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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA HORÁRIO DE FORNECIMENTO DE RAÇÃO E SEUS EFEITOS SOBRE O DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE CODORNAS JAPONESAS ISABELLE BOSSOLANI FERNANDEZ Sob a Orientação da Professora LÍGIA FÁTIMA LIMA CALIXTO Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal. Seropédica, RJ Julho 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

HORÁRIO DE FORNECIMENTO DE RAÇÃO E SEUS

EFEITOS SOBRE O DESEMPENHO E QUALIDADE

DOS OVOS DE CODORNAS JAPONESAS

ISABELLE BOSSOLANI FERNANDEZ

Sob a Orientação da Professora

LÍGIA FÁTIMA LIMA CALIXTO

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal.

Seropédica, RJ

Julho 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

ISABELLE BOSSOLANI FERNANDEZ

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências

no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal.

DISSERTAÇÃO APROVADA EM -----/-----/------

Assinatura

Lígia Fátima Lima Calixto. Dra. UFRRJ

(Orientador)

Assinatura

Cristina Kimie Togashi. Dra. UFF

Assinatura

Édison José Fassani. Dr. UFLA

AGRADECIMENTOS

Aos estagiários e amigos: Mariana, Camila, Osvanira, Daniele, Débora, Cleristom, Felipe,

Nak So, Marcos, Marcelo, Bianca, Marina, Elid e Túlio pela amizade, dedicação e

responsabilidade e muitas risadas.

Ao meu namorado e amigo César Augusto, que me acompanhou desde o início com muita

paciência e dedicação, me incentivando e me ajudando a superar cada obstáculo.

Á minha orientadora Dra. Lígia Fátima Lima Calixto pela confiança e paciência.

Á todos os funcionários do Setor de Avicultura e da Fábrica de Ração, pela ajuda em todas as

horas.

Á professora Dra. Cristina Amorim pelo auxílio na formulação da ração e pelos ensinamentos.

Ao professor Dr. Carlos A. B de Carvalho pelo auxílio na estatística.

Á minha família pelo apoio prestado durante todas as etapas da minha vida.

Em especial a Deus por ter me dado saúde e força.

RESUMO

FERNANDEZ, Isabelle Bossolani. Efeito do horário de arraçoamento no desempenho e

qualidade dos ovos de codornas (Cotunirx coturnix japonica) em produção, RJ. 213. 30p

Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do

Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2013.

Com o objetivo de avaliar diferentes horários de arraçoamento no desempenho e

qualidade de ovos de codornas japonesas, o presente estudo utilizou 288 codornas da espécie

japonesa (Coturnix coturnix japônica) com 24 semanas de idade, distribuídas em um

delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e doze repetições de oito aves

cada. As avaliações feitas para os parâmetros de desempenho e qualidade dos ovos foram

realizados em três períodos de 21 dias cada. Os tratamentos corresponderam aos diferentes

horários de arraçoamento, sendo: arraçoamento às 6:00h da manhã, arraçoamento às 8:00h da

manhã e arraçoamento às 16:00h da tarde. As variáveis utilizadas para avaliar o desempenho

foram: consumo de ração (g/ave/dia), produção de ovos (%), massa de ovos (g), conversão

alimentar por massa de ovos (ca/kg), conversão alimentar por dúzia de ovos (kg/dz) e

viabilidade (%); para qualidade dos ovos: espessura de casca (mm), porcentagem de albúmen,

porcentagem de gema, porcentagem de casca, peso médio dos ovos (g) e peso de casca (g).

Não foi constatada diferença significativa em nenhum dos períodos avaliados para

viabilidade, peso de casca e porcentagem de casca. O horário das 16:00h proporcionou no

segundo e terceiro período melhora significativa na massa de ovos, produção de ovos e

conversão alimentar por massa de ovos, e somente no terceiro período para conversão

alimentar por dúzia de ovos. O arraçoamento as 6:00h apresentou significativamente maior

consumo no segundo período. O peso de ovo foi positivamente influenciado no primeiro e

segundo períodos pelos horários de arraçoamento das 8:00 e das 16:00h, e no terceiro período

pelo horário de arraçoamento das 6:00h. A espessura de casca apresentou melhora no segundo

período para o tratamento das 16:00h e no terceiro período pelo tratamento das 6:00h. A

porcentagem de albúmen foi significativamente maior para os horários de 6:00 e das 16:00h

no segundo e terceiro período e a porcentagem de gema foi maior para o horário das 8:00 no

segundo e terceiro período. Nas condições em que este experimento foi realizado, pode-se

concluir que o melhor desempenho produtivo foi obtido com o arraçoamento de codornas

japonesas às 16:00h. E o arraçoamento às 6:00h favoreceu a qualidade dos ovos nos períodos

mais quentes em que este estudo foi realizado.

Palavras-chave: Avicultura. Coturnicultura. Manejo alimentar. Alimentação animal.

ABSTRACT

FERNANDEZ, Isabelle Bossolani. Effect of Feeding Schedule on Performance and Egg

Quality of Quails (Coturnix coturnix japonica) in Production, RJ. 2013. 30p. Dissertation

(Master of Animal Science). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro, Seropédica, RJ, 2013.

In order to evaluate different feeding schedules on performance and egg quality of Japanese

quail , the present study used 288 species of Japanese quail ( Coturnix coturnix japonica ) at

24 weeks of age , distributed in a completely randomized design with three treatments and

twelve replicates of eight birds each. The evaluations for the performance parameters and egg

quality were conducted in three periods of 21 days each. The treatments consisted of different

feeding schedules, being: feeding at 6:00 am, feeding at 8:00 am and feeding to 16:00 pm.

The variables used to evaluate the performance were: feed intake ( g / bird / day ), egg

production ( % ), egg mass ( g ), feed conversion per egg mass ( ca / kg ), feed conversion per

dozen eggs ( kg / dz ) and viability ( % ), for egg quality bark thickness ( mm ), percentage of

albumen , yolk percentage , shell percentage , average egg weight ( g ), shell weight ( g .)

There was no difference in any of the periods evaluated for viability, shell weight and shell

percentage. The time of 16:00 gave the second and third period improved in egg mass, egg

production and feed conversion per egg mass, and only in the third period for feed conversion

per dozen eggs. The feeding 6:00 had higher consumption in the second period. The egg

weight was positively influenced in the first and second periods during feeding by 8:00 and

16:00, and in the third period by feeding schedule from 6:00 am. The shell thickness

improved in the second period for the treatment and 16:00 in the third period for the treatment

of 6:00. Albumen percentage was higher for the hours of 6:00 and 16:00 in the second and

third period and yolk percentage was higher for the hours of 8:00 the second and third period.

At theconditions under which this experiment was performed, it can be concluded that the

best performance was with the feeding of Japanese quail at 16:00 hours. And feeding at 6:00

promoted the quality of eggs in warmer periods in which this study was conducted.

Key words: Quail. Performance. Feeding schedule. Quality of eggs.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores médios do comprimento das partes do oviduto de codornas japonesas e

galinhas.....................................................................................................................................02

Tabela 2: Composição percentual e calculada da dieta referência experimental para codornas

japonesas na fase de produção..................................................................................................09

Tabela 3: Temperatura e Umidade Relativa máxima e mínima registrados durante o todo o

período experimental.................................................................................................................14

Tabela 4: Média das temperaturas registradas durante os três períodos

avaliados....................................................................................................................................14

Tabela 5: Efeito do horário de arraçoamento no consumo de ração (g/ave/dia), produção de

ovos (%), massa de ovos (g), conversão alimentar por massa de ovos (Ca/kg), conversão

alimentar por dúzia de ovos (Ca/dz) e viabilidade (%) de codornas

japonesas...................................................................................................................................15

Tabela 6: Efeito do horário de arraçoamento nos parâmetros qualitativos: peso médio do ovo

(g), peso de casca (g), espessura de casca (mm), porcentagem de casca, porcentagem de gema

e porcentagem de albúmen nos ovos de codornas japonesas....................................................19

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Vista externa do galpão.............................................................................................07

Figura 2: Baterias onde as aves foram alojadas........................................................................08

Figura 3: Recipientes onde as raçoes foram armazenadas para cada repetição........................10

Figura 4: Cascas secando após lavagem, para serem pesadas e analisadas..............................12

Figura 5: Determinação da espessura de casca com auxílio do medidor de espessura

Mytutoyo...................................................................................................................................13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………................01

2 REVISÃO DE LITERATURA ………………………......……………………................02

2.1 Características Taxonômicas, Fisiológicas e Zootécnicas da Codorna Japonesa (Coturnix coturnix

japonica).................................................................................................................................................02

2.2 Casca: Coloração, Formação e Metabolismo ..................................................................................03

2.3 Horário de Arraçomento e Formação de Ovos.................................................................................04

2.4 Qualidade da Casca dos Ovos em Função do Manejo de Arraçoamento........................................05

3 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................................................07

3.1 Local e Período.................................................................................................................................07

3.2 Animais e Delineamento Experimental............................................................................................07

3.3 Dieta Experimental...........................................................................................................................08

3.4 Manejo Experimental........................................................................................................................09

3.5 Alojamento e Adaptação...................................................................................................................09

3.6 Coleta de Dados................................................................................................................................10

3.7 Parâmetros Avaliados.......................................................................................................................10

3.7.1 Desempenho...........................................................................................................................10

3.7.2 Qualidade...............................................................................................................................11

3.8 Análise Estatística.............................................................................................................................13

4 RESULTADO E DISCUSSÃO.........................................................................................................14

5 CONCLUSÃO....................................................................................................................................25

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................26

1

1 INTRODUÇÃO

A exploração de codornas para a produção de ovos tem crescido consideravelmente

nos últimos anos, mediante a isso muitas pesquisas estão sendo conduzidas objetivando

melhorias na eficiência produtiva dessas aves. Um dos fatores responsáveis por este

incremento é o interesse cada vez maior dos consumidores pelo tipo de ovo produzido por

essas aves, que se destacam pelo seu tamanho, e por serem menores que os ovos de galinha,

proporcionando um charme a mais nas refeições diárias, além de serem muito utilizados em

pratos como petiscos e entradas.

