historia das relações internacionais capitulo 4

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Elton Janchevis 110157 A instabilidade internacional (1919-1939) (Capitulo 4) Os analistas não nomearam uniformemente o período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, como por exemplo, "bipolaridade" ou "guerra fria", palavras usadas após a Segunda Guerra mundial. Existiu uma convergência entre os analistas para descrever esse período: um período de "paz ilusória" ou "paz frustrada" para Jean-Baptiste Duroselle, de "crises" para Pierre Renouvin, de "turbulência européia" para René Girault e Robert Frank, um "arranjo de transição" entre os vencedores para Adam Watson, uma "era de catástrofe" para Erick Hobsbawm, que considera o período de 1914-1945. Três perguntas são importantes nesse momento, a primeira , como foi regulamentada a paz ao término da Primeira Guerra Mundial ; a segunda como se daria o desmonte do mundo liberal edificado no século XIX , e a terceira é como os países iriam se comportar em um novo contexto internacional. 4.1 A regulamentação da paz e as falhas da ordem 4.1.1 A conferencia de Paz: decisões inadequadas A Conferência de Paz, instalada em 1919, tinha problemas na origem: (a) Os 27 países , que haviam coligado contra Alemanha e seus aliados, tornava as discussões difíceis, e por isso foi necessário a criação de um mecanismo pelo qual cinco grandes potencias ( Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Itália e Japão) reuniam-se para sessões uteis; (b) os vencidos e a URSS ficaram de fora das negociações; (c) duas concepções a cerca do futuro das relações internacionais iriam se confortarem, uma para configurar a ordem pela concepção idealista do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, outra pela do revanchismo francês. A Alemanha firmara o armistício em 11 de novembro de 1918 com base nos 14 pontos propostos por Wilson, para servirem de negociações de paz. Wilson sonhava com a possibilidade de uma revolução nas concepções e nas práticas internacional e da diplomacia, com objetivo de criar uma nova era de paz entre as nações. Erradicar a diplomacia secreta e a celebração de aliança entre blocos de países e

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Resumo " A instabilidade internacional (1919-1939)" Capitulo 4 do livro Historia das Relações Internacionais Contemporâneas José Flavio Sombra Saraiva

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Page 1: Historia das Relações Internacionais Capitulo 4

Elton Janchevis 110157

A instabilidade internacional (1919-1939) (Capitulo 4)

Os analistas não nomearam uniformemente o período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, como por exemplo, "bipolaridade" ou "guerra fria", palavras usadas após a Segunda Guerra mundial. Existiu uma convergência entre os analistas para descrever esse período: um período de "paz ilusória" ou "paz frustrada" para Jean-Baptiste Duroselle, de "crises" para Pierre Renouvin, de "turbulência européia" para René Girault e Robert Frank, um "arranjo de transição" entre os vencedores para Adam Watson, uma "era de catástrofe" para Erick Hobsbawm, que considera o período de 1914-1945. Três perguntas são importantes nesse momento, a primeira , como foi regulamentada a paz ao término da Primeira Guerra Mundial ; a segunda como se daria o desmonte do mundo liberal edificado no século XIX , e a terceira é como os países iriam se comportar em um novo contexto internacional.

