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    Educao Pr-Escolar

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    Ficha Tcnica

    Titulo

    Canes, Lengalengas, Poesias, Adivinhas e Histrias

    Director do Departamento

    Vasco Alves

    Coordenadora do Ncleo deEducao Pr-Escolar

    Paula Aguiar

    Concepo do Caderno

    Maria de Lurdes Costa (DEB)Maria Manuela Moura (DEB)

    Maria da Conceio Baptista (DEB)Maria Teresa Gomes de Abreu (DREL)

    Capa e Concepo Grfica

    Maria Manuela Loureno (DEB)Madalena Guedes (DEB)

    Data

    Outubro de 2002

    Este caderno foi concebido no mbito do projecto Travelling Early Learners da EFECOT

    (European Federation for the Education of the Occupational Travellers) do qual Portugal membro.

    Departamento da Educao Bsica Direco Regional de Educao de LisboaAv. 24 de Julho, 140 - 1399 025 Lisboa Praa de Alvalade, 11 - 1749 070

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    EL-REI PSSARO VERDE

    Era uma vez um homem que tinha uma filha e que casou comuma mulher que tambm tinha uma filha. A madrasta tratava aenteada muito mal.

    Um dia a menina viu vir um passarinho verde muito bonito, opassarinho falou e disse-lhe:

    - Arranja-me uma bacia de gua, outra de leite e um lao de

    fita e fugiu.Ela assim fez e o passarinho veio e caiu no lao, banhou-se nabacia de gua, depois na bacia de leite e transformou-se em prncipe.O prncipe disse-lhe que era el-rei Pssaro Verde e que estavaencantado.

    Mas que se alguma vez contasse o seu segredo perd-lo-ia, svoltando a encontr-lo quando rompesse trs pares de sapatos deferro.

    No outro dia a madrasta ouviu vozes, espreitou e viu o

    passarinho verde banhar-se na gua e no leite e transformar-se emprncipe.Ficou cheia de inveja e quando o prncipe se tornou a fazer em

    passarinho verde, deitou-lhe vidro modo na gua sem que a meninadesse por isso.

    Quando o passarinho verde voltou e foi banhar-se, ficou muitoferido e fugiu.

    A menina lembrou-se do que ele lhe tinha dito. Foi ao ferreiromandar fazer trs pares de sapatos de ferro e partiu procura do

    prncipe.

    HISTRIAS

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    Foi andando, andando. J tinha rompido um par de sapatosquando avistou uma casinha e foi bater porta.

    Apareceu-lhe uma velhinha:- A senhora sabe dizer-me onde mora el-rei Pssaro Verde?

    - Eu c no sei, mas a minha filha que a Lua h-de saber...Esconda-se a que ela tem muito mau gnio.Escondeu-se a menina, e dali a pouco tempo chegou a Lua.- Cheira-me aqui a flego vivo disse ela muito zangada.- filha, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia

    onde morava El-Rei Pssaro Verde.- Eu s ando de noite, hora em que toda a gente dorme com

    as portas e as janelas fechadas. O vento quem h-desaber.

    Ao outro dia a velhinha deu menina o recado da Lua eentregou-lhe uma bolota, com a recomendao de s a abrir quandoprecisasse muito.

    Ps-se a menina outra vez a caminho e quando tinha rompido osegundo par de sapatos de ferro, avistou outra casinha.

    Bateu porta e uma velhinha veio abrir.- A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pssaro Verde?- Eu c no sei, mas o meu filho Vento que anda por todo o

    mundo h-de saber. Mas esconda-se porque ele tem muito

    mau gnio.A menina escondeu-se e dali a pouco chegou o Vento a soprar:- Cheira-me aqui a flego vivo.- filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia

    onde mora El-Rei Pssaro Verde.- Quando eu apareo, todos fecham as portas e as janelas de

    modo que no sei onde est. Quem deve saber o Sol.No dia seguinte a velhinha deu menina o recado do seu filho

    Vento e entregou-lhe uma noz com a recomendao de s a abrir

    quando muito precisasse.A menina recomeou a caminhar e quando j tinha andado tanto

    que tinha rompido o terceiro par de sapatos, viu ao longe outracasinha.

    Bateu porta e uma velhinha veio ver quem era.- A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pssaro Verde?- Eu c no sei, mas o meu filho que o Sol h-de saber.

