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I C N F , I . P .
E S T U D O S D E B A S E P A R A A E L A B O R A Ç Ã O D O
P R O G R A M A E S P E C I A L D O P A R Q U E N A T U R A L D A
S E R R A D E S Ã O M A M E D E
F A S E 2 - D I A G N Ó S T I C O
R e l a t ó r i o F i n a l
Trabalho nº 2015/004
Outubro de 2016
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL i
I C N F , I . P .
E S T U D O S D E B A S E P A R A A E L A B O R A Ç Ã O D O P R O G R A M A
E S P E C I A L D O P A R Q U E N A T U R A L D A S E R R A D E S Ã O
M A M E D E
F A S E 2 – D I A G N Ó S T I C O
R E L A T Ó R I O F I N A L
Í N D I C E
1 INTRODUÇÃO 1
2 METODOLOGIA 2
3 ANÁLISE SWOT 7
3.1 BIODIVERSIDADE 7
3.2 GEODIVERSIDADE 9
3.3 PAISAGEM 10
3.4 SOCIOECONOMIA 12
3.5 SÍNTESE DA ANÁLISE SWOT 13
3.5.1 Biodiversidade 13
3.5.1 Geodiversidade 17
3.5.1 Paisagem 18
3.5.1 Socio economia 19
4 VARIÁVEIS DE DESENVOLVIMENTO 22
5 LINHAS DE FORÇA CRÍTICAS 24
5.1 LINHAS DE FORÇA CRÍTICAS PARA A BIODIVERSIDADE 24
5.2 LINHAS DE FORÇA CRÍTICAS PARA A GEODIVERSIDADE 26
5.3 LINHAS DE FORÇA CRÍTICAS PARA A PAISAGEM 27
5.4 LINHAS DE FORÇA CRÍTICAS PARA A SOCIOECONOMIA 29
6 CENÁRIOS 31
6.1 CENÁRIO ASSENTE NAS VULNERABILIDADES 31
6.2 CENÁRIO ASSENTE NOS CONSTRANGIMENTOS 32
6.3 CENÁRIO ASSENTE NAS REORIENTAÇÕES 35
6.4 CENÁRIO ASSENTE NAS POTENCIALIDADES 37
7 OPÇÕES ESTRATÉGICAS 40
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL ii
7.1 OPÇÃO PROTECIONISTA 40
7.2 OPÇÃO REATIVA 41
7.3 OPÇÃO DE MUDANÇA 44
7.4 OPÇÃO PRÓ-ATIVA 46
7.5 RESUMO DAS LINHAS DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICAS 49
ANEXOS 55
ANEXO 1 57
ANEXO 2 69
ÍNDICE de FIGURAS
Figura 1 - Metodologia para a elaboração da Fase 2 3
Figura 2 - Linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores internos e externos 4
Figura 3 - Esquema metodológico para a definição das Opções Estratégicas 5
Figura 4 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Protecionista 51
Figura 5 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Reativa 52
Figura 6 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Mudança 53
Figura 7 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Pró-Ativa 54
ÍNDICE de QUADROS
Quadro 1 – Exemplo de matriz de diagnóstico resultante da combinação dos fatores internos e
externos para a componente Biologia ...................................................................................................... 5
Quadro 2 – Variáveis de Desenvolvimento ............................................................................................. 22
Quadro 3 – Vulnerabilidades da componente Biodiversidade .............................................................. 24
Quadro 4 – Constrangimentos da componente Biodiversidade........................................................... 24
Quadro 5 – Reorientações da componente Biodiversidade.................................................................. 25
Quadro 6 – Potencialidades da componente Biodiversidade ............................................................... 25
Quadro 7 – Vulnerabilidades da componente Geodiversidade ............................................................ 26
Quadro 8 – Constrangimentos da componente Geodiversidade ......................................................... 26
Quadro 9 – Reorientações da componente Geodiversidade ................................................................ 27
Quadro 10 – Potencialidades da componente Geodiversidade ............................................................ 27
Quadro 11 – Vulnerabilidades da componente Paisagem .................................................................... 27
Quadro 12 – Constrangimentos da componente Paisagem.................................................................. 27
Quadro 13 – Reorientações da componente Paisagem ........................................................................ 28
Quadro 14 – Potencialidades da componente Paisagem ...................................................................... 28
Quadro 15 – Vulnerabilidades da componente Socioeconomia ........................................................... 29
Quadro 16 – Constrangimentos da componente Socioeconomia ........................................................ 29
Quadro 17 – Reorientações da componente Socioeconomia ............................................................... 29
Quadro 18 – Potencialidades da componente Socioeconomia ............................................................ 30
Quadro 19 - Linhas de Força para o Cenário Vulnerabilidades ............................................................ 32
Quadro 20 – Linhas de Força para o Cenário Constrangimentos ........................................................ 34
Quadro 21 – Linhas de Força para o Cenário Reorientações ............................................................... 37
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL iii
Quadro 22 – Linhas de Força para o Cenário Potencialidades............................................................. 39
Quadro 23 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção Protecionista ...................................... 40
Quadro 24 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção Reativa ................................................ 42
Quadro 25 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção de Mudança ........................................ 44
Quadro 26 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção Pró-Ativa ............................................. 46
Quadro 27 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores
internos e externos – Biodiversidade ..................................................................................................... 57
Quadro 28 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores
internos e externos – Geologia ................................................................................................................ 62
Quadro 29 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores
internos e externos – Paisagem .............................................................................................................. 64
Quadro 30 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores
internos e externos – Socio-economia ................................................................................................... 66
Quadro 31 – Linhas de Força para o Cenário Vulnerabilidades e correspondentes linhas de
orientação estratégica de Opção Protecionista ..................................................................................... 69
Quadro 32 – Linhas de Força para o Cenário Constrangimentos e correspondentes linhas de
orientação estratégica de Opção Reativa ............................................................................................... 70
Quadro 33 – Linhas de Força para o Cenário Reorientações e correspondentes linhas de
orientação estratégica de Opção de Mudança ....................................................................................... 72
Quadro 34 – Linhas de Força para o Cenário Potencialidades e correspondentes linhas de
orientação estratégica de Opção Pró-Ativa ............................................................................................ 73
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 1
1 I N T R O D U Ç ÃO
Atendendo ao Caderno de Encargos para a elaboração dos Estudos, a prestação de serviços
comporta 3 fases distintas:
Fase 1 – Caracterização;
Fase 2 – Diagnóstico;
Fase 3 – Síntese.
O presente relatório constitui o Relatório Final da Fase 2 – Diagnóstico, concernente da
prestação de serviços de elaboração dos Estudos de Base do Programa Especial do Parque
Natural da Serra de São Mamede (PNSSM), adjudicado pelo Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas (ICNF) à Biodesign, tendo como objetivos:
Identificar e avaliar os pontos fracos e ameaças, e os pontos fortes e oportunidades
presentes na área, bem como a sua influência no território;
Identificar as variáveis que influenciam o desenvolvimento da situação atual;
Identificar os fatores presentes na área que de alguma forma poderão influenciar o
futuro do território, do ponto de vista da conservação dos seus valores naturais;
Construir o cenário de referência e cenários alternativos;
Descrever as opções estratégicas de intervenção territorial.
A Fase 2 – Diagnóstico, pretende identificar as variáveis de desenvolvimento determinantes
para o território dentro do espaço temporal do plano; construir cenários alternativos a partir das
linhas de força críticas encontradas; descrever as opções de intervenção adequadas para a
resolução de cada cenário preconizado.
Na Fase 3 – Síntese será elaborado um documento síntese e cartografia, conciso e
esquemático, que integre os principais resultados alcançados nos estudos de caracterização e
diagnóstico.
Este Relatório é constituído por 7 capítulos: a presente introdução, no segundo capítulo é
detalhada a metodologia e tarefas desenvolvidas; e no terceiro capítulo são apresentados os
resultados da análise SWOT. No quarto capítulo são identificadas as variáveis de
desenvolvimento, no quinto as linhas de força críticas, no sexto são apresentados os cenários e
no sétimo e último capítulo são apresentadas as opções estratégicas.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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2 M E T O D O L O G I A
De acordo com o Caderno de Encargos, a Fase 2 – Diagnóstico será desenvolvida em 2
etapas, com os seguintes objetivos:
Etapa 4 – Variáveis de Desenvolvimento
- Identificar e avaliar os pontos fracos e ameaças presente na área, bem como a sua
influência relativamente às componentes de conservação da natureza e
desenvolvimento territorial, de acordo com uma valoração relativa pré-definida;
- Identificar e avaliar os pontos fortes e oportunidades presentes na área, bem como a
sua influência relativamente às componentes da conservação da natureza e
desenvolvimento territorial, de acordo com uma valoração relativa pré-definida;
- Identificar as variáveis presentes e que influenciam o desenvolvimento da situação
atual, por exemplo a nível do desenvolvimento da paisagem, alteração de habitats e
utilização dos recursos.
Etapa 5 – Construção de Cenários e Opções Estratégicas
- Construir o cenário de referência;
- Construir cenários alternativos resultantes do domínio de diferentes linhas de força
críticas;
- Descrever as opções estratégicas de intervenção territorial associadas a cada cenário
alternativo.
A metodologia a ser adotada está baseada no Caderno de Encargos e respetivos anexos,
designadamente:
Anexo VII – IDENTIFICAÇÃO DE VARIÁVEIS DE DESENVOLVIMENTO
Anexo VIII – CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS E OPÇÕES ESTRATÉGICAS
A Figura 1 representa as etapas a desenvolver na Fase 2 de Diagnóstico.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 3
Figura 1 - Metodologia para a elaboração da Fase 2
OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE
DESENVOLVIMENTO
PROTECIONISTAS
DE MUDANÇA
REATIVAS
PRÓ-ATIVAS
Fase 2| Etapa 5 – Cenários e Opções Estratégicas
Construção da Matriz SWOT (biologia, geologia,
paisagem e socioeconomia)
Workshop (equipa e ICNF)
Validação (ICNF)
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Oportunidades
Ameaças
Vulnerabilidades
Reorientações
Constrangimentos
Potencialidades
LINHAS DE FORÇA CRÍTICAS E
CENÁRIOS
Fase 2| Etapa 4 – Variáveis de Desenvolvimento
ANÁLISE SWOT
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 4
A partir da análise ao documento de caracterização e valoração, foi realizada uma análise
SWOT de modo a identificar os fatores determinantes para o desenvolvimento da área
protegida. Esses fatores são considerados positivos (pontos fortes ou oportunidades) ou
negativos (pontos fracos ou ameaças) consoante o papel que desempenham no contexto
interno ou externo da área protegida.
Após uma primeira versão compilada pela equipa de trabalho, foi realizado um workshop com o
ICNF de modo a incorporar ou alterar os fatores escolhidos para cada uma das componentes
analisadas (biologia, geologia, paisagem e socioeconomia). A versão final da SWOT foi
posteriormente validada pelo ICNF.
A partir da análise SWOT foram identificadas as principais variáveis que determinam o
desenvolvimento no PNSSM e as linhas de força críticas para cada uma das componentes
(biologia, geologia, paisagem e socioeconomia) (Figura 2), nomeadamente:
Vulnerabilidades, resultantes do cruzamento de ameaças (T) e de pontos fracos (W);
Constrangimentos, resultantes do cruzamento de ameaças (T) e de pontos fortes (S);
Reorientações, resultantes do cruzamento de oportunidades (O) e de pontos fracos (W);
Potencialidades, resultantes do cruzamento de oportunidades (O) e de pontos fortes (S).
Fatores Internos
Fato
res E
xte
rno
s
Pontos Fortes (S)
Pontos Fracos (W)
Oportunidades (O)
POTENCIALIDADES REORIENTAÇÕES
Ameaças (T)
CONSTRANGIMENTOS VULNERABILIDADES
Figura 2 - Linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores internos e
externos
As linhas de força críticas associadas a cada componente são encontradas através de uma
matriz de diagnóstico.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 5
Quadro 1 – Exemplo de matriz de diagnóstico resultante da combinação dos fatores internos e
externos para a componente Biologia
BIOLOGIA Fatores Internos
Pontos Fortes (S) Pontos Fracos (W)
Fa
tore
s E
xte
rno
s
S1 S2 S3 Sn W1 W2 W3 Wn
Op
ort
un
ida
des
(O)
O1 SB1OB1 SB2O1 WB1OB1 WB2OB1
O2
O3
On
Am
ea
ças
(T
)
T1 SB1TB1 SB2T1 WB1TB1 WB2TB1
T2
T3
Tn
WB (Weakness Biologia); TB (Threat Biologia); OB (Oportunity Biologia); SB (Strength Biologia)
Os cenários são definidos a partir das linhas de força críticas presentes para o conjunto das
componentes, com maior ênfase nas que se relacionam com as variáveis de desenvolvimento.
A definição das Opções Estratégicas resulta do esquema apresentado na Figura 3.
Figura 3 - Esquema metodológico para a definição das Opções Estratégicas
As opções estratégicas serão eminentemente Protecionistas – se determinadas pelas
Vulnerabilidades; Reativas – se determinadas pelos Constrangimentos; De mudança – se
determinadas pelas Reorientações; e Pró-ativas – se determinadas pelas Potencialidades.
Cada opção estratégica é definida pelas suas linhas de orientação estratégica (LOE). Estas
LOE serão abordadas e desenvolvidas no futuro programa espacial, sendo de carácter político
quando extravasam o âmbito de aplicação direta do ordenamento da área protegida (LOE de
Variáveis de desenvolvimento
(SWOT)
Linhas de Força
(Matrizes de diagnóstico)
Cenários Opções Estratégicas
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 6
Política), de base territorial quando determinam regimes de proteção ou áreas de intervenção
específica (LOE Territoriais), de índole regulamentar se respeitam a normas que interditam ou
condicionam usos e atividades (LOE Regulamentares), e de gestão quando têm uma
configuração mais operacional, para futuros planos ou programas de execução (LOE de
Gestão).
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 7
3 A N Á L I S E S W O T
3 . 1 B I O D I V E R S I D A D E
A componente biológica é central no desenvolvimento de um território considerado como área
protegida, tendo ligação direta com as outras componentes em avaliação. Nesta componente
encontram-se todos os fatores ligados aos valores biológicos (espécies, biótopos, habitats), ao
seu conhecimento, preservação e valorização.
Pontos Fortes
A presença de uma larga diversidade de unidades de vegetação (áreas agrícolas, prados
naturais, matos, montados, sistemas agroflorestais, povoamentos florestais, galerias ripícolas)
associada às condições orográficas distintas de norte a sul do PNSSM proporciona uma
elevada biodiversidade nesta área.
SB1
Presença de vários habitats do Anexo I da Diretiva Habitats, alguns deles prioritários (91E0*
Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior; 6220* Subestepes de gramíneas e
anuais da Thero-Brachypodietea; 4020* Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica
ciliaris e Erica tetralix; 3170* Charcos temporários mediterrânicos)
SB2
Unidades de vegetação com maior relevância ecológica no PNSSM: cursos de água e galerias
ripícolas, montados (na zona sul), bosque (azinhal/sobreiral, castinçal/soutos, carvalhal – na
zona norte), turfeiras e matos turfófilos (na zona central).
SB3
Evolução positiva de alguns habitats/unidades de vegetação (áreas arbóreas com cada vez
mais relevância, tais como os carvalhais – Habitat 9230). SB4
Diversidade de tipos de montado e usos associados (Quercus rotundifolia, Quercus suber,
Quercus pyrenaica), sendo os montados de Q. pyrenaica uma unidade de vegetação singular a
nível nacional.
SB5
Existência de um perímetro florestal, com preservação de núcleos de castanheiros. SB6
Cerca de 44% dos biótopos do PNSSM foram classificados com a valoração de Alto ou
Excecional para a fauna (cursos de água; bosque; pastagens e prados; área agrícola e mato). SB7
Área de cruzamento de unidades bioclimáticas (Atlântica/ Mediterrânica/ Continental), que
conjuntamente com a orientação da serra de S. Mamede promovem a existência de
microclimas e isolados populacionais de espécies de flora (Marsupella profunda) e
herpetofauna (cágado-de-carapaça-estriada e víbora-cornuda)
SB8
Presença de espécies de avifauna relevantes, nomeadamente rapinas (ex. águia-de-bonelli),
chasco-preto, melro-das-rochas, entre outras. SB9
Presença do mais importante abrigo de importância nacional para os morcegos (gruta da Cova
da Moura) (consultar a Carta 30 – Carta de locais de interesse para espécies prioritárias de
fauna)
SB10
Presença de várias espécies de fauna com estatuto de ameaça nos vários grupos de
vertebrados: 5 peixes, 2 répteis, 28 aves e 11 mamíferos (consultar Anexo 1.4 do Relatório final
da Fase – Caracterização)
SB11
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Pontos Fracos
Presença de espécies exóticas invasoras de fauna e flora (ex: flora – mimosas Acacia dealbata,
peixes – achigã Micropterus salmoides, perca-sol Lepomis gibbosus, gambúsia Gambusia
holbrooki).
WB1
Utilização excessiva e incorreta de fitofármacos nas áreas agrícolas. WB2
Falta de conhecimento biológico e/ou corológico atualizado sobre diversos grupos de fauna e
flora. WB3
Fraca extensão e/ou fragmentação das manchas de vegetação ou de habitats (a fragmentação
de carvalhais dificulta a capacidade de renovação e reduz a biodiversidade a eles diretamente
associada).
WB4
Fracas populações de coelho (alimento essencial para aves de rapina e mamíferos carnívoros)
que ocupam zonas de matos. WB5
Estado de conservação desfavorável de alguns habitats protegidos (ex: habitat 4020*
Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica tetralix, cuja ocorrência no
PNSSM é muito restrita).
WB6
Apanha de cogumelos silvestres efetuada sem regulamentação. WB7
Oportunidades
Proximidade com outras áreas protegidas, potenciando esforços de conservação comuns e
atração de visitantes (por exemplo Parque Natural do Tejo Internacional). OB1
Fixação de grandes rapinas aproveitando a expansão atual das espécies e o desenvolvimento
de Projetos de Conservação (LIFE+) na envolvente ao PNSSM, tais como o projeto Life Habitat
Lince/Abutre no Vale do Guadiana e na região de Moura e Barrancos.
OB2
Aumento do conhecimento biológico e corológico através da promoção de projetos de
investigação científica nesta área, sobretudo no que respeita ao conhecimento das espécies
flora e fauna que ocorrem na área do PNSSM, da sua localização, dimensão de núcleos
populacionais.
OB3
Protocolos de entendimento ou gestão conjunta com zonas de caça, potenciando o aumento do
coelho-bravo e a proteção de áreas sensíveis. OB4
Promoção de projetos de recuperação de espécies e habitats com estados de conservação
desfavoráveis (ex: habitat 4020*). OB5
Estudo e reconhecimento do valor associado aos serviços de ecossistemas (nomeadamente os
de aprovisionamento e culturais) potenciando a manutenção e recuperação dos habitats
presentes.