4.1 A regulamentação da paz e as falhas da ordem4.1.1 A conferencia de Paz: decisões inadequadasA Conferência de Paz, instalada em 1919, tinha problemas na origem: (a) Os 27 países , que haviam coligado contra Alemanha e seus aliados, tornava as discussões difíceis, e por isso foi necessário a criação de um mecanismo pelo qual cinco grandes potencias ( Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Itália e Japão) reuniam-se para sessões uteis; (b) os vencidos e a URSS ficaram de fora das negociações; (c) duas concepções a cerca do futuro das relações internacionais iriam se confortarem, uma para configurar a ordem pela concepção idealista do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, outra pela do revanchismo francês.A Alemanha firmara o armistício em 11 de novembro de 1918 com base nos 14 pontos propostos por Wilson, para servirem de negociações de paz. Wilson sonhava com a possibilidade de uma revolução nas concepções e nas práticas internacional e da diplomacia, com objetivo de criar uma nova era de paz entre as nações. Erradicar a diplomacia secreta e a celebração de aliança entre blocos de países e eliminar a guerra por um mecanismo de sanções econômicas e políticas ao agressor eram as ideais principais de Wilson.A posição que a França ocupava na conferencia vinha de três fatores: era tida como a grande vitoriosa; sairia da guerra como a primeira potencia militar do mundo; sediava a conferencia em Paris e depois em Versalhes. Os vencedores sentiam-se livres para regulamentar a paz, dado que a Alemanha ruíra, que o império Austro-Húngaro também foi desfeito e que a Rússia estava paralisada pela guerra civil. A França faria prevalecer suas idéias, que a paz resultaria do enfraquecimento alemão e do controle de longo prazo a ser exercido sobre seu rival. Cinco grandes tratados de paz , foram firmados entre 1919 a 1920 ( Versalhes, Saint Germain, Trianon, Neuilly e Sévres) dispunham sobre desarmamento e segurança, delimitação de fronteiras na Europa e questões econômicas. A todo esses tratados anexava-se o pacto de criação da Sociedade das Nações.As decisões da Conferencia de Paz , criou dois grupos de países na Europa continental, os países satisfeitos com as decisões ( França, Tchecoslováquia,

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Iugoslávia, Romênia e Polônia) e ao dos países insatisfeitos ( Alemanha, Áustria, Hungria, Bulgária, Turquia e Itália) , que acenavam desde logo para a revisão das fronteiras. O principio das nacionalidades, proposto por Wilson para regular as fronteiras dos países europeus, não deixou, portanto todos satisfeitos. Alemanha foi a grande vitima do revanchismo francês, mandou um documento a conferencia de maio de 1919. Nele, o governo alemão rejeitava o tratado em discussão, cujos termos eram considerados um Diktat. A França rejeitou toda reclamação alemã, e ameaçou-a com o reinicio da guerra e com sua divisão em duas, caso recusasse o tratado nos termos definidos, impôs ao pais derrotado a assinatura do tratado, de 28 de julho de 1919, na sala dos espelhos do palácio de Versalhes. Inúmeras criticas, cujo teor dá a entender que foi considerado inapto para estabelecer os fundamentos de uma nova ordem internacional. A Europa abandonara a tradição de regular a paz pela negociação entre vencedores e derrotados. O jovem economista John Maynard Keynes, membro da delegação da Grã-Bretanha à conferência, criticou severamente o Tratado de Versalhes em seu livro "As conseqüências econômicas da paz de 1919", vendo na punição à Alemanha um obstáculo ao desenvolvimento da economia européia.A reação mais surpreendente viria dos Estados Unidos, Wilson regressou a seu pais em julho de 1919. Sua atuação na conferencia dividiu a opinião americana. Assim os republicanos entraram no poder. Os sonhos de Wilson esvaíram-se quando o Senado convenceu-se de que convinha aos Estados Unidos regressar a seu isolacionismo, com isso os Estados Unidos não entram na Sociedades das Nações. Os acordos de Versalhes levaram em contas interesses econômicos, estratégicos e territoriais dos vencedores, mas engendraram um mundo confuso e desorientado, no qual as relações internacionais desenvolver-se-iam sob tensão.A Liga das Nações não saiu segundo o projeto de Wilson, abandonando o concerto e a balança, que eram os elementos europeus da estabilidade internacional, substituindo-os pela vontades dos vitoriosos. Juntando todos esses erros na formação e execução e mais a falta dos Estados Unidos e a falta de um exercito próprio, a Liga das Nações ficou incoerente, defeituosa, fraca e pouco realista.

