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Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013 1 HISTORIA DA EDUCAÇÃO: CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIOESTE NO CONTEXTO DA FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (1970-1990) TELLES, Antonia Marlene Vilaca (UNIOESTE) 1 SILVA, João Carlos da (Orientador/UNIOESTE) 2 Memória e História da Educação A memória está entrelaçada com a trajetória histórica dos indivíduos e esses, estão submergidos na história, em diferentes momentos históricos. Em Schaf (1995) estudar a história é tentar compreender a realidade do presente através do conhecimento do passado, contribui para apreensão, análise e explicações sobre a realidade social concreta em que o individuo está inserido. O historiador, ao escrever a “história”, busca a razão dos fatos, processos e acontecimentos históricos, na ânsia de dar sentido à existência humana e entender as circunstâncias atuais da vida social e individual podem estar inter-relacionadas com a sua própria trajetória de vida. No Brasil desde os anos 1980, o campo da História da educação no Brasil vem se desenvolvendo no intuito de aprofundar os conhecimentos relativos à História da Educação regional. A pesquisa em História da educação na região Oeste, tem encontrado dificuldade em relação à precariedade dos acervos documentais das instituições escolares, embora, a ocupação dessa região seja relativamente recente. A criação do curso de Pedagogia está submersa ao processo de democratização da escola pública no Brasil. O seu desenvolvimento está relacionado ao fenômeno da 1 Licenciada em História/UNIOESTE. Mestranda em Educação - UNIOESTE - Campus Cascavel-Pr. Membro do Grupo de pesquisa HISTEDBR/GT-Cascavel. E-mail: [email protected] 2 Doutor em História, filosofia e Educação/FE-UNICAMP. Professor no Colegiado do Curso de Pedagogia/UNIOESTE, Campus Cascavel, PR Membro do Grupo de pesquisa HISTEDBR/GT-Cascavel. E-mail: [email protected]

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Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013

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HISTORIA DA EDUCAÇÃO: CURSO DE PEDAGOGIA DA

UNIOESTE NO CONTEXTO DA FEMINIZAÇÃO DO

MAGISTÉRIO (1970-1990)

TELLES, Antonia Marlene Vilaca (UNIOESTE) 1

SILVA, João Carlos da (Orientador/UNIOESTE)2

Memória e História da Educação

A memória está entrelaçada com a trajetória histórica dos indivíduos e esses, estão

submergidos na história, em diferentes momentos históricos. Em Schaf (1995) estudar a

história é tentar compreender a realidade do presente através do conhecimento do

passado, contribui para apreensão, análise e explicações sobre a realidade social

concreta em que o individuo está inserido.

O historiador, ao escrever a “história”, busca a razão dos fatos, processos e

acontecimentos históricos, na ânsia de dar sentido à existência humana e entender as

circunstâncias atuais da vida social e individual podem estar inter-relacionadas com a

sua própria trajetória de vida.

No Brasil desde os anos 1980, o campo da História da educação no Brasil vem se

desenvolvendo no intuito de aprofundar os conhecimentos relativos à História da

Educação regional. A pesquisa em História da educação na região Oeste, tem

encontrado dificuldade em relação à precariedade dos acervos documentais das

instituições escolares, embora, a ocupação dessa região seja relativamente recente.

A criação do curso de Pedagogia está submersa ao processo de democratização da

escola pública no Brasil. O seu desenvolvimento está relacionado ao fenômeno da

1 Licenciada em História/UNIOESTE. Mestranda em Educação - UNIOESTE - Campus Cascavel-Pr. Membro do Grupo de pesquisa HISTEDBR/GT-Cascavel. E-mail: [email protected] 2 Doutor em História, filosofia e Educação/FE-UNICAMP. Professor no Colegiado do Curso de Pedagogia/UNIOESTE, Campus Cascavel, PR Membro do Grupo de pesquisa HISTEDBR/GT-Cascavel. E-mail: [email protected]

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feminização do magistério, como de fato, ocorreu em outras regiões do Brasil. São

questões que pretendemos pontuar de maneira preliminar a criação do curso de

pedagogia da Unioeste, no recorte temporal, que inicia com a sua criação em 1971 até a

primeira reestruturação em 1997. Discussão que pretendemos aprofundar em nossa

dissertação de Mestrado.

História da Educação e a feminização do magistério

A pesquisa em História da Educação Brasileira é recente, e precisa de muitas

pesquisas para que se possa dar contar da reconstrução histórica. Portanto, há muitas

fontes documentais que precisam ser localizadas, organizadas, catalogadas, que

ofereçam suporte para pesquisas que analisem esse movimento histórico (ORSO, 2006,

p. 160).

As fontes documentais, também chamadas fontes primárias são de fato,

primordiais para se recontar da história. Essa tarefa não tem sido fácil, pois além do

pesquisador buscar sua fonte de pesquisa, ele precisa selecionar e organizar.

A coleta e seleção de fontes documentais lhes permitem vislumbrar os vestígios

desse passado recente. De fato, a missão do pesquisador/historiador, é questionar as

fontes, em busca de respostas aos seus anseios. A partir da historicização do material

documental, será possível ao pesquisador construir relações para análise, sempre atento

às influências exercidas sobre a fonte documental.

Afinal o documento é produto do seu meio, trazendo em si as características da

sociedade que o produziu, sob que momento histórico político, econômico e cultural.

Sejam documentos oficiais ou mesmo, documentos eleitos pelo pesquisador.

Para REIS (2000, p.30), o pesquisador ao selecionar suas fontes a partir de sua

problemática, segue a análise e sintetização pela qual resultará o texto histórico,

rompendo-se com a narração, tornando-se apenas uma empresa teórica que suscita

problemas e de forma teórica argumentativa lhe propõe hipóteses.

Não é simplesmente um recontar da história a partir dessa análise de documentos

fontes. Corre-se o risco de simplesmente reproduzir um ideário sem muita

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profundidade. Assim como a fonte documental está carregada de influências, o próprio

pesquisador também o é.

