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Hosp ício Revista Salve-me seleção De “A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar” até “Eu quero Tchu.. eu quero tcha” Futuro promissor Do futuro para o passado Junho de 2013 FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ANLONSO

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Revista eletrônica criada por alunos do curso de Redação e Edição em Impressos. Orientação: Maracy Guimarães

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HospícioRevista

Salve-me seleção

De “A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar” até “Eu quero Tchu.. eu quero tcha”

Futuro promissor

Do futuropara o

passado

Junho de 2013

FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ANLONSO

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A Bola da Vez

Em seu último salário como Rei do Futebol, Pelé, ganhava um

pouco mais do que o Menino do Santos, Neymar, ganha por hora no campo. Desde a Copa de 1950, a primeira sediada no Brasil, muita coisa mudou no futebol. O esporte mais praticado e popular do país ficou mais rico. Aliás, riquíssimo. Ganhou muitos patrocinadores e começou a pagar verdadeiras for-tunas para os principais jogadores.

Em outubro de 1970, Edson Aran-tes do Nascimento, Pelé, recebia seu último salário como jogador, o valor era de 5 mil cruzeiros, con-vertidos à atual moeda equivale a R$5.539,00. Já Neymar ganha R$4.166,00 por hora. Sim, por hora. Com onze patrocinadores, entre eles as multinacionais Volkswagen, Nike, Santander e Claro, o salário mensal do craque santista supera a cifra de 4,5 milhões de reais. Na época de jogador, Pelé também foi garoto propaganda. Teve patro-cinadores, como a Pepsi, a Puma e

até uma marca de café com seu

nome, que lhe rendia 3.822 euros por

mês. Para a época, a década de 70, o seu salário era considerado bom. Mas comparado com a renda atual de muitos craques do futebol parece sa-lário de jornalista! Para o professor de Economia da Universidade Cató-lica de Santos, José Pascoal Vaz, “os cálculos destes valores reforçam a or-dem de grandeza, válida para provar que hoje os grandes jogadores, infi-nitamente menos craques que o Rei, recebem infinitamente mais do que ele recebia.

mais popular do mundo passou a ser gerido de forma empresarial e mercadológica, gerando receitas monstruosas. E os “artistas do es-petáculo” foram, com isso, dire-tamente beneficiados e assim ga-nham cifras altas. Se o Rei Pelé jogasse no futebol atual, talvez o mercado estivesse ainda mais inflacionado devido à grandiosidade técnica. Assim, o salário do Neymar seria apenas mais um. Também vale a inevitá-vel comparação do salário dos jo-gadores de futebol com o de um trabalhador que recebe um salário mínimo. Por exemplo, um traba-lhador comum demoraria 54 anos para juntar o que o Neymar ganha em um mês sem gastar nenhum centavo do seu salário, ou seja, não poderia pagar nenhuma de suas contas, passear ou assistir a um jogo de futebol no Maracanã.

Mesmo sem ter ido jogar na Euro-pa, Neymar possui a 5ª colocação no ranking dos maiores salários do futebol. O atacante da camisa 11 do Santos recebe do clube R$ 18 milhões anuais. O restante do valor seria ad-quirido através de seus onze patroci-nadores somando um valor em torno de R$50 milhões anuais. Contudo, é impos-

sível comparar o futebol atual com o de an-tigamente no quesito negócio.

Atualmente, o fu-tebol movimenta

milhões de reais, muito diferente

do que acon-tecia no passa-do. O esporte

“O valor do último salário

de Pelé foi de R$ 5.539,00... Já Neymar recebe R$ 4.166,00 por

hora”

Juliana Barros e Nathália Machado

Essa é a realidade do futebol bra-sileiro e mundial. Toda e qualquer comparação deve ser feita tendo em vista que o esporte movimenta milhões na atualidade, justo ou in-justamente. Agora, será que o Pelé tem in-veja da quantidade de dinheiro que esses jogadores ganham?

O novo mundo onde um Menino ganha mais dinheiro que um Rei

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Juliana Barros e Nathália Machado

Pedalada CibernéticaCidade de João Pessoa, na Paraíba, foi escolhida para receber o evento

Nem só de atletas vive o futebol. Em 2014, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Irã, China, Reino Unido, Por-tugal, Austrália, Paquistão, França e Brasil vão se enfrentar na 17ª Copa do Mundo de Futebol de Robôs, a Robo-cup, em João Pessoa, na Paraíba.

A cidade sede driblou fortes con-correntes para trazer pela primeira vez para o Brasil, o evento com pes-quisadores renomados e estudantes de robótica das principais universi-dades do mundo. É a primeira vez que o Brasil sediará o evento, um dos maiores de tecnologia do mundo.

A ideia de usar robôs para realizar partidas de futebol foi do Professor Jong-Kwan Kin, do Korean Advanced Institute of Science and Technology (KAIST), na Coréia do Sul em 1996. Atualmente existem duas federações que, fazendo uma tabelinha, regula-mentam os campeonatos de futebol de robôs no mundo, a coreana FIRA (Federation of International Robot--soccer Association) e a japonesa RoboCup (Robot World Cup), ambas têm como principal objetivo promo-

ver as pesquisas em robótica visando aumentar o número de pesquisadores na área e as inovações tecnológicas utilizadas nos times participantes do campeonato.

Participam do evento diversas universidades brasileiras, como a Universidade Estadual Paulista (UNESP), Fundação Educacional Inaciana (FEI), Universidade Fede-ral do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), Univer-

pela plataforma do Futebol de Ro-bôs”, ressaltou o professor.

O Brasil tem dois representantes na categoria. Um é o grupo ITAndroids, do Instituto Tecnológico da Aero-náutica de São Paulo (ITA-SP). O ou-tro é o Bahia3D, que é uma iniciativa do grupo BRT da UNEB. A seleção da equipe nordestina, realizada entre janeiro e fevereiro deste ano, contou apresentação de programas binários e artigos científicos.

“Para nós é muito importante poder participar de mais uma edição da Ro-boCup porque conseguimos dar sequ-ência a este trabalho, que foi iniciado em 2006, e conseguimos colocar a UNEB em uma condição de destaque no Brasil na área de pesquisas cientí-ficas sobre robótica”, ressalta o profes-sor Marco Simões, líder da excursão, ao portal Calila Notícias.

Além dos brasileiros, outros 24 times de mais 10 países vão participar da competição, que espera receber mais de quatro mil pesquisadores na área.

“Em competições como essa pode-mos promover debates formais e in-formais com pesquisadores e estudan-tes dos grandes centros científicos do mundo. Durante as atividades pode-mos também fazer comparações prá-ticas entre o trabalho que realizamos aqui e o que o restante do mundo está produzindo”, encerra Marco Simões, orientador da equipe baiana.

O atual X o futuro

Rodrigo Souza e Thiago Moreira

“A ideia de usar robos para

realizar partidas de futebol foi do Professor

Jong-Kwan Kin,”

^

sidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade do Estado da Bahia (UNEB), além da colabo-ração de cerca de 60 pesquisadores da Sociedade Brasileira de Automá-tica (SBA) e Sociedade Brasileira de Computação (SBC). A Copa de Ro-bótica tem o apoio do Ministério dos Esportes, da prefeitura de João Pes-soa e do governo do Estado.

