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CianMagentaAmareloPreto IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N o 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS Porto Alegre, 16 a 31 de outubro de 2009 Ano XV - Edição N o 548 - R$ 1,50 Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 3 a 7 de fevereiro de 2010 Centro de Eventos da PUCRS - P. Alegre É o casal que apresenta uma imagem mais completa de Deus. Página 5 A paixão homem/ mulher P esquisadora sustenta que trair está nos genes de ho- mens e mulheres. Página 3 Adultério geneticamente programado? As lições das crises Voz do Pastor/Página 2 Jovem tem vez Encarte mostra como estão os preparativos para o Mutirão É direito de toda pessoa ma- nifestar sua objeção de consciência frente a tudo o que contraria as exigências da ordem moral Página 11 O Direito à objeção de Consciência A na Paula Claro, médica recém-formada, residente em Porto Alegre, é a entrevistada desta edição. Página 9 Maristas com novo Superior I rmão Emili Turú, espanhol da Catalunha, é o novo superior-geral dos Irmãos Ma- ristas. Entre outras atividades, os Maristas aqui no Rio Gran- de do Sul dirigem a PUCRS e o Colégio Rosário de Porto Alegre. A congregação está presente em 79 países. Espaço para Deus no mundo atual Que Deus o homem atual está buscando? Quais as possibilidades de Deus na humanidade materialista e pós-metafísica? Ainda há respostas únicas, claras, definidas, satisfatórias, suficientes para explicar Deus? Ou é impossível defini-Lo e Ele sempre permanece como um horizonte a ser conquistado? Páginas centrais Novamente, o Solidário circula com um suplemento encartado relatando os preparativos para o grande evento da Igreja Católica na área da comunicação a se realizar em fevereiro do próximo ano, em Porto Alegre, reunindo representantes de países da América Latina e Caribe.

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CianMagentaAmareloPreto

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO No 9912233178

ECT/DR/RSFUNDAÇÃO PRODEODE COMUNICAÇÃO

CORREIOS

Porto Alegre, 16 a 31 de outubro de 2009 Ano XV - Edição No 548 - R$ 1,50

Mutirão de ComunicaçãoAmérica Latina e Caribe

3 a 7 de fevereiro de 2010Centro de Eventos da

PUCRS - P. Alegre

É o casal que apresenta uma imagem mais completa

de Deus.

Página 5

A paixãohomem/mulher

Pesquisadora sustenta que trair está nos genes de ho-

mens e mulheres. Página 3

Adultériogeneticamenteprogramado?

As liçõesdas crisesVoz do Pastor/Página 2

Jovem tem vez

Livraria Padre Reus está oferecendo a edição doLivro da Família/2010. Adquira seu exemplar ou façaseu pedido no endereço abaixo, que teremos a maior

alegria em atendê-lo. Também o Familienkalendar/2010está disponível.

Encarte mostra como estão ospreparativos para o Mutirão

É direito de toda pessoa ma-nifestar sua objeção de

consciência frente a tudo o que contraria as exigências da ordem moral Página 11

O Direito àobjeção de

Consciência

Ana Paula Claro, médica r e c é m - f o r m a d a ,

residente em Porto Alegre, é a entrevistada desta edição.

Página 9

Maristas com novoSuperior

Irmão Emili Turú, espanhol da Catalunha, é o novo

superior-geral dos Irmãos Ma-ristas. Entre outras atividades, os Maristas aqui no Rio Gran-de do Sul dirigem a PUCRS e o Colégio Rosário de Porto Alegre. A congregação está presente em 79 países.

Espaço para Deus no mundo atual

Que Deus o homem atual está buscando? Quais as possibilidades de Deus na humanidade materialista e pós-metafísica? Ainda há respostas únicas, claras, definidas, satisfatórias, suficientes para explicar Deus? Ou é impossível defini-Lo e Ele sempre permanece como um horizonte a ser conquistado?

Páginas centrais

Novamente, o Solidário circula com um suplemento encartado relatando os preparativos para o grande evento da Igreja Católica na área da comunicação a se realizar em fevereiro do próximo ano, em Porto Alegre, reunindo representantes de países da América Latina e Caribe.

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EDITORIAL

16 a 31 de outubro de 2009 2

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS

Editora Adjunta Martha d’Azevedo

Fundação Pro Deo de Comunicação

Conselho DeliberativoPresidente: José Ernesto

Flesch ChavesVice-presidente: Agenor Casaril

CNPJ: 74871807/0001-36

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo

Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e

Ir. Erinida GhellerSecretário: Elói Luiz ClaroTesoureiro: Décio Abruzzi

Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

RedaçãoJorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS

Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RSRevisão

Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários)

AdministraçãoPaulo Oliveira da Rosa (voluntário), Elisabete

Lopes de Souza e Davi EliImpressão: Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282

Porto Alegre/RSFone: (51) 3221.5041 – E-mail:

[email protected]

Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade,

não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Voz doPASTOR

Dom Dadeus GringsArcebispo Metropolitano

de Porto Alegre

Missão, obra do Espírito

A RTIGOS

as liçõEs das crisEs

[email protected]

“Mas que Deus o homem desta época humana está buscando?”

Pe.Maurício da Silva JardimMissionário em Moçambique

Com pés e coração em Moçambique, escrevo na abertura deste mês missionário. Alguns de vocês já me conhecem, mas a todos e a todas gostaria

de partilhar um pouco de minha experiência missionária. Confesso que também desejaria ouvir vossas experiên-cias de missionariedade no mundo onde vivem A ver-dade é que todos(as) somos missionários(as) em nossa realidade. É nossa identidade cristã mais profunda.

Alguns dias atrás encontrei na internet (MSN) um jovem de Porto Alegre que atuava no grupo de jovens de sua comunidade. Ele partilhou: “Padre, sabia que me converti? Agora encontrei Jesus numa Igreja evan-gélica. Deixei de fazer coisas erradas que outrora fazia e tal...”. Penso que muitos de nós já ouvimos alguma história parecida. Cristãos católicos que após mudarem de Igreja, dizem ter encontrado Jesus. Nunca dei muita importância a estas histórias. Mas desta vez dei-me o direito de um questionamento missionário sobre o tipo de evangelização que realizamos: Qual a centralidade de nossa palavra e testemunho? Conseguimos com nossa formação apontar o caminho da fé autêntica e verdadeira na pessoa e no projeto de Jesus? Será que conseguimos expressar com opções e atitudes que amamos Deus com todo coração, com toda alma e com todo entendimento? (cfe.Mt22,37).

Falar de missão e de missionários exige primeiro uma profunda experiência de Deus para amar as pessoas com o coração de Deus. Voltemos a fonte da Palavra de Deus e nos textos evangélicos redescubramos em

Jesus a missão como obra do Espírito, dada pelo Pai. Um exemplo é o célebre discurso do pão da vida (Jo6). Jesus ao ensinar na sinagoga de Cafarnaum surpreende e escandaliza o povo com palavras complicadas de enten-der: “Que palavras duras. Quem pode entender isso?”, murmuravam entre si os judeus depois de ouvirem Jesus falar: “Eu sou o pão que desceu do céu. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crer em mim não terá mais sede. Mas já vo-lo disse; vós vistes-me e não cre-des...desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo6,35ss). Jesus na missão recebida do Pai mostra-se um Homem guiado pelo Espírito. Sua palavra tem força e autoridade dada pelo Pai.

Não desprezo a força transformada da palavra, mas sinto que corremos o risco de palavras bonitas e vazias. A escola da racionalidade que passamos, super-valoriza os belos e lógicos discursos. Nela aprendemos a articular bem as palavras. A humanidade cansou-se de tantas palavras e grita por atitudes e exemplos a serem seguidos. Documentos e textos que apelam para atitudes missionárias já conhecemos e estamos de acordo que este é o caminho do Espírito. O que ainda nos falta ?

Estou na diocese de Nampula que tem quarenta e duas paróquias, sendo que dezesseis não tem presença de padres. Continuemos nesta trilha missionária. Que a inquietação do Espírito nos acompanhe. Que cada um viva este espírito missionário no ambiente e no serviço que Deus nos colocou. Façamos a missão sem muito barulho e desejo de resultados ou sucessos. Não esque-çamos que o Reino dos céus é comparado ao grão de mostarda, a menor de todas as sementes.

Nos recentes textos da Voz do Pastor apontamos uma lista de 21 crises. Chegou a hora de

tirar as lições, na certeza da proposta de São Paulo, de que tudo colabora para o bem daqueles que amam a Deus. Também as crises, se forem de crescimento e estiverem abertas para uma nova época.

A primeira lição está na própria descoberta das crises. É sinal de que estamos na perspectiva de uma solução. Em outras palavras, quando se levanta uma questão ou se faz uma pergunta, já, de algum modo, temos implícita a resposta. Em segundo lugar, põe-se a questão da compreensão do que é crise. Tomemos como protótipo a crise econômica, que galvanizou a opinião pública nos últimos anos. Em que consiste?

Mantenhamo-nos num patamar de meia dúzia de perguntas, para desvendar sua relatividade:

1.Houve, por acaso, uma catástrofe ecológica que destruísse as plantações e, consequentemente, provocasse desabastecimento e fome?

2. Ou os comerciantes se recusaram a vender suas mercadorias, deixando, assim, a população em penúria?

3. As famílias e as pessoas estavam tão provisio-nadas de tudo que se recusassem ou não necessitassem comprar mais nada?

4. Faltou mão de obra para produzir mais? 5. Não existiu dinheiro para pagar eventuais gre-

vistas ou desempregados? A todas estas perguntas se responde com um contundente não. Na verdade, existe superabundância de tudo.

6. Será, então, crise de abundância?Não há dúvida de que a geração, nascida nas últimas

duas décadas do século XX, cresceu num clima de abundância, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Isto a fez esquecer os problemas reais. Mesmo possuindo muitas coisas, não percebem o essencial.

A imprensa escrita e falada fez verdadeiro terrorismo em torno da crise: teor de vida ameaçado, redução

do consumo, empobrecimento... Pior que a peste suína!

O que esta situação nos traz de ensinamentos? Em primeiro lugar, que é preciso refazer a vida com novas perspectivas: tentar alcançar objetivos claros e consis-tentes, não pensar somente em si, convencer-se de que o futuro depende do que sonhamos e do que tentamos conquistar... A crise nos mostra que o ser humano não é onipotente; que o mundo somente melhora se cada um agir responsavelmente; se tomar consciência de que ninguém se salva a sós. Nosso destino está intimamente ligado ao dos demais. E, por fim, a técnica não pode salvar nem dar sentido à vida.

A crise nos assegura de que a história ainda não está no fim. Há muita estrada a andar. Não somos simples espectadores e consumidores, mas construtores do mundo que há de vir. Bento XVI, na sua encíclica “A Caridade na Verdade”, aponta a crise como uma ocasião de por em discussão o atual modelo de de-senvolvimento. Exorta a mudar de estilo de vida. Não incute medo, mas forma para o senso da história. A criatividade e a responsabilidade são virtudes hoje necessárias para transformar o mundo. É preciso sair do virtual para o real, o que equivale a deixar o Orkut pela comunidade cristã.

Sinto falta da fé! Procuro Deus. Cresci em uma família católica, fui batizado, fiz comunhão e fui educado naquela doutrina. Sei que sou infinitamente pequeno

para compreender o que Deus é. Sei que Ele é incrivelmente maior que o ser humano, para que alguém tenha a audácia de propor uma explicação.. .Não o encontro mais como antes, nem na igreja, nem na religião...”.