Portanto, é preciso contextualizar o período, verificar quais as influências

políticas, econômicas e culturais existentes neste período. Muitas vezes a qualidade da

pesquisa está relacionada a bagagem cultural, como afirma Cardoso (1997, p.16), é

preciso ter um olhar abrangente, é preciso conhecer os grandes pensadores da

modernidade para então entender o tempo presente. Mas, também não pode ser isento

de um referencial teórico metodológico para sua pesquisa.

Afinal, como foi produzido a História da Educação Brasileira? Pode-se dar início

a essa indagação a partir do conhecimento, ou seja, a partir da leitura dos clássicos, dos

debates decorrentes das pesquisas, consultando os estudiosos da temática, da produção

acadêmica brasileira, a qual tem uma grande produção resultante das pesquisas

desenvolvidas em todo o país pelas universidades, mais especificamente, nos cursos de

pedagogia, especializações, mestrados e doutorados.

Não há como se separar a história e a historiografia brasileira da Escola, são

intrínsecos. História é relato de um momento histórico e a historiografia é a escrita

dessa História. Tendo sempre em mente que a História é consequência dos

acontecimentos sob a influência sócio-econômica-cultural.

E como se escreve a história? São as indagações do presente que nos leva a olhar

ao passado em busca de respostas aos acontecimentos atuais. Isso ocorre a partir de

pesquisas sobre instituições, movimentos sociais, políticos, religiosos, econômicos e

culturais.

A partir da análise aos documentos oficiais, documentos administrativos,

fotografias, as fontes primárias, que atendam a demanda dos mais diversos temas

oriundos dos grupos de pesquisas da Universidade, que vem se dedicando a escrever a

História da Educação no Brasil.

Nesse contexto, entram em cena, os Arquivos escolares, os quais tem sido um

aporte para as pesquisas desenvolvidas no âmbito acadêmico. A pesquisa nesses

arquivos é uma atividade dura e desafiadora que exige muita paciência e perseverança

por parte do pesquisador.

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O trabalho do pesquisador consiste então na busca de papéis desorganizados

cabendo a ele “descobrir” onde e como localizá-los, porque nem sempre, há um local

específico para os arquivos. Nesta empreitada muitas vezes é preciso superar obstáculos

de ordem burocrática, da capacitação do atendente na localização dos

arquivos/documentos. Os pesquisadores do campo da Historia da Educação, tem

encontrado dificuldades na localização de fontes primárias, devido a falta de

preservação documental que assola todo o país. Mesmo com todo o arcabouço legal,

presente na Legislação específica em arquivos públicos e privados no Brasil, na prática

não há recursos financeiros destinados à construção de arquivos municipais ou

regionais, manutenção dos arquivos existentes nas próprias escolas, materiais e

equipamentos adequados para a guarda, organização e disponibilização, assim como

profissionais habilitados.

As pesquisas realizadas no campo da História da Educação tem revelado a

precariedade quanto ao tratamento que vem sendo dado ao patrimônio público do país,

afinal, esses conjuntos de documentos compõem a historia das instituições de ensino no

país.

Neste sentido, a História das mulheres, tem se tornado campo de estudos, da qual

ganhou impulso, dos movimentos sociais.

Mary Del Priore (1997), apresenta o debate sobre a temática em “A História das

Mulheres no Brasil”, resultado de experiências e acúmulos individuais e coletivos de

pesquisas de pesquisadores brasileiros que tem seus trabalhos conhecidos pela temática.

Não se trata apenas uma coletânea de artigos, e sim, um projeto editorial no qual cada

pesquisador apresenta contribuição produtiva de sua trajetória de pesquisa, e atua nesse

momento como testemunha de suas fontes de pesquisa que são os documentos.

Desvelando-se, a história não somente das mulheres, mas de sua família, da

criança, do trabalho, da mídia, da literatura, a historia de seu corpo, sua sexualidade, da

violência que sofreu, de sua loucura, seus amores e sentimentos. Ao relatar os séculos

XVI e XVIII, os pesquisadores fizeram uso de processos da Inquisição, processos-

crime, leis, livros de medicina, crônicas de viagem, atas de batismo e casamento.

No século XIX, tendo como fonte documental os diários, fotografias,

correspondências, testamentos, relatórios médicos e policiais, jornais e pintura,

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vislumbra-se as transformações ocorridas em meio a consolidação do capitalismo, o

qual incrementou a mudanças da convivência social, em meio a ascensão da burguesia e

o surgimento de uma nova mentalidade que reorganizou os espaços familiares. O

nascimento de uma nova mulher, agora como parte essencial para “(...) um sólido

ambiente familiar, lar acolhedor, filhos educados e a esposa dedicada ao marido e sua

companheira na vida social são considerados um verdadeiro tesouro” (2007, p. 223).

Sendo somente a partir do século XX, que as mulheres ganham visibilidade por

meio de livros e manifestos de sua própria autoria, tendo a mídia cada vez mais atuante,

movimentos sociais, revistas direcionadas, recenseamentos.

A variedade de fontes documentais da qual o referido livro foi constituído dá

suporte para que possamos conhecer estudar e analisar o cotidiano das mulheres e as

praticas femininas nele envolvidas. A autora afirma que “(...) o máximo de documentos

que o historiador utiliza para desvendar o passado foram largamente consultados para

jogar o máximo de luz sobre histórias tão ricas e diversas” (PRIORE, 2007, p. 8)

Não se trata de uma critica à ausência feminina no cenário da historia, ou sobre a

fala masculina sobre as mulheres, até então predominante na historiografia tradicional.

