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l)UA BRAS BÁSICAS NAS COMEMORAÇÕES 1O ESQUICENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DOS CURSOS JURíDICOS Nunca será demais enaltecer o descortino da grande geração da Independência ao perceber que a nova Nação não precisava apenas de novas leis, mas também de uma consciência jurídica própria, a qual só poderia ser o fruto de Faculdades de Direito vinculadas às nossas tradições. Surgiram, assim, logo em 1827, os dois grandes centros jurí- dicos do País, um ao norte, em Olinda, logo após transferido pa- ra o Recife, outro em São Paulo, que iriam se converter nos dois pólos em torno dos quais, durante várias décadas, a intelectual i- dade brasileira pôde traçar a elipse de nossa cultura Na realidade, além do Direito, foram aquelas duas Casas de Ensino os focos inspiradores das artes literárias e de todas as ex- pressões das ciências humanas, cooperando de maneira decisiva. para o fortalecimento da unidade nacional. Na falta de Universidades ou de Faculdades de Filosofia e Letras, as Escolas de São Paulo e do Recife converteram-se nos centros irradiantes de nossa cultura humanística, o que leva ago- ra o Ministério da Educação e Cultura, através do IN L, a tornar acessíveis, aos estudiosos de nossa história, essas obras raríssimas. A História da Faculdade de Direito do Recife, de CLOVIS BEVILAQUA, publicada em 1927, como parte das comemora- ções do primeiro centenário da instauração dos Cursos Jurídicos no Brasil, e as Memórias para a História da Academia de São Paulo, de autoria de SPENCER VAMPRÉ, editadas em 1924, são obras de concepção geminada, tanto pelos propósitos que as ins- piram como pela trilha seguida pelos dois ilustres jurisconsultos. Descortina-se, através desses livros, parte substancial dos va- lores mentais brasil iros, desde a Política à Economia, das Letras e das Artes à Jurisprudência, à História e à Diplomacia, servindo de estímulo e modelo à ontinuidade da tarefa encetada.

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l)UA BRAS BÁSICAS NAS COMEMORAÇÕES1 O ESQUICENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DOS

CURSOS JURíDICOS

Nunca será demais enaltecer o descortino da grande geraçãoda Independência ao perceber que a nova Nação não precisavaapenas de novas leis, mas também de uma consciência jurídicaprópria, a qual só poderia ser o fruto de Faculdades de Direitovinculadas às nossas tradições.

Surgiram, assim, logo em 1827, os dois grandes centros jurí-dicos do País, um ao norte, em Olinda, logo após transferido pa-ra o Recife, outro em São Paulo, que iriam se converter nos doispólos em torno dos quais, durante várias décadas, a intelectual i-dade brasileira pôde traçar a elipse de nossa cultura

Na realidade, além do Direito, foram aquelas duas Casas deEnsino os focos inspiradores das artes literárias e de todas as ex-pressões das ciências humanas, cooperando de maneira decisiva.para o fortalecimento da unidade nacional.

Na falta de Universidades ou de Faculdades de Filosofia eLetras, as Escolas de São Paulo e do Recife converteram-se noscentros irradiantes de nossa cultura humanística, o que leva ago-ra o Ministério da Educação e Cultura, através do IN L, a tornaracessíveis, aos estudiosos de nossa história, essas obras raríssimas.

A História da Faculdade de Direito do Recife, de CLOVISBEVILAQUA, publicada em 1927, como parte das comemora-ções do primeiro centenário da instauração dos Cursos Jurídicosno Brasil, e as Memórias para a História da Academia de SãoPaulo, de autoria de SPENCER VAMPRÉ, editadas em 1924, sãoobras de concepção geminada, tanto pelos propósitos que as ins-piram como pela trilha seguida pelos dois ilustres jurisconsultos.

Descortina-se, através desses livros, parte substancial dos va-lores mentais brasil iros, desde a Política à Economia, das Letrase das Artes à Jurisprudência, à História e à Diplomacia, servindode estímulo e modelo à ontinuidade da tarefa encetada.

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A I itura destas páginas vem confirmar a afirmação de Pedro1,(' Na d que a história da cultura brasileira não pode ser escrita• mar m dos eventos e valores que compõem a tradição das Fa-( 11 Idades de Direito de São Paulo e do Recife.

Além dos apontados méritos historiográficos, não se pode 01-idnr que representa, de per si, a experiência jurídica brasileira,

umn das primeiras manifestações culturais em que o nosso povoOll!> revelar algo de próprio e de altamente significativo, no mun-

.10 das idéias universais.Para demonstração dessa assertiva bastaria invocar os nomes

dI: nl uns alunos que se matricularam nas instituições recém-cria-II.lN, orno os de Teixeira de Freitas, Pimenta Bueno, Paula Ba-I j Ia Nabuco de Araújo, João Maurício Wanderley, ou ZacariasdI' ( óis e Vasconcelos, vultos dos mais representativos da nacio-nulidade, aos quais vieram se acrescentar centenas de outros, deAlvares de Azevedo a Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, de Castro

Iv 'S a Tobias Barreto e Rio Branco, cujas personalidades invoco,\ III 'TO título de exemplo, pois com a história das duas tradicio-11.\ is asas de Ensino se confundem valores exponenciais da nossapl Iria.

NEY BRAGAMinistro da Educação e Cultura

SUMÁRIO

Primeira parte - Em Olinda - (1828-1854):

I - Antecedentes 11

II - Estado mental do Brasil, especialmente de Pernambuco, ao

tempo da criação dos Cursos Jurídicos 15

III - A fundação 18

IV - Crônica da Faculdade - De 15 de maio de 1828 a 15 de

outubro de 1854 - Olinda 29V - Diretores do Curso de Olinda 73

Segunda parte - No Recife - (1854-1927):

I - Crônica da Faculdade. B - de novembro de 1854 a

1882 inclusive 83

II ~ Crônica da Faculdade. C - (1883-1889) 166

III - Crônica da Faculdade. D - (1890-1927) 206

IV - Vida dos estudantes 295V - Evolução das idéias. - A) Fases. da evolução das idéias. Pri-

meiras publicações em Olinda. - Professores de Olinda:

Autran. Loureiro. Paula Batista. Joaquim Vilela. JerônimoVilela. Zacarias 303

VI - Evolução das idéias. - B) Atividade literária do Recife nodecênio que antecedeu a trasladação da Academia. Mendesda Cunha. Brás Florentino. Pereira do Rego. Antônio deFi u ir d . Silv ira de Sousa. Aprígio. Pinto Júnior . .To é).ii)'I':IIO. Druuunnnr]. lho Rodrigues, Jo'i Vi irn . .10 c"1111-\'1110. 1\111111 C!1I 111111 I' •••.•.........•.••••••• 11

Page 3: histfdr10001

1'.V lução das idéias. - C) Tobias Barreto e a escola do RecifeI) s nvolvimento das idéias. - D) Albino Meira. Vazo Cirne.Ad lino. Martins Júnior. José Vicente. Soriano. Milet.Pontual. Carneiro da Cunha. Faelante. Fonseca. T'ito .

I, A Congregação atual .ProEessores honorários .

,I Diretores da Faculdade de Direito do Recife .11 Biblioteca e Secretaria .

. 111 Jornalismo Acadêmico .IV - A turma do centenário .

V A Faculdade. Pernambuco. O Brasil .

Anexo ·.······································ .

348

(1828 - 1854)

380400423428435442447448455

PRIMEIRA PAR TE

em Olinda

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I

Antecedentes

Remontam aos tempos coloniais as aspirações dos brasileiros por pos-suírem, dentro do país, estabelecimentos de ensino superior, onde pudes-sem desenvolver as suas faculdades naturais, em harmonia com a culturado tempo. Os inconfidentes mineiros, no fim do século décimo oitavocogitaram de dotar a pátria livre com uma universidade 1.

AZEREDOCoUTINH.o2, jurista e economista de real merecimento, quandobispo de Olindae governador interino da capitania de Pernambuco, fundouum seminário modelar, que bem merece ser recordado neste momento.As disciplinas ensinadas nesse estabelecimento eram latim, grego, francês,geografia, retórica, história universal, filosofia, desenho, história eclesiás-tica, teologia dogmática e moral, matemáticas, física, química, mineralogiae botânica. Esse instituto foi inaugurado, solenemente, a 22 de fevereirode 18003; mas, já em 1817, quando esteve em Pernambuco o autor dasNotas dominicais) tinham suprimido algumas cadeiras. Era ainda, nãoobstante, digno dos elogios do viajante francês 4.

A sua influência sobre a mentalidade pernambucana foi considerável,quer do ponto de vista, da instrução propriamente dita, quer com refe-rência às idéias liberais. Diz OLIVEIRALIMA: "O seminário, realmente,transformou as condições do ensino, e, com este, as condições intelectuaisda capitania, porque constituiu, além de um viveiro de sacerdotes, uma'escola secundária leiga, aliás a única, ministrando, como se vê do seuprograma, educação teórica e também instrução civil, em belas-letras eem algumas ciências - "mais ou menos como em nossos liceus departa-mentais", escreve o francês TOLLENARE,formulando uma comparação de-veras honrosa para a instituição do bispo Azeredo Coutinho" 5. E lhe pareceque a independência brasileira foi diretamente servida, no seu preparo,por esse instituto, devido à difusão das idéias liberais 6.

Diz CAPISTRANODEABREUque, pela fundação do seu seminário, AzE-REDOCOUTINHOexerceu "extraordinária influência sobre a mentalidade

1 Reuista trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, LI, 2.a parte,ps. I c s gs.: - Crinção de uma universidade no Império do Brasil. Escrito de JOAQUIMNORUI!RTO.

2 ,~()I)r(' (' 1(' 1101\ (,1 I' hl'ncrnédlo brasileiro. leiam-se: SÍLVIO ROMERO, História daliteratura (}'rlllll /11', I, JIH, 4/ () Ij H; J'lllll~lIIA DA SILVA, Varões ilustres do Brasil, 11, ps.121-144; Vt\I\NllAlI1 N, 11 \/,111" 1'//11 1111 ttrosil, TI, p. 1047; OLIVEIRA LIMA, História dareuoluç (J 11/1 I' ""lllIliI1lll I'" IHI'l, ,11111/11/,111',\ )lH. 33·40; J. DA C. BAIIUOSA, Revista doJlIS/i/II/O /I \/111 111, I, I' "'I" "'11, 11, "111111110 l'''lI'. I/IlVi,I/1I it., tomo especial, Parte I,1'8. 711.11\10: t: ',~'" 1\ 1i , , 1/11I 1"111I1 111/,,, (wllrC',(ondil) Itistàrí« ceie iâstica de1>/"11/11,,/111/11, 1111 I, I I" I' 11I I" ,11' "NII' li, I', n (/ol"ltia blliliogrtlli o bra. j.'0//'(/: (I •• , 111·,."" ',IIU/, 01, "'1''' .til I,/II/,d"" 11I"1, 1'", (' I' ('fi.

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II

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lU IIÍ I". E acrescenta: "Sem Azeredo Coutinho, não surgiria a geração"",di 111ti 1817" 6 n.

1'1'1\11. que o descuido dos homens, ou as paixões políticas não tives-'"1 permitido que a semente da instrução secundária, assim tão auspicio-11111'111('lançada no solo pernambucano, se desenvolvesse e prosperasse

'1I11111!) '1'<1 para desejar. Em todo o caso, não a suprimiram, e o semi-11 I o pr 'parou o advento do curso jurídico, já que não foi possível criar a1llIlWl'sidade, com que sonharam o ouvidor-geral Bernardino Uchoa e1\1011cnhor MUNIZ TAVARES7.

":1'1111 cssidade geralmente sentida a de se criarem, no Brasil, insti-1111(I ti' ensino superior. Era uma idéia que estava no ar, como é costume

ti /1'1'N' 7 n. E JosÉ FELICIANO FERNANDESPINHEIRO fez-se dela arauto na(:011 í itu inte em 1823, sessão de 14 de junho. Eis a indicação do eminente111I Hei r A:

"Proponho que, no Império do Brasil, se crie, quanto antes, uma1111versidade pelo menos, para assento da qual parece dever ser preferidaI1 ,idad de S. Paulo, pelas vantagens naturais, e razões de conveniênciaPoI'I.". Quc, na faculdade de Direito civil, que será, sem dúvida, umati I que ampará a nova universidade, em vez de multiplicadas cadeirasti, I)il' .ito romano, se substituam duas, uma de Direito público consti-1111011:11,outra de economia política" 9.

1':lIviada essa proposta à Comissão de Instrução Pública, elaborou esta11 ('gllinl projeto de lei:

jO A A .sembléia Geral Constituinte e Legislativa do Brasil decreta:1.0 - Haverão (sic) duas universidades, uma na cidade de S. Paulo

, 11I111'11lia de Olinda; nas quais se ensinarão todas as ciências e belas-letras."," - Estatutos próprios regularão o número e ordenados dos profes-

111I', I ord m e arranjamento dos estudos.1.11 Em tempo competente, e designarão os fundos precisos a ambos

11 I Inl> 'I' imentos.1.11 - Entretanto haverá, desde já, um curso jurídico na cidade de

l'uulo, para o qual o Governo convocará mestres idôneos, os quais seIIIVI'I'II:II', ,provi50riamente, pelos estatutos da Universidade de Coimbra,

(" li /li uisitador do Santo Ofício, p. 14.'I 1'1'1l1':IRADACOSTA,na Revista Acadêmica da Faculdade de Direito do Recife,

.. p. '10. I'.fcr -se a essesprojetos, e ainda ao de Luís do Rego, que ambicionava uma11"ti. 110111 PIII':'Pcrnambuco.

7" 111I'ÓI>ITOJosÉ DACOSTAtambém lembrou a criação de uma universidade, como10 I. 10' t:llilll() PlmECRINOem sua excelente conferência sobre o Patriarca dos jornalistasI,,,III/~//II,\,

VI'I' ~I'. ainda, o que refere RODRICOOTÁVIO na conferência, que fez, em 1918, na111111011'111Nnclonal, sob o tema: Criação e desenvolvimento dos cursos de ensino su-l" I 111li/I ttrasil, Função social das universidades (Revista da Universidade do Rio de"'1// /1", I, (HWj) , ps. 27 e segs.) .

11 Sohll' FlmNANDEsPINHEIRO,Visconde de S. Leopoldo, escreveram: o cônego Fer-11111111.I' "hdl'(), Apontamentos biográjicos, que se lêem na Revista do Instituto Histô-li, li, I', P , 1!l2 . s 'g.; Barão HOMEMDEMELO,Revista cit., vol. XXIII, ps. 131 e seg.;I IINII 1Ii\IUIO~A,Rcuist a ir., vol, LXXII, 2.a Parte, ps. 183 e segs. e MACEDO,Ano bio-11'/(111, li, p~. !l70 \. ~(·flM.;

I .tnnt, tio I'II"'II"~,,III 111'/1,\111,/1'0, ARH('nthl'i~ 'onst iruiruc, 11, p, (lI; A, VAMI'I\V.,11/",1""1 ///111/ /I /1/11111 /I /111 ,11I/tI"/II/tI ti" Silo 1'/1//10, I, p. O.

com aquelas alterações e mudanças, que eles, em mesa presidida pelovice-reitor, julgarem adequadas às circunstâncias e luzes do século.

5.0 - Sua Majestade, o Imperador, escolherá dentre os mestres um,para servir, interinamente, de vice-reitor. ..,

Paço da Assembléia, 19 de agosto de 1823. - Martim Francisco Ri-beiro d'Andrada. - Antônio Rodrigues Veloso d'Oliveira. - Belchior Pi-nheiro d'Oliveira. - Antônio Gonçalves Gomide. - Manuel Jacinto No-gueira da Gama 10.

Entrando o assunto em discussão sobre ele manifestaram-se diversosdeputados. Entre estes, releva mencionar Luís José de CARVALHOE MELO,depois Visconde da Cachoeira, que fez as ponderações seguintes:

"A cidade de S. Paulo é muito próxima ao porto de Santos, tembaratos víveres, tem clima saudável e moderado eé muito abastecidade gêneros de primeira necessidade, e os habitantes das províncias doSul, e do interior das Minas, podem ali dirigir os seus jovens filhos commuita comodidade. O estabelecimento da outra (universidade), em Olinda,apresenta semelhantes circunstâncias, e é a situação apropriada para alivirem os estudantes das províncias do Norte. Com muita justiça e utili-dade se estabeleceu a criação das duas universidades, porque, em tamanhaextensão de território, que temos a fortuna de possuir, era impraticávelque pudesse bastar só uma, como acontece em Portugal, que, te~do ~ãolimitada extensão, a única de Coimbra, onde fomos beber os princípios,que desenvolvemos depois, era e é bastante para os habitantes de todoaquele acanhado reino" 10 a.

Foram esses os motivos que influíram no ânimo dos autores do pro-jeto para escolherem as duas cidades, São Paulo e Olinda, por assento dasduas universidades. Uma serviria aos habitantes do Norte, outra aos doSul. E tão manifesta era a razão da escolha que mais tarde havia de serdecisiva para a criação dos dois cursos jurídicos, em 1827.

Mas a Constituinte, desavindo-se com Pedro I, foi violentamente dis-solvida, e os seus esforços resultaram inúteis em prol das universidades.

Em 1825, foi publicado o decreto de 9 de janeiro, criando, provisoria-mente, um curso jurídico. A sede seria a cidade do Rio de Janeiro. Ointento era conseguir, para o futuro, magistrados hábeis e inteligentes, e"acautelar a notória falta de bacharéis formados". Mas a organização doinstituto, a distribuição e o número das cadeiras, assim como tudo quantodissesse respeito a direitos e deveres de lentes e alunos foi deixado paraas in tru õ . e os estatutos 11.

Foi par:1 58 urso Jurídico do Rio de Janeiro que redigiu CARVALHOE M 1':1,0,VIH('ond da a ho ira, os Estatutos, que serão adiante conside-l'lIdo. I'; n IIIMIIII' ('H 1>" m tidas, assinadas pelo Ministro Estêvão deH.(I:!. 'ndt', 1'011111'JlIII nrln por cI .cr to d 12 de outubro de 182512, ser-vlurln, 1111 111di', 1'1" I o 1111o jmfdic s de . Paulo e de Olinda, comoo 1',1 ti 11111 d, (" II 1110 I' 1\11",0, )101M, embora tudo indique haver

I" 11' I 7.

111' I III 1/1 li /11 tI/I 1111///'//111" 1111

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1-I1.1."d: 'll1pen~o em dotar-se a corte com um curso jurídico, °Corpo Legís-I.IIIVO, ~a scssao. de 1826, apoderou-se do assunto, prevalecendo a idéiac~c' H' errarem dois cursos jurídicos, um ao Norte, em Olinda, e outro ao,111. .m S. Paulo 13.

. A s~~l~a, realm~nte, era felicíssima. Em primeiro lugar, atendia à1I1.llId, divisão do paIs, que é, ~o mesmo. tempo, geográfica e sociológica:li ~Ol,tc e o Sul. Den~ro da unidade étnica e política do Brasil, há que.,IllId r-se a essa duahdade determinada pelo meio físico, pela formaçãotI.1 1':\ a, pelos gêneros de cultura adorados, pelas tradições históricas. Em1'f~lIl1d lugar, em cada uma dessas divisões foi escolhido ponto muitoItll'q~l:ldo a_desenVOlver qualidades próprias da raça. E o intercâmbio

rlu • I<tboraç?es do Norte e do Sul deveriam, necessariamente, contribuir,11111110vantajosamente, para a unidade moral do organismo político Per-11111111>11? representa, principalmente, as tradições liberais, o intenso 'amorc!, J:;\tna (a guc;r~a holandesa: 0: movi~entos de 1710, 1817 e 1824);~. I .lUlo. é o espírito de orgamzaçao política, e da atividade econômica;c :1 pátria de Alexa?dre e Bartolomeu de Gusmão, dos bandeirantes dos

IIcll:adas; deu ~ orientação mais conveniente ao movimento da ind~ en-ti ucra, e é, hoje, a mais rica e industriosa porção da terra brasil~riI J 1.ISSII:~BR!NDÃO ~entiu essa diferença e, com relação ao movimento d~C'llIa11Ipaçao A política, .e9co~heu dois sábios patriotas, para caracterizá-Ia:

I\ltltUOACAMARA,o idealista, e JosÉ BONIFÁCIO o realizador "No Nortedi, ele, havia mais idéias; no Sul mais interesse;' ali mais pri~cípios aqui111I, vantagens" 14. '

I'C'IlI:lITl~U~O,observou, com exatidão, o nosso grande conhecedor das'01 I, hl'as~leIra~, CAPI~~NO DE ABREU, foi o centro, de onde partiu aI u",~· o Iiterária brasileira, com os trabalhos de Frei Francisco do Ro-: I 0,11' Jorge de Albuquerque, do autor dos. Diálogos, e de Bento TeixeiraI 111o,~.ÍLvIOR?MERO demonstrou a prioridade de Pernambuco em relaçãote: ruovrmento intelectual do Brasil, no decurso do século XIX. Foi tam-hllll. 1\ ssa ~erra fecunda que, primeiro, se acentuou o sentimento de1,1'111,a, m VIrtud: da guerr~ contra ~ h?landeses, como tornou patente,IlIfl( ~)utros, ANIB~L .FALCA? O pnmelro grito de liberdade política,c 111u nnda na República, fOI dado em Olinda, em 1710. A galeria deIulldol a:, representando ~s.aspirações do grupo social, personificando a

11111.1,11abs~rata da coletividade, que se sacrificaram na ara da liberdade,c IIII1N,considerável em .P:rnambuco do que em qualquer outro pedaçodo til( IIÇ ado solo brasileiro, o que nos autoriza a considerar Pernam-11111o, em ..sua evolução moral e política, na coordenação dos elementos'II1C' t' nf'irmam na sua história, como o principal elaborador do senti-1111'1110<I lib<:rdade política em nosso país. "Preparou-o a natureza para11111101 IIIOS lado, escreveu OLIVEIRA LIMA 15; rivalizaram os sucessos bé-I 111 (' WI 'v ntos liberais em circundá-l o de uma auréola sedutora e simpá-

I". S. ~AMI'.Rt,Memórias para a histÓ'ria da :1cademia de São Paulo, I, ps. 14 e~111I"\lI",11[11;~)I ~umo dos debates, no Corpo Legislatívo, provocados pela proposta de11111\cI~".I."I1I1'I .lx Ira, d pulado por Minas, e dos quais resultou a lei de 11 de agosto

II III,IN~II~III\ANUi\O," frI/l/i'tli'mç{1o tio JifJ/tador, Pcrnambu o, 1D24, p, 186.,. 1',./1'111,,1111111 11 "" ti 'r'lItllllrli",mlltliIi.,/(jlico, L 'ip1.It(, IArm. p. !lI I.

tica: esm rou-se a fortuna em dispensar-lhe os seus dons mais graciosos,se bem que nem sempre solicitados."

