história da arte: o ambiente modernista

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Nas artes plásticas, a transição entre o Academicismo e o Modernismo é representado pelos trabalhos de Belmiro de Almeida e Eliseu Visconti. O delineamento do desenho deixa de ser importante para que os efeitos cromáticos de luz deixem a pincelada mais solta. Características principais: Recusa aos modelos renascentistas Negação da linha Ênfase na luz e nas cores Incorporação do pontilismo Belmiro de Almeida. Arrufos, 1887 Origens da Modernidade

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História da Arte: O ambiente modernista

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Page 1: História da Arte: O ambiente modernista

Nas artes plásticas, a transição entre o Academicismo e o Modernismo é representado pelos trabalhos de Belmiro de Almeida e Eliseu Visconti.O delineamento do desenho deixa de ser importante para que os efeitos cromáticos de luz deixem a pincelada mais solta.

Características principais:Recusa aos modelos renascentistasNegação da linhaÊnfase na luz e nas coresIncorporação do pontilismo

Belmiro de Almeida.Arrufos, 1887

Origens da Modernidade

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Eliseu Visconti D´Angelo.Gioventú, 1898

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E. Visconti,Paisagem, 1941

É Visconti quem reflete mais a transição. Colabora neste sentido a amplitude temporal de sua atividade: quase sessenta anos de trabalho, parte no século XIX e parte maior no século XX. Vindo de formação acadêmica no fim do Império, ele é o primeiro artista a receber o premio de viagem ao exterior instituído em 1892, pela recém criada Escola Nacional de Belas Artes

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Georgina de Albuquerque - Canto do Rio, 1920

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Georgina de Albuquerque.Dia de Verão, 1926

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O Ambiente ModernistaA mudança do século e a prosperidade na agricultura do café promovem o enriquecimento das metrópoles, principalmente São Paulo.

Era bem natural que isto fosse ocorrendo. A conjunção de dois fatores de enriquecimento – a lavoura do café, mais antiga, e a industrialização, emergente – começava a fazer dessa cidade, nos primeiros decênios do século, um núcleo de confluência e de ebulição.

Entre 1910 e 1920 a população de São Paulo dobrou, subindo de 240 mil para 500 mil habitantes.

A América do Norte já principiava a assumir um papel de proeminência que o segundo pós-guerra definiria com toda extensão e clareza.

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O Ambiente ModernistaA cidade modernizava-se, na arquitetura, nos meios de locomoção, nos equipamentos da vida diária.

Mas apesar de tanta disposição para o atual e o nacional caberia a um estrangeiro, então de passagem, realizar a primeira mostra de arte moderna, ou pelos menos não acadêmica, no Brasil.

O lituano Lasar Segal apresenta por duas vezes seus trabalhos em São Paulo e Campinas no ano de 1913. Ele permanece no Brasil por oito meses.

Em 1916 de volta ao Brasil, depois de ter passado um período na Europa e nos Estados Unidos, Anita Mafaldi é a grande artista brasileira a atrair atenção de “uma nova arte”.

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São Paulo se caracteriza como o centro das idéias modernistas, onde se encontra o fermento do novo. Do encontro de jovens intelectuais com artistas plásticos eclodirá a vanguarda modernista. Diferentemente do Rio de Janeiro, reduto da burguesia tradicionalista e conservadora, São Paulo, incentivado pelo progresso e pelo afluxo de imigrantes italianos será o cenário propício para o desenvolvimento do processo do Modernismo. Este processo teve eventos como a primeira exposição de arte moderna com obras expressionistas de Lasar Segall em 1913, o escândalo provocado pela exposição de Anita Malfatti entre dezembro de 1917 e janeiro de 1918 e a 'descoberta' do escultor Victor Brecheret em 1920. Com maior ou menor peso estes três artistas constituem, no período heróico do Modernismo Brasileiro, os antecedentes da semana de 22.

A partir das tendências européias, mas com feição tropical, o Modernismo mostra suas primeiras manifestações no Brasil.

Victor BrecheretAscensão, década de 1920

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Lasar Segal, Menino com lagartixas, 1924

Anita Mafaldi, Auto retrato, 1919

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Anita Mafaldi, A japonesa, 1924

Anita Mafaldi, A boba, 1915

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Lasar Segal, O bebedouro,

Lasar Segal, Retrato de Zulmira, 1929

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Anita Mafaldi, O farol

Anita Mafaldi, Tropical

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Victor BrecheretPieta, década de 1910

Victor BrecheretBailarina, década de 1920

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“A verdade é que nas letras e nas artes visuais, a atmosfera para a ruptura com o passado estava bem preparada lá por volta de 1920. Houvera tempo de arregimentar intelectuais, escritores, poetas e artistas plásticos de São Paulo e do Rio de Janeiro em torno dos princípios de rebeldia anti-acadêmica e de arejamento internacional aflorados com a exposição de Anita Mafalti em 1917. A oportunidade da comemoração dos cem anos da independência política do pais avultava como a melhor maneira de provar que uma outra independência , cultural e artística, ainda estava por ser conquistada.

Daí que a idéia de aproveitar o ano de 1922 como marco inicial do movimento modernista tenha aos poucos se fixado com a naturalidade de um elo a mais em fluxo evidente.

A crônica dos acontecimentos indica, no entanto, ter cabido mesmo

ao pintor e desenhista Di Cavalcanti a sugestão de que acabaria resultando a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo.” (Pontual, 1987)

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Convém igualmente assinalar que a quase totalidade dos artistas participantes da Semana de Arte Moderna vinha de vivencia direta da Europa ou, num caso único, da America do Norte. É claro que esta circunstancia repercutia fortemente na linguagem de cada um. A única exceção era Di Cavalcanti, que só em 1923 deixou o Brasil.