A obra apresenta resultados de pesquisas sérias e bem documentadas, escrita por

homens e mulheres. São pesquisas desenvolvidas em várias regiões do Brasil, sendo

possível perceber a proposta de se contar a Historia das mulheres e as relações família,

da criança, do trabalho, mídia, literatura e de suas imagens frente à sociedade, como

verificamos nesse fragmento: Mulheres ricas, mulheres pobres; cultas ou analfabetas; mulheres livres ou escravas do sertão. Não importa a categoria social: o feminino ultrapassa a barreira das classes. Ao nascerem são chamadas “mininu fêmea”. A elas certos comportamentos, posturas, atitudes e até pensamentos foram impostos, mas também viveram o seu tempo e o carregaram dentro delas. (...) aparecem cantadas na literatura de cordel, em testamentos, inventários ou livros de memória. As muito ricas, ou da elite intelectual, estão nas paginas dos inventários, nos livros, com suas joias e posses de terras; as escravas, também estão ali, embora pertencendo às ricas. As pobres livres, as lavadeiras, as doceiras, as costureiras e rendeiras – tão conhecidas nas cantigas do nordeste -, as apanhadeiras de água nos riachos, as quebradeiras de coco e parteiras, todas essas temos mais dificuldade em conhecer: nenhum bem deixaram após a morte, e seus filhos não abriram inventários, nada escreveram ou falaram de seus anseios, medos,

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angustias, pois eram analfabetas e tiveram, no seu dia-a-dia de trabalho, de lutar pela sobrevivência. (PRIORE, 2007, p.241-242)

Mary Del Priore, afirma que é chegada a hora de se construir a historia das

mulheres, sem preconceitos e de forma que possa se desvendar o cruzamento das

trajetórias femininas nas representações, nos sonhos e na historia politica e na vida

social, dando ênfase a complexidade e a diversidade das experiências e das realizações

vivenciadas por mulheres, durante quatro séculos.

A presença da mulher no processo educacional no Brasil, temos como referência a

obra: O legado Educacional do século XX, capítulo: Mulheres na educação: missão,

vocação e destino, “A feminização do magistério ao longo do século XX”, a

historiadora Jane Soares de Almeida, estabelece relações com os posicionamentos

sociais, políticos e educacionais, tendo ainda como diretriz a educação feminina e a

influência católica, os cursos de formação de professores e a feminização do magistério

como decorrência dessa totalidade. A fé do liberalismo no poder da escola, tecido no

imaginário republicano brasileiro desenvolveu-se até o século XX, tendo a

concretização dessa crença, alicerçada no atributo feminino como inclinação ideal para

educar a infância. Enquanto o exercício de professorado, paulatinamente, tornava-se um

espaço feminino, os homens afastaram-se da sala de aula, ocupando outros cargos na

estrutura hierárquica da escola, como os administrativos. Verificou-se que, desde os

finais dos oitocentos, propagou-se ao longo do século XX, que a presença feminina na

educação da infância, cumpriria o papel de guia da infância, mãe-professora, como

atribuição natural da mulher, cooperando com a escola no papel de transformadora de

consciências. Essa crença idealista do liberalismo republicano, mostrou-se frágil perante

a realidade do panorama social em que professores homens e mulheres, não possuem o

poder inerente de atuar decisiva e objetivamente nas armadilhas do sistema capitalista.

A inserção feminina num espaço profissional representado pela educação coincide

com o período em que se iniciaram os primeiros movimentos pela liberação feminina.

No bojo das reivindicações e conquistas femininas, a superação das desigualdades e

injustiças sociais e assim como retirar da invisibilidade segmentos sociais que até então

estiveram sob o manto da ignorância e do preconceito.

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Considerando-se as conquistas efetivadas ao longo das primeiras décadas do

século XX, como o acesso das mulheres ao ensino superior e a algumas profissões, a

mentalidade de mulher-mãe deveria ser pura e assexuada essa mentalidade ainda esteve

presente, no qual a mulher não deveria sair do lar, e caso assumisse algum trabalho

deveria ser legitimo, como profissões ligadas a saúde. “O trabalho feminino deixou de

ser ditado apenas pelos atributos de vocação e missão, tornando-se, no cenário

econômico do século XX, uma exigência ante os tempos que corriam, não somente pela

profissão em si, como em relação ao ingresso financeiro”. (ALMEIDA, 2006, p. 83)

A mesma autora, em Mulher e Educação: a paixão pelo possível, discute que as

mulheres não somente reivindicaram como também forçaram sua inserção nesse campo

profissional e conseguiram ocupá-lo em poucas décadas. Contudo, essa ocupação é

resultado de uma série de fatores externos, como a necessidade de mão-de-obra, a queda

do poder aquisitivo da classe media, a expansão do número de escolas dentre outras

questões. (ALMEIDA, 1998)

A autora afirma a importância do resgate da presença da mulher na história da

educação “A função do historiador é defender ideias divergentes, romper parâmetros,

expor-se e a aceitar os riscos e críticas. Isso faz parte do oficio de realizar pesquisa

histórica, um ato de coragem, por que não, de paixão” (ALMEIDA, 1998, p. 32).

Utilizando-se de duas fontes de pesquisa: impressa periódica educacional e

feminina da época e o testemunho de antigas professoras primárias do interior paulista.

Na análise da fonte impressa pedagógica, deteve-se em desvendar os pontos de vista

masculino e feminino, no período de fim do século XIX até a década de 1930. Os

depoimentos das professoras primárias foram esclarecedores sobre o aspecto da

feminização do magistério e revelaram que mulheres e educação estiverem atravessados

em seus destinos, desde o início do século e permanecem até hoje.

No final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, o discurso sobre o

sexo feminino, unia os atributos de pureza, doçura, moralidade cristã, maternidade,

generosidade, espiritualidade e patriotismo. Incumbindo à mulher à responsabilidade

por toda beleza e bondade que deveriam impregnar a vida social.

As concepções das qualidades femininas, mais a religiosidade e ausência de

instituindo sexual nas mulheres, induzia um modelo ideal, ou seja, um arquétipo

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religioso da comparação com a virgem católica, contrapondo a mentalidade relativa as

concepções vigentes nos séculos XVII e XVIII, a qual preconizava que a mulher

possuía aptidão natural a sensualidade e a maldade, como que lhes fossem inatas essas

características.

Para Almeida, o discurso positivista apesar de avançar acerca da imagem da

mulher em relação aos períodos anteriores, ao atribuírem um novo arquétipo feminino

de domesticidade e renúncia, “(...) foram determinantes para desclassificação social da

mulher” (1998, p. 18).

Isso porque o novo discurso com as qualidades morais femininas era ambíguo.

Pois apesar de exaltar aptidões valorosas à mulher, referendava o mito da inferioridade

biológica e intelectual presente no discurso evolucionista. Ou seja, naturalmente a

mulher deveria ser subordinada ao poder do homem, seja o pai, irmão ou marido.