Além do crescimento do interesse e maior aceitação dos ovos de codorna pelos

consumidores outros fatores a serem considerados no aumento da produção de codornas, são

o baixo investimento inicial e um retorno financeiro de curto á médio prazo, podendo-se

salientar as características físicas e fisiológicas das codornas como seu pequeno porte, que

requer pequeno espaço para sua produção, sua precocidade na produção e na maturidade

sexual de 35 a 42 dias, longevidade e alta produção de ovos (14 a 18 meses).

As codornas japonesas são uma espécie de ave com muitas diferenças

comportamentais e fisiológicas. Porém, na prática observa-se que os produtores

especializados na produção de ovos de codornas realizam seu manejo, de forma semelhante

ao executado em poedeiras comerciais, principalmente em relação ao arraçoamento dessas

aves, que em granjas com o sistema manual normalmente é realizado pela manhã.

O momento do arraçoamento serve de estímulo ao consumo de ração, ou seja, o

barulho e o movimento gerado por esse manejo pode agir como um agente condicionante,

levando as aves a se habituarem, e aumentar a ingestão de ração após este estímulo. O

conhecimento do melhor momento de arraçoamento poderia auxiliar em situações de baixo

consumo, decorrentes de algumas situações como o estresse calórico que pode afetar a

qualidade do ovo produzido.

Quando tratamos do assunto ovos, isso nos remete também a qualidade desse produto,

a casca, por exemplo, que é tida como a embalagem do mesmo é um dos fatores que

demandam mais atenção pelos produtores. Perdas decorrentes da má qualidade da casca

provocam prejuízos de até 20% sendo que 12% nas granjas e o restante até a aquisição pelo

consumidor (ITO, 2002).

A qualidade da casca depende de inúmeros fatores que se complementam para

oferecer as aves condição de realizar a postura, dentre eles, a temperatura ambiente, o

programa de iluminação, a idade da ave, os horários de arraçoamento, os níveis de cálcio nas

rações, e a disponibilidade desse mineral no momento da formação da casca (MAGGIONI et

al., 1996).

O período e o tempo de formação dos ovos podem variar entre as espécies. Em

poedeiras a formação da casca ocorre no período noturno, podendo ser observado através da

maior frequência de postura que ocorre no período da manhã, diferentemente das codornas,

que concetram sua maior intensidade de postura no período da tarde entre 15:00 e 19:00 horas

(PIZZOLANTE et al., 2007). Nestas aves, o tempo de formação do ovo é menor que nas

galinhas, assim como também é menor o tempo de passagem da digesta pelo intestino (uma a

uma hora e meia, contra três a cinco horas em galinhas), o que pode influenciar diretamente a

digestibilidade de nutrientes (MURAKAMI & FURLAN, 2002).

Mesmo com uma produção crescente, as informações sobre manejo, nutrição e

sanidade em codornas ainda são escassas na literatura, principalmente se compararmos à

grande variedade de dados encontrados para frangos de corte e galinhas poedeiras. Neste

contexto, objetivou-se desenvolver um estudo que avaliasse a influencia dos diferentes

horários de arraçoamento no desempenho e na qualidade do ovo de codornas japonesas.

2

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Características Taxonômicas, Fisiológicas e Zootécnicas da Codorna Japonesa

(Coturnix coturnix japonica).

A codorna (Coturnix coturnix) pertence à família Phasianidae da ordem galliforme,

grupo taxonômico em que se encontram outras espécies como as galinhas vermelhas,

marrecos e faisão. As codornas são originárias do norte da África, da Europa e da Ásia

(PINTO et al., 2002). Os japoneses, a partir de 1910 iniciaram estudos e cruzamentos entre as

codornas, provindas da Europa e espécies selvagens, obtendo-se, assim, um tipo domesticado,

que passou a se chamar Coturnix coturnix japonica ou codorna doméstica (PINTO et al.,

2002).

Codornas se diferem fisiologicamente das demais aves em eficiência alimentar e

produtividade. No que se diz respeito à eficiência alimentar, quando comparadas com as

galinhas estas aves diferem no tempo de passagem da digesta pelo intestino, que é mais rápido

nas codornas (de uma a uma hora e meia, contra três a cinco horas em galinhas), o que

influência diretamente a digestibilidade dos nutrientes ingeridos. (MURAKAMI & FURLAN,

2002). Em relação à produtividade, de acordo com Teixeira (2010) a precocidade em relação

à maturidade sexual da codorna japonesa faz com que ela produza duas ou três vezes mais que

a galinha poedeira em relação ao seu peso vivo, ainda que isso dependa muito do programa de

iluminação. O pico de postura pode ser alcançado em 8 a 9 semanas de idade (BISSONI,

1993), e o tempo de formação do ovo nestas aves variam de 18 a 20 horas (PINTO et al.,

2003).

As fases de criação da codorna japonesas são subdivididas em cria -1 a 21 dias; recria

- 22 a 42 dias; produção – 43-47 dias até o descarte (MURAKAMI & ARIKI, 1998). Esta ave

apresenta intervalo entre gerações (16 dias de incubação) e desenvolvimento físico muito

rápido. Nasce com peso médio de 7 a 10 g, o que corresponde a 70% do peso do ovo. O peso

inicial das codornas varia de 7,5 a 9 g, onde em apenas quatro dias este peso dobra, aos oito

dias é triplicado e aos 28 dias apresentam 10 vezes o seu peso inicial, características de uma

ave com um rápido crescimento (MURAKAMI & ARIKI, 1998).

Por ser uma ave rústica, a codorna se adapta a regiões de climas frios e quentes, desde

que as temperaturas mínimas e máximas não ultrapassem 5 e 30oC, respectivamente. No

entanto, a faixa ideal de conforto térmico destas aves, oscila entre 21 e 25oC (SOARES &

SIEWERDT, 2005).

O sistema reprodutor das codornas é morfologicamente similar ao das aves domésticas

com exceção do útero que é pigmentado de marrom-escuro. O oviduto esquerdo da codorna

pesa cerca de sete gramas e mede aproximadamente 30 cm (ARTONI et al., 2001) enquanto

que o oviduto das galinhas pesa em média 40 gramas (DAVIDSON et al., 1968) e mede de 70

a 80 cm (HAFEZ, 1962). A Tabela 1 apresenta os valores médios do comprimento das partes

do oviduto de codornas japonesas e galinhas.

Tabela 1. Valores médios do comprimento das partes do oviduto de codornas japonesas e

galinhas.

Comprimento das Partes do Oviduto (cm)

Infundíbulo Magno Ístmo Útero Vagina

Codorna 4,15 – 5,00 13,10 – 13,84 6,27 – 6,60 2,45 – 2,65 1,00 -1,04

Galinha 40 – 60 20 – 28 4 - 8 4 – 8 4 - 8

Adaptado de Artoni et al., 2001 e Moraes, 2009.

3

O tempo de formação dos ovos também pode variar conforme as espécies, por

exemplo, o avestruz necessita de um período superior ao das galinhas, precisando de

aproximadamente 48h (TEIXEIRA, 2010), em galinhas, o processo de formação do ovo a

partir da ovulação ocorre durante um período de aproximadamente 24 horas (FIUZA et al.,

2006). As codornas necessitam de um tempo de formação do ovo próximo aos das galinhas,

entretanto, um pouco menor, entre 18 e 20 horas (PINTO et al., 2003).

2.2 Casca: Coloração, Formação e Metabolismo

Um dos principais atrativos dos ovos de codorna além do seu pequeno tamanho são os

pigmentos encontrados nas cascas, o útero além de formar a casca tem a função de dotá-la de

pigmentos (MORAES, 2009).

Dependentes da genética das aves, a cor e o desenho dos ovos variam demasiadamente

de uma poedeira para outra, podendo ser claro, amarelo, marrom claro, esverdeado ou escuro,

e ter manchas marrons escuras ou negras, que podem ser pequenas, medias ou grandes

(LUCOTTE, 1976). Os ovos de cor uniforme, marrons, azuis ou verdes, são coloridos por

pigmentos derivados de eritrócitos, característicos de cada fêmea e reflete a concentração de

minerais como ferro, cálcio e cobre (BELYIAVIN & MARANGOS, 1988). De acordo com

Solomon (1997), são as porfirinas ou ovoporfirinas, as protoporfirinas, a biliverdina e o

quelato de zinco-biliverdina que proporcionam a pigmentação dos ovos. Na maioria dos ovos

pigmentados com tons de marrom ou preto encontram-se protoporfirina, e a extração química

da cor das cascas dos ovos azuis e verdes mostrou presença de biliverdina e um quelato de

zinco-biliverdina.

