hoje macau 19 jul 2013 #2896

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PUB • RAYMOND TAM Julgamento foi marcado para 5 de Dezembro PÁGINA 3 • CASO PARK’N SHOP Fong Chi Keong foi com um grupo arrancar cartazes PÁGINA 5 ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL NÃO ADMITIRÁ PELÉ COMO TREINADOR DO FC PORTO PÁGINA 14 BOLINHA AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 19 DE JULHO DE 2013 • ANO XII • Nº 2896 PUB MOP$10 PUB Ter para ler A iniciativa do Consulado de Portugal em Macau está a re- sultar em pleno. Em poucos meses, já foram recebidos 54 pedidos, dos quais 10 foram aprovados, o que significa que o Estado Português arrecadou, para já, 5 milhões de euros. E é só o princípio. ÚLTIMA Por um lugar ao sol ENTREVISTA LEI HEONG IOK, PRESIDENTE DO IPM PUB “O grande obstáculo é a eficiência do Governo” CENTRAIS • CHEFE DO EXECUTIVO “Pequim quer alguém da área jurídica” PÁGINA 2 VISTO GOLD Consulado já conseguiu 5 milhões de euros

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2896 de 19 de Julho de 2013

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Page 1: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

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• RAYMOND TAM

Julgamento foi marcado para 5 de Dezembro

PÁGINA 3

• CASO PARK’N SHOP

Fong Chi Keong foi com um grupo arrancar cartazes

PÁGINA 5

ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL NÃO ADMITIRÁ PELÉ COMO TREINADOR DO FC PORTO PÁGINA 14BOLINHA

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FE IRA 19 DE JULHO DE 20 13 • ANO X I I • Nº 2896

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MOP$10

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Ter para ler

A iniciativa do Consulado de Portugal em Macau está a re-sultar em pleno. Em poucos meses, já foram recebidos 54 pedidos, dos quais 10 foram aprovados, o que significa que o Estado Português arrecadou, para já, 5 milhões de euros. E é só o princípio. ÚLTIMA

Por um lugar ao sol

ENTREVISTA LEI HEONG IOK, PRESIDENTE DO IPM

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“O grande obstáculo é a eficiência do Governo” CENTRAIS

• CHEFE DO EXECUTIVO

“Pequim queralguém da

área jurídica” PÁGINA 2

VISTO GOLD Consulado já conseguiu 5 milhões de euros

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2 hoje macau sexta-feira 19.7.2013

CECÍLIA L [email protected]

D EPOIS da organização não-governamental Wi-kileaks ter divulgado, em 2011, telegramas

do Governo norte-americano com potenciais nomes para suceder a Chui Sai On, Jorge Kuan, membro da Comissão Eleitoral que elege o Chefe do Executivo da RAEM, comentou ao HM a posição de cada um.

Sobre Lionel Leong, membro do Conselho Executivo, Jorge Kuan diz ser “demasiado novo para este cargo”. “Ainda precisa de mais experiência”, acrescenta o também mestre de medicina chinesa, que acredita que o actual procurador do Ministério Público (MP) poderá concorrer lado a lado com Chui Sai On nas próximas eleições para o cargo, em 2014.

“Em 2009, Ho Chio Meng já tinha feito bastante trabalho para uma possível eleição. Mas nesse ano, o Governo Central aconselhou--o a esconder as suas capacidades e o desejo de ser o Chefe do Exe-cutivo, o que significa que Pequim não o deixou concorrer. Segundo um provérbio chinês, quando dois tigres lutam, um fica ferido. Por isso, no final, Ho Chio Meng acabou por não ser candidato e deixou que Chui

A Associação de Jo-vens Empresários Portugal-China e

a Câmara de Comércio da Guiné-Bissau assinaram ontem protocolos com a Associação Comercial de Macau para cooperação de empresários lusófonos.

“Este acordo foi assi-nado com o objectivo de estabelecer pontes entre empresários portugueses e de Macau e essa ponte poderá ser directa e acabar aí ou poderá ser uma ponte para a China”, disse à agên-cia Lusa o vice-presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal--China - que ultrapassou recentemente os 100 mem-bros -, Bernardo Mendia.

Jorge Kuan, membro do colégio que elege o Chefe do Executivo, garante que o actual procuradordo Ministério Público, Ho Chio Meng, poderá ser um concorrente de Chui Sai On no futuro

MEMBRO DA COMISSÃO ELEITORAL FALA SOBRE HO CHIO MENG

“Pequim quer alguém da área jurídica”

MACAU E GUINÉ-BISSAU ASSINAM PROTOCOLOS

Aproveitar o que se está a estragar

EMBAIXADOR RELAÇÕES ENTRE CHINAE GUINÉ-BISSAU NUMA DAS MELHORES FASES

Para o vice-presi-dente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau, Bal-tazar Alves Cardoso, o protocolo assinado com a Associação Comercial de Macau poderá ser uma “mais-valia para o de-

senvolvimento do país”. “Temos mais de dois mil associados e precisamos de apoio porque temos recursos naturais, mine-rais, produtos agrícolas que estão a estragar-se e precisávamos que os as-sociados da Associação Comercial de Macau nos

apoiassem na transfor-mação desses produtos.”

O presidente da As-sociação Comercial de Macau, Ma Iao Lai, disse, na cerimónia de assinatura dos protocolos, que estas actividades de intercâm-bio permitem “facilitar a promoção da complemen-

taridade das vantagens e do desenvolvimento comum entre o território e os países de língua por-tuguesa”. Os protocolos foram assinados durante o colóquio sobre Gestão de Empresas Comerciais, organizado pelo Fórum Macau.

O relacionamento entre a China e a Guiné-Bissau está “numa das melhores fases da História”, considerou ontem o embaixador chinês em Bissau, Li Baojun. O embaixador, que hoje deixa o país após terminar uma missão de quase três anos, foi hoje homenageado pelo Governo de transição, que lhe deu um “diploma de mérito”. Li Baojun garantiu que a China “sempre estará ao lado da Guiné-Bissau”, do Governo e do povo, “para que o país consiga o desenvolvimento económico e social rápido e a estabilidade política e social”.

Além do Palácio do Governo, a China construiu e equipou para a Guiné-Bissau a Assembleia Nacional Popular. Também recuperou o Palácio da Presidência, que tinha sido destruído durante a guerra de 1998/99 e vai fazer outra obra de vulto, o Palácio da Justiça, sem contar com outros apoios menos visíveis. Lia Baojun será substituído por Wang Hua, especialista em assuntos partidários. Na hora da partida, não falou de saudades, mas disse que onde quer que esteja vai sentir a amizade e fraternidade dos guineenses.

2Ho Chio Meng e Lionel Leong

são os dois nomes de quem se

fala para suceder a Chiu Sai

On. Se não for em 2014, com

certeza surgirão mais tarde

Sai On fosse o único candidato”, disse ao HM.

Recorde-se que os telegramas divulgados pela Wikileaks falavam de Ho Chio Meng como sendo o “sucessor natural” de Chui Sai On,

caso houvesse mais um escândalo de corrupção em Macau, numa clara referência ao caso do ex--secretário Ao Man Long.

Lionel Leong e o deputado Chan Meng Kam foram outros

nomes citados nos telegramas, em-bora a diplomacia norte-americana tenha considerado que tinham pou-cas hipóteses. Enquanto que Lionel Leong era descrito como “jovem” e “inexperiente”, à semelhança do

QUEM É O PROCURADOR DA RAEM?O homem apontado por Jorge Kuan como o natural sucessor de Chui Sai On nasceu em 1958 e cedo se mudou para Macau, vindo do continente com a sua família. Depois dos estudos na China, Ho Chio Meng obteve a sua licenciatura em Direito em Chongqin em 1983. Desde então começou a trabalhar no Tribunal de Última Instância (TUI), mas entre 1991 e 1993 estudou português na Universidade de Coimbra, onde também prosseguiu os estudos de Direito. O regresso a Macau ficaria marcado pela sua entrada no Alto Comissariado contra a Corrupção e Ilegalidade Administrativa, hoje Comissariado contra a Corrupção (CCAC). No ano da transferência de soberania, Ho Chio Meng foi nomeado procurador do Ministério Público pelo Conselho de Estado da China. A 4 de Dezembro de 2004 viu ser-lhe renovada a nomeação para o cargo.

“Os primeiros nomes para o cargo de Chefe do Executivo eram comerciantes. Apesar de eles próprios não o serem, as suas famílias eram. Temos um fenómeno que tem vindo a acontecer ao longo dos tempos, em que a sociedade de Macau é dominada pelas famílias Ho, Chui e Ma. Ho e Chui já ocuparam o lugar de Chefe do Executivo, enquanto que a família Ma dedicou-se mais aos negócios.”

Jorge Kuan, membro da Comissão Eleitoral

que diz Jorge Kuan, Chan Meng Kam foi descrito como alguém com “ambições políticas mais elevadas”. Contudo, foi referido que os diplomatas “duvidavam” de que conseguisse vencer as eleições.

Será desta vez?Apesar da previsão, Jorge Kuan

não conseguiu garantir ao HM se será já em 2014 que o procurador do MP vai concorrer taco-a-taco com Chui Sai On no acto eleitoral. “Ho Chio Meng é uma parte muito importante neste processo, mas pode não ser eleito já desta vez, porque Chui Sai On tem mais vantagens. Mas o que está a fazer agora vai servir para as eleições futuras.”

“Da última vez não lhe foi per-mitido concorrer e ele também não queria deixar o seu cargo de procu-rador. Porque se ele concorresse e depois perdesse ficaria sem nada. Ele já tem uma idade avançada para um cargo público deste tipo, mas para ser Chefe do Executivo penso que ainda tem possibilidades. Só aos 60 anos é que um homem é verdadeiramente maduro, culto e com experiência de vida. Ronald Reagan foi eleito com 70 anos.”

Jorge Kuan explica que Pequim anseia por uma liderança na RAEM ligada ao sector jurídico. “Os pri-meiros nomes para o cargo de Chefe do Executivo eram comerciantes. Apesar de eles próprios não o serem, as suas famílias eram. Temos um fenómeno que tem vindo a acon-tecer ao longo dos tempos, em que a sociedade de Macau é dominada pelas famílias Ho, Chui e Ma. Ho e Chui já ocuparam o lugar de Chefe do Executivo, enquanto que a família Ma dedicou-se mais aos negócios.”

O médico acredita que a terceira geração da família Ma vai lutar “gradualmente pela honra da famí-lia”. “Os comerciantes já fizeram muitas asneiras na sociedade de Macau e temos o exemplo do caso Ao Man Long. O Governo Central precisa que a justiça seja o símbolo e a imagem de Macau.”

POLÍTICA

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3 políticahoje macau sexta-feira 19.7.2013

JOANA [email protected]

R AYMOND Tam deverá ser julgado em Dezem-bro. De acordo com fonte próxima do processo, a

data do primeiro julgamento rela-cionado com o polémico caso das campas deverá ser 5 de Dezembro, uma quinta-feira.

O dia foi confirmado ao HM, dois dias depois de Ho Chio Meng, procurador da RAEM, vir a público dizer que não há qual-

NÃO está no ‘timing’ certo, não há tempo suficiente e também

não é necessário. A maioria dos deputados votou ontem contra uma proposta de de-bate de Au Kam San, sobre uma eventual rescisão do contrato do Governo com a TV Cabo e a negociação de uma indemnização.

Um dos problemas re-sidiu precisamente no tema do debate. Alguns deputados concordaram com o facto de se debater na AL o valor que irá custar ao Executivo a recente solução apresentada, que diz respeito a um acordo entre a TV Cabo e os ante-neiros. É que, se a empresa de cabo vai disponibilizar a transmissão de canais às empresas de antenas co-muns, nem TV Cabo nem anteneiros vão pagar nada. Há dívidas, sim, mas deverá ser o Executivo a responsa-bilizar-se por elas. No entan-

SAFP alertam para inscrições de associaçõesAs pessoas colectivas com capacidade eleitoral activa e que pretendem exercer o direito de voto devem apresentar aos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) até dia 1 de Agosto. Isto porque, para exercerem o seu direito de voto a 15 de Setembro, têm de se preencher o boletim de inscrição 45 dias antes. Os interessados podem consultar as formalidades através do “Guia de Formalidades das Eleições para a Assembleia Legislativa” disponibilizado no campo de descarregamento da página electrónica das Eleições para a Assembleia Legislativa (www.eal.gov.mo).

OMS apoia desenvolvimento de medicina chinesaO Chefe do Executivo reuniu-se ontem com a directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS). No encontro, na sede do Governo, Margaret Chan revelou que a organização se irá pronunciar, até ao final deste ano, sobre o caminho desenvolvimento da medicina tradicional nos próximos dez anos, depois de ter sido endereçada a questão do Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa, que ficará localizado na Ilha da Montanha. NA ocasião, voltou a ser abordado o projecto de cooperação entre a Administração e a OMS no âmbito da medicina tradicional chinesa, no qual se prevê o apoio da organização no desenvolvimento do sector.

ANTENEIROS AL CHUMBA PROPOSTA PARA DEBATER RESCISÃO DO CONTRATO E INDEMNIZAÇÃO À TV CABO

“Interesse público é ver televisão”

Ho Chio Meng disse que não houve avanços no caso mas o HM sabe que o julgamento de Raymond Tam será no dia 5 de Dezembro

RAYMOND TAM DATA DE JULGAMENTO ESTÁ MARCADA

Num dia vulgar de Dezembroquer avanço no que diz respeito ao julgamento do agora suspenso presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Raymond Tam vai sentar-se no banco dos réus do Tribunal Judicial de Base (TJB), ao lado de outros três membros do IACM, acusados do mesmo crime – o de prevaricação por, alegadamen-te, terem demorado demasiado tempo a entregar documentos sobre o caso das campas, que ajudariam à investigação do Ministério Público. Entre os ar-guidos, estão Lei Wai Nong, um dos vice-presidentes do IACM, Fong Vai Seng, chefe do departa-mento dos Serviços de Ambiente e Licenciamento, e Siu Kok Kun, ajudante de encarregado.

Recorde-se que Tam acabou por ser suspenso das funções de presidente do IACM pelo Chefe do Executivo e apresentou ainda demissão do cargo de vogal da Co-missão dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, alegando motivos pessoais.

O caso das campas está rela-cionado com a atribuição de dez sepulturas perpétuas no Cemité-rio de São Miguel, em 2001. O caso tem-se arrastado e exigiu até uma investigação levada a cabo pelo Comissariado Contra a Corrupção e do MP, que acusa agora Raymond Tam e os outros três arguido. O crime por que respondem é punível com pena de prisão até cinco anos.