Cabia a mulher a primeira educação, ou seja, de seus filhos. Mas, para que a

mulher pudesse exercer tal tarefa, ela deveria ter acesso ao conhecimento-educação,

instrução assim como os homens. Contudo, essa educação teria como objetivo exclusivo

o cuidado à família e não a formação de uma profissional.

Considerando que para a mulher o espaço da família como esposa e mãe era o que

lhe era atribuído como inato, com intuito de adquirir instrução e talvez conseguir uma

profissão, o primeiro passo para uma autonomia e acesso ao espaço público foi o

magistério. O magistério foi a profissão que proporcionou as mulheres da elite

adentrarem no espaço público, garantindo-lhes independência financeira.

Num momento importante de formação de identidade de um Brasil que se

renovava, a educação infantil-nacional era uma necessidade.

Ao atribuir as qualidades inatas como mãe e esposa como sustentáculo da família

e consequentemente, a pátria, não deixam de ser realmente um bom alicerce para a

constituição de sujeitos sociais ajustados a viverem em harmonia na sociedade.

De fato, a feminização do magistério no Brasil está alicerçada desde 1900 e

aumentou com a República. A ocupação do magistério pelas mulheres se deu

efetivamente pelo aumento do número de vagas, devido o abandono dos homens dessa

área profissional.

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De acordo com a impressa educacional da época, a desvalorização salarial do

magistério já era realidade num momento que a presença feminina ainda era ínfima.

Impregnados sob o discurso de dever sagrado, de missão, vocação, sacerdócio,

convencendo ao sujeito, sob sua missão inata, sujeitando-se assim, ao pagamento de

salários baixos.

Assim, a vocação inata da mulher lhe outorgava desenvolver na escola o que já

desempenhava em casa, educar a criança pequena, fazendo da escola seu segundo lar.

De acordo com o depoimento das professoras que viveram nesse período, assim

como no lar, não havia competição com a liderança masculina. Os homens foram

assumindo os cargos administrativos, e as mulheres o espaço de sala de aula. As

mulheres assimilaram a ideologia de supremacia masculina e inferioridade da mulher,

pois havia entre elas o preconceito em relação a mulher ocupar um cargo de direção.

A reprodução da submissão ao poder masculino na escola, os mecanismos de

controle ideológico e a distribuição desigual do poder, tornavam a mulher submissa ao

modelo organizacional escolar e as levava a acatar um papel subalterno dentro de um

uma instituição que havia se tornado seu espaço profissional.

Na análise da autora, houve cumplicidade nesse processo, porque ao se sujeitarem

as normatizações sociais e escolares, em sala de aula, era possível, autonomia em

relação as suas práticas, lhe proporcionando, realização feminina, afinal esse era o seu

espaço autorizado socialmente, sua conquista.

Em 1930, o Estado Novo, estabeleceu uma politica de ambiguidades em relação

aos professorados ao mesmo tempo que dignificava a imagem profissional havia a

contenção do salário. Nesse período as mulheres já eram maioria no magistério e a

imagem de reprodutora da moral da família e a da pátria, tendo tão nobre função social

Gilberto Luiz Alves (2005), discute os momentos decisivos do processo de

produção material da escola publica contemporânea, procurando apreender o seu

movimento no interior da sociedade capitalista e mostrando como a escola vem ao

longo desse período agregando novas funções sociais e exigindo do profissional

educacional.

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O capitalismo em sua fase monopolista, no século XIX, transformou a escola em

um mecanismo que possibilita a alocação do trabalhador improdutivo desempregado

nessas camadas da sociedade, fazendo parte ativa do processo de produção.

A escola tornou-se a instituição social vital para assegurar o equilíbrio da

sociedade capitalista, mantendo assim a reprodução do capital. A sociedade capitalista

impõe a ideologia que convém a cada classe social, visando a reprodução das relações

de produção.

O curso de Pedagogia na Unioeste

Maria Lídia Sica Szymanski e Carmen Célia B. Correia Bastos (2011), no artigo

“O curso de Pedagogia da Unioeste - Campus de Cascavel: História de suas

reestruturações curriculares”, apresentam a trajetória dos trinta e oito anos de existência

do referido curso. Durante as décadas de 1970 e início da década de 1980, o curso de

Pedagogia da Unioeste, assim como os cursos de Pedagogia no Brasil, cumpria sua

função em formar educadores especializados e técnicos de educação. De 1976 a 1996,

como licenciatura Plena, possuía as seguintes habilitações: Magistério das disciplinas

pedagógicas do 2ºgrau, Orientação Educacional e Administração Escolar.

Entretanto, a partir das discussões lideradas pela ANFOPE e por teóricos como

Dermeval Saviani, um novo cenário se apresentava:

Alterando a postura filosófica que embasa a sua proposta curricular. Previa-se então que o pedagogo, em suas diferentes formas de atuação quer como professor, orientador ou administrador escolar, deveria assumir a educação em sua totalidade, numa visão social ampla, criando possibilidades para superar a fragmentação teórico-prática na qual se encontrava o trabalho escolar, administrativo e pedagógico. Para isso seria necessário romper com os limites representados pela escola, voltando-se a ela para reconstruí-la na ótica da classe trabalhadora. (idem, 219)

Para as autoras, havia um descompasso entre esse objetivo e a forma como o curso

se estruturava, no modelo das habilitações. Desse modo, é a partir da década de 1990,

que se iniciam as discussões sobre a necessidade de reestruturação do Projeto Político

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Pedagógico – PPP do curso. A partir de grupos de estudo, constituídos pelos professores

e em reuniões coletivas, envolvendo professores e estudantes do Curso, foram se

construindo possibilidades de reestruturação do curso de Pedagogia, na compreensão de

que o antigo PPP não mais atendia a plena formação teórica que lhe auxiliasse na

construção de uma nova prática, “avaliava-se que a formação carecia de uma concepção

de unidade em que as diferentes dimensões da organização e da atividade escolar

fossem compreendidas de forma articulada e indissociada” (idem, p. 221).

