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2º MOMENTO MODERNISTA Poema e prosa De 1930 a 1945

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2º MOMENTO MODERNISTA

Poema e prosa De 1930 a 1945

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POESIA de 30 O artista passa a se questionar como indivíduo e como artista em sua “tentativa de explorar e de interpretar o mundo”

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COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa, 3ª Ano - Tópico: A Literatura Modernista de 30: poesia

Em 1930, o mundo passou por uma crise que afetou o

Brasil de maneira significativa. Nessa época ocorreu

1- o fim das oligarquias ligadas ao café e da “República

Velha”;

2-aconteceu a eleição que elegeu Júlio Prestes;

3-estourou a “Revolução de 30”, que pôs Getúlio Vargas

no poder;

4-Em 1932, ocorreu a Revolução Constitucionalista;

5-Em 1937, Getúlio Vargas iniciou sua ditadura, conhecida

como Estado Novo.

MOMENTO HISTÓRICO

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A POESIA CRONOLOGIA Duração – 1930 a 1945. Primeira obra – Alguma Poesia. Primeiro autor – Carlos Drummond de Andrade. CARACTERÍSTICAS a) Amadurecimento e solidificação da poesia modernista. b) Mistura do verso livre com formas tradicionais de compor poemas. c) Mistura da temática cotidiana com temática histórico-social.

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Nascimento e morte – Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro (MG), em 31 de outubro de 1902. Morreu no Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1987. Vocação – Deseja o pai de Drummond, o fazendeiro Carlos de Paula Andrade, que os filhos se interessem pela vida do campo. O menino Carlos não se sente atraído por essa perspectiva, manifestando inclinação pelas letras desde cedo. Herança do colégio – Em 1920, foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, por “insubordinação mental”. Farmácia – Cursa Farmácia em 1920. Amizades – Em 1924, envia carta a Manuel Bandeira, manifestando sua admiração pelo poeta. É também neste ano que conhece Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Casamento – Em 1925, Drummond casou-se com Dolores Dutra de Morais. No meio do caminho – Em 1928, publica, na revista Antropofagia, de São Paulo, o poema No meio do caminho, que se torna um verdadeiro escândalo literário.

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A carreira poética de Drummond pode ser dividida em 4 fases:

A 1ª fase (a fase gauche): tem como características o pessimismo, o isolamento,

o individualismo e a reflexão existencial. Nota-se nesta fase um desencanto em relação ao mundo. ironia, o humor e a linguagem coloquial estão presentes. Obras “Alguma Poesia” (1930); “Brejo das Almas” (1934).

A 2ª fase, chamada fase social: é marcada pela vontade do poeta de participar e

tentar transformar o mundo, o pessimismo e o isolamento da 1ª fase é posto de lado. O poeta se solidariza com os problemas do mundo. Obras “Sentimento do mundo” (1940); “José” (1942); “Rosa do Povo” (1945).

A 3ª fase pode ser dividida em 2 momentos: poesia filosófica e poesia nominal.

Poesia Filosófica: textos que refletem sobre vários temas de preocupação universal como a vida e a morte. Obras “Fazendeiro do ar” (1955); “Vida passada a limpo” (1959) Poesia Nominal: repletas de neologismos e aliterações. Obra “Lição de coisas” (1962).

A fase final (o tempo das memórias) Como o próprio nome já diz, as obras desta

fase (década de 70 e 80), são cheias de recordações do poeta. Os temas infância e família são retomados e aprofundados além dos temas universais já discutidos anteriormente. Obras “Boitempo”; “Boitempo III”; “As impurezas do branco”; “Amor Amores”

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Poema de sete faces

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Poema de Sete Faces Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada. O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode. Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo

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No Meio do Caminho No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra.

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Para Sempre Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade.

Por que Deus se lembra – mistério profundo – de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.

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Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

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A noite desceu. Que noite! Já não enxergo meus irmãos. E nem tão pouco os rumores que outrora me perturbavam. A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate, nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a total incompreensão. A noite caiu. Tremenda, sem esperança... Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os guerreiros. E o amor não abre caminho na noite. A noite é mortal, completa, sem reticências, a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer, a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes cintilantes! nas suas fardas. A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio... Os suicidas tinham razão. (...)

