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1 Logística e tecnologia da informação no varejo de alimentos no Brasil: uma busca pela modernização do setor Priscilla Cristina Cabral Ribeiro Universidade Federal de Ouro Preto [email protected] Matheus Alves Madeira de Souza Universidade Federal de Ouro Preto [email protected] Mário Duarte S Machado - Stracta Consultoria [email protected] Resumo: Devido à grande quantidade e sortimento de produtos ofertados no varejo de alimentos, os processos logísticos tornaram-se mais complexos para essas empresas. Dessa forma, foi necessária uma modernização da logística, que não ocorreu de maneira uniforme no Brasil e no mundo, levando as empresas que tem mais investido em melhorias no processo, em inovações e distribuição, deterem a maior parcela do mercado. Diante disso, o artigo tem como propósito identificar a importância da logística e da tecnologia da informação (TI) no varejo de alimentos, evidenciando como esta pode elevar o nível de serviço ao cliente, permitindo que haja um melhor relacionamento entre os varejistas e seus fornecedores e uma qualidade da entrega acima da oferecida pelos seus concorrentes. O método utilizado teve por base a análise de revisão bibliográfica por meio de artigos, dissertações, teses e livros. Após a pesquisa, observou-se que muitas empresas brasileiras apresentam sistemas logísticos com problemas na integração entre as atividades, na relação com fornecedores e com os terceirizados, o que afeta profundamente a competitividade dessas organizações. Apesar dessa constatação, poucos varejistas se interessam pela solução do problema, reduzindo ou eliminando os investimentos em atualização da logística e implantação de novas tecnologias. Palavras-chave: Logística; Varejo; Alimentos. 1. Introdução O varejo passou a ganhar importância na sociedade moderna quando, em 1912, uma empresa americana desse setor inovou, possibilitando que o cliente pagasse pela mercadoria e a levasse para casa. Com o passar dos anos, este setor subdividiu-se em vários segmentos, dentre eles, o alimentício. Este último, além de absorver uma quantidade considerável de mão de obra e proporcionar uma agregação de valor na economia dos países, está intimamente ligado ao cotidiano do consumidor (FALEIROS, 2009; SENHORAS, 2003). No entanto, o perfil deste consumidor passou por alterações nas últimas décadas, observa-se que os clientes tornaram-se muito mais independentes, informados e exigentes. A busca por esse "novo" cliente fez com que a disputa entre os varejistas se acirrasse, fazendo com que as empresas vitoriosas fossem aquelas que conseguissem atender às necessidades dos consumidores, o que implica em uma maior eficiência logística via uso de TIs (NASCIMENTO, 2010; GIULIANI, 2003).

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    Logstica e tecnologia da informao no varejo de alimentos no Brasil:

    uma busca pela modernizao do setor

    Priscilla Cristina Cabral Ribeiro Universidade Federal de Ouro Preto

    [email protected]

    Matheus Alves Madeira de Souza Universidade Federal de Ouro Preto

    [email protected]

    Mrio Duarte S Machado - Stracta Consultoria

    [email protected]

    Resumo: Devido grande quantidade e sortimento de produtos ofertados no varejo de

    alimentos, os processos logsticos tornaram-se mais complexos para essas empresas. Dessa

    forma, foi necessria uma modernizao da logstica, que no ocorreu de maneira uniforme

    no Brasil e no mundo, levando as empresas que tem mais investido em melhorias no

    processo, em inovaes e distribuio, deterem a maior parcela do mercado. Diante disso, o

    artigo tem como propsito identificar a importncia da logstica e da tecnologia da

    informao (TI) no varejo de alimentos, evidenciando como esta pode elevar o nvel de

    servio ao cliente, permitindo que haja um melhor relacionamento entre os varejistas e seus

    fornecedores e uma qualidade da entrega acima da oferecida pelos seus concorrentes. O

    mtodo utilizado teve por base a anlise de reviso bibliogrfica por meio de artigos,

    dissertaes, teses e livros. Aps a pesquisa, observou-se que muitas empresas brasileiras

    apresentam sistemas logsticos com problemas na integrao entre as atividades, na relao

    com fornecedores e com os terceirizados, o que afeta profundamente a competitividade

    dessas organizaes. Apesar dessa constatao, poucos varejistas se interessam pela soluo

    do problema, reduzindo ou eliminando os investimentos em atualizao da logstica e

    implantao de novas tecnologias.

    Palavras-chave: Logstica; Varejo; Alimentos.