    Mas esconda-se at que ele chegue.

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    A menina fez o que a velhinha lhe dizia e dali a pouco chegou oSol.

    - Cheira-me aqui a flego vivo.- filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabiaonde morava El-Rei Pssaro Verde.

    - El-Rei Pssaro Verde mora muito longe daqui e est emperigo de vida. Ningum sabe curar a sua doena.

    No outro dia, a velhinha deu menina as notcias que o seufilho Sol lhe tinha dito e entregou-lhe uma castanha com arecomendao de no a abrir seno quando muito precisasse.

    E a menina ps-se outra vez a caminhar.

    Quando anoiteceu, deitou-se debaixo de uma rvore onde asrolas faziam ninho e antes de adormecer ouviu as rolinhas falar:- Ento que notcias h de El-Rei Pssaro Verde?- El-Rei Pssaro Verde est muito doente.- E j no pode curar-se?- Pode, pode. Basta que algum junte algumas das nossas

    penas, as queime e com as cinzas polvilhe as suas feridasdurante trs noites a fio.

    A menina foi o que quis ouvir. Logo que as rolas adormeceram,

    apanhou as penas cadas no cho e fez como as rolas tinham dito.De manh ps-se a caminho da cidade.Quando chegou diante do palcio, sentou-se no cho e abriu a

    bolota Apareceu uma dobadoira de prata com meadas de oiro, aprenda mais rica que se podia imaginar. A menina ps-se a dobar.

    A rainha me chegou janela e vendo aquela dobadoira tobonita, mandou um criado perguntar menina se a queira vender.

    - Dar sim, vender no; mas sua Majestade h-de deixar-meficar esta noite ao p do prncipe.

    A rainha aceitou e a menina, de noite, polvilhou as feridas doprncipe com as cinzas.

    No dia seguinte foi sentar-se outra vez diante do palcio eabriu a noz.

    Saiu dela uma roca de oiro cravejada de brilhantes, com umfuso de prata e a menina ps-se a fiar.

    Veio a rainha janela e vendo a roca, mandou o criado saberse ela a queria vender.

    - Dar sim, vender no; mas sua Majestade h-de consentirque fique outra noite ao p do prncipe.

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    A rainha disse que sim e a menina, sem ningum ver, polvilhouas feridas do prncipe com as cinzas que levava.

    Pela terceira vez se sentou em frente do palcio e abriu a

    castanha, donde saiu uma galinha de oiro com pintainhos de prata.Quando a rainha a viu, quis logo que a menina lha vendesse, masela respondeu:

    - Dar sim, vender no; mas sua Majestade h-de deixar queeu fique mais esta noite ao p do prncipe.

    Assim foi; pela terceira vez a menina deitou o resto das cinzassobre as feridas do prncipe, que abriu os olhos e logo a reconheceu.

    A menina contou-lhe tudo quanto tinha acontecido e el-reiPssaro Verde casou com ela e foram muito felizes. E ainda l esto.

    Bendito e louvado, est o meu conto acabado!

    InHistrias Tradicionais, 1988, ME

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    O SAL E A GUA

    Um rei tinha trs filhas; perguntou a cada uma delas, por suavez, qual era a mais sua amiga?

    A mais velha respondeu:- Quero mais a meu pai do que luz do Sol.

    Respondeu a do meio:- Gosto mais do meu pai do que de mim mesmoA mais moa respondeu:- Quero-lhe tanto como a comida quer o sal.O rei entendeu por isto que a filha mais nova no o amava tanto

    como as outras e p-la fora do palcio. Ela foi, muito triste, por essemundo e chegou ao palcio de um rei, a ofereceu-se para sercozinheira. Um dia veio mesa um pastel muito bem feito, o rei aoparti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preo.

    Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passado at quechamaram a cozinheira e s a ela o anel servia.

    O prncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando queera de famlia nobre.

    Comeou ento a espreit-la, porque ela s cozinhava sescondidas e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o reiseu pai e ambos viram o caso. O rei deu licena ao filho para casarcom ela, mas a menina tirou por condio que queria cozinhar pela suamo o jantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-seo rei que tinha as trs filhas e que pusera fora de casa a mais nova.

    A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam deser postos ao rei seu pai no ps sal de propsito. Todos comiam comvontade, mas s o rei convidado que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque que o rei no comia.

