historiografia brasileira - em

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA PROFESSOR: DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR SEMESTRE: 03.1 CARGA HORÁRIA: 60hs CRÉDITOS: 04 PLANO DE CURSO EMENTA: A relação entre História e Historiografia. Estudo das diferentes correntes historiográficas brasileiras. TEMÁTICA E OBJETIVOS: Este curso visa inicialmente diferenciar as noções de história e historiografia, capacitando os alunos a empreenderem análises historiográficas. Visa, ainda, analisar as principais correntes teórico-metodológicas da historiografia brasileira, desde o século passado, a partir da discussão do próprio estatuto do saber histórico, como um saber científico ou artístico-literário, buscando nas obras onde a indiferenciação entre discurso científico e literário se faz presente, subsídios para o atual debate em torno da narrativa histórica. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: PRIMEIRA UNIDADE: 1.1. As filosofias da história do século XIX e a tentativa de fundação de um discurso histórico científico no Brasil. a) A produção dos Institutos Históricos. b) A influência positivista e historicista. 1.2. A produção historiográfica brasileira do início do século, ciência ou literatura?

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Page 1: Historiografia Brasileira - Em

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

DISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA

PROFESSOR: DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR

SEMESTRE: 03.1 CARGA HORÁRIA: 60hs CRÉDITOS: 04

PLANO DE CURSO EMENTA: A relação entre História e Historiografia. Estudo das diferentes correntes historiográficas brasileiras. TEMÁTICA E OBJETIVOS: Este curso visa inicialmente diferenciar as noções de história e historiografia, capacitando os alunos a empreenderem análises historiográficas. Visa, ainda, analisar as principais correntes teórico-metodológicas da historiografia brasileira, desde o século passado, a partir da discussão do próprio estatuto do saber histórico, como um saber científico ou artístico-literário, buscando nas obras onde a indiferenciação entre discurso científico e literário se faz presente, subsídios para o atual debate em torno da narrativa histórica.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

PRIMEIRA UNIDADE:

1.1. As filosofias da história do século XIX e a tentativa de fundação de um discurso histórico científico no Brasil.

a) A produção dos Institutos Históricos. b) A influência positivista e historicista. 1.2. A produção historiográfica brasileira do início do século, ciência ou literatura?

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a) A influência naturalista e social-darwinista. b) A influência do positivismo e do culturalismo. c) O pensamento liberal-oligárquico e autoritário na historiografia da Primeira

República.

SEGUNDA UNIDADE:

2.1. A formação discursiva nacional-popular e as interpretações do Brasil. História científica ou literatura?

a) O historicismo-culturalista b) Os primeiros trabalhos marxistas c) O pensamento isebiano e a historiografia brasileira

2.2. As Faculdades de Filosofia e os primeiros frutos da historiografia universitária. Rompimento com a narrativa historiográfica não científica?

a) A influência dos Analles e do marxismo. b) A influência do funcionalismo e da sociologia.

TERCEIRA UNIDADE:

3.1. O marxismo e a Escola dos Analles na historiografia brasileira da década de 60.

3.2. As principais tendências historiográficas da historiografia recente no Brasil. O retorno do problema da narrativa histórica e da cientificidade deste saber.

a) Novas tendências no campo do marxismo (A influência gramsciana,

luckassiana e frankfurtiana).

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b) A influência da New History inglesa. c) O estruturalismo e a historiografia brasileira. d) A Nova História francesa e o Brasil. e) O pós-estruturalismo e a historiografia brasileira. A presença de Michel

Foucault.

ESTRUTURA DO CURSO:

PRIMEIRA UNIDADE:

PARTE I: Conceitos básicos e procedimentos metodológicos para uma análise historiográfica. 1ªaula: Apresentação do programa. Aula expositiva fazendo a diferenciação entre as noções de história e historiografia. 2ª aula: Texto: A historiografia. In: SOUSA, Daniel de, Teoria da História e Conhecimento Histórico, Lisboa, Horizonte Universitário, 1982, pp. 114-136. 3ª aula: Texto: A Operação Historiográfica. In: CERTEAU, Michel de - A Escrita da História, Rio, Forense, 1982, pp. 65-127. 4ª aula: Os historiadores e seu metier. In: GOMES, Ângela de Castro, História e Historiadores, Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1996, pp. 75-125.