    1. Introduo

    O varejo passou a ganhar importncia na sociedade moderna quando, em 1912, uma

    empresa americana desse setor inovou, possibilitando que o cliente pagasse pela mercadoria e

    a levasse para casa. Com o passar dos anos, este setor subdividiu-se em vrios segmentos,

    dentre eles, o alimentcio. Este ltimo, alm de absorver uma quantidade considervel de mo

    de obra e proporcionar uma agregao de valor na economia dos pases, est intimamente

    ligado ao cotidiano do consumidor (FALEIROS, 2009; SENHORAS, 2003).

    No entanto, o perfil deste consumidor passou por alteraes nas ltimas dcadas,

    observa-se que os clientes tornaram-se muito mais independentes, informados e exigentes. A

    busca por esse "novo" cliente fez com que a disputa entre os varejistas se acirrasse, fazendo

    com que as empresas vitoriosas fossem aquelas que conseguissem atender s necessidades dos

    consumidores, o que implica em uma maior eficincia logstica via uso de TIs

    (NASCIMENTO, 2010; GIULIANI, 2003).

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    Diante desses fatos, o artigo tem como propsito identificar a importncia da logstica

    e da tecnologia da informao (TI) no varejo de alimentos, evidenciando como esta pode

    elevar o nvel de servio ao cliente, permitindo que haja um melhor relacionamento entre os

    varejistas e seus fornecedores e uma qualidade da entrega acima da oferecida pelos seus

    concorrentes.

    O mtodo utilizado teve por base a anlise da reviso bibliogrfica, em que foram

    coletados e utilizados artigos cientficos, dissertaes, peridicos, livros e artigos tcnicos. O

    artigo iniciado com uma explicao a respeito da transformao da logstica dentro do

    varejo, atravs de uma modernizao proporcionada pela Tecnologia da Informao. Alm

    disso, tambm foi apresentado um panorama do varejo global e como este foi e ainda pode ser

    influenciado pelas inovaes na logstica. No item seguinte, foi discutida a atuao da

    logstica no Brasil, colocando-se em evidncia a importncia que esta atividade tem no

    segmento, atravs de investimentos e opinies de varejistas brasileiros. E, por fim, a relao

    entre a TI e os avanos no varejo de alimentos brasileiros. Aps essas discusses, o artigo

    encerrado nas consideraes finais e so apresentadas as referncias bibliogrficas.

    2. Logstica e Varejo

    O varejo apresenta papel de destaque dentro da cadeia de distribuio, pois atravs

    deste setor que produtos provenientes dos mais diversos fornecedores so consolidados e

    dispostos, de forma que o consumidor possa adquiri-los. Este setor tem, portanto, o papel de

    distribuidor de bens, agregando valor e concedendo uma disponibilidade a itens, os quais

    dificilmente poderiam ser entregues de maneira correta e na hora certa pelos seus respectivos

    fabricantes (SOUSA, 2010).

    Se a funo principal desse setor a distribuio, o desejo da maioria dos varejistas

    oferecer produtos de qualidade em quantidades grandes e variadas, e a um baixo custo. O

    objetivo conseguir atender s novas expectativas e gostos dos consumidores, que se

    mostram mais exigentes com o passar dos anos. Portanto, todas as funes relativas ao de

    distribuir passam a tomar maior importncia, o que, por sua vez, implica em uma maior

    importncia da logstica dentro deste segmento abordado.

    Dessa forma, a logstica apresentada como um dos principais fatores responsveis

    por prover vantagens competitivas a uma determinada organizao. Quanto maior for o grau

    de sofisticao do sistema logstico, a tendncia de que operaes como armazenagem,

    transporte e comunicao tornem-se mais simples, e, consequentemente, mais geis e menos

    dispendiosas (em recursos materiais e humanos) para a empresa (KEEDI, 2011; BALLOU,

    2008; CHISTROPHER, 2008).

    Um bom servio logstico proporciona uma reduo no tempo que o produto leva para

    transitar entre produtor, distribuidor e consumidor final. Sendo assim, a organizao pode ao

    mesmo tempo reduzir o estoque e aumentar o seu giro. Alm disso, a capacitao de rpido

    atendimento s necessidades do cliente oferecida pela logstica acarreta um surgimento de um

    tipo de "varejo on demand".

    A tentativa de alcanar tais ambies citadas proporcionou que o varejo pudesse se

    tornar um dos setores mais dinmicos da economia, fazendo com que a troca de informaes e

    conhecimento ganhasse maior espao. Esse contexto fez com que a inovao passasse a ser

    um grande diferencial competitivo dentro das organizaes. No entanto, essas inovaes

    implicam em mudanas, as quais ocorreram de maneira impactante nas atividades logsticas.