Representando a primeira linha de defesa contra contaminações bacterianas a casca

dos ovos das galinhas poedeiras, corresponde cerca de 7 a 12% do peso total do ovo

dependendo do tamanho do mesmo (SARCINELLI et al., 2007), é constituída de 94% de

calcita, uma forma cristalina do carbonato de Cálcio (CaCO3), 1,4% de carbonato de

magnésio (MgCo3) e 3% de glicoproteínas, mucoproteínas, colágeno e mucopolissacarídeos

(MORAES, 2009). Sua formação ocorre mais ativamente durante as últimas horas em que o

ovo permanece dentro da glândula da casca (ROLAND et al., 1973).

De acordo com Ribeiro et al. (2008) cerca de 10% do cálcio presente em todo o

organismo das aves é utilizado no processo de formação da casca. Sabe-se que a todo o

momento, ocorre a liberação de cálcio dos ossos para a corrente sanguínea principalmente

durante a formação da casca, o osso medular funciona como uma reserva lábil de cálcio, que

pode ser mobilizado a qualquer momento durante o período de calcificação da casca, com

mais intensidade quando o útero está ativo, isto é, com a presença do ovo (OLIVEIRA, 2012).

A síntese de calbidina (proteína carreadora de cálcio) e os receptores de vitamina D também

são estimulados mediante a presença do ovo no útero (IEDA et al. (1995) citado por Ito

(2002)). O período que estes estímulos acontecem varia conforme as espécies, sendo que nas

galinhas isto ocorre durante a noite em algum momento compreendido entre 22:00 e 6:00

horas e nas codornas durante o decorrer do dia (COSTA, 2009). Durante o período em que

não há formação da casca o cálcio se combina com o fósforo para ser depositado no osso

(OLIVEIRA, 2012).

As galinhas poedeiras possuem a capacidade de regular o seu consumo de cálcio ao

longo do dia diante da sua necessidade, e quando a útero está inativo, isto é, sem a presença

do ovo, a eficiência da absorção de cálcio pelo intestino diminui de 70% para 40 %

(CLUNIES & LEESON, 1995 citados por Ito, 2002). Uma vez iniciada a produção, a codorna

japonesa necessita de 768 mg de Ca por dia, isto é, 2.95% da dieta (ROSTAGNO et al.,

2011). Em galinhas de acordo com Milles (2000) durante as 20 horas necessárias para a

formação da casca, essa espécie de ave precisa depositar 25 miligramas de cálcio no ovo a

4

cada 15 minutos, isto é, toda a quantidade de cálcio que pode ser encontrado em todo o seu

sistema circulatório.

Na década de 70 muitos estudos foram realizados visando confirmar e também

esclarecer alguns aspectos ligados ao metabolismo do cálcio em galinhas. Roland et al.,

(1973) utilizaram uma ração com 3,6% de cálcio e observaram que o percentual de cálcio no

intestino delgado às seis horas foi significativamente menor do que às 20 horas. Já para as

aves alimentadas com 5,1% de cálcio, foi constatado que o conteúdo de alimento no sistema

digestório foi de 35,5 gramas às 20 horas; 22,3 gramas à meia noite e 15,2 gramas às quatro

da manhã. A absorção do cálcio presente no conteúdo intestinal foi de 30% às 20 horas e 43%

a meia noite. Os resultados indicaram que o sistema digestório da galinha tem menos cálcio

disponível no período compreendido entre quatro e seis horas da manhã em comparação ao de

20 horas.

Este mesmo autor e colaboradores em 1984 confirmaram em outro estudo que as

galinhas tornam-se “deficientes” em cálcio durante a noite, quando se processa a formação da

casca e, normalmente, não dispõem de cálcio dietético para ser absorvido, tendo que recorrer

aos depósitos ósseos, que se esgotam rapidamente. Mediante a isso sugere-se, que as

partículas da fonte de cálcio para as galinhas devem ser grandes o suficiente para serem

retidas na moela durante o período noturno e a liberação e a absorção de cálcio ocorram

durante todo o processo de formação da casca do ovo (SCHEIDELER, 1998).

Estudos realizados recentemente com codornas japonesas demonstram que a espessura

de casca e a sua resistência tem melhorado quando as aves são alimentadas com maior

quantidade de cálcio no período da tarde (HASSAN et al., 2003).

2.3 Horário de Arraçomento e Formação de Ovos

As aves são animais muito sensíveis e estressados, mediante a isso existem inúmeros

fatores que podem influenciar diretamente na formação da casca dos ovos, além da idade da

ave, genética, horário de arraçoamento, nutrição, sanidade e temperatura ambiente.

Segundo Waldroup & Hellwing (2000) o horário do fornecimento de uma ração para

aves de postura pode estar diretamente interligado com a eficiência da utilização dos

nutrientes contidos na mesma, proporcionando uma melhora na qualidade da casca do ovo,

neste sentido, vem sendo realizados estudos relacionados com a adequação do horário de

fornecimento da dieta diferindo ou não os teores de nutrientes para melhorar a qualidade tanto

interna quanto externa dos ovos vem sendo realizados.

Estudos realizados com galinhas também evidenciaram padrões de consumo de ração

relacionado com o período de formação dos ovos onde ocorre maior aporte nutricional pelas

aves (DUNCAN & HUGHES, 1975). Samara et al., (1996) também constataram em galinhas

a existência de uma relação entre o consumo de ração e a ovoposição, onde matrizes pesadas

que foram alimentadas as 18:00 horas e que tinham realizado postura na parte da manhã,

comeram mais e com maior velocidade do que aquelas que não tinham posto ovos no dia.

Em uma revisão feita por Savoury (1980) o padrão alimentar de podeiras variou em

relação ao momento da formação do ovo e da ovoposição. O pico de consumo após a

ovulação pode refletir em um aumento das necessidades de nutrientes associadas com a

secreção de albumina a partir do magno, que começa menos de uma hora após a ovulação

(Warren e Scott, 1935).

Reafirmando os parágrafos acima Keshavarz (1998) cita em seu estudo as exigências

das galinhas poedeiras para os nutrientes (cálcio, minerais, proteínas, dentre outros), não

permanecem constantes, mas na verdade, podem variar durante diversas horas do dia,

dependendo das necessidades fisiológicas para estes nutrientes para a formação de vários

componentes de ovos. Por exemplo, foi observado em um estudo com poedeiras um aumento

5

na ingestão de cálcio no período da tarde a partir das 16:00 horas (MOGIN & SAUVER,

1974).

Poedeiras comerciais quando submetidas ao jejum das 7:00 ás 18:00 horas diminuem

seu consumo em relação ás submetidas à alimentação ad libtum (Faria et al., 2000), no

entanto estes autores sugerem que o jejum estudado foi muito severo, indicando que, mesmo

com fotoperíodo contínuo de 24 h/luz/dia, as galinhas não conseguiram equiparar ao consumo

daquelas alimentadas ad libitum, porém o peso dos ovos e a produção não foram afetados.

Em codornas, o tempo de formação do ovo é menor que nas galinhas, assim como

também é menor o tempo de passagem da digesta pelo intestino (uma a uma hora e meia,

contra três a cinco horas em galinhas), o que pode influenciar diretamente a digestibilidade de

nutrientes (MURAKAMI & FURLAN, 2002).

Hassan et al., (2003) observaram melhoria na gravidade específica e maior consumo

de ração em codornas japonesas reprodutoras, arraçoadas entre 14:00 e 22:00 horas. De

acordo com estes mesmos autores os picos de ovoposição em codornas ocorrem às quatro da

tarde, portanto se o arraçoamento for realizado nesse período, isto é, justamente no momento

em que os nutrientes são necessários para a formação do próximo ovo poderia beneficiar a

produção de ovos e diminuir a quantidade de óvulos imaturos.

2.4 Qualidade da Casca dos Ovos em Função do Manejo de Arraçoamento

Os estudos realizados para mensurar os fatores que afetam a qualidade da casca de

ovos possuem grande importância para os produtores, em virtude das significativas perdas

financeiras provenientes de problemas na casca (CARNARIUS et al., 1996).

Atuando como uma embalagem natural do conteúdo interno e ainda como proteção, as

cascas dos ovos devem ser suficientemente, resistentes para que não sofram avarias durante os

impactos da postura, coleta, classificação e transporte até alcançar o consumidor final

(PELÍCIA et al., 2007).

Os métodos utilizados para a quantificação da qualidade de casca para ovos de

codornas são semelhante aos das galinhas, e podem ser divididos em duas categorias: diretos e

indiretos. Dentre os métodos diretos podemos considerar a espessura de casca, a porcentagem

de casca em relação ao peso do ovo e o peso da casca; o peso específico ou a gravidade

específica podem ser considerados como métodos indiretos (BAIÃO & CANÇADO, 1997).

Farmer & Roland (1983b) estudaram a absorção de cálcio e o horário que o mesmo foi

fornecido para reprodutoras, e obtiveram como resultado uma melhora na qualidade de casca

quando as aves foram alimentadas as 15:30 horas quando comparadas as aves alimentadas as

7:00 horas. Ainda neste estudo os autores quantificaram a quantidade de cálcio disponível

destas aves e constataram que as aves alimentadas na parte da tarde continham às 18:00 horas

66.9% de cálcio disponível, isto é 2.07g contra 1.24g nas aves alimentadas de manhã o que

resulta em melhora na qualidade de casca das aves alimentadas na parte da tarde, pois as aves

possuíam mais cálcio disponível durante os estágios de formação da casca.

Farmer et al. (1986) relatam que as galinhas aumentam o consumo de cálcio no período

da tarde quando comparado com o consumo do período da manhã. Justamente para que tenha

cálcio disponível para a calcificação da casca que ocorrerá à noite que é o período onde a aves

não estarão consumindo. Keshavarz (1998) reafirma em seu estudo o maior consumo pelas

galinhas no período da tarde, mediante a necessidade de cálcio na parte da noite.

