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    História de Moçambique

    Mapa de Moçambique.

    Moçambique  é um país da  África Austral, situado nacosta do Oceano Índico, com cerca de 20 milhões de ha-bitantes (2004). Foi uma colónia portuguesa, que se tor-

    nou independente em 25 de Junho de 1975.A  história de Moçambique  encontra-se documentadapelo menos a partir do  século X, quando um estudiosoviajante árabe, Al-Masudi descreveu uma importante ac-tividade comercial entre as nações da região do  GolfoPérsico e os “Zanj”  (os negros) da “Bilad as Sofala", queincluía grande parte da costa norte e centro do actual Mo-çambique.

    No entanto, vários achados arqueológicos permitem ca-racterizar a “pré-história” de Moçambique (antes daescrita) por muitos séculos antes. Provavelmente oevento mais importante dessa pré-história terá sido a fi-

    xação nesta região dos povos  bantu que, não só eramagricultores, mas introduziram aqui a metalurgia do ferro,entre os séculos I a IV.

    A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada noinício do século XVI, só em 1885 - com a partilha deÁfrica pelas potências europeias durante a Conferênciade Berlim - se transformou numa ocupação militar, ouseja, na submissão total dos estados ali existentes, que le-vou, nos inícios do século XX a uma verdadeira adminis-tração colonial.

    Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de10 anos, Moçambique tornou-se independente em 25 deJunho de 1975.

    1 História Pré-Colonial

    1.1 Primeiros habitantes de Moçambique

    Os primeiros habitantes de  Moçambique foram prova-velmente os Khoisan, que eram caçadores-recolectores.Há cerca de 10.000 anos a costa de Moçambique já ti-nha o perfil aproximado do que apresenta hoje em dia:uma costa baixa, cortada por planícies de aluvião e par-

    cialmente separada do Oceano Índico por um cordão dedunas. Esta configuração confere à região uma grandefertilidade, ostentando ainda hoje grandes extensões desavana onde pululam muitos animais indígenas. Haviaportanto condições para a fixação de povos caçadores-recolectores e até de agricultores.

    Nos séculos I a IV, a região começou a ser invadida pelosBantu (ver expansão bantu), que eram agricultores e jáconheciam a metalurgia do ferro[1][2][3][4][5][6][7]. A baseda economia dos Bantu era a agricultura, principalmentede cereais locais, como a mapira (sorgo) e a mexoeira;a   olaria,   tecelagem  e metalurgia encontravam-se tam-

    bém desenvolvidas, mas naquela época a   manufacturadestinava-se a suprir as necessidades familiares e ocomércio era efectuado por troca directa. Por essa razão,a estrutura social era bastante simples - baseada na “fa-mília alargada” (ou linhagem) à qual era reconhecido umchefe. Os nomes destas linhagens nas línguas locais são,entre outros: em eMakua, o Nlocko, em ciYao,  Liwele,em ciChewa, Pfuko e em chiTsonga, Ndangu.

    Apesar da sociedade moçambicana se ter tornado muitomais complexa, muitas das regras tradicionais de organi-zação ainda se encontram baseadas na “linhagem”.

    Entre os séculos IX e XIII começaram a fixar-se na costa

    oriental de África populações oriundas da região do GolfoPérsico, que era naquele tempo um importante centro co-mercial. Estes povos fundaram entrepostos na costa afri-

    1

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttps://pt.wikipedia.org/wiki/ChiTsongahttps://pt.wikipedia.org/wiki/CiChewahttps://pt.wikipedia.org/wiki/CiYaohttps://pt.wikipedia.org/wiki/EMakuahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Linhagemhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Manufacturahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tecelagemhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Olariahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mexoeirahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sorgohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Economiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Expans%C3%A3o_bantuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bantuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IVhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_Ihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Savanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Khoisanhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XXhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IVhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_Ihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bantuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sofalahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Negroshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Masudihttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_Xhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1975https://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_Australhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambique

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    2   2 HISTÓRIA COLONIAL

    cana e muitos geógrafos daquela época referiram-se a umactivo comércio com as “terras de  Sofala", incluindo atroca de tecidos da Índia por ferro, ouro e outros metais.

    De facto, o ferro era tão importante que se pensa queas “aspas” de ferro - em forma de X, com cerca de 30

    cm de comprimento, que formam abundantes achadosarqueológicos nestaregião - eram utilizadas como moeda.Mais tarde, aparentemente esta “moeda” foi substituídapor outra: tubos de penas de aves cheias de ouro em pó- os meticais cujo nome deu origem à actual moeda deMoçambique.

    Com o crescimento demográfico, novas invasões e prin-cipalmente com a chegada dos mercadores, a estruturapolítica tornou-se mais complexa, com linhagens do-minando outras e finalmente, formando-se verdadeirosestados na região. Um dos mais importantes foi o pri-meiro estado do Zimbabwe.

    1.2 O Primeiro Estado do Zimbabwe

    Embora os povos que falavam a língua chiShona - aindahoje a principal língua do Zimbabwe, com cerca de setemilhões de falantes, em vários dialectos - se tenham ins-talado na região cerca do ano 500, o primeiro estado doZimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e 1450aproximadamente na região da actual República do Zim-babwe. O seu nome deriva dos amuralhados de pedraque a  aristocracia fazia construir à volta das suas habi-

    tações e que se chamavam   madzimbabwe.

    [8]

    O que pa-rece ter sido a capital deste estado - o actual monumentodo Grande Zimbabwe - cobria uma superfície considerá-vel (incluindo não só a área dentro dos amuralhados, mastambém uma grande "cidade" de caniço, à volta daque-les), levando a pensar que tinha uma população de váriascentenas, talvez milhares de habitantes, e uma grande ac-tividade comercial.

    Em Moçambique conhecem-se também ruínas de  mad- zimbabwe, a mais importante das quais chamadaManyikeni, a cerca de 50 km de Vilankulo, na provín-cia de Inhambane, e a cerca de 450 km do Grande Zim-

    babwe.Para além da grande fertilidade da região onde este estadose estabeleceu, o apogeu do primeiroestado do Zimbabwedeve estar ligado à mineração e metalurgia do ouro, muitoprocurado pelos mercadores originários da zona do GolfoPérsico que já demandavam as “terras de Sofala", pelomenos desde o século XII.

    Cerca de 1450, o Grande Zimbabwe foi abandonado,não se conhecendo as razões desse abandono mas, pelamesma altura, verificou-se uma grande invasão de povostambém de língua chiShona que deu origem ao Impériodos Mwenemutapas. Estes invasores submeteram os po-

    vos duma região que se estendeu até ao Oceano Índico,desde o rio Zambeze até a actual cidade de Inhambane,pelo que não é claro o abandono do Grande Zimbabwe.

    1.3 O Império dos Mwenemutapas

    A invasão e conquista do norte do planalto zimbabweanopelas tropas de Nhatshimba Mutota, em 1440-1450, deuorigem a um novo estado dominado pela   dinastia  dosMwenemutapas. Estes invasores, que também falavam

    a língua chiShona estabeleceram a sua capital num localpróximo do rio Zambeze, no norte da actual provínciamoçambicana de Manica.

    No século XVI, o  Império dos Mwenemutapas  tinhaestendido o seu domínio a uma região limitada pelorio Zambeze, a norte, o  Oceano Índico, a leste, o rioLimpopo a sul e chegando a sua influência quase aodeserto do  Kalahari a sudoeste. Porém, esta última re-gião poderia estar sobre a alçada de outros estados, comoos reinos de Butua e Venda, que terão estabelecido comos Mwenemutapas relações de boa vizinhança.

    Para além de esta ser uma região fértil e não estar afec-tada pela mosca tsé-tsé, permitindo a criação de gado, oque contribuiu para a estabilidade e crescimento das po-pulações, as minas de ouro estavam principalmente loca-lizadas no interior. Por essa razão, o domínio das rotascomerciais que constituíam o Zambeze, por um lado, ede Sofala, mais a sul, conferiu aos Mwenemutapas - eraa aristocracia que controlava o comércio - uma granderiqueza.

    Foi o ouro que determinou a fixação na costa do OceanoÍndico, primeiro dos mercadores e colonos árabes oriun-dos da região do Golfo Pérsico, ainda no século XII, e

    depois dos portugueses, no dealbar do século XVI.