Estava, por todos esses motivos, naturalmente, indicado Pernambu~opara sede de um dos focos de irradiação de cult~:a superior no B!asIl.É muito provável que na mente dos ~ossos POlItICOS, em 182.1, nao seapresentassem, nitidamente, todas as idéias, que acabam de ser lI~voc~das.Mas elas exprimem a verdade sociológica, testemunhada pela história, eainda que vagamente percebidas, foram, mesmo assim, uma força, queconcorreu, poderosamente, para que fosse Olinda a sede do curso jurí-dico do Norte. E a influência da Faculdade de Direito de Pernambucosobre. o desenvolvimento mental do Brasil foi mais fecunda e mais enér-gica, devido a essas circunstâncias.

Il

Estado mental do Brasil, especialmente de Pernambuco,ao tempo da criação dos Cursos Jurídicos

Para a história da Faculdade de Direito do Recife, convém assinalaro estado mental do país no momento em que ela foi instalada. Essa expla-.nação do terreno onde se implantou o .instit~to apresenta dupla ~anta-gemo Dirá o meio intelectual, em que fOI funcionar, e nos habIlItara, porfim, a melhor conhecermos a influência transformadora, que sobre omesmo exerceu no correr dos anos.

Não traçarei, naturalmente, um quadro com.pleto. Par.a o fim vi.sado,é suficiente um rápido bosquejo, no qual se fixem as linhas geraIS damentalidade brasileira no primeiro quartel do séc. XIX.

Depois da brilhante fase mineira dos fins do século XVIII, a poesiabrasileira atravessou uma fase de suave mediania; sem altos surtos, porémnão destituída de mérito relativo. Representam-na: SOUSACALDAS (1762-1814), tradutor, ou, antes, metrificador dos S~lmos ~e Dav!, a quem s~devem algumas composições poéticas de mérito, cujo c~rater predomí-nante era a religiosidade, e que, entretanto, não conquistou a benevo-lência da inquisição com o seu Homem selvage~; Frei FRAN?ISCO.DE S.CARLOS (1763-1829), de estilo mais pomposo e linguagem mais animada,autor do poema A assunção da Virgem; NATIVIDADESALDA~~A (~~96-IR,IO) I <1(' SIl'O r ti o muito apreciável, tanto nas composiçoes Iíricas(1'1.1111011.1 pitlli()lk:I~, a qu fi o amor pela terra natal arrastou ao(' "'0 1111'111d.I 1(' 0111nu 111' If\'~; TANIJÁRIODA CUNHA BARBOSA (1780-11'1Ih) '; 1'1111111 11 111I1111(17111) 11'1d'), P('"IIIIII1>\lCan mo Natividad.• lId.lllh.I. 1"111111rlt \ dt 11111111\111111" itll I 111.11IIC1IIIIIIIda,; \':1.(')\ 0'1' NI(17hl IHI,() , I til 11\1 1 111t 111\1111111111111111 ItuO, t COlldt tI.I \'tlh I1\1.1111I I 'I I 1111 I" \1111111\11., 1111 Id ti t 111 \11 I

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1I0NII"Á,I , que, sendo, sábio eminente e estadista de incomparável mere-• I111('11lO, não desdenhava a lira, e sabia manejá-Ia com dignidade,

As ciências naturais eram cultivadas por alguns brasileiros, cujosIICIIII('Spassaram à posteridade, como JosÉ BONIFÁCIO (1765-1838), ALE-

NUIU:RODRIGUESFERREIRA (1756-1815), que nos deixou algumas páHlllas de etnologia merecedoras de apreço, além de estudos de botânica e/Ilologia; ARRUDACÂMARA (1752-1810), paraibano, de quem falarei maistI.'1id:llnente em seguida; CONCEIÇÃOVELOSO (1742-1811), autor da famosa""1I1'fI fluminensis, cujas vicissitudes bibliográficas entristecem, pelo des-••1 I) com que se tratam obras, de grande valor; CÂMARA BITTENCOURT(171;2-1 35), companheiro de josá BONIFÁCIO nas suas excursões cientí-Ilnls p Ia Europa, seu êmulo no saber, a quem se referiram, com expres-tI/'S ncomiásticas, alguns sábios europeus, que o conheceram; VIEIRA'

COII'l'() (1752-1827); MARTIM FRANCISCO (1776-1844), o Ministro da [a-r'l/f1a ria independência e da maioridade 16; e outros mais,

No Direito, na economia política e no jornalismo, sobressaem os vul-I()~ superiores de SILVA LISBOA, Visconde de Cairu (1756-1835), cujo Di-I,.i/o mercantil foi, por muitos anos, o Código Comercial português, talII NU:! autoridade; AZEREDOCOUTINHO (1743-1821), e HIPÓLITO JosÉ DA(:ON'I'A (J774-1823) , o conhecido redator do Correio Brasiliense. Ao ladodi' Nasfiguras culminantes, devem nomear-se: ANTÔNIOCARLOS (1773-1845),jll'I,ollilgem, que, no dizer de TOLLENARE, aliava, "a um espírito vasto,IIIII I 1011 epção viva, uma dialética sutil e persuasiva, um caráter firmeI' IlIlIa vontade determinada" 17; MARTIM FRANCISCO,já referido; GONÇAL-

VIo'~ I,I':U(),de eloqüência ardorosa; FREI CANECA (1779-1825); LOPEs GAMA(17!l1 1852)); EVARISTODA VEIGA (1799-1837),

N,I le i ografia, basta citar um nome: ANTÔNIO DE MORAIS SILVA,IglIlIS desses intelectuais são pernambucanos, ou estiveram em Per-

I1uuhu: o, 11:\, entretanto, que considerar, mais particularmente, a influên-III1 ('111pl'Ol do alevantamento da instrução ali exercida por ARRUDACÂ-1\1 liA (' AZEREDOCOUTINHO, Era pensamento deste último fazer do seu"lIdll:\l'io d Olinda, de que fiz menção no capítulo anterior, um centro

ti., ( Irlr ura, <tpaz de erguer o espírito da população ao nível atingido pelosIIIIV()~mais adiantados, VARNHAGENconsidera-o superior a SILVA LISBOA,"EIIi IiI'lTI'Z'l de caráter e virtudes, afirma, não era inferior a Cairu; porém.'1 I 11/1'superior em talentos e na variedade de conhecimentos; pois o1I po ost rua, em suas obras, profundas noções não só de Direito, de go-111110 I' de conomia política, como de várias ciências, incluindo a mecâ-111101;, também se ocupou do problema da navegação aérea" 18,

I IUJI)ACÂMARAprofessara a regra dos carmelitas descalços em Goiana,II 111111'11os votos e, tendo seguido para Coimbra, não pôde aí concluir11 1'11CIII'SOmédico, Como outros brasileiros, antes e depois dele, foi com-"lI I. 10 em Montpelher. Depois de exercer diversas comissões científicas,I1 1111I' ('111 P rnambuco, onde fundou o célebre Areópago de Itambé,

111 1:0111('HHC 1111110,publicou ANTÔNIO CARLOS um substancioso estudo, expondo as"I' 111I'H 1111HI'II IIvO, que foi, orno I, esclarecido financista,

I', Notn, rlm/l;II;m;" t r.ul , d(' Alfl'çdo de Carvalho, R ifc, 1905, p, J!H,lti 1I/llrl,ifl Rr,,,1/ tllI I/,,",{, li, ]I, J.()~7, da ~." t'diç,o,

1I

nos limites entre essa província e a da Paraíba, e procurou difundi,r ainstrução e as idéias liberais 19, Do Areópago fizeram parte,: FranCls~oele Arruda Câmara, irmão do naturalista e, como ele, méd~co; _os tresirmãos CavaIcanti de Albuquerque, envolvidos numa conspIr_açao par~d larar Pernambuco independente de Portugal, .SO? a .p~oteçao. do ~n-mciro Bonaparte: André Dias de Figueiredo, Antônio ~ehx,.1 o,se Pereira'I'inoco e outros, dentre os quais sobr.essai o pa~r: Jo~o Ribeiro ,Pessoati' MeIo Montenegro, discípulo predileto do sábio hb~ral, patnota, ,aquem ele confiou o seu testamento político, e que f,?1 a, ÍI&,ura maisnotável da revolução de 1817, A instru~ão do padre Joao RI?eIrO Pessoaimpressionou TOLLENARE, que o consIdera~a bom n~turahsta, comp~-t nte em física, "nutrido com a leitura dos filósofos a~tlgos e ,moderno: ', o homem mais interessante, que um viajante, desejoso de informações

'I t " 20sobre o BraSI , possa encon rar ,O Areópago foi dissolvido, mas outras agremiações se.mel~antes se

criaram, com o nome de Academias, como a de Suassuna, dos Irmao~ Ca:al-carui de Albuquerque, escola de democracia freqüentad:

1por nacIOnaI~ e

estrangeiros, segundo informa o padre DIAS MARTIl~S ;, a do Parazs~,onde pontificou o padre João Ribeiro Pessoa; a Unzversz~ade Den:ocra-tira, de Antônio CarIos; e a Oficina de Iga~açu, de FranCISCO Xavier deM rais Cavalcanti, "Nas sessões dessas sOCledad~s ,pernambucanas, qu:Icuniam sacerdotes, elemento de ilustração, e mais ~mpregnados de nati-vismo político que de universalidade religiosa, médICOS e outros, cult,oresII:tS iências naturais, e capitães-mores abastados e em proa dos, se ~I,scutIam,:'1luz do novos princípios de Direito, natural, os assuntos de política ger~l(' as ondições particulares da colônia, procurando-se congraçar suas aspI-.

id ' d é "22l'aÇ S com os I eaIs a poca , , , , ,Em 1828, quando se instalou a Faculdade de DIreIto em Oh~da, a~nda

qtl('lIt 'S as cinzas de 1817, 1821 e 1824, continuava o mesmo ambiente mte-I 'clual C político em Pernambuco. ,

A instrução do povo andava descurada, em extreI?o; porém ha~Ia11111:1.lit formada, principalmente, de sacerd?tes, no sero da q~al a filo-oli a do sé do XVIII e as idéias da Revoluçao Francesa se haVIam, g~n:-

l:t Iizndo, havendo, também, uma certa inclinação para os estudos de história11:1tIIl'a I, q lIC, infelizmente, não foi aproveitada, " "

Também na província de Minas essas mesmas idéias se, ~avIam ~If~n-diclo, s('gtllld nos refere FELÍcIO DOSSANTOS,nas suas Memorz~ do distrito/' tino ~1I Diz ele (página 201): "Nossa pequena sociedade, neste( tu 1/1//11 /I/(, " rÓ» d fil1,11/10cio mundo, também logo se animou com o mesmo espInto ,e _ IO-IIIII til I'!ll i( lopedistas: seus livros eram procurados com sofregmdao, e

C D" 'r'o de pernambuca-11111111I:AMAIIA vejum-s ': PEREIRA D~ OSTA, lnona I 451111111' lIMA, 1111ttlvtôria da revolução de Pernambuco em 1817, ps. e

, b 'Z" I P 353' SACRAMENTO BLAKE,ti I 111I' 'I 111I II~III''', 111,1, 11" tit eratura rasi ella, '" I ão doI 111, ,//'"1 1,", 1/IlIr1, c' \1I.ISSFS nRANDÃO, ps, 66 e segs, da Revo uç

I H17, ]I. "".

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suas idéias de liberdade aceitas com tanto mais predileção, quanto maisUnhamos necessidade de vê-Ias realizadas".. ~ste estado de espírito era aliás o da América do Sul, em seus prin-

crpais centros. "Da França chegam, para a América, emissários portadoresd ideal, as doutrinas da Revolução, escreve GARCIA CALDER.oN o conhe-. ido .sociólogo peruano. Na Enciclopédia se acha a origem intelectual dasinquietações sul-americanas. Os patrícios sorriem a VOLTAIRE, nas arcaicas

idades coloniais. Adotam as idéias essenciais de Rousseau o contrato so-i~l, a soberania do povo, o otimismo, que concede ao espírito humano,

nao deformado pela cultura, supremos direitos" 24. "MONTESQUIEU é lido nasuniversidades como antídoto ao absolutismo dos vice-reis" 25.

lU

A fundação

Votou a Assembléia Geral, e Pedra I sancionou a Carta de lei de 11de agosto de 1827, que, por ser o diploma criador das faculdades jurí-dicas do Brasil, merece aqui ser transcrita em sua íntegra.

LEI DE 11 DE AG.oST.oDE 1827.Cria dois cursos de ciências jurídicas e sociais, um na cidade de S.

Paulo e outro na de Olinda.Dom Pedra Primeiro, por Graça de Deus e unânime aclamação dos

P vos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil: Fazemossaber a todos os nossos súditos que a Assembléia Geral decretou, e Nósqu remos a lei seguinte: ,

~rt. 1.0 Criar-se-ão dois cursos de ciências jurídicas e sociais, umlia CIdade de S. Paulo, e outro na de Olinda, e neles, no espaço de cincounos, e em nove cadeiras, se ensinarão as matérias seguintes:

1.0 AN.o - l.a Cadeira. Direito natural, público, análise da Consti-til ição do Império, Direito das gentes e diplomacia.

2.0 AN.o - 1.a Cadeira. Continuação das matérias do ano antece-ti 'nt . 2.a Cadeira. Direito público eclesiástico.

. ~. ANO - l.a Ca.deira. Direito pá trio civil. 2.a Cadeira. Direito pátrio('1'1111111'11,com a teoria do processo criminal.

1\.0 ANO - l.a Cadeira. Continuação do Direito pátrio civil. 2.a Ca-d!'ira. Direito mercantil e marítimo., 5.0 AN - l.a Cadeira, Economia política. 2.a Cadeira, Teoria e prá-

I j('1I d processo adotado pelas leis do Império,1\1'1. 2. Para a regência destas cadeiras, o Governo nomeará nove

Il'lIl' p" pri t~ri s, rin o sub rtitutos.

11

klll ' VI'II,I'I (I (I 01d, 11Idll, Ijlll I '11 111"1I11lII'I":I<!()I'('Sdus R '111' t' ,(' 0/111, li d,l 1111'11111110111I • 1'lIdll 11

1'111111 '(OI~I o onl 'nado pOl' illl 'iro, findo vhu e 1110 dc' 1'1VI /I11. '1.0 Cada um dos I 111'li SlIllstilutos V 'n( 'I~ ) OIckllltlO 11111ti

di H()()$()()() ,1\1 I, !í.o J lav 'rá um li r tário, ujo ri, io li 'r:\ ('I\(' III'('~,ldo .1 11111

do h'lIl' ,lIhstillll 5, 0111 a graliCi açã m insnl de 20$000,1\11. n,u 11:IV rá um P rt iro, rn 01'<1'11a(\ de '10()$OOO nuu ti , c

",li I li sorvico luioerão (sic) os mais mpr ga<1 ti 'lu li' jlllfjlll'( 111 \I',CI' .u lo ..

1\11. 7.0 Os I ntes farão a cs lha dos ml ndios da sua )H'ofi ~I,

1111li 11I1':tlljarã , não exi rindo já feitos, entanto qu as (!Olltl'ill:l (' I,,,1111cI ':I('ordo m sist ma jurado pela nação, ESl' mp ndioH, dI poi111 Iplovados P Ia ongregação, ervirão íntcrinameru ; subm l :"do., e, P"11'111,:'1 nprovnç. o da A mbléia Geral, e o Governo. ~s r.~rá IIT\II ~lItil101111'(('I' :)8 's olas, rnpetindo aos cus autores o privilégi 'X 'hINIVO til11111a , por ti 'I. a nos,

1\1'1. H,Cl )8 studant , que se quiserem matricular nos curso 111r1110, rlcvcru tl»r s ntar as certidões de idade, por que m str 'n~ t 'I' I d,qlllll/(' tinos ('01\111 tos, e d aI rovação da língu~ francesa, gramáll ;1 i:lt 1111,l!'II"I'!ca, l'ilosofia ra i nal e moral, e geometna.

1\1 I. 0.0 Os <lu fr qü ntar m os cinco anos de qualqu r d s (111 ti ,

10111 iIprova', >, ns gu irá o grau. d: ba haréi formados, ~~av ,1;\ I 1111IH"III " gl a II ti ' dout r, qu será coníerido àqueles que se habilit a 1('111WIII11 t('1( ttisl!.Os q ue S sp if ar m nos estatutos, que dcv III f 111\11 I, C

,', li qu O obtiver I'H I rão ser escolhidos para lentes.1'1. 10, Os .suuu; s do Vis onde da Ca hocira f.j arã r guiando 11111

0111 naquilo :11\ «u for m upli áv is, se não pu er m à prescn« 11(:III1~ 1'C'gH-no dos L. IIt ' forrnarfl, quant ==. uns cstatu S ()IIIPII'III,

q\l(' ('I li nl nnet it] S ;) d lib ira ã da Ass mbléia oral.1\1'1. 11. ( Cov 1'110 riar;\ nas idad s d . Paulo )Iillcla I 'I

d,'i, I 11/',('S :11ias para os .studos pr paratóri s ti larad s 110 urt. H,II,M IIHhllllO portalll a I()d:t\~ as aut ridad 's, a qu m ('01111,( 1111'11111

I' t' '( 11 10 cl:1 1'('ft't'j(1:t I(,j P .ricn .r, <lu a cumpram ' fa 'al)l ('\11111'1I ,/1111ti ti I (I illl('ir 1111'111(', ('01110 neln S' (,0111("1\1, S '('I' 'l:íl'ÍO cI(' I': l,ellIdo Nq ,'I( () do 1111(1('110 I f I 'li illlpl'illlil', publicar ' ('()I't('1, I) Id I 1111I'tI lU tlu I ~t di 111111'111 10 II di:t do 1lI, de III{ONIO(\ IH'7, h." dll

11111,11I'lId 111 I I 11, 11111'1'1U,

11I'I"'lllcllll 11111\IlIhl ,11 (' /{1IIIlhl/'/1,11//11 rll' ,11,I. o/ml,llI.

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f 111'1''ira política, e que penetrou-me do mais íntimo 1úbilo, que pode1'lIlir o homem público no desempenho de suas funções. Refiro-me à11 mlnção dos dois cursos jurídicos de S. Paulo e Olinda, consagração

t!t'l'Initiva da idéia, que eu aventara na Assembléia Constituinte em a~j('MM. o de 14 de junho" 28.

No primeiro ano do curso jurídico, havia somente uma cadeira; mas111111:1:>matérias nela se incluíram, que bem se poderia repartir em três,f' 11110 mais: Direito natural; análise da Constituição; Direito das gentes

f' dipl macia. E tão certos estavam os autores da lei da impossibilidadetlf' H' vencerem tão extensas e variadas disciplinas, em um só ano, queurnudnvam continuar-Ihes o ensinamento no segundo ano. Mas se não seVI'II!'.riam num ano, é injustificável a sua acumulação em uma cadeira,'IIIit':t, de tal modo sobrecarrega da que mal poderia o professor oferecerdl'l:ls noções muito sucintas. Nem a necessidade de manter unidade devL~1as nessa iniciação acadêmica impunha um sistema, que, afinal, redun-rluvn .m sacrifício das noções, que deviam assimilar os alunos.

() Direito natural abria o curso. Assim devera ser uma época, emqll\' predominavam o método dedutivo e as concepções metafísicas. Das1I/'IH'l'alizações aceitas como verdades descia-se para as particularidades. Se110 primeiranistas se dessem noções, que constituíssem uma vista de con-llllll!) da organização jurídica, bom seria; mas o Direito natural era alili) ofia do Direito, como a concebiam os mestres do tempo; e a intenção1'111 dar (lOS jovens o complexo dos princípios do Direito, que se supunham1111vcrsais e imutáveis. "Como o Direito natural é a fonte de todo o Di-II' 1o, .screveu o Visconde da Cachoeira, em seus Estatutos, porque naI I~ () :tpurada e preparada por boa e luminosa lógica se vão achar os1'1 urfpios gerais e universais para regular todos 'os direitos, deveres e'(lIIV('IIÇÕS do homem, é este estudo primordial, o em que mais devem('I iuatruídos os que se destinam ao estudo da jurisprudência" 29.

1'1''parado assim o espírito do aluno, entraria na análise da Consti-111' t) outorgada, pouco antes, por Pedro I, no estudo do Direito das/l1'IIII'S, ' no da diplomacia.

No segundo ano, prosseguia o ensino dessas mesmas disciplinas, às1111 ti H' acrescentava o Direito público eclesiástico, destinado a regular as11,11,'('M ntre a Igreja e o Estado, então unidos pela adoção do catoli-I 1110corno religião oficial.

In i .inva-se, no terceiro ano, a exposição do Direito civil pátrio, queI ('1)111i11uava no quarto. Em uma legislação atrasada de dois séculos,

1'11I1I01'II<I:tem época de absolutismo, qual era a das Ordenações filipinas,111111tidi .iõncias se preencheriam, principalmente, com o Direito romano,111ti m: compreende a ausência desse Direito entre as matérias do curso.() I) I'l'ito .riminal era exposto juntamente com o respectivo processo.II('v 11111H 'r muito perfunctórias as noções ministradas.

No quarto ano, continuava o Direito pátrio civil, objeto da primeiraI 1I1!-I I, consagrando-se a segunda ao Direito comercial, e por este modo

"ti I/"II/,\'Ia t'l'ill/IJ1/,I'fII'r!o Instituto Histôrico, tomo XXXXVIlI, parte segunda, P: 15."I (:11//11' /I tlns Inll, IH~'l,I, p, 17,

'U

se manteve o ensino do quarto ano jurídico por longos anos. O mesmose deu com o quinto, ao qual, somente com a reforma de 1854, se acres-c ntou o Direito administrativo. A ausência desta última cadeira, aliás,era muito natural, porque a individuação do Direito administrativo aindase não operara de modo lúcido.

Se compararmos a organização dos cursos jurídicos da lei de 11 deagosto de 1827 com a dos Estatutos para o curso criado pelo decreto de 9de janeiro de 1825, ter-se-á de reconhecer que esta última é mais lógicae mais completa.

Estatutos do Visconde da Cachoeira 30. O art. 10, da lei de 11 deagosto de 1827, mandou aplicar, provisoriamente, aos cursos jurídicos, osEstatutos do Visconde da Cachoeira, trabalho verdadeiramente notável,que nos daria lisonjeira idéia da mentalidade jurídica brasileira a essetempo, se a fôssemos aferir por ele. É obra de jurisconsulto e de admi-nistrador.