O testemunho de um jovem, que tem a coragem de expor sua perplexidade e confusão interior diante do tema “Deus”, é significativo e paradigmático para um grande número de pessoas, jovens e adultos, nascidos e crescidos numa cultura cristã. A maioria nem sequer propõe o problema; muitos deixam que a vida os leve na sua fé folclórica, realizando alguns atos ou participando de alguns ritos da crença na qual foram batizados.

A pergunta não quer calar: que Deus é possível para a humanidade pós-metafísica? Ao longo de milênios, Deus foi o principal responsável pelos sucessos e fracassos da aventura humana sobre o planeta. A relação do homem com o sagrado é constante, na história. As manifestações e práticas religiosas que o cultuam, embora mantenham alguns traços comuns, tem sido muito diversas em cada época humana, em cada cultura.

Um fato doloroso, muitas vezes es-candaloso, e, certamente, incoerente, é a monopolização da divindade por parte de instituições eclesiais. Deus não tem dono, Jesus deixou claro que o poder temporal não lhe interessava e sempre fugia quando queriam proclamá-lo rei. Há igrejas, também, que transformaram a religião num belo negócio com ótimo retorno econômico. Com a Bíblia na mão, representantes dessas igrejas fazem da fé no Deus cristão um instrumento de lucro e de poder, também político. Uma teologia, chamada da prosperidade, é seu paradigma referencial.

Mas que Deus o homem desta época humana está bus-cando? Não há respostas unívocas, claras, definidas, satis-fatórias, suficientes. Deus foge de definições e conceitos. Ele permanece sempre como um horizonte a ser conquistado. Aqui reside a grande dificuldade das instituições eclesiais em geral: elas colocam a fé em Deus em vasos humanos chamados ver-dades de fé indiscutíveis, inabaláveis, dogmáticas, definitivas. O homem pós-metafísico rejeita verdades definitivas.

Em Aparecida, os bispos definiram que o cristão dever ter sempre uma atitude de discípulo para, então, ser missio-nário. Esta intuição dos bispos da América Latina de que todo o cristão deve ser sempre e dinamicamente discípulo missionário, talvez seja a grande contribuição para que se tenha uma igreja, aberta, em constante diálogo ecumênico e interreligioso, igreja onde a verdadeira fé pode florescer e frutificar nos corações de muitos.

As páginas centrais do Solidário abordam o tema da busca de Deus, uma utopia possível, tremendamente atual e de enorme transcendência no mundo de hoje.

DEUS... UMA UTOPIA POSSÍVEL?

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FAMÍLIA &SOCIEDADE 316 a 31 de outubro de 2009

Desejos são manifestações de nossa von-tade. Não são necessidades.

Necessidade ou desejo?

Uma das maiores fontes de sofri-mento é a confusão que muitas pessoas fazem entre necessidades

não atendidas e desejos não realizados. “Necessidades” referem-se a aspectos bási-

cos da condição humana - alimentar-se, vestir-se, ter um lugar para morar. Quando essas ne-cessidades não são atendidas, o ser humano vive numa condição sub-humana e deve lutar, com todas as suas forças, para que essas neces-sidades sejam atendidas.

A determinação das necessidades evolui com o passar dos séculos e com a civilização. Pode-se até considerar como necessidades do mundo moderno, ter acesso a telefone, à luz elétrica, à educação de qualidade, emprego, necessidades que simplesmente não existiam nas sociedades primitivas ou mesmo rurais dos séculos passados.

“Desejos” são manifestações de nossa von-tade. Não são necessidades. São desejos. As-sim, temos o desejo de um carro novo, de um televisor maior, de um celular que nos permita fotografar. Temos também o desejo de sermos promovidos, de termos uma sala maior no tra-balho, de conquistarmos maior fatia do mer-cado, de viajarmos para o exterior ou para uma bela praia. Isso tudo são “desejos” e não “neces-sidades”. Posso controlar meus desejos. Posso mudar meus desejos. Posso postergar meus de-sejos. Mas não posso postergar a minha fome, o meu frio, a minha doença. Assim, tenho o livre arbítrio em relação aos meus desejos, mas não o tenho em relação às minhas necessidades. Se confundirmos “desejos não realizados” com “necessi-dades não atendidas”, com certeza viveremos num grande sofrimento pois que, pensando que desejos são necessidades, pensaremos não con-seguir viver sem nossos desejos realizados. E seremos eternos infelizes, pois nossos desejos mudarão, aumentarão e nunca conseguiremos realizá-los todos. Sabendo essa importante diferença você poderá controlar seus desejos e adaptá-los à sua realidade e condição e será mais feliz. É claro que você deve sempre de-sejar mais e desejar coisas melhores para sua vida. Mas nunca deve confundir desejo com necessidade.

Ensinar às crianças essa importante dife-rença é fundamental para que cresçam como pessoas equilibradas e com a dimensão correta sobre as coisas pelas quais devam lutar. Pense nisso.

Deonira L. Viganó La RosaTerapeuta de casal e de família. Mestre em Psicologia

“O adultério é um imperativo gené-tico. Trair está nos genes de ho-mens e mulheres”, afirma a pes-

quisadora Helen Fisher (Vip Exame, junho 95) depois de citar inúmeras pesquisas desenvolvi-das em diferentes sociedades. Você concorda com ela? Não estarão fazendo essa confirmação aqueles que insistem em proclamar que os ho-mens são todos iguais e, cedo ou tarde, vão trair suas mulheres? Ou - e aqui está a novidade - que a mulher de hoje também trairá seu marido?

Segundo nosso ponto de vista, e a de um sem número de pensadores, a fidelidade no casa-mento é humanamente possível e não se põe a-penas como uma questão genética. Ela pode até não ser uma decorrência da natureza biológica, entretanto, já vão longe os tempos em que a fi-losofia tomava o acordo com a natureza como critério para definir o que era bom para a hu-manidade. O ser humano não é apenas biologia: onde ficam a cultura, a liberdade, o amor, os va-lores? A fidelidade entre as pessoas, e também a marital, é algo mais abrangente e depende de uma decisão, de uma escolha, de uma promessa que se insere permanentemente na história de dois seres humanos. Cabe ao homem e à mulher decidir se vão, ou não, praticar a monogamia, e essa escolha não pode ser unilateral, ela precisa ser tomada pelos dois parceiros, antes e durante o casamento.

Entre os humanos, é a cabeça que decide o

Homens e mulheres geneticamente programados

para o adultério? que os genitais vão fazer, e não o inverso. Os parceiros tomam a decisão de ser fiéis um ao outro e depois a põem em prática tomando uma série de outras decisões durante o caminho. Não como um jugo que lhes é imposto, privando-os da liberdade, mas como a suprema realização da liberdade responsável. A fidelidade fica difícil se você decidiu conceder-se exceções quando a atração por uma outra pessoa ou a raiva pelo cônjuge forem particularmente intensas.

A infidelidade, nesse sentido, é uma quebra de confiança, é a traição de um relacionamento. Pode-se dizer, também, que é o rompimento de um acordo. Ou, ainda, que é uma falta de res-peito ao outro. São estas diferentes perspectiv-as que permitem entender como a infidelidade pode estar presente dentro do próprio casa-mento, mesmo que nunca tenha acontecido uma relação sexual fora do casamento: por exemplo, uma mentira ou um segredo guardado com a ten-tativa de desorientar o parceiro significam uma traição, tornando-se assim uma infidelidade.

A confiança mútua é um fator central na in-timidade, toda quebra de confiança é uma que-bra de fidelidade. Percebe-se, então, que a fideli-dade/infidelidade abarca mais que a sexualidade genital: ela envolve a relação homem-mulher na sua globalidade. Grandes infidelidades podem decorrer de pequenas infidelidades. Se uma mul-her ou um homem podem ser os amantes extra-conjugais, também podem exercer este papel o trabalho, o carro, a bebida, o jogo, a novela, a internet, a mentira ou um segredo protegido a sete chaves.

*

Federico Belloli/sxc.hu

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O PINIÃO 4 16 a 31 de outubro de 2009

Origem da vida – O elO perdidO

Benedicto Ismael Camargo DutraGraduado pela Faculdade de Economia e

Administração da USP

Há cerca de 400 anos o planeta Terra era conside-rado o centro do universo e acreditava-se que o Sol girava em torno dele e não o contrário, como

sabemos na atualidade. Outro conceito que vigorou até o início do século XIX era de que o nosso planeta somava aproximadamente seis mil anos e que todas as espécies de vida, inclusive os seres humanos, eram imutáveis e teriam surgido prontos. Com base nesse pensamento, muitas questões ficaram sem resposta ou receberam explicações sem nenhuma comprovação científica, algumas chegan-do a ser hilárias de tão absurdas. Uma das justificativas estapafúrdias para o desaparecimento dos dinossauros e de outras espécies de animais, por exemplo, era a de que esses seres não puderam se salvar do dilúvio, porque não couberam na arca de Noé.

Somente a partir de 1859, com a teoria sobre a origem das espécies, elaborada e desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin, é que os estudiosos passaram a ter coragem para falar abertamente sobre o processo evolutivo dos seres vivos a partir de um ancestral em comum, e tam-bém sobre a multiplicação das espécies pelas mutações, e sobre a contínua trajetória evolutiva promovida pela seleção natural. Todavia, Darwin não considerou a natureza do homem em sua essência espiritual, o que constitui a grande lacuna de sua teoria.

Muitos outros estudos nesse sentido foram realizados desde então, mas apesar de todo o conhecimento acumulado, ainda hoje, em pleno século XXI, não contamos com uma explicação satisfatória sobre a origem da humanidade. Ainda persistem perguntas como: Quem somos nós? De onde viemos? Qual o sentido da existência? Para onde vamos?

As diferentes religiões procuraram fornecer as respos-tas para essas questões numa tentativa de religar o homem à sua essência cósmica. Documentos reverenciados como a Bíblia trouxeram esclarecimentos sobre a origem e o desenvolvimento progressivo do ser humano sob a abor-dagem espiritual, distanciando-se do plano grosseiro da matéria e, portanto, da teoria científica. De outra parte, os cientistas buscaram explicar a origem humana a partir dos meios materiais e, com isso, se enredaram em inco-erências e em pontos obscuros, sem conseguir encontrar a luz do saber.

O fato incontestável é que o planeta Terra foi estrutu-rado para que surgissem as necessárias condições para a vida humana, possibilitando a penetração e o desabrochar do germe espiritual na Terra. No entanto, desconhecemos o que, ao longo dos anos, teria levado o homem a fazer as escolhas que fez, que acabaram transformando o mundo em um lugar perigoso para se viver. E a cada ano que passa, as condições de vida se tornam mais difíceis. Es-tamos caminhando para a insustentabilidade do planeta, ao ultrapassarmos o consumo em mais de 30% de sua capacidade de reposição. Água potável e alimentos tendem a se tornar insuficientes.

Urge um despertar geral para a busca do elo perdido e a compreensão do real significado da vida. É chegada a hora de preencher as lacunas do conhecimento. Para tanto, cientistas, religiosos, empresários e políticos, assim como todos os habitantes da Terra, deverão despojar-se de seus dogmas e fanatismos, para buscar o conhecimento que levará à construção de um mundo melhor, com paz, felicidade e verdadeiro progresso.

Programas “imbecilizantes”

o marmeleiro e a catequese

Quem so-mos? De onde viemos? Qual o sentido da existência?

Carmelita Marroni AbruzziProfessora universitária e jornalista

Num daqueles dias ventosos da primavera, em que a gente se segura para não le-vantar voo, a apresentadora de TV dizia,

num tom meloso, muito adotado em programas infantis:

- "A primavera é a estação mais linda do ano" e por aí seguiam as "pérolas".

