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Ética no Serviço Público Professora Ana Maria [email protected] CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL DECRETO N° 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, DECRETA: Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República. ITAMAR FRANCO Romildo Canhim Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal CAPÍTULO I Seção I Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem- estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

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Ética no Serviço Público

Professora Ana Maria

[email protected]

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

DECRETO N° 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o

disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12

da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências

necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três

servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da

República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO

Romildo Canhim

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

CAPÍTULO I

Seção I

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor

público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos,

comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal

e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o

desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim

é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a

moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por

isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua

aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-

estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.

Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na

vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a

serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo

constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a

negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria

pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do

erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal

uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer

bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento

e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e

seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a

formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou

ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e,

assim, evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e

caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase

sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de

todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da

Nação.

Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações

procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que

exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas

opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do

serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e

posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que

se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores,

benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em

todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências

cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização

do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível,

com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos

legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que

observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral

cumprimento.

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para

outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua

profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou

material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o

público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou

vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro

servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou

de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II

Das Comissões de Ética

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer

órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de

orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe

conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

(Revogado pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) - XVII -- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e

respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a

princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o

servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender

ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados

administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente constituídas.

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os

registros sobre sua conduta Ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da

carreira do servidor público.

(Revogado pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) - XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a

apuração de fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito sumário,

ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso

ao respectivo Ministro de Estado.

(Revogado pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) - XX - Dada à eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência,

poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo Disciplinar

do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor público

esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará

comprometimento ético da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento

e providências.

(Revogado pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) - XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato

submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos interessados,

divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da consciência

ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração

Federal da Presidência da República.

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo

parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

(Revogado pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) - XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento

da falta de ética do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código, cabendo-lhe

recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões;

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato

ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,

desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades

paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

(Revogado pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) - XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão

houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de Ética, um

compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e de todos os princípios éticos e

morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes.

Empresas paraestatais – ex: SESI, SENAI, SENAC, CRM, etc

Empresas públicas – ex: CEF, Correios, etc.

Sociedade de Economia Mista: ex:Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Nordeste,etc.

RESUMÃO DO DECRETO 6.029, 01/02/2007

O Presidente da República DECRETA:

Fica instituído o SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL.

COMPETÊNCIAS GERAIS:

I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública;

II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos

fundamentais para o exercício de gestão da ética pública;

III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos

à ética pública;

IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão

da ética pública do Estado brasileiro.

INTEGRAM O SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto S/N de 26 de maio de 1999;

II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994; e

III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

MEMBROS

CEP – COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA COMISSÕES DE ÉTICA

07 MEMBROS (03) TRÊS MEMBROS TITULARES E (03) TRÊS SUPLENTES,

BRASILEIROS ESCOLHIDOS ENTRE OS SERVIDORES E EMPREGADOS

DO SEU QUADRO PERMANTE.

IDONEIDADE MORAL, REPUTAÇÃO ILIBADA, NOTÓRIA

EXPERIÊNCIA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DESIGNADOS PELO DIRIGENTE MÁXIMO DA

RESPECTIVA ENTIDADE OU ÓRGÃO.

DESIGNADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA MANDATOS NÃO COINCIDENTES DE TRÊS ANOS.

MANDATOS DE 3 ANOS

NÃO COINCIDENTES

PERMITIDA UMA ÚNICA RECONDUÇÃO

SEM REMUNERAÇÃO

OS TRABALHOS REALIZADOS PELOS MEMBROS SÃO

CONSIDERADOS DE RELEVANTE PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO PÚBLICO

O PRESIDENTE TEM O VOTO DE QUALIDADE NAS

DELIBERAÇÕES DA COMISSÃO

COMPETÊNCIAS

CEP – COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA COMISSÕES DE ÉTICA

I - instância consultiva do Presidente da República e dos

Ministros de Estado, em matéria de ética pública;

II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta

Administração Federal;

III - dirimir dúvidas de interpretação sobre normas do Código de

Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de

que trata o Decreto nº 1.171, de 1994;

IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da

No art. 7º, ao dispor sobre as competências das Comissões de Ética,

ampliou-as em relação ao consignado no item XVI (Capítulo II,

das Comissões de Ética), como pode ser conferido abaixo:

- ―Compete às Comissões de Ética de que trata o Decreto nº

1.171, de 1994:

I – atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no

âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;

II – aplicar o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder

Executivo Federal, devendo:

Ética Pública do Poder Executivo Federal.

IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da

Ética Pública do Poder Executivo Federal;

V - aprovar o seu regimento interno; e

VI - escolher o seu Presidente.

- submeter à Comissão de Ética Pública propostas para o

seu aperfeiçoamento;

- dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas

normas e deliberar sobre casos omissos;

- apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em

desacordo com as normas éticas pertinentes;

- recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão

ou entidade a que estiver vinculadas, o desenvolvimento de ações

objetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as

normas de ética e disciplina;

III- representar à respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética

do Poder Executivo Federal (cujo objetivo é promover a

cooperação técnica e a avaliação em gestão de ética – art. 9º,

caput);

IV- supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta

Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam

configurar descumprimento de suas normas.‖ (art. 7º)

REUNIÕES DA REDE DE ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Federal, integrada pelos representantes das Comissões de Ética de

que tratam os incisos I, II e III do art. 2o, com o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética.

Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma

vez por ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na administração pública.

PRINCÍPIOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS PELAS COMISSÕES DE ÉTICA

No art. 10, define os que os trabalhos das Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e ―observância dos seguintes

princípios:

I – proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;

II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar: e

III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto.”

QUEM PODE REQUERER A ATUAÇÃO DAS COMISSÕES DE ÉTICA

No art. 11, dispõe sobre a legitimidade das partes que queiram requerer a atuação das Comissões de Ética, cujas regras, objeto do

item XVII do Decreto nº 1.171, de 1994, foram revogadas, nos termos seguintes:

- “Art. 11 Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar

a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor

específico de ente estatal”

APOIO AS COMISSÕES DE ÉTICA

CEP – COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA COMISSÕES DE ÉTICA

Parágrafo único:

A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil

da Presidência da República, à qual competirá prestar o apoio técnico e

administrativo aos trabalhos da Comissão.

§ 1o Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-

Executiva, vinculada administrativamente à instância máxima da

entidade ou órgão, para cumprir plano de trabalho por ela

aprovado e prover o apoio técnico e material necessário.

§ 2o As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão

chefiadas por servidor ou empregado do quadro permanente da

entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com

sua estrutura, alocado sem aumento de despesas.

QUEM É O AGENTE PÚBLICO

Embora o item XXIV (do Capítulo II, das Comissões de Ética)

tenha sido preservado, o Decreto nº 6.029, de 2007,

estabeleceu, em paridade ao conceito de servidor público, o

conceito de agente público:

Decreto nº 1.171, de 1994:

- ―Para fins de apuração do comprometimento ético,

entende-se por servidor público todo aquele que, por força de

lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de

natureza permanente, temporária e excepcional, ainda que sem

retribuição financeira, desde que ligado direta ou

indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as

autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as

empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em

qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado‖.

Decreto nº 6.029, de 2007:

Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de

direito privado, associação ou entidade de classe poderá

provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando

à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão

ou setor específico de ente estatal.

Parágrafo único. Entende-se por AGENTE PÚBLICO, para

os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de lei,

contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza

permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que

sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da

administração pública federal, direta e indireta.

TRATAMENTO DAS DENÚNCIAS E GARANTIAS DO

CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

No art. 12, estabelece novo rito para apuração de prática de

conduta conflitante com o Código de Ética, revogados e

constantes do itens XVII, XIX e XX do Decreto nº 1.171, de

1994, nos termos seguintes:

Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em

desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta

Administração Federal e no Código de Ética Profissional do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será

instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada,

respeitando-se, sempre, as garantias do contraditório e da

ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Comissões

de Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme o

caso, que notificará o investigado para manifestar-se, por

escrito, no prazo de dez dias.

§ 1o O investigado poderá produzir prova documental

necessária à sua defesa.

§ 2o As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos

que entenderem necessários à instrução probatória e, também,

promover diligências e solicitar parecer de especialista.

§ 3o Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação,

após a manifestação referida no caput deste artigo, novos

elementos de prova, o investigado será notificado para nova

manifestação, no prazo de dez dias.

§ 4o Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética

proferirão decisão conclusiva e fundamentada.

DIREITO DO CONHECIMENTO DO TEOR DA

ACUSAÇÃO E VISTA DOS AUTOS

“Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é

assegurado o direito de saber o que lhe está sendo imputado,

de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no

recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha

sido notificada da existência do procedimento investigatório.

Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o

de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.”

PENALIDADE E DEMAIS PROVIDÊNCIAS QUE

PODERÃO SER TOMADAS PELA COMISSÃO DE

ÉTICA

ÚNICA PENALIDADE APLICADA PELAS

COMISSÕES DE ÉTICA: CENSURA

OUTRAS PROVIDÊNCIAS QUE PODERÃO SER

TOMADAS CASO A CONCLUSÃO FOR PELA

EXISTÊNCIA DE FALTA ÉTICA:

§ 5o Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das

providências previstas no Código de Conduta da Alta

Administração Federal e no Código de Ética Profissional do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, as

Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que

couber:

I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou

função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou

devolução ao órgão de origem, conforme o caso;

II - encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-

Geral da União ou unidade específica do Sistema de Correição

do Poder Executivo Federal para exame de eventuais

transgressões disciplinares; e

III - recomendação de abertura de procedimento

administrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.

Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a

possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade

administrativa ou de infração disciplinar, encaminhará cópia

dos autos às autoridades competentes para apuração de tais

fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.

DIVULGAÇÃO DAS DECISÕES DAS COMISSÕES DE

ÉTICA

Art. 13. Será mantido com a chancela de ―reservado‖, até que

esteja concluído, qualquer procedimento instaurado para

apuração de prática em desrespeito às normas éticas.

§ 1o Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou

da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do

procedimento deixarão de ser reservados.

§ 2o Na hipótese de os autos estarem instruídos com

documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de

documento somente será permitido a quem detiver igual

direito perante o órgão ou entidade originariamente

encarregado da sua guarda.

Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de

qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela

levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos

nomes dos investigados, divulgadas no sítio do próprio órgão,

bem como remetidas à Comissão de Ética Pública.

OMISSÕES NO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de

proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando

omissão do Código de Conduta da Alta Administração

Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor Público

Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do

órgão ou entidade, que, se existente, será suprida pela analogia

e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência.

§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de

Ética competente deverá ouvir previamente a área jurídica do

órgão ou entidade.

§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos

éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de

Ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo

Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham a

ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo

Código de Conduta da Alta Administração Federal.

PRIORIDADE DOS TRABALHOS DAS COMISSÕES

DE ÉTICA

“Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam

os incisos II (que é a Comissão de Ética prevista no Decreto

nº 1.171, de 1994) e III do art. 2º são considerados

relevantes e têm prioridade sobre as atribuições próprias dos

cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com

exclusividade na Comissão.”

“Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública

Federal darão tratamento prioritário às solicitações de

documentos necessários à instrução dos procedimentos de

investigação instaurado pelas Comissões de Ética.

§ 1º Na hipótese de haver inobservância do dever funcional

previsto no caput, a Comissão de Ética adotará as

providências previstas no inciso III do § 5º do art. 12.

§ 2º As autoridades competentes não poderão alegar sigilo

para deixar de prestar informação solicitada pelas

Comissões de Ética.”

QUEM APURA INFRAÇÕES DE NATUREZA ÉTICA

COMETIDA POR MEMBRO DE COMISSÃO DE

ÉTICA

“Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro

de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III do art.

2º será apurada pela Comissão de Ética Pública.”

BANCO DE DADOS

Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados

de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam

os incisos II e III do art. 2o e de suas próprias sanções, para

fins de consulta pelos órgãos ou entidades da administração

pública federal, em casos de nomeação para cargo em

comissão ou de alta relevância pública.

Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo

engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos

mencionados no parágrafo único do art. 11 deste Decreto.

APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA

Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta

Administração Federal, do Código de Ética Profissional do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do

Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se, no que

couber, às autoridades e agentes públicos neles referidos,

mesmo quando em gozo de licença.

Professora: Ana Maria

[email protected]

História da

Ética

Vamos partir do princípio que a história da ética

teve sua origem, pelo menos sob o ponto de vista

formal, na antigüidade grega, através de Aristóteles

(384/322 a.C.) e suas idéias sobre a ética e as

virtudes éticas.

Cumpre advertir, antes de tudo, que a história da

ética como disciplina filosófica é mais limitada no

tempo e no material tratado do que a história das

idéias morais da humanidade. Esta última história

compreende o estudo de todas as normas que

regularam a conduta humana desde os tempos pré-

históricos até os nossos dias.

Só há história da ética no âmbito da história da

filosofia. Ainda assim, a história da ética adquire,

por vezes, uma considerável amplitude, por quanto

fica difícil, com freqüência, estabelecer uma

separação rigorosa entre os sistemas morais; objeto

próprio da ética; e o conjunto de normas e atitudes

de caráter moral predominantes numa dada

sociedade ou numa determinada fase história. Com

o fim de solucionar este problema, os historiadores

da ética limitaram seu estudo àquelas idéias de

caráter moral que possuem uma base filosófica, ou

seja, que, em vez de se darem simplesmente como

supostas, são examinadas em seus fundamentos; por

outras palavras são filosoficamente justificadas.

Existem as doutrinas éticas, ou teorias acerca da

moral, que estão divididas nos seguintes segmentos,

correlacionados historicamente: ética grega, ética

cristã medieval, ética moderna e ética

contemporânea.

As doutrinas éticas fundamentais nascem e se

desenvolvem em diferentes épocas e sociedades

como respostas aos problemas básicos apresentados

pelas relações entre os homens e em particular pelo

seu comportamento moral efetivo. Por isto, existe

uma estreita vinculação entre os conceitos morais e

a realidade humana, social, sujeita historicamente à

mudança. Por conseguinte, as doutrinas éticas não

podem ser consideradas isoladamente, mas dentro

de um processo de mudança e de sucessão que

constitui propriamente a sua história. Ética e

história, por tanto, relacionam-se duplamente: a)

Com a vida social e, dentro desta, com as morais

concretas que são um dos seus aspectos; b) Com a

sua história própria, já que cada doutrina está em

conexão com as anteriores (tomando posição contra

elas ou integrando alguns problemas e soluções

precedentes), ou com as doutrinas posteriores

(prolongando-se ou enriquecendo-se nelas).

"A Ética é a ciência que, tendo por objeto essencial

o estudo dos sentimentos e juízos de aprovação e

desaprovação absoluta realizados pelo homem

acerca da conduta e da vontade, propõe-se a

determinar:

a. qual é o critério segundo a conduta e a

vontade em tal modo aprovada se

distinguem, ou ainda, qual é a norma,

segundo a qual se opera e deve operar a

vontade em tal conduta, e qual o fim que na

mesma e para essa se cumpre e se deve

cumprir;

b. em que relações de valor estão com

observância daquela norma e obtenção

daquele fim as diversas formas de conduta,

individual ou coletiva, tais como se

apresentam na sociedade e na época à qual

pertencemos." - GIOVANNI VIDARI

"Ethos ; ética, em grego ; designa a morada

humana. O ser humano separa uma parte do mundo

para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo

protetor e permanente. A ética, como morada

humana, não é algo pronto e construído de uma só

vez. O ser humano está sempre tornando habitável a

casa que construiu para si. Ético significa, portanto,

tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente

para que seja uma moradia saudável: materialmente

sustentável, psicologicamente integrada e

espiritualmente fecunda." - LEONARDO BOFF, A

Águia e a galinha.

A ética é um comportamento social, ninguém é

ético num vácuo, ou teoricamente ético. Quem vive

numa economia a ética, sob um governo antiético e

numa sociedade imoral acaba só podendo exercer a

sua ética em casa, onde ela fica parecendo uma

espécie de esquisitice. A grande questão destes

tempos degradados é em que medida uma ética

pessoal onde não existe ética social é um refúgio,

uma resistência ou uma hipocrisia. Já que ninguém

mais pode ter a pretensão de ser um exemplo moral

sequer para o seu cachorro, quando tudo à sua volta

é um exemplo do contrário. - Luis Fernando

Veríssimo

A ética deve fundar-se no bem comum no respeito

aos direitos do cidadão e na busca de uma vida

digna para todos. - Ferreira Gullar

A ética está para a democracia como a poesia está

para a vida. - Marcio Souza

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de

nosso meio social, por intermédio da família, da

escola, dos amigos, dos meios de comunicação de

massa, etc. Vamos adquirindo, aos poucos, idéias

morais. É o aspecto social da moral se manifestando

e, mesmo ao nascer, o homem já se defronta com

um conjunto de regras, normas e valores aceitos em

seu grupo social.

A moral, porém, não se reduz apenas a seu aspecto

social, pois a medida que desenvolvemos nossa

reflexão crítica passamos a questionar os valores

herdados, para então decidir se aceitamos ou não as

normas. A decisão de acatar uma determinada

norma é sempre fruto de uma reflexão pessoal

consciente, que pode ser chamada de interiorização.

É essa interiorização das normas que qualifica um

ato como sendo moral. Por exemplo: existe uma

norma no código de trânsito que nos proíbe de

buzinar diante de um hospital. Podemos cumpri-la

por razões íntimas, pela consciência de que os

doentes sofrem com isso. Nesse caso houve a

interiorização da norma e o ato é um ato moral.

Mas, se apenas seguimos a norma por medo das

punições previstas pelo código de trânsito, não

houve o processo de interiorização e meu ato escapa

do campo moral.

Conforme afirmações anteriores, dizemos que a

ética não se confunde com a moral. A moral é a

regulação dos valores e comportamentos

considerados legítimos por uma determinada

sociedade, um povo, uma religião, uma certa

tradição cultural etc. Há morais específicas,

também, em grupos sociais mais restritos: uma

instituição, um partido político... Há, portanto,

muitas e diversas morais. Isto significa dizer que

uma moral é um fenômeno social particular, que

não tem compromisso com a universalidade, isto é,

com o que é válido e de direito para todos os

homens. Exceto quando atacada: justifica-se

dizendo-se universal, supostamente válida para

todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais

são legítimas? Não deveria existir alguma forma de

julgamento da validade das morais? Existe, e essa

forma é o que chamamos de ética. A ética é uma

reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é

puramente teoria. A ética é um conjunto de

princípios e disposições voltados para a ação,

historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar

as ações humanas. A ética existe como uma

referência para os seres humanos em sociedade, de

modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez

mais humana. A ética pode e deve ser incorporada

pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante

da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os

apelos a-críticos da moral vigente. Mas a ética,

tanto quanto a moral, não é um conjunto de

verdades fixas, imutáveis. A ética se move,

historicamente, se amplia e se adensa. Para

entendermos como isso acontece na história da

humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a

escravidão foi considerada "natural". Entre a moral

e a ética há uma tensão permanente: a ação moral

busca uma compreensão e uma justificação crítica

universal, e a ética, por sua vez, exerce uma

permanente vigilância crítica sobre a moral, para

reforçá-la ou transformá-la.

