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HPV Guilherme de Jesús

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HPV

Guilherme de Jesús

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Introdução

Vírus circulares, pequenos com DNA de dupla hélice

Família papovaviridae Mais de 130 tipos identificados Epiteliotrópicos, cada tipo afeta um local

diferente (pele ou mucosa) Divididos em alto risco e baixo risco para

câncer

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Introdução

Lesões benignas (condiloma) ou malignas (câncer de colo de útero, vulva, vagina, anal e penis)

Divididos em alto risco e baixo risco para neoplasia

Definido como “necessary cause” para Câncer de colo de útero – Ausência de doença na ausência de infecção

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Introdução

Prêmio Nobel de Medicina de 2008 para Harald zur Hausen

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Epidemiologia HPV

Incidência anual estimada de 6,2 milhões por ano nos EUA

Prevalência de 20 milhões

Maioria assintomática e transitória

Thomison III, 2008

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Epidemiologia HPV

Meta-análise com 157.879 mulheres com citologia normal demonstrou prevalência mundial de 10,4% (América do Sul de 12,3%)

Maior prevalência com menos de 34 anos, queda entre 35-44 anos e novo aumento após

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Epidemiologia HPV

Taxa influenciada pelo desenvolvimento do país (15,5% contra 10%)

Subtipos mais encontrados foram 16, 18 e 31

Mais de 1/3 das infecções causada por 16, 18 ou ambos

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Epidemiologia HPV

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Epidemiologia HPV

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Epidemiologia HPV

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Epidemiologia HPV

Estudo de SP utilizando Captura Híbrida para HPV de alto risco teve 17,8% de prevalência

14,3% das pacientes eram HPV+ com citologia normal

Captura híbrida foi positiva em 52,4% das pacientes com citologia alterada

Autora relata outro estudo realizado em SP com prevalência de 13,8%

Rama, 2008, Ver Sal Publ

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Epidemiologia HPV

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Epidemiologia HPV

Outro estudo realizado no RJ com 5833 mulheres encontrou 44,99% HPV + (5,1% baixo risco, 25,5% alto risco e 14,3% misto)

Prevalência da infecção varia com o diagnóstico citológico

Carestiato, 2006

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Epidemiologia HPV

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Epidemiologia CA de Colo

CA de colo de útero é o segundo mais frequente entre mulheres no mundo

INCA estimou 18.680 novos casos no Brasil no ano de 2008 (risco estimado de 19 casos para 100.000 mulheres)

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Epidemiologia CA de Colo

Média de idade 52 anos

Distribuição bifásica: picos entre 35-39 anos e 60-64 anos

85-90% células escamosas

10-15% adenocarcinoma

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Patogênese

Agente infeccioso bem sucedido

Induz infecção crônica sem sequelas sistêmicas

Raramente mata o hospedeiro

Periodicamente libera grande quantidade de vírus

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Patogênese

Ciclo de vida diferente dos outros virus Depende de células epidermais ou da

mucosa ainda capazes de proliferar (Camada basal)

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Patogênese

Após a entrada na camada supra-basal, a expressão da área genética Late (L) é iniciada; o genoma viral é replicado formando proteínas virais

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Patogênese

Nas camadas superiores da epiderme e mucosa, partículas virais completas são montadas e liberadas

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Patogênese

Vírus divide-se em duas regiões: não-codificadora e codificadora

Região não-codificadora (LCR) representa 15% do genoma – contém a origem da replicação do DNA e elementos promotores da transcrição viral

Região codificadora produz proteínas virais precoces (E - Early) e tardias (L - Late)

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Patogênese

L1 e L2 formam o capsídeo viral, interagem com receptor da célula alvo e facilitam a entrada do DNA

E1 e E2 participam da

replicação do DNA. E2

ainda regula transcrição

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Patogênese

E4 facilita liberação da partícula viral ao colapsar esqueleto de queratina

E5 possui efeito pouco compreendido

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Patogênese

E6 e E7 dos HPVs de alto risco bloqueiam proteínas oncossupressoras p53 e RB, levando a crescimento

desordenado da célula

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Patogênese

HPVs de baixo risco mantém-se extra-celulares

HPVs de alto risco encontram-se integrados ao DNA do hospedeiro – evento crítico para o desenvolvimento do carcinoma