    Respondeu ele, no sabendo que assistia ao casamento da filha:- porque a comida no tem sal.

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    O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheiraviesse ali dizer porque que no tinha posto sal na comida. Veioento a menina vestida de princesa, mas assim que a pai a viu,conheceu-a logo e confessou ali a sua culpa por no ter percebido

    quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queriatanto como a comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca sequeixara da injustia de seu pai..

    TEFI LO BRAGA

    InHistrias Tradicionais, 1988, ME

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    O PINTAINHO E O BAGUINHO DE MILHO

    Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada.Encontrou um baguinho de milho. Ficou todo contente e ia apanh-lo,mas nisto passou a carruagem do rei, que vinha de uma caada numagrande correria. O pintainho assustou-se e fugiu.

    Quando a carruagem j l ia adiante, o pintainho voltou ao meioda estrada pelo baguinho de milho. Ps-se a procur-lo, a procur-lo,mas no o encontrou. E vai, pensou assim:

    Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Poisvou ao palcio, pedir-lhe que mo d.E ps-se a caminho.Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa

    pedra a descansar. A pedra perguntou-lhe:- pintainho, onde vais com tanta pressa?- Vou ao palcio do rei pedir o meu baguinho de milho.- Oh! Se me levasses contigo era to bom!- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!

    A pedra meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou oseu caminho.Chegou l adiante, estava outra vez muito cansado, encontrou o

    machado de um lenhador que tinha ido almoar e sentou-se no cabo domachado a descansar. O machado perguntou:

    - pintainho, onde vais com tanta pressa?- Vou ao palcio do rei pedir o meu baguinho de milho.- Oh! Se me levasses contigo era to bom!- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!

    O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e elecontinuou o seu caminho.L mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se

    beira de um ribeiro, que lhe perguntou:- pintainho onde vais com tanta pressa?- Vou ao palcio do rei pedir o meu baguinho de milho.- Oh! Se me levasses contigo era to bom!- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!

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    O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuouo seu caminho, at que chegou defronte do palcio do rei. Ento,ps-se a cantar:

    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!

    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi evoltou e disse:

    - Est ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milhoque o rei lhe fez perder.

    - Ora o atrevido! Mete-o na capoeira!O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se

    viu fechado disse:- Machado, salta do papinho e parte-me esta porta.

    O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte dopalcio.- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou:- Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem

    tapado, para ele no fugir.O criado assim fez, o pintainho, quando se viu dentro do pote

    disse:

    - Pedra, salta do meu papinho, e parte-me este pote.A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para defronte do

    palcio do rei:- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado:- Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem

    quente.O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do

    forno, disse:- Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno.O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para defronte

    do palcio.- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!

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    Ento o rei mandou ir o pintainho sua presena e ele contoucomo tinha perdido o baguinho de milho que achara na estrada, porter passado a carruagem real. Por isso estava ali a pedir o baguinhode milho.

    O rei deu-lhe razo, mandou-lhe entregar um grande saco demilho e o pintainho foi-se embora, todo contente.

    InHistrias Tradicionais, 1988, ME

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    O COELHINHO BRANCO

    Era uma vezum coelhinho

    que foi sua hortabuscar couves

    pra fazer um caldinho.

    Quando o coelhinho branco voltou para casa depois de vir dahorta, chegou porta e achou-a fechada por dentro; bateu eperguntaram-lhe de dentro: - Quem ? O coelhinho respondeu:

    Sou eu, o coelhinhoque venho da horta

    e vou fazer um caldinho.

    Responderam-lhe de dentro:

    E eu sou a cabra cabrezque te salto em cimae te fao em trs.

