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História da Igreja l
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SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTA - Curso Básico em Teologia
CAPÍTULO 1
A PREPARAÇÃO DO MUNDO PARA O CRISTIANISMO
Uma das coisas que tornam o estudo da História da Igreja Cristã uma inspiração, é a
certeza de que Deus está, realmente interessado e operando na salvação dos seres humanos no
mundo em que vivemos. O mundo antigo foi de maneira extraordinária e maravilhosa
preparado para a vinda do prometido Messias de Deus. A Bíblia Sagrada nos declara que Ele
veio na Plenitude dos Tempos, quando todas as coisas tinham sido preparadas pelas mãos do
Pai, tudo em pleno êxito. Cada coisa aconteceu a seu devido tempo, pela Providência divina,
Deus criou as condições, preparou a sociedade e dirigiu o Cristianismo as suas primeiras
conquistas.
1.1 A CONTRIBUIÇÃO DE VÁRIOS POVOS
a- ROMANOS
Quando o Cristianismo surgiu no primeiro século depois do nascimento do Senhor
Jesus Cristo, os romanos eram os dominadores do mundo. O povo romano dominava
praticamente todas as regiões, de maneira efetiva e inteligente, sendo seu poder acentuado
onde o Cristianismo foi de início implantado.
Através deste grande Império os romanos se tornaram úteis nas mãos de Deus no
preparo do mundo para o surgimento da Igreja. Esse Império procurou unificar os povos que
anteriormente viviam isolados, todos os governos foram derrubados e um poder único
começou a dominar pôr toda parte. Isso contribui grandemente para o povo cristão, pois o
Cristianismo é uma religião de caráter universal, não conhecendo distinções de raças,
apelando para os homens, simplesmente como homens, tornando todos Um em Cristo. Para
tal religião fez-se necessário uma unificação de povos, o que aconteceu sob o poder político
de Roma.
A unificação dos povos trouxe também a Paz Universal, chamada também de Paz
Romana, o que fez com que as guerras desaparecessem, fazendo assim crescer um domínio
espiritual universal.
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Finalmente temos a administração romana, que foi, sábia, forte e vigilante, tornando
seguras as viagens de navegação e práticos os meios de comunicação. Os Romanos abriram
boas estradas de rodagem, facilitando assim o intercâmbio comercial entre as diversas
cidades. Podemos crer que todos esses meios facilitaram o avanço do Cristianismo no
primeiro século.
b- O POVO GREGO
Apesar de estarem sob o poder político de Roma, os povos daquela época eram
profundamente influenciados pelos gregos, pois com o seu comércio esse povo foi a toda
parte. A influência foi tão poderosa que chamamos o mundo antigo de greco-romano. Eram
detentores da vida intelectual mais vigorosa e desenvolvida no mundo, problemas sobre os
quais os homens se perguntavam tais como: a origem e significado do mundo, a
existência de Deus e dos homens, o bem e o mal, enfim, tudo que se relacionava com
pesquisas filosóficas foi objeto de meditação do povo grego.
Com esses pensamentos o raciocínio e a curiosidade desta gente desenvolveram-se ao
máximo, tornando o povo grego ansioso para falar de assuntos e coisas que se relacionavam
com o céu e a terra.
A influência dos gregos foi tão grande que levou outros povos a pensar e terem
curiosidades intelectuais. Fizeram também os gregos uma contribuição universal para o
surgimento do Cristianismo, espalhando uma língua que na época seria usada pôr todo o
mundo. A língua falada na época facilitou o avanço do cristianismo no mundo de então, pois
onde quer que os primeiros discípulos de Jesus chegavam podiam falar do evangelho de Jesus
Cristo na mesma língua.
c – O POVO JUDEUS
Os hebreus assim também chamados nas Escrituras Sagradas, foram divinamente
chamados para serem anunciadores da verdadeira religião. Receberam de Deus uma revelação
especial – a de serem portadores da palavra de salvação para as demais nações do mundo –
compreendiam bem a respeito do próprio Deus e da Sua vontade, na plenitude dos tempos,
eles, os judeus, se tornariam uma bênção para todos os povos.
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Sabemos que os primeiros cristãos foram preparados na vida religiosa judaica, sendo
assim podemos até mesmo dizer que os judeus prepararam o “Berço do Cristianismo”.
Prepararam a vida religiosa e foram instruídos pôr Deus quanto a vinda do Messias, uma
religião pura e forte se desenvolvia progressivamente entre os judeus, principalmente depois
do cativeiro babilônico, onde foram purificados da idolatria e falta de reverência para com as
coisas de Deus.
Não podemos encontrar outro povo, a não ser os judeus, que poderiam se dispor a
receber no seu início a religião que Cristo trouxe, e estendê-la pôr praticamente todo o mundo
da época. Os judeus aguardavam a vinda de um Salvador (Messias), e pôr isso prepararam o
caminho para o Cristianismo, oferecendo assim ao mundo a realidade de um Salvador divino.
Todo o povo judeu vivia na expectativa de um enviado pôr Deus para redimir o seu
povo, o que os habilitou para receberem uma nova religião. É evidente que muitos judeus
possuíam uma concepção grosseira e materialista de todas essas coisas, pois esperavam um
libertador político, que os libertasse do domínio do Império Romano, deixando assim de
entender o glorioso ideal de Deus, mas a Bíblia nos deixa bem claro, que todos que
entenderam, que O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos
que crêem no seu nome. (Romanos 3:23 e João 1:12).
Outra grande contribuição dos judeus para o avanço do Cristianismo no primeiro
século foi o Velho Testamento, um verdadeiro tesouro da manifestação do próprio Deus na
vida nacional. O Cristianismo antes de produzir os seus próprios escritos , encontrou, prontos
para o seu uso, os antigos manuscritos e tudo que precisava para lhe auxiliar. O próprio
Senhor Jesus Cristo fez uso dos escritos do Velho Testamento durante o seu ministério
terrestre, usando-o para nutrir sua vida e basear seus ensinos.
.2 O SURGIR DO CRISTIANISMO
a- A Era Cristã
Com a vinda de Cristo começou uma nova contagem de séculos. A humanidade já
havia acumulado mais de cinco mil anos de história – Jesus Cristo nasce – inicia-se então uma
nova era, e começa-se a contar tudo de novo. A partir deste momento grandes coisas
começaram a acontecer no mundo todo. A velha religião dos deuses e deusas da Grécia e de
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Roma, começaram a perder sua vitalidade e influência. Augusto, o Imperador que reinava no
tempo que Cristo nasceu, muito se preocupou com esse declínio da velha religião,
empreendeu esforços extraordinários para revivê-la, mas de quase nada valeu.
b- Jesus Organiza a sua Igreja
Com certeza nosso Senhor foi um homem sem igual, homem que teve “compaixão das
multidões”, amou sem esperar ser amado, lutou para durante o seu ministério, ganhar o maior
número possível de pessoas para o reino do Pai. Seu desejo sempre foi fazer muito mais pelo
mundo, pelas almas, pelos perdidos, pôr aqueles que se encontravam na escuridão. Pensando
nisso sentiu que poderia ter ao seu lado alguns homens escolhidos, homens que seriam cheios
do Espírito e que poderiam continuar a sua obra, sua pregação, seus ensinos.
Dentre os que nele creram doze foram escolhidos, aos quais ensinou, preparou, deu
amor, e dividiu a Sua Grande Missão (Mateus 28:16-20). Seus discípulos receberam ensinos
que no geral outros não receberam, os preparou de maneira tal que, voltando Ele aos céus seus
discípulos pudessem revelar ao mundo a salvação unicamente pôr meio do Filho de Deus.
Jesus Cristo deixou bem claro a necessidade de uma sociedade organizada (Igreja), um
organismo vivo, constituída de seus seguidores, a fim de oferecer ao mundo um Evangelho
puro e transformador de corações, o objetivo torna-se bem claro: “propagar o Reino de Deus”.
Não criou ritos, credo nenhum prescreveu para a sua igreja, não havia código de regras,
somente duas ordenanças simples Ele deixou: (a) O batismo nas águas, para significar a
purificação espiritual, e (b) A Ceia do Senhor, como comemoração ou lembrança dele
próprio. Cremos que Jesus fez muito mais do que dar organização a sua Igreja, Ele deu vida,
prometendo através dos séculos vitalizar com o Seu Espírito a esta sociedade. Nele a Igreja
precisaria encontrar seus princípios, objetivos, poder e triunfos. Deixou sua igreja livre para
escolher as formas de culto, afirmações da crença, métodos de trabalho, fazendo-se sempre
ouvir a ordem de avançar e fazer discípulos.
c- O início da Igreja Apostólica
Podemos dar dois começos para a Igreja Apostólica, uma quando Jesus escolheu os
seus discípulos, outra pôr ocasião da Festa do Pentecostes em Jerusalém, dando assim um
começo ativo na vida da Igreja.
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Mesmo recebendo a ordem de ir ao mundo inteiro, os discípulos permaneceram em
Jerusalém, quietos, aguardando com confiança e oração o poder que viria do alto (Atos 1:8).
Dez dias depois da ordem de ficarem em Jerusalém, no Pentecostes, o Espírito Santo
prometido pôr Jesus veio sobre eles, tornando-os testemunhas corajosas e ativas, cheias de
vigor, que iam proclamando o evangelho e expandindo o Reino de Deus na terra.
A primeira pregação foi dirigida somente a judeus, ficando durante um curto tempo as
missões cristãs apenas limitadas a este povo, como hebreus reconheceram que a salvação
viera para sua nação, não compreendendo de início a extensão do propósito divino, contudo as
coisas iriam mudar.
1.3 A PERSEGUIÇÃO GERA MISSÕES
A perseguição foi o meio pelo qual a Igreja que acabara de nascer compreendeu
seguramente a ordem que Jesus dera para que o Evangelho fosse pregado a todos os povos. As
autoridades judaicas se opuseram grandemente a pregação evangélica, principalmente ao
ouvirem o discurso feito pôr Estevão, o que os levou a empreender uma campanha
selvagem, violenta e sistemática contra o Cristianismo. Com esses ataques a comunidade
cristã na cidade de Jerusalém que já contava com alguns milhares, foi quase que praticamente
dissolvida. A medida em que os ataques se tornavam cada vez mais fortes os cristãos
espalhavam-se pôr toda a Palestina, levando o Evangelho a qualquer lugar que fossem.
Desta maneira o Cristianismo avançava a fim de se tornar uma Religião Universal. O
Cristianismo começou a ser pregado a todos os homens no mesmo pé de igualdade. A Igreja
começou assim sua grande carreira missionária, de sorte que ainda no primeiro século já
existiam inúmeras igrejas na Ásia Menor, muitos lugares da Palestina, Síria, Mecedônia e
Grécia, em Roma, Alexandria e provavelmente na Espanha. O apóstolo Paulo foi
naturalmente o missionário que mais contribuiu para esse resultado. Em virtude do zelo e o
compromisso que tinham em anunciar a Cristo, e muito mais ainda, pelo testemunho das suas
vidas fiéis que anunciavam o poder de Cristo, esses cristãos desconhecidos foram os mais
eficazes missionários da sua religião.
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CAPÍTULO 2
A EXTENSÃO DA IGREJA
Entre a ano 100 A.D. e o reinado de Constantino, o Cristianismo alcançou um
maravilhoso progresso. Já no ano 313 o Cristianismo era a religião que dominava a Ásia
Menor, a Trácia e na longínqua Armênia. A Igreja crescia poderosamente alcançando povos
das mais variadas línguas, muitos deles nem sequer faziam parte da civilização greco-romana.
O Cristianismo era introduzido em todas as classes sociais, contando assim a Igreja com não
poucas pessoas da classe alta e rica. Muitos homens e mulheres poderosos haviam se tornado
cristãos e usavam de seu poder e prestígio para desenvolver a causa do Evangelho. A classe
mais poderosa do Cristianismo era, porém, constituída de artesãos, pequenos negociantes,
proprietários de pequenas terras, todos pessoas bem humildes.
2.1 – Meios pelos quais o Cristianismo cresceu.
(1) Missionários. No inicio deste período assim como no início do primeiro século, houve
muitos missionários itinerantes, os quais foram pioneiros do Cristianismo, infelizmente no
ano 220, eram muito poucos esses bravos homens e mulheres de fé.
(2) Apologistas. Os apologistas ou defensores do Cristianismo realizaram uma grande obra
missionária. Um deles foi Justino, O Mártir (100-165). Este homem era de origem grega, mas
natural da Palestina. Justino viajava ensinando o Cristianismo como uma filosofia perfeita. Os
apologistas defendiam o Cristianismo das outras religiões e heresias que se pregavam na
época. Sempre que alguém investia contra o Cristianismo, levantava-se os apologistas em sua
defesa.
Contra os cristãos não houve perseguição contínua, o tratamento dado aos cristãos
variava de acordo com os Imperadores ou dos governos regionais. Isso ajudou, mas ainda
assim, os cristãos corriam perigo de serem presos e acusados diante de um tribunal. Nenhum
cristão que viveu nestes séculos ficou isento de algum tipo de perseguição.
2.2 - O fim da perseguição.
No ano de 311, apareceu o Édito de Tolerância, publicado pôr um homem chamado
Galério, imperador no oriente, no qual se reconhecia a insânia da perseguição aos cristãos.
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Dois anos mais tarde aparece o Édito de Milão, feitos pelos imperadores Constantino e
Licínio, o qual estabelecia liberdade religiosa para todos. Esse documento colocou fim à
perseguição ao Cristianismo.
2.3 – Como ficou a vida no seio da Igreja.
Como sabemos a perseguição destes primeiros séculos moldou os cristãos para uma
vida sincera de obediência. Deste ponto em diante, somente aqueles que eram realmente fiéis
a Cristo é que apresentava hostilidade para o governo. A vida cristã foi mantida durante muito
tempo num alto nível moral. Durante os períodos em que não havia guerra, muita gente
entrava para a Igreja, voltando a perseguição, os fracos desistiam ante o terror e sofrimentos
que tinham que passar pôr amor a Cristo. Os cristãos eram conhecidos pôr sua moralidade
especial.
As perseguições deixaram muitas viúvas e órfãos, sem falar na quantidade de bens dos
cristãos que foram confiscados. Mas o maior cristão, supria a necessidade do menor, o amor
era a arma principal, todos trabalhavam a fim de que estes amados fossem supridos. O amor
era tão especial que não era limitado somente aos irmãos na fé, mas em épocas de
calamidades, pestilências e outras, os cristãos cuidavam dos necessitados, sem distinção,
numa era quando ninguém se atrevia a fazê-lo.
2.4 – O Ascetismo e o Legalismo começam a aparecer.
Durante estes dois séculos apareceram duas tendências que foram cada vez mais
influenciando a vida dos cristãos. Uma delas foi o ascetismo, que vem a ser a disciplina de
caráter alcançada pela abstenção voluntária de coisas que em si mesmas são lícitas. Havia
pessoas que jejuavam e renunciavam a vida em sociedade pôr uma existência solitária. Eram
pessoas que pensavam que deste modo iriam alcançar uma justiça especial.
Outro erro foi o legalismo. A pessoa teria que obedecer certas leis ou regras definidas.
As pessoas que pertenciam a este grupo oravam muito, jejuavam duas vezes na semana e
davam esmolas regularmente. Estas duas tendências entristeceram muitos santos, ao quais
eram sinceros e fiéis.
2.5 – Como era a forma de culto?
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Sabemos através de alguns historiadores do Cristianismo que pôr meados do segundo
século já era costume celebrar o Dia do Senhor (Domingo). Os cristãos se reuniam neste dia
para a leitura das Escrituras Sagradas, oração, cânticos de salmos e adoração, hinos e
pregação, encerrando com a comemoração da Ceia do Senhor. Parece-nos que as reuniões
eram pela manhã bem cedo. Na primeira parte era permitida a entrada ao público, mas
somente os cristãos poderiam estar presentes no momento da ministração dos sacramentos.
No terceiro século, porém, o culto começou a ser ministrado com uma certa forma
litúrgica.
2.6 – A entrada de Heresias na Igreja.
Qualquer doutrina (ensinamento) que não está de acordo com o ensino da Bíblia é uma
heresia. A primeira heresia a tentar se infiltrar na igreja foi o Gnosticismo, a qual ensinava
uma doutrina muito parecida ao Cristianismo, pôr isso muito perigosa. O Gnosticismo
ensinava que o mundo da matéria é mau, e portando Deus não o criou, negava também que
Jesus Cristo tivesse tido uma vida física e real. Em seguida aparece o Docetismo, ensinando
que Jesus Cristo não possuía um corpo real, mas sim um corpo que parecia real. Para eles
Jesus Cristo era apenas uma aparência. Depois temos a doutrina errada do Marcionismo,
fundada pôr um homem chamado Marcião, que tinha idéias gnósticas. Aceitavam somente
uma parte do Evangelho de Lucas e dez das epístolas de Paulo. Seguindo a nossa lista temos o
Montanismo, que foi uma espécie de protesto contra o mundanismo que invadiam as igrejas,
condenando qualquer tipo de prazer ou divertimento, dando grande ênfase ao Dom de línguas
e profecias. Chegando ao final, temos o Monarquismo, os que criam nesta doutrina,
ensinavam que Deus é uma pessoa só (um monarca). Negavam assim a Doutrina da Trindade.
Com tantos erros assim, se fez necessário a criação de certas declarações sobre o que
constituía objeto de fé para os cristãos. Certos credos, muito semelhante ao credo dos
apóstolos, aparecerem em vários lugares durante o segundo século. Jesus Cristo era o supremo
objeto do pensamento cristão, pois era o alicerce e a força do Cristianismo. As idéias que a
Seu respeito surgiram, foram simplificadas nestes dois aspectos: sustentar a crença em um
único Deus e dar a Cristo o lugar que Lhe era devido.
2.7 – A Organização Eclesiástica da Igreja.
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No início da Igreja não havia nenhum padrão de organização eclesiástica bem
definido. As igrejas locais eram dirigidas pôr grupos de presbíteros ou bispos, os quais eram
auxiliados pelos diáconos. Já no segundo século tornou-se necessário uma uniformidade de
organização. Desta forma, cada igreja possuía um bispo que a dirigia. A palavra “bispo”,
citada aqui não deve ser interpretada de forma errada, pois era o mesmo que dizer: “Cada
Igreja possuí o seu pastor.”
2.8 – O Surgimento da Igreja Católica.
Como mencionados no início da Igreja não havia um forma de governo eclesiástico
estabelecido, mas no terceiro e quarto séculos surgiu uma organização que depois veio a ser
conhecida como “Igreja Católica”. O termo “católica” quer dizer universal. Esta foi uma
federação de igrejas que eram ligadas pôr um acordo formal, contendo três regras principais:
(1) Essas igrejas continham uma só forma de governo, presbíteros; bispo, etc. (2) Pôr
aceitarem o Credo dos Apóstolos e (3) pôr reconhecerem e receberem uma só coleção de
livros do Novo Testamento. As igrejas que não aceitaram fazer parte desta forma de governo
eram tidas “pela Igreja Católica” como heréticas.
