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Capone Há muitos anos, Al Capone controlava virtualmente Chicago. Capone não era famoso por nenhum ato heróico. Ele era notório por empastar a cidade com tudo relativo a contrabando, bebida, prostituição e assassinatos. Capone tinha um advogado apelidado ‘Easy Eddie’. Era o seu advogado por um excelente motivo. Eddie era muito bom! Sua habilidade, manobrando no cipoal legal, manteve Al Capone fora da prisão por muito tempo. Para mostrar seu apreço, Capone lhe pagava muito bem. Não só o dinheiro era grande, como Eddie também tinha vantagens especiais. Por exemplo, ele e a família moravam em uma mansão protegida, com todas as conveniências possíveis. A propriedade era tão grande que ocupava um quarteirão inteiro em Chicago. Eddie vivia a vida da alta roda de Chicago, mostrando pouca preocupação com as atrocidades que ocorriam à sua volta. No entanto, Easy Eddie tinha um ponto fraco. Ele tinha um filho que amava afetuosamente. Eddie cuidava que seu jovem filho tivesse o melhor de tudo: roupas, carros e uma excelente educação. Nada era poupado. Preço não era objeção. E, apesar do seu envolvimento com o crime organizado, Eddie tentou lhe ensinar o que era certo e o que era errado. Eddie queria que seu filho se tornasse um homem melhor que ele. Mesmo assim, com toda a sua riqueza e influência, havia duas coisas que ele não podia dar ao filho: ele não podia transmitir-lhe um nome bom ou um bom exemplo. Um dia, o Easy Eddie chegou a uma decisão difícil. Easy Eddie tentou corrigir as injustiças de que tinha participado. Ele decidiu que iria às autoridades e contaria a verdade sobre Al ‘Scarface‘ Capone, limpando o seu nome manchado e oferecendo ao filho alguma semelhança de integridade. Para fazer isto, ele teria que testemunhar contra a quadrilha, e sabia que o preço seria muito alto. Ainda assim, ele testemunhou. Em um ano, a vida de Easy Eddie terminou em um tiroteio em uma rua de Chicago. Mas aos olhos dele, ele tinha dado ao filho o maior presente que poderia oferecer, ao maior preço que poderia pagar. A polícia recolheu em seus bolsos um rosário, um crucifixo, uma medalha religiosa e um poema, recortado de uma revista. O poema: "O relógio de vida recebe corda apenas uma vez e nenhum homem tem o poder de decidir quando os ponteiros pararão, se mais cedo ou mais tarde. Agora é o único tempo que você possui. Viva, ame e trabalhe com vontade. Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento." Butch O'Hare A Segunda Guerra Mundial produziu muitos heróis. Um deles foi o Comandante Butch O'Hare. Ele era um piloto de caça, operando no porta-aviões Lexington, no Pacífico Sul. Um dia, o seu esquadrão foi enviado em uma missão. Quando já estavam voando, ele notou pelo medidor de combustível que alguém tinha esquecido de encher os tanques. Ele não teria combustível suficiente para completar a missão e retornar ao navio. O líder do voo o instruiu a voltar ao porta-aviões. Relutantemente, ele saiu da formação e iniciou a volta à frota. Quando estava voltando ao navio-mãe viu algo que fez seu sangue gelar: um esquadrão de aviões japoneses voava na direção da frota americana. Com os caças americanos afastados da frota, ela ficaria indefesa ao ataque. Ele não podia alcançar seu esquadrão nem avisar a frota da aproximação do perigo. Havia apenas uma coisa a fazer. Ele teria que desviá-los da frota de alguma maneira. Afastando todos os pensamentos sobre a sua segurança pessoal, ele mergulhou sobre a formação de aviões japoneses. Seus canhões de calibre 50, montados nas asas, disparavam enquanto ele atacava um surpreso avião inimigo e em seguida outro. Butch costurou dentro e fora da formação, agora rompida e incendiou tantos aviões quanto possível, até que sua munição finalmente acabou. Ainda assim, ele continuou a agressão. Mergulhava na direção dos aviões, tentando destruir e danificar tantos aviões

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CaponeHá muitos anos, Al Capone controlava virtualmente Chicago. Capone não era famoso por nenhum ato heróico. Ele era notório por empastar a cidade com tudo relativo a contrabando, bebida, prostituição e assassinatos. Capone tinha um advogado apelidado ‘Easy Eddie’. Era o seu advogado por um excelente motivo. Eddie era muito bom! Sua habilidade, manobrando no cipoal legal, manteve Al Capone fora da prisão por muito tempo. Para mostrar seu apreço, Capone lhe pagava muito bem. Não só o dinheiro era grande, como Eddie também tinha vantagens especiais. Por exemplo, ele e a família moravam em uma mansão protegida, com todas as conveniências possíveis. A propriedade era tão grande que ocupava um quarteirão inteiro em Chicago. Eddie vivia a vida da alta roda de Chicago, mostrando pouca preocupação com as atrocidades que ocorriam à sua volta. No entanto, Easy Eddie tinha um ponto fraco. Ele tinha um filho que amava afetuosamente. Eddie cuidava que seu jovem filho tivesse o melhor de tudo: roupas, carros e uma excelente educação. Nada era poupado. Preço não era objeção. E, apesar do seu envolvimento com o crime organizado, Eddie tentou lhe ensinar o que era certo e o que era errado. Eddie queria que seu filho se tornasse um homem melhor que ele. Mesmo assim, com toda a sua riqueza e influência, havia duas coisas que ele não podia dar ao filho: ele não podia transmitir-lhe um nome bom ou um bom exemplo. Um dia, o Easy Eddie chegou a uma decisão difícil. Easy Eddie tentou corrigir as injustiças de que tinha participado. Ele decidiu que iria às autoridades e contaria a verdade sobre Al ‘Scarface‘ Capone, limpando o seu nome manchado e oferecendo ao filho alguma semelhança de integridade. Para fazer isto, ele teria que testemunhar contra a quadrilha, e sabia que o preço seria muito alto. Ainda assim, ele testemunhou. Em um ano, a vida de Easy Eddie terminou em um tiroteio em uma rua de Chicago. Mas aos olhos dele, ele tinha dado ao filho o maior presente que poderia oferecer, ao maior preço que poderia pagar. A polícia recolheu em seus bolsos um rosário, um crucifixo, uma medalha religiosa e um poema, recortado de uma revista. O poema: "O relógio de vida recebe corda apenas uma vez e nenhum homem tem o poder de decidir quando os ponteiros pararão, se mais cedo ou mais tarde. Agora é o único tempo que você possui. Viva, ame e trabalhe com vontade. Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento."Butch O'HareA Segunda Guerra Mundial produziu muitos heróis. Um deles foi o Comandante Butch O'Hare. Ele era um piloto de caça, operando no porta-aviões Lexington, no Pacífico Sul. Um dia, o seu esquadrão foi enviado em uma missão. Quando já estavam voando, ele notou pelo medidor de combustível que alguém tinha esquecido de encher os tanques. Ele não teria combustível suficiente para completar a missão e retornar ao navio. O líder do voo o instruiu a voltar ao porta-aviões. Relutantemente, ele saiu da formação e iniciou a volta à frota. Quando estava voltando ao navio-mãe viu algo que fez seu sangue gelar: um esquadrão de aviões japoneses voava na direção da frota americana. Com os caças americanos afastados da frota, ela ficaria indefesa ao ataque. Ele não podia alcançar seu esquadrão nem avisar a frota da aproximação do perigo. Havia apenas uma coisa a fazer. Ele teria que desviá-los da frota de alguma maneira. Afastando todos os pensamentos sobre a sua segurança pessoal, ele mergulhou sobre a formação de aviões japoneses. Seus canhões de calibre 50, montados nas asas, disparavam enquanto ele atacava um surpreso avião inimigo e em seguida outro. Butch costurou dentro e fora da formação, agora rompida e incendiou tantos aviões quanto possível, até que sua munição finalmente acabou. Ainda assim, ele continuou a agressão. Mergulhava na direção dos aviões, tentando destruir e danificar tantos aviões inimigos quanto possível, tornando-os impróprios para voar. Finalmente, o exasperado esquadrão japonês partiu em outra direção. Profundamente aliviado, Butch O'Hare e o seu avião danificado se dirigiram para o porta-aviões. Logo à sua chegada ele informou seus superiores sobre o acontecido. O filme da máquina fotográfica montada no avião contou a história com detalhes. Mostrou a extensão da ousadia de Butch em atacar o esquadrão japonês para proteger a frota. Na realidade, ele tinha destruído cinco aeronaves inimigas. Isto ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1942, e por aquela ação Butch se tornou o primeiro Ás da Marinha na 2ª Guerra Mundial, e o primeiro Aviador Naval a receber a Medalha Congressional de Honra. No ano seguinte Butch morreu em combate aéreo com 29 anos de idade. Sua cidade natal não permitiria que a memória deste herói da 2ª Guerra desaparecesse, e hoje, o Aeroporto O'Hare, o principal de Chicago, tem esse nome em tributo à coragem deste grande homem. Assim, se porventura você passar no O'Hare International, pense nele e vá ao Museu comemorativo sobre Butch, visitando sua estátua e a Medalha de Honra. Fica situado entre os Terminais 1 e 2.Recomeço - Parte IDoutor Alberto era um grande empresário, um homem muito respeitado perante á sociedade, sua história chega a ser de superação, um homem que quebrou barreiras e deixou uma infância pobre para obter muitas riquezas, se tornando um homem de negócios, mas junto com suas riquezas ele obteve um novo caráter, não era mais aquela criança doce e encantadora, se tornou um Deus, um homem muito arrogante e severo, virou um ser humano amargo e robótico, estava sempre ocupado, por isso ao invés de presentear seus filhos com amor e carinho, os presenteava somente no campo material e havia esquecido de presentear seus filhos no campo emocional. Seus filhos eram muito unidos, mas estavam seguindo o exemplo do pai, tornando-se arrogantes e amargos. Alberto então decidiu treinar seus filhos para assumir o seu lugar, e desde então as coisas só pioravam. João e Vitor eram péssimos lideres e tratavam mal a todos. Alberto não contava com o fato de que a vida dá muitas voltas, e o prepararia uma surpresa muito desagradável. Em um exame médico foi encontrada uma grave doença, e o médico após muitos exames constataram que infelizmente Alberto