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    Sendo assim, a logstica entrou na era da internet e passou a ser orientada pela tecnologia da

    informao (TI), fazendo com que palavras como velocidade, flexibilidade, conectividade e interatividade ganhassem maior importncia (LIMA et al., 2010; SCHEIBER JR. et al., 2009; TIDD, BESSANT e PAVITT, 2008; LAUDON e LAUDON,

    2004; CORREA e CAON, 2002).

    O uso intensivo de novas TIs permitiu uma mudana na logstica das empresas desse

    ramo. Sendo assim, uma troca maior e melhor de informaes permitiu que as atividades

    logsticas fossem integradas gesto da cadeia de suprimentos (tanto a montante, com os

    fornecedores, quanto a jusante, com os clientes) das empresas. Dessa forma, a TI pode

    promover uma expanso do alcance da logstica, fazendo com que esta ltima englobe tanto

    os nveis operacionais, como os estratgicos (MAIA et al., 2011; MATTAR, 2011; SOUSA,

    2010; SENHORAS, 2003).

    No entanto, importante ressaltar que a busca por aprimoramentos logsticos,

    principalmente no que tange o setor de alimentos, onde os investimentos so mais recorrentes

    deve ocorrer com sua devida cautela. Na maioria das vezes, a implantao de novos sistemas

    logsticos implica em custos elevados. Dessa forma, as ineficincias desse novo conjunto de

    prticas logsticas podem implicar em duplas perdas para o varejista, pois essa realizaes

    recm implementadas certamente devero sofrer alteraes caso no funcionem da maneira

    esperada.

    O nvel de servio logstico e seu respectivo custo caminham na mesma linha, mas

    normalmente para lados contrrios. Os melhoramentos logsticos podem implicar em

    aumentos nos custos de maneira acelerada e, consequentemente, provocar uma reduo na

    receita da empresa, o que caracteriza um trade-off. Neste contexto, o trade-off mais comum

    aquele relacionado ao modal transporte, no qual a rapidez de entrega pode implicar em custos

    incompatveis com a margem de lucro esperada e planejada pelo varejista.

    Atravs dos indicadores citados acima, possvel concluir que o foco principal da

    logstica o servio ao cliente. Neste caso, um servio que exceda de maneira constante e

    consistente as expectativas do consumidor, provavelmente proporcionar sua fidelizao para

    com a empresa e, consequentemente, o aumento dos lucros. Porm, muitos varejistas no

    apresentam esta concepo. Estes veem as atividades logsticas apenas como um meio de

    maximizao de lucros. A acumulao de capital por parte do varejista deve ser considerada

    uma consequncia, e no um fim. (MAIA et al., 2011; CORREA, 2010; HESKETT e

    SASSER, 2010; EMMET, 2007; REICHHELD, 2003; BALLOU, 2001; BOWERSOX e

    CLOX, 2001).

    3. Varejo geral

    O varejo qualquer atividade que tenha como objetivo a disponibilizao de produtos

    ou servios para o consumidor final, agregando-se valor a este ltimo. importante ressaltar

    que nesse contexto, para que seja configurada uma operao de varejo, o produto ou servio

    adquirido (pelo consumidor final) deve apresentar estritamente fins pessoais e no comerciais

    (QUEVEDO, 2011; PARENTE, 2007; KOTLER, 2000; LEVY e WEITZ, 2000).

    O crescimento varejista foi lento no incio, mas aps a Segunda Guerra Mundial o

    formato comeou a ganhar fora nos Estados Unidos, e em seguida no mundo todo. Apesar da

    importncia dos demais setores desse segmento, o alimentcio aquele que merece maior

    destaque, pois, alm de gerar uma quantidade considervel de empregos (seja de forma direta

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    ou indireta), est ligado ao cotidiano do consumidor. Dessa forma, o varejo de alimentos

    (composto por hipermercados, supermercados, lojas de convenincia, lojas de especialidades,

    entre outros) no s importante para a economia, como tambm para a estratgia de

    distribuio (PARENTE, 2007; NEVES, LOPES e CNSOLI, 2003; ELLICKSON, 2011).

    Em se tratando das empresas de varejo, estas podem apresentar lojas fsicas ou no.

    Alm disso, os estabelecimentos podem ser de autosservio ou tradicionais, respectivamente.

    Enquanto o primeiro caracterizado por produtos dispostos em gndolas, permitindo o

    manuseio do produto pelo consumidor, o segundo requer o atendimento de um vendedor

    (PARENTE, 2007; DAUD e RABELLO, 2007; OLIVEIRA e MACHADO, 2003).

