histporias selicionads do quran vol.iii.pdf

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    Sheikh minuddin MuhammadSheikh Aminuddin Muhammad

    HISTRI SHISTRIASSELECION D SSELECIONADAS

    DO LCORODO ALCORO

    VOLUM IIIVOLUME III

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    Em Nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

    HISTRIAS

    SELECIONADASDO ALCORO

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    Sautul Isslam, 2009

    [email protected]

    www.sautulisslam.com

    Maputo Moambique

    Nota:Este livro contm versculos sagrados, razo pela qual pede-se

    aos estimados leitores que o tratem com o devido respeito.

    Est uma publicao do departamento religioso do Centro de Divulgao do Islam Para Amrica Latina, que tem como objetivo

    educar, esclarecer e divulgar a crena, a prtica e os ensinamentos da religio Islmica.

    DISTRIBUIO GRATUITA

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    NDICE

    Agradecimento ..7Prefcio . 9

    Captulo I: Yunuss Jonas

    Yunuss(Jonas) no Al-Qurn e na Bblia 15Estatuto de Yunuss... 19

    Seu Chamamento e a Aceitao do Povo ... 20Yunussno Mar . 22Interaco com o Grande Peixe .. 23A Falha de Yunusse o Seu Perdo .. 25Lies Colhidas .. 26O Du (Splica) de Yunuss... 28

    Captulo II: Yhya Joo BaptistaAnsiedade de Zakariyah.. 31As Splicas de Zakariyah 32A Resposta de ALLAH .. 33Yhya(Joo Baptista) no Al-Qurn e na Bblia 35Suas Qualidades . 39Testemunho de Joo Baptista . 42

    Algumas Contradies Evanglicas ... 43O Profeta Vindouro . 45Sobre Joo Baptista e Jesus 50

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    4 ndice

    Joo Baptista e o Rei Herodes 52Morte de Joo Baptista ... 55Algumas Tradies a Respeito de Yhya 56Conselho aos que Tm Dificuldade em Conceber . 57

    Captulo III: Issa Jesus

    Introduo ... 61Nascimento de Maria .. 62Zacarias como Guardio de Maria ..64O Grau Distinto de Maria ... 66Ser que Ela Tinha Estatuto de Profeta? . 67As Boas-Novas dos Livros Divinos 69

    Nascimento de Jesus ... 71Genealogia de Jesus 81Infncia de Jesus . 84Data de Nascimento de Jesus ..88A Origem Pag do Natal . 92O Cristianismo Adoptou Muitos Hbitos Pagos ... 93Cristianismo Vs Mitrasmo 98Aparncia Fsica de Jesus . 100Misso e Milagres de Jesus .. 102Seus Ensinamentos ... 108Os Apstolos de Jesus ... 111

    Deturpao da Mensagem de Jesus .. 1141. Jesus Era Muulmano ... 1142. Jesus Adorava um nico Deus e Pregava o Monotesmo Puro 1163. Jesus Era Contra o Culto de Imagens ... 1204. Mais Deturpaes da Mensagem de Jesus 122

    O Caminho de Jesus . 124Preceitos Originais Deixados por Jesus 126

    a) Abluo Antes da Orao . 126

    b) Prostrao . 127c) Entrar Descalo em Locais Sagrados ... 128d) Caridade ... 128

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    Histrias Seleccionadas do Al-Qurn 5

    e) Jejum 129f) Circunciso ... 130g) Proibio do Consumo de Porco .. 132h) Proibio do Consumo de Sangue 134i) Proibio de Bebidas Alcolicas ... 135

    j) Observncia do Hijb 136k) Forma de Saudar .. 138l) Proibio de Juro e Usura . 139m) Poligamia 139n) Sinopse . 140

    ALLAH: O Mesmo que Deus ... 143Origem do Cristianismo Actual 145Paulo Alterou a Mensagem de Jesus .146Jesus No Deus .. 147Jesus No Filho de Deus 149Quando que Passou a Ser Filho de Deus? .. 152Ser que Jesus Era o nico a Merecer Essa Filiao ... 153Termos Pai e Filho na Bblia . 155

    No Somos Todos Filhos de Deus? ... 158Deus Pai, Filho ou Humano? . 162As Dvidas Persistem! ..165Deus Vs Jesus ... 170Os Cristos Confundiram os Termos 172Jesus Filho de Homem e Enviado de Deus 174As Qualidades Humanas de Jesus 180

    Jesus: Um Profeta de Deus ... 190O ltimo Mensageiro Enviado aos Judeus ...193O Esprito Santo 201O Dogma da Trindade ...205Clrigos Insurgem-se Contra as Doutrinas Crists ... 208Os Cristos que Escutem os Seus Lderes 209Como se Desenvolveu a Trindade? .. 211A Trindade uma Blasfmia e Apostasia . 216

    O Que Infl

    uenciou o Cristianismo? .. 218Como Que 1+1+1=1? 220Refutao s Aluses da Trindade no Novo Testamento .. 223

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    6 ndice

    Quem Foi Esse S. Joo? ... 229Mais Questes Acerca da Trindade .. 233Unicidade de Deus nas Escrituras Sagradas . 237

    1. No Antigo Testamento .. 2382. No Novo Testamento 2403. No ltimo Testamento ..243

    A Posio Real de Deus 244Os Milagres de Jesus Eram por Parte de Deus . 245Sobre o Cristo Redentor 248O Pecado Original 252Que Pecado Levou Jesus a Ser Crucificado? 255Ser que Jesus Foi Mesmo Crucificado? .. 258Sem Crucificao No H Cristianismo!... 265Papa Contradiz a Bblia 268Enrada em Jerusalm 268Jesus Prepara Seus Discpulos .. 270A Captura .. 273Insucesso e Julgamento 275Culpado ou No, Jesus Deve Morrer 277Segunda Acusao Falsa ... 278Crucifixo ou Crucifico? ... 280Jesus No Morreu! 284Porque Razo os Discpulos No Creram? ... 288Os Erros dos Judeus .. 291Maria Madalena e as Visitantes do Sepulcro 292

    Jesus Foi Salvo por Deus .. 296Contradies a Respeito da Crucificao e Ressurreio . 302A Posio Isslmica .. 310O Crucificado Foi o Traidor .. 311O Regresso de Jesus e o Fim do Mundo ... 319Algumas Questes Relacionadas Ascenso e Regresso de Jesus .. 323Todas as Almas Devem Provar a Morte ... 325As Doutrinas e Leis do Cristianismo

    Actual No Provm Apenas de Jesus! .. 327Porqu Tanta Rivalidade Entre Isslam e Cristianismo? 329Alguns Conselhos Deixados por Jesus! 332

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    AGRADECIMENTO

    Quero aqui expressar o meu sincero agradecimento a todos

    aqueles que contriburam directa ou indirectamente para apublicao desta obra, em especial aos irmos Amade Bacar

    e Muhammad Alibai Lorgat, que empenharam grandes

    esforos na reviso e edio do seu contedo.

    Agradecimento especial tambm ao irmo Ahmad Abba,

    que como sempre tem prestado o seu apoio e orientao

    durante todo o processo, e ao meu irmo Abdul Khaleck,

    que sempre me auxiliou com conselhos, actuando como

    uma coluna forte; por ltimo, minha filha Warda, que leu

    o texto final e deixou alguma contribuio.

    Que ALLAH recompense a todos eles e registe o esforo de

    cada um nos respectivos livros de boas obras.

    min

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    PREFCIO

    Todo o louvor para ALLAH, que no associou ningum no Seu reino e nemtomou para Si esposa ou filho; paz e bnos para Muhammad, Seu servo e

    mensageiro, que foi enviado com orientao e luz para toda a humanidade.Ele transmitiu a mensagem Divina e deu continuidade misso de Jesus, quea paz esteja com ele. Afastou as acusaes contra Jesus por parte dos seusinimigos, assim como separou os exageros cometidos pelos seus seguidores.

    A crena em todos os profetas, enviados por Deus para orientar a humanidadee corrigir as sociedades, faz parte essencial da f isslmica; suficienterejeitar qualquer um dos mensageiros Divinos mencionados no sagrado Al-

    Qurn para que a pessoa seja considerada como estando fora do Isslam.

    Sendo o Homem a melhor criao de Deus, os profetas so criaturas que estoacima de qualquer ser humano, pois Deus os favoreceu sobre as restantes etornou-os modelo para cada sociedade sobre a qual foram enviados:Esses (profetas) so os que Deus guiou para o caminho recto; segui portanto,o seu caminho.

    [Al-Qurn 6:90]

    Nos volumes anteriores desta srie, mencionamos a respeito de algunsprofetas, suas vidas e a interaco com os seus povos. Neste terceiro volume,

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    10 Prefcio

    procuramos falar sobre os profetas Jonas (Yunuss), Joo Baptista (Yhya

    ) e Jesus (Issa

    ), que a paz esteja com todos eles.

    de salientar que de todos os profetas ou mensageiros enviados face daTerra, no houve um sobre o qual surgiram tantas opinies divergentes, seitascriadas, guerras travadas e sangue derramado, assim como aconteceu comJesus, enquanto ele est livre de todas essas desgraas.

    H gente que acredita que Jesus Deus ou como Ele, alguns defendem que profeta ou mensageiro, outros acham que se trata de filho de Deus, outros

    ainda dizem que fi

    lho bastardo, Messias prometido oufi

    lho deste, quepraticou milagres, que feiticeiro e mentiroso, que tem uma natureza divinanica ou que tem duas naturezas, sendo uma humana e outra divina. Masafinal de contas qual a verdade?

    Quando o sagrado Al-Qurn foi revelado a Muhammad o ltimo profetaenviado por Deus e a seguir a Jesus, esclareceu humanidade sobre a realidadede Jesus e acabou com as divergncias e calnias dos inimigos contra ele, pois

    ningum conhece melhor a verdade seno o Senhor dos Mundos.

    O sagrado Al-Qurn defende Jesus e d nfase pureza da sua linhagem.Defende ainda o grau de Maria, sua me, e confirma que ela era verdadeira,casta e descendente duma linhagem pura, prestando-lhe grandes elogios,algo que este Livro no fez nem para a me do profeta Muhammad.O Isslam confirma a imaculabilidade de Maria e d muita nfase a isso, parano surgir qualquer dvida acerca do seu nobre comportamento ou sobre

    a sua castidade, tendo sido considerada uma das melhores mulheres quepassaram por este Mundo.

    A realidade acerca de Jesus, sua misso e caminho, foi definitivamenteesclarecida pelo sagrado Al-Qurn.Foi um servo e mensageiro de Deus, humano assim como outros Homens,criado a partir da terra e cuja alma foi soprada por ordem Divina.Jesus foi um servo abenoado por Deus, um dos mais prximos a Ele, cujo

    nascimento foi um sinal (milagre) da Sua parte; Jesus no morreu, foi elevado vivoaos cus, regressar antes do Fim do Mundo, morrer como todos que passarampor esta terra e posteriormente ser ressuscitado como qualquer humano.