Assim, a reestruturação do Curso de Pedagogia da Unioeste, foi implantada em

1997, tendo-se a clareza de que havia se obtivo avanço significativo em relação ao

primeiro e segundo PPP do curso, entretanto, em decorrência da dinâmica social,

sempre em mudanças, propôs-se um processo de avaliação constante tendo em

consideração as relações sociais e a dinâmica de sai consecução. Tendo como objetivo

identificar os aspectos negativos e positivos decorrentes da nova estrutura do curso a

partir de pesquisa realizada com ex-egressos do curso, a qual revelou que o curso

preparava para ampliar a compreensão crítica da realidade nas suas dimensões sócio-

histórica e político-econômica. Porém, deixava a desejar no que se referia aos

instrumentos metodológicos e didatico-pedagogicos da atuação docente. Outra

dificuldade encontrada é a falta de prática docente, apesar de que para alguns

participantes da pesquisa afirmam que o curso apresentava muitos subsídios para a

prática no decorrer da atividade enquanto profissional. Outras questões ainda se referem

inclusão de disciplinas, a carga horaria de disciplinas e a forma de avaliação nas

disciplinas. Constatou-se, portanto, que o curso de Pedagogia efetivamente, preparava

para ampliar a compreensão crítica da realidade na sua dimensão sócio-historica e

politico-economica, e que deixava a desejar no que se referia aos instrumentos

metodológicos e didático-pedagógicos necessários ao profissional da educação. Os

dados dessa pesquisa contribuíram para a reformulação do PPP do curso de Pedagoga,

implantado em 2005 e 2007.

Essas reformulações levaram em conta o resultado da pesquisa realizada e vieram

atender, as exigências legais: Resolução CNE/CP 2 de 19/02/2002, a qual instituiu a

carga horaria para os cursos de licenciatura e o Parecer CNE/CP nº 21/2001

normatizando a duração de carga horaria para os cursos de licenciatura e graduação

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plena e o Parecer CNE/CP nº 09/2001, estabelecendo Diretrizes curriculares nacionais

para os cursos de licenciatura e graduação plena. Resultando nas seguintes resoluções:

Resolução CEPE nº0177/2002, de 18/11/2002, o qual regulamenta a reformulação dos

projetos pedagógicos; Resolução CEPE nº003/2003, de 30/01/2003, estabelecendo as

diretrizes para o ensino da graduação na UNIOESTE e a Resolução CEPE nº025/2003,

de 20/03/2003 que regulamenta as atividades complementares e institui a carga horaria

dos cursos de licenciaturas. Em 2007, atendendo às diretrizes da Resolução CNE

nº01/2006 de 15/05/2006, ocorreu uma nova alteração curricular, acrescentando-se a

disciplina de Libras, além da discussão da afrodescendência. Retiraram-se as

habilitações e o Estagio Supervisionado passou novamente a três anos, sendo mais curto

no primeiro ano do curso, porém sendo compensado pela inclusão do TCC – Trabalho

de conclusão de Curso.

Na verdade, o curso de Pedagogia da Unioeste, desde sua primeira reestruturação até o atual PPP tem procurado superar a fragmentação do trabalho pedagógico. Com o objetivo de formar profissionais com base em uma fundamental teórico-metodológica que contemple as opções teóricas e os pressupostos históricos, filosóficos, sociológicos e psicológicos na perspectiva da critica à sociedade capitalista. E pretende habilitar para o exercício das atividades e funções escolares relacionados à Educação Infantil e às séries iniciais da Educação básica, além de abrir espaço para atuação em outras áreas de produção e difusão do conhecimento e para atuação em atividades extra-escolares. (idem, p. 230)

Assim, a Pedagogia vem sendo compreendida como uma reflexão teórica com

base nas e sobre as práticas educativas. Portanto, espera-se do pedagogo formado na

Unioeste, campus de Cascavel, condições teórico-metodológicas para atuar nas

diferentes funções organização escolar tendo como premissa o processo de ensino

aprendizagem.

As autoras alertam que devido, as relações de contradição – a partir da dialética –

faz com que os projeto (PPP) se revelem superados pelas novas necessidades, condições

ou circunstancias gradativamente engendradas. Essa constante dinâmica resulta na

elaboração de novas propostas de maneira que atendam as dimensões teoria e prática

compreendidas na unidade em observância aos desafios da realidade. Recomendam

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inclusive a necessidade re-editar a pesquisa, considerando as novas formulações

realizadas nos Projetos Politico-Pedagógicos. Afirmando ainda que as decisões tem se

pautado na coletividade e em estudos desenvolvidos por seus grupos de pesquisas,

discussões com os pares da área, tendo como foco a formação acadêmica do profissional

pedagogo.

Esse artigo apresenta uma reflexão sobre o processo que constituiu do curso de

Pedagogia na Unioeste, sistematizando seus avanços e seu impacto na formação

docente, no que diz respeito a receptividade na formação docente oriunda das

reestruturações de Projetos Políticos Pedagógicos e as adequações a legislação

educacional vigente.

Como é possível perceber na assertiva desse artigo, é imprescindível a realização

de estudos e pesquisas que visem contribuir de fato para a escrita e análise da história do

curso de Pedagogia, e analisando a sua trajetória, lutas e resistências em meio as

relações contraditórias da dinâmica do movimento do capital, permeando ainda nossa

inquietude e reflexão sobre o entrelaçamento com a emancipação feminina, sua inserção

no magistério, e a feminização do mesmo.

A Produção acadêmica sobre a temática

Fizemos uma busca no Banco de Teses da CAPES utilizando as palavras-chaves:

historia da educação, mulher e feminização magistério. Localizamos cinco dissertações

de mestrado e três teses de doutorado, além de inúmeros artigos. Todos resultantes das

pesquisas desenvolvidas pelos Programas de Pós-Graduação em Educação, História e

Sociologia Política.

