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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS.Secretária Municipal de Saúde.Prefeitura Municipal Morro da Fumaça – SC.
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL:POSSIBILIDADES E DESAFIOS.POSSIBILIDADES E DESAFIOS.
Agosto de 2008.
Enfermeiro Jacks Soratto e equipe.(COREN-SC143061).
Este trabalho e fruto de um estudo de pesquisa-acao que procurou
demonstrar as possibilidade e os desafios de uma Estratégia de
Saúde da Família (ESF) em construir um cuidado humanizado na
atenção pré-natal. Tal experiência demonstrou que é possível
perceber algumas alternativas que, apesar de não ser a total
efetivação para este cuidado na atenção pré-natal, pode servir
como passo inicial para a mudança da assistência vigente no local
de trabalho, consequentemente, tornar o desenvolvimento
gestacional mais tranqüilo, prazeroso, fisiológico e humanizado.
INTRODUÇÃO
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS. Morro da Fumaça – SC.
Desenvolvimento gestacional:mais tranqüilo,
mais prazeroso,mais fisiológico,
mais humanizado.mais humanizado.
Um dos grandes desafios do cuidado à mulher grávida na
Estratégia de Saúde da Família, é a melhora na qualidade da
atenção pré-natal. Melhorar a qualidade da assistência repercute
numa reorientação do modelo assistencial, que no caso desta ESF
se restringia simplesmente a inserção da “mulher gestante” em um
emaranhado burocrático, a fim de abastecer as diretrizes dosemaranhado burocrático, a fim de abastecer as diretrizes dos
programas existentes e, cumprir as metas que o sistema exige.
Diante disso, há a necessidade de invertemos o foco, ou seja,
sairmos da pratica predominante “papel centrado” e contemplarmos
mulher e seu contexto nesta etapa de sua vida como centro da
assistência. Assim, este estudo visa responder a seguinte pergunta
de pesquisa.
JUSTIFICATIVA
Qualidade da
atenção pré-natal
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
Emaranhado burocrático.
Inversão do foco.
Como humanizar a assistência pré-natal em
uma Estratégia Saúde da Família?
Construir uma atenção pré-natal humanizada em uma Estratégia de
Saúde da Família de um município de pequeno porte da região sul de
Santa Catarina.
OBJETIVO GERAL
OBJETIVO ESPECÍFICOS
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
• Estabelecer mecanismos gerenciais que oportunize a acessibilidade aos
serviços de saúde, com qualidade técnica e de acompanhamento a gestante;
• Implantar uma metodologia assistencial que dê conta de saber ouvir e tocar a
mulher grávida, oportunizando tempo suficiente para o cuidado;
• Criar mecanismos de encontros com as mulheres grávidas para a troca de
experiências, baseando-se tais encontros numa relação simétrica e dialógica.
METODOLOGIA
“São aqueles que intervêm narealidade para transformá-la, apartir dos conhecimentos adquiridosou produzidos”. Tobar e Yalour(2001, p.48).
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
Tipo de estudoTipo de estudo
Pesquisa-ação Pesquisa-ação
Abordagem metodológica Abordagem metodológica “[...] Trabalha com o universo deAbordagem metodológica Abordagem metodológica
Qualitativa Qualitativa
Coleta de dadosColeta de dados
Observação e estudo documental.
Observação e estudo documental.
“[...] Reside no fato de podermoscaptar uma variedade de situaçõesou fenômenos que não são obtidospor meio de perguntas [...]”. Minayo(1996, p.59).
“[...] Trabalha com o universo designificados, motivos, aspirações,crenças, valores e atitudes,correspondem a um espaço maisprofundo das relações [...]”. Minayo(1994, p.34-35).
METODOLOGIA (cont.)
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
Trajetória do estudo Trajetória do estudo
Local do estudoLocal do estudo
Y Gerenciamento;Y Organização;Y Assistência interdisciplinar;Y Rodas de diálogo;
UBS com a ESF implantada em um bairro periférico do
Sujeitos do estudoSujeitos do estudo
Procedimentos éticos Procedimentos éticos
município de Morro da Fumaça – SC.
