história e imagens: possibilidades inesgotáveis

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Ensino de História e Ensino de História e Imagens: Imagens: Possibilidades inesgotáveis Possibilidades inesgotáveis UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO Disciplina: Comunicação Educativa Disciplina: Comunicação Educativa Professora: Celia Abicalil Belmiro Professora: Celia Abicalil Belmiro Aluno: Rafael Teixeira Frade Aluno: Rafael Teixeira Frade

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Page 1: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Ensino de História e Imagens:Ensino de História e Imagens:Possibilidades inesgotáveisPossibilidades inesgotáveis

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISUNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISFACULDADE DE EDUCAÇÃOFACULDADE DE EDUCAÇÃO

Disciplina: Comunicação EducativaDisciplina: Comunicação EducativaProfessora: Celia Abicalil BelmiroProfessora: Celia Abicalil Belmiro

Aluno: Rafael Teixeira FradeAluno: Rafael Teixeira Frade

Page 2: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Ensino de História e Imagens:Ensino de História e Imagens:Possibilidades inesgotáveisPossibilidades inesgotáveis

Estudo realizado a partir das imagens da obra: Estudo realizado a partir das imagens da obra:

Viagem pitoresca e histórica ao BrasilViagem pitoresca e histórica ao Brasil, , de Jean-Baptiste Debret de Jean-Baptiste Debret

Page 3: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Aspectos relevantes:Aspectos relevantes:A utilização de imagens no ensino de história é vista A utilização de imagens no ensino de história é vista atualmente como um importantíssimo recurso didático em atualmente como um importantíssimo recurso didático em favor do aprendizado, pois elas nos apresentam aspectos do favor do aprendizado, pois elas nos apresentam aspectos do passado vivido.passado vivido.

Todavia, são necessários alguns cuidados por parte do Todavia, são necessários alguns cuidados por parte do professor como a própria seleção de imagens, o professor como a própria seleção de imagens, o conhecimento acerca dos artistas abordados e do contexto conhecimento acerca dos artistas abordados e do contexto social, político, religioso e artístico no qual a obra foi social, político, religioso e artístico no qual a obra foi produzida, etc. produzida, etc.

Um importante conceito é o de Um importante conceito é o de apropriaçãoapropriação da imagem pelo da imagem pelo espectador, pois a obra sempre é lida espectador, pois a obra sempre é lida “diversamente em “diversamente em cada época, por cada observador, de acordo com os cada época, por cada observador, de acordo com os valores, as preocupações, os conflitos, os medos, os valores, as preocupações, os conflitos, os medos, os projetos e os gostos”projetos e os gostos” (PAIVA, 2002, p. 20). (PAIVA, 2002, p. 20).

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Jorge Coli utiliza o conceito de Jorge Coli utiliza o conceito de ruído ruído criado por Umberto Eco. criado por Umberto Eco. Segundo Coli Segundo Coli “A obra é um emissor, ela envia sinais que “A obra é um emissor, ela envia sinais que recebemos. O tempo, as distâncias culturais são grandes recebemos. O tempo, as distâncias culturais são grandes causadores de ruídos, que interferem nos sinais enviados”causadores de ruídos, que interferem nos sinais enviados” (COLI, 1981, p. 71). Os ruídos são elementos que perturbam (COLI, 1981, p. 71). Os ruídos são elementos que perturbam a compreensão do sentido original da obra. Tal perturbação a compreensão do sentido original da obra. Tal perturbação é criada devido a lacunas temporais e culturais.é criada devido a lacunas temporais e culturais.Um outro importante aspecto diz respeito ao conceito de Um outro importante aspecto diz respeito ao conceito de artearte. Segundo Coli . Segundo Coli “Para decidir o que é ou não é arte, nossa “Para decidir o que é ou não é arte, nossa cultura possui instrumentos específicos”cultura possui instrumentos específicos” ( COLI, 1981, p. 10). ( COLI, 1981, p. 10). Esses instrumentos são: os discursos, as críticas acerca das Esses instrumentos são: os discursos, as críticas acerca das obras; os locais de exposição (como museus, galerias); as obras; os locais de exposição (como museus, galerias); as atitudes de admiração; a classificação e hierarquização das atitudes de admiração; a classificação e hierarquização das obras; etc.obras; etc.Após esta pequena introdução conceitual, passemos à Após esta pequena introdução conceitual, passemos à imagens e seu respectivo autorimagens e seu respectivo autor..