A organização da Igreja Católica tornou-se necessária devido a grande ameaça do
gnosticismo e das demais heresias. O meio de que lançaram foi a criação desta unidade de
igrejas, pois era necessário combater os erros e declarar a verdade. A Igreja Católica pretendia
instituir e possuir autoridade para definir a religião cristã e exercer essa autoridade, excluindo
do seu meio todos os que se recusassem lhe obedecer. Esse fator teve resultados funestos, mas
era necessário para aquele tempo.
2.9 – O crescimento do poder da Igreja.
Conforme os anos passavam, a distinção entre um clérigo e um leigo que era
desconhecida, foi começando a aparecer. O desenvolvimento de uma moral mais alta deu
lugar a idéia de que o clero deveria ser celibatário. Nas igrejas que eram maiores começaram a
aparecer oficiais de graduação inferior, tais como subdiáconos e leitores. No ano 251 a Igreja
de Roma, a maior das igrejas, tinha mais de 150 clérigos de várias categorias.
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Surgiu a idéia no terceiro século de que o ministro cristão é um sacerdote, e que ele
permanece entre o homem e Deus. Tal idéia correu lado a lado com a crença de que a
Ceia do Senhor era um sacrifício oferecido a Deus em favor do povo. O ofício do bispo
tornou-se muito elevado. Foi-lhe atribuído autoridade divina que o capacitava a ensinar as
verdades cristãs sem cometer erros, ainda mais, o bispo tinha o poder de declarar pecados
perdoados. Conforme as igrejas cresciam eram então filiadas à Igreja-mãe (matriz), sendo
governadas pela autoridade do bispo de Roma, passando esta nova Igreja ser chamada de
distrito ou diocese. Não demorou muito e os bispos de Roma começaram a vindicar
autoridade geral. Um século mais tarde infelizmente conseguiu esse reconhecimento.
2.10 – O Mundo na época da Igreja.
O poder do Império Romano estava em constante declínio, principalmente durante o
quarto e quinto século. A depravação, a imoralidade, a crença em deuses mortos, não puderam
dar consistência ao maravilhoso Império. A capital romana era constantemente atacada, ora
pôr bárbaros, ora pelas tribos germânicas, que arrebataram uma boa parte do Império. No ano
de 410, Roma foi saqueada e grandes foram os estragos feitos, caindo assim o Grande Império
na miséria e no caos. Os romanos tentavam manter o poder em Constantinopla, mas o império
já não era mais próspero, pois o reino dividido não pode subsistir.
Antes de Constantino (Imperador que se converteu ao Cristianismo), o Cristianismo
vivia em conflito com o mundo; com ele o Cristianismo passou a dominá-lo. Acreditamos que
Constantino percebeu que o Cristianismo não poderia ser destruído, pois era uma religião que
se fortificava cada dia mais. Talvez isso o convenceu que Deus e os cristãos eram a maioria,
pôr fim acabou desejando as orações dos cristãos a fim de conseguir bênçãos. Constantino
apenas simpatizava com o Cristianismo, pois sua conduta e maneira de viver nunca
demonstraram qualquer influência moral cristã.
Constantino revolucionou a posição do Cristianismo em todos os aspectos. Ele e
Licínio no ano 313 estabeleceram completa liberdade religiosa que proporcionou igualdade e
direitos para todas as religiões. Depois se mostrou favorável aos Cristianismo, fazendo ofertas
valiosas para a construção de igrejas e manutenção do clero, isentando-os dos impostos.
Entrou ativamente nos assuntos da Igreja, pois este tempo não foi cristão professo, pois
recebeu o batismo bem pouco antes de sua morte.
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Livre de suas perseguições, disciplinada e purificada pelas provações que passou, a
Igreja desenvolveu poderosamente a sua obra, tanto nos antigos como nos novos campos de
trabalho. Pôr este tempo o trabalho missionário era incentivado em todas as partes.
2.11 – O crescimento da Igreja em virtude do Favor Imperial.
Além dos esforços da Igreja o fator oficial contribuiu para o número de cristãos
aumentar. Logo Constantino se tornou patrono do Cristianismo. Seus sucessores fizeram o
mesmo, sustentando o Cristianismo, mas, interferindo e exercendo autoridade nos negócios da
Igreja. Desse modo o Cristianismo quase passou a ser a religião oficial do Império. Este fato
ocasionou a entrada de muitas pessoas na Igreja, somente pôr ser a religião apoiada pelo
governo. Infelizmente isso tornou o Cristianismo a religião obrigatória. Com isso o culto ao
paganismo e aos vários deuses desapareceu. Tal situação parecia constituir uma grande vitória
para o Cristianismo, pois a religião que antes era perseguida agora se torna a oficial do
Império, mas um novo estado de coisas veio provar que nas igrejas havia multidões que nada
conheciam do Cristianismo, nem o possuíam.
2.12 – O favor Imperial provoca um declínio moral.
A medida em que a Igreja foi crescendo, cresceu também a falta de vigilância e foi
necessário haver um exame sincero de todos aos candidatos que quisessem fazer parte dela. A
maioria das pessoas que entravam na igreja era pagãs, pessoas de vida reprovável.
Era natural então que se esperasse uma queda nos padrões de moral e conduta. Para
enfrentar esta situação a Igreja desenvolveu uma rigorosa disciplina, ou seja, os seus métodos
de tratar as ofensas contra a moral. No entanto, as pessoas só compreendiam o que era vida
cristã uma vez que entravam na igreja, e nunca antes. Para certos atos julgados imorais havia
penas severas; para ofensas menores, havia o que hoje ainda se chama de penitências, tais
como: confessar seu pecado publicamente, jejuns e orações; para as faltas mais graves havia a
excomunhão.
Pôr este tempo os cristão verdadeiros desejavam uma vida plena de comunhão com
Deus, alguns chegaram até mesmo a pensar que o único meio de alcançá-la seria fugindo da
vida comum da sociedade. Apareceu também a vida monástica a qual oferecia uma
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oportunidade de alcançar a santidade pela completa negação dos desejos (Abnegação). Outros
acreditavam que junto com a negação de tudo, era também necessária a completa pobreza. O
povo começou a pensar que a verdadeira religião, tanto para homens como para mulheres,
seria doar todos os bens, viver em pobres alojamentos, vestir-se sem conforto, alimentar-se
muito pouco, dormir pouco, flagelar-se em penitências e viver em celibato.
CAPÍTULO 3
A IGREJA, SUAS CRENÇAS E SUAS IDÉIAS A RESPEITO DE CRISTO!
O quarto e quinto séculos foram muito importantes na história para que a Igreja
manifestasse a sua crença. Nesta época surgiram os credos, muitos deles aceitos ainda hoje
pelos cristãos de todo o mundo. No início como sabemos, Jesus Cristo era a figura central do
pensamento da Igreja. Com o passar do tempo várias questões acerca de Jesus Cristo foram
levantadas, citamos como exemplo a de Ário, presbítero de uma igreja em Alexandria que
ensinava que Cristo não era nem homem nem Deus, mas um ser intermediário entre a
divindade e a humanidade. Tal ponto de vista espalhou-se rapidamente pelas igrejas do
oriente, chegando a ponto de dividir a igreja e perturbar a ordem pública.
Para resolver a questão, Constantino promoveu o Primeiro Concílio Geral da Igreja,
realizado em Nicéia, na Ásia Menor, no ano 325. Ali, um homem chamado Atanásio obteve
uma grande vitória sobre Ário e seu partido. O Concílio afirmou a divindade de Cristo, pela
qual lutou Atanásio, declarando que Cristo “era da mesma substância do Pai”. Este era o
pensamento de quase todos os bispos, eles criam que Cristo a quem conheciam como
Redentor, não podia ser senão Deus. Este credo tem sido aceito então pôr toda a Igreja Cristã.
Mas o assunto ainda continuou pôr vários anos, vindo finalmente no Concílio Geral da
Calcedônia, em 451, o pronunciamento final declarando que em Cristo as duas naturezas, a
divina e a humana, existiam em plena integridade.
3.1 – Jerônimo.
Jerônimo foi um homem que influenciou profundamente o pensamento da Igreja.
Nasceu em 340, na Panônia, nas proximidades da atual Viena. Converteu-se ao Cristianismo
com 25 anos quando estudava na cidade de Roma.
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Depois de viver algum tempo entre amigos, dedicou-se ao estudo das Escrituras
Sagradas e à prática da vida monástica, passando vários anos como monge nas proximidades
de Antioquia. Pôr causa de ser um estudante e em razão do seu grande amor ao Cristianismo,
seu poder intelectual e seu extraordinário raciocínio, exerceu grandes influências no meio
romano, particularmente entre algumas mulheres da nobreza. Em 385 mudou-se para as
proximidades de Belém, para viver na cela de um mosteiro. Ali viveu até sua morte em 420,
estudando e escrevendo. A sua principal obra foi a tradução da Bíblia. O Velho Testamento
foi pela primeira vez traduzido para o latim, diretamente do hebraico, e a tradução do Novo
Testamento já existente, cuidadosamente revisada. Desta forma, Jerônimo presenteou o
mundo com uma das versões grandemente usada a “Vulgata Latina”, a Bíblia da Idade Média.
Ainda hoje é utilizada na “Igreja Católica”, como o texto autorizado das Escrituras.
3.2 – Agostinho.
Agostinho descreve a sua vida de jovem e suas realizações em seu livro chamado
“Confissões”. Nasceu no Norte da África em 345, sua mãe foi uma mulher de grande
testemunho de vida cristã. Na mocidade, porém, em nada seguiu o exemplo de sua mãe.
Apesar de saber sobre assuntos religiosos, sua vida era inútil e vergonhosa, segundo os
padrões da moral então existentes. Homem de grande retórica e oratória foi da África para
Roma e de Roma para Milão. Nesta cidade, Agostinho, ouviu a pregação de um homem
chamado Ambrósio, um nobre bispo, a qual o abalou profundamente. Começou então a
estudar o Cristianismo e quase se persuadiu. Mas Agostinho ainda não estava pronto para
seguir inteiramente a Cristo. Algum tempo depois, tomou um volume das Epístolas de Paulo
e, ao abri-lo, seus olhos encontraram Romanos 13:13,14. Isto o fez decidir-se pôr Cristo e, em
387, foi recebido à Igreja.
Oito anos após a sua conversão Agostinho se tornou bispo de Hipona, uma das mais
importantes cidades africanas, passando ali 35 anos devotado ao seu povo e escrevendo livros
sobre vários aspectos da vida cristã. Entre Paulo e Lutero, o Cristianismo teve, em Agostinho,
o maior dos seus mestres cuja influência ainda permanece em ambas as partes da cristandade:
no Protestantismo e Catolicismo.
3.3 – Como era desenvolvido o Culto na Igreja.
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O Cristianismo gozava de uma liberdade real e maravilhosa. O desenvolvimento das
suas riquezas deu origem a importantes formas de culto que seguiram muitas linhas. Surgiram
muitas liturgias e formas de oração. O elemento da música nos cultos tornou-se especial e
notável. Nas igrejas foram introduzidos coros, cânticos e antífonas, hinos de vários escritores
apareceram. Os Templos eram construídos em proporções maiores e cheios de decorações. A
arquitetura se desenvolveu, em todas as partes havia gravuras, desenhos e pinturas. Os cultos
se tornaram solenes e impressionantes, as pregações eram cativantes.
A pregação do verdadeiro Evangelho ficou para o plano secundário, o paganismo
começou a afetar o culto cristão no ano 400, porque através da vida de Constantino muitos
pagãos entraram na Igreja, sem conversão. Era pôr aquela época natural que se tributasse
veneração aos mártires e a outros homens e mulheres, famosos pela sua santidade. Isso foi
fácil para o povo, pois já estavam acostumados a adorar deuses, através disso, a veneração dos
santos transformou-se rapidamente em adoração. Os santos (homens e mulheres que tiveram
vida piedosa e apresentaram um testemunho fiel de vida com Cristo) passaram a serem
considerados como pequenas divindades cuja intercessão seria valiosa diante da presença de
Deus. Os lugares onde nasceram e viveram, passaram a ser considerados santos. Surgiram
então as peregrinações. Começaram a venerar relíquias, partes do corpo e objetos que
pertenceram aos santos e atribuir a esses objetos poder miraculoso. Todas estas coisas
tornaram fácil, pois as pessoas ainda acreditavam nas superstições do paganismo. A idéia do
culto foi mais acentuada no caso da Virgem Maria, pois ao final deste tempo o culto da
Virgem já se achava no auge.
3.4 – A igreja em sua transformação para o Catolicismo.
A Igreja Católica nesta altura já se encontrava no governo dos concílios realizados. As
autoridades destes concílios decidiam quanto à doutrina aprovada pela mesma. O ofício de
bispo chegou a crescer tanto, que a Igreja era o bispo e aqueles em comunhão com ele. A
Igreja Católica procurou centralizar o poder somente em “um” bispo, tornando desta forma a
centralização da autoridade. Com este acontecimento cinco bispos se levantaram acima dos
demais, e foram considerados patriarcas, eles eram: o bispo de Roma, o de Constantinopla, o
de Alexandria, o de Antioquia e o de Jerusalém.
No ano 400 a Igreja Católica já se encontra em pleno desenvolvimento. O clero
exercia completo domínio espiritual sobre o povo, os concílios criando e estabelecendo leis
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eclesiásticas, o culto se enchendo de mistérios, condenando como hereges, todos aqueles que
não Concordavam com a sua forma de pensamento. Naquela época somente na Igreja
Católica, a Igreja dos bispos unificados, havia salvação.
Entre aqueles cinco bispos que citamos, dois se tornaram os mais importantes, e eram
eles: o bispo de Roma e o de Constantinopla, as duas principais cidades e centros do Império.
Roma era a antiga capital do mundo, e sempre se apelava para Roma para as decisões finais
na disputa eclesiástica, promovendo assim no quinto século o aparecimento do papado.
Imaginem, essa pretensão foi baseada na suposta autoridade que Cristo deu à Pedro sobre os
demais apóstolos, e sobre a idéia de que Pedro foi o primeiro bispo de Roma, desta forma, os
bispos diziam ter herdado dos apóstolos o direito de governar a Igreja.
3.5 – A Igreja na Idade Média.
Chamamos de Idade Média o período da História que vai aproximadamente da queda
de Roma, aproximadamente no ano 410 até o descobrimento da América, em 1.492. Os
primeiros 600 anos foram marcados principalmente pôr guerras. Nos duzentos anos seguintes,
houve um período de maior calma. A Igreja cresceu em influência, chegando ao máximo do
seu poder. Os últimos séculos da Idade Média foram de expansão territorial e grande
mudanças no modo de pensar e viver. Terminou o feudalismo, o sistema que era permitido a
poucos senhores dominar a terra toda. Surgiram as cidades de comércio e com governo
próprio, desligados do poder central. A agricultura se desenvolveu e as universidades se
espalharam pôr toda Europa. Grandes igrejas e catedrais foram construídas nesse tempo. Atrás
de toda essa atividade e crescimento estava o poder e a liderança da Igreja.
3.6 – O começo do Papado.
A palavra “Papa” significa “pai”. A princípio o título Papa era usado para todos os
bispos ocidentais. Com Gregório VII (1.073-1.085) a palavra papa começou a ser usada
apenas para o bispo de Roma, e passou a significar: “pai universal ou bispo de toda a
Igreja.” Gregório VII (1.015 a 1.085) era um monge benetino chamado Hildebrando. Foi o
maior de todos os papas medievais. Afirmou a supremacia da Igreja sobre o Estado. Tal
afirmação irritou o Imperador, Henrique IV, que depôs Gregório VII. Pôr sua vez, Gregório
VII excomungou o imperador, que, arrependido, atravessou os Alpes durante o inverno para
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vir se ajoelhar descalço na neve, em Canossa, para finalmente receber absolvição. Pouco
depois Roma foi invadida e Gregório VII, morreu no exílio em Salermo.
Três causas principais levaram o bispo de Roma a transformar-se no bispo de todas as
igrejas. Em primeiro lugar, pelo fato de o para ser o bispo da antiga capital do mundo e de
haver uma tradição de que o primeiro bispo de Roma tinha sido Pedro. Em segundo lugar, o
Império Romano já não existia mais. No ano de 416, Roma foi invadida e saqueada pelos
bárbaros. Durante quatrocentos anos, representou o único governo estável da Europa. O Papa
representava a lei moral e o único governo existente. Finalmente, em muitas ocasiões foram
também os governadores da cidade de Roma e de grandes regiões da Itália. Isto aumentou em
muito o seu poder. Eles recebiam renda das terras e mantinham exércitos como qualquer
governo civil. Esse poder civil deu aos papas uma garantia e segurança de mando que não
teriam conseguido de outra maneira.
3.7 – O primeiro Papa.
Gregório I (590-604) é geralmente considerado como o primeiro Papa. Trabalhou
incansavelmente pela purificação da Igreja e opôs-se à venda de cargos religiosos. Exerceu
completo domínio sobre as igrejas de quase toda a Europa, trabalhando também para a
conversão de muitos bárbaros. Os cargos religiosos (sacerdote, bispo, cardeal, etc.) deveriam
ser ocupados pôr pessoas com ideais de servir a Igreja. Mas infelizmente passaram a ser
comercializados. Os cargos começaram a ser comercializados e era comprado pôr pessoas
mais interessadas nas vantagens sociais e econômicas do que no trabalho de Deus.
Dominadores bárbaros eram todos os povos que não falavam o latim ou grego. Os
povos que invadiram a Europa, vindos do Norte (Noruega, e países escandinavos) e regiões da
Ásia eram bárbaros porque não falavam a língua oficial do Império Romano – e eram também
bárbaros no sentido atual da palavra; vinham de civilizações primitivas, eram cruéis,
agressivos e sanguinários.
3.8 – Inocêncio III.
Inocêncio III (1.198-1.216), foi o papa mais poderoso. Declarou-se vigário de Cristo e
vigário de Deus. Declarou-se também o soberano supremo da Igreja e do mundo, com o
direito de poder depor reis e príncipes. Governou a Igreja durante dezoito anos. “A
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palavra“vigário” significa representante exclusivo ou substituto.” Desobedecê-lo, era o
mesmo que desobedecer a Deus ou a Cristo. Todos aqueles que não aceitavam os seus querer
eram tidos como hereges, e para os hereges só havia uma condenação “a morte”. Para
fazermos uma idéia dos horrores provocados pôr este homem, podemos citar o que aconteceu
com as pessoas que se opuseram: eram presos, torturados, e se não negassem sua fé poderiam
ser queimados vivos numa estaca.
3.9 – A chamada “Santa Inquisição”.
Foi uma grande arma utilizada pelo catolicismo romano, instituído em 1.184, com a
finalidade de eliminar todos aqueles que eram contrários a regras e dogmas da “Igreja
Católica Romana”. A Inquisição foi uma das instituições mais infames da história. O período
que se seguiu imediatamente a Inocêncio III, a Inquisição executou sua obra mais fatal no sul
da França, mas a ela coube também a responsabilidade de vastas multidões de vítimas na
Espanha, Itália, Alemanha e Países Baixos.