Para o professor de robótica da UNESP, Alexandre da Silva Simões, , assim como a Copa do Mundo, o evento deixará o Brasil mais visível na área tecnológico. “É a primeira vez que o Brasil será sede de um dos maiores encontros de tecnologia do mundo, particularmente conhecido

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O brasileiro sempre foi apaixona-do pelo futebol. Milhões de torcedo-res durante os campeonatos nacio-nais se dividem na torcida pelos seus times do coração. E a demonstração que o país é realmente “a pátria de chuteiras” é quando a seleção brasi-leira de futebol está em campo e as-sim vivemos essa paixão numa Copa do Mundo. É bonito ver a participa-ção de todos. Os torcedores não se dividem, se somam. O público inte-ressado passa a ser outro. São famí-lias inteiras, das crianças aos idosos. Numa só vibração, num só coração, torcendo pelos “canarinhos” da se-leção pentacampeã do mundo. Mas enquanto a bola rola para distração de todos, nas laterais do palco verde rola o jogo do poder. Por unanimidade, entre os mais famosos conhecedores de futebol, dizem que a melhor seleção até hoje foi a de 1970. E numa conversa com pessoas que viveram as emoções da conquista do tricampeonato mun-dial não há dúvida, guardam na memória o bom futebol e a festa que tomou conta do país ao rece-ber de forma definitiva a Taça Jules Rimet. Havia naquela época outra bola, a do regime militar, que dentro dos canhões lembrava ao povo que aquela alegria era passageira. No en-tanto o poder comemorou, pois usa-

va o futebol para passar um Brasil que não existia. Naquele ano o país passava por gran-des níveis de repressão. O presidente era o general Emílio Garrastazu Médi-ci. Brasileiros “viviam dias que foram conhecidos como ‘‘ anos de chumbo”. O sistema prendia, matava e torturava quem lutava pela democracia, e quem mais não aceitava seguir a “cartilha” imposta pela ditadura. A economia chegava ao auge e foi chamada de “Mi-lagre Econômico”, mas só que isso não bastava para popularizar o governo. Com a censura controlada, a máqui-na de propaganda do regime militar criava a sua publicidade ufanista. Le-mas como “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “Pra frente Brasil” e “Ninguém segura este país” eram divulgados constante-mente em todos os veículos de comu-nicação. A música Pra Frente Brasil era a mais tocada e cantada pela popu-lação: “Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração... Todos juntos vamos, pra frente Brasil, salve a seleção!”. Médici sabendo da paixão do povo brasileiro pelo futebol, utilizou nossa paixão pelo esporte bretão para au-mentar sua popularidade, chegando ao extremo de escalar jogadores na seleção do Brasil. Isso gerou um con-flito entre o presidente e João Salda-nha, técnico da seleção. Saldanha que

nunca escondeu ser contra a ditadura militar deixou Médici furioso ao di-zer que “não escalaria nenhum mi-nistério e o presidente não escalaria nenhum time, assim vamos nos en-tender muito bem”. Alguns dias de-pois Zagallo foi ser o novo técnico, substituindo João Saldanha. Como dizia o ex-governador Le-onel Brizola: “A ditadura deixou os seus filhotes”. Se referindo a políticos que apoiaram a ditadura. Hoje estão espalhados pela administração públi-ca e privada, camuflados de democrá-ticos. Um exemplo, o novo presidente da CBF, José Maria Marin, governa-dor de São Paulo entre maio de 1982 e março de 1983. É o atual presidente da Confederação Brasileira de Fu-tebol (CBF) e do Comitê Organiza-dor para a Copa do Mundo de 2014 (COL). Marin aprendeu que usar o futebol pode dar ótimos resultados para suas pretensões políticas, como na ditadura. Perguntado sofre a sele-ção estar treinando num campo do exército, Escola de Educação Física do Exército, na Urca, disse que traz boas lembranças, deixando dúvidas, se da ditadura ou do sucesso do fute-bol brasileiro após treinar em campos do exército durante o governo militar. O ex-jogador e deputado federal Romário, defendendo o povo bra-sileiro, gostaria de ver um nome de

“Salve-me seleção!”Baixinho Romário quer marcar gol de “caneta” contra Marin

Carlos Bruno e Luíz Fouraux

José Maria Marin militou na Arena que foi o partido da Ditadura Militar

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peso e digno para a presidência das re-feridas instituições. Nomes como Le-onardo, Zico e Raí, para citar apenas três, seriam muito bem aceitos. Como na Copa da Alemanha em 2006, Franz Beckenbauer, que disputou copa do mundo pela seleção Alemã, jogou pelo Bayern de Munique (time no qual é o presidente de honra) e foi presidente do COL, um grande nome, respeitado e admirado por todos. Na Alemanha, que no passado fez o mundo sofrer pela liderança de um dos maiores di-tadores de todos os tempos, Adolf Hi-tler. E por aqui não viramos a página. José Maria Marin militou na ARENA que foi o partido da ditadura brasilei-ra, é suspeito de ter participado dos eventos que culminou com o assassi-nato do jornalista Wladimir Herzog e admirador do torturador Sérgio Para-nhos Fleury. Enquanto o COL alemão foi repre-sentado por alguém que prestou ser-viço ao futebol e ao país, o COL bra-

“Tem gente que conhece muito pouco do nosso país, da nossa cultura, mas conhece o futebol e os jogadores do Brasil’’, afirmou Romário

sileiro é comandado por alguém que prestou desserviço à história da nossa pátria. Marin atuou ainda como vere-ador, deputado estadual e vice-gover-nador de Maluf no governo paulista. O deputado federal Romário apoia que Marín seja investigado e preste de-clarações sobre as suspeitas que caem sobre ele e afirma que a CBF mesmo sendo privatizada leva o nome do país mundo afora. Em seu discurso realiza-do na tribuna da câmara dos deputa-dos no dia 18/03/2013 em tom duro ele afirma: ’’ Não podemos esquecer que o Senhor Marin, à frente da CBF, tem sob o seu comando a principal mani-festação esportiva de nosso país, que é o nosso futebol. A nossa seleção é mais do que um time, é uma manifestação cultural acompanhada de modo apai-xonado nos quatro cantos do Brasil, como eu pude testemunhar bem de perto. A seleção leva, por onde passa, o nome do Brasil, a nossa bandeira, as nossas cores, o hino e principalmente

os nossos jogadores. Tem gente que co-nhece muito pouco do nosso país, da nossa cultura, mas conhece o futebol e os jogadores do Brasil’’. O presidente da comissão nacio-nal de direitos humanos da OAB, Dr. Wadih Damous faz coro as palavras do “baixinho” e declarou ser correta e urgente a convocação de Marín pela comissão nacional da verdade, a fim de prestar esclarecimentos sobre as acusações que recaem sobre ele. Os tempos, os lemas e canções são outros. Duzentos milhões de brasilei-ros, bem mais que os noventa milhões da época, estão em ação, agora torcen-do por um país mais livre e desenvol-vido socialmente. Contudo, a paixão por esse esporte ainda é percebida. Será que o “salve a seleção” da músi-ca tem tanta importância para o povo nos dias atuais? Mas como time que está ganhando não se mexe, justifica--se um grito do presidente da CBF e do COL: “Salve-me seleção!”.

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Imagine compartilhar tudo o que você vê com seus amigos em

tempo real? Isso já existe em smartphones, câmeras digitais e outros dispositivos eletrônicos. No entanto, o que o Google está prometendo é algo inimaginável para a sua época. O aparelho é capaz de filmar, mandar mensagens, tirar fotos, filmar, fazer uma videoconferência e ter acesso a mapas e ver coordenadas de GPS. O Google Glass tem tudo para ser um dos objetos mais promissores da atualidade. O Glass, já foi lançado nos

Aparelho permite filmar, fotografar e fazer transmissões ao vivo

GOOGLE GLASS:

Gabriela Carvalho e Philippe Oliveira

o olhar do futuroEstados Unidos, e chega neste ano no Brasil, com a faixa de preço em torno de R$1,5 mil.

Um dos desenvolvedores do projeto, Timothy Jordan, disse o conceito do aparelho é simples: fazer com que o usuário não precise mais tirar o celular do bolso ou da mochila para poder registrar os seus momentos marcantes.

O gadget, dispositivo com função específica, prática e útil no cotidiano, vem recebendo aplicativos exclusivos, que estão

revolucionando o mercado tecnológico. O gigante de buscas demonstrou interesse em alguns desses aplicativos e suas funcionalidades. O destaque mais popular ficou para o aplicativo do jornal norte-americano “The New York Times”. Basta você “pedir

uma notícia” ao Glass, que ele automaticamente a exibe com manchete, subtítulo e imagens. Caso o usuário queira ler o texto inteiro, é só solicitar que os óculos leia toda a matéria.

Antes de ser lançado, alguns projetos de leis nos

Estados Unidos tentou vetar o aparelho. O legislador do partido republicano Gary Howell ainda pretende colocar em vigor uma lei que proíbe o uso do objeto enquanto a pessoa dirige. Para ele, as funcionalidades do produto são interessantes, no entanto, vê como um agravante nos problemas de trânsito, algo que já ocorre com os celulares e smartphones.