OB6
Inclusão do PNSSM no Sítio de Importância Comunitária “São Mamede” área classificada no
âmbito da Rede Natura, ao abrigo da Diretiva Habitats. OB7
Ameaças
Contaminação de massas e linhas de água (ex: ETAR/ fábricas/ suiniculturas/ vacarias). TB1
Pragas e doenças (ex: vespa do castanheiro, tinta do castanheiro e cancro). TB2
Aumento da área de floresta de produção (ex: pinhal e eucaliptal). TB3
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 9
Desadequação do financiamento agrícola para a conservação de matos e biodiversidade. TB4
Proliferação do nemátodo do pinheiro (se aparecer em grande número no PNSSM poderá
induzir a opção pelo eucaliptal, por substituição do pinhal). TB5
Proliferação de espécies invasoras, exóticas e alóctones (tanto espécies de flora, como de
fauna). TB6
Políticas e práticas agro-pastoris não compatíveis com a conservação da natureza (ex: politica
de financiamento de gado bovino, que poderá ter efeitos pelo sobrepastoreio). TB7
Controlo ilegal de predadores e utilização de venenos, que coloca em causa a conservação das
grandes rapinas ameaçadas. TB8
Neoruralidade, enquanto fator de incremento da edificação dispersa. TB9
3 . 2 G E O D I V E R S I D A D E
Na componente geodiversidade são avaliados os fatores geológicos e a sua interação com a
natureza e o Homem, sendo consideradas as questões associadas à identificação,
caracterização, dinamização e proteção de locais que revelam interesse patrimonial geológico.
Pontos Fortes
Área com grande geodiversidade: O PNSSM está inserido em duas zonas geológicas distintas
o que implica a ocorrência de litologias de génese ígnea e metamórfica. Há grande diversidade
de rochas graníticas com texturas e composições diversas bem como litótipos
metassedimentares de diversas idades, afetados por deformações ocorridas em diferentes
orogenias. Existem igualmente litótipos carbonatados e detríticos.
SG1
A Serra de São Mamede, onde se destaca a crista quartzítica de Marvão, marca fortemente a
paisagem, sob o ponto de vista geomorfológico. Outras estruturas que marcam a topografia são
mega dobras hercínicas, das quais resultaram os modelados em sinclinais e anticlinais, cuja
direção preponderante é para NW-SE.
SG2
Ocorrência de grande quantidade de conteúdos fossilíferos de Idade Devónica: Os xistos
devónicos são em determinados locais muito ricos em Graptólitos. SG3
O interesse científico do património geológico aliado à atratividade dos geossítios para o
público em geral, constitui uma mais-valia no que concerne à visitação do Parque. SG4
Presença de 3 geossítios com relevância nacional: O Miradouro da Fonte dos Amores
localizado à saída de Portalegre para a Serra, a Cova da Moura localizada perto da Portagem -
Olhos de Água e Crista quartzítica de Marvão na vila de Marvão são os geossítios de
relevância nacional e listados pelo inventário da PROGEO.
SG5
Ocorrência de recursos minerais metálicos dando realce às mineralizações uraníferas da
Cintura Uranífera de Portalegre, que ocorre em filões que cortam o Granito tectonizado de
Portalegre, bem como corneanas que advêm do contacto entre o Granito de Portalegre e os
xistos e grauvaque do Grupo das Beiras.
SG6
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Pontos Fracos
Má conservação e valorização do património geológico, uma vez que a sua identificação é uma
novidade na maioria dos casos. Tem sido até agora sujeito aos agentes de meteorização e
atividades antrópicas sem qualquer regulamentação, o que o torna mais vulnerável.
WG1
Deficiente divulgação dos geossítios por serem em grande parte desconhecidos e como tal,
não existirem os corretos e eficazes meios de divulgação. WG2
Potencial degradação ou subtração de conteúdos fossilíferos por atos de vandalismo
(consequência de iliteracia cultural). WG3
Falta de investigação na área em estudo de forma a obter mais dados para inventariar outros
geossítios do Câmbrico e Pré-câmbrico. WG4
Falta de estratégias e regulamentação para a valorização e conservação de geossítios. WG5
Não existem medidas de proteção eficazes e adequadas aos aquíferos existentes na área do
Parque. WG6
Oportunidades
Promoção do património geológico conjuntamente com o restante património. A promoção dos
geossítios do parque conjuntamente com os restantes valores naturais pode potenciar uma
valorização dos geossítios e o aumento do interesse sobre a história geológica da região por
parte dos visitantes.
OG1
A dinamização e potenciação do geoturismo (e também do Geocaching) e a divulgação dos
geossítios será uma oportunidade para potenciar a cultura geológica do público em geral. OG2
Ameaças
As questões relacionadas com a conservação, divulgação e valorização do património geológico
têm sido colocadas em segundo plano pelas entidades públicas. TG1
A proximidade/inclusão de alguns geossítios em zonas urbanas expõe estas áreas a uma
pressão humana mais elevada potenciando a sua degradação.
TG2
Desconhecimento dos cidadãos relativamente à importância do património geológico em
presença e à necessidade da sua salvaguarda. TG3
3 . 3 P A I S A G E M
Na componente paisagem é avaliado o património paisagístico e a sua atual situação de
referência face aos fatores potenciadores da sua valorização e a elementos de
descaracterização.
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Pontos Fortes
A Serra de São Mamede constitui uma das elevações emblemáticas de Portugal e símbolo da
identidade do norte alentejano, sendo publicamente reconhecida como elemento diferenciado na
paisagem alentejana; integra diversos locais panorâmicos.
SP1
O património arqueológico. SP2
Relação entre paisagem humanizada, relevo e ocupação construída de elevado valor estético,
histórico e cultural (Marvão, Castelo de Vide e Alegrete). SP3
Microclima da Serra de São Mamede como fator diferenciador no mosaico da ocupação do solo,
com destaque para carvalhais, soutos e castinçais. SP4
Árvores de interesse público (alameda dos freixos, plátano e oliveira). SP5
Variabilidade cromática com primavera e outono distintos. SP6
Pontos Fracos
Descaracterização decorrente do aumento da área de floresta de produção (ex: pinhal e
eucaliptal). WP1
Abandono de práticas culturais tradicionais. WP2
Oportunidades
Promoção do património paisagístico nacional de forma integrada e como produto de particular
relevância para a oferta turística portuguesa nos mercados externos OP1
Eventuais financiamentos futuros para a valorização dos muros de pedra seca. OP2
Eventual requalificação futura do pico de S. Mamede. OP3
Desenvolvimento do conceito “natural.pt” e seu estímulo para valorização de produções locais
de qualidade e economicamente viáveis que fixem e atraiam população no sector primário e
turístico
OP4
Marvão como candidata a Património Mundial.
Maior envolvimento das autarquias na gestão pró-ativa das áreas protegidas, nomeadamente ao
nível do enquadramento paisagístico da edificação (habitação e apoios agrícolas). OP6
Ameaças
O novo quadro de ordenamento territorial para as áreas protegidas que possa atomizar
administrativamente uma unidade natural que se quer una. TP1
Fraca relação entre política de financiamento agro-florestal e a conservação das funções
essenciais da paisagem. TP2
Falta de financiamento para atividades de gestão da paisagem e falta de normas específicas de
preservação dos elementos e funções essenciais da paisagem. TP3
Dificuldade em manter a atividade agrícola tradicional. TP4
Instalação de novos projetos eólicos. TP5
O Parque Natural da Serra de São Mamede encontra-se classificado como Zona de Risco de TP6
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|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 12
Perigosidade de Incêndio Muito Alto.
Deterioração do património arqueológico (agentes meteóricos e ações antrópicas). TP7
3 . 4 S O C I O E C O N O M I A
Na componente socioeconomia é abordado o estudo da população e sua caracterização
demográfica, bem como a caracterização das principais atividades económicas praticadas,
avaliando a sua inter-relação.
Pontos Fortes
O Aproveitamento Hidroagrícola Marvão-Apartadura, anterior à criação do PNSSM, ocupa cerca
de 470 ha, menos de 0,8% da área do PNSSM, e dispõe de mais de 250 beneficiários. SSE1
Significativo peso do pastoreio, nomeadamente de ovinos. SSE2
Grande número de zonas de caça com elevada qualidade e extensão com importante impacte
económico. SSE3
Presença de exploração de água mineral em laboração e identificação de outra localização de
recurso hidromineral potencial. SSE4
Importância da extensão da cobertura florestal. Esta representa cerca de 50% da área do
PNSSM SSE5
Diversidade de produtos com DOP ou IGP que abrangem a delimitação geográfica do PNSSM -
além das produções tradicionais de frutos do PNSSM, assinala-se uma variedade de produtos
de queijo, azeite, carnes (bovino, ovino, caprino e suíno) e salsicharia.
SSE6
Presença das albufeiras de Póvoa e Meadas e da Apartadura - além das finalidades principais
de produção de energia e de rega e abastecimento, as albufeiras têm associado um valor
recreativo.
SSE7
Presença de parque eólico de Alto dos Forninhos - Constituído por 4 aerogeradores de 2 MW,
foi alvo de Avaliação de Incidências Ambientais. SSE8
Atratividade turística das vilas de Marvão e Castelo de Vide - representado pela concentração
de locais de interesse para visitação, alojamento e restauração. SSE9
Importância do Turismo em Espaço Rural (TER). SSE10
Grande extensão de percursos pedestres – quer os percursos criados pelo ICNF quer os
percursos enquadrados no Projeto Alentejo Feel Nature. SSE11
Existência de uma rede de miradouros. SSE12
Realização de provas desportivas. SSE13
Pontos Fracos
Estrutura demográfica envelhecida e em perda. WSE1
Redução da população que se dedica à atividade agrícola. WSE2
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 13
Reduzido significado quantitativo das produções tradicionais do PNSSM com classificação DOP
e IGP - A produção da Cereja de São Julião IGP, Castanha de Marvão DOP e Maçã de
Portalegre IGP apresenta quantitativos reduzidos, e quanto aos restantes produtos DOP e IGP
têm uma abrangência territorial bem mais abrangente que o PNSSM, podendo não ocorrer
produção significativa no interior do PNSSM
WSE3
Ausência de projetos de reflorestação com espécies autóctones e reduzida área sujeita a regime
florestal. O perímetro florestal da Serra de São Mamede, Quinta dos Olhos de Água e São
Salvador totaliza os 382,72 ha, representando menos de 1% da área do PNSSM.
WSE4
Reduzida dimensão da estrutura fundiária dos terrenos florestais. WSE5
Oportunidades
Peso da população com ensino superior no concelho de Portalegre, representado pelos 18,1%
da população com ensino superior no concelho de Portalegre, comparativamente com os 11,9%
da Região. O que pode ser justificado também pela presença do Instituto Politécnico de
Portalegre
OSE1
Neoruralidade, que se tem vindo a assumir cada vez mais como uma realidade OSE2
Forte concentração empresarial na cidade de Portalegre - O concelho de Portalegre representa
73,1% das empresas e 92,3% do volume de negócios das empresas sedeadas nos 4 concelhos
do PNSSM
OSE3
Crescimento de atividades associadas à produção de aromáticas, medicinais e condimentares,
cogumelos. OSE4
Promoção do desenvolvimento turístico da Região Alentejo e do Turismo de Natureza -
enquadrados pelo Plano Estratégico Nacional de Turismo OSE5
Eventual futura aprovação da candidatura de Marvão a Património Mundial OSE6
Ameaças
Crescimento reduzido do valor económico do sector primário - apenas 3% de aumento do
volume de negócios do sector primário das empresas nos 4 concelhos do PNSSM entre 2005 e
2012, sendo bastante inferior ao registado para os setores secundário e terciário
TSE1
Percursos pedestres que nem sempre são alvo de ações de manutenção regulares TSE2
Falta de perceção por parte da população da mais-valia em viver em área protegida TSE3
3 . 5 S Í N T E S E D A A N Á L I S E S W O T
3.5.1 Biodiversidade
Pontos Fortes: O PNSSM reveste-se de extrema importância no que respeita à conservação
da natureza e da biodiversidade. Esta área apresenta uma grande diversidade de unidades de
vegetação e é muito relevante para a conservação de habitats protegidos destacando-se, pela
sua representatividade e/ou grau de conservação os montados (habitat 6310) e os sobreirais
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 14
(habitat 9330) e as Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (habitat prioritário
91E0). Pela sua singularidade importa destacar a presença de montados de Quercus pyrenaica
que constituem uma unidade de vegetação absolutamente singular a nível nacional.
A diversidade de habitats, em parte associada às condições orográficas distintas de norte a sul
do PNSSM proporciona uma elevada biodiversidade nesta área, traduz-se também numa
grande diversidade de biótopos, naturais e semi-naturais: mosaicos de áreas agrícolas, prados
naturais, matos, montados, sistemas agroflorestais, povoamentos florestais, galerias ripícolas,
sendo que cerca de 44% dos biótopos têm elevada valoração para a fauna (cursos de água;
bosque; pastagens e prados; área agrícola e mato).
À elevada riqueza faunística do PNSSM acrescenta-se o facto de integrar 46 espécies com
estatuto de ameaça, onde se destacam espécies com carácter prioritário para a conservação,
quer por apresentarem estatuto Criticamente em Perigo (peixes: boga-portuguesa
Iberochondrostoma lusitanicum; aves: águia-imperial Aquila adalberti, abutre-preto Aegypius
monachus, rolieiro Coracias garrulus, chasco-preto Oenanthe leucura; mamíferos: morcego-
rato-pequeno Myotis blythii, morcego-de-ferradura-mediterrânico Rhinolophus euryale,
morcego-de-ferradura-mourisco Rhinolophus mehelyi) se encontrarem Em perigo de extinção
(peixe: boga-de-boca-arqueada Iberochondrostoma lemmingii; répteis: cágado-de-carapaça-
estriada Emys orbicularis; aves: britango Neophron percnopterus, abetarda Otis tarda, cortiçol-
de-barriga-preta Pterocles orientalis; mamíferos: morcego-de-bechstein Myotis bechsteinii) ou
por estarem classificadas como Vulnerável segundo o LVVP (peixe: boga do Guadiana
Pseudochondrostoma willkommii; aves: açor Accipiter gentilis, sisão Tetrax tetrax e peneireiro-
das-torres Falco naumanni; mamíferos: morcego-de-ferradura-grande Rhinolophus
ferrumequinum, morcego-de-peluche Miniopterus schreibersii, rato de Cabrera Microtus
cabrerae). A presença destas espécies eleva a importância biológica deste território, fazendo
do PNSSM uma referência a nível nacional. Relativamente à flora do PNSSM, é conhecida a
presença de espécies relevantes para a conservação, por apresentarem um caráter endémico
ou por serem raras no contexto nacional, tais como Marsupella profunda, Narcissus
pseudonarcissus subsp. portensis, Tanacetum mucronulatum, Scrophularia sublyrata, entre
outras.
De destacar que é no PNSSM que está situado um abrigo de importância nacional para
morcegos (Cova da Moura) que representa a gruta mais importante do país e uma das mais
importantes da Europa. Nos últimos anos esta gruta tem sido utilizada na época de hibernação
por alguns milhares de Rhinolophus euryale, poucas centenas de Rhinolophus mehelyi,
dezenas de Myotis schreibersii, Myotis myotis e Rhinolophus ferrumequinum e alguns
indivíduos isolados de Myotis bechsteinii. Na época de reprodução é utilizada por muitos
milhares de Myotis schreibersii e poucos milhares de Myotis myotis, podendo igualmente
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 15
albergar várias dezenas de Rhinolophus ferrumequinum, Rhinolophus euryale, Rhinolophus
mehelyi e indivíduos isolados de Myotis escalerai, Myotis bechsteinii e Myotis emarginatus.
Pontos Fracos: O PNSSM apresenta algumas fraquezas relacionadas com inúmeros fatores
que ocorrem dentro da área protegida. Do ponto de vista da biodiversidade é evidente a
fragmentação das manchas de vegetação e dos habitats naturais como por exemplo os
carvalhais, sendo estes habitats de extrema importância como áreas de refúgio e caça, para
várias espécies de morcegos e grandes rapinas. Também a fraca dimensão das populações de
coelho impede ainda a proliferação de espécies faunísticas emblemáticas como as grandes
rapinas.
A presença de espécies exóticas invasoras de fauna, em particular espécies de ictiofauna, nos
cursos de água que atravessam a área do PNSSM, representa uma outra fraqueza. Este ponto
fraco tem aumentado devido ao aumento de barragens, que representam um habitat propício à
propagação de espécies de ictiofauna exótica, a qual gera impactos negativos nas populações
nativas. As espécies da ictiofauna nativa têm regredido consideravelmente devido à presença
de espécies exóticas de peixes, pela competição por recursos, pela predação ou pela
disseminação de agentes patogénicos. No caso da flora exótica, trata-se sobretudo de
mimosas que formam povoamentos estremes, dificultando o desenvolvimento de vegetação
nativa.
Foram ainda identificados como pontos fracos, a utilização excessiva e incorreta de
fitofármacos na atividade agrícola, bem como a utilização ilegal de venenos com a finalidade de
controlar predadores.
A falta de conhecimento biológico atualizado sobre diversos grupos, nomeadamente a nível
florístico, é também uma fraqueza identificada nesta área protegida. Aqui são conhecidos
vários núcleos de espécies de flora relevantes para a conservação da natureza, mas
desconhece-se a dimensão destes núcleos e a sua exata espacialização territorial, sendo esta
geralmente sustentada com base na presença de habitat potencial às espécies e não por
observações concretas destas no terreno.
Oportunidades: Os projetos de investigação orientados para o estudo e/ou monitorização das
populações faunísticas e florísticas, bem como os que poderão ser aplicados à resiliência e
sustentabilidade dos bosques e matagais densos no PNSSM, são vistos como oportunidades
para atenuar as fraquezas de conhecimento enfrentadas pela área protegida, permitindo
orientar a atuação para a manutenção e/ou recuperação do estado de conservação dos
habitats protegidos e potenciar biótopos de eleição para espécies faunísticas emblemáticas.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 16
A atual expansão das espécies e dos projetos de conservação a decorrer em áreas próximas
(Projeto Life Habitat Lince/Abutre no Vale do Guadiana) constitui igualmente uma oportunidade
na medida em que permite a fixação de grandes rapinas reforçando as populações já
existentes no PNSSM.
Também as potencialidades associadas ao reconhecimento dos serviços de ecossistemas
associados aos principais biótopos que caracterizam o parque, o que contribuirá para a sua
manutenção e por conseguinte para a preservação e valorização de núcleos de espécies de
flora e de habitats naturais relevantes.
A importância da atividade cinegética encontra-se representada pelo elevado número de zonas
de caça delimitadas no interior do PNSSM e pela sua extensão de área ocupada. Destacam-se
as Zonas de Caça Turística, as Zonas de Caça Associativa e as Zonas de Caça Municipal. As
atividades praticadas nestas zonas, muitas vezes não se coadunam com as prioridades de
conservação dos valores faunísticos presentes. O estabelecimento de protocolos para uma
gestão sustentável das zonas de caça poderá representar uma oportunidade no sentido de
conduzir a um compromisso de salvaguarda destes valores. Esta gestão conjunta é relevante
para potenciar o aumento do coelho-bravo e a proteção de áreas sensíveis.
Finalmente, importa considerar que o facto de a área estar abrangida pelo SIC São Mamede,
representará uma proteção adicional por força do Regime Jurídico da Rede Natura 2000, e
pode ser um instrumento potenciador de financiamentos dirigidos à conservação do estado de
conservação favorável dos valores naturais protegidos pela Diretiva Habitats.
