história das engenharias e evolução da engenharia civil

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História das engenharias e evolução da engenharia civil Disciplina: Introdução à Engenharia Civil Professor: Jesiel Cunha Aluno: Paulo Roberto de Oliveira Filho Número de matrícula: 11211ECV058 Uberlândia (MG), outubro 2012.

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História das Engenharias e Evolução da Engenharia Civil

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Page 1: História das Engenharias e Evolução da Engenharia Civil

História das engenharias e

evolução da engenharia civil

Disciplina: Introdução à Engenharia Civil

Professor: Jesiel Cunha

Aluno: Paulo Roberto de Oliveira Filho

Número de matrícula: 11211ECV058

Uberlândia (MG), outubro 2012.

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Sumário

1 Introdução................................................................................................................................5

2 Definição de Engenharia..........................................................................................................6

3 Início de atividades engenhosas na humanidade......................................................................6

3.1 Período Paleolítico................................................................................................6

3.2 Período Neolítico..................................................................................................7

3.3 Idade do Bronze....................................................................................................9

4 A engenharia no início das civilizações.................................................................................10

4.1 As primeiras civilizações....................................................................................10

4.2 A escrita..............................................................................................................11

4.3 Antigo Egito.......................................................................................................11

4.4 Roma Antiga.......................................................................................................11

4.5 Índia Antiga........................................................................................................12

4.6 China Antiga.......................................................................................................13

4.7 Portugal...............................................................................................................13

4.8 A disseminação da ciência..................................................................................13

5 Engenharia Moderna..............................................................................................................13

5.1 Alguns fracassos e avanços do estudo a aplicação à engenharia........................14

6 Engenharia no Século XX......................................................................................................15

7 Engenharia no Brasil..............................................................................................................16

7.1 Confea.................................................................................................................17

7.2 CREA..................................................................................................................18

7.3 As maiores obras de engenharia civil do Brasil.................................................18

8 As pontes mais altas do mundo..............................................................................................20

9 Construção Civil e Meio Ambiente........................................................................................22

10 Conclusão.............................................................................................................................23

Referências ...............................................................................................................................23

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Page 5: História das Engenharias e Evolução da Engenharia Civil

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1 Introdução

A engenharia é resultado do desenvolvimento das técnicas práticas adquiridas pelo ser

humano ao longo dos séculos. Essa pesquisa mostra desde o começo desse processo até os

tempos atuais, passando por uma abordagem histórica diversificada.

Essa história é dividida em períodos. O primeiro a ser considerado é o Paleolítico, que explica

a necessidade do homem, que vivia de forma nômade, de criar ferramentas a partir da

natureza para resolver problemas. No período Neolítico é mostrado como a vida em

sociedade, iminente nessa época, influenciou no desenvolvimento de ações para promover a

segurança e a sobrevivência das comunidades. Além disso, nesse período foram criados os

primeiros vilarejos e a primeira máquina. O ser humano então adquiriu estabilidade nessa

nova forma de se organizar, e, portanto, foi possível o desenvolvimento de algumas técnicas.

O uso do metal na criação de ferramentas caracterizou a Idade do Bronze, que atribui ao

homem mais poder sobre a natureza.

Surgiram então civilizações, que então, puderam desenvolver conhecimento científico dentre

seus estudiosos. A invenção de inúmeras utilidades, como o papel e a impressão, possibilitou

a passagem do conhecimento adquirido de geração a geração, o que facilitou a evolução da

ciência. Uma mudança de mentalidade no meio científico também foi fundamental para essa

evolução, uma vez que deixaram de estudar apenas empiricamente e passaram a estudar os

fatos e fenômenos de forma aplicada.

Basicamente, o uso aplicado da matemática, da física e das ciências naturais em geral, gerou o

profissional engenheiro, que além de teoria, passou a aprender com as experiências passadas.

A engenharia civil, que é o foco desta pesquisa, é resultado desse processo.

A pesquisa também abrange o Brasil em específico em alguns tópicos, onde é mencionado

sobre a chegada da engenharia, que foi através de uma instituição de domínio militar. O texto

também discorre sobre a evolução que houve no século XX. Por fim, são mostradas algumas

das grandes obras existentes e sobre os órgãos de regulamentação do exercício da profissão no

de engenheiro Brasil, e algumas observações sobre a construção sustentável.