Vislumbrando o sucesso dos óculos, o Baidu, maior site de busca chinês, criou um produto bem parecido com o Glass, que é conhecido como “Baidu Eye”, possuindo funções similares. Representantes da empresa da China revelaram que os óculos são capazes de transmitir imagens e áudios em tempo real, além da realização de tarefas feitas por

Menu interativo do Google Glass totalmente comandado por voz

Imagem reproduzida pelo Glass. O aparelho fará vídeos em alta definição, permirindo o registro de momentos marcantes

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GOOGLE GLASS:

o olhar do futuro“Me via focado

no próprio celular, mesmo

tendo algo de suma

importância para fazer”

Vislumbrando o sucesso dos óculos, o Baidu, maior site de busca chinês, criou um produto bem parecido com o Glass, que é conhecido como “Baidu Eye”, possuindo funções similares. Representantes da empresa da China revelaram que os óculos são capazes de transmitir imagens e áudios em tempo real, além da realização de tarefas feitas por

um computador. A princípio, ele está sendo comercializado na China, em que a duração de sua bateria é de 12 horas.

Para o cofundador do Google, Sergey Brin, o maior intuito do Glass é reverter o vício das pessoas nos smartphones. Ele ainda disse que se via focado no próprio celular, mesmo tendo algo de suma importância para fazer.

[[Menu interativo do Google Glass totalmente comandado por voz

Imagem reproduzida pelo Glass. O aparelho fará vídeos em alta definição, permirindo o registro de momentos marcantes O Co-fundador do Google e um dos idealizadores do Glass: Sergey Brin

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1934 - produção inicial do Volkswagen foi assinado em 22 de junho

1938 – Hittler aparece em públi-co “a bordo” de um Fusca, para popularizar o automóvel

1950 – O Fusca chegou ao Brasil

1959 – O primeiro Fusca conver-sível

1971 – Foi um dos últimos a utilizar o farol dianteiro com superfície arredondada

1975 – Carburação dupla e apelo esportivo, sendo conhecido como “Bizorão”

Do Futuro para o passadoCarlos Eduardo de Abreu e Vanessa Cardozo

O roteiro dessa viagem tem como perspectiva mostrar a trajetória de um dos carros mais amados do sé-culo XX. O ponto de partida será a bordo da reencarnação do clássico VW, onde você poderá compro-var as melhorias no designer e na mecânica do automóvel que dão sentido ao slogan adotado pela Volkswagen “O futuro chegou para o novo fusca”. Rodas de liga leve, farol de nebli-na, controle automático de veloci-dade, volante multifuncional com shift- padlles, sistema de navegação integrado ao rádio touchsccreen, conexão Bluetooth e iPod tornam o novo carro multiuso, perfeito para ouvir, navegar e, o melhor, dirigir. Repleto de novidades, mas cum-prindo a proposta vintage – graças às silhuetas e aos detalhes internos originais – o veículo é parte de uma estratégia mundial de campanha da Volkswagen de “ressuscitar o besourão”, relembrando o antigo nome do modelo em outros paí-ses como “Escabajo” na Espanha e “Maggiolino” na Itália. Se a estratégia foi um sucesso? Al-guns adoraram a ideia, pois o novo carro reacende a chama de um dos automóveis mais importantes da história, ao passo que outros repro-varam a iniciativa por contrariar ao conceito original do carro, que era ser um veículo popular. Lançado para públicos mais sofis-ticados, o fusca atual custa no míni-mo R$ 76 mil na versão básica com câmbio manual de seis marchas. Já o modelo equipado com transmis-são DSG semiautomática de dupla embreagem sai por R$ 80.990. O colecionador de carros antigos e jornalista automotivo, José Resen-de Mahar, já experimentou o novo modelo. Para ele, o novo fusca é di-ferente do New Beetle e possui um

c o n -ceito mui-to mais fiel ao m o d e - lo original: “Os detalhes remetem ao anti-go Fusca e estão por toda parte. Quem se lembra do modelo clássico vai no-tar as soleiras nas portas, o para-brisa reto, as alças de borracha nas colunas, o porta-luvas na parte de cima do painel, entre outros”, acrescenta. Recriado para entrar na disputa com o Uni Mille, o Gol CL e o Escort Ho-bby, o novo Fusca também pode ser comprado com IPI reduzido de 0, 1%, o que torna a relação de custo e benefí-cio favorável ao consumidor. Econômi-co, o modelo VW consegue ser a prova de pique, confortável e gastar pouco, sem perder em nada para qualquer ou-tro esportivo. Quando perguntado sobre a sensação de andar no novo fusca, José Resende sorriu com olhos, não foi preciso dizer que ele tinha simplesmente adorado.

Fuscamaníacos, uma adorável psicose

Além do jornalista José Resende Mahar, há uma legião de fãs que se expressam diariamente pela internet e marcam encontros presenciais em que o tema é sempre o adorável fusquinha, é o caso do Fusca Clube Brasil, fundado

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Do Futuro para o passado

no final da década de 60, que re-

úne milhões de brasileiros. A ideia de formar o clube surgiu quando dois apaixonados pelo besou-rão Eduardo Ohara e Sérgio Fontana começaram a planejar a criação de um grupo para os apreciadores do mode-lo. Empolgado com a ideia dos amigos, Demétrios Bérgamo juntou-se a eles. Dessa junção, nasceu o Sedan Clube Brasil. Na primeira reunião, o grupo reu-niu 70 carros. Sete anos depois, o Se-dan Clube recebeu a autorização da Volkswagen do Brasil para o uso da marca “fusca”. A partir daí o nome foi alterado para o Fusca Clube do Brasil e a organização foi oficializada como entidade cultural, recreativa, desporti-va e sem fins lucrativos. Na internet, o Blog “fusca4ever” faz bastante sucesso. Nele, os motoristas do besouro encontram dicas sobre mecânica, informações gerais sobre o veículo e uma seção especial para es-clarecer dúvidas. De acordo com o dono do Blog “fus-ca4ever”, Danilo Andric, as projeções para a venda do novo fusca são altas e consagrará ainda mais a Volkswagen. “A nova versão do fusca é esportiva e veloz. A campanha da Volkswagen fei-ta pelo Facebook é a prova viva disso, são 28 milhões de brasileiros curtindo o novo fusca”, diz.

A campanha citada por Daniel Andric faz parte de uma estratégia de Marketing de Guerrilha da mon-tadora para divulgar o novo fusca no Facebook. Segundo dados da Rede Social, divulgados pela multinacio-nal alemã, a página de logout do FB teve o maior retorno em número de cliques da história do site no Brasil. Com a assinatura "Novo Fusca. O carro voltou", a campanha publici-tária também conta com filmes e anúncios em revistas. Criados pela agência AlmapBBDO, as peças tra-zem o personagem Mussum como estrela da campanha. Nas peças, os títulos brincam com a maneira característica do come-diante de transformar as palavras para falar das inovações tecnoló-gicas e as transformações do carro. Haja fuscamaníacos no mundo!

Fusquinha de quatro portas, uma história...

Quem vê o futuro e passado glorio-sos do fusquinha, não imagina que a trajetória do veículo é composta por altos e baixos. O automóvel foi o pri-meiro veículo popular fabricado em série, atingiu seu ápice nos anos 70 e viveu a queda nos anos 80. Segundo o jornalista José Resen-de, a queda dos anos 80 está ligada estritamente a rudimentariedade do besourão, que passou a ser feito exclusivamente para os países de terceiro mundo. “Tudo tem uma época, o fusquinha era básico, ru-dimentar e sem conforto, feito para países pobres”, diz. Além da obsolescência do mode-lo, a montadora alemã estava numa outra fase, seu cargo chefe eram carros potentes e bem equipados. “A Volskwagem não queria ser vis-ta como a produtora de carros po-pulares, mas sim de esportivos, por isso investiu no passat, gol, golf, etc”, acrescenta Mahar.