Os Estatutos consideram, uma a uma, as diferentes disciplinas docurso preparatório e jurídico, e ainda hoje se lêem com interesse muitasdas suas ponderações. Sobre o Direito romano, por exemplo, observam:"Como este tem servido de base à maior parte dos códigos civis das naçõesmodernas, e muito dele se aproveitaram os compiladores das leis, quenos regem, deve haver um conhecimento, bem que elementar, deste Direito,com alguma extensão e profundidade. Exporá, portanto, o professor umahistória, em resumo, do Direito romano, notando as diversas épocas dele;dando uma notícia das mesmas Institutas, do Digesto, do Código e das No-.velas; do uso e autoridade que tem tido entre nós, explicando que fois mpre subsidiário e doutrinal, e nunca teve autoridade extrínseca, comomui doutamente observaram os autores dos Estatutos da Universidade de

oimbra, e autenticamente o declarou a lei de 18 de agosto de 1679".Manda em seguida, que o professor acentue o que, no Direito romano, épróprio dos costumes do povo, que o criou, e o que tem de geral e fun-dado na boa razão, aconselhando que se adote, para o ensino desta maté-ria, o compêndio de WALDECK, enquanto o professor não organizar outro,em que mostre "o uso prático, que cada doutrina tem ou pode vir a ter,P Ias razões já dadas, pondo, no fim de cada parágrafo, ou capítulo, quesl10 ou não reprovadas pelo Direito brasileiro as matérias, que nele secontiv rem à maneira do que observou HEINÉCIO, no compêndio das Pan-lli'r las, nde aponta sempre, em lugar competente, o que se observa, jure/{I'rl/III 11I). I Iav r-se-á, porém, o referido professor, com muito cuidado, nesta/ pl I I 11 de obs rvância; porquanto, não convindo estudar o Direito ro-111111111'11II 1'1'10 motivos expostos, releva que os estudantes o ouçam e'1"111.11111IIIIPI'/', 1'0111 o fito na aplicação à prática do foro" 31.

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"! ~ece assi~al~r-se ~ i~portância que os Estatutos-davam à históriado D!reIto. O DIreito ~atno devia ser ensinado, remontando o professor

• (~I••~gcns ~a monarqu~a ~ort~guesa, referi?do-se às diversas épocas,aosdi Vtl SOSCÓdIgOSe compilações e tudo o mais que for necessário para queti estudantes conheçam, a fundo, a marcha, que tem seguido a ciência110 Direito pátria até o presente" 32.

• . ... estudo d<? Direito devia ser, simultaneamente, prático e teórico.I 1,1I.:sso'"no tercerro e no quarto ano, em que se estudaria o Direito pátria,dI vl:lm os professores mostra~ aos seus discípulos o uso prático, que têm110 ,I~ro as doutrinas que ouvIram: ~ expender as diversas maneiras por11"( s emp.regam, ~anto no foro CIvIl, como no criminal 33. E, no quinto1110, lImpn~ organizar processos, em que os estudantes funcionassem comoI~dv()gados, Juizes, escrivães, e assim se habilitassem no exercício da pro-Ilsslio, que tivessem de adotar.

Aqui. e ~li sentem-se umas certas confusões, devidas ao estado da ciên-(1:1 d. Direito, e, pela mesma razão, certos defeitos na distribuição dasIIl:tL'nas; porém a impressão de conjunto é excelente.

s preparatórios exigidos pelo Visconde da Cachoeira eram os se-I'''} '!tcs: línguas l~tina e francesa; retórica, filosofia racional e moral, arit-1t1l'1, a e geometna.

Não se esqueceu de indicar os livros do curso superior. Vale a pena'('('()fdá-Ios para que .se tenha i.déia das fontes, em que os brasileiros do(0111 ço do século décimo nono Iam beber os seus conhecimentos jurídicos.

, Para o Direito natural, e público universal, as duas matérias do pri-'11.1,"1'0 aBno: FOR;rUNA,GROCIO, PUFFENDORPIO,WOLFIO, TOMÁSIO, HEINÉCIO,I,·:r.lx, URLAMAQUI,CARDOSO,BRIE, PERRAULT,FRITOT.

Para o Direito romano, segunda cadeira do primeiro ano: WALDECK(' I J I·:JNÉCIO.

Eram autores aconselhados para o Direito das gentes, primeira cadeiracio N .gundo ano: RAYNEVAL,WATEL, HEINÉCIO, além de MAHLY, DUMoND(' M ARTENS,para a resenha dos tratados, assim como PLASSANe ISAMBERTP,II':t a diplomacia.

Na segunda cadeira do segundo ano, ensinar-se-ia o Direito marítimo(' o comercial, para o estudo dos quais serviriam de guia: AZUNI, BOUCHERP":I/CIIJn', LAMPREDI,,~UBNER, C:ALLIANI e PARDESSUS.Como compêndi~('I I 11(' nselhado o COdIgO frances de comércio.

O Direit? pá trio, "~úbli~o, ,Particular e criminal", devia ser expli-(do ~I terceiro ano. GUla principal nesse estudo: MELO FRElRE, ajudado

1'01 ,AMEIRO, FLEURY e BOHEMERO, no que se referisse ao Direito ecle-Ii,co. ~~a no t:rceiro ano que se explicariam as primeiras partes do

I) 1'('110 CIVil: De Jure personarum e De jure rerum., ~o .quarto ano viriam De obligationibus et actionibus, e De jure

1111I1/1/".Lt para completar-se a explicação do Direito pátria, ainda com1\ I,. I ) I'R~JRE,STRIKIO,CAMINHA, BECARIA,BENTHAM, PASTORET,BERNARDElIu, 0'1', FILANCIERI, C TI'v, SAINl' AICNAN e ARAcÃo. '

" (;olllí{lo (11" lI, 111,~II (:0/1', /I ( r., " 11/\

A segunda cadeira do quarto ano era a de economia política. Autoresaconselhados: J. B. SAY, SISMONDI,GODWEN, STORCH, RICARDO, MALTHUS,SMITH.

No quinto ano, as duas cadeiras eram: l.a, Hermenêutica jurídica eanálise de leis romanas que oferecessem maior interesse por sua doutrina,ou pela aplicação que pudessem ter no foro pátria, e análise de algumadecisão pátria, do corpo das Ordenações, ou leis nacionais. 2,a, Processocivil e criminal, teórica e praticamente analisados. Compêndio: o tra-tado de PENIZ.

Instalação. O curso jurídico de Olinda foi instalado a 15 de maiode 1828, no mosteiro de S. Bento 34; o de São Paulo foi instalado a I demarço, no convento de S. Francisco 35.

A 28 de abril, o Dr. LOURENço JosÉ RIBEIRO, diretor interino docurso jurídico de Olinda, tomou posse do cargo, prestando juramentoperante o Presidente da Província, José Carlos Mayrink da Silva Ferrão.O diretor efetivo, o Doutor Pedra de ARAúJO LIMA, absorvido pela polí-tica, apenas transitoriamente esteve no exercício do cargo, depois de estarfuncionando o Curso.

O Governo obtivera dos religiosos de S. Bento que lhe fornecessemum salão e mais dependências para abrigar a nascente instituição do ensinodo Direito. A princípio, o curso jurídico se conservou no estreito âmbito,que os religiosos lhe puderam ceder; mais tarde teve necessidade de instarcom os mesmos para que lhe fossem permitindo estender as suas aulas,que, afinal, vieram a ocupar, informa frei Bandeira de Melo, "todo o.lanço do primeiro andar e mais uma sala no andar térreo, da parte domosteiro que dá para o mar. O salão principal da Faculdade era a grandesala por cima da sacristia. O atual capítulo era a sala do quarto ano, :a sala por cima do referido capítulo servia de sala de aulas para o pn-meiro e quinto ano. As cinco celas, que ficam entre a sala do primeiro equinto ano, e o salão serviam: as duas mais próximas do referido salão,de secretaria; as três contíguas, de gabinete de estudo para os lentes" 36.

São Paulo, I, p. 49;

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A inauguração do curso revestiu-se de grande solenidade. Compa-I' cer~m a~ autoridades civis e eclesiásticas; a tropa formou, dando salvasa artIlhana;. a <?âmara .Municipal fez celebrar um Te-Deum em açãode graças, e iluminou a cidade por três noites.

t: !'Jo di~curso inaugur.al, ,o .Dr. LOURENÇOJOSÉ RIBEIRO mostrou a impor-t(lll~Ia social do curso Jur.IdIco para o progresso do país, as facilidades~razIdas para os que desejassem aprender, sem ter mais necessidade deIr buscar na E~ropa instit~~o científic~, o que. nem todos podiam fazer,pe~dendo-se aSSIm, nas famílias desprovidas de nqueza, muitos talentos depnm?r. E aproveitou a ocasião para enaItecer a figura de ARAÓJO LIMA:"~ndIspensável era um homem de gênio, diz ele, a quem fosse incum-b.lda a tar:f~ .de plantar, nesta bela província, aquele utilíssimo estabele-~lmento, dIrIgI-I o e condecorá-I o com as suas luzes, prudência e virtudes. Oimperante lançou as suas vistas por todo o país, e o achou assentado naCâmara d~s Deputados, presidindo as suas augustas sessões. Vós, senhores,o conheceis: ele nasceu e?~r: vós '. Como, .porém, dispensar as forças deum Atlante, quando o ~dIftclO ~ocIal preCIsava desta maciça coluna parasustentar o seu peso? EIS o motivo, senhores, por que me coube a honrade o substituir" 37.

As aulas abriram-se a 2 de junho, como declara o diretor em seu rela-tório e?dereçado ao Ministro do Império, José Clemente Pereira, que, a15 de Junho de 1828, substituíra Araújo Lima. O primeiro ano constavade uma cadeira somente, que foi ocupada pelo vice-diretor LEÔNCIORIBEIRO.. Matricularam-se 41 estudantes, depois de feitos os exames preparató-

n~s. Vale a pena conhecer esses nomes, alguns dos quais foram, mais tarde,brilhar nas letras, na política, ou na magistratura. Ei-los 38:

1.0 Afonso Cordeiro de Negreiros Lobato, natural de Minas Gerais.2.° André Pereira Lima, natural da Bahia.3.° Antônio Batista Gitirana, natural de Pernambuco.4.° Frei Antônio da Conceição, natural de Pernambuco.5.° Antônio Filipe Néri, natural de Pernambuco.6.° Antônio Henriques de Miranda, natural de Pernambuco.7.0 Antônio Joaquim de Albuquerque, natural de Pernambuco.8.° Antônio Luís Dantas de Barros Leite, natural de Pernambuco.

10.° Antônio Tomás de Luna Freire, natural de Pernambuco.11.° Bento Joaquim de Miranda Henrique, natural de Pernambuco.12.° Bernardo Rabelo da Silva Pereira, natural de Pernambuco.

nornia da velhice; e, com efeito, ameaça final destroço, se não se lhe acudir prontamente.l'nredcs desapru~adas e outras rachadas, o madeiramento podre e caindo em pedaços, e,fluulm nte, o salao sustentado por muitos espeques".

A informação do diretor não se harmoniza com a que se lê no texto.. !l7 Revista Acadêmica, cit., ps. 53 a 54. ARAÚJOLIMA, Ministro do Império no

(,ni)11l'I , de 20 de novembro de, 1827, foi quem confiou ao Dr. LOURENÇORIBEIRO,segundoI~ próprias palavras deste, a missão de fundar "a Faculdade de Direito em Pernambuco".

38 Não consta do Arquivo Público a lista dos primeiros estudantes matriculados no(IIINOJII1'11io de Ol!nda, mas,.sabendo.se que apenas perderam o ano dois estudantes,

fl\('1II" ornpor a lista xtrnviada, pela dos que passaram para o segundo ano. AindaII"~111,hl\ 1111.110m'di' "II'1I0H,

13.0 Caetano José da Silva Santiago, natural de Pernambuco.14.0 Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara, natural de

Luanda, reino de Angola.15.0 Félix Rodrigues de Araújo, natural de Pernambuco.16.0 Firmino Pereira Monteiro, natural do Rio de Janeiro.17.0 Francisco Antônio de Oliveira Rozeles, natural de Pernambuco.18.0 Francisco Joaquim Gomes Ribeiro, natural de Alagoas.19.0 Francisco Joaquim das Chagas, natural de Pernambuco.20.0 Henrique Félix de Dácia, natural de Pernambuco.21.0 Jerônimo Martiniano Figueira de MeIo, natural do Ceará.22.0 João de Barros Falcão de Albuquerque Maranhão, natural de

Pernambuco. I

23.0 João José Ferreira de Aguiar, natural de Pernambuco.24.0 João Quirino da Silva, natural de Pernambuco.25.0 João Rodrigues de Araújo, natural de Pernambuco.26.0 Joaquim Nunes Machado, natural de Pernambuco.27.0 Joaquim Serapião de Carvalho, natural de Alagoas.28.0 José Antônio Pereira 39, natural do Ceará.29.0 José Joaquim Geminiano de Morais Navarro, natural do Ri

Grande do Norte.30.0 José Maria Coelho, natural de Pernambuco.31.0 José Maurício de Oliveira Maciel, natural de Pernambuco.32.0 José Teles de Meneses, natural de Pernambuco.33.0 Lourenço Trigo de Loureiro, natural de Vizeu, província d:1

Beira, em Portugal.34.0 Manuel Augusto de Faria Rocha, natural de Pernambuco.35.0 Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, natural de Pernambu 'o,36.0 Manuel Teixeira Peixoto, natural de Pernambuco.37.0 João Batista da Fonseca, natural de Pernambuco.38.0 Zacarias Peixoto de Brito, natural de Pernambuco.

Dois alunos perderam o ano: Gonçalo Vitoriano Borges e J aqu huJosé de Carvalho, com os' quais a lista se elevaria ao número de quareut I.Não obstante essa diminuição, o segundo ano, em 1829, apresenta ~2 (' I \I

dantes para exame, aumentado assim o número com os que r gr SS:l1111\d Coimbra.

Não f i possív I proceder-se aos exames em 1828, por falta de !(oull' ,que ('ot1slilllÍsH III a han a examinadora. Somente em març ti, IH' li (<\11(' (' 1I'IIIi~ill':ltll ('SS('S prim ir s at S (I a Iêmicos em Olinda.

111 I, 1'111,O, I1 1\0111(',pt'opl'icI:\l'ios: L ur nço josé I ib iro, do 1'11111I1I 11111,1\1111111,1101\ dll " IVII 1'01'10, I~:nl'd Dir ito 1 si:ístic:o (poI1 I. ti, 11I1111111111til 11\'111,I 1" 1\ dI' MOIII'II Mag':i1h, 'S, <1' ,Dil'('ilo ('011 I •IltI "11 ti li I 1'11111 I li 1.11111111 I, ('11110111111111',o I), tl\ill~l'ias do pdllH' 10

IIIIf li'" I '111 I d. d, ,"111111ti" 1III 111111110 : ,'li/) 1111110: AIII ,111010 I(,11111t•• I I I ,I!.. 1111111,J I II1 I I 1111"1'"1'111I. () !lI 111'10 101110111'0 I

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a toda a província, porque era a Constituição ali olhada com horror pelosdois partidos, que então a retalhavam. Os absolutistas a desprezavam,receando que, pela sua demasiada franqueza, viesse a degenerar em umgoverno republicano, e os republicanos a detestavam por causa do podermoderador, que consideravam hostil às liberdades públicas, e um despo-tismo encoberto. As lições do Sr. Desembargador Ribeiro os desenganaramde semelhante erro, muito mais quanto transcritas nos periódicos cor-reram toda a província, e foi então que se formou o grande partido consti-tucional, que é hoje o maior e o mais forte de toda a província" 42.

Correram serenos os primeiros tempos da vida acadêmica, em Olinda.Entre os lentes reinava harmonia, e os estudantes mantinham-se numalinha de proceder, que os tornava dignos da estima dos seus professores,como da população.

Mas foram aparecendo os motivos de desgosto: discórdia entre oslentes, turbulência dos rapazes. E LOURENÇORIBEIRO,alma bondosa, feitapara viver numa atmosfera de concórdia e boas maneiras, não pôde maispermanecer no seu posto. A esses desgostos, que vinham dos outros, acres-'ciam os que lhe dava a precariedade da saúde. Demitiu-se das funçõesde lente e diretor (1832), aceitou o lugar de secretário do Supremo Tri-bunal de Justiça, e veio fixar-se no Rio de Janeiro, onde foi juiz e veioa falecer, a 27 de janeiro de 186543•

Citam-se dele: Análise da Constituição política do Império (1829);uma História universal; a tradução da História universal de P. PARLEY;e Conclusões filosóficas (1817), em colaboração com F. PEREIRAMONTEIRO.

A Análise da Constituição é datada de Pernambuco, e figurou, emoriginal, na Exposição de história do Brasil, como se vê do Catálogo publi-cado nos Anais da Biblioteca Nacional, vol, IX, P: 853 (1881-1882), sendo'expositor o Major Antônio da Cruz RangeI. São 400 ps. numeradas econtêm, diz a nota do Catálogo, a introdução e a análise do pacto funda-mental brasileiro (da monarquia), artigo por artigo, até o de número 71.Esse artigo é o primeiro do capítulo V, referente aos Conselhos gerais deprovincia e suas atribuições.

_ Prêmios _ A Congregação tinha de escollier, em cada ano, doisdos studantes mais aplicados e de melhor procedimento, aos quais seriam

nf rid s prêmios de cinqüenta mil-réis. No primeiro ano do curso, 1828,os pl' mios foram conferidos a Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da(:1111) 11'11, que oncorreu com Lourenço Trigo de Loureiro, sendo-lhe a

CIt li' l' IVIlI :1 v!'! , ' a Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, que não teve'plt'lll 1111 ti pltH' H a olocação na primeira linha 44, Em 1829, não houveI" 111 'I 1'111 IH.IO. OM pr miados foram Joaquim Franco de Sá, Francisco

/I " /,' ti,. /1"/ /1I/tI lIi"I!!; o, 1859, p, 515,I I 11 I" \11 I I, Il/titllllhio bibliogrdfico, Em 1863. foi nomeado para aI 111 I tllI / 111, 11 111' I:I'I\I~CI Civil de TEIXI\mi\ 1)1': FRElTi\S (SÃ VIi\NA, AugustoI, I I I' 11111 IltI, IlI'" 11 comiRH, OS' t'XOII('I'OIl 1\ B d jan iro de 1865

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dI: Sousa Martins, Nicolau Rodrigues dos Santos França e Leite, Fran-I SI'O d Paula Negreiros de Saião Lobato e Urbano Sabino Pessoa. Daspropostas de 1831, entre as quais vem o nome de Nabuco, ignoram o1'(' u ltado os documentos que consultei. Em 1832, obtiveram prêmios:10, o Lins Vieira Cansanção de Sinimbu (segundo ano), João Capistrano1\:llId .ira de Melo (quarto ano) e Joaquim de Sá Matos (quinto ano).No .xcrcício dessa atribuição de escolher e premiar estudantes, não mos-11'III'am os lentes, nesse ano, a severa calma, que se devia deles esperar. A(:ollgl'cg'ação de 27 de outubro foi agitada, e a discussão se desmandou('1111" os doutores Autran e Moura Magalhães. Uma instituição, que, porc' S(' modo, em vez de estimular a aplicação dos estudantes, suscitava, entreti P1'0Icssores, tão forte animosidade, evidentemente estava desviada dosI IIS, para os quais fora criada. Devia desaparecer, como desapareceu. EstavaIIlI l'OIlS iência de todos. Em ofício de 19 de dezembro de 1833, dizia o1111'('101'interino Manuel Inácio de Carvalho ao presidente da província,(:IJidwrro da Gama: "Um dos atos, em que mais freqüentemente se vêemcle- /.\'OSl 5, é o das propostas e votações para prêmios. Ninguém ignora'111;1111()o coração humano é sujeito a afeições e desafeições". E desser uul'lito de sentimentos resultou, com a abstenção dos lentes, a extinçãodo pl' mios. Em 1833, nenhum aluno alcançou a unanimidade dos votosdll Congregação, com estranheza manifestada pelo diretor ao presidented I província.

- Em 1832 formou-se a primeira turma de bacharéis em ciências1111ídicas <Ir.. Em obediência ao aviso de 25 de fevereiro de 1833, reuniu-seI1 (:(lllgl' gação a 24 de abril seguinte, a fim de organizar a lista dos estu-ti 1111',~ que tivessem concluído o curso, notando o talento, a aplicação(' I moralidade de cada um. Alcançaram notas ótimas sob essa trípliceII'lil ',10: Antônio Manuel Fernandes Júnior, Eusébio de Queirós Coutinho,FI uuisco de Sousa Martins, Jerônimo Martiniano Figueira de Melo, Joa-11'"111 Fruu o de Sá, Joaquim José Ribeiro Fróis, Joaquim Rodrigues deI 111111, .10, é Ferreira Souto, Luís Soares de Queirós Azevedo, Manuel Joa-'111 111 dl: Matos, Sérgio Teixeira de Macedo. Não foram incluídos os11I1I11I1I't'isjosé Antônio Pereira Ibiapina, Francisco Joaquim das Chagasc' 1,()l11' 'II~'O Trigo de Loureiro, por se acharem nomeados lentes interinos,f lI'I'('1l1 tomado parte na Congregação. Nunes Machado e Ferreira de

~fll:lr, que depois galgaram postos distintos no meio social, o primeirof 1111111poliU 'o de elevados princípios liberais, e o segundo como professorc 11111111("111político de conceito, apenas obtiveram as notas de bom talento,ltun 1llllim(ão C boa moralidade.

(1','1111I1111111Co) , hlspo do Rio de Janeiro, e teve o título de Conde de Irajá. Vejam-se:1'1111111liA (:o.~'I'A,Dicionário de Pernambucanos célebres, e SACRAMENTOBLAKE,Dicio-111/' " /11/,/111/',,'11/1('0, Não foi além do segundo ano do seu curso de Direito; nem mesmotil ••" 11111111'/ ,"01111(',

Ih Flil 1111.17 os que, nesse ano, receberam o grau acadêmico, segundo se vê da ListaI' ,,/1 Pllllllc urlu pelo inteligente Secretário da Faculdade, Dr. Henrique Martins.

rll'"" \HlIIIt'lIll1l" S, Paulo ante ipou-sc a Olinda, tendo uma primeira turma de.11. !tilI 11111H 1'11\IH/ll. FOI'lIllI ('HIlHIIIII(CHque, lendo iniciado o seu curso em Coimbra,

1I CIII 11'1I,1i'1I\10 \'111S, 1'111110,V, ÁI,MlfIlIANO(;UE:II\A,Tradições e reminiscências, 11,1I , " I "1",11IIIc'H,11:1111'(','HHC'H,Ijlll' IIHHtil H" IIICc'dplIl'nm aos que fizeram o tirocínio noIII1HII, I'HI11 Mil11111'1V c' 111'IIIHIII, lill"'. 1111111111H (ie' Muritiba ' Paulii o José Soar sti, "".11,11111111111IHlíll1l11ti •• 11111,I I

1i

IV

Crônica da Faculdade - De 15 de maio de 1828 a 15 deoutubro de 1854 - Olinda

1828 - Instalado o curso jurídico de Olinda, num salão do mosteirode S. Bento, levou, como era de esperar, vida modesta durante os anosem que aí se manteve. E os dias de 1828 decorreram plácidos, sem aci-dente algum de relevo, a não ser a inauguração ~os trabalho~,. que,. se-gundo já foi referido, correu festiva, e encheu de mtenso regOZIJO a pitO-resca cidade cheia de tradições 46.

