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História da Fundação - Lar dos Velhinhos “Aos 26 dias do mês de setembro de 1983, um grupo de pessoas, abaixo relacionadas, na residência do Sr. Antônio Ayres de Aguirra se propuseram a levantar esta obra hoje aqui edificada, onde todos reanimados pela fé, fortalecidos pela união, viram os sacrifícios recuperados no prazer de poder ajudar ao próximo”. Sócios Fundadores: Clóvis Cunha Vianna; Casemiro Doraneski; Ademar Martins Montoro; Sérgio Gomes; Ataliba Ayres de Aguirra; Mohamed Yassine Faouakhiri; Celeste Ajambuza Sottomaior; Antonio Ayres de Aguirra; Carlos Luiz Sanways; Décio Cardoso; Laura Portes; Rubens Mariano da Silva; Ferminio Zílio e Ana Luiza Aguirra. A instituição começou a funcionar em 8 de Dezembro de 1986, atualmente são 72 idosos vivendo no lar, mas, mais de 1000 já passaram pela casa, muitos morreram e outros puderam ir para casa de seus familiares. A maioria vai para a instituição por necessidade financeira, vivem sozinhos, por vezes na rua e não podem mais tomar conta de si mesmo, então as pessoas de sua convivência os indicam para a casa, mas há outros que vão por vontade própria em busca de um lar, todos são livres para ir e vir e fazer o que desejarem desde que não ponham em risco a segurança deles próprios e das pessoas ao seu redor, podem contribuir financeiramente se puderem e se quiserem, todos podem receber visitas sempre, muitos idosos necessitam de atendimento especial, por terem perdido a lucidez ou serem debilitados fisicamente. O Lar dos Velhinhos vive exclusivamente de doações, são 26 funcionários renumerados e duas religiosas trabalhando diariamente, mas todos que se dispuser a trabalhar voluntariamente ou fazer doações serão muito bem-vindos.

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Page 1: História da Fundação - Lar dos Velhinhos · de sua convivência os indicam para a casa, mas há outros que vão por vontade ... Pai de três filhos, duas meninas e um menino, Omário

História da Fundação - Lar dos Velhinhos

“Aos 26 dias do mês de setembro de 1983, um grupo de pessoas, abaixo

relacionadas, na residência do Sr. Antônio Ayres de Aguirra se propuseram a

levantar esta obra hoje aqui edificada, onde todos reanimados pela fé, fortalecidos

pela união, viram os sacrifícios recuperados no prazer de poder ajudar ao próximo”.

Sócios Fundadores: Clóvis Cunha Vianna; Casemiro Doraneski; Ademar

Martins Montoro; Sérgio Gomes; Ataliba Ayres de Aguirra; Mohamed Yassine

Faouakhiri; Celeste Ajambuza Sottomaior; Antonio Ayres de Aguirra; Carlos Luiz

Sanways; Décio Cardoso; Laura Portes; Rubens Mariano da Silva; Ferminio Zílio e

Ana Luiza Aguirra.

A instituição começou a funcionar em 8 de Dezembro de 1986, atualmente

são 72 idosos vivendo no lar, mas, mais de 1000 já passaram pela casa, muitos

morreram e outros puderam ir para casa de seus familiares.

A maioria vai para a instituição por necessidade financeira, vivem sozinhos,

por vezes na rua e não podem mais tomar conta de si mesmo, então as pessoas

de sua convivência os indicam para a casa, mas há outros que vão por vontade

própria em busca de um lar, todos são livres para ir e vir e fazer o que desejarem

desde que não ponham em risco a segurança deles próprios e das pessoas ao seu

redor, podem contribuir financeiramente se puderem e se quiserem, todos podem

receber visitas sempre, muitos idosos necessitam de atendimento especial, por

terem perdido a lucidez ou serem debilitados fisicamente.

O Lar dos Velhinhos vive exclusivamente de doações, são 26 funcionários

renumerados e duas religiosas trabalhando diariamente, mas todos que se

dispuser a trabalhar voluntariamente ou fazer doações serão muito bem-vindos.