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 11

    Jesus no filho de Deus, porque Deus perfeito, livre de qualquer defeito,e no necessita de filho ou filhos para Lhe ajudar a gerir ou compreender oMundo e Suas criaturas.Jesus comia, bebia, sentia fome e sede, dormia e acordava, tinha dor eadoecia, ignorava e esquecia, mas Deus est livre de tudo isso. Ele ainda

    jejuava e orava; se fosse mesmo Deus, ento para quem estaria a orar?

    A misso de Jesus uma continuao da srie de misses Divinas, que teveincio desde Ado, passando por No, Abrao, Moiss e terminando em Muham-mad, que a paz esteja com todos eles. A misso principal destes enviados era

    propagar uma nica religio celestial, pregando a submisso voluntria a Deus,ou seja, Isslam.E Jesus no fugiu regra, pois tambm chamou as pessoas a adorarem umnico Deus, o Qual no gerou nem foi gerado e no tem parceiros nemassociados no Seu reino.

    Jesus foi enviado para guiar as ovelhas perdidas da casa de Israel, commilagres que confirmavam o seu estatuto de mensageiro, sendo nessa baseque falou no bero enquanto ainda tinha alguns dias de vida, curou doentes,restabeleceu a vida aos mortos, de entre muitos outros milagres demonstradoscom permisso de Deus.Mesmo assim, foi rejeitado pelo seu povo, que conspirou para o afastar ematar, mas Deus nunca o desamparou e sempre esteve do seu lado, salvando-o e elevando-o para junto dEle.

    Jesus ensinou-nos afi

    rmeza, tolerncia, misericrdia, amor ao prximo, respeitoe honra humanos, simpatia para com os que sofrem, etc. Ensinou-nos ainda queaqueles que alimentam os necessitados, do de beber aos sequiosos, concedemabrigo aos sem tecto, vestem os nus, visitam os doentes e prisioneiros, esses que herdaro o Reino dos Cus.

    Aconselhou-nos a acumular os nossos tesouros no cu e a darmos preferncia vida do Alm, no vida mundana e material; orientou-nos a praticar o bem

    apenas para agradar a Deus e no para esperar recompensa ou agradecimentopor parte das pessoas; ensinou-nos que se o homem ganhar o mundo todo,mas perder a sua alma, ento estar numa grande perdio.

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    12 Prefcio

    Hoje, nos tempos conturbados em que vivemos, mais do que nunca precisoaplicar esses nobres ensinamentos e voltar mensagem original de Jesus eda Unicidade de Deus.

    Este livro esclarece o ponto de vista isslmico sobre Jesus Cristo, pois ns osmuulmanos tambm somos cristos, porque acreditamos em Cristo como umdos grandes profetas enviados por Deus, mas somos cristos unitarianos.

    J foram escritos vrios livros sobre Jesus, tanto por muulmanos como porcristos ou no muulmanos em geral. As discusses e divergncias acercade Jesus entre as diferentes seitas e grupos religiosos jamais acabaro,mesmo no seio dos prprios cristos; talvez terminem somente quando Jesusregressar novamente Terra.

    As explicaes dadas neste livro tm como objectivo esclarecer aqueles quepossam estar na escurido ou na penumbra, com dvidas sobre as quais noencontram respostas, para alm de servir como fonte de argumentos paraaqueles que so atacados por missionrios.

    Se Deus quiser, aquele que tiver uma mente imparcial e aberta verdade,certamente que encontrar o caminho certo. No entanto, a ltima palavrasempre pertence a Deus, que julgar no Dia da Ressurreio.

    Ao terminar, rogo a ALLAH para que este livro proporcione dados, informa-es e conselhos teis a todos aqueles que o venham a ler, extraindo benefcios

    do mesmo.Que ALLAH aceite os esforos empreendidos neste trabalho e que sejamcontados como boas aces, aceites por Ele. min.

    Wa M Taufiqui Ill Billah

    Aminuddin Muhammad

    Maputo MoambiqueRabiul-khir 1432Maro 2011

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    CAPTULO I

    YUNUSSALAIHIS-SALM

    JONAS

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 15

    YUNUSS(JONAS) NO AL-QURN E NA BBLIA

    Yunussem rabe, ou Jonas como conhecido noutras escrituras sagradas, o profeta que sobreviveu no ventre dum grande peixe.

    ALLAH diz no sagrado Al-Qurn:Tal foi o argumento que demos a Ibrahim (Abrao) contra o seu povo; Nselevamos em graus a quem quisermos; o teu Senhor Prudente e Sbio.E demos-lhe por filhos Iss-hq (Isaac) e Yakub (Jacob), aos quais Ns gui-

    mos; e a Nuh (No) guimo-lo antes. E da sua descendncia (de Ibrahim), gui-mos a Dawud (David), a Sulaiman (Salomo), a Ayub (Job), a Yussuf (Jos),a Mussa (Moiss) e a Harun (Aaro); assim que recompensamos os que

    praticam o bem.E (guimos tambm) a Zakariyah (Zacarias), a Yhya (Joo Baptista), a Issa(Jesus) e a Ilyss (Elias); todos eles pertenceram ao nmero dos justos.E (guimos tambm) a Issmail (Ismael), a Al-Yassaa (Eliseu), a Yunuss (Jonas) ea Lut (Lot), e a todos eles preferimos sobre os mundos (seus contemporneos).

    [Al-Qurn 6:83-86]

    Destes versculos depreende-se que Jonas pertencia descendncia deAbrao, para alm de que era tambm um profeta, tal como consta claramenteno sagrado Al-Qurn:E por certo, Jonas era dos mensageiros.

    [Al-Qurn 37:139]

    mencionado ainda o nmero de pessoas para as quais ele foi enviado:E envimo-lo para pregar a cem mil pessoas ou mais, e elas creram emALLAH; e deixmo-las gozar a vida por algum tempo.

    [Al-Qurn 37:148-149]

    De salientar que todo o povo de Jonas aceitou a f, razo pela qual ALLAHlhes salvou do castigo, tal como atesta o seguinte versculo:Porque nunca houve uma cidade (povo) que cresse e tirasse proveito da sua

    f, excepto a de Jonas; quando creram, salvmo-los do castigo ignominiosonesta vida, e deixmo-los gozar por um tempo.[Al-Qurn 10:98]

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    16 Yunuss Jonas

    O Antigo Testamento tambm relata sobre Jonas:

    1. Vocao de Jonas, Sua Fuga e CastigoE veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te,vai grande cidade de Nnive, e clama contra ela, porque a sua malcia subiuat Minha presena.Porm, Jonas se levantou para fugir da presena do Senhor para Trsis,e descendo a Jope, achou um navio que ia para Trsis; pagou, pois, a sua

    passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Trsis, para longeda presena do Senhor. Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se. Entotemeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, e lanaram ao maras cargas que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porm,desceu ao poro do navio e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono.E o mestre do navio chegou-se a ele e disse-lhe: Que tens, dorminhoco?Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim Ele se lembre de ns para queno pereamos.E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde e lancemos sortes, para quesaibamos por que causa nos sobreveio este mal; e lanaram sortes, e a sortecaiu sobre Jonas. Ento lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa dequem nos sobreveio este mal. Que ocupao a tua? Donde vens? Qual atua terra? E de que povo s tu?E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do cu, que fez omar e a terra seca.Ento estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por quefi

    zeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presena do Senhor,porque Ele lho tinha declarado.E disseram-lhe: Que te faremos ns, para que o mar se nos acalme? Porqueo mar ia se tornando cada vez mais tempestuoso.E ele lhes disse: Levantai-me, e lanai-me ao mar, e o mar se vos aquietar,

    porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade.Entretanto, os homens remavam para fazer voltar o navio terra, mas no

    podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles.

    Ento clamaram ao Senhor, e disseram: Ah, Senhor! Ns te rogamos, queno pereamos por causa da alma deste homem, e que no ponhas sobre nso sangue inocente, porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve.

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 17

    E levantaram a Jonas, e o lanaram ao mar, e cessou o mar da sua fria.Temeram, pois, estes homens ao Senhor com grande temor; e ofereceramsacrifcio ao Senhor, e fizeram votos.Preparou, pois, o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteveJonas trs dias e trs noites nas entranhas do peixe.

    [Jonas 1:1-17]

    2. Jonas no Ventre do Grande Peixe, Sua Orao e SalvamentoE orou Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Naminha angstia clamei ao Senhor, e Ele me respondeu; do ventre do infernogritei, e Tu ouviste a minha voz.Porque Tu me lanaste no profundo, no corao dos mares, e a corrente dasguas me cercou; todas as Tuas ondas e as Tuas vagas tm passado por cimade mim. E eu disse: Lanado estou de diante dos Teus olhos, todavia tornareia ver o Teu santo templo.As guas me cercaram at alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaramna minha cabea. Eu desci at aos fundamentos dos montes; a terra meencerrou para sempre com os seus ferrolhos, mas Tu fizeste subir a minha vidada perdio, Senhor meu Deus.Quando desfalecia em mim a minha alma, lembrei-me do Senhor; e entrou ati a minha orao, no Teu santo templo.Os que observam as falsas vaidades deixam a sua misericrdia. Mas eu teoferecerei sacrifcio com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. DoSenhor vem a salvao.Falou, pois, o senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.

    [Jonas 2:1-10]3. Jonas Prega em Nnive; o Arrependimento dos NinivitasE veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo: Levanta-te e vai grande cidade de Nnive, e prega contra ela a mensagem que Eu te digo.E levantou-se Jonas, e foi a Nnive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nniveera uma cidade muito grande, de trs dias de caminho.E comeou Jonas a entrar pela cidade, caminho de um dia, e pregava, dizendo:

    Ainda quarenta dias, e Nnive ser subvertida.E os homens de Nnive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior at ao menor.

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    18 Yunuss Jonas

    Esta palavra chegou tambm ao rei de Nnive; e ele levantou-se do seu trono,e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza. Efez uma proclamao que se divulgou em Nnive, pelo decreto do rei e dosseus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas

    provem coisa alguma, nem se lhes d alimentos, nem bebam gua.Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortementea Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violncia que hnas suas mos.Quem sabe se se voltar Deus, e se arrepender, e se apartar do furor da Suaira, de sorte que no pereamos?E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deusse arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e no o fez.

    [Jonas 3:1-10]

    4. O Descontentamento de Jonas e a Resposta do SenhorMas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. E orou aoSenhor, e disse: Ah, Senhor! No foi esta minha palavra, estando ainda naminha terra? Por isso que me preveni, fugindo para Trsis, pois sabia ques Deus compassivo e misericordioso, longnime e grande em benignidade,e que te arrependes do mal; peo-te, pois, Senhor, tira-me a vida, porquemelhor me morrer do que viver.E disse o Senhor: Fazes bem que assim te ires?Ento Jonas saiu da cidade, e sentou-se ao oriente dela; e ali fez uma cabana,e sentou-se debaixo dela, sombra, at ver o que aconteceria cidade.E fez o Senhor Deus nascer uma aboboreira, e ela subiu por cima de Jonas,

    para quefi

    zesse sombra sobre a sua cabea, afi

    m de o livrar do seu enfado;e Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira.Mas Deus enviou um verme, no dia seguinte, ao subir da alva, o qual feriu aaboboreira, e esta se secou.E aconteceu que, aparecendo o Sol, Deus mandou um vento calmo oriental, eo Sol feriu a cabea de Jonas; e ele desmaiou, e desejou com toda a sua almamorrer, dizendo: Melhor me morrer do que viver.Ento disse Deus a Jonas: Fazes bem que assim te ires por causa da aboboreira?

