hoje - sbn – sociedade brasileira de neurocirurgia · joão cândido araújo, paulo henrique...

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hoje 03/2011 | vol. 19 | www.sbn.com.br DIRETRIZES Documento da SBN baliza a boa prática do neurocirurgião ON-LINE | As vantagens das aulas e da atualização on-line pelo site da SBN HONORÁRIOS | Médicos fazem paralisações contra má remuneração PARCERIA | Technicare e os segredos que a tornam uma parceira da SBN Carreira médica em um dia especial Em 18 de outubro, foi comemorado o Dia do Médico no Brasil. Neurocirurgiões revelam as realizações pessoais e profissionais da carreira

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hoje03/2011 | vol. 19 | www.sbn.com.br

DIRETRIZESDocumento da SBN baliza a boa prática

do neurocirurgião

ON-LINE | As vantagens das aulas e da atualização on-line pelo site da SBN

HONORÁRIOS | Médicos fazem paralisações contra má remuneração

PARCERIA | Technicare e os segredos que a tornam uma parceira da SBN

Carreira médicaem um dia especial

Em 18 de outubro, foi comemorado o Dia do Médico no Brasil.

Neurocirurgiões revelam as realizações pessoais e profissionais da carreira

SérieCELLO

Pelo segundo ano consecutivo obtivemos excelência em desempenho hidrodinâmico e qualidade.

Com 25 anos dedicados à neurocirurgia a Ventura Biomédica fabricae comercializa a Válvula para Hidrocefalia Synchrony - Série Cello.

Oferecemos uma diversidade de modelos para a população:

Neonatal, Pediátrica e Adulta.

Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento.

Prod

uzid

o Se

gund

o no

rmas

ISO

719

7

Registro Anvisa 10175060021

Empresa CertificadaISO 9001:2008 ISO 13485:2003

www.ventura.ind.br

SérieCELLO

Pelo segundo ano consecutivo obtivemos excelência em desempenho hidrodinâmico e qualidade.

Com 25 anos dedicados à neurocirurgia a Ventura Biomédica fabricae comercializa a Válvula para Hidrocefalia Synchrony - Série Cello.

Oferecemos uma diversidade de modelos para a população:

Neonatal, Pediátrica e Adulta.

Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento.

Prod

uzid

o Se

gund

o no

rmas

ISO

719

7

Registro Anvisa 10175060021

Empresa CertificadaISO 9001:2008 ISO 13485:2003

www.ventura.ind.br

PROjETO DIRETRIZES SBN trata de suas diretrizes para balizar a prática dos neurocirurgiões

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VOCÊ FAZ A SBN HOjE Novo espaço da jornal reservado para seus comentários, críticas e sugestões | 9

SEÇÕES

EDITORIAL | 5

CuRTAS | 6

DEPARTAmENTOS | 8

PARCERIA | 13

WFNS NO BRASIL | 26

CALENDÁRIO SBN | 30

RESIDÊNCIA | 32

SBNTECHNICARE Terezinha Farag conta como Technicare e SBN construíram uma parceria de sucesso

10

AuLAS ON-LINE Fernando Campos fala das vantagens das aulas de atualização on-line

14

DIA DO méDICONeurocirurgiões e presidente da AMB falam dos desafios e alegrias na profissão no especial pelo Dia do Médico

16

HONORÁRIOSMédicos fazem paralisações contra a má remuneração

29

03/2011 | vol. 19 | www.sbn.com.br

hoje

VOCÊ SABIA Saiba quando começou a luta pela adoção de honorários dignos | 28

QuALIDADE DE VIDA Saiba a melhor maneira para armazenar e consumir vinhos durante o verão | 33

ORIENTAÇÃO juRÍDICA Um alerta sobre os plantões à distância | 24

02/2011 |www.sbn.com.br

Presidente | José Marcus Rotta Vice-presidente | Benedicto Oscar Colli Secretário geral | Marco Túlio França Tesoureira | Marise Augusto Fernandes Audi 1º Secretário | Eberval Gadelha Figueiredo Secretário auxiliar | Modesto Cerioni Junior Presidente anterior | Luiz Carlos de Alencastro Presidente da SBN 2012 |Sebastião Nataniel Silva Gusmão Presidente do Congresso 2012 |Marco Aurélio Marzullo de Almeida Presidente do Congresso 2014 |Luis Alencar Biurrum Borba Diretor de Formação Neurocirúrgica |Benedicto Oscar ColliDiretor de Relações Institucionais |Cid Célio Jayme CarvalhaesDiretor de Políticas |Clemente Augusto de Brito Pereira Diretor de Divulgação e Projetos |Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini Diretor de Recursos Financeiros | Jânio Nogueira Diretor de Departamentos |José Fernando Guedes Correa Diretor de Patrimônio |Paulo Henrique Pires de Aguiar Diretor de Representantes Regionais |Paulo Ronaldo Jubé RibeiroDiretor de Diretrizes |Ricardo Vieira Botelho

Conselho Deliberativo Presidente | José Antonio Damian Guasti Secretário | Luis Alencar Biurrum BorbaMembros | Albert Vincent B. Brasil, Atos Alves de Sousa, Cid Célio Jayme Carvalhaes, Carlos Roberto Telles Ribeiro, Djacir Gurgel de Figueiredo, Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Alberto Landeiro, José Carlos Saleme, Kunio Suzuki, Léo Fernando da Silva Ditzel, Luis Alencar Biurrum Borba, Mário Gilberto Siqueira, Nelson Pires Ferreira, Paulo Andrade de Mello e Sebastião Nataniel Silva GusmãoAperfeiçoamento | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Antonio Cesar de Melo Mussi, Helder Tedeschi, João Cândido Araújo, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Kunio Suzuki, Luis Alencar Biurrum Borba e Samuel Tau ZymbergCredenciamento | Roberto Colichio Gabarra, Aziz Rassi Neto, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Marcelo Paglioli Ferreira, Orival Alves, Sandoval Inácio CarneiroAcreditação de Eventos | Antonio Carlos Montanaro, Alessandra de Moura Lima, Nelci Zanon Collange, Daniel Freire de Figueirêdo, Osvaldo Vilela Filho, Juan Oscar Alarcon AdornoEnsino | Paulo Andrade de Mello, Arlindo Alfredo

Silveira D Avila, Carlos Henrique Ribeiro, Maria Carolina Martins de Lima, Jean Gonçalves de Oliveira, Wen Hung TzuÉtica | Francisco Flávio Leitão de Carvalho, Kurt Cléssio Morais Figueiredo de Mendonça, Luiz Alcides ManrezaExercício Profissional | Júlio César Meyer, Edson Lopes Jr, Alexandre Varella Giannetti, Pedro Garcia Lopes, Bruno Silva Costa, Marcelo Luis Mudo

Intercâmbio Internacional Alemanha - Dierk Fritz Bodo Kirchhoff e Juan Oscar Alarcon Adorno | Árabe - Líbano Aziz Rassi Neto | Canadá Leonardo Vieira Neto e Osvaldo Vilela Filho | EUA - Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Carlos Lynch Araújo e Wen Hung Tzu | França - Atos Alves de Sousa | Japão - Koshiro Nishikuni | Portugal - José Alberto LandeiroJovem Neurocirurgião | Lórimer Sandoval Carneiro, Bruno Lôbo Mota de Siqueira , Giordano Queirós Miranda, André Bedin, Christian Diniz Ferreira, Tiago da Silva FreitasGerenciamento do Fundo Financeiro | Carlos Batista Alves de Souza, Modesto Cerioni Junior, Nelson Pires Ferreira Comissão Fiscal | Modesto Cerioni Junior, Jânio Nogueira, José Carlos Saleme, Roberto Colichio GabarraRepresentantes internacionais | Luiz Carlos de Alencastro (Flanc e World Federation – WFNS) e José Marcus Rotta (Flanc e World Federation – WFNS)Representantes nacionais |Alagoas - Abynadá de Siqueira Lyro | Bahia - José Marcos Ponde Fraga Lima | Ceará - Otaviano B. Alencar Araripe | Distrito Federal - Arlindo Mattos de Oliveira Jr | Espírito Santo - Robson Ribeiro Modenesi |Goiás - Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro | Maranhão - Arthur Lopes Gonçalves Almeida | Minas Gerais - Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva | Mato Grosso do Sul - Luiz Antônio Monteiro Simões | Mato Grosso - Atila Monteiro Borges | Paraíba - Luciano Ferreira de Holanda | Pernambuco - Geraldo de Sá Carneiro Filho | Piauí - José Nazareno Pearce Oliveira Brito | Paraná - Pedro Garcia Lopes | Rio de Janeiro - Francisco Ricardo Borges Ribeiro | Rio Grande do Norte - José Luciano Gonçalves de Araújo | Rio Grande do Sul - Marcelo Paglioli Ferreira | São Paulo - Roberto Colichio Gabarra

DepartamentosBase de Crânio | Paulo Abdo do Seixo Kadri, Carlos Eduardo da Silva, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira e José Alberto Landeiro Coluna | Ronald de Lucena Farias, Aluízio Augusto Arantes Junior, Albert Vincent B. Brasil, Alexandre José Reis Elias, Antônio Vinícius Ramalho Leite, Asdrubal Falavigna, Carlos Henrique Ribeiro, Cleanto Moreira de Lacerda, Edson Lopes Jr, Eidmar Augusto Neri, Ericson Sfreddo, Fernando Luiz Rolemberg Dantas, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Geraldo de Sá Carneiro Filho, Gladstone Santos da Costa, Jefferson Walter Daniel, João Domingos Barbosa Carneiro Leão, Marcelo Luis Mudo, Márcio Vinhal de Carvalho, Marcos Masini, Mario Augusto Taricco, Osmar José Santos de Moraes, Paulo Roberto Romano Ribeiro, Paulo Sergio Teixeira de Carvalho, Ricardo Vieira Botelho e Wilson Eloy Pimenta Jr.

Endovascular e Imagem | Benjamim Pessoa Vale, Valdir Delmiro Neves, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, Jean Gonçalves de Oliveira, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri, Wilson Guimarães NovaisFuncional e Dor | Alexandre Novicki Francisco, José Roberto Pereira Guimarães e Marcelo Neves LinharesNervos Periféricos | Roberto Sergio Martins, Fernando Henrique Morais de Souza, Herbert Almeida Oliveira e Souza, Joel Monteiro de Jesus, Jorge Roberto Cilento, José Álvaro Bastos Pinheiro, José Fernando Guedes Correa, José Milton Peixoto, Leandro Pretto Flores, Luiz Antonio Araujo Dias, Manoel Baldoino Leal Filho, Marcos Alcino Soares Siqueira Marques, Marcos Flavio Ghizoni, Mário Gilberto Siqueira, Paulo Cézar Grigolli, Pedro Luís Gobbato, Ricardo de Amoreira Gepp e Ricardo Torres SantanaNeurointensivismo | Jorge Luiz da Rocha Paranhos, Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro, Carlos Umberto PereiraOncologia | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Eduardo da Silva, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira, José Alberto Landeiro, Paulo Abdo do Seixo KadriPediatria | Geraldo José Ribeiro Dantas Furtado, José Aloysio da Costa Val Filho, Hamilton Matsushita, Jorge Wladimir Junqueira Bizzi, José Francisco Manganelli Salomão, Ricardo Santos de OliveiraTrauma e Terapia Intensiva | José Luciano Gonçalves de Araújo, Audrey Beatriz Santos Araujo, Rodrigo Moreira FaleiroVascular | Jean Gonçalves de Oliveira, Benjamim Pessoa Vale, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Nilson Ferreira Novais, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri e Valdir Delmiro NevesRadiocirurgia | Luiz Fernando Martins e José Paulo Montemor

Telefone: (11) 3051-6075 [email protected]

Diretor geral Renato GregórioDiretor comercial Marconde MirandaEditor Bruno Aires (MTB 26.204/RJ)Coordenação editorial Marcello ManesRepórteres Renan Peixoto e Rosemere LeonelDesigners gráficos Beatriz Lopez, Danielle V. Cardoso e Monica MendesFotógrafa Gianne Carvalho

RJ Estrada do Bananal 56 - JacarepaguáRio de Janeiro - (21) 2425 8878SP Av. Santa Catarina 1521 sala 308Vila Mascote - São Paulo - (11) 2539 8878www.editoradoc.com.br

EDITORIAL

A SBN Hoje é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), distribuída gratuitamente aos membros da Sociedade. Os artigos publicados não representam necessariamente a opinião da diretoria da entidade ou da Editora DOC. É autorizada a reprodução, desde que citada a fonte: www.sbn.com.br

Prezados colegas,

Como vocês bem sabem, todos os anos, em 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico. Vocês conhecem também a minha luta e a minha dedica-ção para que sejamos todos respeitados e lembrados não só em um dia do ano, mas em nossa batalha diá-ria, em nossa devoção ininterrupta, em toda a nossa sacrificada, mas edificante carreira. E hoje não será diferente. É preciso lembrar que o nosso ofício não é praticado por curiosos, oportunistas ou profissionais de pouca experiência. Não desmereço nenhuma pro-fissão, pois considero todas dignas e importantes na construção de uma sociedade justa, porém, a prática

da Neurocirurgia exige um nível de dedicação, estudo e tempo que poucas profissões no mundo necessitam.