Ameaças: No que respeita às principais ameaças que o PNSSM enfrenta, foram registadas as
que mais contribuem de forma negativa para a salvaguarda da biodiversidade presente no
território do parque.
As políticas de financiamento à atividade agro-pastoril são um fator extremamente importante
para a gestão do território. A existência de linhas de financiamento desadequadas conduz ao
abandono das atividades tradicionais e das práticas extensivas. Verifica-se nomeadamente que
os incentivos financeiros do gado bovino promovem o aumento do pisoteio e nitrificação das
áreas pastoreadas que, por sua vez, conduzem à degradação da qualidade das águas e à
deterioração dos habitats naturais utilizados (ex: montados e prados naturais). Por outro lado,
os incentivos às pastagens biodiversas, nomeadamente no que respeita a operações de
regularização e preparação do solo, desmatação e consolidação dos terrenos têm
consequências diretas na degradação dos habitats naturais e biótopos para a fauna autóctone.
A implantação de empreendimentos como suiniculturas, vacarias e fábricas com tratamento de
deficientes das águas residuais, representa uma das principais ameaças à fauna piscícola e a
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 17
répteis como o cágado-de-carapaça-estriada, por contaminação das linhas de água do
PNSSM.
Na área do PNSSM tem-se verificado um aumento significativo dos povoamentos de eucalipto.
Esta situação pode vir a ser agravada se a situação do nemátodo-do-pinheiro se vier a gravar,
conduzido os produtores a optar pelo eucalipto em substituição do pinhal.
3.5.1 Geodiversidade
Como pontos fortes destaca-se a geologia diversificada, justificada pelo PNSSM estar inserido
em duas zonas geológicas distintas. Assim, há grande diversidade de rochas graníticas com
texturas e composições diversas bem como litótimo metassedimentares de diversas idades
afetados de deformação em orogenias diferentes, bem como litótipos carbonatados e detríticos.
A Serra de São Mamede como marca geomorfológica predominantemente: a imponência da
elevação da serra de S. Mamede é por si a mais evidente marca geomorfológica. Para além
disso, outras estruturas que marcam a topografia designadamente a presença de mega dobras
hercínicas das quais resultaram nos modelados em forma de sinclinais e anticlinais, cuja
direção preponderante é para NW-SE.
Como pontos fortes, destaque pela presença de 3 geossítios com relevância nacional: O
Miradouro da Fonte dos Amores localizado à saída de Portalegre para a Serra, a Cova da
Moura localizada perto da Portagem - Olhos de Água e Crista quartzítica de Marvão na vila de
Marvão são os geossítios de relevância nacional e listados pela PROGEO. Refira-se ainda a
ocorrência de grande quantidade de recursos minerais metálicos.
Relativamente aos pontos fracos destaca-se a ausência de estratégias e regulamentação
para a valorização e conservação para os geossítios, questão transversal a outras áreas
protegidas, decorrente de um histórico de deficiente investimento e reconhecimento do
património geológico. A falta de conhecimento dos geossítios tem conduzido também a uma
maior exposição aos agentes erosivos climáticos e antrópicos.
A riqueza geológica, a valorização em termos de visitação e divulgação do património
geológico, constituem oportunidades que devem ser consideradas. No entanto, é necessário
investimento e financiamento para a preservação e conservação do património geológico,
sendo esta falta de reconhecimento a principal ameaça a ultrapassar no atual contexto do
PNSSM.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 18
3.5.1 Paisagem
Como pontos fortes destaque para a unidade de paisagem Serra de São Mamede
caracterizada pelo relevo imponente, os "acidentes" geológicos sobressaindo a formação
geológica notável como sendo o elemento estruturante da paisagem do PNSSM e um coberto
vegetal sobretudo arbóreo.
A vila de Marvão e a crista quartzítica onde se implanta, constitui, por si só, um ponto
excecional da paisagem devido ao seu valor histórico e cénico, tendo sido candidata a
Património Mundial da Unesco.
Destaque ainda para a presença de património arqueológico, património edificado, como sejam
as quintas ou a própria cidade de Castelo de Vide, e património vegetal, nomeadamente a
alameda constituída por 300 exemplares de freixos, altos, frondosos e centenários.
Pontos fracos. A principal preocupação ou risco para a manutenção paisagem prende-se com
o abandono dos usos, quer pelo êxodo, quer pela viabilidade económica das explorações.
Surge como fator menos positivo o estado de degradação em que se encontram muitas das
galerias ripícolas associadas às linhas de água, pelo que, afigura-se fundamental para a
valorização da paisagem, em termos de Leitura e Diversidade, uma intervenção com vista à
sua recuperação; refere-se ainda que deverão ser incentivadas as práticas tradicionais,
nomeadamente no que diz respeito ao tipo de pastoreio, promovendo a diversidade em termos
biológicos.
A falta de ordenamento, a reduzida coerência entre os usos, assim como o abandono, a
expansão de eucaliptais, contribuem significativamente para uma identidade baixa.
É de favorecer a estrutura de montado ou pelo menos povoamentos florestais de espécies de
folhosas autóctones em detrimento das de crescimento rápido, a intervenção/ requalificação
nas linhas de água tendo em vista, igualmente, o aumento da biodiversidade e da leitura do
espaço, assim como a gestão do tipo de pastoreio.
O valor paisagístico desta área protegida está diretamente relacionado com a humanização da
paisagem, na sua vertente natural e construída. O abandono dos usos e práticas agrícolas
tradicionais têm contribuído para a perda de valores naturais e paisagísticos que é necessário
contrariar. A agricultura e floresta são essenciais para um adequado ordenamento do território,
para a preservação da paisagem e dos recursos, biodiversidade e ecossistemas, contribuindo
para a minimização dos efeitos da suscetibilidade dos solos à desertificação e erosão hídrica.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 19
Para a manutenção e valorização da paisagem é necessário uma maior contribuição da
agricultura e silvicultura, de apoios financeiros, da dinamização do turismo e visitação,
envolvendo todos os interessados, assente no estabelecimento de novas diretrizes, normas e
formas de gestão.
Torna-se urgente o desenvolvimento de estratégias para a valorização dos produtos locais de
qualidade, economicamente viáveis que fixem e atraiam a população e o turismo. O PNSSM
apresenta um inegável património paisagístico, natural, cultural.
Oportunidades. Deve promover-se a manutenção do mosaico de culturas e campos
arborizados, mantendo o padrão tradicional da paisagem através de uma maior promoção dos
produtos tradicionais e por atividades complementares de recreio e turismo, contribuindo assim
para a promoção sustentada de novas atividades socioeconómicas e o bem-estar das
populações. Entre outras medidas importa procurar preservar e valorizar os elementos
construídos, como muros de pedra seca e a requalificação do pico de S. Mamede. Poderá ser
procurado um maior envolvimento das autarquias na gestão pró-ativa das áreas protegidas,
nomeadamente ao nível do enquadramento paisagístico da edificação (habitação e apoios
agrícolas).
As maiores ameaças a esta área protegida correspondem às dificuldades em manter a
atividade agrícola tradicional, ao potencial risco de incêndio elevado, em virtude das
características geomorfológicas e de ocupação do solo, bem como o aumento da área
desertificada, a possível instalação de novos projetos eólicos, deterioração do património
arqueológico, a falta de financiamento e as ainda incertezas decorrentes das alterações
promovidas pela Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do
Território e de Urbanismo (LBPPSOTU), no ordenamento territorial das áreas protegidas.
3.5.1 Socio economia
No âmbito da socioeconomia, a análise SWOT identificou um conjunto de pontos fortes que
possuem um carácter quantitativo ou qualitativo. Desta forma, na definição dos pontos fortes
foram consideradas as características da AP que lhe conferem distinção associadas aos
benefícios retirados das diversas atividades económicas, enquadrados pelos objetivos da
criação da AP, de entre os quais se destaca “Promover de uma forma ordenada e equilibrada,
o desenvolvimento económico, social e cultural da região e, em especial, das populações
rurais, nomeadamente incentivando e apoiando as ocupações tradicionais do território.” (alínea
b) do artigo 3.º do Decreto-lei n.º 121/89, de 14 de abril), bem como os objetivos de um parque
natural.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 20
Na área do PNSSM identificam-se um conjunto de atividades económicas cujas vivências
conferem um cariz rural que por si só constituem pontos fortes, destacando-se
(tradicionalmente) as atividades associadas ao setor primário e (mais recentemente) as
atividades associadas ao setor terciário, em concreto ao turismo (cuja promoção constitui
também uma oportunidade).
O sector primário assume um protagonismo evidente na área protegida, beneficiando das
condições ambientais e biofísicas do PNSSM, e contribuindo em si mesmo para a preservação
de um conjunto de ecossistemas que dependem da atividade agrícola ou da pastorícia. Com
efeito, no PNSSM têm lugar várias atividades associadas ao setor primário destacando-se a
produção agrícola, a pecuária, a pastorícia, a exploração florestal, a pesca e a caça, cuja
representatividade e relevância se apresentam bastante variáveis e que foram identificados
como pontos fortes.
As atividades do setor primário classificadas como pontos fortes, associam-se ao caráter
tradicional da atividade à importância deste setor de atividade medida através de um conjunto
de indicadores como sejam: a população agrícola familiar (cerca de 80% da população agrícola
familiar dos quatro concelhos: Arronches, Castelo de Vide, Marvão e Portalegre), o número de
explorações agrícolas (1.953), a superfície agrícola utilizada (41.936 ha no conjunto de
freguesias que abrangem o PNSSM), ou o nº de ovinos (29.421 nas explorações agrícolas das
freguesias abrangidas pelo PNSSM em 2009). Destaque ainda para a diversidade de
produções tradicionais no PNSSM com classificação DOP e IGT nomeadamente a castanha de
Marvão DOP, que apesar da reduzida produção constitui uma cultura endógena com forte
tradição no PNSSM que tem vindo a ser objeto de promoção e valorização, por exemplo
através do Festival da Castanha, organizado pela Câmara Municipal de Marvão. Ainda como
atividades que podem proporcionar maiores benefícios (no entanto o reduzido significado
quantitativo das produções tradicionais com classificação DOP e IGP, constitui um ponto fraco).
Assinala-se ainda o valor económico associado à atividade cinegética, associado às receitas
das zonas de caça e gastos locais dos caçadores, tendo em conta que a extensão de área
ocupada por zonas de caça associativa é de 24.105 ha, 43% do PNSSM.
Destacam-se ainda como pontos fortes os recursos hidrominerais. A água mineral Vitalis
apresentou, em 2014, um valor de vendas de 8,7 milhões de euros, correspondente a 40
milhões de litros (7,6% do volume nacional). Trata-se de uma mais-valia económica que não
entra em colisão com os objetivos de conservação da natureza.
Finalmente destaca-se a atividade turística, ponto forte cujo aumento á indissociável das
características únicas da AP para o desenvolvimento de atividades de turismo de natureza
(destacando-se a grande extensão de percursos pedestres associados a uma rede de
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 21
miradouros), da atratividade das vilas de Castelo de Vide e do Marvão, bom como do
incremento da importância do Turismo em Espaço Rural (TER). O TER, consentâneo com os
objetivos de promoção do PNSSM, é a tipologia mais característica da área protegida num total
de 39 estabelecimentos.
Assinala-se ainda a realização de provas desportivas, assumindo o PNSSM um papel
importante ao nível nacional.
Ao nível das oportunidades, realce para o desenvolvimento social, manifestado pelo peso da
população com ensino superior no concelho de Portalegre e para o desenvolvimento
económico revelado pela forte concentração empresarial na cidade de Portalegre.
A estas oportunidades junta-se a neoruralidade, ou seja a procura dos espaços rurais para
modos de vida urbanos e o desenvolvimento da atividade turística através da promoção do
desenvolvimento turístico da Região Alentejo, do aumento do turismo cultural e da natureza no
contexto regional e da eventual futura aprovação da candidatura de Marvão a Património
Mundial. De referir ainda o crescimento de atividades associadas à produção de aromáticas,
medicinais e condimentares, cogumelos, e o seu potencial para a o desenvolvimento
económico.
No que concerne aos pontos fracos, em termos sociais, assinalam-se as características da
população, que apresenta uma estrutura demográfica envelhecida e em perda (verificou-se
uma quebra demográfica de 6,4% entre 2001-2011 no conjunto das freguesias abrangidas pelo
PNSSM e índice de envelhecimento de 333 idosos por cada 100 jovens na área de estudo, em
2011) o que tem também consequências ao nível da redução da população que se dedica à
atividade agrícola - apenas 6,1% da população residente empregada no setor primário na área
de estudo - Quebra de 24,1% da população agrícola familiar nas freguesias do PNSSM entre
1999 e 2009. Redução da proporção da população agrícola familiar na população residente em
3,6 pontos percentuais entre 1999 (2001) e 2009 (2011).
Refiram-se ainda as atividades económicas que menos benefícios geram para a AP em termos
económicos e em termos sociais. O setor primário apresenta um reduzido significado
quantitativo das produções tradicionais do PNSSM com classificação DOP e IGP. O setor
secundário é claramente um ponto fraco na AP constituído principalmente pelos ramos da
indústria transformadora e construção, que se concentra no solo urbanos.
Por fim destacam-se ainda como ameaças as questões associadas ao crescimento reduzido
do valor económico do setor primário e à falta de perceção por parte da população da mais-
valia de viver numa AP.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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4 V AR I Á V E I S D E D E S E N V O L V I M E N T O
A partir da interpretação da análise SWOT foi possível identificaras variáveis de
desenvolvimento presentes no território abrangido pelo PNSSM (Quadro 2). Na construção de
cenários serão críticas as variáveis de desenvolvimento associadas a questões externas e de
contexto, nomeadamente:
as de governança, que compreendem as estratégias de financiamento, a
regulamentação e gestão territorial, e o conhecimento
as socioeconómicas, que incluem a população, produção agro-silvo-pastoril, e o
desenvolvimento económico.
Quadro 2 – Variáveis de Desenvolvimento
Variáveis de Desenvolvimento
Gestão da Biodiversidade
As questões subjacentes à gestão da biodiversidade são centrais na
definição do planeamento estratégico para qualquer área protegida,
e o Parque Natural da Serra de São Mamede não é exceção. Nesta
variável de desenvolvimento incluem-se linhas de força que atuem
diretamente sobre as espécies animais e vegetais, bem como sobre
os seus habitats.
Espécies exóticas
Apesar das questões relacionadas com este tema se possam
enquadrar na gestão da biodiversidade, elas correspondem a um
tema muito específico e que pode por em causa de forma muito
particular a manutenção dos valores naturais presentes no parque.
As espécies exóticas que normalmente proliferam têm vantagens
adaptativas que se sobrepõem às das espécies autóctones, pondo
as suas populações em perigo.
Produção agro-silvo-pastoril
A produção agro-silvo-pastoril assume especial importância no
contexto de uma AP, por um lado pela ocupação do território e por
outro pelo facto do seu crescimento poder estar associado à
afirmação e valorização de produtos regionais e certificados e ao
desenvolvimento empresarial. As opções tomadas neste âmbito
podem ter impactos significativos sobre o território, os habitats
naturais e os biótopos presentes, condicionando de forma decisiva a
sua preservação.
Gestão cinegética
Na componente biológica, a gestão cinegética está muito associada
à manutenção das populações de espécies-presa para espécies
predadoras (ex: rapinas, mamíferos carnívoros). A gestão cinegética
representa igualmente o valor económico associado às receitas das
zonas de caça e aos gastos locais dos caçadores.
Estratégias de Financiamento
As estratégias de financiamento têm um forte impacte sobre o
território, condicionando a sua gestão agro-silvo-pastoril, e
determinando a forma de atuação e relacionamento com os diversos
setores da sociedade.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 23
Variáveis de Desenvolvimento
Conhecimento
O conhecimento técnico e científico é uma das principais variáveis de
desenvolvimento quando se fala de uma área protegida. Como não
se pode proteger o que não se conhece, um contínuo e atualizado
leque de ações que visem conhecer e monitorizar cada vez melhor o
território e os elementos que nele habitam, torna-se indispensável
para a sua correta gestão e desenvolvimento.
Turismo
O turismo nas suas várias vertentes constitui uma variável de
desenvolvimento com elevado alcance na medida em que o seu
crescimento tem reflexos diretos ao nível da ocupação e visitação da
AP na geração de receitas para a população residente e
consequentemente na melhoria da qualidade de vida e na
atratividade do PNSSM para novos residentes. Esse afluxo de
pessoas constitui igualmente um desafio na forma de o compatibilizar
com a manutenção do estado de conservação dos valores locais.
Associado ao turismo destacam-se as ações de promoção, ou seja
as atividades, políticas e estratégias que visem promover ou divulgar
os valores naturais (como por exemplo os geossítios), culturais e
paisagísticos do parque. A promoção pode ser direcionada através
de roteiros turísticos ou englobada noutras ações como percursos
ambientais.
Regulamentação e gestão
territorial
Esta variável de desenvolvimento está muito ligada a ações,
condicionamentos, regras e condutas a cumprir no terreno. O
cumprimento ou não destas normas poderá ter um impacto direto na
preservação do património natural, geológico, arquitetónico ou
paisagístico local, tendo uma repercussão direta no relacionamento
entre o parque natural e as populações.
Desenvolvimento económico Esta variável sendo abrangente, inclui as tendências macro e
microeconómicas com relevância para a AP.
População
Se as diversas atividades económicas constituem variáveis de
desenvolvimento, o mesmo apenas poderá acontecer caso exista um
volume de população ativa capaz alavancar essas atividades pelo
que esta variável é determinante no contexto do PNSSM.
Paralelamente, a distribuição da população no território, pode ter
grande impacto nas questões biológicas. Portugal, por ter uma
paisagem iminentemente humanizada, muitos dos habitats e
espécies presentes estão adaptadas à presença humana e aos
habitats seminaturais criados pelo Homem. O despovoamento leva a
alterações importantes nos biótopos e habitats, e por consequência,
nas espécies que deles dependem.
Pesca
A atividade piscatória constitui uma variável com algum relevo no
PNSSM, como rendimento das populações e como elemento de
atração para a prática de atividades turísticas.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 24
5 L I N H AS D E F O R Ç A C R Í T I C AS
Neste capítulo apresentam-se as linhas de força críticas encontradas para cada componente a
partir dos cruzamentos (Anexo 1) entre:
ameaças (T) e pontos fracos (W) – Vulnerabilidades (Quadros 3, 7, 11 e 15),
ameaças (T) e pontos fortes (S) – Constrangimentos (Quadros 4, 8, 12 e 16),
oportunidades (O) e pontos fracos (W) – Reorientações (Quadros 5, 9, 13 e 17),
oportunidades (O) e pontos fortes (S) – Potencialidades (Quadros 6, 10, 14 e 18)
5 . 1 L I N H A S D E F O R Ç A C R Í T I C A S P A R A A B I O D I V E R S I D A D E
As linhas de força associadas à componente biológica são focadas na mitigação das grandes
ameaças presentes e na potenciação das caraterísticas naturais que elevaram esta região ao
estatuto de parque natural.