    E ele disse: Fao bem que me revolte at morte.E disse o Senhor: Tiveste tu compaixo da aboboreira, na qual no trabalhaste,nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu? E no

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 19

    hei-de Eu ter compaixo da grande cidade de Nnive, em que esto mais decento e vinte mil homens que no sabem discernir entre a sua mo direita e asua mo esquerda, e tambm muitos animais?

    [Jonas 4:1-11]

    Portanto, isto o que consta na Bblia sobre Jonas, o qual foi transcrito nantegra a fim de se ter uma ideia daquilo que se passou com ele e com oshabitantes de Nnive.

    Nesses relatos, pode-se facilmente reparar partes de versculos onde constaque Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado e que sabia que sDeus compassivo e misericordioso, longnime e grande em benignidade, eque te arrependes do mal.

    Nunca se pode afirmar que Deus se arrepende, pois essa no uma qualidadeDivina. Ele tem sim a capacidade de perdoar e aceitar o arrependimento dosSeus servos.

    ESTATUTO DE YUNUSS

    No sagrado Al-Qurn, Yunuss foi mencionado em seis captulos, emdois dos quais referido como Zhun-Nune Shibul-Hut, ou seja, homemdo peixe, por ter sido engolido por um grande peixe e posteriormente sidolanado para terra firme. relatado no Sahih Bukhari de que Abu Zhar narra que perguntou ao

    profeta Muhammadsobre o nmero total de profetas enviados por ALLAH,

    ao que respondeu: Cento e vinte e quatro mil, dos quais trezentos e trezeforam mensageiros.Consta ainda no mesmo livro autntico de que o Profeta disse: Ningumde vs deve afirmar que eu sou melhor do que Yunuss.Com isso, o Profetaquis ensinar aos seus seguidores o respeito que deveriamter com Yunuss , pois o Satans pode muito bem murmur-los dizendo:Como que ele fugiu da sua gente antes de ALLAH permitir que sasse? Eser que um profeta honrado por ALLAH com essa nobre misso poderia fazer

    uma coisa dessas?De salientar que os murmrios provenientes do Satans so muito perigosos epodem desviar as pessoas do caminho recto, mesmo que seja atravs da lngua.

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    20 Yunuss Jonas

    SEU CHAMAMENTO E A ACEITAO DO POVO

    Jonas tinha apenas vinte e oito anos quando lhe foi concedida a profecia,tendo sido enviado aos israelitas, que acendeu a luz da f em Nnive, umalocalidade prxima da actual Kuf (em Iraque). Sob as trevas da idolatriae na ignorncia do politesmo, Jonas elevou a bandeira do monotesmo eapelou ao seu povo a abandonar a idolatria e a adorar somente um nicoDeus Criador de tudo e de todos.Disse-lhes ainda que fora enviado como mensageiro a fim de lhes indicar ocaminho recto, uma vez que a ignorncia j lhes tinha corrodo os coraes eque j no sabiam distinguir a verdade da falsidade.

    As pessoas a quem ele pregava estranhavam as coisas que ouviam dele e queno estavam habituadas, pois era lhes difcil aceitar um homem de entre oseu povo que afirmava ser mensageiro de Deus e que viera para lhes guiar efalar de um nico Criador que desconheciam.O povo disse: Que palavras so essas que proferes e que acusao ests afazer? Os deuses que adoramos j encontrmos nossos pais a faz-lo; ns no

    podemos deixar aquilo que os nossos antepassados j adoravam e adoptaruma nova religio trazida por ti!Portanto, apesar do chamamento de Yunuss, o povo insistia na descrenae rebeldia e zombava dos seus ensinamentos, tal como acontecia com muitosoutros povos que vieram anteriormente.

    Jonas disse: minha gente! Afastai a cortina dos vossos olhos e meditai:

    Ser que esses dolos aos quais vs dirigis de manh e noite e confi

    ais nelespara o preenchimento das vossas necessidades e para vos proteger do mal,podem realmente vos beneficiar ou afastar do mal? Ser que de facto elestm poder de criar ou ressuscitar algo, curar doentes ou guiar os perdidos?Ser que podem se defender caso algum procure destru-los?Porque que rejeitais esta religio para a qual vos chamo, na qual resideo vosso bem, corrige a vossa situao, ordena o que bom e probe o que mau, incentiva a justia e condena a iniquidade, propaga a segurana e

    tranquilidade entre vs, encoraja a assistncia aos pobres e necessitados?O povo no teve outra resposta seno: Tu no passas de um homem comons; no estamos interessados em seguir a ti nem o teu caminho.

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    Ento Jonas disse: Eu vos chamei de boas maneiras e com argumentosclaros e lgicos, se aceitardes o meu chamamento, isso o que espero devs; porm, se rejeitardes, ento vos advirto da vinda dum castigo prximo,que trar destruio para vs.Eles responderam: Jonas! Ns no aceitamos o teu chamamento nemtemos medo das tuas ameaas; se falas a verdade, traga-nos isso com o quenos ameaas constantemente.

    Jonas ficou desesperado, no insistiu mais e foi-se embora zangado para umoutro local, pois havia muitas outras cidades e comunidades nas redondezas;havia-lhes convidado de boas maneiras mas eles, sendo teimosos, recusaramtrazer a f. Julgando que a tarefa dum mensageiro era apenas de transmitir amensagem Divina e, achando que j era suficiente oque fizera, no persistiucom eles e saiu na esperana de encontrar um outro povo na imensido daterra, a fim de lhe pregar a sua mensagem.

    Se tivesse continuado na propagao e tolerasse por mais tempo, talvezpoderia vir a convencer alguns a aceitar a sua religio e crer na sua f;contudo, ele se precipitou, abandonou o local sem ordem Divina e no receouque Deus pudesse repreend-lo por isso. E este o significado do versculo:...pensando que Ns jamais o foraramos para uma situao apertada.

    Como tinha advertido ao povo sobre um castigo iminente caso no cressem,e uma vez que foi isto que aconteceu mas o dito castigo no aparecia, entoJonas receou que lhe chamassem de mentiroso; consequentemente, no quis

    estar entre eles pois temia a vergonha.Ele no estava muito distante de Nnive quando comearam os indcios docastigo. O clima mudou drasticamente e comearam a surgir nuvens; as carasdos seus habitantes comearam a se alterar, mostravam-se aflitos e envoltosde medo. Concluram ento que o chamamento de Jonas era verdadeiro, quea sua advertncia era real e que certamente o castigo cairia sobre eles, talcomo acontecera com os povos antepassados de d, de Samud e de Nuh.

    Foi ento que pensaram em recorrer e crer no Deus de Jonas, arrependendo-se e voltando somente para Ele. Saram todos para as montanhas e chorarame lamentaram humildemente.

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    Ento, ALLAH teve compaixo sobre eles e estendeu-lhes a Sua misericrdia;afastou o Seu iminente castigo e aceitou o arrependimento deles, pois estavama ser sinceros e verdadeiros na f.Assim, todos regressaram para as suas casas, crentes e seguros, e comearama desejar que Yunuss regressasse, a fim de conviverem com ele e t-locomo mensageiro, profeta, professor e lder.

    YUNUSSNO MAR

    Entretanto, ele j havia abandonado o local, tendo chegado numa zona juntaao mar, onde encontrou um barco carregado juntamente com um grupo de

    pessoas que pretendiam atravess-lo. Pediu-lhes ento que o levassem junto,transportando-o a bordo com eles; o pedido foi aceite e cederam-lhe um lugar

    privilegiado, pois Yunussmostrava-se algum nobre e piedoso.

    Assim que o barco partiu e comeou a navegar no alto-mar, no estandomuito distantes da costa, surgiu uma tremenda tempestade e o mar se tornava

    bastante violento, com ondas bem altas. Logo os viajantes comearam aficarpreocupados e a prever um mau fim.Na tentativa de minimizar o problema, concluram em se livrar do excesso depeso, pois o barco estava bastante carregado e superlotado; ento, comearama lanar a bagagem e outras cargas, s que isso no se mostrou suficiente.Logo, viram que a sada que restava era reduzir ainda mais o peso; ento,o capito decidiu que um dos passageiros deveria ser lanado do barco,

    sacrifi

    cando-se de modo a haver esperana para que as restantes vidaspudessem se salvar.Segundo as suas crenas, disseram: Parece que neste barco h um servofugitivo do seu Senhor; enquanto no o afastarmos, no estaremos salvos, ecomearam a se consultar mutuamente o que deveriam fazer.

    Quando Yunussse deparou com a situao, apercebeu-se do erro que tinhacometido ao sair de Nnive sem a instruo do seu Senhor. Ento, ofereceu-

    se dizendo: Eu sou o tal servo fugitivo; portanto lanai-me ao mar.Como os marinheiros tinham notado a sua piedade, no aceitaram lan-loe decidiram fazer sorteios. S que o infortnio caiu sobre Yunuss , mas

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    mesmo assim se recusaram a lan-lo devido ao seu estatuto nobre e piedade.Repetiram esse processo trs vezes, mas sempre saa o seu nome.Ento, ele viu que nisso havia algum sinal, apercebeu-se do seu erro e concluiuque era ALLAH Quem lhe escolhera para ser lanado ao mar, como penitncia

    por ter abandonado Nnive e deixado o seu povo antes da autorizao ouinstruo Divina. Temendo a fria Divina, ele prprio se entregou em nomede ALLAH e se lanou ao mar, desaparecendo nas profundezas das guas.

    INTERACO COM O GRANDE PEIXEEntretanto, surgiu um grande peixe que, cumprindo ordens do seu Criador,ingeriu Yunuss e levou-o para as profundezas do oceano.Quando ele despertou, reparou que estava deitado sobre algo hmido eesponjoso e que tudo ao seu redor era como uma cave, coberta numa escuridototal. Logo depois sentiu algumas sacudidelas, tal como acontece com os

    barcos quando so apanhados pelas ondas.

    Foi ento que ele concluiu que de facto estava no interior dum peixe enorme,que fora inspirado por ALLAH para lhe engolir; imediatamente virou-se para oseu Senhor o Misericordioso e Perdoador, arrependeu-se e rogou pelo perdocom toda a sinceridade:Ento, declarou no seio das trevas: No h outra divindade excepto Tu,glorificado sejas! Certamente, eu fui um dos injustos.

    [Al-Qurn 21:87]

    Ento, ALLAH aceitou a splica de Yunusse inspirou ao peixe para quedeixasse o seu hspede em terra, pois j tinha aprendido a lio e j haviasido admoestado.Depois, ALLAH ordenou a Yunuss que voltasse sua terra, para juntoda sua famlia e povo, pois todos eles j tinham acreditado na religio que

    pregara e aguardavam pela sua chegada. Assim, ele regressou e encontroutodo o seu povo disposto a seguir orientaes Divinas:Na verdade, Yunuss era um dos profetas, quando fugiu para o navio carregado.