A ética está relacionada à opção, ao desejo de

realizar a vida, mantendo com os outros relações

justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada

nas idéias de bem e virtude, enquanto valores

perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se

traduz numa existência plena e feliz. O estudo da

ética talvez tenha se iniciado com filósofos gregos

há 25 séculos. Hoje em dia, seu campo de atuação

ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros

pesquisadores do conhecimento dedicam-se a seu

estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos

outros profissionais desenvolvem trabalhos no

campo da ética.

Quando na antigüidade grega Aristóteles apresentou

o problema teórico de definir o conceito de Bem,

seu trabalho era de investigar o conteúdo do Bem e

não definir o que cada indivíduo deveria fazer numa

ação concreta, para que seu ato seja considerado

bom ou mau. Evidentemente, esta investigação

teórica sempre deixa conseqüências práticas, pois

quando definimos o Bem, estamos indicando um

caminho por onde os homens poderão se conduzir

nas suas diversas situações particulares.

A ética também estuda a responsabilidade do ato

moral, ou seja, a decisão de agir numa situação

concreta é um problema prático-moral, mas

investigar se a pessoa pôde escolher entre duas ou

mais alternativas de ação e agir de acordo com sua

decisão é um problema teórico-ético, pois verifica a

liberdade ou o determinismo ao qual nossos atos

estão sujeitos. Se o determinismo é total, então não

há mais espaço para a ética, pois se ela se refere às

ações humanas e se essas ações estão totalmente

determinadas de fora para dentro, não há qualquer

espaço a liberdade, para a autodeterminação e,

consequentemente, para a ética.

A ética pode também contribuir para fundamentar

ou justificar certa forma de comportamentos moral.

Assim, se a ética revela uma relação entre o

comportamento moral e as necessidades e os

interesses sociais, ela nos ajudará a situar no devido

lugar a moral efetiva, real, do grupo social. Por

outro lado, ela nos permite exercitar uma forma de

questionamento, onde nos colocamos diante do

dilema entre "o que é" e o "que deveria ser",

imunizando-nos contra a simplória assimilação dos

valores e normas vigentes na sociedade e abrindo

em nossas almas a possibilidade de desconfiarmos

de que os valores morais vigentes podem estar

encobrindo interesses que não correspondem às

próprias causas geradoras da moral. A reflexão ética

também permite a identificação de valores

petrificados que já não mais satisfazem os interesses

da sociedade a que servem. Jung Mo SUNG e Josué

Cândido da SILVA (1995:17) nos dão um bom

exemplo do que estamos falando: "Na época da

escravidão, por exemplo, as pessoas acreditam que

os escravos eram seres inferiores por natureza

(como dizia Aristóteles) ou pela vontade divina

(como diziam muitos na América colonial). Elas

não se sentiam eticamente questionadas diante da

injustiça cometida contra os escravos. Isso porque

o termo "injustiça" já é fruto de juízo ético de

alguém que percebe que a realidade não é o que

deveria ser."

Sendo a ética uma ciência, devemos evitar a

tentação de reduzi-la ao campo exclusivamente

normativo. Seu valor está naquilo que explica e não

no fato de prescrever ou recomendar com vistas à

ação em situações concretas. A ética também não

tem caráter exclusivamente descrito pois visa

investigar e explicar o comportamento moral,

traço inerente da experiência humana. Não é

função da ética formular juízos de valor quanto

à prática moral de outras sociedades, mas

explicar a razão de ser destas diferenças e o

porque de os homens terem recorrido, ao longo

da história, a práticas morais diferentes e até

opostas.

Por que e como ensinar ética aos filhos

Por que e como ensinar ética aos filhos?

Uma pessoa só é ética quando se orienta por

princípios e convicções. É função inalienável dos

pais transmitirem uma conduta ética a seus filhos.

Ética é uma matéria que faz parte do aprendizado de

vida, no qual os pais devem ser os melhores

professores. Então, como se ensina ética? Ensina-se

aquilo que se tem e aquilo que se é. O que vai ser

transmitido para os filhos não é o que se origina de

um discurso verbal, mas sim o que se é e como se

age. Sabe-se que a criança é um perfeito sensor para

captar o que se passa na mente dos pais. A

colocação dos limites adequados às atuações da

criança é uma das formas importantes para se

ensinar conduta ética. O "não" é um organizador

fundamental da vida psíquica e necessário para que

a criança se desenvolva. Receber "não" significa ter

que lidar com frustração, adiar satisfação de

necessidade e entreter tensão interna. Além disso,

esse mesmo "não", serve também para que a criança

aprenda, por insistir no se intento, alternativas

inteligentes e aceitáveis para obter o que ela deseja.

Aprende, assim, a controlar impulso, a regular as

emoções, a desenvolver inteligência e o respeito

pelo outro. Como a psicologia vem demonstrando,

em inúmeros artigos publicados, limites fazem bem

e são fundamentais para que o ser humano cresça

forte e feliz. Uma criança, que vive sem os limites

adequados, não se transforma em um homem

íntegro e livre como se acreditou, ingenuamente,

décadas atrás. Ao contrário, se transforma em

alguém inconsistente, desorientado e dependente.

Por quê? Porque a criança que apenas recebe sim,

não precisa fazer confrontos, não precisa exercitar

sua inteligência para buscar alternativas para

conseguir o que quer, não precisa lutar para

convencer os pais de que ela está certa. Tudo é

possível a priori e isso a faz fraca, muitas vezes

uma tirana em casa e uma covarde fora de casa, pois

não teve chance de verdadeiramente lutar pelo que

queria e que foi impedido. O confronto com os pais

prepara a criança para os confrontos da vida. A

criança enfrenta os pais para conquistar autonomia.

Ceres Araujo

A Ética no Serviço Público: Tema

Relevante em Concurso Público

[Artigo publicado na Revista Concurso em Foco

Ano III 2010- 09 de Fevereiro

Professora Andréia Ribas (Ética no Serviço

Publico]

Tem sido cada vez mais freqüente a cobrança de

conhecimentos de ética no serviço público nos

mais variados processos seletivos. A relevância da

matéria, entre outras razões, está associada à

insatisfação da sociedade brasileira com a conduta

ética no serviço público, ou seja, de modo geral, o

país enfrenta o descrédito da opinião pública a

respeito do comportamento dos agentes públicos e

da classe política em todas as suas esferas.

A partir desse cenário, é natural que a

expectativa da sociedade e os órgãos públicos em

seus processos seletivos sejam mais exigentes

com a conduta daqueles que desempenham

atividades no serviço e na gestão de bens

públicos.

Provas aplicadas recentemente para Área

Administrativa, a exemplo, dos Ministérios da

Integração e da Previdência Social despertaram

nos concurseiros uma atenção maior para a

matéria tendo em vista a quantidade de questões

que abordam a assunto. Observa-se ainda, que os

concursos públicos têm exigido além dos decretos

(1.171 de 22 de junho de 1994 e 6.029 de 01 de

fevereiro de 2007) a história da Ética, os conceitos

de ética e moral e a relação da ética com o

Direito.

A História da Ética:

A história da ética é tema de concurso público uma

vez que as discussões acerca da ética nas atividades

públicas iniciaram-se na Grécia antiga e continuam

até os dias atuais, gerando legislações que procuram

traduzir a moral e os princípios desejados

socialmente.

As assertivas abaixo da prova do Concurso Público

para Agente MPS/2009 apresentam importantes

considerações sobre a história da Ética, a saber:

(CESPE/UnB Agente Administrativo –

MPS/2009) Os conceitos de ética e política estão

diretamente associados, desde a Grécia antiga. Para

os gregos, a política deveria visar ao bem-estar da

sociedade.

Comentário:

A assertiva está correta. A ética grega, aflorada nos

gênios de Platão, Sócrates e Aristóteles, conseguiu

elevar a ética como disciplina filosófica, fazendo o

mundo despertar para a ética. Os conceitos de ética e

política estão diretamente associados, desde a Grécia Antiga, que

considerava que a política visaria ao bem-estar da sociedade.

Na filosofia aristotélica a política é um

desdobramento natural da ética. Ambas, na verdade,

compõem a unidade do que Aristóteles chamava de

filosofia prática. Se a ética está preocupada com a

felicidade individual do homem, a política se

preocupa com a felicidade coletiva da pólis. Desse

modo, é tarefa da política investigar e descobrir

quais são as formas de governo e as instituições

capazes de assegurar a felicidade coletiva.

(CESPE/UnB Agente Administrativo –

MPS/2009) É a ética da convicção que prega a

necessidade de o indivíduo ter consciência de que

suas ações terão efeitos nas gerações seguintes.

Comentário:

A assertiva está errada. Max Weber (1864-1920)

apresenta um pensamento que integra diversas

correntes no seu discurso sobre os aspectos éticos.

Weber constata que qualquer ação eticamente

orientada pode ajustar-se a duas máximas que

diferem entre si: pode orientar-se de acordo com a

ética da convicção ou de acordo com a ética da

responsabilidade.

A ética da convicção, de caráter deontológico,

apresenta a virtude como estando submetida ao

respeito pelo imperativo categórico da lei moral.

Regula-se por normas e valores já estabelecidos que

pretenda aplicar na prática, independentemente das

circunstâncias ou das conseqüências daí resultantes.