A NOITE DISSOLVE OS HOMENS (fragmento)

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Temas mais frequentes na obra de Drummond

*O indivíduo *A terra natal *A família *Os amigos *O amor *O choque social *A poesia *A existência

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Infância (Alguma poesia)

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé Comprida história que não acabava mais. No meio dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longe da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom.

Minha mãe ficara em casa cosendo Olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo! Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que a minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

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Cidadezinha qualquer (Alguma poesia) Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.

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VINICIUS DE MORAES

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Beatriz Azevedo de Mello Conhecida como Tati, a musa do Soneto de fidelidade (e também da personagem Narizinho, de Monteiro Lobato) casou-se com o poeta por procuração, enquanto ele estudava literatura na Inglaterra. Tiveram dois filhos (Susana e Pedro) nos 11 anos em que estiveram juntos. Ela morreu em 1995, aos 84 anos. » Regina Pederneiras Ainda casado com Tati, Vinicius envolveu-se com Regina, arquivista do Itamaraty, entre 1945 e 1946. Acabou se casando com ela no religioso, mas a esposa oficial perdoou a traição, e Vinicius voltou para Beatriz. » Lila Bôscoli Bisneta da compositora Chiquinha Gonzaga, a moça de 19 anos foi apresentada ao poeta por Rubem Braga. Casaram-se em 1952, viveram juntos por sete anos e geraram Georgiana e Luciana.

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» Maria Lúcia Proença O relacionamento de cinco anos, iniciado em 1958, teria inspirado a crônica Para viver um grande amor. Lucinha, sobrinha de um amigo de Vinicius, que a conhecera ainda adolescente, pegou a fase bossa- nova do compositor. Ela era casada, e trouxe um filho pequeno da união anterior. » Nelita de Abreu Rocha A moça não tinha completado nem 20 anos quando se juntou ao poeta, em 1963. Mesmo com três décadas de diferença, o casamento durou cinco anos. Nelita mora no Rio e adotou o sobrenome do atual marido, o francês Gerard Leclery. » Christina Gurjão O relacionamento durou menos de um ano, mas gerou a filha caçula do poeta, Maria, e a clássica Pela luz dos olhos teus. Mesmo com a esposa grávida de cinco meses, ele acabou se envolvendo com Gessy. » Marta Rodriguez Santamaria A argentina era 40 anos mais jovem que Vinicius. O relacionamento de três anos, iniciado em 1975, foi marcado pelas várias viagens do poeta com Toquinho pelo mundo. » Gilda Mattoso A viúva de Vinicius, 40 anos a menos que ele, foi apaixonada pelo poeta por quase uma década até engatar o relacionamento. Gilda o acompanhou nos dois últimos anos de vida.

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» Gessy Gesse A atriz baiana, casada com Vinicius entre 1969 e 1976, foi responsável por levá-lo para viver em Salvador, o que alterou tanto o estilo de vida do poeta quanto sua produção musical. » Marta Rodriguez Santamaria A argentina era 40 anos mais jovem que Vinicius. O relacionamento de três anos, iniciado em 1975, foi marcado pelas várias viagens do poeta com Toquinho pelo mundo. » Gilda Mattoso A viúva de Vinicius, 40 anos a menos que ele, foi apaixonada pelo poeta por quase uma década até engatar o relacionamento. Gilda o acompanhou nos dois últimos anos de vida.

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Soneto de Fidelidade De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

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Soneto de separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.

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Receita de Mulher ( fragmento) As muito feias que me perdoem Mas beleza é fundamental. É preciso Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso (...) Ah, deixai-me dizer-vos Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência. É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas No enlaçar de uma cintura semovente. Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras É como um rio sem pontes. Indispensável

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Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida A mulher se alteia em cálice, e que seus seios Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas. (...) Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem No entanto sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!) Preferíveis sem dúvida os pescoços longos De forma que a cabeça dê por vezes a impressão De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos Discretos. (...) Os olhos, que sejam de preferência grandes Que ela surja, não venha; parta, não vá (...)