    Ento, ele tirou as sortes e foi um dos perdedores (a ser lanado ao mar).Um grande peixe o engoliu (ficando preso numa jaula ambulante), pois eletinha praticado um acto merecedor de censura.

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    E se, na verdade, ele no tivesse sido um dos que glorificam ALLAH (antese depois de ser engolido), teria permanecido no ventre do grande peixe atao Dia da Ressurreio.Ento, Ns o lanmos numa praia nua (deserta) enquanto estava doente; efizemos brotar sobre ele uma planta de abbora (aboboreira).E envimo-lo para pregar a um povo ou a uma cidade de cem mil pessoasou mais; e eles creram (em ALLAH) e, por conseguinte, deixmo-las gozar avida por algum tempo. [Al-Qurn 37:139-148]

    Realmente, foi um grande milagre por parte de ALLAH o facto dum grande peixeengolir um ser humano e no lhe causar mal. Como ele se alimentava l dentro,qual a sua situao durante aqueles dias, todas essas so questes impertinentes;mas uma vez tratando-se dum milagre Divino, tudo fcil para Ele.

    Nas vrias camadas das trevas, uma no ventre do peixe, outra nas profundezasdo oceano e outra ainda durante a noite, adorava, recordava e invocavaconstantemente o seu Senhor.Segundo os comentadores, Yunuss era uma pessoa bastante piedosa,glorificava a ALLAH frequentemente e despendia uma boa parte do seutempo na adorao, sendo essa a razo da sua salvao.

    relatado por Ibn Abi Shaiba de que Dahk Ibn Qaiss narra: RecordaiALLAH na felicidade e Ele recordar de vs na dificuldade; Yunuss era um servo piedoso que sempre recordava ALLAH, por isso quando foiengolido pelo peixe, ALLAH disse: E se, na verdade, ele no tivesse sidoum dos que glorificam ALLAH, teria permanecido no ventre do grande peixe

    at ao Dia da Ressurreio.Por outro lado, o Firaun (Fara) era um servo rebelde e que no recordavaALLAH, por isso quando estava a se afogar disse:Creio que no h divindade seno Aquele em Quem crem os Filhos de

    Israel, e sou um dos submissos. (Ento foi-lhe dito) s agora! Enquanto queanteriormente desobedecestes e fostes um dos corruptos.

    [Al-Qurn 10:90-91]

    ALLAH diz ainda no sagrado Al-Qurn:E (recorda) de Zhun-Nun (homem do peixe), quando se enfureceu com suagente, pensando que Ns jamais o foraramos para uma situao apertada.

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    Ento, declarou no seio das trevas: No h outra divindade excepto Tu,glorificado sejas! Certamente, eu fui um dos injustos. Ento, atendemo-lo esalvmo-lo da aflio; assim que Ns salvamos os crentes.

    [Al-Qurn 21:87-88]

    A FALHA DE YUNUSSE O SEU PERDO

    A ligao entre ALLAH e Seus profetas diferente da relao entre Ele eoutros crentes. Os profetas recebem ordens directamente de ALLAH, razo

    pela qual a responsabilidade no cumprimento das mesmas tambm sejadiferente da dos outros.Portanto, quando os profetas ou mensageiros pretendem tomar algum passoou realizar alguma aco, devem faz-lo luz da revelao e orientaoDivinas, especialmente no que concerne aos assuntos ligados propagaoda f e mensagem Divinas.

    Quando eles se precipitam nalguma promessa, deciso ou pronunciamento eactuam sem esperar a orientao de ALLAH, mesmo que priori isso possa

    parecer algo insignificante, a Sua repreenso muito rigorosa para eles.Por vezes, essa admoestao to severa que leva pessoas menos entendidasa achar que se trata dalgum crime bastante grave cometido por esse profetaou mensageiro. S que logo de seguida, eles voltam-se para o seu Senhor,reconhecem a falha e imploram-No pelo perdo, o qual sempre foi aceite.

    Este facto tem uma grande importncia no estilo da expresso do sagradoAl-Qurn, pois quem no se apercebe disso pode ficar bastante baralhado,chegando a questionar como uma personalidade escolhida e enviada porALLAH e que por Si elogiada, digna de cometer crimes dessa natureza.

    A passagem de Yunuss tambm um bom exemplo disso pois, no seucaso, um profeta no se pode preocupar apenas consigo mas sim a sua

    preocupao deve abranger tambm o bem-estar e a salvao do seu povo.

    A censura por parte de ALLAH foi devido ao facto de Yunuss se terprecipitado em abandonar a sua gente sem ter recebido orientao Divina, dandoprioridade apenas sua prpria salvao do castigo iminente, deixando para trs

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    mais de cem mil pessoas. Ele largou a sua misso e fugiu da cidade sem consultara ALLAH, sendo esse o descontentamento Divino e motivo de repreenso.Quando o castigo estava prximo, os descrentes oraram a ALLAH invocandoo Seu perdo e misericrdia; Ele ouviu as suas splicas e libertou-lhes docastigo, deixando-lhes viver novamente j como crentes.

    Foi o mesmo que sucedeu com o profeta Yunuss : ALLAH fez-lheexperimentar um evento estranho e pavoroso, mas quando confessoua sua falha e orou com sinceridade, Ele salvou-lhe e teve misericrdiasobre si. De facto, esta uma promessa de ALLAH para aqueles que Orecordam frequentemente.

    Consta que certa vez quando o profeta Muhammaddesejou orar contra umpovo que o havia incomodado e maltratado quando ele se dirigia s tribosde Makkah a fim de convid-las para o Isslam, ento ALLAH revelou-lhe osseguintes versculos:Espera pois com pacincia o julgamento do teu Senhor, e no sejas como ocompanheiro do grande peixe, (que se precipitou) ao Nos chamar enquantoestava (profundamente) angustiado.Se a graa do teu Senhor no o tivesse alcanado, ele teria sido lanado paraa margem nua (ou seja, sem rvores), (e continuaria ali) enquanto culpado.

    Mas o seu Senhor o escolheu e o colocou entre os justos.[Al-Qurn 68:48-50]

    LIES COLHIDASDa histria do profeta Yunuss (Jonas), surgem alguns aspectos signifi-cantes sobre os quais devemos reflectir.

    Os pregadores (defensores) da verdade devem estar preparados para suportar ofardo ou peso que possa advir durante a sua misso e se manter pacientes face rejeio e oposio viciosas. Os que advogam a verdade e so encarregues

    de transmitir a mensagem, devem ser perseverantes mediante as difi

    culdadesque possam vir a enfrentar e no desistir da sua misso, apresentandoincessantemente a sua mensagem s pessoas, chamando-as a crer nela.

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    Quando se tem a certeza da veracidade da mensagem que advoga, dificilmenteencontrar pessoas que o acusaro de inventar falsidades e de mentirdeliberadamente. Mesmo que isso acontea, no se deve perder esperananas pessoas pensando que nunca acreditaro na verdade, independentementeda oposio que elas possam causar. O insucesso acontece e normal, oimportante saber como proceder depois dele.

    Se as inmeras e constantes tentativas falharem em tocar o corao daspessoas, ento pense que talvez a prxima poder resultar em sucesso, poismuitos resultados vm depois de mil e uma tentativas. Portanto, se j tivertentado por mil vezes e no tiver obtido sucesso, ento que tente mais uma vezna esperana de que, com a graa de ALLAH, a prxima poder ser eficaz.

    Muitas vezesficamos surpreendidos ao ver vrias tentativas serem dispendidasnuma nica pessoa, s que sem xito, mas um gesto casual vindo no momentocerto toca a corda correcta, e a tal pessoa passa por uma transformaocompleta sem muitas dificuldades.Pode-se comparar isto quando tentamos sintonizar uma determinada estaoradiofnica atravs de rdios analgicos. Giramos vrias vezes o sintonizadordum lado para outro na tentativa de achar a frequncia correcta, fazendo issodelicada e cuidadosamente na busca da emissora, quando de repente, um simplestoque acerta na frequncia desejada e se consegue uma boa recepo do sinal.O corao humano tambm semelhante a um rdio, razo pela qual os

    pregadores devem se esforar arduamente para encontrar o ponto certo quepossa iluminar as pessoas a receberem a mensagem Divina.

    Deve-se procurar tocar em todos os sensores, afi

    m de descobrir o nervo efectivo;com determinao, empenho e inteno pura, o toque certo ser inevitavelmentefeito e a transformao completa do destinatrio poder ser alcanada.

    A forma como a mensagem toca o corao das pessoas no confortantenem fcil, e uma resposta positiva pode no ser to prxima. Inmerascrenas falsas, prticas erradas, prticas e tradies pesam fortemente namente e corao humanos, que devero ser removidas de modo a que a parte

    espiritual da pessoa possa ser reavivada em todas as vertentes.Um pregador meramente um instrumento nas mos de ALLAH. ALLAHque preserva a Sua mensagem e somente Ele Quem pode conceder a Luz de

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    Orientao. O ser humano deve ter isso em mente e cumprir as obrigaes pelasquais foi ordenado, por mais dura que seja a oposio que venha a enfrentar.

    O DU (SPLICA) DE YUNUSS

    Consta no Tirmizhi de que o profeta Muhammad afirmou que sempre queo muulmano estiver em aflio e invocar a ALLAH usando as palavras de

    Zhun-Nun, certamente que a sua prece ser atendida.A invocao de Yunuss tem um significado bastante notvel, poisALLAH promete no sagrado Al-Qurn que, da mesma maneira, Eleatender a prece doutros crentes que estejam em aflio e que tambm Oinvoquem pronunciando as preciosas palavras e reflectindo no seu profundosignificado:

    No h outra divindade excepto Tu, glorificado sejas!Certamente, eu fui um dos injustos.

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    CAPTULO II

    YHYAALAIHIS-SALM

    JOO BAPTISTA

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    ANSIEDADE DE ZAKARIYAH

    O sagrado Al-Qurn estabelece uma ligao indirecta entre Jesus e JooBaptista, pois o pai deste foi o guardio de Maria, me de Jesus. E JooBaptista tambm apresentado como um enviado de Deus.

    Passava muito tempo e Zakariyah(Zacarias) j tinha atingido uma idadeavanada. No era uma pessoa rica, mas sempre que pudesse prontificava-sea ajudar quem necessitasse dalgum apoio.

    Entretanto, mesmo na velhice e j mostrando alguma fraqueza, dirigia-sefrequentemente ao templo e proferia os seus sermes. Na escurido da noite,regressava casa onde permanecia a ss com a esposa, que tambm j erauma pessoa idosa.

    O nico motivo pelo qual se mostrava constantemente triste era o factode no ter filhos, pois a esposa era estril. Cada vez que entrava em casa,via-a vazia e quase que sem vida ou animao, o que lhe deixava bastante

    preocupado e desapontado.Para alm disso, ele sentia que depois da sua morte no teria quem pudessecontinuar com a sua misso de pregar a religio. O povo precisava dum lderfirme e forte, pois caso ficassem sem algum que os pudesse encaminhar nasenda recta, desviar-se-iam dos ensinamentos Divinos e, consequentemente,

    poderiam vir a alterar as Leis de ALLAH.

