história de nelson da conceição
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História de Nelson da Conceição
* Nascimento: 17/02/1947
† Falecimento: 25/05/2014
Nelson da Conceição nasceu em pleno verão de 1947, filho de João Leopoldo
da Conceição e Dalila da Conceição.Teve doze irmãos, sendo eles, Dejanira, Acélio,
Inês, Juraci, Jurema, Antônio, Ióta, Jeni, Gessi, João, Joaquina e Antoninho.
Cresceu em Santa Cruz do Sul, perdeu o pai aos 11 anos e foi criado pela
mãe, pela avó e depois pelo irmão. Gostava de jogar futebol com os amigos, criar
passarinhos e cachorros, ele adorava animais. Fez o primário e o ginásio, sempre
como um excelente aluno, obtinha notas exemplares.
Em 20 de dezembro de 1966, às 3 horas da tarde da terça feira, conheceu
Sueli Lemos da Conceição, que se tornou instantaneamente o amor da vida dele.
Ela morava em Santo Ângelo e ele em Santa Cruz do Sul, ela deixou o endereço e
dia 2 de janeiro recebeu a primeira carta dele, passaram então a namorar por
correspondência, e se casaram em 25 de setembro de 1971. Tiveram três filhos:
Sandro Alex da Conceição, Grasiela da Conceição e Nelson da Conceição Júnior, e
até o momento três netos: Natália, Gabriel e Júlia.
Entrou para o quartel e se tornou cabo do exército, profissão que exerceu
pelo período de seis anos. Mais tarde prestou concurso público para o INSS, Polícia
Civil e CEEE, se classificou e foi trabalhar na CEEE, onde trabalhou até se
aposentar como funcionário público. Durante o tempo que passou na empresa
participou de olimpíadas de ping pong, bolão, futsal, futebol de campo e salão e
arremesso de peso, das quais colecionava várias medalhas pertinentes às vitórias
em equipes e individuais. Também fez muitos amigos, entre eles: Ângela, Cláudio,
Dulci, Mário e Guildo.
Quando a Agência da CEEE foi informatizada em Santa Cruz, Nelson e mais
quatro pessoas se tornaram os responsáveis pela gerência de processamento,
transmissão e recepção de dados da região de Santa Cruz, Venâncio Aires, Rio
Pardo e Candelária. Estas se interligavam na rede de informatização, em uma época
que a internet fechada limitava tempo e horários para downloads e uploads de
dados, transmissão e feedback. Durante o período que trabalhou na CEEE assumiu
grandes responsabilidades por ser apaixonado pelo trabalho.
Começou também a gostar de tecnologia, passando a ser um grande adepto
da internet e da informação. Era membro do Orkut e Facebook. Fazia montagens de
fotos da família e edição de imagens em photoshop, sempre buscando informação e
trabalhando para aprender e por em prática o que aprendia, pedindo auxilio apenas
quando não entendia algo.
Aquariano de alma nobre e gremista de coração. Adorava churrasco, costela,
peixe e vinho tinto seco. Quando cozinhava, gostava de inventar coisas, de reunir a
família no final de semana e comer uma galinhada ou churrasco.
Nelson sempre quis morar no litoral. Morou por um tempo em Torres com a
esposa e o filho Sandro Alex, mas voltaram por saudades dos outros filhos. Embora
amasse o litoral, sempre evitava viajar para não ficar longe da família.
Adorava cantar, tocar teclado e violão. Gostava de músicas sertanejas de
raiz, gauchescas e norte americanas. Era fã de Roberto Carlos, Os Farrapos, Os
Serranos, The Beatles, Bee Gees, John Travolta e os embalos de sábado a noite,
entre outros conjuntos de rock. Por gostar de dançar e cantar, fez parte do Coral
Arte de Viver e do Coral Aliança Santa Cruz. Também foi capataz da invernada
mirim, juvenil e adulta do CTG Lanceiros de Santa Cruz.
Durante o período que participava dos Corais, participou de projetos sociais
nos hospitais. Acreditava no poder da cura da música e cantava para alegrar os
enfermos. Na Invernada do CTG, cantavam e arrecadavam dinheiro para as
campanhas de agasalho de escolas da comunidade. Também arrecadava vales
refeição em parceria com outros funcionários da CEEE, para que fossem doados
para entidades carentes, como asilos de idosos da região.
Nelson era uma pessoa muito sorridente e alegre, com o dom de erradicar a
tristeza e fazer sorrir quem quer que estivesse perto dele. Sua personalidade forte
influenciava positivamente na convivência com a família e os amigos. Sabia colocar
as palavras na hora certa, e era extremamente amoroso com a esposa, filhos e
netos. Seu bom humor deixava o mundo de todos mais bonito.
Era caseiro, pois gostava de ficar em casa com a família divertindo a todos
com vídeos do Facebook. Mas quando saia adorava ir à casa das irmãs dele.
Também adorava acampar em Monte Alegre e Rio Pardo, mas teve que parar
devido às crises de labirintite. Preferindo então ficar em casa e só sair por alguma
necessidade do cotidiano. Era muito calmo e extremamente perfeccionista, pois
sempre sabia se alguém mexesse nas coisas dele. Mas tinha muita paciência e
sempre resolvia tudo através do diálogo.
Sempre priorizava a família. Evitava viagens de trabalho para não ficar longe
da esposa e dos filhos. Cuidava de todos e não costumava falar sobre as
dificuldades do trabalho. Era muito reservado, não deixava transparecer qualquer
dificuldade que tivesse, resolvia os problemas sozinho, fazendo de tudo para
minimizar as dificuldades.
A vida lhe foi curta, com muitas coisas para aprender e para fazer em tão
pouco tempo. Mas viveu em um ritmo intenso, aprendeu, inventou, trabalhou, amou,
e teve uma família linda. E lhes ensinou a importância da responsabilidade, que tudo
que se faz na vida tem uma consequência, e se esta consequência será boa ou ruim
depende de cada um. Nelson dizia que o nome de uma pessoa é tudo, é necessário
cuidar do nome, cumprir com as obrigações e não falar mal de ninguém para que
ninguém fale de você. Ensinou a necessidade de honrar as palavras, pois se você é
honesto não precisa temer a lei.
Infelizmente um infarto lhe tirou da família aos 67 anos. Foi um final de
semana triste, trágico e que trouxe consigo um sentimento de dor inenarrável. Mas
fica na lembrança o homem bom, dedicado, amoroso, inteligente e exemplar que
Nelson foi ao longo de sua vida.
“Quando se ama alguém, você respeita, você entende e
busca compreender e escolher o momento e as palavras a
serem ditas. [...] Ele foi uma pessoa incrível, se tivesse que
voltar no tempo, me casaria com ele e viveria tudo de
novo.”
Sueli L. Conceição