Quadro 3 – Vulnerabilidades da componente Biodiversidade
Linhas de força
WB1/TB6 Proliferação de espécies invasoras, exóticas e alóctones (tanto espécies de flora, como de
fauna)
WB4+WB6/TB3+TB4+TB7
O estado de conservação desfavorável e a fragmentação de habitats (ex 9230, 4020)
pode ser agravada pelo aumento da área de floresta de produção (ex: pinhal e eucaliptal)
e por políticas de financiamento agro-pastoril desadequadas
WB4+WB6/TB9 A tendência de edificação dispersa fora de núcleos urbanos pode ser um fator de
fragmentação de habitat, ou desfavorável à adequação de biótopos para a fauna.
Quadro 4 – Constrangimentos da componente Biodiversidade
Linhas de força
SB7+SB11/TB1+TB6
A contaminação de massas e linhas de água, bem como a proliferação de ictiofauna
exótica invasora (devido ao aumento de barragens) afeta a conservação de espécies de
peixes e anfíbios, alguns dos quais se encontram ameaçados.
SB6/TB2 O risco de proliferação de pragas e doenças (vespa do castanheiro, tinta do castanheiro e
cancro) coloca em causa os núcleos de castanheiros existentes.
SB1+SB3+SB7/TB3+TB6
O aumento potencial da área de floresta de produção (pinhal e eucaliptal) bem como a
proliferação de espécies exóticas invasoras (mimosas) poderá reduzir e fragmentar quer a
área de biótopos que foram classificados com a valoração de Alto ou Excecional para a
fauna (cursos de água; bosque; pastagens e prados; área agrícola e mato) quer as
unidades de vegetação com maior relevância ecológica (montados, bosques, etc),
reduzindo a biodiversidade.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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Linhas de força
SB1+SB2+SB4+SB11/TB4+T
B7/
A atual política de financiamento agrícola e pastoril, seja pelos incentivos ao gado bovino
(pisoteio e nitrificação das áreas pastoreadas que, por sua vez, conduzem à degradação
da qualidade das águas e à deterioração dos habitats naturais utilizados (ex: montados e
prados naturais)), seja pelos incentivos às pastagens biodiversas (nomeadamente no que
respeita a operações de regularização e preparação do solo, desmatação e consolidação
dos terrenos) têm consequências diretas na degradação dos habitats naturais e biótopos
para a fauna autóctone.
SB1+SB7/TB5 Uma proliferação do nemátodo-do-pinheiro poderá conduzir à substituição do pinheiro
pelo eucalipto, e uma consequente redução da biodiversidade.
SB9+SB11/TB8 O controlo ilegal de predadores e a utilização de venenos coloca em causa a conservação
das grandes rapinas ameaçadas, bem como de outras espécies da fauna (carnívoros).
Quadro 5 – Reorientações da componente Biodiversidade
Linhas de força
WB1/OB5
Projetos de recuperação de espécies e habitats a desenvolver podem ser direcionados
para o controlo de espécies exóticas invasoras de fauna e flora: (mimosas, achigã, perca-
sol, gambúsia)
WB2+WB4/OB6
O reconhecimento do valor associado aos serviços de ecossistemas (nomeadamente os
de aprovisionamento e culturais) deve ser canalizado para uma melhor gestão de habitats
(sensibilização relativa à utilização adequada de fitofármacos nas áreas agrícolas,
recuperação de carvalhais, etc)
WB3/OB1+OB3+OB5
O conhecimento biológico e/ou corológico sobre diversos grupos de fauna e flora poderá
ser atualizado pela promoção de projetos (nacionais ou transfronteiriços) de investigação
científica e de recuperação de valores naturais.
WB5+WB6/OB4
Os protocolos de entendimento ou gestão conjunta com zonas de caça, poderão ter
efeitos positivos ao nível das populações de coelho em zonas de matos (que atualmente
são reduzidas) e também ao nível da salvaguarda de habitats sensíveis
WB6/OB5 A promoção de projetos de recuperação permitirá atuar diretamente sobre e espécies e
habitats em estado de conservação desfavorável
WB7/OB6
O reconhecimento do valor associado aos serviços de ecossistemas (nomeadamente os
de aprovisionamento e culturais) deve despoletar a elaboração e implementação de uma
regulamentação para a colheita de cogumelos silvestres.
WB1+WB3+WB4+WB6 /OB7
O enquadramento do PNSSM no SIC São Mamede oferece uma proteção adicional à área
por força do Regime Jurídico da Rede Natura 2000, e pode ser um instrumento
potenciador de financiamentos dirigidos à conservação do estado de conservação
favorável dos valores naturais protegidos pela Diretiva Habitats.
Quadro 6 – Potencialidades da componente Biodiversidade
Linhas de força
SB2+SB4+SB5+SB8+SB10+S
B11/OB1+OB7
A proximidade a outras áreas protegidas potencia esforços comuns e articulados de
conservação, e a classificação no âmbito da Rede Natura 2000 é gerador de uma
conservação mais eficaz, fatores que podem reverter a favor do incremento e
estabelecimento de espécies na área.
SB9+SB11/OB2 Projetos de conservação direcionados para a conservação de grandes rapinas constituem
um fator de incremento e estabelecimento destas espécies na área do PNSSM
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Linhas de força
SB2+SB11/OB3
A promoção de projetos de investigação científica nesta área, e por conseguinte o
aumento do conhecimento biológico e corológico, contribui para uma atuação mais
adequada e eficaz ao nível da conservação dos habitats e das espécies.
SB1+SB9/OB4
Os protocolos de entendimento ou gestão conjunta com zonas de caça permitem a
salvaguarda de áreas mais sensíveis e potenciam o aumento do coelho-bravo,
beneficiando a conservação da biodiversidade em geral e de grandes rapinas em
particular.
SB2+SB3+SB5+SB6+SB7+SB
11/OB5
A promoção de projetos de conservação e recuperação permitirá melhorar o estado de
conservação de espécies e habitats.
SB2+SB5+SB6/OB6
O reconhecimento do valor económico associado aos serviços de ecossistemas contribui
para uma maior aposta na conservação dos habitats (destacando-se os montados de
Quercus rotundifolia, Q. suber e Q. pyrenaica, as galerias ripícolas, os núcleos de
castanheiros, e os carvalhais, entre outros).
5 . 2 L I N H A S D E F O R Ç A C R Í T I C A S P A R A A G E O D I V E R S I D A D E
As linhas de força associadas à geologia estruturam-se em torno da proteção dos geossítios e
consideram a fruição dos locais pela população local ou turistas.
Quadro 7 – Vulnerabilidades da componente Geodiversidade
Linhas de força
WG1+WG2+WG3+WG4+WG
5/TG1
As questões relacionadas com o património geológico têm sido colocadas em segundo
plano pelas entidades públicas, o que acentua a atual falta de investigação e a falta de
estratégias de conservação, valorização e regulamentação de geossítios, bem como o
risco de degradação por atividades antrópicas.
WG6/TG1
As questões relacionadas com o património geológico têm sido colocadas em segundo
plano pelas entidades públicas, o que acentua as atuais carências na salvaguarda aos
aquíferos existentes na área do Parque.
WG1+WG3/TG2+TG3
O risco de degradação ou vandalismo sobre o património geológico advém do
desconhecimento dos cidadãos relativamente à importância do património geológico em
presença e à necessidade da sua salvaguarda, sendo também potenciado quando se
verifica alguma proximidade de zonas urbanas.
Quadro 8 – Constrangimentos da componente Geodiversidade
Linhas de força
SG1+SG3+SG5+SG6/TG1
As questões relacionadas com o património geológico têm sido colocadas em segundo
plano pelas entidades públicas, o que não favorece a conservação, divulgação e
valorização deste património, em particular dos geossítios.
SG5/TG2 A proximidade de alguns geossítios de zonas urbanas podem ser afetados pela presença
humana potenciando a sua degradação.
SG3+SG5/TG3/
O desconhecimento dos cidadãos relativamente à importância do património geológico em
presença e à necessidade da sua salvaguarda, potencia o risco de atos de destruição
sobre os elementos mais sensíveis do património geológico.
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Quadro 9 – Reorientações da componente Geodiversidade
Linhas de força
WG1+WG2+WG5/OG1+OG2
A promoção e divulgação do património geológico, bem como a dinamização do
geoturismo devem contribuir para a conservação, valorização e regulamentação de
geossítios.
Quadro 10 – Potencialidades da componente Geodiversidade
Linhas de força
SG4+SG5/OG1+OG2
A promoção do património geológico bem como a dinamização e potenciação do
geoturismo (e também do geocaching) pode potenciar uma valorização dos geossítios e
potenciar a visitação do Parque.
5 . 3 L I N H A S D E F O R Ç A C R Í T I C A S P A R A A P A I S A G E M
As linhas de força associadas à paisagem destacam a importância dos usos agro-silvo-pastoris
enquanto fator determinante para a identidade do património paisagístico, e relevam a
atividade turística, também associada aos elementos históricos e culturais, como um fator
potenciador e valorizador da paisagem.
Quadro 11 – Vulnerabilidades da componente Paisagem
Linhas de força
WP1+WP2/TP2/TP4 A política de financiamento agro-florestal, bem como a dificuldade em manter a atividade
agrícola tradicional, agravam o atual abandono de práticas culturais tradicionais.
WP1+WP2/TP3
A falta de financiamento para atividades de gestão da paisagem e a falta de normas
específicas de preservação dos elementos e funções essenciais da paisagem, são fatores
de descaracterização da área.
Quadro 12 – Constrangimentos da componente Paisagem
Linhas de força
SP1+SP4/TP1
O novo paradigma de ordenamento territorial para as áreas protegidas poderá fragmentar
administrativamente uma unidade natural que se quer coerente, podendo afetar a
identidade da área.
SP4/TP2 A política de financiamento agro-florestal não assegura a preservação do mosaico de
ocupação do solo.
SP1+SP3+SP4/TP3
A falta de financiamento para atividades de gestão da paisagem e a falta de normas
específicas de preservação dos elementos e funções essenciais da paisagem, são fatores
de enfraquecimento da manutenção da atual paisagem onde relevam elementos históricos
e culturais numa matriz paisagística diversificada num mosaico da ocupação do solo, com
carvalhais, soutos e castinçais.
SP4/TP4 A dificuldade em manter a atividade agrícola tradicional constitui um fator de alteração do
uso do solo, podendo afetar o mosaico da ocupação do solo.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 28
Linhas de força
SP1+SP3/TP5 A instalação de novos projetos eólicos poderá afetar a identidade paisagística do parque e
o valor panorâmico dos miradouros.
SP4+SP5+SP6/TP6
O elevado risco de incêndio florestal constitui um potencial fator de alteração da paisagem
e em particular do mosaico da ocupação do solo, com destaque para carvalhais, soutos e
castinçais, bem como de destruição dos seus elementos singulares.
SP2/TP7 A exposição in situ do património arqueológico aos agentes meteóricos e antrópicos,
potencia a sua degradação.
Quadro 13 – Reorientações da componente Paisagem
Linhas de força
WP1/OP1
A promoção do património paisagístico como produto de particular relevância para a oferta
turística e o consequente reconhecimento do valor paisagístico e emblemático da Serra de
São Mamede, poderá apoiar a inverter a tendência de descaracterização do parque pela
ocupação de povoamentos florestais.
WP2/OP4
O desenvolvimento do conceito “natural.pt” e seu estímulo para valorização de produções
locais de qualidade e economicamente viáveis que fixem e atraiam população no sector
primário e turístico, poderá ajudar a reverter o atual abandono agrícola
WP1+WP2/OP5
A candidatura de Marvão a Património Mundial constitui uma oportunidade de valorização
do património paisagístico envolvente a Marvão, promovendo uma paisagem diversificada
inscrita num mosaico agro-silvo-pastoril e presença de bosques autóctones.
Quadro 14 – Potencialidades da componente Paisagem
Linhas de força
SP1/OP1
A promoção do património paisagístico como produto de particular relevância para a oferta
turística portuguesa nos mercados externos contribuirá para o reconhecimento do valor
paisagístico e emblemático da Serra de São Mamede.
SP3/OP2 A eventual previsão de apoios financeiros para a valorização dos muros de pedra seca
contribuirá para reforçar o valor paisagístico das áreas humanizadas.
SP1/OP3 A requalificação do pico de S. Mamede permitirá valorizar o potencial panorâmico dessa
área e da serra em geral.
SP1+SP3+SP4/OP4
O desenvolvimento do conceito “natural.pt” e seu estímulo para valorização de produções
locais de qualidade e economicamente viáveis que fixem e atraiam população no sector
primário e turístico, potencia a manutenção do atual mosaico da ocupação do solo, bem
como a valorização dos locais de atração turística (ex. Marvão, Castelo de Vide)
SP2+SP3/OP5 Marvão como candidata a Património Mundial constitui uma forte oportunidade de
valorização do património histórico.
SP3/OP6
O envolvimento das autarquias na gestão pró-ativa das áreas protegidas, designadamente
ao nível do enquadramento paisagístico da edificação (habitação e apoios agrícolas)
poderá valorizar os aglomerados de elevado valor estético, histórico e cultural (Marvão,
Castelo de Vide e Alegrete).
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 29
5 . 4 L I N H A S D E F O R Ç A C R Í T I C A S P A R A A S O C I O E C O N O M I A
As linhas de força associadas à componente socioeconómica focaram a problemática do
envelhecimento populacional e à necessidade de fixação de população, e identificaram, entre
outros a necessidade de revitalização do setor primário e a importância do turismo.
Quadro 15 – Vulnerabilidades da componente Socioeconomia
Linhas de força
WSE1+WSE2+WSE3+WSE4/
TSE1+TSE3
O fraco reconhecimento da mais-valia de residir em AP, em particular para a atividade
agrícola e florestal, acentuam o reduzido crescimento do sector primário bem como o
envelhecimento da população.
Quadro 16 – Constrangimentos da componente Socioeconomia
Linhas de força
SSE1+SSE2+SSE5+SSE6/TS
E1
O crescimento reduzido do sector primário afeta as atividades agro-silvo-pastoris, bem
como a exploração de produtos com DOP ou IGP.
SSE10+SSE11 /TSE2 A falta de manutenção dos percursos terrestres desvaloriza as atividades de turismo de
natureza em espaço rural.
SSE6+SSE10/TSE3 A falta de perceção por parte da população da mais-valia de residir na AP reduz o
investimento em produtos com DOP ou IGP, bem como no TER.
Quadro 17 – Reorientações da componente Socioeconomia
Linhas de força
WSE1/OSE1+OSE2+OSE3
+OSE5
A estrutura demográfica envelhecida poderá ser revertida pela neoruralidade, destacando-
se o concelho de Portalegre por apresentar uma maior população com ensino superior e
forte concentração empresarial, e pelo desenvolvimento turístico.
WSE2/OSE2+OSE4+OSE5
A redução da população que se dedica à atividade agrícola poderá ser contrariada quer
pelo desenvolvimento turístico quer pela neoruralidade, bem como pelo crescimento de
atividades associadas à produção de aromáticas, medicinais e condimentares, e
cogumelos.
WSE3/OSE1+OSE2+OSE3+O
SE4+OSE5
A reduzida quantidade de produtos DOP e IGP poderá ser ultrapassada graças à
neoruralidade, e ao crescimento do turismo e de atividades associadas à produção de
aromáticas, medicinais e condimentares, e cogumelos, destacando-se o concelho de
Portalegre por apresentar uma maior população com ensino superior e forte concentração
empresarial.
WSE4/OSE1+OSE2+OSE3
A ausência de projetos de reflorestação e reduzida área sujeita a regime florestal poderá
ser ultrapassada graças à neoruralidade, destacando-se o concelho de Portalegre por
apresentar uma maior população com ensino superior e forte concentração empresarial.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 30
Quadro 18 – Potencialidades da componente Socioeconomia
Linhas de força
SSE1/OSE1+OSE2+OSE3+O
SE4
Relevância da atividade agrícola, beneficiada pelo aproveitamento hidroagrícola Marvão-
Apartadura, a neoruralidade e o crescimento de atividades associadas à produção de
aromáticas, medicinais e condimentares, e cogumelos, destacando-se o concelho de
Portalegre por apresentar uma maior população com ensino superior e forte concentração
empresarial.
SSE2/OSE2 Significativo peso do pastoreio, beneficiado pela neoruralidade.
SSE5/OSE1+OSE2+OSE3
Importância da extensão da cobertura florestal, eventualmente beneficiada pela
neoruralidade, destacando-se o concelho de Portalegre por apresentar uma maior
população com ensino superior e forte concentração empresarial.
SSE3/OSE2+OSE5 Relevância da atividade cinegética beneficiada pela neoruralidade e pelo desenvolvimento
turístico.
SSE11+SSE12+SSE13/OSE2
+OSE5+OSE6
Valorização de infraestruturas e atividades turísticas na natureza são beneficiadas quer
pelo desenvolvimento turístico quer pela neoruralidade, e eventualmente pela futura
designação de Marvão como Património Mundial.
SSE4+SSE8/OSE3
A indústria de exploração de água mineral e das energias renováveis de origem eólica
serão desenvolvidas pela forte concentração empresarial na região, em particular no
concelho de Portalegre.
SSE6/OSE1+OSE2+OSE3+O
SE4+OSE5+OSE6
A diversidade de produtos DOP e IGP poderá ser valorizada pelo desenvolvimento
agrícola e a diferenciação dos gestores agrícolas, bem como pelo aumento de procura
resultante do desenvolvimento turístico.
SSE9+SSE10/OSE1+OSE2+
OSE3+OSE4+OSE5+OSE6
O Turismo em Espaço Rural e nos centros urbanos da região (Marvão e Castelo de Vide)
poderá ser valorizado pelo desenvolvimento agrícola e a diferenciação dos gestores
agrícolas, bem como pelo investimento no desenvolvimento turístico regional.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 31
6 C E N ÁR I O S
Os cenários apresentados neste capítulo resultam das Linhas de Força críticas identificadas
para cada uma das componentes – Biodiversidade, Geodiversidade, Paisagem e
Socioeconomia. Cada cenário é descrito sob o ponto de vista das variáveis de desenvolvimento
críticas referidas no capítulo 4, e representa um contexto alternativo da área do PNSSM.
6 . 1 C E N Á R I O A S S E N T E N A S V U L N E R A B I L I D A D E S
Neste cenário as tendências de fatores externos influenciam negativamente a salvaguarda dos
valores naturais presentes na AP, acentuando as fragilidades já existentes.
O Quadro 19 apresenta a síntese das linhas de força que caracterizam este cenário,
identificadas para as quatro componentes, e salienta a sua relevância em termos de variáveis
críticas de desenvolvimento.
A principal vulnerabilidade relacionada com as espécies exóticas decorre da presença e
proliferação deste tipo de espécies, quer se trate de fauna quer de flora, como por exemplo a
mimosa (Acacia dealbata), o achigã (Micropterus salmoides), a perca-sol (Lepomis gibbosus)
ou a gambúsia (Gambusia holbrooki).
Dentro da produção agro-silvo-pastoril, as linhas de força encontradas estão em grande parte
relacionadas com desadequações agro-silvo-pastoris, decorrentes de usos e práticas que não
acautelam a conservação dos valores naturais (ex: aumento da floresta de produção,
sobrepastoreio). Parte das situações decorre de linhas de financiamento que promovem
práticas incompatíveis com a conservação dos habitats do Parque. Estas ameaças, juntamente
com a fragmentação de alguns habitats traduzem-se em vulnerabilidades para a área
protegida.