Muitas vezes, em programas infantis ou não, tenho a impressão que os apresentadores menos-prezam nossa inteligência (estarei enganada?), como aquela "especialista" em clima, fazendo a previsão para todo o Brasil:

- "Chove em tais e tais estados. Quem quiser praia, é melhor optar por outros Estados"!

Não sei se o termo “imbecilizante” existe em dicionários, mas o verbo “imbecilizar”, sim. E é isto mesmo: alguns programas querem, mesmo, nos “tornar imbecis”.

Acrescentem-se a essa realidade certos pro-gramas cômicos de excessivo mau gosto e peças de publicidade que constituem verdadeiros mosaicos esquizofrênicos, por vezes pouco re-lacionados com o produto que pretende divulgar.

Penso que aí reside uma grande responsa-bilidade dos meios de comunicação, que requer algumas interrogações, como:

- Os MC contribuem para que o cidadão se torne mais informado, amadureça, seja capaz de analisar criticamente as notícias, os aconte-

cimentos, o mundo?- Os programas infantis ajudam as crianças

a pensar, acrescentam algo novo ou se limitam a repetir chavões e informações irrelevantes?

- E como a família e a escola reagem a essa realidade?

Há muitos anos se fala em utilizar a impren-sa, na educação. Hoje, com os recursos de gra-vação que existem, com a internet e suas redes, com jornais acessíveis e revistas especializadas, há uma série de possibilidades de apresentar informações e conteúdos, por vezes difíceis e complexos, de maneira mais agradável e clara. Mas será que estamos utilizando todo esse po-tencial? Trata-se de uma área em que ainda há muito para avançar.

Quando falamos de programas “imbecilizan-tes”, referimo-nos a certo gênero de programa que todos conhecemos, mas não estamos generalizan-do. Há programas excelentes, tanto na TV aberta, como na TV por assinatura, que podem ampliar nossa visão de mundo e nossa compreensão dos fatos. Entretanto, talvez esses programas mere-cessem maior divulgação e apoio, porque nem sempre são tão populares como os outros. E essa será, também, outra de nossas responsabilidades, como pessoas preocupadas com a formação do verdadeiro cidadão, no sentido original da palavra: “cidadão-indivíduo no gozo político dos direitos civis e políticos de um Estado ou no desempenho de seus deveres para com este”. (Dicionário, Aurélio).([email protected])

Antônio AllgayerAdvogado

No quintal da casa em que morávamos havia um marmeleiro. Vegetal de peque-no porte, não passava de reles arbusto.

Mas alguém com ares de erudito apôs-lhe o imponente nome de “árvore do discernimento”. Tal designação tinha a ver com o fato de que o marmeleiro, além de marmelos, produz rebentos de que muitos pais faziam uso para educar os seus rebentos.

Em passado nem tão remoto, a vara de mar-melo, a régua chata ou a palmatória eram tidas como indispensáveis instrumentos de educação. Posso afiançar, por experiência própria, que tais artefatos, aplicados no lugar onde as costas mu-dam de nome, produziam efeitos intimidativos de notável eficácia.

O procedimento pedagógico do castigo físi-co, amplamente difundido, não deixava de ter o seu lado cômico e, por vezes, trágico. É válido o entendimento de que “quem bate para ensinar ensina a bater”.

Há de causar assombro a educadores da atualidade a constatação de que os métodos dra-conianos usados em escolas e lares de antanho eram considerados perfeitamente normais. Ocor-re que entre uma surra e outra sobrava tempo para demonstrações de amor e carinho dos pais e não raro também dos professores. Tampouco se pode ignorar que naquele tempo os filhos se beneficiavam da solidez da estrutura familiar. Em comunidades de fé religiosa raramente a promessa de fidelidade recíproca dos casais, feita perante Deus, era ostensivamente violada.

O assunto sobre métodos é polêmico. A Bí-

blia, atenta a contexto cultural diferente do nosso, recomenda o uso do chicote (Eclo 3O, 1). Ao que parece, predomina hoje opinião contrária à aplicação das pancadas “pedagógicas”. Eminente pedagoga de idos tempos dizia que a educação deve ser pura, dura e segura. E que isto se faça sem reguadas, varadas, beliscões ou tapas...!

Ante a delicadeza do assunto e o descaminho a que leva a publicidade de cenas de violência transmitidas pela mídia, convém termos clareza de que o uso habitual de meios repressivos é de molde a gerar consequências desastrosamente negativas.

No âmbito da catequese podem induzir o educando a transferir a imagem do pai ou mestre punidor à falsa noção de um Deus rancoroso, policialesco, vingativo. Expedientes coerciti-vos dessa ordem revelam concepção infantil de Deus. Tenha-se presente que Jesus é a epifania de um Deus clemente e misericordioso, que “é bom para com os ingratos e os maus” (Lc 6,35). A parábola do filho pródigo é a mais impactante representação de Deus frente ao pecador. Na sua volta à casa paterna o pai lhe prepara uma festa.

Ameaças de castigo temporal ou eterno não somam nem rimam com a boa lógica. Atentemos para esta advertência do apóstolo Paulo: “...não recebestes o espírito de escravidão para outra vez cair no temor, mas recebestes o espírito de ado-ção, pelo qual clamamos: Abbá, Pai...!” Somos filhos de Deus. E se filhos, também herdeiros, co-herdeiros de Cristo” (Rom 8, 15-17).

Acrescente-se que o amor não carece de receitas para edificar a paz doméstica, afastar a violência das ruas, domesticar as relações entre povos de antagônicos interesses.

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EDUCAÇÃO &PSICOLOGIA 516 a 31 de outubro de 2009

Não é de admirar que grande parte da literatu-ra universal se ocupe do relacionamento homem/mulher, que haja tantos estudos, tantos romances, inúmeras novelas, poesias sem-fim, músicas a cantar as alegrias e os dissabores desse relacio-namento. É um dos fundamentos do mundo, uma das estruturas necessárias e sempre urgentes. A fa-mília, berço da vida, se ancora nesse pilar.

Esse relacionamento tem uma história, a qual não pode ser ignorada; aqui esboçamos um de seus momentos decisivos, a faísca que constitui sua origem: a paixão!

Sobre a paixãoPaixão é faísca. Ela é o início de um processo,

desencadeia uma caminhada. Cumprida a tarefa, desaparece; caberá, então, ao combustível do amor a missão de não deixar o fogo morrer. Faísca não é combustível, mas desencadeia a combustão; sem ela o processo talvez não chegasse ao seu termo.

Em muitos casamentos, os participantes con-fundem faísca com combustível. A faísca é tran-sitória, cumpre um desiderato, se apaga. Se a pai-xão não evoluiu para o amor, uma vez terminada, a união se esfacela, mas se evoluiu, a união se

A paixão homem/mulher

● “Pra mim paixão é pas-sageira; a única coisa que não passa é o amor.”

● “A paixão não é super-ficial. É passageira sim. Pai-xão é fogo, tesão, cumplicida-de, tudo é lindo e nada pode atrapalhar... até que seu tem-po chegue ao final, portanto, é passageira, sim. Algumas mais longas e mais bonitas, outras curtas e sofridas!”

Opinião de jovens sobre a paixão ● “A paixão é um

sentimento que des-coordena as emoções, desfigura os sentidos, faz você perder a ra-zão. Acho que depois

que você se apaixona, você sempre muda algo em si mesmo, ou, senão, aprende alguma coisa que vai levar pra vida.”

● “... Sentimento intenso. É algo muito bom, que te faz suspi-rar, quando você vê a pessoa seu coração bate mais rápido,

dá um friozinho na barriga, é bom de-mais!... Tudo muda e parece que surge um arco-íris em volta de você.”

Jorge La RosaProfessor universitário. Doutor em Psicologia

O relacionamento homem/mulher constitui a humanidade; primeiro, porque a geração dos seres humanos passa por essa união; segundo, ambos se humanizam a partir dessa interação. Não podemos pensar o mundo sem o homem e a mulher; masculino e feminino são distintas formas de ser da humanidade, e que no casal se faz presente de uma forma mais plena e acabada. É

ainda o casal que apresenta uma imagem mais completa de Deus, e não o homem ou a mulher, isoladamente considerados. Afinal, Deus não é um ser solitário, mas existe no mistério da Trindade, quer dizer, é comunidade de pessoas.

consolida e se transforma em uma comunidade de destinos.

A paixão, então, faz parte de uma história. Ela não pode, por isso, ser estigmatizada como se fos-se algo ruim ou condenável. Ela faz parte da pe-dagogia do Criador, o grande Cupido do universo que criou justamente o homem e a mulher para

que se amem e, juntos, realizem a travessia rumo à terra prometida. O amor entre o homem e a mu-lher é uma das mais ricas experiências de Deus, por que Deus é amor (1ª carta de João 4, 8), e está na origem de todo o carinho e afeto.

A paixão parece também estar ligada ao ciclo biológico, aos hormônios, ela acon-tece nos adolescentes e jovens adultos. A meia-idade e a terceira estão em faixas mais distantes da paixão, mas em fases sobremo-do sensíveis ao amor e a amizade. As expe-riências de vida, e mesmo o ciclo biológico,

levam seus sujeitos a valorizar o que é estável e perene, e não o passageiro.

Uma consulta ao Aurélio diz que paixão é “Sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão... Amor ardente; inclinação afetiva e sensual inten-sa: A paixão entre Romeu e Julieta nasceu de um rápido encontro.”

A paixão é imperativa e se sobrepõe à razão, amor é acolhido no coração e se transforma em carinho, cuidado e compromisso. O amor é tam-bém missão! Missão universal!

Balazs Ertl-Bakos/sxc.hu

Em site do Yahoo (Brasil) sobre pai-xão, jovens foram solicitados a mani-festar suas opiniões sobre a matéria, das quais transcrevemos algumas.

“Paixão é o início de um processo. Ela

desencadeia uma caminhada"

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A necessidade de fisicalização e da representação em imagem é inerente à cultura ocidental. A

exposição de alguma idéia ou pensamento tem eficácia proporcional à riqueza de suas analogias e ilustrações. Na narração do sa-grado e do religioso, constitui a principal aliada, ao lado da iconografia e arte sacra a ‘materializar figuras de anjos, santos e os mais diversos conceitos da Santíssima Trindade. Todavia, com o advento e demo-cratização dos atuais meios de veiculação e difusão de imagens e informações, essas antigas formas de representação – que muito contribuíram para o exercício e prática da religiosidade em todos os ní-veis sociais – perderam seu espaço. E o imaginário é intensiva e ostensivamente povoado por muitíssimos outros apelos, com reflexos deletérios e diretos na estru-tura mental e formas de pensar e agir reli-giosamente. Deus e a religião são aceitos e percebidos diferentemente.

Que Deus a humanidade

espera hoje? Durante muitos séculos, Deus foi

apresentado como o principal responsável pelo sucesso da aventura humana sobre o planeta. Ao longo da história, a relação do homem com o sagrado tem se mostrado um traço extremamente persistente e posto em prática através de seus rituais particu-lares e públicos em todas as tradições religiosas.

E hoje? Como anda a adesão e frequência às celebrações litúrgicas, inclusive na Igreja Católica? Fora das pastorais e movimentos, raros são os católicos praticantes jovens. Justificam sua ausência e omissão por conta de restrições à tradição religio-sa em que foram batizados. Qual é o Deus que não mais existe para esses? Aquele descrito nos livros sagrados e explicado sob as mais diversas versões?