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2 Definição de engenharia

A engenharia é a ciência e a profissão que aplica conhecimentos matemáticos, técnicas e

artifícios científicos para a criação, além de melhorar e implantar utilidades, como: materiais,

estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas e processos. A palavra “engenharia” tem um

significado recente, derivado da palavra “engenheiro” que apareceu no século XVI e que se

referia a quem construía ou operava algum engenho. Antes disso, o termo “engenho” se

referia apenas a máquinas para guerrilha. Mas, a palavra “engenho” é ainda mais antiga,

precedendo de “ingenium”, do latim, que quer dizer “gênio”, algo peculiar da mentalidade

humana. (WIKIPEDIA, 2012).

Para se criar, aperfeiçoar e programar algo, a engenharia aplica diversos conhecimentos no

sentido de tornar possíveis utilidades, levando em consideração a sociedade, as técnicas, o

aspecto econômico e a natureza.

Engenharia é uma ciência muito abrangente que se subdivide em diversas áreas de atuação,

tratando com ênfase determinadas aplicações e tecnologias específicas.

3 Início de atividades engenhosas na humanidade

3.1 Período paleolítico

A engenharia nasceu há cerca de sete milhões de anos. De acordo com estudos

paleontológicos, as utilidades nasceram da necessidade de superar o fato do ser humano não

possuir dentes e garras afiadas, o que levou a fabricação de ferramentas feitas de pedras,

tornando-as pontiagudas, idealizadas para cortar as coisas.

Estima-se que as primeiras ferramentas foram fabricadas há cerca de 1 750 000 anos na

Tanzânia, pelos pré-humanos. Essas técnicas foram aprimoradas e tiveram grande avanço

após a invenção da alavanca. Deu-se então o desenvolvimento da tecnologia devido a um

novo tipo de indivíduo, que preocupado com o isso, começou a utilizar de uma nova

mentalidade, que empregava conhecimentos técnicos passados a fim de criar novas utilidades

(ENSAIOS, 2012).

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3.2 Período neolítico

Por volta de 12 mil anos atrás, uma revolução na tecnológica surgiu, modificando a cultura

através da introdução de novas atividades, como a agricultura e a criação de animais. Essa

revolução tornou possível o estabelecimento das pessoas em lugares fixos.

A partir disso, o ser humano começou a ser sedentário, e por volta de oito mil anos atrás, foi

responsável pela origem de comunidades de maior porte, onde já era possível desenvolver a

arquitetura de tijolos e pedras. Até hoje ainda existem restos desses primeiros vilarejos

construídos com tijolos. O mais desenvolvido é o de Tell es-Sultan (Figuras 1 e 2), que fica

em Jericó. Certamente nesse período da humanidade surgiu o primeiro engenheiro (ALEX

RONALD, 2012)

Figura 1 - Tell es-Sultan. Fonte: Barzilaienda (2012).

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Figura 2 - Tell es-Sultan. Fonte: Class conection (2012).

Ainda falando de período Neolítico, houve uma revolução nas formas de organização social.

Estas ficaram mais consistentes, e nelas, se desenvolveram ferramentas, como as machadinhas

de sílex, que eram produzidas em fábricas rudimentares e até distribuídas para outras regiões,

como a Grã-Bretanha.

A partir de então, o ser humano começou a dedicar-se a novas descobertas e a construir

grandes obras, a fim de sustentar essa nova forma de viver. Algumas pirâmides foram

construídas, como a de Gizé – Miquerinos, Quéfren e Quéops, há cerca de 4,6 mil anos.

A eolípila (Figura 3), uma máquina feita por Herón de Alexandria por volta dos 130 anos a

C., foi uma máquina construída apenas como um brinquedo, mas que representa a ânsia

humana naquela época pela elaboração de complexidades (BAZZO, 2012).

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Figura 3 - Eolípila. Fonte: Portal do professor (2012).

A partir de 50 mil anos os humanos deram início a produção de ferramentas mais bem

elaboradas, como lanças, arpões e arco-e-flechas, tendo em vista a caça de animais maiores

para sustentar comunidades maiores. O uso dos primeiros metais, que foram o cobre e o

estanho, foram fundamentais para a criação dessas ferramentas (BAZZO, 2012).