Vinte sete (27) mulheres que confirmaram sua gestaçãoou iriam confirmar, no período de março a dezembro de2006 e que optaram pelo acompanhamento pré-natal nolocal do estudo.
Respeitou a resolução 196/96 do CNS.
• Os resultados só foram alcançados depois dapercepção de todos os atores envolvidos emmelhorar a qualidade da atenção pré-natal.Estes foram construídos coletivamente naobservação da prática diária e nas reuniões deequipe. Foram aspectos simples que deramequipe. Foram aspectos simples que deramuma nova cara para assistência. Assim como adescoberta da roda gerou outras descobertas,este estudo favoreceu outro olhar e resultadosque serão listados a partir de agora:
RESULTADOS
Y Tempo;
Y Escuta;
Y Tempo;
Y Escuta;Y Escuta;
Y Qualificação técnica.
Y Escuta;
Y Qualificação técnica.
• Consistiu da organização prévia (antes das futuras gestantes chegarem à
unidade de saúde), dos procedimentos burocráticos e administrativos que o
sistema exige. Nas reuniões da ESF foi-se discutindo e considerado como
problema o pouco tempo de contato com a gestante. Isso, fruto da prática
procedimento - centrado que exigia muito tempo na elaboração e
organização dos trâmites burocráticos, deixando de lado a assistência à
mulher, em si. Como alternativa para reverter esta situação organizou-se o
que chamamos de apostila das gestantes na qual contém: o cartão de pré-
natal com respectivo número do SIS-prénatal, ficha cadastral no SIS-natal com respectivo número do SIS-prénatal, ficha cadastral no SIS-
prénatal, ficha cadastral de Vigilância Alimentar e Nutricional e o prontuário
da gestante que posteriormente será abordado. Parece algo muito simples,
mas a prática demonstrou que antes se perdia muito tempo para o ajuste e
a produção destes documentos. Organizando-os previamente oportunizou
dedicar mais tempo de contato com a mulher, tempo esse uma premissa
fundamental para o acolhimento. Estes minutos que se ganhou com esta
estruturação antes da gestante chegar à ESF, possibilitou gastá-lo no
primeiro contato com a mulher e acolhê-la.
RESULTADOS (cont.)
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
Gerenciamento do cuidado: Gerenciamento do cuidado:
Organização administrativa Apostila da gestante:
Nós críticos • SISPRENATAL;• VAN;• Cartão pré-natal;• Prontuário;• Folders informativo.
• Na realidade estudada o que se encontrava eram apenas anotações
telegráficas, ou seja: pré-natal normal, exame normal, hemograma alterado
etc., e não a história objetiva e subjetiva do encontro terapêutico. Além
disso gastava-se muito tempo para colher a história da mulher. Diante
desta situação, construiu-se coletivamente um prontuário voltado para
mulher neste ciclo de sua vida. Talvez muitos pensam: Criar um prontuário
da gestante é fragmentá-la. Não, a criação do prontuário serviu parada gestante é fragmentá-la. Não, a criação do prontuário serviu para
organizar as informações, deixá-las mais compreensíveis, servir também
com um norte para o profissional. Hoje, quando qualquer profissional olha o
prontuário consegue compreender de maneira clara e holística a história da
mulher. (MOSTRAR PRONTUARIO).
RESULTADOS (cont.)
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
Criação de um prontuário humanizado Criação de um prontuário humanizado
Pré-natal normal;
Exame normal;
Hemograma alterado; ANOTAÇÕESExame normal;
Dor;
Plasil;
ANOTAÇÕES
TELEGRÁFICAS.