Não existem cirurgias simples nem fáceis na Neurocirurgia. Não fazemos nada de olhos fechados. Tudo o que realizamos em bases quase que diárias são desafios extraordinários, muitas vezes contrariando os desígnios da natureza, combatendo a morte como se pudéssemos de fato fazê-lo. E para cumprir tamanha tarefa, não são dias nem meses dedicados aos estudos, à prática e à troca de informações. Gostaria que vocês fizessem comigo uma conta rápida, apenas por alto, para comprovar minha afirmação: seis anos de faculdade, cinco anos de residência e mais dez anos para adquirir a experiência necessária. Por baixo, então, são 21 anos: 21 anos de preparação e 21 anos de dedicação. É praticamente uma vida. Uma vida que se passa para poder salvar muitas outras.

Mas não são apenas os anos de dedicação que garantem um trabalho de qualidade ao neurocirurgião. Tanto quanto a experiência, ele precisa de paz e tranquilidade para poder exercer tudo aquilo que aprendeu sem sobressaltos, sem ansiedade, com total controle sobre o procedimento. Afinal, preparados ou não, somos todos humanos, suscetíveis a emoções e fatores externos.

O neurocirurgião precisa de equipamento cirúrgico adequado, precisa de meto-dologia diagnóstica, precisa ter conhecimento da doença e ser tecnicamente com-petente. Mas – repito – tudo isso só funcionará a contento se o profissional tiver paz e tranquilidade. E como se conquista este estado de espírito? Ora, não podemos controlar todas as coisas que nos acontecem, mas algumas podem facilmente ser resolvidas. Um médico que não tem seu sustento garantido por sua profissão nunca estará tranquilo. E é por isso que luto tanto pela justa remuneração ao profissional da Neurocirurgia. Por mais dedicado e competente que seja, ninguém é de ferro. Os 21 anos de dedicação podem ir por água abaixo se as questões de sobrevivência do médico estiverem em risco.

Por isso, é preciso garantir que sejamos remunerados de maneira justa e equilibra-da. Será melhor para todo mundo e não apenas para os médicos. Os pacientes serão os maiores beneficiados. E, em segundo lugar, o sistema de saúde terá uma enorme economia, já que um procedimento bem-feito evita a realização de procedimentos corretivos, que oneram ainda mais o sistema. Fazer bem para fazer uma vez só. Essa é a lógica incontestável.

Senhoras e senhores doutores, parabéns pelo seu dia.José Marcus Rotta

Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)

É preciso garantir

que sejamos

remunerados de

maneira justa e

equilibrada. Será

melhor para todo

mundo e não apenas

para os médicos.

Os pacientes

serão os maiores

beneficiados”.

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curtas

Teresina recebe a Semana Nacional de Combate ao AVCPara prevenir o acidente vascular cerebral (AVC), doença que mais mata no Brasil, ocorreu entre 22 e 29 de outubro a Semana Nacional de Combate ao AVC. Em Teresina (PI), o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) e o projeto Pense bem desenvolveram uma ampla programação, com atividades em vários bairros, escolas e faculdades. Entre elas, uma palestra reuniu mais de 150 mo-radores da região do Primavera (bairro da capital) e abordou a importância da conscientização de adotar hábitos saudáveis como principal arma na prevenção do derrame cerebral. De acordo com a SBN, o Piauí é o terceiro estado do país com o maior percentual de mortes ocasionadas pelo AVC.

Livreto em forma de cordel informa população sobre o mal de AlzheimerVersos simples, linguagem popular e palavras rimadas. A tradicional lite-ratura de cordel foi a arma escolhida pelo neurologista Gutemberg Guerra para ajudar a população no combate ao mal de Alzheimer. A proposta foi fazer com que as informações sobre a doença, como sintomas e tratamen-to, fossem simplificadas e pudessem chegar ao maior número de pessoas. Em princípio, o livreto, intitulado A história da demência, será distribuído em unidades de saúde pública referências no tratamento da doença em Pernambuco. Os dados sobre o mal de Alzheimer no Brasil impressionam: entre 1999 e 2008, o número de pessoas acometidas pela doença passou de 1.343 para 7.882, um aumento de 486%.

Câmara rejeita tratamentoespecífico para esclerose múltiplaEm setembro, a Comissão de Seguridade Social e Família rejeitou o pro-jeto de lei que garante o tratamento adequado às pessoas portadoras de esclerose múltipla por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Pela pro-posta, o Poder Executivo instituiria o Programa Nacional de Atendimen-to Diferenciado aos Portadores de Esclerose Múltipla, com o objetivo de minimizar os danos e as incapacidades provocadas pela doença. Como foi rejeitado em caráter conclusivo na única comissão que analisou o mérito, o projeto será arquivado, exceto se houver recurso para que seja examinado pelo Plenário.

SBN Hoje | 6 |

Descoberto novo alvo de medicamentos para Alzheimer e AVCUm grupo de cientistas da Univer-sidade de Buffalo, nos Estados Uni-dos, identificou um novo receptor no cérebro que pode ser usado como alvo para novos medicamen-tos contra doenças neurodegene-rativas. O que mais surpreendeu é que o receptor NMDA (N-metil-D-aspartato) é crítico para o apren-dizado e para a memória, com um comportamento exatamente oposto àquele que se atribuía até agora. A descoberta de um “alvo” é o pri-meiro passo no desenvolvimento de tratamentos para doenças, pois permite que os cientistas projetem moléculas que possam ativar ou desativar o receptor, dependendo do caso. “É a primeira vez que essa região do cérebro se mostrou útil como alvo de drogas. Se pudermos encontrar um composto químico que se ligue nessa região e pren-da as subunidades dos receptores NMDA, o resultado será muito importante na busca de alternativas de tratamentos para danos provo-cados por AVC, Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas”, disse Gabriela Popescu, principal autora do estudo.

Londrina recebe campanha contra AVCO Hemocentro de Londrina (PR) recebeu em outubro a campanha DTC contra AVC, que tem o objeti-vo de prevenir o acidente vascular cerebral (AVC) em crianças porta-doras de anemia falciforme. Entre as atividades da campanha, foram realizados exames gratuitos de do-ppler transcraniano (DTC), que identifica os riscos das crianças com a doença a terem um AVC. De acordo com Tânia Hissa Anega-wa, hematologista do Hemocentro, o risco é maior em crianças entre 2 e 10 anos. “Por isso, nossa ação envolve também a distribuição de informativos sobre a doença e o tra-tamento”, completou a médica.

SBN no 14º Congresso Europeu de NeurocirurgiaAconteceu entre 9 e 14 de outubro em Roma, na Itália, o 14º Congresso Europeu de Neurocirurgia, um dos mais importantes eventos da es-pecialidade em todo o mundo. A SBN, como não podia deixar de ser diferente, participou do congresso com a presença de muitos neuro-cirurgiões e de seu presidente, José Marcus Rotta, que aproveitou a oca-sião para se reunir com o presidente da Sociedade Italiana de Neuroci-rurgia (Sinch), Franco Servadei. Fi-cou acertado que em 2012 ocorrerá uma reunião conjunta Brasil-Itália, também no país europeu. Londrina (PR)

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SBN Departamentos

Nessa edição, mostramos o Departamento de Funcional e Dor, apresentado por Alexandre Novick Francisco, que atualmente ocupa sua coordenação. Conheça um pouco mais desse importante departamento da SBN e como ele atua junto ao governo nas questões envolvendo a área funcional.

Funcional e Dorpor Alexandre Novick Francisco, coordenador

“A Neurocirurgia Funcional é uma subespecialidade da Neu-rocirurgia, que consiste basi-camente em um grupo de in-

tervenções que corrigem o processo aberrante de informações ou a comu-nicação sináptica alterada no sistema nervoso através da ablação cirúrgica (anatômica) ou estimulação elétrica (fisiológica) para tratar anormali-dades neurofisiológicas. O escopo da Neurocirurgia Funcional atinge uma gama extremamente variada de doenças, incluindo o tratamento de dor, espasticidade, distúrbios de mo-vimento, distúrbios psiquiátricos e epilepsia.

Realizamos bianualmente um evento científico nacional, visan-do a levar o que de mais moderno existe em conceitos científicos na abordagem neurocirúrgica das doen-ças descritas acima. Procuramos, em conjunto com a diretoria da SBN, estabelecer critérios para a utilização desses mesmos procedimentos, da forma mais ética possível, visando, sobretudo, a oferecer atendimento e prestação de serviços da mais alta qualidade para a população.

A incidência de algumas doenças neurológicas crônicas independe da rea-lização de medidas profiláticas. Como exemplo, a doença de Parkinson, a epilpesia e os distúrbios psiquiátricos. Entretanto, medidas que combatam o aparecimento ou a cronificação da dor,

como melhora dos hábitos de vida, pos-tura e realização de exercícios de forma contínua e bem orientada, são firme-mente estimulados pelo nosso depar-tamento. Um dos principais objetivos do departamento, principalmente nos casos de dor, é conscientizar o neuro-cirurgião da importância fundamental em estar sempre atualizado, para iden-tificar potenciais situações de cronifica-ção de dor e tratá-las da maneira mais rápida e eficaz, evitando, dessa manei-ra, o surgimento de situações extrema-mente limitantes para essa população

doenças crônicas. É um problema que vem aumentando anualmente, pois sabemos que estas doenças acometem, preferencialmente, pacientes de idade avançada e estudos projetam que, em 2010, 20% da população norte-ame-ricana teria mais que 60 anos de ida-de. Estas doenças apresentam impacto econômico significativo, da ordem de US$800 bilhões ao ano. O tratamento desses distúrbios neurológicos envolve o uso de medicamentos e terapias múl-tiplas, mas infelizmente algumas dessas condições não apresentam nenhum tratamento específico.

Das que apresentam tratamento, es-tima-se que de 10% a 20% tornam-se refratárias ao tratamento medicamen-toso e conservador com o passar do tempo, apresentando na sua evolução, como única opção terapêutica, a Neu-rocirurgia Funcional. Não dispomos de dados absolutos da real situação brasileira, mas é possível extrapolar es-ses dados, levando-se em consideração o perfil epidemiológico populacional brasileiro. A SBN desempenha papel fundamental nesse sentido. O governo já determinou a implantação de Unida-des e Centros de referência em Neuroci-rurgia Funcional em todo o Brasil, para atender os pacientes do Sistema Único de Saúde. Já foi um passo importan-te, entretanto, uma atuação maior em conjunto da SBN com o Ministério da Saúde, no sentido de levar estes proce-dimentos e seus potenciais benefícios à luz da sociedade brasileira”.

específica. Como uma das principais causas de dor crônica e espasticidade é o trauma do sistema nervoso central e periférico, o departamento apoia todos os programas de prevenção do trauma crânio-encefálico e raqui-medular, tan-to na criança quanto no adulto.