3.3 Idade do bronze

A descoberta do uso metal foi um grande marco. Com o tempo, ganhou tanta importância

quanto à agricultura nas atividades humanas. Inicialmente, o cobre, o metal pioneiro, foi

aproveitado grandemente na fabricação de armas e ferramentas. O ferro passou a ser

explorado. Nesse período, foram implantadas novas técnicas na arquitetura, na qual começou

a contar com a utilização de maquinário simples (ENSAIOS, 2012).

Por volta do ano 2000 a C., sabe-se que os etruscos, que habitavam a península itálica, já

trabalhavam o ferro em boas condições, com uma boa habilidade.

Ainda nesse tempo, a arquitetura foi desenvolvida com novas técnicas, houve a invenção da

roda e a construção de máquinas simples. Essas novidades possibilitaram a transformação do

modelo social existente, onde governos passaram a administrar as cidades (BAZZO, 2012).

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4 A engenharia no início das civilizações

4.1 As primeiras civilizações

As primeiras civilizações surgiram por volta de 3.500 a 500 anos a C, sendo a primeira delas,

a Suméria, na região sul da Mesopotâmia. É conhecido que desenvolveram um sistema de

governo e técnicas agrícolas. Um tempo depois, houve sinais de civilização no Egito, por

volta de 3.000 anos A.C. Os egípcios dominavam várias tecnologias, como a construção de

barcos de junco, o trabalho com a pedra e moldagem do cobre. Construíram muitas obras

públicas, consideradas de altíssima tecnologia na época, como as pirâmides. O primeiro

arquiteto conhecido foi de lá, chamado Imhotep.

As pirâmides do Egito, os Jardins Suspensos da Babilônia, o Farol de Alexandria (Figura 4), o

Parténon, o Acrópole de Atenas, os antigos aquedutos romanos, o Coliseu de Roma, a Via

Ápia, a Teotihuacán e as cidades dos Maias, Incas e Astecas, a Grande Muralha da China, são

provas de uma engenharia que se desenvolveu entre os grandes povos, e que tem legados que

podem ser vistos até hoje (WIKIPEDIA, 2012).

Os povos mediterrâneos e escandinavos desenvolveram técnicas mais sofisticadas para a

construção de navios, enquanto em Jerusalém surgia o primeiro sistema subterrâneo para

distribuição de água (BAZZO, 2012).

Figura 4 - Farol de Alexandria. Fonte: Wikipedia (2012).

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4.2 A escrita

A escrita teve um papel muito importante na história da ciência, portanto, na engenharia

também. Desde que foi criada, trouxe a possibilidade de repassar os conhecimentos

adquiridos pelas gerações, o que permitiu o desenvolvimento efetivo das técnicas aprendidas.

4.3 Antigo Egito

Muitas máquinas simples para a construção civil foram inventadas no Egito, como a rampa e

a alavanca. Seu primeiro arquiteto, Imhotep, citado anteriormente, foi funcionário do faraó

Djoser, e projetou e coordenou a construção da Pirâmide de Djoser (Figura 5), em Saqqara,

nos anos 2930 a C. Dizem que ele foi o primeiro a fazer uso de colunas na arquitetura

(ENSAIOS, 2012).

O uso do papiro para a escrita, e a canalização da água do rio Nilo para irrigação também

foram marcantes (BAZZO, 2012).

5 - Pirâmide de Djoser. Fonte: Deiatatu (2012).

4.4 Roma antiga

Os romanos dominaram a Arquitetura e a Engenharia em seu antigo império, sendo

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reconhecido pela qualidade do concreto que fabricavam na época, que utilizava das areias

existentes próximas aos vulcões. Esse concreto foi bastante durável, uma vez que houve

edifícios que duraram 2000 anos.

Em questões de saneamento básico e desenvolvimento urbano, também eram bem

desenvolvidos, uma vez que a cada cidade conquistada pelo império, construíram esses

sistemas e mais alguns “adornos” visando o conforto e beleza. Faziam desde chafarizes, casas

de banho até arenas para jogos (ALEX RONALD, 2012).

4.5 Índia antiga

Utilizando técnicas de construção e arquitetura do “Vaastu Shastra”, o Vale do Indo (Figura

6) foi uma das civilizações mais completas em termos de planejamento urbano. Construíram

os primeiros esgotos fechados, utilizavam conhecimentos de resistência dos materiais, além

de ter percepções de altura, higiene, e arejamento nas as construções.