    Por outro lado, visitava regularmente a Maria (era marido da tia desta e que

    se tornou seu guardio), que se encontrava num retiro a adorar o seu Criador.No entanto, numa das suas visitas, ficou bastante surpreendido ao repararque no quarto onde estava Maryam havia fruta fresca e fora da poca em quese encontravam; o espanto vinha pelo facto de ningum mais entrar ali paraalm dele, ao que questionou: Maryam! De onde te provm isso?, e elarespondeu: Por parte de ALLAH! Na verdade, ALLAH providencia sustentoa quem Ele deseja, sem limite?. E Maryam encontrava essas frutas todas asmanhs no seu quarto.

    Assim, esta nobre jovem despertou um pensamento brilhante em Zakariyah: Porque no pedir ao seu Senhor para lhe conceder um filho, mesmoestando em idade avanada e sendo a sua esposa estril!

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    32 Yhya Joo Baptista

    Se o mesmo Deus que, com o Seu Poder absoluto, fez chegar frutas frescas forade poca, poderia igualmente lhe conceder um filho, apesar de j no estar emidade de procriar e a mulher ser estril; portanto, nada impossvel para Ele.

    AS SPLICAS DE ZAKARIYAH

    Zakariyah dirigiu-se ento imediatamente ao templo, prostrou-se perante oseu Senhor e implorou pedindo um filho, tal como consta no sagrado Al-Qurn:Nesse momento, Zakariyah invocou seu Senhor dizendo: meu senhor!Conceda-me da Tua parte uma boa descendncia, pois certamente, s Aqueleque atende a splica.

    [Al-Qurn 3:38]

    No primeiro versculo acima mencionado, nota-se que em rabe l-se MinLadun, o que pode ser traduzido para de ti. O termo Ladun semelhantea Inda,que indica possesso; portanto, Min Inde significa da parte de.Entretanto, Ladun implica uma proximidade e intimidade maiores; comexcepo de um lugar no sagrado Al-Qurn, em todos os outros onde esta

    palavra utilizada faz-se referncia a ALLAH. Logo, da parte de indica algoque vem directamente de ALLAH.Portanto, o facto de Zakariyah ter utilizado esta expresso, mostraclaramente que ele pretendia mesmo um milagre Divino, pedindo um filhoda parte de ALLAH.Por outro lado, o termo rabe Zhurriyah utilizado no versculo acima

    traduzido para descendente, que pode ser empregue no plural ou no singular,tal como foi o caso, pois Zakariyah pedia um filho e no mais, assimcomo se pode constatar.

    Ainda relativamente passagem de Zakariyah, consta num outro captulodo sagrado Al-Qurn, o seguinte:Eis a meno da misericrdia do teu Senhor para com Seu servo Zakariyah;quando ele chamou pelo seu Senhor, um chamamento ntimo, dizendo:

    meu Senhor! Por certo, meus ossos esto enfraquecidos e minha cabea seiluminou com cabelos brancos, contudo, nunca fui infeliz nas invocaesque Te dirigi, meu Senhor!

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    E por certo, temo (pelo que faro) os meus parentes (familiares) depois demim (aps a minha morte), (pois) a minha mulher estril; portanto, conceda-me um herdeiro (sucessor) da Tua parte, que herdar de mim e da famlia deYakub (Jacob), e faa dele, meu Senhor, algum que Te satisfaa.

    [Al-Qurn 19:2-6]

    A RESPOSTA DE ALLAH

    ALLAH aceitou ento as preces de Zakariyah , dizendo: Zakariyah! Por certo, Ns damos-te a boa-nova (do nascimento) de umfilho, cujo nome ser Yhya; nunca demos esse nome a algum antes dele.

    Consta ainda que:Ento, os anjos o chamaram quando ele estava de p a orar no Mihrb(plpito), dizendo-lhe: ALLAH d-te boa-nova (do nascimento) de Yhya,que confirmar a Palavra de ALLAH (sobre a vinda de Issa) e ser nobre,casto, um profeta e de entre os justos.

    [Al-Qurn 3:39]

    Espantado com essa revelao e tratando-se dum profeta, Zakariyah sabia que quando ALLAH promete algo, sem dvida isso acontece; porm,comeou a imaginar o seu estado e o da sua esposa:Disse: meu Senhor! Como terei um filho, quando minha mulher estrile eu j atingi a (extrema) velhice?

    Neste versculo, Zakariyah se descreve a si como velho, mas quandose refere esposa diz apenas que estril, talvez por no ser to velha quantoele. Por outras palavras, significa que se ela no conseguiu engravidar quandoera ainda mais jovem, seria muito mais difcil e sobrenatural conceber emidade mais avanada.

    Zakariyah sabia que tanto o homem como a mulher devem ser frteis

    para poderem procriar, mas ele tambm sabia que havia uma diferenasignificante entre a sua situao e a da esposa. O facto de ele ter mencionadoa sua velhice e no a sua esterilidade, pode indicar que no era estril; e

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    sabendo da dificuldade que existia em engravidar a esposa de forma normalnessa idade, mostra o seu conhecimento acerca da causa principal de noterem filhos durante a vida toda.

    Consta que ele j contava com cento e vinte anos e a esposa acima de noventa;de facto, parecia tratar-se de algo impossvel. Ento, o anjo Jibral (Gabriel)respondeu-lhe:Assim ser (ou seja, conforme esto)! O teu Senhor disse: Isso fcil para

    Mim, pois j te criei antes quando nada eras.

    Aqui, ALLAH diz que dar um filho algo fcil e recorda a Zakariyah de que num certo dia ele prprio no existia e foi criado por ALLAH. Istosignifica que quer algum seja criado natural ou milagrosamente, essa criaos possvel atravs da interveno Divina.

    Os fenmenos naturais e eventos ocorrem como resultado das leis naturais,mas essas mesmas leis so criadas e mantidas por ALLAH; apesar da matriaestar directamente ligada s leis naturais e fsicas, Deus pode alter-lasexcepcionalmente e como Ele bem entender. Por exemplo, quando o povo deAbrao tentou queim-lo vivo por ele acreditar e defender o monotesmo puro,Deus fez com que o fogo perdesse a sua habilidade natural de queimar.

    Embora Zakariyah nunca tivesse perdido as esperanas nem cessadoas suas splicas, mesmo assim ficou surpreendido com a boa-nova; masquando questionou como teriam filho apesar das circunstncias em que se

    encontravam, no estava a por em causa o poder de ALLAH, pois sempreacreditou no seu Senhor. O espanto era consequncia da admirao natural,devido alegria causada pelo milagre iminente que h muito aguardava.

    Na qualidade de profeta, deduziu logo que a voz que ouviu provinha dumanjo, que lhe trazia a notcia por ordem Divina. E sabendo que os anjos sosimples mensageiros de ALLAH, dirigiu a resposta directamente a Ele.Quanto curiosidade e admirao dele, o anjo informou-lhe de que ALLAH fazo que e como deseja, enfatizando que a Sua vontade que era a explicao.

    Depois, Zakariyahpediu um sinal da aceitao do milagre:Disse: meu Senhor! D-me um sinal (da ocorrncia do milagre).

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 35

    Ele disse: Teu sinal ser que no conseguirs falar aos humanos durantetrs noites, embora sem defeito fsico.

    Depois, saiu do Mihrb (plpito) para o seu povo e indicou-os atravs degestos que glorificassem ALLAH pela manh e ao anoitecer.

    [Al-Qurn 19:7-11]

    Consta ainda num outro versculo:Teu sinal ser que no falars com ningum durante trs dias, seno atravsde gestos. E lembra-te muito do teu Senhor e glorifica-O noite e duranteas horas da manh.

    [Al-Qurn 3:41]

    Portanto, ele pediu um sinal e ALLAH o concedeu, cuja manifestao era deno conseguir falar com as pessoas, apesar de estar absolutamente normale sem qualquer defeito fsico, podendo ainda orar ao seu Senhor, tal comoconsta no sagrado Al-Qurn.De modo algum isso representava uma forma de castigo, assim como alega o

    Novo Testamento [S. Lucas 1:20]. O profeta Zacarias havia pedido um sinale Deus o concedera na forma que Ele bem entendeu.

    YHYA(JOO BAPTISTA) NO AL-QURN E NA BBLIA

    Na realidade, nada impossvel para ALLAH, pois Ele Soberano e Generoso.De facto, Zakariyah pediu apenas um filho, mas ALLAH concedeu-lhe

    muito mais do que isso: Honrou-lhe com uma criana cujo nome seria exclusivo e ningum antesdela o possua. Ibn Abbassmenciona no comentrio desse versculo queo termo Samiysignifica ainda semelhante, ou seja, antes da vindade Yhya , no existiu algum que pudesse ser comparado com este

    profeta [Bukhari]. Viria confirmar a promessa de ALLAH, ou seja, daria a boa-nova da vinda

    de Issa(Jesus).

    Seria lder, respeitado pela sua gente e honrado com altos graus tanto nestacomo na vida do Alm. Seria uma pessoa nobre, casta e dedicar-se-ia apenas causa de ALLAH.

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    36 Yhya Joo Baptista

    Seria de entre os justos, piedosos e virtuosos e receberia a pureza e ternurapor parte de ALLAH.

    Seria bondoso para com os pais, no seria arrogante nem ditador e teriacompaixo e piedade para com as pessoas.

    Seria um profeta; de salientar que o pai pedira um Wali (piedoso), masALLAH concedeu um Nabi (profeta), e que grande diferena entreambos, pois um Nabi superior a inmeros Walis.

    O sagrado Al-Qurn menciona sobre Yhya de forma muito breve,focando principalmente os seus atributos virtuosos e especiais; no h muitainformao acerca da sua vida, juventude, morte ou sobre algum encontroque tenha tido com Issa(Jesus).

    A sua passagem pode ser considerada como parte da histria do seu paiZakariyah. Consta no sagrado Al-Qurn o seguinte: Yhya! Assegura firmemente este Livro (Torah); e o concedemos sabe-doria quando ainda era criana. E ternura (pelas pessoas) e pureza (comomisericrdia) da Nossa parte, e era piedoso.E era bondoso para com seus pais, e no era arrogante nem desobediente(perante ALLAH e seus pais).E que a paz esteja com ele no dia em que nasceu, no dia em que morrer e nodia em que for ressuscitado.

    [Al-Qurn 19:12-15]

    Portanto, Yhya foi o sucessor e a boa descendncia que seu pai

    Zakariyahhavia pedido a ALLAH:E (recorda-te) de Zakariyah, quando clamou ao seu Senhor: meu Senhor!No me deixes sozinho (sem prole), apesar de Tu seres o melhor dos herdeiros!Ento, o atendemos e lhe demos Yhya, e curmos sua mulher (tornando-acapaz de conceber). Na verdade, eles se apressavam na prtica de boas aces,e invocavam-Nos com esperana e temor, e eram humildes diante de Ns.