Conforme já tinha sido avança-do pelo HM, não vai ser Ip Song

Sang, juiz do TJB que vai julgar Raymond Tam, uma vez que os juízes do Tribunal de Segunda Instância (TSI) deram deferimento a um pedido de escusa apresen-

to, a proposta apresentada pelo deputado democrata dizia respeito à negociação de uma indemnização para terminar o contrato já.

“A rescisão acontece quando uma das partes viola o contrato”, começou por dizer Leonel Alves. “Neste caso, da parte da TV Cabo não parece que haja incum-primento, quem o fez foi o Governo. É uma contradição lógica, então a parte faltosa vai rescindir?” O deputado foi um dos que votou contra a proposta de debate, até por-que considera que mais vale deixar o contrato morrer de forma natural do que estar a negociar uma indemnização que pode sair mais cara. Isto acontece daqui a nove meses, quando o contrato chega ao fim.

Dos votos contra, saiu ainda, contudo, mais uma justificação comum: não há tempo, porque a legislatura

está quase a acabar. Foi Ung Choi Kun quem disse isto, como já tem vindo a ser há-bito quando o deputado quer reprovar alguma proposta. Mas não foi só este o motivo que levou Ung a opor-se ao democrata. “Para a popula-ção o grande interesse pú-blico é ver televisão”, atirou para contestar a justificação de que um debate seria de interesse público. “Estamos a arranjar problemas para a paz social. Se já se arranjou uma solução, não vale a pena debater.”

SOLUÇÃO SUFICIENTE A maioria dos que votou contra (19) utilizou a mesma justificação: a solução recen-temente apresentada pelo Governo é suficiente. “Já não vale a pena apresentar um de-bate”, frisou Tsui Wai Kwan. “Já foi tomada uma solução e os anteneiros concordam e esta solução respeita o direito

da população ver televisão e esta proposta poderá dar azo a problemas, porque as pessoas podem pensar que o Governo não cumpre os contratos”, acrescentou Sio Chio Wai.

Dos poucos cinco in-tervenientes a favor está o colega de bancada de Au, Ng Kuok Cheong. O deputado assume que o debate deveria ter sido aprovado porque “ainda não se sabe qual a decisão final do Executivo” e, caso os responsáveis da Administração fossem à AL teriam de esclarecer a população”.

Também Kwan Tsui Hang disse estar de acor-do com a rescisão, apesar de contestar o pedido de negociação da indemniza-ção. “Faz todo o sentido a Assembleia debater o pro-blema”, disse, apoiada por José Pereira Coutinho. “É necessário ter um debate para nós sabermos as razões porque é que a questão se arrastou tanto tempo e só agora é que o Governo tenta resolver a questão”, conside-ra o deputado. - J.F.

tado há cerca de dois meses. O colectivo aceitou o pedido de Ip Song San, por este dizer que tem uma boa relação de trabalho com Raymond Tam.

Raymond Tam

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PAC ON DEPUTADO CRITICA GOVERNO E PEDE EXPLICAÇÕES SOBRE DERRAPAGENS ORÇAMENTAIS

O Governo ATMTIAGO ALCÂNTARA

TIAGO ALCÂNTARA

GONÇALO LOBO PINHEIRO

4 política hoje macau sexta-feira 19.7.2013

JOANA [email protected]

A derrapagem orça-mental no terminal marítimo da Taipa faz com que o Governo

pareça uma máquina de levantar dinheiro. As palavras são de Ho Ion Sang, que ontem utilizou o período antes da ordem do dia no plenário da Assembleia Legislati-va (AL) para criticar as contas do Executivo e sugerir explicações ao público sobre aumentos nas contas públicas.

“Parece que o excesso de despesas se torna numa prática geral e isso reflecte que o Governo não dispõe de medidas efectivas de controlo ou de um regime de fiscalização quanto ao excesso de despesas”, começou por dizer o deputado.

Em causa – e Ho Ion Sang dá exemplos – estão as obras de grande envergadura, que ra-ramente respeitam as despesas inicialmente orçamentadas. Foi o caso da derrapagem de mais de

CERCA de 90% das famílias monopa-rentais recorrem a

serviços do Governo para pedir auxílio. Os dados são da deputada Ho Sio Kam, que ontem pediu mais atenção do Execu-tivo para os problemas que este tipo de famí-lias passam. “Até Junho de 2011, [desde 2003] registaram-se 1311 pedi-

dos [de auxílio]”, aponta a deputada que diz que não há apoio suficiente.

A deputada cita um es-tudo de uma associação, primeiro para criticar o facto de Macau não ter dados sobre a quantidade de famílias monoparen-tais existentes e, depois, para pedir que o Governo preste mais apoio não só ao nível financeiro, como

psicológico. “Prevê-se que o número de destas famílias em Macau atinja entre dez a 15 mil e cerca de 90% destas famílias recorreram ou estão a recorrer aos serviços so-ciais, sendo o da rede de apoio mútuo às famílias monoparentais o mais procurado.” Este serviço começou a ser disponibi-lizado em 2003.

A questão da educação familiar (38%), do stress (34%) e as dificuldades económicas (25%) são as que mais preocupam este tipo de famílias. “Há cinco centros de serviços para apoio em Macau, mas com apenas dois a três assistentes sociais cada um”, alertou Ho Sio Kam, sugerindo mais medidas da parte do Governo. - J.F.

KWAN Tsui Hang quer que as reuniões do Conselho do Pla-neamento Urbanístico sejam de

fácil acesso ao público e ainda que os membros que dele fazem parte se ausentem das reuniões em caso de conflito de interesse.

Em mais um plenário da Assem-bleia Legislativa (AL), a deputada quis deixar a sua oposição face ao facto de os membros desta comissão não serem escolhidos através da lei. “Lamentavel-mente, em relação à composição e ao funcionamento deste tão importante Conselho, a proposta de Lei do Pla-neamento Urbanístico não estabelece quaisquer normas de princípio, o que suscita preocupação”, atira Kwan.

Recorde-se que o Conselho será escolhido pelo Chefe do Executivo, para emitir pareceres diversos, no que toca, por exemplo, ao montante da indemnização a ser entregue aos proprietários privados de terrenos de que sejam expropriados para favorecer o planeamento urbano. A deputada diz que seria necessário incluir representantes dos sectores profissionais e representantes do público, além de serem definidas normas de responsabilidade sobre estes membros. “Se algum tiver um potencial conflito de interesses em relação a um determinado tema da ordem do dia de uma reunião, deve ausentar-se.” - J.F.

ANGELA Leong pediu ontem ao Governo que fossem aumentadas as

competências do Conselho para os Assuntos Médicos. No período antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa (AL), a deputada critica o facto de o Governo ter criado já este Conselho, que, diz, não cor-responde ao que os cidadãos estavam à espera.

“Aguardam-no há anos, mas não passa de um simples conselho consultivo do Go-verno, sem competências para proceder à regulamentação sobre o registo e provas de qualificação profissional dos médicos e sem poder apresen-tar uma avaliação profissional aquando da arbitragem de ca-

Para os concessionários das obras, o Governo da RAEM é parecido com uma máquina de levantar dinheiro. Não é de estranhar que, na sociedade, surjam críticas contra o Executivo, que é equiparado a um ‘idiota com muito dinheiro’

Ho Ion Sang, deputado

CONSELHO MÉDICO DEPUTADA PEDE AUMENTO DAS COMPETÊNCIAS

Angela queria um árbitro

HO SIO KAM PEDE MAIS AJUDA A FAMÍLIAS MONOPARENTAIS

Pai e mãe numa só pessoa

CONSELHO DO PLANEAMENTO URBANÍSTICO SEM NORMAS

O interesse, esse malandro

300% no túnel e no campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha e a das obras do metro ligeiro, que passaram de 4,2 mil milhões de patacas para 11 mil milhões. Esta semana, o Comissariado de Auditoria deu a

conhecer problemas semelhantes no terminal de ferries do Pac On, que aumentou em 500% o orçamento inicial – passando de 583 milhões de patacas para 3,28 mil milhões.

O deputado diz não compreen-

der como é que, havendo critérios de “preço razoável” para as obras de grande empreendimento, se ul-trapassa tanto o montante inicial. “Será que o Governo não procede bem à estimativa dos custos das obras, o que resulta de um su-cessivo aumento de custos? Para os concessionários das obras, o Governo da RAEM é parecido com uma máquina de levantar di-nheiro. Não é de estranhar que, na sociedade, surjam críticas contra o Executivo, que é equiparado a um ‘idiota com muito dinheiro’”, acusa Ho Ion Sang.

O deputado disse ainda que não se pode justificar o facto de a Administração ter poder pre-dominante para que se deixem passar estes casos e se actue sem restrições em matéria financeira. “O Governo, para além de preci-sar de aumentar a transparência das contas das obras públicas, tem ainda de assumir a respon-sabilidade de prestar esclareci-mentos ao público sobre a razão das origens de diversos aumentos nas despesas.”

sos de erro médico”, aponta a deputada, que diz “existir uma significativa diferença entre a sua natureza e as expectativas da sociedade”.

Recorde-se que o Conselho para os Assuntos Médicos foi criado com a intenção de ser um primeiro passo para a cria-ção da lei do erro médico, que deverá chegar a Assembleia Legislativa em Outubro e já tem sido alvo de críticas. Cabe ao Conselho para os Assuntos Médicos pronunciar-se sobre o desenvolvimento da activi-dade profissional de saúde, os documentos de consulta respeitantes a projectos de diploma, proceder a estudos, elaborar relatórios e apresentar recomendações no que respeita aos códigos deontológicos dos profissionais.

Angela Leong queria mais. “A criação deste conselho visa estimular o desenvolvimento dos serviços de saúde em Ma-cau (...), mas não pode desem-penhar tarefas importantes, por ser consultivo. Deveriam ser aumentadas as competências, com vista a (...) actuar nos casos de arbitragem dos erros médicos.”- J.F.

Page 5: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

de uma das habitações do edifício, prosseguindo sobre a actuação desapropriada do deputado nas instalações do Flower City. «O deputado está muito consciente da lei, naturalmente, já que faz parte das suas competências. Ainda assim, comportou-se como líder de uma seita e fez exigências descabidas», frisou.

Lam Kam Chio disse que a matéria vai ser levada a discussão com o Governo hoje de manhã. «A administração do condomínio vai ter uma reunião com Instituto de Habitação (IH). Os representados de Hong Kong da cadeia de super-mercados vêm amanhã, e o IH já convidou a empresa de Fong Chi Keong para comparecer à reunião mas duvido que ele compareça.”

DSSOPT EM CIMA DOS PRAZOSA Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) emitiu ontem um comunicado onde se compromete a acompanhar, prioritariamente, as questões de segurança pública, além de estar em cima das exigências feitas ao arrendatário do supermercado para proceder com a maior brevidade possível ao plano de manutenção, reparação e restauração dos pilares

estruturais danificados e para tratar da infiltração de água no tecto da cave do prédio, cujo o prazo foi estabelecido em dois meses. E, de seguida, logo que seja dado o aval, o prosseguimento com as obras de restauração.

A DSSOPT, diz ainda, espe-rar que seja reforçado o diálogo entre o arrendatário da estrutura comercial e a assembleia geral dos condóminos por forma a resolver devidamente os conflitos.

O organismo público, tutelado por Jaime Carion, adianta também que prosseguirá ao acompanha-mento das questões de segurança relacionadas com a obstrução do caminho de evacuação do edifí-cio e com o desprendimento da camada de protecção dos pilares estruturais provocada pelas torres

de refrigeração existentes nas suas imediações.

Na última reunião com o arrendatário do supermercado, salienta a DSSOPT, foi-lhe exigida a imediata remoção dos materiais colocados no acesso comum e o destrancamento do portão de modo a não obstruir o caminho de evacuação.

“Na reunião o representante do arrendatário da loja comercial prometeu à DSSOPT que irá dinamicamente dialogar com a assembleia geral de condóminos e remover imediatamente os ma-teriais e objectos colocados no acesso comum do edifício, assim como manter destrancado o por-tão, de modo a eliminar o perigo contra a segurança pública”, frisou o organismo.

GONÇALO LOBO PINHEIRO

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O deputado Fong Chi Keong surgiu, com um grupo de homens, no edifício do supermercado Park’n Shop. Aí mandou rasgar os cartazes que protestavam contra a falta de condições de segurança do prédio, motivada pelas obras efectuadas pelo supermercado. O representante dos condóminos comparou o seu comportamento ao de um líder de seita. A empresa de construção civil Man Kan, da qual o deputado é presidente, construiu e detém o prédio.

O ESSENCIAL

hoje macau sexta-feira 19.7.2013 SOCIEDADE

CECÍLIA L [email protected]

O presidente da admi-nistração do condo-mínio do edifício Flower City, Lau

Kam Chio, informou o HM que ontem, ao meio-dia, o deputado Fong Chi Keong chegou com vários homens ao edifício para destruir os cartazes de protesto dos moradores, que se encontram no rés-do-chão do edifício há duas semanas, desde a última conferencia de imprensa realizada. “O comportamento do deputado foi como o das seitas nos anos 90”, descreveu Lau Kam Chio.

Mas qual a ligação de Fong Chi Keong ao caso? A empresa de construção civil Man Kan, da qual o deputado é presidente, construiu e detém o Flower City, ou seja, é o grande proprietário do prédio que sofreu danos estruturais devido às obras de construção do supermer-

CASO DE PARK’N SHOP FONG CHI KEONG MANDOU RASGAR CARTAZES NO FLOWER CITY

“Comportou-se como um líder de seita”A declaração é de Lam Kam Chio, presidente da administração do condomínio do edifício Flower City, sobre Fong Chi Keong. O morador explica que o deputado, dono da empresa de construção do prédio, foi até ao edifício rasgar os cartazes de protesto dos condóminos sobre os estragos na estrutura do Flower City causados pelo supermercado Park’n’Shop

cado Park›n›Shop - cadeia detida pelo empresário de Hong Kong Li Ka Shing - também arrendatária do Flower City.

O Lam Kam Chio explica ao HM que Fong Chi Keong tentou chegar à fala com os moradores para, alegadamente, dissuadi-los das queixas e protestos levados a cabo junto do Governo.

No entanto, o presidente da administração do condomínio do edifício Flower City não se mostrou disponível para a con-versa uma vez que se encontrava a trabalhar em Macau. “Venha agora para o Flower City ter uma reunião com Fong Chi Keong”, exigiu o secretário do deputado em conversa telefónica, segundo palavras de Lam Kam Chio. E, segundo o mesmo, terá ido longe demais no tom de voz, em jeito de ameaça.