Fabricavam tijolos de dimensões proporcionais a 4:2:1, um formato estável e ideal para as

estruturas. Tinham por volta de 28 gramas. Era possível variar as formas das construções,

passando pelos alguns formatos básicos da geometria, como o hexaedro, barris, cones e

cilindros (ENSAIOS, 2012).

Figura 6 - Vale do Indo. Fonte: Md10 (2012).

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4.6 China antiga

A China criou artifícios que contribuíram grandemente com a tecnologia, como o papel, a

impressão, a bússola e a pólvora. Estes causaram grande impacto no mundo na época,

revolucionando a literatura, as navegações e os armamentos existentes (ENSAIOS, 2012). Lá

foi publicado o primeiro manual de matemática (BAZZO, 2012).

4.7 Portugal

A engenharia naval emergiu em Portugal nos séculos XV e XVI com novos tipos de navios,

como a caravela, a nau redonda e o galeão, que posteriormente foram responsáveis por

grandes descobrimentos (ALEX RONALD, 2012).

4.8 A disseminação da ciência

Ao longo do tempo, o acúmulo de conhecimento adquirido pela humanidade tinha

essencialmente bases empíricas. Muitos consideravam essa fase inicial do domínio dessas

primeiras técnicas algo vindo dos deuses, que era privilégio de poucos, e só era repassado

para seus escolhidos.

Porém em 1450, Johannes Glensfleisch (Gutenberg), aperfeiçoou a imprensa que os chineses

criaram, implantando tipos móveis para a composição gráfica, mecanizando o processo,

garantindo mais rapidez. Isso facilitou o processo intelectual, onde a informação passou a ser

repassada com mais velocidade e para mais pessoas, sendo um marco importante para a

disseminação da ciência e da técnica em geral (BAZZO, 2012).

5 Engenharia moderna

Com a evolução das técnicas, surgiu um novo tipo de especialista, no qual tinha como

trabalho solucionar problemas. Estes não tinha preocupação com os fundamentos teóricos, e

trabalhavam criando estruturas, dispositivos, processos e instrumentos baseados nas

experiências passadas. O engenheiro é o resultado desse profissional, que une os

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conhecimentos científicos a prática. A engenharia foi se estruturando, de modo que os

conhecimentos matemáticos se desenvolviam a fim de serem aplicados aos fenômenos físicos.

No século XVIII pôde-se estruturar a nova engenharia, que passou a contar com doutrinas

estruturadas e sistemáticas do conhecimento. É considerada engenharia moderna o contexto

histórico em que o homem passou a aplicar os conhecimentos científicos às técnicas.

A aplicação da ciência nesse caso é fundamentada basicamente em conceitos de estrutura da

matéria, fenômenos eletromagnéticos, composição química dos materiais, leis da física,

transferência de energia e modelagens matemáticas dos fenômenos físicos. Esse novo

conceito de engenharia considera não somente a criação da máquina e seu funcionamento,

mas também os efeitos das leis da termodinâmica, das transferências de calor, da queima de

combustíveis, a análise dos efeitos térmicos da extensão sobre a distribuição de tensões na

estrutura da máquina, a melhoria geral do projeto para permitir a automatização na produção

entre outros objetivos.

No século VXII, Galileu Galilei foi o precursor da nova mentalidade científica. Seu

experimento de queda livre com dois corpos de pesos diferentes apresentado na Universidade

de Pisa foi um marco para a mentalidade científica. Testou problemas de levantamento de

pesos, inventou o termômetro, e investigou as leis da gravitação e oscilação. Também

publicou um estudo relevante para a engenharia, onde deduziu o valor da resistência a flexão

de uma viga engastada numa extremidade e suportando um peso na sua extremidade livre.

O experimentalismo começou a ganhar espaço nas discussões, que eram comumente

redundantes. A observação nos fatos em si mesmos se tornou objetivo de muitos intelectuais

(BAZZO, 2012).