Mais tarde foi a Inquisição a principal agência do esforço papal para esmagar as obras
da Reforma. Acredita-se que entre os anos 1.540 a 1.570 nada menos que 900.000
protestantes e judeus foram mortos. A Inquisição usava torturas e castigos terríveis para
arrancar confissões, e quase sempre punia o considerado herege com a morte. E tudo isto em
nome de Cristo e pôr ordem direta do seu vigário. (Para saber mais sobre este assunto, leia o
artigo “Inquisição” em enciclopédias, as quais você encontrará nas bibliotecas das escolas
públicas e casas culturais da sua cidade).
3.10 – A Inquisição em Território Brasileiro.
A USP em São Paulo – SP, realizou em 1.987, mas precisamente no dia 20 de maio,
um congresso chamado: “Primeiro Congresso Internacional sobre a Inquisição”, um
levantamento Feito pôr historiadores que se interessaram pelo assunto. Vejamos alguns dados
possuídos pela historiadora Dra. Anita Novinski: Muitos brasileiros foram presos e
condenados em nome do “Santo Ofício”, suas famílias foram postas nas ruas; suas casas
confiscadas e trancadas; alguns deles foram deportados para Portugal e ali depois de
condenados sob a acusação de hereges, sem direito a qualquer tipo de defesa, foram
queimados na fogueira. O número de mortos ultrapassa a casa dos 600 brasileiros, muitos
deles cristãos, os quais tiveram que passar pôr esta dura prova.
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Os Estados mais atacados foram O Rio de Janeiro e o de Minas Gerais. Várias pessoas
(homens e mulheres), foram presas e torturadas, sendo queimados vivos, depois de terem
perdido a razão. O objetivo principal da Inquisição foi o “confisco dos bens” como: terras,
casas, criações, dinheiro, lavouras, etc. Em um levantamento feito, o cálculo computado pela
Dra. Anita, com juros de 6% ao ano sobre os confiscos ao longo destes séculos o Vaticano e o
tesouro Português, deveria devolver aos parentes e descendentes das vítimas cerca de 61
milhões de dólares. Para que você tenha uma idéia da força da “Inquisição e do Catolicismo
Romano”, foram duas forças piores do que Stalin, Nero e até mesmo Hitler.
CAPÍTULO 4
A IGREJA CONTINUA SUA MARCHA.
Pôr esta época, algumas igrejas se separaram da Igreja Católica pôr causa de questões
teológicas e outras causas como políticas e raciais. No quinto século um homem chamado
Nestório, morador da cidade de Constantinopla, foi condenado pela Igreja Católica e banido
pelo Imperador sob a acusação de heresia quanto a Pessoa de Cristo. Mas aqueles que
seguiam os ensinamentos de Nestório, chamados de “nestorianos”, eram, sem dúvida alguma,
crentes em Cristo. Estes crentes organizaram uma igreja independente, chefiada pôr um
arcebispo que, em 498, tomou o título de Patriarca do Oriente. Esses crentes eram cheios de
zêlo missionário. Onde quer que fossem, quer a negócios ou em procura de refúgio, levavam
o Evangelho, razão porque a Igreja deles cresceu rapidamente na Ásia.
Também aparecem mais três Igrejas, defendendo seu ponto de vista e partido: (1) A
Igreja da Armênia, a qual se recusava a aceitar os credos da Caldedônia, continua assim até os
dias de hoje. (2) A Igreja Jacobista que apareceu no quinto século na Ásia Menor e (3) A
Igreja Copta, compreendendo quase todos os cristãos não-gregos do Egito.
4.1 – A Religião Popular.
Infelizmente o paganismo já havia entrado dentro da Igreja. O culto verdadeiro foi
corrompido com a presença da religião pagã, muitos até mesmo chegaram a dizer que o
Cristianismo se transformara em “Mitologia Cristã”. O Deus revelado pôr Jesus Cristo não era
o único objeto de culto. Grandes números de seres e coisas ocupavam um lugar bem maior do
que Deus. Parecia que os santos e virgem Maria demonstravam mais amor e simpatia para
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com o homem e estavam mais perto dele do que o próprio Deus. A Igreja começou a se
encher de várias festas que comemoravam o dia dos “santos”, os quais segundo a Igreja
Católica, rogavam ao Pai a favor do povo. Os santos tinham um dia especial de culto, contido
no calendário da Igreja, o processo da canonização era obtido pelos papas. As viagens e
peregrinações a lugares consideradas santos atingiu seu auge, pois os peregrinos diziam
receber graças divinas. A maior deles com certeza era para a Terra Santa.
Objetos como os ossos dos apóstolos e relíquias antigas, até mesmo a cadeia onde
Pedro esteve preso, transformaram-se em tesouros para os seus possuidores, pois criam que se
tinha o poder para operar milagres. A missa tornou-se o elemento central do culto. A
cerimônia da Ceia do Senhor foi substituída pela missa e, firmava-se cada vez mais a crença
de que o pão era a verdadeira carne e o vinho, o verdadeiro sangue do Senhor.
A religião do Cristianismo se tornou uma religião de temor, como as religiões pagãs.
Ensinava-se que o mundo estava cheio de espíritos maus e demônios e, para anular a sua obra
apelava-se para a intercessão dos santos e a adoração das sagradas relíquias. Atribuiu-se
espantosa santidade aos templos, aos elementos da missa, e aos homens do papado. O poder
do Cristianismo sobre o povo era o poder do medo, como no paganismo. Parece incrível que o
Cristianismo chegasse a esse ponto, ficando tão longe daquela simplicidade, espiritualidade e
alegria e confiança no poder do Senhor Jesus Cristo.
4.2 – Uma Chama ao Reavivamento.
O Cristianismo ficou cada vez mais desfigurado pela imperfeição humana. Foi preciso
que o Senhor Jesus Cristo, cabeça da Igreja, mostrasse mais uma vez o seu poder. Então
começam a aparecer algumas igrejas no ocidente com o desejo de mudanças. A partir do ano
1.000 são verificadas várias mudanças na Europa. Depois de vários séculos de guerra, a
ordem e a paz finalmente começam a surgir. Um sopro de vida passava pelo mundo. O
despertar intelectual apareceu, surgindo grandes mestres nos mosteiros e nas escolas. A
cultura começou a ser desenvolvida, livros notáveis começaram a ser escritos. Estes
acontecimentos deram ao Cristianismo uma oportunidade maravilhosa de mostrar o seu poder,
e foi realmente o que fêz.
Apareceram várias igrejas reformistas com a finalidade geral de ter uma política
reformadora de libertar a Igreja dos laços que a prendiam aos poderes e interesses mundanos.
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Foi criada uma espécie de programa que combatia os erros impostos pela Igreja. Um
deles era combater a compra de ofícios eclesiáticos, o mal que resultara na grande riqueza da
Igreja. O programa atacou a violação do celibato clerical, pois muitos bispos e sacerdotes
eram casados, eles combatiam este ponto pois julgavam que uma vez casados os bispos
deveriam se preocupar com as suas famílias e não mais com os assuntos da Igreja. Outro
ponto importante foi a exigência da purificação da vida do clero. Essas igrejas conseguiram
uma grande oportunidade de realizar seus objetivos, quando um papa pôr nome Leão IX,
interferiu na Igreja para tentar salvar o papado da degradação moral.
Um dos homens, dos quais podemos dizer que foi um dos papas reformadores, foi
Hildebrando. Era italiano e nasceu em berço muito humilde. Começou a servir numa pequena
igreja, mas ele era realmente o poder pôr detrás do trono do papado. Foi eleito bispo em
1.073. Depois disso ele mesmo era quem decidia sobre a escolha dos papas, moldando-lhes a
sua política e, elaborando lentamente um plano de reforma para a Igreja.
4.3 – Algumas Conquistas.
Enquanto a cristandade brigava em meio a questões teológicas, caiu sobre ela um
enorme ataque dos muçulmanos. Nos séculos VII e VIII, os conquistadores árabes haviam
dominado a Síria, a Palestina e parte a Ásia Menor, Mesopotâmia e Egito. Desta forma a
Igreja no oriente foi enfraquecida, a Igreja lutava com todas as suas forças para se defender
contra as fortes ondas do Islamismo. Os governos árabes tinham certa tolerância para com os
cristãos. Eles foram obrigados a pagar tributo, e expostos à desonra de várias formas. Foram
proibidos de construir templos, apenas podiam realizar o seu culto. A igreja tornou-se muito
fraca onde teve de viver sob o poder muçulmano.
Fora isso, várias controvérsias sugiram em torno das imagens de Cristo e dos santos.
Essas imagens eram apenas gravuras e pinturas, não estátuas. Muito se fez para acabar
com esse tipo de superstição, mas no final o povo venceu apoiados pelos monges. Alguns
imperadores tentaram até mesmo, pôr lei, forçar o povo parar com a adoração de imagens,
mas quem pode com um povo de dura servis. Em 869, um sínodo em Constantinopla
declarou-se a favor delas e, desde então, as imagens dominaram o culto da igreja oriental, na
religião do povo.
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Em meados do século IX, ambas as igrejas experimentaram um pequeno
reavivamento, nos respectivos Impérios, tanto no oriente como no ocidente. Nesse período a
Igreja Nestoriana desenvolveu seu trabalho missionário da Ásia. Certamente houve cristãos na
China ocidental e na Índia, no século VII.
4.4 – Igreja Primitiva e Igreja Medieval.
Começamos este livro com assuntos sobre a Igreja Primitiva, isto é, a Igreja dos
tempos do Novo Testamento. Essa Igreja Primitiva foi aos poucos se distanciando dos moldes
das Igrejas do Novo Testamento. Depois entramos para estudar a Igreja da Idade Média, a
Igreja de Roma começou a crescer e a dominar as outras igrejas. Na Idade Média já podemos
falar claramente da Igreja Católica Romana. Esta Igreja se espalhava pôr quase todas as
regiões que formavam o mundo conhecido de então.
4.5 – Igreja Romana e Igreja Ortodoxa.
Estudamos nos capítulos passados sobre o crescente poder da Igreja em Roma que
finalmente dominou todas as demais. Paralelamente com o engrandecimento de Roma foi se
esboçando uma divisão dentro da própria Igreja.
Essa divisão teve início bem antes da Idade Média, quando o Império Romano estava
próximo do seu fim. No ano 323 o Imperador Constantino havia transferido a capital do
Império de Roma para Constantinopla. A partir de 395 formou-se o Império Oriental, com a
capital em Roma. Mais tarde, no século V, para facilitar a administração política, foram
designados dois governadores; um com sede em Roma, e outro com sede em Constantinopla.
Com o correr do tempo, a parte da Igreja que estava no Oriente, com sede em Constantinopla,
ficou sob a administração do Imperador, e a do Ocidente, com sede em Roma, sob
administração do Papa.
A Igreja ficou dividida em duas. Foram então surgindo diferenças quanto ao modo de
celebrar a Ceia do Senhor, quanto ao uso de barba para os bispos, quanto ao celibato dos
sacerdotes. Surgiram também divergências teológicas a respeito da Trindade. Após muitas
discussões a Igreja do Oriente aboliu as imagens, embora conservasse as pinturas de Cristo. A
divisão definitiva da Igreja deu-se em julho de 1.054, pôr uma questão de menor importância.
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O patriarca de Constantinopla condenou a Igreja de Roma pôr usar pão não levedado na
eucaristia. A disputa cresceu a tal ponto que pôr fim o papa de Roma excomungou o patriarca
de Constantinopla e seus seguidores. Este, pôr sua vez, não aceitou a excomunhão, e com a
mesma autoridade, excomungou o papa de Roma e seus seguidores. Deste tempo em diante, a
Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa seguiram caminhos diferentes.
A Igreja Ortodoxa é o ramo do Cristianismo originado no Oriente (Constantinopla).
Outros nomes pelos quais podemos chamá-la são: Igreja Ortodoxa do Oriente, Igreja
Ortodoxa Grega, Igreja Católica Grega e Igreja de Cristo. Esta igreja incluía membros de
várias nacionalidades e hoje possui aproximadamente 175 milhões de membros.
4.6 – Uma pequena Introdução à Reforma.
Comecemos falando sobre o período do Renascimento, o qual foi também um período
de transição da História Humana, situada entre a Idade Média e os tempos modernos; é
caracterizada pôr uma renovação cultural dos povos da Europa sob a influência do
pensamento e da arte greco-romana. A cultura grega e a latina (romana) do começo do
Cristianismo tinha ficado esquecida, guardada nos mosteiros. Os bárbaros tinham invadido a
Europa, os quais depois de algum tempo foram civilizados e evangelizados. O renascimento
procurou trazer de volta, ou seja, ressuscitar o que estava esquecido.
Pôr esta época surgiram grandes nomes da arte, como Leonardo da Vinci e
Michelangelo, na pintura. Este foi também um período de grandes transformações na área
social e econômica. Começou-se a pensar nas pessoas mais humildes e numa divisão de terras
mais humanas. Como podemos ver o renascimento influiu em todas as esferas da atividade
humana, chegando até mesmo a afetar o pensamento religioso da época. O renascimento
estimulou o movimento da
Reforma Religiosa. A cultura voltou-se para o passado; assim começou o estudo da literatura
cristã dos primeiros séculos, incluindo as Sagradas Escrituras. A redescoberta Bíblica trouxe o
desejo de reformar a Igreja, substituindo a autoridade eclesiástica pela autoridade da Palavra
de Deus. O mundo de então estava amadurecendo para uma transformação total. Ao mesmo
tempo que surgia uma paixão brilhante pela cultura greco-romana, era inventada a imprensa.
Os escritos, todos em pergaminhos copiados a mão, e de acesso apenas a uns poucos,
passaram, através da imprensa, a ser de uso popular. Gutemberg, na Alemanha, inventou a
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imprensa. O primeiro livro impresso foi a Bíblia Sagrada, traduzida para o alemão popular pôr
Martinho Lutero. No início da Idade Moderna foram gastas grandes somas na fundação de
bibliotecas de manuscritos antigos. Surgiram dicionários, gramáticas, versões e comentários.
4.7 – A Venda de Cargos Eclesiásticos.
Os melhores cargos da Igreja, tais como o de bispo ou o de papa, eram comprados pôr
pessoas ricas. Essas pessoas compravam cargos eclesiásticos (religiosos) não pelo desejo
ardente de servir a Deus, mas de servirem a si mesmos. Roma possuía uma corte suntuosa. Os
papas precisavam sempre de mais dinheiro para manter o luxo da sua corte, um modo de
arranjar dinheiro era com a venda de indulgências. Indulgência, quer dizer perdão. O papa
então começou a vender o perdão dos pecados. O maior renda deste dinheiro todo foi
destinado a construção da Basílica de São Pedro em Roma. Para os compradores eram
oferecidos certificados com o perdão dos pecados. As indulgências dispensavam seu
comprador da confissão, do arrependimento, da penitência ou absolvição pôr parte do padre.
As indulgências tinham até mesmo a pretensão de perdoar os pecados de quem
estivesse no purgatório. A crença no purgatório surgiu na Idade Média e a Bíblia nada diz
sobre a existência deste lugar. O purgatório, segundo o Dogma Católico, é o lugar
intermediário para onde vão os mortos que não tinham satisfeito completamente a justiça
divina. Daí, poderão sair, no entanto, chegando aos céus, mediante a colaboração e
intercessão dos vivos que lhes devem oferecer sacrifícios como orações, obras religiosas,
indulgências, sendo, porém, o mais eficaz o sacrifício da missa.
4.8 – A procura e queima das Escrituras Sagradas.
A leitura da Bíblia foi proibida no ano de 1.229. A Igreja considerou a Bíblia como
um dos livros proibidos para a sociedade. Milhares de exemplares foram caçados e
incinerados em todas partes do mundo pela Igreja Católica Romana. Esse acontecimento foi
incentivado pelo papa Leão XII, o qual dizia que a Bíblia fazia com que a sociedade deixasse
de aceitar os bons conhecidos decretos da Igreja. Somente os padres podiam ler a Bíblia, pois
se julgavam representantes de Deus na Terra, o homem que se atravesse a lê-la, ficaria louco.
Mas, felizmente eles lutavam contra “Um” cujas forças era maior, nunca O poderiam vencer.
Ele velou pela Sua Palavra, e com muitas lutas e sacrifícios a Bíblia Sagrada chegou até nós.
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CAPÍTULO 5
A IGREJA E ALGUMAS ORDENS
Jesus Cristo deixou de ser o alvo principal, seu lugar foi ocupado pôr fábulas e
superstições do paganismo. Veja do que está igreja foi capaz:
Em 310 essa igreja instituiu as orações pelos falecidos.
Em 320 essa igreja começou a se utilizar das velas (todos os tipos).
Em 375 essa igreja instituiu a adoração e culto aos santos.
Em 395 essa igreja instituiu a missa como elemento principal do culto.
Em 433 essa igreja reconheceu o culto e adoração à Virgem Maria.
Em 502 essa igreja instituiu roupas especiais para os sacerdotes.
Em 503 essa igreja expõe com sucesso a Doutrina do Purgatório.
Em 710 os fiéis começaram a ser obrigados a beijarem as mãos e os pés do Bispo
Universal, ou Papa.
Em 785 essa igreja adotou o regime da adoração das relíquias e imagens.
Em 850 essa igreja instituiu o uso da água benta.
Em 995 o Papa começou a decidir sobre a canonização dos santos.
Em 1.073 essa igreja criou o sistema de Celibato Clerical.
Em 1.904 essa igreja instituiu o rosário.
Em 1.190 essa igreja instituiu a Venda de Cargos Eclesiásticos.
Em 1.220 essa igreja substituiu o pão pela hóstia, e inventou-se a Doutrina da
Transubstanciação, em seguida a hóstia passou a ser objeto de adoração.
Em 1.230 essa igreja proibiu a leitura das Escrituras Sagradas.
Em 1.315 essa igreja instituiu a reza da “Ave Maria”.
Em 1.546 essa igreja introduziu a Bíblia os livros Apócrifos.
Em 1.854 essa igreja inventou a Doutrina da Imaculada Concepção de Maria.
Em 1.870 essa igreja fez passar uma circular dizendo que o Papa era infalível, quando
pregava a Palavra de Deus e tomava suas decisões.
Em 1.950 essa igreja criou a doutrina da “Presença Real de Maria no Céu”, ou seja, a
ascensão de Maria.
5.1 – As Cruzadas.
As cruzadas foram movimentos militares organizados para libertarem a Cidade Santa
(Jerusalém) do poder dos infiéis. O nome Cruzadas veio da palavra “cruz”, então esse
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movimento lutava em nome da cruz da Cristo. Foram organizadas ao todo oito cruzadas para
tentar libertar a cidade Santa do poder dos infiéis. Jerusalém, a Capital da Palestina foi
invadida pelos árabes, que agora precisavam ser expulsos. Estes árabes têm como religião os
islamismo. Eles chamam Deus de Alá, e seu grande profeta chama-se Maomé. O islamismo
até hoje domina grande parte da população no Oriente da África, sendo sempre um verdadeiro
desafio para o Cristianismo. O Egito, a Líbia, a Síria, a Arábia Saudita e outros são todos
países em que a religião oficial é o islamismo ou maometismo.
