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História Ensino Médio, 2º Ano A Corte portuguesa no Brasil: o Reino Unido

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Page 1: História Ensino Médio, 2º Ano A Corte portuguesa no Brasil: o Reino Unido

HistóriaEnsino Médio, 2º Ano

A Corte portuguesa no Brasil: o Reino Unido

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL: O REINO UNIDO

Imagem: Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 / public domain

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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX

• Grandes transformações econômicas políticas e sociais ocorreram na Europa no final do século XVIII e início do século XIX;

• Na Inglaterra, se iniciava o processo de Revolução Industrial. No começo do século XIX, o país ostentava o posto de nação mais rica. Tinha a melhor marinha mercante e de guerra, e já dominava um vasto território colonial;

• A Revolução Francesa dava os últimos golpes no Antigo Regime, substituindo o Absolutismo monárquico e os privilégios feudais pelos princípios liberais na economia e na política;

• A Portugal e aos demais países europeus restava ficar entre as exigências e as ameaças militares do imperador francês Napoleão Bonaparte e a dependência econômica em relação a economia inglesa.

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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX• O ano de 1789 é marcado pelo inicio da

Revolução Francesa. Houve a destruição social e política dos vestígios feudais e a tomada do poder pela burguesia;

• Em 1791 é lançada a nova Constituição, que afirma a posição social dominante da burguesia francesa; o rei Luis XVI é executado.

• Para pôr fim à corrupção e à incompetência do governo instalado, a burguesia decidiu dar um golpe e apoiar o general Napoleão Bonaparte;

• Em 1804, foi criado o Império, espécie de monarquia vitalícia. Apesar de haver Constituição, Napoleão governou despoticamente. Por algum tempo, a prosperidade resultante das reformas internas e o êxito das guerras permitiram a continuidade do regime.

Imagem: Jacques-Louis David (1748–1825) / public domain

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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX• O imperador francês,

Napoleão Bonaparte, havia colocado em prática uma política militar expansionista, com intuito de estender seu domínio sobre toda a Europa;

• Com o objetivo de quebrar a resistência da Inglaterra, Napoleão tentou sufocá-la economicamente proibindo os países europeus de comercializarem com os ingleses, ao decretar, em 1806, o Bloqueio Continental.

Imagem: Alex:D / public domain

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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX

• A Inglaterra capitalista e vários reinos absolutistas europeus unem-se para tentar destruir o governo revolucionário francês;

• Lavrado em 1806, o documento que criava o Bloqueio Continental estabelecia que todos os portos da Europa deveriam fechar suas portas para as embarcações inglesas;

• Portugal se encontrava numa situação bastante difícil, sofrendo pressões tanto dos ingleses quanto dos franceses;

• Em 1807, França e Espanha assinavam o Tratado de Fontainebleau, decidindo invadir Portugal e dividir entre si suas colônias;

• Preferindo aliar-se aos ingleses, o reino de Portugal assinou uma convenção secreta, na qual ficava decidida a transferência do governo português para o Brasil;

• Enquanto os ingleses se comprometiam a defender o território lusitano contra a França, a Coroa Portuguesa entregava sua esquadra e garantia a abertura dos portos brasileiros para os ingleses.

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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807

“Era uma cena impressionante, mas nem de longe lembrava os tempos heroicos, quando a esquadra de Vasco da Gama partiu do mesmo cais, singrando as águas do mesmo rio para navegar mares desconhecidos e descobrir terras distantes. Em 1807, o espírito de aventura dera lugar ao medo. Em vez de empreender e conquistar, a elite portuguesa fugia sem ao menos tentar resistir aos invasores franceses.”

Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.Im

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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807

• A esquadra portuguesa, que saiu do porto de Lisboa, era integrada pelo seguinte número de embarcações: oito naus, três fragatas e três brigues, e duas escunas;

• Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos ingleses, dispersaram-se devido a uma forte tempestade;

• Entre 10 a 15 mil pessoas acompanharam o príncipe regente na viagem ao Brasil;

• O grupo incluía: nobres, conselheiros reais, cozinheiros, militares, juízes, comerciantes, médicos, clérigos, damas de companhia, todos acompanhados por suas famílias;

• O povo português reagiu de forma indignada, com demonstrações de choro, desespero e revoltas;

• A bagagem real incluía além do tesouro real, cerca de 80 milhões de cruzados, e os arquivos da monarquia portuguesa. Porém, com a pressa, todos os livros da Biblioteca real foram deixados na costa portuguesa, sendo embarcados para a colônia meses depois.

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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807

Imagem: Hoshie / public domain

PortugalPortugalAçores

Madeira

Canárias

Desmenbramento da frota por tormentas na costa da Ilhha da Madeira

Desmenbramento da frota por tormentas na costa da Ilhha da Madeira

Os navios que levam a Familia Real ancoram em Salvador, antes de seguir

para o Rio de Janeiro.

Os navios que levam a Familia Real ancoram em Salvador, antes de seguir

para o Rio de Janeiro.

Depois de abastecer nas ilhas de Cabo Verde, o

resto da frota segue diretamente

para o Rio de Janeiro

Depois de abastecer nas ilhas de Cabo Verde, o

resto da frota segue diretamente

para o Rio de Janeiro

BrasilBrasil

Cabo Verde

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A FAMILIA REAL PORTUGUESA

Dom João VI - Nascido em Lisboa em1767, era filho segundo da rainha D. Maria I, e de seu marido e tio D. Pedro III. Casou-se com a princesa espanhola, D. Carlota Joaquina de Bourbon. Em 1788 foi declarado herdeiro do trono, por ter falecido seu irmão primogênito, o príncipe D. José. Tendo enlouquecido a rainha sua mãe, teve de assumir a regência do reino no dia 1 de Fevereiro de 1792.

Princesa Carlota Joaquina - Filha primogênita do rei da Espanha, Carlos 4°, e de sua esposa, nasceu em abril de 1775. Com apenas dez anos, casou-se por procuração com o príncipe de Portugal, D. João, em um acordo de aliança entre os dois países. Possuía um temperamento forte e voluntarioso, o que dificultava a sua relação com outras pessoas. Comenta-se que, durante a lua de mel, teria agredido o seu marido com uma dentada para que o casamento não fosse consumado.

Imagem: Manuel Dias de Oliveira / public domain

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Page 11: História Ensino Médio, 2º Ano A Corte portuguesa no Brasil: o Reino Unido

A FAMILIA REAL PORTUGUESADona Maria I, de Portugal - nasceu em Lisboa em 1734, e era filha do rei José I. Ocupou o trono português até 1816. Era chamada de “A Piedosa” por ser uma pessoa de profunda religiosidade. No Brasil, ficou conhecida como Dona Maria, a Louca, devido a sua doença mental que veio a tona após o falecimento de seu primeiro filho.

E os filhos do príncipe regente, futuros herdeiros do trono português - D. Pedro, D. Miguel, Maria Izabel, Maria Teresa, Maria da Assunção, Ana de Jesus, Maria Isabel, Maria Francisca e Isabel Maria.

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL

• No dia 22 de janeiro de 1808, chegava a Salvador a família real portuguesa;

• Foram apenas 34 dias em Salvador. O breve tempo, porém, não impediu dom João de tomar decisões fundamentais para destravar a economia brasileira e promover o crescimento da cidade;

• o príncipe regente provocou uma verdadeira revolução na economia brasileira, ao decretar a abertura dos portos às nações amigas de Portugal;

• Era o fim do monopólio comercial português com o Brasil;

• A medida permitiu que navios mercantes estrangeiros atracassem livremente nos portos brasileiros.