A ética da responsabilidade, de caráter

teleológico, apresenta uma tendência mais

utilitarista que orienta a sua ação a partir da análise

das conseqüências daí resultantes. Esta análise

levará em linha de conta o bem que pode ser feito a

um número maior de pessoas assim como evitar o

maior mal possível.

(CESPE/UnB Agente Administrativo –

MPS/2009) Com a separação entre o religioso e o

político, resultante das discussões acerca da ética,

ao longo do tempo novas perspectivas filosóficas

surgiram. Segundo elas, o indivíduo está livre para

agir conforme sua consciência determina, o que

revela uma concepção utilitarista centrada no

homem.

Comentário:

A assertiva está certa. A ética moderna, por sua

vez, contrapôs a vinculação da ética às divindades,

aproximando-a mais à figura do homem e a sua

organização social, daí a necessidade do Estado. Na

filosofia contemporânea, os princípios do

liberalismo influenciaram bastante o conceito de

ética, que ganha fortes traços de moral utilitarista. O

Utilitarismo ou Universalismo Ético - a maior

felicidade para o maior número de pessoas. Esta

ética é chamada “moral do bem estar”, o bem é útil

para o individuo e o coletivo.

Os Conceito de Ética, Moral e Direito:

Ética:

Grego (ethos) disciplina filosófica que estuda o

valor das condutas humanas, seus motivos e

finalidades. Reflexão sobre os valores e

justificativas morais, aquilo que se considera o bem.

Análise da capacidade humana de escolher, ser livre

e responsável por sua conduta entre os demais,

enfim, a ética é a ciência que estuda a moral ou

aquela que estuda o comportamento dos homens na

sociedade.

Moral:

Latim (mores) conjunto dos costumes, hábitos,

valores (fins) e procedimentos (meios) que regem as

relações humanas, considerados válidos e

apreciados, individual e coletivamente.

Direito:

O direito também tem muito a ver com a moral e

com a ética. A relação do Direito com a moral

existe fortemente porque o Direito surge pela

sistematização da lei, e a lei, por sua vez, surge

justamente pela concretização normativa de um

costume, que é um princípio moral aceito pela

sociedade.

Porém, a grande diferença que sempre existiu entre

os dois é que o Direito se impunha coercitivamente,

havendo instrumentos de força à sua disposição. A

moral, entretanto, não se impunha coercitivamente,

porque a moral só está presente onde há consciência

individual.

Finalidade do Código de Ética do

Servidor Publico Civil do Poder

Executivo Federal

A assertiva abaixo da prova do Concurso Público

para Agente Administrativo MPS/2009 apresenta

uma discussão em torno da finalidade do Código de

Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo

Federal.

(CESPE/UnB Agente Administrativo –

MPS/2009) O citado código serve para estimular o

comportamento ético do servidor público, uma vez

que é de livre adesão.

Comentário:

A assertiva está correta. O Decreto 1.171 de 22 de

junho de 1994 – Código de Ética do Servidor

Público Civil do Poder Executivo Federal cria

normas de conduta, conhecidas no Direito como

normas materiais, porque impõem comportamentos.

Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de

conduta a alguém via Decreto, que é uma norma

secundária, porque só a norma primária tem esta

capacidade constitucional.

Sua finalidade maior é produzir na pessoa do

servidor público a consciência de sua adesão às

normas preexistentes através de um espírito

crítico, o que certamente facilitará a prática do

cumprimento dos deveres legais por parte de cada

um e, em conseqüência, o resgate do respeito aos

serviços públicos e à dignidade social de cada

servidor.”

ÉTICA – CRÔNICA – LEI OU DECRETO

QUE DIFERENÇA FAZ?

Que diferença faz, lei ou decreto?

(com adaptações).

Sexta-feira, 14 de agosto de 2009, por volta 21

horas. Eu caminhava pelos corredores de um dos

Cursos que ministro aulas indo em direção à sala

dos professores, quando ouvi dois rapazes

conversando, um deles com expressão de espanto,

os quais discutiam sobre um assunto qualquer que

não fiquei sabendo qual era. Despertaram-me a

atenção, conquanto não tenha parado, estas palavras

ditas pelo que tinha se mostrado espantado: ―E que

diferença faz, lei ou decreto? É tudo a mesma

coisa.‖ Pronto. Estava aí o assunto para uma

crônica.

Por mais que, pelo senso comum, as pessoas

pensem o contrário, lei e decreto não são a mesma

coisa, são atos normativos distintos, com força e

funções diferentes. Existe mesmo – pode-se dizer

sem exagero – uma diferença abissal entre este e

aquela, porquanto há uma hierarquia bem nítida,

notadamente no Brasil, entre as normas jurídicas: a

constituição, a lei complementar, a lei ordinária, o

decreto, a portaria, a resolução, a instrução. É

impossível, entretanto, discorrer sobre as minúcias

de cada espécie desses atos no pequeno espaço de

uma crônica, sendo, pois, assunto de artigo

acadêmico para publicação especializada.

A despeito disso, importa saber que, na ordem

hierárquica, a constituição é a base de toda a

ordenação jurídica, superior a todas as leis, que não

podem contrariá-la, sob pena de serem

inconstitucionais (às vezes, às pessoas do povo

dizem anticonstitucional, o que dá na mesma,

embora não seja o nome técnico). Lei

inconstitucional não se cumpre, pois não obriga

nem desobriga ninguém, porque não tem validade.

A lei, por sua vez, é superior ao decreto, que não

pode contrariá-la, sob pena de ser ilegal e não ter

validade. O decreto, por seu turno, é superior à

portaria ou ato normativo similar. Há demais disso,

obviamente, rígida hierarquia normativa entre a

Constituição Federal, as constituições estaduais e as

leis orgânicas municipais, respeitada a competência

legislativa de cada ente federativo (União, estados,

Distrito Federal e municípios).

No que concerne à lei e ao decreto, deve ficar claro

que lei tem mais força normativa porque, para sua

formação, concorrem conjuntamente o Poder

Legislativo e o Poder Executivo. Aquele, formado

por parlamentares, discute e aprova o projeto de lei,

e este, encarnado pelo presidente da República,

governador ou prefeito, mediante a sanção,

transforma em lei o projeto de lei aprovado pelo

Legislativo. O decreto tem menos força normativa

(para garantia dos governados, assim deve ser visto)

porque não passa pela discussão e aprovação

legislativa, é simplesmente elaborado e assinado

pelo presidente, governador ou prefeito, conforme o

caso. O processo de formação da lei chama-se

processo legislativo. O decreto não é submetido ao

processo legislativo.

A mais importante, contudo, de todas as distinções

entre a lei e o decreto é que a lei obriga a fazer ou

deixar de fazer, e o decreto, não. É o princípio

genérico da legalidade, previsto expressamente no

artigo 5.º, inciso II, da Constituição Federal,

segundo o qual ―ninguém será obrigado a fazer ou

deixar alguma coisa senão em virtude de lei‖.

Somente a lei pode inovar o Direito, ou seja, criar,

extinguir ou modificar direitos e obrigações. No

atual regime constitucional brasileiro, não se obriga

nem desobriga a ninguém por decreto, nem mesmo

pelo doutrinariamente chamado decreto autônomo,

cuja discussão não cabe aqui.

Dentre as funções do decreto, a principal é a de

regulamentar a lei, ou seja, descer às minúcias

necessárias de pontos específicos, criando os meios

necessários para fiel execução da lei, sem, contudo,

contrariar qualquer das disposições dela ou inovar o

Direito. Contrariando (sem querer contrariar) os que

não gostam de latim ou até o odeiam com ódio

consumado: o decreto só poderá ser secundum

legem (aquele dotado de maior prestígio e

universalmente aceito, aquele que está previsto na

lei possuindo eficácia obrigatória) ou, no máximo,

praeter legem; ( substitui a lei nos casos por ela

deixados em silêncio, supre as lacunas deixadas)

jamais poderá ser contra legem.(contra a lei)

Professor Sandro Sá (Sandrinho)

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO Ética no Serviço Público

Professora Ana Maria

[email protected]

Para que haja conduta ética, é preciso que exista

o agente consciente, isto é, aquele que conhece a

diferença entre o bem e o mal, certo e errado, permitido

e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só

conhece tais diferenças, mas também se reconhece como

capaz de julgar o valor dos atos e das condutas, e de agir

em conformidade com os valores morais, sendo, por

isso, o agente responsável por suas ações e seus

sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente.

Consciência e responsabilidade são condições

indispensáveis da vida ética.

A consciência moral manifesta-se, antes de tudo,

na capacidade para deliberar diante de alternativas

possíveis, avaliando cada uma delas segundo os valores

éticos, e para decidir e escolher uma delas antes de

lançar-se na ação. É a capacidade que o indivíduo possui

para avaliar e pesar as motivações pessoais, as

exigências feitas pela situação, às conseqüências para si

e para os outros, a conformidade entre meios e fins, a

obrigação de respeitar o estabelecido ou de transgredí-lo

(se o estabelecido for imoral ou injusto).

Costuma-se dizer que os fins justificam os

meios, de modo que, para alcançar um fim legítimo,

todos os meios disponíveis são válidos. No caso da ética,

porém, essa afirmação não é aceitável. Os meios

justificáveis são aqueles que estão de acordo com os fins

da própria ação. Em outras palavras, fins éticos exigem

meios éticos.

Marilena Chauí. Convite a filosofia. São Paulo:

Ática,13ª ed.2003, p. 308-10(com adaptações)

Professora: Ana Maria

[email protected]

Julgue os itens a seguir, relativos a noções e conceitos de

ética.