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só teria mais dois meses de vida. Aquele grande homem severo, poderoso e muito rico se transformou em uma frágil criança; percebeu que a morte nos humaniza, já não sabia o que dizer, nem ao menos o que deveria fazer, seu mundo desmoronou.facebooktwittergoogle+Recomeço - Parte III

Mas João e Vitor pareciam nem ligar para a morte do pai, havia uma intensa briga entre eles, que praticamente lutavam pela herança; os irmãos que eram tão unidos, agora estavam em pé de guerra. João pensava consigo mesmo: Já posso até imaginar, no cofre deve haver dólares, euros, muito dinheiro, escrituras de propriedades, ações de diversas empresas pelo mundo, pode até ter barras de ouro, não vejo a hora de meter a mão na grana do velho. Vítor também pensava semelhante ao irmão: Não vejo a hora que abra logo, esse cofre deve ter muita grana, o velho era muito rico e tinha muitas propriedades e sempre deu mais importância ao material do que seu lado emocional. Até mesmo os advogados já acostumados com esses casos, ficaram completamente horrorizados com suas atitudes, então finalmente decidiram abrir o cofre. Foi um momento de puro suspense e muita tensão, ao abrir o cofre eles tiveram uma surpresa e um forte choque, se olharam entre si e não entenderam nada e até se perguntaram: Isso é uma piada?Recomeço - Parte V"A verdadeira felicidade está na simplicidade, procuramos tanto essa tal da felicidade, quando na verdade ela mora e se esconde dentro de nosso ser, nós tentamos conquistar e seduzir a felicidade através do luxo fútil exterior, mas no final todo luxo vai para o lixo; ao morrermos não levamos nada a não ser a vida que levamos e o legado que deixamos, do útero ao túmulo a única coisa que realmente existiu e sempre existirá e que irá nos libertar é o amor. Eu sempre me preocupei com valores econômicos e tive poucos valores de vida, me preocupava muito com o ilusório mundo exterior e esqueci o meu fantástico e libertador mundo interior. Vivemos em uma sociedade que inverte os valores, fazem do consumismo e da ignorância uma escravidão mental, desculpe-me meus filhos, pois eu sempre os presenteei com brinquedos e muitos supérfluos materiais, mais nunca os dei atenção, afeto, carinho, nunca ouvi suas histórias, suas preferências, nunca penetrei no mundo de vocês, fui um pai no piloto automático, só agora descobri que o amor se compara a uma flor: Se não cuidamos, não regamos nossos entes queridos com afeto e carinho esse amor pode murchar como uma flor sem a água da vida. Desculpe-me meus filhos se eu os decepcionei, não havia dinheiro no cofre e nem nada material, neste cofre só guardei a verdadeira riqueza de toda minha vida, vocês meus filhos, que sempre trarei no coração, e um pouco da sabedoria que obtive durante esses meus últimos dias de vida. Nunca se esqueçam : Nunca é tarde para recomeçar. Após lerem a carta, João e Vítor decidiram fazer igual ao pai, se redescobrir, se reinventar, ser um eterno aluno na escola da vida, iriam se humanizar, e ser eles mesmos, tiraram suas máscaras sociais, e como seu pai disse: Nunca é tarde para um novo recomeço.Final TristeEla: Meu aniversário é amanhã Ele: Eu sei amor, você acha que eu esqueceria uma data tão especial? Ela: Obrigada, por isso eu te amo! Ele: O que você quer ganhar de presente, amor? Ela: Posso escolher o que eu quiser ? Ele: Sim Ela: Quero um anel de diamante. Ele: Feito. Ele deu um beijo nela e foi embora, as horas vão passando, ela vai ao salão de beleza, vai na manicure, vai no shopping, compra o mais lindo vestido, o mais caro o mais belo, e chega o tão esperado dia. Ela está linda toda produzida, parece uma princesa de contos de fada, então seu namorado chega. Ele: Você está linda! Ela: Obrigada. Ele: Eu te amo Ela: Eu também te amo! Ele: Você me hipnotizou tanto que estava me esquecendo do seu presente. Toda ansiosa, a garota abre o presente e leva um susto. Ela: Você me deu uma boneca, credo! Então a menina joga o presente para longe... O garoto corre o mais rápido que consegue para salvar a boneca, na correria ele é atropelado por um carro que vinha em alta velocidade. O que era festa virou uma tragédia. Ele é socorrido e levado para o hospital, mas de nada adianta, morre depois de algumas horas. A menina sente-se muito arrependida, chora a cada minuto quando se lembra de tudo. No enterro a menina chora e abraça a boneca com muita força. Ao apertar o brinquedo, a garota fica chocada, pois a mesma diz: "Feliz aniversario, quer casar comigo?". E então cai um bilhete no chão que diz, " Pegue o anel no bolso esquerdo da boneca, espero que você goste. Eu te amo."Carta de Fiona Apple aos fãs da América do SulSão 18h de sexta-feira, e eu estou escrevendo para poucos milhares de amigos que eu ainda não conheci. Eu estou escrevendo para que eles mudem seus planos ou adiem um pouco mais. É o seguinte. Eu tenho uma cachorra, a Janet, e ela está com um tumor há quase dois anos, que cresce a cada dia muito devagar. Ela tem quase 14 anos agora. Eu a tenho desde que dos 4 meses de idade. Eu tinha 21 na época, uma adulta oficialmente – e ela era minha criança. Ela é uma Pit Bull que foi encontrada no Echo Park, com uma corda no pescoço e mordidas por todo seu rosto e orelhas. Ela era uma daquelas que os caras de rinha usam para conter brigas. Ela tem quase 14 anos e nunca a vi começar uma briga, morder ou mesmo rosnar, por isso entendi porque ela era usada para esse papel horrível. Ela é uma pacifista. Janet tem sido o relacionamento mais coerente da minha vida adulta, e isso é um fato. Nós já moramos em inúmeras casas, passamos por diversas famílias, mas realmente somos apenas nós duas. Ela dorme na cama comigo, sua cabeça no meu travesseiro, e aceita minhas lágrimas histéricas em seu peito, com suas patas ao redor de mim todas as vezes que estava de coração partido, de espírito quebrado ou perdido. Com o passar dos anos, ela me deixou fazer o papel de