Chegada da família real portuguesa em Salvador, janeiro de 1808

Imagem: Henry L'Évêque (1768-1845) / public domain

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL

• Após sair de Salvador, o rei foi para o Rio de Janeiro, lá chegando em 08 de março de 1808, transformando a cidade em residência fixa da corte portuguesa;

• instituiu alguns ministérios, entre eles o da Guerra, da Marinha, da Fazenda e do Interior;

• Em 10 de setembro de 1808, imprimiu-se o primeiro jornal do país, a ‘Gazeta do Rio de Janeiro’;

• Fundou o primeiro Banco do Brasil, criou a Real Academia Militar, a Academia de Belas Artes, incentivou a instalação de manufaturas, incentivou a vinda de uma Missão Artística Francesa em 1816,

• a criação da Real Biblioteca, do Jardim Botânico e do Museu Real, posteriormente, o Museu Nacional;

• Criou duas escolas superiores de medicina: uma em Salvador e outra no Rio de Janeiro.

Litoral fluminense

Imagem: Jean-Baptiste Debret (1768–1848) / public domain

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASILD.João VI, Carlota Joaquina e seus filhos hospedaram-se, temporariamente, no Paço Imperial, um casarão localizado no centro da cidade que se transformaria na sede oficial do governo, até sua partida.

O fluxo de mercadorias inglesas fez com que os navios se multiplicassem nos portos. A corte portuguesa causou um verdadeiro caos na cidade. O Rio de Janeiro passou por um rápido processo de urbanização. Charcos foram drenados, ruas ampliadas e calçadas construídas. Novos bairros foram incorporados à cidade. O número de escravos tendia a aumentar cada vez mais.

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL

• A cobrança pela proteção inglesa veio sob a forma da criação de vários acordos entre as duas coroas;

• Os mais famosos são os Tratados de 1810, ou de Comércio e Navegação, Aliança e Amizade, que estipulava novas taxas alfandegárias aos produtos ingleses, no valor de 15%;

• Estes tratados também davam o direito aos ingleses de extraterritorialidade, ou seja, os cidadãos ingleses, mesmo morando no Brasil continuariam sob tutela e defesa das leis britânicas;

• Além de dar permissão para que os navios ingleses pudessem navegar em águas brasileiras;

• Determinava a proibição da Santa Inquisição no Brasil e a gradual extinção do tráfico negreiro;

• Consolidava-se a preponderância inglesa. A Igreja católica, os comerciantes reinóis e os proprietários se sentiram prejudicados.

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL• Após a derrota napoleônica, sacramentada na famosa Batalha de

Waterloo, na Bélgica, as monarquias europeias se reuniram em Viena, na Áustria, para discutir a redefinição do mapa político do Velho Continente - alterado em razão das Guerras Napoleônicas.;

• Dois princípios acabaram norteando os trabalhos do Congresso: o princípio da restauração e legitimidade e o princípio do equilíbrio de poder e fronteiras geográficas;

• Segundo os princípios adotados pelo Congresso de Viena, a Casa de Bragança, que reinava em Portugal antes da invasão napoleônica, seria restaurada. Porém, João de Bragança, D. João VI, estava no Brasil, não em Portugal. E o Brasil era somente uma colônia, não tendo o mesmo status político que o reino.

• como consequência do estabelecimento da Casa de Bragança e da capital do Império Português no Rio de Janeiro, no referido ano de 1808, D. João VI estabeleceu a nova designação de Reino Unido para as suas coroas;

• Os domínios portugueses da época ficaram a partir de então oficialmente designados como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves;

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL

• Com a decisão de permanecer no Brasil, D. João neutralizou qualquer tentativa de emancipação política, mas, em compensação, provocou enorme insatisfação em Portugal;

• Enquanto a América espanhola obteve a independência por meio de lutas mais ou menos sangrentas, a presença da Corte no Brasil favoreceu a ruptura colonial sem grandes convulsões sociais;

• A manutenção do Estado e da luxuosa vida cortesã exigia o aumento dos tributos existentes e a criação de outros, pois os impostos alfandegários, a principal fonte de recursos, haviam diminuído.