1829 - Pronuncia-se a Congregação, na sessão de 22 de junho, sobreo Compêndio do Dr. José Maria de Avelar BRoTERo, lente do primeiro,

46 Olinda foi a capital da colônia portuguesa em Per~ambuco, ~undou:a ~uarteCoelho, que, aliás, já encontrara no local, no alto de uma colma, a Marini dos .mdlg~nas,que aí faziam largo comércio co~, os fr~n~e~es, (Ver P~REIRADA C?STA, Mafl1~-Olznda,na Revista do Instituto Arqueologico, Histôrico e Geografzco de Pernambuco, \01. XXII(1920), ps, 128-136, e S. V, GALVÃO,Dicionário, vb. Olinda). Tomada pelos ~olandesesem 1630, incendiada no ano seguinte, era, a esse tempo, segun~o ref~re frei MANUELCALADO,no Valeroso Lucidemo, terra de grande luxo e corrupçao. AlI, em 1710" B~r-nardo Vieira de Melo propôs, em sessão ~a Câmara, qU,e se p.roclamass~ uma l'epubl~caad instar dos venezianos, Com o desenvolvirnen to do Recife, Ohnda decaiu. M~s nmguema vê, sem sentir o que tão belamente exprimiu FRANÇAPEREIRA,nestes comovidos versos:

As formas a exibir de deusa grega e nuaOlinda, eterizada, entre visões flutua;

E asas febris abrindo, à vida livre, estuante,Pulsa, cheia de força e graça gargalhante,

Em cada pedra, flor ou antiga cisterna,Vibra um hino de amor e mocidade eterna,

Entalham-se na luz os flóridos balcões,Templos coloniais, escudos e brasões;

As prosápias d'outrora e as heróicas figuras,Das quais nem resta o pó nas vagas sepulturas

E, muito além por trás da sombra erma, sem fim,A selva de Arcoverde, a bravia Marim;

Os brônzeos vultos dos ferozes Caetés;A luta dos títãs, os ritos dos pajés;

O pacto de Tabira e de seus TabaiaresCom o Luso, que invadira a Esparta dos palmares;

A rede ela Princesa Arcoverde e AlbuquerqueNIIIlI 11'111111\'amor a unir dela se acerque;

11"ICIIIICII IIlI'lI '0111'11eucosta, O vale, o outeiro,,\ ,1,.11 til' IllIllltlll 011 C'IIHIClo'I'OqUi1'0,

I 111,I 11li" 111, 11__1111I 'I IClH 1e"II, o vlt rul,1111.11111111'I \III/HII I 11111111IItlC'cIl'iII,

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1110 do curso jurídico de São Paulo 47. Sente-se o esforço do diretor paraIIl'10 suscetibilizar o lente de S. Paulo. A Congregação não aceita o Com-pC'ndio, porque, "não lhe sendo tódo presente, não podia fazer juízorcrto sobre a doutrina e sistema do autor"; porque as lições já estavammuito adiantadas; porque se iam os estudantes remediando com a FOR-'I'l}NA; e porque o Dr. João José de Moura, que estava regendo a cadeirado primeiro ano, trabalhava em fazer o seu compêndio 48. A verdade é que,11:1 opinião dos contemporâneos, como a resumiu a Comissão de InstruçãoPública da Câmara, em 1830, o Compéndio de Direito natural não tinha"ligação e harmonia nas matérias, nem uniformidade no estilo, sendo umaverdadeira compilação de diferentes autores, que não seguiram os mesmosprincípios, nem se exprimiram _no mesmo estilo"; "os raciocínios nãotêm força de convicção, nem os termos clareza e precisão".

- Neste ano contam-se 56 alunos na primeira série, entre os quaislvaro Teixeira de Macedo, Francisco Baltasar da Silveira, Paula Batista,

João Capistrano Bandeira de MeIo e José Bento da Cunha Figueiredo.O relatório do diretor refere-se a algumas arruaças e distúrbios de

csurdantes, quer no Recife, onde perturbaram a sessão do júri, quer emOlinda, onde andaram a molestar a tranqüilidade dos moradores. "Estesfatos, pondera o relatório, nada são, nem admiram a quem sabe o que(: um ajuntamento numeroso de rapazes, fora de seus pais, e, de ordinário,ucontecem em toda a parte do mundo. Entretanto julgo do meu deverlembrar a V. Ex.ê (ao Ministro do Império, que então era José ClementePereira), para que chegue ao conhecimento de S. M. Imperial, que nãohavendo aqui juiz de vara branca, senão o ouvidor, que anda sempre('IH correição, é de absoluta necessidade a criação de um juiz de fora, com1I1~'adano cível e crime, encarregado, especialmente, da polícia da terra,(: com uma força suficiente à sua disposição, para prevenir, com rondas,qualquer desordem noturna, e castigar os que, longe de darem-se aos es-111(105, se façam perturbadores do sossego público; e isto tanto mais urge,quanto passa a engrossar, prodigiosamente, a número dos acadêmicos. Econsta-me que só da 'Bahia estão cinqüenta a vir para o ano seguinte".

- Começam desinteligências entre o Dr. Silva Porto e o diretor, que(~ acusado de residir no Recife. A Congregação censura o Dr. MouraM ag-alhães, por não ter concluído o Projeto de Estatutos, de que se incum-bira no ano anterior. O censurado, por seu lado, representa ao Governo(0111 ra a Congregação e o diretor. Desaparecera o espírito de concórdia,di' que se regozijava, pouco antes, o diretor em documento oficial, eI.O\JRENÇO RIBEIRO, espírito de grande delicadeza, sentindo-se mal, nessa.umosícra, pensa em deixar o cargo.

1830 - Há 162 alunos matriculados nos três anos do curso 49.

·17 Ver os traços biográficos de BROTERO em SPENCER VAMPRÉ, Memórias para aIIl1lrllll/ ria Faculdade de S. Paulo, I, ps. 86 e seguintes,

·IH Este compêndio de MOURA MAGALHÃES não foi publicado, Provavelmente é aMI/II/I'\(' de Direito natural, publicada em 1860, depois da morte do autor. V. SACRAMENTO111.1\"", l)iriorul.,'io bibliogrático,

'111 I~nl rc os que então se matricularam, acham-se: Ângelo Moniz da Silva Ferraz,dl'plll~ IIll1'no de Urugua inun, pollliço (lI' !Irunclc prestígio; Basílio Quaresma Torrcão, qu11I1I1f11l/1111'11'111\t't'v()llI~n() til' IH~'I, 1'111IIlhllllll'CI\rio do curso, scgullldo c1c'flul~ 10 qll'I'dl'll

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Para a segunda cadeira do quarto ano, foi nomeado o Dr. Pedra Cer-queira Lima, que não tomou conta do cargo e pediu demissão. Autrané promovido a catedrático. Marcos Antônio de Araújo Abreu e FilipeJansen de Castro e Albuquerque são nomeados substitutos.

- Antes de se criarem os cursos jurídicos de.Olínda e S, Paulo, osnossos patrícios iam à Europa fazer a sua aprendizagem; mas, desde quena pátria havia estabelecimentos, onde pudessem estudar, muitos dos queali se achavam quiseram aproveitar-se dessa vantagem, sem prejuízo dosexames já concluídos. A esses desejos atendeu a lei de 26 de agosto de1830: 1.0, mandando dispensar dos exames de preparatórios os que os tives-sem feito na Universidade de Coimbra, e os que tivessem cartas de ba-charéis em letras por escola da França; 2.°, admitindo à matrícula noscursos jurídicos os estudantes habilitados a fazer ato na Faculdade de Di-reito da Universidade de Coimbra, desde que fizessem esse ato para oqual estavam habilitados e o exame da língua francesa; 3.°, considerandobacharéis formados os cidadãos brasileiros habilitados a fazer ato do quintoano na Faculdade de Direito de Coimbra. As disposições desta lei somentecompreendiam os estudantes brasileiros que regressassem da Universidadede Coimbra, até à data da sua publicação.

1831 - Logo no começo do ano letivo, ocorreu um doloroso e graveincidente, que consternou, não somente a classe acadêmica e os profes-sores, como também toda a população da pequena cidade. Segundo refereo diretor, Lourenço José Ribeiro, em ofício de 31 de março, a fato resultoudas costumadas vaias de veteranos em novatos. Matriculara-se no primeiroano Francisco da Cunha e Meneses, filho do Visconde do Rio Vermelho,e, no dia 29 de março, achando-se à porta de um bilhar, foi alvejadopelos costumados motejos do quartanista Joaquim Serapião de Carvalho.Houve reação, travou-se luta corporal, vibraram-se bengaladas, e, afinal,Cunha e Meneses, ferido na ilharga por uma facada, faleceu duas horase meia depois.

- Foi nomeado lente catedrático o Dr. Manuel Maria do Amara!.- Iniciam o curso nesse ano, entre outros, Bernardo de Sousa Franco,

João Lins Cansanção de Sinimbu e José Tomás Nabuco de Araújo, nomesde grande notoriedade.

- Concedem-se novos estatutos aos cursos jurídicos de Olinda e S.Paulo, aprovados, provisoriamente, pelo decreto de 7 de novembrode 1831.

- Toma posse do lugar de lente catedrático o futuro Visconde deamaragibe, Dr. Pedra Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque.

1832 - É curioso saber-se para melhor conhecimento da situação dosfuncionários dos cursos jurídicos, e confronto com a atualidade, que, peloart, 1.0, § 9.0 da lei de 15 de novembro de 1831, a quantia votada paraas despesas de cada um desses estabelecimentos de ensino superior, foiele 20:451$200, inclusive os prêmios, e 2:500$000 para compra de livros.)s vencimentos do diretor eram 1:600$000 por ano; os dos lentes pro-

--c111IIl1c!ll~IIlIllIrn; (, Urbnuo Snbino Pessoa. que foi flKur:l procmlru-ut« do pllllldll /"1/11'/111,111IIdlll 111)11\"1'1.JOlllallNhl exhulo.

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pl'i tários, 1:200$0000; e o dos substitutos, 800$000,- Havia 9 lentes e 5sub titutos.

- Nesse ano, sem mesmo esperar pela decisão do Governo, Lourenço.I s Ribeiro, que solicitara a sua demissão, deixa a diretoria e retira-sepa ra o Rio de Janeiro, onde a 8 de fevereiro, mais uma vez, requer adispensa dos cargos de diretor interino e de lente do curso jurídico deOlinda. Enquanto o Governo não resolvia o caso, exerceram a diretoriaos lentes mais antigos, Antônio José Coelho, Manuel Maria do Amaral eSilva Porto, Afinal, por decreto de 15 de maio, foi nomeado diretor inte-rino o Dr. Manuel Inácio de Carvalho, que tomou posse a 9 de junho, ODI'. Pedro Autran elaborou um Com-pêndio de Direito Natural) e já em1882, aprovado pela Congregação, era o livro de texto dos estudantes doprimeiro ano, entre os quais estavam Augusto Teixeira de Freitas, que haviad ser, mais tarde, o nosso jurisconsulto máximo, e Saldanha Marinho, oI{t'ande propagandista da República, advogado de nomeada, e o publi-cista, que se celebrizou sob o pseudônimo de Gamganelli.

- As dissensões entre os lentes assumiram feição irritante, se nãod primente, e, transpondo o recinto do mosteiro, se vieram estadear naimprensa do Recife,

- Receberam, nesse ano, o grau de bacharel os primeiros alunos docurso jurídico de Olinda, como já ficou referido no capítulo anterior.Os exames se realizaram em setembro, em conseqüência das perturbaçõesda ordem, Eis os nomes desses primeiros juristas preparados em Olinda 50:

Afonso Cordeiro de Negreiros Lobato - MGAntônio Batista Gitirana - PEAntônio Filipe Néri - PEAntônio Gomes Vilaça - BAAntônio Gonçalves Martins - BAAntônio Joaquim Monteiro Sampaío - BAAntônio Joaquim de Albuquerque Melo - PEAntônio Henriques de Miranda - PEAntônio Manuel Fernandes Júnior - RSAntônio Luís Dantas de Barros Leite - ALAntônio Tomás de Luna Freire - PEBento Joaquim de Miranda Henriques - PEBernardo Rabelo da Silva Pereira - PE

aetano José da Silva Santiago - PEEusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara 51 - AngolaFrancisco de Sousa Martins - PIFrancisco Joaquim Gomes Ribeiro - ALFrancisco Borges de Figueiredo - BA

110 Ver a Lista geral dos bacharéis e doutores que têm obtido o respectivo grau naFII( uldnd ' de Direito do Recife, pelo bacharel HENRIQUE MARTINS, Recife, 1923,

!lI Foi um dos grandes homens do segundo reinado. Nasceu em S, Paulo de Luanda,I li' <1(' (I z mbro de 1812, foi jurisconsulto de nota, político de grande prestígio, orador

1'10'11\ 'IIIC. ub -lh assinar, na qua lida 1 d Ministro da Justiça, a lei n. 556, de 25 deIIIlIho <I" 1850 ( 6(1i~() Ctlllwldnl ,(I (It- , n, 708, de 11 de outubro de 1850, estabelecendo1111'111<111pUl:' 11 ,,'pl\, o tio 1111111 ti., .I, I 1110 ,o regulam nto n.? 731, d 11 d 11 V m-IlltI (ltl 1111'1110 1110, 111111 11 1111 11111 1M1111111:.' li I ('KN, 7 7 738, (! 211 (11 nov ml r /

"

Pudr Francisco Joaquim das Chagas 52 - PEPndr Francisco Antônio de Oliveira Rozelis - PEFirmino Pereira Monteiro - RJ11 nrique Félix de Dácia - PEJoaquim Franco de Sá - MAJ():l(pJim Nunes Machado 53 - PEJoaquim José Ribeiro Fróis - BAJoaquim Rodrigues de Sousa 54 - BAJ<'I'Onimo Martiniano Figueira de MeIo 55 - CEJos' Antônio Pereira Ibiapina 56 - CEJos' .J aquim de Morais Navarro - RNJOs ferreira Souto - BAJos Félix de Meneses - PEJ; uirino Rodrigues da Silva - PE[ono ] sé Ferreira de Aguiar 57 - PE.1o, ().J é Ferreira da Costa - PB.10, o Antônio de Vasconcelos - BAI,011 r fi o Trigo de Loureiro 58 - Portugal1,lIls S ares de Queirós Azevedo -BAMnnu 'I Augusto de Faria Rocha - PEMuuu 'I Teixeira Peixoto - PEMl1l1l1 'I Joaquim de Sá Matos - BASt'l'gio Tcixeira de Macedo 59 - RJ

I 11I11,dl'~ I' 11110, Estudou humanidades em Pernambuco, até 1825, para onde o seu pai1.11I 'IUlIlI'lIdo (ks .mbargador. Em 1826, matriculou-se no Seminário de S. José, no Rio111 '11111''li, IIIIC!to rQi aluno muito aproveitado de grego, de frei Custódio de Faria. Indo'I11I 1111('111,i!- IR!.!R para a Bahia, com o seu pai, nomeado chanceler da Relação, aí esteve11I1 1111111,1jIlI'"c1o pnr ssa cidade passou LOURENÇO JosÉ RIBEIRO, amigo da família, e °Ic 111111'" I 1'I'l'llIlIlIhllCO. A 15 de maio fez exame de latim, sendo o primeiro preparato-1111111111 '11I1\1'11c' C'SSII formalidade, o que ele mais tarde recordava, com satisfação, por ter.111" I'••• ' .'X 1111,' 11 prlm .Irn afirmação da existência do curso jurídico de Olinda.

1'111I IIlItls 11I1'OI'''la~: .s, v jam-se os Apontamentos sobre a vida do conselheiro Eu-,,1/1/11 II~(11/1,/,,11, pOI' S'II filho Manuel de Queirós Matoso Ribeiro, na Revista America-li", \111.. 1I1 (1!l11I), ]lH. 48-79. A Revista do Instituto Histórico, vol. 31, 2.a parte, ps.I~II 111 IIUI IIIIII/) 111 1101/ ia s br EusÉ8IO DE QUEIRÓS, porém menos completa.

l'II1('C.'11 11 7 ell' mnlo ti' 1868." 1..1111' IIlml 1111(1in t .rlno m 1833, efetivo em 1835, catedrático em 1839_I NII IC'II 1'111 (;Olllla, a l!í d agosto de 1809. Foi juiz de Direito em Goiana, e

li" 1" 111111' 1'11111I I 111111111tio R.' ir '. guiu, depois, a carreira política, e entrando, a'"111111 II~III. 1111 11'\(1111 (I dc' II~'IH, mOI'I' .u, quando, à frente dos rebeldes, entrava naI li 111+ .1" I 111/. , 11 •• til' rl'VI'II'''O (i(, Ifl/I!). Era tribuno ardoroso. V. PERElRA DA COSTA,Il/oI'ifl"111I I,,, "'I/lfl, 'li 111M NAlIIICO, Un» estadista do Império, I, ps. 75 e segs.

I , " 111111' li" 111,11. "" 1:11111/1/111,,11011011tirrl do ImlJério, S. Luís, 1867-1870,IIC 11••1 ••1111" I 1111111 1111 1\1111111\11li, 1111111'C'I'II ch'HClllbargador, em 1872.

I h IlIIi 11 1111111111 1111 'I I I til 111111 ti" 111011,Vol chefe c1 polícia em Per-I ' 111I I 1\ ti, I 11111 til 111. I .MIIII"'II I (;,fl"//I' 1111l'(,/}('lillo praieira, Rio

I I11 I I I 11 I 11111\ 1.111111110111'I I 1,1,111 11t (: 1111111, .' foi senador por esta1111111t lI' I, I '11 I I 111 I, "li 11111 I "11 ti, I "Mlu clt, 111711,

I I 1i 111 li. ,

I '1,

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1833 - Na lista do primeiro ano, há dois nomes- dentre os mais no-t:\v is da política do Império: João Maurício Wanderley e Zacarias deCóis e Vasconcelos. Em outra esfera, mas digno de que se lhe destaque() nome, está Pedro Pereira da Silva Guimarães.

- Foi nomeado lente substituto interino José Antônio Pereira Ibia-pina, que se formara no ano antecedente.

Nasceu Ibiapina na fazenda Morrão da Jaibaíra, perto de Sobral, av de agosto de 18066°. Depois de estudar primeiras letras, latim e outrasdisciplinas, no Ceará, passou-se para Olinda, em 1823, tendo regressadoao Ceará, em conseqüência da revolução do Equador (1824), na qual se.nvolveu a sua família, para, de novo, demandar Pernambuco, Nomeado

J nte substituto interino, lecionou Direito natural. Deixou o magistériosuperior pela magistratura, exercendo o cargo de juiz de Direito, emQuixeramobim (Ceará), de 10 de dezembro de 1834 a 14 de novembrode 1835. Eleito deputado geral pelo Ceará, na legislatura de 1834-1837,Il~O quis manter-se na política, e. tomou ordens sacras. Depois de terI cionado eloqüência sagrada no Seminário de Olinda e de ter exer-cido o lugar de vigário geral do bispado, fez-se missionário, percorrendoas províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará,p r onde foi erguendo igrejas, casas de caridade, cemitérios e hospitais.

O abnegado apóstolo e eloqüente orador faleceu em 1883, na casad caridade de Bananeiras, na Paraíba.

- Bacharéis de 1833:

Padre Antônio de Andrade Lima - PEAntônio de Aguiar e Silva - BAAntônio José Henriques - PBAlvaro Teixeira de Macedo 61 - PEBernardino Ferreira Pires - BACláudio Manuel de Castro - BADiogo Vaz Monteiro júnior - BADomingos José Ponce de Leon - BAEzequiel Franco de Sá - MAFélix Ribeiro Rocha - BAFrancisco Antônio Ribeiro - BAFrancisco José Pereira de Albuquerque - BAFrancisco de Paula Batista 62 - PE

C' I'('~ U a pasta da Justiça (1858). Faleceu em 1867. Era irmão de Alvaro Teixeira deM iccdo, de quem se falará depois.

ao o que aqui se diz de IBIAPINAsão informações hauridas em STUDART,Dicio-tI/h'lo bibliográfico cearence.

61 t o autor do conhecido poema herói cômico, A Festa do baldo, Lisboa, 1847.NII 1'('11 no Recife, em 1807, e faleceu na Bélgica onde era secretário de legação, emtH,tH.H .u pai destinava-o para o comércio, por isso o enviou para a Inglaterra, mas, port'"tIl <1(: gosto para a carreira, depois de ter regressado ao Brasil, foi para a França,1\11 lurcnç O d estudar medi lnn, o {')11' IIno pOc! fazer, por motivo de moléstia. S guiu1111.1 C()hnbra, mas, n (:H C' 11'IIIJlO, 11 IIl1lvC'IHhll1dc 8 fechou, e o 110SS0 estudam v íomu IoICllhll'-K(' ('111 Ol""hl,

( r. I'llft'.

Francisco Pereira Freire - PEFrancisco de Assis Pereira da Rocha - PBFrancisco Xavier Cerqueira - BAGonçalo da Silva Porto - MAJoão Antônio de Sá Viana - BAJoão José Espínola - BAJoão Nepomuceno Machado - BAJoão Pedreira do Couto Júnior - BA.João Afonso Lima Nogueira - R.JJoão Capistrano Bandeira de MeIo 63 CE.João Paulo de Carvalho - PE.João Paulo de Miranda - PEJoaquim Jorge dos Santos - BA.JOSé Fabrião Daltro Barreto - BA.José Vieira Rodrigues de Carvalho - BA.J osé Bento da Cunha Figueiredo 64 - PEJosé Pires de Carvalho Albuquerque - RJjosé Maria Coelho - PE.T osé Alvares da Silva Freire - PELuís Barbalho Muniz Fiúza Barreto de Mendonça - BALourenço .José da Silva Santiago - PEManuel Ribeiro da Silva Lisboa - BAManuel .José Spínola - BAManuel Filipe Monteiro - BAManuel Cerqueira Pinto - BAManuel .Jerônimo Guedes Alcoforado - PEManuel Coelho de Morais e Silva - PEPedro de Sousa Marques - BAVicente Ferreira Alvares dos Santos - BA

1834 - Acusa a matrícula, na lista do primeiro ano do curso, emIH3'I, 26 alunos, dos quais merecem especial menção: Alvaro BarbalhoIJ choa Cavalcanti, depois senador por Pernambuco; Francisco Inácio deCarvalho Moreira 65; Fábio Alexandrino dos Reis 66, Antônio Herculanod . Sousa Bandeira.