“Precisava de trabalhar a estas horas», justificou-se o proprietário

FONG CHI KEONG A DEPUTADO NOMEADO?Lau Kam Chio está convencido que Fong Chi Keong será deputado nomeado na Assembleia Legislativa. O deputado já participou nas eleições pela via directa e, mais recentemente, pela via indirecta. Nesta eleições legislativas não avançou com a candidatura às eleições por qualquer das vias. Por essa razão, as pessoas questionam-se sobre a sua carreira política do deputado actual, por isso, surge agora a possibilidade de poder ser deputado na próxima legislatura por nomeação. É nisso, precisamente, que o nosso interlocutor acredita. “Não vou contar como sei que vai ser nomeado, mas vai ver depois das eleições em Setembro”, afiança Lam Kam Chio.

Page 6: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

CURSO DE PROTECÇÃO DE CRIANÇASEntre 3 e 10 de Setembro irá realizar-se nas instalações do Centro de Protecção de Crianças um curso de Certificado de Protecção de Criança 2013. Os assistentes sociais, trabalhadores em educação e advogados são o público-alvo da iniciativa. O objectivo do cursos é aumentar o conhecimento da sociedade sobre abuso de crianças, promover o trabalho de protecção de crianças e a prática dos seus direitos. Os cursos, que começaram a ter lugar em 2007, poderão eventualmente ser expandidos para demais associações que o queiram, explica Theresa Choi. Para já, o centro dá palestras nas escolas para pais e crianças, sobretudo, sobre abuso sexual. “Porque muitas vezes as crianças também não sabem o que é abuso sexual e onde podem pedir ajuda”, frisou. O custo de curso é 450 patacas, as inscrições prolongam-se até 31 de Agosto.

6

Dois casos de maus tratos a crianças foram recentemen-te detectados. Mas os res-ponsáveis governamentais pela protecção de menores estão convencidos que se trata apenas da ponta do ice-bergue. No silêncio dos lares existirão muitos mais casos que não são denunciados. Incluindo de abuso sexual.

O ESSENCIAL

sociedade hoje macau sexta-feira 19.7.2013

CECÍLIA L INcecí[email protected]

RITA MARQUES [email protected]

E NTRE Janeiro e Junho, o Centro de Protecção das Crianças já recebeu 23 chamadas de apoio e

denunciadoras de casos de maus tratos na sua linha hotline. Entre as quais, revela, dois casos crimi-nais, acompanhados em Junho e Julho, que foram encaminhados à Polícia Judiciária. “Os dois casos dizem respeito a abusos físicos e negligência no cuidado com as crianças”, indicou a responsável do centro, Theresa Choi.

Por sua vez, o Instituto de Acção Social (IAS) diz ter acom-panhado este ano, até Abril, um caso, denunciado às autoridades policiais, que pediram depois a intervenção deste departamento público. E afiança, nos números fornecidos, que o acompanha-

Elevador avariado prende guardas e reclusosOs casos de mal funcionamento de elevadores sucedem-se. Desta feita, a visada foi a prisão de Macau, seus trabalhadores e prisioneiros - dois guardas e 16 reclusos. O episódio aconteceu ontem à tarde, pelas 17h30, mas o Estabelecimento Prisional de Macau (EPM) explica que a actuação do Corpo de Bombeiros teve lugar dez minutos depois. Dois reclusos queixaram-se de indisposição e foram alvo de tratamento médico, sem necessidade de intervenção hospitalar. O EPM garante ainda que o elevador avariado funcionava normalmente, tendo sido alvo de inspecção periódica (a última a 8 de Julho). Recorde-se que foram criadas em Maio instruções para a apreciação, aprovação, vistoria e operação de equipamentos de elevadores fora do âmbito de qualquer lei, pelo que não estão previstas multas para as empresas de manutenção.

Shun Tak cria empresa hoteleira ArtyzenO grupo Shun Tak criou uma empresa de gestão hoteleira, a Artyzen, com a qual espera alcançar maiores oportunidades no turismo asiático, sobretudo, para os viajantes chineses. A Shun Tak acredita que poderá ser um tempo desejável para considerar potenciais investimentos na Europa e América. “O mercado tem ganho maior satisfação, a tão rápido passo que as marcas hoteleiras internacionais não têm conseguido acompanhar. Isto criou uma janela valiosa de oportunidades já que acumulados experiência próspera na região e conhecimento sobre os padrões de consumo dos viajantes chineses”, indicou ontem Pansy Ho, empresária e filha do magnata Stanley Ho, na apresentação da nova empresa. À frente da Artyzen estará Robbert van der Mass, ex-responsável hoteleiro no MGM, e Jerry Haung, vice-presidente da Associação Turística de Hotel Chinesa, na sucursal continental.

MAUS TRATOS A MENORES CENTRO DE PROTECÇÃO DAS CRIANÇAS ENCAMINHOU DOIS CASOS À POLÍCIA

O que esconde a ponta do icebergue

mento de casos foi menor entre 2011 e 2012 (baixando de 17 para 14). Mas, garante, tal pode não corresponder à realidade. “Pode e deverá haver mais. Normalmente não estamos a par de todos os casos. Só intervimos quando há denúncia policial”, explica uma porta-voz. E, para já, não dá conta do acompanhamento destes dois recentes casos criminais.

O IAS garante que, quando tem casos sobre a sua alçada, analisa “a situação de segurança e neces-sidades das vítimas, oferecendo várias medidas de protecção, que incluem acolhimento em lares, encaminhá-las aos cuidados de outra pessoa bem como oferecer aconselhamento psicológico a fim de oferecer protecção adequada às vítimas infantis”, garantiu em resposta escrita.

MENORES COM LEGISLAÇÃO À PARTENo mês passado a presidente da Associação de Luta Contra Maus Tratos, Wong Man Wai, indicou ao jornal Ou Mun que houve um aumento do número de casos em 3,5% em 2012 face a 2011, dando conta de nove casos relacionados com abusos de menores - negli-gência, abuso físico, psicológico e também sexual.

Em seu entender, referiu, há ainda muitos casos escondidos, que necessitam de intervenção. Por

essa razão, defende, deve ser criada uma legislação específica para a protecção das crianças, à parte da proposta de lei que está a ser ultima-da sobre violência doméstica. Até porque, explicou, há necessidade de identificar como crimes públicos as situações de negligência dos pais e de abusos sexuais.

Theresa Choi, em declarações ao HM, explicou que a proposta

contra violência doméstica “não consagra os direitos dos menores”. “Os cidadãos não têm presente o conceito sobre abuso de crianças, se a legislação de protecção de menores for independente, acredito que as pessoas podem fazer uma compreensão clara da definição de abuso de crianças, incluindo sobre negligência, a fim de aumentar a vigilância pública.”

O Centro de Protecção das Crianças disse ter recebido este ano 23 chamadas de apoio e dúvidas, entre as quais dois casos criminais que foram encaminhados às autoridades. O IAS fala em casos ocultos

Page 7: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

TIAG

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CÂNT

ARA

7 sociedadehoje macau sexta-feira 19.7.2013

RITA MARQUES [email protected]

NA quinta-feira foi içado o sinal 1 de tufão. A intensida-

de mínima, numa escala máxima de 10, deverá manter-se também duran-te o dia de hoje. As pre-visões são transmitidas ao HM pelo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Fung Soi Kun.

“Em princípio a nos-sa previsão é de que ire-mos manter o sinal um. Se o tufão continuar com esta trajectória não vai influenciar muito Macau. Haverá vento a sudoeste que vai provocar agua-ceiros moderados acom-

Operação 19 trabalhadores ilegais em 468 instalaçõesOs trabalhos conjuntos de fiscalização entre o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPCP) e a Direcção dos Serviços de Assuntos Laborais (DSAL) detectou, em Junho, 19 trabalhadores ilegais a trabalhar em obras de construção civil, residências, estabelecimentos comerciais e industriais, entre outros locais. As autoridades foram quem detectou mais pessoas a trabalharem em situação irregular (15 num total de 455 serviços).

Época de tufões DSAL lança recomendações a empreiteiros de obras em cursoAs inspecções e fiscalizações constantes são uma exigência em época de tufões. Os temporais podem afectar as obras de construção, cujas estruturas se devem manter o mais intactas e seguras possível. O aviso é da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) que, explica, é preciso atender sobretudo aos andaimes, aparelhos elevatórios e gruas de torre. O organismo alerta que os trabalhos com içamento de cargas são proibidos durante a aproximação de tufão. Os estaleiros devem ter sempre a sua fonte de energia eléctrica depois do dia de trabalho.

ANDREIA SOFIA [email protected]

O mais recente Boletim de Estudos Mone-tários publicado on-tem pela Autoridade

Monetária e Cambial de Macau (AMCM) traça um panorama positivo para os próximos meses no que ao mercado imobiliário diz respeito.

Isto porque o organismo prevê que o “aumento dos preços no mercado imobiliário vai abrandar significativamente na segunda metade de 2013, conduzindo a uma estabilidade no mercado”. Para além disso, “espera-se uma redução do volume de transacções no segmento do mercado de pro-priedades privadas”.

As principais razões para esta possível quebra devem-se à recente aprovação do regime jurídico da promessa de transmissão de edi-fícios em construção, em Maio. O diploma veio trazer regras mais claras no que diz respeito à compra e venda de edifícios cuja constru-ção está por concluir.

Quanto à inflação, as notícias são menos positivas, pois a AMCM prevê que vai manter-se entre os 5% e 6%. “A inflação vai manter-se relativamente elevada em 2013. Apesar do panorama mundial da

A Autoridade Monetária e Cambial prevê menos transacções de imóveis este ano, bem como um abrandamento “significativo” dos preços. Quanto à inflação, vai manter-se elevada

AMCM PREVÊ QUEBRA NOS PREÇOS E “ESTABILIDADE”

Mercado imobiliário mais frio

METEOROLOGIA TUFÃO 1 NÃO VAI AMADURECER A SUA INTENSIDADE EM MACAU

Fim-de-semana com chuva

inflação ser muito favorável, os factores domésticos tornaram-se factores-chave para que os preços dos produtos de consumo estejam nessa posição”, aponta o boletim.

“O pequeno mercado de tra-balho e outros constrangimentos à capacidade de produção vão fazer com que os preços laborais e de arrendamento se mantenham a um ritmo de dois dígitos, o que progressivamente vai favorecer os preços do consumo”, acrescenta a AMCM.

ECONOMIA DE UM DÍGITOSe o crescimento dos preços dos bens de consumo se vai manter na ordem dos dois dígitos, o

mesmo não vai acontecer com a economia. “Espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, em termos reais, cresça um dígito este ano”.

As razões prende-se com as poucas contribuições da procura interna. Pelo contrário, “a procura externa, que representa cerca de 70% do conjunto global da procura, deverá manter-se como a grande causa para o crescimento econó-mico deste ano”, diz a AMCM.

Apesar do bom panorama dos investimentos no sector das cons-truções, o abrandamento também será visível. “Os projectos no Cotai relacionados com o turis-mo e projectos de infra-estrutura

em larga escala, como o Metro Ligeiro e a ponte Zhuhai – Hong Kong – Macau vão continuar a sustentar o investimento, mas a taxa de crescimento em 2013 irá desacelerar face ao ano anterior.”

Sem esquecer os projectos de cooperação com a ilha de Nansha e o futuro desenvolvimento da Ilha da Montanha, o boletim dá

ainda conta do abrandamento das receitas de jogo.

“O sector VIP tem vindo a perder presença para o mercado de massas, o que tem provocado um abrandamento do crescimento do sector do jogo em termos gerais. As receitas do jogo vão abrandar de forma visível na segunda metade de 2013”, aponta a AMCM.

panhados de algumas trovoadas, sobretudo, sexta e sábado”, explica o responsável.

No entanto, as condi-ções climatéricas pode-rão arribar no domingo, mantendo-se apenas alguns chuviscos. E, confirma Fung Soi Kun, haverá melhorias no fim--de-semana, com abertas de sol. Ainda assim, as temperaturas máximas previstas ascendem aos 30ºC, com a humidade nos píncaros (95%).

O tufão, que veio das Filipinas, vai passar a 400 quilómetros da costa leste de Macau amanhã, dia mais próxi-mo do território na sua trajectória.

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8 hoje macau sexta-feira 19.7.2013CHINA

TOM DOCTOROFF*In The Wall Street Journal

A Apple causou frenesim na China. É possível achar um Starbucks em praticamente toda

esquina das cidades costeiras do país e além. Da Nike à Siemens, os consumidores chineses realmente preferem as marcas ocidentais aos concorrentes domésticos. Com a ascensão dos microblogueiros, a po-pularidade de bandas de rock como Hutong Fist e Catcher in the Rye, e até mesmo a recente popularidade do Natal, tudo parece apontar para uma ocidentalização crescente.

Mas não nos deixemos enganar pelas aparências. O consumidor chinês não se está a tornar “ociden-tal”. Está cada vez mais moderno e cosmopolita, mas continua distin-tamente chinês. Se aprendi alguma coisa nos meus 20 anos de trabalho como executivo de publicidade na China, é que as marcas ocidentais bem-sucedidas moldam a sua men-sagem no país para serem “globais” e não “estrangeiras” — para que possam assim incorporar a cultura chinesa.

Entender a cultura de consumo da China é um bom ponto de partida para entender o país em si numa era em que ele se aproxima rapida-mente do estatuto de superpotência. Embora a economia e a sociedade chinesas estejam a evoluir rapida-mente, os fundamentos culturais continuam mais ou menos os mes-mos há milhares de anos. A China é uma sociedade confucionista, uma combinação de poder patriarcal e mobilidade social. Os seus cidadãos são movidos pelo conflito constante entre se destacar e se encaixar, en-tre ambição e arregimentação. Na sociedade chinesa, os indivíduos não possuem uma identidade única que não envolva as suas obrigações à sociedade e a obtenção do seu reconhecimento. O clã e a nação são os pilares eternos da identidade. O individualismo ocidental — a ideia de se definir independentemente da sociedade — não existe por aqui.

A velocidade com que os cidadãos chineses têm adoptado tudo que é digital é um sinal da mudança no país. Mas o comércio electrónico, que revolucionou o equilíbrio de poder entre retalhistas e consumidores, só descolou mes-mo quando a necessidade chinesa de tranquilidade foi satisfeita. Até mesmo quando as transacções são feitas pela internet, a maioria das compras é concluída pessoalmente, com o comprador a examinar o produto e a pagar em dinheiro vivo.