Imagem: Jean baptiste Debret / public domain

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“Tudo isso contribuiu para que o entusiasmo dos primeiros dias da chegada logo se dissipasse. A colônia brasileira ganharia muito com a vinda de D. João, a começar pela sua independência, mas os problemas e o custo dos primeiros anos da família real no Rio de Janeiro foram enormes. Era preciso alimentar e pagar as despesas de uma corte ociosa, corrupta e perdulária. Isso aconteceu de duas formas. A primeira foram as listas de subscrição voluntária, que os ricos e poderosos da colônia assinaram de muito boa vontade porque tinham a certeza de obter em trocas rápidas e generosas vantagens. Como se verá (...), muita gente se enriqueceu com a chegada da família real. A segunda foi o aumento indiscriminado de taxas e impostos, que o povo todo pagou sem conseguir avaliar de imediato que benefícios teria com isso. No longo prazo, o descontentamento resultante se tornaria incontrolável.”

Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL• Vieram juntamente com a Família Real cerca

de 15000 pessoas que eram sustentadas pelo governo. A maioria passou a ocupar os principais postos na administração;

• O governador de Pernambuco, assim como os das outras províncias, era obrigado a enviar grandes somas de dinheiro para o Rio de Janeiro;

• A Influência da Independência dos EUA, da Revolução Francesa e da Independência de algumas colônias espanholas incentivaram os pernambucanos a se revoltarem contra as cortes instaladas no Rio de Janeiro;

• A chamada Revolução Pernambucana eclodiu em 6 de março de 1817, influenciada pelas ideias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas.

Imagem: Tonyjeff / public domain

Bandeira da Revolução Pernambucana

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• no momento da Insurreição, os produtores nordestinos sofriam com a flutuação do açúcar e do algodão no mercado internacional;

• Após conquistarem a cidade de Recife e derrotarem as tropas defensoras de Portugal, os revoltosos formaram um governo provisório composto por cinco membros;

• difundiram o movimento em outras capitanias do Brasil e em algumas nações europeias;

• a cidade do Recife foi cercada por embarcações que interromperam a comunicação da capitania com outras regiões;

• Os lideres acabaram sendo presos e executados.

Imagem: Autor Desconheciado / http://www.brasilescola.com/upload/e/Rev%20Pernambucana%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg

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A REVOLUÇÃO DO PORTO, 1820

Iniciado na cidade do Porto no dia 24 de Agosto de 1820, cuja burguesia mercantil se ressentia dos efeitos da elevação do Brasil a categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Entre as suas reivindicações, exigiam o imediato retorno da Corte para o reino, visto como forma de restaurar a dignidade metropolitana, o estabelecimento, em Portugal, de uma Monarquia Constitucional, e a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial). O movimento vitorioso teve como consequências o retorno da Corte, à exceção de Dom Pedro I que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente, a Portugal no ano de 1821 e, diante do progressivo aumento da pressão para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 1822.

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O RETORNO DA FAMÍLIA REAL A PORTUGAL Pressionado pelos súditos em Portugal, D. João VI anunciou sua partida e, através de um decreto, entregou a seu filho D. Pedro a regência do Brasil. Pressentindo a inevitável independência, teve o cuidado de recomendar ao regente: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros.”

O embarque da família real ocorreu em meio a grande agitação. Espalhara-se a notícia de que os navios que conduziriam a Corte estavam repletos de ouro, que o tesouro do Banco do Brasil teria sido saqueado. A agitação teria sido maior, não fosse a ordem de dispersão violenta da população que se dirigia ao porto, feita pelo próprio D. Pedro.

Imagem: Autor Desconhecido / http://4.bp.blogspot.com/_MNjvTyDyXgc/TQ9zSEBL2tI/AAAAAAAABXQ/mCkWn93f3dw/s1600/fuga_D_joao_VI.jpg

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“Dom João partiu do Rio de Janeiro em 26 de abril. Sua comitiva incluía cerca de 4000 portugueses – um terço do total que o havia acompanhado na fuga para o Rio de Janeiro, treze anos antes. Conta-se que o rei embarcou chorando de emoção. Se dependesse apenas de sua vontade, ficaria no Brasil para sempre. Porém, uma vez mais, aquele rei gordo, bonachão, sossegado, solitário e indeciso e, muitas vezes, medroso, curvava-se ao peso das responsabilidades que a História lhe impunha (...).