Deus atual O homem, no entanto, continua na eterna busca por seu Deus. Mas, uma busca

agora baseada em outros horizontes e referenciais, em que nada mais é segredo no mundo da ciência e do pensamento. Querendo, tudo se sabe. Tudo pode ser visto. Mc Luhan oportunamente intuiu que a civilização mora numa aldeia global. E cada vez mais a humanidade anseia por uma fé madura e adulta, prescindindo do Deus literário ou imagético. Quer um Deus presente no seu modo atual de vida.

Discípulos missionários E a Igreja de Jesus, enquanto instituição viva e dinâmica, estará ela disposta a

desconstruir e reconstruir conceitos institucionalizados para, realmente, auscultar esse Ciano Amarelo Magenta Preto

TEMA EM FOCO 6 716 a 31 de outubro de 2009

Narrar Deus na cultura atual

É possível explicar Deus? Ou Ele é algo que ultra-passa toda a razão e matéria? Algo de que Jesus Cristo é a manifestação incontestável e os santos são Suas centelhas divinas, pois foram completa-

mente para o outro, esquecendo-se de si?

novo mundo e suas reais expectativas? Decidida a pôr em prática o discipulado e missionaridade concebidos e propostos em Aparecida? Saberá, de fato escutar, acolher o diferente que engrandece e acenar com respostas convincentes à inata inquietação humana na busca de um referencial perene e superior, na bus-ca do transcendente e do sagrado num mundo onde prevalece o valor material?

Muitos caminhos Tendo Moisés como profeta comum,

as três tradições religiosas monoteístas – judaísmo, cristianismo (com todas as suas vertentes) e o islamismo somam juntos talvez a metade da população do Planeta. Se Deus é Pai de toda a humanidade, com certeza também o é para aquela outra parcela de nossos se-melhantes. “Ao longo da história, o ser humano vem se interrogando sobre sua existência e balbucia respostas às suas próprias interrogações. Vivemos em uma sociedade pós-metafísica, que tende a viver como se estivesse suficientemente confortada dentro dos seus próprios con-tingenciamentos e horizontes humanos e materiais. Paradoxalmente, nessa mesma sociedade, presenciamos uma extraor-dinária explosão da dimensão espiritual e religiosa e, ao mesmo tempo, nascem muitas novas formas de organização e expressão religiosa”, escreve Pe. José

Ivo Follmann, doutor em Sociologia das Religiões, professor da Pós-Graduação em Ciências Sociais e vice-reitor da Unisinos (ZH: 12.09.09).

Crescer com o outroNarrar Deus hoje inclui o diálogo interreligioso. “Essa talvez seja uma das for-

mas mais apuradas de narrar Deus hoje, uma vez que a atitude dialógica envolve a renúncia ao aprisionamento de Deus na própria instituição e o ato de reconhecer a outra religião como uma experiência autêntica e séria. Estar atento ao outro, buscar o conhecimento de suas orientações e práticas religiosas e reconhecê-lo como um interlocutor sério e respeitável é narrar Deus dentro de um mundo de superficialidade e de banalização das relações”, escreve Pe. Follmann. Para ele, a grande diversidade religiosa atual é viver religião em um mundo plural e faz com que as identidades sejam cultivadas com mais profundidade e coerência. “Já vi líderes religiosos teste-munharem humildemente que o seu conhecimento de outras religiões exigiu deles maior coerência e autenticidade dentro do seguimento de sua própria religião, não no sentido de se sentirem mais confortados em sua superioridade, mas no sentido de terem sido contaminados pelo testemunho coerente e autêntico dos outros”.

Expectativas frustradas:

onde falhamos?

“Sinto falta de fé! Procuro por Deus. Cresci em uma família católica, fui batizado, fiz comunhão e fui educado naquela doutrina. Faz um tempo que já não consigo seguir seus preceitos... Sei que sou infinitamente pequeno para compreender o que é Deus. Sei

que Ele é incrivelmente maior que o ser humano, para que alguém tenha a audácia de propor uma explicação.. .mas não O encontro mais como antes, nem na igreja, nem na religião...”.

O pungente e sincero depoimento é um dos diversos colhidos ao longo das últimas 20 edições do Solidário na página ‘Jovem Tem Vez’ e que não foi veiculado. Como esse, abaixo seguem outras manifestações menos contundentes, de jovens de classe média e de nível universitário que veem em Deus apenas alguém que ajuda. Fazem restrições à Igreja ou rejeitam a ideia de Deus. Cabe-nos por a mão na consciência: quem terá falhado? A família? A catequese de 1ª Eucaristia? A comunidade cristã local? A Pastoral de Juventude? Ou todos esses fatores associados? Cada um de nós tem responsabilidade na evangelização dos mais jovens.

“Sou católica, mas principalmente pelas convicções dos meus pais. Acre-dito em Deus e o que ele representa, mas não concordo com tudo que o catolicismo prega. Não valorizo o

culto aos santos, por exemplo. Mas na verdade, o que realmente importa é

a fé que tenho em Deus, e suas lições de solidariedade e igualdade. (Larissa

C. Simão, 15 anos, ensino médio)

Sou católico, assim como minha famí-lia. As idéias de respeito ao próximo, de solidariedade, de não se ver como uma ilha isolada do resto do mundo, são exemplos muito positivos da reli-gião que sigo. Talvez um ponto nega-tivo seja o fato de algumas pessoas se autoproclamarem católicas e apenas

se preocuparem com os aspectos formais da sua crença. Isso pode

gerar efeitos indesejáveis: intolerância e indiferença em relação ao outro. (Frederico Fernandes Moesch – 25

anos mestrando em Ciência Política)

Gosto de ser católica. É a maior (igreja) do mundo, tem uma arquitetura linda,

podemos cantar todos os ritmos de músi-ca... Mas não gosto quando dizem: se tu não fores à missa um domingo, cometes pecado. Não concordo, porque tem mui-ta gente que só frequenta a igreja, vai lá rezar, e quando sai de lá não faz nada de bom por si, nem pelos outros. Há

também umas coisas fora da realidade, tipo que é pecado usar camisinha... O mais importante da minha religião é a

minha fé em Deus, e que sempre pode-mos ser pessoas melhores, colaborando

assim para com um mundo melhor. (Sandia Monteiro Rodrigues - 20 anos)

Religião é algo que todos devem ter. Mas não representa apenas ir à missa,

mas também acreditar, agradecer e orar. A igreja católica é justa em seus pontos, também é “antiga” demais, por exemplo, sendo contra os méto-dos contraceptivos. (Maria Fernanda

Balvedi, 15 anos - ensino médio)

Deus. Se você depende dele, acredi-te. Mas eu dependo de mim, acima de tudo. Acredito em mim, na mi-

nha família, nos meus amigos, e na vida. Deus é algo em que as pessoas acreditam para aliviar a sua própria

preocupação. Cada um lida com sua mente como pode. (Vinicius Martins

Knob, 20 anos, universitário – Ed. 547- resposta não veiculada)

Eu acredito no deus que existe em cada um de nós, e nada mais.

Acredito na capacidade que temos de transformar as coisas, seja para o bem

ou para o mal, você escolhe. (Tales Gonçalves Avancini, 23 anos, estudan-

te de Engenharia da UFRGS)

Sou católico, mas não gosto dos escândalos que vêm acontecendo em relação à pedofilia. (Lucas Opitz Vieira

da Cunha 16 anos – segundo grau)

Considero Deus um grande amigo, pois na hora en que mais necessita-

mos, ele nos ajuda (Janaína Oliveira, 22 anos- universitária)

Deus na concepção de Michelangelo

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SABER VIVER 8

JOSY M. WERLANG ZANETTE

Técnicas variadasAtendemos convênios

16 a 31 de outubro de 2009

Dicas deNUTRIÇÃO

Dr. Varo Duarte Médico nutrólogo e endocrinologista

Fome no Sul

PÓS-GRADUAÇÃO PUCRSCursos de Especialização

Conhecimento para você chegar mais alto.

www.pucrs.br/pos

DivulgaçãoO ômega 3 é um tipo de gordura conhecido como ácido graxo essencial, pois é muito importante para uma boa saúde.

O corpo humano não é ca-paz de produzir ômega 3, tendo que obtê-lo da alimentação.

Os benefícios do ômega 3 incluem:

Atividade anti-inflama-tória;

Atividade anti-trombos (entupimento dos vasos san-guíneos);

Redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos e

Redução da pressão ar-terial.

O ômega 3 reduz o risco de desenvolver:

Diabetes; Acidente vascular cere-

bral (derrame); Artrite reumatóide; Asma; Síndromes inflamatórias

intestinais (colites); Alguns tipos de câncer; Declínio mental.Alguns estudos também

indicam que o Omega 3 traz benefícios para o humor, o aprendizado e para o sistema imunológico.

Quais as melhores fontes de ômega 3 ?

São os peixes. Os que con-tém maior quantidade são:

Os benefícios do ômega 3

Arenque Sardinha Salmão Atum BacalhauOutras importantes fontes

de omega 3: Semente de linhaça Castanhas e nozes Óleos vegetais (azeite,

óleo de soja, canola) Vegetais de folhas verde-

escuras.Quanto consumir?Recomenda-se a ingestão de

pelo menos 2 porções de peixe por semana, mas se for possível incluir outras fontes de omega 3 maiores serão os benefícios.

O que evitar?Os peixes devem ser assados,

cozidos ou grelhados. Não se deve fritá-los, pois este processo destrói o omega 3.

Alguns peixes são pobres em omega 3, dentre eles a tilápia, que contém quantidades de Omega 6 semelhantes à carne vermelha.

Apesar de os benefícios do ômega 3 serem comprovados cientificamente, seu consumo numa dosagem muito além daquela encontrada nos peixes preocupa os pesquisadores, pois ainda não se sabe que efeitos essas altas doses podem ter no organismo a longo prazo. Atualmente, ele é largamente comercializado nas farmácias na sua forma concentrada em cápsulas, algo que ainda não foi avaliado pela ciência.

Concentração, controle, cen-tralização, fluidez e respiração são princípios básicos do au-têntico Pilates. Com exercícios focados em pequenos ossos e músculos que formam a base de sustentação do corpo, a técnica que alinha a postura é eficaz também no combate à depressão. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2020, o transtorno

depressivo ocupará o segundo lugar entre as chamadas doenças incapacitantes, perdendo apenas para a isquemia do coração.

Estudos realizados pelo ins-tituto de psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo mos-tram como as questões posturais interferem na depressão. Mas, existem diversos meios de se tratar a doença: com baixas doses

ou até mesmo sem remédios, pois em algumas pessoas o transtorno está relacionado apenas com a dificuldade em lidar com os problemas.

Os músculos trabalhados são estruturais e as mudanças no corpo dos praticantes refle-tem diretamente no emocional. Na medida em que a postura é reorganizada há um perfeito equilíbrio entre corpo e mente. Esta mudança é um conjunto de modificações nos hábitos, na forma de andar, de sentar, de deitar, ou de simplesmente ficar em pé. Para cada etapa um novo desafio com auto-conhecimento e superação que permitem que a estrutura emocional se fortaleça juntamente com a física.

Sem contra indicações, a ati-vidade pode ser praticada a partir dos 12 anos de idade também como forma de tratamento pre-ventivo. É aconselhável ainda no combate de outras doenças como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e portadores de lesões.

Mais informações: Contato Comunicação & Marketing - F. (11) 3288-8424.