    2 História Colonial

    2.1 A chegada dos portugueses a Moçam-bique e o declínio do Império dos Mwe-nemutapas

    Gravura da Ilha de Moçambique (1598)

    Quando Vasco da Gama chegou pela primeira vez a Mo-çambique, em 1497, já existiam entrepostos comerciais

    https://pt.wikipedia.org/wiki/1497https://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gamahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rabeshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sofalahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mosca_ts%C3%A9-ts%C3%A9https://pt.wikipedia.org/wiki/Venda_(%C3%81frica_do_Sul)https://pt.wikipedia.org/wiki/Butuahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Kalaharihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Desertohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Limpopohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Manica_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zambezehttps://pt.wikipedia.org/wiki/ChiShonahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mwenemutapahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Dinastiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mutotahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambane_(cidade)https://pt.wikipedia.org/wiki/Zambezehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mwenemutapahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/ChiShonahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1450https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sofalahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Golfo_P%C3%A9rsicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Metalurgiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Min%C3%A9riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambane_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Vilankulohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Manyikenihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Typhahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cidadehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Zimbabwehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Monumentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocraciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwehttps://pt.wikipedia.org/wiki/ChiShonahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Meticalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Moedahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Metalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sofalahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia

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    2.3 Os Prazos   3

    árabes e uma grande parte da população tinha aderido aoIslão.

    Os mercadores portugueses, apoiados por exércitos pri-vados, foram-se infiltrando no império dos Mwenemuta-pas, umas vezes firmando acordos, noutras forçando-os.

    Em 1530 foi fundada a povoação portuguesa de Sena, em1537, de Tete, no rio Zambeze, e em 1544 de Quelimane,na costa do Oceano Índico, assenhorando-se da rota entreas minas e o oceano. Em 1607 obtiveram do rei a conces-são de todas as minas de ouro do seu território. Em 1627,o Mwenemutapa Capranzina, hostil aos portugueses, foideposto e substituído pelo seu tio Mavura; os portuguesesbaptizaram-no e este declarou-se vassalo de Portugal.

    Os Mwenemutapas reinaram até finais do século XVII,altura em que foram substituídos pela dinastia dosChangamira Dombos, outro grupo Shona que dominavao reino Butua, contribuindo assim para a extensão terri-

    torial do império. As relações dos Changamiras com osportugueses tiveram altos e baixos mas, em 1693, houveum levantamento armado em que os soldados portugue-ses que residiam na capital foram escorraçados, váriasigrejas destruídas e os portugueses impedidos, durantealgum tempo, de ter acesso ao ouro e ao comércio comos reinos indígenas.

    Por essa altura, no entanto, os portugueses controlavamo vale do Zambeze e começaram a interessar-se maispelo marfim, empreendimento que levavam a cabo poracordo com os estados Marave (ver abaixo). O impé-rio dos Mwenemutapa, embora com menos poder econó-mico, manteve-se até meados do século XIX, altura emque foi desmembrado pelos Estados Militares que se for-maram como resistência dos prazeiros à administraçãoportuguesa.

    Finalmente, a administração colonial portuguesa e britâ-nica em África terminou com o poder político dos chefesentão existentes.

    2.2 O Império Marave

    Os maraves saíram de Sul do Congo, onde habitavam e

    fixaram-se ao norte do actual Malawi, entre 1200 á 1400DC, sob o comando do chefe Karoga, tendo feito a suasegunda migração para Marávia, nas cordilheiras de Dza-ramanha, onde se dividiram em dois clãs: os Phiris e osBandas.

    Os   estados Marave  foram um conjunto de pequenosreinos formados na margem norte do rio  Zambeze   eque se tornaram importantes na história da penetraçãoportuguesa nesta região.

    A origem do nome é desconhecida, mas aparece em tex-tos antigos (séculos XVII e XVIII) e ainda hoje está asso-ciada ao de um distrito da província de Tete, a Marávia.

    O nome foi utilizado com referência à fixação nesta re-gião, entre 1200 e 1400, de um povo, cujo clã dominante,denominado Phiri, se tornou, por alianças com as linha-

    gens dominantes locais, o clã dominante. Mais recente-mente, o escritor António Rita Ferreira utilizou esta de-signação para o conjunto de tribos ali existente.

    Uma característica importante é que todos os povos daregião, embora apresentem hoje uma grande diversidade

    de línguas (do grupo de Bantu sul-central, das famíliasciNyanja, ciYao e eMakuwa) tem como forma de organi-zação da sociedade a matrilineariedade, ou seja, a trans-missão dos poderes “mágicos” e da propriedade - do pró-prio “poder” - é feita por casamento com a mulher dalinhagem que o detém.

    Os Phiri terão utilizado esse poder para expandir a suadominação e, mais tarde, os  prazeiros portugueses fize-ram o mesmo.

    2.3 Os Prazos

    Ver artigo principal: Prazos da Coroa

    Por volta de 1600, Portugal começou a enviar para Mo-çambique colonos, muitos de origem indiana, que que-riam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitasvezes casavam com as filhas de chefes locais e estabe-leciam linhagens que, entre o comércio e a  agricultura,podiam tornar-se poderosas.

    Em meados do século XVII, o governo português decideque as terras ocupadas por portugueses em Moçambiquepertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de

    arrendá-las a prazos que eram definidos por 3 gerações etransmitidos por via feminina. Esta tentativa de assegu-rar a soberania na colónia recente, não foi muito exitosaporque, de facto, os “muzungos” e as “donas” já tinhambastante poder, mesmo militar, com os seus exércitos de“xicundas”, e muitas vezes se opunham à administraçãocolonial, que era obrigada a responder igualmente pelaforça das armas.

    Não só estes senhores feudais não pagavam renda ao Es-tado português, como organizaram um sistema de cobraro “mussoco” (um imposto individual em espécie, devidopor todos os homens válidos, maiores de 16 anos) aos

    camponeses que cultivavam nas suas terras. Além disso,mineravam ouro, marfim e  escravos, que comerciavamem troca de panos e missangas que recebiam da Índia ede Lisboa. Até 1850, Cuba foi o principal destino dosescravos provenientes da Zambézia.

    Em 1870, era apenas em Quelimane (sem conseguir pe-netrar no “Estado da  Maganja da Costa") onde Portu-gal exercia alguma autoridade, cobrando o “mussoco”,instituído e cobrado pelos prazeiros. Isto, apesar de,em 1854, o governo português ter “extinguido” os Pra-zos (pela segunda vez, a primeira tinha sido em 1832).Outros decretos do mesmo ano extinguiam a escrava-

    tura (oficialmente, uma vez que os “libertos” eram le-vados à força para as ilhas francesas do Oceano Índico(Maurícia ou “ilha de França” e Reunião ou “ilha Bour-

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Reuni%C3%A3o_(ilha)https://pt.wikipedia.org/wiki/Maur%C3%ADciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Maganja_da_Costa_(distrito)https://pt.wikipedia.org/wiki/Quelimanehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zamb%C3%A9ziahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cubahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Missangahttps://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%AAxtilhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Escravohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marfimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Impostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Militarhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)https://pt.wikipedia.org/wiki/Rendahttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Prazos_da_Coroahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Prazos_da_Coroahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Matrilinearhttps://pt.wikipedia.org/wiki/EMakuahttps://pt.wikipedia.org/wiki/CiYaohttps://pt.wikipedia.org/wiki/CiNyanjahttps://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_Bantuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tribohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Rita_Ferreirahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Phirihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%A1via_Angonia(distrito)https://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zambezehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marfimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Butuahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Shonahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Changamira_Dombohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Vassalohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mavurahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Capranzinahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1627https://pt.wikipedia.org/wiki/1607https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Quelimanehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1544https://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(cidade)https://pt.wikipedia.org/wiki/1537https://pt.wikipedia.org/wiki/1530https://pt.wikipedia.org/wiki/Isl%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rabes

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    4   2 HISTÓRIA COLONIAL

    bon”, com o estatuto de “contratados”) e o imposto indi-vidual, substituindo-o pelo imposto de palhota, uma es-pécie de contribuição predial.

    Na margem direita do   rio Zambeze  e na margem es-querda da actual província de Tete, os prazos começaram

    a ser atacados, em 1830, pelos nguni que fugiam duranteo mfecane mas, aparentemente, os prazos da Zambéziaescaparam a essa sorte. Mas, apesar de “ressuscitados”por  António Enes, o grande ideólogo do   colonialismopós-escravatura, não resistiram ao capital das grandescompanhias. Depois de serem engolidos por estas, vi-ram a administração colonial organizar-se finalmente - jána segunda metade do século XIX - e utilizar a sua estru-tura feudal, depois de transformados os “xicundas” emsipaios, para submeterem os povos da região.