O arraçoamento fracionado para poedeiras variando a concentração de cálcio

proporcionou melhora na espessura de casca, resistência de casca a quebra e gravidade

específica dos ovos das aves que receberam maior nível de cálcio no período da tarde

(MAGGIORI et al., 1997).

6

Quando se trata da qualidade da casca e horário de alimentação, os resultados obtidos

por Farmer et al., (1986) concordam com numerosas observações realizadas com reprodutoras

semipesadas, onde a gravidade específica dos ovos aumentou após a mudança no horário de

alimentação destas aves. Em reprodutoras de codornas japonesas os mesmos resultados foram

encontrados por Hassan et al., (2003).

Waldroup & Hellwing (2000) estudaram dietas com diferentes níveis de cálcio diferindo

a concentração do mesmo entre a tarde e a manhã na tentativa de proporcionar uma melhora

na calcificação da casca de galinhas e obtiveram resultados significativos para gravidade

específica, onde as galinhas que receberam 6.5% de cálcio no período da tarde obtiveram

melhora na gravidade específica quando comparadas as galinhas que receberam 6.5% de

cálcio no período da manhã.

Na mesma linha de pesquisa Hassan et al., (2003) observam que codornas japonesas

reprodutoras alimentadas somente no período da tarde (entre 14:00 e 22:00h) obtiveram maior

produção de ovos e melhora na qualidade da casca avaliada pelo método da gravidade

específica em relação às codornas alimentadas somente no período da manhã (entre 6:00 e

14:00h).

Backhouse & Gous (2005) estudaram a mudança no horário de arraçoamento em de

matrizes de corte e concluíram que a alimentação no período da tarde melhora a qualidade de

casca, entretanto o arraçoamento na parte da tarde resultou em atraso na ovoposição isto é,

mais ovos foram colocados no final do dia. O autor conclui que para a implantação deste

manejo alimentar as luzes do galpão teriam que ser acesas no início da manhã, para garantir

que a maioria ovos fossem postos antes do final da coleta de ovos do dia.

Um estudo realizado com reprodutoras de codornas pharaoh (Coturnix cortunix

pharaoh) indicou que a produção de ovos foi menor nas aves que foram arraçoadas somente

no período compreendido entre as 9:00 e 17:00h em comparação com as aves que foram

arraçoadas normalmente, isto é, o dia inteiro sem restrição de horário (PETEK, 2005). Ávila et al., (2005) obteve como resultado para a alimentação no período da tarde em

matrizes pesadas um maior peso dos ovos, e uma melhora na gravidade específica, o peso do

ovo foi atribuído pelo autor ao aumento do peso do albúmen. Portanto, outro fator além de

peso do ovo, no caso o horário de alimentação estudado teve efeito na manutenção da

qualidade da casca.

Codornas japonesas em final de produção foram submetidas por Pizzolante et al.,

(2007) ao fracionamento de cálcio, isto é, dietas com baixo cálcio de manhã (8:00 horas) e

alto cálcio à tarde (16:00 horas) e vice versa para verificar se a qualidade de casca e a

produção seriam afetadas. Os resultados não significativos estatisticamente para produção de

ovos, espessura, porcentagem e peso de casca foram sugestivos de acordo com a opinião dos

autores que como as codornas efetuam sua ovoposição predominantemente das 17 às 19

horas, é possível que o fornecimento de maior teor de cálcio na dieta a partir das 16 horas não

tenha sido suficiente para promover a melhoria esperada.

Filho et al., (2012) verificaram o efeito de diferentes esquemas de arraçoamento em

matrizes pesadas e não observaram diferença significativa em nenhum dos parâmetros

avaliados.

A literatura não possui muitas informações a respeito da influência dos horários de

alimentação para codornas em especial para a japonesa, portanto mais estudos para são

necessários que possamos adequar o manejo nas granjas e nos matrizeiros para potencializar a

produção de ovos com qualidade.

7

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e Período

O experimento foi conduzido no galpão experimental do Setor de Avicultura da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), localizado em Seropédica, entre

outubro e dezembro de 2012, com duração de 78 dias, compreendidos em 15 dias de

adaptação das aves aos horários de arraçoamento e 63 dias restantes divididos em três

períodos de 21 dias cada, para análise de desempenho e qualidade dos ovos.

3.2 Animais e Delineamento Experimental

Foram utilizadas 288 codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) com 24

semanas de idade adquiridas de forma comercial na fase de recria com 34 dias de idade, cujo

peso inicial médio foi de 105 g. As aves foram distribuídas em um delineamento inteiramente

casualizado com três tratamentos e 12 repetições de oito aves por tratamento.

Os tratamentos foram constituídos pelos horários de arraçoamentos:

T1: arraçoamento às 6 horas da manhã;

T2: arraçoamento às 8 horas da manhã;

T3: arraçoamento às 16 horas da tarde.

As aves foram alojadas em um galpão fechado (Figura 1) de alvenaria com dimensões

11m x 6m, coberto de telhas de barro, janelas do tipo basculante e piso de cimento. O galpão

possui duas fileiras de baterias, cada bateria é composta de cinco gaiolas, sendo uma por

andar formando cinco andares. Para o experimento foi utilizado somente uma fileira, quatro

baterias e três andares foram utilizados (Figura 2). As baterias confeccionadas de aço

galvanizado com gaiolas de 100 cm de frente x 33 cm de profundidade x 15 cm de altura

(subdivididas em três repartições iguais de 33,33 cm). Cada gaiola era composta de um

comedouro tipo calha, bebedouro do tipo nipple, coletor de ovos e bandeja para as excretas.

Figura 1. Vista externa do galpão.

8

Figura 2. Baterias onde as aves foram alojadas

3.3 Dieta Experimental

A ração experimental foi preparada de forma a atender as exigências mínimas

nutricionais para a fase de produção de codornas de acordo com Rostagno et al. (2011).

A ração manteve os mesmos níveis de proteína e energia durante a fase de produção, para

atender as exigências nutricionais referentes à fase de postura (a partir de 42 dias de idade).

A tabela 2 apresenta a composição percentual e análise calculada da dieta referencia

experimental na fase de produção.

9

Tabela 2. Composição percentual e calculada da dieta referencia experimental para codornas

japonesas na fase de produção.

Ingredientes (%)

Milho 53.130

Farelo de soja 34.381

Calcário Calcítico 6.689

Farelo de Trigo 1.819

Óleo de Soja 1.742

Fosfato Bicálcico 1.053

DL-Metionina, 99% 0.518

Sal comum 0.251

L-Lisina HCL 0.171

Suplemento Vitaminico1 0.100

Suplemento Mineral2 0.100

Cloreto de Colina 0.040

Antioxidante BHT 0.01

Total 100,00

Composição Nutricional Calculada

Proteína Bruta, (%) 20.800

Energia Metabolizável, (kcal/kg). 2800

Cálcio, (%) 2,950

Fósforo disponível, (%) 0,308

Metionina+Cistina digestível (%) 1.076

Lisina digestível, (%) 1.133 Composição por kg do produto1, 2:1Vitamina A (min) 7.500.000 UI/kg; vitamina D3 (min) 2.500.000 UI/kg; vitamina E (min) 1.200 mg/kg; vitamina K3 (min) 1.200 mg/kg; tiamina (min) 1.500 mg/kg; riboflavina (min) 5.500 mg/kg; piridoxina

(min) 2000 mg/kg; vitamina B12 (min) 12.000 mcg/kg; niancina 35 g/kg; panteonato de cálcio (min) 10 g/kg; biotina (min) 67 mg/kg; 202 Ferro (min) 60 g/kg; cobre (min) 13 g/kg; manganes (min) 120 g/kg; zinco (min) 100 g/kg; iodo (min) 2.500 mg/kg; selênio (min) 500 mg/kg.

3.4 Manejo Experimental

A ração e a água foram fornecidas ad libitum durante todo período experimental.

O manejo e os equipamentos utilizados foram os convencionais para a criação de codornas em

baterias, adequando-os as condições do galpão experimental.

3.5 Alojamento e Adaptação

As aves foram recebidas com 34 dias de idade e pesadas em grupos de oito para se

obter o peso médio do lote, na sequência foram distribuídas de acordo com o peso para

melhor uniformidade do lote. Como as aves se encontravam na fase de recria, foi formulada

uma ração de forma a atender as exigências nutricionais das codornas japonesas nesta fase

acordo com Rostagno et al. (2011). Quando completaram 42 dias de idade, foi fornecida a

ração de produção e teve inicio o programa de luz, com fornecimento inicial de 14 horas de

luz diária, e com aumentos semanais de 30 minutos, até que se atingisse 17 horas de luz

diária, permanecendo nessa quantidade ate o termino do período experimental. O

fornecimento de luz foi controlado por um relógio automático (timer), que permitiu o acender

10

e o apagar das luzes durante o período da noite e da madrugada, conforme o procedimento

adotado nas granjas comerciais.

Quando as aves atingiram 15 semanas de idade, para se obter melhor uniformidade nos

tratamentos, as codornas foram rearranjadas de acordo com a sua condição física, e ás 16

semanas de idade teve início à fase de adaptação das mesmas em relação aos tratamentos.

3.6 Coleta de Dados

Ao atingirem 24 semanas iniciou-se a coleta de dados. A coleta dos ovos foi realizada

uma vez ao dia no período da manhã, independentemente dos tratamentos, e se referia a

produção do dia anterior.