Quanto ao seu objetivo militar, as Cruzadas foram um fracasso; não conseguiram, a
não ser pôr um curto período, libertar Jerusalém das mãos dos árabes. Há fatos e cenas
emocionantes ligadas às Cruzados. Uma delas foi a famosa Cruzada Infantil. Nela, crianças
entre 10 e 16 anos foram mandadas para libertar Jerusalém. Essas crianças acabaram sendo
vendidas aos árabes como escravos.
5.2 – A Ordem dos Dominicanos.
A ordem dos dominicanos ou dos Irmãos Pregadores foi fundada pôr Domingos de
Gusmão, em 1.215, com o propósito de ensinar o povo através da pregação da verdade cristã.
Essa pregação deveria acabar com as heresias dos cataristas e valdenses.
Domingos nasceu na Espanha, em 1.170. Foi um estudante brilhante e possuía vasta
cultura universitária. Tornou-se sacerdote.
Sua ordem recebeu a aprovação do Papa Inocêncio III. A Ordem dos Dominicanos
cresceu rapidamente e se tornou uma das melhores e mais poderosas organizações religiosas
da Idade Média. Os discípulos desta organização eram monges e monjas que mantinham uma
vida monástica, vivendo em conventos. São chamados de monges todos aqueles que vivem
fechados em mosteiro e frades, aqueles que saem dos mosteiros e convivem entre o povo. Os
Dominicanos eram frades. Ensinar exige muito conhecimento pôr parte de quem ensina, pôr
isso os Dominicanos eram homens estudiosos. Domingos procurava entre as universidades,
homens para fazer parte de sua ordem.
Os cataristas e valdenses surgiram na Europa pôr volta dos séculos XI e XII. Eram
grupos religiosos piedosos e sinceros, mas os seus ensinos eram considerados pela Igreja
como heréticos. A Igreja queria acabar com as heresias a força, e pôr isso já estudamos que
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foi instituída a Inquisição. O povo daquela época era totalmente ignorante, e pôr isso as
heresias eram aceitas com a maior facilidade. Os valdenses continuaram a existir e crescer pôr
toda a Europa. Com a vinda da Reforma, eles se filiaram definitivamente à Reforma
Protestante. Os Dominicanos até hoje usam as iniciais “OP” para se identificarem. Sempre
que você ver estas duas letras na frente do nome de um monge, já saberá que ele é um
dominicano. As iniciais significam: “Ordem dos Pregadores.”
5.3 – A Ordem dos Franciscanos.
A Ordem dos Franciscanos foi fundada em 1.210 pôr Francisco de Assis. Francisco de
Assis organizou uma fraternidade com o propósito de ajudar o povo em todas as suas
necessidades espirituais e materiais. O ideal dos franciscanos era imitar a Cristo, e para isso
viviam uma vida de amor ao próximo e pobreza total. Francisco de Assis nasceu em Assis, na
Itália , e pôr isso ficou conhecido como Francisco de Assis. Nasceu no ano de 1.182. Era filho
de um comerciante. Moço mundano e indiferente, foi atingido pôr uma série de moléstias que
o fez pensar em Deus.
Quando se recuperou, começou imediatamente a servir aos necessitados,
especialmente os leprosos. Seu pai o deserdou. Francisco organizou uma fraternidade de
serviço no espírito de Cristo e pobreza total. Havia grande pobreza e miséria entre o povo, um
dos grupos infelizes eram os leprosos, os quais com muito amor receberam cuidados dos
franciscanos. Eles também pregavam a Palavra, pois estavam interessados na salvação das
almas dos homens. A Ordem dos Pregadores e a dos Franciscanos são chamados medicantes,
pôr praticarem a pobreza e viveram da caridade pública. Francisco achava que não era
possível obedecer a Deus completamente se a pessoa estivesse preocupada em ganhar
dinheiro, pôr isso levavam uma vida de pobreza total. Quando não conseguiam ganhar nada
com os seus serviços, eles pediam esmolas. Contudo, os franciscanos foram um grupo alegre.
Viviam cantando e louvando a Deus.
Ninguém ficava triste pôr ser pobre. Francisco escreveu vários hinos e orações que
ainda hoje são usados.
5.4 – Nota.
Pôr volta do décimo século os mosteiros haviam se tornado ricos e corruptos. O ideal
de seus fundadores de servir ao próximo havia sido substituído pelo ideal de servir-se a si
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mesmo numa vida fácil em mosteiros ricos. Na Idade Média tanto os Dominicanos como os
Franciscanos foram terríveis perseguidores dos crentes. Aqui mesmo no Brasil temos tristes
história da intolerância dos franciscanos.
5.5 – Tomás de Aquino.
Tomás de Aquino é considerado o maior Teólogo da Igreja Católica. Eles ensinava
que as verdade bíblicas estão acima da Filosofia, mas que não há contradição entre Filosofia e
Teologia. Ensinava que o alvo supremo de todo estudo deve ser o conhecimento de Deus e do
destino do homem. A maior parte das doutrinas da Igreja Católica está baseada nos ensinos de
Tomás de Aquino. Nasceu em Aquino, na Itália, em 1.225. Era filho de uma família nobre.
Aos 14 anos inscreveu-se na Universidade de Nápoles para fazer o curso de letras e cinco
anos mais tarde ordenou-se sacerdote tornando-se membro da ordem dos Dominicanos.
Estudou o pensamento do filósofo grego Aristóteles, e procurou conciliar as verdades do
evangelho com a filosofia de Aristóteles. Escreveu uma Suma Filosófica, mas a sua maior
obra foi a Suma Teológica que é, até hoje, a base da teologia da Igreja Católica.
Tomás de Aquino dizia que a nossa mente não pode entender todos os mistérios da
revelação de Deus, mas ensinava também que o que é verdadeiro na filosofia não é contrário a
revelação. Os conhecimentos humanos podem nos ajudar muito. Pôr isso em seu pensamento
todos deveriam estudar filosofia, pois a filosofia estuda as verdades que a razão do homem
pode alcançar. Isso significa que algumas verdades podem ser afirmadas pela razão e que
outras são reveladas somente pôr Deus.
5.6 – Salvação e Igreja.
Tomás de Aquino ensinava que o homem é salvo pela graça de Deus em Cristo, mas
que não há salvação fora da Igreja instituída. Tomás de Aquino ensinava também que os
sacramentos são meios pelos quais o homem recebe a graça de Deus. Os sacramentos só
podem ser ministrados pela Igreja, desta forma, o homem também precisa da Igreja para ser
salvo. Tomás dizia também que ninguém deve ser forçado e entrar para a Igreja; mas uma vez
batizada, a pessoa não poderia mais sair, pois saindo da igreja perdia a salvação.
5.7 – Os Cataristas.
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Este partido desenvolveu-se grandemente aos fins do século XII e durante o século
XIII. Na realidade foi uma igreja rival, pois ela possuía a sua própria organização, seu
ministério e seu credo, culto e sacramentos. O credo era uma estranha mistura de Cristianismo
e idéias orientais religiosas. Pensavam eles que a matéria fora criada pôr Satanás e que ela era
a sede e fonte de todo mal. Daí não podiam aceitar que o Filho de Deus tivesse tido um corpo
e vida humana. Julgavam que o caminho da santidade era fugir do poder da carne, negando os
seus desejos ou deles fugindo pelo suicídio. Suas vidas abnegadas e de moral irrepreensível
constituíam uma reprimenda ao clero que usava o nome de cristão. O culto e o sacramento
eram modelados pela Igreja, mas livres dos elementos superstições e do formalismo. Embora
não fossem cristãos completos, representavam o desejo generalizado de uma religião melhor
do que a igreja papal oferecia. Os cataristas se espalharam pela Itália, França, Espanha, Países
Baixos e Alemanha. Foram mais fortes no sudoeste da França, onde foram chamados
Albigenses (da cidade de Albi). Em toda a parte os cataristas foram caçados pela Inquisição
que fora organizada principalmente pôr causa deles. O terrível extermínio durou cerca de
vinte anos.
5.8 – Os Valdenses.
Outro movimento de protesto foi o dos Valdenses. Surgiram no final do século XII.
Um negociante de Lião chamado Pedro Valdo, movido pelo ensino do capítulo dez do
Evangelho de S. Mateus, começou a distribuir seu dinheiro aos pobres e tornou-se um
pregador ambulante, do Evangelho.
Juntou-se a ele um grande número de seguidores que o ajudavam no trabalho dentro
da igreja, não obstante manifestarem, de início o seu protesto contra o descaso dessa Igreja.
As autoridades eclesiásticas logo os excomungaram. Expulsos e considerados inimigos,
começaram a se organizar como igreja à parte. Ao fim da Idade Média já encontramos os
Valdenses completamente organizados e espalhados pôr toda Europa Ocidental. Apesar de
terem sido constantemente caçados pela Inquisição, eram intensamente ativos no ensino do
Evangelho e na distribuição de partes manuscritas da Bíblia na língua do povo.
5.9 – Os Irmãos.
Muito semelhante aos Valdenses eram os dissidentes que a si mesmos chamavam de
“Irmãos”. Estas pessoas tinham uma fé cristã muito simples e eram conhecidas onde viviam
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pôr suas vidas cheias de bondade e pureza incomuns. Nenhum vínculo tinham com a Igreja
de Roma e seu clero, e realizavam o culto na língua comum do povo. Apreciavam a leitura
das Escrituras Sagradas e possuíam muitas cópias de manuscritos de tradução da Bíblia ou
de algumas de suas partes. A sociedade dos “Irmãos” se espalharam pela Europa,
correspondendo-se e realizando trabalhos em conjunto. Como os Valdenses, os “Irmãos”
mantinham um excelente trabalho na obra de missões. Seus trabalhos missionários eram
grandemente ativos, mas mantidos em segredo, pôr causa das perseguições. Eram numerosos
entre os camponeses e operários nas cidades, particularmente na Alemanha.
CAPÍTULO 6
O INÍCIO DA REFORMA – MARTINHO LUTERO
Martinho Lutero foi o grande líder da Reforma na Alemanha. Preocupado com a
salvação de sua alma, descobriu na Epístola de Paulo aos Romanos que “o justo viverá da
fé”. Esta descoberta mudou completamente toda a sua vida e o curso da própria história da
Igreja. Nasceu em 1.483 em Eisleben, na Alemanha, de família camponesa. Diplomou-se
professor de filosofia e ingressou na ordem dos frades Agostinianos. Foi sacerdote, doutor em
teologia e professor na Universidade de Wittemberg. Pôr se manter fiel às suas convicções
religiosas, foi excomungado da Igreja Católica Romana. Fugindo da perseguição, traduziu
para o alemão o Novo Testamento e, mais tarde, juntamente com outros, a Bíblia toda. Casou-
se com uma ex-freira. A confissão de fé da Igreja Luterana foi resumida em dois documentos
preparados e aprovados pôr Lutero e Melanchton. Martinho Lutero faleceu em 1.546.
A Igreja Católica Romana havia colocado um enorme abismo de obrigações e deveres
entre o homem e sua salvação. Havia um ritual de confissão, penitência, indulgências, os
quais a pessoas precisava cumprir para garantir a sua salvação. Lutero sentia-se cada vez mais
arrasado espiritualmente e, a procura de resposta para isso, encontrou a resposta lendo a
Bíblia em Romanos 1:17. Compreendendo essa verdade expressa na Bíblia, Lutero sentiu a
paz de Deus inundar a sua alma. Podia estar certo de sua salvação, pois a Bíblia estava lhe
ensinando que o justo deveria viver pela fé. Ficou entendido então que a salvação vem pela fé
em Jesus Cristo e não pelos ritos, sacramentos, penitências e indulgências da Igreja.
Lutero achava que a justificação (perdão e aceitação pôr parte de Deus) era conseguida
através das obras, vigílias, orações, jejuns, e outras coisas. Finalmente, lendo Romanos 1:17,
descobriu que a justificação em pela fé, e não pelas obras. Essa descoberta liberou Lutero do
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temor da condenação. Não demorou muito e começou a ensinar esta verdade aos seus
seguidores (discípulos).
6.1 – Lutero e as Indulgências.
Em 1.517 um homem chamado João Tetzel (dominicano) apareceu na Alemanha
vendendo indulgências. Esse fato horrorizou Lutero, que já havia descoberto que a salvação
vem pela fé em Jesus Cristo e não pela compra de indulgências. João Tetzel era dotado de
grande eloquência e pôr isso foi enviado a Alemanha pela Igreja Católica Romana com a
incumbência de vender indulgências. Eram oferecidos aos fiéis certificados de perdão,
assinados pelo Papa, esse certificado dispensava o devoto de qualquer outro ritual exigido
pela Igreja.
6.2 – As Noventa e Cinco Teses.
Deus dá o perdão dos pecados e a salvação através da fé em Jesus Cristo. Em 31 de
outubro de 1.517, Lutero fixou na porta da Igreja de Wittemberg noventa e cinco teses, quase
todas relacionadas com a venda de indulgências. Foi a faísca que iniciou a Reforma e
incendiou toda a Europa. “TESE” – é uma proposição ou afirmação que se apresenta para ser
defendida. Lutero escreveu suas teses ou afirmações para serem discutidas em Universidades.
Mas dessas teses foram retiradas cópias, as quais foram espalhadas pôr toda a Alemanha.
Estava aberta a luta contra o Papa. Muitos consideram o dia 31 de outubro de 1.517 como o
dia do início da Reforma na Igreja. A medida em que as cópias das noventa e cinco tese eram
espalhadas pôr toda a Alemanha a venda das indulgências decaía. Isso provou uma grande
fúria no papado, o qual resolvera investir tudo que tinha para silenciar Lutero.
6.3 – O Grande Debate.
Um grande debate foi realizado em Leipzig entre Lutero e Eck, representante do Papa.
Como resultado do debate, Lutero não somente recusou a autoridade final do Papa, mas
recusou também aceitar a infalibilidade dos concílios. Lutero desligou-se totalmente da Igreja
Católica Romana e se submeteu apenas à autoridade das Escrituras Sagradas. Dois anos
depois de ter lançado as noventa e cinco teses, o debate aconteceu. Em 1.520 o Papa expediu
uma bula, espécie de decreto papal, excomungando Lutero e declarando que, se não se
retratasse dentro de 60 dias, sofreria a pena reservada aos hereges, que era a morte. Ao
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receber a bula, Lutero queimou-a em praça pública. Os ensinos de Lutero espalharam-se
rapidamente pela Alemanha. Foram aceitos com interesse porque o povo estava pronto para
recebê-los e libertar-se da opressão da Igreja Romana. Em 1.521 Lutero foi intimado pelo
Imperador Carlos V a comparecer diante da Dieta de Worms. Dieta é uma assembléia de
líderes políticos ou religiosos. A Dieta, realizada na cidade de Worms, reuniu líderes políticos
e religiosos. Lutero foi intimado a comparecer para se retratar. A resposta de Lutero foi a
seguinte:
“A menos que eu me convença, pelo testemunho das Escrituras ou pôr justa razão,
permanecerei no meu ponto de vista, convencido pelas Escrituras a quem apelei, e pela
minha consciência, prisioneira da Palavra de Deus. Não posso falar de outro modo e não me
retratarei, pois agir contra a consciência não é justo nem conveniente. Eis-me aqui, Deus me
julgue. Amém!
Lutero foi condenado ao banimento do Império e excomungado da Igreja com uma
dupla sentença de morte. Pôr volta de 1.540 todo o norte da Alemanha tornava-se luterano. O
Papa tentou dominar os luteranos através de uma guerra que durou de 1.546 a 1.555. Essa
guerra terminou com a Paz de Augsburgo, pela qual se reconheceu oficialmente a religião
dos luteranos.
6.4 – Os Pontos Principais da Reforma.
Depois do grande debate de Leipzig, Lutero desligou-se da Igreja de Roma e
estabeleceu os principais pontos para a Reforma. Dentre eles podemos destacar:
1. Justificação pela fé somente.
2. O sacerdócio universal do crente.
3. Supremacia da Palavra de Deus como contida nas Escrituras e o direito do livre exame
pôr parte de cada crente.
Três erros fundamentais da Idade Média precisam ser corrigidos:
(1) O Sacerdotalismo: à semelhança do sacerdote no Velho Testamento, ao sacerdote da
Igreja Romana era atribuída a função de mediador entre Deus e os homens.
(2) União entre a Igreja e o Estado: embora a Igreja dominasse o Estado, ela perdeu toda a
sua força espiritual.
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(3) Anulação da autoridade das Escrituras: que acabou sendo substituída pela autoridade
do Papa e dos concílios.
O primeiro ponto da Reforma dizia que a justificação pela fé em Cristo é suficiente
para a nossa salvação. O segundo ponto dizia respeito ao sacerdócio universal dos crentes.
Lutero descobriu lendo as Escrituras Sagradas que quando Cristo morreu, rasgou-se o véu do
Templo, dando a cada crente acesso livre à presença de Deus. O crente em Jesus não precisa
recorrer a um sacerdote para dirigir-se a Deus. Ele mesmo é um sacerdote diante de Deus.
Qualquer crente em Jesus pode achegar-se a Deus diretamente; o crente não precisa da ajuda
de uma autoridade eclesiástica. No Velho Testamento os sacerdotes dirigiam-se a Deus,
oferecendo sacrifícios em favor do povo. Cristo fez de cada crente um sacerdote, com o
direito de se chegar a Deus diretamente, sem intercessão de ninguém. O terceiro ponto, já
mencionamos antes, aceitava-se como única autoridade para a Igreja, a autoridade da Palavra
de Deus como está nas Escrituras, e o direito de cada crente para examinar e interpretar as
Escrituras.
6.5 – Outros erros combatidos pôr Lutero.
Lutero foi também contra a limitação das boas obras, a oração na igreja, ao jejum, e às
esmolas. Lutero ensinou que o melhor campo para servir a Deus (em boas obras) está no
viver diário, em tudo que fazemos. Contudo, para Lutero, a melhor obra era crer em Cristo.
Crer em Cristo era também a fórmula para a justificação pessoal. Lutero também combateu
outros erros da Igreja Romana, entre os quais podemos mencionar os seguintes: (1) A
penitência como confissão ao sacerdote; (2) a doutrina da excomunhão; (3) a
transubstanciação; (4) a comunhão sob uma só espécie, isto é, o fiel receber, na ceia, apenas o
pão; (5) o poder espiritual extraordinário dos sacerdotes; (6) o purgatório; (7) o pagamento
das anatas, taxa paga pôr quem recebia benefícios; (8) o poder temporal do Papa; (9) os
conventos e (10) o celibato clerical.
6.6 – Condenado, mas sob segurança.