Problemas posturais podemser tratados com Pilates

Voltamos a comentar as manchetes dos jornais. A mí-dia, incentivada por pesquisas científicas corretas, mas mal interpretadas, coloca a cirurgia da obesidade como uma solu-ção prática, não só para o tra-tamento da obesidade mórbida, mas também para a cura de enfermidades metabólicas, em especial o diabete. Em trabalhos sérios encontram-se resultados positivos desta indicação. Parte da afirmação de que no Brasil atualmente existem mais obesos do que desnutridos. Em nosso livro fome no sul de 1985 já demonstrávamos a presença da desnutrição grave no Rio Grande do Sul. Comparada à desnutrição existente no Nordeste e hoje, na região Norte do Brasil, concluímos que esta afirmação parece verdade. Mas vamos a manchetes de jornais neste ano de 2009.

4 de julho de 2009 - COMBATE À FOME É PRIORIDADE EM TOLEDO.

Cita-se o Programa de Segurança Alimentar e Nutricional. Não vamos discutir estes programas, mas evidenciar que no Paraná, hoje, um dos Estados mais ricos do Brasil é encontrado um programa para combater a FOME. Imagina-se, então: se há um programa, a ser de-senvolvido , o fato gerador é que esta FOME existe.

Salientamos: ANTES dos gastos imensos na tentativa cirúrgica de combate à obesidade devemos pensar na sua PREVENÇÃO.

Somos favoráveis a programas emergenciais e nestes incluímos o bolsa família que fornecendo o dinheiro necessário à aquisição de alimentos vai AJUDAR a erradicar a fome no Brasil, denominada no inicio do governo LUL A como FOME ZERO.

Voltamos a indicar que na Educação Alimentar existem os meios para que a população beneficiada com a distribuição do dinheiro saiba como utilizá-lo corretamente. Nossos dois livros publicados pela Edi-tora Artes e Ofícios (COMA DE TUDO SEM COMER TUDO, e ALI-MENTOS FUNCIONAIS) fornecem elementos a serem aproveitados.

VOLTAMOS AS NOSSAS TRÊS PREMISSAS: COMA DE TUDO, SEM COMER TUDO. COMA BASTANTE FRUTAS, LEGUMES e VERDURAS. MEXA-SE!

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ESPAÇO LIVRE 9

Martha Alves D´AzevedoComissão Comunicação Sem Fronteiras

tem vezJOVEM

16 a 31 de outubro de 2009

Pe. Attílio Hartmann - 16/10Adelhardt N. Mueller - 20/10

Waldair G. Kulczynski - 21/10

Corredor bioCeâniCo

Visa e Mastercard

Ana Paula Claro, médica recém-formada, residente em Porto Alegre, é a entrevistada desta edição.

Projetos para o Mercosul apre-

sentam reais possibilidades

de êxito

Fala um pouco de ti.Sou uma pessoa responsável, de-dicada e estudiosa. Sou casada, ainda não tenho filhos. Gosto do meu trabalho e da minha profis-são.O que pensas fazer no futuro?Penso em continuar estudando, realizar es-pecializações na área médica. Construir uma família alegre e feliz.Fala de tua família.Minha família é a base de meus valores e

crenças. Está sempre presente nos momentos mais tristes e mais alegres. É um alicerce im-portante para realizações de metas na vida.

Sobre amigos.Meus amigos são os irmãos que eu escolhi para compartilhar minha história.O que consideras positivo em tua vida?Dedicação ao próximo como meta de vida.Um livro que te marcou.Médico de homens e de almas.Um filme inesquecível.A vida é bela.Uma música.All you need is love.Um medo.Da maldade.

Um defeito do qual gostarias de te livrar?Ansiedade.Qual o maior problema dos jovens hoje?

A falta de oportunidade em relação ao pri-meiro emprego, em razão das exigências do mercado de trabalho.Qual maior problema do Brasil hoje?Desigualdade e violência.O que pensas da política?

Pessoas corruptas, que pensam apenas em si próprias, não tem senso de igualdade, fraterni-dade e coletivida-de. Falta amor ao próximo.O que pensas so-bre felicidade?Felicidade são momentos que são proporcionados diariamente.Já fizeste trabalho voluntário? Ajudávamos comu-nidades carentes no grupo de jovens.Q que pensas de Deus?Deus é fonte de amor. Está presente no que é mais puro e sincero, no sim-ples e no bom.Uma mensagem aos jovens.Os jovens devem ser criativos, buscar seus ideais sem perder seus valores. Se fazer presentes para transformar o mun-do em algo melhor.

A idéia de criar um corredor bioceânico na América do Sul ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico vem sendo trabalhada desde o século

passado, mas sempre encontra a grande barreira da Cordilheira dos Andes e a dificuldade de transpô-la por terra. Há anos ,um projeto japonês previa a construção de um túnel cortando as entranhas das grandes montanhas.

Agora, dois projetos para integrar fisicamente o Mercosul, criando o corredor bioceânico, já estão em estudo e apresentam reais possibilidades de êxito. Um deles é o Eixo Capricórnio, que ligará Antofagasta, no Chile, ao porto de Paranaguá, no Paraná, A Ferroeste, estatal paranaense que assumiu as obras no Brasil, prevê de cinco a dez anos para que o Eixo Capricórnio, ligando o Chile ao Brasil, seja concluído. O presidente

da Ferroeste, Samuel Gomes, declarou: “Queremos transformar a ferrovia na “Ferrasul”. Este corredor bioceânico não passará pelo Rio Grande do Sul.

O segundo projeto está incluído na Iniciativa para a Integração da In-fraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), um programa conjunto dos governos de 12 países, que visa promo-

ver a integração entre eles por meio da modernização da infraestrutura de transporte, energia e telecomunicações, com ações conjuntas. O corredor ligará Valparaiso, no Chile, a Belo Horizonte (MG/BR), passando por Uru-guaiana (RS/BR), Córdoba (AR.), Buenos Aires (AR), Porto Alegre (RS/BR), Paranaguá (PR/BR), S.Paulo (SP/BR) e Belo Horizonte (MG/BR).

Segundo informa Joal Teitelbaum, presidente do Co-mitê Internacional das Rotas de Integração da América do Sul (CRIAS), a infraestrutura nos países contempla-dos, em si, está consolidada, mas necessita melhorias relativas à capacidade e à conservação das rodovias. No Chile ainda é necessário melhorar a transposição da região dos Andes. Outro problema a ser enfrentado são as bitolas utilizadas nas ferrovias, diferentes entre si.

O corredor, também chamado de Eixo Mercosul, tem apoio da Cooperação Andina de Fomento (CAF), e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

6o Encontro da Família SchardongOcorreu em 11 de outubro corrente,

na cidade de Puerto Rico, Província de Missiones, norte da Argentina. O encontro foi antecipado para este ano de 2009, em vez de 2010, por conta da comemoração dos 150 anos de imigração do patriarca Andreas Schardong com esposa e quatro filhos para o Brasil, vindos da cidade de Oldenburg, condado de Birkenfeld, estado da Prússia, na Alemanha. Posteriormente, imigrou para a Argentina, cidade de Puerto Rico, onde atualmente vivem em torno de 200 descendentes e de onde descendem os demais ramos hoje presentes em outras partes do Brasil.

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IGREJA &CCOMUNIDADE 10

SolidáriaCATEQUESE

SolidárioLITÚRGICO

16 a 31 de outubro de 2009

[email protected]

É a fé que faz o milagre

acontecer; não é o milagre

que leva à fé

Marina T. ZamberlanProfessora e Catequista

Discípulo é aquele que tem um Mestre. Além de conhecer

o Mestre, o discípulo é seu seguidor. Ora, como seguir, se você não fica atento à men-sagem do Mestre e não fica próximo a ele? Se você mantém demasiada distância, o Mestre pode ir para a esquerda e você vai seguir pela direita, pois o perdeu de vista e não sabe por onde anda.

Discípulo é muito mais do que platéia. Não é aquele que assiste passivamente ou que repete sem reflexão. Discípulo é quem se encantou com o Mestre, quer crescer tendo-o como inspiração, quer contagiar outros com o processo de descoberta que está mudando a sua vida

“Catequese, caminho para o discipu-lado” é tema do ano catequético nacional (2009). Este tema é oportuno e provoca uma grande reflexão: Como vou preparar e em-polgar os catequizandos para que se tornem seguidores do Mestre Jesus? Se eu não usar o Evangelho como base de qualquer encon-tro de catequese, como será possível que as crianças ou adultos conheçam o Mestre? E

18 de outubro – 29o Domingo do Tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 53,10-11Salmo 32 (33), 4-5.18-19.20 e 22 (R/.22)2a leitura: Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb) 4,14-16Evangelho: Marcos (Mc) 10,35-45Nota: é fundamental ler os textos bíblicos antes de ler os comentários que a eles se referem.

Comentário: Nossa vida tem sentido na medida e proporção em que temos a coragem de fazer de toda a vida um constante serviço para os demais. Meditando o Evangelho deste domingo, vejo uma associação muito fácil com esta dimensão de ser alguém para servir. Só lembrando o episódio narrado por Marcos e por Mateus. São versões diferentes, mas iguais na essência. Em Mateus é a mãe de Tiago e João que pede que Jesus confira a honra e o poder de seus filhos ficarem, um do lado direito, outro do lado esquerdo no Reino ou na glória do Mestre. Na versão de Marcos, são os dois discípulos que pedem este privilégio para eles mesmos. Claro, os outros discípulos ficaram indignados com este pedido nada modesto, cá entre nós. E Jesus os chamou, sentou-se no meio deles, e aí veio a grande lição: os chefes das nações e os poderosos da terra oprimem e tiranizam a gente. Entre vós não será assim. Quem quiser ser grande se faça o menor e o servidor de todos. Vocês me cha-mam Mestre e Senhor. Mas eu não vim para ser servido, não; eu vim para servir e, servindo, dar a minha vida por todos (cf. 43-45)

O grande desafio é ser alguém para servir. Na família, na comuni-dade, na sociedade, no trabalho. É desgastante? É superar-se constan-temente? É. É morrer um pouco a cada dia neste servir? É. Ao longo de 40 anos de sacerdócio pensei muitas vezes quantos momentos de superação foram vividos. Perguntemos a qualquer mãe o que significa servir como mãe, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença de seu filho...da sua filha! Perguntemos a um pai o que significa servir como pai na família, no trabalho, em tantos momentos em que ele precisa esquecer-se de si, de seus gostos, de seus justos e honestos prazeres para viver responsavelmente sua vocação de pai! E assim poderíamos perguntar aos religiosos, religiosas, a tantas pessoas que servem em nossas comunidades. Por outro lado, a nossa vida só tem sentido e tem cada dia maior sentido e razão de ser quanto mais transformarmos o dom de nossa vida num dom de serviço aos demais. É o serviço aos outros que deixa marcas de vida nos corações e penetra a eternidade.

25 de outubro – 30o Domingo do Tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro do Profeta Jeremias (Jr) 31,7-9Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R/.3)2a leitura: Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb) 5,1-6Evangelho: Marcos (Mc) 10,46-52

Comentário: A pergunta que Jesus faz ao cego do Evangelho deste domingo parece desnecessária. Quem está privado da visão, obviamente o que mais quer, o que mais deseja e busca, é poder enxergar. Mas as per-guntas de Jesus sempre trazem embutida uma lição ou mensagem de pedagogia divina. Jesus não realiza milagres e coisas maravilhosas sem um objetivo, sem uma intenção, só para ficar famoso ou que falem dele

ou para “brincar de Deus”. No caso do cego, Jesus quer uma resposta clara que manifeste a fé do deficiente visual.