Nos Estados Unidos, sabe-se que 100 milhões de pessoas sofrem de doen-ças neurológicas, sendo a maioria de

SBN Hoje | 8 |

Você faz a hoje

Saber a opinião dos nossos leitores é fundamental para a consolidação de nosso jornal entre as demais publicações das sociedades médicas. Por este motivo, a SBNHoje oferece nesta nova seção, um espaço para que seus associados, residentes e demais especialistas enviem sugestões, críticas e elogios. Contribua para o fortalecimento de nossa Sociedade e com o desenvolvimento da Neurocirurgia no país e no mundo.

Fale conosco: [email protected]

Associado, faça seu cadastro! Acesse o novo site da Sociedade Brasilei-ra de Neurocirurgia (SBN) e preencha seus dados. Acompanhe as principais notícias e eventos da especialidade e conheça os be-nefícios exclusi-vos oferecidos aos membros da SBN. Mais informações: www.sbn.com.br

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uma parceria de sucesso há duas décadas

SBN e Technicare:

Para que uma sociedade de especialidade possa crescer e representar seus associados, é necessário muito trabalho de

sua diretoria. É preciso organizar con-gressos, desenvolver cursos, lançar pu-blicações etc. Para que o trabalho seja realizado conforme o desejado, é pre-ciso, muitas vezes, recorrer a empresas parceiras, que apoiam e auxiliam em muitas dessas atividades.

A Sociedade Brasileira de Neuro-cirurgia (SBN) tem ao seu lado par-cerias com empresas extremamente qualificadas, éticas, idôneas e com expertise suficiente para promover o nome da sociedade e de seus associa-dos. A Technicare Instrumental Ci-rúrgica, empresa estabelecida no Rio de Janeiro e especializada em pro-dutos e serviços para saúde, é uma delas.

Em entrevista para a Revista SBN Hoje, Terezinha Farag, fundadora e diretora da Technicare, conta que para uma empresa e uma sociedade médica possam iniciar e desenvolver projetos em parceria durante muito tempo é preciso criar uma relação baseada na ética e na confiança. Entre a Technicare e a SBN não foi diferente. O trabalho desenvolvido pela empresa de Terezinha Farag na Neurocirurgia foi fundamen-tal para a sua aproximação com a SBN.

Neste bate-papo especial, Terezi-nha relembra um pouco da história de sucesso desta parceria e conta como empresa e sociedade podem construir uma relação baseada na ética e na con-fiança.

SBN Hoje – Como foi o início da tra-jetória da Technicare e da sua rela-ção com a Neurocirurgia?

1985 Fundação

1987Pioneira no Brasil na comercialização de

implantes de titânio para o segmento bucomaxilo

1990Entrada no segmento de Neurocirurgia, com foco

no crânio

1992Início de representação com equipamentos para

Neurocirurgia

1999Entrada no segmento de

cirurgia da coluna

2000Primeira empresa do ramo a obter a

certificação ISO 9001

A história da Technicare

SBN Hoje | 10 |

2001Inauguração da filial São Paulo

2003Inauguração da filial Salvador

2004Início da

comercialização de material dinâmico

para coluna

2005Primeira empresa a obter a certificação

RDC-59

2007Certificação ISO 9001 na

filial São Paulo e expansão da marca Technicare para todo o

Brasil

2009Início da comercialização de material para cirurgia

neuroendoscópica

Terezinha Farag – Antes de fundar a Technicare em 1985, eu já tinha um certo conhecimento do mercado da Saúde, pois já havia trabalhado por muito tempo em outra empresa que atuava neste segmento. Logo no iní-cio do nosso trabalho, formamos par-cerias com fabricantes internacionais da área da Saúde o que impulsionou bastante nossa atuação. Nossa entra-da na Neurocirurgia ocorreu ainda na década de 1980, quando investi-mos, no setor de Neurocirurgia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), no Rio de Janeiro, na épo-ca capitaneado pelo professor Pedro Sampaio. Esta foi a nossa primeira ação na especialidade.

Estados com a

cobertura da

Technicare

20SBN Hoje – E a relação com a So-ciedade Brasileira de Neurocirurgia como foi construída?

TF – A partir dessa nossa primeira ação na especialidade, nossa atuação frente aos profissionais da área foi crescendo, principalmente no Rio de Janeiro. Dessa forma, começamos a realizar parcerias muito boas com a Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro, como treinamento, in-vestimento em tecnologia de ponta e ações de interesse da sociedade. Esse trabalho de qualidade rendeu a mim

o título de Madrinha da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro, do qual me orgulho muito. A partir daí, o caminho natural foi a SBN.

SBN Hoje – Ao longo de tantos anos ao lado da SBN, quais foram os principais projetos desenvolvidos em parceria?

TF – A Technicare ajuda a SBN no que for preciso, principalmente nos con-gressos e eventos em geral. Na verdade, essa parceria é uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que investi-mos e apoiamos a ação da sociedade,

| 11 | SBN Hoje

nosso trabalho está sendo visto pelos neurocirurgiões de todo o Brasil, o que é muito bom. A Technicare nunca deixou de participar de nenhum even-to, inclusive com grandes patrocínios. Nós nos orgulhamos muito em trazer professores estrangeiros, referências da especialidade. Assim nós proporciona-mos uma grande experiência aos neu-rocirurgiões brasileiros e possibilitamos essa troca de conhecimento.

SBN Hoje – Atuar no mercado da Saúde exige um trabalho com muita ética e responsabilidade, principal-mente ao desenvolver atividades em parceria com sociedades de espe-cialidade. Qual a postura da Techni-care frente a esta posição?

TF - Quando você desenvolve um tra-balho claro e eficiente não há com o que se preocupar. Uma das maiores preocupações da Technicare é pro-porcionar aos médicos um programa de educação continuada. Nós leva-mos formação e atualização à classe médica, realizando treinamentos,

cursos e palestras em grande parte do Brasil. Promover a qualificação do médico é o trabalho mais responsável e ético que podemos realizar.

SBN Hoje – O quanto a parceria com a SBN contribuiu para o crescimen-to da Technicare e vice-versa?

TF – Não tenho dúvidas de que essa parceria com a SBN foi e é essencial para nós e para a sociedade também. Ao longo desses mais de 20 anos, a

Technicare expandiu muito sua atua-ção, grande parte devido à SBN. Abri-mos inclusive filiais em São Paulo, em 2001, e em Salvador, em 2003. Recebe-mos também inúmeros prêmios e cer-tificações, inclusive da própria SBN, o que para nós é prova do reconhecimen-to do nosso trabalho. Para a sociedade também tenho certeza da importância da nossa parceria. São anos apoiando a sociedade e promovendo a qualificação dos neurocirurgiões.

Número de colaboradores da Technicare (Rio, São

Paulo e Bahia)

200

SBN Hoje | 12 |

reformam a casa da NeurocirurgiaParcerias de sucesso

Fundada em 1957, a Socieda-de Brasileira de Neurocirurgia (SBN), assim como a especia-lidade, evoluiu bastante em

seus 54 anos de história. Atualmente, a sociedade congrega mais de dois mil membros afiliados e hoje é uma das mais importantes e atuantes sociedades de Neurocirurgia em todo o mundo.

Para alcançar este patamar, a SBN contou com o trabalho e a dedicação de todos os profissionais que passaram pela sociedade. Além deles, a participa-ção de empresas parceiras também foi e é fundamental para o desenvolvimento da entidade. Um dos últimos trabalhos realizados em conjunto foi a reforma da atual sede da SBN.

A casa da Neurocirurgia brasileira foi adquirida na gestão de Cid Célio

Jayme Carvalhaes (2000/2002). Loca-lizada na Rua Abílio Soares, 233, em São Paulo, ela substituiu a antiga sede da sociedade, que ficava na Rua Lean-dro Dupret, 204, também na capital paulista. A mudança de endereço foi necessária devido ao crescimento da SBN ao longo dos anos, havendo a ne-cessidade de um melhor aproveitamen-to de seu espaço físico para proporcio-nar um atendimento mais qualificado aos neurocirurgiões.

Nestes dez anos de atividades, a sede nunca havia passado por nenhum tipo de reforma. Percebendo a necessidade de adaptações e para proporcionar um melhor dia a dia de trabalho, a atual diretoria resolveu promover algumas mudanças. O projeto saiu do papel e tornou-se realidade graças ao apoio e ao investimento de sete empresas

parceiras: Dabason, Fusão, MSD, Or-thoneuro, Technicare, Ventura e Zeiss. As instalações da sede foram reforma-das e ficaram mais funcionais, novas salas de reuniões foram planejadas e o mobiliário também foi substituído, dando mais conforto aos funcionários, diretoria e visitantes.

As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento das sociedades mé-dicas, e com a SBN nunca foi diferente. Essas empresas sempre estiveram ao lado da sociedade para promover a melhor prática neurocirúrgica do país e, conse-quentemente, a saúde da população.

Este foi apenas mais um capítulo na história da SBN, que sabe que estar cercado por pessoas e grupos compe-tentes é fundamental para continuar evoluindo.

| 13 | SBN Hoje

Aulas on-line, conhecimento atualizado

Em entrevista à SBN Hoje, o neurocirurgião Fernando Campos fala das vantagens das aulas de atualização on-line, que já estão

disponíveis no site da Sociedade

Com o advento da tecnolo-gia, as informações circu-lam com mais velocidade e percorrem distâncias cada

vez mais longas. Na Medicina, não poderia ser diferente. Atualmente, são incontáveis os recursos disponí-veis para fomentar a necessidade de atualização e de formação do médi-co. Dessa forma, o neurocirurgião Fernando Campos, coordenador do projeto Formação Neurocirúrgica On-line, da Sociedade Brasileira de Neu-rocirurgia (SBN), esclarece como surgiu a ideia de disponibilizar aulas de formação on-line. Ele fala da im-portância dessa iniciativa para a edu-cação continuada do neurocirurgião.

SBN Hoje – Como surgiu a ideia das aulas on-line?

Fernando Campos – Nós, da SBN, juntamente com o atual presidente, José Marcus Rotta, sempre tivemos interesse nessa parte de ensino e de trei-namento, e verificamos que a realidade mudou com o advento da tecnologia, da informática. Então, surgiu a ne-cessidade de se colocar esse material disponível em cursos eletrônicos. Por isso, surgiram as aulas on-line, que faz com que a informação chegue muito mais rápido para os neuroci-rurgiões do Brasil.

SBN Hoje – Como são as aulas?

FC – Existem temas que são consi-derados standard, temas clássicos da Neurocirurgia, que é suposto que todo neurocirurgião saiba como, na atualidade, está acontecendo. En-tão, são aulas de atualização com os profissionais que são renomados no tema no Brasil. Esse é o critério de escolha que a comissão lança mão para eleger os profissionais que estão realmente pesquisando, estudando e atuando com aquele tema específico e que possa dar uma visão – como costumamos brincar – tal qual o “leão da montanha”. De cima da montanha, você vê para onde as coi-sas estão caminhando, quais são as

condutas que devem ser tomadas, até onde vai o conhecimento e como de-veria proceder.

SBN Hoje – O que as aulas on-line têm de vantagem em relação às presenciais?

FC – As aulas são abertas, disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Neu-rocirurgia. Todo neurocirurgião que é membro da SBN pode ter acesso às aulas e pode participar. Sendo assim, a vantagem em relação a um congresso, por exemplo, é que o neurocirurgião verá um profissional do Brasil que está estudando e atuando naquele tema específico, de extrema importância. Trata-se de um especialista falando de uma forma organizada e direcionada

Trata-se de um especialista falando de uma forma organizada e direcionada para um público

que pesquisa determinado conhecimento. O neurocirurgião poderá assistir à aula no

conforto da sua casa ou do seu consultório, em grupo ou não, e acessando o conteúdo quantas

vezes desejar”.

SBN Hoje | 14 |

para um público que pesquisa deter-minado conhecimento. O neurocirur-gião poderá assistir à aula no conforto da sua casa ou do seu consultório, em grupo ou não, e acessando o conteúdo quantas vezes desejar.