Page 2: História da Fundação - Lar dos Velhinhos · de sua convivência os indicam para a casa, mas há outros que vão por vontade ... Pai de três filhos, duas meninas e um menino, Omário

Jordan Barreto, Rosangela Adams, Irma Maria (coordenadora do lar), Magda

Benitez e Maria Fernanda Martins

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Majorie Ribeiro entrevistou o senhor José

José tem 84 anos. Ele relata que antes de ir para o Lar dos Velhinhos

trabalhou como caminhoneiro. Não possui filhos nem esposa. Ele tem quatro

irmãos e apenas Dora, sua irmã, o visita. Mora no lar á 18 anos e diz que gosta do

lugar, pois tem muitos colegas, porém se sente sozinho e tem muita falta da mãe.

Nas horas vagas, Seu José carpina o lar.

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Majorie Ribeiro e Lukcyara Ferraz entrevistaram a Dona Renilda

Renilda tem 82 anos, nasceu no dia 01 de junho. Descendência alemã

morou parte de sua vida no Paraguai. Fala três línguas: espanhol, português e

alemão. Sua mãe faleceu quando Renilda tinha 15 anos, deixando-a com seis

irmãos.

Ela teve 5 filhos e 3 abortos. Um de seus filhos morreu em uma troca de

tiros com a polícia. Tem 2 netos e um deles tem 20 anos. Uma filha mora fora do

país, e o outro filho mora em Curitiba. Apenas 1 a visita.

Foi casada com um homem que batia muito nela. Antes de se casar, os dois

namoraram por três anos.

Mora no lar desde 2000 e conta que foi para ali levada por sua nora que não

gosta dela. Renilda diz não gostar da moradia, mesmo sendo bem tratada.

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Dário Alvez, Oclésio Tortora e Victorio Neto entrevistaram o Senhor Bendito

Severino

Bendito Severino tem 62 anos de idade. Ele nasceu em Paranaguá no

Paraná. Trabalhou de agricultor e também de barman. Faz três anos e meio que

ele veio para Foz do Iguaçu. Ele é viúvo, tem filhos, porém não tem contato com os

mesmos. Bendito gosta da instituição, pois pode sair à hora que quer.

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Lukcyara Ferraz entrevistou o Senhor Farout Bakhache

Farout Bakhache nasceu no Líbano. Ele tem 68 anos. Morava no Rio de

Janeiro e era casado. Pai de três filhos, duas meninas e um menino, Omário de 58

anos, Laila de 31 e Nadia de 22. Foi para Curitiba com objetivo de trabalhar de

garçom, e á três meses atrás veio para Foz comprar mercadorias, mas foi roubado.

Sendo assim foi morar na ponte em um quarto vendendo mercadorias.

Ele foi à rodoviária para voltar pro Rio de Janeiro, então um amigo dele o

encontrou e disse que o melhor lugar para ele ficar seria o Lar. Ele não tem nada a

reclamar em relação á instituição, somente sente falta de sua parentela.

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Camila Magri entrevistou o Senhor José Júlio dos Santos

José Júlio dos Santos nasceu em Maceió e tem 61 anos. Morava em

Alagoas, foi para Curitiba e veio para Foz do Iguaçu. Está na instituição há dois

anos. Após a quarta separação, um amigo seu o levou pra lá. Segundo ele,

ninguém de sua família sabe onde ele se encontra.

Foi casado quatro vezes, e como fruto dessas relações, teve três filhas.

Trabalhou 33 anos como cabeleireiro. José diz que gosta mais ou menos de sua

moradia, porém não relata o porquê de sua opinião.

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Karina Silveira entrevistou o senhor Antônio Gonçalves

Antônio Gonçalves Oliva nasceu em 1954 em Penape, São Paulo.

Trabalhou durante muitos anos na Fazenda Caracol, em lavouras de café. Não se

casou e também não teve filhos, veio para Foz do Iguaçu sem nenhum familiar.

Após alguns anos já estava de idade e não tinha mais condições financeiras para

se sustentar sozinho, então foi para o Lar. Está lá há muitos anos, e gosta de lá

apesar de já ter cansado. Elogiou o tratamento que recebe dentro do Lar dos

Velhinhos.