    Foi-se o coelhinho por a fora muito triste, encontrou um boi e

    disse-lhe:

    Eu sou o coelhinhoque tinha ido horta

    e ia para casa

    fazer o caldinho;mas quando l chegueiencontrei a cabra cabrez,

    que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde o boi: - Eu no vou l que tenho medo. Foi ocoelhinho andando, encontrou um co e disse-lhe:

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    Eu sou o coelhinhoque tinha ido horta

    e ia para casa

    fazer o caldinho;mas quando l chegueiencontrei a cabra cabrez,

    que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde o co: - Eu no vou l que tenho medo Foi maisadiante o coelhinho e encontrou um galo, a quem disse tambm:

    Eu sou o coelhinhoque tinha ido horta

    e ia para casafazer o caldinho;

    mas quando l chegueiencontrei a cabra cabrez,

    que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde o galo: - Eu no vou l que tenho medo Foi-se ocoelhinho muito triste, j sem esperanas de poder voltar para casa,

    quando encontrou uma formiga que lhe perguntou: - Que tenscoelhinho?Eu vinha da hortae ia para casa

    fazer o caldinho;mas quando l cheguei

    encontrei a cabra cabrez,que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde a formiga: - Eu vou l e veremos como isso h deser. Foram ambos e bateram porta; diz-lhe a cabra cabrez l dedentro:

    Aqui ningum entraest c a cabra cabrezque lhes salta em cima

    e os faz em trs.

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    Responde a formiga:

    Eu sou a formiga rabiga,

    que te tiro as tripase furo a barriga.

    Dito isto, a formiga entrou pelo buraco da fechadura, matou acabra cabrez, abriu a porta ao coelhinho e foram fazer o caldinho.Ficaram a viver juntos, o coelhinho branco e a formiga rabiga.

    ADOLFO COELHOInHistrias Tradicionais, 1988, ME

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    O MACACO E A VIOLA

    Passou um macaco em frente de uma escola de meninas - malestas o viram puseram-se a gritar: olhem o macaco com o rabo muitocomprido. O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse o

    rabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte da escolae as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco de rabo curto!Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo.- J o enterrei respondeu o barbeiro.- Pois levo uma navalha disse o macaco.Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o

    peixe mo. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir anavalha.

    - Perdi-a respondeu a mulher .

    - Pois ento levo uma sardinha.E o macaco foi com a sardinha at encontrar a mulher de ummoleiro a comer po sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentosdepois voltou a pedir-lhe a sardinha.

    - J a comi respondeu a moleira.- Levo um saco de farinha.E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco

    mestra. Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha.- As meninas j comeram a farinha em po.

    - Levo uma menina.E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em

    gaiolas. Momentos depois voltou pela menina.- Foi para casa do pai respondeu o gaioleiro.- Levo uma gaiola.E pegou numa gaiola e levou-a a casa de um violeiro. Momentos

    depois voltou a pedir a gaiola.- Partiu-se.- Pois levo uma viola.

    Saiu o macaco com a viola e ps-se a cantar e a tocar:

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    Do rabo fiz navalhaDa navalha fiz sardinhaDa sardinha fiz farinhaDa farinha fiz meninaDa menina fiz gaiolaDa gaiola fiz viola

    Tinglintim, tinglintimEu j me vou embora.Tinglintm, tinglintim

    Eu j me vou embora.

    ATADE OLIVEIRA

    InHistrias Tradicionais, 1988, ME

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    O DESCONTENTAMENTO DO PEIXE GRANDE

    Numa poa isolada do rio grande vivia uma colnia de peixinhos.Eram muito amigos uns dos outros e reinava a paz no local.

    Havia, no entanto, um peixe grande e orgulhoso que estragava umpouco essa harmonia. Resmungava quando os peixinhos se aproximavamdele e queria para si tudo o que havia de melhor.

    Um dia, um dos peixinhos, numa tentativa de se libertar dele,

    disse ao peixe:- S me admiro que no vs viver alm, no rio grande! Estapoa muito pequena para ti. L, terias companheiros maisdistintos do que peixinhos como ns.

    O peixe meditou nas palavras do outro e convenceu-se que, defacto, estaria melhor no rio grande, cercado por peixes do seutamanho e importncia. - Estou farto destes peixinhos! - pensou. -So to ignorantes e irrequietos! Quando vierem as chuvas e asinundaes, poderei sair desta poa e nadar at ao rio. Vai ser um

    prazer conviver com os meus semelhantes!No tardou muito que as guas das chuvas cobrissem a terra e

    foi fcil para o peixe nadar at ao rio. Que diferente era tudo: asrochas eram maiores, as plantas maiores tambm e os outros peixes... eram grandes demais!

    Descansava um pouco ao p de umas pedras grandes queformavam uma gruta, quando sentiu a gua a mexer-se atrs de si equatro peixes enormes se aproximaram e o empurraram para o lado,sem cerimnia nenhuma:

    - Sai daqui, peixinho! No sabes que esta gruta est reservadapara peixes como ns?!