4.1.2 Nova situação econômica para algumas potenciasA Primeira Guerra Mundial provocou um remanejamento nas posições de certas nações como potencias econômicas. Os Estados Unidos já era a primeira potencia industrial e haviam-se tornando em 1919, a potencia comercial e financeira. O dólar era a única moeda que tinha conversibilidade no pós-guerra. Ao termino da guerra os Estados unidos e o Japão exportavam, respectivamente 37% e 8% a mais, ao posso que a Grã-Bretanha e a França registravam quedas de 33% e 14% em suas exportações. A Alemanha perdera 83% de seus haveres no exterior como reparações de guerra: à França 58% e à Grã-Bretanha 25%. Os europeus tornaram-se devedores dos Estados Unidos.

4.1.3 Novas concepções e objetivos de política exteriorApesar de uma base econômica desvantajosa, a Europa ainda permanecia no centro do mundo, seja em razão do isolacionismo americano, seja em razão

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dos litígios territoriais entre países satisfeitos e descontentes, ou ainda, em razão da preponderância francesa que animava a rivalidade com a Alemanha.Reunidos em Moscou, em março de 1919, os bolchevistas fundaram a Terceira Internacional como instrumento para inflamar a Europa e fazer a revolução mundial do proletariado. O pós-guerra era favorável aos objetivos originais da Terceira Internacional.O trauma da guerra e os sofrimentos dela decorrentes explicam o tremor ideológico e psicológico que afetou as mentalidades coletivas da Europa. Lênin e Wilson, tanto quanto o revanchismo francês, criavam correntes que refletiram em Versalhes, dividindo e exasperando opiniões em relação à atitude dos vencedores.Apesar da vitória do liberalismo e da democracia sobre os impérios e as monarquias autoritárias (Alemanha, Áustria-Hungria e Império Otomano), pode-se falar no triunfo dos dois primeiros? Os nacionalismo cresceram com a guerra e ela foi também o germe do comunismo, do socialismo, do pacifismo e do fascismo.A Rússia soviética transmitiu rapidamente por duas fases de política exterior, até 1920-1921, por meio da Terceira Internacional, tinha por escopo exportar a revolução, a partir daí, regressou ao realismo. A Alemanha pretendia quebrar a ordem de Versalhes, atenuar as perdas territoriais, as reparações e os limites à sua soberania. Mesmo gostando da queda do império Austro-Húngaro, a Itália saiu frustrada da Conferencia de Paz, ficando à espreita de possibilidade de expansão ao norte.A Grã-Bretanha era a potencia satisfeita, rebaixou a Alemanha, ampliou suas possessões na África, fortaleceu-se no Oriente Próximo, desejava manter sua supremacia naval, comercial e financeira. A França hesitava entre uma política de segurança e de reforço da potencia, saiu-se orgulhosa e confiante da guerra, com o primeiro exercito do mundo, mas necessitava de dinheiro para sua reconstrução, zelava antes de tudo pela execução integral do Diktat.O Japão também emergiu forte da guerra, mas evitou envolver-se com questões européias, sua industria e seu comércio expandiam-se pela Ásia, sem disfarçar ambições de dominação sobre a China.

4.2 Europa: a zona de alta pressão4.2.1 Difícil aplicação das decisões de pazAs Guerras Mundiais, foram guerras européias que acabaram por envolver outras regiões e interesses de outros povos, alem daqueles que lhes deram origem na própria Europa. O acontecimento político mais chocante do período entre os dois conflitos, foi o aparecimento dos fascismos, que levou ao colapso dos valores e das instituições do mundo liberal. O fascismo colocou lado a lado nações que se viam como inimigas, como por exemplo Estados Unidos e União Soviética. A crise do capitalismo e a Depressão dos anos 1930 tiveram origem nos Estados Unidos. Contudo, o jovem e inteligente John Maynard Keynes, advertia o mundo, em 1919, que o capitalismo não poderia funcionar sem que a Alemanha fosse recolocada em seu centro dinâmico.Entre o término da Conferencia de Paz e a ascensão de Adolf Hitler ao governo alemão, as relações intereuropeias passaram por três fases curtas:(a) os problemas europeus entre 1920 e 1924 as decisões de Versalhes dificilmente serviriam de base para orientar a conduta dos Estados; (b) o entendimento franco-alemão, entre 1925 e 1929 abriria, contudo, novas