AnáliseAnálise

O que o novo consumidor da China quer

O consumidor chinês não se está a tornar “ocidental”. Está cada vez mais moderno e cosmopolita, mas continua distintamente chinês. Se aprendi alguma coisa nos meus 20 anos de trabalho como executivo de publicidade na China, é que as marcas ocidentais bem-sucedidas moldam a sua mensagem no país para serem “globais” e não “estrangeiras” — para que possam assim incorporar a cultura chinesa

Até mesmo a auto-expressão digital precisa de ser segura e en-coberta pelo anonimato. Os sites de redes sociais como o Sina Wei-bo (versão chinesa do Twitter), o Renren e o Kaixing Wang (a versão local do Facebook) tornaram-se extremamente populares. Mas os seus utentes escondem-se com ava-tares e pseudónimos. Uma pesquisa realizada pela firma de publicidade JWT, onde trabalho, e pela IAC, uma holding de internet, constatou que menos de um terço dos jovens americanos concorda com a seguinte afirmação: “Sinto segurança em fazer e dizer coisas [on-line] que não teria coragem de fazer fora da rede”, e 41% deles discordam. Entre os entrevis-tados chineses, 73% concordaram e apenas 9% discordaram.

Na cultura de consumo da China há uma tensão constante entre o desejo de se proteger e o de exibir estatuto. Este conflito explica a exis-tência de duas linhas de desenvolvi-mento aparentemente conflituosas. Por um lado, vemos um índice de poupança estratosférico, sensibili-dade extrema aos preços e aversão aos juros do cartão de crédito. Por outro lado, há a obsessão chinesa com bens de luxo e a disposição de pagar até 120% da renda anual num carro.

Os chineses enfrentam diaria-mente uma rede de providência social em frangalhos, a falta de ins-tituições que protejam o património pessoal, alimentos contaminados e uma série de outros riscos à casa e à saúde. O instinto dos consumidores para projectar estatuto pela exibição de bens materiais é equilibrada pelo comportamento conservador nas compras. A segurança é o mais importante para os consumidores chineses. Até mesmo calças de luxo precisam de garantir que não são tóxicas antes de propagandear as virtudes de expressar a individua-lidade do consumidor de maneira original. A segurança também é uma grande preocupação dos com-pradores de carros, em qualquer segmento de preço.

Para conquistar os consumido-res chineses, as marcas precisam seguir três regras. A primeira e mais importante é que os produtos consumidos em público, directa ou indirectamente, são muito mais caros que os usados no âmbito da vida privada. As principais marcas de telemóvel são multinacionais. As principais marcas de electro-domésticos, por outro lado, são produtos baratos de fabricantes chineses como TCL, Changhong e Little Swan. Segundo um estudo

da empresa britânica B&Q, o chi-nês comum da classe média gasta apenas US$ 15.000 para equipar um apartamento totalmente vazio de 90 metros quadrados.

Os produtos de luxo são de-sejados mais como investimentos em estatuto do que pela beleza ou qualidade inerentes. Os chineses são actualmente os consumidores mais ávidos do mundo de produtos de luxo, pelo menos se as viagens para Hong Kong ou Paris forem levadas em conta. Segundo a Global Refund, firma especializada em compras isentas de imposto para turistas, os chineses respondem por 15% dos bens de luxo comprados na França, mas são menos de 2% dos visitantes.

A tendência de exibir os produ-tos também é um aspecto crucial na forma como as marcas se estão a re-posicionar para atrair consumidores chineses. Apesar da cultura chinesa do chá, a Starbucks conseguiu esta-belecer-se como um local público em que as tribos de trabalhadores se reúnem para proclamar sua filiação à nova geração da elite local. Tanto a Pizza Hut como a Häagen Dazs criaram franquias gigantescas na China voltadas para o consumo fora de casa.

A segunda regra é que os be-nefícios de um produto devem ser externos e não internos. Até para os bens de luxo, celebrar o individua-lismo — com noções conhecida dos ocidentais como “o que eu quero” e “como me sinto” — não funciona na China. Os automóveis precisam de anunciar que o homem está a subir na vida. A BMW, por exemplo, conseguiu adicionar com sucesso ao seu slogan mundial “Puro prazer de conduzir” uma declaração de ambição ao estilo chinês.

Às vezes, a diferença entre os benefícios internos e externos pode ser relativamente subtil. Os spas e resorts facturam mais quando pro-metem não apenas relaxamento mas também recarregar as baterias. As fórmulas para bebés promovem a inteligência e não a felicidade. Nos países ocidentais, viver as coisas boas da vida é suficiente; na China, a cerveja tem que unir as pessoas, reforçar a confiança e promover ganhos financeiros mútuos.

A última regra para posicionar uma marca na China é que seus produtos precisam de atender à necessidade de navegar as dife-rentes correntes da ambição e da arregimentação, de se destacar mas ao mesmo tempo se encaixar. Os homens chineses querem ser bem sucedidos sem quebrar as regras do jogo e é por isso que os mais ricos

do país preferem carros da Audi ou da BMW do que vistosos Maseratis.

Os consumidores de luxo que-rem mostrar que venceram no siste-ma mas manter a humildade, motivo para o sucesso do logótipo com a estrela de seis pontas da Mont Blanc ou o couro trançado característico da Bottega Veneta — ambos pro-positadamente discretos. Os jovens consumidores querem ser aceites e ter estilo, então escolhem marcas da moda mais convencionais como Converse e Uniqlo.

Os pais chineses são atraídos pelas marcas que prometem “apren-dizagem oculta” para seus filhos: o desenvolvimento intelectual dis-farçado de diversão. A Disney vai ser mais bem sucedida como algo educacional — as suas escolas de inglês são um enorme sucesso — do que como parque temático. Os res-taurantes da McDonalds’s, templos de alegria infantil nos países ociden-tais, transformaram-se em parques de diversão académicos na China: o McLanche Feliz tem bonecos do Snoopy usando roupas do mundo inteiro, enquanto o site da rede no país, comandado pelo Professor Ro-nald, oferece McCursos Felizes de multiplicação. A pasta de amendoim Skippy oferece “delicioso sabor” e “uma maneira inteligente de se preparar uma sanduíche”.

Até mesmo a paixão da China pelo Natal — com fortes vendas de fim de ano e omnipresente música natalícia, até mesmo nos prédios do Partido Comunista — serve para incorporar um ideário distintamente chinês. Pai Natal é símbolo de progresso: representa o conforto crescente do país com a nova ordem mundial, que ele está determinado a assimilar sem sacrificar seus interesses nacionais. O Natal tornou-se uma maneira de projectar status numa cultura em que a identidade individual é inseparavelmente conectada à aprovação dos outros.

O sonho americano — riqueza e liberdade — é embriagante para os chineses. Mas enquanto os america-nos sonham com “independência”, os chineses querem “controlar” o seu próprio destino e as oscilações da vida quotidiana. As semelhanças de cunho material entre os chineses e americanos mascaram impulsos emocionais fundamentalmente diferentes. Se as marcas ocidentais podem aprender a visão de mundo da China, talvez o Ocidente inteiro também consiga.

*Tom Doctoroff é autor de “What Chinese Want: Culture, Communism and China’s Modern Consumer”.

Page 9: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

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9hoje macau sexta-feira 19.7.2013

A economia chi-nesa deverá crescer 7,8% em 2013 apesar

do ligeiro abrandamento re-gistado no primeiro semes-tre do ano, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório citado ontem na imprensa oficial chinesa.

A economia chinesa abrandou nos últimos tri-mestres, mas ainda cresceu a um ritmo de 7,5% no segundo trimestre de 2013, o que “coincide com a meta do próprio Governo”, disse à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua o vice-director do FMI para a Ásia e Pacífico, Marcus Rodlaur.

Director da GSK proibido de abandonar o paísAs autoridades chinesas impediram o director financeiro da GlaxoSmithKline (GSK) na China de abandonar o país, onde o grupo farmacêutico britânico é alvo de investigação por corrupção, indicou ontem a empresa. De nacionalidade britânica e baseado em Xangai, Steve Nechelput não foi interrogado e não se encontra detido, acrescentou a GSK. “Estamos ao corrente de restrições de viagem para Steve Nechelput desde o fim de Junho”, mas “ele é livre de viajar no interior da China”, precisou o grupo numa declaração à AFP. A GSK é acusada pelas autoridades chinesas de nos últimos anos ter subornado autoridades governamentais, empresas do sector farmacêutico, bem como hospitais e médicos para impulsionar as vendas dos seus produtos. Quatro quadros da GSK, de nacionalidade chinesa, foram detidos pela polícia, anunciaram no início da semana as autoridades chinesas. Segundo a imprensa chinesa, mais de 20 pessoas foram interrogadas no âmbito do caso.

Número de cibernautas atingiu os 591 milhõesO número de chineses ligados à internet atingiu os 591 milhões no fim de Junho, mais de dois terços dos quais através de smartphones e outros dispositivos móveis, anunciou ontem a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Aquele número representa um crescimento de 10% no espaço de um ano e corresponde a 44,1% da população do país, precisou a Xinhua, citando o organismo governamental China Internet Network Information Center (CNNIC). Pelas contas do CNNIC, no fim do primeiro semestre de 2013, a base de utilizadores móveis da internet na China era de 464 milhões, constituindo 78,5% do total, num aumento de 6,3 pontos percentuais face a igual período de 2012.

China e Venezuela querem reforçar cooperação bilateralO vice-presidente chinês, Li Yuanchao, reuniu-se esta quinta-feira em Peijing com o seu homólogo venezuelano, Jorge Arreaza, que está de visita à China. Durante o encontro, Li Yuanchao disse que a Venezuela é um dos mais importantes parceiros chineses na América Latina. Nos últimos anos, as relações bilaterais têm vindo a registar um desenvolvimento rápido, disse Li Yuanchao, afirmando ainda que os dois países devem planear bem o desenvolvimento futuro das relações, que devem incluir uma maior frequência das visitas de alto nível, a ampliação da cooperação e o reforço do intercâmbio na área da administração. Arreaza disse que o novo governo venezuelano vai continuar a dar prioridade ao desenvolvimento das relações com a China. Segundo o vice-presidente venezuelano, a Venezuela quer reforçar a cooperação com a China a fim de beneficiar os dois povos.

Diaoyu Três navios em nova incursão Três navios patrulha chineses entraram esta quinta-feira nas águas territoriais das ilhas disputadas com o Japão, depois de uma visita do primeiro-ministro japonês à região, indicou a guarda costeira nipónica. Os barcos penetraram na zona de 12 milhas náuticas (pouco mais de 22 quilómetros) em torno das ilhas Diaoyu, no Mar da China Oriental, por volta das 09:30, segundo as autoridades japonesas. Esta nova incursão dos navios chineses sucede a uma deslocação a uma ilha vizinha do primeiro-ministro, Shinzo Abe, para um encontro com a guarda costeira que patrulha as ilhas Diaoyu. “Eu vou continuar a defender o nosso território, as nossas águas territoriais, e o nosso espaço aéreo”, declarou Sinzo Abe perante cerca de 40 guarda costeiros na ilha de Ishigaki, no arquipélago de Okinawa, a cerca de 2000 quilómetros a sul de Tóquio.

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO PREDIAL URBANA

1. A única prestação da Contribuição Predial Urbana referente ao exercício de 2012, será cobrada nos meses de Junho, Julho e Agosto do ano corrente.

2. No mês de pagamento, se os Srs. Contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que se dirijam ao NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança.

3. O pagamento pode ser efectuado, até ao último dia do mês indicado no conhecimento de cobrança (Junho, Julho ou Agosto), nos seguintes locais:- Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa, do Centro de Serviços da RAEM ou

do Edifício Long Cheng;Os impostos/contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino (incluindo “Maestro” e “UnionPay”). O montante total de pagamento não pode ser inferior a MOP$200,00 (duzentas patacas), nem superior a MOP$100 000,00 (cem mil patacas). O pagamento, através de cartão de crédito ou de débito, deve ser efectuado pelo montante total da dívida, sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão.

- Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados: Banco da China;Banco Comercial de Macau;Banco Delta Ásia;Banco Industrial e Comercial da China;Banco Luso Internacional;Banco Nacional Ultramarino;Banco Tai Fung, e,Banco Weng Hang.

- Nas máquinas ATM da rede Jecto de Macau, assinaladas com a indicação “Jet payment”; - Por pagamento electrónico “[ “banca-on-line”] , no Banco da China, no Banco Nacional Ultramarino ou no Banco Tai Fung, através dos endereços: www.bocmacau.com, www.bnu.com.mo e www.taifungbank.com, respectivamente;

- Por pagamento telefónico “banca por telefone”, no Banco da China ou no Banco Tai Fung.4. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à da

sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da “Direcção dos Serviços de Finanças”, nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008.Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$50 000,00, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.

5. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa, cheque bancário ou cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, devendo incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, afim de se enviar posteriormente o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembra-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 4, relativamente aos cheques.- O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no

conhecimento de cobrança.6. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do

serviço de cobrança.7. Para a sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo.

Aos 24 de Maio de 2013.A Directora dos Serviços

Vitória da Conceição

FMI ECONOMIA CHINESA DEVERÁ CRESCER 7,8%

Optimismo global

china

“Claramente, uma fraca procura por parte das eco-nomias avançadas amortece o crescimento na China”, comentou Marcus Rodlaur.

Na passada semana, o FMI reviu em baixa a sua

previsão de crescimento da economia chinesa em 2013, de 8,1% para 7,8 por cento.

A economia chinesa - a segunda maior do mundo, a seguir aos Estados Unidos - abrandou para 7,5% no

“Claramente, uma fraca procura por parte das economias avançadas amortece o crescimento na China”Marcus Rodlaur, FMI

De acordo com as pre-visões do FMI, a economia chinesa recuperará ligeira-mente a partir do terceiro trimestre de 2013, acompa-nhando “uma suave recupe-ração da economia global”, disse o jornal China.

segundo trimestre de 2013, anunciou na segunda-feira o Gabinete Nacional de Estatísticas da China.

Aquele valor representa um abrandamento de 0,2 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre do ano e de 0,3 pontos ao crescimento médio de 2012 (7,8%), que foi já o mais baixo desde 1999.

A meta de crescimento preconizada este ano pelo Governo chinês é “cerca de 7,5%”.