5.1 Alguns fracassos e avanços do estudo a aplicação à engenharia

Leibiniz fracassou no seu projeto de instalações de bombas movidas por moinhos de vento

para controlar águas das minas. Huyghens fracassou no seu experimento de um motor de

explosão através de pólvora. Três matemáticos renomados, nomeados pelo Papa de 1742 que

não conseguiram resolver o problema da basílica de São Pedro. Frederico, O Grande,

ridicularizou Euler por não conseguir projetar a fonte de seu jardim. O resultado do

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experimento citado no tópico acima de Galileu Galilei estava equivocado.

Contudo, houveram significativos avanços vindos dessa época, como por exemplo, no final do

século VXII, em que Coulomb calculou com boa precisão a resistência à flexão de vigas

horizontais em balanço, e também elaborou um método para o cálculo de empuxos de terra

sobre muros de arrimo, que valem até hoje. A utilização do motor elétrico como fonte de

energia substituiu os complicados sistemas de aproveitamento da energia que utilizam a

natureza diretamente. O primeiro gerador elétrico foi feito por um fabricante de instrumentos

francês, Hippolyte Pixxi, em 1832 (BAZZO, 2012).

6 Engenharia no século XX

Durante a primeira década do século XX, havia um grande número de desenvolvimentos

tecnológicos que tiveram grande impacto em nossa civilização. Ao longo do século,

inventores e engenheiros se comprometeram intensamente tentando fazer com que algo mais

pesado que o ar voasse. O sucesso chegou em 1903 quando Wilbur e Orville Wright fizeram

um avião voar por 12 segundos sobre 36,5 metros.

A variedade de “veículos sem cavalo” apareceu no ano de 1900, e no de 1904, quando os

veículos com motor foram construídos em um número considerável. Henry Ford contribuiu

grandemente para o desenvolvimento da popularidade dos automóveis pela introdução da

produção em massa desses, com custos mais baratos.

Por volta dos anos 1900s, engenheiros e cientistas introduziram muitos avanços no tratamento

de água e esgoto, como os tanques de filtros rápidos de areia reforçados de concreto que

foram feitos em Nova Jersey. O líquido cloro foi usado pela primeira vez para a desinfecção

da água no Forte Meyer, na Virgínia.

O sucesso desses e de outros avanços pioneiros para a engenharia demonstraram o declínio de

mortes anuais por febre tifoide de 10.000 em 1906 para aproximadamente 200 vinte anos

depois na Filadélfia. Veja na figura (Figura 7):

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Figura 7 - Incidência de febre tifoide na Filadélfia, 1880-1945, mostrando os efeitos da

filtração e da cloração. Fonte: Wright (1989).

O primeiro grande projeto de construção a ser completado nos tempos modernos foi o Canal

do Panamá, no qual foi aberto em 1914. O canal tinha aproximadamente 80,5 km de extensão.

Houve progresso notável nesse século com a construção de inúmeras pontes e edificações,

como por exemplo, em 1931, com o prédio “Empire State” de Nova Iorque, com altura de 381

metros. Na época da construção, foi considerado o maior prédio do mundo. Também em

1931 foi construída a ponte “George Washington”, também em Nova Iorque, com 1,6

quilômetros de comprimento. Em 1974, A torre Seas, em Chicago, Illions, com altura de 442

metros.

Um pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, projetos e estudos de viabilidade foram

utilizados na geração de energia elétrica através de radiação nuclear. A primeira usina nuclear

foi inaugurada em 1967 (WRIGHT P.H, 1989).

7 Engenharia no Brasil

A engenharia entrou no Brasil através das atividades dos oficiais-engenheiros e dos mestres

construtores de edificações civis e religiosas. Acredita-se que o ensino da engenharia no

Brasil tenha começado em 1648, com a vinda do holandês Miguel Timermans. A primeira

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escola de engenharia foi a Academia Militar, foi criada em dezembro de 1810 pelo príncipe

regente D. João VI. Em 1823, foi decretado que os alunos civis poderiam se matricular na

Academia Imperial Militar, não sendo mais obrigatório pertencer ao exército. A Escola

Militar e de Aplicação do Exército ficou encarregada do ensino militar. Em 1874, no lugar da

antiga Academia, foi fundada a Escola Polytechnica (Figura 8) no Rio de Janeiro (BAZZO,

2012).

Figura 8 – Escola Polytechnica. Fonte: Poli UFRJ (2012).