    [Al-Qurn 21:89-90]

    No seu Novo Testamento, a Bblia tambm relata sobre a passagem de JooBaptista. Contudo, entre os Evangelhos cannicos apenas S. Lucas mencionasobre o seu nascimento:

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    a) Anncio do Nascimento de JooExistiu, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias,da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Aaro, e o seu nome eraIsabel. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreenso em todosos mandamentos e preceitos do Senhor.E no tinham filhos, porque Isabel era estril, e ambos eram avanadosem idade.E aconteceu que, exercendo ele o sacerdcio diante de Deus, na ordem da suaturma, segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templodo Senhor para oferecer o incenso. E toda a multido do povo estava fora,orando, hora do incenso.E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em p, direita do altar do incenso.E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse:Zacarias, no temas, porque a tua orao foi ouvida, e Isabel, tua mulher,dar luz um filho, e lhe pors o nome de Joo.E ters prazer e alegria, e muitos se alegraro no seu nascimento, porque sergrande diante do Senhor, e no beber vinho, nem bebida forte, e ser cheiodo Esprito Santo, j desde o ventre de sua me.E converter muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e ir adiantedele no esprito e virtude de Elias, para converter os coraes dos pais aosfilhos, e os rebeldes prudncia dos justos, com o fim de preparar ao Senhorum povo bem disposto.Disse ento Zacarias ao anjo: Como saberei isto, pois eu j sou velho e minhamulher avanada em idade?E, respondendo, o anjo disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus,

    e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. E eis quefi

    cars mudo,e no poders falar at ao dia em que estas coisas aconteam; porquanto nocreste nas minhas palavras, que a seu tempo se ho de cumprir.E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto sedemorasse no templo. E, saindo ele, no lhes podia falar; e entenderam quetinha tido uma viso no templo. E falava por acenos, e ficou mudo.E sucedeu que, terminados os dias de seu ministrio, voltou para sua casa.E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se

    ocultou, dizendo: Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim,para destruir o meu oprbrio entre os homens.[S. Lucas 1:5-25]

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    b) O Nascimento de JooE completou-se para Isabel o tempo de dar luz, e teve um filho. E os seusvizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grandemisericrdia, e alegraram-se com ela.E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavamZacarias, o nome de seu pai. E, respondendo sua me, disse: No, porm serchamado Joo.E disseram-lhe: Ningum h na tua parentela que se chame por este nome.E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem. E, pedindoele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome Joo. E todosse maravilharam; e logo a boca se lhe abriu, e a lngua se lhe soltou; e falava,louvando a Deus.E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas daJudeia foram divulgadas todas estas coisas. E todos os que as ouviam, asconservavam em seus coraes, dizendo: Quem ser, pois, este menino? E amo do Senhor estava com ele.E Zacarias, seu pai, foi cheio do Esprito Santo, e profetizou dizendo: Benditoo Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo.

    [S. Lucas 1:57-68]

    c) A Pregao de Joo BaptistaSendo Ans e Caifs sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deusa Joo, filho de Zacarias.E percorreu toda a terra ao redor do Jordo, pregando o baptismo dearrependimento, para o perdo dos pecados.

    Segundo o que est escrito no livro das palavras do profeta Isaas, que diz:Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai assuas veredas.Todo o vale se encher, e se abaixar todo o monte e outeiro, e o que tortuoso se endireitar, e os caminhos escabrosos se aplanaro, e toda a carnever a salvao de Deus.Dizia, pois, Joo multido que saa para ser baptizada por ele: Raa devboras, quem vos ensinou a fugir da ira que est para vir? Produzi, pois,

    frutos dignos de arrependimento, e no comeceis a dizer em vs mesmos:Temos Abrao por pai, porque eu vos digo que at destas pedras pode Deussuscitar filhos a Abrao.

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    E tambm j est posto o machado raiz das rvores: toda a rvore, pois, queno d bom fruto, corta-se e lana-se no fogo.E a multido o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo ele,disse-lhes: Quem tiver duas tnicas, reparta com o que no tem, e quem tiveralimentos, faa da mesma maneira.E chegaram tambm uns publicanos, para serem baptizados, e disseram-lhe:Mestre, que devemos fazer? E ele lhes disse: No peais mais do que o quevos est ordenado.E uns soldados o interrogaram tambm, dizendo: E ns que faremos? E elelhes disse: A ningum trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com ovosso soldo.E, estando o povo em expectao, e pensando todos de Joo, em seus coraes,se porventura seria o Cristo; respondeu Joo, a todos, dizendo: Eu, na verdade,

    baptizo-vos com gua, mas eis que vem aquele que mais poderoso do queeu, do qual no sou digno de desatar a correia das alparcas.Esse vos baptizar com o Esprito Santo e com fogo. Ele tem a p na suamo; e limpar a sua eira, e ajuntar o trigo no seu celeiro, mas queimar a

    palha com fogo que nunca se apaga.E assim, admoestando-os, muitas outras coisas tambm anunciava ao povo.

    [S. Lucas 3:2-18]

    SUAS QUALIDADES

    De acordo com o Novo Testamento, Joo Baptista vivia no deserto e foi a

    onde cresceu [S. Lucas 1:80, 3:2].Meditando profundamente na histria e olhando para a vida dos profetasno geral, pode-se concluir que a maior parte deles foram submetidos asituaes ou eventos que os levaram a retirar-se para reas remotas e longedas cidades.

    Tomando o profeta Moiss como exemplo, sabe-se que inicialmente viveuna cidade, mas quando estava a ser procurado por ter morto um copta, foi

    obrigado a se refugiar no deserto, onde veio a receber a revelao por partede Deus e teve a honra de falar directamente com Ele; para mais detalhessobre a passagem de Moiss, consulte o segundo volume da presente srie.

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    40 Yhya Joo Baptista

    O objectivo dos profetas se retirarem para fora da cidade o de cresceremnum ambiente livre, natural, puro e longe das corrupes e tentaes que hnas cidades, para mais tarde e quando estiverem preparados, regressarem e

    purificarem as pessoas dos seus males.Os profetas foram criados sob cuidado e ateno directos de ALLAH,vestindo-se e alimentando-se de forma mais simples e natural. E Joo tambmno foi excepo:E este Joo tinha as suas vestes de plos de camelo, e um cinto de couro emtorno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

    [S. Mateus 3:4]

    Portanto, Joo cresceu assim, sem ter de despender tempo ou energia procurade alimento e vesturio, dedicando-se pura e simplesmente no objectivo peloqual havia sido enviado.Jesus disse, referindo-se a Joo:Mas que sastes a ver? Um homem trajado de vestes delicadas? Eis que osque andam com vestes preciosas, e em delcias, esto nos paos reais.Mas que sastes a ver? Um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que

    profeta. Este aquele de quem est escrito: Eis que envio o meu anjo dianteda tua face, o qual preparar diante de ti o teu caminho.E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, no h maior profeta doque Joo, o Baptista.

    [S. Lucas 7:25-28]

    E de facto, era de se esperar que Joo vestisse modestamente e no

    com roupasfi

    nas pois, geralmente, os que vivem na luxria e confortoopulento so inimigos da verdade e no so dignos de serem portadoresde mensagens Divinas.

    Joo foi enviado exclusivamente para anunciar a vinda de Jesus e prepararo seu caminho, acabando com o materialismo que dominava as pessoas eintroduzindo o verdadeiro espiritualismo, de forma a prepar-las para osensinamentos puros de Jesus.

    Se este ltimo chegasse antes de aparecer o primeiro, seria muito difcil paraas pessoas e para a sociedade mergulhada na corrupo, compreender oshorizontes espirituais da misso do Jesus. Era um processo de mudana que

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    deveria ser feito gradualmente, razo pela qual foi dito: Eis que envio o meuanjo diante da tua face, o qual preparar diante de ti o teu caminho.

    Na realidade, poderia ter vindo um anjo antes de Jesus para preparar o seucaminho. Contudo, se assim acontecesse, as pessoas no iriam tirar qualquerlio ou proveito disso, pois o instinto humano distinto do anglico.Portanto, foi enviado um homem mas com qualidades que se comparam s dosanjos: ternura, pureza, piedade e obedincia. A sua vida fisiolgica limitava-se apenas s necessidades bsicas, apenas para manter vivo o organismo;vestia-se e consumia apenas o suficiente.Era tambm casto e no se juntava com mulheres, no por ser sexualmenteincapaz, pois era jovem e vigoroso, mas porque predominavam nelequalidades espirituais como a dos anjos, que no praticam relaes sexuais.

    O sagrado Al-Qurn pouco ou nada menciona sobre a vida e trabalhode Yhya . Apenas relata que ALLAH anunciou (atravs de anjos) ao

    pai Zakariyah de que teria um filho cujo nome seria Yhya, que viriaconfirmar a Sua palavra e que seria um profeta nobre, casto e de entre os

    justos [Al-Qurn 3:39].Pouco se sabe da sua infncia, excepto o que j foi descrito anteriormente [S.Mateus 3:4]. Acredita-se que pertenceu a uma seita judaica asctica chamadaEssnios, do tempo dos Macabeus, e cujas doutrinas eram muito semelhantess dos cristos primitivos os ebionitas, que recusavam a divindade de Jesus edefendiam que ele no viera abolir a Torah, tal como clama a doutrina Paulina.

    O sagrado Al-Qurn faz referncia a Yhya designando-o atravs dotermo Hassuran, que significa casto em todos os aspectos e sentidos,indicando que ele levava uma vida celibatria, piedosa e de privao.Joo no era visto desde a infncia at atingir cerca de trinta anos, altura emque iniciou a misso de aconselhar s pessoas o arrependimento sincero e

    baptizar com gua os pecadores contritos.Multides eram atradas para o deserto de Judeia com o intuito de escutar osexcelentes sermes e ensinamentos deste novo profeta, o qual baptizava os

    arrependidos nas guas do rio Jordo, repreendia os educados mas fanticosfariseus e sacerdotes e ameaava com vingana iminente os estudiosos massaduceus racionalistas.

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    Afirmava-lhes que o baptismo com gua representava apenas um sinal depurificao da alma, como forma de expiao dos pecados, mas que depoisdele viria um outro profeta, mais poderoso do que ele, que haveria de baptiz-los com o Esprito Santo e com o fogo, para o qual no seria digno de desataras correias das suas alparcas.

    TESTEMUNHO DE JOO BAPTISTA

    Certo vez, os judeus de Jerusalm enviaram alguns sacerdotes e levitas a fimde fazerem trs perguntas a Joo Baptista:Quem s tu? E confessou, e no negou; confessou: Eu no sou o Cristo.E perguntaram-lhe: Ento qu? s tu Elias? E disse: No sou.s tu o Profeta? E respondeu: No.

    [S. Joo 1:19-21]

    Existe uma indicao misteriosa e oculta na colocao destas questes. SeJoo Baptista no era Messias, nem Elias, nem o tal Profeta (o ltimo, cujavinda era anunciada nas Escrituras Divinas), ento pergunta-se aos cristos,que acreditam que o inspirador de todas essas afirmaes contraditrias oEsprito Santo, ou seja, o terceiro dos trs deuses, a quem se referiam ossacerdotes e levitas quando perguntaram sobre esse tal Profeta?Caso os cristos no saibam, ser que o Papa ou algum Bispo sabe a quem serefere? Se ningum sabe e no h qualquer resposta, ento que credibilidadeou benefcio terrestre existe nesses evangelhos interpolados e deturpados?

    Se por ventura souberem a quem se refere esse tal Profeta, porque razocontinuam calados?