Page 10: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

ZHOU [email protected]

HOJE

MAC

AU

10 hoje macau sexta-feira 19.7.2013ENTREVISTA

Macau apresenta-se hoje como o centro do comércio entre a China e os países lusófonos, bem como o cen-tro da educação dos novos talentos do português na China. O território faz bem o seu papel?Macau tem sido essa pla-taforma mas tem muitos problemas, sendo o mais grave a escassez de talentos. Com o aumento do volume de negócios, a China precisa de mais bilingues e quer que Macau lhos apresente, mas como o território não tem ta-lentos suficientes, obviamente não os consegue apresentar. Isto significa que os deveres desse papel de plataforma não estão a ser bem cumpridos. Em todas as instituições há falta de docentes e recursos, pois é muito difícil encontrar um bom dicionário ou uma obra literária clássica em português nas bibliotecas. O número de alunos dos cursos de português da Universidade de Macau (UMAC) e do IPM está longe de responder às reais necessidades de uma plataforma destinada a oito países.

Existe estagnação no ensino do português no nível básico de escolaridade?Melhorar a qualidade do ensi-no superior sem dar importân-cia ao ensino no ensino básico é como construir um castelo no ar. Na verdade, já antes da transferência de soberania não havia um sistema totalmente unificado e criado para o ensino da língua portuguesa. Pouco tempo antes da transfe-rência, quase todos perderam a esperança na língua, e o nú-mero de estudantes do nosso curso teve a maior quebra em 1999: inscreveram-se tão poucos alunos que optámos por não abrir o curso diurno.

O que mudou entretanto?Mais tarde, o estabelecimento do Fórum Macau levou a uma maior procura dos agentes bilingues. Com o desenvol-vimento anual do comércio, hoje a procura é gigantesca. É justamente por isso que agora a sociedade dá muita atenção e são levantadas muitas criticas ao ensino do português. Por

LEI HEONG IOK, PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE MACAU, SOBRE A RELAÇÃO CHINA-PAÍSES LUSÓFONOS

“Macau não está a cumprir bem o seu dever de plataforma”

outras palavras, não acho que exista essa estagnação.

Então como olha para o ensino do português na sua ligação entre o ensino básico e a educação superior?A qualidade geral da educação superior melhorou muito nos últimos anos, porque agora há muitas instituições portu-guesas, brasileiras e africanas que enviam os seus alunos para cá. Os directores de al-gumas escolas luso-chinesas já expressaram a vontade de requisitar os nossos professo-

res de português, e outras es-colas chinesas já começaram a ter aulas de português. Mas essas mudanças gratificantes devem-se à atenção dada pelo Chefe do Executivo à área da educação.

Como é que o IPM tem respondido a esse interesse?Criámos bolsas de estudo específicas para os alunos das escolas luso-chinesas e, como achamos que os macaenses têm muito potencial nesta área, também temos bolsas para eles. Contudo, as institui-

ções do ensino superior, como o IPM ou a UMAC, estão sujeitas à lei. Nós tentamos o nosso melhor, mas temos poucas capacidades. A maior parte do trabalho tem de ser feita pela Direcção dos Servi-ços de Educação e Juventude (DSEJ).

O problema está, então, na DSEJ?Não acho que o Governo este-ja a negligenciar o ensino do português. O grande obstáculo é a eficiência do Governo. Não estou só a falar deste caso mas

também do atendimento às crescentes necessidades nesta e noutras áreas da sociedade. Por exemplo o aumento dos custos no terminal marítimo do Pac On é um exemplo da procrastinação do Governo. O desenvolvimento de Shen-zhen mostra-nos que o “tempo é dinheiro e eficiência é vida”. Macau é uma região rica e por isso não dá importância ao dinheiro nessas questões. Mas na educação a falta de eficiência é fatal.

OS CURSOSDE PORTUGUÊS NA CHINA

Há cada vez mais universi-dades do continente que ofe-recem cursos de português. A qualidade está garantida em todos eles?Com certeza que não. Tenho muita pena dos alunos e tam-bém dos pais. Muitas escolas não têm materiais nem docen-tes suficientes, mas abrem os cursos na mesma. Os chineses são assim, se um fizer, outros vão seguir. Para mim o ele-mento mais importante é o professor, que é o que mais falta lhes faz. O melhor do ensino do português no IPM é que, para além do apoio do Governo, temos professores competentes.

O IPM pode ajudar as uni-versidades da China?Claro que gostaríamos muito de ajudar. Já criamos o Cen-tro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa, a fim de oferecer formação aos docentes. Mas temos uma ca-pacidade limitada. A melhor maneira é o Governo tomar a iniciativa, seja da RAEM ou o Governo Central.

Por necessidades do merca-do a maioria das universi-dades opta por professores do Brasil. A UMAC já tem professores brasileiros, mas no IPM a maioria dos pro-fessores ensina português de Portugal. Pode ser uma desvantagem? Já pensou em fazer alterações?Não, até porque não acho que isso seja um grande problema. Acredito que os nossos alunos se conseguem adaptar rapida-mente assim que entrarem no mercado de trabalho. Além de que acho o português de Portugal mais autêntico. O

modelo da UMAC tem as suas vantagens, mas para o IPM a autenticidade é mais importante.

Muitos dos licenciados escolheram não trabalhar com a língua portuguesa. Concorda que pode estar ligado ao facto do português de Portugal ter pouca saída em Macau?O português do Brasil é mais popular, mas isso tem a ver com a economia. Quanto a Macau, é normal que tenha pouca saída porque é um território pequeno. A minha sugestão é para que as pessoas vejam para lá de Macau. Em África e na China há mais espaços para mostrarem o seu talento.

Muitos licenciados não conseguem trabalho, mas o Governo continua a dizer que há falta de agentes bi-lingues. Isso tem a ver com a qualidade dos alunos?É um problema muito com-plicado, tem a ver com a qualidade dos alunos e muitas outras coisas. Já quando era jovem percebia isso. Mas ago-ra acho que a grande origem do problema reside na falta de ligação entre a oferta e a procura.

O que acha da qualidade dos cursos de língua chinesa em Portugal? A China pode ser

50% dos residentes de Macau são emigrantes, porquê existir tanta xenofobia para com os recém-chegados? Eu cheguei a Macau nos anos 70, os meus netos já nasceram todos aqui e mesmo assim ainda me vêem como um chinês do continente

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11 entrevistahoje macau sexta-feira 19.7.2013

LEI HEONG IOK, PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE MACAU, SOBRE A RELAÇÃO CHINA-PAÍSES LUSÓFONOS

“Macau não está a cumprir bem o seu dever de plataforma”uma saída para os portugue-ses, que estão a atravessar uma crise de emprego?Os portugueses têm atribuído muita importância aos cursos, e nós também lhes temos dado muito apoio nos últimos anos. Felizmente a qualidade está cada vez melhor, e claro que o aprofundamento das relações sino-portuguesas tem sido um factor importante no processo. Pelo que vi no último Fórum Internacional do Ensino da Língua Portuguesa na China, muitos portugueses já estão a trabalhar em Pequim, Sichuan ou Hainão. No futuro a China vai fazer mais negócios com os portugueses, a procura por docentes portugueses vai aumentar, e, por isso, estou optimista.

O IPM NO PRESENTEE NO FUTURO

Quais os futuros planos para o IPM?A UMAC já afirmou publi-camente que quer ser uma universidade internacional virada para a investigação. O IPM quer alcançar mais sucesso através de uma nova via, que é ser uma entidade mais local e mais prática. Queremos adaptar a nossa pedagogia às necessidades e não importante o quão locais ou internacionais somos. Quanto mais características locais estiverem presentes,

maior competitividade tere-mos no palco mundial.

É verdade que o IPM pode-rá mudar-se para o actual campus da UMAC na Taipa, quanto esta se mudar para a Ilha da Montanha?Só digo esta frase: o homem põe e Deus dispõe.

O IPM tem sido alvo de mui-to debate nos últimos anos, com deputados a questionar a sua estrutura orgânica e funcionamento. Para isso só tenho uma pala-vra: disparate.

Não comenta as críticas de que o IPM tem demasiados docentes do interior da China?Temos um total de 10% de do-centes do continente e alguns

Não acho que o Governo esteja a negligenciar o ensino do português. O grande obstáculo é a eficiência do Governo. Não estou só a falar deste caso mas também do atendimento às crescentes necessidades nesta e noutras áreas da sociedade. Por exemplo, o aumento dos custos no terminal marítimo do Pac On é um exemplo da procrastinação do Governo

que são residentes de Macau eram do interior da China. Há quem não os reconheça como residentes, mas nota-se que 50% dos residentes de Macau são emigrantes, porquê existir tanta xenofobia para com os recém-chegados? Eu cheguei a Macau nos anos 70, os meus netos já nasceram todos aqui e mesmo assim ainda me vêem como um chinês do continente.

Considera que essas críticas são injustas?O Governo trata-nos bem, construímos um novo edifício e fizemos muitas coisas. Não existe injustiça.

Concorda com a política de integração dos estudantes da China?Concordo porque Macau precisa de mais estudantes e talentos. A razão pela qual recrutamos alunos do con-tinente deve-se à escassez de alunos, que hoje é mais grave devido à baixa taxa de natalidade e à não abertura dessa medida politica. Se-gundo a minha previsão os lindos edifícios da UMAC ficarão vazios porque não vão haver alunos suficientes. Macau não pode abrir só as portas para os turistas e dar as boas-vindas ao dinheiro. Se o problema não for resolvido, o desenvolvimento de Macau vai ficar limitado. Algo que, aliás, já é notório.

Essa política poderá ser aprovada nos próximos cinco anos?A meu ver será difícil. Podem ver as promessas dos candi-datos às eleições: quase todos mostram-se contra a questão para ganharem mais votos.

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12 hoje macau sexta-feira 19.7.2013publicidade

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13hoje macau sexta-feira 19.7.2013 VIDARITA MARQUES [email protected]

F INALMENTE, ao fim de três anos, o Governo anuncia que as instalações

da Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau (CIRSM) vão poder funcio-nar a 100%. O anúncio foi feito ao HM pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). Entre Julho e Setembro, será lançado o concurso público para operação dos três inci-neradores (de um total de seis) que não se encontram em funcionamento.

“A DSPA prevê a aber-tura do concurso público da ‘Empreitada de Mo-dernização do Sistema de Tratamento de Gases de Combustão e Renovação das Antigas Instalações da CIRSM a decorrer no segundo semestre de 2013 no intuito de optimizar con-tinuamente os respectivos equipamentos e elevar o

AS situações de descarga de resíduos de gorduras e óleos alimentares não

são novas. Há, pelo menos, dois anos se levantam problemas sobre a poluição do Canal dos Patos devido ao excesso de substâncias expelidas pelas saídas de drena-gem de águas pluviais da Estação de Tratamento de Águas Residu-ais (ETAR) do Parque Industrial Transfronteiriço de Macau. A Di-recção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) diz agora que haverá penalizações à concessio-nária caso as águas residuais que entram nas instalações não cum-pram os critérios de tratamento.

A conclusão saiu de uma reu-nião entre a DSPA, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e representantes do sector profissional de autotanques que falaram sobre as descargas ilícitas de resíduos de gorduras e óleos alimentares. A DSPA manifestou preocupações e pediu colaboração no cumprimento de instruções.

“As situações de descarga de resíduos de gorduras e óleos alimentares detectadas há algum tempo nas saídas de drenagem de águas pluviais no Canal dos Patos e os impactos provocados recen-temente pela drenagem directa de grandes quantidades na ETAR, cujo o impacto mais grave foi a paralisação do funcionamento de equipamentos nas instalações de

tratamento de águas residuais”, evidenciou o organismo tutelado por Cheong Sio Kei, prometendo infracções.

“A fiscalização da gestão das estações de tratamento de águas residuais e da empresa operadora é da responsabilidade da DSPA (...) No caso da ocorrência de infrac-ções imputáveis, irá, certamente, aplicar penalizações nos termos do disposto no respectivo contrato de prestação de serviços”, frisou.

TRIAGEM SÓ EM COLOANE O organismo lembra que, no terceiro trimestre de 2011, foi criado um sistema de recepção exclusivo na ETAR de Coloane, a fim de receber os resíduos de gorduras e óleos alimentares e águas residuais das câmaras re-tentoras de gorduras, recolhidas pelos autotantes nos sistemas de restauração e bebidas, assim como as águas residuais recolhidas em casas de banho móveis. No entanto, não indica se o mesmo será feito na ETAR do Parque Industrial Transfronteiriço.

Recorde-se que no início dos ano foi encontrada cerca de uma tonelada de peixes mortos no Canal dos Patos, tendo sido avi-sada a população sobre os perigos para a saúde que podem advir da ingestão destes peixes. Até agora, não foram explicadas as causas da morte. - R.M.R.

LUN Lun, uma panda gigante de 15 anos, deu à luz gémeos no jardim zoológico de Atlan-

ta, os primeiros da espécie nas-cidos nos Estados Unidos desde 1987, informou a instituição nesta quarta-feira. O panda gigante deu à luz segunda-feira, 15 de Julho, à tarde.

Os gémeos foram concebidos por meio de inseminação artificial e, apesar de estarem em bom es-tado de saúde, ainda correm risco de morrer nos primeiros meses de vida, indicou o jardim zoológico, num comunicado .

DSPA LANÇA CONCURSO PÚBLICO PARA AS ANTIGAS INSTALAÇÕES DA CENTRAL DE INCINERAÇÃO NO SEGUNDO TRIMESTRE

Queima de lixos a vapor

CANAL DOS PATOS MULTAS SOBRE DESCARGAS

Mão mais pesadaPRIMEIROS PANDAS GÉMEOS NASCEM NOS EUA EM 26 ANOS

Uma mãe preocupada

As três incinerados em “stand by” da CIRS vão voltar ao activo. Ainda não há datas mas a DSPA informou ao HM que será lançado o concurso público para operação das antigas instalações da central de incineração no segundo trimestre

ambientais actualizadas da União Europeia, que servem de referência a Macau, já que o território não dispõe de orientações próprias.

“Sob a condição pre-liminar de assegurar a qualidade do ambiente e a saúde dos residentes, antes de iniciar as obras da modernização das antigas instalações da CIRSM, os três incineradores das no-vas instalações da mesma funcionam como equipa-mentos principais enquanto os incineradores das velhas instalações como reserva”, explicou a DSPA.

Recorde-se que em 2010, o Governo anunciou que pretendia no ano se-guinte iniciar a actualização dos equipamentos mais antigos da única infra-estru-tura de queima de lixos em Macau, situada no Pac On, que está em funcionamento desde 1992, projectado para o tratamento de 1728 toneladas de lixo por dia.

nível de emissão”, garantiu o organismo público em resposta a este jornal. No entanto, ainda afiançou os moldes do concurso, pelo que não indicou se será

internacional como estava inicialmente previsto.