O retorno da corte deixou o Brasil à míngua, às vésperas de sua Independência. Ao embarcar, D. João VI raspou os cofres do Banco do Brasil e levou embora o que ainda restava do tesouro real que havia trazido para a colônia em 1808.”

Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.

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ATIVIDADES

1. (UDESC 2009) O ano de 2008 assinala os duzentos anos da chegada da Família Real ao Brasil. Sobre isso assinale a alternativa correta.

A) A monarquia que chegava ao Brasil representava, em realidade, boa parte dos ideais da Revolução Francesa e do liberalismo europeu daquele período.

B) As motivações da vinda da Família Real para o Brasil estão relacionadas mais à realidade europeia do período do que à ideia de desenvolvimento de um Brasil monárquico e posteriormente independente de Portugal.

C) Foi incentivada a manifestação pública de nossos problemas, seguindo as práticas liberais e laicas da monarquia portuguesa.

D) Chegando ao Brasil, o monarca trabalhou muito para a ampliação da cidadania.E) A política de terras foi imediatamente implementada e, em 1810, o Brasil realizava

sua primeira reforma agrária.

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2. Sobre a vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil, é correto afirmar que:A) O bloqueio continental decretado por Napoleão Bonaparte foi a gota d´água para a

mudança da sede da corte.B) Apesar da vinda da família real para o Brasil, o monopólio comercial de Portugal

continuou.C) A abertura dos portos brasileiros às nações amigas beneficiou principalmente à

Inglaterra.D) O tratado de 1810 estabelecia que a taxa alfandegária sobre produtos portugueses

vendidos para o Brasil subiria para 30%.E) A abertura dos portos beneficiou o desenvolvimento industrial do Brasil.

3. Explique o que era o Bloqueio Continental

4. Exponha duas ações tomadas por Dom João VI assim que chegou a terras brasileiras.

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5. (UFPB 2008) Há quase 200 anos, em 29 de novembro de 1807, zarpava de Portugal uma esquadra conduzindo a Família Real portuguesa para a sua Colônia americana, onde chegou em janeiro de 1808. Esse acontecimento teve muitos desdobramentos para o processo de autonomização política do Brasil. Sobre esse acontecimento e alguns de seus efeitos históricos, assinale V ou F:

( ) A fuga da Família Real portuguesa insere-se no bojo da disputa de hegemonia eco nômico-política entre a Inglaterra e a França, sendo Portugal um país-satélite nesse jogo. A transmigração para o Brasil, já cogitada pela realeza lusitana em outras ocasiões, foi uma engenhosa solução para que D. João não cedesse às pressões de Napoleão para que Portugal apoiasse a França contra a Inglaterra.

( ) Uma das primeiras medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, após sua chegada ao Brasil, foi a reafirmação do exclusivo colonial para a metrópole, consolidando o poder da burguesia comercial portuguesa. Essa medida causou revolta na elite agrária colonial nortista, especialmente a paraibana, que tinha expectativas de melhores condições de comercialização para seus produtos mediante uma política econômica liberal.

( ) A instalação do Estado português na Colônia significou a interiorização da metrópole, criando um centro de decisão (Rio de Janeiro) mais próximo dos súditos coloniais. Esse núcleo de poder possibilitou a aglutinação de algumas províncias (o chamado Sul: Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), que polarizaram a construção da futura unidade política brasileira, com certa secundarização das províncias do Norte (hoje Nordeste).

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GABARITO

1. B2. C3. Foi uma medida imposta por Napoleão Bonaparte a todas as nações que

integravam a Europa Continental. Pelo decreto, nenhuma nação europeia deveria firmar relações comerciais com a Inglaterra, maior potência industrial existente naquela época. Os países que contrariassem tal medida seriam militarmente invadidos pelas tropas de Napoleão Bonaparte.

4. Ao desembarcar no Brasil. Dom João VI estabeleceu a liberação dos portos brasileiros para outras nações estrangeiras. Além disso, desapropriou uma série de propriedades no Rio de Janeiro que serviriam para o abrigo dos membros da corte e da Família Real de Portugal.