Em vários momentos e diferentes situações Jesus faz perguntas que têm respostas mais ou menos evidentes, óbvias. O beneficiado por uma ação maravilhosa de Jesus precisa, antes, tomar consciência e falar ou gritar sua adesão de fé em Jesus e seu projeto. É a fé que faz o milagre acontecer; não é o milagre que leva à fé. Este, talvez, seja o grande equi-voco de muita gente que afirma: “eu creio em Deus se ele me ajudar, se me curar, se me consegue um emprego, se me faz ganhar na loteria”. Isso é um jogo, uma proposta de troca de interesses, um negócio. E com Deus não se negocia nunca. A fé só é verdadeira quando não coloca condições, quando simplesmente se entrega e confia. O cego do texto bí-blico acreditou que Jesus tinha poder para curá-lo e não colocou condi-ções: “Jesus, se me curares, vou crer em ti”. Não. O cego simplesmente acreditou e se entregou. E o milagre aconteceu.

“Bemaventurados os que crêem sem terem visto”, lembra Jesus a Tomé. Esta é a fé adulta, a fé madura, a fé autêntica pela qual o próprio Deus, em Jesus, se torna cúmplice do milagre que gera mais vida, mais solidariedade, mais amor.

Catequese, preparação para a primeira Comunhão ou Caminho para o disCipulado?

se não conhecem seus ensina-mentos como vão segui-los? São os Evangelhos e as Car-tas do Novo Testamento que traduzem os ensinamentos do

Mestre. Deduz-se que o roteiro do encontro catequético vai estar sempre baseado em pas-sagens do Evangelho. Isto é fundamental.

Percebe-se, então, que a catequese não visa preparar para os sacramentos (Batis-mo, Eucaristia, Crisma), mas visa formar os catequizandos para que se tornem seguido-res (discípulos) de Jesus em todos os dias de sua vida. “Ide, fazei discípulos todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Você viu? Ajudar as pessoas a se tornarem “discí-pulos de Jesus” (“seguidores”) é a primeira missão do catequista. É claro que o discí-pulo vive o Batismo e participa da Eucaris-tia – o sacramento da partilha. A pergunta é: Por ocasião do Batismo, como vou pre-parar “discípulos”? Por ocasião da primeira Eucaristia, como vou preparar discípulos de Jesus por toda a vida?. Esse ponto de vista modifica o modo de entender e praticar a ca-tequese. Sugiro que você abra esta reflexão em seus grupos.

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11IGREJA &COMUNIDADE16 a 31 de outubro de 2009

LIVRARIA REUS NA55a Feira do Livro de Porto Alegre

Sessão de Autógrafos

Dia 11/11/2009, 17h30min: Dom Dadeus Grings autografa: A Promoção HumanaDia 14/11/2009, 16h30min: Pe.Roque Schneider sj autografa: 750 Pensamentos de AutoajudaLivraria e Editora Padre Reus lembra: já estão à venda

suas tradicionais publicações anuais Livro da Família e Familienkalender de 2010. Passe na Duque, 805, pertinho da Praça da Matriz; teremos a maior alegria em

atendê-lo.Rua Duque de Caxias, 805 – 90010-282 – Porto Alegre/RS

Fone: (51) 3224-0250 – Fax: (51) 3228.1880E-mail [email protected]

Foi empossado no dia 27 de outubro o novo secretariado do Movimento de Emaús da Arquidiocese de Porto Ale-gre. O casal Emerson Vidal e Helena Medina assumiu como casal-presidente durante missa na Igreja N. Sra. do Líbano, celebrada em rito maronita, cuja consagração é realizada em aramaico, idioma de Jesus Cristo.

Movimentode Emaús

IRMÃ FAUSTINA CANOTTI (Post Mortem)Nasceu a 07 de fevereiro de 1907, em Covo,

Bérgamo, Região da Lombardia, Itália, tendo como nome de batismo Luisa Vitória Canotti. Aos 22 anos ingressa no Instituto das Irmãs Filhas de Maria SS. Do Horto. “Caridade Evangélica Vigilante” é o seu carisma. Nossa Senhora do Horto é a sua Padroeira.

Em 1931, faz seus votos de Pobreza, Castidade e Obediência. Neste mesmo ano chega a Dom Pedrito, RS, Brasil.

Na década de 1970, já em Porto Alegre, ingressa na Pastoral Carcerária Católica. Dedicou, então, todo o seu zelo missionário aos detentos. Essa nova mis-são somada a sua experiência na área educacional lhe proporcionaram o troféu “Gaúcho Honorário” concedido pela RBS, além do programa “Gente que Faz” promovido pelo Banco Bamerindus, em rede nacional pela TV Globo.

Na Pastoral Carcerária a Irmã Faustina foi incan-sável, ousada ao enfrentar situações difíceis, com o propósito de levar Cristo aos encarcerados. E logo foi admirada pelos presidiários e agentes penitenciários, como se fizesse parte das suas famílias.

Quando havia motins no Presídio Central, Irmã Faustina, por tantas vezes adiantou-se às autoridades e com o Rosário e sua Fé minimizava, e até solu-cionava os conflitos, por isso chegou a ser chamada de a “Santa dos Presídios”.

No dia 14 de maio de 2008, aos 101 anos, a freir-inha sorridente, Irmã Faustina Canotti nos deixou, iniciando sua caminhada na eternidade.

Homenagem Póstuma.

“A consciência é o núcleo secretíssi-mo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz” (Gaudium et Spes 16).

Em nome dos Bispos do Conselho Episcopal de Pastoral da CNBB, reunidos em Brasília, nos dias 22 a 24 de setem-bro de 2009, desejamos expressar nossa solidariedade a todas as pessoas que se empenham na defesa e promoção da vida humana em todas as fases de seu desen-volvimento, sobretudo, daqueles seres sem nenhuma possibilidade de defesa.

Em nossa sociedade, marcada por tan-tas e tão contrastantes concepções acerca do ser humano e de sua dignidade, todos os que se propõem a assumir o compro-misso de promover a justiça e defender a vida, certamente, enfrentarão muitas resistências e objeções. Movidos pelos ideais cristãos e empenhados na nobre e grave causa da defesa da vida, não nos é

Declaração sobre o direito à objeção de Consciência da CNBB

permitido ceder a qualquer tipo de pressão ou arrefecer nosso ânimo frente às dificul-dades que continuamente enfrentamos.

É direito de toda pessoa manifestar sua objeção de consciência frente a tudo o que contraria as exigências da ordem moral, os princípios e valores éticos e a fé professada, de modo que ninguém, por tal motivo, possa ser punido ou forçado a agir de modo contrário àquilo que a consciência o move a fazer. Em certas ocasiões, com destemida firmeza, é necessário dizer: “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (At 5,29). Dom Geraldo Lyrio Rocha - Arcebispo de Mariana, Presidente da CNBB;

Dom Luiz Soares Vieira - Arcebispo de Manaus, Vice-Presidente da CNBB;

Dom Dimas Lara Barbosa - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, Arcebispo de Mariana - Secretário Geral da CNBB (www.cnbb.org.br) .

A IgrejA DoméstIcA Dom Sinésio Bohn

Bispo de Santa Cruz do Sul

Faz pouco tempo, eu embarcava num avião de Porto Alegre a Brasília. Na minha frente, caminhava um jovem casal com um menino de cerca de cinco anos de idade. Quan-

do entramos no avião, o menino fez um belo sinal da cruz e, de mãos postas, rezou. Só escutei o nome de Jesus. Perguntei aos pais: É vosso filho? E eles, com orgulho: “É nosso filho”. Perguntei ao menino: onde você aprendeu a rezar? O pequeno, irradiando saúde e confiança: “Em casa”.

Lembrei-me: a família é o santuário da vida. E mais: os pais são os primeiros catequistas. É bom lembrar isto mesmo depois de passada a Semana da Família, celebrada em agosto passado. Esse ano o tema é: “Família, Igreja doméstica, caminho para o discipulado”.

Bem disse Bento XVI em Aparecida: “A família é insubsti-tuível para a serenidade pessoal e para a educação dos filhos”. E no discurso de inauguração da Conferência de Aparecida, o Papa alemão proclamou solenemente: “A família, patrimônio da humanidade, constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos”.

Por que a família se chama “Igreja Doméstica”? Em Aparecida (maio de 2007), os bispos do continente explicam: Agradecemos a Cristo que nos revela que “Deus é amor” e vive em si mesmo um mistério pessoal de amor e, optando por viver em família em meio a nós, a eleva à dignidade de “Igreja Doméstica”.

Foi neste contexto que João Paulo II sugeriu que nos misté-rios luminosos do terço, o segundo mistério contemplasse como Jesus se revelou a si mesmo no casamento de Caná da Galiléia. Fez ali, a pedido da Mãe, seu primeiro milagre. O apóstolo João observa: “Em Caná da Galiléia Jesus fez este primeiro sinal, manifestou sua glória e os discípulos creram nele” (Jo 2, 11-14).

É ainda Bento XVI que descreve a família no mundo atual, enquanto ora por ela: “Ficai em nossas famílias, iluminai-as em suas dúvidas, sustentai-as em suas dificuldades, consolai-as em seus sofrimentos e na fadiga de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza”.

Será que nossos planos de pastoral dão suficiente atenção à família? Segundo os bispos do continente, “dentro do território paroquial, a família cristã é a primeira e mais básica comunidade eclesial. Nela se vivem e se transmitem os valores fundamentais da vida cristã” (DA 204).

Por isto mesmo, “em toda diocese se requer uma pastoral familiar ‘intensa e vigorosa’ para proclamar o evangelho da família, promover a cultura da vida, e trabalhar para que os di-reitos das famílias sejam reconhecidos e respeitados” (DA 435).

Deus ama nossas famílias, apesar de tantas feridas e divi-sões. Deus proteja, abençoe nossas famílias.

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CianMagentaAmareloPreto

Porto Alegre, 16 a 31 de outubro de 2009

Matrimônio duradouro e feliz

A Capela do Cemitério S. Miguel e Almas está nova e agora é chamada Igreja São Miguel. Além de nova iluminação e reforma de toda a pintura e revestimento internos e externos, também recebeu altar e bancos

O casal José Irineu Junges e Thalia Irene Bender fes-tejou Bodas de Ouro Matrimonial em 20 de setembro de 2008. A missa de Ação de Graças, celebrada na Igreja São Francisco de Sales, em São José do Sul/RS, foi presidida pelo Pe. Guido Staudt e dela participaram os cinco filhos – Maria Salete, Ana Regina, Vera Lucia, José Aloísio e Bernardete, os genros, a nora e os dez netos. Após a solene missa, houve alegre confraternização de toda a família e convidados, que se estendeu até o fim da tarde.

Que filhos deixaremos

para o planeta?

Que legado de atitu-des sustentáveis transmi-tiremos a nossos filhos e netos? Apagamos a luz desnecessária? Economi-zamos água? Na cozinha, na lavanderia, na banhei-ra de hidromassagem? Plantamos alguma árvore? Deixamos o carro na ga-ragem de vez em quando, ao menos? Substituímos o copo descartável pelo de vidro? Continuamos a usar a sacola de plástico no súper, na padaria, na loja? Separamos o lixo? Estamos a par e cobramos políticas públicas locais de proteção ao ambiente? Estamos a par do cenário internacional sobre emis-são de calor na atmosfera que, nesse ritmo, fará em breve elevar a temperatu-ra da Terra em até quatro graus e extinguir milhares de espécies vivas? Mante-mos ou baixamos a nossa ‘necessidade’ de consumo, não sucumbindo às seduto-ras e poderosas campanhas de marketing?

Gasto do rico e do pobre O que um pobre gasta

em um ano no Brasil é o mesmo gasto por um rico - que faz parte de 1% da população - em três dias, segundo análise do Ipea – Instituto de Pesqui-sa Econômica Aplicada - divulgado recentemente. “Aqui, uma família consi-derada pobre leva um ano para gastar o mesmo que o 1% mais rico gasta em apenas três dias”, informa o pesquisador do Ipea, Sergei Soares.