Por volta de 1900, as pessoas exerciam suas profissões livremente no Brasil, porém, o

governo passou a regulamentar o exercício delas, a fim de evitar os profissionais ilegais.

A primeira profissão a ser regulamentada foi a de Engenheiro Agrimensor. Em 1933

regulamentaram-se as profissões de Engenheiro Agrônomo e Engenheiro Civil. Nesse ano foi

também criado o Sistema CONFEA/CREA’S. Brasil (POLITECNICOS, 2012).

7.1 CONFEA

O Confea surgiu oficialmente com esse nome em 11 de dezembro de 1933, promulgado pelo

então presidente da República, Getúlio Vargas, e considerado marco na história da

regulamentação profissional e técnica no Brasil.

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Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia é regido pela Lei

5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos

dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total de

centenas de títulos profissionais. O Conselho Federal é a instância máxima à qual um

profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional.

O Sistema Confea/CREA tem registrados cerca de um milhão de profissionais que

representam por cerca de 70% do PIB brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada

vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada

intensamente pelas descobertas técnicas e científicas (CONFEA, 2012).

7.2 CREAs

Os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREAs) fazem parte

do Sistema Confea/CREA, que regulamenta e fiscaliza, em todo o país, o exercício dos

profissionais de engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, tanto

de nível superior, quanto técnico. Ao fiscalizar, os Conselhos impedem a atuação de leigos e

garantem o mercado de trabalho aos profissionais legalmente habilitados. Para a sociedade,

isso significa segurança e qualidade nos serviços prestados. (CREA-MG, 2012).

7.3 As maiores obras de engenharia civil do Brasil

O Brasil está na sua maior fase de crescimento econômico e humano da história. A indústria

da construção se destaca dentre as outras. Muitas grandes obras estão planejadas para os

próximos anos, sendo algumas de muita complexidade.

É importante conhecer as realizações passadas da engenharia civil brasileira, conhecida em

todo mundo pela sua boa qualidade e por ter sido responsável por algumas das mais

importantes obras de Engenharia Civil da América do Sul, o Complexo Hidroelétrico de

Itaipu.

O Complexo está localizado no Rio Paraná. A sua construção foi resultado de uma parceria

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entre o Brasil e o Paraguai. Ainda é considerada uma das maiores barragens do mundo. Tem

uma potência geradora de cerca de 14 mil MW, 20 unidades de geração de energia eléctrica e

fornece uma grande parte da energia elétrica consumida em ambos os países. A sua

construção utilizou 13 milhões de m3 de betão e a participação de cerca de 40 mil operários.

Figura 9 – Usina Hidroelétrica de Itapu. Fonte: Engenharia civil (2012).

O edifício mais alto do Brasil é o Mirante do Vale. Foi construído em São Paulo durante a

década de sessenta e tem uma altura de cerca de 170 metros. Localizado no Vale do

Anhangabaú, demorou 6 anos a ser construído, sendo uma obra absolutamente inovadora na

época. Sua estrutura é constituída de betão armado ao invés da crescente tendência do uso

combinado aço e betão, em estrutura mista.

A maior ponte do Brasil é a Ponte Rio-Niterói (Figura 11). Localizada na baía Guanabara, e

liga a cidade do Rio de Janeiro e Niterói. É uma das maiores pontes rodoviárias do mundo,

medindo cerca de 13 km, dos quais quase 9 km são sobre água. A sua construção ficou

concluída em 1974, sendo feita de betão armado pré-esforçado (ENGENHARIA CIVIL,

2012).

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Figura 10 - Mirante do Vale. Fonte: Engenharia civil (2012).

Figura 11 - Ponte Rio-Niterói. Fonte: Engenharia civil (2012).

8 As pontes mais altas do mundo

A ponte mais alta do mundo é “Sidu River Bridge” (Figura 12), localizada na província de

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Hubei, na China. Foi inaugurada em 2009 (SUPERINTERESSANTE, 2012).

Figura 12 - Sidu River Bridge. Fonte: BP blogspot (2012).

Tabela 1 - As 10 pontes mais altas do mundo. (SUPERINTERESSANTE, 2012).