    Por volta de 1870, começaram a estabelecer-se em Que-limane várias companhias europeias, já não interessadas

    em escravos, nem em marfim, mas sim em oleaginosas-  amendoim,  gergelim e copra - muito procuradas nasindústrias recém-criadas de óleo alimentar, sabões e ou-tras. No princípio, comercializando com os prazeiros,induziram-nos a forçarem os seus camponeses a culti-var estes produtos. Exemplos dessas companhias são a“Fabre & Filhos” e a “Régie Ainé", ambas com sede emMarselha, a “Oost Afrikaansch Handelshuis”, holandesa,e a “Companhia Africana de Lisboa”. A “Oost” chegou aabrir em Sena uma sucursal para incentivar nessa regiãoa produção de amendoim.

    Mas a agricultura familiar não produzia as quantida-des desejadas, era necessário organizar  plantações. Énessa altura que o governador da “província ultramarina”,Augusto de Castilho, cuja administração estava desejosade ter uma base tributária para manter a ocupação do ter-ritório, emite em 1886 uma “portaria provincial” regu-lando a cobrança do “mussoco” nos Prazos (que tinhamsido “extintos” pela terceira vez seis anos antes), queincluía a obrigatoriedade dos homens válidos pagaremaquele imposto, se não em produtos, então em trabalho; édessa forma que começam a organizar-se as grandes plan-tações de coqueiros e, mais tarde, de sisal e cana sacarina.

    Em 1890, o futuro “Comissário Régio” António Enes de-creta, numa revisão do Código de Trabalho Rural de 1875(que estabelecia apenas a obrigação "moral" dos colonos[leia-se camponeses indígenas] de produzirem bens paracomercialização), que o camponês já não tem a opção depagar o “mussoco” em géneros: "…O arrendatário [dosPrazos] fica obrigado a cobrar dos colonos em trabalhorural, pelo menos metade da capitação de 800 réis, pa-

     gando esse trabalho aos adultos na razão de 400 réis por semana e aos menores na de 200 réis.” 

    Esse  decreto impunha ainda aos prazeiros a ocupaçãoefectiva das terras arrendadas e o pagamento à autori-dade colonial da respectiva renda. Mas os prazeiros nãotinham conseguido converter a sua actividade de simplesfornecedores de escravos ou de pequenas quantidades deprodutos na de organização das plantações, não só por

    falta de preparação (ou de vocação), mas também porfalta de capital. O resultado foi terem sido obrigados asubarrendar ou vender os seus prazos, terminando assima fase feudal desta porção de Moçambique.

    2.4 Os Estados Ajaua

    No rico planalto do Niassa, fixaram-se os bantu  ajaua(ou   yao   e também pronunciado   jauá),   agricultores   ecaçadores, mas também   comerciantes   que, no   séculoXVIII, já islamizados, muito contribuíram para o tráficode escravos. No século XIX, esta população expandiu-se para oeste (incluindo o Malawi) e organizou estadospoderosos no planalto, entre os quais, o Mataca, o Mu-tarica, o Mukanjila e o Jalassi. Estes estados só foramdominados pelos portugueses através da Companhia doNiassa.

    2.5 O Império de Gaza

    Ver artigo principal: Império de GazaO  Estado de Gaza  foi fundado por Sochangane (tam-

    Gungunhana, o último imperador de Gaza.

    bém conhecido por Manicusse, 1821-1858) como resul-tado do Mfecane, um grande conflito despoletado entreos Zulu por consequência do assassinato de Chaca (ouShaka) em 1828, que culminou com a invasão de grandesáreas da África Austral por exércitos Nguni. O Impériode Gaza, no seu apogeu, abrangia toda a área costeira en-tre os rios Zambeze e  Maputo e tinha a sua capital emManjacaze, na actual província moçambicana de Gaza.

    O rei de Gaza dominou os reis  Tonga   (possivelmenteo mesmo que   Tsonga, da língua  chiTsonga, a língua

    https://pt.wikipedia.org/wiki/ChiTsongahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Manjacazehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Maputohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zambezehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ngunihttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_Australhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Shakahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Chacahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zuluhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mfecanehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Manicussehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sochanganehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_de_Gazahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Malawihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Oestehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A1fico_de_escravoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A1fico_de_escravoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Isl%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Comerciantehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ca%C3%A7ahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultorhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ajauahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Niassahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Planaltohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Decretohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Moralhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1890https://pt.wikipedia.org/wiki/Cana_sacarinahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sisalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_de_Castilhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Planta%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sucursalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sena_(Mo%C3%A7ambique)https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marselhahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sab%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstriahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Coprahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gergelimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Amendoimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Oleaginosahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sipaiohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Eneshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mfecanehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ngunihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Zambezehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Contribui%C3%A7%C3%A3o_predialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_de_palhota

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    2.8 A Administração Colonial Portuguesa   5

    actualmente dominante na região sul de Moçambique)através dos membros da sua linhagem, os Nguni, co-merciando marfim, que recebia como tributo, com osportugueses, estabelecidos na costa (principalmente emLourenço Marques e Inhambane).

    Aparentemente, Sochangane não fazia comércio deescravos - os seus guerreiros eram principalmente da sualinhagem -, nem devolvia aos portugueses os escravos quefugiam para a sua guarda.

    Com a sua morte, sucedeu-lhe o seu filho Mawewe quedecidiu, em 1859, atacar os seus irmãos para ganhar maispoder. Apenas um irmão, Mzila (ou Muzila) conseguiufugir para o Transvaal, onde organizou um exército paraatacaro seu irmão. A guerra durou até1864 e, entretanto,a capital do reino mudou-se do vale do rio Limpopo paraMossurize, a norte do rio Save, na actual província mo-çambicana de Manica.

    Foi em Mossurize que, em  1884, ascendeu ao tronoNguni, Gungunhana, filho de Muzila. Gungunhana re-gressa a Manjacaze em 1889, aparentemente pressionadopelos exploradores de ouro de Manica e falta de apoioslocais. Em Gaza, Gungunhana prosseguiu a política deseu pai de assimilação dos reinos locais, os “Tonga” e deresistência à dominação portuguesa, mas essa resistêncianão durou mais de seis anos. Gungunhana foi preso eGaza finalmente submetida à administração colonial.

    2.6 Os Estados Islâmicos da Costa

    A partir do século X, os mercadores árabes que demanda-vam as costas de "Sofala" foram difundindo o islão entreas populações costeiras, mas foi apenas após a instala-ção em Zanzibar dum xeicado dependente do sultanatode Oman, no século XVII, que começaram a organizar-se pequenos estados de organização islâmica.

    Na província de  Nampula, no norte de   Moçambique,formaram-se o “Xeicado de Quitangonha”, “Reinode Sancul”, “Xeicado de Sangage” e “Sultanato deAngoche".

    2.7 As Companhias Majestáticas

    Em 1878, Portugal decide fazer a concessão de grandesparcelas do território de Moçambique a companhias pri-vadas que passaram a explorar a colónia, as companhiasmajestáticas, assim chamadas, porque tinham direitosquase soberanos sobre essas parcelas de território e seushabitantes. As principais foram a Companhia do Niassae a Companhia de Moçambique.

    Como Portugal tinha sido obrigado a ilegalizar ocomércio de escravos em 1842, apesar de fechar os olhos

    ao comércio clandestino, e não tinha condições para ad-ministrar todo o território, deu a estas companhias pode-res para instituir e cobrar impostos. Foi nessa altura que

    foi introduzido o “imposto de palhota”, ou seja, a obriga-toriedade de cada família pagar um imposto em dinheiro;como a população nativa não estava habituada às trocaspor dinheiro (para além de produzir para a própria so-brevivência), eram obrigados a trabalhar sob prisão - otrabalho forçado, chamado em Moçambique “chibalo";

    mais tarde, as famílias nativas foram obrigadas a cultivarprodutos de rendimento, como algodão ou   tabaco, queeram comercializados por aquelas companhias.

    2.8 A Administração Colonial Portuguesa

    Brasão da anterior província ultramarina de Moçambique.