Nova Capela do Cemitério São Miguel e Almas

novos. A formalidade de inauguração ocorreu dia 29 de setembro último, com missa concelebrada, presidida por Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e vários sacerdotes.

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JORNAL DO MUTIRÃOINFORMATIVO DO MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA E CARIBE - PORTO ALEGRE - RS - BRASIL

Fortaleza em ritmo de Mutirão

Entrevista comElson Faxina

Contracapa

Por que participardo Mutirão de Comunicação

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O centenário daArquidiocese de P. Alegre

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Outubro de 2009

Em pleno processo de preparação para o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, a capital do Ceará terá uma tarde de estudos e debates sobre o tema do evento: Processos de Comunicação e Cultura Solidária. O encontro será no dia 6 de outubro, na Universidade Federal e terá como expositores os jornalistas jesuítas Attilio Ignácio Hartmann e Anselmo Geraldo do Nascimento.

Attilio vai discorrer sobre a importância da solidariedade numa sociedade centrada sobre um individualismo exacerbado, focando o próprio tema do Mutirão. Anselmo Dias falará sobre o poder da mídia na cultura contemporânea e sua implicação nos processos de comunicação. Após a exposição, haverá um diálogo com os alunos e professores da Universidade, lideranças e pessoas interessadas

no tema da comunicação solidária. Este encontro de estudos se insere na dinâmica de preparação do VII Mutirão Brasileira de Comunicação, que será realizado em

Fortaleza (CE), em 2011.

O programa Tribuna Independente, que vai ao ar na Rede Vida, de segunda à sexta, das 22h às 23h30min, recebeu no último dia 01 de outubro, Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e Pe. Márcio Andrade, Reitor do Seminário Nossa Senhora da Conceição de Viamão. O espaço, tradicionalmente dedicado ao debate sobre temas de interesse da sociedade, teve a oportunidade de saber mais a respeito dos preparativos para a Celebração do Centenário da Arquidiocese de Porto Alegre, com a fundação da Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul. Os festejos que acontecem em agosto de 2010 lembram ainda a criação

das Dioceses de Uruguaiana, Pelotas e Santa Maria. Uma das atividades que vai pautar o Centenário é a realização do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, que será realizado entre os dias 3 e 7 de fevereiro de 2010, na PUCRS. A arquidiocese deseja aproveitar o Mutirão para qualificar suas

lideranças pastorais na área da comunicação para que o Evangelho seja anunciado nos novos areópagos do mundo moderno. Além disso, deverá contribuir para a organização de uma efetiva Pastoral de Comunicação.

Centenário da Arquidiocese e Mutirão de Comunicação são tema do Programa Tribuna Independente

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EDITORIAL

Informativo do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 03 a 07 de fevereiro de 2010 - PUCRS - POA- BRASIL

Secretaria: Av. Cristóvão Colombo, 149 - CEP 90.560-003 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone + 55 51 3391.2434 [email protected] - muticom.org

Presidente: Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre - Coordenador-Geral: Pe. Marcelino Sivinski (RS/Brasil)Coordenador de Comunicação: Pe. Attílio Hartnamnn (RS/Brasil) - Promoção: CNBB, OCLACC, CELAM - Apoio: OCIC, RCR ,

UCBC, ALER, FELAFACS, PCCS, PUCRS, RIIAL, SIGNIS, UCIP, UNISINOS e WACC/AL.Jornalistas Responsáveis: Nara Soter Roxo (MTb 4.436) e Daiane Bristot - Diagramação: Nara Soter Roxo

Tiragem: 40 mil exemplares - Impressão: Jornal O Pioneiro

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Por que participar do Mutirão?

Marcelino Sivinski

Coordenador Geral do MutirãoMutirão é um encontro que acontece bem próximo de nós, pensado de longa data, envolvendo pessoas preparadas e comprometidas com a comunicação construtora da cultura solidária.Nesse encontro estarão pessoas de boa vontade, mordidas pelo sofrimento de milhões de pessoas e desejosas de contribuir num projeto de sociedade onde todos tenham vez, voz e pão em suas mesas.Mutirão é um espaço aberto, democrático, ecumênico, marcado pela esperança, numa ação conjunta, partilhada, de mãos dadas, unindo esforços e empreendimentos na busca da fraternidade universal, alicerçada na justiça e fonte da paz duradoura. Mutirão de comunicação, com a participação de pessoas, comunidades e culturas que habitam e fazem história nesse continente, acredita que a união faz a diferença e o bem comum está acima de todos os interesses e ideologias.Juntos estaremos, de 3 a 7 de fevereiro de 2010, numa grande confraternização, embalando o sonho de um mundo sem ódios nem discriminações, partilhando experiências e práticas comunitárias e solidárias, recuperando as nossas raízes culturais e religiosas e juntando forças para sair dos laços do individualismo e consumismo e abrindo as portas da Terra Prometida onde corre o sangue da liberdade e habitam os filhos e filhas de Deus, amados e responsáveis pela vida digna para todos.Você não pode faltar nesta festa. Há um lugar reservado para você na mesa da grande refeição, regada com o vinho da amizade, com comida gostosa e farta, ao som do lindo hino, anunciando o amanhecer da primavera dos novos temos.Memória da caminhada, partilha de sonhos, socialização de saberes, aprendizado com as experiências e conquistas das comunidades e universidades farão parte do cenário amplo e acolhedor da PUCRS nas tendas, nas apresentações artísticas e culturais, na exposição de arte sacra e arte contemporânea, nas oficinas e diálogo de práticas, nos seminários e conferências, nas celebrações e no encontro pessoal com os participantes vindos dos países do Continente.Mutirão é uma oportunidade de encontro de irmãos e amigos, ocasião para conhecer a riqueza cultural da América Latina e do Caribe e dar a sua colaboração preciosa e única na costura da sociedade sonhada.Visite-nos sempre e divulgue o Mutirão: www.muticom.org

+ Alessandro Ruffinoni Bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto

Alegre

A Arquidiocese de Porto Alegre estará celebrando em 15 de agosto de 2010 o seu centenário de fundação, como Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul. Junto com Porto Alegre, mais três Dioceses estão comemorando o seu centenário: Santa Maria, Pelotas e Uruguaiana. Vamos unir a estas comemorações Bagé e Santa Cruz do Sul, que completam 50 anos de criação. Assim vamos perceber que boa parte do povo de Deus do RS, está se movimentando para agradecer, celebrar e viver este momento de graça e fervor. Sem dúvida todos estes anos e fatos passados são motivo não apenas de celebração e de festa, mas são um compromisso, que sentimos como Igreja, de continuar esta história de fé, amor e solidariedade. Queremos continuar a escrever esta caminhada nos tempos presentes, passando adiante esta chama que recebemos dos nossos antepassados, enquanto Jesus Cristo, Senhor da história, assim o quiser.São muitas as atividades programadas para este Centenário. Mas entre elas tem uma, que, neste momento, queremos realçar e recordar, é o Mutirão da Comunicação. Devido ao problema da gripe A e obedecendo a uma orientação da Secretaria da Saúde Estadual, este evento foi suspenso no mês de julho passado. Os organizadores, após um momento de perplexidade e medos, acreditando na importância do encontro, decidiram adiar o evento para os dias 3 a 7 de fevereiro de 2010.O nosso povo também sentiu o golpe desta troca, mas confiamos que agora, com novo entusiasmo e com mais tempo para a sua preparação, podemos ainda contar com o apoio e participação de todos aqueles que acreditam na Comunicação.O Mutirão da Comunicação não é só um encontro de gente que trabalha e que entende de meios de comunicação. A nossa visão vai mais longe. Comunicação é tudo aquilo que contribui para o entendimento

CENTENÁRIO E MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO

entre as pessoas e nos ajuda em todos os níveis, começando da catequese, até ao diálogo político, religioso, familiar... Comunicação é, sobretudo, solidariedade para ajudar, entender, respeitar o outro, o diferente...O Papa Bento XVI, neste ano sacerdotal, está motivando, sobretudo os padres, para que usem bem a comunicação no seu apostolado. É uma palavra de alento para enfrentar os desafios da nova cultura digital. Ele diz: “Se os novos meios forem conhecidos e avaliados adequadamente, podem oferecer aos sacerdotes e a todos os agentes de pastoral uma riqueza de dados e conteúdos que antes eram de difícil acesso, e facilitam formas de colaboração e de crescimento de comunhão impensáveis no passado... Isso permite criar novos espaços de conhecimento e de diálogo e chegar a propor e realizar itinerários de comunhão... Se forem usados sabiamente, com a ajuda de especialistas em tecnologia e cultura da comunicação, os novos meios podem converter-se, para os sacerdotes e para todos os agentes de pastoral, em um válido e eficaz instrumento de verdadeira e profunda evangelização e comunhão”.Em outra ocasião o Papa incentivava todos os que empregam as novas tecnologias da comunicação, em especial os jovens, a utilizá-las de uma maneira positiva e a compreender o grande potencial desses meios para construir laços de

amizade e solidariedade que possam contribuir para um mundo melhor.O nosso Mutirão, então, não é coisa só para entendidos e privilegiados. É uma união de forças vivas da Igreja e de gente de boa vontade, que querem se encontrar e conhecer, para aprender a ser solidários, a vencer as barreiras do medo, da desconfiança e da concorrência. Queremos juntos, aprender a comunicar amor e respeito. Queremos confraternizar com muitos povos da America Latina e Caribenha, para sentirmos, sempre mais, que somos os comunicadores da bondade de Deus no mundo.Como Bispo responsável das pastorais sociais do Regional Sul 3, convido a todas as pastorais a marcar sua presença neste evento histórico. Este encontro é uma praça, é um novo areópago dos tempos modernos para falar, discutir, apresentar e conhecer aquilo que de mais precioso existe na Pastoral Social: o desejo de fazer deste mundo, um lugar fraterno, justo e solidário.Como Bispo e Pastor desta Igreja convido, sobretudo os Presbíteros, Religiosos/as e lideranças de nossas comunidades a acreditar neste Mutirão e a marcar sua presença significativa para o bem do nosso povo, que precisa de novas estruturas, métodos e, sobretudo de muita solidariedade.Até lá! Um abraço fraterno e apertado.

CianMagentaAmareloPreto

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ESPECIAL

O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe tem o apoio da Lei Rouanet

Com o intuito de promover espaços às pessoas dispostas a dialogar sobre suas práticas e aprender com a experiência dos outros, as Oficinas do Mutirão oferecem importantes temas que contribuem com a reflexão e a capacitação nas mais diversas áreas da comunicação, na busca por uma cultura solidária. Nesta e na próxima edição, estaremos trazendo detalhes sobre as oficinas ofertadas pelo Mutirão de Comunicação, afim de que você possa fazer a sua escolha!

Ações interativas em Rede SocialA toxicodependência, embora seja um

problema antigo, assume em nosso tempo contornos alarmantes. Vivemos um processo epidêmico, onde todos são atingidos, seja por ter algum conhecido envolvido, seja pela violência gerada pelo narcotráfico. Urge a necessidade de tomar medidas fortes para virarmos o jogo, sendo modelo de luta contra o uso ilegal de substâncias psicoativas.