3.7 Parâmetros Avaliados

3.7.1 Desempenho

Peso Médio dos Ovos (g)- A avaliação para quantificar o peso dos ovos teve início quando as

aves atingiram 24 semanas de idade. Obtido mediante pesagem de todos os ovos, de cada

tratamento, nos três últimos dias de cada período (19, 20 e 21). A aferição dos pesos foi

realizada por meio de balança digital com precisão de 0,01 g. Resultados obtidos para cada

período de 21 dias.

Consumo de Ração (g/ave/dia)- O consumo de ração foi determinado, semanalmente,

através da diferença entre a quantidade de ração fornecida e as sobras existentes no final de

cada período de sete dias. O total de ração consumida foi dividida pelo número de codornas e

pelo número de dias avaliados. Ao final de cada período de 21 dias era feita uma média para

determinar o consumo de ração, e na ocorrência de mortalidade, a ração do comedouro foi

imediatamente pesada para o calculo do consumo de ração corrigida.

Figura 3. Recipientes onde as rações foram armazenadas para cada repetição.

11

Produção de Ovos (% ovo/ave/dia) – Determinado dividindo-se o número total de ovos

postos por tratamento no período de 21 dias, multiplicado por 100 e dividido pelo número de

aves. Resultados obtidos para cada período de 21 dias.

Massa de Ovos (g)– Obtida multiplicando-se o peso médio dos ovos de cada tratamento pela

produção de ovos da mesma e o resultado dividido por 100. Resultados obtidos para cada

período de 21 dias.

Conversão Alimentar por Dúzia de Ovos (kg/dz) - A conversão alimentar por dúzia de

ovos produzidos foi calculada dividindo-se o peso total da ração consumida pelas aves do

tratamento (expressa em quilogramas) no período de 21 dias pelo respectivo número de dúzias

de ovos produzidos no mesmo período.

Conversão Alimentar por Massa de Ovos (kg/kg)- A conversão alimentar por quilograma

de ovos produzidos foi calculada dividindo-se o peso total da ração consumida pelas aves do

tratamento (expressa em quilogramas) no período de 21 dias pela massa dos ovos postos no

mesmo período, também expressa em quilogramas.

Viabilidade das Aves (%) – Foi obtida pela relação entre o número de aves vivas ao final e

ao inicio do experimento, e expressa em percentagem.

3.7.2 Qualidade dos ovos

As avaliações de qualidade dos ovos foram realizadas em intervalos de 21 dias no

Laboratório de Analise de Produtos de Origem Animal do Instituto de Zootecnia da UFRRJ.

Para cada avaliação, foram coletados 108 ovos de cada tratamento, sendo três ovos por

repetição, por três dias consecutivos, totalizando assim 324 unidades avaliadas para cada

intervalo de 21 dias. Para todas as análises, com exceção das medidas de peso e espessura da

casca, as avaliações foram realizadas no mesmo dia da coleta.

Componentes do Ovo :

Para obtenção das percentagens dos componentes dos ovos, tais como porcentagem de gema,

albúmen e casca, apos a quebra dos ovos, as gemas foram separadas e pesadas em balança

digital com precisão de 0,01 g, e as cascas lavadas para retirar os resíduos de albúmen e, secas

em temperatura ambiente por 24 horas, para posterior obtenção do peso da casca (Figura 4).

Porcentagem de gema: Obtida através do peso da gema multiplicado por 100 dividido

pelo peso do ovo;

Porcentagem de casca: Obtida através do peso da casca que foi aferido após a secagem

das cascas por 24 horas, multiplicado por 100 e dividido pelo peso do ovo;

Porcentagem de albúmen: Obtido pelo somatório das porcentagens de casca e de gema

subtraídos de 100.

12

Figura 4. Cascas secando após lavagem para serem pesadas e analisadas

Espessura da Casca - A espessura da casca foi aferida após secagem das amostras,

utilizando-se um medidor de espessura Mitutoyo (Figura 5). Os valores de espessura foram

obtidos a partir da realização de duas medições nos fragmentos da zona equatorial da casca e

o valor foi obtido através da média desses dois pontos.

13

Figura 5. Determinação da espessura da casca com auxílio do um medidor de espessura

Mytutoyo.

3.8 Análise Estatística

Os dados obtidos referentes às características de desempenho e de qualidade dos ovos

foram avaliados através da Análise de Variância, sendo que as médias de tratamentos

comparadas através do teste Student-Newman-Keuls ao nível de 5% de significância,

utilizando-se o programa Statistical Analysis System (SAS Institute, 2000).

14

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

Utilizando um termômetro e um termo higrômetro digital, ambos localizados em um

ponto central do galpão, foram registradas diariamente as temperaturas máximas e mínimas e

a umidade relativa do ar, as medidas estão demonstrados na Tabela 3 e as médias de

temperatura registradas dentro dos períodos estão demonstradas na tabela 4.

Tabela 3. Médias de Temperatura e Umidade Relativa registrados durante o todo o período

experimental.

Temperatura Umidade Relativa

Máxima 38oC 79

Mínima 20oC 20

Tabela 4. Média das temperaturas registradas durante os três períodos avaliados.

Temperatura

1o Período 2

o Período 3

o Período

Manhã 22oC 23

oC 26

oC

Tarde 30oC 34

oC 36

oC

15

Os resultados referentes ao desempenho em codornas japonesas submetidas a

diferentes horários de arraçoamento estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 5. Efeito do horário de arraçoamento no consumo de ração (g/ave/dia), produção de

ovos (%), massa de ovos (g), conversão alimentar por massa de ovos (CA/kg), conversão

alimentar por dúzia de ovos (CA/dz) e viabilidade (%) de codornas japonesas.

Período

Horários

CV (%)

Significância Variável

6 8 16

Consumo de

ração (g/ave/dia)

1 27.833 27.545 27.622 5.37 NS

2 30.472 A 28.423 B 28.900 B 6.60 *

3 26.675 27.474 27.990 7.83 NS

Produção de

ovos

1 84.00 83.420 83.333 6.04 NS

2 78.833 B 81.755 B 86.080 A 6.00 *

3 78.331 B 76.502 B 83.660 A 5.63 *

Massa de ovos

1 9.752 10.072 10.173 6.31 NS

2 9.619 C 10.275 B 11.210 A 7.92 *

3 9.712 B 9.671 B 10.550 A 5.82 *

CA/kg

1 2.932 2.856 2.952 7.35 NS

2 2.860 A 2.638 B 2.550 B 7.11 *

3 2.673 A 2.722 A 2.560 B 4.97 *

CA/dz

1 0.253 0.256 0.241 6.60 NS

2 0.244 0.252 0.230 5.86 NS

3 0.253A 0.255ª 0.243B 4.82 *

Viabilidade

1 99.341 99.233 99.862 4.75 NS

2 97.155 98.216 96.551 5.67 NS

3 94.854 94.765 95.125 5.30 NS Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha não diferem entrem si * (P<0,05) pelo teste SNK.

Consumo de ração

O consumo de ração foi influenciado (P<0,05) somente por um dos horários de

arraçoamento e apenas no segundo período de produção. O primeiro horário de fornecimento

de ração ocorrido as 6:00 horas da manhã proporcionou no segundo período maior consumo

de ração em relação às aves que receberam ração as 8:00 e às 16:00 horas. Esperava-se que o

maior consumo fosse observado nas aves arraçoadas às 16:00 horas, pois na literatura

consultada, os autores têm observado maior consumo de ração, nos horários em que as aves

realizam sua maior intensidade de postura que em codornas, oscila entre 16:00 e 19:00 horas.

Esses autores relatam que nas poedeiras, a quantidade de ração ingerida é influenciada pela

fase de formação do ovo, podendo aumentar mediante a necessidade de nutrientes para

formação desses ovos (WALDROP & HELLHIG, 2000; HASSAN et al. 2003). No entanto

neste estudo, o maior consumo ocorrido nas primeiras horas da manhã, observado pelas aves

arraçoadas às 6:00 horas, apenas no segundo período, pode ter sido influenciado pelas altas

temperaturas registradas (Tabela 4) dentro do período (o período da manhã obteve média de

23oC e o período da tarde obteve média de 34

oC), o que justificaria um maior consumo pelas

aves que foram arraçoadas nas horas mais frescas do dia. O fato de o consumo ter sido

provavelmente influenciado nesse período pelas altas temperaturas encontra respaldo nos

resultados de produção, observados no mesmo período os quais foram melhores apenas nas

16

aves arraçoadas às 16 horas. Semelhantes aos resultados encontrados no segundo período,

Samara et al. (1996) observaram um maior consumo em matrizes pesadas submetidas a

temperaturas mais amenas (entre 10oC e 25

oC) alimentadas somente na parte da manhã (ás

sete horas) em relação às aves alimentadas duas vezes ao dia (sete e 18:00 horas) e somente

uma vez ao dia (18:00 horas). Petek et al. (2005) constataram um menor consumo de ração

para codornas da espécie pharoh (Coturnix coturnix pharaoh) mediante a alimentação restrita

entre as nove e às 17:00 horas quando comparadas a alimentação o dia inteiro.

Os resultados obtidos para o primeiro e terceiro período, onde os horários de

arraçoamento não influenciaram (P>0,05) o consumo de ração estão de acordo com os

encontrados por Pizzolante et al. (2007), que não observaram influência do fracionamento de

cálcio entre o período da manhã e o período da tarde no consumo de ração em codornas

japonesas em final de produção. Filho et al. (2012) trabalhando com diferentes horários de

alimentação para matriz semipesada também não constataram diferença no consumo de ração.