PARTE II: Os principais autores e obras da historiografia brasileira: uma análise historiográfica

5ª aula: Texto: A institucionalização do saber histórico. Do clássico ao moderno: a construção de uma identidade nacional secularizada e adaptada. In: DIEHL, Astor Antônio, A Cultura Historiográfica Brasileira, Passo Fundo, Ediupf, 1998, pp. 21-36. 6ª aula: Texto: A institucionalização do saber histórico. Do clássico ao moderno: a construção de uma identidade nacional secularizada e adaptada. In: DIEHL, Astor Antônio, A Cultura Historiográfica Brasileira, Passo Fundo, Ediupf, 1998, pp. 36-52.

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7ª aula: Texto: A institucionalização do saber histórico. Do clássico ao moderno: a construção de uma identidade nacional secularizada e adaptada. In: DIEHL, Astor Antônio, A Cultura Historiográfica Brasileira, Passo Fundo, Ediupf, 1998, pp. 52-90. 8ª aula: Texto: O historicismo vulgarizado. Do clássico à natureza humana e social. Aspectos do Ecletismo, do Positivismo e do Evolucionismo. In: DIEHL, Astor Antônio, Op. Cit., pp. 91-112. 9ªaula: Texto: O historicismo vulgarizado. Do clássico à natureza humana e social. Aspectos do Ecletismo, do Positivismo e do Evolucionismo. In: DIEHL, Astor Antônio, Op. Cit., pp. 112 - 139. 10ª aula: Avaliação da Primeira Unidade.

SEGUNDA UNIDADE:

11ª aula: Texto: Os sintomas do revisionismo historiográfico na primeira metade do século XX. In: DIEHL, Astor Antônio, Op. Cit., pp. 139-170. 12ª aula: Texto: A superação da crise em três orientações. In: DIEHL, Astor Antônio, Op. Cit., pp. 171-195. 13ª aula: Apresentação de seminário sobre a obra Casa-Grande e Senzala de Gilberto Freyre. 14aaula: Texto: A superação da crise em três orientações. DIEHL, Astor Antônio, Op. Cit., pp. 195-208. 15a aula: Apresentação de seminário sobre a obra Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda. 16a aula: Texto: A superação da crise em três orientações. In: DIEHL, Astor Antônio, Op. Cit., pp. 208-221. 17ª aula: Apresentação de seminário sobre a obra Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior. 18ª aula: Apresentação de seminário sobre a obra A Formação Histórica do Brasil de Nelson Werneck Sodré. 19ª aula: Apresentação de seminário sobre a obra Brancos e Negros em São Paulo de Florestan Fernandes e Roger Bastide. 20ª aula: Apresentação de seminário sobre a obra Formação Econômica do Brasil de Celso Furtado.

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TERCEIRA UNIDADE:

21ªaula: Texto: Aspectos da historiografia da cultura sobre o Brasil colonial (Laura de Mello e Souza). In: FREITAS, Marcos Cezar de, Historiografia Brasileira em Perspectiva, São Paulo, Contexto, 1998, pp. 17-38. 22ª aula: A sociedade brasileira e a historiografia colonial (Laima Mesgravis). Idem, pp. 39-56. 23ª aula: O Império da revolução: matrizes interpretativas dos conflitos da sociedade monárquica (Izabel Andrade Marson). Idem, pp. 73-102. 24ª aula: Texto: Escravidão negra em debate (Suely Robles Reis de Queiróz). Idem, pp. 103-118. 25ª aula: Texto: O diálogo convergente: políticos e historiadores no início da República (Maria de Lourdes Mônaco Janotti). Idem, pp. 119-144. 26ª aula: Texto: A historiografia da classe operária no Brasil: trajetórias e tendências (Cláudio de Moraes Batalha). Idem, pp. 145-158. 27ª aula: Estado Novo: novas histórias (Maria Helena Rolim Capelato). Idem, pp. 183-216. 28ª aula: História das mulheres: as vozes do silêncio (Mary del Priore). Idem, pp. 217-236. 29ª aula: Sobre história, Braudel e os vaga-lumes. A Escola dos Annales e o Brasil (Paulo Miceli). Idem, pp. 259-270. 30ª aula: As Marcas da Pantera: Foucault para historiadores, Margareth Rago (Revista Resgate nº 5). OBS: Nesta terceira unidade além do texto base o aluno utilizará em sua apresentação outros dois títulos que são citados no artigo base. AVALIAÇÃO: A avaliação dos alunos que cursarem esta disciplina será contínua através da participação nas aulas, nos trabalhos em sala de aula, na apresentação de seminários, da entrega de trabalhos escritos e de uma prova escrita.