    Até finais do século XIX, a presença oficial portuguesaem Moçambique limitava-se a umas poucas capitanias aolongo da costa.   Portugal, bem estabelecido em Goa, deonde vinham directamente as ordens relativas a Moçam-bique, contava que os comerciantes que se iam estabe-lecendo no interior do território formassem o substratopara uma administração efectiva. Naquela época, o fun-damental era o controlo do comércio, primeiro do ouro,nos séculosXVI e XVII,depoisdo marfim edos escravos.No entanto, a administração colonial náo conseguia se-quer cobrar os impostos relativos a esse comércio.

    Entretanto, em 1686, o Vice-Rei português baptizava, emDiu, a “Companhia dos Mazanes”, formada por ricos co-merciantes indianos, à qual eram dados privilégios no co-mércio entre aquele território e Moçambique. Ao abrigodesta companhia, começaram a fixar-se em Moçambiquedezenas de comerciantes indianos, suas famílias e em-pregados. Apesar das boas relações entre os indianos eos governantes coloniais, a situação financeira da colónianão melhorou.

    Em 1752, em face da decadência da Ilha de Moçambique,o governo do Marquês de Pombal decidiu retirar a colóniaafricana da dependência do Vice-Rei do Estado da Índiae nomear um  governador-geral, que passou a habitar oPalácio dos Capitães-Generais, confiscado aos jesuítas.

    Só depois da visita do “Emissário Régio”, António Enes,

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Eneshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Jesu%C3%ADtahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_dos_Capit%C3%A3es-Generais_(ilha_de_Mo%C3%A7ambique)https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_de_Angolahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Portugu%C3%AAs_da_%C3%8Dndiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)https://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_Jos%C3%A9_de_Carvalho_e_Melohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1752https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Diuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Vice-Reihttps://pt.wikipedia.org/wiki/1686https://pt.wikipedia.org/wiki/Impostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Escravohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marfimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Comerciantehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Goahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tabacohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Algod%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_for%C3%A7adohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADliahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Impostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1842https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_majest%C3%A1ticahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_majest%C3%A1ticahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1878https://pt.wikipedia.org/wiki/Angochehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Nampula_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Omanhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zanzibarhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Isl%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sofalahttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rabeshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mercadorhttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_Xhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_de_resist%C3%AAnciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1889https://pt.wikipedia.org/wiki/Gungunhanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1884https://pt.wikipedia.org/wiki/Manica_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Savehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mossurizehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Limpopohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Transvaalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Muzilahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mzilahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mawewehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Escravaturahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambane_(cidade)https://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Marqueshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marfim

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    6   2 HISTÓRIA COLONIAL

    em 1895 e dos acordos com o Transvaal para a edifica-ção da linha férrea, decidiu o governo colonial mudar acapital da “província” para Lourenço Marques e, com adebandada das companhias majestáticas, organizar umaadministração efectiva de Moçambique. Essa adminis-tração, que foi encetada no então distrito de Lourenço

    Marques (que incluía as actuais províncias de Maputo eGaza), tinha a forma de “circunscrições indígenas”, cujosadministradores tinham igualmente as funções de juízes.Eram coadjuvados pelos régulos, nas “regedorias” emque as circunscrições se dividiam, que eram membros daaristocracia africana (portanto, aceites pelas populações)que aceitavam colaborar com o governo colonial; as suasprincipais funções eram cobrar o “imposto de palhota” eorganizar a mão-de-obra para as minas do Rand e para asnecessidades da administração.

    Com a  abolição da escravatura  por  decreto  régio, em1875, e o seu declínio real, uns dez anos depois, o go-

    verno colonial viu-se obrigado a transformar Moçambi-que de uma colónia para extracção de recursos naturais,num território que devia produzir bens para seu consumoe para exportação para a “metrópole”. Essa foi a motiva-ção principal para o estabelecimento duma administraçãoefectiva, embora também pesassem as pressões interna-cionais decorrentes da Conferência de Berlim e das pre-tensões territoriais dos britânicos e holandeses.

    2.9 A Ocupação Militar de Nampula

    Os estados islâmicos da costa (Xeicado de Quitangonha,Reino de Sancul, Xeicado de Sangage e Sultanato de An-goche), em aliança com os pequenos reinos macuas dointerior conseguiram, até ao fim do século XIX, resistirà dominação portuguesa. Com uma técnica que, já na-quela época, era considerada de guerrilha (Teixeira Bo-telho. 1936. História Militar e Política dos Portuguesesem Moçambique. 1º vol. Centro Tipográfico Colonial,Lisboa, citado em UEM, 1982).

    Depois de muitas tentativas, em 1905, os portugueses en-cetaram uma nova tática, enviando grandes colunas mi-litares a partir da Ilha de Moçambique e  Mossuril, queavançavam ao longo dos rios, submetendo os chefes ma-cuas. Nos locais onde conseguiam a colaboração des-tes, organizaram “Circunscrições” com uma administra-ção incipiente, mas efectiva; onde não o conseguissem,instalavam “Capitanias-Mores” de base  militar. Dessaforma, conseguiram dividir o território e as suas popu-lações, incentivando as rivalidades entre si e com os es-tados islâmicos, que acabaram por entrar em declínio eforam finalmente subjugados à administração colonial.

    2.10 A resistência à ocupação colonial nosul de Moçambique

    Em 1885 (ano da Conferência de Berlim - da partilha deÁfrica), a autoridade colonial portuguesa no sul de Mo-

    çambique confinava-se a Lourenço Marques mas, com oinício da exploração das minas de ouro do Transvaal, noanoseguinte, e o consequente aumento do tráfego naqueleporto, os portugueses decidiram finalmente organizar ocontrolo das populações desta região. Estas constituíamum mercado, não só para os produtos exportados de Por-

    tugal (em particular as bebidas alcoólicas), mas tambémde mão-de-obra para as minas sul-africanas, dificultandoa sua mobilização para a construção do caminho-de-ferroque ligaria o Transvaal ao porto de Lourenço Marques.

    No ano seguinte, foi nomeado um Comissário-Residentepara Gaza, que foi “promovido” a Intendente Geral em1889, com a transferência de Gungunhana de Mossurizepara Manjacaze; em 1888, foi estabelecido um posto mi-litar perto de Marracuene e, em 1890, foi nomeado umComissário-Residente para Lourenço Marques. Entre-tanto, em 1888, as autoridades coloniais reavivaram os“Termos de Vassalagem" com os reinos da região.

    Mas estas medidas não foram suficientes, nem para co-brar o “imposto de palhota” (contribuição por  família,expresso nos “Termos de Vassalagem”, fixado naquelaaltura em 340 réis), nem para assegurar o recrutamentode mão-de-obra, uma vez que o trabalho nas minas sul-africanas rendia seis vezesmais do que os concessionáriosdo caminho-de-ferro pagavam. Em 1892, o governo deLisboa enviou a Moçambique António Enes como Co-missário Régio, para avaliar as condições económicas daProvíncia e, no mesmo ano, os portugueses conseguiramrealizar uma cobrança maciça do imposto, ameaçando osindígenas de verem as suas palhotas queimadas, se não

    pagassem.Em 1891, Gungunhana assinou com Cecil Rhodes umacordo relativo a direitos sobre a exploração de miné-rio nas suas terras, a favor da Companhia Britânica Sul-Africana, a troco dum pagamento anual de cerca de500 libras. Tornava-se claro para os portugueses que sóuma acção militar poderia forçar o estabelecimento daautoridade colonial na região. Esta acção, conhecida naaltura como "Campanha de Pacificação", foi despoletadapela recusa de Mahazula Magaia, um chefe tradicional daregião de Marracuene, em aceitar a decisão do Comis-sário Residente sobre uma disputa de terras. A questão

    chegou a vias de facto, quando a guarnição militar portu-guesa foi forçada a fugir para Lourenço Marques, perse-guida pelos exércitos de Magaia, Zihlahla e Moamba, quecercaram a cidade entre Outubro e Novembro de 1894.