Em fevereiro de 1922 reuniram-se no Teatro Municipal de São Paulo os pintores: Anita Malfati, Vicente do Rego Monteiro, Vicente do Rego Monteiro, Oswaldo Goeldi, o escultor Victor Brecheret, os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novaes, além de arquitetos, escritores, desenhitas (Ronald de Carvalho, Graça Aranha, Oswald de Andrade, Mario de Andrade,Menotti del Picchia) e mostraram o que se fazia de mais moderno.

A KLAXON - Mensário de Arte Moderna - foi a primeira revista Modernista do Brasil e começou a circular logo após a realização da Semana de Arte Moderna. O

primeiro, dos seus nove números, foi publicado em 15 de maio de 1922 e o último, (edição dupla, de números 8 e 9) em janeiro de 1923.

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O Ambiente ModernistaDepois do impulso inicial dado pela Semana de Arte Moderna, escritores e poetas novos de todos os cantos do país aderiram aos princípios libertários do modernismo.

Muitos grupos diferentes foram surgindo, com propostas às vezes um pouco divergente, mas sempre ligadas à idéia de modernidade. os programas estéticos mais importantes foram: Manifesto Pau-Brasil (1925) e Manifesto Antropofágico (1928).

A antropofagia foi um movimento que propunha a incorporação transformada e abrasileirada das influencias estrangeiras. O escritor Oswald de Andrade e sua esposa Tarsila do Amaral lideraram essas idéias, que tinham também um cunho político e social.

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Vicente do Rego MonteiroA crucificação, 1922

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Vicente do Rego MonteiroMenino, 1922

Vicente do Rego MonteiroO combate, 1927

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Vicente do Rego MonteiroPieta, 1927

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Di CavalcantiMulatas, 1927

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Di CavalcantiSamba, 1925

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Di CavalcantiSamba, 1928

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Tarsila do AmaralAntropofagia, 1923

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Tarsila do AmaralA cuca, 1929

Tarsila do AmaralA negra, 1923

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Tarsila do AmaralO sono, 1928

Tarsila do AmaralSol poente, 1929

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Tarsila do AmaralAntropofagia, 1929

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Cicero DiasO sonho da prostituta, 1930

Cicero DiasBanho de rio, 1931

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Ismael NeryAndrógino, s.d.Ismael Nery

Eva, 1923

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Ismael NeryAuto retrato,1922 Ismael Nery

O adolescente, s.d.

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GuinardFesta em Familia, s.d.

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GuinardNatureza morta, 1933

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GuinardO domador, s.d.

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Acontecimentos importantesO radio instalou-se em 1922 e houve a popularização do

disco. A música popular, principalmente o samba, avançou significativamente com as produções de Alfredo Viana Filho, o Pixinguinha, Noel Rosa, Ary Barroso, entre outros. Os intérpretes tornam-se ídolos populares: Carmen Miranda, Francisco Alves e Mario Reis. Lirismo e humor combinavam-se para registrar o cotidiano brasileiro.

Em 1929, é produzido o primeiro filme nacional inteiramente sonorizado: Acabaram-se os otários, de Luis de Barros. Mario Peixoto realiza em 1930 seu filme Limite. Em 1930, é fundada a Cinédia e em 1941, é criada a Atlântida que privilegia as Chanchadas, comédias de baixo custo e de grande ajeitação popular.

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Em 1931, Lucio Costa, arquiteto totalmente imbuído do espírito moderno, dirige a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde se abre espaço para os modernos.

Na pintura, o modernismo, inicialmente, assume um figurativismo com características mais expressionistas, temas regionalistas e preocupação social, principais nomes: Candido Portinari, Oswaldo Goeldi, Ismael Nery e Alberto Guinard

Figura, Ismael Neryc.1927-1928

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Chuva, Oswaldo Goeldic.1957

Ouro Preto, Guinard1951

Rio São João, José Pancetti1947

Auto-Retrato III, Lasar Segall1927

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Abandono, Oswaldo Goeldic.1957

Casa vermelha, Oswaldo Goeldic.1957

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Pesadelo, Oswaldo Goeldic.1935

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Sonâmbula, Oswaldo Goeldi

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Auto retrato, Pancetti1938

Arsenal de marinhas, Pancetti1936

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Marinha, Pancetti1945

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Os artistas que trabalhavam solitariamente começam a se reunir por afinidades estéticas em grupos e associações. Assim, organizam salões e exposições. Surgem os núcleos: Bernadelli no qual se destacam Milton Dacosta e José Pancetti. Em São Paulo, Lasar Segal lidera a Sociedade Pró-Arte Moderna e Flavio Carvalho é o principal nome do Clube dos Artistas Modernos.

Se reúnem no grupo Santa Helena: Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Clovis Graciano, entre outros.

Dança das Bandeirolas, Clóvis Graciano1943

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Bandeirinhas e Mastros, Alfredo Volpi1970

Olinda, Frncisco Rebolo1974

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São criados também o Salão de Maio e a Família Artística Paulista, que revelam Livio Abramo e Carlos Scliar.

Em todo o Brasil o modernismo vai fincando suas raízes renovadoras. Artistas do país inteiro começam a ter projeção nacional.

Destacam-se Djanira, Carybé, Iberê Camargo, Glenio Bianchetti, Aldemir Martins, Brennand.

Em 1947, Assis Chateaubriand funda o Museu de Arte de São Paulo – MASP.

O Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM- SP é fundado em 1948. Logo em seguida é criado o MAM – RJ.

Em 1951, realiza-se a primeira Bienal Internacional de Arte de São Paulo, marcando a presença do abstracionismo na pintura e na escultura do país.

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O Circo, Djanira1955

Integração do Brasil na cidade de São Paulo, Aldemir Martins1969

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