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sua filha, com eu adormecendo com o queixo apoiado em sua cabeça. Ela estava sobre o piano em que fiz canções, latiu todas as vezes que tentei gravar alguma coisa e estava ao meu lado no estúdio todo o tempo que gravei o último álbum. A última vez que eu voltei de uma turnê, ela era ágil como sempre, está acostumada comigo indo por algumas semanas a cada 6 ou 7 anos. Ela tem a Doença de Addison, o que torna perigoso ela viajar, porque ela precisa de injeções regulares de cortisol. Ela reage ao estresse e à excitação sem as ferramentas fisiológicas diferente de nós. Ela pode entrar em pânico e ser levada à morte. Apesar de tudo isso, é alegre e brincalhona e só parou de atuar como um cachorrinho cerca de três anos atrás. Ela é a minha melhor amiga, minha mãe, minha filha, minha benfeitora. Ela é a única me ensinou o que é amor. Eu não posso ir para a América do Sul. Não agora. Quando eu voltei da última turnê nos Estados Unidos, eu reparei uma enorme, enorme diferença. Ela não queria passear mais. E eu sei que ela não está triste por envelhecer ou morrer. Animais tem um extinto de sobrevivência, mas não senso de mortalidade e vaidade. É por isso que são muito mais presentes do que as pessoas. Mas eu sei que ela está chegando perto do ponto onde ela deixará de ser um cão, para se tornar parte de tudo. Ela vai ficar com o vento, no solo, na neve e dentro de mim, aonde quer que eu vá. Eu simplesmente não posso deixá-la agora. Por favor, me entendam. Se eu for embora de novo, tenho medo dela morrer e não ter a honra de cantar para ela dormir. Muitas vezes eu demoro 20 minutos só para pegar uma meia e usar pra dormir. Mas essa decisão que tomei foi instantânea. Existem escolhas que tomamos que definem quem somos. E eu não quero ser a mulher que colocou a sua carreira acima do amor e amizade. Eu serei a mulher que ficará em casa e cozinhará para minha mais querida e antiga amiga. E ajudarei ela a ir confortável, segura e com a devida importância. Muitos de nós hoje em dia tememos a morte de um ente querido. É a verdade nua e crua da vida, que faz com que a gente se sinta com medo e sozinho. Mas eu gostaria que também pudéssemos aproveitar o tempo que vem antes do fim. Eu sei que vou sentir o conhecimento mais profundo dela, da sua vida, do meu amor por ela nos últimos momentos. E eu preciso fazer de tudo para estar lá. Porque quando ela se for, vai ser a mais linda, mais intensa, a experiência mais enriquecedora da vida que eu já conheci. Quando ela se for. Então, eu vou ficar em casa, e eu estou ouvindo-a rosnar e bufar, e divertindo-se. Estou pedindo a benção de vocês. Estarei com todos. Com Amor Fiona.AmorUm pescador certa vez pescou um salmão. Quando viu seu extraordinário tamanho, exclamou: "Que peixe maravilhoso! Vou levá-lo ao Barão! Ele adora salmão fresco."O pobre peixe consolou-se, pensando: "Ainda posso ter alguma esperança."O pescador levou o peixe à propriedade do nobre, e o guarda na entrada perguntou: "O que tem aí?""Um salmão", respondeu o pescador, orgulhoso."Ótimo", disse o guarda. "O Barão adora salmão fresco."O peixe deduziu que havia motivos para ter esperança. O pescador entrou no palácio, e embora o peixe mal pudesse respirar, ainda estava otimista. Afinal, o Barão adora salmão, pensou ele.O peixe foi levado à cozinha, e todos os cozinheiros comentaram o quanto o Barão gostava de salmão. O peixe foi colocado sobre a mesa e quando o Barão entrou, ordenou: "Cortem fora a cauda, a cabeça, e abram o salmão."Com seu último sopro de vida, o peixe gritou em desespero: "Por que você mente? Se realmente me ama, cuide de mim, deixe-me viver. Você não gosta de salmão, gosta de si mesmo!"ReflexãoUma mãe levou o filho pequeno ao fundo de um vale, e disse: "Grite as palavras: 'Eu te odeio'!" De repente, ele ouviu o som assustador de "EU TE ODEIO, Eu Te Odeio, Eu Te Odeio!" ecoando pelo vale.Ela voltou-se para o filho e pediu: "Agora grite as palavras 'Eu Te Amo' o mais alto que puder."Ele gritou com todas as forças: "EU TE AMO!" De repente, ouviu: "Eu TE AMO, Eu Te Amo, Eu Te Amo!" ecoando ao seu redor."Olhe dentro de um lago e veja um espelho de água refletindo sua imagem. Ame outra alma e seu amor se refletirá de volta para você."Adaptado do Tanya, cap. 46Auto-Refinamento"Um judeu é como uma vela," explicou certa vez o Rebe a um chassid, "e sua tarefa é acender outros judeus."O chassid perguntou: "Rebe, o senhor já acendeu minha vela?"O Rebe respondeu: "Não, mas eu dei o fósforo a você. Agora deve riscá-lo e acender a si mesmo.""Se você deseja consertar o mundo, comece consigo mesmo.""Fique tão ocupado melhorando a si mesmo que não sobre tempo para criticar os outros.""Aquele que rema o barco não tem tempo para balançá-lo.""Antes de acordarmos, a neshamá do dia clama e implora: 'Por favor, faça o melhor para mim! "Quando chegar o dia em que deverei prestar contas pela minha vida, não serei indagado: 'Por que você não foi Moshê?' Eu não estava equipado para ser Moshê. Mas temo a pergunta 'Por que você não foi Zusia?'Reb Zusia de Anipoli.

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GratidãoUm casal israelense elogiou emotivamente seu único filho. A audiência na sinagoga ouviu com simpatia enquanto o casal falava sobre o caráter do jovem, sua apreciação pela vida, e profunda devoção à Terra Santa. Pouco depois de seu 19º aniversário, ele foi brutalmente assassinado enquanto defendia seu amado país. Em memória ao filho, os pais fizeram uma generosa doação à sinagoga que freqüentavam.Após a apresentação, uma mulher na audiência voltou-se ao marido e sussurrou: "Vamos doar a mesma quantia pelo nosso filho.""O que está dizendo?" perguntou o marido. "Nosso filho não perdeu a vida!""Por isto mesmo!", respondeu a mãe. "Vamos fazer caridade porque ele foi poupado."AjudaUm menino pequeno estava se esforçando para mover um pesado armário, mas o móvel não cedia. Ele empurrava e puxava com toda sua força, mas não conseguia movê-lo nenhum centímetro. O pai, que ali chegava, parou para observar os esforços vãos do filho. Finalmente perguntou:"Filho, está usando toda a sua força?""Sim, estou!" gritou o garoto, exasperado."Não", disse calmamente o pai, "você não está. Não me pediu para ajudá-lo."Quase tão bom quanto saber algo é saber onde encontrá-lo.""Para fazer uma torta de maçã do nada, primeiro você deve criar o universo."

CrençaUm educador secular na Rússia Comunista estava dando uma aula sobre Ciências e Ética aos seus jovens alunos. O tema em discussão era a idéia de "crença versus realidade". Ele começou sua palestra com a alegação que tudo aquilo que não pode ser visto não existe."Vocês sabem por que não podem ver um disco voador no céu?" perguntou o professor à audiência. "Porque não existe! E pelo mesmo motivo, todos acreditamos que não há nenhum D'us neste mundo. Não podemos vê-Lo, portanto Ele não existe."Um estudante esperto, sentado ao fundo da sala, levantou a mão e saiu-se com essa: "Isso significa que o professor não tem cérebro? Quero dizer, nenhum de nós pode vê-lo?!""Para quem acredita não há perguntas: para o céptico não há respostas.""Quanto menos se sabe, mais fácil é se convencer que se sabe tudo."OpçãoUm jovem descrente, desejando testar o conhecimento de um sábio, ergueu o punho fechado na frente do homem venerado."O que tenho em minha mão?" perguntou o jovem."Uma borboleta", foi a resposta."Está viva ou morta?" inquiriu o rapaz.O ancião sabia que o jovem estava brincando com ele. Se respondesse morta, o jovem abriria a mão e deixaria a borboleta voar. Se respondesse viva, o rapaz fecharia a mão e esmagaria a criatura. Então respondeu:"Está em suas mãos – fazer aquilo que deseja com ela.""Se você pensar que pode, ou que não pode – estará certo.""Quando todos os elementos estão fora do seu controle, lembre-se de que ainda pode controlar a sua reação.""O dinheiro é fogo. Pode destruir e aniquilar, ou iluminar e aquecer, dependendo da maneira pela qual é usado.”Rabi Elimelech de LizenskDiga simplesmente eu te amo

Isso não se trata de uma simples história,mais sim de dois jovens que aprederam a se amar e conviver um com o outro.Era quase finaldo ano,e como de costume,haveria o baile da escola.Jenny uma garota do tipo que não gostava de muitos amigos,ou seja,meio patricinha.Estranhamente jenny decidiu que queria ir ao baile com Josh.JOSH!!!!!!!!!!.Falou suas amigas,ele é o pior cara para voçê,ou seja,voçê não pode ir ao baile com ele.Depois de muitas discussões e debates ela foi mesmo com ele.Desde aquele dia há história dos dois iam mudar para sempre.Dias mais tarde eles saíram juntos de novo,e daí por diante começaram um grande romance.Todos os dias josh ia até a casa de Jenny e sempre contavas para ela,lindo e magníficos poemas,e sempre acrescentando no final ?eu te amo?.Foi assim durante vários dias,todas as noites fazia o mesmo percuso, até uma vez quando Josh viajou para Inglaterra,ele enviou uma mensagem.Todos os dias Jenny não conseguiria dormir sem o seu ?eu te amo?.

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Jenny:Certa vez eu encontrei Josh perto de um lago,sozinho tocando violão,e le cantou uma música que nunca irei me esquecer:

.....E ainda que eu falasse A língua dos homensE dos anjos Sem amor nada seria

E ainda que eu tivesse donsE a aprovação dos homensSem amor não seria de nenhum valor

Jenny:Desde aquele dia,eu não consegui mais para de pensar em Josh,todos os dias eu lia emocionada as minhas cartas;e sempre esperava o meu ?eu te amo?.Certo dia Josh não escreveu,eu não entendi,ele sempre escrevia confessou Jenny.Jenny:quando fui até a casa da tia de Josh perguntei a ela o que havia acontecido.Ela disse que josh estava no hospital muito doente .No outro dia eu fui até o hospital visitar Josh,mais quando cheguei parecia que aquele alegre sorriso havia se transformada em uma grande tristeza .Havia saído o diagnóstico médico e Josh estava com câncer em seu estado terminal.A partir daí todos os dias Jenny estva no hospital,e neste mesmo lugar escutou uma das frases mais queridas por ela:Jenny escute exclamou Josh:Amar não é simplesmente dizer ?eu te amo?, mais sim encontrar no outro a sua própria felicidade ,eu já encontrei que é voçê, boa noite e não se esqueça ?eu te amo?.Já perto dos seus dias finais, e também perto do aniversário de Jenny,ela foi até o hospital,e Josh lhe entregou um caderno como presente.Isso era sábado no domingo Josh morreu.Na segunda por volta das 09:00 da noite,estava sozinha no quarto e deciciu ver o presente,mais quando olhou esta va escrito:Segunda-feira:Jenny voçê é a pessoa mais incrível que eu já tive ao meu lado,obrigado por voçê existir.?EU TE AMO?.Terça-feira:Jenny obrigado por voçê me ensinar a amar e ser amado,voçê é especial.?EU TE AMO?Quarta-feira:Tudo na vida tem um objetivo,um olhar uma palavra ,um beijo, por isso não se arrependa do que voçê fez.?Tu és eternamente responsável pelo aquilo que cativas??EU TE AMO?Quinta-feira:Jenny,sonhos são as nossas motivações nunca desista dos seus sonhos,porque a sempre alguém que não desistiu de voçê.?EU TE AMO?Sexta-feira:se eu pudesse explicar o quanto voçê é especial não conseguira simplesmente obrigado.?EU TE AMO?Jenny:quando terminei a semana só Deus sabe como eu estava.Eu não sabia se Josh era um anjo ou um ser humano ,eu não podia explicar sua bondade, ele era íncrivel,ele era o meu Josh.Eu aprendi várias coisas, menos ficar sem Josh,e muito menos passar o resto da minha vida sem escutar o doce e inconfudível EU TE AMO.