    António Enes organizou as suas tropas e, no dia 2 de Fe-vereiro de 1895, perseguiu e derrotou (embora com di-ficuldade e pesadas baixas) os atacantes em Marracuene.Este dia continua a ser celebrado naquela vila com umacerimónia chamada "Gwaza Muthine". Os chefes rebel-des refugiaram-se em Gaza, sob a protecção de Gungu-nhana. Depois de várias tentativas de negociações como rei de Gaza, pedindo a extradição daqueles chefes, os

    portugueses resolveram atacar de novo. A 8 de Setem-bro, travou-se a batalha de Magul, onde se encontrava

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Magulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_Setembrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_Setembrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Extradi%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_de_Gazahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marracuenehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1895https://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_Fevereirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_Fevereirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1894https://pt.wikipedia.org/wiki/Campanhas_de_Conquista_e_Pacifica%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Autoridadehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Militarhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Brit%C3%A2nica_da_%C3%81frica_do_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Brit%C3%A2nica_da_%C3%81frica_do_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cecil_Rhodeshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%ADgenahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Impostohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Eneshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADliahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Vassalagemhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marracuenehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Manjacazehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mossurizehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gungunhanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1889https://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho-de-ferrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_(minera%C3%A7%C3%A3o)https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bebida_alco%C3%B3licahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mercadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A1fego_mar%C3%ADtimohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Transvaalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Marqueshttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1885https://pt.wikipedia.org/wiki/Militarhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mossurilhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1ticahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilhahttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Macuahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_baixoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unidohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlimhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Exporta%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Consumohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Recursos_naturaishttps://pt.wikipedia.org/wiki/Decretohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aboli%C3%A7%C3%A3o_da_escravaturahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Randhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_(minera%C3%A7%C3%A3o)https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocraciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Juizhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gaza_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Marqueshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Marqueshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_majest%C3%A1ticahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_f%C3%A9rreahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Transvaalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1895

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    2.13 O Estado Novo   7

    Zihlahla e, a 7 de Novembro, uma outra coluna proveni-ente de Inhambane defrontou-se com o exército de Gun-gunhana em Coolela, perto da sua capital. Em Dezembro,Mouzinho de Albuquerque cercou Chaimite e prendeu oimperador, que ali se tinha refugiado, mandando-o de-pois para os Açores, onde veio a morrer.

    O exército de Gungunhana continuou a resistir à autori-dade colonial, sob a liderança de Maguiguane Cossa, quesó foi derrotado a 21 de Julho de 1897, em Macontene (a10 km do Chibuto). Com esta vitória, a autoridade colo-nial foi finalmente estabelecida no sul de Moçambique.

    2.11 Companhia do Niassa e a ocupação deCabo Delgado e Niassa

    A Companhia do Niassa foi formada por alvará régio de1890, com poderes para administrar as actuais provínciasde Cabo Delgado e  Niassa, desde o rio Rovuma ao  rioLúrio e do Oceano Índico ao Lago Niassa, numa exten-são de mais de 160 mil km². Com o apoio dum pequenoexército fornecido pela administração colonial, formadopor 300 “soldados regulares” (leia-se portugueses) e 2800“sipaios” (indígenas recrutados noutras regiões de Mo-çambique), a Companhia tentou ocupar militarmente oterritório a partir de 1899. Teve imediato êxito na con-quista das terras do Chefe Mataca (ver Os Estados Ajaua,acima), que tinha abandonado a sua sede, e asseguraruma posição militar em Metarica, no Niassa. Em 1900e 1902, tomou Messumba e Metangula, nas margens do

    Lago Niassa.Durante a Primeira Guerra Mundial, o território da Com-panhia foi palco de várias operações de resistência porparte dos chefes locais e invadido pelos   alemães   (verTriângulo de Quionga). Para resistir a essa invasão, foiaberta uma estrada de mais de 300 km, entre Mocím-boa do Rovuma e Porto Amélia (actual Pemba), o quesignificou a ocupação efectiva do planalto de Mueda; noentanto, só em 1920 a Companhia conseguiu asseguraressa ocupação, depois de várias operações militares con-traos macondes, fortemente armados. Como se verá maistarde, esta tribo foi um dos primeiros e principais supor-

    tes da Luta Armada de Libertação Nacional.Em 1929 extingue-se a Companhia do Niassa, passandoo território para a administração directa do governo colo-nial. No entanto, as estruturas administrativas, na formade circunscrições e regulados, asseguradas por agentes doEstado, já tinham sido implantadas em grande parte doterritório.

    2.12 Política colonial entre 1900 e 1930

    Com a derrota militar dos chefes locais, o governo da

    Província pode finalmente organizar a administração doterritório, com a instituição do Regulado. O governo re-crutava membros da aristocracia indígena como Régulos,

    encarregados da colectado imposto-de-palhota, do recru-tamento de trabalhadores para a administração e da proi-bição da venda de quaisquer bebidas alcoólicas que nãofossem provenientes da Metrópole.

    Para além disso e, na impossibilidade de impedir a

    migração  de trabalhadores para as minas sul-africanas,firmou um acordo, primeiro com a   República Sul-Africana e, quando esta foi submetida pelos britânicos,com a respectiva autoridade, regulamentando o trabalhomigratório e assegurando o tráfico através do porto deLourenço Marques. No primeiro acordo, o governo daProvíncia recebia uma taxa por cada trabalhador recru-tado; mais tarde, o acordo incluía a retenção de metadedo salário dos mineiros, que era pago à colónia em ouro,sendo o montante respectivo entregue aos mineirosno seuregresso, em moeda local.

    2.13 O Estado Novo

    Proposta (não oficial) de bandeira para Moçambique enquantocolónia.

    Ver artigo principal: Estado Novo (Portugal)

    Com a "eleição" de Óscar Carmona, em 1928, que cha-mou Salazar para seu ministro das finanças, a adminis-tração das colónias como fonte de matérias primas paraa indústria da “metrópole” tornou-se mais eficiente. Em

    1930 foi publicado o Acto Colonial, legislação que orga-nizava o papel do Estado nas colónias portuguesas:

    •  a nomeação de administradores para as circunscri-ções “indígenas”, que passaram a organizar os seuspequenos exércitos de sipaios;

    •   os recenseamentos que determinavam a cobrança deimpostos e a “venda” de mão-de-obra para as minassul-africanas;

    •   a criação de “Tribunais Privativos dos Indígenas";

    •  a definição da Igreja Católica como principal força“civilizadora” dos indígenas, passando a ser a prin-cipal forma de educação.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%ADgenahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3licahttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sipaiohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Acto_Colonialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1930https://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstriahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_primahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Oliveira_Salazarhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1928https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93scar_Carmonahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Portugal)https://pt.wikipedia.org/wiki/Ourohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Sul-Africanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Sul-Africanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Migra%C3%A7%C3%A3o_humanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Metr%C3%B3polehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bebida_alco%C3%B3licahttps://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9gulohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aristocraciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1929https://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Macondeshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Planalto_de_Muedahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_de_Quiongahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Metangulahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%ADgenahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcitohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Niassahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_%C3%8Dndicohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_L%C3%BAriohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_L%C3%BAriohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Rovumahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Niassa_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Delgadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1890https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_do_Niassahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Combate_de_Macontenehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1897https://pt.wikipedia.org/wiki/21_de_Julhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Maguiguane_Cossahttps://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7oreshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Chaimitehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_da_Silva_Mouzinho_de_Albuquerquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Coolelahttps://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Novembrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zihlahla

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    8   3 HISTÓRIA PÓS-INDEPENDÊNCIA

    Depois, com a nova constituição portuguesa em 1933,Salazar e os seus braços nas colónias transportaram paraÁfrica (e Índia) a repressão mais brutal sobre os indíge-nas, ao mesmo tempo em que incentivavam os seus cida-dãos mais pobres a emigrarem para essas terras.

    Na década de 1950, o governo colonial lançou os Planosde Fomento para as colónias, incluindo o financiamentoà construção de infraestruturas (principalmente as queestavam relacionadas com o  comércio   regional, comoos portos e  caminhos de ferro) e à fixação de colonos.O I Plano de Fomento, relativo aos anos 1953-1958,previa um investimento em Moçambique de 1.848.500contos, com 63% destinados às  infraestrutura e 34% ao“aproveitamento de recursos e povoamento". Ao abrigodeste investimento, em 1960 já tinham sido instaladas nocolonato do Limpopo 1400 famílias.

    Apenas na   década de 1960   se deu início a alguma

    industrialização.