Os três incineradores deixaram de operar há mais de três anos uma vez que não cumpriam as directivas

Lun Lun, descrita como uma mãe experiente e capaz por ve-terinários, lida com o cansaço e o stress de um nascimento múl-tiplo, incomum para a espécie. “Se necessário, os veterinários encarregues de seus cuidados vão ajudar Lun Lun a cuidar dos filhotes, porque normalmente as mães pandas cuidam de apenas um quando têm gémeos”, indicou o comunicado.

Lun Lun é descrita como uma mãe fantástica mas, devido ao stress, tem tido um comportamen-to agressivo com os seus filhos,

por isso os veterinários estão a alimentar os recém-nascidos com leite em pó.

De facto, quando nascem gémeos na natureza geralmente apenas um sobrevive. Os gémeos de pandas gigantes têm sobre-vivido em jardins zoológicos na China e no exterior graças à rotação de cada um dos filhotes com a mãe nos primeiros meses de vida.

O jardim zoológico de Atlanta estima que os visitantes poderão ver estes novos pandas daqui a três meses.

O pai, Yang Yang, de 15 anos, e as suas outras crias com Lun Lun - Xi Lan, de quatro anos, e Po, de dois e que também foram concebidos por inseminação artifi-cial -, vão continuar em exibição.

A família constitui uma das maiores atracções do jardim zoológico de Atlanta, que com os gémeos já viu cinco pandas nascerem.

O jardim zoológico colocou na sua página na internet detalhes da gravidez de Lun Lun e o desen-volvimento dos novos membros. Fotos, imagens de ultrassono-grafia e outras explicações dos veterinários estão disponíveis em www.zooatlanta.org/pandacam.

Estima-se que existem me-nos de 1600 pandas gigantes na natureza em diferentes reservas naturais da China.

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14 hoje macau sexta-feira 19.7.2013DESPORTO

Bolinha Desistência do Kuan Tairepesca Casa de PortugalA última temporada da “Bolinha” foi para o Organismo Autónomo

Desportivo da Casa de Portugal em Macau uma temporada para esquecer. A formação de matriz portuguesa não conseguiu evitar a descida de escalão e o Campeonato de Futebol de Sete da II Divisão parecia ser o destino mais que certo do grupo de trabalho orientado por Pelé, não fosse o futebol ser domínio propenso a pequenos milagres.

A nova época da “Bolinha” só arranca no início de Agosto mas já reservou uma boa surpresa ao emblema de matriz lusitana. O Kuan Tai comunicou à Associação de Futebol de Macau a decisão de não disputar a principal prova do futebol de sete do território e o organismo que chama a si a tutela do desporto-rei na RAEM dirigiu um convite à Casa de Portugal para ocupar a vaga criada pela desistência da formação orientada pelo macaense João Rosa.

ALFREDO MARIA VAZMACAU FOOTBALL NEWS GAZZETTE/Facebook

A Associação de Futebol de Macau garantiu ao HM que o treinador Pelé não se sentará

no banco do FC Porto local, no campeonato de bolinha que ar-ranca na primeira quinzena de Agosto. Isto depois do clube ter anunciado publicamente que o treinador castigado com seis anos de suspensão, por agressão a um árbitro, foi a escolha da equipa de azul-e-branco.

Contactado pelo HM, António Aguiar, presidente do FC Porto, remeteu a resposta à posição da AFM para um contacto com o vice-presidente Adelino Correia, acrescentando que o clube “não tem qualquer comentário a fazer”.

Juristas ouvidos pelo HM con-cordam não conseguir decifrar a intenção dos dirigentes portistas ao, com a sua escolha, chamarem sobre eles próprios os holofotes da opinião pública, reavivando um episódio triste e que causou ondas de indignação.

“Se não é uma afronta é pelo menos um desafio à A.F.M.”, considerou um dos causídicos, que pediu anonimato. Já o jurista Pedro Coimbra acrescenta: “Não consigo entender, sinceramente, qual é a intenção deles. Não entendo o que se pretende com um passo destes. É estar a abrir a Caixa de Pandora.”

“Escolher uma pessoa que está suspensa, por um acto tão grave, provocará uma reacção por parte da Associação – no mínimo – do mesmo grau de gravidade. De outra maneira, realmente, abre-se um precedente terrível”, comentou.

O QUE ESTÁ NA CAIXA De facto, os dirigentes do Futebol Clube do Porto enveredaram por uma “estratégia de guerrilha contra a AFM da qual sairão derrotados”, acredita a esmagadora maioria dos vinte cibernautas que responderam a um inquérito promovido ontem à tarde pelo HM e a Macau Football News Gazette, junto de um púlico alvo pré-seleccionado.

Os receios de Pedro Coimbra estavam já em marcha. Antigos atletas, que até aqui se tinham re-metido ao silêncio, fizeram ouvir a sua voz: acusações de incum-primento dos contratos referentes aos prémios de jogo são imputadas directa e pessoalmente ao vice--presidente Adelino Correia.

Mais do que a figura do presi-dente António Aguiar, é mesmo o nome de Adelino Correia que faz falar os mais indignados: “É um

FC PORTO DE MACAU NOMEAÇÃO DE PELÉ PARA TREINADOR NÃO É ACEITE PELA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL

Dragões contra tudo e contra todosOs dirigentes do FC Porto de Macau escolheram para treinador da bolinha um profissional suspenso por seis anos, por ter agredido um árbitro, pela Associação de Futebol da RAEM. O que é considerado um estranho desafio

mentiroso. Desafiamo-lo para um frente-a-frente perante a opinião pública: na internet, na televisão ou na rádio”, disse ao HM o centro--campista Max Wamba, um dos atletas mais representativos do FC Porto de 2012.

Para além deste jogador, o HM apurou que o FC Porto ainda deve dinheiro a outros jogadores. O pai de um deles disse que “há mais jogadores na situação do meu filho. Estavam a viver o sonho das suas vidas, a representar o clube do co-ração mas, agora, sentem que lhes espetaram uma faca nas costas”.

Outra fonte explicou ao HM que o FC Porto, sabendo da im-possibilidade de sentar Pelé no banco, pretende usá-lo unicamente nos treinos, o que já é considerado um desafio à justiça do futebol da RAEM.

Recorde-se que Adelino Cor-reia tem neste momento a decorrer contra si um processo por difa-mação, apresentado pelo Monte Carlo, na sequência de declarações à Rádio Macau nas quais insinuava que essa equipa tinha “a prática de dar comprimidos a jogadores durante o jogo”.

Adelino Correia

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15 desportohoje macau sexta-feira 19.7.2013

MARCO [email protected]

A S cores da Região Ad-ministrativa Especial de Macau vão estar repre-sentadas por sete atletas

na 22ª edição das Deaflympics, competição que reúne em Sófia, na Bulgária, cerca de cinco milhares de atletas oriundos de mais de uma centena e meia de países e territórios.

A edição de 2013 dos Jogos Mundiais para Surdos – designação pela qual a prova era conhecida até ao final da década passada – decorre entre 26 de Julho e quatro de Agosto na capital búlgara. O cartaz desportivo da prova abarca um total de dezasseis modalida-des, mas a pequena comitiva do território vai disputar apenas os torneios de bowling, de natação e de ciclismo de estrada. No total, a delegação de Macau é constituída por cerca de uma dezena e meia de pessoas, entre atletas, dirigentes e intérpretes de língua gestual.

SÉRGIO FONSECACHEUNG CHI [email protected]

FILIPE Clemente Souza foi o primeiro piloto de Macau a assumir

publicamente que irá par-ticipar nas três rondas que compõem o Troféu Asiático do Campeonato do Mundo FIA de Viaturas de Turismo (WTCC). Em declarações proferidas ao magazine da IMotoringN etworks, e retransmitidas pelo canal chinês da TDM, o piloto macaense confirmou a sua presença nas três últimas provas do mundial de turis-mo. “Este ano tenho mesmo patrocinador que o ano pas-sado, a Sniper Capital, que me dá um apoio enorme. Espero que o novo carro me ajude (ao longo do ano) a obter melhores resultados. Vou estar em envolvido no WTCC outra vez, no Japão, Xangai e Macau, esperando conseguir também melhor resultados”, disse o piloto de 36 anos que deixou de lado temporariamente o Chevrolet Lacetti S2000 que utilizou em 2012 e que ainda está em sua posse, apostando esta temporada num mais moderno e competitivo Chevrolet Cruze 1.6T que pertencia à equipa oficial do construtor norte-americano, a RML, e no passado foi conduzido no WTCC pelo próprio campeão do mundo Yvan Muller. O Eurosport Events, em conjunto com o canal televisivo Eurosport Asia Pacific, anunciou no início do ano que irá orga-

Para participar nos Jogos, os atletas devem ter perdido pelo menos 55 décibeis no seu melhor ouvido. As regras do certame não permitem a utilização de aparelhos auditivos ou de implantes cocleares. Ao invés de recorrerem a apitos, os árbitros fazem uso de uma bandeira vermelha para imporem as suas decisões. Na natação e no atletismo, um silvo de luz vermelha é utilizado no lugar da pistola

ATLETAS DO TERRITÓRIO PRESENTES NAS “DEAFLYMPICS”

Macau envia sete a Sófia

A gestão da participação da RAEM nas Olímpiadas para Surdos é da competência da Associação Desportiva dos Surdos de Macau. O organismo apresentou a meio da semana credenciais junto das autorida-des do território, recebendo das mãos do presidente do Instituto

do Desporto, José Tavares, a bandeira com que vai desfilar na cerimónia de abertura da compe-tição. As responsabilidades da delegação que vai representar Macau em Sófia não se esgotam na participação nas Deaflympics.

A seis de Agosto, os dirigentes da Associação Desportiva dos

Surdos de Macau vão participar nos trabalhos da 44ª Assembleia Geral do Comité Internacional dos Desportos para Surdos, que se realiza na capital búlgara a seis de Agosto, dois dias após o encerramento dos Jogos Mun-diais para Surdos. Organizada de quatro em quatro anos, a prova

realizou-se pela primeira vez 1924. Os primeiros Jogos, rea-lizados em Paris, foram também o primeiro evento desportivo organizado exclusivamente a pensar em atletas portadores de necessodades especiais.

Para participar nos Jogos, os atletas devem ter perdido pelo menos 55 décibeis no seu melhor ouvido. As regras do certame não permitem a utilização de aparelhos auditivos, de implantes cocleares ou de suportes tecnológicos da índole, de forma a que todos os atletas possam competir ao mes-mo nível.

Outros exemplos de variação face a outros eventos multi--desportivos dizem respeito à arbitragem e à mediação da com-petição. Ao invés de recorrerem a apitos, os árbitros fazem uso de uma bandeira vermelha para impôrem as suas decisões. Na natação e no atletismo, um silvo de luz vermelha é utilizado no lugar da pistola.

PILOTO DE MACAU CONFIRMA PARTICIPAÇÃO NO TROFÉU ASIÁTICO DO WTCC

Filipe Souza faz três corridas do Mundial

nizar um mini-troféu dentro do mundial para os compe-tidores asiáticos e em que o Grande Prémio de Macau é a última prova pontuável. Apenas as provas do WTCC

de Suzuka, de Xangai e do Circuito da Guia serão pontuáveis e só os pilotos com licenças desportivas emitidas por federações ou associações do continente

asiático, e que não estejam inscritos a tempo-inteiro no mundial de turismos, serão elegíveis. Segundo apurou o Hoje Macau, há outros pilo-tos do território interessados

em alinhar no “torneio” de final de temporada, entre eles Henry Ho e Ng Kin Veng, pilotos, tal como Souza, habituais do Campeonato de Macau de Carros de Turismo

(MTCS). O ano passado treze pilotos asiáticos parti-ciparam em pelo menos uma das três últimas corridas da temporada. Neste número especifico, Macau foi quem mais contribuiu, pois contou com quatro pilotos nas cor-ridas de Xangai – Ng Kin Veng, Leong Ian Veng, Liu Lic Ka e Souza – e outros seis em Macau – André Couto, Eurico de Jesus, Célio Alves Dias, Ma Ka Lok, Henry Ho e Joseph Rosa Merszei.

VITÓRIA EM SEPANGSouza participou nas duas jornadas duplas que com-puseram a edição 2013 do MTCS, no Circuito Inter-nacional de Guangdong, mas o melhor resultado da temporada até aqui foi mes-mo conseguido na Malásia, na prova pontuável para o campeonato “Touring Car Series in Asia”. (TCSA). O quinto classificado do campeonato da RAEM em 2013 venceu a primeira manga do segundo evento da competição asiática no Circuito de Sepang, tendo ainda levado o seu Cruze ao terceiro lugar na segunda corrida. O piloto da RAEM fez ainda a volta mais rápida do fim-de-semana, superan-do com alguma surpresa o tailandês e campeão asiá-tico Tin Sritrai que tripula um BMW 320si.

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16 hoje macau sexta-feira 19.7.2013CULTURA

C ONSIDERADA uma das três melhores pianistas chinesas da actualidade, Chen

Sa junta-se mais uma vez à Orquestra de Macau (OM) no concerto “Sons Persistentes”, que encerra a temporada 2012-2013 da Orquestra, a ter lugar no dia 4 de Agosto, domingo, pelas 20:00 horas, no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau.

O concerto, será dirigido pelo Director Artístico e Ma-estro Principal da OM, Lü Jia, informa o comunicado de imprensa da organização.

Descrita pela rádio londri-na Classic FM como “uma das executantes mais brilhantes da sua geração”, Chen Sa estudou sob a orientação de Dan Zha-oyi. Em 1994, com apenas 15

anos, venceu o Concurso In-ternacional da Piano da China no qual recebeu ainda o Pré-mio de Excelência em Obras Chinesas. Em 1996, obteve o quarto lugar no Concurso In-ternacional de Piano de Leeds, no Reino Unido, dando início à sua carreira no estrangeiro. Em 2000, ficou igualmente em quarto lugar no Concurso Internacional de Piano Chopin, na Polónia, tendo sido ainda distinguida na mesma compe-tição com o “Prémio da Melhor Interpretação de Polonaise”. Em 2005, recebeu o Prémio Cristal no 12.o Concurso Inter-nacional de Piano Van Cliburn, tornando-se na única pianista até hoje a ser premiada nestes três concursos de piano. Em 2009, foi nomeada pela revista francesa L’Officiel uma das

dez artistas chineses a seguir, e a única do sexo feminino. A sua sensibilidade musical e técnica irrepreensível levaram o consagrado pianista Paul Badura-Skoda a elogiar as suas actuações como “música vinda do céu”.