So leia se tiver tempo, historia emocionante para refletir...vc vai amar!? ♥ Sacana ♥ perguntou 2 anos atrás

colocando um anúncio na porta: “Cachorrinhos a venda”. Esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja perguntando:

-“Qual é o preço dos cachorrinhos?”

O dono respondeu: - “Entre R$ 30,00 e R$ 50,00”.

O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:

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- “Só tenho R$ 2,37… posso vê-los?”.

O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando. - “O que aconteceu com esse cachorrinho?”, perguntou.

O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se emocionou muito e exclamou:

- “Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!”.

E o homem respondeu: - “Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de presente”.

O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse: - “Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo”.

O homem respondeu: - “Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos”.

O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou de novo ao homem e lhe disse:

- “Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém assim como ele , que-o entenda .

O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas… sorriu e disse: - “Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como você”. O homem deve reencontrar o Paraíso… – Rubem AlvesEra uma família grande, todos amigos. Viviam como todos nós: moscas presas na enorme teia de aranha que é a vida da cidade. Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar, o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que tinham, compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver a tempestades.Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. São muitos os saberes necessários para se navegar. Puseram-se então a estudar cada um aquilo que teria de fazer no barco: manutenção do casco, instrumentos de navegação, astronomia, meteorologia, as velas, as cordas, as polias e roldanas, os mastros, o leme, os parafusos, o motor, o radar, o rádio, as ligações eléctricas, os mares, os mapas…Disse certo poeta: Navegar é preciso. A ciência da navegação é um saber preciso, exige aparelhos, números e medições. Os barcos fazem-se com precisão, a astronomia aprende-se com o rigor da geometria, as velas fazem-se com saberes exactos sobre tecidos, cordas e ventos, os instrumentos de navegação não informam mais ou menos. Assim, eles tornaram-se cientistas, especialistas, cada um na sua – juntos para navegar.Chegou então o momento da grande decisão – para onde navegar. Um sugeria as geleiras do sul do Chile, outro os canais dos fiordes da Noruega, um outro queria conhecer os exóticos mares e praias das ilhas do Pacífico, e houve mesmo quem quisesse navegar nas rotas de Colombo. E foi então que compreenderam que, quando o assunto era a escolha do destino, as ciências que conheciam de nada serviam.De nada valiam os números, as tabelas, os gráficos, as estatísticas. Os computadores, coitados, chamados a dar o seu palpite, ficaram em silêncio. Os computadores não têm preferências – falta-lhes essa subtil capacidade de gostar, que é a essência da vida humana. Inquiridos sobre o porto de sua escolha, disseram que não entendiam a pergunta, que não lhes importava para onde se estava a ir.Se os barcos se fazem com ciência, a navegação faz-se com os sonhos. Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber como as coisas funcionam, tudo ignora sobre o coração humano. É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação. Mas o coração humano, lugar dos sonhos, ao contrário da ciência, é coisa imprecisa. Disse certo poeta: Viver não é preciso. Primeiro vem o impreciso desejo. Primeiro vem o impreciso desejo de navegar. Só depois vem a precisa ciência de navegar.

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Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. Ezra Pound inicia os seus Cânticos dizendo: E pois com a nau no mar/assestamos a quilha contra as vagas… Cecília Meireles: Foi, desde sempre, o mar! A solidez da terra, monótona/parece-nos fraca ilusão! Queremos a ilusão do grande mar/ multiplicada em suas malhas de perigo. E Nietzsche: Amareis a terra de vossos filhos, terra não descoberta, no mar mais distante. Que as vossas velas não se cansem de procurar esta terra! O nosso leme nos conduz para a terra dos nossos filhos…Viver é navegar no mar alto!Não só os poetas. C. Wright Mills, um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera que navega pelos mares. Nos porões estão os remadores. Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem remos novos, mais perfeitos. O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez mais rápido. Mas, inquiridos sobre o porto do destino, respondem os remadores: O porto não nos importa. O que importa é a velocidade com que navegamosC. Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa civilização por meio duma imagem plástica: multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez mais rápidas; mas não temos ideia alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um navegador louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso. Utopia é um ponto inatingível que indica uma direcção.Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as coisas são inatingíveis… ora!/Não é motivo para não querê-las…Que tristes os caminhos, se não fora/A mágica presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo sábio que poucos lêem, já na década de 1920 diagnosticava a doença da nossa civilização: Não temos consciência de direcções, não escolhemos direcções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o destino.Hoje, dizia ele, as únicas perguntas que são feitas, determinadas pelo pragmatismo da tecnologia (o importante é produzir o objecto) e pelo objectivismo da ciência (o importante é saber como funciona), são: Como posso fazer tal coisa? Como posso resolver este problema concreto particular? E conclui: E em todas essas perguntas sentimos o eco optimista: não preciso de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo.Nas nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença assume a forma de peste epidémica: cada especialista dedica-se, com paixão e competência, a fazer pesquisas sobre o seu parafuso, a sua polia, a sua vela, o seu mastro.Dizem que o seu dever é produzir conhecimento. Se forem bem sucedidas, as suas pesquisas serão publicadas em revistas internacionais. Quando se lhes pergunta: Para onde está o seu barco a navegar?, eles respondem: Isso não é científico. Os sonhos não são objecto de conhecimento científico...E assim ficam os homens comuns abandonados por aqueles que, por conhecerem mares e estrelas, lhes poderiam mostrar o rumo. Não posso pensar a missão das escolas, começando com as crianças e continuando com os cientistas, como outra que não a da realização do dito do poeta: Navegar é preciso. Viver não é preciso.É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. Mas é necessário apontar com imprecisos sinais para os destinos da navegação: a terra dos filhos dos meus filhos, no mar distante… Na verdade, a ordem verdadeira é a inversa. Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação. É inútil ensinar a ciência da navegação a quem mora nas montanhas…O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard: O universo tem um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso. O paraíso é jardim, lugar de felicidade, prazeres e alegrias para os homens e mulheres. Mas há um pesadelo que me atormenta: o deserto. Houve um momento em que se viu, por entre as estrelas, um brilho chamado progresso. A galera navega em direcção ao progresso, a uma velocidade cada vez maior, e ninguém questiona a direcção. E é assim que as florestas são destruídas, os rios se transformam em esgotos de fezes e veneno, o ar se enche de gases, os campos se cobrem de lixo – e tudo ficou feio e triste.Sugiro aos educadores que pensem menos nas tecnologias do ensino – psicologias e quinquilharias – e tratem de sonhar, com os seus alunos, sonhos de um Paraíso.

Caro professor – Rubem AlvesPosted on 02 Caro professor: compreendo a sua situação. Foi contratado para ensinar uma disciplina e ganha para isso. A escolha do programa não foi sua. Foi imposta. Veio de cima. Talvez tenha ideias diferentes. Mas isso é irrelevante. Tem de ensinar o que lhe foi ordenado. Será julgado pelos resultados do seu ensino – e disso depende o seu emprego. A avaliação do seu trabalho faz-se por meio da avaliação do desempenho dos seus alunos. Se, de uma forma sistemática, os seus alunos não aprenderem, é porque não tem competência.O processo de avaliação dos alunos é curioso. Imagine uma pessoa que conheça uma série de ferramentas, a forma como são feitas, a forma como funcionam – mas não saiba para que servem. Os saberes que se ensinam nas escolas são ferramentas. Frequentemente os alunos dominam abstractamente os saberes, sem entretanto conhecerem a sua relação com a vida.