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Desde 1983, a loja Fuscão preto, vem fazendo a cabeça dos fusqueiros de plantão, com peças e assessórios que

só são encontrados por lá. Passando pela loja encontramos tudo do ano correspondente ao seu carro, fazendo da fus-cão preto a principal empresa do Polo automotivo de Nova Iguaçu, com clientes de todo o Brasil e uma das maiores dis-tribuidoras de autopeças do país. A loja fica localizada na Av. Nilo Peçanha, 578 - Centro - Nova Iguaçu - RJ

Os fuscas produzidos entre 1993 à 1996 são uma sé-rie especial a pedidos do ex- presidente Itamar Franco,

em 25 de janeiro de 1993Itamar convidou o presidente da Autolatina, Pierre-Alain de Smedt, para uma reunião em Brasília. Bastou apenas uma conversa para que ele deixasse a capital federal com o acordo da volta do Fusca ao merca-do nacional.

Nos três anos de vida do Fusca Itamar, foram produzi-das pouco mais de 46 mil unidades. E em 28 de junho

de 1996, o Fusca sai de linha no Brasil, de forma discreta com a série Ouro sendo produzidas as últimas 1,5 mil unidades.

No Brasil, o fusca circulou no mer-cado até a segunda metade da década de 90. O último suspiro de vida do besourão no país foi dado no perío-do de 1993 a 1996, pelo ex- presiden-te Itamar Franco que pediu uma série especial ao presidente da Autolatina, Pierre- Alain de Smedt, durante uma reunião em Brasília. Bastou apenas uma conversa para que ele deixasse a capital federal com o acordo da volta do Fusca ao mercado nacional. Nos três anos de vida do Fusca Ita-mar foi produzido pouco mais de 46 mil unidades. Em junho de 1996, o besouro sai de linha no Brasil, de for-ma discreta com a série ouro, em que foram produzidas as últimas 1,5 mil unidades. O declínio da circulação do fuscão no mercado, nos anos 80 e 90, con-trasta com a ideologia da década de 60. O carro era símbolo do antiame-ricanismo e da negação ao American Way of Life. Por falar em história, a participação do veículo em momentos chave não para por aí. Voltando um pouco mais na cronologia da fabricação do besou-ro, nos deparamos com uma sombria Alemanha da década de 30, vivencian-do seu processo automotivo. Fruto de um pedido de Hitler ao en-genheiro automotivo Ferdinand Por-she, o fusca foi elaborado como uma estratégia de motorização da popula-ção Alemã. O veículo deveria ser cria-do em larga escala e por um preço que coubesse no bolso do povo germânico. Dois anos depois a produção dos pri-meiros esboços, o modelo ganhou as ruas de Berlim. O motor na parte de trás, carroceria arredondada e suspen-são independente fizeram do Fusca um marco na história do automobilis-mo, podendo ser vendido a todos pela bagatela de 990,00 marcos alemães (moeda da época). A imagem do automóvel ganha ain-da mais destaque em 1938, depois de Hitler aparecer “a bordo” de um Volkswagen. Não demorou muito para ser exportado a outros países, o que lhe deu o posto de “carro mais vendi-do do mundo”. Diretamente do futuro para o passado... você não pode ficar seu o seu novo fusca, calcidis.

Volkswagen, a cara do Copa do Mundo...

A Volkswagen do Brasil patroci-nará a Seleção Brasileira de Futebol pelos próximos 5 anos, até a Copa do Mundo de 2014. De acordo com o presidente da empresa, Thomas Schmall, "patrocinar a seleção é acreditar no Brasil". O anúncio foi feito pelo executivo nesta quinta--feira (26/11), em conjunto com o presidente da Confederação Bra-sileira da Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. "Há uma grande sinergia entre a Volkswagen e o time do Brasil. As-sim como a Seleção Brasileira de Futebol, a marca expressa valores bastante importantes para o brasi-leiro, como confiabilidade, amiza-de, paixão e proximidade ao públi-co", afirmou o vice-presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil, Flavio Padovan.

Outro fator que contribuiu para a parceria é o retorno do nosso queri-do besourão. Consagrado no Brasil, o fusquinha foi símbolo da Copa do Mundo de 1950. Além do con-sagrado fusca, o Gol – carro que faz alusão direta ao futebol – é o mais vendido do país há 22 anos conse-cutivos. Com o patrocínio à seleção, a Volkswagen poderá usar a marca da CBF em sua comunicação, além de desenvolver outras atividades promocionais. O ônibus que trans-portará a Seleção Brasileira nos jo-gos e treinos também será doado pela Volkswagen. Vá de carro, vá de fusca!

Preço O novo Fusca parte dos R$ 77.890. A versão que avaliamos é completa com todos os opcionais disponíveis além do câmbio automático. Isso faz o preço saltar para R$ 103 mil.

Leitor maluco, você sabia que...

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1934 produção inicial do Volkswagen foi assinado em

22 de junho

1938 Hittler aparece em público “a bordo” de um

Fusca, para popularizar o

automóvel

1950 O Fusca chegou

ao Brasil

1959 O primeiro

Fusca conversível

1971 Foi um dos

últimos a utilizar o farol dianteiro com superfície arredondada

1975 Carburação

dupla e apelo esportivo, sendo conhecido como

“Bizorão”

1980 Os modelos ganharam lanternas

maiores e foram apelidados de Fafá de Belém

1993 Fusca renasce após ter sido

parado de fabricar no ano

de 1986

1998 Surge o “New

Beetle”

2003 O último Fusca, do modelo antigo, foi

fabricado no México

2013 Novo New

Beetle dos dias atuais

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A música, ao longo dessas cinco décadas, sofreu diversas transforma-ções para se adequar tanto aos veícu-los como para atrair novos públicos. A metamorfose musical é nítida e as projeções para o futuro não são nada animadoras. O conteúdo passou a ser bizarro.

Uma prova dessa superficialidade dos artistas são os próprios festivais de música que, nas décadas de 60 e 70, tinham o intuito de protestar e criar uma consciência crítica nas pessoas, servindo como bandeira para mani-

De “A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar” até “Eu quero Tchu.. eu quero tcha”

Paula Araújo e Wallace Silva

festações do público e para as bandas apresentarem suas letras direcionadas para algum fato importante que ocor-ria naquele momento, bandas como Pink Floyd, The Who, Bob Dylan, The Beatles, Led Zeppelin, The Doors, Deep Purple, The Rolling Stones, Cre-edence Clearwater Revival passavam essas mensagens para os fãs. Hoje, as bandas, querem apenas lucrar e os empresários e as bandas não se impor-tam com o que acontece pelo mundo.

Da década de 60 até os dias de hoje, a música sofreu grandes transforma-

ções e ganhou uma nova roupagem para se adequar aos novos públicos e, de quebra, aumentar o lucro dos gran-des empresários. A entrada de dinhei-ro começou por meio dos hippies, tal-vez os primeiros caras de Marketing da música, que através do lema “Paz e Amor” ganhavam as ruas e tinha nos ídolos uma voz para atingir o público.

Surgia no Brasil, o movimento da jo-vem guarda com Roberto Carlos, Eras-mo Carlos, Wanderléa, entre outros. Com forte influência do rock britânico e principalmente dos Beatles serviam

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com elo entre a música brasileira e o rock. Gilberto Gil e Caetano Veloso chegaram com o movimento tropi-cália, em 1967, no Festival da Música Popular, com letras bem humoradas e críticas, na qual se utilizava das diver-sas influências musicais que passavam do rock até o folclore nacional.

Com o início da Ditadura Militar e o Ato Institucional 5 que, dentre muitas medidas restritivas, proibia manifes-tações de caráter político, os festivais começavam a atrair os olhares e tor-navam-se locais para protestos con-tra o regime, a música “Pra não dizer

que não falei das flores” de Geraldo Vandré, apresentada no III Festival da Canção ganhou grande destaque, mesmo ficando atrás da música Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque e in-terpretada por Cynara e Cybele, teve a sua letra ser cantada por milhares de pessoas que estavam na final nacional do festival. O mesmo aconteceu com Chico Buarque no III Festival da TV Record, com a música “Roda Viva”.

Na década de 70, a música conti-nuou engajada politicamente contra a

opressão do estado e nomes como Raul Seixas e os Mutantes desempenhavam seu papel de críticos, com letras como “Sociedade Alternativa”, lembrando que era o auge da ditadura e as perse-guições seguiam a todo vapor.

A música sofreu uma mudança radi-cal nos anos 80, o som pesado da déca-da passada perdia força e as letras antes críticas eram substituídas por ritmos dançantes e músicas comerciais ao es-tilo de baladas. A rebeldia, os barbudos e cabeludos deram lugar aos cabelos “de poodle”, eram homens travestidos de mulheres. Um fator positivo foi o

retorno dos grandes festivais como o Rock in Rio, Reading e Donington.