Produção de ovos

Na maioria dos períodos analisados, a produção de ovos foi significativamente afetada

pelo arraçoamento fornecido as 16:00 horas, resultando em maiores (P<0,05) porcentagens de

postura, no segundo e terceiro períodos. As aves arraçoadas às 6:00 e às 8:00 horas não

diferenciaram entre si (P>0.05). O fornecimento da ração na parte da tarde, às 16:00 horas,

coincidindo com o horário de maior intensidade de postura que em codornas oscila entre

16:00 ás 19:00 horas (HASSAN et al., 2003; PIZZOLANTE et al., 2007), favoreceu uma

maior produção de ovos. Pesquisas realizadas com poedeiras comerciais e matrizes pesadas

relatam que a formação dos ovos é influenciada por vários fatores, entre eles o padrão

(velocidade e quantidade) de consumo da ração, de forma que as aves arraçoadas na parte da

tarde e que tinham posto ovos no início do dia, consumiram mais ração e com maior

velocidade do que aquelas que não tinham posto ovos no início do dia (DUCAN & HUGHES,

1975; SAMARA et al., 1996). A literatura justifica esse comportamento baseada no fato de

que o período em que o ovo está para se formar bem como no momento da postura, o

requerimento nutricional pelas aves aumenta, pois estas necessitam de cálcio para formação

da casca, vitamina A e gorduras para a formação da gema, além de proteínas e outros

nutrientes oriundos da ração fornecida e que são necessários para formar os constituintes do

próximo ovo e para maturação do próximo folículo dentro da hierarquia folicular, diminuindo

dessa forma a proporção de folículos imaturos e consequentemente aumentando a produção

de ovos (HARRINSON & HARRINSON, 1986; HASSAN et al., 2003).

Hassan et al., (2003) observaram um aumento na produção de ovos em reprodutoras

de codornas japonesas arraçoadas somente no período da tarde. Ávila et al., (2005)

constataram efeito no horário de arraçoamento para produção de ovos em matrizes pesadas,

observando maior produção paras as aves alimentadas somente no período do tarde ás 15:30

horas e com o fracionamento da mesma em 50% às sete da manhã e 50% às 18:00 horas.

Pizzolante et al., (2007) não encontraram diferença na produção de ovos em codornas

japonesas submetidas ao fracionamento de cálcio na dieta, onde a maior quantidade de cálcio

fornecida no período da tarde não foi suficiente para aumentar a produção de ovos. Filho et

al., (2012) também não observaram efeito do horário de arraçoamento para porcentagem de

postura em matrizes pesadas.

Massa de ovos

Na maioria dos períodos analisados, a massa de ovos foi significativamente afetada

pelo arraçoamento fornecido as 16:00 horas, assim como ocorreu com a produção de ovos,

17

resultando em maiores valores para massa de ovos, no segundo e no terceiro período

respectivamente. A massa de ovos é avaliada em função da produção e do peso do ovo.

Observando os resultados para essas variáveis a média para a produção (Tabela 5) e peso de

ovos (Tabela 6) das aves arraçoadas às 16:00 horas também foram superiores na maioria dos

períodos analisados (segundo e terceiro). Hassan et al. (2003) relataram que a alimentação

oferecida na parte da tarde para reprodutoras de codornas japonesas, poderia ser vantajosa,

por suprir as exigências dessas aves para a maturação do próximo folículo, principalmente em

nutrientes como proteínas e energia, no momento de maior intensidade de postura que em

codornas, que oscila entre 16:00 e 19:00 horas (HASSAN, et al., 2003; PIZZOLANTE et al.,

2007) proporcionando desta forma maior peso e maior produção de ovos (HASSAN, et al.,

2003). Pizzolante et al., (2007) não observaram diferença nesta variável em codornas

japonesas alimentadas com diferentes níveis de cálcio entre a parte da manhã e a parte da

tarde em final de produção. Filho et al., (2012) também não observaram efeito do horário de

arraçoamento em relação à massa de ovos produzidos por matrizes pesadas.

Conversão alimentar

Conversão alimentar por massa de ovos

Na maioria dos períodos analisados, a conversão alimentar por quilo de ovos foi

significativamente (P<0.05) afetada pelo arraçoamento fornecido as 16:00 horas, resultando

em melhoria nos índices de conversão, no segundo e terceiro períodos Embora, no segundo

período os índices de conversão por quilo de ovos das codornas que foram arraçoadas a

partir das 16:00 horas tenham sido similares (P>0.05) às que receberam o arraçoamento a

partir das 8:00 horas, observamos que essa melhor conversão se mantém no terceiro período

de produção, para as codornas arraçoadas às 16:00 horas. Este resultado foi pertinente com

os resultados obtidos neste estudo, para consumo de ração, que não se alterou para promover

uma maior produção e massa de ovos, no segundo e no terceiro período nas aves arraçoadas

às 16 horas.

Faria et al., (2000) encontraram melhores índices de conversão alimentar por quilo de

ovos produzido por galinhas submetidas a um jejum entre 7:00 e 18:00 horas quando

comparados à alimentação ad libtum. Em codornas da espécie pharaoh (Cuturnix cuturnix

pharaoh) que foram submetidas ao tempo restrito de arraçoamento (entre 9:00 e 17:00

horas) ocorreram melhorarias em sua conversão alimentar por massa de ovos, isto é, a

eficiência na utilização dos nutrientes foi superior às aves que recebiam arraçoamento o dia

todo (PETEK et al., 2005). Leandro et al., (2006) não observaram melhora na conversão

alimentar por massa de ovos em codornas japonesas quando estas foram submetidas ao

fracionamento de cálcio durante manhã e tarde. Pizzolante et al., (2007) não constataram

melhora na conversão alimentar por massa de ovos em codornas japonesas em final de

produção quando estas receberam o cálcio diário fracionado entre manhã e tarde. Filho et al.,

(2012) também não observaram efeito do horário de arraçoamento em relação à conversão

alimentar por massa de ovos em matrizes pesadas.

Conversão alimentar por dúzia de ovos

A conversão alimentar por dúzia de ovos foi influenciada (P<0.05) somente por um

dos horários de arraçoamento e apenas no terceiro período de produção. O horário de

fornecimento de ração ocorrido às 16:00 horas proporcionou neste terceiro período a melhoria

no índice de conversão alimentar por dúzia de ovos. O comportamento para esta variável foi

decorrente dos resultados obtidos neste estudo, para consumo de ração, que não se alterou

18

para promover uma maior produção de ovos neste terceiro período nas aves arraçoadas às 16

horas. Resultados diferentes aos encontrados neste estudo foram achados por Pizzolante et al.,

(2007), que não observaram melhora na conversão alimentar por dúzia de ovos em codornas

japonesas em final de produção quando estas receberam o cálcio diário fracionado entre

manhã e tarde. Maggioni et al., (1997) obtiveram melhorias na conversão alimentar (g/dúzia)

quando o fornecimento da dieta para poedeiras semipesadas foi realizado às 16:00 horas com

uma maior proporção de cálcio (1% de cálcio as 8:00h e 6% de cálcio as 16:00h). Filho et al.,

(2012) também não observaram efeito do horário de arraçoamento em relação conversão

alimentar por dúzia de ovos produzidos por poedeiras semipesadas.

Viabilidade

O arraçoamento das codornas em diferentes horários não influenciou a viabilidade

(P>0.05). Resultados semelhantes para viabilidade foram encontrados por Robbis et al.,

(1987) que estudaram os efeitos da arraçoamento restrito e ad libtum na fase de pré- postura

em matrizes pesadas e não obtiveram diferenças significativas para esse parâmetro. Pizzolante

et al., (2007) verificaram que o fracionamento de cálcio durante o período da manhã e da

tarde para codornas japonesas em final de produção também não interferiu na viabilidade.

Spradley et al., (2008) obtiveram maior mortalidade em matrizes pesadas que se alimentaram

duas vezes ao dia (sendo 60% da ração oferecida na parte da manhã e 40% na parte da tarde)

contra toda a sua alimentação as 6:30 horas da manhã, os autores sugerem que este aumento

na mortalidade foi influenciado pela maior produção de ovos pelas aves que eram arraçoadas

duas vezes ao dia, já que 75% destas aves que morreram continham ovo para ser posto.

Os resultados referentes à qualidade dos ovos de codornas japonesas submetidas a

diferentes horários de arraçoamento estão apresentados na Tabela 6.

19

Tabela 6. Efeito do horário de arraçoamento nos parâmetros qualitativos: espessura de casca

(mm), porcentagem de albúmen, porcentagem de gema, peso médio dos ovos (g), peso de

casca (g) e porcentagem de casca nos ovos de codornas japonesas.

Período

Horários CV

(%)

Significância Variável 6 8 16

Espessura de

casca

1 0.200 0.207 0.200 4.77 NS

2 0.194 B 0.198 B 0.204 A 3.56 *

3 0.204 A 0.196 B 0.200 B 2.52 *

% de albúmen

1 60.464 60.939 60.285 1.95 NS

2 60.926 A 60.075 B 61.230 A 1.88 *

3 61.230 A 59.572 B 61.440 A 2.87 *

% de gema

1 31.687 31.287 3.833 3.56 NS

2 31.230 B 32.120 A 31.060 B 3.52 *

3 31.063 B 32.570 A 30.641 B 5.65 *

Peso médio de

ovo

1 11.360 B 11.628 AB 11.779 A 3.26 *

2 11.347 B 11.690 A 11.850 A 2.79 * 3 11.850 A 11.501 B 11.640 B 2.37 *

Peso de casca

1 0.898 0.905 0.917 4.51 NS

2 0.890 0.910 0.912 3.22 NS

3 0.910 0.900 0.921 4.10 NS

% de casca

1 7.630 7.771 7.880 7.73 NS

2 7.837 7.800 7.705 3.49 NS

3 7.702 7.863 7.913 3.90 NS Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha não diferem entrem si * (P<0,05) pelo teste SNK.