    Nesse contexto, o sistema de autosservio, revolucionou no s o varejo, como

    tambm a indstria. Em certa medida, essa ltima assumiu para si a responsabilidade, antes

    nas mos do vendedor, de convencer o cliente a consumir. Para tanto, essas organizaes

    industriais desenvolveram estratgias de marketing, que incluram a construo e a

    solidificao de suas respectivas marcas.

    Parente (2007) classificou o varejo supermercadista em diversos grupos, dentre os

    quais se destacam quatro: supermercados compactos, supermercados convencionais,

    superlojas e hipermercados. A Tabela 1 resume as caractersticas dessas lojas, que sero

    abordadas mais adiante em seu devido contexto.

    TABELA 1 - Classificao dos varejos de alimentos

    Lojas Classificao

    Supermercados compactos Lojas compactas com uma linha compacta de

    produtos, porm completa. So caracterizadas pelo

    sistema de autosservio e tm entre 2 a 6 check outs

    (caixas registradores nas sadas). rea mdia entre

    300-700 m.

    Supermercados convencionais Lojas de porte mdio com carter essencialmente de

    loja de alimentos. Tm linha completa e boa variedade de produtos. Possuem entre 7 a 20 check outs. rea

    mdia entre 700-2.500 m.

    Superlojas Comercializam, alm de alimentos, outros produtos

    no alimentcios. Tm uma rea de venda de entre

    3.000 e 5.000 m e os check outs variam entre 25 e 36.

    Hipermercados Com uma rea entre 7.000 e 16.000 m, comercializam

    mais de 45.000 itens entre alimentcios e no

    alimentcios e possuem grande nmero de check outs,

    55 a 90

    Fonte: Parente (2007).

    Apesar da importncia econmica, o setor apresenta algumas nuances que merecem

    destaque. Conforme apresentado por Quevedo (2011), as vinte e cinco principais empresas de

    varejo no mundo (dentre elas Wal-Mart, Carrefour, Metro e Tesco, por exemplo) detm suas

    respectivas sedes em pases considerados desenvolvidos. S no ano de 2010, estas totalizaram

    um trilho, oitocentos e sessenta bilhes de dlares em vendas.

    O curioso que pases como China, Brasil e ndia, trs das dez maiores economias

    mundiais, no esto entre os pases sedes de nenhuma das principais empresas. Isso ocorre

    devido falta de disponibilidade de capital para investimento por parte desses pases

    considerados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Sendo assim, muitos deles acabam

    fornecendo benefcios entrada de empresas estrangeiras em seu territrio, objetivando

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    melhores resultados econmicos. No entanto, esta prtica inibe o crescimento e a

    consolidao de empresas nacionais, pois estas apresentam chances baixas de concorrncia

    com aquelas de origem estrangeira. Este contraste torna-se ainda maior no Brasil, devido a

    fatores como a alta cotao do real e a elevada taxa de juros.

    Isso pode ser comprovado a partir da anlise realizada pelo Institute of Grocery

    Distribution (2011) que traz o ranking dos dez pases com maiores vendas no varejo de

    alimentos em 2010. Embora pases como China, ndia e Brasil no sediem as maiores

    empresas do setor, estes esto entre as maiores vendas do setor alimentcio, o que leva

    concluso que grande parte dos lucros obtidos nesses pases no ficou em suas economias.

    No entanto, este processo de concentrao no varejo de alimentos ocorreu de forma

    gradual, como, por exemplo, no mercado europeu. No final da dcada de 1990, os dez

    primeiros grupos varejistas europeus detinham 34% das vendas totais na Europa. J em 2005,

    a participao de mercado das cinco maiores empresas do varejo de alimentos representava

    mais de 50% em alguns pases membros da Unio Europeia. Embora o varejo europeu ainda

    seja numericamente dominado por pequenas organizaes, em todos os setores, as vendas

    dessas empresas esto caindo, assim como sua posio competitiva frente s maiores

    empresas, que dispem de tecnologias sofisticadas e uma diversidade maior de produtos

    (SOUZA e SCUR, 2011; STICHELE e YOUNG, 2009; DAWSON, 2006).

    Esse domnio por parte das principais redes varejistas em diferentes pases tornou-se

    to grande que algumas esto colocando em prtica o audacioso plano de vender produtos

    com sua marca prpria. O que antes era restrito aos pequenos mercados e empresas,

    transformou-se numa tentativa de aumentar ainda mais os lucros por parte das grandes redes,

    como Carrefour e Wal-Mart, por exemplo. Segundo Quevedo (2011), a Europa a regio

    onde as marcas prprias tem maior desenvolvimento e mantm a sua participao consolidada

    no varejo. Segundo o 16 estudo anual de Marcas Prprias, realizado pela Nielsen (2010), a

    Sua detentora da maior participao em valor relativo, pois 46% do faturamento de seus

    supermercados so em funo das vendas de produtos de marcas prprias. Nas demais

    colocaes de destaque esto pases como Reino Unido (44%), Alemanha (32%), Espanha

    (29%), Blgica (28%) e ustria (27%).