Neste concerto, Chen Sa irá interpretar o Concerto para Piano e Orquestra N.º 4 em Sol Maior, Op. 58, de Beethoven, uma obra sublime e complexa, considerada uma das obras mais singulares do compositor, acrescenta a nota de imprensa.

O concerto “Sons Persisten-tes”, originalmente programado para o dia 27 de Julho, terá agora lugar no dia 4 de Agosto, domingo, pelas 20:00 horas, no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau.

O quarto Salão de Outono vai ter lu-gar em Novem-

bro, com organização da Fundação Oriente e da Art for All Society (AFA). O evento anual, contou na última edição com 69 obras de arte de 32 artistas locais entre pintura, gra-vura, escultura, fotografia, instalação e video-arte, informa o comunicado de imprensa da organização. Tal como nas três edições anteriores, o “Salão de Outono 2013” continua a aceitar obras de arte, dando oportunidade aos artistas de Macau de mostrar os seus trabalhos, acrescenta a nota.

O concurso, aberto aos residentes de Macau e tam-bém a artistas que vivam e trabalhem em Macau inclui meios como pintura, gravura, escultura, fotogra-fia, instalação e video-arte. Todas as candidaturas serão revistas e seleccionadas por um júri composto por representantes da Fun-dação Oriente e da AFA, incluindo convidados entre artistas locais veteranos. Os finalistas serão notificados no início de Outubro.

Ainda com o objectivo

O Instituto Cultu-ral (IC) organizou a participação de

vinte e seis entidades locais no Pavilhão de Macau no 5º Festival de Animação de Shenzhen, inaugurado esta quarta-feira e que se estende até a 21 de Julho, no Centro de Exposições e Convenções de Shenzhen. A participação das entidades no evento pretendem mos-trar o desenvolvimento des-ta arte em Macau, informa o comunicado de imprensa da organização.

O Pavilhão de Macau

PIANISTA CHEN SA JUNTA-SE À ORQUESTRA DE MACAU

Sons vindos do céu

SALÃO DE OUTONO 2013 ABRE CANDIDATURAS

Cheguem-se à frenteFESTIVAL DE ANIMAÇÃO DE SHENZHEN

26 sonhos de Macautem como tema “sonho”, utilizando uma combi-nação de polígonos em padrões variados para criar uma ambiência onírica, simbolizando o processo criativo em que a imagina-ção livre e sem rédeas gra-dualmente assume forma e finalmente consubstancia o ‘sonho’, acrescenta a nota de imprensa.

As entidades partici-pantes de Macau mostram as suas mais recentes pro-duções, que incluem curtas de animação originais, aplicações para telemóveis,

ilustrações, revistas de ban-da desenhada, entre outras.

O Pavilhão conta ainda com uma instalação interac-tiva, um ‘espelho mágico’, proporcionando um relacio-namento mais directo com os visitantes, finaliza a nota.

Entre os 26 exposito-res de Macau incluem-se, entre outros, a Companhia de Estúdio de Animação Morpheus, Produtos de Design Soda Panda, Terra dos Desenhos Animados e Estúdio de Animação Infinito Sociedade Uni-pessoal Ltd.

de encorajar a criação artística dos jovens en-tre os 18 e os 35 anos, a Fundação Oriente vai atri-buir o “Prémio Fundação Oriente/Artes Plásticas. O vencedor terá oportunida-de de visitar Portugal, em 2014, para uma residência

artística durante um mês. O prémio, no valor de 50,000.00 patacas, inclui viagem e alojamento. O vencedor do prémio, em 2012, foi Lai Sio Kit, que se encontra agora em Lisboa para a residência artística durante um mês.

Page 17: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

C I N E M A Cineteatro[ T E L E ] V I S Ã O

M A C A U [ S Ã ] A S S A D OPu Yi

TDM

13:00 TDM News - Repetição

13:30 Telejornal + 360° (Diferido)

14:40 RTPi DIRECTO

18:40 Cougar Town - Sr.2

19:00 TDM Talk Show (Repetição)

19:30 Vinagança

20:30 Telejornal

21:20 Ler + Ler Melhor

21:30 Cenas do Casamento

22:10 Escrito nas Estrelas

23:00 TDM News

23:30 Portugueses Pelo Mundo

00:20 Telejornal (Repetição)

01:00 RTPi DIRECTO

RTPi 82

14:00 Telejornal Madeira

14:35 Percursos

15:35 Correspondentes

16:00 Bom Dia Portugal

17:00 CENÁRIO NATURAL

17:30 Feitos ao Bife

19:10 Depois do Adeus

20:00 Jornal da Tarde

21:15 O Preço Certo

22:10 Ingrediente Secreto

22:35 Verão Total

30 - FOX Sports

12:30 The Open Championship 2013 Day 1

15:30 The Open Championship 2013 - Day 1 Highlights

16:00 (LIVE) The Open Championship 2013 Day 2

19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central

20:00 (LIVE) The Open Championship 2013 Day 2

31 - STAR Sports

13:00 FIM Supermoto World Championship 2013 - Highlights

13:30 2 Wheels

14:00 Eaa Premium Meeting Huelva

17:00 Deltawing

18:00 MotoGP World Championship 2013 - Highlights

Grand Prix of Germany

19:00 V8 Supercars Championship Series 2013 - Highlights

21:00 Inside WTCC

21:30 (LIVE) Score Tonight 2013

22:00 0NE Fighting Championship - Rise To Power

40 - FOX Movies

12:20 Spy Kids

13:50 Monster House

15:25 Once Upon A Time

16:15 Ring Of Fire - Part 1 Of 2

17:50 The Cabin In The Woods

19:25 Tooth Fairy 2

21:00 Magic Mike

22:50 Easy Money

00:55 In Time

41 - HBO

11:50 The Iron Lady

13:40 The Matrix Revolutions

15:50 The Karate Kid Part Ii

17:45 Ocean’S Twelve

19:50 The Rock

22:00 Faster

23:45 And Soon The Darkness

42 - Cinemax

12:30 Bending The Rules

14:00 Krull

16:00 The Italian Job

17:45 Terminal Velocity

19:30 Nowhere To Run

21:00 Epad On Max 223

21:15 XIII

22:45 Resident Evil

00:25 One Night Stand

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

CRÓNICAS DOS DIAS DO LIXO • José Pacheco Pereira«Economistas, banqueiros, jornalistas, comentadores, políticos, empresários entretêm-se à compita em dizer que saímos da crise em finais de 2013 (já foi em 2010, 2011, 2012, 2013, logo no início), ou em 2014, ou depois de 2015, ou depois de uma década. Talvez em nenhum tipo de afirmações, predições, adivinhações, desejos, seja mais nítido a separação dos tempos entre os de cima e os de baixo, como aqui. Quem é o «nós»? Não é certamente os de baixo, os que estão na mó de baixo, os que estão a descer, os que estão a empobrecer, os que já são pobres. Não adianta fazer muitas precisões sociológicas, basta dizer que são a esmagadora maioria dos portugueses. «Nós», o povo português. O tempo destes é de natureza muito diferente do tempo dos de cima. Em cima pode haver dificuldades, em baixo há desespero.»

hoje macau sexta-feira 19.7.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 25 MAX 30 HUM 75-95% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.3

POR MIM

FALO

“Dente Partido”, o justiceiro injustiçado

[ ]

IMPROVISAR Foto: HojeMacau

• Ora digam lá se os portugueses não deixaram por aqui alguns traços culturais, nomeadamente a capacidade de improvisação. Caiu a matrícula? Nada nos pára. Vai de arranjar um papelão e andar para frente que é caminho. Não se sabe bem é onde esse caminho vai parar...

SALA 1MONSTERS UNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon14.00, 16.00, 19.45

DESPICABLE ME [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Chris Renaud, Pierre Coffin18.00

WORLD WAR Z [C]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos21.45

SALA 2 PACIFIC RIM [3D] [B]Um filme de: Guillermo del ToroCom: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Charlie Day14.15, 19.14

PACIFIC RIM [B]Um filme de: Guillermo del ToroCom: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Charlie Day16.45, 21.45

SALA 3TURBO [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: David Soren14.30, 16.15, 19.45

TURBO [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: David Soren18.00

MONSTERS UNIVERSITY [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon21.30

Isto não se faz. Então o rapaz diz que andou a distribuir carradas de dinheiro aos portugueses e, nisto, vira-se o mal contra o justiceiro e prendem-no. Mas com que direito? O moço até se diz inocente e, mais, afiança que nada ficou provado. Então e foi dentro?! Está bem, foi apanhado nestas teias das tríades mas, afinal, quem lá não esteve metido? Aliás, quais não são hoje as personalidades que não estão envolvidas nesses esquemas? Se não se conhecessem, até se percebia.Da entrevista que saiu esta semana ao jornal de Hong Kong Next, o “Dente Partido” garante que nunca foi pessoa de vícios. Nunca se meteu no álcool nem nas drogas nem, tampouco, veiculou substâncias ilícitas a outrem. Afinal, teve uma vida trágica. Pai bêbado, irmão morto por overdose. Houve más lições em casa. Ou seja, mais uma vez, foi ele condenado por redistribuir riqueza? Ora, bolas.Sobre a vida do rapaz, ficou a saber-se que nos calabouços soube reinventar-se. Abriu portas ao mundo literário e bebeu conhecimentos. Não se deixou embrutecer. E, felizmente, manteve-se sempre a par da actualidade já que nos sempre tempos livres também havia lugar a ver televisão. E, mais, tornou-se num ser compreensivo e tolerante. [Mas, atenção, ele ainda conserva alguns instintos vingativos, por isso, “Rambo” não te chegues perto. A ferida ainda está aberta, pôde ler-se. E, bom, caso se cruzassem nas ruas destas duas regiões talvez o confronto não acabasse em bem].No novo casino dele, avança ainda, não haverá maldades. Ele só quer dedicar-se à profissão que escolheu para a vida. E partilhar do sucesso com os seus. Até porque Macau tem dono e a sua nacionalidade não é americana, garante.

Page 18: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

18 hoje macau sexta-feira 19.7.2013OPINIÃO

Crise ambiental e social global“The very inconstancy of human fortunes assures the constancy of the human condition. Cities rises and fall, rules come and go, families prosper and decline; no change is there to say, and in the end, with all the temporary deflections balancing each other out, the state of man is as it always was.”

The Imperative of ResponsibilityHans Jonas

A separação tradicional entre as diversas doutrinas éticas efectuava-se através da qua-lificação do conceito de bem supremo, que é, o conceito que define a alma de uma teoria ética. A Immanuel Kant se fica a dever a sepa-ração das doutrinas éticas em duas grandes correntes;

as que favorecem a dimensão da virtude, a obediência do agente aos imperativos éticos, e as que acentuam a realização das inclinações materiais, a felicidade.

A clivagem, poderia assim, surgir natu-ralmente entre as doutrinas da liberdade e da felicidade, o que equivale a duas concep-ções profundamente distintas da vivência e condição éticas. A tese neokantina, em qualquer dos casos, esteve em causa, tendo sido expressa de forma única e contundente pelo filósofo alemão Herman Cohen, de que a ética constituiria uma teoria do homem, uma antropologia fundamental de características projectiva e descritiva.

Assim, afirmou o grande pensador neokantiano judeo-alemão, na sua obra mais conhecida, o “Sistema de Filosofia”, de que a ética, enquanto doutrina do homem, é o centro da filosofia, ou, ainda, acentuando-se a tese de que a identidade humana não é estático--contemplativa, mas dinâmico-histórica no jogo das possíveis individualidades, em que a unidade do homem consiste e se realiza na unidade da acção.

Seguindo o rumo de pensamento de Herman Cohen, poder-se-ia afirmar que os diversos modelos éticos, definidos por conceitos-chave como o da teonomia, auto-nomia e heteronomia, entre outros, condu-ziriam a uma verdadeira e real cosmovisão, que inclui de forma explícita ou silenciada, uma antropologia, uma filosofia do direito e da política, uma concepção de “episteme”, ou melhor, uma concepção das relações de cultura e natureza, entre outras determinações que reflectem os interesses dominantes de uma dada comunidade histórica e civilizacional.

O referente comum é o primado do homem, de uma determinada concepção da sua digni-dade, do seu estatuto central e organizador da avaliação e da acção mundana dentro e sobre o mundo. A falta dessa centralidade humanista organizadora seria impossível reter as prin-cipais dimensões genéricas da reflexão ética, que são extremamente relevantes e decisivas no tempo que vivemos, caracterizada pela sem ética, desde a política ao ambiente, passando pelo direito e economia.

O breve enunciado de algumas das muitas dimensões parece demonstrar que toda a ética implica a procura de uma deliberação, de um pretenso agir adequado, racional e virtuoso. A ética prende-se apenas com o agir que surge como dificuldade. Implica uma problematiza-ção, uma interrogação da acção identificada ou transformada em questão, desvinculada da esfera do familiar e do habitual.

A interrogação ética é essencialmente sobre os fundamentos da acção. Será que as acções resultantes da praxis legislativa, polí-tica, administrativa, jurisdicional, económica, ambiental estão fundamentadas sobre uma conveniente e apropriada interrogação ética? A resposta parecer ser necessariamente negativa e resultante do actual estado do mundo.

Os efeitos da acção, mesmo quando é ponderada, nunca é um caso particular que está em causa, mas a máxima ou a regra geral está envolvida na decisão particular, ou seja, a forma geral do agir. A ética debruça-se sobre as decisões difíceis para o agente. As decisões têm como base um conflito entre interesses ou entre interesses e obrigações, o interesse próprio e o considerado justo.

A ética não tem directamente a ver com o primado da lógica do estabelecido, do maioritário, do consensual. A aprovação que

o juízo ético reclama não se situa num plano essencialmente público, mas ao nível do que a consciência considera como superior à esfera da conveniência, mesmo da de expressão dominante. A ética identifica o agente pela dignidade e pela sua capacidade de se condu-zir pela ideia de pertença a uma comunidade universal de outros agentes éticos.

A universalidade cria o lugar do “outro”, da sua liberdade como igual, ou como desigual na relação ética. Qual é, neste contexto, o significado do aparecimento de uma predi-cação política, económica, social e ambiental da ética? O que pode significar a aparente inversão da qualificação ética deslocada da figura do agente para o que, pelo menos num dos sentidos mais fortes de conceitos, como o de política ambiental pode ser considerado como o campo mais vasto dos seus objectos e horizontes de aplicação.