Espessura de casca

O fornecimento da ração em diferentes horários influenciou (P<0.05) a espessura da

casca na maioria dos períodos analisados. Sendo que o horário de arraçoamento as 16:00

horas favoreceu a espessura no segundo período e o horário de arraçoamento as 6:00 horas

melhorou esta variável no terceiro período. O melhor valor de espessura de casca observada

nos ovos produzidos pelas aves que foram arraçoadas às 16:00 horas, no segundo período

coincidindo com o horário de maior intensidade de postura que em codornas oscila entre

16:00 e 19:00 horas (HASSAN et al., 2003; PIZZOLANTE et al., 2007), e pelas aves que

foram arraçoadas na parte da manhã às 6:00 horas, no terceiro período, coincidindo com

horário de formação da casca que em codornas se dá no período da manhã, encontram

respaldo na literatura (HASSAN et al., 2003; PIZZOLANTE et al., 2007; CALDERANO,

2010) no fato de que o fornecimento do alimento nesses horários pode influenciar em uma

maior disponibilidade de nutrientes, principalmente cálcio para formação da casca.

Esperávamos que a superioridade nos valores de espessura observados no segundo período

nos ovos produzidos pelas codornas arraçoadas às 16:00 horas, também fosse se manter

superior no mesmo horário no terceiro período, mas essa superioridade ocorreu somente nas

aves arraçoadas às 6:00 horas. Embora esse horário, também se encontre dentro da faixa de

período de formação da casca em codornas (HASSAN et al., 2003; PIZZOLANTE et al.,

2007; CALDERANO, 2010) conforme já discutido anteriormente nas codornas arraçoadas às

8:00 horas. Neste período, foram registradas, as mais altas temperaturas de todo o período

experimental, no período da tarde a temperatura média oscilou entre os 36oC e no período da

manhã entre os 26oC, e em altas temperaturas a espessura da casca tende a piorar decorrente

20

da ofegação das aves na tentativa de dissipar o incremento calórico, o que provoca perda de

dióxido de carbono (CO2) e diminuição da absorção do Ca2+

(MORAES, 2010; CARCALHO,

2012). Através da ofegação perde-se também água (MORAES, 2010; CARCALHO, 2012) e

essa perda de água diminui a digestão dos alimentos, absorção de nutrientes, translocações

dos compostos químicos no organismo, dentre outros (LIMA & PIOCZCOVSKI, 2010). E

ainda as aves quando submetidas a altas temperaturas tem seu fluxo sanguíneo dirigido

preferencialmente para a periferia, na tentativa de dissipar calor, diminuindo a irrigação dos

órgãos, ocasionando em menor quantidade de cálcio disponível no útero (LIN et al., 2002;

MILLER & SUNDE, 1975 citados por CARCALHO, 2012) acarretando na produção de ovos

com cascas mais finas (GARCIA, 2003; MORAES, 2010; CARCALHO, 2012). Portanto

essas aves alimentadas no período mais fresco do dia (6:00 horas) apresentaram as melhores

médias de espessura nesse período, pois foram arraçoadas no horário mais fresco e

provavelmente aproveitaram melhor o cálcio consumido e produziram ovos com melhor

espessura de casca.

Os resultados obtidos para o primeiro período, onde os horários de arraçoamento não

influenciaram (P>0.05) a espessura de casca estão de acordo com os resultados encontrados

por Pizzolante et al., (2007) com o fracionamento de cálcio entre o período da manhã e o

período da tarde, e constataram que este fracionamento não foi suficiente para melhorar a

gravidade específica e a espessura de casca dos ovos de codornas japonesas em final de

produção. Samara et al., (1996) não encontraram diferenças na gravidade específica dos ovos

de matrizes pesadas alimentadas somente as 7:00 ou somente as 18:00 horas. Semelhantes aos

resultados encontrados para o segundo período, Hassan et al. (2003) analisaram a qualidade

de casca por gravidade específica e constataram que codornas japonesas arraçoadas somente

no período da tarde (entre 14:00 e 22:00 horas) apresentaram uma melhora na gravidade

específica dos ovos, Maggiori et al. (1997) constataram melhora na espessura de casca de

matrizes pesadas quando fracionou o cálcio da dieta oferecida para as aves em, 1% na parte da

manhã e 6% na parte da tarde. Backhouse & Gous (2005) estudaram horários de arraçoamento

e fornecimento único de ração ou dual para matrizes pesadas (07:30, 10:00, 13:00, 15:30 ou

50% às 07:30 e 50% às 15:30) e constatou melhora significativa na qualidade de casca quando

o alimento é fracionado entre manhã e tarde.

Samara et al. (1996) constataram diferença significativa para gravidade específica e

espessura de casca em matrizes pesadas submetidas a diferentes temperaturas, onde as altas

temperaturas acarretaram em uma diminuição destas duas características independentemente

do horário de alimentação.

Porcentagem de albúmen

O fornecimento da ração em diferentes horários influenciou (P<0.05) a porcentagem

de albúmen na maioria dos períodos analisados. Sendo que os horários de arraçoamento as

6:00 e às 16:00 horas favoreceram a porcentagem de albúmen no segundo e terceiro períodos.

Segundo Figueiredo et al. (2011) a porcentagem de albúmen possui uma correlação positiva

com o peso do ovo. Pode ser observar que o peso dos ovos acompanhou a porcentagem de

albúmen para estes horários, sendo que os maiores pesos no segundo período foram

observados para o horário das 16:00 horas e no terceiro período para o horário de 6:00 horas.

No segundo e terceiro período foram registradas médias altas de temperatura, sendo que no

período da tarde a temperatura média oscilou entre os 34oC e 36

oC respectivamente para

segundo e terceiro período e no período da manhã entre os 23oC e 26

oC respectivamente para

segundo e terceiro período (Tabela 4). Em altas temperaturas as aves ofegam e além de perder

CO2 através da respiração, também perdem água (MORAES, 2010; CARCALHO, 2012).

Essa perda de água diminui a digestão dos alimentos, absorção de nutrientes, translocações

21

dos compostos químicos no organismo dentre outros (LIMA & PIOCZCOVSKI, 2010), e

ainda as aves quando submetidas a altas temperaturas tem seu fluxo sanguíneo dirigido

preferencialmente para a periferia, na tentativa de dissipar calor, diminuindo a irrigação dos

órgãos, reduzindo as secreções de aminoácidos no magno podendo ocasionar a diminuição do

peso do ovo (MILLER & SUNDE, 1975 citados por CARCALHO, 2012; LIN et al., 2002)

positivamente correlacionado com a porcentagem de albúmen (FIGUEIREDO et al., 2011),

explicado anteriormente. No entanto, os horários de arraçoamento das 6:00 e das 16:00 horas

conseguiram melhores porcentagens de albúmen, pois as aves que foram arraçoadas às 6:00,

isto é, no período mais fresco do dia, provavelmente aproveitaram melhor os nutrientes, como

as proteínas ingeridas. E o horário de arraçoamento das 16:00 horas, coincidindo com horário

de maior concentração de postura em codornas (HASSAN et al., 2003) provavelmente

proporcionou uma maior disponibilidade de nutrientes requisitados na formação dos

constituintes do próximo ovo (WALDROP & HELLHIG 2000; SPADLEY et al., 2008).

Observa-se que os resultados aqui apresentados estão dentro de um comportamento já

relatado em estudos anteriores, realizados com galinhas onde, a porcentagem de albúmen

aumenta mediante menor porcentagem de gema (GARCIA et al., 2010; SILVA, 2011).

Keshavarz (1998) avaliou o horário de fornecimento de ração vs nível de proteína para

galinhas e não observou diferença significativa para peso de albúmen entre os tratamentos.

Não foram encontradas na literatura muitas informações sobre o efeito dos horários de

arraçoamento sobre esta característica, sendo necessários mais estudos para uma comparação

efetiva.

Porcentagem de gema

O fornecimento de ração em diferentes horários influenciou (P<0.05) a porcentagem

de gema na maioria dos períodos analisados. Sendo que o horário de arraçoamento as 8:00

horas favoreceu o aumento na porcentagem de gema no segundo e terceiro período. O

resultado obtido pode ser justificado mediante os resultados encontrados para porcentagem de

albúmen, onde as maiores porcentagens foram encontradas no segundo e terceiro período

pelos ovos das aves que foram arraçoadas às 6:00 horas e às 16:00 horas (Tabela 6), pois a

porcentagem de gema é inversamente proporcional à quantidade de albúmen encontrada nos

ovos (PONTES et al., 2011). Observa-se que os resultados aqui apresentados estão dentro de

um comportamento já relatado em estudos anteriores, onde a porcentagem de gema aumenta

mediante a queda na porcentagem de albúmen, e o contrário também ocorre como explicado

no item anterior porcentagem de albúmen (GARCIA et al., 2010; PONTES, 2011). Keshavarz

(1998) avaliou o horário de fornecimento de ração versus nível de cálcio, proteína e fósforo

para galinhas e não observou diferença significativa para peso de gema entre os tratamentos.