Aqui no Brasil foi o ápice para o rock, afinal surgiam grandes bandas e nomes que até hoje marcam época dentre eles Legião Urbana, Barão Vermelho com Cazuza, Capital Inicial, Titãs, entre outros. Renato Russo e Cazuza são os maiores ícones dessa época por tapas na cara da sociedade com duas compo-sições que até hoje representam a gera-ção anos 80 como “Geração Coca Cola e Ideologia”.

Os anos 90 foi uma verdadeira mistu-reba musical, devido a recém chegada democracia, a liberdade de expressão estava em alta, multinacionais e os meios de comunicação estavam dis-postos a apoiar a entrada de novos artistas e descobrirem as tendências fonográficas do mercado brasileiro. Surgem diversos estilos musicas e no-vas bandas como O Rappa, Cássia El-ler, Mamonas Assassinas, É o Tchan, Só pra Contrariar, Chitãozinho e Xo-roró, Jota Quest, e Skank. Ao mesmo tempo em que as empresas corriam atrás de bandas para coloca-las em programas de domingo, surgiram

também gravadoras independentes, contrárias a esses apelos televisivos e mais voltados parar a internet, que trouxeram bandas como Chico Scien-ce & Nação Zumbi, Raimundos, Pla-net Hemp, Charlie Brown Jr e Pato Fu. O único resquício de protesto foi da banda Skank, em relação ao Impeach-ment do presidente Fernando Collor de Mello, com a música “Indignação”.

A sociedade mudou o seu modo de pensar, fazendo com que tudo que possui também mudasse. Com a de-mocracia, a sociedade se viu relaxada

Astros da música

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nhavam esse papel, afinal as canções passavam sua mensagem de forma simples e direta.

O que representou para os músicos brasileiros o Rock in Rio de 1985?

Serviu como um divisor de águas, antes as bandas tocavam em pequenos festivais ou espaços musicais e com o Rock in Rio, as diversas cenas pude-ram mostrar todo seu talento e apre-sentar ao público que no Brasil tam-bém tinha Rock de qualidade.

em relação às questões políticas, fi-cando anestesiada em relação a esses acontecimentos e não reagindo. Esse reflexo pode ser visto em relação às musicas que ouvimos atualmente, que se viu obrigada a procurar um novo assunto para expor em suas músicas e com isso as músicas parecem todas iguais, com os mesmos temas, com as mesmas melodias.

É um “copia e cola”, assim como falou Alice Cooper: “as novas ban-das parecem umas com as outras, ninguém busca algo novo, romper com esse modelo é um recorte do que há de precário. Loucos estão fi-cando bem escassos e o que vigora são bons moços, não conseguiriam um espaço”.

O fundador da banda O Ira, o vo-calista Nasi, deu uma entrevista ao Hospício, mostrando o que vê na atualidade: O cenário musical se adequou ao modelo de sociedade vigente e de quebra poucas bandas tem buscado uma mudança. A úni-ca forma de protestar era por meio da música e os festivais desempe-

As músicas sofreram grandes muta-ções e no que se deve tudo isso?

O que preocupa é a falta de conteú-do e um recorte das bandas. Elas não exploram novos temas, parecem que tem medo ou já ficam satisfeitas em receber um mísero trocado. As emis-soras tanto de rádio como tv querem audiência, então colocam “artistas” sem nenhum preparo. Nomes como Raul, Cazuza, Renato e Cassia certa-mente seriam execrados na nova con-juntura da sociedade.

Os grandes nomes da década de 60, 70 e 80 continuam reinando como Iron Maiden, AC/DC, The Rolling Stones, sem contar nomes antes apo-sentados que sempre voltam, dentre eles: Black Sabbath, Os Mutantes, Barão Vermelho e o aparecimento de bandas novas têm ficado restrito, as próprias rádios ignoram o estilo. E se escutar dez músicas vão notar que poucas ou nenhuma têm algo crítico, a maioria fala sobre amores perdidos, dinheiro e coisas efême-ras. Os novos ídolos fabricados para durar uma semana.

¹ O rock se encontrava estagnado na década de 80 e para muitos críticos a cena grunge em Seattle deu um novo impulso ao estilo.

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É difícil falar com exatidão em que mo-mento surgiu o cine-ma, pois essa trajetó-ria é divida em várias fases. Ainda no sécu-lo XIX, foram feitas di-versas experiências com a junção de fotos que ficavam circulando por segundos em máquinas. Era a invenção dos jogos ópticos, que ti-veram como destaque o thaumatró-pio, fenacistoscópio, praxinoscópio entre outros. Mas foi com a inven-ção do cinematógrafo que a história do cinema começou a se expandir. Os irmãos franceses Auguste e Louis Lumière tiveram a brilhante idéia de inventar esse aparelho portátil (ci-nematógrafo) que funcionava como máquina de filmar, de revelar e pro-jetar. Eram Três funções em apenas um aparelho. Foi então no dia 28 de dezembro de 1985, que o pai dos ir-mãos Lumière resolveu organizar a primeira exibição pública paga de filmes no Salão do Grand Café de Paris. A exposição foi um sucesso. Essa data ficou conhecida como o marco inicial do cinema. Essa má-quina não foi comercializada pelos seus criadores, e logo foram surgin-do réplicas do aparelho em diversos países. Os irmãos Lumière produ-ziram inúmeros filmes documentá-rios. Era o início do cinema amador.

Nesta época, os filmes produzidos ainda não tinham uma história, um enredo. Apenas era exibidas ima-

gens do cotidiano, sem continuidade e também sem

som. Os pro-dutores pro-

cura-

vam desde o início casar a imagem com o som, mas nenhuma técnica dava certo, até a década de 20. Foi o período conhecido como o cinema mudo, onde temos Charles Chaplin como pioneiro desta fase do cinema em todo o mundo.

O cinema andava em um processo de desenvolvimento e negociação. Foi quando o ilusionista Francês, Georges Méliès, começou a criar as primeiras “fantasias”, os chamados efeitos especiais. Seu filme "Le Voya-ge dans la Lune" (ou "Viagem à Lua") de apenas 14 minutos foi o primeiro a tratar de assuntos alienígenas. Era o início da era da ficção.

A partir daí, os filmes passaram a ter roteiro, técnica de edição de imagens, customizações, animações, maiores durações... Era o início de uma grande evolução da arte cine-matográfica.

Antes da primeira guerra mun-dial, Itália e França possuíam o ci-nema mais popular e poderoso do mundo. Mas logo após, a indústria de cinema européia ficou detonada. Foi nesse momento que os EUA co-meçaram a se destacar, produzindo e importando vários filmes. Surgia então o mais importante centro da indústria cinematográfica do plane-ta: Hollywood.

Desde então surgiram os mais im-

portantes estúdios de cinema do mundo, como a Fox, Univer-sal, Paramont entre outras. Hollywood

se tornou o símbolo do poderoso e fantás-

tico cinema dos Esta-dos Unidos. O cinema ga-

nhava força pelo mundo.

Era chegada a era do som. Em 1926, a Warner Bro-

thers, introduziu o sistema Vitapho-ne que permitia a gravação de som pelo disco, e foi logo no seguinte que a produtora lançou o filme “The Jazz Singer”. O primeiro musical com al-guns diálogos e cantorias. Em 1929 o cinema já era praticamente todo falado, foi também nesse ano que surgiu a premiação mais famosa do cinema no mundo, o famoso Oscar que acontece até os dias de hoje pre-miando os melhores do cinema. O uso do som fez com que o cinema se diversificasse em termos de gêne-ros. Dessa nova tecnologia nasciam diversos gêneros que foram evoluin-do de décadas em décadas e fazem sucesso até os dias de hoje.

O cinema como conhecemos hoje foi se aperfeiçoando e evoluindo ao longo dos séculos. Muita coisa que vemos hoje na indústria cinemato-gráfica que achamos que é novidade, já existe desde muito tempo atrás, apenas está cada vez mais perfeito. O cinema revolucionou o mundo e os conceitos da arte. Derrubou mui-tas barreiras e foi também o grande precursor da globalização, pois atra-vés dele culturas diferentes foram conhecidas e reconhecidas.