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perspectivas de atuação para a Sociedade das Nações e para o principio da segurança coletiva; (c) a crise de 1929 poria fim a esse intermezzo de harmonia, trazendo de volta os problemas internacionais da primeira fase e acrescentando-lhe os da depressão econômica do capitalismo.A ordem de Versalhes revelou-se inviável para garantir na Europa, o comprimento dos tratados. Era uma lei dura, incompleta e insuportável para os vencidos.Os tratados suscitaram tensões e conflitos em toda parte. Não fixaram inúmeras fronteiras. O Leste europeu lutavam enfrentavam os bolchevistas. Os países Bálticos e a Finlândia conseguiram a independência , bloqueando a expansão do nacionalismo polonês e da Revolução Soviética.Os tratados cederam a Itália territórios austríacos ao norte, mas não fixaram suas fronteiras com a Iugoslávia, cuja criação desagradou a ela.A desintegração do Império Otomano não foi equacionada pelo tratado de Sérvres de 1920. A republica turca, sob amparo do tratado de Lucerna, ficaria estável e não iria ocupar-se dos países árabes.A questão alemã estava no centro do subsistema europeu de relações internacionais. A recuperação européia foi precária ate 1923.Versalhes não fixara a some definitiva das reparações de guerra, mas a Alemanha pagaria ate 1921, 20 bilhões de marcos-ouro, dos quais a França recebeu 52%, A Inglaterra 22%, a Itália 10% e a Bélgica 8%. Em 1921 a some foi definida em 123 bilhões de marcos-ouro.A comissão de peritos, presidida pelo norte-americano Dawes, apresentou em 1924, um plano de cinco anos, aceito depois em conferencia: os pagamentos seriam progressivos, mas o plano implicava a possibilidade de reerguimento da economia alemã. A nova situação precedeu a desocupação da Alemanha pelos aliados. o que ocorreu em 1925.Na Conferencia de Versalhes, haviam-se confrontado duas concepções de relações internacionais: (a) a de vertente francesa ate 1924 ;(b) a concepção wilsoniana de diplomacia aberta. Nesse contexto, o entendimento franco-alemão seria crucial, a Sociedade das Nações teve suas chances de atuar.

4.2.2 A Sociedade das Nações: uma esperança fugazO pacto da Sociedade das Nações nasceu de uma idéia remota de solução pacífica de controvérsias e de cooperação internacional, porem vingou ao ser incluído nos 14 pontos e ao ser firmado,como anexo aos tratado de paz.Destinava-se a Sociedade das Nações a promover o desarmamento, a paz e a segurança mutua de seus membros, 55 no inicio, que compreendiam três quartos da população mundial.Uma tentativa de regulamentar a segurança coletiva malogrou em 1924, com o denominado Protocolo de Genebra. As condições que imprimiam novo rumo ás relações internacionais por volta de 1924-1925 eram européias e mundiais. Entre 1924- 1929 houveram varias atividades internacionais entre elas financeiras entre os países, o Plano Dawes que descarregou na Alemanha investimentos 5 bilhões de dólares. Em 1928 houve o chamado Pacto Briand-Kellogg, firmado por 60 países que puseram a guerra fora da lei, a Sexta Conferencia Pan-Americana de 1928 havia aprovado algo semelhante.A Alemanha aceitou a distensão para rever Versalhes, a França para salvar ao menos o essencial. O período de distensão foi sem duvida relevante pelas mudanças de comportamento e pelos resultados registrados. Todos os fatores

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de distensão política e a nova ordem econômica, naufragaram e mantiveram inertes por 15 anos, por causa da crise de 29 e a depressão do capitalismo.