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Karina Silveira, Rosangela Adams e Franciele Santos entrevistaram a senhora

Aparecida da Silva

Aparecida da Silva nasceu em Foz do Iguaçu no ano de 1930. Trabalhou

em uma agência bancária durante 20 anos. Depois que parou de trabalhar no

banco, ela foi viajar. Conta que já viajou para Paris, Portugal e entre outros lugares.

Ela não se casou e também não teve filhos, morava com sua irmã, mas

infelizmente sofreu uma queda onde fraturou o osso fêmur, e agora necessita de

alguns cuidados especiais e também de fisioterapia. Devido a isso teve que ir para

a instituição, mas conta que tem dois sobrinhos advogados que sempre que podem

vão visitá-la. Está no Lar há 9 meses, conta que gosta muito de lá, pois todos são

amigos, e fazem companhia uns aos outros.

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Iara Aguirre entrevistou a senhora Florência

Florência nasceu em Caguaçú, Paraguai, casou-se com seus 17 anos,

mudou- se com seu marido para o Brasil, no estado de São Paulo, onde morou

muitos anos, e criou uma grande família de amigos. Teve dois filhos, um homem

cujo nome é George Antunes, e uma mulher, Maria de Paula.

Quando seu marido faleceu, ela precisou trabalhar para sustentar seus

filhos, então, foi embora para Foz do Iguaçu, onde tinha uma irmã, com quem

morou por um bom tempo, até que conquistou uma casa própria e mudou-se com

seus filhos.

Florência foi uma guerreira digna de ser admirada por muitos. Sua missão

foi cumprida a partir do momento em que seus filhos saíram de casa para fazer seu

próprio destino. O tempo foi passando e Florência a cada dia ficava mais solitária,

envelheceu e com seus 85 anos, a prefeitura de Foz do Iguaçu, por meio de

informações de vizinhos, encontrou-a em mal estado, sem condições de cuidar de

si própria, e com a autorização de seus filhos, foi para uma instituição cujo nome é

Lar os Velhinhos, lá vive á 10 anos. Seus filhos a visitam quando podem. E ela

gosta muito do lugar onde mora, se dá bem com as pessoas, adora as refeições

que recebe e fica muito contente quando recebe visitas. Isso é um pouquinho da

história de Dona Florência uma senhora que encanta todos ao seu redor.

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Dário Alvez, Victorio Neto e Oclésio tortora entrevistaram o senhor Nicolau e

o senhor Aristorides

Nicolau tem 85 anos, nasceu na cidade de Ita Mogi (MG). Está na

instituição há mais de 20 anos. Segundo ele está ali por que os filhos não teriam

condições de cuidar dele conforme o necessário. Não recebe visitas, mas mantêm

contato com seus filhos através do telefone. O Sr. Nicolau teve um derrame, e isso

tirou os movimentos das pernas. Ele é muito descontraído, dá risadas e faz

brincadeiras inclusive faz artesanatos na companhia de outro senhor, segundo eles

o material usado para fazer o artesanato sai do próprio bolso. Diz que na instituição

os funcionários não dão "bola" para as idéias deles, mas gosta mesmo assim do

lugar, pois ali tem comida, banho, agasalhos, remédios e pode sair quando quiser.

Aristorides Mello, 74 anos, nascido na cidade de Parnamirim (PB), está no

lar dos velhinhos a 2 meses. Assim como seu companheiro de artesanato, teve um

derrame, o que ocasionou a paralisia das pernas. Conta que é viúvo, e dois de

seus filhos morreram, e os que estão vivos não sabem onde ele está. Foi da Polícia

Marítima e Aérea do estado de São Paulo. Diz que no lar dos velhinhos, eles têm

de tudo, remédio, alojamento, comida e tudo mais, sendo assim, não têm do que

reclamar. Seu senso de humor é altíssimo. Segundo seu Aristorides, ”não se sabe

a hora em que a morte virá, então o importante é curtir a vida”.