    2.14 A Guerra de Libertação

    Ver artigo principal:   Luta Armada de LibertaçãoNacional

    Para além das várias acções de   resistência   ao domí-nio  colonial, a última das quais culminou com a pri-são e  deportação do imperador Gungunhana, a fase fi-nal da luta de libertação de Moçambique começou com a

    independência das colónias francesas e inglesas de África.Em 1959-1960, formaram-se três movimentos formaisde resistência à dominação portuguesa de Moçambique:

    •  UDENAMO - União Democrática Nacional de Mo-çambique;

    •   MANU -  Mozambique African National Union  (àmaneira da KANU do Quénia); e

    •  UNAMI - União Nacional Africana para Moçambi-que Independente.

    Estes três movimentos tinham sede em países diferentese uma base social e étnica também diferentes mas, em1962, sob os auspícios de Julius Nyerere, primeiro pre-sidente da Tanzânia, estes movimentos uniram-se paradarem origem à FRELIMO - Frente de Libertação deMoçambique - oficialmente fundada em 25 de Junho de1962.

    O primeiro presidente da FRELIMO foi o Dr.  EduardoChivambo Mondlane, um antropólogo que trabalhava naONU e que já tinha tido contactos com um governanteportuguês, Adriano Moreira. Nesta altura, ainda se pen-sava que seria possível conseguir a independência das co-lónias portuguesas sem recorrer à luta armada.

    No entanto, os contactos diplomáticos estabelecidos nãoresultaram e a FRELIMO decidiu entrar pela via da

    guerra de guerrilha para tentar forçar o governo portu-guês a aceitar a independência das suas colónias. A LutaArmada de Libertação Nacional foi lançada oficialmenteem 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto ad-ministrativo  de Chai no atual distrito de Macomia, pro-víncia de Cabo Delgado.

    A guerra de libertação, uma luta de guerrilha, expandiu-se para as províncias de Niassa e Tete e durou cerca de10 anos. Durante esse período, foram organizadas váriasáreas onde a administração colonial já não tinha controlo- as Zonas Libertadas - e onde a FRELIMO instituiu umsistema de governo baseado na sua necessidade em terbases seguras, abastecimento em víveres e vias de comu-nicação com as suas bases recuadas na Tanzânia e com asfrentes de combate.

    Finalmente, a guerra terminou com os Acordos de Lu-saka, assinados a 7 de Setembro de 1974 entre o governo

    português e a FRELIMO, na sequência da Revoluçãodos Cravos. Ao abrigo desse acordo, foi formado umGoverno de Transição, chefiado por Joaquim Chissano,que incluía ministros nomeados pelo governo portuguêse outros nomeados pela FRELIMO. A soberania portu-guesa era representada por um Alto Comissário,  VítorCrespo.

    3 História Pós-Independência

    Moçambique tornou-se independente de Portugal em 25

    de Junho de 1975. O primeiro governo, dirigido porSamora Machel, foi formado pela FRELIMO, a organi-zação política que tinha negociado a independência comPortugal.

    3.1 As nacionalizações

    O mandato deste primeiro governo de Moçambique in-dependente era o de restituir ao povo moçambicano osdireitos que lhe tinham sido negados pelas autoridadescoloniais.

    Com esse fim, em 24 de Julho de 1975, o governo decla-rou a nacionalização da Saúde, da Educação e da Justiçae, em 1976, das casas de rendimento, ou seja, qualquermoçambicano ou estrangeiro residente passou a ter di-reito a ser proprietário duma casa para habitação perma-nente e de uma de férias, mas perdeu o direito a arrendarcasas de habitação a outrem. O governo assumiu a ges-tão das casas que estavam arrendadas nessa altura, for-mando para isso uma empresa denominada Administra-ção do Parque Imobiliário do Estado ou APIE.

    Em relação à Saúde, o governo transferiu para as unida-des estatais (Ministério e hospitais), o equipamento e pes-

    soal dos consultórios e clínicas privadas e das empresasde funerais. Na Educação, o estado nomeou administra-dores para as escolas privadas, cujo pessoal passava à res-

    https://pt.wikipedia.org/wiki/APIEhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Habita%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1976https://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7ahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAdehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionaliza%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1975https://pt.wikipedia.org/wiki/24_de_Julhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAnciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMOhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Samora_Machelhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1975https://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADtor_Manuel_Trigueiros_Crespohttps://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADtor_Manuel_Trigueiros_Crespohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Alto_Comiss%C3%A1riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ministro_(pol%C3%ADtica)https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Chissanohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Governo_de_Transi%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_dos_Cravoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_dos_Cravoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/1974https://pt.wikipedia.org/wiki/7_de_Setembrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Lusakahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Lusakahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zonas_Libertadashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tete_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Niassa_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Delgado_(prov%C3%ADncia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Macomia_(distrito)https://pt.wikipedia.org/wiki/Chaihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Posto_administrativohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Posto_administrativohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1964https://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Setembrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilhahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Diplomaciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Adriano_Moreirahttps://pt.wikipedia.org/wiki/ONUhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Mondlanehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Mondlanehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1962https://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Junhohttps://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMOhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tanz%C3%A2niahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Julius_Nyererehttps://pt.wikipedia.org/wiki/UNAMIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%A9niahttps://pt.wikipedia.org/wiki/KANUhttps://pt.wikipedia.org/wiki/MANUhttps://pt.wikipedia.org/wiki/UDENAMOhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAnciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gungunhanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Imperadorhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Deporta%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_(hist%C3%B3ria)https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_de_resist%C3%AAnciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_Armada_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Industriahttps://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1960https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Limpopohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Colonatohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Povoamentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura_(engenharia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferroviahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_(transporte)https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Planos_de_Fomentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Planos_de_Fomentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1950https://pt.wikipedia.org/wiki/Emigra%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1933

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    3.4 A Guerra Civil    9

    ponsabilidade do Estado. Muitas das unidades privadasde saúde e educação pertenciam a igrejas cristãs, princi-palmente à Igreja Católica, e estas nacionalizações, asso-ciadas à propaganda oficial socialista e fortemente laica,também considerada como “anti-religiosa”, criaram umclima de animosidade entre algumas destas igrejas e seus

    crentes e o estado (ou a FRELIMO, que era de facto aforça política que comandava o estado).

    Estas nacionalizações foram a causa próxima para umavaga de abandono do país de muitos indivíduos que eramproprietários daqueles serviços sociais ou simplesmentese encontravam habituados aos serviços de determina-dos especialistas ou ao atendimento exclusivo; como es-ses indivíduos, na maioria portugueses, eram muitas ve-zes igualmente proprietários de fábricas, barcos de pescaou outros meios de produção, o governo viu-se obrigadoa assumir a gestão dessas unidades de produção. Numaprimeira fase, organizou-se, para as unidades mais pe-

    quenas, um sistema de  auto-gestão  em que comités detrabalhadores, normalmente organizados pelas células daFRELIMO, também chamadas Grupos Dinamizadores,assumiam a gestão de facto.

    Mais tarde, em face da falta de capacidade de gestão e dasdificuldades económicas prevalecentes, o governo come-çou a aglutinar pequenas empresas do mesmo ramo, pri-meiro em Unidades de Direcção e depois em EmpresasEstatais.

    3.2 As Empresas Estatais

    As primeiras  Empresas Estatais (EE) foram formadasainda dentro do mesmo espírito de que o Estado deve-ria assegurar ao Povo os bens de primeira necessidade“livres” da exploração mercantilista. Uma destas empre-sas foi uma “importação” das zonas libertadas: a EE dasLojas do Povo, uma empresa de grandes supermercadosde comércio geral.

    Outras EE do ramo comercial foram a PESCOM, queassegurava a importação e distribuição de carapau, queera a base proteica mais facilmente disponível e, maistarde, da exportação do camarão e outros mariscos das

    EE de pesca; a ENACOMO que era uma importadora eexportadora de produtos principalmente agrícolas; a ME-DIMOC, ainda hoje existente, que assegurava a importa-ção de medicamentos e material hospitalar.

    3.3 A socialização do campo

    Um dos pilares da estratégia de desenvolvimento dese-nhada pela  FRELIMO   nos primeiros anos a seguir àIndependência foi a  socialização do campo. Com estapolítica, o governo pretendia promover o aumento da pro-

    dução agrícola, uma vez que mais de 80% da populaçãovivia nas zonas rurais, ao mesmo tempo que melhoravaas suas condições de vida.