- Nesse ano, procedeu-se ao primeiro concurso para lentes substi-tut s, Apresentaram-se: .João Capistrano Bandeira de Melo, Francisco dePnu la Batista, Francisco .Joaquim das Chagas, José Bento da Cunha Figuei-

li!! L nte.(H L nte.Ofí CARVA'LHO MOREIRA,Barão de Penedo (1815-1906), é alagoano. Formou-se

1'111 S. Paulo em 1889. Advogado eminente, fundou, com Teixeira de Freitas, Caetanoi\IIWI'IO, Sousa Pinto, França e Leite e outros, o Instituto da Ordem dos Advogados"""~ I""'OR (v I' a Memória de SÁ VIANA,Cinqüenta anos de existência); diplomata dos111 ti" ciIHt!nloR, r prcsentou o Brasil em Washington e Londres, e dirigiu algumas ne-fI!lC tI' i'H de alia I' lcvãncia. Doutorou-se em Oxford. Ver a Revista do Instituto Ris-11'''/'/1 Ih'/lslllliro, vol, 62, 2.1\ parte, ps. 479-482).

t ( Io'ÁI\lO ALI~XANl)llINO 1)05 REI (1815-1890) é maranh ns , r l'mOI\·HCCIH Illldl!1111 IHHH," C'I'C('1I comiHSO R honrosns no Mlntsiério da ]i'n~t'lId!1 t 1('PI"'"('IIII'(1 1\ Mil'

I IIlh 11 111 1\""1'1111)\ ,111 ;('rI\l.

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I' 'do, Lourenço Trigo de Loureiro, que foram classificados na ordem emqu aqui ficam mencionados, apesar de que LOUREIROjá era, além deI mte de francês do Colégio das Artes, substituto interino, desde 1833,

- AUTRANtraduzira a Economia política, de STUARTMILL, e Lou-!lEIRO,na regência da cadeira, censurava, constantemente, o tradutor, que,magoado, revidou, surgindo entre os dois profunda desinteligência, a pontoti , em requerimento ao diretor, Manuel lnácio de Carvalho, alegar Lou-ItEIROque AUTRANlhe fazia "crua guerra" e era "seu maior inimigo".

- Já, no ano anterior, o estudante Nicolau Rodrigues dos SantosFrança e Leite 67 tivera uma discussão um tanto vivaz, pela imprensa,(' m o seu lente TRIGO DE LOUREIRO,na qual tomaram parte outros co-I g'as: Casimiro de Sena Madureira, Jesuíno Augusto dos Santos Afonso,Antônio Plácido Rocha e lnácio José de Almeida Galvão. Representaram.sses estudantes contra LOUREIRO,acusando-o de maltratar os seus discí-pulos, A queixa foi atendida pela congregação e o lente, removido doquinto ano para o segundo, LoUREIRO recorreu para o Governo, semconseguir que este providenciasse,

- Alegando a sua idade de 64 anos, as suas moléstias crônicas, porémmovido, sobretudo, pela discórdia que lavrava entre os lentes, MANUELINÁCIODECARVALHOpede a sua demissão de diretor interino, Suas mágoasmaiores são contra LOUREIROe SILVAPORTO,

Bacharéis de 1834:

Antônio Joaquim Tavares - MAAntônio José Machado 67a - CEAntônio Afonso Ferreira - PEAntônio de Assunção Cabral - PEAntônio José Alves Ferreira - PEAntônio Dias de Castro - BAAntônio Joaquim da Silva Gomes - BAAntônio José de Sá Freire Matos - BAAntônio José de Sousa Lobo - BAAntônio Plácido da Rocha - BAAndré de Oliveira Bastos - CEAlbino Augusto de Novais Albuquerque - BAÂngelo Muniz da Silva Ferraz 68 - BAAnselmo Joaquim da Silva e Sá - BA

• ?7 Foi um d~s ,fundadores do Instituto da Ordem dos Advogados, representou11 I nrntba, sua provmcia natal, na Câmara dos Deputados, e foi um dos seis brasileirosjlc-/lOl'lados, em 1842, em, conseqüência dos movimentos revolucionários de S, Paulo eM IIUN, Formou-se em Olinda em 1834, Ver a Revista do Instituto Histórico e Geo-''''/[(;0 Brasileiro, vol. 30, ps, 513 a 514; SACRAMENTO BLAKE; e MACEDO, Ano bibtiográ-/11'0, JT, ps. 287-289_

07n Matri~ulado e~ Coimbra, voltou à pátria para seguir o curso de Direitorlllldndo em Olinda, FOI deputado geral e, depois, senador pelo Ceará, Nasceu emIH()~ faleceu em 1861.

OR Natural de VIII 'li .n. NUR'U rn 1812. Faleceu em Petrópolis em 1867. juiz,dl'p"llIdo g rn l, M'III,dl", pll'~ dj'lIlt' cio Rio Grande do Sul, minlst ro em (lIf!""'II! 'S

IIIHI I'H t' lI!" () d,. 1"111111' 111', IHI" 1('1' a mpanhado o imp rndor , " 11 ,Id !Cit',1(11'"110 L I fi 11111, I ~I 11 "lI! "

Aprígio José de Sousa - BABasílio Quaresma Torreão Júnior 69 - RNCustódio Manuel da Silva Guimarães - CEClemente Francisco da Silva - CEClemente José Ferreira da Costa - PECaetano Vicente de Almeida Júnior- BACândido Autran da Mata Albuquerque - BACasimir.o de Sousa Madureira - BAEvaristo de Oliveira - BAEvaristo Ferreira de Araújo - BAEduardo Soares de Albergaria - BAElias Coelho Cintra Júnior 70 - PEFrancisco Antônio Pereira da Costa BAFrancisco Jorge Monteiro - BAFrancisco Liberato de Matos - BAFrancisco Maria Xavier de Meneses - BAFrancisco Marques de Araújo Góis - BAFrancisco Olegário Rodrigues Vaz - BAFrancisco Zabulon de Almeida Pires - BAFrancisco Elias do Rego Dantas - PEFernando Afonso de MeIo - PEFélix Peixoto de Brito Melo 70 a - PEGustavo Xavier de Sá - BAHerculano Gonçalves da Rocha - PElnácio José de Almeida Garcia - BAInocêncio Marques de Araújo Góis - BAJosé Bandeira de Melo - PEJosé Francisco de Arruda Câmara - PEJosé Pereira da Graça J únior 71 - CE.José Antônio de Sá Matos - BAJosé Joaquim de Novais Rocha - BAJosé lnácio Baía - BAJosé Tomás de Brito - BAJosé Rodrigues Ferreira - RJJacinto José da Silva Pereira Dutra - RJJesuíno Augusto de Santos Afonso - BAJoão José da Fonseca Lessa - BA.João Carneiro da Silva Rego - BAJoão Fernandes Barros - RNJustino Avelino Pereira - BA.Joaquim Batista de Vilas-Boas - PA

W V r a nota 49.70 LCI te substituto interino, em 1840, e efetivo a 3 de julho de 1841.70 o Nasc u no Recife, a 24 de agosto de 1807, foi magistrado, deputado pro-

l' 11('1111 : g .rnl. " como praieiro, tomou parte na revolução de 1848, sendo um dos(",'frR, "'nlo u, no Recife, a 13 de janeiro de 1878.

71 IInl' O d Ara ali. Nasceu em 1812, na cidade de que lhe deram o baronato.1'0 1"11. t' depurndo provin ia! g ral. Dcs mbargador na R laçã do Mn rnnh n (,li" II,h,,, do SlIp" '100 Trtbunal d JU8li a, Fale u , no Rio d .Jnnc1r, ,'11I IHHl, ,p I

til 11('11 (I ((I CIO', (' ,vÓ (\ .rn fi Arnnhn (ST!IOART),

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Joaquim Manuel Vieira de MeIo - PEJoquim Procópio Freire de Andrade - BALuis Antônio Barbosa de Almeida - BAManuel dos Passos Batista - PEManuel Joaquim Carneiro da Cunha - PEManuel Sobral Pinto - ALManuel Joaquim Bahia - BANicolau Rodrigues dos Santos França e Leite 72 - PBPolicarpo Lopes de Leão - BATertuliano Antônio Alves Pires - MGTibúrcio Joaquim de Castro - BAUrbano Sabino Pessoa de MeIo 73 - PEVicente Ferreira Lima - PEVítor de Oliveira - BA

1835 - MANUELINÁcIO DE CARVALHOagradece, jubiloso, a dispensaqu o Governo lhe deu de diretor, e passa o cargo ao padre MIGUELDOSA RAMENTOLOPEs GAMA (13 de Janeiro).

- O estudante do quarto ano, Filipe Lopes Neto Júnior, tendo consi-ti rado injusta a sua reprovação, recorreu ao Governo, que mandou subme-I -10 a novo exame. LoPES GAMA, porém, faz sentir que, se houve injus-Iiça, como ouvira, geralmente, dizer, não há recurso na lei, senão o de,I) vamente, matricular-se o aluno e prestar novo exame.

- Manuel José da Silva Porto deixa a Academia, aceitando o lugar11' juiz de Direito da comarca de Vila Nova do Rio S. Francisco, emS 'rgipe.

- Em ofício de 8 de março, LOPESGAMA comunica ao Governo quehavia intimado os substitutos Drs. Lourenço Trigo de Loureiro e Fran-( isc Joaquim das Chagas, a deixarem o exercício das suas funções deI nu 5, substitutos interinos, categoria desconhecida dos Estatutos, e que()I)) nte se poderia admitir nos cinco primeiros anos do curso jurídico.

- Haviam alegado os lentes dificuldades pecuniárias para se apre-cutarern, nos grandes atos, revestidos com as insígnias determinadas nos

J<:SIll lu tos. A Regência não atendeu e ordenou ao diretor que fizesseol,s rvar, religiosamente, os Estatutos (Aviso de 9 de abril).

- João Capístrano BANDEIRADE MELO, substituto provisório desdej:III iro, foi nomeado catedrático em virtude de concurso e tomou posse, • 7 de abril. Jubilou-se em 1863.

t irmão de jerônimo Martiniano Figueira de Melo. Nasoeu em,'ohra I a 23 de outubro de 1811. Foi deputado geral pelo Ceará em dife-1('1\1 'R I gislaturas e administrou a província de Minas Gerais. Homemele I .tras, publicou: Poesias, Rio de Janeiro, 1867, e 2.a edição em 1875;

7:! bre França Leite, ver a nota 67.711 Nasceu em 1811. Ainda estudante, foi nomeado professor de filosofia e geo-

1111'1111 do S minário de Olinda, S guiu, a princípio, a carreira da magistratura; depois"lIlte'f\()II'N' :i polftica, sendo I 'ilO <Il'PU indo geral, em diferentes legislaturas. Liberalti. pl 11 {píOM, 11; o tomou, ('nll\'lll1lO, p 11'«' ativa na revolução do partido praieiro, aIpll 11,'11\'11 Ia, 1>:8 "('''('11, pOI 111, \1111 I VI(' P 1111 ti f ndcr os rcvoltosos: Apreciação da,,.0011/1 /11'/11(1("(1 (/'1 1'/11111",1111/111. U 1I til 111111'110, 18~!),Foi li, n Rio (I, .1IU) ,11'0.111\ IH'/O,

jOCELYN e LAURA,Rio de Janeiro, 1875; Um episódio, Ri? de Jane~ro,1876; Rodoljo, 1879; O túmuio, 1879. Faleceu e~ 1905, nO.~I~ de Janelro.

_ Também nesse ano, foi nomeado subst ituto provlsono e, em. se-guida, efeti:vo, J osÉ BE~~O da Cunha Figueiredo, que no ano segumtefoi promovido a catedrático. .

Nasceu JosÉ BENTO,futuro Barão do Bo~ Conselho, a 22 de ~bnl de1808 na Vila da Barra, que, então, pertenCia a Pernambu~o. FOl depu-tado' e senador por sua província, administrou-a t.ambé~, assim como A~a-goas, Minas Ger~is e Pará, ~oi ministro do Império, e diretor da Instruçaona cidade do RIO de J aneiro. . . '

A política arredou-o do magistério, como a Bandeira de Melo e muitosoutros.

_ Paula Batista foi outro que entrou para o corpo docente, nesseano, tomando posse da sua cadeira a 5 de maio.

Bacharéis formados em 1835:

Antônio Leopoldíno de Araújo Chaves - CEAntônio José Pereira - PE .Antônio Pereira Barroso de Morais - PEAntônio Joaquim Moreira de Pin.ho ~ BAAntônio Rodrigues Navarro de Siqueíra - BAAgostinho da Silva Neves - PEAlexandre Bernardino dos Reis e Silva - PEAnselmo Francisco Peretti - PEBernardo de Sousa Franco 74_ PABernardino de Sena Madureira - BABernardo Pereira de Mesquita - BABenigno Tavares de Oliveira - BABalduíno José Meira - PBCaetano José Lopes - BAEmílio Tavares de Oliveira - BAEmílio Alves Pereira Teles Sampaio - BAFrancisco de Paula Velez Guivara - PEFrancisco Mendes da Costa Correia - PortugalFrancisco Domingues da Silva 75 - CEFrancisco Rodrigues da Silva Melo - ALPadre Francisco José de Almeida - R]Francisco de Assis Calmon Siqueira - BAFrancisco José da Fonseca Lessa - BAFrancisco Manuel do Rego Macedo - BAFrederico Miguel de Sousa - BA

74 Visconde do mesmo nome, Nasceu em Belém, a 28 de i.unho de 1805, e .Ca,

I Rio de Janeiro em 1875, Deputado geral, senador, presldente de provínClas,ceu no 1 , Iib I N V lh senado MACHADO DE ASSISonselheíro de Estado, foi alta influência 1 era. o e ~. f '

li I s refere, e lembra a "campanha, que sustentou, sozinho e parece que en ermo,

contra o partido conservador", b d75 obro I nsc, Nasceu a 15 de setembro de 1812, Representou Pernam uco, on (-(Ol\/llIlldl'll rnmlllll, " (~ pois, o Ceará" Na magislr~LUra, galg,ou :~~IOti\A()R,~,~RI~H;) ~:,11I11\ 110 (10 SlIpll'IIIO 'I dhllll~t1 de JUSlIça, Fal u.\ 9 cI mnlc ( ,J 111(' 10, \(111 'v di 1.111 llo-II\IUI\Il('R.

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Henrique Jorge Rabelo - BAJoaquim Inácio Calmon - BAJoaquim Serapião de Carvalho - ALJorge Luís Chaves - BAJ erônimo Vilela de Castro Tavares 76 - PEJoão Maria de Morais - PAJoão Domingues da Silva - CEJo~o V~lentim Dantas Pinagé - RNJ oao Lins Cansanção de Sinimbu 77 - ALJoão Paulo Ribeiro Dinis - BAJoão Grande Lei - MTJosé dos Anjos Vieira Amorim - PEJosé Pereira da Silva - PEJosé Joaquim dos Santos - PB.José Gomes da Silva - BAJosé Joaquim Simões - BAJosé Pacheco Pereira - BAJosé Pinheiro Lisboa - BAJosé Pinto da Silveira - BAJos~ Tom~s Nabuco de Araújo 78 - BALUIS Mana Alves Falcão Muniz Barreto - BALúcio Bento Cardoso - BALuís Duarte Pereira - PEManuel de Carvalho Borges - BAManuel Lourenço da Silveira - BAManuel Pedro Moreira de Vasconcelos - BAManuel Francisco de Morais - PEManuel José Soares - PortugalMateus Casado de Araújo Lima - ALNorberto José Dinis Vilas Boas - BANu~o Aíqu,e .de Alvelos Anes de Brito Inglês 79 - RJT:aJano Alípio de Holanda Chacon Cavalcanti de Albuquerque _ PBVicente Chacon de Siqueira - BAVicente Ribeiro Moreira de Oliveira - BA

76 Lente.

77 O futuro Visconde de Sinimbu nasceu a 20 de novembro de 1810 idíti IV<"I'Hasprovín . foi .. . , presl lUII:HIII<!o. I eras, 01 mirustro mais de uma vez, e teve assento no Conselho de

78 Nasc~u a 14 de agosto de 1813 e faleceu no Rio de Janeiro a 19 de mar o':': ~,H78. PoIí~lco de grande, i.nfluência, foi deputado, senador, minist~o e conselhei;o" :,H~ado, FOI promotor e ~U1Z em P~rnambuco, onde constituiu família, Jurisconsulto;','~':tI, t~~ o s~u nome ligado a diferentes leis e regulamentos e à elaboração doI" " H'0 CIVIl. FOI ele quem, no caráter de ministro da justiça chamou Teixeira de'11' IIIS para preparar o projeto desse Código, e, depois, foi também encarre ado de

p"'plll',\r um projeto, não tendo vingado o de Teixeira de Freítas. Os fragmen~os uetlr ,x0ll dess~ obra, acham-se publicados e constituem excelente subsídio para o Dir~ho, v I. ,~ u filho JOAQUIM NABUCC;>escreveu-lha a biografia no livro, Um estadista do1/II/IIIIIl), em três volumes, que e uma das mais valiosas obras publicadas no país,

70, , L n,te. D,ele conta PHAELANTE na sua espirituosa Memória histórica formos"lfllpORI\, Iitcrarla, qu , sendo prof 5S01' em Oll'nda" b ,a, I I n " assom rava as populações rifi' I " 1118 (O bçrilw, (111111110, l'lll nlloH brados o escravo a' d .'

11 " 'I ' , , visan o ao anocrro que" " H \VII plll1l10 1'11111 1111111111 u , IIltln, ('lIfnli arn nt ,por xt ns , 11 Rt'd(' d'R R US

11I

1836 - Matricularam-se apenas três alunos no primeiro ano, porcausa da exigência de novos preparatórios: inglês e geografia.

- Do relatório de LoPES GAMA,referente a este ano, colhem-se algunsinformes dignos de menção, acerca do estado do curso jurídico de Olinda.Vou resumi-Io, aproveitando-lhe as próprias palavras, dominadas semprepela arte de bem dizer, que o escritor pernambucano cultivava:

"Passava como princípio estável e incontroverso nesta Academia, desdeo seu começo, que o quinto ano era um ano de formalidade, e que omesmo era ser nele matriculado que ter direito inquestionável à carta debacharel, e, em conseqüência de tal corruptela, formaram-se moços perfei-tamente estúpidos e escandalosamente vadios. Este ano, porém, começaramquase todos os lentes a exigir dos estudantes o cumprimento das suas obri-gações. O Dr. Pedro Autran da Mata e Albuquerque, que rege uma dasadeiras do quinto ano, foi assíduo, e não se poupou a trabalho, para

instruir e adiantar os seus alunos. Mas a mor parte destes, afeitos à va-diação e à calaçaría, irritaram-se com a novidade, e daí os insultos, queforam aparecendo, e que passo a relatar. O estudante do quinto ano,Francisco Joaquim da Costa Pinto, disse ao mesmo Dr. AUTRANque nãoestava para sofrer os seus desaforos, e isto só porque o chamou à lição

exigiu certa explicação de um ponto de economia política.""Ultimamente o estudante do quarto ano, Inocêncio da Silva Pereira,

I ndo feito o seu ato, e levando um R, subiu à cadeira, e, em vez deagradecer aos lentes e espectadores, como determinam os Estatutos, disse,mui clara e distintamente, que nada agradecia, e cobriu de impropérios os1 ntes. Por mais que o mandasse calar o Dr. Jansen, presidente do ato,prosseguiu na diatribe, e saiu, brusca e arrebatadamente, da cadeira.Não satisfeito com este insulto, foi à sua casa, mudou de trajes e veio,p sitivamente, cobrir de epítetos afrontosos ao dito Dr. Jansen, na portada Secretaria".

Este procedimento levou a Congregação a recusar a expedição da cartano aluno, mas o Governo lhe não deu apoio, e ordenou que se a expedisse.

Continuando as suas informações, acrescenta LOPES GAMA que os1 .ntes são muito mal pagos e sem garantias, razão pela qual "não podemd sernpenhar, exatamente, as suas obrigações". E pondera: "Estudantesvadios e mal educados (que nunca faltam em corporações tão numerosas) ,vendo que os seus lentes, além de pobres, não os podem chamar aos seusdeveres, pouco ou nada os respeitam, e era coisa mui ordinária e come-zj nha, desde a criação desta Academia, ouvirem-se, todos os dias, este ouIlqll le estudante dizer, de público, que daria uma bofetada, uma facada,('1<:. no lente, que ousasse deitar-lhe um R; e o mais é que o medo de111 is ameaças tem concorrido, em grande parte, para serem aprovados,"I .namente, sujeitos indignos quer pela sua ignorância, quer pelo seuI'('pr risível procedimento. Debalde. pretendem alguns que bastam para111 N as S s tribunais ordinários; porque qual será o lente, que queira(' pON a jogar as cristas, na arena do júri, com o seu discípulo? E qual('I' \ o studante, que vá prestar juramento contra o seu colega? O resul-

'I",I!lm 1I1\'\'('NU{l R" (R vis/a ncadérnlca da Faculdade de Direito do R ir" anoli, )I- 10),

lUI'1 (:AMA ti III ,-111(' () Irll 1110 t' () 1, I 11 urnprl ffi('1II do ('11 111'1'1''''_

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I Ido seria sempre desairoso ao lente, e tornaria mais ousados e orgu-lhosos os mesmos estudantes. Todavia agora os lentes animaram-se, e,eom Ieito, houve este ano mais RR, em alguns dias de atos, do que em10(\0 o tempo, desde que existe esta Academia, mas o resultado foi o quelevo xposto a V. Ex.a".

Acha o diretor que alguns lentes concorrem para o estado de rela-:Iç: ,em que se acha o estabelecimento de ensino superior de Olinda, e

de 10, om franqueza e sobranceria. Uns, alega, moram no Recife, ondendvogam, e por isso, freqüentemente, ali se deixam ficar, esquecidos dos('IIS deveres professorais. "Mas nenhum (vão aqui as palavras do rela-le'H'io) tão escandalosamente, como o Dr. Francisco de Paula Batista, oqual, este ano todo, não chegou a dar mais de 12 a 14 lições." E lamentali. o lhe darem os Estados jurisdição a esse respeito.

om.o PAULABATISTAé ainda muito moço (em 1836 tinha 25 anos),I('ha o diretor que para a escolha dos lentes não basta a capacidade inte-1(' tual, e pergunta: "que respeito pode granjear de rapazes um lenteuuubém rapaz, que acaba de sair da classe e roda de seus colegas?"

A mesquinhez dos ordenados, a falta de garantias para os lentes, auuoridade restrita do diretor parecem-Ihes os motivos capitais de não ter

(I eurs jurídico o desenvolvimento, que era de esperar. E nessa tecla repe-lidam nte bate.