01. A ética ocupa-se basicamente de questões subjetivas,

abstratas e essencialmente de interesse particular do indivíduo.

02. Uma ética deontológica é aquela construída sobre o

princípio do dever.

Acerca do padrão ético no serviço público, julgue os itens a

seguir.

03. Age contra a ética ou pratica ato de desumanidade o

servidor público que deixa, de forma injustificada, uma pessoa

à espera de solução cuja competência é do setor em que exerça

suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou

qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço.

04. O servidor público não pode desprezar o elemento ético de

sua conduta. Assim, o servidor público tem que decidir entre o

legal e o ilegal, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e

o inoportuno, bem como entre o honesto e o desonesto.

É dever do servidor público ser cortês, ter urbanidade,

disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as

limitações individuais de todos os usuários do serviço público,

sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça,

sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e

posição social.

Código de Ética profissional

do servidor público civil do Poder Executivo Federal.

Capítulo I.

Julgue os itens subseqüentes, com relação às idéias do texto

acima.

05. Na gestão pública, é imprescindível o respeito à

individualidade do outro.

06. A cortesia é uma característica que depende diretamente

do nível de instrução do indivíduo.

CESPE – ANA (curso de formação) – 2006

Um trabalhador constantemente se ausenta do seu

setor de trabalho e solicita colaboração dos colegas, alegando

sempre problemas pessoais, que não passam de desculpas para

sua falta de comprometimento no trabalho. Considerando essa

situação hipotética, julgue os itens que se seguem, levando em

conta as linhas de conduta preconizadas pela ética

profissional.

07. O zelo pela reputação da instituição e da categoria não

permite que os colegas colaborem com este trabalhador.

08. O espírito de corpo deve sempre prevalecer no ambiente

de trabalho, por isso todos devem colaborar com o colega.

09. A centralidade da prestação do serviço ao público não

permite que os trabalhadores do setor colaborem com esse

colega.

(CESPE SGA/DF 2006) Quanto à ética no serviço público,

julgue os itens que se seguem.

10. A ética no serviço público deve estar sempre diretamente

relacionada aos princípios, aos direitos, às garantias

fundamentais e às regras constitucionais da administração

pública.

11. Na administração pública, mecanismos de controle interno

e externo, de responsabilização disciplinar e de adequada

capacitação profissional e funcional são fatores que não

influenciam os padrões éticos dos servidores públicos.

12. Os padrões éticos dos servidores públicos devem ter por

base o caráter público da função e a sua relação com o

público, usuário ou não do serviço.

(CESPE – FUNAG 2005) Com relação ao trabalho do

servidor público e a ética, julgue os itens a seguir.

13. As ordens legais dos servidores devem ser ouvidas

atentamente, pelo servidor público, que deve velar pelo

cumprimento delas e evitar conduta negligente.

14. Vilma servidora pública civil trabalha como secretária.

Durante uma auditoria interna do seu setor, ela teve acesso ao

conteúdo de vários documentos sigilosos de interesse do

Estado e da Administração Pública que denunciavam muitas

ações de corrupção. Nessa situação, se Vilma for procurada

pela imprensa, deverá repassar todas as informações a fim de

divulgar os fatos e atos verificados nos documentos.

15. Godofredo, que era funcionário público e tornara-se

proprietário de prédios, terrenos e de uma casa de imóveis,

praticava agiotagem em larga escala. Nessa situação, o

exercício ilegal de agiotagem na conduta do dia-a-dia na vida

privada de Godofredo poderá diminuir o seu bom conceito na

vida funcional.

16. A cortesia no atendimento de qualquer usuário do serviço

público é fundamental para o desenvolvimento profissional do

servidor dentro da instituição.

Quanto aos principais deveres do servidor público e às

vedações a ele impostas, julgues os itens subseqüentes.

17. Ismênia, colega de Dorinha, exerce sua função com

dedicação, zelo e respeito aos colegas. Durante o horário de

almoço, Ismênia presenciou Dorinha recebendo suborno para

facilitar o andamento de um processo dentro da repartição.

Nessa situação, Ismênia deverá comunicar imediatamente a

seus superiores o fato e exigir as providências cabíveis.

18. Sempre que Sarmento chefe da seção, via Márcia

trabalhando, cutucava a pessoa mais próxima e começava a

denegrir a imagem da referida servidora, contando mentiras a

respeito da sua vida pessoal com a finalidade de se aproximar

dela. Nessa situação, o cargo de Sarmento permite esse tipo de

artifício para obter qualquer favorecimento para si.

19. Considere que um servidor público leve para sua casa, sem

autorização do seu superior, durante um final de semana, uma

câmera digital pertencente ao patrimônio público, mas

devolva-a sem nenhum dano na segunda-feira. Nesse caso, ao

devolver o equipamento, o servidor estará livre de qualquer

punição, mesmo considerando-se o fato de ter levado o

equipamento sem autorização.

20. É dever do servidor público no exercício de suas

atribuições prestar serviço com rapidez e rendimento, salvo

em situações de excesso de demanda de atendimento, em que

ele deve atender os usuários daquele serviço dentro da sua

capacidade produtiva e por ordem de chegada.

O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões

éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza,

ou seja, de caráter público, e sua relação com o público. A

questão da ética pública está diretamente relacionada aos

princípios fundamentais ligados ao comportamento do ser

humano em seu meio social, aliás, podemos invocar a

Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da boa

conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e

essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade,

lembrando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, "bem

viver".

Uma vez que o comportamento real dos seres humanos é

afetado por considerações éticas, e influenciar a conduta

humana é um aspecto central da ética, deve-se admitir que as

concepções de bem-estar tenham algum impacto sobre o

comportamento real e, em conseqüência, devem ser

importantes para a ética da logística moderna.

Amartya Sem. Sobre ética e economia. São Paulo:

Schwarcz Ltda., 2002 (com adaptações)

Tendo o texto acima por referência inicial e considerando a

ética no serviço público, julgue os itens que se seguem.

21. O exercício de cargo público deve ser pautado na verdade

dos fatos. O servidor público não deve omitir a verdade, a

menos que ela seja contrária a interesses da administração

pública.

22. O trabalho executado por servidor público junto à

comunidade é entendido como parte integrante de seu próprio

bem-estar, visto que, como cidadão, o servidor que apresenta

conduta ética terá o êxito do seu trabalho convertido em bem-

estar da sociedade da qual faz parte.

23. A função pública é considerada exercício profissional.

Portanto, a vida particular do servidor público e os atos

observados em sua conduta no dia-a-dia não devem ser objetos

de avaliação do conceito de sua vida funcional.

24. Mariana, servidora pública, tem entre suas atribuições a

tarefa de prestar atendimento ao público. Muitas vezes, por

estar assoberbada de trabalho interno, Mariana, embora

forneça informações corretas, tem má vontade e trata as

pessoas sem cortesia no atendimento. Nessa situação, a

conduta de Mariana é considerada ética, pois ela oferece

informações fidedignas e sua descortesia é justificada pela

sobrecarga de trabalho.

.

Questões extraídas do Concurso Público

Cargo – Técnico Judiciário / Área Administrativa

UNB / CESPE – TST

João, funcionário de um órgão público, foi indicado

para assumir a função de chefe de secretaria. Durante o

exercício da chefia, João freqüentemente solicitava a seus

colaboradores que lhe fizessem trabalhos particulares e, no

gerenciamento dos trabalhos da secretaria, estabelecia prazos

inexeqüíveis para as tarefas.

Considerando as exigências de atitudes profissionais no serviço público, julgue o seguinte item.

25. João utilizou sua posição hierárquica para proveito

próprio e abusou da autoridade de gestor público,

apresentando comportamento antiético no âmbito do serviço

público.

Considere por hipótese, que um atendente de um órgão

público presencie um colega de trabalho faltar com respeito a

um casal de idosos de baixo nível socioeconômico ao lhe

prestar atendimento. Acerca dessa hipótese e com relação à

ética no serviço público, julgue os seguintes itens.

26. O atendente agirá de forma antiética se informar o fato a

seu supervisor.

27. Os idosos podem pleitear que o funcionário que os

desrespeitou seja responsabilizado pelo seu comportamento,

podendo o mesmo vir a sofrer punição no trabalho.

Questões extraídas do Concurso Público.

UNB / CESPE – Secretaria de Estado de Gestão

Administrativa (SGA).

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação

hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

28. Geraldo, funcionário exemplar, é assíduo e pontual,

preserva as informações sigilosas de que eventualmente toma

conhecimento. Geraldo trabalha no atendimento ao público e,

sempre que possível, facilita o acesso ao atendimento para

outros funcionários, pois reconhece a necessidade de eles

estarem logo de volta ao trabalho. Nessa situação, Geraldo

apresenta conduta antiética ao privilegiar seus pares.

29. Clovis é um funcionário muito esforçado, mas seus

vencimentos são insuficientes frente à demanda de gastos com

o filho doente. Por isso, às vezes, Clovis retira do

almoxarifado de seu setor alguns materiais de consumo para o

seu uso familiar. Nessa situação, Clovis não infringe a ética,

pois sua conduta é perfeitamente justificada e aceita

socialmente.

Questões extraídas do Concurso Público.

Cargo: Analista de Administração Pública- Especialidade:

administrador

UNB / CESPE – Nível Superior

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação

hipotética acerca da ética no serviço público, seguida de uma

assertiva a ser julgada.

30. Tadeu, funcionário de um órgão de atendimento ao

público, exerce suas atribuições com agilidade e correção e

procura prioritariamente atender aqueles usuários mais

necessitados, conforme sua avaliação. Nessa situação Tadeu

apresenta comportamento antiético, pois privilegia o

atendimento de uns em detrimento de outros.