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A Rosa de Hiroshima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida. A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada.

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VINICIUS DE MORAES

PARA

CRIANÇAS

Vinicius

de

Moraes

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O CADERNO

•A arca de Noé

•São Francisco

•Natal

•O girassol

•O relógio

•O pinguim

•O elefantinho

•A porta

•O leão

•O pato

•A cachorrinha

•A galinha-d'angola

•O peru

•O gato

•As borboletas

•O marimbondo

•As abelhas

•A foca

•O mosquito

•A casa

Aquarela

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Aquarela

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Murilo Mendes (1901-1975) foi poeta brasileiro. Fez parte do Segundo Tempo Modernista. Recebeu o premio Graça Aranha com seu primeiro livro "Poemas". Participou do Movimento Antropofágico, revelando-se conhecedor da vanguarda artística europeia.

Reflexão nº1 Murilo Mendes Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho. Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Nem ama duas vezes a mesma mulher. Deus de onde tudo deriva. E a circulação e o movimento infinito. Ainda não estamos habituados com o mundo. Nascer é muito comprido.

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Jorge Mateus de Lima nasceu no ano de 1895, em União dos Palmares (AL). Fez o ginásio e o ensino médio em Maceió. Logo após, com apenas 15 anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, na cidade de Salvador, contudo, concluiu o curso no Rio de janeiro no ano de 1914. Neste mesmo ano, estreia na literatura com o livro de características parnasianas “XIV Alexandrinos”. Já formado, exerce a medicina na cidade de Maceió, e também atua em cargos políticos e como professor.

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O ACENDEDOR DE LAMPIÕES Lá vem o acendedor de lampiões de rua! Este mesmo que vem, infatigavelmente, Parodiar o Sol e associar-se à lua Quando a sobra da noite enegrece o poente. Um, dois, três lampiões, acende e continua Outros mais a acender imperturbavelmente, À medida que a noite, aos poucos, se acentua E a palidez da lua apenas se pressente. Triste ironia atroz que o senso humano irrita: Ele, que doira a noite e ilumina a cidade, Talvez não tenha luz na choupana em que habita. Tanta gente também nos outros insinua Crenças, religiões, amor, felicidade Como este acendedor de lampiões de rua!

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Unidos pelo mesmo objetivo: revelar ao homem verdades que sejam capazes de transcender tempo e espaço, Jorge de Lima e Murilo Mendes se propõem a escrever um livro a quatro mãos: Tempo e eternidade, cujo lema era “Restaurar a poesia em Cristo”. Essa preocupação com a poesia de cunho espiritual, manifestada pelos dois escritores, está ligada à mudança de rumo ocorrida na vida de ambos. “Trata-se da conversão de Murilo Mendes ao catolicismo, coincidente o reatamento de Jorge de Lima com a religiosidade perdida na infância”.

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•Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi uma poetisa,

pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada

uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de

língua portuguesa.

•Nascimento: 7 de novembro de 1901, Tijuca.

•Falecimento: 9 de novembro de 1964, Rio de Janeiro,

Rio de Janeiro

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Suas principais características são sensibilidade forte, intimismo, introspecção, viagem para dentro de si mesma e consciência da transitoriedade das coisas (tempo = personagem principal). Para ela as realidades não são para se filosofar, são inexplicáveis, basta vivê-las. Intimismo, lirismo, misticismo e universalidade são as principais características da obra de Cecília Meireles.

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Principais características sensibilidade forte; intimismo; introspecção, viagem para dentro de si mesma. lirismo; musicalidade (uma das características do Simbolismo);

sua poesia é intimista e reflexiva (com um tom filosófico); profunda sensibilidade feminina; em suas obras ela aborda temas como vida, amor e tempo.

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Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida A minha face?

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Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, - não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada.

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Mario Quintana

Poeminha do Contra Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão… Eu passarinho!

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Relógio O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.

Tic-tac Esse tic-tac dos relógios é a máquina de costura do Tempo a fabricar mortalhas.

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BILHETE Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

DA DISCRIÇÃO Não te abras com teu amigo Que ele um outro amigo tem. E o amigo do teu amigo Possui amigos também...