- Bacharéis de 1836:

Antônio Joaquim Francisco Valasco - BAAntônio José Afonso Guimarães - RSAntônio Ribeiro da Silva - BA.asímiro José de Morais Sarmento 80 PI

Duarte Carlos Monteiro - MAFrancisco Joaquim da Costa Pinto BAFrancisco da Silva Freire - BAFrnncisco Carlos Brandão - PEFrancisco Bernardo de Carvalho - PEFilipe Joaquim Gomes de Macedo - MAFilipe Raulino de Sousa Uchoa - MA(; .rvá io Luís de Sá Carneiro - Portugal(:\lilherme Carlos Monteiro - MAlno ncio da Silva Pereira - BA111:\ io José Ferreira - BAIos '. de Melo Carvalho J únior - BA.10 . P reira de Mesquita - BAIOMt" Tavares Bastos - AL.10 (, Francisco da Silva Amaral - ALlosl" I inis Pereira Monteiro - RJ

1111 N IN' 'u m 1813 c faleceu, em Paris, em 1860, Doutorou-se em 1840. Foi lented,l I ~'1I111Mll lrnr do Rio de Janeiro, presidente da província do Rio Grande do Norte.l'II!t1 '"tI, ('111 1'I.'I'II<lmhl1 o, a tradução dos Elementos de Direito público de MACAREL

1MI" I' I cio llvro 10 sotiâõo, por ZIMMERMANN (1842); e no C ará, um Compên-I 'li ti, "11111/11 ,\IIIfI'odl' (1847), }li\ d ,) , também, um OjJlísClLlo sobr 11 (11111. o ffsl ati.. 1111'11IIIIM (111.1\1(1"),

José Bernardo Galvão Alcoforado 81 - CEJosé Inácio da Cunha Rabelo - PEJoaquim Vil ela de Castro Tavares 82 - PEJoaquim Saldanha Marinho 83 - PEPadre Joaquim Francisco de Farias - PEJoaquim José Gonçalves Ribeiro - MAJustiniano Batista de Sousa - RJJerônimo de Aragão Sousa - BAJoão Dias Xavier da Cunha - BAJoão Maurício Cavalcanti da Rocha Wanderley - PEJoão Antônio Cavalcanti - PEJoão Francisco Cavalcanti - PEMarcos Antônio de Macedo 84 - PIManuel Antônio Fernandes - R JManuel Francisco Ramos Júnior - CEManuel Soares da Silva Bezerra 85 - CEOdorico Antônio Mesquita - MAPedro Gaudiano Ratis e Silva - PEVicente Ferreira Gomes Júnior - PE

1837 _ A Congregação, sob proposta d: Nuno ~íque, oficiou ~oGoverno, pedindo remédio para o que denommaram cnse. de lentes; pOIS,devendo o serviço ser distribuído por quatorze lentes, havia apenas. de~, edestes alguns afastados das aulas por causas permane.ntes ou tran~ltónas.Realmente os trabalhos do júri, as deputações e as licenças reduziam, detal modo, o corpo docente que a~os houve em que os exames ~e. algumasdisciplinas se não puder~m realizar na, éRoca no.r~al. Em ofício de ~Ode maio de 1837, ao presidente da provlfiCla, Antônio José Coelho, entao

81 Natural de S. Bernardo das Russas, nasceu em 1811 e faleceu em 1891. Foiadvogado notável, e representou o- Ceará na Câmara ternporár'ia.

82 Lente.83 Nasceu em Olinda, a 4 de maio de 1816, e faleceu no Rio de Janei.ro, a

27 de maio de 1895. Exerceu o cargo de promotor e 00 de professor de geometna n?Ceará, que representou na Câmara dos deputados. Foi também deputado pelo ~,!m-{pio Neutro, por Pernambuco e pelo Amazonas. Grande advogado. Sob o. pseudommo

ti' Gonganelli, escreveu a Igreja e o Estado, em. quatro vol~m~s. Publicou tambémdiscursos políticos e trabalhos forenses. Propagandista da República.

84 É de Jaicós. Nasceu a 18 de junho de .1808 e falece,! em Stuttgard, a 15 ded zcmbro de 1872. Foi presidente do Piauí e Viveu, por murtos anos, no Ceará. Es-

r vcu, Pélerinage aux lieux Saints, 1867; Notice SUl' le palmier camahuba, 1857; Ol'IIigma comercial do café de Moca, 1868; Observações sobre as secas do Cea:á~ 1871,2.1\ edição em 1878; Mapa topográfico da comarca do Crato, 1848; Descrição dosterrenos auríferos da comarca do Crato, 1855. V. SACRAMENTOoBLAKE.

85 Nasceu em 1810, no Riacho do Sangue. Foi deputado provincial e geral pelo; 'anl, lente de português do Liceu Cearense, inspetor do. Tesouro. p:ovincial. Es~reYeu:

(;ompBlldio de gramática filosófica, 1861; Os dogmas politicos ~o Acrz~tao, 18.64; O injerno011 nelatação do folheto de Alfredo MAURY, negando :: eXlstencl~. do ,mfer',l0' 1868;(;O/l/1ilhulio de gramática da lingua nacional, 1877; ~I!est~~ de.gr~m?tICll [Ilosóflca, 1881;() '1" I) iJrotestantismo, 188'1. NoenR olltlc\a~ IIQ 1)lflOIII{1'I0 bloblbltogr;Hlco ar nsc do('llulllO llal': o d S'r 11 1\'1',

ucm ('M I'('V(' '111 I 11111 lt, ",,11 I, ""11 M IIIJlII I, tllI 1\0111(11, qlll' fo ,'11 h'III1'ti" pOIIIlKll~H, 110 1"11111" 11' li"' fi I".. 111111111,I, "., 111111111I I" I ,1.11111 111111"11I "1 til' 1I0VI'IIIIIIII ti, IlUUI

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lia diret~r~a, torna claro que apenas quatro lentes, além dele, se acham('llI cxerCICIO:oJSé, Bento da Cunha Figueiredo, João Capistrano Bandeirade Melo, Nuno Aíque de Alvelos Anes de Brito Inglês 86, e Filipe Jansende Castro e Albuquerque 87.

- Alguns lentes preferiam a vida ativa do Recife, onde os chamavamf I'a!)alhos. do foro, para onde os atraía o convívio social, à monotonia da()Irnd~ silenciosa e pobre. Reclamações da diretoria. E o Governo, porMII~stao. d~ procurador da coroa, determinou que os lentes deviam terresidência fixa na cidade em. que exerciam as suas funções.

-:- Outro asp~cto da crrse de lentes. Os bacharéis Francisco José deImeida e joaquim Francisco de Faria, pretendendo defender teses para

doutoramento, pediram ao diretor, LOPES GAMA, que lhes mandasse de-clarar quantos lentes se achavam em exercício. A certidão da Secretaria11 lara que o Dr. .M~~uel Maria do Amaral, desde três anos, se achavaal~sente do curs.o ]UndICO, por ser deputado à Assembléia Geral; que o/)". Pedr? FranCISCOde Paula Cavalcanti de Albuquerque estava de licença,~;~Zlamais de um. an?; qu.e o Dr. Pedro Autran da Mata e AlbuquerqueS acha~a na BahIa, hcen~Iad.o; que os Drs. Francisco Joaquim das Chagas, fran?sco de Paula Batista eram deputados à Assembléia provincial. Em

(,()~1clu~ao,para os t~abalhos escolares havia somente quatro lentes pro-prictários e um substituto,

- .Da insistência de LOPES GAMA para que todos os lentes residissemCIO .Olmda, nasceu des.inteligência entre ele e JosÉ BENTO da Cunha Fi-gll iredo, a quem os mteresses da advocacia prendiam ao Recife. JosÉB,II~~TOrepreseI?ta ao Governo contra o diret~r, fazendo-lhe acusações di-v I sas, das qua:s este se defendeu de modo bnlhante e convincente, ondese mostra escritor fluente e terso, ao mesmo tempo que desassombrado( franco.

( - Em cumpri~ento d~ aviso de 11 de outubro, dá LOPES GAMA, a,IJ de deze~br?, I~formaçoes sobre o estado da Academia, que muitorutcressam a história desse instituto. Assinala que a Academia jurídicadesde o começo não tem correspondido às esperanças nela postas, e aponta:,IS. ausas, que, a seu ver, são determinantes. dessa decepção. A primeira~, ,\ má escolha de alguns dos lentes, ao errar-se a Academia, os quais

1\: o gozando de nenhum crédito literário", e sendo escolhidos "por escan-rlnloso patronato, têm concorrido, grandemente, para o descrédito da111 ·~t~a". Em vez de se procurarem notabilidades, "com poucas e honrosase' (' .çoes, só se cuido? de arranjar afilhados, de sorte que homens, quee'''lpr~ foram c~n~eCldos por zeros, na República das letras, estão ocupan-

do os unportanttssrmos lugares de lentes nas academias jurídicas do Brasil"(:()~" profess~res assim destituídos de talento, e sem conhecimento das ma-1("I'I:IS, 9.ue dizem ensin~r, o est~dante não tem estímulo para se dedicarI (I nela, nem o respeIto que infunde a admiração pelo saber.

_utra causa, é. a insufic~ência dos ordenados. Que extrema filantro.1"01 lia? é necessaria a um CIdadão, para se votar às letras e consumir a11.1NHude, e todo entregar-se ao ensino público das ciências jurídicas e

H/i Nuno A/que foi substituto interino e, em seguida, efetivo em 1837, passandoI ( Ifc'dl'l\líco em 1811.

H7 FltipL' .J1I1I"li "" , 111'c1li1llw, desci 1832.

"

SOCIaIS,pondera LOPES GAMA, "pelo triste ordenado de um conto e du-zentos mil réis, numa província onde os víveres, onde tudo se vende porpreç.o exorbitante"?

A terceira causa está na insuficiência dos Estatutos. Dentre os defeitosdesse regimento dos cursos jurídicos, afigura-se-lhe o mais grave o modode prover os lugares de lente. "O moço pungibarba, hoje formado comos seus puros cinco anos, amanhã oferece teses, defende-as, torna o graude doutor, entra em concurso, e, no outro dia, está provido substituto, epassa a ser lente de seus condiscípulos, com quem vivia, e convivia emfolgares, em chufas, e na mais escolástica familiaridade. E pode um moçodesses ter os precisos conhecimentos para ensinar e merecer o respeito deseus alunos, rapazes, como ele?"

A multiplicidade das licenças. Dos lentes catedráticos, uns se achamem comissões do Governo, outros são deputados, outros estão licenciados.Daí a necessidade das acumulações, que prejudicam o ensino, porque, pormais talentosos que sejam os lentes, não é crível que satisfaçam, igual-mente, em ambas as cadeiras, diz LOPES GAMA.

A quinta causa apontada é a morada dos lentes fora de Olinda. A esseinconveniente atendeu o aviso de 25 de agosto de 1837; mas convinhanão afrouxar na sua execução.

- Eis a informação referente aos lentes, em particular. Vale a pena1 ranscrevê-la integralmente. "Os lentes catedráticos desta Academia são:o Dr. Manuel Maria do Amaral, que rara vez tem vindo aqui, porquet m sido constantemente deputado à Assembléia Geral; o Dr. Antônio JoséCoelho, que é assíduo e zeloso; o Dr. Filipe Jansen de Castro e Albu-querque, da mesma sorte; o Dr. Pedro Francisco de Paula Cavalcante deAlbuquerque, que está, quase sempre, de licença; o Dr. Pedro Autranda Mata e Albuquerque, ora com licença na Bahia, é não só assíduo,c mo de não vulgares talentos; o Dr. Capistrano Bandeira de Melo, moçohabilidoso e freqüente na Academia, mas sendo deputado pela sua pro-vín ia, o Ceará, tem de ir o ano que vem para a Assembléia Geral; oDr, Francisco de Paula Batista é de bastante talento, mas reside no Recife,onde advoga, e, por isso, comete faltas repetidas e escandalosas, no desem-penho do seu magistério; quase em iguais circunstâncias está o Dr. José1\ .nto da Cunha Figueiredo; o Dr. Francisco Joaquim das Chagas é as-íduo. Há só um substituto, o Dr. Nuno Aíque de Alvelos Anes de Brito

11I1{1~s. É moço sisudo, talentoso e pronto no desempenho das suas obri-gu ,., s".

Dos lentes que inauguraram o curso, faltam, nessa enumeração, Lou-11'11 José Ribeiro, Manuel José da Silva Porto e João José de MouraM:rWtlhães, que se haviam demitido do magistério superior.

- Nota curiosa a respeito do trajar dos lentes nos atos escolares.I,OI'I':S AMAacha-o "pouco decoroso, porque os lentes se apresentam de11111' '('asa a e calça de brim, e nesta sem-cerimônia sobem à cadeira, presi-

111'111 n 11m ato público solene, e assim conferem o grau". Acha que o Go-('1110 dcv brigá-I os a apresentarem-se de beca.

H:rrhnr iis formados im 1837:

111 "iA) J():rqllilll de' I\tOl.d ( ,'tlv I l'h

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Antônio Pereira de Almeida - BAAntônio Ribeiro de Moura Júnior - ALAntônio Simões Gomes da Silva - BAAntônio Vicente do Nascimento Feitosa 88 -PEAlvaro Ribeiro Moncorvo Lima - BAAmaro Batista Guimarães - PEAntíoco dos Santos Faure - BAAugusto Teixeira de Freitas 89 - BA

88 Do Recife. Nasceu a 10 de junho de 1816. Doutorou-se em 1840. Advogadodistinto, orador fluente, hábil jornalista, político de grande atividade e correspondenteinfluência entre os liberais. Consta que deixou uma tradução de HEINÉCIOem manus-rrito, assim como outros trabalhos inéditos. Na Câmara dos Deputados gerais a suantuação não correspondeu à fama que o precedera, segundo a impressão dos contem-porãneos. Faleceu a 29 de março de 1868. O pO\'Oidolatrou-o. Ver o que sobre ele disseAI'RIGIOGUIMARÃES,Discursos e diversos escritos, 1872, ps. 206 e 221.

89 Nasceu o grande jurisconsulto na cidade da Cachoeira, Estado da Bahia,n 19 de agosto de 1816. Iniciou os estudos jurídicos em Olinda, em 1832, passou-~epara S. Paulo, no segundo ano e, em conseqüência de atritos entre ele e os seusI 'lItCS,voltou a terminar o curso na Faculdade de Olinda, onde recebeu o grau dehncharel em Direito, no dia 6 de outubro de 1837. Em 1836, casou-se e deixou-se!'icar na Bahia, razão pela qual atrasou-se um ano na obtenção da láurea acadêmica.I':m 1838, aderiu à sabinaâa da Bahia. Em 1843,. aparece no Rio de Janeiro comofundador do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, cuja presidência ocupouem 1857. Em 1858, apresentou ao Governo a Consolidação das leis civis, de que fora111urnbido três anos antes. Em seguida, confiou-lhe o Governo a redação do projetodo nosso Código Civil. Depois de ter trabalhado, durante anos, nessa empresa, TEl-XI':II\ADE FREITASmudou de idéias e propôs ao Governo que lhe confiasse a redaçãode: um Código Geral, que servisse de base ao Civil e fizesse desaparecer o Comercial.Ap .sar do parecer favorável da Seção de Justiça do Conselho de Estado (Nxsuco,TORRESHOMEMe JEQUITINHONHA),o Governo considerou rescindido o contrato, por11.O ter o autor apresentado o Projeto do Código Civil a 30 de janeiro de 1864.

Desalentado com a injustiça ou com a indiferença dos homens, fatigado porI'X. sso de labor, TEIXEII\ADE FREITAS,que já pensara fixar-se em Buenos Aires, onderourava com o apoio de VÉLEZSÁRAFIELD,o codificador argentino, que tomara oEshoço por guia principal na elaboração do seu Projeto, sentiu a mente conturbar-se,dominado pela monomania religiosa. Alguns escritos seus, o Côrtice eucarístico e Pedro1/,llIl'r ser Augusto, são tristes documentos da ruína de um grande espírito. Felizmente,I obra jurídica se salvou nesse doloroso naufrágio.

TEIXEIRADE FREITASfaleceu a 12 de dezembro de 1883, no Barreto, arrabalde deNII 'rói, e, no dia seguinte, foi enterrado no cemitério de Maruí.

O Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros conseguiu erigír-Ihe uma estátua,'1111'roi inaugurada no dia 7 de agosto de 1905, e que, hoje, se vê na Avenida Beira-MilI', em frente ao Silogeu. Primeiramente estivera no antigo Largo de S. Domingos.

TEIXElRADEFREITAS,pela solidez, profundidade e extensão do seu saber jurídico,10, om justiça, considerado o maior dos nossos civilistas. Em Direito privado, como1'111matéria processual, a sua autoridade era sem-par. Apenas o seu estilo, que, naII'dll ',o das leis, era vigoroso e lúcido, na exposição e na discussão, por vezes, seI1'~~I'IItiade certa obscuridade.

11:i8 a lista de suas obras: Consolidação das leis civis. Primeira edição, em 1857;~1'p;lIllda,em 1865; terceira, em 1876, formando um grosso volume de CCXXII páginascll' p" .lirninares e Introdução, 774 de texto, e 114 de índice alfabético. É obra funda-1111'111101,e uma das mais fortes criações de nossa literatura jurídica. Na Introdução, há111111'touga, erudita e sábia justificação do modo original por que aparece distribuída, "'111('l'Íado Direito civil, tendo por base a distinção dos direitos em reais e pessoais.~ 1101:08indicam as fontes das disposições consolidadas, expõem a doutrina e discutem

, IIplll!õ s dos autores. Depois da morte do grande jurisconsulto, foi publicada outra1,11,11 (i(oqla obra.

(;(jtligo ,;'();/, 1:'/III('tI

,,"!lI' IIh'll dI' '''I I '11I 111Ill\ dl< '''11 "0, IRGO-186~, com 1.674 páginas. 1t a outra1I1III N 1\ fI' IIl1(1ao P1'ojClO, que O nut I' dl'RI'JUV"

Benedito Marques da Silva Acauã - PBBernardo Machado da Costa Dória - SEBrás Carrilho do Rego Barros - RNConstâncio Gracindo de Sousa Brito - BADomingos Lourenço Vaz Curado - PEFrancisco de Assis Bezerra de Meneses 89 a - CEFrancisco Gonçalves da Rocha Júnior - PEFrancisco João Carneiro da Cunha - PEFrancisco Xavier Pereira de Brito J únior - PEFrancisco Tavares Benevides - PBFrancisco de Melo Coutinho Vilhena 89 b - RJFrancisco .José da Silva - BAFrancisco Mariani - BAGaldino Ferreira Gomes - PEHerculano Circundes de Carvalho - BAInácio Carlos Freire de Carvalho - BAInácio de Barros Vieira Cajueiro - ALJoão Francisco Coelho Bittencourt - PE

apresentar ao Governo, e não alcança toda a matéria do Direito civil. O Direito here-ditário, o concurso de credores, e a prescrição não foram articulados ou não forampublicados. Mas os 4.908 artigos, que vieram a lume, constituem um compêndio alta-mente valioso de Direito civil, que resume toda a ciência de seu tempo, apresentandopontos de vista novos, e um método excelente.

Nova apostila à censura do Sr. Alberto de Morais Carvalho, sobre o Projeto doCódigo Civil Português, Rio de Janeiro, 1859. É livro de feitura mais literária do queos precedentes, de estilo mais colorido e vivaz, e por onde melhor se conhece a educa,ção filosófica do autor.

Prontuário das leis civis, Rio de Janeiro, 1876.Legislação do Brasil - Aditamentos à Consolidação das leis civis. Revista anual.

Ano I, Rio de Janeiro, 1877.Aditamentos ao Código do Comércio, Rio de Janeiro, 1878-1879, 2 vais,Primeiras linhas sobre o processo civil, por Joaquim José Caetano Pereira e Sousa,

acomodadas no foro do Brasil, até o ano de 1877, Rio de Janeiro, 1879, 2 vols,Doutrina das ações, por José Homem Correia Teles, acomodada ao foro do Brasil,

até o ano de 1877, Rio de Janeiro, 1879.Tratado dos testamentos e das sucessões, por Antônio Joaquim Garcia Pinto,

acomodado ao foro do Brasil até o ano de 1872.Formulário dos contratos, testamentos e outros atos do tabeliona to, Rio de Ja-

neiro, 1882.Vocabulário jurídico, Rio de Janeiro, 1883.Regras de Direito, Rio de Janeiro, 1882.Bibliografia: SÁ VIANA,Augusto Teixeira de Freitas, Rio de Janeiro, 1905; SPENCER

VAMl>RÉ,Interpretação do Código Civil, São Paulo, 1918, ps. 251-290; JOAQUIMNxsuco,Um estadista do Império, 111, ps. 504-521; COELHORODRIGUES,Projeto do Código Civil,Introdução, ps. I-lU e 266-283; MElRAE SÁ, Teixeira de Frei tas, conferência, Natal,1900; VICENTEFERI\ER,Cultura acadêmica, 1905, ps. 79-88; EDUARDOESPÍNOLA,Teixeirari/) Freitas, na Revista brasileira de legislação e jurisprudência, vol. 11, ps, 25-38; SA-,IlAMENTOBLAKE,Dicionário bibliográfico; Clóvis Beuiláqua, elogio publicado na re-

vlstu Ciências e letras, de setembro de 1916.89 n Nasc u a 4 de outubro de 1814, seguiu a carreira de magistratura, chegando

I (I s mbnrgador no Pará e no Ceará, onde veio a falecer, a 5 de abril de 1878. É paitio 1 r, Frnn 18O <I Assis Bez rra ele Men ses, f rmnd m 1877 (TUDART).

11t 11 Vt'lo 11 8 '\' advogado milito nouiv 1 ('111S, 1,111 tio M \I;lIlh li, ( "Ultl (1(\.l\IIIWltll 01 V('ll I.

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João de Barros Falcão de Albuquerque Maranh-ão 90 - PEJoão de Caldas Ribeiro Campos - CEJoão Carlos Pereira Ibiapina 91 - CEJoão Maurício Wanderley 92 - BAJoão Salomé de Queiroga - MGJoão Tomé Navarro - RJJerônimo Borges de Barros - BAJesuíno Ribeiro da Silva - BAJoaquim José Viana - MAJoaquim Higino da Mota Silveira - PEJosé Félix de Brito Macedo - PEJosé Teodoro Cordeiro Júnior - PEJosé Tomás dos Santos Almeida - MAJosé Jansen do Paço - MAJosé Antônio Magalhães Castro - BAJosé Inácio Acióli de Vasconcelos - RJLuís de San Boaventura Salera - PELuís Rodrigues Dutra Júnior - BALuís Manuel Fernandes Barreira - BAManuel Teófilo Gaspar de Oliveira - CEManuel José Pereira - MAManuel J ansen Ferreira - MAManuel Jacinto Navarro - RJMiguel Fernandes Vieira - CEMiguel Ferreira dos Guimarães Peixoto PEPedro Pereira da Silva Guimarães 93 - CETobias Barbosa Ferreira da Silva - SEZacarias de Góis Vasconcelos 94 - BA

1838 - O jornalzinho acadêmico, O Argos olindense, de Francisco

90 Poeta muito estimável, contemplado por SÍLVIOROMEROna sua História daIi'el·~tura br~silei~a. Publi~ou um livro de versos, Poesias, 1850, e muitas composiçõespoéticas em jornais. Por fim, a mente se lhe conturbou. Deram-lhe a alcunha de Bar-"06 Vulcão. _. .