Não foram encontradas na literatura muitas informações sobre o efeito dos horários de

arraçoamento sobre esta característica, sendo necessários mais estudos para uma comparação

efetiva.

Peso de ovo

O fornecimento de ração em diferentes horários influenciou (p<0,05) o peso médio

dos ovos em todos os períodos analisados, portanto, em todo o período experimental. Sendo

que, o arraçoamento as 8:00 e às 16:00 horas foram os que apresentaram as melhores médias

para essa variável na maioria dos períodos analisados (primeiro e segundo). Nestes períodos

as aves alimentadas às 8:00 e às 16:00 horas produziram ovos mais pesados, em relação ao

tratamento onde as aves foram arraçoadas às 6:00 horas. O maior peso nos ovos produzidos

pelas aves que foram arraçoadas na parte da tarde, às 16:00 horas, coincidindo com o horário

22

de maior intensidade de postura que em codornas oscila entre 16:00 e 19:00 horas (HASSAN

et al., 2003; PIZZOLANTE et al., 2007), e pelas aves que foram arraçoadas na parte da manhã

as 8:00 horas, coincidindo com a faixa de horário de formação da casca que em codorna

diferente das galinhas, ocorre no período da manhã, visto que a maior intensidade de postura

ocorre na parte da tarde (HASSAN et al., 2003; PIZZOLANTE et al., 2007; CALDERANO,

2010) entre 16:00 e 19:00 horas encontra respaldo na literatura (HASSAN et al., 2003;

PIZZOLANTE et al., 2007) no fato de que o fornecimento do alimento nesses horários pode

influenciar em uma maior disponibilidade de nutrientes (vitaminas, gordura para formação da

gema, aminoácidos para a secreção de albumina, cálcio para formação da casca, etc...) os

quais serão requisitados na formação dos constituintes do próximo ovo, e consequentemente,

proporcionando também condições para a formação de um ovo mais pesado (WALDROP &

HELLHIG 2000; SPADLEY et al., 2008). No terceiro período, esperávamos que os ovos

continuassem sendo mais pesados nas aves que foram arraçoadas às 8:00 e às 16:00 horas, no

entanto, os maiores pesos foram observados nas aves que foram alimentadas às 6:00 horas. De

acordo com Olawumi & Ogunlade (2008) o peso do ovo possui uma correlação positiva com

espessura de casca e com a porcentagem de albúmen (FIQUEIREDO et al., 2011). Tanto a

espessura de casca quanto a porcentagem de albúmen foram maiores nas aves alimentadas

nesse horário e nesse período, acompanhando, portanto o maior peso dos ovos. A

porcentagem de albúmen foi maior na maioria dos períodos analisados, nas aves que foram

arraçoadas às 6:00 e às 16:00 horas, portanto nos horários de maior período de formação da

casca (HASSAN et al., 2003; PIZZOLANTE et al., 2007; CALDERANO, 2010) e maior

requerimento de nutrientes para a formação do próximo ovo (WALDROP & HELLHIG 2000;

HASSAN et al., 2003; SPADLEY et al., 2008), situações já explicadas anteriormente. Neste

período, foram registradas, as mais altas temperaturas de todo o período experimental, no

período da tarde a temperatura média oscilou entre os 36oC e no período da manhã entre os

26oC, e em altas temperaturas as aves ofegam e perdem CO2 através da respiração e com isso

água (MORAES, 2010; CARCALHO, 2012). A perda de água diminui a digestão dos

alimentos, absorção de nutrientes, translocações dos compostos químicos no organismo dentre

outros (LIMA & PIOCZCOVSKI, 2010), ainda as aves quando submetidas a altas

temperaturas tem seu fluxo sanguíneo dirigido preferencialmente para a periferia, na tentativa

de dissipar o incremento de calor, diminuindo a irrigação dos órgãos, reduzindo as secreções

de aminoácidos no magno podendo ocasionar a diminuição do peso do ovo (LIN et al., 2002;

MILLER & SUNDE, 1975 citados por CARCALHO, 2012;). Portanto aves alimentadas no

período mais fresco do dia (6:00 horas) apresentaram as melhores médias para peso de ovo

nesse período, pois foram arraçoadas no horário mais fresco e provavelmente aproveitaram

melhor os nutrientes, como as proteínas ingeridas, e produziram ovos mais pesados.

Hassan et al., (2003) não encontraram diferença para peso médio de ovos em

reprodutoras de codornas japonesas alimentadas somente na parte da manhã ou somente na

parte da tarde. Pizzolante et al., (2007) não encontraram diferença para peso médio dos ovos

em codornas japonesas em final de produção submetidas ao fracionamento de cálcio entre a

parte da manhã e da tarde. Maggiori et al., (1997) trabalhando com fracionamento de cálcio

em poedeiras semipesadas observaram maior peso dos ovos quando as aves foram arraçoadas

com maior nível de cálcio à tarde (1% na parte da manhã e 6% na parte da tarde), justificado

pelo autor devido à disponibilidade de cálcio no trato gastrointestinal, durante a formação da

casca, pois diferente das codornas as galinhas forma sua casca no período noturno onde esta

não se alimenta, evitando uma maior mobilização de cálcio do osso. Ávila et al., (2005)

constataram maiores médias de peso de ovos em reprodutoras pesadas arraçoadas duas vezes

ao dia, no entanto, os autores dentro do seu estudo observaram uma variação de peso dentro

de todos os períodos utilizados, onde o arraçoamento realizado somente na parte da tarde

obteve em alguns períodos maiores valores para peso de ovo. Spradley et al., (2008)

23

observaram maior peso dos ovos em matrizes pesadas arraçoadas duas vezes ao dia na

proporção de 60% da ração às 6:30 e 40% da ração às 15:30, quando comparado à

alimentação única às 6:30 da manhã. O autor sugere que este aumento significativo do peso

do ovo seja devido a um aumento na eficiência da utilização dos alimentos por estas aves,

mediante ao gasto de energia da mesma para a realização da postura ocorrida na parte da

manhã.

Peso de casca

O fornecimento da ração em diferentes horários não influenciou (P>0.05) o peso de

casca em nenhum dos períodos analisados. Apesar da análise de variância não ter apresentado

resultados significativos para essa variável, os maiores valores de espessura de casca foram

observados no segundo período com o arraçoamento das codornas as 16h e no terceiro

período às 6h (Tabela 6).

Lewis e Perry (1988) relataram em seu estudo que o peso da casca de ovos de matrizes

pesadas aumentou quando estas receberam arraçoamento dual quando comparado a

arraçoamento única no período da manhã. Harms et al., (1996) estudando o efeito do “lanche

da meia noite” para galinhas, concluiram que o peso de casca aumentou para as aves que

foram estimuladas por 45 minutos a comerem após as 23:50 horas. Este autor justifica seus

resultados ressaltando a maior disponibilidade de cálcio para a formação da casca, visto que

em galinhas isto ocorre no período noturno.

Porcentagem de casca

O fornecimento da ração em diferentes horários não influenciou (P>0.05) a

porcentagem de casca em nenhum dos períodos analisados. Segundo Silversides & Scott

(2001) a porcentagem de casca aumenta de acordo com o aumento do peso do ovo, no

entanto, o resultado obtido para peso de ovo, onde as maiores médias de peso foram

encontradas no primeiro e segundo período pelos ovos das aves que foram arraçoadas às 8:00

e às16: 00 horas, e no terceiro período pelas aves arraçoadas às 6:00 horas (Tabela 6), não

foram suficientes para afetar a porcentagem de casca. No presente estudo também não foi

observado em nenhum período a influencia do fornecimento da ração em diferentes horários

no peso de casca que compõe a fórmula para se obter a porcentagem da mesma. Os resultados

para porcentagem de casca estão de acordo com os achados por Pizzolante et al., (2007) que

não observaram diferença para porcentagem de casca em ovos de codornas japonesas em final

de produção recebendo fracionamento de cálcio entre a parte da manhã e a parte da tarde.

Lenadro et al., (2006) não constataram diferença na porcentagem de casca de codornas

japonesas arraçoadas com o cálcio fracionado durante a parte da manhã e da tarde utilizando

ainda diferentes granulometrias de calcário.

Harms et al., (1996) objetivando obter melhorias na qualidade da casca

proporcionando maior disponibilidade de cálcio no momento de formação desse constituinte

em galinhas, através do arraçoamento após as 23:50 horas conhecido como “lanche da meia

noite” não observaram uma melhoria de porcentagem de casca. Faria et al., (2000) não

constataram diferença para porcentagem de casca de ovos de galinhas poedeiras comerciais

submetidas ao arraçoamento ad libtum e ao jejum (7:00 às 18:00h) suplementadas ou não com

farelo de ostras. O autor cita ainda que mediante os estudos realizados por Roland et al.,

(1973) e Keshavarz (1998) sobre os horários de maior retenção do cálcio no intestino das

aves, seria viável e oportuno maior empenho em estudos dessa natureza, principalmente nas

épocas mais quentes do ano. É conveniente salientar que o resultado obtido no presente

24

estudo, para porcentagem de casca está dentro dos valores considerados normais e aceitáveis,

isto é, entre 7 e 9% (BELO, 1997 citado por BRESSAN & ROSA, 2002).

25

5 CONCLUSÃO

Nas condições em que este experimento foi realizado, pode-se concluir que o melhor

desempenho produtivo das codornas japonesas, foi obtido com o arraçoamento às 16 horas. E

o arraçoamento às 6:00 horas favoreceu a qualidade dos ovos nos períodos mais quentes em

que este estudo foi realizado.

26

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