Janette Maria França Abreu, dissertação de mestrado: Relações de Gênero e suas

influências na escolha do curso de Pedagogia. Universidade Federal do Maranhão,

2008. Com o objetivo de apreender a feminização da profissão interfere e implica nas

relações de gênero. Através da analise e compreensão das relações de gênero para o

entendimento das escolhas das profissões e formações. Abordando as relações de gênero

no campo do magistério, procurando entender as contribuições para o discurso da

feminização do magistério. Visualizando as mudanças de paradigmas e a criação de

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novas expectativas pessoais e profissionais que levam à autonomia na sociedade

contemporânea, concebida como dinâmica, contraditória e rica em determinações. A

partir do referencial teórico, destacou-se por que as questões sobre a mulher envolvem

representações ideológicas construídas em nossa sociedade. Observa-se a formação ou

profissão docente como espaço da mulher. A pesquisa foi desenvolvida a partir do

levantamento de dados referentes às alunas e alunos matriculadas no curso de pedagogia

da Universidade Federal do Maranhão e posterior entrevista semiestruturada a qual

constatou que a família e a escola reproduzem as diferenças sociais de gênero,

modelando a mentalidade das mulheres influenciando a escolha da profissão, nesse

caso, do curso de Pedagogia.

Milena C. Aragão R. Souza, dissertação de Mestrado em Educação: Aspectos

históricos e contemporâneos sobre a interposição entre as identidades maternas e

docente na educação infantil: decorrências para a pratica pedagógica. Universidade de

Caxias do Sul, 2010. O tema central versa sobre os motivos interposição entre as

identidades maternas e docente na educação infantil e suas decorrências para a pratica

pedagógica. A partir da analise textual discursiva, a pesquisa apontou para duas

categorias: perfil e formação profissional. Apreendendo-se o a posição mulher-docente

na sociedade e na cultura, no espaço educativo infantil, analisando os aspectos

históricos e contemporâneos o qual foi possível inferir que a identidade feminina foi

historicamente construída em torno do discurso maternal, influencia a inserção no

magistério, numa extensão do lar para a sala de aula. Essa naturalização do discurso de

segunda mãe em sala de aula ocasionando no comprometimento da função de

educadora. Abordando-se a importância da professora tomar ciência de sua função

como profissional da educação amenizando possíveis conflitos na função.

De Larissa Selhorst Seixas, dissertação de mestrado em História: O Feminismo no

bom sentido: o centro paranaense feminino de cultura e o lugar das mulheres no mundo

público (Curitiba, 1933-1958). Universidade Federal do Paraná, 2011. A pesquisa

apresenta as relações entre a participação das mulheres no mundo público, o

associativismo feminino, a filantropia e as transformações da sociedade brasileira na

primeira metade do século XX, buscando enfatizar as imbricações e as influências entre

esses elementos, por meio do estudo do Centro Paranaense Feminino de Cultura

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(CPFC), fundado na cidade de Curitiba em 1933. A partir da analise das atividades

desenvolvidas pelo CPFC, as quais contribuíram para a ampliação dos espaços de

atuação femininos na primeira metade do século XX. Sob ideais de ideais do

maternalismo, do higienismo e da puericultura característicos do período, defendia-se a

função social da maternidade e a valorização das mulheres por esse papel, bem como o

direito à educação, ao trabalho e à autonomia femininas, ainda que as participantes não

se declarassem feministas. Destaca-se a importância das associações femininas na

primeira metade do século XX no Brasil, valorizando as práticas e as estratégias de

mulheres que, majoritariamente advindas de classes média e alta, dedicaram-se a esse

tipo de atividade como forma de agir sobre o mundo em que viviam.

Elizabeth Angela dos Santos, dissertação de mestrado em Educação: Gênero e

profissão docente: as representações sociais das alunas egressas do curso de pedagogia

da faculdade de ciências e tecnologia/Unesp. Campus de Presidente Prudente, 2008.

Nessa pesquisa procurou-se identificar quais representações sociais as alunas egressas

do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP, campus de

Presidente Prudente - SP constroem sobre a profissão docente e as relações de gênero

nesta categoria. Considerando que a sociedade impõe padrões e cria representações

sobre a figura do homem e da mulher. Essas representações envolvem relações de

gênero e devem ser entendidas como resultado de tudo o que se expressa ou pensam

sobre as diferenças biológicas. Estas representações não estão diretamente relacionadas

as diferenças anatômicas entre homens e mulheres, mas são criações históricas, sociais e

culturais que vivem em permanente mutação, e que definem os comportamentos

masculinos e femininos. Utilizando-se da História Oral com as representações sociais

que surgem em função das práticas, comunicações e vivências. Tendo como resultados

obtidos que a profissão docente foi vista de forma positiva, embora pouco valorizada; e

avaliaram que a desvalorização do trabalho do professor tem pouco a ver com o fato de

serem mulheres a desempenhá-lo. Em geral, não demonstraram entender que a

feminização na profissão existe por que se entende que “coisa de mulher” é algo menor

e menos qualificado. E ainda, nesse sentido, elas incluem como competências do

professor das séries iniciais, também o cuidado, carinho e atenção (visão positiva) que

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são vistos por elas como importantes elementos impulsionadores das boas relações

escolares.

De Tatiane Márcia Fernandes, dissertação em Educação: Professora de educação

infantil: dilemas da constituição de uma especificidade profissional: um estudo sobre a

produção científica brasileira (1996-2009). UFSC, 2010. A presente pesquisa ojetivou

investigar as concepções de docência na educação infantil presentes nas dissertações de

mestrado cadastradas no Banco de Dados da CAPES entre os anos de 1996-2009 cujo

tema fosse “o “professor de educação infantil”. Tendo como objetivo responder às

seguintes questões: como é definido o papel do professor; como os autores denominam

esses profissionais; como definem sua função de forma a demarcar a especificidade

relacionada à docência na educação infantil; do que esta docência se constitui. A partir

de um mapeamento das produções nacionais existentes sobre a temática “professor de

educação infantil” objetivando localizar o que os saberes científicos presentes nas

dissertações têm apontado sobre a docência nessa etapa da educação básica. Dessa

forma, 13 dissertações constituíram o corpus definitivo de análise e foram analisadas

através de uma aproximação do procedimento metodológico da análise de conteúdo,

sendo definida uma grande categoria a priori , “docência”, e posteriormente categorias

específicas a partir das unidades de registro e contexto. Tendo como resultado a

pesquisa destaca-se que as concepções de docência na educação infantil presentes nos

estudos dividem-se em: a docência na educação infantil entendida como maternagem e

mães e a docência como ensino. Há no conjunto das pesquisas a predominância dos

estudos que explicitaram a concepção da docência na educação infantil como educação

e cuidado de forma indissociada, seguida pelas concepções de ensino e múltiplas

funções com três estudos cada, e em menor número a concepção de docência na

educação infantil como maternagem em dois estudos.