A grande “novidade” do cinema atual que vem ganhando grande for-ça é o 3D. Muitos pensam que essa sigla trouxe o que o cinema precisa-va para inovar, mas enganam-se os

Do Cinematógrafo ao 3DKarine Costa

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que acham que essa é a mais nova conquista tecnológica. Ao contrário do que pensam, é um conceito an-tigo e já foi exibido para o público em diversas ocasiões, só que décadas atrás. As tentativas de se capturar e mostrar imagens em 3D, muitas dessas com sucesso experimental e não comercial remontam de mui-to tempo atrás. Foram registradas diversas experiências e exibições temporárias. Em 1838, o físico Sir Charles Wheatstone, inventor do estereoscópio, utilizou-o pela pri-meira vez para ver um par de figuras geométricas desenhadas. Em 1849, o cientista escocês, David Brewster inventou o estereoscópio com len-tes primásticas. Em 1850, Joseph de Almeida inventou o anaglifo. Esse novo método consistia em desenhar o par de imagens estéreo com duas cores diferentes (Vermelho e Azul) e separá-las usando óculos com filtros cromáticos, também de cores verme-lho e azul. Já em 1889, Willian Frise Green criou o primeiro filme de ci-nema 3D utilizando anáglifos. Em 1932, o Dr Edwin H. land pateteou a projeção polarizada, que possibili-tou o 3D colorido. A partir daí, os anaglifos entraram em decadência. Em 1936 foi apresentado o primei-ro filme 3D polarizado. Após alguns anos, foram exibidos diversos filmes 3D de longametragem, porém ainda era necessário que houvesse alguns ajustes para melhorar qualidade das exibições. Devido a alguns proble-mas de projeções, o público acabou perdendo o interesse e durante mui-tos anos o cinema 3D ficou restrito a exibições em salas especiais. Foi da virada do século XX para o XXI, com o surgimento do cinema digi-tal, que surgiu novamente a possi-bilidade de projeções em filmes 3D. Filmes como Avatar, Alice de Tim Burton, marcaram essa nova fase do cinema digital.

A famosa premiação mais conhecida como Oscar, é o famoso e cobiçado troféu do mundo do cinema, que parabeniza os grandes profissionais da indústria cine-matográfica que se destacaram com excelência no ano anterior. Fundado em Los Angeles, desde o ano de 1927, o Oscar é considerado uma das maiores premiações do mundo. É a mais antiga cerimônia de premiação na mí-dia. Existem também outras cerimônias como Emmy, Grammy e Globo de Ouro que se inspiraram no Oscar.

A primeira entrega de prêmios foi realizada em Maio de 1929, no Hotel Roosevelt, em Los Angeles. No início as cerimônias eram feitas em grandes hotéis e restau-rantes, com resultados previamente conhecidos, já que a decisão era tomada em comum acordo pelos chefões dos estúdios. Até o ano de 1940 os jornais recebiam uma lista com os nomes dos premiados para divulgá--los somente no final da noite. Isso durou até ocorrer uma quebra de acordo. Logo após, a academia decidiu manter em sigilo e divulgar o resultado somente após a abertura do envelope lacrado.

O critério de votação é demorado e envolve cerca de 5.800 membros da academia que tem direito a voto, de diversas nacionalidades. Após a seleção dos cinco fina-listas em cada categoria, é feita uma nota votação envol-vendo todos os membros que votam e elegem um dos indicados ao prêmio em suas respectivas modalidades. A indicação de um filme pode aumentar a sua bilheteria em milhões de dólares e trazer prestígios para os atores e diretores.

O grande prêmio dessa importantíssima cerimônia é uma estatueta de 35 cm de altura, coberto de estanho folheado a ouro em formato de um cavalo sobre um pe-destal no formato de um rolo de filme, com uma espada de cruzado atravessada verticalmente no peito.

Esse ano, filmes como "Indomável sonhadora", "O lado bom da vida" "A hora mais escura", "Lincoln", "Os mi-seráveis", "As aventuras de Pi", "Amor" e "Django livre" disputavam o prêmio. Mas quem levou a estatueta foi “Argo” dirigido por Ben Affleck que nem sequer havia sido indicado como melhor diretor, mas que também ganhou em outras categorias importantes como: roteiro adaptado e edição.

E há quem já esteja fazendo suas apostas para o ano de 2014. Nomes como “The Wolf of wall Street” e “Grande Gatsby” com Leonardo Di Caprio no elenco, “Grace of Monaco”, “Inside Llewyn Davis” “The Fifth Estate” entre outros são cotados como favoritos para a disputa.

O Oscar

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A exemplo da grande polêmica en-volvendo o Deputado Marco Felicia-no, eleito para a comissão dos direitos humanos, é cada vez mais comum que os brasileiros usem as redes so-ciais como forma de organização de protestos e para demarcar sua posi-ção política. A próxima questão na-cional que já aparece nas redes sócias é a Copa de 2014. Movimentos como: “Todos contra a Copa” , “Eu sou con-tra a Copa do Mundo no Brasil” e “Copa 2014, eu não vou!”, colecionam seguidores, twittes e menções na rede.

O que questionamento principal, nesse caso, é a mudança sócio-cultural vivenciada pela nação nesses 64 anos que separam desde a última edição do campeonato realizada no Brasil. É bem correto dizer que o futebol é uma paixão nacional, somos torcedores fa-

A Copa não será para TODOS

A Copa do Mundo e a expectativa do povo brasileiro...

náticos. No entanto, com o aumento da escolaridade, poder aquisitivo e o nível cultural dos brasileiros, muitos de nós estamos optando por não colaborar com algumas situações sociais. Seja a eleição do deputado, a declaração da artista, ou até mesmo para coisas maio-res como um evento da magnitude de uma Copa do Mundo.

A questão agora, não é mais mo-netária, não é mais poder ou não comprar os ingressos. Começa-se a esboçar uma mudança comportamen-tal-cultural que tente à politização das pessoas. O posicionamento político caminha para desassociação total da questão financeira. Assim, espera-se que o voto de cabresto, alienação polí-tica e o efeito manada sejam coisas da Copa de 50.

De 1950 até hoje, os resultados do privilégio de sermos uma nação que sediou a maior competição de fu-tebol do mundo, não superaram as expectativas na época e parecem que também não superarão em relação a sermos a nação que sediará a próxima copa. As notícias sobre os investimen-tos feitos, a briga das empresas pelo consórcio do estádio e administração da obra nos próximos trinta anos, além do dinheiro que está sendo gas-to na reforma do Maracanã não têm agradado os brasileiros e principal-mente o povo do Rio de Janeiro, que

continua sofrendo com a desigualda-de social, má distribuição de renda, e diversos problemas sociais espalhados pela cidade que atingem ao cidadão de maneira generalizada por todo o país.

Problemas esses que estamos cansa-dos de ver na televisão, na internet, no rádio, jornal, revista... resultados de um governo decadente e sem moral, que humilha, massacra e expulsa o ín-dio brasileiro de seu território, como vimos recentemente no caso da Aldeia Maracanã em todos os noticiários. Com o objetivo de visar cada vez mais dinheiro aos poderosos e governantes, dando visibilidade aos seus mandatos, para que continuem no poder ditando ordens e manipulando o povo como puderem.

Além de não alcançar o resulta-do social que se esperava a copa não agradou na década de cinqüenta após trágica derrota para o Uruguai em se tratando da conquista do campeonato

e nem em benefícios para o cidadão brasileiro que já sofre com a má admi-nistração do governo há anos. Com a expectativa cada vez maior em relação à chegada da copa em 2014. Vemos a cidade do Rio se preparando em segurança, no turismo que pretende atingir milhões de pessoas, alcançan-do pessoas do mundo inteiro. Como também investirá em tecnologia, in-fra-estrutura e diversas coisas em prol do “bem estar social proporcionado pela copa.” E fica a pergunta: Como será após 2014?