    Em se tratando do continente norte-americano, os nmeros do Canad e dos Estados

    Unidos tambm obtiveram certa expressividade, 26% e 17% respectivamente. Na Amrica

    Latina os pases pesquisados foram Argentina, Chile, Colmbia, Mxico e Brasil. Em 2010,

    com exceo do Chile e da Argentina, os demais pases tiveram um aumento na participao

    das marcas prprias em valor. O Brasil obteve a marca de 4,8%, permanecendo atrs da

    Colmbia (12,1%), maior participao na Amrica Latina, Argentina (7,9%), Chile (7,4%) e

    Mxico (6,9%).

    No Brasil, quanto concentrao, o setor supermercadista moderadamente

    concentrado. No entanto, devido extenso territorial do pas, as grandes empresas esto

    distribudas ao redor dos grandes centros urbanos. Nas demais regies do pas o mercado

    pulverizado. Este fato, associado a outras particularidades do mercado brasileiro, pode

    contribuir para a grande diferena entre a participao das marcas prprias no faturamento das

    redes brasileiras e europeias (QUEVEDO, 2011). O crescimento dessas marcas foi

    impulsionado devido ao perodo de crise econmica enfrentada desde 2008. Segundo a

    Private Label Manufacturers Association (2011), as recesses foram, muitas vezes, os

    consumidores a testarem novos hbitos de compra de produtos mais baratos. Para os

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    consumidores, bons resultados com as marcas prprias em perodos difceis geram lealdade

    aos produtos e s redes que os comercializam. A veracidade desses fatos pode ser comprovada

    atravs dos resultados da pesquisa global realizada pela Nielsen (2010), com vinte e sete mil

    participantes em cinquenta e trs pases. Segundo a pesquisa, mais de 50% dos participantes

    afirmam ter comprado marcas prprias durante a crise econmica e que 91% deles

    continuaro comprando mesmo com a recuperao da economia.

    Em suma, provavelmente as principais empresas varejistas continuaro detendo a

    maior parte do mercado global. Este fato recorre da capacidade que essas organizaes

    adquiriram ao longo dos anos de acompanhar as tendncias do mercado em que esto.

    Portanto, ocorrncias como a adoo de novas tecnologias, a criao de marcas prprias ou a

    recente propenso de substituio dos hipermercados por supermercados de vizinhana

    podem ser consideradas uma disposio natural que o varejo tomou e que os principais

    varejistas conseguiram seguir de maneira eficaz e eficiente.

    4. Logstica e varejo no Brasil

    De maneira simples, foi possvel observar que a logstica engloba no s a execuo e

    gerenciamento do fluxo de produtos e materiais, mas tambm o de informaes. No entanto,

    este ltimo s passou a receber alguma importncia no Brasil depois da estabilizao

    econmica de 1994. Com o aumento da demanda, os varejistas precisavam maximizar suas

    capacidades logsticas, o que s foi possvel com a adoo de TIs, que se mostraram

    indispensveis no que tange ao setor supermercadista (BRANSKI, 2008; LAUDON e

    LAUDON, 2004; FERREIRA 2000).

    De acordo com a Abras (2012), o faturamento total das empresas do setor alimentcio

    foi de, aproximadamente, R$183 bilhes no ano de 2011. No entanto, a maior parte deste

    montante concentrou-se nas empresas lderes do mercado. Em se considerando as cinco

    primeiras colocadas do ranking, estas somaram juntas, aproximadamente, R$114 bilhes de

    reais (62% do total). Em relao s dez primeiras, o total foi de pouco mais de R$125 bilhes

    de reais (68% do total).

    Apesar do faturamento crescente das redes varejistas, vem ocorrendo um contraste em

    relao ao faturamento obtido pela maioria de seus respectivos hipermercados. Em relao ao

    ano de 2010, a Abras (2010) j mostrava, em seus estudos, que o setor alimentcio continuava

    em evoluo em todos os formatos de loja, com exceo daqueles com mais de cinquenta

    check-outs, que mostraram reduo nos lucros. A Tabela 2 coloca em foco o declnio por

    parte dos hipermercados brasileiros.