SBN Hoje – De que maneira os inte-ressados podem participar?

FC – Sendo o indivíduo membro da Sociedade, ao acessar o nosso site, ele já tem tudo disponível. Ele pode as-sistir às aulas que estão disponíveis no programa, gratuitamente. A nossa ideia é levar para o neurocirurgião uma informação de qualidade, comprome-tendo o profissional, que é considera-do o melhor naquele assunto, com a missão de levar para os outros neuro-cirurgiões a informação da “crista da onda”, ou seja, aquilo que os médicos precisam saber e o que a ciência diz sobre determinado tema.

SBN Hoje – Os médicos mais ex-perientes estão receptivos a essa iniciativa?

FC – Essa é uma questão interessan-te, porque é algo que parece simples, como de fato é, mas ao mesmo tem-po trata-se de algo novo. Então, se passamos um tema genérico para um

É uma das responsabilidades da

sociedade médica levar para seus

sócios a educação continuada. Então,

essa seria mais uma forma, além de todas as outras que a SBN faz, de cumprir o seu

papel e nivelar por cima o conhecimento

dos neurocirurgiões do Brasil”.

profissional mais experiente desen-volver, ele entende que a responsabi-lidade dele é muito grande em falar sobre o tema. Então, muitas vezes, ouvimos comentários do tipo: “Vou falar sobre isso, mas, se a pessoa pro-curar na internet, ela terá essa infor-mação”. Na verdade, o que a gente quer é justamente o laço da pessoa que tem autoridade para informar os

neurocirurgiões como falar e infor-mar toda a sociedade.

SBN Hoje – Como são estruturadas as aulas? E como os neurocirurgiões são avaliados?

FC – Os módulos seriam as subdivisões clássicas da Neurocirurgia e duram não mais que 20 minutos. As aulas podem ser acessadas a qualquer mo-mento do dia e quantas vezes o indi-víduo achar que é necessário. É como se a pessoa estivesse em um congresso continuamente. Então, nesse mode-lo de curso, não estamos levando em consideração coisas que ainda não es-tão bem estabelecidas. A ideia é jus-tamente levar informação que já está cristalizada, a que deve ser praticada e que é aceita atualmente como correta para todos os neurocirurgiões do Bra-sil. O fato de ele já ter participado, de ter assistido à aula, já é levado em consideração, mas no final das aulas existem alguns testes, elaborados pelo próprio palestrante, a fim de pontuá-los. A aprovação existe quando a pes-soa assiste à aula e acerta, pelo menos, 70% das questões. É uma das respon-sabilidades da sociedade médica levar para seus sócios a educação continua-da. Então, essa seria mais uma forma, além de todas as outras que a SBN faz, de cumprir o seu papel e nivelar por cima o conhecimento dos neuro-cirurgiões do Brasil.

| 15 | SBN Hoje

por Marcello Manes

Carreira médicaem um dia especial

Em 18 de outubro, foi comemorado o Dia do Médico no Brasil.

Neurocirurgiões revelam as realizações pessoais e profissionais da carreira

SBN Hoje | 16 |

Em 18 de outubro, celebrou-se o Dia do Médico e uma per-gunta vem à cabeça de todos os profissionais da área: o mé-

dico brasileiro tem realmente o que comemorar? E o neurocirurgião? Ser médico no Brasil hoje exige muitos sacrifícios: são inúmeros desafios a serem superados diariamente, tanto no setor público quanto no privado. Mas nem tudo na profissão é motivo de queixa ou reclamação. Há muitos valores a serem ressaltados e que en-chem o dia do médico de alegria.

Nesta edição da Revista SBN Hoje, com os depoimentos de neurocirurgiões – jovens ou experientes – e com a parti-cipação especial do novo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, mostramos como está o cenário da Medicina no país, em especial da Neurocirurgia, apon-tando desafios conquistados e outros que precisam ser enfrentados.

Homenagem aos neurocirurgiões

Durante o Encontro Mundial das Sociedades de Neurocirurgia, realiza-do em setembro, em Porto de Gali-nhas (PE), o presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), José Marcus Rotta, prestou uma ho-menagem a todos os profissionais da área pelo Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro. Endereçadas a Clemente Augusto de Brito Pereira, um dos expoentes da Neurocirurgia brasileira, as palavras do presidente foram estendidas a todos os profissio-nais da classe.

De maneira bem humorada, José Marcus Rotta revelou que gostaria de homenagear três personalidades importantes para a Neurocirurgia brasileira e mundial. “A primeira ho-menagem vai ao meu mestre, que me transmitiu não só conhecimento, e sim dedicação e amor pelo meu ofí-cio. Ele demonstrou com atitudes, não com palavras, que antes de ser um bom médico é preciso ser um ho-mem de caráter. Ele me mostrou que o médico é apenas um instrumento, e não o centro do universo. A segunda homenagem vai ao meu amigo, que

me respeita mesmo estando em lados diferentes da mesa. Amigo pelo qual você coloca a mão no fogo, com uma relação fraterna construída com atitu-des, gestos e palavras de carinho, con-fiança e companheirismo. A terceira homenagem vai ao meu irmão, não nascido do mesmo ventre, mas com-panheiro de vida. Um irmão, que a despeito do sangue, divide ideais, traje-tórias profissionais, alegrias e tristezas. Um irmão que só pessoas privilegia-das como eu têm a sorte de encontrar. Os três homenageados são a mesma pessoa: Clemente Augusto de Brito Pereira”, finalizou emocionado José Marcus Rotta.

O início da carreira

Que a Medicina é uma das mais belas e importantes profissões disso ninguém duvida. A Medicina en-canta muita gente, talvez pelo ritmo acelerado das pesquisas, descobertas e inovações que a área apresenta ou, então, pela responsabilidade de ter a vida de outro ser humano em suas mãos. Saber que você pode fazer re-nascer a vida de alguém é fascinante e apaixonante. Para o jovem que pre-tende seguir a profissão, é preciso ter em mente que na Medicina nem tudo são glórias. Esta é uma vida que exige bastante dedicação.

Países que também celebram o

Dia do Médico em 18 de outubro:

Argentina

Bélgica

Canadá

Espanha

Estados Unidos

França

Inglaterra

Itália

Polônia

Portugal

| 17 | SBN Hoje

Para Florentino Cardoso, presi-dente da Associação Médica Brasileira (AMB), o jovem precisa ter esses dois lados bem esclarecidos antes de tomar a decisão de ser médico. Só com essa certeza ele poderá se dedicar à pro-fissão como ela exige. “Para exercer a Medicina, é preciso ser ético, digno e ter o coração aberto para ajudar e compreender as pessoas, além de mui-ta paciência e disposição para traba-lhar. O médico vencerá na vida com trabalho e amando o que faz, sempre com foco no paciente”, diz.

Uma vez com essa clareza em men-te, o jovem que ingressa na Medicina sabe que passará por inúmeros mo-mentos de decisão em sua carreira, a começar pela residência e pela opção da especialidade. Cada residente faz a escolha sobre um aspecto: ou analisa o mercado e tenta enxergar um futuro mais promissor ou segue sua vocação ou, então, opta simplesmente por uma questão familiar. Foi isso o que aconteceu com Lórimer Carneiro,

Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira

coordenador do Departamento do Jo-vem Neurocirurgião da SBN.

“Tenho um tio neurocirurgião e que também foi meu professor, por isso, sempre me interessei muito pela Neurocirurgia. Isso me despertou e incentivou a seguir a carreira. Com o passar dos anos e com o contato com a especialidade, decidi que realmente era ela que eu queria seguir. Se posso dar um conselho aos acadêmicos, é que se deixem levar pelo fascínio, pelo bem-estar em fazer e que se envolvam com a especialidade. Tudo que é feito com prazer se torna mais fácil. Foi as-sim comigo e com a Neurocirurgia”, relata Lórimer.

O neurocirurgião baiano Agenor Araújo da Silva o ressalta que tão importante quanto a escolha de qual especialidade seguir, o jovem médico precisa se dedicar à residência, pois é ela que transformará o profissional em um especialista. “Sem residência não existe especialização. Ela precisa ser integral e receber dedicação exclusiva

do médico. Minhas congratulações para aquele que escolhe a Neuroci-rurgia. Essa é uma bela especialidade, porém, trabalhosa e competitiva. Se o profissional se mantiver atualizado, sua carreira será gratificante”, esclarece.

Alegrias e desafios da profissão

Após acabar a residência e entrar no mercado de trabalho, o neuroci-rurgião perceberá que durante o dia a dia de atendimento ele ficará frente a frente com determinadas situações: algumas o farão sorrir; outras pode-rão deixá-lo cabisbaixo. Para Lórimer Carneiro, as alegrias da Medicina se sobressaem às dificuldades. “A alegria da nossa profissão é a consequência do resultado do empenho em procurar se capacitar mais para poder exercer a profissão com sucesso”, diz.

Florentino Cardoso tem uma opi-nião muito próxima a de Lórimer Carneiro e aponta o contato com o ser humano como a maior alegria da

SBN Hoje | 18 |

Medicina. “Um dos maiores motivos de alegria na profissão, com certeza, é auxiliar as pessoas. Poder entrar na inti-midade dos lares, conhecer a diversidade do comportamento, dar o diagnóstico, tratar e curar. Outra alegria é a possibili-dade de participar da promoção da saú-de e da prevenção das doenças”, ressalta o presidente da AMB.

Nem só de alegrias vive a Medici-na. Inúmeros obstáculos são enfrenta-dos com frequência pelos profissionais que, felizmente, conseguem superar parte deles no dia a dia de atendimen-to. Outros, porém, estão acima da alçada dos médicos, pois necessitam de mudanças estruturais e legais para a melhora do exercício da profissão. “No setor público, por exemplo, o principal problema é, na maioria das vezes, o atendimento caótico, em es-pecial nas grandes emergências, onde os pacientes se avolumam e são mal-tratados. Muitos ficam jogados em corredores e macas, passando horas sem atendimento adequado. Precisamos

priorizar recursos para a saúde públi-ca. Já no setor privado, o número de médicos que deixam de atender a pla-nos e seguros de saúde tem aumenta-do devido à baixa remuneração. Ou-tra queixa frequente é a interferência dessas empresas na autonomia do mé-dico. Quando o profissional solicita um exame ou procedimento e o plano de saúde coloca muitos obstáculos para realizá-lo, essa barreira dificulta o relacionamento com os pacientes”, critica Florentino.

Para o neurocirurgião Miguel Farage, a questão dos honorários médicos talvez seja o maior desafio dos profissionais. O ponto é debatido anualmente em congressos, seminários, reuniões de sociedades e em encontros com as pró-prias operadoras de saúde, porém con-tinua sem um resultado que satisfaça ambas as partes. “Não existe honorário satisfatório, sempre haverá alguém se queixando. O mais importante, entre-tanto, é haver um equilíbrio entre os in-teressados. É aí que as sociedades devem

Agenor Araújo destaca a importância de o jovem médico se dedicar à residência

Por que 18 de outubro é o Dia do Médico?Segundo a tradição litúrgica, a data consta

como dia de São Lucas, padroeiro da Medicina.

Dessa forma, em homenagem ao santo, passou-

se a adotá-la também como o Dia do Médico.

Nascido no século I d.C., em território em que

hoje se localiza a Turquia, ele exercia a Medicina,

era pintor, músico e historiador. Lucas é o autor

do terceiro evangelho. Acredita-se que possuía

um nível cultural mais elevado para os padrões

da época, vide a terminologia empregada em seus

escritos. Em certas passagens, utiliza palavras

que indicam sua familiaridade com a linguagem

médica. Discípulo de São Paulo, o seguiu em

missões, sendo chamado pelo apóstolo de

“colaborador” e “médico amado”.

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intervir, inclusive a SBN. A Sociedade deve atuar para acomodar os interesses da sua classe, no nosso caso a Neuro-cirurgia, mas não pode se esquecer do usuário. Se os honorários ultrapassam um determinado limite, torna-se invi-ável a manutenção dos planos”, explica Miguel Farage.