31. Maria das Graças, no exercício do cargo de gerência

pública distrital, atenta às ordens de seus superiores, dá pronto

atendimento a elas, mesmo tendo de estabelecer prazos

inexeqüíveis para a execução das tarefas, impondo sobrecarga

de trabalho a sua equipe. Nessa situação, Maria das Graças

cumpre com ética o desempenho da função pública.

32. Márcio, servidor público, na certeza de que a sua ausência

provoca danos ao trabalho e reflete negativamente em todo o

sistema do órgão, é assíduo, pontual e produtivo. Nessa

situação, Márcio apresenta conduta ética adequada ao serviço

público.

33. Francisco, no exercício de cargo público, presenciou

fraude praticada por seu chefe imediato no ambiente

organizacional. Nessa situação, por ter consciência de que seu

trabalho é regido por princípios éticos, Francisco agiu

corretamente ao delatar seu chefe aos superiores.

34. Adriana, competente nos aspectos técnicos e

comportamentais, freqüentemente utiliza as prerrogativas de

seu cargo público em razão de interesses pessoais. Nessa

situação, Adriana faz uso dos direitos do funcionalismo

público e age eticamente.

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação

hipotética acerca da ética e qualidade de atendimento no

serviço público, seguido de uma assertiva a ser julgada.

35. Hélio é servidor público do setor de atendimento de um

tribunal judiciário. Ele tem muitos afazeres e, por isso, deixa

os clientes à espera de atendimento enquanto resolve os

problemas internos do setor. Nessa situação, o comportamento

de Hélio caracteriza atitude contrária à ética no serviço

público.

36. Gabriel é um servidor público exemplar, cortês, disponível

e atencioso no trabalho. Ele resiste a todas as pressões de seus

supervisores hierárquicos e não aceita nenhum presente de

clientes em troca de suas ações no trabalho. Nessa situação,

Gabriel está cumprindo com ética o desempenho de seu cargo

público.

37. Marilena é servidora pública de um tribunal judiciário. Ela

zela pelo material sob sua guarda, é assídua e pontual, respeita

os colegas e privilegia o atendimento de seus superiores

hierárquicos, demonstrando total prontidão às requisições

deles em detrimento das solicitações de seus colegas e dos

usuários do setor. Nessa situação, Marilena apresenta

comportamento profissional ético e compatível com a função

pública.

38. Rodrigo é servidor público e trabalha no setor de

assistência social de um tribunal judiciário. Ele atende dezenas

de pessoas por dia, é sempre cortês, justo e prestativo no

atendimento, e mesmo quando não detém a informação

solicitada pelo usuário, ele inova, sugerindo alguma

alternativa conforme sua opinião. Nessa situação, o

atendimento prestado por Rodrigo é de muita qualidade, pois

atende às expectativas dos usuários.

39. A opinião pública acerca de um determinado órgão é

resultante da qualidade do atendimento prestado, do grau de

confiabilidade das informações transmitidas, da adequação das

instalações físicas, do nível das relações interpessoais e da

prontidão do atendimento.

40. A ação de um gestor público que habitualmente tenha

atitudes de menosprezo pelo trabalho de seus colaboradores e

lhes atribua tarefas com prazos inviáveis caracteriza falta de

ética no trabalho.

Questões extraídas do Concurso Público

Cargo – Técnico Judiciário

Área Administrativa

UNB – CESPE – TRT – 16ª Região

Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma

situação hipotética relativa à ética no serviço público, seguida

de uma assertiva a ser julgada.

41. Sueli, servidora pública, apresenta bom desempenho e tem

boas relações interpessoais no trabalho. Devido a seus

vínculos de amizade no ambiente de trabalho, Sueli, algumas

vezes, acoberta irregularidades, de diversas naturezas,

praticadas por determinados colegas. Nessa situação, a

conduta de Sueli é antiética, pois privilegia aspectos pessoais

em detrimento de aspectos profissionais e da ética no serviço

público.

Questões extraídas do Concurso Público

Cargo: Agente Administrativo

CESPE/UnB – SEPLAG/DFTRANS

Data da Aplicação: 06/04/08

Julgue os itens a seguir, que versam sobre a ética no serviço

público.

42.Uma das formas de se avaliar se é ético um comportamento

profissional é verificar como o servidor contribui para que a

população tenha uma visão positiva a respeito da organização.

43. A adequada prestação dos serviços públicos está

relacionada à questões de ordem técnica, sem,

necessariamente caracterizar-se por uma atitude ética no

trabalho.

Questões extraídas do Concurso Público

Cargo – Técnico Judiciário

UNB / CESPE – TST

Data da aplicação 17/02/2008

Com relação à ética no serviço público, julgue os itens a

seguir.

44. O respeito à hierarquia e a disciplina não impede que o

servidor público represente contra ato que caracterize omissão

ou abuso de poder, ainda que esse ato tenha emanado de

superior hierárquico.

45. O servidor público deve abster-se de exercer sua função,

poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse

público, mesmo não cometendo qualquer violação expressa à

lei.

46. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assuntos

da repartição que envolvam questões relativas á segurança da

sociedade.

47. O servidor público pode retirar da repartição documento

pertencente ao patrimônio público, sem prévia autorização da

autoridade competente, se exercer cargo de confiança ou

função à qual esse documento esteja relacionado.

O servidor público deve ter consciência de que seu trabalho é

regido por princípios éticos que se materializam na adequada

prestação dos serviços públicos. Em cada item a seguir é

apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva

que deve ser julgada considerando os princípios éticos do

serviço público.

48. Cláudio é servidor público e, para aumentar a sua renda,

comercializa, em seu ambiente de trabalho, mas fora do

horário normal de expediente, cópias de CDs e DVDs. Nessa

situação, a conduta de Cláudio não pode ser considerada

imprópria ao serviço público, pois envolve uma atividade que

não guarda relação direta com as atribuições do seu cargo.

49. Marcos é servidor público e, todos os dias, sai para bares

com amigos e ingere grande quantidade de bebidas alcoólicas.

Por conta disso, Marcos é conhecido pro embriagar-se

habitualmente, e, ainda que isso não interfira na sua

assiduidade ao serviço, tem afetado reiteradamente a sua

pontualidade, situação que Marcos busca compensar

trabalhando além do horário de expediente.

Nesse caso, o comportamento de Marcos não pode ser

considerado incompatível com o serviço público.

50. Há algum tempo, Bruno, servidor público responsável pelo

controle do material de expediente do setor em que trabalha,

observa que Joana, servidora pública lotada nesse mesmo

setor, utiliza recursos materiais da repartição em atividades

particulares. Em razão de seu espírito de solidariedade e da

amizade que nutre por Joana, Bruno se abstém de levar ao

conhecimento do chefe do setor os atos praticados por sua

colega de trabalho.

Nessa situação, Bruno age de forma correta, pois compete ao

chefe detectar, por si mesmo, quaisquer irregularidades no

setor, caracterizando ofensa à ética o servidor público

denunciar colega de trabalho.

51. Ricardo, servidor público, enquanto participava da

preparação de um edital de licitação para contratação de

fornecimento de refeições para o órgão em que trabalha,

antecipou algumas das regras que iriam fazer parte do edital

para Carlos, dono de uma empresa de fornecimento de

marmitas, famosa pela qualidade e os ótimos preços dos seus

produtos, a fim de que esse pudesse adequar alguns

procedimentos de sua empresa ao edital. A iniciativa de

Ricardo deveu-se somente ao fato de que ele conhecer bem os

produtos da empresa de Carlos, não lhe trazendo qualquer

vantagem pecuniária.

Nessa situação, é correto afirmar que Ricardo agiu em prol do

interesse coletivo e que a sua atitude não fere a ética no

serviço público.

52. A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na

prestação da informação correta, na cortesia do atendimento,

na brevidade da resposta e no ambiente adequado para a

realização desse atendimento.

53. O atendimento ao público, para que seja considerado de

qualidade, implica a satisfação de todas as necessidades do

cliente .

O código de ética profissional de uma empresa é um conjunto

de princípios que visa estabelecer um padrão de

comportamento entre os membros dessa empresa e seus

clientes, fundamentado em um conceito de ética universal

voltada para o desenvolvimento individual e da empresa.

Acerca desse tema, julgue os itens a seguir.

54. Os códigos de ética determinam o comportamento dos

agrupamentos humanos e, por essa razão, cada profissão pode

ter seu próprio código.

55. O comportamento profissional é influenciado pela ética e

pelo aprendizado contínuo e pode variar de indivíduo para

indivíduo.

56. Atender plenamente ao código de ética da empresa é

condição necessária e suficiente para que um profissional seja

eficiente e eficaz.

(ANATEL – CESPE 2006)

Com relação ao Código de Ética Profissional do Servidor

Público, julgue os itens que se seguem.

57. É vedado ao servidor público receber qualquer tipo de

ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou

vantagem de qualquer espécie, para o cumprimento da sua

missão ou para, com a mesma finalidade, influenciar outro

servidor.

58. Em todos os órgãos e entidades da administração pública

federal direta, deve existir uma comissão de ética encarregada

de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor,

no tratamento com o patrimônio público; de julgar infrações e

determinar punições, advertências e censuras administrativas

cabíveis; bem como de aplicar multas e de executar a

liquidação extrajudicial do patrimônio particular dos

indiciados.

Ética no setor público pode ser qualificada como:

59. Atuação de acordo com a confiança que a sociedade

deposita nos agentes públicos.

60. Conjunto de valores e regras estabelecidos com a

finalidade de orientar a conduta dos servidores públicos.