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Como aconteceu com aquela assistente de bordo a quem perguntei o nome de um rio perto de Londrina, no norte do Paraná. Ela respondeu-me: Acho que é o São Francisco. Apanhei um susto. Pensei que tinha apanhado o voo errado e que estava a chegar ao norte de Minas… Garanto que, numa prova, a rapariga responderia certo. No mapa saberia onde se encontra São Francisco. Mas não aprendera a relação entre o símbolo e a realidade.É possível que os alunos acumulem montanhas de conhecimentos que os levarão a passar nos exames, sem saber para que servem. Como acontece com os “vasos comunicantes” que qualquer pedreiro sabe para que servem sem, entretanto, conhecerem o seu nome. O pedreiro seria reprovado na avaliação escolar, mas construiria a casa no nível certo. Mas você não é culpado. Você é contratado para ensinar a disciplina.Cada professor ensina uma disciplina diferente: Física, Química, Matemática, Geografia, etc. Isso é parte da tendência que dominou o desenvolvimento da ciência: especialização, fragmentação. A ciência não conhece o todo, conhece as partes. Essa tendência teve consequências para a prática da medicina: o corpo como uma máquina formada por partes isoladas. Mas o corpo não é uma máquina formada por partes isoladas.Às vezes, as escolas fazem-me lembrar o Vaticano. O Vaticano, 400 anos depois, penitenciou-se sobre Galileu e está prestes a fazer as pazes com Darwin. Os currículos, só agora, muito depois da hora, estão a começar a falar de “interdisciplinaridade”. “Interdisciplinaridade” é isto: uma maçã é, ao mesmo tempo, uma realidade matemática, física, química, biológica, alimentar, estética, cultural, mitológica, económica, geográfica, erótica…Mas o facto é que você é o professor de uma disciplina específica. Ano após ano, hora após hora, ensina aquela disciplina. Mas, como ser de dever, tem de fazer de forma competente aquilo que lhe foi ordenado. A fim de sobreviver, faz o que deve fazer para passar na avaliação. A disciplina é o deus a quem você e os alunos se devem submeter. O pressuposto desse procedimento é que o saber é sempre uma coisa boa e que, mais cedo ou mais tarde, fará sentido.São sobretudo os adolescentes que, movidos pela inteligência da contestação, perguntam sobre o sentido daquilo que têm de aprender. Mas frequentemente os professores não sabem dar respostas convincentes. Para quê aprender o uso dessa ferramenta complicadíssima se não sei para que serve e não vou usá-la? A única resposta é: Tens de aprender porque sai no exame – resposta que não convence por não ser inteligente mas simplesmente autoritária.O que está pressuposto, nos nossos currículos, é que o saber é sempre bom. Isso talvez seja abstractamente verdade. Mas, nesse caso, teríamos de aprender tudo o que há para ser aprendido – o que é tarefa impossível. Quem acumula muito saber só prova um ponto: que é um idiota de memória boa. Não faz sentido aprender a arte de escalar montanhas nos desertos, nem a arte de fazer iglos nos trópicos. Abstractamente, todos os saberes podem ser úteis. Mas, na vida, a utilidade dos saberes subordina-se às exigências práticas do viver. Como diz Cecília Meireles: O mar é longo, a vida é curta.Eu penso a educação ao contrário. Não começo com os saberes. Começo com a criança. Não julgo as crianças em função dos saberes. Julgo os saberes em função das crianças. É isso que distingue um educador. Os educadores olham primeiro para o aluno e depois para as disciplinas a serem ensinadas. Os educadores não estão ao serviço de saberes. Estão ao serviço de seres humanos – crianças, adultos, velhos. Dizia Nietzsche: Aquele que é um mestre, realmente um mestre, leva as coisas a sério – inclusive ele mesmo – somente em relação aos seus alunos. (Nietzsche, Além do bem e do mal).Eu penso por meio de metáforas. As minhas ideias nascem da poesia. Descobri que o que penso sobre a educação está resumido num verso célebre de Fernando Pessoa: Navegar é preciso. Viver não é preciso.Navegação é ciência, conhecimento rigoroso. Para navegar, são necessários barcos. E os barcos fazem-se com ciência, física, números, técnica. A própria navegação se faz com ciência: mapas, bússolas, coordenadas, meteorologia. Para a ciência da navegação é necessária a inteligência instrumental, que decifra o segredo dos meios. Barcos, remos, velas e bússolas são meios.Já o viver não é coisa precisa. Nunca se sabe ao certo. A vida não se faz com ciência. Faz-se com sapiência. É possível ter a ciência da construção de barcos e, ao mesmo tempo, o terror de navegar. A ciência da navegação não nos dá o fascínio dos mares e os sonhos de portos onde chegar. Conheço um erudito que tudo sabe sobre filosofia, sem que a filosofia jamais tenha tocado a sua pele. A arte de viver não se faz com a inteligência instrumental. Ela faz-se com a inteligência amorosa.A palavra amor tornou-se maldita entre os educadores que pensam a educação como ciência dos meios, ao lado de barcos, remos, velas e bússolas. Envergonham-se de que a educação seja coisa do amor-piegas. Mas o amor – Platão, Nietzsche e Freud sabiam-no – nada tem de piegas. O amor marca o impreciso círculo de prazer que liga o corpo aos objectos. Sem o amor tudo nos seria indiferente – inclusive a ciência.Não teríamos sentido de direcção, não teríamos prioridades. A inteligência instrumental precisa de ser educada. Parte da educação é ensinar a pensar. Mas essa educação, sendo necessária, não é suficiente. Os meios não bastam para nos trazer prazer e alegria – que são o sentido da vida. Para isso é preciso que a sensibilidade seja educada. Fernando Pessoa fala, então, na educação da sensibilidade.Educação da sensibilidade: Marx, nos Manuscritos de 1844, dizia que a tarefa da História, até então, tinha sido a de educar os sentidos: aprender os prazeres dos olhos, dos ouvidos, do nariz, da boca, da pele, do pensamento (Ah! O prazer da leitura!). Se fôssemos animais, isso não seria necessário. Mas somos seres da cultura: inventamos objectos de prazer que não se encontram na natureza: a música, a pintura, a culinária, a arquitectura, os perfumes, os toques.

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No corpo de cada aluno encontram-se, adormecidos, os sentidos. Como na história da Bela Adormecida… É preciso despertá-los, para que a sua capacidade de sentir prazer e alegria se expanda.

E uma criança guiá-los-á… – Rubem AlvesPosted on 02 A fotografia é simples: duas mãos dadas, uma mão segurando a outra. Uma delas é grande, a outra é pequena, rechonchuda. Isso é tudo. Mas a imaginação não se contenta com o fragmento – completa o quadro: é um pai que passeia com o seu filhinho. O pai, adulto, segura com firmeza e ternura a mãozinha da criança: a mãozinha do filho é muito pequena, termina no meio da palma da mão do pai. O pai vai conduzindo o filho, indicando o caminho, vai apontando para as coisas, mostrando como elas são interessantes, bonitas, engraçadas. O menino vai sendo apresentado ao mundo.É assim que as coisas acontecem: os grandes ensinam, os pequenos aprendem. As crianças nada sabem sobre o mundo. Também, pudera! Nunca estiveram aqui. Tudo é novidade. Alberto Caeiro tem um poema sobre o Olhar (dele), que ele diz ser igual ao de uma criança:

O meu olhar é nítido como um girassol. (. . .)E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto,E eu sei dar por isso muito bem…

Sei ter o pasmo essencialQue tem uma criança se, ao nascer,

Reparasse que nascera deveras…Sinto-me nascido a cada momentoPara a eterna novidade do mundo.

O olhar das crianças é de espanto! Vêem o que nunca tinham visto! Não sabem o nome das coisas. O pai vai dando os nomes. Aprendendo os nomes, as coisas estranhas vão ficando conhecidas e amigas. Transformam-se num rebanho manso de ovelhas que respondem quando são chamadas. Quem sabe as coisas são os adultos. Conhecem o mundo. Não nasceram a saber. Tiveram de aprender. Houve um tempo em que a mãozinha rechonchuda era deles. Um outro, de mão grande, os conduziu. O mais difícil foi aprender quando não havia ninguém que ensinasse. Tiveram de tactear através do desconhecido. Erraram muitas vezes. Foi assim que as rotas e os caminhos foram descobertos. Já imaginaram os milhares de anos que tiveram de se passar até que os homens aprendessem que certas ervas têm poderes de cura? Quantas pessoas tiveram de morrer de frio até que os esquimós descobrissem que era possível fabricar casas quentes com o gelo! E as comidas que comemos, os pratos que nos dão prazer! Por detrás deles há milénios de experiências, acidentes felizes, fracassos! Vejam o fósforo, essa coisa insignificante e mágica: esfrega-se e eis o milagre: o fogo na ponta de um pauzinho. Eu gostaria, um dia, de dar um curso sobre a história do fósforo. Na sua história há uma enormidade de experiências e de pensamentos.Ensinar é um acto de amor. Se as gerações mais velhas não transmitissem o seu conhecimento às gerações mais novas, nós ainda estaríamos na condição dos homens pré--históricos. Ensinar é o processo pelo qual as gerações mais velhas transmitem às gerações mais novas, como herança, a caixa onde guardam os seus mapas e ferramentas! Assim, as crianças não precisam de começar da estaca zero. Ensinam-se os saberes para poupar àqueles que não sabem o tempo e o cansaço do pensamento: saber para não pensar. Não preciso de pensar para riscar um fósforo. Os grandes sabem. As crianças não sabem. Os grandes ensinam. As crianças aprendem.Está resumido na fotografia: o da mão grande conduz o da mãozinha pequena. Esse é o sentido etimológico da palavra pedagogo: aquele que conduz as crianças. Educar é transmitir conhecimentos. O seu objectivo é fazer com que as crianças deixem de ser crianças. Ser criança é ignorar, nada saber, estar perdido. Toda a criança está perdida no mundo. A educação existe para que chegue um momento em que ela não esteja mais perdida: a mãozinha de criança tem de se transformar na mãozona de um adulto que não precisa de ser conduzido: ele conduz-se, ele sabe os caminhos, ele sabe como fazer. A educação é um progressivo despedir-se da infância.A pedagogia do meu querido amigo Paulo Freire amaldiçoava aquilo que se denomina ensino bancário – os adultos vão depositando saberes na cabeça das crianças da mesma forma como depositamos dinheiro num banco. Mas parece-me que é assim mesmo que acontece com os saberes fundamentais: os adultos simplesmente dizem como as coisas são, como as coisas são feitas. Sem razões e explicações. É assim que os adultos ensinam as crianças a andar, a falar, a dar um laço no cordão do sapato, a tomar banho, a descascar laranja, a nadar, a assobiar, a andar de bicicleta, a acender o fósforo. Tentar criar consciência crítica para essas coisas é tolice. O adulto mostra como se faz. A criança faz do mesmo jeito. Imita. Repete. Mesmo as pedagogias mais generosas, mais cheias de amor e ternura pelas crianças, trabalham sobre esses pressupostos. Se as crianças precisam de ser conduzidas é porque elas não sabem o caminho. Quando tiverem aprendido os caminhos andarão por conta própria. Serão adultos. Toda a gente sabe que as coisas são assim: as crianças nada sabem, quem sabe são os adultos. Depreende-se, então, logicamente, que as crianças são os alunos e os