No âmbito da geologia as linhas de força associadas às vulnerabilidades ancoram-se
sobretudo nas deficiências regulamentares no que concerne à salvaguarda do património
geológico, focam o risco de destruição inerente à proximidade de alguns geossítios a zonas
urbanas, e relacionam-se também, quer com a falta de reconhecimento da importância deste
património por parte da população em geral, quer com algum desinvestimento ao nível da
investigação geológica.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 32
Relativamente à componente da paisagem, as linhas de força associadas às vulnerabilidades
relacionam-se com as variáveis de desenvolvimento: produção agro-silvo-pastoril, património
paisagístico e património cultural, regulamentação e gestão territorial, refletindo a
suscetibilidade deste território ao abandono das práticas agrícolas, ocupações desadequadas,
perda de valores naturais e dificuldades de gestão.
Na componente socioeconomia as linhas de força associadas às vulnerabilidades relacionam-
se com as variáveis de desenvolvimento: população (a sua diminuição e envelhecimento) e a
produção agro-silvo-pastoril (o seu abandono), que se refletem no despovoamento e abandono
da atividade agrícola bem como na dificuldade na fixação da população.
Quadro 19 - Linhas de Força para o Cenário Vulnerabilidades
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo
Governança
Estratégias de
financiamento Políticas de financiamento desadequadas.
Paisagem
Habitats naturais
Regulamentação e
gestão territorial
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da flora Habitats naturais
Políticas de florestação desadequadas Habitats naturais
Edifício jurídico de património geológico
deficitário Património geológico
Conhecimento Desconhecimento da população acerca do
património Património geológico
Socioeconomia
População Desinvestimento no setor primário e
envelhecimento da população População
Produção agro-silvo-
pastoril
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da fauna Ictiofauna
Desenvolvimento
económico Desinvestimento no setor primário Agricultura tradicional
6 . 2 C E N Á R I O A S S E N T E N O S C O N S T R A N G I M E N T O S
Neste cenário as tendências de fatores externos influenciam negativamente a salvaguarda dos
valores naturais presentes, reduzindo as mais-valias da área protegida.
O Quadro 20 apresenta a síntese das linhas de força que caracterizam este cenário,
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 33
identificadas para as quatro componentes, e salienta a sua relevância em termos de variáveis
críticas de desenvolvimento.
No âmbito da biodiversidade, observam-se constrangimentos que decorrem de políticas de
financiamento que não acautelam práticas culturais compatíveis com a conservação da
natureza, conduzindo à fragmentação das manchas de vegetação ou à degradação de habitats
naturais relevantes para a conservação. O caso dos montados, o sobrepastoreio de gado
bovino, fomentado pelos incentivos financeiros, conduz à alteração da vegetação de
subcoberto e à degradação desta unidade de vegetação/habitat natural, com consequências
também ao nível da identidade da paisagem.
Outro constrangimento identificado relaciona-se com as pragas e doenças, e resulta da
exposição dos castanheiros (soutos e castinçais) a doenças, como a vespa do castanheiro, a
tinta do castanheiro e ao chamado cancro do castanheiro, pondo em causa a manutenção
destes tipos de habitats e, consequentemente da biodiversidade que deles dependem.
Os constrangimentos relacionados com espécies exóticas decorrem de várias situações,
consoante se trate de habitats naturais da Diretiva, de espécies de flora ou de fauna.
Relativamente aos habitats naturais pode existir incompatibilização entre a presença de
unidades de vegetação com maior relevo ecológico e a proliferação de espécies exóticas ou
invasoras. Neste campo salientam-se os habitats ripícolas, muitas vezes ameaçados por
povoamentos estremes de canavial. Já no que respeita à flora e fauna o principal
constrangimento decorre da dificuldade em gerir a existência de isolados populacionais de
répteis, anfíbios, peixes autóctones e plantas com estatuto de ameaça e a proliferação de
espécies invasoras e exóticas que competem e ameaçam estas espécies.
O principal constrangimento relacionado com as fontes de poluição, decorre do conflito entre a
contaminação de massas de água (p.ex. ETAR/fabricas/suiniculturas/vacarias) com a presença
de espécies de ictiofauna autóctone com estatuto de proteção, pondo em causa o seu estado
de conservação.
Quanto à gestão cinegética o principal constrangimento resulta do conflito entre o recurso a
atividade ilegais (controlo ilegal de predadores e utilização de venenos) que podem colocar em
causa as populações de espécies de fauna emblemáticas e com estatuto de proteção (ex.:
grandes rapinas).
Relativamente à geologia as linhas de força associadas aos constrangimentos apontam de
novo para as deficiências regulamentares no que concerne à salvaguarda do património
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 34
geológico e para o risco de destruição devido à proximidade de alguns geossítios junto às
zonas urbanas e ao desconhecimento da importância deste património.
Relativamente à paisagem, os constrangimentos relacionam-se, por um lado, com o
desaparecimento dos sistemas agrícolas extensivos, abandono agrícola, e por outro, pela falta
de meios para a proteção, valorização e gestão do património cultural e paisagístico, bem como
da suscetibilidade deste território a diversos fatores, tais como risco de incêndio elevado e
novas ocupações (construções, parques eólicos).
Na componente socioeconomia, no domínio dos constrangimentos ressaltam de novo as
variáveis de desenvolvimento associadas à produção agro-silvo-pastoril, ao turismo e à
população. Verifica-se uma dificuldade de afirmação dos produtos agrícolas decorrentes do
despovoamento e abandono da atividade agrícola bem como da falta de atratividade desta
atividade para a população, à qual não é alheia a falta de ações de divulgação dos mesmos e
de sensibilização para os benefícios de residir numa área protegida. Acresce contudo o
turismo, como fator de desenvolvimento que pode ser potenciado de forma sustentável.
Quadro 20 – Linhas de Força para o Cenário Constrangimentos
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo
Governança
Estratégias de
financiamento Políticas de financiamento desadequadas
Habitats naturais
Biótopos classificados com a valoração
de alto ou excecional para a fauna
Paisagem
Regulamentação e
gestão territorial
Edifício jurídico de OT e CN desadequado Valores naturais que fundamentaram a
criação do PNSSM
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da flora Habitats naturais
Contaminação de massas e linhas de água Qualidade da água
Reduzida capacidade de intervenção
preventiva e fiscalizadora no que concerne
ao controlo ilegal de predadores e
utilização de venenos
Grandes rapinas
Edifício jurídico de património geológico
deficitário Património geológico
Degradação do património arqueológico Património arqueológico
Risco de incêndio elevado Paisagem
Habitats florestais
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 35
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo
Conhecimento Desconhecimento da população acerca do
património Património geológico
Socioeconomia
População - -
Produção agro-silvo-
pastoril
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da fauna Ictiofauna
Produção agro-silvo-
pastoril
Perda de habitat decorrente do aumento
de floresta de produção
Habitats naturais
Biótopos classificados com a valoração
de alto ou excecional para a fauna
Biodiversidade
Degradação do habitat de castanheiro Soutos e castinçais (9260)
Desinvestimento no setor primário Agricultura tradicional
Desenvolvimento
económico
Reduzida importância da atividade de
turismo de natureza Visitantes
Instalação de projetos eólicos Identidade paisagística
6 . 3 C E N Á R I O A S S E N T E N A S R E O R I E N T A Ç Õ E S
Neste cenário as tendências de fatores externos influenciam positivamente a salvaguarda dos
valores naturais presentes na AP, revertendo as fragilidades existentes.
O Quadro 21 apresenta a síntese das linhas de força que caracterizam este cenário,
identificadas para as quatro componentes, e salienta a sua relevância em termos de variáveis
críticas de desenvolvimento.
As reorientações identificadas para a componente da biologia inserem-se em variáveis de
desenvolvimento como estratégias de financiamento, conhecimento científico, regulamentação
e gestão territorial.
Em relação à gestão da biodiversidade, as reorientações apontam no sentido do
desenvolvimento de projetos que visem o combate de espécies exóticas invasoras de flora
(mimosa Acacia dealbata) e de fauna (achigã Micropterus salmoides, perca-sol Lepomis
gibbosus, gambúsia Gambusia holbrook) bem como a recuperação de habitats degradados ou
fragmentados, melhorando o seu estado de conservação atual. Neste contexto, o
enquadramento do PNSSM em Rede Natura 2000 pode ser um fator potenciador de
financiamentos dirigidos à conservação do estado de conservação favorável dos valores
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 36
naturais protegidos pela Diretiva Habitats. Também na gestão da biodiversidade, ações que
visem o melhoramento das populações de coelho são identificadas como importantes para
aumentar o alimento disponível para vários tipos de predadores (rapinas e mamíferos
carnívoros), nomeadamente através da oportunidade proporcionada pela celebração de
protocolos entre o ICNF e zonas de caça.
Não obstante, toda a gestão territorial está assente no conhecimento científico. As
reorientações mostram a necessidade de incremento da investigação, dirigida, entre outros,
para a colmatação de lacunas de conhecimento biológico e corológico sobre espécies da flora
do parque natural.
Ainda ao nível do conhecimento, é patente que o reconhecimento dos serviços de
ecossistemas, quer a nível institucional, quer pela população local, pode ser um passo
fundamental para a subsequente conservação e valorização desses habitats, seja através de
regulamentação adequada (colheita de cogumelos silvestres) seja através da promoção de
uma gestão sustentável dos habitats, potenciando os serviços de ecossistemas locais,
nomeadamente os de provisionamento e culturais.
No que concerne à geologia as reorientações assentam principalmente na promoção e
divulgação de património geológico e na dinamização do geoturismo, com a melhoria da
informação que deve existir na área afeta aos geossítios para que os visitantes fiquem a
conhecer a história e condições geológicas e a importância da conservação de um geossítio.
Relativamente ao património paisagístico, as reorientações refletem-se na necessidade de
definição de um modelo de gestão da paisagem, destacando-se a produção agro-silvo-pastoril
e o turismo como as atividades que melhor podem contribuir para a paisagem emblemática
diversificada de São Mamede, inscrita num mosaico agro-pastoril com bosques autóctones.
Na componente socio-economia assumem destaque as diversas variáveis de desenvolvimento
associadas às atividades económicas. Aponta-se para a necessidade de dinamização da
produção agro-silvo-pastoril através de uma aposta em novos produtos agrícolas como são
exemplos as aromáticas medicinais e ao aumento de produção de produtos DOP e IGP.
Acresce a dinamização da atividade turística promovendo os produtos regionais bem como as
diversas tipologias de turismo (já identificadas como pontos fortes no PNSSM). A estas linhas
de força junta-se como reorientação o desenvolvimento de ações no sentido da promoção da
qualidade de vida no PNSSM, associada à atratividade própria e aos modos de vida rurais.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 37
Quadro 21 – Linhas de Força para o Cenário Reorientações
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo
Governança
Estratégias de
financiamento Aplicação de incentivos financeiros
Controlo de espécies exóticas
invasoras
Espécies e habitats em estado de
conservação desfavorável
Regulamentação e
gestão territorial
Sustentabilidade do crescimento das
populações presa
Rapinas
Coelho
Promover o reconhecimento da
importância do património geológico e do
valor económico associado ao geoturismo
Património geológico
Conhecimento Investigação científica aplicada Habitats do Anexo I da Diretiva
Biótopos importantes para a fauna
Socioeconomia
População Incentivar a neoruralidade e a fixação de
população com ensino superior Fixação da população
Produção agro-silvo-
pastoril
Promover as atividades agro-silvo-pastoris,
bem como a atividade turística associadas
à marca Natural.pt
Produtos tradicionais certificados
Setor primário
Promover projetos de reflorestação e
aumentar o regime floresta Setor primário (florestação)
Desenvolvimento
económico
Promover o reconhecimento do valor
económico associado aos serviços de
ecossistemas presentes
Habitats em estado de
conservação desfavorável
Promover as atividades económicas
associadas à marca Natural.pt., em
particular o turismo e setor primário
Produtos locais tradicionais
Valores naturais da AP
População
Valorização do património paisagístico
enquanto potenciador de um mosaico
agro-silvo-pastoril com bosques
autóctones
Identidade da paisagem
Habitats do Anexo I da Diretiva
Biótopos importantes para a fauna
6 . 4 C E N Á R I O A S S E N T E N A S P O T E N C I A L I D A D E S
Neste cenário as tendências de fatores externos influenciam positivamente a salvaguarda dos
valores naturais presentes na AP, acentuando as mais-valias já existentes.
O Quadro 22 apresenta a síntese das linhas de força que caracterizam este cenário,
identificadas para as quatro componentes, e salienta a sua relevância em termos de variáveis
críticas de desenvolvimento.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 38
Dentro da componente biodiversidade, as potencialidades identificadas inserem-se sobretudo
em três variáveis de desenvolvimento: regulamentação e gestão, conhecimento científico e
estratégias de financiamento.
No âmbito da gestão da biodiversidade foram identificadas várias linhas de força que passam
pela execução de projetos de recuperação de habitats degradados e pela potenciação de
serviços de ecossistemas que visem a preservação dos habitats existentes, fatores que jogam
a favor do incremento e estabelecimento de espécies na área. Este tipo de ações deve ser
enquadrado no âmbito da Rede Natura 2000 e visar a espécies que fundamentaram a
classificação da área enquanto Sítio de Importância Comunitária.
Não obstante, a avifauna é representa uma componente relevante na área, e a fixação de uma
população maior de grandes rapinas poderá advir da expansão atual das espécies e o
desenvolvimento de Projetos de Conservação (LIFE+) em curso na envolvente.
A presença de espécies de fauna com estatuto de proteção e de espécies de fauna
emblemáticas (ex. águia-de-bonelli, chasco-preto, melro-das-rochas) poderá potenciar os
serviços de ecossistemas (nomeadamente os culturais - ecoturismo) dentro do parque,
contribuindo para a economia local e para a perceção exterior do valor do parque. O turismo
poderá ser potenciado pela proximidade deste parque a outras áreas protegidas nacionais e
pela sua proximidade com Espanha.
Também no que se refere à gestão cinegética, são de novo identificadas as vantagens que a
celebração de protocolos entre o ICNF e zonas de caça podem trazer, quer para as populações
de coelho quer para a salvaguarda de habitats.
Relativamente à geologia as linhas de força associadas às potencialidades relacionam-se com
o elevado potencial e diversidade geológica que o parque contém e com a potencialidade que a
atividade de turismo de natureza em geral e o geoturismo em particular têm para potenciar a
fruição dos geossítio e a visitação do parque.
Para a componente da paisagem, as potencialidades são dirigidas para a gestão sustentável
dos recursos existentes numa perspetiva de crescimento económico, tendo como vias de
valorização o desenvolvimento do conceito “natural.pt”, a promoção do PNSSM junto a
mercados turísticos externos e o envolvimento das Câmaras Municipais na valorização do
património histórico e cultural. Indicam-se ainda hipóteses a explorar, nomeadamente a
requalificação do pico de São Mamede e a previsão de linhas de financiamento para a
valorização dos muros de pedra seca.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 39
Na componente socioeconomia as atividades económicas mais relevantes são o turismo, a
produção agro-silvo-pastoril e a caça. Com efeito, entende-se que se por um lado a produção
agro-silvo-pastoril possui um elevado potencial de valorização económica cujas vivências
conferem um cariz rural único e identitário do PNSSM por outro, as características do PNSSM
refletem-se nas potencialidades para o desenvolvimento de atividades de turismo de natureza,
às quais se associa a componente patrimonial das vilas de Marvão e Castelo de Vide.
Quadro 22 – Linhas de Força para o Cenário Potencialidades
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo
Governança
Estratégias de
financiamento
Aproveitamento de instrumentos
financeiros para projetos de conservação
Grandes Rapinas
Habitats do Anexo I da Diretiva
Habitats
Biótopos com importância para
espécies da fauna
Paisagem
Regulamentação e
gestão territorial
Salvaguardar áreas sensíveis e potenciar
crescimento das populações presa nas
zonas de caça.
Rapinas
Coelho
Habitats protegidos
Promoção e dinamização do geoturismo e
geocaching Património geológico
Valorização do património construído
Património histórico-cultural
População local
Visitantes/turistas
Conhecimento Investigação científica aplicada Habitats e espécies
Socioeconomia
População - -
Produção agro-silvo-
pastoril
Reforçar a importância da agricultura, da
silvicultura, do pastoreio e da caça para o
desenvolvimento sustentável da AP.
População local
Atividades socioeconómicas agro-
silvo-pastoris
Desenvolvimento
económico
Promover as atividades económicas
associadas à marca Natural.pt., em
particular o turismo e setor primário
Produtos locais tradicionais
Valores naturais da AP
População
Valorização da paisagem emblemática do
PNSSM, incluindo o património histórico
Identidade da paisagem
Identidade cultural
Habitats do Anexo I da Diretiva
Biótopos importantes para a fauna
Promoção do turismo em espaço rural e de
turismo da natureza
População local
Visitantes/turistas
Promover os recursos naturais da AP,
nomeadamente hidrológicos e eólicos
População local
Património hidrogeológico
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 40
7 O P Ç Õ E S E S T R A T É G I C AS
7 . 1 O P Ç Ã O P R O T E C I O N I S T A
Numa estratégia protecionista, os valores naturais estão em primeiro plano. Toda a intervenção
no território visa proteger esses valores, em particular contrariando as ameaças que acentuam
os pontos fracos presentes. Nesta opção não há espaço para compromissos com os diferentes
setores da sociedade, dirigindo-se todas as medidas de ordenamento e gestão para a
conservação da natureza. Esta opção não favorece o desenvolvimento integrado das
atividades humanas na AP.
As linhas de orientação estratégica de uma opção protecionista vão principalmente no sentido
de proibir ou condicionar fortemente as atividades que conflituam com a salvaguarda dos
valores naturais, e de reforçar os mecanismos de suporte à atuação da AP.
O Quadro 23 apresenta as linhas de orientação estratégica para o PNSSM, para uma
estratégia de intervenção protecionista face às linhas críticas identificadas (Anexo 2).
Quadro 23 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção Protecionista
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento
Criar linhas de investimento de apoio à agricultura tradicional como
forma de valorização da paisagem. P
Redefinir as políticas de financiamento respeitantes à florestação P
Suspender os atuais financiamentos ao gado bovino e às pastagens
biodiversas na AP P
Regulamentação e
gestão territorial
Programa de erradicação/controlo de Acacia spp. G
Condicionar/proibir a florestação. R
Aumentar as áreas com regime PP. T
Robustecer o RJCNB na componente de conservação do património
geológico.