    TABELA 2 - O autosservio alimentar Brasileiro

    2005 2006 2007 2008 2009

    Nmero de lojas 73.051 73.695 74.602 75.725 78.111

    rea de vendas (milhes de m)

    18,7 18,9 18,8 19,2 2,2

    Nmero de check-

    outs

    173.404 175.621 180.926 185.889 191.512

    Fonte: Abras (2010).

    No perodo de 2005 a 2009, enquanto o nmero de lojas cresceu, aproximadamente,

    7% e nmero de check-outs cresceu 10,4%, a rea de vendas cresceu apenas 2,6%. Dessa

    forma, a Tabela 2 permite concluir que a perda de fora por parte dos hipermercados j vem

  • 7

    ocorrendo h alguns anos, de forma que estes no esto acompanhando o crescimento dos

    outros formatos de loja apresentados por Parente (2007).

    Essa tendncia de declnio dos hipermercados, em grande parte, est relacionada

    reduo da disponibilidade de tempo, ao longo dos anos, por parte do consumidor, que gasta

    uma quantidade relativamente grande deste fator dentro de um hipermercado. Dessa forma, a

    variedade de produtos, juntamente, com a quantidade e qualidade dos servios oferecidos

    devem ser combinados com o fator temporal, o que algo bastante difcil. Sendo assim,

    muitos dos hipermercados esto reduzindo seu tamanho, e, consequentemente, a variedade de

    mercadorias. Com uma variedade menor, as gndolas podem ser reposicionadas, de forma que

    o cliente possa ver quase tudo de qualquer lugar da loja. Alm disso, com a reduo do mix,

    os estoques necessrios so menores, proporcionando um aumento no giro de produtos. De

    acordo com Prado (2011), as expectativas para os prximos anos so de que o setor

    alimentcio continue crescendo no que tange no s os lucros, mas tambm a quantidade de

    lojas. No entanto, o autor espera que estas ltimas sejam cada vez menores.

    5. TI no varejo de alimentos no Brasil

    A utilizao da Tecnologia da Informao (TI) tem se tornado indispensvel para o

    setor varejista, principalmente em relao ao ramo alimentcio. Os principais fatores

    responsveis por esta mudana vigente so: a necessidade de melhoria do desempenho

    operacional; a integrao logstica; as mudanas no perfil do consumidor; as crescentes

    exigncias legais, fiscais, tributrias; e o ambiente de grande competitividade do setor. No

    entanto, apesar de a TI proporcionar melhorias e inovaes logsticas, permitindo que um

    maior valor seja agregado ao cliente, muitos varejistas a veem sob uma viso de controle.

    Neste caso, a TI considerada apenas uma despesa necessria, e no um investimento

    (ROMANO, 2011; CARVALHO, 2006; ALBERTIN e MOURA, 2003).

    De acordo com a FGV-EAESP (2012), em 2011, a mdia de investimento de empresas

    brasileiras em TI foi de 7% da sua receita, enquanto isso, o varejo investiu apenas 2,9%. Alm

    disso, conforme uma pesquisa indita realizada pela ABRAS (2011), na qual foram abordadas

    cento e dezessete organizaes do ramo de supermercados em vinte estados brasileiros, 58%

    das empresas abordadas consideraram a rea de TI apenas como um suporte. Nessa mesma

    pesquisa, a maioria dos varejistas relatou que pouco se entusiasma com novas tecnologias,

    no pretendendo implant-las to cedo.

    A TI vista, por grande parte dos varejistas, como uma ferramenta necessria, os

    demais a veem sob uma viso estratgica, na qual se considera a TI um diferencial

    competitivo da organizao e como uma base para os processos transacionais e de deciso.

    Sendo assim, o segmento supermercadista brasileiro dividido em duas variantes de

    empresas:

    - Conservadoras: no acreditam nos reais potenciais da TI como diferencial nos processos

    logsticos. Muitas destas dispem de um sistema logstico antigo e defasado.

    - Inovadoras: so aquelas que buscam melhorias atravs de uma frequncia contnua. Estas

    tentam incorporar a maioria das tendncias e novidades tecnolgicas, fazendo com que

    detenham os mais sofisticados sistemas logsticos.

    O nvel de sofisticao desses sistemas faz com que essas empresas possam oferecer

    uma maior variedade de itens e a um custo mais baixo do que grande parte de seus

    concorrentes. Isso torna o volume de vendas muito maior e, consequentemente, o faturamento

  • 8

    tambm. A comprovao de tal fato vem de um quadro comparativo divulgado pela Abras

    (2012) a respeito do faturamento bruto por empresa no ano de 2011. Nas primeiras colocaes

    no esto somente as maiores empresas, mas tambm aquelas que mais investem em

    tecnologias e, consequentemente, dispem de melhores servios logsticos.