    De salientar que no versculo em questo, Joo Baptista afirma claramente deque no era o tal Profeta e, por outro lado, Jesus disse: Entre os nascidos demulheres, no h maior profeta do que Joo, o Baptista.Ser que Jesus falou mesmo isso? Ser que Joo Baptista era maior queAbrao, David e do prprio Jesus? Em que consistia essa sua superioridade

    e grandeza?Se o testemunho de Jesus a respeito do filho de Zacarias autntico everdadeiro, ento a grandeza de Joo, que se alimentava de gafanhotos e

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    mel silvestre, s poderia consistir na sua absoluta abnegao e humildade,privao dos prazeres e luxos mundanos, desejo profundo de convidar aspessoas ao arrependimento e na boa-nova sobre a vinda do tal Profeta; ouser que a sua grandeza residia no facto de ser primo, contemporneo etestemunho de Jesus?

    A dimenso e o valor de qualquer pessoa, assim como dum profeta, spodem ser avaliados e determinados pelas conquistas e trabalhos efectuados.Desconhecemos absolutamente o nmero de pessoas que foram convertidasatravs dos sermes ou purificadas pelo baptismo de Joo, nem temosinformao sobre os efeitos dessa converso e da atitude dos judeusarrependidos em relao ao Cordeiro de Deus.

    Por outro lado, Jesus declarou que Joo Baptista era a reencarnao do profetaElias [S. Mateus 17:12-13, S. Lucas 1:17], enquanto que Joo testemunhouclaramente delegao judaica que no era Elias [S. Joo 1:21]. Portanto,se algum quiser se basear em todos estes Evangelhos conjuntamente,encontrar vrias afirmaes contraditrias que se opem ou rejeitam umass outras, e no conseguir formar uma ideia ou concluso correcta.

    ALGUMAS CONTRADIES EVANGLICAS

    Assim como todo o povo, Jesus tambm entrou nas guas do Jordo e foibaptizado por Joo [S. Lucas 3:21 e S. Mateus 3:13-16]. Porm, o quarto

    Evangelho desconhece o facto de Jesus ser baptizado por Joo; mencionaapenas o encontro entre ambos.Esse Evangelho advoga ainda que Andr era discpulo de Joo Baptista, quetendo deixado o mestre, levou o seu irmo Simo Pedro para junto de Jesus [S.Joo 1:40-42], uma histria que contradiz flagrantemente as afirmaes dos

    primeiros dois Evangelhos [vide S. Mateus 4:18-19 e S. Marcos 1:16-18].

    E no Evangelho segundo S. Lucas, a histria completamente diferente;

    aqui, Jesus conhece Simo Pedro antes deste ser discpulo [Lucas 4:38]. Ascircunstncias que levaram Jesus a alistar os filhos de Jonas e de Zebedeucomo seus discpulos so igualmente estranhas aos outros Evangelhos.

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    Os quatro Evangelhos cannicos contm muita informao contraditriaacerca do trato entre os dois profetas. Segundo o Evangelho de S. Joo,Baptista no conhecia Jesus e s veio a testemunh-lo quando o Espritodesceu do cu como pomba e repousou sobre ele [S. Joo 1:31-33], enquantoque de acordo com S. Lucas, mesmo quando estava no ventre da me,Baptista sabia de Jesus e venerava-o, que tambm era um feto mais novo noventre de Maria [Lucas 1:44].Para alm disso, quando Joo Baptista estava na priso, onde mais tarde viriaa ser decapitado, no sabia da verdadeira natureza da misso de Jesus [S.Mateus 11:2-3].

    Estes assuntos so bastante srios pois dizem respeito a dois profetas enviadospor Deus e que nasceram de forma milagrosa: um sem pai e outro tinha ospais na extrema velhice e incapazes de conceber.A gravidade aumenta ainda mais quando ficamos a saber sobre a naturezae origem dos documentos em que tais contradies foram escritas: osevangelistas narradores so pessoas que se dizem ter sido inspiradas peloEsprito Santo, sendo os seus registos considerados uma revelao Divina.

    Torna-se absolutamente impossvel encontrar a verdade desses Evangelhose extrair uma religio autntica, a no ser que sejam lidos e examinadossob o ponto de vista isslmico, de modo a separar a verdade da falsidade edistinguir o autntico do adulterado. O esprito genuno do Isslam e a sua fexclusivamente monotesta que podem peneirar a Bblia e afastar os errosdas suas pginas.

    Os muulmanos tm um respeito enorme por todos os profetas Divinos,especialmente aqueles que so mencionados no sagrado Al-Qurn,como o caso de Yhya (Joo Baptista), Issa (Jesus) e outros.Acreditamos ainda que os apstolos ou discpulos de Jesus foram pessoassantas e bem guiadas.

    Contudo, como no possumos registos autnticos a respeito dessas ilustres

    personalidades, preferimos distanciar-nos de comentar sobre isso, mas emmomento algum passa na nossa imaginao a possibilidade desses doisgrandes servos de ALLAH se contradizerem um ao outro.

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    O PROFETA VINDOURO

    No decurso dos seus sermes, Joo Baptista profetizava s pessoas dizendo: Eisque vem aquele que mais poderoso do que eu, do qual no sou digno de desatara correia das alparcas. Esse vos baptizar com o Esprito Santo e com fogo.

    [S. Lucas 3:16]

    Estas palavras foram narradas de forma diferente pelos evangelistas, mastodos mostram o mesmo senso de considerao e elevada estima no que dizrespeito personalidade e dignidade majestosa do Profeta cuja vinda estavasendo anunciada.As palavras utilizadas por Joo e relatadas na Bblia descrevem perfeitamenteo modo oriental de hospitalidade e honra prestadas aos visitantes dignos: desdeo momento que ele chega, o anfitrio ou algum membro da famlia apressa-se a descalar-lhe e o acompanha at o assento; quando se prepara para sair,o anfitrio trata-o da mesma forma, abaixando-se para ajud-lo a calar-se,amarrando os seus atadores.

    Joo Baptista tenta informar-nos que caso viesse a se encontrar com omajestoso Profeta, certamente que no se consideraria uma pessoa adequadae digna de desamarrar os laos das suas sandlias.Da homenagem prestada antecipadamente por Joo, estava bem claro de queo Profeta cuja vinda era aguardada ansiosamente pelos judeus, era conhecido

    por todos outros profetas como sendo mestre deles, pois caso contrrio, umprofeta como Joo, casto, nobre e sem pecados, no teria feito uma confisso

    to humilde, para alm de Jesus ter dito: entre os nascidos de mulheres, noh maior profeta do que Joo.

    A tarefa que surge agora determinar a identidade desse Profeta que estavapor vir, cuja vinda vinha sendo anunciada nas escrituras Divinas. do conhecimento geral de que os cristos sempre consideraram JooBaptista como um subordinado de Jesus e anunciador da sua vinda, mostrandosempre que este era o objecto do testemunho de Joo. Embora a linguagem

    dos evangelistas j tivesse sido alterada para esse sentido por interpoladores,a fraude e o erro no poderiam escapar completa e definitivamente dos olhosde curiosos, crticos e examinadores imparciais.

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    Ora vejamos, Jesus no poderia ser o objecto do testemunho de Joo Baptista,pelas seguintes razes:

    a) O versculo indica claramente de que o Profeta anunciado viria futuramente,o que descarta imediatamente a possibilidade de se tratar de Jesus, pois estee Joo o autor da profecia, eram ambos contemporneos e nasceram nomesmo ano.

    Joo Baptista encontrou um povo colonizado e governado pelo rei romanoHerodes e seu bando pago, viu os judeus a serem desviados por um clerotirano e corrupto e observou as escrituras corrompidas e substitudas por umaliteratura ancestral supersticiosa.Reparou que as pessoas tinham perdido a esperana na salvao, mas refugia-vam-se no facto de serem descendentes de Abrao. Contudo, Joo disse-lhes queno eram dignos de ser filhos de Abrao, por no merecerem um pai assim. Mascomo mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abrao [S. Mateus3:9], no fundo, tinham uma ligeira esperana num Messias, descendente de Da-vid, a quem esperavam para restaurar o reino dessa monarquia em Jerusalm.

    Porm, quando a delegao de Jerusalm perguntou-lhe se era o Messias,respondeu negativamente a esta pergunta e seguintes; s Deus conhece acensura e repreenso que devem ter ouvido das pronunciaes vivas de JooBaptista, que a Igreja cautelosa em no as deixar aparecer nos registos.

    Deixando de lado os exageros que foram evidentemente acrescentadas nos

    Evangelhos, acreditamos absolutamente de que Joo apresentou Jesus comoum verdadeiro Messias e aconselhou s pessoas a seguirem os seus ensina-mentos e a obedecerem s suas ordens, bem como ao seu Evangelho.E ainda deixou claro s pessoas de que viria um outro e ltimo Profeta, queseria uma luz to gloriosa e brilhante perante Deus que o prprio Joo noseria digno de lhe desatar os laos das sandlias.

    b) Se a aluso de Joo Baptista fosse relacionada a Jesus, t-lo-ia seguido

    e submeter-se-ia a ele como seu discpulo ou subordinado. Porm, no foiisso que aconteceu, pois era encontrado a propagar a f, a baptizar, a receberdiscpulos, a censurar o rei Herodes, a condenar a hierarquia judaica e a

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    anunciar a vinda dum outro Profeta, sem tomar em considerao a presenado seu contemporneo na Judeia ou Galileia.

    c) Apesar dos cristos terem transformado Jesus em deus ou filho dedeus, a realidade que ele foi circuncidado como todo israelita e baptizado

    por Joo como qualquer judeu.Os que narram o baptismo de Jesus desconhecem ou ignoram a observaoque Joo fez nessa altura. O dilogo entre ambos parece uma interpolao e,sob um ponto de vista mais crtico, de carcter duvidoso:Mas Joo opunha-se-lhe, dizendo: Eu careo de ser baptizado por ti, e venstu a mim?Jesus, porm, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nosconvm cumprir toda a justia.Ento ele o permitiu. E, sendo Jesus baptizado, saiu logo da gua...

    [S. Mateus 3:14-16]

    Se na realidade Jesus fosse mesmo a personalidade de quem Joo haviadeclarado como sendo mais poderoso ao ponto de no ser digno de lhedesatar o lao das sandlias, ento no faz sentido e nem havia necessidadede Jesus ser baptizado por algum inferior a ele, tal como sucedeu com os

    judeus arrependidos. Isso contradiz claramente a descrio de Jesus comosendo algum superior a Joo Baptista.E surge ainda uma outra questo: Ser que Jesus j era santo antes de ser

    baptizado? Se a resposta for positiva, ento no havia qualquer necessidadede ser baptizado, e ainda, porque que o Esprito Santo no desceu como

    pomba branca antes do baptismo?Se a resposta for de que Jesus no era santo antes do baptismo, ento como que algum que nem sequer santo pode ser Deus ou filho de Deus?

    incompreensvel a expresso de Jesus deixa por agora, porque assim nosconvm cumprir toda a justia; porqu, como e qual justia seria ou foi feitaquando Jesus fosse baptizado? De facto, isso completamente ininteligvel.Ou se trata duma interpolao ou uma clusula truncada deliberadamente.