P
Definir AIE em PT e em PP para a conservação de geossítios T
Condicionar ou proibir atividades em geossítios R
Interditar atividades desportivas R
Conhecimento Sancionar os atos de vandalismo sobre o património geológico R
Promover a fiscalização G
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Conhecimento Investir em ações de sensibilização sobre a importância do
património geológico e da sua salvaguarda G
Socioeconomia
População
Condicionar ou proibir atividades económicas incompatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da
designação da AP
R
Produção agro-silvo-
pastoril
Agravar o quadro de contraordenações ambientais de modo a
reforçar o regime sancionatório para a introdução e repovoamento de
espécies exóticas
P
Definir normas específicas para a prática de pesca desportiva
visando o controlo de espécies exóticas R
Proibir os repovoamentos de espécies piscícolas exóticas R
Garantir a fiscalização da introdução e repovoamento de espécies
exóticas, e da pesca desportiva G
Desenvolvimento
económico
Condicionar ou proibir atividades económicas incompatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da
designação da AP
R
7 . 2 O P Ç Ã O R E A T I V A
Numa estratégia reativa, os valores naturais estão na base do desenvolvimento da AP. Toda a
intervenção no território visa proteger esses valores, contrariando as ameaças de modo a
preservar os pontos fortes presentes. Nesta opção há um redireccionamento gradual das
atividades humanas praticadas no sentido de uma melhoria nas condições de suporte da
biodiversidade (água, solo, ar), garantindo a manutenção de habitats, espécies e paisagem. A
população ativa deverá dividir-se essencialmente por setores de atividade que, direta ou
indiretamente, suportam e valorizam os valores naturais presentes.
As linhas de orientação estratégica de uma opção reativa vão principalmente no sentido de
condicionar ou eventualmente proibir as atividades que conflituam com a salvaguarda dos
valores naturais, e de reforçar os mecanismos de suporte à atuação da AP, em particular os de
sensibilização e de fiscalização.
O Quadro 24 apresenta as linhas de orientação estratégica para o PNSSM, para uma
estratégia de intervenção protecionista face às linhas críticas identificadas (Anexo 2.).
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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Quadro 24 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção Reativa
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento
Criar linhas de investimento de apoio à manutenção do mosaico
agrícola, dos montados, dos prados naturais P
Suspender os atuais financiamentos ao gado bovino e às pastagens
biodiversas na AP P
Definir um plano de financiamento espacialmente diferenciado
adequado à salvaguarda dos habitats naturais, dos biótopos
classificados com a valoração de alto ou excecional para a fauna e
da paisagem
G
Recorrer/disponibilizar políticas de financiamento para
infraestruturas de tratamento de águas residuais P
Criar políticas de financiamento dirigidas a ações de repovoamento
e de gestão Carvalhais e Soutos, compatíveis com a CN P
Criar políticas de financiamento dirigidas a atividade/ações de
redução da carga combustível compatíveis com a CN P
Regulamentação e
gestão territorial
Reforçar a aplicação de regimes PT e PP em áreas de ocorrência de
valores naturais que fundamentaram a criação do PNSSM T
Rever a LBPPSOTU de forma a reforçar a segurança jurídica de CN P
Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de
valores naturais que fundamentaram a criação do PNSSM R
Programa de erradicação/controlo de Acacia spp. G
Monitorização da qualidade da água nas zonas de maior risco de
contaminação G
Aumento da fiscalização dos potenciais focos de poluição G
Agilizar a cadeia processual credenciada para crimes ambientais P
Reforçar os regimes preventivos em situações de controlo ilegal de
predadores e utilização de venenos P
Reforçar o corpo de vigilantes e as suas competências para a
aplicação de autos para o controlo ilegal de predadores e utilização
de venenos
P
Reforçar a colaboração entre as entidades fiscalizadoras para o
controlo ilegal de predadores e utilização de venenos G
Definir uma estratégia de sensibilização e formação de agentes
fiscalizadores G
Adotar métodos de controlo de predadores compatíveis com os
valores naturais G
Robustecer o RJCNB na componente de conservação e
preservação do património geológico P
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Regulamentação e
gestão territorial
Definir AIE para a conservação de geossítios T
Definir normas de visitação de geossítios R
Programa de valorização e divulgação de geossítios G
Definir AIE para a conservação de locais de elevado valor
arqueológico T
Definir normas de visitação ao património arqueológico R
Reforçar o corpo de vigilantes para a prevenção de incêndios G
Reforçar a colaboração entre as entidades fiscalizadoras para a
prevenção de incêndios G
Desenvolver uma estratégia de sensibilização da população para a
prevenção de incêndios G
Conhecimento
Sancionar os atos de vandalismo sobre o património geológico R
Promover a fiscalização G
Investir em ações de sensibilização sobre a importância do
património geológico e da sua salvaguarda G
Socioeconomia
População - -
Produção agro-silvo-
pastoril
Rever o quadro de contraordenações ambientais de modo a reforçar
o regime sancionatório para a introdução e repovoamento de
espécies exóticas
P
Definir normas específicas para a prática de pesca desportiva
visando o controlo de espécies exóticas
R
Proibir os repovoamentos de espécies piscícolas exóticas R
Garantir a fiscalização da introdução e repovoamento de espécies
exóticas, e da pesca desportiva
G
Definir regimes PP ou PT em áreas de habitats relevantes, onde
seja interdita a florestação. T
Condicionar a florestação em toda a AP R
Promoção de boas-práticas de gestão G
Promover as atividades agro-silvo-pastoris compatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da
designação da AP.
R
Promover a exploração de produtos com certificação DOP ou IGP
desde que compatíveis com a conservação dos valores naturais que
estiveram na origem da designação da AP.
R
Desenvolvimento
económico
Promover o turismo em espaço rural em especial em regime de PC,
de acordo com a capacidade de carga do território T
Investir na manutenção dos percursos pedestres G
Sensibilizar os operadores turísticos para a importância da
salvaguarda dos valores naturais para a sua atividade
G
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Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Desenvolvimento
económico
Definir normas específicas para o turismo e a observação de aves
de acordo com a distribuição das espécies
R
Condicionar/proibir a instalação de projetos eólicos na AP. R
7 . 3 O P Ç Ã O D E M U D A N Ç A
Numa estratégia de mudança, a conservação dos valores naturais estará em sintonia com o
desenvolvimento do território abrangido pela AP e sua envolvente, estimulando as
oportunidades no sentido de corrigir os pontos fracos. Toda a regulamentação e transposição
legislativa visam incentivar a sustentabilidade ambiental e económica do território. Nesta opção
valorizam-se todas as atividades humanas que sejam praticadas de modo equilibrado com a
manutenção dos valores naturais. A população ativa divide-se por um leque diversificado de
atividades tradicionais, economicamente rentáveis e praticadas de modo extensivo ou semi-
intensivo.
As linhas de orientação estratégica de uma opção de mudança vão principalmente no sentido
de promover as atividades das quais possam resultar externalidades positivas para os valores
naturais, e de reforçar os mecanismos de suporte à atuação da AP.
O Quadro 25 apresenta as linhas de orientação estratégica para o PNSSM, para uma
estratégia de intervenção protecionista face às linhas críticas identificadas (Anexo 2.).
Quadro 25 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção de Mudança
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento
Criar linhas de investimento de apoio à recuperação de habitats e
espécies autóctones. P
Criar políticas de financiamento dirigidas à recuperação de habitats em
estado de conservação desfavorável P
Recorrer à classificação da área como Rede Natura 2000 para a
implementação de projetos de gestão P
Condicionamento de atividades que provocam a degradação dos
valores naturais através de medidas de compensação financeira P
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 45
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Estratégias de
financiamento
Criar parcerias entre o ICNF e outras entidades para o acesso a
instrumentos financeiros. G
Regulamentação e
gestão territorial
Reforçar as medidas de gestão de habitat em zonas de caça (zonas de
refúgio, bebedouros e sementeiras) G
Articular com as zonas de caça a sua atividade de forma a salvaguardar
as áreas mais sensíveis à perturbação G
Reforçar a colaboração entre entidades fiscalizadoras de caça G
Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de
habitat adequado para rapinas R
Estratégia de comunicação para a divulgação dos geossítios G
Definir medidas para a conservação dos geossítios G
Regulamentar a visitação dos geossítios R
Definir AIE para a conservação de geossítios T
Conhecimento Reforçar parcerias para investigação científica aplicada à recuperação
de habitats protegidos e biótopos importantes para a fauna G
Socioeconomia
População
Criar programas de incentivos financeiros à atividade agrícola para os
jovens produtores. P
Incentivar a fixação da população em ANARP existentes ou a
recuperação de edificado pré-existente. T
Definir uma estratégia de promoção turística sustentável G
Produção agro-silvo-
pastoril
Reforçar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais,
promovendo a fixação de população jovem. G
Promover os projetos de reflorestação com espécies folhosas
autóctones G
Conversão de floresta de produção madeireira em floresta de folhosas
autóctones G
Desenvolvimento
económico
Identificar e valorizar os serviços de ecossistema presentes na AP G
Definir uma estratégia de comunicação e de sensibilização do valor
económico associado aos serviços de ecossistemas, visando a
promoção das boas-práticas agrícolas e florestais
G
Definir normas específicas de uso do solo compatível e potenciador dos
serviços de ecossistema nas áreas de ocorrência dos habitats em
estado de conservação desfavorável
G
Regulamentar a colheita de cogumelos silvestres na AP R
Reforçar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais,
promovendo a fixação de população jovem e contrariando o abandono
no agrícola
G
Reforçar parcerias para a promoção do turismo de natureza na AP G
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 46
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Desenvolvimento
económico
Definir uma estratégia de comunicação dos valores paisagísticos G
Definir regimes PP ou PT nas áreas de maior valor paisagístico T
Definir AIE para proteção dos elementos singulares da paisagem T
7 . 4 O P Ç Ã O P R Ó - A T I V A
Numa estratégia Pró-ativa, os valores naturais constituem uma das mais-valias para o
desenvolvimento sustentável da AP e sua envolvente, potenciando as oportunidades para a
valorização dos pontos fortes. Toda a regulamentação e transposição legislativa visam
impulsionar esse desenvolvimento socioeconómico de acordo com princípios de
sustentabilidade. Nesta opção valorizam-se todas as atividades humanas que sejam praticadas
de modo equilibrado com a manutenção dos valores naturais, havendo abertura para a
modernização das diferentes dimensões sociais. A população ativa estende-se a novos setores
de atividade e a novas tecnologias, usufruindo e valorizando os valores naturais, culturais e
patrimoniais presentes.
As linhas de orientação estratégica de uma opção protecionista vão principalmente no sentido
de estimular as iniciativas e as atividades que representem um benefício para o território e para
a salvaguarda dos valores naturais.
O Quadro 26 apresenta as linhas de orientação estratégica para o PNSSM, para uma
estratégia de intervenção protecionista face às linhas críticas identificadas (Anexo 2).
Quadro 26 – Linhas de Orientação Estratégica para a Opção Pró-Ativa
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento
Redefinir políticas de financiamento para iniciativas que valorizem os
serviços de ecossistema, incluindo projetos de recuperação de
valores naturais
P
Criar políticas de financiamento de estímulo ao investimento na
salvaguarda e recuperação de grandes rapinas, habitats do Anexo I
da Diretiva Habitats, biótopos do PNSSM com importância para
espécies da fauna
P
Recorrer à classificação da área como Rede Natura 2000 para a
implementação de projetos de gestão P
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 47
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Estratégias de
financiamento
Criar parcerias entre o PNSSM e outras entidades para o acesso a
instrumentos financeiros G
Criar uma plataforma informática e balcão de informação para a
promoção de políticas de financiamento e apoio aos investidores G
Definir uma estratégia de comunicação e divulgação das políticas de
financiamento junto de potenciais investidores G
Estabelecer um gabinete e um procedimento para a gestão dos
financiamentos G
Estabelecer medidas de articulação para desenvolvimento de
projetos comuns entre AP G
Negociar a previsão de apoios financeiros para a valorização dos
muros de pedra seca na ITI S. Mamede P
Regulamentação e
gestão territorial
Reforçar as medidas de gestão de habitat em zonas de caça (zonas
de refúgio, bebedouros e sementeiras) G
Articular com as zonas de caça a sua atividade de forma a
salvaguardar as áreas mais sensíveis à perturbação
Reforçar a colaboração entre entidades fiscalizadoras de caça G
Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de
habitat adequado para rapinas R
Definir normas específicas de proteção nas áreas de influência de
ninhos de rapinas R
Definir AIE para a valorização e conservação de geossítios T
Regulamentar a visitação de geossítio
Elaborar uma estratégia de promoção do geoturismo G
Envolver as autarquias na gestão pro-ativa da AP, designadamente
ao nível do enquadramento paisagístico dos núcleos edificados P
Envolver as autarquias na valorização de infraestruturas de apoio
turístico P
Reforçar o apoio institucional à candidatura de Marvão a património
mundial da UNESCO P
Conhecimento
Definir as prioridades de investigação aplicada necessárias para a
conservação G
Reforçar parcerias para investigação científica aplicada à
conservação, em particular de Habitats do Anexo I da Diretiva
Habitats e biótopos importantes para a fauna
G
Criar uma plataforma informática e balcão de informação para a
promoção de linhas de investigação aplicada G
Definir uma estratégia de comunicação e divulgação das linhas de
investigação junto de potenciais entidades de I&D P
Estabelecer um gabinete e um procedimento para a gestão da
informação decorrente de projetos de investigação aplicada G
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
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Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de Orientação Estratégica
(P – Política; T – territorial; R – regulamentar; G – de gestão)
Socioeconomia
População - -
Produção agro-silvo-
pastoril
Promover a marca Natural.pt e alargar a sua aplicação a produtos
agroalimentares de origem biológica. G
Divulgação dos produtos sustentáveis com certificação DOP e IGP
nos mercados externos à AP. G
Criar certificação de produtos e produtores que promovam a
conservação dos valores naturais e o desenvolvimento sustentável na
AP (selo verde)
G
Capacitar os produtores agro-silvo-pastoris para a adoção de
métodos biológicos e/ou sustentáveis. G
Desenvolvimento
económico
Criar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais (natural.pt) G
Criar parcerias para a promoção do turismo no espaço rural na AP G
Definir uma estratégia de comunicação dos valores paisagísticos G
Salvaguardar de alterações de uso do solo as áreas de mosaico
agro-silvo-pastoril e os bosques autóctones. R
Definir regimes PP ou PT nas áreas de maior valor paisagístico T
Projeto de requalificação do Pico de S. Mamede P
Definir AIE para proteção dos elementos singulares da paisagem T
Promover o turismo na AP em especial em regime de PC e em
ANARP, de acordo com a capacidade de carga do território T
Promover serviços e atividades económicas compatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da
classificação da AP
G
Definir normas específicas para o turismo R
Promover o turismo fotográfico e de observação de aves enquadrado
nos objetivos de salvaguarda dos valores naturais da AP. G
Assegurar que o turismo cinegético está enquadrado nos objetivos
de salvaguarda dos valores naturais da AP. G
Alargar a aplicação e promover a marca Natural.pt G
Criar medidas de proteção aos aquíferos G
Promover a sustentabilidade da captação de águas minerais G
Estudar formas de compatibilização das energias renováveis com os
objetivos de conservação da natureza G
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 49
7 . 5 R E S U M O D A S L I N H A S D E O R I E N T A Ç Ã O E S T R A T É G I C A S
Nas figuras seguintes (Figura 4, Figura 5, Figura 6, Figura 7) apresentam-se as Linhas de
Orientação Estratégicas para cada opção, respetivamente para as Opções Estratégicas
Protecionista, Reativa, de Mudança e Pró-Ativa, organizadas por tipologia.
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 51
Figura 4 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Protecionista
DE POLÍTICA
•Criar linhas de investimento de apoio à agricultura tradicional como forma de valorização da paisagem. •Redefinir as políticas de financiamento respeitantes à florestação
•Suspender os atuais financiamentos ao gado bovino e às pastagens biodiversas na AP
•Robustecer o RJCNB na componente de conservação do património geológico.
•Agravar o quadro de contraordenações ambientais de modo a reforçar o regime sancionatório para a introdução e repovoamento de espécies exóticas
TERRITORIAIS
Aumentar as áreas com regime PP. Definir AIE em PT e em PP para a conservação de geossítios
REGULAMENTARES •Condicionar/proibir a florestação. •Condicionar ou proibir atividades em geossítios
• Interditar atividades desportivas
•Sancionar os atos de vandalismo sobre o património geológico
•Condicionar ou proibir atividades económicas incompatíveis com a conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação da AP
•Definir normas específicas para a prática de pesca desportiva visando o controlo de espécies exóticas
•Proibir os repovoamentos de espécies piscícolas exóticas
•Condicionar ou proibir atividades económicas incompatíveis com a conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação da AP
DE GESTÃO •Programa de erradicação/controlo de Acacia spp. •Promover a fiscalização
• Investir em ações de sensibilização sobre a importância do património geológico e da sua salvaguarda
•Garantir a fiscalização da introdução e repovoamento de espécies exóticas, e da pesca desportiva
PROTECIONISTA
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 52
Figura 5 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Reativa
DE POLÍTICA
•Criar linhas de investimento de apoio à manutenção do mosaico agrícola, dos montados, dos prados naturais •Suspender os atuais financiamentos ao gado bovino e às pastagens biodiversas na AP
•Recorrer/disponibilizar políticas de financiamento para infraestruturas de tratamento de águas residuais
•Criar políticas de financiamento dirigidas a ações de repovoamento e de gestão Carvalhais e Soutos compatíveis com a CN
•Criar políticas de financiamento dirigidas a atividade/ações de redução da carga combustível compatíveis com a CN
•Agilizar a cadeia processual credenciada para crimes ambientais
•Reforçar os regimes preventivos em situações de controlo ilegal de predadores e utilização de venenos
•Reforçar o corpo de vigilantes e as suas competências para a aplicação de autos para o controlo ilegal de predadores e utilização de venenos
•Robustecer o RJCNB na componente de conservação e preservação do património geológico
•Rever o quadro de contraordenações ambientais de modo a reforçar o regime sancionatório para a introdução e repovoamento de espécies exóticas
•Rever a LBPPSOTU de forma a reforçar a segurança jurídica de CN
TERRITORIAIS
Reforçar a aplicação de regimes PT e PP em áreas de ocorrência de valores naturais que fundamentaram a criação do PNSSM Definir AIE para a conservação de geossítios Definir AIE para a conservação de locais de elevado valor arqueológico Definir regimes PP ou PT em áreas de habitats relevantes, onde seja interdita a florestação. Promover o turismo em espaço rural em especial em regime de PC, de acordo com a capacidade de carga do território
REGULAMENTARES •Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de valores naturais que fundamentaram a criação do PNSSM
•Definir normas de visitação de geossítios
•Definir normas de visitação ao património arqueológico
•Sancionar os atos de vandalismo sobre o património geológico
•Definir normas específicas para a prática de pesca desportiva visando o controlo de espécies exóticas
•Proibir os repovoamentos de espécies piscícolas exóticas
•Condicionar a florestação em toda a AP
•Promover as atividades agro-silvo-pastoris compatíveis com a conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação da AP.
•Promover a exploração de produtos com certificação DOP ou IGP desde que compatíveis com a conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação da AP.
•Definir normas específicas para o turismo e a observação de aves de acordo com a distribuição das espécies
•Condicionar/proibir a instalação de projetos eólicos na AP.
DE GESTÃO •Definir um plano de financiamento espacialmente diferenciado adequado à salvaguarda dos habitats naturais, dos biótopos classificados com a valoração de alto ou excecional para a fauna e da paisagem
•Programa de erradicação/controlo de Acacia spp.