    Sendo assim, a TI deixa de ter apenas papel ferramental no nvel operacional da

    organizao supermercadista, passando a contribuir efetivamente para a tomada das decises

    gerenciais e estratgicas da empresa (CARVALHO, 2006). Alm disso, para Romano (2011),

    a TI permite ao varejo melhorar sua competitividade e customizar seus produtos e servios,

    com vistas agregao de valor aos clientes. Embora haja vantagens na implantao da TI

    dentro de uma empresa, essa iniciativa pode enfrentar obstculos dentro da organizao.

    Dentre alguns dos principais aspectos responsveis por esses entraves, esto: cultura,

    conhecimento, custos e mo de obra. Alm disso, preciso se adotar um modelo para sua

    implantao, seja ele de inovao ou de TI, coordenar alianas estratgicas, rede de

    cooperao internacional (tendo em vista que as redes varejistas esto internacionalizadas),

    mapear as potenciais redes de informao e escolher os parceiros segundo os critrios da

    equipe de implantao de TI (RUBIO FILHO, MACHADO e SAKAGUCHI, 2011).

    Apesar dos entraves, as empresas buscam superar suas limitaes e de recursos e

    investem em algumas TIs. Dentre elas, para uso no varejo, tem-se: Enterprise Resource

    Planning ERP; Customer Relationship Management CRM; Knowledge Management Systems KMS; Electronic Data Interchange EDI; Distribution Requirements Planning DPR; Transportation Mangement Systems TMS; Warehouse Management Systems WMS; Geografic Information Systems GIS; Geo-positioning Systems GPS; Coletor de dados CD; Business Intelligence BI; Transferncia Eletrnica de Fundos TEF; Radio Frequency Identification RFID. O uso dessas TIs pelo varejo est resumido na Tabela 3:

    TABELA 3 Possveis uso de tecnologias e sistemas nos processos do varejo.

    Processo Detalhamento

    Compra Os pedidos podem ser realizados com o apoio do EDI e os pagamentos podem ser

    efetuados atravs do TEF.

    Recebimento Ao receber uma mercadoria, esta deve ser identificada atravs dos CDs. Alm disso,

    podem ser enviados dados ao fornecedor (EDI) que relataro se o pedido foi entregue

    conforme combinado e os possveis itens danificados.

    Venda Cada item deve ser identificado (CDs) no momento da venda, para que a empresa

    possa ter um controle de suas atividades. Alm disso, devem ser fornecidos dados aos clientes (EDI), que podem efetuar o pagamento atravs do TEF. Tanto o EDI, como o

    TEF, ganham uma maior projeo quando se trata de vendas online.

    Troca/Devoluo Os produtos que retornaram e os que saram da organizao devem ser identificados

    atravs dos CDs. A utilizao do CRM tambm importante para um gerenciamento

    da relao com o cliente nesse contexto.

    Transferncias A administrao e a otimizao dos recursos na atividade de transporte so auxiliadas

    pelo TMS. Alm disso, os itens transportados devem ser identificados pelos CDs e o

    posicionamento em tempo real dos veculos pode ser obtido atravs da utilizao de

    sistemas GPS.

    Estoque/Inventrio Nesses processos, todos os produtos devem ser identificados (atravs de CDs). Uma

    melhor gesto de estoques pode ser obtida atravs da utilizao do WMS. Com relao aos estoques, o VMI e EDI podem ser combinados com o objetivo de

    obteno de uma reposio mais eficiente.

    Preveno de Perdas Um histrico sobre cada item (pode ser obtido mais facilmente atravs da utilizao

    da RFID), desde o fornecedor at a loja, pode ajudar a obter informaes, que levem

    concluso se as perdas so ocasionadas por erros do varejista, do fornecedor ou

    empresas terceirizadas que podem realizar determinadas atividade, como transporte,

  • 9

    por exemplo.

    Marketing/Visual

    Merchandising/ SAC

    O uso correto do CRM pode impactar de maneira positiva nesses aspectos, e

    consequentemente, nos lucros da organizao.

    Gesto Financeira,

    Administrativa e de

    RH

    Esses aspectos abrangem desde a localizao da empresa ou de novas filiais, at o

    gerenciamento das relaes com fornecedores e clientes. A utilizao de alguns

    sistemas e tecnologias (como ERP, KMS, DPR, GIS, ECR, CPFR, BI) pode oferecer

    suporte s decises a serem tomadas.

    Fonte: Elaborado pelos autores.