O futuro da Neurocirurgia

O Departamento do Jovem Neuro-cirurgião da SBN, coordenado por Lóri-mer Carneiro, tem grande responsabili-dade sobre o futuro da especialidade, pois atua diretamente na formação dos novos neurocirurgiões. Lórimer sabe o tamanho do trabalho que tem em mãos. “Existe um programa de residência médica em Neurocirurgia a ser seguido, com crono-gramas e provas anuais, além da prova de

título de especialista em conjunto com a Associação Médica Brasileira. A SBN é uma instituição ativa que visa a propor-cionar a prática fortalecida, segura e res-peitosa da nossa especialidade”, explica.

Além da parceria para a prova de tí-tulo de especialista, SBN e AMB cami-nham de mãos dadas para desenvolver a especialidade. Quanto mais a parceria se desenvolve, agregando um número maior de profissionais, mais fácil será promover a saúde da população. “A Neurocirurgia no Brasil é importantís-sima, com um grande destaque fora do país. A especialidade cresceu, melhorou o aparato do diagnóstico e o resultado dos tratamentos. Esperamos é que no futuro tenhamos resultados ainda mais rápidos devido ao avançado desenvol-vimento da Neurocirurgia”, finaliza Florentino Cardoso.

Lórimer Carneiro, coordenador do Departamento Jovem Neurocirurgião da SBN

“Foram 52 anos de atividade mas, infelizmente, chegou a hora de parar.

Diferente de muitas especialidades, em que o médico pode trabalhar até

idades avançadas, na Neurocirurgia, por mais que esteja bem, a idade pesa. A

especialidade é difícil, exige uma dedicação que compromete o bem-estar. Temos

que aprimorar os conhecimentos e frequentar os congressos da especialidade.

Se você se dedica à carreira universitária, é importante participar do

serviço de Neurocirurgia de sua escola, operar pacientes do SUS e ensinar

alunos. Essa realização é o ponto de comemoração no Dia do Médico.

A Neurocirurgia é uma especialidade que traz muito dissabor quando os resultados não são os

desejados, mas traz mais alegria que qualquer outra especialidade. A felicidade vem quando você

consegue salvar alguém ou evitar que fique cego ou sofra danos motores, por exemplo.

A SBN está sempre em evolução, protegendo os residentes e organizando congressos. Hoje, a SBN

é a terceira maior em número de associados em todo o mundo.

Por tudo isso, gostaria de aconselhar o jovem neurocirurgião: abrace a Neurocirurgia com entusiasmo,

devoção, trabalho e estudo, procurando se juntar aos colegas e lembrar que a boa remuneração é

consequência do trabalho honesto. Sua ética e moral estão acima de tudo e devem ser preservadas”.

A experiência falaFernando Braga, neurocirurgião aposentado como professor

titular de Neurocirurgia da Unifesp

NO DIA DO MÉDICO, UMA HOMENAGEM

DA INCORP AO NEUROCIRURGIÃO, UM

MESTRE NA ARTE DE INTEGRAR TÉCNICA

E SENSIBILIDADE, RAZÃO E EMOÇÃO.

18 DE OUTUBRO, DIA DO MÉDICO

Neuro

C&M

SBN Hoje | 20 |

Clemente Augusto recebe homenagem do presidene da SBN, José Macus Rotta

NO DIA DO MÉDICO, UMA HOMENAGEM

DA INCORP AO NEUROCIRURGIÃO, UM

MESTRE NA ARTE DE INTEGRAR TÉCNICA

E SENSIBILIDADE, RAZÃO E EMOÇÃO.

18 DE OUTUBRO, DIA DO MÉDICO

Neuro

C&M

A criação de

diretrizes pela SBNpor José Marcus Rotta (presidente da SBN), Ricardo Botelho (diretor de Diretrizes) e

Wanderley Bernardo (coordenador do Comitê Técnico do Programa Diretrizes – AMB)

Uma das características da Medicina que perdurará provavelmente para sempre é a necessidade de revisão

de seus conceitos, métodos e resul-tados. Só assim será possível revelar o melhor tipo de tratamento para as mais variadas doenças.

Com a industrialização da práti-ca médica e a instrumentalização de praticamente todas as intervenções e as inegáveis mudanças no pagamento de honorários médicos, mudando o

foco do valor agregado na Medicina, a percepção da não sustentação do sistema de Saúde tem sido descrita há alguns anos na literatura científi-ca1, culminando atualmente em seu apogeu2.

Como forma de contornar o pro-blema, várias entidades apareceram como norteadoras da prática médica, legítima ou ilegitimamente. As dire-trizes brotam como os novos balizado-res dessa boa prática. O termo proto-colo foi substituído pela análise mais

sistematizada e metodologicamente adequada da literatura do que as que vinham sendo feitas há duas décadas, envolvendo ferramentas de busca, se-leção, avaliações metodológicas e pon-deração dos efeitos dos tratamentos.

Mesmo o aprimoramento na ava-liação, entretanto, tem sido usado com enorme quantidade de confli-tos de interesses por diferentes par-tes do sistema de Saúde, tais quais: o governo, as seguradoras e as asso-ciações de especialidade. Mesmo entre as associações de especialidade tem havido discrepâncias nas avalia-ções dos resultados apresentados3. Algumas especialidades têm criado formas próprias de avaliação, con-frontando a metodologia das clássi-cas escolas de Medicina baseadas em evidências3.

Na maioria dos países ocidentais, as sociedades de especialidades têm sido as responsáveis pelas recomendações em saúde. As recomendações sobre a profilaxia do câncer de mama, por exemplo, e seus exames de prevenção, assim como as recomendações no cân-cer de próstata, têm sido propostas pelas sociedades afins. As únicas di-ferenças estão concentradas nas pecu-liaridades relacionadas à realidade de cada nação. Em nosso país, espera-se que a Sociedade Brasileira de Neuro-cirurgia faça (e fará) o seu papel nesse

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Referências1. James Giordano, and Michael E. Schatman. An Ethical Analysis of Crisis in Chronic Pain Care: Facts, Issues and

Problems in Pain Medicine; Part I. Pain Physician. 11:483-490, 2008.

2. Matthew J. Smith. Accountable disease management of spine pain. The Spine Journal. 11(9), 807-815, 2011.

3. Laxmaiah Manchikanti, Sukdeb Datta, Richard Derby, Lee R. Wolfer, Ramsin M. Benyamin, and Joshua A. Hirsch. A Critical Review of the American Pain Society Clinical Practice Guidelines for Interventional Techniques: Part 1. Diag-nostic Interventions. Pain Physician; 13:E141-E174, 2010.

4. Cheng, Joseph S. ; Lee, Michael J.; Massicotte, Eric; Ashman, Bryan; Gruenberg, Marcelo; Pilcher, Leslie E.; Skelly, Andrea C. Effects of Guidelines and Payer Policies Clinical Guidelines and Payer Policies on Fusion for the Treatment of Chronic Low Back Pain.Spine,:(36), S144–S163, 2011.

5. http://www.agreecollaboration.org

quesito. Para alcançar um resultado bem-sucedido, delega-se também o trabalho aos departamentos nas dife-rentes áreas do conhecimento.

A adequação à prática determina que as diretrizes tenham base clíni-ca e, assim, sejam feitas por médicos envolvidos na problemática. Os con-flitos de interesse inerentes nas dire-trizes das operadoras de saúde e a alta contenção de gastos têm refletido na baixa qualidade das diretrizes produ-zidas por essas fontes4.

Para qualificar ainda mais o seu trabalho e possibilitar que seus componentes atuem nesse processo, a SBN criou a Direção de Diretri-zes. A metodologia empregada tem sido fornecida pela Associação Mé-dica Brasileira, através do projeto Diretrizes, sob a égide da Agência Nacional de Saúde Suplementar e do Conselho Federal de Medicina.

Os departamentos devem tomar a dianteira da formulação do conteúdo para orientação da prática de todos.

Isso, porém, não impede que os neu-rocirurgiões sintam-se convidados a participar desse processo, tanto na ca-pacitação como na produção e na vali-dação das recomendações.

O método deve ser suficiente para criar orientações baseadas em pro-blemas clinicamente relevantes, com métodos de pesquisa claros, transpa-rentes e reprodutíveis5. O resultado bem-sucedido deve servir não só aos interesses da própria corporação, mas sim de toda a sociedade.

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JurídicaOrientação

por Dr. Roberto GodoyNeurocirurgião e advogado, presidente e membro da Câmara Técnica de Políticas de Saúde do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e vice-presidente da Comissão Especial de Planos de Saúde e Assistência Médica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

É possível notar que recentemente têm ocorrido decisões judiciais im-pondo o retorno de médicos, neu-rocirurgiões inclusive, aos plantões à distância quando os profissionais deixam a escala sem uma justificati-va plausível. Por enquanto, ainda são poucas tais decisões, mas acreditamos que tendem a aumentar, uma vez que o nível de insatisfação dos neurocirur-giões é cada vez maior.

Vemos isso com grande preocupa-ção, pois se começa a criar o conceito de trabalho compulsório, o que vai de encontro ao que dispõe o Código de Ética quanto à autonomia profissio-nal. Assim, no capítulo I dos Princí-pios Fundamentais, há o item abaixo.

Um alerta sobre os plantões à distância

VII – O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar servi-ços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situa-ções de ausência de outro mé-dico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua re-cusa possa trazer danos à saúde do paciente.

Também no capítulo II dos Direitos dos Médicos, há referência ao assunto, conforme os itens que se seguem.

IV – Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissio-nais. Nesse caso, comunicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conse-lho Regional de Medicina.

V – Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequa-das para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situa-ções de urgência e emergência, devendo comunicar imediata-mente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina.

As decisões judiciais têm levado em conta a necessidade de atendimento à po-pulação e têm estabelecido que, para não mais cumprirem escala de plantão, os médicos devem desligar-se do corpo clí-nico. É óbvio que o médico deve atender urgências. Esse conceito permeia todo o Código de Ética, mas também é claro no mesmo código que, para realizá-las, o médico deve ter condições adequadas de trabalho, cabendo ao diretor clíni-co assegurar essas condições, conforme consta do parecer citado adiante.

Outro ponto que chama a atenção nas sentenças é que elas baseiam-se em contratos firmados entre o hospital e o sistema público de saúde. Há, porém, um óbice nessa consideração. Esses con-tratos estabelecem relação jurídica entre uma secretaria (representando o sistema público de saúde) e a entidade hospita-lar. Esses contratos não estabelecem re-lação jurídica dos médicos componentes do corpo clínico, nem com o órgão pú-blico nem com o hospital conveniado.

A relação jurídica entre médicos e hos-pitais é efetivada pelo regimento de corpo clínico, obrigatório por determinação do Conselho Federal de Medicina, ou por contratos particulares do hospital com cada médico. É de fundamental impor-tância que se atente para o que dispõe o

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O chamado plantão à distância tem gerado problemas

de várias naturezas provocando pareceres dos

conselhos, o que mostra que o médico tem autonomia

para querer ou não participar dos plantões e que ele

deve obrigatoriamente ser remunerado.

regimento (ou o contrato particular, quan-do existirem) no que se refere à obrigato-riedade ou não dos plantões à distância e também no que se refere ao desligamento do corpo clínico. Essas são as regras que poderão auxiliar o neurocirurgião em um eventual questionamento judicial.

O chamado plantão à distância tem gerado problemas de várias naturezas provocando pareceres dos conselhos, o que mostra que o médico tem autonomia para querer ou não participar dos plan-tões e que ele deve obrigatoriamente ser remunerado. O parecer do Conselho Fe-deral de Medicina 19/1993, corroborado pelo parecer do CFM 9/2003, responde várias perguntas, das quais destaco:

Podem as instituições exigir dos médicos o cumprimento de esca-la de plantão obrigatório e gratui-to por especialidade, quando os mesmos desejam apenas assis-tir seus pacientes conveniados e particulares?