ORGANIZAÇÃO + ENTENDIMENTO + VISÃO HOLÍSTICA =PRONTUÁRIO HUMANIZADO
• Antes, na realidade estudada cada profissional fazia a intervenção
técnica com a gestante e a "despachava“. Ou seja, o ACS avisava a
gestante quando seria consulta; a técnica de enfermagem retirava o
prontuário e verificava a pressão e peso; o enfermeiro preenchia as
papeladas que o sistema exigia; o médico colocava o sonar no
abdômen e pedia exames. Depois das reflexões sobre a
importância do trabalho interdisciplinar nas reuniões da equipe, o
processo de trabalho foi o centro da discussão, destacando-se
todas as relações que ocorrem no ato de cuidar. Assim, hoje na
UBS o enfermeiro faz consultas; o médico compartilha duvidas; o
técnico de enfermagem e ACSs participam das rodas de discussões
nos grupos e vice e versa, respeitando, é claro, as competências
legais de cada profissional.
RESULTADOS (cont.)
HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS (Cont.). Morro da Fumaça – SC.
Exercer a interdisciplinariedade é “tecer” umambiente interativo, onde os participantesestão “entrelaçados” pelos saberes que sãocapazes de produzir coletivamente.(FAZENDA,1998).
Cuidado interdisciplinarCuidado interdisciplinar
Agente Comunitária de Saúde
Zeladora Motorista
Médico
Enfermeiro
Técnica de
enfermagem
Psicóloga
Nutricionista
Zeladora Motorista
Odontólogo
Com base nas consultas e nas discussõescom as gestantes pode-se perceber queas dúvidas estavam na maioria das vezesrelacionadas, ou giravam em torno dequatro temas, ou seja: desenvolvimentoda gestação, medo do parto, aleitamentoda gestação, medo do parto, aleitamentomaterno, cuidados pós-parto (para amulher e o recém nascido). Assim criou-seum momento para dialogar a cerca destestemas.
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RESULTADOS (cont.)
Rodas de diálogo Rodas de diálogo “O resultado foi surpreendente, pois
as rodas de discussões foi um mecanismo de aproximação da
equipe, vínculo e co-responsabilização profissional. Foi
também uma possibilidade de efetivar alguns dos princípios da
Y Desenvolvimento da gestação;
Y Medo do parto;Y Aleitamento materno;Y Cuidados pós-parto.Foto 01 – Visita a um hospital referência da região. Criciúma/SC, 2006.
efetivar alguns dos princípios da interdisciplinariedade, pois todos os
profissionais de alguma forma se envolviam no processo de cuidar”.
A humanização foi a possibilidade da escuta aberta, sem
julgamentos nem preconceitos, o que permitia a mulher falar de
sua história com mais segurança. O acolhimento, a prioridade no
atendimento, o se preocupar foram características que
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CONSIDERAÇÕES
fundamentaram e fundamentam o serviço humanizado.
A humanização esboçada neste estudo não se trataapenas de um bom atendimento, ou de uma boa relaçãointerpessoal entre profissional e usuário (gestante), e sim,engloba um campo vasto com inúmeros outros fatores, quenecessitam ser reestruturados e modificados dentro das práticascotidianas dos serviços de saúde.
CONSIDERAÇÕES (cont.)
De todo esse processo, deve-se considerar há necessidade urgente de
se ter na rede de cuidados a saúde da população, espaço e tempo para que os
trabalhadores possam discutir no coletivo os problemas reais vivenciado no
cotidiano do trabalho na saúde.
Considera-se, ainda, como primordial, que se estabeleça como meta
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Considera-se, ainda, como primordial, que se estabeleça como meta
para a humanização do cuidado a população, estratégias concretas de
participação popular, além da gestão municipal propiciar as condições
necessárias (espaço físico, equipamentos e autonomia dos trabalhadores para do
modo de operar o seu trabalho), resgatando/possibilitando/favorecendo o
trabalho em equipe e inovador.
Pois, a organização do trabalho com toda a equipe, sem dúvida alguma
é o primeiro passo, para que esta experiência continue acontecendo nesta ESF e
em outras realidades.