    Peixinho! Ele?! De facto, a vida no rio era muito diferente.Que maus modos tinham estes peixes! Podiam t-lo avisado doutramaneira!

    O peixe escondeu-se numas algas prximas, mas pouco tempopde descansar, pois dois peixes grandes, pretos e brancos, deramcom ele e atacaram-no com a boca aberta e intenes evidentes de ocomerem! Fugiu muito depressa, nadando com toda a sua fora e tevea felicidade de conseguir introduzir-se na fenda de uma rocha antes

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    que aqueles dentes afiados lhe mordessem. Que susto! Ento, era istoa vida do rio? Era essa a convivncia com peixes de importncia?

    Comeou a ter saudades do sossego da sua poa e dacompanhia dos peixinhos que, pelo menos, eram pacficos!

    Uma mordidela ps termo s suas reflexes. Mais uma vez, viu-se obrigado a fugir. Escondeu-se no lodo, no fundo do rio, e tomouuma deciso: voltar para a poa quanto antes!

    Foi uma viagem bem penosa, porque teve de nadar contra acorrente e quantas vezes arbustos e rvores lhe impediam a passagem!Quando, finalmente, alcanou a sua poa, sentiu uma alegria e umalvio muito grandes. No final de contas, que bonita que era e quebem que se estava ali!

    Os peixinhos concordaram entre si que a viagem tinha feito bem

    ao peixe grande; j no resmungava tanto e estava sempre prontopara contar as aventuras no rio, o que os divertia muito. Tinhaperdido as suas ambies de grandeza.

    Cada um como e deve aceitar as circunstncias em que vive.

    InHistrias Tradicionais, 1988, ME

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    POESIAS

    OU ISTO OU AQUILO

    Ou se tem chuva e no se tem solOu se tem sol e no se tem chuva!

    Ou se cala a luva e no se pe o anel,Ou se pe o anel e no se cala a luva!

    Quem, sobe nos ares no fica no cho,Quem fica no cho no sobe nos ares.

    uma grande pena que no se possaEstar ao mesmo tempo nos dois lugares!

    Ou guardo o dinheiro e no compro o doce,Ou compro o doce e gasto o dinheiro.Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...E vivo escolhendo o dia inteiro!

    No sei se brinco, no sei se estudo,Se saio correndo ou fico tranquilo.Mas no consegui entender aindaQual melhor: se isto ou aquilo.

    Ceclia Meireles

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    O NASCER

    Me!Que verdade lindaO nascer encerra:Eu nasci de tiComo a flor da terra!

    Mat ilde Rosa Ar aj o

    O CHAPUZINHO

    A menina comprou um chapuE p-lo devagarinho:Nele nasceram papoilas,Dois pssaros fizeram ninho.

    Chapu de palha de trigoQue a foice um dia cortou:Na cabea da meninaO trigo ressuscitou.

    Depois tirou o chapu,Tirou-o devagarinho,No vo murchar as papoilasNo se v espantar o ninho.

    E, chapeuzinho na mo,De cabea levantada,A menina olhou o solComo a dizer-lhe: Obrigada!

    Mat ilde Rosa Ar aj o

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    BRINQUEDO

    Foi um sonho que eu tive:Era uma grande estrela de papel,

    Um cordel e um menino de bibe.

    O menino tinha lanado a estrelaCom ar de quem semeia uma iluso;E a estrela ia subindo, azul e amarela,Presa pelo cordel sua mo.

    Mas to alto subiuQue deixou de ser estrela de papel,

    E o menino ao v-la assim, sorriuE cortou-lhe o cordel.Miguel Tor ga

    AS QUATRO ESTAES

    Aprendi os cheirosDo alecrim e da hera

    E ao azul do cuChamei Primavera

    Encontrei um frutoNa concha da moE sede da guaDei um nome: Vero

    Descobri o sol com olhos de sono, tristeza das folhas dei o nome de OutonoAprendi os modos do bico mais terno:Um co de pelucheCom o frio do Inverno

    Juntei as estaesCom ps de magiaE soma das quatroChamei poesia

    J osJ orge Let r ia

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    ESPANTO

    Uma gota de chuvaSuspensa de um telhado.