A exigência de cumprimento de plantão obrigatório e gratuito é desca-bida. Se existe uma escala de plantão e se o cumprimento desta é obrigatório, está claramente configurada relação trabalhista. Ao médico que aceita cum-prir tais escalas, cabe o reconhecimento de vínculo empregatício e, portanto, de

salários. Aos demais, não cabe a obriga-toriedade de prestar tal serviço.

Pode o hospital obrigar o médico a cumprir plantão à distância?

As características de cada cidade, de cada hospital e o número de especia-listas disponíveis tornam heterogênea a organização desse tipo de trabalho. Um hospital de grande porte de uma gran-de cidade geralmente mantém médicos de diversas especialidades de plantão. Já em uma pequena cidade, como faria para manter tal leque de especialistas de plantão? A existência de “plantão à distância” é decorrência dessa heteroge-neidade de formas de organização. Es-ses plantões, naturalmente, não podem ser impostos e obrigatórios. O acordo entre profissionais e a administração das instituições é que estabelecem estas formas de prestação de serviço.

O parecer do Conselho Regional de Medicina do Paraná 2.267/2010 tem como uma de suas conclusões: “Os plan-tões à distância devem ser remunerados. O médico é livre para querer ou não deles participar. No caso de optar pela parti-cipação nos plantões à distância, deverá atender quando solicitado, independente do convênio do paciente. Cabe ao diretor técnico da instituição assegurar os direitos dos médicos e as condições de trabalho”.

O parecer do Conselho do Regio-nal de Medicina do Mato Grosso do Sul 6/2010 tem como sua conclusão número 7: “Das análises das resoluções do CFM, pareceres e do próprio regimento da San-ta Casa, concluímos que a instituição não pode obrigar o médico do corpo clínico a cumprir escala de plantão de sobreaviso se assim não desejar. Nesse sentido, não pode a instituição impor ao médico a condição de cumprir plantões para continuar a in-tegrar o corpo clínico, a menos quando existir vínculo empregatício e quando, por acordo com o hospital, o médico aceitar participar de escala de plantão”.

Por fim, é preciso salientar que, mes-mo sem pertencer ao corpo clínico de uma instituição hospitalar, é direito do médico internar seus pacientes, confor-me o item abaixo incluído no capítulo dos Direitos dos Médicos:

VI – Internar e assistir seus pa-cientes em hospitais privados e públicos com caráter filan-trópico ou não, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas aprovadas pelo Conselho Re-gional de Medicina da perti-nente jurisdição.

| 25 | SBN Hoje

A Neurocirurgiamundial reunida no Brasil

Após 34 anos, o país voltou a sediar o congresso da WFNS.

Durante quatro dias, Porto de Galinhas (PE) reuniu os principais

nomes da Neurocirurgia mundial

Setembro foi um mês muito especial para a Neurocirur-gia brasileira. Entre os dias 14 e 17, o país sediou um

dos mais importantes eventos da es-pecialidade no mundo: o 14º Con-gresso da Federação Mundial das So-ciedades de Neurocirurgia (WFNS, sigla em Inglês). A cidade de Porto de Galinhas (PE) teve o privilégio de receber o encontro. Esta conquis-ta significou muito para a Medicina brasileira, visto que o país não sedia-va o congresso desde 1977, quando São Paulo teve tal honra.

A escolha de uma cidade no Nor-deste brasileiro teve uma clara pro-posta: mostrar aos colegas de todo o mundo não só o progresso do país, mas também as dificuldades. Como uma das missões da WFNS é apoiar regiões que necessitam de ajuda, esta era a melhor oportunidade para os líderes da Neurocirurgia mundial discutirem como melhorar a quali-dade de vida dos profissionais e dos pacientes dessas regiões.

O congresso da WFNS caracteriza-se não somente pela atualização dos profissionais, mas também por se preocupar e por discutir ações huma-nitárias para o desenvolvimento do planeta. Para Hildo Azevedo Filho, secretário geral da WFNS, um dos

principais focos da sociedade é ajudar a promover o processo de paz em to-das as regiões. “O Brasil é um lugar de pessoas pacíficas, que aprenderam a viver juntas com suas preferências e diferenças. Estou certo de que não ha-verá lugar melhor para construir no-vos caminhos em direção a um mun-do melhor”, explicou Hildo.

Para que o congresso pudesse atin-gir o seu objetivo, o trabalho realiza-do em parceria pela Sociedade Brasi-leira de Neurocirurgia (SBN) e pela WFNS foi fundamental. A SBN, que abraçou o projeto desde 2006, e Hildo Azevedo Filho trabalharam bastante para que os quatro dias de evento passassem sem nenhum im-previsto pelo caminho. Em seu dis-curso durante a cerimônia de abertu-ra, Hildo fez questão de agradecer a todos que contribuíram para tornar o sonho em realidade.

“Deixe-me começar dizendo que este é um dos dias mais felizes de mi-nha vida. Devo agradecer à diretoria da WFNS por ter acreditado em mim e me autorizado a mostrar o meu amado estado de Pernambuco aos neurocirur-giões do mundo. Ao professor Jacques Brotchi, último presidente da WFNS, e ao meu presidente, professor Peter Black. Certamente, a SBN se juntará a mim para agradecer ao presidente do

Próximos congressos do WFNS

2013 – Seul, Coreia do Sul

2015 – Roma, Itália

2017 – Istambul, Turquia (eleito

durante o congresso no

Brasil)

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congresso, Eduardo Campos, gover-nador do estado de Pernambuco. Ao atual presidente da SBN, José Marcus Rotta, também expresso os mais afe-tuosos agradecimentos. Meus sinceros votos também a Fátima Griz, Geraldo Furtado, Nivaldo Sena, Gisela, Andréa e Mônica Latache e, por último, mas não menos importante, devo agradecer a minha esposa Alita e a toda minha fa-mília”, discursou o emocionado Hildo.

José Marcus Rotta também fez questão de proferir algumas palavras de agradecimento. “É com grande prazer que me dirijo à elite da Neu-rocirurgia mundial. Como presiden-te da SBN, sinto-me honrado em recebê-los de braços abertos e cora-ção leve. Não tenho como esconder o orgulho por saber que o mundo reconhece o meu país como um dos principais centros de Neurocirurgia. Temos aqui uma oportunidade ímpar

de aprimorar nosso conhecimento, de compartilhar nossas competên-cias e de fortalecer nossa categoria no Brasil e no mundo”, concluiu.

Após quatro dias de intenso tra-balho, o congresso registrou núme-ros expressivos: 1.038 participantes de 94 países, o que possibilitou um enorme intercâmbio de informações entre os profissionais. Em 2013, o evento aportará em Seul, na Coreia do Sul. Entretanto, não há dúvidas de que o congresso realizado no Bra-sil permanecerá na memória de todos por muitos anos.

Números

1.038 participantes, sendo 540

neurocirurgiões e delegados da WFNS e 204

residentes

Porto de Galinhas (PE)

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Você sabia?

Honorários médicos:uma luta que começou no início do século XX

Uma das questões mais deba-tidas pela classe médica dos anos de 1990 até hoje é a luta pela melhoria da remu-

neração e das condições de trabalho no setor público e a revisão das tabe-las da Medicina privada. No entan-to, essa luta não vem de hoje. Data da década de 1920 a criação de um sindicato para defender a liberdade do médico em determinar o valor e a duração de sua consulta, sem qual-quer interferência externa. Os Códi-gos de Ética Médica de 1931 e 1945, promulgados em eventos promovidos pelo sindicato, estão baseados nesses interesses profissionais.

As manifestações políticas e li-bertárias espalhadas pelo mundo em 1968 inspiraram o movimento sindical médico. Naquele ano, foi organizado o Movimento Médico

Independente Renovador (MMIR), cujo objetivo era conquistar a dire-ção do Sindicato Médico, que estava aliada ao Regime Militar. Para isso, o MMIR mobilizou os médicos de cada hospital. Os integrantes da cha-pa foram escolhidos nas assembleias realizadas em cada unidade, cons-truindo um grupo representativo. Com a vitória da chapa, o sindica-to passou a defender, pela primeira vez, os interesses dos médicos assa-lariados, sobretudo os funcionários públicos. O sindicato ainda oferecia uma gama de serviços assistenciais para seus associados.

No final da década de 1970, se-guindo a linha da redemocratização da sociedade brasileira, foi organizado o Movimento de Renovação Médica (Reme), que contava com a participa-ção de médicos residentes. Em 1978,

o Reme conseguiu eleger seus primei-ros representantes, tirando a direção da entidade das mãos dos médicos aliados ao Regime Militar.

Em março de 1981, começou a ser realizada a maior e mais importan-te greve médica da história do Brasil, motivada pelas precárias condições de trabalho, os baixos salários, a saúde do médico e o risco que representava o crescimento dos planos de saúde. E da década de 1990 até os dias atuais, os serviços de assistência médica torna-ram-se ainda mais precários. No poder público e privado, tem sido oferecida uma assistência insuficiente à popula-ção, sob relações e condições de tra-balho que ameaçam a preservação do exercício ético da Medicina. A busca por melhores honorários é, portanto, uma luta incansável de uma classe que merece todo o reconhecimento.

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Honorários médicos

contra má remuneraçãoMédicos fazem paralisações

A Associação Médica Brasilei-ra (AMB), a Federação Na-cional dos Médicos (Fenam) e o Conselho Federal de

Medicina (CFM) juntaram forças em 2011 para mostrar que a situação dos profissionais da Saúde no Brasil está em crise. Assim, essas entidades orga-nizaram duas paralisações nacionais, uma contra as operadoras de saúde, realizada em 21 de setembro, e ou-tra contra o Sistema Único de Saúde (SUS), em 25 de outubro.

Na paralisação contra as opera-doras, que atingiu 23 estados mais o Distrito Federal, os profissionais rei-vindicaram principalmente o reajuste

de honorários, mas pediram ainda a regularização dos contratos entre pla-nos e médicos e o fim da interferên-cia direta na autonomia de seus tra-balhos. Os mais de 70% de médicos que aderiram à greve alegaram que as mensalidades dos planos tiveram um aumento de cerca de 150%, enquanto o reajuste da remuneração médica foi de apenas 50%. A Sociedade Brasilei-ra de Neurocirurgia (SBN) mostrou o seu apoio à causa e ao movimento, pois ele segue as premissas da enti-dade de representar e de defender os profissionais médicos.

Já na mobilização em defesa do SUS, apenas seis estados não participaram

do protesto contra a baixa remunera-ção e as más condições de assistência e de trabalho. Pouco dias depois do Dia do Médico (18 de outubro), em todo o país houve manifestações e atos públicos. Um manifesto assinado pela AMB, pela Fenam e pelo CFM pediu providências para garantir mais inves-timentos do governo na área da Saúde. Entre as reivindicações, estão uma re-muneração adequada no setor público e uma melhor infraestrutura (física e de recursos humanos) em condições de atender as necessidades que tanto causam insatisfação e insegurança en-tre profissionais e pacientes.

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SBNCalendário

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a Sociedade e informe todos os seus dados e atualize seu cadastro.

Mais informações no nosso site:

www.sbn-neurocirurgia.com.br

I Simpósio Internacional de Neurocirurgia

9 a 11 de março de 2012

Local: Belo Horizonte (MG)

31 de março a 5 de abril de 2012

Local: Rio de Janeiro – RJ

Clan 2012

(35º Congresso

Latino-Americano de

Neurocirurgia) CBN – XXIX Congresso Brasileiro de Neurocirurgia

7 a 12 de setembro de 2012

Local: Rio de Janeiro – RJ

Neurotrauma Brasil

8 a 11 de dezembro de 2011

Local: Rio de Janeiro

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A aproximação da Sociedade Bra-sileira de Neurocirurgia (SBN) com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) visando à unifi-

cação dos centros de treinamento de neu-rocirurgiões tem sido buscada há muitos anos. Entretant, somente após a ascensão da Profa. Maria do Patrocínio Tenório Nunes à Secretaria-Executiva da CNRM este diálogo tornou-se uma realidade.