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Jean-Baptiste Debret (1768-1848)Jean-Baptiste Debret (1768-1848)

Debret chegou ao Brasil em 1816 juntamente com a Debret chegou ao Brasil em 1816 juntamente com a Missão Francesa. Nesta cidade ele criou a Academia Missão Francesa. Nesta cidade ele criou a Academia de Artes e Ofícios, que mais tarde passou a se chamar de Artes e Ofícios, que mais tarde passou a se chamar Academia Imperial de Belas Artes, onde lecionou Academia Imperial de Belas Artes, onde lecionou pinturapinturaEm 1831, o pintor volta a França, onde entre 1834 a Em 1831, o pintor volta a França, onde entre 1834 a 1839 produz a obra 1839 produz a obra Viagem pitoresca e histórica ao Viagem pitoresca e histórica ao BrasilBrasil. Em tal obra, Debret procura mostrar, . Em tal obra, Debret procura mostrar, principalmente aos europeus, mais do que a simples principalmente aos europeus, mais do que a simples visão de um país exótico e interessante apenas do visão de um país exótico e interessante apenas do ponto de vista da história naturalponto de vista da história natural. Mais do que isso, ele . Mais do que isso, ele buscou construir uma obra histórica; buscou construir uma obra histórica; procurou resgatar procurou resgatar particularidades do país e do povo, não se limitando particularidades do país e do povo, não se limitando apenas a questões políticas, mas também à religião, apenas a questões políticas, mas também à religião, cultura e costumes dos homens no Brasil.cultura e costumes dos homens no Brasil.

Page 6: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Debret foi convocado pelo Príncipe Regente, D. João Debret foi convocado pelo Príncipe Regente, D. João VI, a produzir retratos oficiais, ou seja, que retratassem VI, a produzir retratos oficiais, ou seja, que retratassem momentos solenes da monarquia e de seus principais momentos solenes da monarquia e de seus principais representantes;representantes;

Todavia, neste trabalho, buscaremos enfatizar as Todavia, neste trabalho, buscaremos enfatizar as imagens de Debret que estão “fora dos palácios”,ou imagens de Debret que estão “fora dos palácios”,ou seja, aquelas que representam o cotidiano. seja, aquelas que representam o cotidiano.

Viagem pitoresca e histórica ao Brasil Viagem pitoresca e histórica ao Brasil é uma obra rica é uma obra rica em detalhes. As imagens são acompanhadas de textos em detalhes. As imagens são acompanhadas de textos explicativos, o que confere a Debret um estatuto de explicativos, o que confere a Debret um estatuto de “cronista” daquele período. “cronista” daquele período.

Após esta pequena introdução sobre o autor e sua obra Após esta pequena introdução sobre o autor e sua obra passemos às imagenspassemos às imagens

Page 7: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Aplicação do CastigoAplicação do Castigo

Page 8: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

A imagem acima é muito utilizada em manuais didáticos A imagem acima é muito utilizada em manuais didáticos para ilustrar e reforçar o caráter perverso da escravidão para ilustrar e reforçar o caráter perverso da escravidão no Brasil. no Brasil.

Debret descreve em sua obra como a cena ocorreu: os Debret descreve em sua obra como a cena ocorreu: os motivos que levaram o negro a ser açoitado e a reação motivos que levaram o negro a ser açoitado e a reação das pessoas que assistiam a tudo. das pessoas que assistiam a tudo.

Mas, além do açoite, a imagem nos possibilita contemplar Mas, além do açoite, a imagem nos possibilita contemplar outras dimensões do cotidiano do Rio de Janeiro na outras dimensões do cotidiano do Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX. primeira metade do século XIX.

Na cena todas as pessoas estão voltadas para a Na cena todas as pessoas estão voltadas para a execução do castigo. À esquerda há outros escravos que execução do castigo. À esquerda há outros escravos que são representados de cabeça baixa, pois também irão são representados de cabeça baixa, pois também irão receber chibatadas. À direita há dois negros deitados com receber chibatadas. À direita há dois negros deitados com as nádegas vermelhas em sangue. Já haviam recebido o as nádegas vermelhas em sangue. Já haviam recebido o castigo. castigo.

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Em Debret os negros também aparecem Em Debret os negros também aparecem na execução de trabalhos braçais na execução de trabalhos braçais considerados penosos ou inadequados considerados penosos ou inadequados para os brancos, os quais não aparecem para os brancos, os quais não aparecem trabalhando na imagens do artista. trabalhando na imagens do artista.

Todavia, atualmente sabemos que a Todavia, atualmente sabemos que a realidade era muito diferente, pois tanto realidade era muito diferente, pois tanto escravos quanto livres realizavam tais escravos quanto livres realizavam tais tarefas. tarefas.

Vejamos algumas imagens:Vejamos algumas imagens:

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Negros serradores de tábuasNegros serradores de tábuas

Page 11: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Mesmo já existindo equipamento mecânicos Mesmo já existindo equipamento mecânicos capazes de serrar tábuas de formas mais rápida e capazes de serrar tábuas de formas mais rápida e eficaz, optava-se pelo trabalho manual. eficaz, optava-se pelo trabalho manual.