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adultos são os professores. A diferença entre quem sabe e quem não sabe. Dizer o contrário é puro nonsense. Porque o contrário seria dizer que as crianças devem ensinar os adultos. Mas, nesse caso, as crianças teriam um saber que os adultos não têm. Se já tiveram, perderam-no… Mas quem levaria a sério tal hipótese?Pois o Natal é essa absurda inversão pedagógica: os grandes aprendendo com os pequenos. Um profeta do Antigo Testamento, certamente sem entender o que escrevia – os profetas nunca sabem o que estão a dizer –, resumiu essa pedagogia invertida numa frase curta e maravilhosa:… E uma criança guiá-los-á (Isaías 11.6). Se colocarmos este mote ao pé da fotografia tudo fica ao contrário: é a criança que vai mostrando o caminho. O adulto vai sendo conduzido: olhos arregalados, bem abertos, vendo coisas que nunca viu. São as crianças que vêem as coisas – porque elas vêem-nas sempre pela primeira vez com espanto, com assombro, surpreendidas de que elas sejam como são. Os adultos, de tanto as verem, já não as vêem mais. As coisas – as mais maravilhosas – permanecem banais. Ser adulto é ser cego.Os filósofos, cientistas e educadores acreditam que as coisas vão ficando cada vez mais claras à medida que o conhecimento cresce. O conhecimento é a luz que nos faz ver. Os sábios sabem o oposto: existe uma progressiva cegueira das coisas à medida que o seu conhecimento cresce. Vale mais a pena ver uma coisa sempre pela primeira vez que conhecê-la. Porque conhecer é como nunca ter visto pela primeira vez. As crianças fazem-nos ver a eterna novidade do mundo. (Fernando Pessoa). .Japucz Korczak, um dos grandes educadores do século XX – que foi (porque não as queria deixar) com as crianças da sua escola para a câmara de gás de um campo de concentração nazi –, deu a um dos seus livros o título: Quando eu voltar a ser criança. Ele sabia das coisas. Era sábio. Lição de psicanálise: os cientistas e os filósofos vêem o lado direito. Os sábios vêem o avesso. O avesso é este: os adultos são os alunos; as crianças são os mestres. Por isso os magos, sábios, deram por encerrada a sua jornada ao encontrarem um menino numa estrebaria…Pauzinhos de marfim – conto chinêsPosted on 11

Pauzinhos de marfimConto do filósofo chinês Han Fei, oito séculos antes da nossa era.

Na China antiga, um jovem príncipe resolveu mandar fazer, de um pedaço de marfim muito valioso, um par de pauzinhos. Quando isto chegou ao conhecimento do rei seu pai, que era um homem muito sensato, este foi ter com ele e explicou-lhe:— Não deves fazer isso, porque esse luxuoso par de pauzinhos pode levar-te à perdição!O jovem príncipe ficou confuso. Não sabia se o pai falava a sério ou se estava a brincar. Mas o pai continuou:— Quando tiveres os teus paus de marfim, verás que não ligam com a loiça de barro que usamos à mesa. Vais precisar de copos e tigelas de jade. Ora, as tigelas de jade e os paus de marfim não admitem iguarias grosseiras. Precisarás de cauda de elefante e fígado de leopardo. E quem tiver comido cauda de elefante e fígado de leopardo não vai contentar-se com vestes de cânhamo e uma casa simples e austera.Irás precisar de fatos de seda e palácios sumptuosos. Ora, para teres tudo isto, vais arruinar as finanças do reino e os teus desejos nunca terão fim. Depressa cairás numa vida de luxo e de despesas sem limite. A desgraça irá atingir os nossos camponeses, e o reino afundar-se-á na ruína e desolação… Porque os teus paus de marfim fazem lembrar a estreita fissura no muro de uma fortaleza, que acaba por destruir toda a construção.O jovem príncipe esqueceu o seu capricho e mais tarde veio a ser um monarca reputado pela sua grande sensatez.Quem são nossos ídolos? – BrasilPosted on 07

Quem são nossos ídolos?Recentemente recebi um e-mail, com alguns questionamentos sobre o que é ser ídolo no Brasil. Havia até um tom de ironia, pois questionava como se tornar ídolo em solo brasileiro da noite para dia, desde participantes do Big Brother Brasil a grandes nomes do cinema nacional. Hoje, qualquer pessoa sem grandes referências ou exemplo para a nossa sociedade, pode ou está se tornando ídolo. Nos últimos meses, o cinema nacional tem me chamado a atenção com a quantidade de ídolos pré-moldados que por ora são “fabricados” no cenário nacional.Por sinal, de uns tempos para cá, uma pergunta não consegue sair da minha mente: por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para conceder, verdadeiros exemplos para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá audiência, não rende bilheteria?Lembro de ter ido ao cinema assistir ao filme Cazuza, pois aprecio suas canções. Por sinal, concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciá-lo como um ídolo, foi, no mínimo, inadmissível. Aliás, como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?Neste filme parece que é hiper comum usar drogas, participar de orgias sexuais, beber até cair e como se essas coisas fossem certas, já que foi isso que o filme abordou.Recordo-me que Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos de uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado. No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou de trabalhar para conseguir alguma coisa, que já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.

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Na verdade, Cazuza era um traficante e, como sua própria mãe Lucinha Araújo revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Maré é que um nasceu na zona sul e outro não. Melhor dizendo, um é rico e o outro não.Depois, fui assistir ao filme Meu nome não é Johnny, baseado no livro homónimo de Guilherme Fiúza, que conta a história de João Guilherme Estrella, carismático carioca de classe média que se tornou o maior vendedor de drogas do Rio de Janeiro, mesmo sem jamais pisar uma favela e depois lidou com o sistema carcerário do país. Esse é mais um ídolo que ganha as principais salas de cinema do nosso país. Qual é o modelo de exemplo que temos de dar à nossa sociedade? Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para mostrar? Não é de hoje que venho comentando as produções cinematográficas brasileiras sobre a violência urbana e a falta de valores éticos e morais. Não se assuste, caro leitor, se em breve chegarem às nossas salas de cinema filmes sobre Fernandinho Beira-Mar, Batman, o bilionário traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadia, o “Chupeta”, preso no Brasil, entre outros.Os meus questionamentos sobre essa idolatria e exibicionismo desnecessários é que nossa sociedade perdeu os valores verdadeiros. Nossa sociedade fabrica falsos ídolos que nos deixam carentes e frustrados o tempo todo. Nossos ídolos são os acessórios e roupas de grife, os carros importados, as jóias caras, o dinheiro e o poder! Mas onde estão os valores como a honestidade, a perseverança, a bondade, a tolerância, a caridade, e ainda mais, onde estão aquelas virtudes que norteavam as vidas de nossos pais e avós?A mídia enaltece e alardeia os fatos de bandidos e os coloca na capa das maiores revistas deste país! Para quê? Para que eu e você tenhamos de saber que cara tem um bandido que mata sem escrúpulos? Que rouba? Que consome drogas?Por que o cinema enaltecem as pessoas que se dão bem na vida manipulando a vida dos outros, roubando e consumindo drogas? Por que não existem filmes que mostrem as pessoas de bem?É porque essas pessoas de bem não ‘vendem’ marcas famosas e não podem se tornar ídolos nem com o melhor marketing! Essas pessoas de bem, são pessoas comuns, como eu e você, que não poderiam servir de exemplo para ninguém e que não podem ser personagens de filmes ou quiçá novelas.O povo é facilmente manipulável porque está carente de exemplos melhores. Carente mesmo dentro de casa, onde os pais pobres não conseguem vencer o apelo das TVs que estimulam o consumo desenfreado de seus filhos e que gera mais e mais frustração e raiva! Que desagua em violência e revolta.Pelos vistos, amigo leitor, tudo muda. E muda bem rápido. Mas não percam as esperanças. O Brasil precisa de gente consciente que respeite os verdadeiros valores morais e éticos e que crie as possibilidades para que surjam outros exemplos para serem admirados nos cinemas.Ainda acredito que a vida está cheia de bons exemplos e basta procurá-los. Não são muitos, mas eles existem, perto e longe de nós: na vida privada, no nosso círculo de amigos, entre nossos familiares, basta procurar. Na vida pública são poucos, é verdade, mas alguns existem, no Brasil e lá fora.A violência humana sobre as outras espécies O olhar do professor – Rubem AlvesWalt Whitman conta o que sentiu quando, menino, foi para a escola: Ao começar os meus estudos, agradou-me tanto o passo inicial, a simples consciencialização dos factos, as formas, o poder do movimento, o mais pequeno insecto ou animal, os sentidos, o dom de ver, o amor – o passo inicial, torno a dizer, assustou-me tanto, agradou-me tanto, que não foi fácil para mim passar e não foi fácil seguir adiante, pois eu teria querido ficar ali a vaguear o tempo todo, cantando aquilo em cânticos extasiados.Nietzsche disse que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É a primeira tarefa porque é através dos olhos que as crianças, pela primeira vez, tomam contacto com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm que ser educados para que a nossa alegria aumente.Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação, didáctica – mas, por mais que me esforce, não me consigo lembrar de qualquer referência à educação do olhar, ou à importância do olhar na educação.Por isso, lhe digo: Professor: trate de prestar atenção ao seu olhar. Ele é mais importante que os seus planos de aula. O olhar tem o poder de despertar ou, pelo contrário, de intimidar a inteligência. O seu olhar tem um poder mágico!O olhar de um professor tem o poder de fazer a inteligência de uma criança florescer ou murchar. Ela continua lá, mas recusa-se a partir para a aventura de aprender. A criança de olhar amedrontado e vazio, de olhar distraído e perdido. Ela não aprende. Os psicólogos apressam-se em diagnosticar alguma perturbação cognitiva. Chamam os pais. Aconselham-nos a mandá-la para uma terapia. Pode até ser. Mas uma outra hipótese tem que ser levantada: que a inteligência dessa criança – que parece incapaz de aprender –, tenha sido petrificada pelo olhar do professor.Por isso lhe digo, professor: cuide dos seus olhos…

