBUIDO AO DR(a): NUHAD

EM 22/ 12 / 2014

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

CONSULTORIA JURÍDICA

Processo 001/0941/014.258/2010 (Apenso 0001/0001/005.446/2014)

Interessado: Inácia Leite da Silva

(Reclamação Trabalhista n° 0069520-10.0810.2.00.3 da 81" vara do Trabalho da Capital/SP - Banca: 71-E).

Ao GGP-NAA.

para cumprimento da OBRIGAÇÃO DE FAZER,

em caráter de URGÊNCIA, devendo ser a eles juntados todos os elementos hábeis à

defesa do Estado em Juízo, inclusive cópias de todos os documentos, processos ou

expedientes referentes ao assunto.

C.J., em 22 de dezembro de 2014.

NUHAD SAID OLIVER

Procurador do Estado Chefe tia. Consultoria Jurídica

rcd

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS

GRUPO DE GESTÃO DE PESSOAS CENTRO DE LEGISLAÇÃO DE PESSOAL

Fls. 68

GGP/CLP

PROCESSO N.° 001/0941/014.258/2010 (AP N°. 001/0001/005.446/2014)

INTERESSADO: INÁCIA LEITE DA SILVA

ASSUNTO:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Encaminhem-se os autos ao Centro de Controle de

Recursos Humanos para que seja providenciada a competente Portaria. DECLARANDO, à

vista da decisão judicial transitada em julgado, constante do Processo n.°

00695.2010.081.02003 (81" Vara do Trabalho/SP). PJ/F n". 2010.01.014258 e AI' n°.

001/0001/005.446/2014, em nome de Inácia Leite da Silva, que a interessada (contracapa)

faz jus à "concessão da vantagem de sexta-parte dos vencimentos, na forma do artigo 129

da Constituição Estadual, a partir de 21/06/2009, ou a partir de quando completou vinte

(20) anos de efetivo serviço público, se posterior a essa data, hem como o recálculo dessa

vantagem sobre os vencimentos integrais com reflexos nas férias acrescidas de um terço

constitucional, decimo terceiro salario e FGTS em parcelas vencidas e vincendas,

respeitada a prescrição quinquenal (o ajuizamento da ação ocorreu em 30/03/2010)."

CLP em. 6 de janeiro de 2015.

ORL O FERNANDES D TOR TÉCNICO II

JM