Lutero era de fato, um vencedor. Depois de alguns dos mais fiéis defensores se terem
retirado, a Dieta, sob pressão do imperador, proclamou como já vimos, o Édito de Worms que
colocava Lutero fora da Lei e decretava a destruição dos seus simpatizantes. Mas a Alemanha
zombou do Édito e nenhuma tentativa séria jamais foi realizada para levar a efeito a sentença
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contra Lutero. Ele agora era o líder do movimento religioso nacional a que dera origem, pôr
seu bravo testemunho a favor da verdade evangélica, como Deus lhe tinha revelado.
6.7 – O crescimento do Luteranismo.
A partir de 1.520, os ensinos reformadores dominaram rapidamente a Alemanha. A
maioria dos monges deixaram seus mosteiros para pregarem as boas novas do Novo
Testamento. Muitos dos sacerdotes das paróquias tornaram-se luteranos, e em muitíssimos
casos os seus paroquianos os seguiram. Um bom número de bispos tornaram-se favoráveis às
novas doutrinas. Quando não encontravam clérigos para pregar, os leigos o faziam. Os livros
e escritos de Lutero começaram a ter enorme divulgação e influência. Muitos humanistas
dedicaram sua cultura defendendo esta nova e melhor forma de Cristianismo. Os ensinos
reformadores foram amplamente divulgados entre o povo pôr meio de um grande número de
tratados. O povo das cidades livres onde o trabalho tinha sido previamente preparado pelos
“Irmãos” que pregaram a religião evangélica, disseminaram a Bíblia e divulgaram os ensinos
de João Huss, dando assim um entusiasmo especial para a recepção ao Evangelho bíblico
reformador.
6.8 – João Wycliff.
Este homem entrou na luta contra o Papado no ano de 1.375. Nasceu entre 1.320 e
1.330 (não sabemos a data exata, somente a aproximada) era famoso como o homem mais
culto e mais destacado da Universidade de Oxford. Ele também era padre de Lutterworth
quando alcançou a extrema simpatia das classes pobres. Sua primeira investidura foi contra
suposto direito do papa de cobrar impostos ou taxas na Inglaterra. O cisma papal muito
contribuiu para espalhar os pontos de vista de Wycliff. Este homem com grande ousadia
denunciou o papado e toda a organização clerical, sustentando a tese de que não deveria haver
distinções de classes dentro do clero. Chegou a ir além, negou o fundamento bíblico à
doutrina da religião medieval, a transubstanciação.
Pôr causa dos seus ensinos João Wycliff foi condenado pôr um concílio eclesiástico.
Diante disso apelou para o povo Inglês. Em muitos tratados , escritos em linguagem acessível
ao povo comum, atacou todo o sistema da igreja medieval e declarou que a Bíblia é a única e
verdadeira regra de fé e prática. Surgiu então o maior de seus trabalhos, a tradução da Bíblia,
da Vulgata (versão Latina) para o inglês. Desta forma o povo da Inglaterra teve acesso a
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Palavra de Deus. Para espalhar a Bíblia e os seus ensinos, organizou-se a “ordem dos
sacerdotes pobres”, estes homens percorriam toda a Inglaterra. Estes homens embora
perseguidos, continuaram sua obra até o período da Reforma. Missionários foram enviados e
enchiam as estradas inglesas. João Wycliff, tornou-se um homem de forte posição em toda a
Inglaterra, ao ponto que a única coisa que puderam fazer contra ele foi classificá-lo como
herege. Morreu em 31 de dezembro de 1.384.
6.9 – João Huss.
João Huss (1.373 – 1.415). Era o líder da Boêmia, e seu grupo era outra causa forte do
espírito nacionalista. Devido a sua origem, João Huss, era um homem muito respeitado pelo
povo. Era muito culto e exercia poderosa influência na Universidade de Praga, além de
sacerdote, pelo qual foi escolhido para um lugar de destaque. Era o grande pregador daquela
cidade, onde tornou-se porta-voz nacional de políticos e religiosos do seu povo. Declarou
guerra contra a imoralidade do clero, e pediu que ocorresse uma reforma. Com certeza os
ensinamentos de Wycliff causaram-lhe grande avivamento de idéias. Entrou em grande
conflito com chefes da igreja papal. Foi acusado como “herege”, excomungado pôr ter
desafiado o Papa João XXIII, em 1.412, ao qual Huss compareceu. Escreveu um livro
importante. No qual ensinava que a “Lei de Cristo”, isto é, o Novo Testamento, era o guia
suficiente para a Igreja, e que o papa só podia ser obedecido até onde suas ordens
coincidissem com esta lei divina.
Pôr causa da sua fidelidade a Cristo, o caso de João Huss foi logo decidido. Lhe
ofereceram liberdade em troca de seus princípios, (além das falsas acusações), mas este
grande homem continuou firme em sua convicções. Foi condenado a queimar vivo numa
fogueira, em Constança, no dia 06 de julho de 1.415, sofrendo assim terrível martírio. A ira
dos boêmios pelo assassinato de seu líder não tiveram limites. Levantou-se um grande partido
que exigia independência. Em outras partes da Europa o martírio de Huss fortaleceu o espírito
de revolta contra a Igreja Papal.
6.10 – A Renascença e a Reforma.
Os humanistas interessados no problema religioso fortaleceram grandemente o espírito
da reforma na igreja. Eles também provocaram um grande interesse pelo estudo da Bíblia,
preparando desse modo homens leitores e indagadores das Escrituras para uma forma de
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religião mais verdadeira. Finalmente todo o movimento da Renascença, pôr sua influência no
ressurgimento e elevação da mente humana, habilitou-os a lançar fora as velhas idéias e a
ingressar nos novos caminhos. Ela foi uma poderosa precursora da renovação que se
aproximava das idéias religiosas. Sem a Renascença a Reforma Protestante não teria ocorrido.
CAPÍTULO 7
A REFORMA NA SUÍÇA
Além da Alemanha, os outros países da Europa estavam também preparados para uma
Reforma religiosa. Influíram na Alemanha e nos outros países os seguintes fatores:
1º - A insatisfação e o protesto contra a imoralidade e a ignorância da liderança da Igreja.
2º - O sentimento patriótico que não suportava mais a interferência do Papa nos assuntos
políticos de cada país.
3º - A resistência ao pagamento dos impostos eclesiásticos.
4º - As novas maneiras de pensar e viver que tinham sido trazidas pela Renascença.
Na Suíça, Franca, Holanda, Escócia e Inglaterra, explodiram revoluções religiosas que
resultaram na formação de igrejas protestantes. Com exceção da Igreja na Inglaterra, as
igrejas protestantes que surgiram nos demais países tinham aspectos comuns. A história
dessas igrejas é que vamos estudar a seguir.
A Suíça no século XVI era uma confederação de treze pequenos estados chamados
cantões. Cada um desses estados era uma república auto-governada. Alguns dos cantões,
onde se falava alemão, formavam a parte conhecida como Suíça Alemã. Outros cantões, onde
se falava o francês, formavam a Suíça Francesa. Há ainda uma outra parte da Suíça onde se
falava o italiano, e que formava a Suíça Italiana.
7.1 – Zuínglio em Zurique.
Ulrico Zuínglio foi o principal reformador da Suíça Alemã. Em 1.519 foi eleito
sacerdote, pastor e pregador da Grande Igreja Matriz de Zurique. Convencido de que a Bíblia
é a única autoridade em matéria de religião, Zuínglio começou seu trabalho de reforma da
Igreja, pregando uma série de sermões baseados nos livros do Novo Testamento.
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Nestes sermões Zuínglio procurava apontar a verdade bíblica e os erros da Igreja
Medieval. Zuínglio nasceu em 1.484 e faleceu em 1.531. Era suíço. Teve uma educação
aprimorada. Estudou nas universidades de Viena e Basiléia, e recebeu toda a influência das
idéias de liberdade de pensamento e de pesquisa que surgiram com a Renascença. Zuínglio
foi um humanista interessado em voltar às fontes da crença cristã. Lia o grego corretamente, e
seus sermões eram feitos diretamente do Novo Testamento Grego. Este bravo homem morreu
em combate numa luta dos cantões protestantes contra os cantões católicos. Convencido de
que a Bíblia era a única autoridade em matéria de religião, procurou purificar a Igreja pôr
meio de sua leitura. O trabalho em Zurique foi feito devagar, mas nos primeiros três anos
expandiu muito em leitura e ensino da Palavra de Deus.
7.2 – A Reforma Concretiza-se.
Zuínglio começou seu trabalho vigoroso de Reforma em 1.522. Três anos depois,
Zurique aceitou oficialmente suas doutrinas. Gradativamente as igrejas deixaram de lado as
indulgências, a missa, o celibato e as imagens. Aceitaram a verdade de que a Bíblia é a única
autoridade em matéria de religião e Cristo o único cabeça da Igreja. O CELIBATO é a
condição de solteiro. Devido à influência do monasticismo, a Igreja passou a proibir o
casamento dos religiosos. Até
hoje a Igreja Católica Romana defende o celibato tanto para os padres como para as freiras.
Os reformadores ensinavam que os pastores devem casar-se e constituir família.
7.3 – A Reforma Espalha-se.
De Zurique, a Reforma se estendeu rapidamente pôr quase toda a Suíça Alemã. Berna,
Basiléia e outras cidades também adotaram as reformas de Zurique. Muitos cantões
permaneceram católicos, mas a maior parte das confederações na Suíça Alemã, adotaram a
Reforma. Em cada um desses cantões surgiam líderes reformados. A esses líderes o povo
apoiava plena e alegremente. Em cada um dos cantões a Reforma foi realizada pôr ato de
uma autoridade representante do povo, como em Zurique, e todas essas decisões aprovavam
as idéias de Zuínglio. Sua influência também se estendeu, como já vimos, pelo Sul da
Alemanha. Foi assim que surgiram esses dois aspectos da Reforma, lado a lado, o de Zuínglio
e o de Lutero. Depois do célebre e histórico protesto de Espira, em 1.529, tornou-se evidente
que os protestantes teriam de lutar em defesa de sua fé. Daí a razão dos esforços para a união
dos luteranos e zuinglianos nas cidades e nos cantões da Alemanha e da Suíça, numa Liga
Defensiva. Apareceu um obstáculo com a objeção de Lutero a certas idéias de Zuínglio. Na
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esperança de se alcançar uma solução harmoniosa, foi planejada uma conferência dos dois
líderes e de alguns dos seus maiores e confiáveis amigos.
7.4 – O Desacordo entre Zuínglio e Lutero.
Eles concordavam entre si em catorze dos quinze artigos que defendiam os assuntos
básicos da fé cristã, mas diferiam na doutrina da Ceia do Senhor. Lutero tinha, naturalmente,
rejeitado a idéia medieval de o pão e o vinho se mudarem na carne e no sangue do Senhor
Jesus, mudança conhecida pelo nome de transubstanciação. Mas Lutero ainda sustentava que
o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo eram recebidos pelos comungantes... “ao
lado do pão e do vinho”. Zuínglio pôr sua vez, sustentava que o sacramento é um memorial da
morte do Senhor e que sua presença é unicamente espiritual.
Lutero ofereceu tal oposição a esta interpretação que ele mesmo se convenceu de não
poder aprovar a aliança entre luteranos e zuinglianos.
7.5 – A Morte de Zuínglio.
A morte de Zuínglio ocorreu somente dois anos após sua Conferência com Lutero.
Levantou-se uma guerra entre os quatro cantões suíços que permaneceram católico romanos e
os cantões protestantes. Na segunda de duas breves campanhas, Zuínglio, que, com seu ardor
patriótico tinha ido para o campo de batalha, caiu lutando (1.531). Embora não fosse tão
grande quanto Lutero, foi também um servo fiel e destemido do Evangelho e um líder nobre e
sábio que deu inspiração ao seu povo. Realizou um trabalho permanente para a causa da
Reforma do Cristianismo no seu país.
7.6 – João Calvino.
Em 1.536 um jovem de vinte e sete anos, chamado João Calvino, estava de passagem
pôr Genebra, quando foi intimidado, em nome de Deus, a assumir uma posição de liderança
na cidade. Embora contra sua vontade, Calvino aceitou a intimação, e a não ser pôr três anos
passados em Estrasburgo, dedicou toda a sua vida à Reforma da cidade e da Igreja de
Genebra. João Calvino era francês, estudou na Universidade de Paris, mas sua fé protestante o
obrigou a fugir de lá. Em 1.536 chegou a Genebra, Suíça Francesa. Converteu-se em 1.533, e
pôr três anos andou pôr vários países da Europa, fugindo da perseguição religiosa. Genebra
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era uma cidade difícil. Durante muitos anos a cidade de Genebra tinha lutado pôr sua
independência. Amantes da liberdade, os cidadãos de Genebra não queriam ser súditos nem
do duque de Savóia, que governava as terras ao redor de Genebra, e nem da Igreja Católica
Romana.
Genebra queria ser independente. Para isso fez aliança com a cidade de Berna que era
protestante, e declarou-se também oficialmente protestante. Quando a luta terminou, o povo
de Genebra voltou à sua vida imoral. As tavernas estavam sempre repletas. Havia bebedeiras
e jogatinas à vontade. Os velhos grupos que eram inimigos voltaram novamente a brigar.
Genebra precisava urgentemente de uma obra construtiva, tanto moral quanto espiritual. Para
essa obra João Calvino foi chamado. Logo de início Calvio quis realizar a obra o mais
depressa possível. Esta atitude revoltou o povo que o expulsou da cidade, indo este para
Estrasburgo. Enquanto isso a situação ficava cada vez pior em Genebra. Finalmente, os
amigos de Calvino voltaram a dominar, e o Conselho da cidade de Genebra mandou chamar
novamente Calvino, que desta vez sabia como realizar o processo para as devidas mudanças.
7.7 – Três Aspectos Importantes do Trabalho de Calvino.
O trabalho de Calvino em Genebra teve três aspectos importantes: João Calvino
estabeleceu: (1) Um sistema de governo para a Igreja, (2) Uma ordem de culto e (3) um
sistema de educação.
(1) O Governo da Igreja – Calvino estabeleceu uma forma de governo através de
presbíteros. Cada denominação tinha sua forma de governo. Calvino então estabelece somente
uma forma para a Igreja de Genebra. A Igreja Luterana e a Igreja Metodista são dirigidas pôr
bispos, Calvino rejeitou os bispos e estabeleceu uma forma de governo através de presbíteros.
Pôr causa desse tipo de governo, a igreja que Calvino fundou é conhecida como Igreja
Presbiteriana , mas também recebe o nome de Igreja Reformada. Portanto, Igreja Reformada
é um dos ramos do Protestantismo que adota a teologia calvinista. A congregação passou a
eleger os presbíteros. Esse fato fez com que os próprios membros tomassem parte nos
negócios de sua igreja. Esta forma de governo é representativa, porque os presbíteros são os
representantes dos membros da congregação.
(2) A Ordem do Culto - A ordem do culto estabelecida pôr Calvino era baseada na
Bíblia e dava grande importância (1) à instrução dos crentes através da leitura bíblica e do
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sermão, (2) aos cântico de salmos, e (3) à celebração da Ceia do Senhor. Todas as igrejas
possuem uma ordem de culto. Esta ordem é conhecida como liturgia, como podemos observar
a liturgia adotada pôr Calvino era baseada inteiramente na Bíblia. O hinário da Igreja de
Calvino recebeu o nome de Saltério de Genebra. O francês Luís Bourgeois foi quem musicou
a maioria dos salmos existentes nesse hinário. A doxologia A Deus, supremo benfeitor,
(Hino de número 01 no Cantor Cristão); que ainda hoje é usada em nossas igrejas, pertence
ao Saltério de Genebra e a música é de Luíz Bourgeois. Alguns hinos e salmos que
pertenciam ao Saltério de Genebra ainda são utilizados hoje como exemplo o número 08, 52,
75, 83, 93, 127, 214, 246, 260, 267, 384, 411, 439 do nosso Cantor Cristão.
(3) A Educação do Povo – Calvino estabeleceu um sistema educacional completo em
Genebra, dando atenção especial à formação de novos líderes reformadores. Todos esses
esforços foram empreendidos para acabar com ignorância do povo, que durante a idade
medieval foi privada de ensinamento. A primeira escola primária obrigatória do mundo surgiu
como parte desse sistema educacional na cidade de Genebra. Os pais eram obrigados a
mandar, ou levar seus filhos até a escola. O sistema percorria do primário até a universidade,
dando sempre maior atenção a formação de novos líderes que seriam utilizados na reforma.
Calvino queria dar ao povo o melhor. Essas escolas receberam o nome de academia.
7.8 – O Aspecto Social da Obra de João Calvino.
A obra social de Calvino é também um fato muito importante. Calvino cria que a
Igreja devia interessar-se pela vida total da comunidade. Em Genebra, ele e os outros pastores
cuidavam da parte espiritual; os professores (que também eram oficiais da Igreja) eram
responsáveis pela educação; os presbíteros cuidavam das finanças da Igreja e também dos
pobres, doentes e velhos.
Calvino cria que a Igreja e o Estado deveriam trabalhar juntos para construir uma
sociedade cristã. Para isso Calvino insistiu na restrição dos juros; apoiou uma legislação civil
que controlava o comércio e o consumo, e trabalhou pelo estabelecimento de um sistema
eclesiástico de auxílio aos pobres e de promoção do bem-estar social. Deve-se a Calvino a
criação da manufaturas de pano, veludo e relógios, que foram introduzidas em Genebra para
dar trabalho aos pobres e desempregados. As cartas de Calvino foram constantemente sobre
finanças, comércio e indústria. De seu púlpito Calvino lutava pelos direitos do homem
comum. Ele e seu sucessor, Beza, foram de fato os defensores do povo.
História da Igreja l
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7.9 – A Instituição da Religião Cristã.
Este livro de Calvino é um manual de fé cristã para pastores e leigos. É a apresentação
mais completa e bem organizada da fé cristã e das doutrinas reformadas. Tornou-se um
instrumento de defesa para os protestantes e um meio para instruir os crentes. A última edição
da Instituição da Religião contém quatro volumes. Muitos pensavam que as igrejas
protestantes acabariam desaparecendo – Quem pode segurar Deus, operando Ele quem
ousará impedir? - , mas o livro de Calvino deu ao Protestantismo aquilo que faltava, uma
exposição completa e organizada da fé e das doutrinas da Reforma. Calvino escreveu de
forma organizada o que os protestantes criam sobre Deus, Cristo, a Bíblia e a Igreja. Este livro
servia também como uma forma de discípulado, ou instrução para a preparação de novos
candidatos ao batismo e ao ingresso na fé cristã. Em seu livro Calvino seguiu as divisões do
Credo dos Apóstolos, Deus, Cristo, Espírito Santo e Igreja.
7.10 – A Influência de João Calvino.