A diretoria da SBN, após a aprovação do conselho deliberativo, apresentou à CNRM proposta de parceria para veri-ficar as condições de formação de neuro-cirurgiões em centros credenciados pelo MEC e que não estão acreditados junto à SBN. Na parceria, a SBN oferece a ex-pertise técnica para avaliar a qualidade da formação dos neurocirurgiões.

A proposição da SBN foi que dois membros da sociedade e um membro de-signado pela CNRM efetuem visitas nes-tes serviços para verificar as facilidades e a estrutura voltada para a formação de neu-rocirurgiões disponíveis nos programas de residência médica em Neurocirurgia credenciadas pela CNRM e que não são credenciados pela SBN. A proposta visa ao possível acompanhamento da evolu-ção destes centros de treinamento.

Nas visitas aos centros seriam avalia-das as condições da instituição para o

atendimento dos pacientes neurocirúrgi-cos e para a formação de pessoal. Seriam avaliados também a formação profissio-nal e educacional e a qualidade e a diver-sidade do trabalho efetuado pela equipe que oferece o treinamento.

Utilizando-se critérios em protocolo comum entre MEC/SBN, pretende-se estabelecer critérios suficientes para ca-racterizar um centro formador de neu-rocirurgiões e, assim, efetuar um ranking dos centros formadores. A medida iden-tificará as deficiências das instituições. Espera-se, assim, uma oportunidade para estimular a melhoria das condições para o exercício da prática neurocirúrgica e, com isso, adquirir a capacitação necessá-ria para formação de neurocirurgiões.

Por outro lado, a melhora na quali-dade da formação dos neurocirurgiões os tornará habilitados a identificar as do-enças que requerem tratamento neuroci-rúrgico, a tratar com qualidade a maioria delas e dar o necessário encaminhamento aos pacientes mais complexos.

Como resultado da monitoração, pretende-se que os neurocirurgiões re-cém-formados supram as necessidades de atendimento à população no Sistema Único de Saúde, especialmente nas uni-dades de emergências, com a qualidade que se deseja nestas situações.

Em agosto, foram iniciadas as visitas a 32 serviços credenciados pela CNRM para formação de Médicos Residentes em Neurocirurgia e que não são credencia-dos pela SBN. Até o momento, foram vi-sitados 20 serviços e pretende-se concluir as visitas até os meses de janeiro e feverei-ro de 2012. Para cada visita foi elaborado um relatório detalhado da situação do centro e com sugestões para a adequação às normas do protocolo MEC/SBN.

Após o término das visitas será efetu-ada uma avaliação global dos programas de residência médica, o qual será aprecia-do pelo conselho deliberativo da SBN e discutido com a CNRM. Dessa forma, será possível criar condições para que a SBN incorpore os serviços do MEC para monitorar, juntamente com a CNRM, a qualidade de formação dos neurocirurgi-ões e oferecer as facilidades de educação disponíveis, incluindo realização das pro-vas anuais da SBN.

Como resultados iniciais, pode-se di-zer que as visitas conjuntas têm sido inte-ressantes, pois além dos aspectos técnicos da formação dos neurocirurgiões, a SBN passou a ter maior preocupação com os aspectos pedagógicos e humanitários e com o cumprimento da legislação espe-cífica da residência médica pelos centros formadores.

Entidades juntas em prol da residência de qualidade

Parceria entre Ministério da Educação e Cultura, Comissão Nacional de

Residência Médica e Sociedade Brasileira de Neurocirurgia pretende vistoriar os

centros de formação de neurocirurgiões credenciados

por Benedicto Oscar ColliDiretor de formação neurocirúrgica e vice-presidente da SBN

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E por que nãovinho no verão?

Imagine o cenário: domingo de verão, meio-dia, sol a pino. A temperatura já ultrapassa os 35ºC e você está morren-

do de sede. Que bebida pedir para se refrescar? Um copo de água, uma cerveja, um refrigerante ou uma água de coco? Já parou para pensar que a melhor opção pode ser uma boa taça de vinho? Essa é uma alternativa que não nos passa nesse primeiro instan-te, mas que pode, sim, ser uma exce-lente opção para se refrescar.

A ideia de que o consumo do vi-nho deve ser incentivado somente no inverno ou em dias de clima mais ameno precisa ser descaracterizada. O vinho pode (e deve) ser consumi-do durante o verão e em dias com temperatura mais elevada. Ele pode ser servido na beira da piscina, na praia e até mesmo em um churrasco. Há tipos de vinho para todas as épo-cas do ano. Uma bebida tão saborosa

não pode se restringir a um determinado pe-ríodo do ano.

Quem ratifica esta ideia é o enófilo Wil-son Felipe, dono da importadora W&W Wine. Para ele, todo dia é dia para uma boa taça de vinho, não importa o momento e a tempe-ratura. “Antes de tudo, é preciso des-mistificar a ideia de que o vinho não combina com o verão. Vinhos bran-cos, espumantes e rosés são típicos do verão e tem seu consumo acentuado nesse período do ano. Isso acontece porque são mais refrescantes, jovens e aromáticos”, diz Wilson.

Ele reforça, ainda, a importância da safra. “Quando você compra um vinho no verão, deve considerar que ele seja sempre muito jovem, ou seja, sua safra tem que ser bem nova. Hoje

já encontramos safras de 2010 no mercado. Quanto mais recente, mais refrescante se torna o vinho”, explica.

Uma das principais composições do vinho é saber harmonizá-lo cor-retamente com as refei-ções. Durante o verão, recomenda-se a ingestão de alimentos mais leves, como frutas e saladas, portanto, o vinho esco-lhido deve “casar” com esse tipo de alimentação. “Além dos vinhos branco, espumante e rosé, depen-dendo da comida também é possível harmonizar

14º CTemperatura máxima para o vinho ser servido no verão

Vinhos de safras mais

jovens são mais refrescantes

Vinhos recomendados

para o verão

Vinho branco

Vinho espumante

Vinho rosé

com um vinho tinto leve, ligeiramente refrescado, como um Chianti jovem”, explica Wilson Felipe.

Em dias muito quentes, outra orientação é servir o vinho no máxi-mo a 14ºC, sempre acompanhado de um copo de água para refrescar e hi-dratar, devido à presença do álcool. Para aqueles que são apreciadores de um bom vinho, mas que não são pro-fundos conhecedores do tema, uma boa ideia é analisar o tipo de vinho que está na garrafa.

Wilson Felipe dá algumas dicas preciosas: “Primeiro, sugiro rosés argentinos e chilenos, que podem ser feitos de diversas uvas, inclusi-ve a Cabernet Sauvignon. Depois, sugiro uvas típicas brancas, como a Trebbiano italiana, a Torrontes da Argentina e também a Sauvignon Blanc e a Chardonnay, que sempre dão um resultado aromático para os vinhos”, conclui.

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Referência Bibliográfica: 1. Mehta MP, Buckner JC, Sawaya R, Cannon G. Neoplasms of the central nervous system. In: DeVita VT, Lawrence TS, Rosenbery SA, eds. Cancer Principles and Practice of Oncology. 8th ed. Philadelphia, PA. Lippincott Williams & W. ilkins: 2008:1975-2032. 2. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology Central Nervous System Cancers. V.1.2010. Disponível em www.nccn.org. Acessado em 12 de agosto de 2010. 3. Bula de TEMODAL. Schering-Plough Produtos Farmacêuticos, 2010. 4. Stupp R, Hegi ME, Mason WP, et al. Effects of radiotherapy with concomitant and adjuvant temozolomide versus radiotherapy alone on survival in glioblastoma in a randomized phase III study: 5-year analysis of the EORTC-NCIC trial. Lancet. 2009;10:459-466. 5. Diez BD, Statkevich P, Zhuy Y, et al. Evaluation of the exposure equivalence of oral versus intravenous temozolomide. Cancer Chemother Pharmacol. 2010;65:727-734.

TEMODAL® (temozolomida). INDICAÇÕES: Tratamento de pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado concomitante à radioterapia e posterior adjuvância; glioma maligno (glioblastoma multiforme ou astrocitoma anaplásico) recidivante ou progressivo após terapia padrão; melanoma maligno metastático avançado. CONTRA-INDICAÇÕES: Hipersensibilidade a componentes ou à dacarbazina; gravidez e lactação. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Necessária profilaxia para pneumonia por Pneumocystis carinii sob regime prolongado (42 dias de TEMODAL concomitante à radioterapia; período máximo de 49 dias). Observação cuidadosa de pacientes sob temozolomida se recebendo esteróides para o desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii. Frequente associação com náuseas e vômitos, portanto recomenda-se profilaxia antiemética para: glioblastoma multiforme recém-diagnosticado, antes da dose inicial de TEMODAL (fase concomitante) e durante a fase adjuvante; glioma recorrente ou progressivo, antes de iniciar os ciclos de tratamento, se ocorrerem vômitos severos (grau 3 ou 4). Parâmetros laboratoriais: Antes da administração, são necessários os seguintes parâmetros laboratoriais: contagem absoluta de neutrófilos (CAN) > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Hemograma completo no dia 22 (21 dias após 1a dose) ou dentro de 48 horas após os 21 dias e, semanalmente, até CAN > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Se CAN < 1,0 x 109/L ou plaquetas < 50 x 109/L (qualquer ciclo), reduzir a dose no ciclo seguinte (menor dose recomendada: 100 mg/m2). Disfunção renal ou hepática: Desnecessário reduzir dose, entretanto, é necessária atenção especial. Uso pediátrico: Glioblastoma multiforme: Não existe experiência clínica em crianças acima de 3 anos de idade e há poucos estudos em crianças maiores de 3 anos de idade. Melanoma: Não há experiência em crianças menores de 18 anos de idade. Uso em Pacientes Idosos: Em pacientes maiores de 70 anos de idade, parece aumentar o risco de neutropenia e trombocitopenia. Gravidez e Lactação: Não deve ser normalmente administrado em mulheres grávidas (alerta para pacientes homens em relação às parceiras). Controle de fertilização durante e até 6 meses após a interrupção do tratamento. Não deve ser administrado sob amamentação. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O ácido valpróico pode resultar em pequena (estatisticamente significante) redução da depuração de temozolomida. Aumento de risco de mielossupressão se associado com outros agentes mielossupressores. Como a atividade de TEMODAL está mais relacionada com a AUC do que com os picos de concentração, o efeito do alimento não tem relevância clínica. REAÇÕES ADVERSAS: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Fase concomitante: leucopenia, linfopenia, neutropenia, trombocitopenia, alterações metabólicas e nutricionais, alterações psiquiátricas, alterações do sistema nervoso, visão turva, dificuldade na audição, alterações vasculares, tosse, dispnéia, alterações gastrintestinais, alterações cutâneas, alterações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo, alterações renal, alterações gerais e no local da administração, alterações laboratorias. Fase adjuvante: além das anteriores: infecções. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: náuseas e vômitos são mais freqüentes. fadiga, constipação, cefaléia, anorexia, diarréia, erupção cutânea, febre, astenia, sonolência, dor abdominal, dor, tontura, perda de peso, dispnéia, alopecia, rigidez, prurido, mal-estar, dispepsia, alteração do paladar, parestesia e petéquias. Reações alérgicas (ex.: anafilaxia), eritema multiforme. Infecções por agentes oportunistas (Ex: Pneumocystis carinii). Síndrome mielodisplásica e neoplasias secundárias. Laboratoriais: Trombocitopenia e neutropenia (podem ocorrer casos graves de hospitalização e/ou descontinuação). Mielossupressão previsível (normalmente dentro dos primeiros ciclos; nadir entre 21º-28º dia de tratamento) com recuperação rápida (1-2 semanas) e sem evidência cumulativa. Pancitopenia (prolongada podendo resultar em anemia aplástica), leucopenia e anemia. TEMODAL pó liofilizado para injeção fornece dose de temozolomida e exposição equivalentes à temozolomida e MTIC das cápsulas de TEMODAL correspondentes. Os eventos adversos provavelmente relacionados com o tratamento e que foram relatados nos dois estudos com a formulação IV (n = 35) e que não foram relatados em estudos usando o TEMODAL cápsulas foram os seguintes (observados no local da infusão): dor, irritação, prurido, rubor, tumefação e eritema, assim como hematoma. POSOLOGIA: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Adultos: Fase concomitante: 75 mg/m2/dia, VO, 6 semanas (42 dias) associada à radioterapia (60 Gy administrado em 30 frações) seguida de adjuvância. Interrupção e descontinuação conforme tolerância do paciente (vide bula). Fase adjuvante: 4 semanas após a Fase anterior (com RXT): 150 mg/m2/dia, 5 dias (23 dias sem tratamento), 6 ciclos (pode ocorrer aumento da dose no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, conforme a toxicidade hematológica). Controle hematológico no dia 22. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: Adultos: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia (pode ocorrer aumento no 2o. ciclo para 200 mg/m2/dia, proporcionando contagem absoluta de neutrófilos 1,5 x 109/L e plaquetas 100 x 109/L no dia 1 do ciclo seguinte. Modificação da dose: basear-se na toxicidade conforme o nadir CAN ou contagem de plaquetas. Crianças com 3 anos ou maiores: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia, 5 dias (pode ocorrer aumento no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, se não toxicidade hematológica). O tratamento pode continuar até a progressão da doença (máximo: 2 anos). Administração em jejum (mínimo: 01 hora antes da refeição). Profilaxia antiemética antes ou após TEMODAL. Se ocorrerem vômitos após a administração de TEMODAL, não administrar a segunda dose neste dia. Não abrir ou mastigar as cápsulas. Engolir inteira com água. Se houver dano à cápsula, evitar contato do pó com a pele ou com as membranas mucosas. Como não existem informações sobre a compatibilidade de TEMODAL pó para injeção com outras substâncias ou aditivos de uso intravenoso, outros medicamentos não devem ser infundidos simultaneamente na mesma linha de infusão intravenosa. Recorra à bula do produto para informação sobre: Redução ou descontinuação de doses de TEMODAL frente à toxicidade hematológica (na Fase com radioterapia concomitante) – Tabela 1/Redução ou descontinuação da dose durante a fase adjuvante - Tabelas 2 e 3/Superde. MS 1.6614.0009. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO ADULTO E/OU PEDIÁTRICO (ACIMA DE 3 ANOS). AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. MATERIAL DESTINADO A PROFISSIONAIS HABILITADOS A PRESCREVER E DISPENSAR MEDICAMENTOS. Recorra à bula do produto para maiores informações. (MB-temodal15)