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Gabriela Pereira entrevistou o Sr. Valdomiro Antônio da Silva

Valdomiro não tem filhos, nunca se casou, mas já se amasiou. Ele esta no Lar dos

Velhinhos há 5 anos. Foi parar lá pelo fato de emprestar R$100,00 a um amigo, no qual

insistiu em levar ele para passear e acabou chegando à instituição e ali ficou.

Quando perguntei se gostava do lugar ele respondeu: “não gosto não. aqui não é

lugar de homem”.

Não tem contatos com sua família desde que veio para Foz Do Iguaçu. Ele é

natural do Rio grande do Sul. Foi para Santa Catarina com a mãe e os irmãos. A mãe ainda

mora em SC, seus irmãos em alguns bairros de Foz. Morou no Paraguai, onde trabalhou

sempre na roça. Depois trocou seus documentos e se regionalizou aqui na cidade.

Relatou que quando morava com a mãe, não tinha vida boa, morava numa casa

velha e que passava necessidades. Mas depois no Paraguai aproveitou muito a vida.

Namorou muito, e afirma que ainda procura uma companheira viúva. Ainda diz ele, que não

gosta da comida. Seu Valdomiro e deficiente visual, e fala que antes de perder a visão,

comia na mesa uma comida boa, mas agora ele diz que não come direito. Ele diz que só

trazem comida sem feijão e arroz seco. E afirma que não era assim antes.

Ele não tem nada para passar seu tempo. Fica sentado numa cadeira nos cantos

da instituição. Ele diz ainda que torce para o Internacional!

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Gabriela pereira entrevistou Dona Florisbela Tristão

Florisbela está no lar dos velhinhos há 1 ano, porque sua filha que cuidava dela

teve que ir para Curitiba, e teve que deixá-la na instituição. Por ser idosa e não se manter

sozinha. Ela disse que quando estava ainda com a filha, ela cuidava super bem dela. Dona

Florisbela diz que tinha uma ferida muito feia, sua filha limpava e secava muito bem. Ela

não gosta do lar, se pudesse queria ir embora.

Dona Florisbela é natural do município de Ijui no Rio Grande do Sul. Morou 20

anos em Santa Catarina. E veio para Foz do Iguaçu depois de casada. Ela é viúva, tem só

uma filha, e nove netos. Ela sempre trabalhou na roça e em casa. Dona Florisbela teve um

derrame na perna direita, e sofre de pressão alta. Uma senhora muito simpática, que gosta

muito de musica.

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Ivanessa Gusmão da Silva entrevistou o Sr. Arno Seib

Arno tem 70 anos de idade e esta no lar dos velhinhos desde setembro de 2008.

Diz ele que não foi um plano, e que gostaria mesmo de estar lá nas bandas de Corumbá.

Nasceu em Carazinho, perto de Passo fundo.

Ele não tem filhos e nunca se casou. Já trabalhou em varias atividades como:

mineração, madeireira, construção civil, fábricas e escritório de contabilidade. Seus pais já

faleceram. Tem dois irmãos e uma irmã. “Eles sabem que estou aqui, mas não vem me

visitar o problema é bem outro”, relata o Sr Arno.

Quando perguntei para falar um pouco de sua vida ele me disse que não queria

falar, pois não queria lembrar-se de nada, disse que preferia esquecer. No lar dos velhinhos

ele tenta ocupar seu tempo, mas não tem baralho ou coisa assim disse ele. “Aqui na

instituição tem seu lado positivo, tem tudo o que eu preciso médicos, psicólogos,

assistentes etc., é muito bom ter um teto e uma cama”, afirma Seu Arno.

Sr. Arno disse que tinha acabado de chegar do Paraguai, e que tinha passado a

noite num abrigo, algumas pessoas abordaram-no e conversaram com ele e o levaram para

a instituição. Disse também que se sente bem, pois não esta obrigada. Adora ler livros. E

que na maior parte do seu tempo está fazendo consultas e tomando medicamentos. E

afirma que não gostaria de nada para passar seu tempo.