Rubem Alves

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O tesouro do peregrino – conto marroquinoPosted on 03 Ao início da manhã, a aldeia de In-Amènas não tinha ainda retomado as suas atividades habituais: alguns camponeses altivos, envoltos nos seus bournous (mantos de lã com capucho), falavam em voz alta, bebendo chá de menta.Um grupo de homens em pé rodeava dois jogadores de dominó que dispunham lentamente as suas pedras numa pequena tábua oscilante. Um nómada que transportava vários feixes de raízes secas esperava pacientemente um eventual comprador… Os camelos, habituados ao grande erg (deserto de areia), e nervosos por se encontrarem num local fechado, rodeado de arcadas, soltavam roncos insuportáveis.Nas casas baixas de paredes sem janelas, ouvia-se de vez em quando o barulho de um tear. Na parte inferior das pequenas lojas sombrias, os mercadores dormitavam de leque na mão. Numa pequena sala do andar térreo contígua à mesquita, o velho Taleb, com uma longa cana na mão, obrigava todas as crianças de cócoras diante de si a repetir versículos do Corão, e o ruído surdo das vozes roufenhas dos pequenos perdia-se nas ruas estreitas…Mas eis que chega, pela porta norte da aldeia, um homem montado num camelo. Com imponência e lentidão, penetra pela poterna e para. O viajante afrouxa a rédea do animal e inclina a cabeça sobre o peito. De repente, veem-no cair na areia. Os que bebiam chá, os jogadores de damas, os mercadores e os artesãos, todos se precipitaram na direção do pobre que tentava falar…Revirando os olhos, o que podia ser entendido como a angústia de um moribundo, o viajante sussurrou algumas palavras incompreensíveis, ao mesmo tempo que apontava, com uma mão trémula, para uma grande bolsa de couro que trazia presa à cintura. Em seguida, elevando um dedo para o céu, recitou a Fatiha (oração diária) … A cabeça voltou a pender sobre o ombro… Estava morto!A multidão que, entretanto, se tinha aglomerado, estava imóvel. Quem seria ele? De onde viria? Para onde iria? Ninguém era capaz de responder. Prepararam o cadáver e enterraram-no, no dia seguinte, num pequeno cemitério situado bem longe das casas, por detrás das primeiras dunas.Na sala do café, foi decidido fazer o inventário dos objetos que o desconhecido transportava no seu camelo e dos que se encontravam nele. Numa das bolsas, roupas; na outra, diversos objetos indispensáveis aos viajantes; mas, na grande bolsa de couro negro que trazia à cintura, descobriu-se, com estupefação, um tesouro! Colares, braceletes, diademas, anéis, fivelas, pedras preciosas e peças em ouro amontoavam-se na mesa do café…

♦♦♦♦♦Toda a gente se entreolhou em silêncio, mas todos pensavam o mesmo: “Que vamos fazer com estas riquezas? Reparti-las? Distribuí-las pelos pobres?” Estava instalada a discussão e cada um, querendo que a sua opinião fosse adotada, protagonizava uma rápida subida do tom de voz. Não tardariam as escaramuças. Seria mais avisado pedir a opinião da djemaa, o conselho dos anciãos.Sob a autoridade do imã da mesquita, os dez anciãos de In-Amènas reuniram-se no dia seguinte. Foi decidido vender o camelo e o conteúdo das duas grandes bolsas e dar o dinheiro apurado aos pobres. Sábia decisão que todos aplaudiram. E o tesouro? Após longa e cuidadosa reflexão, o imã sentenciou que o tesouro seria enterrado na sepultura do desconhecido.Esquecida a deceção, pensou-se que, afinal, fora esta a decisão mais acertada. Esse tesouro teria, porventura, despoletado invejas, rancores, porque cada um pensaria, certamente, que os outros teriam sido mais favorecidos que ele próprio. O tesouro desconhecido voltaria ao nada. Um buraco muito profundo foi cavado ao pé do túmulo e aí foi lançado o saco.

♦♦♦♦♦Passaram-se meses, passaram-se anos… A pequena aldeia de In-Amènas já tinha esquecido o incidente e retomado a sua vida normal. Os camponeses bebiam chá, outros jogavam dominó, os mercadores dormitavam e as crianças recitavam versículos do Corão… quando um dia, de repente, ecoaram imensos gritos que pareciam vir do cemitério… Quem podia gritar daquela maneira? Toda a gente correu na direção das sepulturas e, no sítio da do viajante desconhecido, viram o imã deitado ao pé da cova com os braços enterrados no buraco que havia escavado. Era ele que soltava aqueles gritos terríveis…Os primeiros que chegaram puxaram-no pelos pés para o tirar daquela posição deplorável. Tempo perdido! As suas duas mãos estavam presas à bolsa de couro negro que parecia tão pesada como um rochedo de várias toneladas… Toda a gente compreendeu, então, que o imã tinha querido recuperar o tesouro e que se tinha ordenado que o enterrassem era para, mais tarde, o poder reaver…Mas, no imediato, era necessário tirá-lo daquela posição miserável. Puxaram-no pelos braços, pelas pernas, pelo corpo… Em vão! Os mais caridosos construíram um pequeno abrigo de palmas sobre a cabeça do imã, evitando, assim, uma insolação. Só ao fim da tarde, vencido pela dor, é que o imã se sentiu obrigado a reconhecer a sua falta diante de toda a aldeia, que, entretanto, se tinha reunido à sua volta:

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— Não passo de um ganancioso! Sou indigno da vossa confiança. O que fiz não tem perdão. Quis recuperar o tesouro e guardá-lo só para mim!Mal acabou de proferir estas palavras, as mãos separaram-se da bolsa… Mas, quando se pôs de joelhos diante da sepultura, apenas tinha dois tocos queimados pelo fogo nas extremidades dos braços. Apressou-se a deixar a aldeia e foi esconder a sua vergonha numa das montanhas de Aïr.Voltaram a tapar o buraco escavado pelo imã e todos tentaram esquecer o incidente.