DENTRE AS INFORMAÇÕES CITADAS EM BULA, RESSALTAMOS QUE ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO PARA PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE A QUALQUER COMPONENTE DO PRODUTO. O ÁCIDO VALPROICO PODE RESULTAR EM PEQUENA REDUÇÃO DA DEPURAÇÃO DA TEMOZOLOMIDA.

TEMODAL® é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Copyright © 2010 Merck Sharp & Dohme Corp., uma subsidiária de Merck & Co., Inc., Whitehouse Station, NJ, EUA. Todos os direitos reservados. 13431 6/10

9804403 IMPRESSO SETEMBRO/2010

Disponível em mais de uma apresentação 3

Eficácia e farmacocinética consistentes e confiáveis, equivalentes em ambas as apresentações 5

A proporção de pacientes com sobrevida de 5 anos foi de 84% no grupo que recebeu TEMODAL + RT vs. 16% no grupo que recebeu RT isolada 4

O padrão de tratamento,agora também na apresentação intravenosa 1,2,5

Referência Bibliográfica: 1. Mehta MP, Buckner JC, Sawaya R, Cannon G. Neoplasms of the central nervous system. In: DeVita VT, Lawrence TS, Rosenbery SA, eds. Cancer Principles and Practice of Oncology. 8th ed. Philadelphia, PA. Lippincott Williams & W. ilkins: 2008:1975-2032. 2. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology Central Nervous System Cancers. V.1.2010. Disponível em www.nccn.org. Acessado em 12 de agosto de 2010. 3. Bula de TEMODAL. Schering-Plough Produtos Farmacêuticos, 2010. 4. Stupp R, Hegi ME, Mason WP, et al. Effects of radiotherapy with concomitant and adjuvant temozolomide versus radiotherapy alone on survival in glioblastoma in a randomized phase III study: 5-year analysis of the EORTC-NCIC trial. Lancet. 2009;10:459-466. 5. Diez BD, Statkevich P, Zhuy Y, et al. Evaluation of the exposure equivalence of oral versus intravenous temozolomide. Cancer Chemother Pharmacol. 2010;65:727-734.

TEMODAL® (temozolomida). INDICAÇÕES: Tratamento de pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado concomitante à radioterapia e posterior adjuvância; glioma maligno (glioblastoma multiforme ou astrocitoma anaplásico) recidivante ou progressivo após terapia padrão; melanoma maligno metastático avançado. CONTRA-INDICAÇÕES: Hipersensibilidade a componentes ou à dacarbazina; gravidez e lactação. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Necessária profilaxia para pneumonia por Pneumocystis carinii sob regime prolongado (42 dias de TEMODAL concomitante à radioterapia; período máximo de 49 dias). Observação cuidadosa de pacientes sob temozolomida se recebendo esteróides para o desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii. Frequente associação com náuseas e vômitos, portanto recomenda-se profilaxia antiemética para: glioblastoma multiforme recém-diagnosticado, antes da dose inicial de TEMODAL (fase concomitante) e durante a fase adjuvante; glioma recorrente ou progressivo, antes de iniciar os ciclos de tratamento, se ocorrerem vômitos severos (grau 3 ou 4). Parâmetros laboratoriais: Antes da administração, são necessários os seguintes parâmetros laboratoriais: contagem absoluta de neutrófilos (CAN) > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Hemograma completo no dia 22 (21 dias após 1a dose) ou dentro de 48 horas após os 21 dias e, semanalmente, até CAN > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Se CAN < 1,0 x 109/L ou plaquetas < 50 x 109/L (qualquer ciclo), reduzir a dose no ciclo seguinte (menor dose recomendada: 100 mg/m2). Disfunção renal ou hepática: Desnecessário reduzir dose, entretanto, é necessária atenção especial. Uso pediátrico: Glioblastoma multiforme: Não existe experiência clínica em crianças acima de 3 anos de idade e há poucos estudos em crianças maiores de 3 anos de idade. Melanoma: Não há experiência em crianças menores de 18 anos de idade. Uso em Pacientes Idosos: Em pacientes maiores de 70 anos de idade, parece aumentar o risco de neutropenia e trombocitopenia. Gravidez e Lactação: Não deve ser normalmente administrado em mulheres grávidas (alerta para pacientes homens em relação às parceiras). Controle de fertilização durante e até 6 meses após a interrupção do tratamento. Não deve ser administrado sob amamentação. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O ácido valpróico pode resultar em pequena (estatisticamente significante) redução da depuração de temozolomida. Aumento de risco de mielossupressão se associado com outros agentes mielossupressores. Como a atividade de TEMODAL está mais relacionada com a AUC do que com os picos de concentração, o efeito do alimento não tem relevância clínica. REAÇÕES ADVERSAS: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Fase concomitante: leucopenia, linfopenia, neutropenia, trombocitopenia, alterações metabólicas e nutricionais, alterações psiquiátricas, alterações do sistema nervoso, visão turva, dificuldade na audição, alterações vasculares, tosse, dispnéia, alterações gastrintestinais, alterações cutâneas, alterações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo, alterações renal, alterações gerais e no local da administração, alterações laboratorias. Fase adjuvante: além das anteriores: infecções. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: náuseas e vômitos são mais freqüentes. fadiga, constipação, cefaléia, anorexia, diarréia, erupção cutânea, febre, astenia, sonolência, dor abdominal, dor, tontura, perda de peso, dispnéia, alopecia, rigidez, prurido, mal-estar, dispepsia, alteração do paladar, parestesia e petéquias. Reações alérgicas (ex.: anafilaxia), eritema multiforme. Infecções por agentes oportunistas (Ex: Pneumocystis carinii). Síndrome mielodisplásica e neoplasias secundárias. Laboratoriais: Trombocitopenia e neutropenia (podem ocorrer casos graves de hospitalização e/ou descontinuação). Mielossupressão previsível (normalmente dentro dos primeiros ciclos; nadir entre 21º-28º dia de tratamento) com recuperação rápida (1-2 semanas) e sem evidência cumulativa. Pancitopenia (prolongada podendo resultar em anemia aplástica), leucopenia e anemia. TEMODAL pó liofilizado para injeção fornece dose de temozolomida e exposição equivalentes à temozolomida e MTIC das cápsulas de TEMODAL correspondentes. Os eventos adversos provavelmente relacionados com o tratamento e que foram relatados nos dois estudos com a formulação IV (n = 35) e que não foram relatados em estudos usando o TEMODAL cápsulas foram os seguintes (observados no local da infusão): dor, irritação, prurido, rubor, tumefação e eritema, assim como hematoma. POSOLOGIA: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Adultos: Fase concomitante: 75 mg/m2/dia, VO, 6 semanas (42 dias) associada à radioterapia (60 Gy administrado em 30 frações) seguida de adjuvância. Interrupção e descontinuação conforme tolerância do paciente (vide bula). Fase adjuvante: 4 semanas após a Fase anterior (com RXT): 150 mg/m2/dia, 5 dias (23 dias sem tratamento), 6 ciclos (pode ocorrer aumento da dose no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, conforme a toxicidade hematológica). Controle hematológico no dia 22. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: Adultos: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia (pode ocorrer aumento no 2o. ciclo para 200 mg/m2/dia, proporcionando contagem absoluta de neutrófilos 1,5 x 109/L e plaquetas 100 x 109/L no dia 1 do ciclo seguinte. Modificação da dose: basear-se na toxicidade conforme o nadir CAN ou contagem de plaquetas. Crianças com 3 anos ou maiores: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia, 5 dias (pode ocorrer aumento no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, se não toxicidade hematológica). O tratamento pode continuar até a progressão da doença (máximo: 2 anos). Administração em jejum (mínimo: 01 hora antes da refeição). Profilaxia antiemética antes ou após TEMODAL. Se ocorrerem vômitos após a administração de TEMODAL, não administrar a segunda dose neste dia. Não abrir ou mastigar as cápsulas. Engolir inteira com água. Se houver dano à cápsula, evitar contato do pó com a pele ou com as membranas mucosas. Como não existem informações sobre a compatibilidade de TEMODAL pó para injeção com outras substâncias ou aditivos de uso intravenoso, outros medicamentos não devem ser infundidos simultaneamente na mesma linha de infusão intravenosa. Recorra à bula do produto para informação sobre: Redução ou descontinuação de doses de TEMODAL frente à toxicidade hematológica (na Fase com radioterapia concomitante) – Tabela 1/Redução ou descontinuação da dose durante a fase adjuvante - Tabelas 2 e 3/Superde. MS 1.6614.0009. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO ADULTO E/OU PEDIÁTRICO (ACIMA DE 3 ANOS). AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. MATERIAL DESTINADO A PROFISSIONAIS HABILITADOS A PRESCREVER E DISPENSAR MEDICAMENTOS. Recorra à bula do produto para maiores informações. (MB-temodal15)

DENTRE AS INFORMAÇÕES CITADAS EM BULA, RESSALTAMOS QUE ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO PARA PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE A QUALQUER COMPONENTE DO PRODUTO. O ÁCIDO VALPROICO PODE RESULTAR EM PEQUENA REDUÇÃO DA DEPURAÇÃO DA TEMOZOLOMIDA.

TEMODAL® é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.

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9804403 IMPRESSO SETEMBRO/2010

Disponível em mais de uma apresentação 3

Eficácia e farmacocinética consistentes e confiáveis, equivalentes em ambas as apresentações 5

A proporção de pacientes com sobrevida de 5 anos foi de 84% no grupo que recebeu TEMODAL + RT vs. 16% no grupo que recebeu RT isolada 4

O padrão de tratamento,agora também na apresentação intravenosa 1,2,5