A Comunicação em tempos missioneirosA comunicação não estava ausente nos tempos

das missões. Esta não funcionava apenas por parte dos jesuítas como com sua vasta correspondência, inclusive as importantes “chartae annuae” (relatórios anuais), abrangendo três âmbitos: a) fatos e resultados religiosos; b) atividades políticas; c) produção econômica. Também os guaranis, que eram todos letrados (inclusive os curumins - meninos), participaram desta atividade intelectual. Alguns escreveram livros publicados em suas editoras (tipografias). Um caso especial: na época do último cerco à Colônia do Sacramento atuou certo guarani como repórter.

A Crise Ecológica e a Promoção da Justiça, Paz e EcologiaA humanidade vive uma crise ecológica. Esta

situação deve ser compreendida na perspectiva de mudanças para um modo de vida que altere o atual quadro e promova a sustentabilidade. Constata-se que o modelo de sociedade que causa o desequilíbrio ambiental é também o mesmo que causa as guerras, os conflitos e a fome no mundo. A promoção da justiça e da paz está profundamente ligada com a causa ambienta.

Aprender ensinando:A valorização da proposta de oficina no ensino da comunicaçãoO âmbito da oficina se vê como um grupo

natural onde as pessoas que fazem intercâmbio e interagem têm cada um, uma historia pessoal, um sistema de motivações e valores de referencia que são propostas próprias. Pertencendo a outros contextos, além da classe e possuem status e papéis psicossociais que se vão precisando de maneira progressiva. Assim, deseja ser espaço privilegiado por sua particular dinâmica de funcionamento para produção de conhecimento e aprendizagem.

Arte, cultura e solidariedadeA arte e a cultura sempre foram meios de

CENTENÁRIO E MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO Oficinas do Mutirão de Comunicação

comunicação e de solidariedade. Os artistas, construtores geniais da beleza, são comunicadores de valores que ajudam a vencer barreiras e diferenças. Eles são construtores de solidariedade.

A Solidariedade e a Cultura local na produção artesanalNa perspectiva da comunicação e da

cultura solidária a oficina colocará em discussão a relação entre artesãos e designers e mostrará a importância da referência cultural local para a elaboração temática que fundamenta a produção artesanal bem como a sua originalidade popular.

A Transversalidade da Ecologia na IgrejaA Ecologia na Igreja é tema garantido

para uma pastoral específica, mas precisa ser amplamente trabalhado em todas as dimensões da vida e missão da Igreja. A Ecologia, tanta para as igrejas como para a sociedade deve ser um tema transversal. No Rio Grande do Sul, a Pastoral da Ecologia tem uma caminhada de alguns anos, com ações específicas, mas com a missão de despertar o conjunto da Igreja para a questão ambiental.

Bíblia e Ecologia – por uma espiritualidade cristã ecológicaEnfrentar os desafios socioambientais do

nosso tempo requer uma contribuição da fé cristã, a fé no Deus da criação. Nossa ação em defesa da vida não pode ser movida pelo medo das catástrofes, mas pelo amor aos pobres e a natureza e toda a criação de Deus. Precisamos beber nas fontes das Sagradas Escrituras, na Palavra criadora de Deus e nos fortalecer com uma espiritualidade ecológica para dar nossa contribuição nas lutas pela defesa e preservação da vida.

Bioética e comunicação em prol da vidaNum contexto de relativismo ético e moral, a

vida está se tornando a principal vítima em função de um suposto desenvolvimento da ciência. Esse processo se dá mediante uma opinião pública confundida e bombardeada por um trabalho quotidiano e sistemático da mídia no sentido de apresentar a ciência como a única referência e fonte de verdade.

Catequese e ComunicaçãoEstamos mergulhados na cultura midiática,

por isso a necessidade de atualizar e dar um novo significado aos conteúdos e métodos da catequese, já que a natureza e finalidade da ação catequética são “fazer ecoar a Palavra de Deus”, é COMUNICAR.

Comunicação como forma de expressão para adolescentes dependentes químicosA proposta da oficina é mostrar que

a comunicação também é uma forma de recuperação da pessoa humana, de tratamento terapêutico. Dois estudantes de jornalismo da Universidade de Santa Cruz do Sul constataram isso após realizar oficinas de jornalismo com

um grupo de cinco adolescentes dependentes químicos que residem, para tratamento, em

uma igreja na cidade de Venâncio Aires. Ao final, eles mostraram que se trata de uma excelente forma de expressão e produziram um jornal, com pautas, fotos e textos escolhidos por eles mesmos. Além das oficinas, foram gravadas imagens para a produção de um documentário sobre o

projeto, que se encontra em fase de edição. Comunicação e Música:Uma perspectiva conciliatória dentro de uma Cultura SolidáriaVisa promover o intercâmbio, na busca por

novas maneiras de se conceber os processos comunicativos. Além disso, visa a compreensão de que a música é parte integrante na construção de uma cultura solidária pelo seu caráter inclusivo, aproximativo e gregário. Através da exploração da expressão corporal, enquanto elemento fundamental, auxiliada por instrumentos percussivos, desenvolvidos a partir de materiais recicláveis, propõe-se criar canais de conversação por meio de sinais sonoros.

Comunicação no contexto da globalizaçãoO processo de globalização econômica

acontece sem o respeito às culturas locais e às diferenças entre as regiões do mundo impondo, assim, uma homogeneização de valores e de estilos de vida. A mídia dá suporte e reproduz o modelo cultural imposto pela globalização. É importante conhecer como se dá esse processo a fim de transformar a mídia numa parceira da globalização da solidariedade.

Comunicação no Diálogo entre Culturas: Mídias

e cidadania das migrações transnacionais Focada na apresentação e debate de pesquisas

sobre mídias, cidadania e migrações que possam ter um caráter aplicado à realidade das migrações, a oficina visa reforçar a visibilidade e intercâmbio do conhecimento acadêmico e não-acadêmico produzidos sobre as migrações assim como debater futuras agendas de pesquisa que possam ser úteis ao trabalho organizativo realizado no âmbito das redes migratórias e das organizações de apoio às migrações no que se refere às políticas de comunicação e á cidadania das migrações contemporâneas.

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O MUTIRÃO NA PAUTA O POVO FALA...

Em visita a Quito, no Equador, Elson Faxina, jornalista brasileiro, membro da Equipe Acadêmica do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe fala das motivações para a participação neste espaço de diálogo sobre os Processos de Comunicação e Cultura Solidária. Além disso, enfatiza a realidade latino-americana na constante busca pela democratização da comunicação, entre outros destaques. Acompanhe a entrevista realizada por José Mármol, editor do Portal OCLACC. Mutirão: Por qué es importante par t ic ipar en e l Mut i rao de Comunicación?Faxina: Porque necesi tamos construir formas de cultura solidaria, porque vivimos una cultura de la competición, vivimos la lucha del héroe, y tenemos que pensar en revertir el concepto de héroe; porque mi realización también es hacer que el “otro” sea feliz, nuestra felicidad no puede estar en competición de un mundo animal. Nosotros somos humanos, dotados del intelecto para construir armonía y no construir violencia; en ese sentido es fundamental lo que propone el Mutirao. El Mutirao propone espacios para el debate, para compartir experiencias que se están dando en América Latina, nuestras vivencias, nuestras producciones pueden ayudar a cultivar y enriquecer la cultura solidaria.Mut irão : ¿ D e q u é m a n e r a las experiencias de los medios públicos pueden contribuir a la democratización de la comunicación en América Latina?Faxina: Uno de los ejes temáticos del Mutirao que se realizará en febrero es el debate de los medios públicos y el derecho a la comunicación, y en estos momentos la comunicación pública está oxigenando el sistema de comunicación en América Latina. Cierto es que es un sistema de comunicación pública basado

aún en los gobiernos, que no es la solución a todos los males, pero que intenta poner en el esquema de la comunicación un poco más de democracia. Porque hasta ahora, en un 90 0 95%, si es que no es mayor, los medios responden a la iniciativa privada, y eso es una dictadura de la comunicación, porque lo que circula y predomina es una visión del mercado y no desde América Latina, y el mercado tiene sus preferencias y persigue un fin de lucro, y para ello hay que favorecer a los gobernantes que apoyan esa visión, tampoco importa hacer cualquier cosa para ganar audiencias y obtener lucro. Mientras que, cuando se habla de comunicación pública, aún a partir del estado, se empieza a tener otra mirada sobre los mismos temas, no solo la visión empresarial sino una comunicación con un sentido más comunitario y solidario que va dando sentidos a las comunidades territoriales. Entonces es fundamental una comunicación pública vinculada al Estado, pero en lo posible no vinculada al gobierno. Los medios públicos deben buscar que el gobierno acepte el ejercicio de la democracia y garantice espacios participativos y democráticos de los

ciudadanos.Mutirão: ¿y Cómo garantizar una real participación de la ciudadanía?Faxina: Creo que los gobiernos deben reconocer la creación de Consejos ciudadanos para administrar los medios de comunicación públicos; claro, en estos consejos debe participar también el gobierno, eso es evidente, porque es elegido por el pueblo de forma democrática. Por supuesto que el gobierno no puede poner los medios en manos de cualesquiera, no; el gobierno tiene su responsabilidad, y por ello debe llamar a la sociedad civil organizada para que ayude a pensar en esa comunicación que debe ser pública. Así también, el gobierno debe garantizar que la comunicación comunitaria tenga su espacio, porque solo vamos a hacer democracia en América Latina cuando tengamos democracia de los medios de comunicación. ¿Cuál es la meta final, la utopía? Cuando lo privado, lo estatal, lo comunitario busquen ser eminentemente una comunicación pública, que parta de la ciudadanía; en la que nosotros los productores tengamos presente la ciudadanía, la solidaridad y no reproducir los rasgos del mercado, del poder.

Entrevista com Elson FaxinaPor que participar

do Mutirão?“Na perspectiva de um grupo de Economia Solidária, que trabalha com Comunicação Alternativa, é sempre muito importante participar de espaços que procuram debater uma nova forma de comunicação. Uma comunicação inclusiva e não exclusiva, monopolizada pelos grandes meios midiáticos. Neste sentido, procuramos sempre destacar os trabalhos que desenvolvemos na ONG Trilha Cidadã, através do Grupo Rali de Comunicação”. (Timóteo Greff – Rali de Comunicação) “Decidi inscrever o artigo ‘As Juventudes e as novas formas de participação’ para as produções acadêmicas do Mutirão de Comunicação por acreditar na importância do encontro para os estudos de comunicação da América Latina e Caribe e por ser um momento fundamental para trocas de conhecimentos e experiências. Estou indo para o Mutirão com a expectativa de conhecer novas realidades e de discuti-las a partir de diferentes pontos de vista, aprimorando e amadurecendo o meu olhar para a construção de novas formas de estudar e produzir comunicação”. (Clarissa Diógenes – ONG Catavento Comunicação e Educação – Assessoria de Comunicação da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura de Fortaleza)“El Mutirao de Comunicación es el mejor espacio para opinar, debatir y compartir experiencias con otros profesionales de América Latina y El Caribe, quienes estamos interesados en promover desde nuestros países una comunicación solidaria al servicio de la sociedad a través de valores humanos y cristianos. Considero que este evento ayudará a construir y consolidar en la región, una red de comunicadores solidarios preocupados por trabajar en base a las necesidades de nuestro prójimo, una red que reflexione sobre lo que acontece y perjudica en el mundo, simplemente una red que haga prevalecer ante cualquier situación los derechos de los más necesitados. Varios integrantes de la red de jóvenes de OCLACC, nos sumamos al Mutirao de Comunicación y Cultura Solidaria, para construir en conjunto propuestas fraternales que beneficien a nuestra comunidad. Saludos desde el Ecuador ¡¡ Nos vemos en febrero ¡¡” (Priscila Medina Proaño – Comunicadora Social – Quito – Ecuador).

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