Márcia Regina Cangiani Fabbro, tese de doutorado em Educação: Mulher e

Trabalho: problematizando o trabalho acadêmico e a maternidade. Unicamp, 2006.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como objetivo analisar como a mulher-

mãe-professora universitária vivencia o trabalho/carreira acadêmica ao lado do

exercício da maternidade. Considerando a constituição da identidade feminina.

Utilizando-se da abordagem histórico dialética subsidiada pela história oral. A linha

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condutora dessa discussão foi a história de vida de cinco professoras de uma

universidade pública do interior do Estado de São Paulo, com idade média de 45 anos.

A coleta de dados contemplou a narrativa da história de vida e a entrevista reflexiva. A

análise dos dados foi dirigida por três planos, a saber: identidade, trabalho e gênero que

foram sistematizadas em dois eixos: a história de “cada uma” e a história de “todas elas.

A partir desse último eixo resultou nas categorias empíricas. A análise demonstrou que

o trabalho proporciona realização profissional, manutenção de um padrão da vida

familiar e adquire um sentido particular de honra e de afirmação de si como indivíduo.

Entretanto, revela-se também sedutor e escravizador concorrendo, assim com o papel de

mãe. Uma nova cristalização identidária de da personagem profissional/provedor,

personagem fetichizado pelo estereótipo da “mulher bem-sucedida”, originando a

identidade-mito e a necessidade obrigatória de ser bem sucedida profissionalmente, ser

mãe exemplar e de se mostrar forte. Afirmação enquanto profissional tende se manter

refém ao universo familiar o qual o referenda, sustenta e apoia as realizações

individuais. Argumentou-se, também, que as mudanças no trabalho para atender a

flexibilização e racionalização do trabalho acadêmico num contexto neoliberal impedem

a constituição de identidades autônomas, inviabilizam seu processo de emancipação e

mantêm encoberto o conflito capital-trabalho. A maternidade representou um ponto de

inflexão em todas as histórias, na qual essas mulheres se deparam com a dificuldade de

se confrontar com o modelo tradicional. Esse confronto entre a personagem

profissional/provedora é o elemento desencadeador de um certo grau de questionamento

a essa personagem, instigando-as a refletir sobre si mesmas, sobre seu trabalho, sua

relação com os filhos e com os maridos/companheiros e desta reflexão nasceu um certo

grau de consciência e a necessidade de mudança.

Tereza Cristina Pereira Carvalho Fagundes, tese de doutorado em Educação,

Pedagogia: escolha marcada pelo gênero. Universidade Federal da Bahia, UFBA. 2001.

O objetivo é a recomposição da história do curso de Pedagogia da Universidade Federal

da Bahia, tendo gênero como categoria de análise, é o objetivo maior desta pesquisa.

Como suporte teórico, segue-se a abordagem culturalista para a discussão do processo

de construção da identidade feminina e analisa-se a ação da família, da escola e da

sociedade na configuração desse processo. Apresenta-se, também, um perfil da

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educação feminina ao longo da história até o encaminhamento da mulher, em especial,

para o Curso de Pedagogia. Este estudo foi construído tendo por base a experiência

feminina, no caso específico, a de mulheres que escolheram o curso de Pedagogia,

privilegiando-as como sujeitos de sua história. Foram realizadas entrevistas com

ingressas no referido curso, no período de 1969 a 1999, a partir das quais emergiram as

categorias que constituem a essência dos resultados: representações sociais sobre o

curso de Pedagogia, motivos de escolha do curso e representações sobre o ser mulher e

ser educadora, na atualidade. Os motivos de escolha do curso apresentados pelas

depoentes, foram: ter "vocação" consciente ou ilusória para a carreira, e ser uma

"profissão adequada à identidade feminina", considerando a possibilidade de

conciliação de papéis assumidos pelas mulheres ou a utilização de caraterísticas

atribuídas às mulheres para a função de educadora.

A tese de doutorado de Celso Luiz Aparecido Conti: Imagens da profissão

docente: um estudo sobre professoras primárias em início de carreira, Campinas, 2003.

Tem como objetivo apreender as influências como contexto familiar, os cursos de

formação (magistério e pedagogia) e a pratica profissional. Destacando que essas

influências não surgem linearmente no tempo, senão como consequência de uma

dinâmica incessante e contraditória pertinente a sociedade. O autor demonstra como a

prática profissional está permeada pela dimensão teórica da qualificação, no caso da

professora um lugar de destaque e êxito ao educando. O conceito de qualificação sob a

ótica masculina é questionada, sob o reconhecimento de algumas habilidades femininas.

Para o autor o processo se revela bastante contraditório e passível de abalo ao processo

de mobilidade social preconizado pelos movimentos de classe e gênero.

Historicamente, a mulher obteve no magistério a maneira de ter independência

financeira e social, como movimento de libertação de uma trajetória marcada pela

vivencia no ambiente privado, e como a vocação vitalícia de reprodutora e mantenedora

da família, nesse momento de reestruturação do capital, a presença da mulher na escola,

seja como estudante, seja como profissional. Diante desta realidade verifica-se a

necessidade do envolvimento das escolas e de seus profissionais no esforço de

preservação da memória institucional da Escola Pública e principalmente do Poder

Público na implementação da Gestão Documental (organização e disposição à consulta)

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prevista na legislação existente sobre arquivos brasileiros. É evidente que nem todas as

ações humanas ficaram registradas para a posteridade, pois a grande maioria acabou se

perdendo no tempo e não poderão mais ser recuperadas e contadas. Mas os “homens

produziram (e ainda produzem) artefatos, documentos, testemunhos, monumentos entre

outros, que tornam possível o entendimento do homem sobre sua própria trajetória”

(Lombardi, 2004, p. 155-6).