61. Observância de valores como honestidade, dignidade,

integridade, cortesia e zelo, entre outros.

62. Não revelar a verdade que contrarie os interesses do

governo.

(UnB/CESPE – Técnico Judiciário – STJ/2008)

No serviço público, o funcionário deve-se guiar pela conduta

ética, que abrange aspectos da atuação e da relação com os

públicos externo e interno. Julgue os itens a seguir, acerca do

comportamento ético do servidor público e suas implicações.

63. O funcionário, ao atender o usuário de seu serviço, deve

ser cortês e interessado, mesmo que este usuário apresente

comportamento irritado e indelicado, ou seja, de classe

socioeconômica inferior à sua ou, ainda, ostente símbolos

religiosos diferentes de sua religião.

64. O funcionário que, no exercício de suas funções, deixa o

usuário de seu serviço à espera enquanto atende ligação

telefônica particular por 20 minutos causa danos morais a esse

usuário.

65. Caso o chefe de um órgão público determine a seu

subordinado a execução de ato vetado pelo código de ética no

serviço público, o servidor deverá obedecer prontamente à

determinação, pois é seu dever respeitar a hierarquia em todas

as situações.

66. Caso ocorra uma tentativa de suborno por parte do usuário,

compete ao funcionário recusar a proposta e registrar a

ocorrência, omitindo a identificação do usuário porque,

mesmo nessas condições, o funcionário tem o compromisso

ético de preservar a idoneidade moral do usuário.

67. Em situações únicas, se o servidor necessitar de mão-de-

obra, equipamento ou material do órgão público para atender

necessidades de superiores ou imprevistos pessoais, estará

impedido pelo código de ética, mas poderá pedir auxílio à

colega prestador de serviço temporário e não-remunerado,

pois, nessa categoria, o trabalhador não é considerado

servidor público e não está submetido às mesmas restrições

éticas.

(CESPE/ UnB- ANCINE / Técnico Administrativo – 2006) - De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor

do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir.

68. Não é vedado ao servidor publico deixar de utilizar os

avanços técnicos e científicos ao seu alcance para o adequado

desempenho de suas atividades.

69. Somente em casos especiais, os órgãos e entidades da

administração pública federal direta, indireta, autárquica e

fundacional poderão criar comissões de ética com o intuito de

orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no

tratamento com as pessoas e com o patrimônio público.

COMENTÁRIOS QUESTÃO 69:

Capítulo II – Comissões de Ética

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração

Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou

em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições

delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão

de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética

profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com

o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente

de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

(CESPE/Unb – Agente Administrativo – MTE/2008)

A busca da gestão socialmente responsável tem exigido maior

transparência das instituições, sejam públicas, sejam privadas,

nas relações com seus fornecedores, funcionários e clientes.

Tal atributo tem sido fundamental para a reputação das

organizações, que devem explicitar à sociedade seus valores e

a seu corpo funcional os padrões éticos e de conduta

considerados adequados.

Nesse contexto e à luz do Código de Ética Profissional do

Servidor Público do Poder Executivo Federal, julgue os itens

seguintes.

70. O agente público tem o dever de buscar o equilíbrio entre a

legalidade e a finalidade na tentativa de proporcionar a

consolidação da moralidade do ato administrativo praticado.

71. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a

comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu

próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da

sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como

seu maior patrimônio.

72. De acordo com o referido código de ética, tratar mal uma

pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa

causar-lhe dano moral.

73. Um servidor que permite que um processo não seja

solucionado a contento pode ser acusado de usar de artifícios

para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito

por qualquer pessoa.

74. O referido código serve primordialmente para punir o

comportamento não-ético do Servidor público, já que possui

caráter de obrigatoriedade.

(CESPE/Unb – Administrador MTE/2008)

Considerando os preceitos do Código de Ética Profissional do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue o

item que se segue.

. As ordens de superiores hierárquicos devem ser sempre

atendidas, sem questionamento, em respeito à hierarquia nas

relações de trabalho.

(CESPE/Unb – Agente Administrativo - Ministério do

Esporte /2008)

Julgue os itens que se seguem, acerca da ética no serviço

público.

75. São deveres do servidor público a manutenção da limpeza

e a organização do local onde executa suas funções.

76. A rapidez de resposta ao usuário pode ser caracterizada

como uma atitude ética na administração pública.

77. Documentos encaminhados para providências podem ser

alterados em situações específicas.

78. Informações privilegiadas obtidas no serviço, desde que

não sejam utilizadas em benefício próprio, devem ser

fornecidas pelo servidor quando solicitadas por pessoas

idôneas.

79. É desnecessária a autorização legal para a retirada de

documentos que pertençam ao local de trabalho do servidor no

órgão público.

(CESPE/Unb – Técnico Administrativo – MMA/2009)

Acerca da ética no serviço público e do Código de Ética do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os

itens:

80. A questão da ética pública está diretamente relacionada

aos princípios fundamentais, ou seja, a uma norma hipotética

com premissas ideológicas e que deve reger tudo o mais que

estiver relacionado ao comportamento do ser humano em seu

meio social.

Comentário Questão n° 80:

Norma hipotética fundamental Toda norma tem seu fundamento de validade arraigado em

outra norma hierarquicamente superior. Entretanto, quando se

pergunta sobre o fundamento de uma norma qualquer até a

última instância chega-se sempre a Constituição, e onde

buscaria a Constituição sua validade? A resposta é: na Norma

Hipotética Fundamental – uma ficção kelseniana para calar o

regresso ―ad eternum‖ que dessa busca de validade que

correria.

O autor também cita a nebulosa teoria da primeira

Constituição histórica, que seria derivada de um processo

revolucionário, sendo, portanto, a Norma Hipotética

Fundamental de tal Constituição a revolução na ordem

jurídica. Disso decorre que a Norma Hipotética não é uma

norma posta, mas suposta; é muito mais uma questão de fé do

que de ciência.

Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em

corrupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que

devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço

público, ou na vida pública em geral, é que seja fixado um

padrão a partir do qual possamos, em seguida julgar a atuação

dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos

na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão

somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de

tudo .

O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões

éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza,

ou seja, de caráter público, e sua relação com o público. A

questão da ética pública está diretamente relacionada aos

princípios fundamentais, sendo estes comparados ao que

chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma

norma hipotética com premissas ideológicas e que deve

reger tudo mais o que estiver relacionado ao

comportamento do ser humano em seu meio social, aliás,

podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os

valores morais da boa conduta, a boa fé acima de tudo,

como princípios básicos e essenciais a uma vida

equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive

o tão citado, pelos gregos antigos, "bem viver".

81. A ética no serviço público está relacionada à ética das

Virtudes morais/sociais, o que remete a duas virtudes —

polidez e humor — aplicadas ao trabalho do servidor público.

Comentário n° 81:

As virtudes são nossos valores morais, mas encarnados, tanto

quanto pudermos, mas vividos, em ato. Sempre singulares,

como cada um de nós, sempre plurais, como as fraquezas que

elas combatem ou corrigem. Não há bem em si: o bem não

existe, está por ser feito, é o que chamamos de virtudes. Entre

elas a humildade, a paciência, a solidariedade, a honestidade, a

polidez e o humor, etc.

Polidez

A polidez é a primeira virtude e, quem sabe, a origem de

todas. É também a mais pobre, a mais superficial, a mais

discutível. Será apenas uma virtude? Pequena virtude, em todo

o caso. Por que então dizer que ela é a primeira, e talvez a

origem de todas? É menos contraditório do que parece. Por

que primeira? Falo segundo a ordem do tempo e do indivíduo.

O recém-nascido não tem moral, nem poderia ter. Tampouco o

bebê e, por algum tempo, a criança. O que ela descobre, em

compensação, e bem cedo, são as proibições. " Não faça isso:

é sujo, é ruim, é feio, é maldade ..." Ou: " É perigoso ", e logo

a criança saberá diferenciar entre o que é mau (o erro) e o que

faz mal (o perigo). O fato precede o direito, para a criança, ou

antes, o direito é apenas um fato como outro qualquer. Há o

que é permitido e o que é proibido, o que se faz e o que não se

faz. Bem? Mal? A regra basta, ela precede o julgamento e o

funda (pura convenção). Regra puramente formal, regra de

polidez! Não dizer palavrões, não interromper as pessoas, não

empurrá-las, não roubar, não mentir...

Todas estas proibições se apresentam identicamente para a

criança: "é feio!". A distinção entre o que é ético e o que é

estético só virá mais tarde, e progressivamente. Portanto, a

polidez é anterior à moral, ou antes, a moral a princípio é

apenas polidez: submissão ao uso, à regra instituída, ao jogo

normativo das aparências - submissão ao mundo e às maneiras

do mundo.

Humor

O homem de humor, dizia Aristóteles, ri como se deve (nem

de mais nem de menos), quando se deve e do que se

deve...Mas quem decide isto é só o humor, que pode rir de

tudo, inclusive de Aristóteles, inclusive do meio-termo,

inclusive do humor...

O humor é uma desilusão alegre. É nisto que é duplamente

virtuoso, ou pode sê-lo: como desilusão, tem a ver com a

lucidez (portanto da boa-fé); como alegria, tem a ver com o

amor e com tudo. O espírito, repitamos com Alain, zomba de

tudo. Quando zomba do que detesta ou despreza, é ironia.

Quando zomba do que ama ou estima, é humor.