O advento de um pluralismo ético, em torno do complexo conceito do ambiente, por exemplo, poderia ser considerado como constitutivo de uma oportunidade para o regresso a um entendimento da ética es-sencialmente como um elenco normativo e moral, na contracorrente de dois séculos de secularização e de desconstrução crítica das diversas ontologias fundamentais? Será que

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

por exemplo, a ética ambiental constitui uma pausa ou um corpo estranho na configuração niilista, em que o pensamento e a cultura ocidentais, praticamente dominantes a nível mundial, se consolidaram?

As diversas modalidades da ética ambien-tal parecem querer reconstruir a aproximação a partir não de uma (re) fundamentação da identidade do agente humano, mas a partir da interrogação dos deveres e da sua corres-pondente fundamentação, deste para com os seres não racionais ou não humanos.

Os diferentes pensadores que se dedi-cam a este renovado e sempre actual tema, profundamente enraizados numa leitura demasiado estática da tradição especula-tiva ocidental, consideram que diferentes éticas, e entre elas, a ética ambiental, seria uma insustentável aproximação aos domí-nios da ética a partir do exterior, seria uma reconstrução heteronómica do que se joga no plano ético, e muito é, e por isso, uma destruição da possibilidade radical de uma ética da liberdade.

O que parece estar, assim, em causa é o conceito de autonomia, como paradigma da reflexão e das doutrinas éticas. As questões colocadas no seu interior levam a considerar e desde logo, o primeiro aspecto a sublinhar será o reconhecimento de não só a ética, mas toda a filosofia, se tem revelado bastante tardia ao dar-se conta da crise ambiental e social global.

Quando se fala de ambiente, raramente se fala da “natureza” na acepção mais geral com que foi trabalhada pelos milénios que somam a filosofia e a literaturas europeias e ocidental. O conceito de ambiente está marcado pela história recente, e é a “natureza” posta em perigo pela acção técnico-científica humana.

A “natureza” como força telúrica, a um tempo substantiva e simbólica, referencial simultâneo da alteridade e da diferença da identidade humana, como podemos ver na literatura grega, renascentista, ou em autores como John Stuart Mill, Henry David Thoreau, Ralph Waldo Emerson, Sebastião Artur da Gama (nunca recordado) e Pablo Neruda, entre muitos outros, está suposta no conceito de ambiente.

O filósofo alemão Hans Jonas, autor do célebre livro “O Princípio da Responsabili-dade”, na última conferência que deu, antes do seu falecimento, constatou o abandono da meditação e da consideração da “natureza”, em todos os seus complexos matizes, a que a tradição ocidental havia conduzido a acção humana, afirmando que “A filosofia sempre se preocupou com acção humana, enquanto foi uma acção do homem para com o homem, mas muito pouco com o homem como uma força actuante na natureza”.

A viragem da filosofia para a compreensão do horizonte natural onde se inscreve a acção humana, ou seja, o estudo da acção humana como “força actuante na natureza”, é ditada pelo império da necessidade. A subida em es-cala da capacidade humana de transformação física do planeta, a acumulação inaudita da projecção do poder técnico da humanidade sobre si e os seres vivos, a fauna, a flora, os ecossistemas, foi o factor que fez despertar e sair a filosofia da clausura antropocêntrica em que se encontrava.

A interrogação ética é essencialmente sobre os fundamentos da acção. Será que as acções resultantes da praxis legislativa, política, administrativa, jurisdicional, económica, ambiental estão fundamentadas sobre uma conveniente e apropriada interrogação ética?

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Page 19: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

edi tor ia lCARLOS MORAIS JOSÉ

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

Para as redes sociais, uma frase breve, profunda, e engraçada.

disse-me um passarinho...

hoje macau sexta-feira 19.7.2013

Para que tudo fique na mesma

O comportamento do deputa-do Fong Chi Keong — vá se lá saber porquê — não nos espanta. Os ricos de Macau há muito que en-tendem (ou comportam-se como se entendessem) que não vivem num estado de direito, onde o primado da lei existe e funciona. E, se

calhar, têm razão. De facto, provavelmente vivemos num mundo de aparências onde uma fina camada civilizacional oculta tenebrosos comportamentos. De vez em quando esse lado negro vem à superfície.

É para que os cidadãos de Macau saibam ou se relembrem de onde vivem. Nesta cidade maravilhosa, com tantas luzes e divertimen-tos, com tantas facilidades e amenidades, deslizam na sombra outros seres, de índole extremamente perigosa, que se julgam acima da lei ou se julgam eles mesmos, os seus interesses e caprichos, a própria lei.

E, se calhar, são. Não me estou a referir ao deputado Fong Chi Keong nem sequer aos que ele representa. Não me estou a referir a ninguém em particular porque não tenho um conhecimento assim tão profundo desta sociedade e, sobretudo, dessas águas negras onde tubarões mordem à vontade no peixe-miúdo, quando este se atravessa no caminho das suas ambições.

Postas as coisas nestes termos, não é de admirar que, como diz Jorge Kuan (p.2), que Pequim queira ver um jurista no lugar de Chefe do Executivo. Mas as resistências da gente importante de Macau que, paulati-namente, querem continuar a fazer os seus meganegócios impediram a eleição de Ho Chio Meng no passado como, quase de certeza, tentarão fazer no futuro.

Por aqui as coisas mudam devagar, mas o horizonte não é propriamente animador. Se Pequim exige saber os resultados reais do jogo (não é por acaso que Francis Tam foi mantido no seu cargo), ao mesmo tempo, teme a falta de harmonia social em Macau pois tal seria um mau exemplo para Hong Kong e para Taiwan. E também é certo que os actuais detentores do real poder na RAEM não entregariam o bolo de mão-beijada.

Ou seja, apesar de ter conhecido um enorme crescimento na última década, em

O HOJE MACAU ERROURelativamente à notícia publicada na nossa edição de 16 de Julho, no artigo respeitante ao julgamento do caso das ETAR, onde se lê que o Eng.º Chan Ying Lun era gerente-geral da Companhia de Construção e Engenharia Civil China, deveria ler-se gerente-geral adjunto do Departamento de Engenharia Civil. Chan Ying Lun é representado pelo advogado Alexandre Morais Correia. Aos leitores e aos visados, as nossas imensas desculpas.

Macau continuam a funcionar esquemas do passado, a maior deles desajustados da actual realidade e da gradual tomada de consciência cívica dos cidadãos da RAEM.

Resta saber se esses mesmos cidadãos continuarão a votar por lhes pagarem jan-tares e yam-chás ou se já compreendem que essas benesses escondem o seu prejuízo e a manutenção no poder de quem pretende ficar com a maior parte do bolo e se limita a ceder algumas migalhas.

Esta cidade tem graves carências ao nível da saúde pública, da habitação, de poluição, entre outras, injustificáveis se considerado o extraordinário PIB que, ano após ano, apresenta. Contudo, a maioria da população ainda vegeta numa espécie de apatia. Sabe-se, no entanto, que a juventude é cada vez mais letrada e se interessa pela coisa pública, também devido às dificuldades que todos os dias enfrenta e à visibilidade de certas iniqui-

dades, cujos autores nem se preocupam muito em disfarçar.

Claro que, olhando para os protestos, mui-tas vezes nos apercebemos que eles são mal dirigidos e que muitos dos seus promotores disparam em demasiadas direcções para que a sua acção se torne realmente eficaz. Um dos exemplos deste facto é que estão mais preocupados em derrubar Florinda Chan, por exemplo, do que em organizar manifestações contra o aumento das rendas das casas ou a

terrível poluição que nada de bom augura para a saúde de todos os nossos filhos.

Por vezes, surge-nos mesmo a dúvida: será a dispersão de causas não pretende evitar que, realmente, os protestos tenham consequências? Se olharmos para o sucesso que protestos orientados na província de Guangdong têm alcançado, poderá Macau tirar algumas ilações. Ou, se calhar, o ob-jectivo é gritar contra tudo para que tudo fique na mesma.

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Page 20: Hoje Macau 19 JUL 2013 #2896

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cartoonpor Stephff

CAPITÃO DO JULGAMENTO

hoje macau sexta-feira 19.7.2013

VISTO GOLD CONSULADO JÁ ASSEGUROU 5 MILHÕES DE EUROS

Macau é porta grande O Consulado-Geral de

Portugal em Macau já atribuiu 10 “vis-tos gold” (ou ARI

- autorização de residente para investidores) nos últimos três meses. O montante em causa cor-responde, pelo menos, a 5 milhões de euros (mais de 50 milhões de patacas). A garantia foi dada ao HM pelo cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno.

“Deram entrada nesta repre-sentação diplomática, até hoje, 54 pedidos de visto Schengen para visitas prospectivas de negócio a Portugal. 90% destes pedidos têm seguramente a ver com in-vestimento na aquisição de bens imóveis”, começa por explicar o representante consular na RAEM. “Crê-se, face aos primeiros dados disponíveis que, desses 54, pelo menos 10 deles já resultaram em ARI, o que significa que esta representação diplomática já con-tribuiu - pelo menos e a valores mínimos - com 5 milhões de euros desde que o balcão foi criado”, garantiu Sereno, sem identificar as nacionalidades dos detentores do “visto gold”.

Por essa razão, faz um balanço “extraordinariamente positivo” do impacto do programa, lançado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, e apre-sentado no território por Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

A importância do montante em causa ganha ainda mais

Petição contra Acordo Ortográfico em São Bento

A petição “Pela desvincula-ção de Portugal ao ‘Acordo

Ortográfico da Língua Portu-guesa’ de 1990”, com 6212 assinaturas, vai ser discutida em plenário na Assembleia da República. A decisão foi tomada na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, onde foi aprovado, a 16 de Julho, um relatório nesse sentido. No relatório que dá provimento à petição e a remete agora para plenário, assinado pelo depu-tado relator Michael Seufert, refere-se (pág.18) que “é um facto objectivo que, tirando os académicos envolvidos na elaboração do próprio Acordo, é difícil encontrar uma opinião da academia portuguesa favorável ao acordo – por razões variadas” No mesmo documento (pág. 21), antes da emissão do parecer, es-creve o deputado relator: “Pouco há a assinalar contra reformas ortográficas que assinalem as normais e duradouras mudan-ças que as línguas sofrem ao longo dos anos. Não é o caso desta. Como os países de língua portuguesa evoluem o ‘seu’ Por-tuguês de forma independente, uma reforma ortográfica clara e simplificadora provavelmente criaria mais diferenças do que identidades entre as várias for-mas de Português. Não viria mal ao mundo por isso e seria mais útil para cada um dos povos que escreve Português do que criar uma “ortografia unificada de língua portuguesa” de utilidade duvidosa. Aliás, de alguma ma-neira essa ortografia unificada contraria a própria história.” A petição “Pela desvinculação de Portugal ao ‘Acordo Ortográ-fico da Língua Portuguesa’ de 1990”, com um total de 6212 assinaturas, foi entregue na Assembleia da República a 26 de Abril deste ano.

Censura China recua no cinema

O governo da China anunciou esta quarta-feira que vai

diminuir algumas das restrições das produções cinematográficas, um primeiro passo para uma maior liberdade de expressão, que foi recebido com cautela pelos cineastas chineses, para quem as autoridades vão con-tinuar a manter um controlo apertado. Os realizadores de cinema chineses vão deixar de ser obrigados a apresentar os guiões às autoridades para revi-são e aprovação antes de rodar um filme, de acordo com o site do governo. Mas as películas continuarão a ser submetidas à pré-aprovação no segundo maior mercado mundial de cine-ma depois dos EUA. As medidas parecem ser um primeiro, embo-ra pequeno gesto, para expandir alguns direitos relacionados com a liberdade de expressão, desde que as esperanças de uma reforma política se intensifica-ram quando a nova liderança chinesa assumiu o poder em Março. Quando anunciou estas medidas, o governo não deu ex-plicações para o abrandamento das restrições, mas disse que para além de ajudar a inaugurar novas técnicas de gestão, queria incentivar a interacção entre as forças do mercado, as expec-tativas sociais e as qualidades profissionais. Os regulamentos aprovados em 11 de Julho pelo Conselho de Estado da China não esclarecem quando é que as mudanças entrarão em vigor. Os cineastas chineses, que há muito fazem pressão para que as restrições sejam suspensas, receberam com agrado as mu-danças, mas disseram ser ainda muito cedo para comemorar. “A censura de filmes ainda existe”, escreveu o realizador Zhang Qi no seu microblogue. “Para além do mais, sob a nova regu-lamentação, os riscos de censura serão suportados integralmente pelos produtores e criadores. Contudo, espero que este seja um bom começo.” O produtor executivo Tang Yi escreveu no seu microblogue: “A única saída para a censura no cinema da China é a implementação de um sistema de classificação.” A China não tem um sistema de classificação de filmes que ajude os utilizadores a escolher os filmes apropriados.

relevo quando apreciado o público-alvo a que serve este consulado, enfatiza Vítor Se-reno. “Estes números são tanto ou mais relevantes uma vez que este Consulado Geral está im-pedido de conceder vistos aos chineses originários da Provín-cia de Guangdong, que está sob a jurisdição da Secção Consular da Embaixada de Portugal em Pequim. Apenas se aceitam os potenciais investidores dessa Província que venham munidos de título de estada temporária, o chamado TONG XIN ZHEN”, frisou.

O consulado-geral de Portu-gal em Macau decidiu criar em meados de Abril um atendimento especial para os candidatos a “visto gold” para, desta forma, evitarem-se filas e senhas. DE outro modo, também dispo-nibilizou, uma linha de aten-dimento telefónico especial (+85383948132).

À frente do atendimento, o consulado colocou uma funcioná-ria trilingue que presta um apoio personalizado aos residentes estrangeiros que se mostrem in-teressados em obter informações sobre o ARI. “A ideia foi encon-trar uma fórmula de atendimento mais rápida e personalizada des-tinada a uma situação especial”, sublinhou o cônsul.

Recorde-se que aptos a re-ceberem este visto de entrada especial em Macau, estão os empresários estrangeiros que garantam uma das seguintes condições de investimento em Portugal: transferência de ca-pitais no valor mínimo de um milhão de euros, aquisição de bens imóveis num montante igual ou superior a 500 mil euros ou criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Segundo últimos dados, referentes a Junho, o programa de vistos de residência doura-dos para atrair investimento estrangeiro já trouxe cerca de 20 milhões de euros (provenientes da autorização de 30 ARI’s) a Portugal.