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- sem imagem –

Samara Isabelle entrevistou o Sr. Raimundo Nicolau de Araújo

Raimundo nasceu no dia 21 de dezembro de 1923 tem 87 anos. Já está na

instituição há 12 anos. O Sr. Raimundo nasceu em Santana do Cariri no Ceará. Ele conta

que nunca se casou apenas se amasiou. Seu Raimundo sempre foi aventureiro, já morou

em Cândido Rondon e em Assunção. Ele veio para instituição enganado, pois não era sua

vontade. Ele diz não gostar do lar, pois a comida é fria e que há muita fofoca.

Seu sonho é ter uma casa e ser independente, sem precisar dos outros para

sobreviver.

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Maria Fernanda Martins entrevistou o Sr. Antonio Galdencia

Antonio Galdencia, não foi casado e não tem filhos. Tem 7 irmãos. Sua

família mora no Mato Grosso do Sul e o mesmo não tem contato com a família. O

Sr. Antonio diz que gosta de morar no Lar dos velhinhos! E que um amigo indicou o

local, e que o pai do amigo e o amigo também moraram lá.

Ele trabalhou na roça durante muitos anos, praticamente sua vida toda,

aonde plantava café, milho, e outras coisas. Sr. Antonio revelou que o único desejo

era receber sua aposentadoria, onde a Irmã Maria (do lar dos velhinhos) diz ao

mesmo que esta correndo atrás disso.

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Samara Isabelle entrevistou Dona Olendina (a que esta sentada, de óculos)

Olendina nasceu no dia 12 de outubro de 1940, hoje tem 70 anos. Está na

instituição há 14 anos. Ela conta que nasceu no Rio Grande do Sul no município de

Torres. Ela disse que todos se casaram só ela que não. Em uma de suas

aventuras amorosas Dona Olendina engravidou de um belo menino, mas ao nascer

ela o deu, e por isso se arrepende muito até hoje. Eu gostaria de te-lo criado

afirmou Dona Olendina.

Ela gosta de lavar roupas e ajudar as outras pessoas que não conseguem

se mover. É brincalhona e muito tagarela. É um amor de pessoa. Quando veio para

Foz Do Iguaçu ela trabalhou em vários hotéis. Quando não dava certo num

emprego ela ficava na casa de seus primos.

Ela morou certo tempo com a irmã, mas não deu certo, pois sua irmã lhe

passou a “perna”, pediu para ela assinar alguns papéis, e sem saber que eram

papéis em que ela autorizava a irmã a receber todo o salário que ela recebia. Até

que um dia ela resolveu fugir e se refugiou no lar dos velhinhos. Arrumou suas

malas e deixou na vizinha e foi resolver algumas coisas, quando voltou sua irmã

havia pegado suas malas e havia discutido com a vizinha que havia acobertado-a.

mas Dona Olendina foi à casa de sua irmã e brigou com ela pegou suas malas e

veio para a instituição, onde adora ficar e que sente muito bem, pois na instituição

ela encontrou amigos que a ama muito.

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Samara Isabelle entrevistou Dona Maria Aparecida

Maria Aparecida nasceu no dia 12 de outubro de 1962, hoje está com 48 anos.

Está na instituição há três anos. Nasceu no estado de Minas Gerais em BH. Morou treze

anos em Brasília e veio para Foz Do Iguaçu com os pais.

Dona Maria sofreu três acidentes. No primeiro ela quebrou a bacia e ficou quinze

dias internada. No segundo foi atropelada por uma moto. No terceiro foi ajuntar latinha

embaixo do carro e o motorista não á viu, e deu a ré e passou em cima de sua perna, e ate

hoje ela faz fisioterapia.

Casou-se uma fez e tem uma filhinha de três anos. Separou-se, pois o seu esposo

a maltratava, e então veio para a instituição. E deixou sua filha com a madrinha. E com tudo

que estava acontecendo ela não tinha mais vontade de viver.

Dona Maria gosta de ajudar na cozinha, ajudar os que não podem se mover e

gosta de cantar. Hoje está aprendendo a fazer fuxico para vender em formas de

prisilhinhas. Ela diz não ter lugar melhor do que aqui no lar dos velhinhos. “O grupo de

mulheres que estavam na fabricação das prisilhinhas de “fuxico” me deram uma, eu adorei!

diz Samara”.