A influência de Calvino estendeu-se muito além de Genebra. Através de seus livros,
de sua enorme correspondência, e da Academia fundada pôr ele, Calvino moldou o
pensamento e inspirou os ideais do Protestantismo da França, Holanda, Escócia , dos
Puritanos ingleses e dos Pais Peregrinos que vieram da América. A Imprensa foi um enorme
auxilio para a Reforma. Vários livros, comentários e pequenos jornais foram escritos. O
trabalho de Calvino tornou-se tão famoso que os jovens de toda a Europa vinham estudar em
sua Academia, a qual era a primeira Universidade Protestante do mundo. Os jovens que se
formavam nesta Academia voltavam para seus países para organizar e fundar novas igrejas.
Reformadas, que seguiam o modelo da igreja na cidade de Genebra.
Nota – Os Puritanos eram protestantes ingleses que desejavam eliminar da Igreja
da Inglaterra os elementos que consideravam de influência romana. Os puritanos
acabaram pôr separar-se da Igreja Anglicana. Eram geralmente calvinistas quanto à
doutrina. Tiveram grande influência na vida religiosa e política da América do Norte e
Inglaterra.
CAPÍTULO 8
A REFORMA NA INGLATERRA
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João Wyclif foi um homem de grande influência na Igreja da Inglaterra. Ele se rebelou
contra a interferência dos papas na vida política de seu país. Wyclif não suportou ver a
Inglaterra pagando impostos ao Papa para manter o luxo de sua corte. Nasceu em 1.329 e
faleceu em 1.384. Um dos nomes da Pré-Reforma, Wyclif foi condenado como herege pôr
criticar os erros da Igreja Romana. Atacou a venda de indulgências, a penitência, a doutrina
da transubstanciação, defendendo a Bíblia como suprema autoridade para a Igreja. Wyclif
treinou jovens universitários para pregarem as doutrinas bíblicas. Esses jovens eram
chamados Lollardos e viajavam pôr toda a Inglaterra. Foram perseguidos até o século XVI.
Continuaram o trabalho até a época da Reforma. Os seguidores de Wyclif terminaram a
tradução da Bíblia pôr ele começada. Em 1.415 seus restos mortais foram desenterrados e
queimados pôr ordem do Concílio de Constança. Antes de Wyclif houve outros pré-
reformadores, como Pedro de Bruys e Pedro Valdo. Na Inglaterra , Wyclif foi o herói da pré-
reforma, mas antes dele houve outros que se manifestaram contra Roma, como pôr exemplo, o
bispo Grossetête.
Os Papas nessa época tinham autoridade sobre a vida espiritual, política e econômica
de toda a Europa. Eles também cobravam pesados impostos em todos os demais países. Esses
fatos foram revoltando o povo, surge então João Wyclif, levantando a sua voz contra a Igreja
de Roma. A luta de Wyclif contra a influência do Papa foi facilitada pela situação da própria
Igreja Católica que se encontrava dividida. Havia um Papa em Roma e outro em Avinhão,
cidade francesa, ambos disputando o direito de único representando de Cristo na terra. Pôr
essa época surgiu na Boêmia outro pré-reformador – João Huss. O movimento da Boêmia
nasceu estimulado pelos escritos de Wyclif. João Huss foi queimado vivo numa estaca, mas
seu martírio só serviu para dar mais ímpeto ao movimento da Reforma. João Huss
desmascarou a venda das indulgências e ensinou que apenas Cristo é o cabeça da Igreja.
8.1 – Henrique VIII e sua Reforma.
(1.491 – 1.547). Em 1.534 Henrique VIII, rei da Inglaterra, declarou-se Chefe
Supremo da Igreja na Inglaterra, terminando desse modo a autoridade do Papa sobre aquele
país. Embora não tenha reformado doutrina alguma, Henrique VIII, fechou os mosteiros e
colocou uma Bíblia em cada Igreja da Inglaterra. Foi um motivo sentimental que levou a
Inglaterra a dar mais um passo em direção à Reforma. O rei Henrique VIII era casado com
Catarina de Aragão. Catarina não havia dado um herdeiro ao rei, e este desejou então anular
História da Igreja l
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seu casamento para casar-se com outra mulher chamada Ana Bolena. O Papa de então,
Clemente VII, negou-se a conceder o divórcio a Henrique VIII. O rei Henrique não se deu pôr
vencido. Impetuoso e egoísta, e também apaixonado pôr Ana Bolena, conseguiu do bispo da
Cantuária a anulação de seu casamento. Esta anulação só poderia ser concedida pelo Papa,
como chefe supremo da Igreja. A única solução encontrada pelo rei Henrique foi resolver a
questão declarando-se chefe Supremo da Igreja. Essas foram as suas palavras : “De agora em
diante, quem manda sou eu, e não o Papa.” Sua Reforma não trouxe nenhuma mudança
quanto as doutrinas que já sabemos, mas mandou fechar os mosteiros e conventos, pois sabia
que tanto as freiras como os monges obedeciam ao Papa de Roma.
8.2 – As Reformas feitas pela Rainha Isabel.
A Rainha Isabel I (1.533 – 1.603) da Inglaterra é considerada pôr muitos como a
fundadora da Igreja Anglicana. Isabel I adotou os princípios básicos do calvinismo, mas
conservou a autoridade dos bispos. A rainha Isabel I era filha do rei Henrique VIII.
A rainha Isabel I subiu ao trono da Inglaterra alguns anos depois da morte de Henrique
VIII. Embora não se interessasse especialmente pôr religião e nem pela Palavra de Deus, foi
através dela que se iniciaram as reformas das doutrinas da Igreja da Inglaterra.
A rainha Isabel I não era muito religiosa, mas era muito inteligente. Percebeu
claramente que boa parte da Inglaterra era favorável às idéias da Reforma vindas da
Alemanha e da Suíça. Isabel I procurou, antes de tudo agir com diplomacia, buscando uma
solução que agradasse tanto um grupo (os favoráveis as idéias da reforma), quanto ao outro
(os mais conservadores, que ainda eram fiéis a Igreja de Roma). Isabel I resolveu reformar as
doutrinas da Igreja, mas deixou sua administração mais ou menos como estava.
Nota: estamos vendo apenas alguns aspectos da Reforma na Inglaterra. Pôr volta de
1.662 os católicos romanos não gozavam de nenhuma liberdade religiosa. O sistema episcopal
era proibido (época de Cromwell). Os presbiterianos, congregacionais e batistas gozavam de
grande influência e liberdade. Com a morte de Cromwell, houve uma reação episcopal com a
expulsão de 2.000 pastores de suas igrejas. Esses pastores foram expulsos porque não
aceitaram a liturgia oficial imposta. A Grande Expulsão deu impulso às igrejas desligadas da
Igreja Anglicana, pois havia agora 2.000 pregadores da Palavra de Deus sem igreja, falando
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pôr toda parte. Nesse período João Bunyan, foi preso pôr pregar sem autorização. Foi no
cárcere que escreveu sua obra imortal – 0 PEREGRINO.
8.3 – João Wesley e o Metodismo.
(1.703 – 1.791). João Wesley era um sacerdote anglicano. Certa vez, tomando contato
com um comentário de Lutero sobre a Epístola do Apóstolo Paulo aos Romanos, foi
despertado pelos ideais legítimos da Reforma. Tornou-se pregador das multidões. Seus
ensinos produziram uma mudança na vida da própria nação, acordando-a para maior justiça
social e uma nova visão missionária. Depois da Grande Expulsão, a vida espiritual do povo
inglês foi decaindo, e poucos se preocupavam com as coisas espirituais. Foi nessa época que
surgiu João Wesley para despertar o povo da Inglaterra de sua indiferença religiosa. Wesley
viajava constantemente, pregando ao ar livre e treinando pregadores leigos. Wesley era um
homem metódico, inclusive na realização de seu trabalho religioso. Seu grupo passou a ser
chamado de Sociedade Metodista. Foi dessas sociedades que nasceu a Igreja Metodista. João
Wesley não foi o único obreiro daqueles tempos. Ele tinha a ajuda de Jorge Whitefield e de
Carlos Wesley, seu irmão, famoso como o autor de mais de 6.000 hinos. João Wesley não
queria que os novos convertidos abandonassem a Igreja Anglicana, mas esta não encarava
com bons olhos seu trabalho. Quase no fim de sua vida, foi fundada a Igreja Metodista, que
tomou o lugar das Sociedades Metodistas.
8.4 – Justiça Social e Visão Missionária.
João Wesley causou um verdadeiro avivamento na Inglaterra, os dois resultados mais
notáveis foram mostrar a necessidade de justiça social e de uma nova visão missionária pôr
parte dos crentes. Quando há interesse nas coisas de Deus, as mudanças se faziam sentir.
Nesta época a Inglaterra passava pôr uma revolução industrial. Havia muita injustiça e muito
abuso. Os salários eram baixos, não havia limite para as horas de trabalho, inclusive a
exploração de menores.
Com o avivamento espiritual surgiram homens com o desejo de lutar pela justiça
social. O evangelho de Jesus Cristo transforma o homem e sua vida passa a ser dominada pelo
amor de Deus. Este amor começa a buscar o bem do próximo. O avivamento de Wesley
também ajudou a acabar com a venda de escravos. Os ingleses compravam escravos na África
e os vendiam na América do Norte. O primeiro missionário inglês depois do avivamento
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metodista foi o batista Guilherme Carey, que foi para a Índia em 1.792 (Verificar sobre sua
vida, ministério e história no livro “Missões à Luz da Palavra de Deus”). Os crentes, avivados
pôr Wesley, perceberam a necessidade de não guardar apenas para eles a alegria da salvação.
Coube a Guilherme Carey (1.761-1.834) a grande honra de iniciar a obra missionária em
tempos modernos. Este homem de Deus era sapateiro e a princípio pregador leigo batista.
Mais tarde foi consagrado pastor e enviado a Índia. Em 1.792 organizou-se a Sociedade
Batista para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos. Outras sociedades missionárias
foram fundadas em Londres pelos congregacionais e pelos anglicanos em 1.795 e 1.799.
8.5 – Os Anabatistas.
A mais antiga comunidade de anabatistas apareceu na Suíça pôr volta de 1.525. Os
dois líderes do movimento foram Conrado Grebal e Felix Manz. O propósito dos anabatistas
era voltar ao Cristianismo do Novo Testamento. O líder dos anabatistas na Suíça foi um
homem chamado Conrado Grebel. Conrado tinha um amigo colaborador chamado Felix
Manz. Manz era conhecedor da língua hebraica. O nome anabatistas significa rebatizador.
Conrado e Manz não aceitavam como válido o batismo de criancinhas. Assim, quando alguém
se convertia, era rebatizado; daí o nome anabatista. O nome anabatista passou a ser usado
pelos adversários de Grebel como apelido, e passou a ser o nome do movimento. Os
seguidores de Conrado se chamavam “irmãos.”
Na Suíça outros dois líderes foram Guilherme Reublin e Jorge Blaurock. O líder
preeminente na Alemanha foi Baltasar Hubmaier, mas o mais célebre foi Meno Simons, que
durante 25 anos pastoreou as igrejas da Alemanha e Holanda. Meno Simons conseguiu novos
conversos pela pregação e unificou as igrejas numa grande irmandade que tomou o nome de
Menonitas.
8.6 – Características dos Anabatistas.
As doutrinas características dos anabatistas eram as seguintes:
(1) As igrejas deveriam ser formadas somente de crentes regenerados e batizados após à sua
profissão de fé.
(2) As igrejas anabatistas eram livres e autônomas, isto é, separadas do Estado e
independentes entre si.
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(3) A Ceia era considerada um ato memorial da morte do Senhor Jesus e era reservada aos
que haviam sido batizados após a regeneração.
(4) As Escrituras Sagradas eram autoridade suprema em matéria de fé e prática.
(5) Os anabatistas eram pacifistas e adeptos da não violência. Consequentemente
condenavam a guerra e o uso de armas.
Os anabatistas tinham muitos pontos em comum com os outros reformadores. Eles
também aceitavam a justificação pela fé, rejeitavam as imagens e o culto aos santos,
rejeitando também a autoridade do Papa de Roma, os sacramentos e a doutrina do purgatório.
8.7 – A Perseguição aos Anabatistas.
O governo de Zurique ordenou que Grebel e os irmãos batizassem crianças. Grebel,
Manz e outros se recusaram a obedecer a ordem, afirmando que a Igreja não deveria ter
ligação com o Estado. Os anabatistas continuaram a pregar o Evangelho a todo vapor. Pôr este
ato de recusa os anabatistas foram condenados à morte pôr afogamento. Em 1.525 foi
realizado um debate em Zurique entre Zuínglio e os anabatistas, entre eles Grebel, sobre o
batismo infantil. O debate dava ordem para que se batizassem crianças, mas o movimento
continuava a batizar somente os adultos (convertidos) agora em reuniões particulares. Os
anabatistas começaram a se reunir secretamente e se separaram das igrejas dirigidas pelo
reformador suíço Zuínglio. Em janeiro de 1.527 Felix Manz foi amarrado e jogado em um rio.
Grebel escapou à execução porque ficou doente e morreu de peste antes de ser executado.
Como os apóstolos julgavam que é melhor obedecer a Deus do que aos homens, os
anabatistas também na sua volta para o cristianismo do Novo Testamento entendiam a mesma
coisa. Os anabatistas foram os primeiros a praticarem a separação entre o Estado e A Igreja.
8.8 – Os Anabatistas Continuam Firme em seus Propósitos.
Pôr causa da perseguição em Zurique, o movimento anabatista espalhou-se pôr toda a
Suíça, Alemanha, Holanda e Morávia. Muitos anabatistas fugiram para a América do Norte
como peregrinos. É com comentarmos aqui também que os anabatistas são os antepassados
dos batistas. A Morávia era uma antiga província da Áustria. Atualmente pertence a
Checoslováquia. Podemos dizer que a doutrina fundamental dos anabatistas era uma
concepção particular a respeito da Igreja. Esta, sustentavam eles, é uma comunidade de
pessoas regeneradas, isto é, convertidas. Decorria daí a crença deles, de que o batismo, o rito
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de admissão à Igreja, só deveria ser ministrado somente aos adultos, desde que somente estes
poderiam experimentar conversão.
Os que se filiavam a essas sociedades eram batizados, pois o batismo que já tinham
recebido na infância era destituído de significação. Em virtude da idéia que tinham sobre a
Igreja não admitiam a existência de uma igreja oficial, reconhecida pelo Estado. Uma igreja
sob o controle do poder civil, poderia deixar de ser cristã, diziam eles, e desta forma não
poderia ser a verdadeira igreja. Pôr esta razão se separaram e não quiseram qualquer
aproximação com as igrejas reformadas, pois todas eram igrejas reconhecidas pelo Estado.
8.9 – Oposição dos Anglicanos ao Reavivamento.
Não obstante os irmãos Wesley e Whitefield serem ministros da Igreja da Inglaterra,
foram proibidos de pregar às igrejas oficiais. Pôr muito tempo o clero anglicano quase
ignorou totalmente o valor e a natureza da grande obra desses pregadores. O alvoroço as
vezes provocado pela pregação desses ministros, era desagradável para aquela época
caracterizada pela moderação e restrição em todas as coisas. O costume deles era pregar em
paróquias de outros ministros e isto provocou grandes protestos. Pôr esse motivo foram
excluídos das igrejas e sofreram amarga oposição de muitos clérigos da igreja oficial. Pôr esta
época surgiu um movimento muito forte, denominado “Evangélicos”, composto pôr clérigos
e leigos que foram influenciados pelo movimento revivificador. Em virtude de muitíssimos
dos que compunham esse grupo ser ricos e altamente colocados, exerceram grande influência
na vida da Inglaterra. O movimento do Reavivamento chegou, proclamando a livre graça de
Deus em Cristo Jesus, e da salvação livre, gratuita, pela fé no salvador; era o convite de Deus
ao arrependimento e a fé.
CAPÍTULO 9
A IGREJA DEPOIS DE 1.830 – ATÉ OS TEMPOS ATUAIS
Ao iniciar-se o novo século chamamos a atenção do estudante para alguns resultados
definidos do reavivamento. As igrejas tiveram um aumento grandioso quanto ao número de
seus membros. Em 1.830, os metodistas eram sete vezes mais do que em 1.800; os
presbiterianos, quatro vezes mais; os batistas, três vezes mais e os congregacionais, duas
vezes mais, apesar das grandes perdas provocadas pelo movimento Unitariano. Surgiram
vários novos grupos religiosos. Um, que tomou o nome de “Discípulos”, foi formado pôr
pessoas que tinham sido influenciadas pelos reavivamentos do oeste da Pensilvânia, da
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Virgínia e do Kentucky. Estes “Discípulos” repeliam as igrejas existentes porque elas tinham
“credos humanos”, pregavam a união de todos os cristãos em bases unicamente bíblicas. O
nome que usavam eram um protesto contra o denominacionalismo.
9.1 – O Cristianismo Social.
A partir de 1.900, houve um constante crescimento do que podemos chamar de
“Cristianismo Social”, isto é, uma nova compreensão da parte do povo cristão com relação às
condições sociais e econômicas; uma nova concepção acerca dos males sociais; a convicção
de que a justiça social era a vontade de Deus e que, portanto, a Igreja Cristã deveria lutar pôr
alcançar aquele propósito. Isto apareceu claramente numa longa série de declarações sobre
questões sociais, “credos sociais” publicados pelas igrejas, começando com as declarações da
Conferência Geral Metodista e o Concílio Federal em 1.908. Ao lado dessas afirmações houve
muito estudo e discussões sobre o assunto nas igrejas, pôr meio de publicação de folhetos,
jornais e livros.
Além disso o trabalho das igrejas no campo social foi grandemente ampliado. Este
movimento foi fortalecido com a Primeira Guerra Mundial, o qual tanto afetou o
Protestantismo como a Igreja Católica Romana. Apesar da oposição e dificuldades o
movimento prosseguiu até 1.929, sempre com maior visão.
O culto tornou-se muito importante em muitas igrejas durante este período. Formas de
cultos mais piedosos e atraentes foram introduzidas em larga escala. Em certas igrejas não
litúrgicas apareceram fórmulas de oração e manuais de culto. Outro aspecto importante da
vida das igrejas foi o grande esforço que realizaram no campo da educação religiosa –
“principalmente as igrejas batistas” – que começou a ser ministrada tanto aos domingos
como durante os demais dias da semana.
9.2 – A primeira Escola Dominical.
Esse despertamento revelou-se de um modo maravilhoso no desenvolvimento das
obras sociais de caráter cristão. O amor de Deus, sentido e experimentado com novo poder
que procedeu do reavivamento pôr toda a parte, constrangia os homens ao amor e ao serviço a
favor de seus irmãos. Foi assim que a moderna filantropia ou Serviço Social recebeu seu
primeiro o poderoso impulso. A primeira Escola Dominical foi aberta em 1.780 pôr Roberto
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Raikes, na cidade de Gloucester. Foi um dos primeiros passos para a educação popular na
Inglaterra, como também o começo de um movimento mundial para as Escolas Dominicais. A
Escola de Raikes era destinada às crianças pobres que cresciam na ignorância, e ministrava
tanto a educação secular como religiosa. A consciência cristã da Inglaterra, despertada pôr
Wilberforce e outros evangélicos, aboliu definitivamente o comércio de escravos. João
Howard dedicou sua vida à Reforma das prisões e auxiliado pela obra de Isabel Fry deu
grande força a esta causa.