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Fatores de Risco

Relacionados com o comportamento sexual do indivíduo: Sexarca precoce Grande número de parceiros sexuais Contato sexual com indivíduos de alto risco Imunossupressão (HIV, Transplantes)

Circuncisão e uso sistemático de condons pode reduzir o risco de transmissão

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Manifestações Clínicas

Expressão clínica mais comum são os condilomas anogenitais, 90% deles causados pelos subtipos 6 e 11

Lesões neoplásicas são causadas pp pelos subtipos 16, 18, 45 e 31 (80% do CA de colo de útero)

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Manifestações Clínicas

Meia-vida estimada de 8-10 meses para os de alto risco e metade para os de baixo risco

Estudo brasileiro demonstrou tempo de resolução da infecção médio de 13 meses

Subtipo 16 tem maior longevidade, com meia-vida média de 16 meses

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Manifestações Clínicas

Apesar da alta frequencia, 90% das pacientes jovens apresentam resolução espontânea da lesão

Resolução da infecção parece oferecer certo grau de proteção contra o mesmo subtipo e também cruzada

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Manifestações Clínicas

Infecção persistente é o fator de risco mais importante para câncer anogenital

Resposta imune irá definir se o vírus será eliminado ou tornar-se portadora crônica

Evolução para lesão invasora é lenta (15 anos)

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Manifestações Clínicas

Pacientes HIV + (principalmente se sintomáticas) e transplantadas possuem taxas de infecções maiores que a população geral

Estudos demonstram ↑ infecção por HPV precede ↑ neoplasia cervical em 1 a 2 décadas

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Manifestações Clínicas

Lesões pré-malignas (NIC) são detectadas por métodos de screening eficazes (exame de Papanicolaou)

Nos EUA, após a introdução do método, houve queda de 75% nas taxas de Câncer cervical

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Progressão para neoplasia

Persistência de infecção

Subtipo viral

Carga Viral (provável)

HIV, principalmente na fase de imunossupressão

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Progressão para neoplasia

Uso prolongado de ACO

Alta paridade

Tabagismo

Idade avançada

Infecção por múltiplos subtipos

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Progressão para neoplasia

Possíveis determinantes: Dieta pobre em frutas e vegetais

Co-infecção com outras DSTs (Chlamydia, Herpes)

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Progressão para neoplasia

Lesões pré-neoplásicas possuem progressão variável: NIC I: 1%

NIC II: 5%

NIC III: 12%

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Progressão para neoplasia

Lesões pré-neoplásicas possuem regressão variável: NIC I 60% até NIC III 33%

Depende da idade – pacientes jovens apresentam maior número de regressões

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Vacina

Partículas semelhantes ao esqueleto viral vazio

Podem ser bivalentes (16 e 18) – GlaxoSmithKline ® e tetravalentes (6,11,16 e 18) – Merck ®

Proteção ocorre pela indução de anticorpos neutralizadores

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Vacina

Alto grau de eficácia Poucos efeitos colaterais Natureza apenas profilática Prioridade seria vacinação entre 9 e 15 anos Não elimina a necessidade do screening

(infecção por outro subtipo, paciente não vacinada, portadora prévia de HPV)

Steinbrook, NEJM, 2003

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Vacina

Resposta imune maior em pessoas vacinadas em idades menores

Infecção pelo HPV geralmente é adquirida no início da atividade sexual (incidência cumulativa de 40% em 16 meses, maioria se infecta entre 2-5 anos após sexarca)

Máximo benefício alcançado se vacinação ocorrer antes do início das relações sexuais

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Vacinação

Determinação de anticorpos contra HPV é desnecessária (apenas 60% +)

Não há necessidade de investigação para HPV DNA (exame muito sensível, outros subtipos)

HIV não é contra-indicação à vacina, mas desconhece seu efeito protetor nessas pacientes