4.2.3 A crise econômica: efeitos internacionaisA crise produziu antes de tudo efeitos nacionais. O período de sua origem situa-se entre 1929-1932. Desde ai, todos os dados tornaram-se negativos. Os eventos americanos propagaram-se pela Europa, queda dos preços, da produção industrial, do comercio internacional, das reservas monetárias e do emprego. Que efeitos esses indicadores externos da crise produziram sobre as relações internacionais?A crise não adveio do craque da bolsa de 29. A crise veio dos fatores de agravamento anteriormente referidos e afetou as relações internacionais de duas formas: pela indiferença e hostilidade diante da cooperação e pela pratica generalizada de adotas soluções nacionais para problemas internacionais: a ascensão do fascismo ao poder na Alemanha, com a escolhe de Hitler para chanceler.Em 1933, o desconcerto internacional estendia-se, pois tanto à esfera dos interesses econômicos quanto à dos interesses políticos e de segurança. A essa Altura quatro grandes estavam fora da Sociedade das Nações (Estados Unidos, URSS, Alemanha e Japão). O Japão havia iniciado sua expansão na Manchúria.

4.3 As novas grandes potencias: URSS, Japão e Estados Unidos no sistema internacionalEntre 1919 e 1933, as três novas potencias moviam-se por preocupações e interesses internacionais distintos dos que movimentavam os europeus. A URSS precisava defender a revolução. O Japão criara necessidades regionais, que eram a busca de mercados para seu excedentes industriais. Os Estados Unidos com duas orientações externas, a abertura dos mercados alheios, e o saneamento financeiros da Europa.Quando os bolchevistas triunfaram em 1917, retiraram a Rússia da "guerra dos capitalistas" porque sua concepção estava em contradição coma natureza do sistema vigente.A Nova Política Econômica (NEP) lançada por Lênin em 1921 comportava concessões não comunista aos camponeses.Lênin buscou a reconstrução pacifica da Rússia.A URSS desejava o reconhecimento formal dos ocidentais e obtê-lo-ia , a partir da iniciativa inglesa, por meio de acordos de comércio, de aliança de não agressão, que firmou em 1924-1925 com a maioria das potencias ocidentais.A política exterior da URSS, era, pois, de retraimento ativo, destinado a manter a tranqüilidade interna e a segurança mediante relações clássicas com outras potencias.A Primeira Guerra comprometeu a influencia ocidental na Ásia, em termos políticos e econômicos, abrindo espaço para a preeminência regional do Japão quanto para despertar dos nacionalismo, particularmente da China. Os passos da política norte-americana foram: (a) impedir a renovação da aliança anglo-japonesa; (b) limitar a força naval japonesa; (c) compromisso por parte do Japão de respeitar a independência da China; (d) status quo para as ilhas do pacifico.

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Dadas essas condições, o Japão nos anos 1920, era posta diante de três alternativas: (a) conciliar-se com os ocidentais;(b) voltar-se com autonomia para a preeminência regional;(c) confrontar a ordem internacional. Nos anos 1920, as opções oscilavam entre a primeira e a segunda alternativas, nos 1930, deslizaram pela segunda à terceira.As forças japonesas invadiram a Manchúria do Sul em 1931, forjaram uma independência da China. A China apelou a Sociedade das Nações, os esforços da sociedade foram vãos e ela ficou desmoralizada por recusar-se a aplicar sanções ao agressor.Entre todas as grandes potencias entre as duas guerras, os Estados Unidos beneficiavam-se por todos os títulos de uma situação invejável ate a depressão dos anos 1930.

4.3.1 Desativar a herança de guerraRejeitado o Tratado de Paz e a adesão à liga, concluiu-se, em 1921, a paz em separado com a Alemanha e, em 1923, terminou-se a retirada das forças.