France Beatriz e George

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Doze cidades-sede preparam seus estádios para receber os jogos da Copa 2014. Os trabalhos envolvem a reforma para adequação dos equi-pamentos ao padrão Fifa e a cons-trução de novas arenas. Faltando pouco mais de um ano para o Brasil virar o cenário do fute-bol, temos o seguinte mapeamento: um total de 47 obras em andamento, 25 obras em atraso, 04 canceladas até a copa do mundo e apenas 04 concluídas. Das obras concluídas, os estádios do Mineirão em Belo Horizonte, Castelão em Fortaleza, Galeão no Rio de Janeiro e Arena

Fonte Nova em Salvador. Entretanto, em Brasília o viaduto que iria ligar o aeroporto ao bairro Asa Sul, oBRT Eixo Leste de Manaus, a Rees-truturação da Avenida Engenheiro RobertoFreire e o monotrilho linha 17 foram todos cancelados até a Copa.

Acima, o Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, que está com suas obras em andamento. Já gostou 808,4 milhões de reais em seu projeto. Sen-do que, os estádios do Mineirão em Belo Horizonte, tiveram sua obra con-cluída com 695 milhões de reais e o

Goleada de atrasos nas obras da Copa do Mundo de 2014

Estádio do Castelão em Fortaleza foi concluído com 518,6 milhões de reais, cerca de 60% a menos que a obra carioca.

O que realmente é impressionan-te é a falta de planejamento e 25 obras estarem em atraso em todo o estado, podendo causar impli-cações com até 80% do cronogra-ma inicial. A expectativa é que as obras estejam finalizadas até o ano de 2014, o que se mostra cada vez mais impossível com o tempo pas-sando e as obras necessitando de mais tempo e dinheiro.

Juliana Agda

Na última reportagem, fizemos um balanço sobre as obras da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e algumas delas já foram conclu-ídas. Faltando praticamente um ano para o Brasil virar o cenário do futebol, temos o seguinte mapea-mento dos estádios: o estádio do Mineirão foi inaugurado no início de fevereiro, o estádio nacional Mané Garrincha em Brasília está praticamente a dias da entrega. No setor oeste, a Arena Pantanal está em bom andamento, em Curitiba, na Arena da Baixada, faltam os ajustes nas arquibancadas supe-riores. Já no estádio Castelão em Fortaleza, sua inauguração foi em janeiro. Na Arena Pernambuco, o processo de acabamento em torno do estádio está sendo concluído. Entretanto, na Arena Amazônia em Manaus e Arena das Dunas em Natal, as obras estão em anda-mento com um pouco de atraso. O Beira-Rio, em Porto Alegre e a Arena Corinthians estão passando pelo processo de colocação de as-sentos e cobertura. Depois de quase 03 anos em

obras, o estádio Fonte Nova, na Bahia, é inaugurado com muita fes-ta: a Rubro-negra, Ivete Sangalo can-tou o hino do estado e do Vitória. O Bahia ficou à cargo da tricolor Clau-dia Leitte. Acompanhados por mais de 40 mil torcedores que lotaram as arquibancadas, artistas como Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Margareth Menezes, Mariene de Castro e Dan Miranda mostraram a força do Fonte Nova, mesmo antes da bola rolar. No Rio de Janeiro, o estágio João Havelange ficará em obras até 2015. A Prefeitura disse que vai investigar qual a empresa culpada pelo erro nas obras do estádio. Já o estádio do Ma-racanã recebeu no dia 27 de Abril, seu primeiro evento-teste. Foi utiliza-do 30% da capacidade da arena, que, ao final da obra, comportará 78.838 pessoas. O objetivo foi verificar equi-pamentos, instalações e infraestru-tura para que sejam feitos eventuais ajustes para o funcionamento pleno do estádio. O público – formado por cerca de oito mil operários que traba-lharam nas obras do Maracanã, além de seus familiares – assistiu as apre-sentações dos cantores Naldo, Marti-

nho da Vila, Neguinho da Beija-Flor e Preta Gil. No dia 02 de Junho, sua reabertura oficial aconteceu o jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra. O resultado deu em empate por 2 a 2, não esperado pelos cariocas. O Brasil volta a campo no próximo domingo, em amistoso contra a França, na Are-na do Grêmio, em Porto Alegre. E com a sua nona edição, a Copa das Confederações de 2013 será re-alizada no Brasil entre 15 e 30 de junho e servirá como teste para rea-lização da Copa do Mundo de 2014. Terá a participação de oito equipes: a campeã da Copa do Mundo de 2010, os seis campeões continentais, além do Brasil, país-sede. Contará com a participação de quatro seleções cam-peãs mundiais: Brasil, Espanha, Itália e Uruguai. A cinco cidades que vão se-diar serão: Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e Rio de Janeiro. Recife e Sal-vador entraram como possíveis sedes desde que avançassem no andamen-to das obras. A transmissão será emi-tida pela Rede Globo e Rede Bandei-rantes em TV aberta e pelo SporTV em TV por assinatura.

Copa das Confederações chegando

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O templo dos deuses que encantou o Brasil em 1950 já não é sufi-

ciente para os amantes do futebol no século XXI. Os números que envol-vem a reforma de toda a infraestrutu-ra necessária para o grande espetáculo assustam se forem comparados com os gastos de 1950. A primeira Copa realizada no Brasil necessitou da cons-trução de apenas um estádio: o Ma-racanã, ou estádio Mário filho, uma homenagem ao jornalista e irmão do dramaturgo Nelson Rodrigues. Na-quela época, o estádio ficou pronto faltando alguns meses para o início da competição. Hoje, porém, a reforma já ultrapassou o tempo de construção do Maracanã.Mão na Massa - A reforma já chegou a incrível marca de 5.500 operários trabalhando no canteiro de obras, cerca dois mil homens a mais que o contingente necessário para erguer o estádio no fim da década de 40.Em declaração ao jornal O Globo, o engenheiro Manoel Lapa compara a construção atual com a dos anos 50:- Não havia tanta tecnologia, os equipamentos eram muito simples. Quando comecei a trabalhar com en-genharia, eu ainda usava uma coisa chamada régua de cálculo. Hoje, já existem softwares em que você entra com os dados e eles dão o trabalho todo feito. O concreto, antigamente, tinha que ser feito na própria obra, era levado em padiolas, era penoso subir a massa. Hoje, existem bombas que jogam o concreto lá para cima. O aço era dobrado na mão, por operários chamados de armadores. Atualmente, você entrega as plantas e recebe da in-dústria o aço já dobrado e no tamanho que você precisa. As obras, hoje em dia, viraram uma linha de montagem. Mão no cofre - Mesmo com toda a tecnologia, parece que hoje é preciso

Maracanã, o GIGANTE do HospícioMesmo com os avanços tecnológicos o Maracanã sofre

com a demora da sua reforma para Copa de 2014

“O concreto, antigamente,

tinha que ser feito na própria obra...

Hoje, existem bombas que

jogam o concreto lá para cima”

Maquete do Maracanã antes da sua construção

Osmar Mulina

de mais tempo para a reforma do estádio. E mais tempo pede mais or-çamento, que não para de crescer. A incrível reforma já consumiu cerca de um bilhão de reais e o nosso está-dio precisará de outra reforma logo após a Copa, pois não cumpri as exi-gências para as Olimpíadas de 2016.Mão no bolso - Outro fato a ser le-vado em consideração é a compara-ção entre o valor do ingresso daque-la época para atual. Foram liberados

os preços somente para a copa das Confederações e com um breve com-parativo pode se ver que a mudança não foi muito acentuada, o ingresso da final de 1950 custava Cr$ 180,00(cerca de 200 reais, de acordo com o site da Fundação de Economia e Estatística) não difere muito do ingresso da final da Copa das Confederações de cate-goria três, o qual custou 228 reais con-forme mostra no site da FIFA.E assim a história de 63 anos atrás pode se repetir onde a conclusão das obras do Maracanã foi dada depois de passados 13 anos do fim do mundial devido a obras complementares que ficaram pendentes e outras que se fize-ram necessárias, como a demolição e a reconstrução da cobertura de uma das rampas, que oferecia perigo aos torce-dores. Mas de acordo com a EMOP( Empresas de Obras Públicas) não há confirmação da necessidade de reali-zar reparos entre a Copa das Confe-derações e a Copa do Mundo de 2014.

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Foram utilizados 5.500 operários

2.000 operários à mais que em 1950

A incrível reforma já consumiu cerca de um

bilhão de reais

O ingresso da final de 1950 custava

Cr$ 180,00(cerca de 200 reais)

De acordo com o site da Fundação de Economia e Estatística

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Que país é esse?!