Foi Wilberforce quem chefiou o movimento e deu o primeiro golpe contra o trabalho e
exploração de menores. O interesse e cuidado do público a favor dos pobres tornaram-se mais
compreensivo e mais cheio de amor. Foram fundados muitos hospitais e outras casas de
caridade. Hoje em 1.999 é costume observar o ensino nas Escolas Bíblicas Dominicais em
quase todas as igrejas evangélicas existentes no mundo. Algumas realizam uma escola
sabatina, como os adventistas, outros (em países onde a igreja é perseguida) realizam seus
estudos durante os dias da semana em locais secretos.
9.3 – De 1.929 a 1.940.
Vários aspectos do pensamento religioso têm-se modificado profundamente. Há muito
menos confiança na capacidade humana para tornar este mundo melhor, e muito mais
confiança em Deus. O movimento de Unidade Cristã está muito mais fortalecido em todos os
países. Esta é a resposta do Cristianismo às dissensões que dividem o mundo. Verificam-se
cinco importantes uniões eclesiásticas: as Igrejas Congregacionais com as Cristãs, em 1.931; a
Igreja Americana com a Luterana, em 1.931; os Ortodoxos com os irmãos Hicksitas, em
1.933; os Evangélicos com as Igrejas Reformadas Alemãs, em 1.934; os Metodistas do Norte
com os do Sul, em 1.939. O movimento Ecumênico tem sido uma força considerável nos
Estados Unidos. O espírito cristão nas igrejas americanas tem alcançado progresso em duas
outras linhas fundamentais. Depois de 1.929, os empreendimentos missionários foram de
algum modo, perturbados, tanto nos Estados Unidos como em toda a parte. Houve uma
profunda alteração quanto a muitas questões relacionadas com as missões, que vieram afetar
os métodos até então adotados.
As forças missionárias têm sido bastante reduzidas pela falta de contribuições e os
campos têm sido também reduzidos em virtude das grandes guerras que afetaram a vida no
mundo inteiro. Apesar de tudo, não se tem verificado nenhum passo atrás no propósito
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missionário das igrejas. Nem tão pouco há qualquer passo à retaguarda no que respeita às
obrigações do Cristianismo para com a sociedade. Há, de fato, menos confiança no que o
homem pode fazer e um sentimento mais forte de dependência de Deus. Há, igualmente, uma
visão mais clara do mal no mundo. Porém, mesmo nos tempos de tragédia e ruína, as igrejas
mantêm seu propósito de lutar pela realização da vontade de Deus na vida humana.
9.4 – Palavras que Usamos para Descrever a Igreja Hoje.
Sabemos que a palavra grega no Novo Testamento para igreja é “ekklesia”,
significando uma assembléia de pessoas chamadas para algo especial, em comum. A palavra
pode ser aplicada a todo o corpo de cristãos que estão em uma cidade ou país; quanto para
uma congregação e finalmente a todo o corpo de cristãos na Terra. (Verifique os versículos a
seguir: Atos 11:22 – 13:1 – I Coríntios 14:19, 35 – Romanos 16:5 – Efésios 5:32)
A igreja também é chamada de “O Corpo de Cristo”. O Senhor Jesus Cristo deixou
este mundo a quase 2.000 anos, no entanto, Ele ainda continua no mundo. Com isso queremos
dizer que a Sua presença pode ser sentida no meio da Igreja, a qual é o seu corpo. O Espírito
Santo torna possível a presença de Jesus em nosso meio. Antes de partir da terra, o Senhor
Jesus Cristo prometeu assumir este novo corpo a "Igreja”. A cabeça não pode estar separada
do corpo, nem o corpo separado da cabeça, desta forma, o Senhor Jesus está presente no meio
da Igreja. A Igreja é um organismo vivo e não meramente uma organização.
O corpo humano é um, embora seja composto de milhões de células vivas. Da mesma
maneira o corpo de Cristo é um, embora composto de almas nascidas de novo. Assim como o
corpo humano é vivificado pela alma, da mesma maneira o corpo de Cristo é vivificado pelo
Espírito Santo (I Coríntios 12:13). A Igreja também é conhecida como sendo “Templo de
Deus” (I Pedro 2:5,6). O templo é um lugar especial, pois o Deus que habita em toda parte, se
localiza a si mesmo num determinado lugar, onde seu povo o possa “achar em casa”. Neste
templo espiritual, os cristãos, como sacerdotes, oferecem sacrifícios de oração, louvor e boas
obras. Finalmente a Igreja é conhecida como “A Noiva de Cristo”, este nome nos faz lembrar
a união e comunhão de Deus com o seu povo, mas devemos nos lembrar que é somente uma
ilustração, e não devemos forçar uma interpretação quanto a isso. O propósito de um símbolo
é apenas iluminar um determinado lado da verdade e não o de prover o fundamento para uma
doutrina.
9.5 – Como os Cristãos são reconhecidos dentro da Igreja.
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Nos saudamos uns aos outros como “irmãos”, porque a Igreja é uma fraternidade ou
comunhão espiritual, na qual foram abolidas todas as divisões que separam a humanidade. Na
Igreja de Cristo todas as divisões são vencidas: não há divisão cultural, social, econômica,
racial e nem mesmo há distinção entre homem e mulher (Examine Col. 3:11 e Gálatas 3:28).
Podemos também nos chamar de “crentes” , porque temos como doutrina principal seguir
Jesus Cristo como nosso único Senhor e Salvador Pessoal. “Santos”, porque estão separados
do mundo e dedicados à Deus. “Eleitos”, porque Deus nos elegeu para um destino glorioso,
ou Ele nos escolhe para um ministério muito especial. Os cristãos também são chamados de
“Discípulos”, porque procuram seguir os passos e as instruções do Senhor Jesus. Discípulos
também sugere a idéia de que estamos numa escola, onde o principal professor é o Espírito
Santo. Finalmente os cristãos são chamados de “cristãos”, porque suas vidas giram em torno
da Pessoa de Cristo.
9.6 – O que é Necessário para se Tornar Membro da Igreja?
O Novo Testamento nos ensina as seguintes condições para os membros da Igreja: (1)
a pessoa precisa ter fé implícita no Evangelho e confiança sincera de coração em Cristo como
seu único Senhor e Salvador (Atos 16:31). (2) é necessário que essa pessoa se submeta ao
batismo nas águas (imersão) como testemunho simbólico de sua fé em Cristo (Marcos
16:15,16) e (3) a pessoa precisa confessar verbalmente essa fé (Romanos 10:9,10). No
princípio da Igreja Primitiva todos os membros da Igreja eram verdadeiramente regenerados.
“E todos os dias acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que haviam de se salvar” (Atos 2:47).
Entrar na Igreja não era uma questão de unir-se a uma organização, mas de tornar-se membro
de Cristo, bem assim como um ramo é enxertado numa árvore. Com o passar do tempo,
entretanto, conforme a Igreja aumentou em número e em popularidade, o batismo nas águas e
a catequese tomaram o lugar da conversão. O resultado foi um influxo na igreja de grande
número de pessoas que não eram cristãs de coração. E desde então, essa tem sido mais ou
menos a condição da cristandade. Assim como nos tempos do Antigo Testamento havia um
Israel dentro dum Israel, israelitas de verdade, bem como israelitas nominais, assim também
no transcurso da história da Igreja vemos uma igreja, dentro da igreja, cristãos verdadeiros no
meio de cristãos apenas de nome. Portanto devemos aqui neste livro também fazer uma
distinção entre a Igreja Visível e a Igreja Invisível. A Igreja visível, é constituída de todas as
pessoas que declaram ser cristãs e cujos seus nomes estão escritos no rol de membros na
igreja onde congregam. – Mas a Igreja invisível é composta de crentes que têm o seu nome
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escrito no céu, os quais são verdadeiros cristãos de todas as denominações. Essa diferença
durará até a volta de Cristo, quando se fará separação entre o genuíno e o falso. (Mateus
13:36-43; 47-49)
9.7 – Quais são as Tarefas da Igreja.
(1) A Igreja foi criada para anunciar o plano de Salvação – O Senhor Jesus deu uma
ordem à Igreja que pregasse o Evangelho a toda criatura (Mateus 28:19-20), não somente isso,
mas deixar bem claro o plano da salvação como é apresentado nas Escrituras. Jesus Cristo foi
quem a proveu (Salvação); a Igreja deve torná-la real ao proclamá-la.
(2) A Igreja deve criar meios de adoração ao nome do Deus Trino – A nação de
Israel possuía um sistema de adoração divinamente estabelecido, pelo qual se achegava a
Deus em todas as necessidades e crises da vida. Assim também deve ser com a Igreja hoje.
Ela deve ser uma casa de oração para todos os povos, onde Deus deverá ser cultuado com
sinceridade, devoção, adoração, santidade, oração e testemunho.
(3) A Igreja deve criar meio para que haja comunhão religiosa – O homem é um ser
social; ele anela, anseia pôr plena comunhão e intercâmbio de amizade. É natural que
congreguem juntos, aqueles que participam do mesmo interesse. A igreja deve criar uma
comunhão religiosa baseada na Paternidade de Deus e no fato de que Jesus Cristo é o Senhor
de Todos. Todos devem participar da mesma experiência em comum. O calor dessa
comunhão era uma das características notáveis da Igreja Primitiva. Num mundo governado
pela mente da globalização, em que o ser humano é praticamente ignorado, os homens e
mulheres anelam uma comunhão, onde poderão se livrar do sentimento de solidão e
desamparo, esta comunhão só pode ser produzida pela Igreja.
(4) A Igreja deve, custe o que custar, sustentar as normas de conduta moral – A
igreja “e a luz do mundo”, essa luz deve afastar a aparência do mal; é também o “sal da terra”,
que a irá preservar da corrupção moral. É tarefa da Igreja ensinar os homens a viverem bem, e
a maneira certa em que devem se preparar para a morte. Ela deve alertar seus membros do
perigo, e levantar a bandeira de justiça, num mundo em que os valores na sociedade foram
praticamente todos invertidos.
9.8 – Quais são as Ordenanças da Igreja?
História da Igreja l
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O Cristianismo do Novo Testamento não é uma religião de rituais, a essência do
Cristianismo é o contato direto do homem com Deus pôr meio do Espírito. Portanto, não há
uma ordem de adoração a ser seguida. Isso permite à Igreja, em todos os países, a liberdade de
adotar a maneira de adoração que lhe seja adequada para a expressão de sua vida. Não
obstante, há suas cerimônias que são essenciais, dizemos isto porque elas são divinamente
ordenadas, a saber: o batismo nas águas e a Ceia do Senhor. O batismo nas águas é o rito do
ingresso na igreja cristã, e simboliza o começo da vida espiritual. A Ceia do Senhor é o rito de
comunhão e significa a continuação da vida espiritual. O primeiro sugere a fé em Cristo; o
segundo sugere a comunhão com Cristo. O primeiro é administrado somente uma vez, porque
pode haver apenas um começo da vida espiritual; o segundo é administrado frequentemente,
ensinando que a vida espiritual deve ser alimentada constantemente.
A – O Batismo.
A-1. Seu modo (maneira) – A palavra “Batizar”, usada no livro de Mateus cap. 28
versos 19 e 20, significa literalmente mergulhar ou imergir. Alguns historiadores comentam
em seus livros que quando um prosélito (pagão) se convertia ao Judaísmo se procedia da
seguinte maneira: O convertido ficava de pé na água, até o pescoço, enquanto a Lei era lida,
depois o próprio convertido se submergia na água, como sinal de que fora purificado das
contaminações e que agora estava começando uma nova vida como membro do povo da
aliança. Se o modo da imersão é o modo certo, de onde veio então a prática da aspersão, ou
seja, de derramar água?
Segue-se a resposta. Quando a Igreja abandonou a simplicidade do Novo
Testamento, foi aos poucos influenciada pelas idéias pagãs, atribuindo assim importância
antibíblica ao batismo nas águas, o qual veio a ser considerado essencial para se alcançar a
regeneração. Era portanto administrados aos enfermos e moribundos. Porque a imersão não
era possível em tais casos, o batismo era administrado pôr aspersão. Mais tarde pôr causa da
conveniência do método, este generalizou-se. Também pôr causa da importância da
ordenança, era permitido derramar a água quando não havia o suficiente para praticar a
imersão. Notemos a seguinte citação dum antigo escritor do segundo século: “Agora,
concernente ao batismo, batiza assim: havendo ensinado todas estas coisas, batiza em nome
do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, em água viva (corrente). E se não tiveres água viva,
batiza em outra água; e se não podes em água fria, então em água morna. Mas se não
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tiveres nem uma nem outra, derrama água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo.”
Sabemos, porém, que o modo bíblico e original é imersão, o qual corresponde ao
significado simbólico do batismo, a saber: morte, sepultura e ressurreição (Romanos 6:1-4).
A-2. A fórmula: “Batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo
(Mateus 28:19). Note-se que a fórmula trinitária é descrita duma experiência. Aqueles que são
batizados em nome do Trino Deus, pôr esse meio estão testificando que foram submergidos
em comunhão espiritual com a Trindade. Desse modo pode-se dizer acerca deles: “A graça do
Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós”
(II Coríntios 13:13).
A-3. O recipiente – Todos os que sinceramente se arrependem se seus pecados e
exercitam uma fé viva no Senhor Jesus, são elegíveis ao batismo. Visto que os infantes não
têm pecados de que se arrepender e não podem exercer a fé, logicamente são excluídos do
batismo nas águas. A Bíblia declara que eles podem ser apresentados ao Senhor Jesus em um
culto público (Mateus 19:13,14).
A-4. A eficácia – O batismo nas águas, em si não tem poder para salvar ninguém, as
pessoas são batizadas, não para serem salvas, mas porque já são salvas. Não podemos dizer
que o rito seja essencial para a salvação, mas podemos dizer que seja essencial para a integral
obediência ao senhorio de Cristo.
A-5. O significado – A imersão proclama a seguinte mensagem: Cristo morreu pelo
pecado para que o homem morresse para o pecado. O levantamento do convertido expressa a
seguinte mensagem: Cristo ressuscitou dentre os mortos a fim de que o homem pudesse viver
uma nova vida de justiça. Pelo rito do batismo , o convertido, figurativamente falando,
publicamente veste o uniforme do reino de Cristo.
B – A CEIA DO SENHOR.
A Ceia do Senhor ou Comunhão é definida como rito distintivo da adoração cristã, foi
instituída pelo Senhor na véspera de sua morte expiatória. Consiste na participação solene do
pão e vinho, os quais, sendo apresentados ao Pai em memória do sacrifício inexaurível de
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Cristo, tornam-se um meio de graça pelo qual somos incentivados a uma fé mais viva e
fidelidade maior a Ele.
B-1. Comemoração – “Fazei isto em memória de Mim”. Cada vez que um grupo de
cristãos se congrega para celebrar a Ceia do Senhor, estão comemorando, dum modo especial,
a morte expiatória de Cristo que os libertou dos pecados.
B-2. Instrução – O pão e o vinho simbolizam dois resultados da morte: a separação do
corpo e da vida, e a separação da carne e do sangue. O simbolismo do pão partido é que o Pão
deve ser quebrantado na morte (Calvário) a fim de ser distribuído entre os espiritualmente
famintos; o vinho derramado nos diz que o sangue de Cristo, o qual é a sua vida, deve ser
derramado na morte a fim de que seu poder purificador e vivificante possa ser outorgado às
almas necessitadas.
B-3. Inspiração, Segurança e Responsabilidade – Os elementos (pão e vinho) nos
lembram que pela fé podemos ser participantes da natureza de Cristo, isto é, ter comunhão
com Ele. A nova aliança instituída pôr Jesus é um pacto de sangue. Deus aceitou o sangue de
Cristo (Hebreus 9:14-24); portanto, comprometeu-se, pôr causa de Cristo, a perdoar e salvar a
todos que vierem a Ele. O sangue de Cristo é a divina garantia de que Ele será benévolo e
misericordioso para aquele que se arrepende. A nossa parte nesse contrato é crer na morte
expiatória de Cristo (Romanos 3:25,26). Agora quem deve ser admitido ou excluído da mesa
do Senhor? Ler I Coríntios 11:20-34. Será que somente aqueles que são dignos é que podem
receber e participar da Ceia do Senhor? Se fosse assim, todos nós estaríamos excluídos! Pois
quem dentre os filhos dos homens é digno da mínima misericórdia de Deus? Será que
podemos impedir alguém de se achegar a mesa do Senhor? Sendo assim, parece que
participamos da Mesa, indignamente sendo dignos. Em certo sentido, somente aqueles que
sinceramente sentem a sua indignidade estão aptos para se aproximar da Mesa; os que se
justificam a si mesmos nunca serão dignos. Agora, como pode alguém participar
indignamente? Praticando alguma coisa que nos impeça de claramente apreciar o significado
dos elementos , e de nos aproximarmos em atitude solene, meditativa e reverente. No caso
dos irmãos de Corinto o impedimento era sério, a saber, a embriaguez.
9.9 – O ministério da Igreja.
No Novo Testamento duas classes de ministérios são reconhecidos para a Igreja:
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(a) O Ministério geral e profético – geral porque é exercido com relação às igrejas de
modo geral mais do que em relação a uma igreja particular, e profético , pôr ser criado pela
possessão de dons espirituais. A esse pertencia os homens que receberam sua comissão do
próprio Cristo em pessoa, aqueles também que haviam visto Cristo depois de sua ressurreição,
homens que haviam gozado de uma inspiração especial, exerciam poder administrativos nas
igrejas, possuíam credenciais sobrenaturais, os que tinham como trabalho principal
estabelecer igrejas em campos novos. Quanto aos profetas e profetisas, eram dotados de Dom
de expressão inspirada. Seu ministério era particularmente entre os cristãos.
(b) O Ministério local e prático – local porque era limitado a uma igreja, e prático, porque
tratava da administração da igreja. O ministério local, que era nomeado pela igreja, à base de
certas qualidades (I Timóteo cap. 3), incluía: presbíteros, ou anciãos, os quais foram dado o
título de “bispos”. Associados a eles estavam os obreiros ajudantes, chamados de diáconos
(Atos 6:1-4; I Timóteo 3:8-13; Filipenses 1:1) e as diaconisas (Romanos 16:1 e Filipenses
4:3), cujo trabalho parece, geralmente, ter sido o de visitar de casa em casa e exercer um
ministério prático entre os pobres e necessitados (I Timóteo 5:8-11). Os diáconos também
auxiliavam os bispos na celebração da Ceia do Senhor.
10.HISTÓRIA DA IGREJA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Esta história teve início primeiramente no coração de Deus e concretizou na terra
através do inesquecível Pastor Marcos Batista Pereira da Silva, nascido em Salvador, Estado
da Bahia.
A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo tem a sua fundação no dia 17 de maio do ano
de um mil novecentos e trinta e seis.