♦♦♦♦♦ Contudo, seria possível esquecer que na sepultura do viajante havia um tesouro digno de um rei? Seria possível ignorar que esse ouro poderia transformar um pobre camponês num senhor ainda mais rico que um sultão?Ali não pensava noutra coisa, e refletia sem cessar… Foi assim que arquitetou um plano que lhe permitiria, no seu entender, recuperar o saco sem lhe tocar… Ali era burriqueiro. Ganhava a vida a transportar, com o seu animal, pedras, areia ou legumes. Montado no dorso do burro, tinha muito tempo para pensar no desenrolar do seu plano. No entanto, decidiu esperar alguns anos, o tempo necessário para fazer cair no esquecimento o que se tinha passado.Quando chegou o momento que lhe parecia mais propício, saiu de noite e dirigiu-se ao cemitério. Tirou uma das duas pedras presas na sepultura e, com a pá, cavou um buraco onde sabia que se encontrava a bolsa com o tesouro. De facto, descobriu a bolsa de couro com as duas mãos do imã enegrecidas ainda coladas a ela, uma de cada lado. Não tocou em nada e, sentado junto à sepultura, esperou o nascer do sol.De manhã, viu caminhar na sua direção o pequeno Mohamed. Mohamed era demasiado jovem para ter ouvido falar da bolsa com o tesouro. Conduzia um burro e dirigia-se ao palmeiral. Ali levantou-se e pediu-lhe que tivesse a amabilidade de descer à cova a fim de reaver a bolsa que, inadvertidamente, lhe tinha caído.Mohamed parou e olhou para a bolsa no fundo do buraco:— Mas por que é que tu não a podes ir buscar?— Porque fiquei com uma dor nas costas, ontem ao fim do dia, — respondeu Ali, agarrando-se aos rins e esboçando um esgar de dor — não me posso baixar.— Nesse caso, segura o meu animal que eu vou buscar a tua bolsa.Mohamed desceu à cova, pegou na bolsa e subiu. Não viu que as duas mãos do imã se soltaram e rolaram para o fundo do buraco.— Toma a tua bolsa — disse.Ali estava felicíssimo: a maldição deixara de existir! Aproximou-se, agradeceu a gentileza a Mohamed e pegou na bolsa. Mas, de repente, soltou gritos de dor. As suas duas mãos ficaram presas à bolsa de couro e Ali quase desmaiou… E a bolsa rolou para o fundo da cova, arrastando-o com ela! Uma fumaça espessa emanava do corpo, que se calcinava, espalhando um odor infeto. Mohamed estava aterrorizado e não compreendia o que se passava; tentou puxar o seu companheiro pelos pés, mas depressa desistiu.Alertados pelos gritos inumanos do ladrão, os habitantes da aldeia reuniram-se de novo à volta da sepultura… Os mais velhos sabiam muito bem o que estava a acontecer e pediram a Ali para reconhecer rapidamente a sua falta.— Perdoai-me. Quis roubar o tesouro do viajante. Sou um ser indigno!Nesse preciso momento, as mãos do ladrão separaram-se dos braços e permaneceram coladas à sacola. Quando se levantou, verificou que apenas tinha nas extremidades dos braços dois cotos enegrecidos pelo fogo do inferno. Apenas lhe restava fugir da aldeia se não quisesse ouvir as reprimendas dos amigos.Mas a lenda não acaba aqui… Os anciãos da aldeia de In-Amènas reuniram-se e decidiram fazer desaparecer para sempre a bolsa que já tinha provocado tanta dor! Pediram, então, a Mohamed, para pegar nela – ele que nunca tinha pensado em roubar podia pegar-lhe sem dificuldade – e imploraram-lhe que a escondesse na montanha. Foi o que fez… e, logo que voltou à aldeia, ninguém lhe perguntou nada.

♦♦♦♦♦Pois bem, amigos, estão avisados: se, um dia, encontrarem numa gruta da montanha de Tassili N’Ajjer uma bolsa de couro negro, não toquem nela! Sabem bem o risco que correm!Os anciãos de In-Amènas que contam esta lenda acrescentam para concluir: “A bolsa do tesouro é o que tu desejas. As mãos queimadas são os remorsos que te farão sofrer se pegares no que não te pertence. E o jovem Mohamed, que pode tocar na bolsa sem se ferir, é a felicidade prometida àquele que não tem maus pensamentos. No entanto, a bolsa escondida na montanha é também a esperança de nos tornarmos ricos um dia, mas na condição de sermos tão puros como o pequeno Mohamed! Parece não haver muita esperança para nós… mas, quem sabe? …”Gratidão: Uma Atitude de CuraDr. Emmett E. MillerO Dr. Emmett E. Miller ensinou, com sucesso, as pessoas a melhorar a sua saúde e bem-estar durante mais de vinte e cinco anos. As suas cassetes de relaxamento e imagética (I am, Letting go of stress e Healing journey, entre outras) são o padrão reconhecido por todo o mundo e são muito utilizadas por atletas olímpicos, homens de negócios, médicos e outros actores das artes curativas. O seu novo livro intitula-se Deep heeling: the essence of mind/body medicine.

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Olhem só para a minha vida! Devia eu estar a sentir gratidão, ou será que fui enganado? Estará o copo meio-vazio ou meio-cheio?Posso queixar-me por as roseiras terem espinhos, ou posso estar grato por alguns arbustos espinhosos darem rosas. A nível puramente intelectual ou «científico», estas duas atitudes são equivalentes. Mas, na vida real, faz uma diferença enorme qual escolhemos.

Quando a imagem que temos de nós próprios em relação ao mundo nos retrata como vítimas, o sentimento de impotência que daí resulta é transmitido através de todo o sistema. A consequência física disto pode ser a falha ou colapso de um órgão ou de um sistema de órgãos.Quer sintamos gratidão e opulência, ou perda, privação e ressentimento, é criado um estado químico interno correspondente. Este estado, por sua vez, gera comportamentos característicos – saúde ou doença, autoridade/impotência, realização/descontentamento, sucesso/fracasso.No meu exercício médico (medicina de mente/corpo), a importância da gratidão é notoriamente clara de um ponto de vista psicofisiológico – as pessoas gratas curam-se mais depressa; elas são capazes de eliminar comportamentos nocivos das suas vidas com maior facilidade; elas são mais felizes.Em vinte e tal anos de exercício, fiz uma descoberta interessante. Há uns que aproveitam o que aprendem comigo para fazer alterações profundas nas suas vidas; há outros, cujos sintomas e doenças são exactamente os mesmos, que têm dificuldade em curar-se ou mudar os seus comportamentos. Os pacientes que estão gratos pelas sessões que temos, que reconhecem a energia e a concentração que lhes dou, são aqueles que se dão bem. Aqueles que têm suspeitas e desconfianças, que acham que as sessões deviam ser mais longas ou menos dispendiosas, que se perguntam se estarão a ser «enganados», demoram muito mais tempo a mudar. E óbvio, pela sequência de acontecimentos, que a gratidão (ou falta dela) vem primeiro.O modo como vemos o mundo modela as nossas respostas aos desafios que a vida nos apresenta. Um sentido de gratidão dá-nos poder para escolhermos com sensatez… como nos sentimos, o que dizemos, aquilo em que acreditamos, o que fazemos. Que absurdo é da nossa parte, os americanos, que somos mais ricos e consumimos dez vezes mais os recursos do que 95 por cento da população mundial, que, em média, vivemos mais vinte e cinco anos do que os nossos bisavós, que nos deleitamos com a nossa liberdade pessoal e potencial, concentrarmo-nos no «meio-vazio». A gratidão leva-nos a ver o que está disponível, o que pode desenvolver-se. Afinal, não há nada com que trabalhar na parte vazia do copo.Sem a atitude de gratidão, resulta um sentimento de privação bem conhecido, por exemplo, dos 60 por cento de americanos obesos. De um modo semelhante, os fumadores, alcoólicos e toxicodependentes – cuja qualidade de vida se deteriora continuamente – são incapazes de pôr em prática as escolhas aparentemente simples que eles dizem e verdadeiramente acreditam que querem fazer. Essas pessoas estão num estado involuntário de negação – uma negação da riqueza que possuem dentro deles. A tomada de consciência da plenitude do Eu tornaria indistintas, em comparação, as suas compulsões. Sem a sensação de quem realmente somos, é difícil discernir o verdadeiro valor de qualquer coisa que tenha lugar na nossa vida, a não ser ao nível directo e transitório da gratificação imediata.Círculo Vicioso, Círculo VirtuosoQuando nos sentimos gratos, interagimos com outras pessoas a partir da nossa plenitude; elas sentem-se reconhecidas e são atraídas pela nossa energia. O ressentimento, a amargura e a vitimização tendem a repelir as pessoas, e nós passamos a ter menos apoio dos outros. De um modo semelhante, quando a nossa falta de gratidão leva à impotência e à doença, sentimo-nos «enganados» por a nossa saúde estar a ir por água abaixo, enquanto outros se divertem.Gratidão AprendidaNo campo da psiconeuroimunologia, temos agora a certeza de que as emoções, as convicções e as interpretações (o nosso mapa do mundo) têm um efeito profundo no funcionamento do corpo, incluindo a possibilidade de ficarmos doentes ou resistirmos à doença. Mais dramáticos são os estudos sobre a «impotência aprendida». Quaisquer que sejam os desafios ou crises na nossa vida, se nos sentirmos impotentes em relação a eles, temos muito mais probabilidades de ficar doentes.O estado de espírito a que chamamos gratidão não é inato, na minha opinião, mas sim uma coisa que aprendemos, A gratidão tem a ver com sentirmo-nos plenos, completos, adequados – temos tudo o que precisamos e merecemos; abordamos o mundo com uma sensação de valor. E a experiência da quantidade de realização que é possível que nos leva a uma capacidade de gratidão. Sem gratidão, a tendência é para nos sentirmos incompletos, enganados, deficientes – numa palavra, impotentes.Se não teve a sorte de ter aprendido a atitude da gratidão em criança, pode sentir-se, de tempos a tempos, a cair no desespero, ressentido e não abençoado. Isso ainda acontece comigo, por vezes, e quando acontece, recordo-me simplesmente das minhas razões para fazer as coisas que faço, a minha missão e visão pessoal da vida, com gratidão, Pode demorar um pouco, mas com concentração interior e imagética, a minha atitude altera-se sempre. Afinal, tal como você, «Eu sou o que penso».