91 Irmão do missionário Ibiapina. Foi professor de filosofia no Liceu do Ceará.92. B~rão de Cotegípe. Nasceu na cidade da Barra, que a esse tempo se achava

em território pernambucano, a 23 de outubro de 1815, e faleceu, no Rio de Janeiro,• 13 de fevereiro de 1889. Deputado, senador, ministro de Estado e diplomata, foi umaforte inteligência a serviço da política do Império (V. SACRAMENTOBLAKE)_

93 Nasceu na cidade do Aracati, a 21 de novembro de 1814, foi professor deIrIUImática no Liceu Cearense, polemista, escritor faceto, representou o Ceará na Câ-mara dos. Depu:ados, onde, com escândalo geral, apresentou, em 1850 e 1852, projetossobre a libertação dos escravos. É um nome que não deve ficar no olvido.

Citam-se dele: Vade-mecum dos poetas' ou coleção de sonetos jocosos, esquisitos,(,lIl'1osose burlescos, Pernambuco, 1835; Sortilégio puerril, Cartilha de meus filhos. Pas-,\(//(Jl1Il)O divertido. O nome Pedro. E nos jornais: Cartas de Brás Pitorra a sua sobrinhal,.ds Sensata, e Alforjes. Mas foi o Sol (1856), diz STUART,a mais exuberante mani-fl'Nlu ão do seu gênio de crítico e polemista.

Em 1882, os estudantes cearenses da Faculdade de Direito do Recife consagraram-111\·lima poliantéia, em honra às suas idéias abolicionistas. O BARÃoDE VASCONCELOS•' erev II sobre a sua ação na Câmara dos Deputados (Revista do Instituto do Ceará,I 10(1). V. STUDART,Dicioná"io biobibliográfico eearense.

01 Lente.

José Furtado e Casimiro José de Morais Sarmento, fazia crítica, um tantoacre, ao corpo docente de Olinda, e, em documento oficial se afirmaque o fazia sob a inspiração do Visconde de Goiana, mais tarde diretordo curso. Desse mesmo documento, se depreende que os lentes mais dura-mente tratados, e acusados de lamentáveis pela sua ignorância e inaptidão,eram os Doutores Coelho, J ansen e Chagas.

- Por ocasião dos exames do quinto ano, houve simplificações quedesagradaram, profundamente, e os estudantes, capitaneados pelos ba-haréís Antônio Borges Leal Castelo Branco e Fábio Alexandrino Carvalho

dos Reis 95, promoveram grande distúrbio no edifício do curso jurídico,insultando os lentes desabridamente, sendo necessário contê-l os por meioda força pública, enviada ao local pelo presidente da província_Entre os.studantes comprometidos neste movimento de indisciplina e desrespeitoc tavam Francisco José Furtado e Francisco de Carvalho Moreíra, que setransferiram para S. Paulo, onde ambos se formaram em 18399,6.

- Bacharéis de 1838:

Alvaro Barbalho Uchoa Cavalcanti 96 a - PEAstolfo José Meira - PBAntônio Borges Leal Castelo Branco - PIAntônio Buarque de Gusmão - ALAntônio Francisco de Azevedo - SPAntônio José de Sousa Gomes - PortugalAntônio Herculano de Sousa Bandeira 97 - PEBento José de Sousa - PEFrancisco Ribeiro Dantas - RNFrancisco Afonso Ferreira - PEFelizardo Toscano de Brito - PBFábio Alexandrino Carvalho dos Reis 98 - MA

05 Ofícios de Lopes Gama ao Presidente Rego Barros.O(i Era, então, promotor público, em Olinda, Nxsuco DE ARAúJO, contemporâneo

dI' FURTADOe CARVALHOMORElRA.Denunciou-os como incursos nos arts. 285 do CódigoCdudnul e 2 da lei de 6 de junho de 1831 (ajuntamento ilícito).

N ste mesmo capítulo, encontram-se algumas linhas sobre Carvalho Moreira. Li-"I. I' 1I0la agora sobre Furtado. Nasceu Furtado em Oeiras, então capital do Piauí a

~ ti,· agosto de 1818. Fez vida política no Maranhão, onde tinha família, e representou.~", província na Câmara dos Deputados. Foi depois ministro e senador. A sua ati-11111,'110Governo e no parlamento é a de um espírito forte. Passa por uma das figuraslj'IHI'M('lIlalivasdo liberalismo. Escreveu-lhe a Biograjia TITO FRANCOde Almeida, que1.".(',,1'111as apreciações políticas ao estudo do homem e dos acontecimentos do seu!I'"1j10.P dro 11 pôs nesse livro algumas notas marginais, que, publicadas, despertaram'1iIIOHIIInd sobre o livro. '

!)II" S nador por Pernambuco, Pai de JOÃo BARBALHO.0'7 N'IB II a 19 de abril de 1813 e faleceu a 31 de outubro de 1884. Foi professor

d, IIloHofla110 urso Anexo, traduziu o livro de CHARMA,Questões de filosofia (1848), 1111\11111101111m.3coletânea de artigos sobre a Reforma eleitoral. De 1870 a 1882, exer-..11 " '''I\n.· <I bibliotecário da Biblioteca Provincial. Representou sua província naI, 11111111dOMneputados (1863-1866). É pai de Antônio Herculano de Sousa Bandeira,til I"" C Illl('il'f) usa Bandeira, dos quais se falará depois, do distinto médico, ho-111111\111' IIIC"(' de pr!n Iplos, R~dm.III1<1oRnnCl(oirl\.(' <I ('n~ nh iro Manu 1 Bandeira .

111 1'1II'lu,IC)llInIiHtn,fllll<lOlIlI." 1'.\1111'11.N, (('\I 1'11\IÀII'í. 11 IllIplnllll" fnk eulill li" 11, 1"10"0 ('11\ IRIO. ,/\tll M'III.II li. II

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Herculano Antônio Pereira da Cunha - BAJosé Cândido Gomes da Silva Belfort - RJJosé Antônio de Sousa Passo - BAJosé Nicolau Regueira Costa 98 a - PEJoão Antônio de Sabóia Júnior - PEJoão da Costa Rego Monteiro - PE.João Caetano Lisboa - MA.Joaquim Vitoriano de Almeida Pinheiro - CELuís Lopes Vilas-Boas -BAMiguel Joaquim Aires do Nascimento - CE

1839 - O presidente da província, Rego Barros, autorizado por avisoti 14 de março de 1839, nomeia, a 23 do mesmo mês, Diretor interino,para funcionar durante o impedimento de Lopes Gama, que tomara as-s nto na Assembléia Provincial. A nomeação recaiu no bispo resignatárioda diocese de Pernambuco, D. Tomás de Noronha, "visto concorrerem1\ le os precisos requisitos para esse cargo, por seu saber, virtudes e jerar-quia social".

- Antes de deixar o exercício da diretoria, LOPES GAMA fazia aoGoverno imperial, com a sua rude franqueza, sugestões quanto aos estu-ti s preparatórios. Propunha que esse curso durasse nove anos, sendoquatro consagrados ao latim, exclusivamente. À deficiência desse cursoIuudamental devia atribuir-se "a lástima de tanto bacharel ignorante, que11. o sabe entender os próprios compêndios do curso, e que, condecoradoscom um título acadêmico, são aliás objeto de escárnio público; porquepouco ou nada distam de qualquer idiota, faltos das mais ordináriasIlO ões de literatura, falando miseravelmente, e escrevendo com imper-doáveis solecismos, barbarismos e neologismos" 99.

Neste ofício, lembra a necessidade de estudar-se o que ele chama/\locução portuguesa, que, afinal, era o estudo aprofundado da língua, suaIudole, seu caráter, belezas e recursos, pela análise dos clássicos e dos me-111 r s discursos em vernáculo. E não duvidava, apesar de velho e vale-11IeIinário, entregar-se a essa tarefa, "com tanto maior gosto, dizia, quantoli surdo da língua portuguesa não me é estranho, desde a minha moci-dud ". Também lhe parecia da maior conveniência criar-se uma cadeirali • 111 mão, "porque a Alemanha é o país clássico da filosofia profunda",<lU \ lhe merece o epíteto de nação eminentemente pensadora.

- A 20 de novembro, assume as funções de diretor Antônio PeregrinoM i\(1I Ji:L MONTEIRO.

- Bacharéis de 1839:

IH 1\ Nasceu em 1815 e faleceu em 1887. Traduziu parte das Instituições de11111 .II\I(lIlE. redigiu a Carranca (1845-1847), e, seguindo a magistratura, foi desem-

11111/1111m nas Relações do Maranhão, de Pernambuco e do Ceará. Grande latinista,\I 111 daR Instituições de MELO FREIRE, traduziu epigramas de MARCIAL e escritos de(IvlnU). 8 seus conhecimentos jurídicos eram extensos e. a sua probidade geralmenteIIIHlllh"lcJa. As datas acima indicadas são as que se lêem no Dicionário de VASCON-!li 1,0 (;AI.VÃO. É pai do poeta João Batista REGUEIRA COSTA, que lhe h rdou o gosto1 1,'lIldo.

I!l ()fI i d'" {Ir f"""II'I'11 11· I 39.

10

Antônio da Costa Morais - ALAntônio do Couto Brum - BAAntônio Francisco de Sales - PIAntônio .Joaquim Aires do Nascimento - CEAntônio José Lopes Damaceno - PAAntônio Soares de Queirós - BAAfonso Artur de Albuquerque - PortugalAlexandre Pinto Lobão - SEBenevenuto Augusto de Magalhães Taques - BABernardo José Martins - MACaetano Alberto do Vale Porto - MACândido Mendes de Almeida 100 - MADomingos de Sousa Leão J únior - PEDuarte Marques de Araújo Góis - BAFrancisco de Serra Carneiro - MAFrancisco Rodrigues Leite - PE

100 É natural do Brejo. onde veio à luz no dia 14 de outubro de 1818. Sobreele escreveram SÁ VIANA, elogio histórico, por ocasião do centenário natalício do egrégiomu ranhense (Rio de Janeiro, 1918) e LACE~A DE ALMEIDA, O senad?r. Cândido. Mendestil' A lmeida estudo sobre a sua obra (Reoista da Faculdade de DIreito da Cidade doI 10 de Jan'eiro, vol. XIII, 1917, ps. 9-53. O primeiro é a biografia, em qu,e bem .~edc'staca a figura do homem, do político e ~o jUl:is~a; o segundo é u,ma erudita análisedllR trabalhos de CÂNDIDO·MENDES. É tambem digno de nota o artigo de SACRAMENTOIII.AKE, no seu Dicionário bibliográfico.

Iniciou a vida, após o recebimento do grau, como advogado em S. Luís. Em 1840,oht .vc ali, por concurso, a cadeira de história e geografia, no Liceu. De 1841 a 1842C'X .rc u o cargo de promotor público. Em seguida, foi eleito deputado geral pelo Ma-uurhão e, por fim, senador. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia l.~ ~e março de 1.8~1.

Foi um trabalhador extraordinário. Todas as fontes do Direito ele perqumu,dKtltnas restaurou e muitas out:as P?S ao a~can~e dos est.udio~s. Não foi. um. criador,11\'11Ium doutrinário; mas um investigador inteligente e íníatigável, que mflulU. sobre\I 111:6 nvolvimento da nossa jurisprudência, poupando penosos labores aos que a tinham!lc' estudar e aplicar.

Suas obras jurídicas são: ..Direito civil eclesiástico brasileiro, dois volumes, Rio de JaneIro, 1866-1873. D~z

I,Ar.I'llOA DE ALMEIDA: "Não conheço, em história do Direito, obra mais ;rudita, .m~lsI',nrllnda, de vistas mais exaltas e d; maior sinceridade do que"a Introduçao ao Direitotll/tI,fltlstico brasileiro do senador CANDlDO MENDES de Almeida .

Código filiPino, Rio de Janeiro, 1870.Auxiliar jurídico, Rio de Jan~iro, 1874. . .' . atrrincipios de Direito mercantll por José da SIlva Lisboa, Visconde de Cal:u, 6.

11 I), em dois volumes, Rio de Janeiro, 1874. O primeiro volume, de 450 páginas, éI 111 lól'ia do comércio, escrita, com muita erudição, por CÂNDIDO MENDES.

Arestas do Supremo Tribunal de Justiça, Rio de Janeiro, 1880. ... .Além desses trabalhos, há muitos escritos e discursos versando maténa Jundlca.Como historiador e geógrafo, publicou:A üas do Império do Brasil, Rio de Janeiro, 1868.MmllórillS 1Jara o extinto Estado do Maranhão, Rio de Janeiro, 1860-1874, 2 tomos.1';IIS0"ifl, Rio de Janeiro, 1873. .No nevisla d Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro há diversos estudos

1I11'11'~""l\lfARlrnos do 8 nador CÂNDIDO MENDES: Primeiros tempos da descoberta (tomo1.11,li 11'11' \!,n, pK. 5 n 24); O nome América será americano? (tomo cit., ps. 19~ a 210) ;

/I til /I1,d,o.f jlOvoallorcs (tomo 4.0, 2.a parte, ps. 163-247); Por que razão os mel/genasI/li IIIIIVII /1101111 rltlllllfl'rfllll 1I0S fran fi es MAII~ e 00. porlllglt(JSIJ )l',I~ó? (Iomo, 41, pK,1I I lI/I): IIdlhlHlln tLr Jono IJoll', [ol WIIII flla/ltlll/lll (1Il11l0 1/2. li"' I~I ( 'O).

"lIhl (!til 1111I11 111 Ir \thl I'H dI' n 1IIIII1KI\·II\IIIMII

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Francisco José de Medeíros - PEFclinto Carneiro de Olinda Campelo - PEFrancisco Borges Buarque - ALFrancisco Moreira Sampaio Júnior - BAFrancisco Rodrigues Ramalho França Leite - CEJoaquim Antônio dos Santos - RJJoaqu~m Manuel Caspar de Almeida - RJJoaqUIm Augusto de Holanda Costa Freire - PIJoaquim de Azevedo Monteiro - BA.Joaquim Francisco Cavalcante Lins - PEJoaquim José da Fonseca Júnior - PE.Joaquim José Rodrigues de Sousa - PEJosé Quintino de Castro Leão - PEJosé Francisco Pereira Viana - PE.José Rodrigues Pinheiro Cavalcanti - RNjosé Pereira de Araújo Neves - RJJosé Joaquim Pimenta Magalhães - PA.João Lourenço Pais de Sousa - PAJoão Joaquim Aires do Nascimento - CEJoão Gomes Guerra de Aguiar - RJJoão Floripes Dias Barreto - PEJoão Nepomuceno Xavier de Mendonça - PELuís da Mota Leite e Araújo - RJLuís Gonzaga de Brito Guerra - RNLuís Francisco da Silva - RNLuís Cavalcanti de Albuquerque Buriti PBLcovigildo de Amorim Filgueiras - BAMartinho de Freitas Garcez - SEManuel de Sousa Rolim - PBManuel José da Silva Neiva - PEManuel de Holanda Cavalcante de Albuquerque - PEManuel Joaquim de Mendonça Castelo Branco - ALManuel Gomes Correia de Miranda - PAManuel Fernandes Vieira - CE

vídio Guilhon - MAOvídio Saraiva de Carvalho - PIRnimundo Ferreira de Araújo Lima 101 - CETimóteo VasconcelosBittencourt - BA'r' xloro Gomes Ferreira Veloso - BA'r 'Mito Rufino Bezerra de Meneses 102 - CEIJ 111b lino Ferreira Catão - PE

101 tI. d . Lavras. Nasceu a 23 de junho de 1818, e faleceu a 21 de novembro.1. I 1011,110 Rio ~e .Janeiro. Seguiu, primeiramente, a carreira da magistratura, che-,,1'111., , 1"11. d Direito em Alagoas e, mais tarde, no Paraná. Representou o Ceará naI 11111'11 (C''''porána, e regeu a pasta da guerra no gabinete de 29 de setembro de 1870, IIIIIM "'. ojl. cit. . '

10" 1.11. do Dr. Manuel Soares, de quem já se falou e do Dr. Adolfo Bezerrad, I"I"'II'HI·K. pollflco de iníluên ia no Rio de Janeiro, Foi jornalista c d putado pro-

1111/111. ,~IIII)i\II'l' Illrorll1rt que li ixou inéditos sobre a História elo CC(I1'II. (I(- J. KA'I'IJNIlA., ,,111. I 11/l/lIl/tll/rI (/1) !I/.UIIao, d' FARIi\8 nlUl'o. •

1840 - A 27 de novembro, reuniu-se a Congregação para classificaros candidatos que se apresentaram ao concurso, que terminara no dia 25.O resultado foi o seguinte: Joaquim Vilela de Castro Tavares e Zacariasde Góis e Vasconcelos aprovados unanimemente; Casimiro .José de MoraisSarmento, rejeitado por sete RR; Antônio Vicente do Nascimento Feitosa,rejeitado por oito RR. Entre os dois aprovados por unanimidade, eraforçoso decidir-se a Congregação. Resolveu-se propor em primeiro lugarZACARIAS,e em segundo JERÔNIMOVILELA,para a vaga de substituto. Foinomeado ZACARIAS.

- Bacharéis de 1840:Baltasar de Araújo Bulcão - BACláudio José de Sousa Vasconcelos - BAFrancisco Machado Dias - PEFrancisco de Paula Rodrigues de Almeida - PEFélix Teotônio da Silva Gusmão - PEFilipe Alves de Carvalho - MAFrederico José Correia 103 - MAFernando Manuel Fernandes - RJFlávio Clementino de Silva Freire - PBFrancisco Inácio de Sousa Garcia - PBFrancisco Joaquim Pereira Caldas - BAJoão Antônio de Sousa Beltrão de Araújo Pereira - PEJoão Pereira dos Santos Castro - PEJoão de Sousa Reis - PEJoão Batista Gonçalves Campos - PAJoão Gonçalves Ferreira - BA.João Simões da Silva - BAJoaquim Pinto Brasil - PEJosé Raimundo da Costa Meneses - PEJosé Francisco de Paiva Júnior - PEJosé Filipe de Sousa Leão - PEJosé Martins Ferreira - MAJosé Antônio Peixoto de Lacerda - BAJosé Antônio de Oliveira e Silva - RJLuis Pereira da Silva Neves - BALuis Paulino Cavalcanti Velez de Guivara ,- PELuis José de Sampaio Júnior - RNLourenço Machado Dias - PELourenço Francisco de Almeida Catanho - PELuís Avelino de Albuquerque Melo - PEManuel Correia Lima - PBManuel de Freitas César Garcez - SEManuel Vicente Ribeiro de Sousa - PE

uirino da Rocha Galvão - PBTrajano de Abreu Marques - MAvre nt Pcr ira do Rego 104 - PE

1011 (;ollh Ido hom m d I iras, autor d trabalhos d critica.10'1 1."111<\

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V~t?rino do Rego Toscano Barreto _ PBVmato Bandeira Duarte - MA

1841 - O relatório que a 3 de mar o dnvia a ANTÔNIOCARLOSmi~istr d ç. e 1841, MACIEL MONTEIRO

que "o proveito obtido' pela A ~d o .Imp~no, é muito pessimista. Achafeitos pela Nação, em benefício ~e s:~l~anao co~responde aos sacrifíciosde coisas, ele indica' a) Mau p d ntença . As causas desse estadocula, b) Ensinarem' os professo;:;a~~ Cosléges.tu~ante~admitidos à matrí-por dinheiro, as matérias de suas cadeira o 10 as te~ em suas casas,.m face dos Estatutos. d) Reduzid ' s. c) dPo~c~ autondade do diretor,

qüência dos Estatutos que facult~ numero e l~çoes, em parte em conse-.adas P?r bedéis, sem' a conferênci.:" d~~~::~~altas no ano, aliás mar-scasso lllteresse dos lentes alguns d . A faltosos, e em parte pelo. ,os quais tem dado em épo

nores,. apenas dez ou doze lições. e) A resolução de 19 d C;S ante-que dlsp~nsa o tempo da matrícula 105. e agosto e 1837,

Elias Coelho Cintra passa a substituto efetivo.

- Bacharéis de 1841:

Antônio Buarque Lima - ALAntônio Joaquim de Figueiredo Seabra _ BACândido Gil Castelo Branco 106 _ PICristóvão Xavier Lopes - PEDaniel Luís Rosa - BAFrancisco de Sales Alves Maciel - PEFélix Gomes do Rego - PEFulgêncio Infante de Albuquerque MeIo _ PEJosé Coelho de Almeida - RJjosé Cardoso de Queirós Fonseca - PEjosé Jerônimo César Loureiro - PEjosé Francisco da Costa Gomes - PEjoão Ladislau da Silva - BA.1oão Coelho de Sousa - MAjoão Antônio Fernandes de Carvalho _ PBManuel Ferreira da Silva - PEManuel Coelho de Sousa - MAManuel Joaquim Alexandre do AmaralManuel Joaquim Ribeiro Seabra - PAManuel de Macedo Campos Pessoa - RJP .dro Inácio da Cunha - PE

BA

I().~ Há dois decretos legislativos d111I~ I: o d nO 42 que decl a mesma data, e referentes às academias do

, " ara as penas em que incorr dante011 /UIII <I' qualquer das academias do Brasil usare . e~ ?s estu antes, que dentroli, '1"lIlql T natureza contra o diretor I' dm de mjurras, ameaças, ou violências11111,11. \ matrIcula os estudam R qu o_u a .gum os lentes; e o de n.O 43, que mandaI I C'~\(' 1\lllmo que s r C re Mn 1\.(' Mnaoolttl~eremA(comparecido em tempo de faze.r ato.

I I . 'I 11'0. C lava que tornando1'1"'" 10 ( • sua nnflll'('1n 11111lôll. 111111111 ' " • pe.rmanente umI' 11111111. ' 1.0U sse decreto saudávcls disposições dos

10/ M 'HI~II.tI". It, JI"~IIII,," 1.111 I'.ovllllln nn Iq{IHhlllll'M I\(' II!AI.II!/H (' IIlHII.

1842 - LOPEs GAMA sugere a idéia de mudar-se o curso jurídico parao Recife. "Olinda, pela sua mesma proximidade da capital, é faminta efalta de recursos. Como terra pequena, estudantes e lentes estão sempreem contato. Fora disso, não havendo espectadores, se não os mesmos es-tudantes, entibia-se a emulação e acanham-se os talentos. O mesmo lente,certo de que só é ouvido por seus alunos, pouco, ou nada, se esmera emsuas lições, limitando-se, muitas vezes, à aridez das postilas" 107.