4.3.2 Controlar a segurança mundialA margem da Sociedade das Nações, os Estados Unidos tiveram suficiente autoridade para convocar a Washington representantes de oito países, para tratar do desarmamento e dos problemas do Extremo Oriente e do Pacifico.A Conferencia de Washington limitou ao controle da marinha de guerra dos países, tinha como objetivo contar o expansionismo japonês na China.

4.3.3 Fazer da America uma fortaleza economicaA policia exterior dos Estados Unidos elegeu por objetivo econômico assegurar a supremacia do pais sobre o resto do mundo. A estratégia permanecia tradicional: fechar o seu mercado e abrir dos outros países. Os Estados Unidos permaneceram como o maior exportador no período em 1928. Seu Egoísmo nacional fez fracassar a Conferencia Econômica Internacional de Londres em 1933.

4.3.4 Consolidar a base continentalA partir de 1921, a política dos Estados Unidos para a America Latina atentou a carga imperialista, que se chamava "política do grande porrete" (big stick), anunciada por Roosevelt em 1904. Os Estados Unidos assentavam assim sua base continental de poder.

4.4 As margens do sistema internacional: regiões tranqüilas, regiões dominadasO declínio europeu e a emergência de novas potencias foram fenômenos que modificaram, no período entre as guerras, a relação de clientela das margens do sistema internacional como o centro. Em contrapartida, a rivalidade européia derramava-se de forma desesperada pela área próxima ao mediterrâneo e médio oriente, enquanto o Extremo Oriente tornava-se presa do expansionismo japonês

4.4.1 A America Latina: zona de pazA Primeira Guerra e a depressão dos anos 1930 prejudicaram o comercio exterior da America Latina. Essas perturbações do comercio exterior tiveram

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impacto sobre o sistema produtivo, que se voltou para a industrialização substituída de importações, num processo que fortaleceu o Estado e seu papel econômico.As relações com os Estados Unidos eram sintomáticas. A grande potencia continental tomava o lugar dos europeus no comercio, nos investimentos e na política. Por volta de 1925, a disposição norte-americana era de substituir a diplomacia do dólar e do "porrete" pela da negociação, para fazer face aos problemas da America Central.Apesar do desempenho no crescimento econômico, o caráter dependente do desenvolvimento da America Latina persistia no período, em razão de estruturas desvirtuadas das relações no contexto capitalista: America Latina não criava grandes empresas, não gerava tecnologia, importava maquinas e equipamentos, não exportava manufaturados.

4.4.2 África e Ásia: colônia, independência ou revolução?Durante o período entre as guerras, verificou-se a evolução do império Britânico para o commonwealth.Domínios (Canadá, Austrália,África do Sul, Nova Zelândia) e colônias haviam enviado certa de um milhão de soldados para combater ao lado da metrópole.Desde 1919, os domínios desejavam maior independência em policia externa, e em meados dos anos 1920, a igualdade.A colônia não era sujeito das relações internacionais e sua dependência verificava-se nas esferas política, econômica e cultural. A Ásia e a África não reagiram de forma dinâmica, como a America Latina.A dissolução do Império Otomano não induziu a libertação política nem econômica dos países que o compunham.A área de dominação mais vasta, complexa e imponente era da área britânica. A Conferencia de Paz confiou o Egito à Grã-Bretanha, mas teve que ceder aos nacionalista a independência , em 1922. O Afeganistão e Irã se libertaram-se do protetorado inglês, e jogando com o apoio soviético, conseguiram manter sua independência política. A Grã-Bretanha cedeu a independência ao Iraque em troca de uma aliança contra a Turquia. A Arábia Saudita alcançou a independência em 1927, em troca de garantias de não agressão aos protetorados ingleses.Os interesses europeus fomentaram rivalidades entre os franceses, os espanhóis e os italianos no Mediterrâneo; Entre a URSS, a Grã-Bretanha e a França.Na Ásia, convertido em grande potencia, o Japão sequer deu tempo a China para sacudir o jugo ocidental. A dinastia Manchu caiu em 1911. A China participou da Primeira Guerra e depois conheceu a anarquia política. Um semiprotetorado japonês estabeleceu-se sobre ela. O Ocidente disfarçava a ação japonesa na China, porque temia o Japão.