    Uma outra questo teolgica que surge com o baptismo de Jesus que se,supostamente, isso foi feito para perdoar os seus pecados, ento como oscristos consideram que Jesus no tinha qualquer pecado?

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    48 Yhya Joo Baptista

    Do ponto de vista isslmico, o que pode fazer sentido nisto de que atravsduma viso realista, Yhya apercebeu-se do carcter proftico de Issae, por algum momento, julgou que seria o ltimo profeta de ALLAH,o que consequentemente o levou a recusar baptizar-lhe, achando que noera digno para tal; s aceitou prosseguir com o baptismo quando Issa confessou a sua prpria identidade.

    d) Quando Joo estava na priso, enviou um discpulo seu a Jesus, a fim de lheperguntar: s tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? [S. Mateus11:3], indicando claramente que Joo desconhecia a ddiva da profecia deJesus at ficar a saber dos milagres dele.Esta indicao contradiz e invalida o que consta no quarto Evangelho, segundoo qual quando Joo viu Jesus exclamou: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o

    pecado do mundo [S. Joo 1:29]. De salientar que este mesmo Evangelhodesconhece completamente sobre o cruel martrio de Joo Baptista, mencionadono S. Mateus 14:10 e S. Marcos 6:16-27.

    Do ponto de vista isslmico, moralmente impossvel que um profeta nobre,casto e virtuoso como Yhyatenha utilizado uma expresso pag comoessa ao se referir a Jesus (Issa).A prpria natureza e essncia da misso de Joo era de ensinar penitncias pessoas, ou seja, cada um responsvel pelos seus erros e deve suport-los ou elimin-los atravs do arrependimento, sendo o baptismo apenas umaabluo ou purificao externa como sinal de expiao dos pecados; somentea confisso e remorso (perante Deus), o perdo por parte de quem tenha sido

    lesado devido ao tal pecado (se aplicvel) e a promessa de no repetir o erro que podero contribuir para a absolvio do pecado.

    Se Jesus era o Cordeiro de Deus para eliminar os pecados do mundo, entoa misso e propagao de Joo seria ridcula e insensata! Alm disso, Joosaberia perfeitamente que tais palavras suas poderiam causar assim comoveio a acontecer um erro irreparvel que iria desfigurar e deformar totalmentea Igreja. A raiz do erro, que encontrou terreno no seio dos cristos, deve ser

    procurada e encontrada neste sistema de sacrifcio por substituio.Ser que o Cordeiro de Deus eliminou todos os pecados do mundo? As pginasobscuras da histria eclesistica de qualquer das numerosas, adversas e herticas

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    igrejas respondero com um no bem grande, pois o pecado ainda existe. Nassuas caixas confessionais, os cordeiros podem concluir lamentavelmente sobo peso tremendo dos pecados coloridos carregados nos seus ombros de que,apesar da dita civilizao, alguns dos que se intitulam de cristos cometem mais

    pecados, adultrios, guerras, opresses e ganncia insacivel para a conquistade bens e riqueza, comparativamente ao resto da humanidade.

    e) Joo Baptista no poderia ter sido o precursor de Jesus da forma comoa Igreja interpreta a sua misso, pois apresentado nos Evangelhos comoVoz do que clama no deserto, segundo o cumprimento duma passagemdo profeta Isaas [Isaas 11:3] e como um arauto (precursor) de Jesus sob aautoridade do profeta Malaquias.Afirmar que a misso de Joo era preparar o caminho para Jesus o primeirona qualidade de precursor e o segundo como um conquistador triunfante,aparecendo de repente para estabelecer a religio de Shalome fazer deJerusalm como o templo mais glorioso que no passado [Ageu 1:3-8] confessar o falhano absoluto de todo esse empreendimento. E de facto, sobo ponto de vista extravagante dos cristos e sob qualquer ngulo que se queiraexaminar as interpretaes das igrejas, uma coisa certa: todo esse projectose mostrou fracassado.

    Ao invs de receber o seu prncipe no porto do templo em Jerusalm e nomeio duma saudao calorosa, o precursor recebe-o nas guas do rio Jordo esem roupa; e apresentou-o multido, aps t-lo mergulhado, dizendo: eis oCordeiro de Deus ou este o filho de Deus. Tudo isso seria o mesmo que

    ofender o povo de Israel ou simplesmente zombar de Jesus, ridicularizando-o.A verdadeira natureza da misso asctica e o sentido real dos ensinamentos deJesus foram inteiramente mal interpretados pelas igrejas, mas foram entendidos

    pelos sacerdotes judeus e casustas que obstinadamente os rejeitaram. A missode Joo assim como o objectivo da mensagem de Jesus aos judeus eram bemdiferentes daquilo que as igrejas insistem e pretendem acreditar.

    Portanto, como se pde constatar atravs destes fundamentos, conclui-se que

    Jesus no era o objecto de testemunho de Joo baptista. Resta saber quemseria o tal Profeta cuja vinda Joo anunciava, ou seja, que outro mensageirofoi enviado por Deus depois de Jesus!

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    50 Yhya Joo Baptista

    SOBRE JOO BAPTISTA E JESUS

    Estas duas personalidades tm um grande paralelo na histria dos profetas,pois ambos surgiram na mesma poca, para o mesmo povo e traziam asmesmas mensagens Divinas.Embora Joo fosse alguns meses mais velho que Jesus, ambos confirmarama profecia um do outro. Consta no Novo Testamento:E Joo, ouvindo no crcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seusdiscpulos, a dizer-lhe: s tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a Joo as coisas que ouvis evedes: Os cegos vem, e os coxos andam; os leprosos so limpos, e os surdosouvem; os mortos so ressuscitados, e aos pobres anunciado o evangelho. E

    bem-aventurado aquele que no se escandalizar em mim.[S. Mateus 11:2-6]

    Com isso, Joo queria saber se Jesus era o Messias que estava por vir, deforma a poder confirmar a boa-nova que vinha anunciando.Jesus tambm ficou satisfeito a respeito dele e retribuiu os mesmos sentimentos:Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; porque este de quem estescrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparar diante deti o teu caminho.Em verdade vos digo que, entre os que de mulher tm nascido, no apareceualgum maior do que Joo, o Baptista.

    [S. Mateus 11:9-11]

    E na realidade, Joo foi muito mais do que um profeta, sendo reconhecido comoum mensageiro de grandes e distintas qualidades. Consta no sagrado Al-Qurn:E quando ALLAH firmou a aliana com os profetas, dizendo: (Tomai) tudoaquilo que Eu vos tenha dado do Livro e da Sabedoria, e depois disso, se voschegar um mensageiro confirmando o que possus, devereis ento acreditarnele e apoi-lo.

    [Al-Qurn 3:81]

    Jesus tambm confi

    rmou a profecia e a crena de Joo e apoiou-lhe. Esseseram os factos e a proclamao da verdade; quando os profetas de Deusfalam, dizem apenas a verdade e nunca fingem.

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 51

    Depois de Joo receber a sua profecia, logo a seguir percorreu toda a terraao redor do Jordo, pregando o baptismo de arrependimento, para o perdodos pecados.

    Antes dele, Nuh(No) tambm fez o mesmo, aconselhando ao seu povo:Implorai pelo perdo do vosso Senhor, certamente Ele Perdoador.

    [Al-Qurn 71:10]

    E consta ainda no sagrado Al-Qurn:E voltai-vos todos arrependidos para ALLAH, crentes, a fim de serdesbem-aventurados. [Al-Qurn 24:31]

    Todos os profetas aconselhavam aos seus seguidores e crentes a se arrepen-derem e implorarem pelo perdo Divino, pois os humanos so pecadores pornatureza e os melhores de entre eles so os que se arrependem [Al-Hadice].As portas do arrependimento esto abertas para todos e de modo igual; portanto,devemos procurar nos arrepender dos pecados cometidos, na esperana de ad-quirirmos o perdo por parte de ALLAH. E para tal, no necessrio confessar

    perante humano algum, pois cada um deve dirigir-se directamente a ALLAH.No entanto, existem qualidades que podem indicar o perdo e a aceitao doarrependimento por parte de ALLAH, pois no suficiente faz-lo apenasverbalmente; de entre os sinais constam o remorso, a humildade, no seenvolver novamente no pecado outrora cometido, etc.

    Joo dizia multido que saa para ser baptizada por ele: Quem vos ensinou a

    fugir da ira que est para vir? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...;depois alertou-lhes a no depender ou confiar na genealogia familiar: ... e nocomeceis a dizer em vs mesmos: Temos Abrao por pai; porque eu vos digoque at destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abrao [S. Lucas 3:7-8].

    A seguir, vinham diversas pessoas a perguntar o que deveriam fazer, ao quelhes aconselhava o arrependimento prtico que demonstrasse firmeza nocomportamento e carcter: Quem tiver duas tnicas, reparta com o que no

    tem, e quem tiver alimentos, faa da mesma maneira; No peais maisdo que o que vos est ordenado; A ningum trateis mal nem defraudeis, econtentai-vos com o vosso soldo.

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    Quando Joo se referiu a Jesus, disse que no era digno de lhe desatar os laosdas sandlias, demonstrando a sua extrema humildade e colocando Jesus acimade si. Esta na realidade a qualidade e linguagem utilizada pelos profetas,quando se referem uns aos outros; todos eles estavam no auge da modstia.Certa vez um homem veio ter com o profeta Muhammade dirigiu-se a eledizendo: melhor das criaturas!, ao que o Profeta respondeu: No!Esse Abrao.Quando os profetas se elogiam uns aos outros, so sinceros na sua afirmao;todos eles eram possuidores de comportamentos nobres e foram enviados

    para rectificar o comportamento humano em geral. De facto, temos muito aaprender com eles.

    Sempre que um profeta era enviado por ALLAH e comeava a pregar echamar as pessoas para o Seu caminho, estas o rejeitavam e ficava cada qualna sua posio. De facto, isso indica que a qualidade dessa individualidade mais elevada do que qualquer elemento do seu povo.Por exemplo, o sagrado Al-Qurn menciona o profeta Ibrahim(Abrao)nos seguintes termos:Certamente, Ibrahim era um Ummat (nao), obediente a ALLAH, monotesta(que adorava somente a ALLAH).

    [Al-Qurn 16:120]

    Consta ainda num Hadice de que se a f de Abu Bakr(o primeiro Khalifano Isslam) fosse pesada, colocando-a num prato da balana, e no outrofosse colocada a f do resto do Ummat, ento a f de Abu Bakr pesaria

    mais. Portanto, os profetas eram superiores aos respectivos povos para osquais eram enviados.

    JOO BAPTISTA E O REI HERODES

    Joo Baptista cresceu no deserto, longe das pessoas e sem dever qualquerfavor a algum, estando nos mais amplos horizontes da liberdade. Foi a partir

    da que iniciou a sua misso de chamar as pessoas para a verdadeira crena.Ele adorava o seu Senhor com toda a devoo, era grande defensor da verdadee forte opositor da falsidade; no temia ningum seno a Deus. Foi abenoado

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    Histria Seleccionadas do Al-Qurn 53

    com uma boa int