    O governo colonial tinha aproveitado as excelentes condi-ções naturais de Moçambique, em termos de clima, solose água, para fomentar culturas de rendimento, como oalgodão, o caju, o chá e outras baseando-se, quer emcompanhias privadas que detinham a concessão de vastasáreas onde exerciam o monopólio da venda de insumos

    e da compra dos produtos, quer de instituições estatais(como, por exemplo, o Instituto do Algodão) que apoi-avam os agricultores nesses serviços, mas dando priori-dade aos colonos portugueses agregados nos colonatos.

    O novo governo de Moçambique decidiu que o desenvol-vimento agrícola deveria ter como base as cooperativasagrícolas - às quais o governo deveria assegurar o aprovi-sionamento em sementes e outros insumos e, ao mesmotempo, a compra da produção de rendimento - com oscamponeses organizados em aldeias comunais, que eramagregados populacionais, onde o governo iria apoiar naconstrução de infraestruturas sociais, como escolas, cen-

    tros de saúde e rede viária, mas tendo como base o podereconómico das cooperativas e a mão de obra rural.

    A organização das cooperativas e mesmo das aldeias co-munais não foi difícil, dado o clima de euforia e deorganização que se vivia naqueles primeiros anos daindependência, mas a acção do estado em termos deaprovisionamento  e de compra da produção, e mesmoda organização das infraestruturas sociais, não conseguiuacompanhar o esforço dos camponeses.

    Então, no início dos anos 1980 - quando o Presidente Sa-mora “decretou” a década de 1981-1990 como a “décadada vitória sobre o subdesenvolvimento" - o estado mudoua sua estratégia para a organização de grandes empresasestatais  no campo, essa organização tomava a forma demachambas estatais. Pretendia-se com essa estratégiaque os camponeses continuassem a produzir a sua basealimentar (dentro da forma de organização dos Bantu é aMulher que assegura a alimentação da família), enquantoas terras dos antigos colonatos passavam a ser geridascentralmente e a sua produção assegurada com base namão-de-obra local.

    3.4 A Guerra Civil

    Ver artigo principal:  Guerra de desestabilização deMoçambique

    Apesar da transição para a independência ter sido pací-fica,   Moçambique não conheceu a Paz durante muitosanos. Imediatamente a seguir à independência, algunsmilitares (ou ex-militares) portugueses e dissidentes daFRELIMO instalaram-se na Rodésia, que vivia uma situ-ação de “independência unilateral” não reconhecida pelamaior parte dos países do mundo. O regime de Ian Smith,

    já a braços com um movimento interno de resistênciaque aparentemente tinha algumas bases em Moçambique,aproveitou esses dissidentes para atacar essas bases.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Ian_Smithhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rod%C3%A9siahttps://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMOhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Portugalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_desestabiliza%C3%A7%C3%A3o_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_desestabiliza%C3%A7%C3%A3o_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bantuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Machambahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_estatalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_estatalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Subdesenvolvimentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aprovisionamentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aldeia_comunalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cooperativahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Colonatohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Monop%C3%B3liohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Cajuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Algod%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Solohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Climahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAnciahttps://pt.wikipedia.org/wiki/FRELIMOhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pescahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Camar%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Carapauhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Importa%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lojas_do_Povohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zonas_libertadashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mercantilismohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_estatalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_estatalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Unidades_de_Direc%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Grupos_Dinamizadoreshttps://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula_(pol%C3%ADtica)https://pt.wikipedia.org/wiki/Auto-gest%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Socialistahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica

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    10   3 HISTÓRIA PÓS-INDEPENDÊNCIA

    De facto, a FRELIMO apoiava esses rebeldes rodesianose, em 1976, o governo de Moçambique declarou ofici-almente aplicar as sanções estabelecidas pela ONU con-tra o governo ilegal de Salisbúria e fechou as fronteirascom aquele país. A Rodésia dependia em grande partedo corredor da Beira, incluindo a linha de caminhos de

    ferro, a estrada e o oleoduto que ligavam o porto da Beiraàquele país encravado. Embora, a Rodésia tivesse boasrelações com o regime sul-africano do apartheid, este fe-cho das suas fontes de abastecimento foi um duro golpepara o regime rodesiano.

    Pouco tempo depois, para além de intensificarem osataques contra estradas, pontes e colunas de abasteci-mento dentro de Moçambique, os rodesianos oferece-ram aos dissidentes moçambicanos espaço para forma-rem um movimento de resistência - a “REsistência NA-cional MOçambicana” ou RENAMO - e criarem uma es-tação de rádio usada para propaganda antigovernamental.

    Até 1980, data da independência do Zimbabwe, a RE-NAMO continuou os seus ataques a aldeias e infraestru-turas sociais em Moçambique, semeando minas terres-tres em várias estradas, principalmente nas regiões maispróximas das fronteiras com a Rodésia. Estas acções ti-veram um enorme papel desestabilizador da economia,uma vez que não só obrigaram o governo a concentrarimportantes recursos numa máquina de guerra, mas prin-cipalmente porque levaram ao êxodo de muitos milharesde pessoas do campo para as cidades e para os países vi-zinhos, diminuindo assim a produção agrícola.

    Com a independência do Zimbabwe, a RENAMO foiobrigadaamudarasuabasedeapoioparaaÁfricadoSul,o que conseguiu com muito sucesso, tendo tido amploapoio das forças armadas sul-africanas. Para além disso,estas forças realizaram vários “raids”  terrestres e aéreoscontra Maputo, alegadamente para destruírem “bases” doANC. No entanto, o governo de Moçambique, que já ti-nha secretamente encetado negociações com o governosul-africano e com a própriaRENAMO, assinou em 1983um acordo de “boa vizinhança” com aquele governo, queficou conhecido como o Acordo de Nkomati, segundoo qual o governo sul-africano se comprometia a aban-donar o apoio militar à RENAMO, enquanto que o go-

    verno moçambicano se comprometia a deixar de apoiaros militantes do ANC que se encontravam em Moçambi-que.

    Em 1986, a RENAMO tinha já estabelecido uma basecentral na  Gorongosa  e expandido as acções militarespara todas as províncias de Moçambique, contando aindacom o apoio do Malawi, cujo governo tinha boas relaçõescom o regime do apartheid. Nesta altura, a RENAMOtinha conseguido alcançar um dos seus objectivos estra-tégicos que consistiu em obrigar o governo a abando-nar a sua política de “socialização do campo” através dasaldeias comunais e machambas estatais.

    Em vista dos problemas económicos que Moçambiqueatravessava, o governo assinou um acordo com o Banco

    Mundial e FMI em 1987, que o obrigaram a abandonarcompletamente a política "socialista". A guerra, porém,só terminou em 1992 com o Acordo Geral de Paz, assi-nado em Roma a 4 de Outubro, pelo Presidente da Repú-blica, Joaquim Chissano e pelo presidente da RENAMO,Afonso Dhlakama, depois de cerca de dois anos de con-

    versações mediadas pela Comunidade de Santo Egídio,uma organização da igreja católica, com apoio do governoitaliano.

    Nos termos do Acordo, o governo de Moçambique soli-citou o apoio da ONU para o desarmamento das tropasbeligerantes. A ONUMOZ foi a força internacional queapoiou neste trabalho, que durou cerca de dois anos e queculminou com a formação dum exército unificado e coma organização das primeiras eleições gerais multipartidá-rias, em 1994.

    3.5 O PRE ou início do neoliberalismoeconómico

    Ver artigo principal:   Programa de ReestruturaçãoEconómica

    Com o objectivo de proteger o poder de compra da mai-oria da população, o estado tinha fixado os  preços dosprodutos de primeira necessidade e as taxas de câmbio.Como os termos de troca se foram deteriorando e, entre-

    tanto, a guerra de desestabilização tinha já começado afazer sentir os seus efeitos, o país viu-se sem divisas paraimportar os bens de consumo e as matérias primas neces-sárias para o funcionamento da economia. O mercadonegro, tanto de bens de consumo, como de divisas, tinhatomado conta desta.

    O governo de Moçambique viu-se então obrigado a as-sinar acordos com o   Banco Mundial   e  FMI e lançar,em 1987, um “Programa de Reestruturação Económica”,mais conhecido pela sigla PRE, que deveria modificara política económica de Moçambique e relançar a eco-nomia. A primeira medida que o governo tomou foi a

    desvalorização  do Metical  que, em cerca de dois anosatingiu mais de 1000%. Ao mesmo tempo, desinde-xou os preços dos bens de consumo, com excepção doscombustíveis (continuam até hoje, 2007, a ser indexadospelo governo) e do pescado, considerados produtos estra-tégicos de consumo e exportação (o camarão).