Mas a cena apresenta a engenhosidade dos Mas a cena apresenta a engenhosidade dos escravos ao utilizarem um cavalete que suporta a escravos ao utilizarem um cavalete que suporta a viga maior, dividindo o seu peso. Desta forma o viga maior, dividindo o seu peso. Desta forma o trabalhador se encontra protegido, pois evita-se que trabalhador se encontra protegido, pois evita-se que a viga caia sobre si.a viga caia sobre si.

Segundo Debret: Segundo Debret: “Esses trabalhadores robustos e “Esses trabalhadores robustos e musculosos estão sempre cobertos de suor, apesar musculosos estão sempre cobertos de suor, apesar da lentidão do seu trabalho”da lentidão do seu trabalho” (DEBRET, p. 172) (DEBRET, p. 172)

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Vendendo flores a porta de uma igrejaVendendo flores a porta de uma igreja

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A venda de flores devia-se ao hábito do brasileiro A venda de flores devia-se ao hábito do brasileiro enfeitar o cabelo com as mesmas. Nesta imagem um enfeitar o cabelo com as mesmas. Nesta imagem um negro vestido elegantemente vende cravos a uma negro vestido elegantemente vende cravos a uma senhora. senhora.

Vejamos como as flores estão bem organizadas em Vejamos como as flores estão bem organizadas em uma bandeja. uma bandeja.

Na a outra mão, ele possui uma bandeja que contém Na a outra mão, ele possui uma bandeja que contém cocos, os quais são seus, enquanto as flores são de cocos, os quais são seus, enquanto as flores são de seu patrão.seu patrão.

A mulher branca, juntamente com suas escravas, A mulher branca, juntamente com suas escravas, estão apropriadamente vestidas para a missa.estão apropriadamente vestidas para a missa.

As escravas bem vestidas são um demonstração de As escravas bem vestidas são um demonstração de poder e riqueza.poder e riqueza.

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SapatariaSapataria

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Naquele período havia no Rio dezenas de Naquele período havia no Rio dezenas de sapatarias . Sapatos de sedas eram utilizados pelas sapatarias . Sapatos de sedas eram utilizados pelas grandes senhoras e suas escravas, mas este grandes senhoras e suas escravas, mas este também eram um luxo das classes menos também eram um luxo das classes menos abastadas.Todavia, devido ao calçamento das ruas abastadas.Todavia, devido ao calçamento das ruas cariocas, estes sapatos em poucos dias estavam cariocas, estes sapatos em poucos dias estavam impróprios para o uso, exigindo constante impróprios para o uso, exigindo constante reparação ou a compra de novos calçados. reparação ou a compra de novos calçados. Na cena temos o sapateiro castigando seu escravo Na cena temos o sapateiro castigando seu escravo com uma palmatória; sua mulher, a mulata que com uma palmatória; sua mulher, a mulata que aparece alimentando seu filho assiste a tudo. Os aparece alimentando seu filho assiste a tudo. Os outros dois escravos são diaristas, o que não outros dois escravos são diaristas, o que não impede que o sapateiro os castigue se fizeram algo impede que o sapateiro os castigue se fizeram algo de errado. de errado.

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Outros aspectosOutros aspectos

Até o momento enfatizamos um lado da obra de Até o momento enfatizamos um lado da obra de Debret, na qual o negro, o escravo aparece de forma Debret, na qual o negro, o escravo aparece de forma menor, inferior ao branco, ao livre.menor, inferior ao branco, ao livre.

Todavia, a obra de Debret é muito rica e algumas de Todavia, a obra de Debret é muito rica e algumas de suas imagens nos leva a explorar outras possibilidades suas imagens nos leva a explorar outras possibilidades de interpretação da realidade brasileira.de interpretação da realidade brasileira.

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Cena de carnavalCena de carnaval

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Nesta imagem, a visão do escravo oprimido Nesta imagem, a visão do escravo oprimido desaparece. Vemos então uma sociedade que desaparece. Vemos então uma sociedade que brinca, que faz festa.brinca, que faz festa.

É um ambiente de loucura geral, de “inversão É um ambiente de loucura geral, de “inversão social”, na qual o escravo se veste de senhor e social”, na qual o escravo se veste de senhor e este de escravo. este de escravo.

Existe a guerra de limão de cheiro, na qual Existe a guerra de limão de cheiro, na qual negros e bancos participam.negros e bancos participam.

Todavia, o branco desaparece da cena. Aliás, o Todavia, o branco desaparece da cena. Aliás, o carnaval brasileiro é comparado por Debret ao carnaval brasileiro é comparado por Debret ao europeu, o qual é mais organizado e europeu, o qual é mais organizado e diversificado. diversificado.