O nome da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, se deu através de revelação dada pelo
Senhor ao seu fundador, fundamentado na Bíblia Sagrada, no Evangelho de São Mateus,
capitulo 16, versículo 18: “Pois também Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
Primeiro culto: O início foi com pregação em "ar livre", debaixo de uma árvore,
existente até hoje, no Jardim da Luz. Após a conversão de vários irmãos, resolveu-se alugar
um salão para acomodar o povo, quando o primeiro foi na Rua dos Italianos, nº 14, no Bairro
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Bom Retiro; Posteriormente indo para a Rua dos Triunfos, em seguida para a Rua Prates,
depois, Rua 25 de Março, Rua Rubino de Oliveira, no Brás, até adquirir o terreno e construir o
templo próprio na antiga Rua José Pancetti, 190, hoje, Rua Urumajó, no Tatuapé.
Com o falecimento do Pastor Marcos Batista foram Presidentes da Igreja os Pastores:
Joaquim Camargo, Jovino Almeida de Jesus, Luiz Samaan, José Moreira da Silva, Antônio
Caetano, Mario Bernardini, Antônio dos Santos Medeiros, Manoel Zipo Pereira, Orestes
Rodrigues, Eugenio Rocha, Paulo Gabriel, José Candido de Oliveira e Atualmente José
Cordeiro de Souza.
Breve histórico dos presidentes
De 1939 a 1945 os mandatos de ministros gerais, era de apenas um ano, mesmo assim
houve alguns ministros que não conseguiram cumprir seus mandatos.
1ª Gestão
Marcos Batista
Estado civil: casado
Família:
Esposa. Benedita e três filhos
Naturalidade:
Salvador Bahia, Brasileiro
Profissão:
Militar
Tempo de gestão: Da Fundação, até 28 de fevereiro de 1939
2ª Gestão:
Joaquim Camargo.
Estado Civil casado
Família:, Não se tem muitas Informações sobre sua família.
Nacionalidade. Brasileiro
Profissão: Não temos informações sobre profissão secular, mas consta-se em nossos
arquivos que era pastor.
Tempo de gestão. Durou pouco sua gestão, menos de um ano, mas contribui
muito para a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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3ª Gestão
Jovino Almeida de Jesus
Família. Pouco-se sabe deste pioneiro da INSJC sobre sua prole familiar
Nacionalidade: Brasileiro
Profissão: consta em nossos arquivos que foi um ministro Geral, e que de forma direta
e curta; cooperou para o crescimento do ministério da Igreja de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Tempo de gestão: Antes de concluir sua gestão, renunciou o cargo, Mas criou o
Registro Oficial da nossa Igreja.
4ª Gestão
Luiz Samaan
Estado civil: Casado
Família: Mosa Cury Samaan e como prole teve oito filhos
Nacionalidade: Turca
Profissão: vendedor ambulante
Tempo de Gestão: Esta informação é o que está baseada na Ata nº 03/01/44, onde diz
que 15/04 de 1944 o ministro geral era Luiz Samaan, e em 14 de Junho de 1947 foi
reeleito, então tivemos entre as duas gestões, 2 anos e meio.
5ª Gestão
José Moreira da Silva
Temos poucos registro sobre sua profissão, mas podemos afirmar que foi Ministro
Geral da INSJC, e também exerceu o Ministério pastoral os quais foram elementos
de grande ênfase no crescimento da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Família:
Nacionalidade: Brasileiro
Profissão: Não há dados registrados, mas consta em nossos
arquivos, que foi um Ministro Geral da INSJC, e que também foram tempos
importantes para o crescimento da Igreja.
6ª Gestão
Antônio Caetano
Família: Estado Civil Casado, mas em nossos arquivos não temos muitas informações
sobre sua vida familiar.
Nacionalidade: Brasileiro
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Profissão: não temos informações precisas sobre o mesmo, mas consta em nossos
arquivos que exerceu ministério Pastoral na INSJC.
Tempo de Gestão: Dois anos e quatro meses, final de 1942 até o inicio
de 1945 Ata nº 24 de 19/02/1945.
7ª Gestão
Mário Bernardini:
Família:
Estado Civil Casado
Nacionalidade: Brasileiro
Profissão: temos poucos registros sobre sua profissão, mas podemos afirmar que foi
Ministro Geral da INSJC, e também exerceu o Ministério pastoral os quais foram
elementos de grande ênfase no crescimento da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tempo de gestão: Entregou sua gestão por motivo de força maior no dia 30/03\01945
e Mario Bernardino assumiu em seu lugar. (Ata nº 23)
8ª Gestão
Antônio dos Santos Medeiros:
Esposa: Tereza Medeiros
Profissão: Militar (Capitão)
No ano de 1950, foi eleito o Pastor Antonio dos Santos Medeiros, para um período de
gestão de 4 anos. A gestão do Pastor Medeiros durou 25 anos e teve grandes evoluções
administrativas como: Primeiro Informativo, Organização do Ministério Geral, das
Cooperadoras Geral, da Mocidade Geral, do Conjunto Coral, da Escola Bíblica, e
implantação do Programa Radiofônico. O Pastor Medeiros faleceu no mês de abril de
1972.
9ª Gestão
Manoel Zipo Pereira:
Esposa: Corália Alves Pereira;
Filhos: Eunice Pereira, Paulo Pereira, Pércida Pereira de Souza, Sara Pereira Moreira,
Marta Pereira Gomes, Lázaro Pereira, e Maria Madalena Pereira dos Santos.
Profissão: Segurança
Era o vice Presidente do Pr. Medeiros, assumiu a Presidência com o falecimento do
Titular, e permaneceu na Presidência por um período aproximadamente de um ano.
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10ª Gestão
Bispo: Orestes Rodrigues:
Esposa: Marlene Calvo Rodrigues;
Filhos: Mara Calvo Rodrigues, Magda Calvo Rodrigues, Marcos Calvo Rodrigues, e
Gislaine Calvo Rodrigues.
Profissão: Militar
Em 1973, assumiu a Presidência o Bispo Orestes Rodrigues, havendo bom progresso
em números de membros e de templos, continuidade do Programa Radiofônico,
criação do Jornal “A Voz da Igreja”, implantação de Instrumentos Musicais, e abertura
para Cursos Teológicos em outras denominações, foi eleito, e depois reeleito duas
vezes, presidindo a Igreja por doze anos.
11ª Gestão
Bispo Eugênio Rocha:
Esposa: Joana Simões Rocha;
Filhos: Adna Rocha, Elizabete Rocha, Elias Rocha, Sônia Rocha, Débora Rocha, João
Rocha.
Profissão: Alfaiate
No ano de 1985, foi eleito o Bispo Eugênio Rocha, havendo vários progressos, como:
Instituição do Seminário Teológico por correspondência, implantação do sistema de
contribuições também através dos dízimos, Organização das Pastas Ministeriais da
Diretoria Geral, Liberação Total dos Instrumentos Musicais, e criação das Diretorias
Regionais. Neste período foi definido tempo integral para o Presidente, autonomia nos
usos e costumes, e na liturgia dos Cultos. O Bispo Eugênio Rocha também presidiu a
Igreja por doze anos.
12ª Gestão
Bispo Paulo Gabriel:
Esposa: Dinalva Fernandes Gabriel;
Filhos: Rosimeire, Rosângela, Paulo, Newton, e Fábio;
Profissão:
Advogado
Eleito em 1997, da mesma maneira colhemos os benefícios que se seguem: Edição da
Revista própria da Igreja para as Escolas Bíblicas, Curso para Aperfeiçoamento de
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Pastores, Desenvolvimento do Curso Básico de Teologia, instituição do Curso Médio,
Instituição do Cargo de Bispo, e Consagração de Mulheres como Oficiais da Igreja. A
gestão do Bispo Paulo Gabriel foi de oito anos.
13ª Gestão
José Candido de Oliveira
Esposa: Neuza Cozer de Oliveira;
Filhos: Renan, Lucas, e Jessé.
Profissão: Vendedor
Eleito em 2005, elaborou o Código de Ética Pastoral, o Manual de Grupos Familiares,
e o Manual de Maturidade Espiritual; Consolidou o Curso Médio em Teologia com o
material próprio da Igreja. Sua gestão foi também de oito anos.
14ª Gestão (Atual)
José Cordeiro de Souza
Esposa: Cleunice dos Santos Cordeiro;
Filhos: Gilliard Santos Cordeiro e Giselly Santos Cordeiro.
Profissão: Engenheiro
Bispo José cordeiro de Souza: Eleito em 2013, está praticando o seu plano de trabalho
apresentado aos Oficiais para a eleição: Visitas a todas as Igrejas, visitas a todos os
Pastores Titulares, a todos os Oficiais, Simplificação dos Manuais de Grupos
Familiares e de Maturidade Espiritual para facilitar a prática, e retornar a confecção
das revistas para as Escolas Bíblicas com as matérias do Curso Médio em Teologia
simplificando-os para Básico.
Possuímos hoje 135 Igrejas organizadas e 44 Congregações, ligadas a 21 Regionais;
Temos Igrejas nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, e São Paulo.
Para alcançarmos estes Estados, Deus levantou homens corajosos, que já estão com
Ele, como: Abraão Slebe Cury, Antônio dos Santos Medeiros, Antonio Policarpo, Ananias
Ferreira da Silva, Ananias Afôncio de Souza, Benedito de Lima, Benedito Satiro Moreira,
Belchior Delmiro Conrado, Cândido Ferreira Lima, Expedito Gomes dos Santos, Gerardo
Ataídes de Souza, José Cassemiro de Pina, João Pereira, Joaquim Antunes de Souza, José
Luna Sobrinho, Justino Pacheco, Layri de Oliveira, Leopoldino Teodoro dos Santos, Luiz
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Samaan, Manoel Zipo Pereira, Marcos Batista, Narciso Lima dos Santos, Neres Idalino de
Oliveira, Nilo Pereira, Sebastião Pedro da Silva, e muitos outros que fizeram a História da
Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
10.1 A nossa Missão
A Missão da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, é fazer acontecer a visão, através
de ganhar, consolidar, discipular e enviar; Se "GANHA" através das pregações da Palavra de
Deus nos cultos, nas cruzadas, congressos, e do compartilhamento da mesma nos lares; Se
"CONSOLIDA" através dos penieis, dos cultos e do curso de maturidade Espiritual; Se
"DISCIPULA" através das equipes nos lares, preparando as pessoas para o batismo; E se
"ENVIA" os batizados a discipularem e consolidarem outras pessoas.
10.2 A nossa Vissão
A "VISÃO" da igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, é DOBRAR o número de
membros a cada ano, através do discipulado nos Grupos Familiares.
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11. CONFISSÃO DE FÉ
A. Das Escrituras
Cremos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, a verdade dada aos homens. Não foi
escrita por vontade humana, mas inspirada por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.21). A Bíblia é a nossa
regra de fé e prática, é Ela quem determina em quem devemos crer e o que devemos fazer. A
Bíblia é infalível, portanto, quem desobedecer aos seus ensinos, estará desobedecendo ao
próprio Deus.
B. De Deus
Cremos que há somente um Deus vivo e verdadeiro (Dt 4.35,39; Is 45.5; 1Co 8.4-6).
Ele é um ser inteligente, espiritual e pessoal. O Criador, o Redentor, o Sustentador e o Senhor
do universo. Deus é infinito em seu ser, em sua santidade, bondade e poder. E na unidade da
Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade: Deus Pai, Deus
Filho e Deus Espírito Santo, - isto é, a Santíssima Trindade (Gn 1.3,26; Mt 3.16,17; 28.19;
2Co 13.13; 1Jo 5.7).
C. Deus, o Pai
Cremos que Deus como Pai reina com cuidado providencial sobre o universo, sobre
as criaturas de acordo com os propósitos de sua graça. Ele tem todo poder, todo amor e toda
sabedoria. Deus é Pai em verdade para os que se tornam Seus filhos por meio da fé em Jesus
Cristo (Jo 1.11,12). Ele é paternal em sua atitude para com todos os homens.
D. Deus, o Filho
Cremos que Jesus Cristo é o eterno Filho de Deus (Mt 3.16,17), foi concebido pelo
Espírito Santo e nasceu da virgem Maria (Lc 1.35; Jo 1.14). Ele revelou perfeitamente a Deus
e fez a Sua vontade. Em sua morte na cruz fez provisão para a redenção do pecado.
Ressuscitou dentre os mortos e está exaltado à direita de Deus Pai, onde é o único Mediador
entre Deus e o homem (Jo 1-3,18; Cl 1.16; Hb 1.3; 1Jo 5.20).
D. Deus, o Espírito Santo
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Cremos que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade.Ele não é uma
força impessoal ou um poder cósmico. Ele é o Espírito de Deus. Ele inspirou santos homens
do passado para escreverem as Escrituras. Através dEle somos capacitados a entender a
verdade. Ele exalta a Cristo. Convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo
vindouro. Chama os homens ao Salvador e efetua a regeneração. Desenvolve o caráter cristão,
consola os crentes e lhes concede dons espirituais pelos quais servem a Deus através de Sua
igreja. Ele sela o crente para o dia da redenção final. Reveste a igreja de poder para a
adoração, a evangelização e o serviço (Sl 139.7-10; Jo 14.16; 16.12,13; At 1.8; 1Co 12; Ef
4.30).
E. Do Homem
Cremos que o homem foi criado por um ato especial de Deus, à sua própria imagem, e
é a obra coroadora de Sua criação (Gn 1.26,27). O homem foi criado em santidade, sob a lei
de seu criador, mas voluntariamente se rebelou contra o seu Criador e caiu do estado santo e
feliz. Pelo fato do primeiro homem ter desobedecido a seu Criador, como conseqüência toda a
humanidade agora é pecadora (Rm 5.12). Somente a graça de Deus pode levar o homem à sua
santa comunhão e capacitá-lo a cumprir o propósito criativo de Deus. A natureza sagrada da
personalidade humana é evidente no fato de que Deus criou o homem à sua própria imagem e
de que Cristo morreu pelo o homem; portanto, todo o homem possui dignidade, sendo digno
de respeito e amor.
F. Da Salvação
Cremos que a salvação envolve a redenção do homem e é oferecida a todos que
aceitarem Jesus Cristo como Senhor e Salvador, que por seu próprio sangue obteve eterna
redenção para o homem. Na salvação estão envolvidos: a justificação, regeneração,
santificação e glorificação.
A. A Justificação – é o ato pelo qual Deus declara justos todos aqueles que confiarem no
sacrifício oferecido por Jesus Cristo na cruz do Calvário. A justificação leva o crente a
um relacionamento de paz e de favor para com Deus. Na justificação somos perdoados
(Rm 3.24-26; 5.1-10).
B. A Regeneração – ou o novo nascimento, é a obra da graça de Deus, por meio da qual
os crentes tornam-se novas criaturas em Cristo Jesus (Jo 3.1-8; 2Co 5.17). É o ato pelo
qual Deus por meio do Espírito Santo concede nova vida àqueles que aceitaram ao
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Senhor Jesus. É uma mudança de coração realizada pelo Espírito Santo através da
convicção de pecado, na qual o pecador responde com arrependimento para com Deus
e com fé no Senhor Jesus Cristo.
C. A Santificação – é a experiência que se inicia na regeneração, pela qual o crente é
separado para os propósitos de Deus e capacitado a progredir a perfeição moral e
espiritual através da presença e do poder do Espírito Santo que nele habita (Hb 12.14).
D. A Glorificação – é a culminação da salvação e o bendito e o duradouro estado final
dos remidos. É a santificação plena que se dará quando encontrarmos com o Senhor
(Rm 5.9,10; 1Pe 1.5).
12. Da Igreja
Cremos que a Igreja é uma instituição divina, edificada pelo próprio Senhor Jesus (Mt
16.18). A Igreja é uma congregação de crentes batizados, associados por aliança na fé e na
comunhão do evangelho, observando as ordenanças de Cristo; governado por suas leis, e
exercendo os dons, direitos e privilégios neles investidos pela Sua Palavra. A Igreja é o Corpo
de Cristo, sendo Ele, por sua vez, o Cabeça da Igreja. Os oficiais que presidem na Igreja são
aqueles instituídos pelo próprio Senhor Jesus (Ef 4.11,12). A Igreja tem uma tríplice missão:
adoração (Ef 1.6), edificação (discipulado) e evangelização.
12.1 Do Batismo e a Ceia do Senhor
Cremos que o batismo cristão é um testemunho público de arrependimento e fé. É
realizado por imersão do crente em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). É
um ato de obediência que simboliza a fé do crente no salvador crucificado, sepultado e
ressurreto, a morte do crente para o pecado, o sepultamento da velha vida e a ressurreição
para que ande em novidade de vida (Rm 6.1-7).
Cremos que a Ceia do Senhor é um ato simbólico pelo qual os membros da igreja,
através da participação do pão e do vinho recordam como memorial a morte de Cristo e
anunciam a sua segunda vinda (Mt 26.26-30; 1Co 11.17-32).
12.2 Do Governo Civil
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Cremos que o governo civil é instituído por Deus e designado para os interesses e para a
boa ordem da sociedade humana, portanto, deve-se orar pelas autoridades, e serem
conscientemente honradas e obedecidas (Rm 13.1-7), exceto somente nas coisas em que se
opõe à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo que governa todas as coisas.
12.3 Da Evangelização e Missões
Cremos que é dever e privilégio de cada seguidor de Cristo e de toda a igreja do Senhor
Jesus Cristo fazer discípulo de todas as nações. Todos os filhos de Deus devem
constantemente ganhar os perdidos para Cristo (Mt 28.18-20).
12.4 A Mordomia
Cremos que Deus é dono de Todas as coisas, é o Senhor do universo e fonte de todas as
bênçãos, temporais e espirituais; tudo o que temos e somos devemos a Ele (Sl 24.1; 102.25; Is
45.12;1Pe 4.10; Ef 5.16). Portanto, temos a obrigação de servi-lO com tempo, talentos e bens
materiais; e devemos reconhecer todos esses bens como confiados a nós para serem usados
para a glória de Deus e para ajudar o próximo. De acordo com as Escrituras, os cristãos
devem contribuir com dízimos e ofertas de modo alegre, regular, sistemático, proporcional e
liberalmente para o avanço da causa do Reino de Deus (Ml 3.10; Mt 23.23; 2Co 8-9).
12.5 Das Últimas Coisas
Cremos que Deus, em seu próprio tempo e de seu próprio modo, levará o mundo ao final
que lhe cabe. De acordo com sua promessa, Jesus Cristo voltará pessoalmente e visivelmente
em glória à terra e a Igreja será arrebatada (Mt 24.29-31,36; At 1.11; 1Ts 4.13-18); os mortos
serão ressuscitados e Cristo julgará todos os homens em justiça. A primeira ressurreição será
para aqueles que morreram em Cristo, esta é a ressurreição para a vida, a segunda ressurreição
será para julgamento e condenação (Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.4-6). Os ímpios serão
destinados ao inferno (lago de fogo que é o lugar de eterna punição); os justos, em corpo
ressurreto e glorificado, receberão sua recompensa e galardão e habitarão para sempre com o
Senhor.
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