Mercado imobiliário explode nas grandes metrópoles

A Copa do Mundo 2014 é a grande abertura para os novos investimentos que

estão mudando a cara da cidade do Rio de Janeiro. Com foco em 2016, quando acontecerá as Olimpíadas, o mercado imobiliário investe em muitos projetos e na própria estru-turação da cidade na certeza de sua valorização. Todos estão explorando de forma incisiva os ganhos que um evento

deste porte pode proporcionar aos investidores patrimonialistas, estru-turando-se para atender aos interes-sados locais e de outros países. Com isso, teremos a oportunidade de mos-trar para os estrangeiros uma vitrine sólida e capaz de atender a todos os gostos em relação a investimento imo-biliário aqui no Brasil, fortalecendo ainda mais este ramo. Apesar de algu-mas dificuldades enfrentadas para se adquirir um imóvel, as cartas de crédi-

to oferecidas pelo governo, possibilitam a compra da tão sonhada casa própria.

Criada para quem idealiza seu “lar, doce lar”, a Carta de Crédito permite o financiamento de imóveis residenciais novos, em até 35 anos. Esta linha de crédito utiliza os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e, a depender dos valores do imóvel e do financiamento a ser adqui-rido, pode estar enquadrada nas condi-

Louise Bomfim, Mariana Tertuliano e Mayssa Leal

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governo de impulsionar o crescimento, mas com uma maior presença do setor privado. Coutinho defende uma mudança da curva de juros para um padrão mais “civilizado” para criar condições de expansão do crédito de capitais privado. A expectativa do BNDES é que o crédito continue seu constante crescimento e represente 70% do PIB em 2014. Outro setor que está sendo reestru-turado é o de transporte. Consideradas as maiores obras do Rio de Janeiro, as BRT’S – TransOlímpica (irá ligar De-odoro até à Barra da Tijuca), TransCa-rioca (irá ligar Barra ao Aeroporto In-ternacional Tom Jobim) e a TransOeste (irá ligar Campo Grande à Barra da Tijuca), com as desapropriações essas obras têm um custo de R$109 milhões em apenas 2 anos. A partir desta mu-dança, a viagem dos coletivos tende a dobrar a velocidade média, passando de 12 para 25 quilômetros por hora. Com essas obras, 758 imóveis já foram removidos por estarem em lugares ir-regulares e mais 2.735 estão previstos para demolição. Parte dessas remoções foi feita em acordos amigáveis entre a Prefeitura e o proprietário, outra parte está em poder da justiça, pois os mo-radores não concordam com o valor fixado pela Prefeitura. As pessoas que

tiverem suas casas desapropriadas para as obras das BRT’S participarão do Programa do governo federal, Minha casa Minha vida, e terão facilidades na aquisição do imóvel, como descontos, subsídios e redução do valor de seguros habitacionais. Essas obras, de todos os modos, mexem com a cidade, se tra-tando do mercado imobiliário que é um dos setores com maior capacidade de impulsionar a economia em qual-quer país e/ou cidade. Um investimen-to como este irá proporcionar lucros significativos para a população. O mercado imobiliário de alto luxo vem se expandindo no Brasil, com au-mento da demanda no Rio e em São Paulo e crescimento também fora dos grandes centros, pressionando os pre-ços para cima e gerando valorização recorde. No Rio de Janeiro, os preços dos imóveis de alto padrão subiram aproximadamente 200% nos últimos cinco anos, enquanto imóveis de outras categorias tiveram incremento médio de 150% na cidade, segundo Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindica-to da Habitação do Rio (Secovi-Rio). A Copa do Mundo 2014 só será a grande abertura para esses novos investimen-tos, pois em 2016 teremos as Olimpí-adas que renderão mais orgulho da pátria para a população brasileira. Fal-

Que país é esse?!

ções do Sistema Financeiro de Habita-ção (SFH). Com os eventos “batendo na porta” e a facilidade apresentada para a compra do mesmo, a população sentiu um grande incentivo em adqui-rir seu próprio imóvel, sem contar com as melhorias que as cidades terão, valo-rizando mais suas aquisições. De acordo com o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), Luciano Coutinho, a Copa e a Olimpíada são uma oportunidade para impulsionar o crescimento virtuoso na cidade do Rio. O BNDES disponibilizou 2 bilhões de reais para a reforma do setor hoteleiro, 1,5 bilhão para o PAC 2 que tem a mobilidade urbano como ênfase e 6,4 bilhões para as reformas e construções dos estádios para a Mundial. Para a Olimpíada são esperados mais 28,8 bilhões de reais para a adequação do Rio de Janeiro para os Jogos. Fora outros bilionários investimentos no Programa Nacional de Banda Larga, na construção de duas das três maiores hidrelétricas do mundo e outras alternativas energéticas e no trem bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, que seria apenas para 2016. Os bilhões de reais disponibilizados pelo BNDES para esses megaeventos esportivos fazem parte dos planos econômicos do

Desenvolvimento habitacional da Zona Norte do Rio de Janeiro cresce com o alto investimento imobiliário

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tando alguns anos para os jogos, o país já começa a se preparar para atender a demanda, seguindo a tendência de crescimento apresentada em outros pa-íses que já tiverem esses eventos como sede. Muitos brasileiros estão de olho nessa “nova oportunidade” para en-gordarem um pouco mais seus bolsos. Pessoas que já tinham imóveis a venda aumentaram seus preços tendo em vis-ta os eventos que estão por vir. Em relação a imóveis para aluguel, a locação tende a ser temporária, não ultrapassando 60 dias. A procura pelo aluguel tem tudo para esgotar as op-ções disponíveis, incentivando ainda a oferta de residências para aluguel. Com a alta demanda, moradores da regiões que receberão os eventos, dis-ponibilizarão suas casas para aluguel,

seja de quartos ou da casa inteira. Alugar a própria casa virou uma boa chance para ganhar em dólar. Porem exige-se cuidados especiais envolvendo o contrato de loca-ção. A negociação deve respeitar ambas as partes, respeitando as normas e legislações referentes ao aluguel de temporada. A atenção maior diz respeito às formas de pagamento e cobrança de possí-veis pendências, já que na maioria dos casos o inquilino volta para seu destino sem ter contato com o proprietário do imóvel. O nú-mero de imóveis disponíveis para locação está crescendo a cada dia, o que aumenta a demanda de tra-balho para os corretores. A valorização dos imóveis acom-

panha, portanto o crescimento da cidade. De uma coisa podemos ter certeza, a tendência é dos preços subirem cada vez mais, fazendo com que os próprios moradores da cidade, sejam atingidos com essa elevação, seja para o lado positivo ou negativo. O desafio é executar os projetos a tempo e dentro do orça-mento. Quando se olha para qual-quer projeto, existem sempre dois principais fatores que grandes líderes têm. Eles podem gerenciar tanto as pessoas quanto os processos. Todo esse “transtorno” que a população vêm sofrendo por causa das obras e mudanças na cidade, valerá a pena la na frente quando estiverem com uma cidade toda reestruturada e mais organizada.

Um dos projetos da Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro é re-vitalização da Zona Portuária da cidade maravilhosa. A região do cais do porto ficou por muitos anos esquecidas pelo poder pú-blico, estava abandonada e sem investimentos. Os objetivos estão voltados para área infraestrutura como o saneamento, iluminação e novas vias urbanas. Os bairros que englobam o porto do Rio são:

Santo Cristo, Gamboa, Saúde, São Cristóvão, Centro e Cida-de Nova. O porto também é cercado pelos principais meios de transporte do estado como o Aeroporto Santos Dumond, Rodoviária Novo Rio, terminal marítimo de passageiros, porto operacional, Central do Brasil, entre outros. Também está no projeto à melhoria nas condi-ções habitacionais, são novas

construções e antigos prédios re-vitalizados que trazem novos mo-radores aos bairros reformados. No projeto também está à criação de um novo Polo Turístico com a recuperação do patrimônio his-tórico com novos equipamentos para entretenimento. São diver-sos os motivos que tornam im-portantíssima a revitalização do porto, as obras estão previstas para meados de 2016.

Um sonho que virou realidade

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