O que nos motiva é a pergunta da historiadora Mary Del Priore (1997), sobre

afinal qual o lugar da mulher na historia. É recorrente nas pesquisas notar a ausência de

registros sobre a presença feminina nesse processo histórico da Educação no Brasil,

sendo um paradoxo, considerando o aumento gradativo da presença da mulher nas

licenciaturas, o que de fato proporcionou as mulheres, a oportunidade de estudo e

profissionalização.

Jane Soares de Almeida, (1998, p. 217) considera que atualmente a Historia das

mulheres tem se constituído em um campo de estudos bastante privilegiado, entretanto,

as mulheres profissionais de ensino, ainda continuam relegadas ao esquecimento. No

livro Mulher e Educação: a paixão pelo possível, a autora apresenta o resultado de sua

pesquisa historiográfica, sobre a condição das primeiras professoras do curso de

magistério na educação paulista a partir de fontes como a impressa pedagógica do final

do século XIX até a década de 1930 e de entrevistas com professoras que atuaram no

período de 1940 e 1950. Nessa análise, foi possível reconstruir um quadro teórico-

histórico da presença e da atuação feminina num momento histórico significativo para a

educação básica no Brasil.

Neste texto a pesquisadora afirma a presença da mulher no magistério, desde seu

início até os dias atuais. É possível constatar o quanto o magistério teve significância à

emancipação profissional e social da mulher. Entretanto, com bem alerta Soares, em

relação à escrita da historia, a qual continua a não dar atenção merecida a presença

feminina na historia e especialmente, nesse caso, na Historiografia da Educação no

Brasil, a qual até finais da década de 1980, não dava relevância à temática, como fica

demonstrado no catálogo do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais) de 1987, dos últimos 20 anos de pesquisa em educação no Brasil. Tendo

um total de 311 resumos publicados nos três volumes, 55 de autoria masculina, 26

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referem-se a publicações de órgãos oficiais e universidades, sem menção aos autores, e

230 publicações são de autoria feminina, portanto, mais de dois terços do total. (idem,

p.50)

Referencial teórico metodológico

A importância do resgate da história local vem de encontro a abordagem da micro

história surge a partir da busca por novas explicações para passado (Saviani, 2006).

Assim, contar a história “recente” da região oeste, mais especificamente da cidade de

Cascavel, faz parte da contribuição para o processo de compreensão da História da

Educação no Paraná e no Brasil. Considerando as interpretações da história regional

articuladas ao movimento da sociedade, numa relação dialética entre o particular e o

geral.

O referencial teórico que nos norteia, metodologicamente descreve o particular,

explicando, dialeticamente, suas relações com o contexto econômico, politico, social e

cultural. A necessidade da investigação histórica da educação mediada pela análise do

contexto geral da sociedade na qual os fenômenos educacionais ocorrem entendendo

que o regional está articulado com o geral, como bem lembra, NETTO, não é o

‘tamanho do objeto’ que define a sua relação com a totalidade, as micro pesquisas

conservam uma perspectiva ampla de sociedade, do processo social e de história”.

(2006, p.62)

Para os estudos e investigação histórica sobre a História da educação no Brasil, a

análise dos elementos históricos acerca da constituição da escola pública a partir de

fontes, do pensamento educacional, das políticas e ações do Estado e da sociedade civil

no conjunto das suas multideterminações, desdobramentos, contradições e conflitos no

interior da sociedade de classes nos dão subsídios para o entendimento do contexto em

que está inserida a Escola Pública.

As fontes documentais, também chamadas fontes primárias são o processo

empírico, ou seja, a busca de dados que auxiliem o recontar da historia, resultam na

coleta e seleção de fontes documentais que permitem vislumbrar os vestígios do

passado.

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Cabe ao pesquisador/historiador, questionar as fontes, em busca de seus anseios,

suas duvidas apresentando hipóteses. A partir da historicização do documento/fonte,

analisando quais as características da sociedade que o produziu a fonte, sob que

momento histórico político, econômico e cultural foi possível produzir os documentos

que podem ser documentos oficiais ou mesmo, documentos eleitos pelo pesquisador de

forma a contribuir para o resgate da memória e da história.

Mary Del Priore (2007), alerta que, faltam historiadores, homens e mulheres, que

interpretem com maior frequência o estabelecimento, a gênese e a importância dos fatos

históricos que envolvem as mulheres; faltam mais pesquisas regionais ou sínteses que

nos permitam resgatá-los de regiões do país onde o tema ainda não despertou vocações.

Não se trata de uma proposta feminista. Não se pretende fazer uma história que conte a

saga de heroínas ou de mártires, mas sim de salientar as mulheres através das tensões e

das contradições que se estabeleceram em diferentes períodos e em que viveram. Assim

como revelar as intrincadas relações entre mulher, o grupo e o fato, mostrando-a como o

ser social que é, que fabrica e articula o fato social na qual é integrante. Tendo em

mente que, a preservação e conservação, de documentos produzidos pela sociedade,

sobre a temática em discussão, sejam atas, ofícios, cartas, livros de registros de ponto,

de controle acadêmico, controle contábil, enfim, toda documentação gerada nas

secretarias de Escolas e Universidades, assim como a produção acadêmica, devem ser

tratadas de maneira específica, como já definidas na Legislação brasileira, sobre

arquivística. Alertamos sobre a conscientização por parte da Sociedade, nesse caso mais

especificamente o Estado, em destinar recursos humanos, físicos e financeiros que

visem orientar a organização documental, no momento da produção, trâmite, e

principalmente, nos arquivos permanentes.

A história é constituída de processos históricos diferentes e por vezes simultâneos.

O desafio posto ao historiador, é buscar apreender essas complexidades, esses aspectos

singulares da historia, libertando a história da idéia de direção única e inevitável. É

imprescindível “captar os momentos em que ocorrem transformações estruturais, isto é,

a passagem de uma forma a outra forma de sociedade, na economia, na cultura, na

politica dos povos estudados” (Saviani, 2006).

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SZYMANSKI. M. L. S. BASTOS, C. C. B. C. O curso de Pedagogia da Unioeste -

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