•Monitorização da qualidade da água nas zonas de maior risco de contaminação
•Aumento da fiscalização dos potenciais focos de poluição
•Reforçar a colaboração entre as entidades fiscalizadoras para o controlo ilegal de predadores e utilização de venenos
•Definir uma estratégia de sensibilização e formação de agentes fiscalizadores
•Adotar métodos de controlo de predadores compatíveis com os valores naturais
•Programa de valorização e divulgação de geossítios
•Reforçar o corpo de vigilantes para a prevenção de incêndios
•Reforçar a colaboração entre as entidades fiscalizadoras para a prevenção de incêndios
•Desenvolver uma estratégia de sensibilização da população para a prevenção de incêndios
•Promover a fiscalização
• Investir em ações de sensibilização sobre a importância do património geológico e da sua salvaguarda
•Garantir a fiscalização da introdução e repovoamento de espécies exóticas, e da pesca desportiva
•Promoção de boas-práticas de gestão
• Investir na manutenção dos percursos pedestres
•Sensibilizar os operadores turísticos para a importância da salvaguarda dos valores naturais para a sua atividade
REATIVA
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 53
Figura 6 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Mudança
DE POLÍTICA
•Criar linhas de investimento de apoio à recuperação de habitats e espécies autóctones.
•Criar políticas de financiamento dirigidas à recuperação de habitats em estado de conservação desfavorável
•Recorrer à classificação da área como Rede Natura 2000 para a implementação de projetos de gestão
•Condicionar atividades que provocam a degradação dos valores naturais através de medidas de compensação financeira
•Criar programas de incentivos financeiros à atividade agrícola para os jovens produtores.
TERRITORIAIS
Definir AIE para a conservação de geossítios Incentivar a fixação da população em ANARP existentes ou a recuperação de edificado pré-existente. Definir regimes PP ou PT nas áreas de maior valor paisagístico Definir AIE para proteção dos elementos singulares da paisagem
REGULAMENTARES •Regulamentar a visitação dos geossítios
•Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de habitat adequado para rapinas
•Regulamentar a colheita de cogumelos silvestres na AP
DE GESTÃO •Criar parcerias entre o ICNF e outras entidades para o acesso a instrumentos financeiros.
•Reforçar as medidas de gestão de habitat em zonas de caça (zonas de refúgio, bebedouros e sementeiras)
•Articular com as zonas de caça a sua atividade de forma a salvaguardar as áreas mais sensíveis à perturbação
•Reforçar a colaboração entre entidades fiscalizadoras de caça
•Estratégia de comunicação para a divulgação dos geossítios
•Definir medidas para a conservação dos geossítios
•Reforçar parcerias para investigação científica aplicada à recuperação de habitats protegidos e biótopos importantes para a fauna
•Definir uma estratégia de promoção turística sustentável
•Reforçar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais, promovendo a fixação de população jovem.
•Promover os projetos de reflorestação com espécies folhosas autóctones
•Conversão de floresta de produção madeireira em floresta de folhosas autóctones
• Identificar e valorizar os serviços de ecossistema presentes na AP
•Definir uma estratégia de comunicação e de sensibilização do valor económico associado aos serviços de ecossistemas, visando a promoção das boas-práticas agrícolas e florestais
•Definir normas específicas de uso do solo compatível e potenciador dos serviços de ecossistema nas áreas de ocorrência dos habitats em estado de conservação desfavorável
•Reforçar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais, promovendo a fixação de população jovem e contrariando o abandono no agrícola
•Reforçar parcerias para a promoção do turismo de natureza na AP
•Definir uma estratégia de comunicação dos valores paisagísticos
MUDANÇA
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 54
Figura 7 - Linhas de Orientação Estratégica da Opção Pró-Ativa
DE POLÍTICA
• Criar políticas de financiamento de estímulo ao investimento na salvaguarda e recuperação de grandes rapinas, habitats do Anexo I da Diretiva Habitats, biótopos do PNSSM com importância para espécies da fauna
•Negociar a previsão de apoios financeiros para a valorização dos muros de pedra seca na ITI S. Mamede
•Envolver as autarquias na gestão proativa da AP, designadamente ao nível do enquadramento paisagístico dos núcleos edificados
•Reforçar o apoio institucional à candidatura de Marvão a património mundial da UNESCO
•Definir uma estratégia de comunicação e divulgação das linhas de investigação junto de potenciais entidades de I&D
•Recorrer à classificação da área como Rede Natura 2000 para a implementação de projetos de gestão
•Redefinir políticas de financiamento para iniciativas que valorizem os serviços de ecossistema, incluindo projetos de recuperação de valores naturais
•Projeto de requalificação do Pico de S. Mamede
•Envolver as autarquias na valorização de infraestruturas de apoio turístico
TERRITORIAIS
Definir AIE para a valorização e conservação de geossítios Definir regimes PP ou PT nas áreas de maior valor paisagístico Definir AIE para proteção dos elementos singulares da paisagem Promover o turismo na AP em especial em regime de PC e em ANARP, de acordo com a capacidade de carga do território
REGULAMENTARES •Regulamentar a visitação dos geossítios
•Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de habitat adequado para rapinas
•Definir normas específicas de proteção nas áreas de influência de ninhos de rapinas
•Definir normas específicas para o turismo
•Salvaguardar de alterações de uso do solo as áreas de mosaico agro-silvo-pastoril e os bosques autóctones.
DE GESTÃO •Articular com as zonas de caça a sua atividade de forma a salvaguardar as áreas mais sensíveis à perturbação
•Criar parcerias entre o PNSSM e outras entidades para o acesso a instrumentos financeiros
•Criar uma plataforma informática e balcão de informação para a promoção de políticas de financiamento e apoio aos investidores
•Definir uma estratégia de comunicação e divulgação das políticas de financiamento junto de potenciais investidores
•Estabelecer um gabinete e um procedimento para a gestão dos financiamentos
•Estabelecer medidas de articulação para desenvolvimento de projetos comuns entre AP
•Reforçar as medidas de gestão de habitat em zonas de caça (zonas de refúgio, bebedouros e sementeiras)
•Reforçar a colaboração entre entidades fiscalizadoras de caça
•Elaborar uma estratégia de promoção do geoturismo
•Definir as prioridades de investigação aplicada necessárias para a conservação
•Reforçar parcerias para investigação científica aplicada à conservação, em particular de Habitats do Anexo I da Diretiva Habitats e biótopos importantes para a fauna
•Criar uma plataforma informática e balcão de informação para a promoção de linhas de investigação aplicada
•Estabelecer um gabinete e um procedimento para a gestão da informação decorrente de projetos de investigação aplicada
•Promover a marca Natural.pt e alargar a sua aplicação a produtos agroalimentares de origem biológica.
•Divulgação dos produtos sustentáveis com certificação DOP e IGP nos mercados externos à AP.
•Criar certificação de produtos e produtores que promovam a conservação dos valores naturais e o desenvolvimento sustentável na AP (selo verde)
•Capacitar os produtores agro-silvo-pastoris para a adoção de métodos biológicos e/ou sustentáveis.
•Criar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais (natural.pt)
•Criar parcerias para a promoção do turismo no espaço rural na AP
•Definir uma estratégia de comunicação dos valores paisagísticos
•Promover serviços e atividades económicas compatíveis com a conservação dos valores naturais que estiveram na origem da classificação da AP
•Promover o turismo fotográfico e de observação de aves enquadrado nos objetivos de salvaguarda dos valores naturais da AP.
•Assegurar que o turismo cinegético está enquadrado nos objetivos de salvaguarda dos valores naturais da AP.
•Alargar a aplicação e promover a marca Natural.pt
•Criar medidas de proteção aos aquíferos
•Promover a sustentabilidade da captação de águas minerais
•Estudar formas de compatibilização das energias renováveis com os objetivos de conservação da natureza
PRÓ-ATIVA
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 55
A N E X O S
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 57
A N E X O 1
Quadro 27 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores internos e externos – Biodiversidade
Biodiversidade
Pontos fortes
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Proximidade com outras áreas protegidas,
potenciando esforços de conservação comuns e
atração de visitantes (ex.PNTI).
OB1 X X
Fixação de grandes rapinas aproveitando a
expansão atual das espécies e o desenvolvimento
de Projetos de Conservação (LIFE+) na
envolvente ao PNSSM, tais como o projeto Life
Habitat Lince/Abutre no Vale do Guadiana e na
região de Moura e Barrancos.
OB2 X X
Aumento do conhecimento biológico e corológico
através da promoção de projetos de investigação
científica nesta área, sobretudo no que respeita
ao conhecimento das espécies flora e fauna que
ocorrem na área do PNSSM.
OB3 X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 58
Biodiversidade
Pontos fortes
A p
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Protocolos de entendimento ou gestão conjunta
com zonas de caça, potenciando o aumento do
coelho-bravo e a proteção de áreas sensíveis.
OB4 X X
Promoção de projetos de recuperação de
espécies e habitats com estados de conservação
desfavoráveis (ex: habitat 4020*).
OB5 X X X X X X
Estudo e reconhecimento do valor associado aos
serviços de ecossistemas (nomeadamente os de
aprovisionamento e culturais) potenciando a
manutenção e recuperação dos habitats
presentes.
OB6 X X X
Inclusão do PNSSM no Sítio de Importância
Comunitária “São Mamede”. OB7 X X X X X X
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Contaminação de massas e linhas de água (ex:
fabricas/ suiniculturas/ vacarias). TB1 X X
Pragas e doenças (ex: vespa do castanheiro, tinta
do castanheiro e cancro). TB2 X
Aumento da área de floresta de produção (ex:
pinhal e eucaliptal). TB3 X X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 59
Biodiversidade
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aves e
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SB1 SB2 SB3 SB4 SB5 SB6 SB7 SB8 SB9 SB10 SB11
Desadequação do financiamento agrícola para a
conservação de matos e biodiversidade. TB4 X X X X
Proliferação do nemátodo do pinheiro (poderá
induzir à opção pelo eucaliptal, por substituição
do pinhal).
TB5 X X
Proliferação de espécies exóticas invasoras (tanto
espécies de flora, como de fauna). TB6 X X X
Políticas e práticas agro-pastoris não compatíveis
com a conservação da natureza (ex: politica de
financiamento de gado bovino, que poderá ter
efeitos pelo sobrepastoreio).
TB7 X X X X
Controlo ilegal de predadores e utilização de
venenos, que coloca em causa a conservação
das grandes rapinas ameaçadas.
TB8 X X
Neoruralidade, enquanto fator de incremento da
edificação dispersa TB9
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 60
Biodiversidade
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Proximidade com outras áreas protegidas, potenciando esforços de
conservação comuns e atração de visitantes (ex. PNTI). OB1 X
Fixação de grandes rapinas aproveitando a expansão atual das espécies e o
desenvolvimento de Projetos de Conservação (LIFE+) na envolvente ao
PNSSM, tais como o projeto Life Habitat Lince/Abutre no Vale do Guadiana e
na região de Moura e Barrancos.
OB2
Aumento do conhecimento biológico e corológico através da promoção de
projetos de investigação científica nesta área, sobretudo no que respeita ao
conhecimento das espécies flora e fauna que ocorrem na área do PNSSM,
da sua localização, dimensão de núcleos populacionais.
OB3 X
Protocolos de entendimento ou gestão conjunta com zonas de caça,
potenciando o aumento do coelho-bravo e a proteção de áreas sensíveis. OB4 X X
Promoção de projetos de recuperação de espécies e habitats com estados
de conservação desfavoráveis (ex: habitat 4020*). OB5 X X X
Estudo e reconhecimento do valor associado aos serviços de ecossistemas
(nomeadamente os de aprovisionamento e culturais) potenciando a
manutenção e recuperação dos habitats presentes.
OB6 X X X
Inclusão do PNSSM no Sítio de Importância Comunitária “São Mamede”. OB7 X X X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 61
Biodiversidade
Pontos fracos
Pre
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Contaminação de massas e linhas de água (ex: ETAR/ fabricas/
suiniculturas/ vacarias). TB1
Pragas e doenças (ex: vespa do castanheiro, tinta do castanheiro e cancro). TB2
Aumento da área de floresta de produção (ex: pinhal e eucaliptal). TB3 X X
Desadequação do financiamento agrícola para a conservação de matos e
biodiversidade. TB4 X X
Proliferação do nemátodo do pinheiro (se aparecer em grande número no
PNSSM poderá fazer aumentar o eucaliptal, por substituição do pinhal). TB5
Proliferação de espécies exóticas invasoras (tanto espécies de flora, como
de fauna). TB6 X
Políticas e práticas agro-pastoris não compatíveis com a conservação da
natureza (ex: política de financiamento de gado bovino, que poderá ter
efeitos pelo sobrepastoreio).
TB7 X X
Controlo ilegal de predadores e utilização de venenos, que coloca em causa
a conservação das grandes rapinas ameaçadas. TB8
Neoruralidade, enquanto fator de incremento da edificação dispersa TB9 X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 62
Quadro 28 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores internos e externos – Geologia
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A promoção do património geológico conjuntamente com
o restante património natural pode potenciar uma
valorização dos geossítios e o aumento do interesse
sobre a história geológica da região por parte dos
visitantes.
OG1 X X
Dinamização e potenciação do geoturismo (e do
Geocaching) e divulgação dos geossítios é uma
oportunidade para potenciar a cultura geológica do
público em geral.
OG2 X X
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As questões relacionadas com a conservação,
divulgação e valorização do património geológico têm
sido colocadas em segundo plano pelas entidades
públicas.
TG1 X X X X
A proximidade/inclusão de alguns geossítios em zonas
urbanas expõe estas áreas a uma pressão humana mais
elevada potenciando a sua degradação.
TG2 X
Desconhecimento dos cidadãos relativamente à
importância do património geológico em presença e à
necessidade da sua salvaguarda.
TG3 X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 63
Geologia
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WG1 WG2 WG3 WG4 WG5 WG6
Op
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un
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(O)
A promoção do património geológico conjuntamente com o restante património natural
pode potenciar uma valorização dos geossítios e o aumento do interesse sobre a
história geológica da região por parte dos visitantes.
OG1 X X X
Dinamização e potenciação do geoturismo (e do Geocaching) e divulgação dos
geossítios é uma oportunidade para potenciar a cultura geológica do público em geral. OG2 X X X
Am
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T)
As questões relacionadas com a conservação, divulgação e valorização do património
geológico têm sido colocadas em segundo plano pelas entidades públicas. TG1 X X X X X X
A proximidade/inclusão de alguns geossítios em zonas urbanas expõe estas áreas a
uma pressão humana mais elevada potenciando a sua degradação. TG2 X X
Desconhecimento dos cidadãos relativamente à importância do património geológico
em presença e à necessidade da sua salvaguarda. TG3 X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 64
Quadro 29 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores internos e externos – Paisagem
Paisagem
Pontos fortes
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Promoção do património paisagístico nacional de forma integrada e como produto de particular relevância para a
oferta turística portuguesa nos mercados externos OP1 X
Eventuais financiamentos para a valorização dos muros de pedra seca OP2 X
Requalificação do pico de S. Mamede OP3 X
Desenvolvimento do conceito “natural.pt” e seu estímulo para valorização de produções locais de qualidade e
economicamente viáveis que fixem e atraiam população no sector primário e turístico OP4 X X X
Marvão como candidata a Património Mundial. OP5 X X
Maior envolvimento das autarquias na gestão pró-ativa das áreas protegidas, nomeadamente ao nível do
enquadramento paisagístico da edificação (habitação e apoios agrícolas). OP6 X
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O novo quadro de ordenamento territorial para as áreas protegidas que possa atomizar administrativamente uma
unidade natural que se quer una TP1 X X
Fraca relação entre política de financiamento agro-florestal e a conservação das funções essenciais da paisagem TP2 X
Falta de financiamento para atividades de gestão da paisagem e falta de normas específicas de preservação dos
elementos e funções essenciais da paisagem. TP3 X X X
Dificuldade em manter a atividade agrícola tradicional TP4 X
Instalação de novos projetos eólicos TP5 X X
O Parque Natural da Serra de São Mamede encontra-se classificado como Zona de Risco de Perigosidade de
Incêndio Muito Alto TP6 X X X
Deterioração do património arqueológico (agentes meteóricos e ações antrópicas) T7 X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 65
Paisagem
Pontos fracos
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Promoção do património paisagístico nacional de forma integrada e como produto de particular relevância para a oferta turística
portuguesa nos mercados externos OP1 X
Eventuais financiamentos futuros para a valorização dos muros de pedra seca OP2
Requalificação do pico de S. Mamede OP3
Desenvolvimento do conceito “natural.pt” e seu estímulo para valorização de produções locais de qualidade e economicamente
viáveis que fixem e atraiam população no sector primário e turístico OP4 X
Marvão como candidata a Património Mundial. OP5 X X
Maior envolvimento das autarquias na gestão pró-ativa das áreas protegidas, nomeadamente ao nível do enquadramento
paisagístico da edificação (habitação e apoios agrícolas) OP6
Am
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as (
T)
O novo quadro de ordenamento territorial para as áreas protegidas que possa atomizar administrativamente uma unidade natural
que se quer una TP1
Fraca relação entre política de financiamento agro-florestal e a conservação das funções essenciais da paisagem TP2 X X
Falta de financiamento para atividades de gestão da paisagem e falta de normas específicas de preservação dos elementos e
funções essenciais da paisagem. TP3 X X
Dificuldade em manter a atividade agrícola tradicional TP4 X X
Instalação de novos projetos eólicos TP5
O Parque Natural da Serra de São Mamede encontra-se classificado como Zona de Risco de Perigosidade de Incêndio Muito Alto TP6
Deterioração do património arqueológico (agentes meteóricos e ações antrópicas) TP7
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 66
Quadro 30 - Identificação das linhas de força críticas resultantes da combinação dos fatores internos e externos – Socio-economia
Socio-economia
Pontos fortes
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Peso da população com ensino superior no concelho de
Portalegre, representado pelos 18,1% da população com
ensino superior no concelho de Portalegre,
comparativamente com os 11,9% da Região. O que
pode ser justificado também pela presença do Instituto
Politécnico de Portalegre
OSE1 X X X X X
Neoruralidade, que se tem vindo a assumir cada vez
mais como uma realidade OSE2 X X X X X X X X X X
Forte concentração empresarial na cidade de Portalegre
- O concelho de Portalegre representa 73,1% das
empresas e 92,3% do volume de negócios das
empresas sedeadas nos 4 concelhos do PNSSM
OSE3 X X X X X X X
Crescimento de atividades associadas à produção de
aromáticas, medicinais e condimentares, cogumelos. OSE4 X X X X
Promoção do desenvolvimento turístico da Região
Alentejo e do Turismo de Natureza - enquadrados pelo
Plano Estratégico Nacional de Turismo
OSE5 X X X X X X X
Eventual futura aprovação da candidatura de Marvão a
Património Mundial OSE6 X X X X X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 67
Socio-economia
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Crescimento reduzido do valor económico do sector
primário - apenas 3% de aumento do volume de
negócios do sector primário das empresas nos 4
concelhos do PNSSM entre 2005 e 2012, sendo
bastante inferior ao registado para os setores secundário
e terciário
TSE1 X X X X
Percursos pedestres que nem sempre são alvo de ações
de manutenção regulares TSE2 X X
Falta de perceção por parte da população da mais-valia
em viver em área protegida TSE3 X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 68
Socio economia
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Peso da população com ensino superior no concelho de Portalegre, representado pelos 18,1% da população com ensino
superior no concelho de Portalegre, comparativamente com os 11,9% da Região. O que pode ser justificado também pela
presença do Instituto Politécnico de Portalegre
OSE1 X X X
Neoruralidade, que se tem vindo a assumir cada vez mais como uma realidade OSE2 X X X X
Forte concentração empresarial na cidade de Portalegre - O concelho de Portalegre representa 73,1% das empresas e 92,3%
do volume de negócios das empresas sedeadas nos 4 concelhos do PNSSM OSE3 X X X
Crescimento de atividades associadas à produção de aromáticas, medicinais e condimentares, cogumelos OSE4 X X
Promoção do desenvolvimento turístico da Região Alentejo e do Turismo de Natureza - enquadrados pelo Plano Estratégico
Nacional de Turismo OSE5 X X X
Eventual futura aprovação da candidatura de Marvão a Património Mundial OSE6
Am
eaç
as (
T) Crescimento reduzido do valor económico do sector primário - apenas 3% de aumento do volume de negócios do sector
primário das empresas nos 4 concelhos do PNSSM entre 2005 e 2012, sendo bastante inferior ao registado para os setores
secundário e terciário
TSE1 X X X X
Percursos pedestres nem sempre são alvo de ações de manutenção regulares TSE2
Falta de perceção por parte da população da mais-valia em viver em área protegida TSE3 X X X
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 69
A N E X O 2
Quadro 31 – Linhas de Força para o Cenário Vulnerabilidades e correspondentes linhas de orientação estratégica de Opção Protecionista
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo Linhas de Orientação Estratégica
(P – de Política; T – Territoriais; R – Regulamentares; G – de Gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento Políticas de financiamento desadequadas.