    Com base nas pesquisas e nas anlises apresentadas anteriormente, conclui-se que a

    maioria dos varejistas brasileiros tem uma viso de controle, pois enxergam a TI apenas como

    uma despesa necessria. Enquanto isso, as empresas lderes do mercado apresentam uma

    viso estratgica. Alguns fatores como esses fazem com que seja muito difcil que o

    oligoplio do varejo alimentcio tenha mudanas, pois os varejistas brasileiros almejam lucros

    sem realizar investimentos. Estas aplicaes de capitais so realizadas em momentos que se

    tem oportunidades como o atual, em que o Brasil apesar do desempenho do PIB em 2012 ser aqum do esperado tem seu mercado observado por investidores que podem tornar o mercado mais dinmico.

    6. Consideraes Finais

    O segmento alimentcio do ramo varejista vem passando por uma espcie de seleo

    natural, na qual apenas as empresas aptas tendem a sobreviver. Dessa forma, os varejistas

    devem adaptar-se s novas tendncias de mercado e exigncias dos consumidores. Neste

    contexto, a falta de capacidade de adaptao por parte de uma organizao poderia levar ao

    trmino de suas atividades ou, ento, sua venda para um terceiro.

    Sendo assim, os varejistas esto consolidando a abertura de novos supermercados em

    diferentes bairros dos maiores aglomerados populacionais, passando a competir com as

    empresas de pequeno e mdio porte. Se antes o consumidor quem deveria ir at a loja, agora

    os varejistas perceberam a necessidade de fazer exatamente o oposto: levar a loja at o

    consumidor. Assim, as grandes organizaes passam a competir, com aquelas de pequeno e

    mdio porte. De uma maneira previsvel, muitas dessas ltimas empresas citadas esto

    apresentando um declnio significativo em suas receitas, pois no apresentam chances de fazer

    frente s principais foras do varejo de alimentos brasileiro. No entanto, embora em queda, as

    organizaes de pequeno varejo ainda respondem por 50% das operaes varejistas nacionais,

    o que pode indicar um caminho novo para o varejo no pas.

    Nesse ambiente, a logstica age como fator determinante para tal seleo na qual os

    varejistas que detm os melhores sistemas logsticos continuaro mantendo-se e expandindo

    seu controle no mercado. Em se tratando de um fator indireto, este representado pelo uso da

    TI, que pode implicar em avanos notrios dentro dos processos logsticos, por meio de uma

    melhor integrao intra e interorganizaes, rapidez nos processos e consequente aumento de

    flexibilidade e produtividade operacional, aumento da confiabilidade da informao e

    acurcia nos dados da empresa e de seus pedidos.

    Alm disso, da mesma forma que a TI auxilia nessa integrao, a logstica planejada

    importante, tambm e principalmente para a melhoria nas entregas no pequeno varejo, que

    ocorrem muitas vezes por meio dos atacadistas. Esses cumprem a funo de intermedirios no

    canal de distribuio entre fornecedores e pequeno varejo. Apesar disso, deve-se considerar,

    tambm, a entrega dos fornecedores direta aos pequenos varejistas. Assim, essas empresas

  • 10

    poderiam ter um canal de distribuio mltiplo, que contemplasse as duas formas, que no

    foram discutidas aqui, por no serem foco do trabalho.

    Uma possvel soluo para o caso poderia ser a fuso das organizaes de menor porte

    em uma rede de empresas que, trabalhando juntas, conseguiriam reagir frente s grandes

    concorrentes. Certamente, existiro outras solues como esta proposta, as quais poderiam ser

    estudadas com maior profundidade em trabalhos futuros. Dessa forma, as informaes e

    discusses expostas neste artigo poderiam servir como parmetro para a tomada de decises

    por parte do parte dos pequenos varejistas. As TIs apesar de representarem um custo alto

    podem ser implantadas em suas formas mais simples, apoiadas em uma gesto de dados e

    informao da empresa, dos seus setores para que tenham os resultados esperados, sem

    desperdcios de recursos.

    O artigo teve como limitao a existncia de estudos de caso de empresas grandes que

    utilizem novas TIs em suas operaes nos estados em que se encontram os autores e, por isso,

    limitou-se a uma discusso terica. Esse trabalho pode ser mais aprofundado na discusso de

    uso de novas TIs pelo varejo de alimentos, com pesquisa de campo, demonstrando os

    resultados de sua implantao em pequenas e mdias empresas. Alm disso, o estudo dos

    canais de distribuio nesses varejistas e o uso da logstica para melhorar o desempenho das

    atividades de recebimento e entregas pode ser, tambm, um apoio na melhoria das operaes

    logsticas dessas empresas.

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