5. V, F, V

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL: O REINO UNIDO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Luís César Amad e MELLO, Leonel Itaussu Almeida. História do Brasil. 11ª ed. São Paulo, Ed. Scipione, 1999

VICENTINO, Claúdio. História Geral e do Brasil. Vol.2. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010

FERREIRA, João Paulo Hidalgo e FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nova História Integrada: ensino médio, vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Companhia da Escola, 2005

BARBEIRO, Heródoto; CANTELLE, Bruna Renata e SCHNEEBERGER, Alberto. História: de olho no mundo do trabalho. Vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2004

AZEVEDO, Gislaine Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento: ensino médio, vol. 2. São Paulo, Ed. Ática, 2010

GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2007.

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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL: O REINO UNIDO

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS

www.historiadobrasil.net.br www.samaponline.com.brwww.yahoo.com.br www.educacao.uol.com.brwww.brasilescola.com.br www.portalsaofrancisco.com.brwww.wikipedia.com www.mundovestibular.com.brwww.mundoeducacao.com.br www.infoescola.com.brwww.culturabrasil.com.br www.blogspot.comwww.suapesquisa.com.br www.vagalume.com.brwww.juliobattiti.com.br www.idealdicas.com.br

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Tabela de Imagensn° do slide

direito da imagem como está ao lado da foto

link do site onde se consegiu a informação Data do Acesso

2 Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 /

public domainhttp://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aclama%C3%A7%C3%A3o_do_rei_Dom_Jo%C3%A3o_VI_no_Rio_de_Janeiro.jpg

29/08/2012

4 Jacques-Louis David (1748–1825) / public domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jacques-Louis_David_008.jpg

29/08/2012

5 Alex:D / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Europe1815_1905.jpg

29/08/2012

7 Autor desconhecido / disponibilizado por Dornicke / public domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Autor_n%C3%A3o_identificado_-_Embarque_da_Fam%C3%ADlia_Real_Portuguesa.jpg

29/08/2012

9 Hoshie / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:BlankMap-World-2005.png

29/08/2012

10 Manuel Dias de Oliveira / public domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Manuel_Dias_de_Oliveira_-_Retrato_de_D._Jo%C3%A3o_VI_e_D._Carlota_Joaquina.JPG?uselang=pt-br

29/08/2012

11 Joseph Fortuné-Séraphin Layraud (1834-1912) / public domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Familia_Real_1876.jpg?uselang=pt-br

29/08/2012

12 Henry L'Évêque (1768-1845) / public domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pr%C3%ADncipe_Regente_de_Portugal_e_toda_a_Fam%C3%ADlia_Real_embarcando_para_Brasil_no_cais_de_Bel%C3%A9m.jpg

29/08/2012

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Tabela de Imagensn° do slide

direito da imagem como está ao lado da foto link do site onde se consegiu a informação Data do Acesso

13 Jean-Baptiste Debret (1768–1848) / public

domainhttp://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pa%C3%A7o_Imperial_1830.jpg

29/08/2012

14 Louis Compte / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pa%C3%A7o_imperial_1850.jpg

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17 Jean baptiste Debret / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Debret,_Mercado_de_escravos.jpg

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19 Tonyjeff / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flag_Pernambucan_Revolt_of_1817.svg

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20 Autor Desconheciado / http://www.brasilescola.com/upload/e/Rev%20Pernambucana%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg

http://www.brasilescola.com/upload/e/Rev%20Pernambucana%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg

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21 Oscar Pereira da Silva (1865–1939) / public domain

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portuguese_Cortes_1822.jpg

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22 Autor Desconhecido / http://4.bp.blogspot.com/_MNjvTyDyXgc/TQ9zSEBL2tI/AAAAAAAABXQ/mCkWn93f3dw/s1600/fuga_D_joao_VI.jpg

http://4.bp.blogspot.com/_MNjvTyDyXgc/TQ9zSEBL2tI/AAAAAAAABXQ/mCkWn93f3dw/s1600/fuga_D_joao_VI.jpg

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