Humor é amor; ironia é desprezo. Em todo o caso, não há

humor sem um mínimo de simpatia. Simpatia na dor, simpatia

no desamparo, simpatia na fragilidade, na angústia, na

vaidade, na insignificância universal de tudo... O homem de

humor, dizia Aristóteles, ri como se deve (nem de mais nem

de menos).

82.. Os códigos obrigam os funcionários a agirem com

Dignidade, decoro, zelo e eficácia, a fim de preservar a honra

do serviço público. A base desses códigos está na ideia de que

a repressão é eficaz.

83. A conduta de um servidor público que trata mal uma

pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente pode

constituir argumento para que essa pessoa requeira

indenização por dano moral.

84. A impessoalidade no tratamento aos cidadãos usuários é

garantida pela conduta do servidor público caracterizada por

frieza, distanciamento e objetividade.

85. O servidor que omite alguma informação a qualquer

pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos, no

sentido de tentar iludir em benefício de interesses coletivos, é

passível de pena de advertência.

86. Compete ao Sistema de Gestão da Ética do Poder

Executivo Federal contribuir para a implementação de

políticas públicas, tendo a transparência e o acesso à

informação como instrumentos fundamentais para o exercício

de gestão da ética pública.

87. A função pública deve ser tida como um exercício

profissional que se integra à vida particular de cada servidor

público. Por essa razão, tanto no exercício do cargo ou da

função que lhe compete, quanto fora dele, o servidor público

deve sempre nortear sua conduta pelos primados da dignidade,

do decoro, do zelo, da eficácia e da consciência dos princípios

morais, haja vista que os fatos e os atos verificados na conduta

do dia-a-dia em sua vida privada podem acrescer ou diminuir

o seu bom conceito na vida funcional.

Cada um dos itens de abaixo apresenta uma situação

hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada quanto ao

comportamento ético do servidor público.

88. O servidor público Juarez, ao atender o cidadão Otávio, foi

cortês, polido e contido, mantendo inquestionável autocontrole

mesmo quando Otávio passou a comportar-se de forma

agressiva e a tentar humilhá-lo. Juarez não reagiu aos ataques

de Otávio nem o impediu de depredar o patrimônio da sua

repartição. Nessa situação, Juarez agiu adequadamente em

face do comportamento de Otávio.

89. A servidora Maria, no exercício de suas funções, deixou o

usuário João à espera de atendimento durante meia hora,

enquanto retocava a maquilagem. Nessa situação, Maria

causou danos morais ao usuário João.

90. O servidor público Caio recusou-se a obedecer ordem de

seu chefe para executar um ato vetado pelo código de ética do

serviço público. Caio entendeu que seu dever de respeitar a

hierarquia não deveria suscitar-lhe o temor de representar

contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em

que se funda o poder estatal, e que seria seu dever resistir a

todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,

interessados e outros que visassem obter quaisquer favores,

benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações

imorais, ilegais ou aéticas. Nessa situação, o entendimento e a

postura de Caio foram compatíveis com os deveres

fundamentais do servidor público.

91. Os servidores públicos Mário e Juliana viveram, no

passado, um relacionamento amoroso que os fez guardar

mágoas e rancores recíprocos. No momento presente, ambos

trabalham na mesma repartição e, em função de seus mútuos

ressentimentos, por vezes indispõem-se com os cidadãos que

lá buscam atendimento. Em decorrência disso, Alberto, chefe

do setor, advertiu a ambos quanto a permitirem que seus

interesses de ordem pessoal interferissem no trato com o

público. Nessa situação, a atitude de Alberto é respaldada pelo

código de ética do servidor público.

92. O servidor público Cássio precisou utilizar-se de um

equipamento do órgão público em que está lotado para atender

a um imprevisto pessoal. No entanto, seu colega, o servidor

público Hélio, ao flagrar Cássio praticando tal ato, advertiu-o

de que é vedado ao servidor público retirar da repartição

pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer bem

pertencente ao patrimônio público. Hélio também julgou

necessário dar ciência do ocorrido aos seus superiores. Nessa

situação, Hélio agiu em total consonância com o que

estabelece o código de ética do servidor.

93. A servidora pública Margarida vinha observando, já há

algum tempo, que seu colega de trabalho, Sílvio, também

servidor público lotado no mesmo setor em que trabalha, vem

retirando materiais, como folhas de papel, borrachas, lápis e

canetas, para compor a lista de material escolar de seus filhos,

em função de graves dificuldades financeiras pelas quais vem

passando. Margarida, após certificar-se que os materiais

retirados pelo colega não possuíam valor econômico

expressivo, sentiu-se compadecida com a situação em que

Sílvio se encontrava e, em razão disso, imbuída dos mais altos

sentimentos de solidariedade, absteve-se de levar tais fatos ao

conhecimento de seu chefe.

Nessa situação, o comportamento de Margarida tem respaldo

legal no código de ética do servidor, uma vez que esse

instrumento é claro ao rechaçar a delação, por classificá-la

como atitude desleal, desonesta e antiética.

94. A servidora pública Selma revende produtos de beleza, na

repartição onde está lotada, com a finalidade de complementar

sua renda, já que considera seus proventos insuficientes para

manter seu padrão de vida. Tal atividade não prejudica o

desempenho de suas funções, posto que a revenda consiste em

passar um catálogo no qual as suas colegas simplesmente

anotam os produtos que desejam adquirir. Selma também

aproveita o horário de almoço para prestar serviços de

manicure a suas colegas, cobrando, para tanto, dez reais de

cada uma delas. Nessa situação, a conduta de Selma não pode

ser considerada imprópria ao serviço público, pois não

compromete seu desempenho.

Quanto aos deveres fundamentais do servidor público, julgue

os seguintes itens.

95. Quando um superior hierárquico flagra um de seus

subordinados em atitude suspeita, é seu dever indeclinável

impor-lhe a pena de censura. A referida penalidade e sua

fundamentação devem ser registradas no parecer reprobatório,

assinado por ele e homologado pelo conselho de sentença.

96. O servidor deve ser assíduo e frequente ao serviço, bem

como tratar cuidadosamente os usuários dos serviços,

aperfeiçoando o processo de comunicação e de contato com o

público, além de abster-se de exercer as prerrogativas

funcionais do cargo de forma contrária aos legítimos interesses

dos usuários.

97. O servidor público deve, obrigatoriamente, contribuir para

a implementação de políticas públicas, tendo a transparência e

o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o

exercício de gestão da ética pública. O descumprimento desse

preceito fundamental é motivo para censura e, em caso de

reincidência, para suspensão.

(CESPE/Unb Analista Administrativo MI/2009)

O imperativo do aprimoramento da conduta ética do servidor

público assumiu uma importância política inquestionável em

nossos dias. De fato, a opinião pública, manifestada de

maneira espontânea ou condicionada pelos meios de

comunicação, concorda que o grau de obediência a princípios

éticos é muito baixo no serviço público. Nesse sentido, as

frequentes denúncias de corrupção estimularam na sociedade

essa percepção. Algumas pesquisas recentes de opinião

revelam que o cidadão brasileiro tem um conceito negativo a

respeito da conduta ética da classe política. Ainda que tais

pesquisas tenham se cingido à opinião sobre o universo

parlamentar, é lícito presumir que a mesma opinião negativa

se estenda, ainda que em diferentes graus, à conduta ética nas

esferas dos Poderes Executivo e Judiciário. Pouco importa,

para fins desta análise, se a opinião pública é fundada,

infundada ou meramente preconceituosa. Importante é a

opinião em si, pois revela um ceticismo intrínseco do povo em

relação ao padrão ético do aparelho de Estado.

João Geraldo Piquet Carneiro. Revista do Serviço Público.

Ano 49, n.º 3, jul.-set./1998, p. 123 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o

Código de Ética do Servidor Público, julgue os seguintes itens.

98. Tendo por fundamento o princípio da supremacia do

interesse público e obedecendo aos critérios estabelecidos pela

Organização de Cooperação e de Desenvolvimento

Econômico que permitem averiguar o índice de opacidade da

administração pública, as comissões de ética podem inverter o

ônus da prova em desfavor do servidor sempre que sua

conduta ou suas atitudes derem margem a ambiguidades,

considerando a natureza inquisitorial de seus procedimentos.

99. O servidor público não pode permitir que perseguições,

simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de

ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os

jurisdicionados administrativos ou com colegas

hierarquicamente superiores ou inferiores, o que não significa

que ele possa ser conivente com erro ou infração às normas

vigentes.

100. Tanto para instruir e fundamentar promoções quanto para

todos os demais procedimentos próprios da carreira do

servidor público, cabe à comissão de ética fornecer aos

organismos encarregados da execução do quadro de carreira

dos servidores os registros a respeito da sua conduta ética

GABARITO : ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

1. E 2.C 3.C 4.C 5.C 6.E 7.C 8.E 9.C 10.C

11.E 12.C 13.C 14.E 15.C 16.C 17.C 18.E 19.E 20.E

21.E 22.C 23.E 24.E 25.C 26.E 27.C 28.C 29.E 30.C

31.E 32.C 33.C 34.E 35.C 36.C 37.E 38.E 39.C 40.C

41.C 42.C 43.E 44.C 45.C 46.C 47.E 48.E 49.E 50.E

51.E 52.C 53.E 54.C 55.C 56.E 57.C 58.E 59.C 60.C

61.C 62.E 63.C 64.C 65.E 66.E 67.E 68.E 69.E 70.C

71.C 72.C 73.C 74.E 75.C 76.C 77.E 78.E 79.E 80.C

81.C 82.E 83.C 84.E 85.C 86.C 87.C 88.E 89.C 90.C

91.C 92.C 93.E 94.E 95.E 96.C 97.E 98.C 99.C 100.C