    Em breve se seguiu o programa de privatização das em-presas estatais e intervencionadas. Uma das medidastendentes a evitar o empobrecimento generalizado foia transformação de algumas empresas estatais e bancosem sociedades anónimas, através da atribuição de quotasaos seus   gestores, ou mesmo a números maiores de

    funcionários. No entanto, a maior parte das empresas fo-ram privatizadas segundo as regras do Banco Mundial,que era a instituição mentora deste programa.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Funcion%C3%A1riohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gestorhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Quotahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_an%C3%B3nimahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bancohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Privatiza%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Camar%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Exporta%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pescadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Combust%C3%ADvelhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Meticalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Desvaloriza%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/FMIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Mundialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_negro_(economia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_negro_(economia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Economiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bens_de_consumohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Moedahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_desestabiliza%C3%A7%C3%A3o_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_de_c%C3%A2mbiohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cesta_b%C3%A1sicahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pre%C3%A7ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_de_comprahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Reestrutura%C3%A7%C3%A3o_Econ%C3%B3micahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Reestrutura%C3%A7%C3%A3o_Econ%C3%B3micahttps://pt.wikipedia.org/wiki/ONUMOZhttps://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1liahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_cat%C3%B3licahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_de_Santo_Eg%C3%ADdiohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_Dhlakamahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Chissanohttps://pt.wikipedia.org/wiki/4_de_Outubrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Romahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Geral_de_Pazhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1992https://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1987https://pt.wikipedia.org/wiki/FMIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Mundialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Mundialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Machambas_estataishttps://pt.wikipedia.org/wiki/Aldeias_comunaishttps://pt.wikipedia.org/wiki/Malawihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Gorongosahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1986https://pt.wikipedia.org/wiki/Militantehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Nkomatihttps://pt.wikipedia.org/wiki/1983https://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso_Nacional_Africanohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Maputohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Terrestrehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_terrestrehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_terrestrehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1980https://pt.wikipedia.org/wiki/RENAMOhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheidhttps://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Corredor_da_Beirahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Hararehttps://pt.wikipedia.org/wiki/ONU

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    3.6 O Multipartidarismo

    A  Constituição de 1990  introduziu no sistema políticomoçambicano a possibilidade da organização de partidospolíticos que poderiam passar a participar na governaçãodo País.

    As primeiras eleições multipartidárias realizaram-se em1994, com a participação de vários partidos. A  Frelimofoi o partido mais votado, passando a ter maioria noparlamento e a constituir governo.

    4 Ver também

    •  Lista dos responsáveis pela administração colonialde Moçambique

    5 Referências

    [1]  http://www.sciencemag.org/cgi/data/1172257/DC1/1

    [2]  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15340834

    [3]  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19383166

    [4]  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21109585

    [5]  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453002

    [6]  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19425093

    [7]   http://beta.mnet.co.za/carteblanche/Article.aspx?Id=2619

    [8] Department of Arts of Africa, Oceania, and the Ameri-cas.  Great Zimbabwe (11th-15th century). In HeilbrunnTimeline of Art History. Nova Iorque, The MetropolitanMuseum of Art, 2000. (em inglês)

    6 Bibliografia

    •   FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MOÇAMBI-QUE.  História de Moçambique. Porto, Afronta-

    mento, 1971. Disponível em (Consultado em 27de Fevereiro de 2010)

    •   HEDGES, David (coord.).   História de Moçambi-que: Moçambique no auge do colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Univer-sitária, Universidade Eduardo Mondlane, 1999.

    •   LAMBERT, Jean-Marie Lambert.   História daÁfrica Negra, Ed. Kelps, 2001.

    •  NEWITT, Malyn.  História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997.

    •  PÉLISSIER, René.   História de Moçambique: for-mação e oposição: 1854-1918 . 2 vols., Lisboa, Edi-torial Estampa, 1987-1988

    •  SERRA, Carlos (coord.).  História de Moçambique: Parte I - Primeiras Sociedades sedentárias e impactodos mercadores, 200/300- 1885; Parte II - Agressãoimperialista, 1886-1930. Vol. 1, 2.ª edição, Ma-puto, Livraria Universitária, Universidade EduardoMondlane, 2000.

    •   SOUTHERN, Paul.   Portugal: The Scramble for Africa. Bromley, Galago Books, 2010.

    7 Ligações externas

    •   20 anos de paz em Moçambique - Especial da DW

    http://www.dw.de/dw/article/0,,16237102,00.htmlhttps://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesahttp://www.metmuseum.org/toah/hd/zimb/hd_zimb.htmhttp://beta.mnet.co.za/carteblanche/Article.aspx?Id=2619http://beta.mnet.co.za/carteblanche/Article.aspx?Id=2619http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19425093http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453002http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21109585http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19383166http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15340834http://www.sciencemag.org/cgi/data/1172257/DC1/1https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_respons%C3%A1veis_pela_administra%C3%A7%C3%A3o_colonial_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_respons%C3%A1veis_pela_administra%C3%A7%C3%A3o_colonial_de_Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Parlamentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Frelimohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1994https://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_pol%C3%ADticohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_pol%C3%ADticohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambiquehttps://pt.wikipedia.org/wiki/1990https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o

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    12   8 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM 

    8 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

    8.1 Texto

    •  História de Moçambique Fonte:   https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Mo%C3%A7ambique?oldid=44435399 Contribui-dores:  JoaoMiranda, Muriel Gottrop, Mschlindwein, Rui Silva, Heitor, LeonardoRob0t, Lusitana, Teixant, Nuno Tavares, Indech, NTBot,RobotQuistnix, Angrense, André Koehne, Leandrod, Agil, Manuel de Sousa, Santosga, Jsobral, Neko, Joseolgon, Gabrielt4e, PatríciaR,LijeBot, Pikolas, João Sousa, Reynaldo, Yanguas, Cadum, Rei-bot, Ródi, Capmo, Luiza Teles, Barão de Itararé, Acscosta, Carlos28,TXiKiBoT, Gunnex, VolkovBot, SieBot, Lechatjaune, Yone Fernandes, Bluedenim, LeoBot, PixelBot, BotSottile, Vini 17bot5, FiriBot,Luckas-bot, J. Patrick Fischer, Jonathan Malavolta, Vanthorn, Salebot, JotaCartas, RibotBOT, Aadivinha, Brasileiro1500, Marcos Eliasde Oliveira Júnior, HVL, EmausBot, PedR, PauloEduardo, DARIO SEVERI, Tonton Bernardo, Halwinter, Zoldyick, Dexbot, Legobot,Rodrigolopesbot e Anónimo: 47

    8.2 Imagens

    •   Ficheiro:1598_Mosambique_Kaerius.jpg Fonte:  https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1d/1598_Mosambique_Kaerius.jpg Licença:  Public domain Contribuidores:   Historiccities Artista original:  Pieter van der Keere

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    8.3 Licença

    •   Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0

    https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/Mo%25C3%25A7ambique_mapa.gifhttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Magnifying_glass_01.svghttp://en.wikipedia.org/wiki/CIA_World_Fact_Book.pdfhttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/LocationAfrica.pnghttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/95/Gungunhana.jpghttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_5//commons.wikimedia.org/wiki/User:Brian_Boruhttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Flag_of_Mozambique_%2528proposal_1967%2529.pnghttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Flag_of_Mozambique_%2528proposal_1967%2529.pnghttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_5//commons.wikimedia.org/wiki/User:Darwinekhttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/44/Flag-map_of_Mozambique.svghttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/44/Flag-map_of_Mozambique.svghttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_5//commons.wikimedia.org/wiki/User:Thommy9http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_5//en.wikipedia.org/wiki/Image:Mocambique.jpghttp://flagspot.net/flags/pt_col.html#coashttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c7/Coat_of_arms_of_Portuguese_East_Africa_%25281935-1951%2529.svghttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c7/Coat_of_arms_of_Portuguese_East_Africa_%25281935-1951%2529.svghttp://commons.wikimedia.org/wiki/Pieter_van_der_Keere.pdfhttp://historic-cities.huji.ac.il/mozambique/mozambique/maps/langenes_kaerius_mozambique.htmlhttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1d/1598_Mosambique_Kaerius.jpghttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1d/1598_Mosambique_Kaerius.jpghttps://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%25C3%25B3ria_de_Mo%25C3%25A7ambique?oldid=44435399