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Casamento de negros escravos de uma Casamento de negros escravos de uma casa ricacasa rica

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Nesta imagem vemos o casamento de escravos Nesta imagem vemos o casamento de escravos de uma casa rica. Os noivos e os convidados são de uma casa rica. Os noivos e os convidados são representados com certo luxo. Todavia, os únicos representados com certo luxo. Todavia, os únicos brancos da cena são o padre e seu auxiliar.brancos da cena são o padre e seu auxiliar.

A cena privilegia os personagens e não o cenário, A cena privilegia os personagens e não o cenário, a igreja. a igreja.

As famílias mais ricas desejavam que seus As famílias mais ricas desejavam que seus escravos se casassem entre si, construindo uma escravos se casassem entre si, construindo uma nova família.nova família.

Neste caso, Debret destaca a sensualidade da Neste caso, Debret destaca a sensualidade da mulher negra, que poderia facilmente seduzir seu mulher negra, que poderia facilmente seduzir seu senhor. Por este motivo era recomendável casar senhor. Por este motivo era recomendável casar as escravas da casa.as escravas da casa.

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Uma senhora brasileira em seu larUma senhora brasileira em seu lar

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Nesta imagem Debret busca mostrar a Nesta imagem Debret busca mostrar a solidão de uma mulher em sua casa. solidão de uma mulher em sua casa. Devido a timidez, resultante da falta de Devido a timidez, resultante da falta de educação, as mulheres temem as reuniões educação, as mulheres temem as reuniões e o contato com qualquer estrangeiro. e o contato com qualquer estrangeiro. No que diz respeito à escravidão, a imagem No que diz respeito à escravidão, a imagem apresenta ser mais “suave”. A senhora e apresenta ser mais “suave”. A senhora e sua filha são representadas em um plano sua filha são representadas em um plano superior aos escravos. Todavia, o ambiente superior aos escravos. Todavia, o ambiente da cena se apresenta aconchegante. Os da cena se apresenta aconchegante. Os bebês se destacam na cena. bebês se destacam na cena.

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Outras imagens de Debret:Outras imagens de Debret:

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Negra tatuada vendendo cajuNegra tatuada vendendo caju

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Interior de uma residência de ciganosInterior de uma residência de ciganos

Page 26: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

O refresco do Largo do PalácioO refresco do Largo do Palácio

Page 27: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

O cirurgião negroO cirurgião negro

Page 28: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Família pobre em sua casaFamília pobre em sua casa

Page 29: História e Imagens: Possibilidades inesgotáveis

Um funcionário a passeio com sua famíliaUm funcionário a passeio com sua família

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Palavras finais:Palavras finais:O objetivo deste trabalho foi explorar as possibilidades do O objetivo deste trabalho foi explorar as possibilidades do ensino de história a partir da utilização de imagens. Porém, ensino de história a partir da utilização de imagens. Porém, não buscamos utilizar tais imagens apenas como instrumento não buscamos utilizar tais imagens apenas como instrumento de ilustração, mas sim como um objeto que tem algo a dizer, de ilustração, mas sim como um objeto que tem algo a dizer, que fala.que fala.

Todavia, a leitura destas imagens não se dá de forma Todavia, a leitura destas imagens não se dá de forma simples. A distância cultural e temporal é demasiada grande simples. A distância cultural e temporal é demasiada grande entre nós, expectadores do presente, e aquele que produziu entre nós, expectadores do presente, e aquele que produziu as imagens. as imagens.

Por último, é preciso dizer que a imagem é Por último, é preciso dizer que a imagem é inesgotável em inesgotável em sim mesmasim mesma. Isto é, há sempre muito mais a ser apreendido . Isto é, há sempre muito mais a ser apreendido além daquilo que nela se vê ou se lê. A compreensão e a além daquilo que nela se vê ou se lê. A compreensão e a interpretação da imagem é mutável, está em constante interpretação da imagem é mutável, está em constante mudança, assim como o discurso sobre o que é arte e mudança, assim como o discurso sobre o que é arte e história. história.

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Bibliografia:Bibliografia:

COLI, Jorge. COLI, Jorge. O que é arteO que é arte. São Paulo, Editora . São Paulo, Editora Brasiliense, 1991.Brasiliense, 1991.

Debret, Jean-Baptiste. Debret, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. ao Brasil. Volumes Volumes I, II e III, I, II e III, São Paulo, Editora da São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1972.Universidade de São Paulo, 1972.

PAIVA, Eduardo França. PAIVA, Eduardo França. História & Imagem.História & Imagem. Belo Belo Horizonte, Editora Autêntica, 2002.Horizonte, Editora Autêntica, 2002.