Posição

no

Ranking

Nome das Pontes Altura

(metros)

Ano de

Inauguração Cidade, País

1ª Sidu River Bridge 496 2009 Hubei, China

2ª Puente Baluarte 403 2012 Durango, México

3ª Hegigio Gorge

Pipeline Bridge 393 2005

Southern Highlands Province,

Papua Nova Guiné

4ª Baling River

Bridge 370 2009 Guizhou, China

5ª Beipanjiang River

2003 Bridge 366 2003 Guizhou, China

6ª Aizhai Bridge 350 2012 Hunan, China

7ª Beipanjiang River

2009 Bridge 318 2009 Guizhou, China

8ª Linguanghe Bridge 297 2001 Guizhou, China

9ª Zhijinghe River

Brigde 294 2009 Hubei, China

10ª Gorge Bridge 291 1929 Colorado, Estados Unidos

A tabela mostra que a maioria dentre pontes mais altas do mundo estão na China, sendo 4

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delas na província de Guizhou. A ponte Gorge Bridge foi considerada a ponte mais alta do

mundo durante 72 anos, até que em 2001, criaram uma mais alta na China.

9 Construção civil e meio ambiente

A construção civil é uma das atividades humanas que mais causam impacto ao meio

ambiente. No Brasil, 35% de todos os materiais extraídos da natureza são utilizados pela

construção civil. Além disso, mais de 50% da energia produzida no país é usada para

abastecer casas e condomínios, porém, é possível economizar bastante tomando algumas

atitudes. A fim de diminuir o impacto ambiental, engenheiros estão desenvolvendo o conceito

de construção sustentável. Esse conceito é aplicável a qualquer projeto desde a pequenas a

grandes estruturas. O objetivo é causar o menor impacto possível ao meio ambiente para

preservar os recursos naturais.

Utilizar de técnicas que aproveitam as características do terreno em que será executada a obra,

e que utilizam da iluminação solar, é bastante inteligente, uma vez que se pode economizar no

gasto de energia. Aproveitar os materiais a fim de diminuir o desperdício é muito válido. O

que puder ser reciclado deve ser levado para a reciclagem. O uso de materiais ecologicamente

corretos é interessante. Utilizar de energia solar para aquecer a água diminui gastos com

energia elétrica. A água das chuvas pode ser guardada em cisternas para ser reutilizada em

serviços domésticos como lavar o chão e em vasos sanitários. O desperdício de água pode ser

evitado com o uso de torneiras que pingam menos, e de encanamentos mais resistentes.

O telhado verde, ainda que pouco conhecido, pode contribuir muito com a qualidade das

construções. É uma alternativa barata, é um isolante acústico, é ótimo para a filtragem da água

das chuvas, e pode torna-las utilizáveis, além de purificar o ar. A desvantagem com relação ao

telhado convencional é que esta precisa de manutenção, uma vez que as plantas devem ser

aparadas, e as folhas podem entupir calhas.

Muitos dos procedimentos utilizados para tornar uma construção sustentável, além disso,

podem torna-las mais baratas. Na manutenção da construção as alternativas também são mais

baratas. Um sistema de captação de água pode diminuir o gasto mensal com a conta de água.

Aquecedores solares podem diminuir bastante o preço da conta de energia elétrica. Janelas

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amplas podem tornar o ambiente mais agradável, e diminuem o gasto com lâmpadas (GUIA

DA CARREIRA, 2012).

10 Conclusão

A engenharia em geral é muito importante nos dias atuais. A vida em sociedade é possível na

proporção que vivemos atualmente por ação dela. Entender o seu processo de

desenvolvimento nos mostra o quanto essa é humana, e o quanto essa partiu da essência do ser

humano. Foi uma questão de tempo para que a normatização da vida em sociedade fosse

empregada de forma otimizada. A engenharia tem grande contribuição nisso. Abrange o

visível, o prático e criam soluções para que a vida que o ser humano seja facilitada. Porém,

por interesse de muitos, essas intervenções quando excessivas têm perpassado os limites do

que é conveniente fazer na vida humana, isto é, a engenharia por vezes tem sido usada na

forma de agressão à natureza e o ser humano, e tem mostrado o quanto ela precisa se

desenvolver. Desenvolver no ponto de vista "humano" e ecológico, afinal, é equivocado

destruir todo o planeta a fim de construir um império não sustentável para o ser humano. É

necessária mais atenção a essas questões, assim como vencer as diretrizes capitalistas que não

se preocupam com a vida.

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