    D-lhe o sol e parecePequena maravilha.

    um berlinde, dizemCrianas entre si.

    uma bola, e bela,Mas no rebola, brilha!

    a Lua? Uma bolhaDe sabo a brincar?

    Um balo? Um brilhanteDe uma estrela vaidosa?

    Diz a velhinha olhando:Quem chorou esta lgrima?

    Uma gota de chuvaSuspensa de um telhado:

    Chegou uma andorinhaEngoliu-a e voou.

    Maria Alberta Menres

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    LENGALENGAS

    Fui caixa das bolachasTirei uma ...Tirei duas ...Tirei trs ...

    Tirei quatro ...Tirei cinco ...Tirei seis ...Tirei sete ...Tirei oito ...Tirei nove ...Tirei dez ...Que para veres o guloso que tu s!

    Lagarto pintado quem te pintouFoi uma velha que aqui passouNo tempo da eira fazia poeiraPuxa lagarto por esta orelha

    Sape gato lambareiroTira a mo do aucareiroTira a mo, tira o p

    Do acar, do caf

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    Era uma vez um gatoChamado CarochoAi que lindo que lindoQue era o bichoEnrolou-se no capachoCaiu da janela abaixoE foi parar carroa do lixo

    Um, dois, trs, quatroA galinha mais o patoFugiram da capoeiraForam atrs da cozinheiraQue lhes deu com o sapatoUm, dois, trs, quatro

    O rato roeuA rolha da garrafaQue o rei da RssiaTrouxe da RomniaPara a rainha RenataNa revoluo da Repblica

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    A videira d a uva

    A nuvem escura d a ....

    Batam palmas ao artistaL no palco est o ...

    A onda grande da praiaJ molhou a minha ...

    Para lavar a minha mo

    Preciso de gua e ...

    Tem asas o passarinhoA voar vai para o ....

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    Qual coisaQual ela quequanto mais se afiamais pequeno ?

    Sou adoradopor todosPorque a todos

    fao bemSou tambmrelgioDe quem relgiono tem

    Qual coisaQual ela queMal entra em casaSe pe janela?

    Altas torresLindas janelasAbrem e fechamSem ningumtocar nelas

    ADIVINHAS

    ?

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    O que queS cantaQuando lhe batem?

    ADIVINHAS

    ?Qual coisaQual elaQuanto mais altaMelhor se v?

    Branco Galinha o pe...

    Qual coisaQual elaQue se veste no

    veroE se despe noinverno?

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    CANES

    UMA LARANJA

    O meu pai deu-me uma laranja,que cheirinho que ela tem. redonda e amarelatenho fome, calha bem.

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    SEMENTINHA

    Semente, sementinha Fora, fora, foraque na terra d flor. pra nascer!Semente, sementinha Ai, que lindaverde, branca ou doutra cor. j vem a aparecer!

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    CONCHAS CONCHINHAS

    Conchas conchinhas Vm de longe,

    conchas do mar. vm nas ondas.Conchas conchinhas Ficam na areiapra eu apanhar. a brilhar.

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    A CHUVA CAI, CAI

    A chuva cai, caiBis A chuva cai, cai

    A chuva cai na cabea...no joelho...nas pestanas, etc.

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    A GALINHA MAIS O PATO

    Um dois trs quatro, Cinco seis sete oito,

    a galinha mais o pato. eu fui buscar um biscoitoFugiram da capoeira, e levei-o galinhapor causa da cozinheira. que escondi numa caixinha.Um dois trs quatro. Cinco seis sete oito.

    Um dois trs quatroCinco seis sete oitoUm dois trs quatro

    Cinco seis sete oito

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    LIMPA OS VIDROS

    Limpa os vidros, limpa, limpa, Da janela do teu quartoque a poeira veio sujar. quantas coisas para ver.Limpa os vidros da janela, As rvores a baloiar,e depois pe-te a espreitar. as pessoas a correr.

    Autocarros, automveis,um polcia a mandar parar.Limpa os vidros, limpa, limpaat os pr a brilhar.

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    COM O VENTO DE MANSINHO

    IAs velas do moinhoHum-hum, hum-hum (boca fechada)Com o vento de mansinho

    Hum-hum, hum-hum

    II

    Gira gira gira giram,viradinhas para o mar.E as cabaas que as enfeitam,

    nunca param de cantar.

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