Paisagem
Habitats naturais
Criar linhas de investimento de apoio à agricultura tradicional como forma
de valorização da paisagem. P
Redefinir as políticas de financiamento respeitantes à florestação P
Suspender os atuais financiamentos ao gado bovino e às pastagens
biodiversas na AP P
Regulamentação e
gestão territorial
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da flora Habitats naturais Programa de erradicação/controlo de Acacia spp. G
Políticas de florestação desadequadas Habitats naturais Condicionar/proibir a florestação. R
Aumentar as áreas com regime PP. T
Edifício jurídico de património geológico
deficitário Património geológico
Robustecer o RJCNB na componente de conservação do património
geológico.
P
Definir AIE em PT e em PP para a conservação de geossítios T
Condicionar atividades em geossítios R
Interditar atividades desportivas em geossítios R
Conhecimento Desconhecimento da população acerca do
património Património geológico
Sancionar os atos de vandalismo sobre o património geológico R
Promover a fiscalização G
Investir em ações de sensibilização sobre a importância do património
geológico e da sua salvaguarda G
Socioeconomia
População Desinvestimento no setor primário e
envelhecimento da população População
Condicionar ou proibir atividades económicas incompatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação
da AP
R
Produção agro-silvo-
pastoril
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da fauna Ictiofauna
Agravar o quadro de contraordenações ambientais de modo a reforçar o
regime sancionatório para a introdução e repovoamento de espécies
exóticas
P
Definir normas específicas para a prática de pesca desportiva visando o
controlo de espécies exóticas R
Proibir os repovoamentos de espécies piscícolas exóticas R
Garantir a fiscalização da introdução e repovoamento de espécies
exóticas, e da pesca desportiva G
Desenvolvimento
económico Desinvestimento no setor primário Agricultura tradicional
Condicionar ou proibir atividades económicas incompatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação
da AP
R
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 70
Quadro 32 – Linhas de Força para o Cenário Constrangimentos e correspondentes linhas de orientação estratégica de Opção Reativa
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo Linhas de Orientação Estratégica
(P – de Política; T – Territoriais; R – Regulamentares; G – de Gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento Políticas de financiamento desadequadas
Habitats naturais
Biótopos classificados com a valoração
de alto ou excecional para a fauna
Paisagem
Qualidade da água
Criar linhas de investimento de apoio à manutenção do mosaico agrícola,
dos montados, dos prados naturais P
Suspender os atuais financiamentos ao gado bovino e às pastagens
biodiversas na AP P
Definir um plano de financiamento espacialmente diferenciado adequado
à salvaguarda dos habitats naturais, dos biótopos classificados com a
valoração de alto ou excecional para a fauna e da paisagem
G
Recorrer/disponibilizar políticas de financiamento para infraestruturas de
tratamento de águas residuais P
Criar políticas de financiamento dirigidas a ações de repovoamento e de
gestão de carvalhais e soutos compatíveis com a CN P
Criar políticas de financiamento dirigidas a ações de redução da carga
combustível compatíveis com a CN P
Regulamentação e
gestão territorial
Edifício jurídico de OT e CN desadequado Valores naturais que fundamentaram a
criação do PNSSM
Reforçar a aplicação de regimes PT e PP em áreas de ocorrência de
valores naturais que fundamentaram a criação do PNSSM T
Rever a LBPPSOTU de forma a reforçar a segurança jurídica de CN P
Definir normas específicas que vinculem privados para proteção das
áreas de ocorrência de valores naturais que fundamentaram a criação do
PNSSM
R
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da flora Habitats naturais Programa de erradicação/controlo de Acacia spp. G
Contaminação de massas e linhas de água Qualidade da água
Monitorização da qualidade da água nas zonas de maior risco de
contaminação G
Aumento da fiscalização dos potenciais focos de poluição G
Reduzida capacidade de intervenção
preventiva e fiscalizadora no que concerne
ao controlo ilegal de predadores e
utilização de venenos
Grandes rapinas
Agilizar a cadeia processual credenciada para crimes ambientais P
Reforçar os regimes preventivos em situações de controlo ilegal de
predadores e utilização de venenos P
Reforçar o corpo de vigilantes e as suas competências para a aplicação
de autos relativos ao controlo ilegal de predadores e utilização de
venenos
P
Reforçar a colaboração entre as entidades fiscalizadoras para o controlo
ilegal de predadores e utilização de venenos G
Definir uma estratégia de sensibilização e formação, quer para agentes
fiscalizadores, quer junto de associações de caçadores G
Adotar métodos de controlo de predadores compatíveis com os valores
naturais G
Edifício jurídico de património geológico
deficitário Património geológico
Robustecer o RJCNB na componente de conservação e preservação do
património geológico P
Definir AIE para a conservação de geossítios T
Definir normas de visitação de geossítios R
Programa de valorização e divulgação de geossítios G
Degradação do património arqueológico Património arqueológico Definir AIE para a conservação de locais de elevado valor arqueológico T
Definir normas de visitação ao património arqueológico R
Risco de incêndio elevado Paisagem
Habitats florestais
Reforçar o corpo de vigilantes para a prevenção de incêndios G
Reforçar a colaboração entre as entidades fiscalizadoras para a
prevenção de incêndios G
Desenvolver uma estratégia de sensibilização da população para a
prevenção de incêndios G
Conhecimento Desconhecimento da população acerca do
património Património geológico
Promover a fiscalização sobre os geossítios G
Investir em ações de sensibilização sobre a importância do património
geológico e da sua salvaguarda G
Socioeconomia
População - - - -
Produção agro-silvo-
pastoril
Proliferação de espécies invasoras,
exóticas da fauna Ictiofauna
Rever o quadro de contraordenações ambientais de modo a reforçar o
regime sancionatório para a introdução e repovoamento de espécies
exóticas
P
Definir normas específicas para a prática de pesca desportiva visando o
controlo de espécies exóticas
R
Proibir os repovoamentos de espécies piscícolas exóticas R
Garantir a fiscalização da introdução e repovoamento de espécies
exóticas, e da pesca desportiva
G
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 71
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo Linhas de Orientação Estratégica
(P – de Política; T – Territoriais; R – Regulamentares; G – de Gestão)
Produção agro-silvo-
pastoril
Perda de habitat decorrente do aumento
de floresta de produção
Habitats naturais
Biótopos classificados com a valoração
de alto ou excecional para a fauna
Biodiversidade
Definir regimes PP ou PT em áreas de habitats relevantes, onde seja
interdita a florestação. T
Condicionar a florestação na AP R
Degradação do habitat de castanheiro Soutos e castinçais (9260) Promoção de boas-práticas de gestão G
Desinvestimento no setor primário Agricultura tradicional
Promover as atividades agro-silvo-pastoris compatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da designação
da AP.
R
Promover a exploração de produtos com certificação DOP ou IGP desde
que compatíveis com a conservação dos valores naturais que estiveram
na origem da designação da AP.
R
Desenvolvimento
económico
Reduzida importância da atividade de
turismo de natureza Visitantes
Promover o turismo em espaço rural em especial em regime de PC, de
acordo com a capacidade de carga do território T
Investir na manutenção dos percursos pedestres G
Sensibilizar os operadores turísticos para a importância da salvaguarda
dos valores naturais, cujo bom estado de conservação reverte a favor da
sua atividade
G
Definir normas específicas para o turismo e a observação de aves de
acordo com a distribuição das espécies
R
Instalação de projetos eólicos Identidade paisagística Condicionar/proibir a instalação de projetos eólicos na AP. R
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 72
Quadro 33 – Linhas de Força para o Cenário Reorientações e correspondentes linhas de orientação estratégica de Opção de Mudança
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo Linhas de Orientação Estratégica
(P – de Política; T – Territoriais; R – Regulamentares; G – de Gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento Aplicação de incentivos financeiros
Controlo de espécies exóticas
invasoras
Espécies e habitats em estado de
conservação desfavorável
Criar linhas de investimento de apoio à recuperação de habitats e espécies
autóctones. P
Criar políticas de financiamento dirigidas à recuperação de habitats em
estado de conservação desfavorável P
Condicionar atividades que provocam a degradação dos valores naturais
através de medidas de compensação financeira P
Recorrer à classificação da área como Rede Natura 2000 para a
implementação de projetos de gestão P
Criar parcerias entre o ICNF e outras entidades para o acesso a
instrumentos financeiros. G
Regulamentação e
gestão territorial
Sustentabilidade do crescimento das
populações presa
Rapinas
Coelho
Articular com as zonas de caça a aplicação de medidas de gestão que
promovam o habitat do coelho (zonas de refúgio, bebedouros e
sementeiras)
G
Articular com as zonas de caça a sua atividade de forma a salvaguardar as
áreas mais sensíveis à perturbação G
Reforçar a colaboração entre entidades fiscalizadoras de caça G
Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência de habitat
adequado para rapinas R
Promover o reconhecimento da importância do
património geológico e do valor económico
associado ao geoturismo
Património geológico
Elaborar estratégia de comunicação para a divulgação dos geossítios G
Definir medidas para a conservação dos geossítios G
Regulamentar a visitação dos geossítios R
Definir AIE para a conservação de geossítios T
Conhecimento Investigação científica aplicada Habitats do Anexo I da Diretiva
Biótopos importantes para a fauna
Reforçar parcerias para investigação científica aplicada à recuperação de
habitats protegidos e biótopos importantes para a fauna G
Socioeconomia
População Integrar a neoruralidade e a fixação de
população com ensino superior Fixação da população
Criar programas de incentivos financeiros à atividade agrícola para os
jovens produtores. P
Incentivar a fixação da população em ANARP existentes ou a recuperação
de edificado pré-existente. T
Definir uma estratégia de promoção turística sustentável G
Produção agro-silvo-
pastoril
Promover as atividades agro-silvo-pastoris,
bem como a atividade turística associadas à
marca Natural.pt
Produtos tradicionais certificados
Setor primário
Reforçar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais,
promovendo a fixação de população jovem. G
Enquadrar os projetos de reflorestação e
aumentar o regime florestal Setor primário (florestação)
Promover os projetos de reflorestação com espécies folhosas autóctones G
Promover a conversão de floresta de produção madeireira em floresta de
folhosas autóctones G
Desenvolvimento
económico
Promover o reconhecimento do valor
económico associado aos serviços de
ecossistemas presentes
Habitats em estado de conservação
desfavorável
Identificar e valorizar os serviços de ecossistema presentes na AP G
Definir uma estratégia de comunicação e de sensibilização do valor
económico associado aos serviços de ecossistemas, visando a promoção
das boas-práticas agrícolas e florestais
G
Definir normas específicas de uso do solo compatível e potenciador dos
serviços de ecossistema nas áreas de ocorrência dos habitats em estado
de conservação desfavorável
G
Regulamentar a colheita de cogumelos silvestres na AP R
Promover as atividades económicas
associadas à marca Natural.pt., em particular
o turismo e setor primário
Produtos locais tradicionais
Valores naturais da AP
População
Reforçar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais,
promovendo a fixação de população jovem e contrariando o abandono no
agrícola
G
Reforçar parcerias para a promoção do turismo de natureza na AP G
Valorização do património paisagístico
enquanto potenciador de um mosaico agro-
silvo-pastoril com bosques autóctones
Identidade da paisagem
Habitats do Anexo I da Diretiva
Biótopos importantes para a fauna
Definir uma estratégia de comunicação dos valores paisagísticos G
Definir regimes PP ou PT nas áreas de maior valor paisagístico T
Definir AIE para proteção dos elementos singulares da paisagem T
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 73
Quadro 34 – Linhas de Força para o Cenário Potencialidades e correspondentes linhas de orientação estratégica de Opção Pró-Ativa
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo Linhas de Orientação Estratégica
(P – de Política; T – Territoriais; R – Regulamentares; G – de Gestão)
Governança
Estratégias de
financiamento
Aproveitamento de instrumentos
financeiros para projetos de
conservação
Grandes Rapinas
Habitats do Anexo I da Diretiva
Habitats
Biótopos com importância para
espécies da fauna
Paisagem
Redefinir políticas de financiamento para iniciativas que valorizem
os serviços de ecossistema, incluindo projetos de recuperação de
valores naturais
P
Criar políticas de financiamento de estímulo ao investimento na
salvaguarda e recuperação de grandes rapinas, habitats do Anexo
I da Diretiva Habitats, biótopos do PNSSM com importância para
espécies da fauna
P
Recorrer à classificação da área como Rede Natura 2000 para a
implementação de projetos de gestão P
Criar parcerias entre o ICNF e outras entidades para o acesso a
instrumentos financeiros G
Criar uma plataforma informática e balcão de informação para a
promoção de políticas de financiamento e apoio aos investidores G
Definir uma estratégia de comunicação e divulgação das políticas
de financiamento junto de potenciais investidores G
Estabelecer um gabinete e um procedimento para a gestão dos
financiamentos G
Estabelecer medidas de articulação para desenvolvimento de
projetos comuns entre AP G
Negociar a previsão de apoios financeiros para a valorização dos
muros de pedra seca na ITI S. Mamede P
Regulamentação e
gestão territorial
Salvaguardar áreas sensíveis e
potenciar crescimento das populações
presa nas zonas de caça.
Rapinas
Coelho
Habitats protegidos
Reforçar as medidas de gestão de habitat em zonas de caça
(zonas de refúgio, bebedouros e sementeiras) G
Articular com as zonas de caça a sua atividade de forma a
salvaguardar as áreas mais sensíveis à perturbação G
Reforçar a colaboração entre entidades fiscalizadoras de caça G
Definir normas específicas de proteção das áreas de ocorrência
de habitat adequado para rapinas R
Definir normas específicas de proteção nas áreas de influência de
ninhos de rapinas R
Promoção e dinamização do
geoturismo e geocaching Património geológico
Definir AIE para a valorização e conservação de geossítios T
Regulamentar a visitação de geossítios R
Elaborar uma estratégia de promoção do geoturismo G
Valorização do património construído
Património histórico-cultural
População local
Visitantes/turistas
Envolver as autarquias na gestão proativa da AP, designadamente
ao nível do enquadramento paisagístico dos núcleos edificados P
Envolver as autarquias na valorização de infraestruturas de apoio
turístico P
Reforçar o apoio institucional à candidatura de Marvão a
património mundial da UNESCO P
Conhecimento Investigação científica aplicada Habitats e espécies
Definir as prioridades de investigação aplicada necessárias para a
conservação G
Reforçar parcerias para investigação científica aplicada à
conservação, em particular de Habitats do Anexo I da Diretiva
Habitats e biótopos importantes para a fauna
G
Criar uma plataforma informática e balcão de informação para a
promoção de linhas de investigação aplicada G
Definir uma estratégia de comunicação e divulgação das linhas de
investigação junto de potenciais entidades de I&D P
Estabelecer um gabinete e um procedimento para a gestão da
informação decorrente de projetos de investigação aplicada G
Socioeconomia
População - - - -
Produção agro-silvo-
pastoril
Reforçar a importância da agricultura,
da silvicultura, do pastoreio e da caça
para o desenvolvimento sustentável
da AP.
População local
Atividades socioeconómicas agro-
silvo-pastoris
Promover a marca Natural.pt e alargar a sua aplicação a produtos
agroalimentares de origem biológica.
G
Divulgar os produtos sustentáveis com certificação DOP e IGP
nos mercados externos à AP.
G
Criar certificação de produtos e produtores que promovam a
conservação dos valores naturais e o desenvolvimento
sustentável na AP (selo verde)
G
Capacitar os produtores agro-silvo-pastoris para a adoção de
métodos biológicos e/ou sustentáveis.
G
ESTUDOS DE BASE PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ESPECIAL DO PNSSM
|2015-004| FASE 2 | PNSSM_F2_REL FINAL 74
Variáveis de
desenvolvimento
críticas
Linhas de força Componente/Alvo Linhas de Orientação Estratégica
(P – de Política; T – Territoriais; R – Regulamentares; G – de Gestão)
Desenvolvimento
económico
Promover as atividades económicas
associadas à marca Natural.pt., em
particular o turismo e setor primário
Produtos locais tradicionais
Valores naturais da AP
População
Criar parcerias para a promoção dos produtos tradicionais G
Criar parcerias para a promoção do turismo no espaço rural na AP G
Valorização da paisagem emblemática
do PNSSM, incluindo o património
histórico
Identidade da paisagem
Identidade cultural
Habitats do Anexo I da Diretiva
Biótopos importantes para a fauna
Definir uma estratégia de comunicação dos valores paisagísticos G
Salvaguardar de alterações de uso do solo as áreas de mosaico
agro-silvo-pastoril e os bosques autóctones. R
Definir regimes PP ou PT nas áreas de maior valor paisagístico T
Projeto de requalificação do Pico de S. Mamede P
Definir AIE para proteção dos elementos singulares da paisagem T
Promoção do turismo em espaço rural
e de turismo da natureza
População local
Visitantes/turistas
Promover o turismo na AP em especial em regime de PC e em
ANARP, de acordo com a capacidade de carga do território T
Promover serviços e atividades económicas compatíveis com a
conservação dos valores naturais que estiveram na origem da
classificação da AP
G
Definir normas específicas para o turismo R
Promover o turismo fotográfico e de observação de aves
enquadrado nos objetivos de salvaguarda dos valores naturais da
AP.
G
Assegurar que o turismo cinegético está enquadrado nos objetivos
de salvaguarda dos valores naturais da AP. G
Alargar a aplicação e promover a marca Natural.pt G
Promover os recursos naturais da AP,
nomeadamente hidrológicos e eólicos
População local
Património hidrogeológico
Criar medidas de proteção aos aquíferos G
Promover a sustentabilidade da captação de águas minerais G
Estudar formas de compatibilização das energias renováveis com
os objetivos de conservação da natureza
G