4.5 Convergindo para o conflito mundial (1933-1939)4.5.1 Ditaduras e democracias toleram-seA ascensão de Adolf Hitler ao governo alemão, não foi percebida pelos outros Estados como um "turning point" das relações internacionais, no entanto era. O domínio projetado do III Reich partiria da Europa Oriental para Europa Continental e sobre o mundo. Racista e doutrinário, Hitler pretendia purificar essas zonas de judeus e bolchevistas.

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Em 1934, as ditaduras nacionais dominava a Europa Central e a Europa Oriental. Em 1939, a Europa democrática era minoria.O contrapeso para o projeto expansionista das ditaduras era esperado da parte das duas democracias européias e das duas novas potencias.Com os planos qüinqüenais implementados desde 1929, Stalin fez a URSS mergulhar na segunda revolução industrial, a fim de torná-la economicamente e militarmente suficiente.URSS e Estados Unidos desenvolvem uma política externa semelhantes aonde eles se isolam.Tanto nas ditaduras quanto nas democracias, um traço comum vinculava a opinião publica a percepção de interesses materiais, de necessidades e direitos, tanto de minorias privilegiados quanta da massa trabalhadora.As concepções fascistas de relações internacionais, os planos expansionistas das ditaduras, os egoísmo das democracias e da URSS, explicam as atitudes e as iniciativas dos governos. Explicam, portanto, uma serie de golpes de força. crises diplomáticas, apaziguamentos, avanços e recuos calculados, ate conflagração geral.

4.5.2 A escalada da violência Desde que se retirou da Conferencia do Desarmamento e da Sociedade das Nações, em 1933, os objetivos imediatos de Hitler eram negociar bilateralmente o desarmamento e contemporizar a leste, acalmando o temor e a hostilidades soviéticos e isolando a França. As negociações de desarmamento com a França e a Inglaterra não deram certo.A guerra civil espanhola começou em 1936, foi uma guerra de direitas contra esquerdas que aviam ganho as eleições, a Alemanha e a Itália apoiaram militarmente a direita espanhola.Hitler junto com o Japão, formaram o Anti-Komintern, não era contra a URSS, mas contra a Internacional Comunista.A Alemanha fechou-se numa autarquia. A reconstituição dos impérios centrais alemãs deu-se por etapas. Alemanha anexou com a Áustria, em 1938. A negociação da Polônia foi então negociada com a URSS.Após a anexação da Áustria, a ameaça pesava sobre a Tchecoslováquia, aonde havia três milhões de alemães na região dos Sudetos.Em março de 1939, de forma brutal, a Alemanha ocupou o resto da Tchecoslováquia.A Grã-Bretanha interpretou as intenções de Hitler como tendo objetivo de reunir os alemães. Percebida que a Polônia seria a próxima etapa, e quando Alemanha reivindicara a cidade livre de Dantzig. A Grã-Bretanha declarou que não se conformaria com esse passo e fez uma aliança com a Polônia, França também ofereceu garantias a Polônia, até o Roosevelt solicitou a Hitler que, por dez anos, não atacasse 29 nações. Hitler considerou a atitude inglesa incompatível com o tratado de não-agressão.Em encontros secretos Alemanha e URSS já tinham divido o leste europeu.Nos últimos dias de 1939, Alemanha fazia preparativos para invadir a Polônia. Em 3 de setembro, para a surpresa de Hitler, a Grã-Bretanha e a França declaram guerra a Alemanha. no dia 17 URSS, invadiu a Polônia. Não era a intenção de Hitler provocar uma Guerra geral.A guerra européia foi desencadeada pelos ataques a Polônia em 1939, justapunha-se a guerra na Ásia.