- Em ofício de 12 de março, ocupa Antônio José Coelho, então nadiretoria, a atenção do Ministro do Império, Araújo Viana, com o célebreJoaquim Batista de MeIo Oxalá, então jubilado no terceiro ano. EsteOxalá deixou fama entre os estudantes, de um dizedor de frases sem nexo,com pretensões a alto estilo, espécie de Budião de Escama, que aindaencontrei entre acadêmicos, ou nas ruas, porém já um tanto imbecilizadopelo álcool. A mania das frases ocas era inocente e fazia rir; mas Oxaláera também valentão e turbulento. A sua jubilação no terceiro ano cus-tou ao padre Antônio José Coelho, e ao contínuo Joaquim José de Azevedo,graves ferimentos produzidos por cacete; e a outros lentes e empregados,ameaças e insolências. A vil agressão contra o padre Coelho causou in-dignação geral, entre lentes e estudantes. Ainda que a vítima não fosseuma grande figura, que se impusesse ao culto administrativo dos alunos,era um homem de bem, no exercício das funções de professor e diretor docurso jurídico.

- Bacharéis de 1842:

Antônio Coelho de Sá e Albuquerque 108 - PEAntônio Félix Alvelos Góis de Brito Inglês - PAAntônio Primeiro de Araújo Chaves - CECândido José de Moura - ALDuarte Coelho de Albuquerque Melo - PEFilipe de Barros Araújo - PEFernando de Sá e Albuquerque - PEFrancisco Xavier Pais Barreto 109 - PEFrancisco de Araújo Lima - CEFortunato de Araújo Chaves - CEFrederico Augusto Pamplona - CEFélíx Antônio Ferreira de Albuquerque - PBHipólito Cassiano Pamplona 110 - CE

107 Desde 1831, os lentes, em representação coletiva, pleiteiam essa mudança parao Recife. E em 1844 insistem. LOPESGAMAé que, em seguida, muda de parecer.

108 Conhecido político. Nasceu no engenho Guararapes, a 18 de outubro de 1821.Representou Pernambuco, a princípio na Câmara temporária e, depois, no Senado;udministrou diversas províncias e foi ministro dos Negócios Estrangeiros, e da Agricul-rura. Foi sob o seu ministério que se abriu às nações amigas a navegação dos RiO&Ama.zonas, Tocantins, Tapajós, Madeira, Negro e S. Francisco (dec. de 7· de dez. de 1866).Fnl c u a 22 de fevereiro de 1868, quando em viagem do Rio para o Recife.

109 Nasceu a 17 de setembro de 1821, em Cimbres, e faleceu, no Rio, a 28 de11I111'O d 1861. Magistrado, administrador, deputado geral, senador, ministro. V. PEREIRAliA COSTA. D/doui/rio biogrático.

no Nnrurnl do Ara ati u]a ornar a inaugurou em 1865. Fol Ilc-K('mIHlIl(nc!ol'd.1Itc·l. n 410<:1'[1111,(' "('PI'('S('IIIOII ssn provln Ia 110Cllmlll. "'II'PU' 101•. I' .l/lI" 1\I 1'11I111"/1,11 I()" '" do ti,· !flll'l, (I'\lelo 111I\(10 11 ~ d.' 1111.(I ti lHI I

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josé da Costa Machado Júnior - PBjosé Arcanjo Figueira de MeIo Castro - CE./ sé Tomás Arnaud - CEjose Maria da Serra Nogueira - MA./ rônimo Salgado de Castro Acióli PEJosé João de Carvalho - PE./ aquim Gonçalves Lima - PEI.ourenço Bezerra Carneiro da Cunha - PEManuel Claro Gonçalves Guerra - PEMi ruel Gonçalves Lima - PEP dro Bezerra de Araújo Beltrão - PES .bastião Antônio Acióli - PEVitoriano de Sá e Albuquerque - PE

1813 - O edifício do mosteiro ameaça ruínas, e os beneditinos, quehnvlnm cedido uma parte do seu edifício, a título provisório, não viam10111 bons olhos que o curso jurídico se eternizasse debaixo do seu velhoII'!O, corno parecia ser a vontade do Governo, surdo a todas as reclamações.'I'rncum-se ofícios, fazem-se vistorias, os lentes julgam-se em perigo, os fra-ti" mostram o seu desagrado; mas, ainda desta vez, o curso não se muda.A 11> doria do Coverno resolve que alguns consertos nas paredes fendidasI' 110 ussoalho carcomido deixarão os ânimos tranqüilos, para glória doII~! luto superior de ensino ali fundado. É um caso curioso esse da imo

11 1 lhili lade do Governo diante de tão urgentes solicitações.

- Ba haréis desse ano:

Antônio Borges Leal - PEI' «lr Antônio Elias Saraiva - CEAnl(}nio Teixeira de Borba - PEAdoHo José Assenço da Costa Ferreira - MAIk-ruardo Antônio de Mendonça Castelo Branco - AL(: II'IOH Ferreira França - BA(: I 1'1os Honório de Figueiredo - PEC 11'108 Luis da Silva Moura - PI1,'('I'lIl1l1do Alvaro da Câmara Paim - BA1"1'111 is o Xavier de Oliveira Pereira - BAC:OII 111(1 Batista Vi ira Júniorlll - CE11',dlo L 'ite Ferr ira de Sousa - PB,n,.qtlilll./ sé Nun s da Cunha Machado - PE'o tqtdlH J sé H nriqu - J>BJ 11 111 I'lIis de M IId oça Castelo Branco - AL, •• o d \ Araújo Argolo Gomes Ferraz - BAI" II FI'tll i8 o de Arruda Falcão - PE'41 ,\ " .• illno d Fglt 'ir' do - PB1,01111'11 'o .r R~ de' "'IH'II .iredo - PE1\1H"I'I AI'('uujo dI ,'lllva osta - PE

1II 11111 11 d. t\qll III~ (lRI t.lROO), lI·r· c1~ partldo COIIR '/'VIl<lOI' IW AlIlO I,,'ovln., 11, I ""I I II~ .~d" 11111 du, dltlHl1I 11 fI" () 11"111111I11111(1 m/llllm,

h,

Manuel Tertuliano Tomás Henriques - PBOtaviano Cabral Raposo da Câmara - RNPadre Tomás Pompeu de Sousa Brasil 112 - CEViriato Amélio da Cunha Gouveia - PE

1844 _ É nomeado diretor efetivo o bispo D. TOMÁS DE NORONHA,que exercera o cargo interinamente em 1839 e 1840. Substituiu o Dr .MACIELMONTEIRO.

_ O abade de S. Bento insiste com o Governo para desocupar omosteiro, onde a respectiva congregação pretende fundar um colégio, paraa instrução dos religiosos. . ,

_ Notava MACIEL MONTEIRO,em ofício de 28 de março, mais espI-rito de ordem no corpo discente, melhor procedimento, por não se envol-verem mais os alunos em lutas políticas; mas, in~elizmente, p~uco apr_o-veitamento, por falta de zelo nos lentes. E neste discorrer, propoe a fusaodas duas academias em uma só, havendo melhor escolha do professorado,porque, assim como se constituíram, são uma mui dispendiosa i.nutili~ade.

_ No relatório do fim do ano letivo, o diretor dá as segumtes infor-mações sobre alguns lentes: .

"1.0 O Dr. ZACARIAS,moço só na idade e no gosto natural de brilhar,Pelo seu abalizado talento, pela clareza e facilidade da sua expressão <a:rtoprova da clareza de sua inteligência), pela dignidade das suas ma.neuase comportamento, pelos seus princípios excelentes a to~os. os respeitos, _eenfim pela sua aplicação e assiduidade, me~ec~ o. prImeIro lugar .. Naotardará que ele seja um ornamento. do Brasil mteiro. Eu me. ~lono deo ter laureado doutor, e de ter feito o que pude por adquirí-lo paraa Academia.

"2.0 O Dr. Francisco de Paula Batista não tem menos talento, nemtalvez menos instrução; assim ele tivesse tanto estudo, tanta dignid~dee tanto caráter, tão bons princípios morais, e tantos títulos ao públ~corespeito, como tem o primeiro. Vive no Recife, empregado nos negóciosdo foro.

"3.0 O Dr. João Capistrano Bandeira de Melo tem distinto talento,instrução e boa moral e serviu assídua e utilmente, até que. há pertode três anos, passou para o Recife, onde se ocupa nos negócios do foro.

"4.0 O Dr. Pedro Autran é dotado de bom talento, de variada instru-ção e tem sido de grande utilidade à Academia, 'pela ~ua freqüência, .estudoe excelentes princípios; hoje, porém, pelos muitos filhos, e caquexIa, quesofre a sua esposa, passado para o Recife, tem, naturalmente, como osantecedentes, distrações ao seu magistério.

112 Nasceu, em S. Quitéria, a 6 de junho de 1818. Cursou o Seminário e a Aca-demia de Olinda. Ordenou-se em 1841. Foi ° primeiro diretor do Liceu Cearence. De-putado geral e depois senador. .Jornalista, redigiu ? Cearense e o Brasileiro.

Publicou: Principios elementares de cronologza (1851).Elementos rl(1{{lJ(}f{rojio. (I R&I) .CO'/lli)~!lflll ri p;nIJ/{IIIjlll (I HlíO) . 111\ <lnoll'o ('<lI~ CR.MtJ'l/ltllill W/II'11 // ,1//1/11I /11 /1/1 111I'/11I1/11' li n /lrflhll'l" ri" 111'ov/lIrl" rio C()rlT{l, lSf,7.M/ll/lIl, /I ~/III/IIII/ tI,I 1"11 "11 , 1111 1:1\11 (lU 1\ ,IÚ/III // (flll/I/II 111 "i I"" 111I111 ,111 I' ,I" , .til. lilllIII

.'\!tl/ll I" d, .'11111111" d, 1"1/ f 11111 'li'

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"5.0 O Dr. José Bento tem bom talento e muita viveza. Exerce, comdistinto crédito, a advocacia no Recife, e está, por isso, no mesmo casotios precedentes.

"Os que moram em Olinda satisfazem, em todo o sentido, os seusrlev .res. Quanto aos outros lentes e substitutos, pouca diferença conheço1'111 rc eles, respectivamente a talentos; mas todos têm louváveis costumes eI snz capacidade para o seu ministério; parece-me, contudo, que os dois

VII Ias viriam a se distinguir se não se entregassem, no Recife, ao foro e àpolítica. O Dr. Coelho tem sido sempre útil, pela sua eterna residência, e11 o menos o Dr. Nuno, que, para isto, habita mesmo no mosteiro, regendo,II('q üentemente, alguma cadeira".

- Bacharéis de 1844:

Adriano Manuel Soares - MAAfonso de Albuquerque Melo - PEÂngelo Francisco Ramos - BAAntônio Augusto da Silva - BAAntônio de Carvalho Raposo - PEAntônio Gonçalves Nunes - PAAntônio Manuel de Aragão e Melo - PBAntônio Maria Machado - PAAntônio de Sousa Garcia - PBAntônio Tristão de Serpa Brandão - PECássio Antônio da Costa Ferreira - MAI) Hino Augusto Cavalcanti do Albuquerque - PEErmano Domingos de Couto - BAEl utério Augusto Ataíde - PEPadre Caspar de Siqueira Queirós - PA; rvásio Gonçalves da Silva - PE

(;I'aciano Adolfo Cavalcanti de Albuquerque - PBIna io José de Mendonça Uchoa - ALJOs' Henrique de Oliveira - PE./os' Maria Pinheiro de Vasconcelos - BAJ úli César Berenguer de Bittencourt - BAJ('Nulno de Sousa Martins - PI10 Augusto de Sousa Leão - PEl.our nço Acióli Wanderley Canavarro - ALIj'oc:ldio Cabral Raposo da Câmara - RNI.lIls orreia de Queirós Barros - PE1.lIls José de Medeiros - PE1\IIIIIlIICl França Fernandes Vieira - CEI\IIIIIIU I Rodrigues Pinheiro - PE1\1I rxirniano Lopes Machado 113 - PBH unu 1 Wallace Mac-Dowell - PAH mch de Bittencourt Berenguer César - BA

t 111 Nasceu m 1821 e faleceu em 1895. Advogado, político e historiador. Viv li

1111Itl" r.,. IIlId publi u vários trabalhos, entre os quais a segunda edição da Históriadll iruulu; ti rI" IfH?, pUl' MI/N'1, T,\v,\ltf.s, com xt nsa introdu. sua.

1\\I

Vítor José de Castro Barroca - RN

- Bacharéis de 1845:

Antônio Benício de Sousa Leão Castelo Branco - PBAntônio Marcelino Nunes Gonçalves 114 - MAAntônio Francisco Pereira de Carvalho - PEÂngelo Henrique da Silva - PEBernardo José Meira Coutinho - PortugalCanuto José da Silva Lobo - CEDomingos José Nogueira Jaguaribe 115 - CEDomingos Ribeiro Folha - BAEstêvão de Albuquerque Melo Montenegro PEFrancisco Zuzarte Baiense - BAFrancisco Rodrigues Lima Bastos - CEFrancisco Félix Vilar de Carvalho - PBFernando Pereira de Castro J únior - MAJoão Clemente Pessoa de Melo - PEJoão Antônio Alves - PAJoão de Araújo Freitas Henriques - BAJoão Batista Passos - PAJoão de Carvalho Fernandes Vieira - CEJosé Maria Cardoso - PBJosé Assenso da Costa Ferreira - MAJosé Antônio de Figueiredo 116 - PEJosé Rodrigues de Passos Júnior - PELuís Gonçalves da Silva - PEPadre Leonardo Antunes de Meira Henriques - PBManuel Batista Sanches - PAPadre Manuel Joaquim de Miranda Lobo - PEPadre Manuel Maria de Morais Acióli - PETomé Fernandes Madeira de Castro - PE

1846 - Correu agitado este ano, e o bispo diretor, em ofícios aoGoverno, externa-se de modo áspero contra os perturbadores da ordem nosatos acadêmicos.

- Prepara-se o antigo Palácio dos Governadores para receber o cursojurídico.

- Bacharelaram-se:

Adriano José Leal - BAAntônio César Berredo - MAAntônio Cerqueira Lima - BABernardo da Costa Barros - R J

114 S nador pelo Maranhão.115 Viscond de }aguaribe. Nasceu, no Aracati a 14 de setembro de 1820. Depu-

In(\ provlll ial, ti putado geral, senador. Fez parte do Gabi~ete de 7 de março deI tl71. qUI' obi v' a lib rtação dos filhos de escravos. Na magi .tratura as ndeu at 11Itl-II ., () (\0 Rio d }all Iro. Fal u, n sta última cidad , a 5 de jUllh() ,lt- 11\10,

lI( !.('ule,

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Carlos Fernandes Ribeiro 117 - MAFausto Benjamim da Cruz Gouveia - PBFrancisco de Paula da Silveira Lobo - PBHonório Fiel de Sigmaringa Vaz Curado PE.José Gomes de Paiva - PAjosé da Costa Lima Castro - RJ.José Antônio Gomes Neto - BAJosé Ângelo Márcio da Silva - ALJoaquim Tibúrcio Ferreira Gomes - BA.Joaquim Procópio de Figueiredo - PE.Joaquim Elviro de Morais Carvalho - PEJoão Rodrigues da Silva J únior - PEJoão Francisco Duarte - PEJoão Lustosa da Cunha Paranaguá 118 - PI

1847 - Falecimento do diretor, o bispo D. TOMÁS DE NORONHA, nodia 9 de junho. A 17 de julho é nomeado LOPES GAMA, que tomou possea 1 de outubro.

- Pela segunda vez, os motejos a que os veteranos submetem os no-va tos determinam o lamentável sacrifício da vida de um jovem. O pri-111 iiranista Hipólito Dornelas de Albuquerque Melo, numa reação exces-sivamente violenta, é causador da morte do terceiranista Francisco JoséMartins.

- Tomaram o grau de bacharel:

Antônio Agnelo Ribeiro - BAAntônio Pinto da Silva Vale - CisplatinaAntônio Epaminondas de Melo - PEAmare Bezerra Carneiro Cavalcanti - PEAugusto Leal de Meneses - BAAugusto da Silva Teles - BADomingos Gomes Ferreira Veloso - BAEsperidião Elói de Barros Pimentel - ALFrancisco Marques dos Santos - BAFrancisco Xavier Cavalcanti de Albuquerque J únior - PE

117 Médico. Tomou parte distinta no jornalismo acadêmico. Chefe político li.'''''111 nu sua província.

IIR Marquês de Paranaguá. Nasceu a 21 de agosto de 1821. Fez os seus primeirosf ~,'f(ION nn Bahia e foi concluí-los em Olinda. Ainda estudante, foi eleito deputado)11'"' "di" no Piauí. Depois de formado, foi residir na Bahia, onde se casou com D.~lilllll Amn nda, filha do futuro Visconde de Monteserrate: exerceu cargos de justiçaI ""I 1·1,·1'0 11 putado provincial. Em 1850, o Piauí enviou-o, como seu representante, à Câ-11I1f11l tlON Deputados gerais; e, em 1865, entrou para o Senado pela mesma província.1'11 ,1"·",, ti . polfcia na província do Rio de Janeiro; presidente do Maranhão, Pernam-111"" f' 1I11hia, ministro da justiça, da guerra, da marinha, de estrangeiros e da fazenda.

I 11ti 11 1"11. d Direito em Petrópolis, desde 1862, foi removido para a 3.a vara civil daIII"{', {'III 1871, e desta para a de órfãos, em 1873, na qual se apresentou, em 1878,'''"' ti hnnrns de desembargador, quando foi nomeado conselheiro de Estado. Prestouli 1,,1' '"IC'M H rvlços na ociedade de Geografia e no Instituto Histórico, tendo P" si lido, 111111 1MC'RN,H 1,)('11m 'fitas assoclaçõ s. Na polltica, dispôs ele excepcional prcsugto.

1"111""'11 n li d" ft'v., relro (I' H)12. Sohr 1 h;\ um studo de FÉux PA 11 '. O.

1111 II

Herculano de Araújo Sales - CEJoão Luís Cavalcanti de Albuquerque - BAJoão da Costa Lima e Castro - RJJerônimo Cabra I Raposo da Câmara - RNJoaquim Francisco Ribeiro Coutinho - RJJoaquim jerônimo Fernandes da Cunha - BAJoaquim Antônio de Faria Abreu e Lima - PEJOSé Jerônimo Pacheco de Albuquerque Maranh,ão - PEJosé Maria de Albuquerque - PEJosé Pacheco de Morais de Albuquerque Maranhão - PEPadre Lindolío .José Correia das Neves - PBLuís Antônio Pereira Franco - BAManuel Firmino de Melo - PEManuel José Domingues Codeceira PEMiguel Filipe de Sousa Leão - PEPedro Leal de Meneses - BA

1848 - LOPES GAMA faz sentir a falta de lentes, atraídos pela políticaC colocações mais lucrativas. Do Dr. Pedro Francisco de P~ula. Cavalcantide Albuquerque diz que há treze anos não exerce o magistério e que oGoverno obraria acertadamente se o jubilasse, pois fizera- se senhor deengenho e morava cinco léguas distante de Olinda.

A jubilação realmente veio ao eminente chefe político do Norte, semc ntudo afastá-lo da Academia, da qual virá a ser diretor por muitosanos, de 1854 a 1876.

O Dr. Manuel Maria do Amaral, desde 1845, está em comissão deinspetor da Tesouraria da Fazenda da Bahia; o Dr. João C:apistranoBandeira de Melo preside a província de Alagoas; o Dr. Zacarias, .de.sde1845, exerce comissões políticas, que o afastam da Faculdade de DIreito;.IcrÕnimo Vilela representa a sua provínci~ na .Câmara ~os Deputados.; ena Assembléia Provincial se acham J oaqUlm Vilela e Tngo de Loureiro.O ensino havia, necessariamente, de se ressentir desses desvios da ativi-dade profissional.

- Rompe a revolta praieira, que teve em Olinda u~ do~ seu~ ce?~roscI formação, e invadiu a Academia, arra~cando d~s CO~It~ç~es Clen!lÍ:casos que se haviam consagrado ao sacerdócio do ensmo jurídico. J erommoVil Ia Tavares foi um dos signatários do Manifesto de 25 de novembro de1848, esteve sempre ao lado de Nunes Machado, sofreu desterro .par~ti 'mando de Noronha e perdeu a sua cadeira de lente, à qual depois fOII' .snruído. .

- Formaram-se:

Ant niAntôniÂlllôni 11 t ôu i

I\tlillio111 11 o

Manuel de Matos Freire - SEAnes J ácome Pires J únior - PE

a tano de Almeida - BAJ aquim Buarque - PE'N hr d AIm ida Ca tr - SE1'('.' \ll'a PI' Nt H - R

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Antônio Rangel Torres Bandeira 119 - PEAntônio de Sousa Mendes - PIAfonso de Albuquerque Maranhão - PEBento Bittencourt Berenguer César - BACaetano Maria de Paiva Lopes Gama - GOCândido da Silva Rodrigues - RJDomiciano Ferreira Monteiro de Barros - MGFirmo .José de Matos - PEFrancisco Garcia do Amaral - PEFrancisco de Paula Albuquerque Lins dos Guimarães Peixoto - PBGasparino Moreira de Castro - BAGustavo Aniceto de Sousa - BAGregório de Castro Mascarenhas - PEJosé Maria Moscoso da. Veiga Pessoa - PEJosé Camilo Ferreira Rabelo - PEJosé Manuel Fernandes Ramos - BAJosé Antônio da Rocha Viana - BAJaime Carlos Leal - BAJoaquim José Lamaígnere Viana - MAJoaquim Francisco de Miranda - PE.João Pedreira do Couto Ferraz - BAJoão Paulo Monteiro de Andrade - PEJoão Francisco ?a Silva Bra~~ - PE.[cão Dias Coutinho de AraUJO Pereira PE'Luís Lopes Castelo Branco e Silva - PILeonel Estelita Ferreira Neto - BAMiguel José de Castro Mascarenhas - PEPadre Manuel Tomás de Oliveira - PEManuel Inácio de Medeiros Rego Monteiro - PortugalManuel Duarte do Vale Júnior - MAManuel Dantas Correia de Góis - PBManuel Clementino Carneiro da Cunha - PBManuel Bernardino Batista Pereira - RJP dro Antônio da Costa Moreira - ALPaulino da Costa Braga - CERi ardo Décio Salazar - MASnlvador José Correia Coelho - SPS .bastião José da Silva Braga - PESirnplí io Hemetério Machado - MAVirgínio Henriques Costa - BA

Formaram-se em 1849:

11~ISC'U a 17 de outubro de 1826, na cidade do Recife, e faleceu a 11 de no-Vl'lIlhl(1 til' I 72. Lente do Liceu pernambucano e, depois do Ginásio pernambucano."Mil 101' rI' uudo, organização literária bem caracterizada, produziu, em vários ramos,II','MI do nüm .ro d trabalhos. Direito, religião, filosofia, política, crítica literária, poesia,11111111~1'1i!"I'OHque pcrlustrou, Não se acham coligido.s em volumes; porém, dari~m1111 I 111' <1"1111.'d· 800 páginas, segundo calculam. Castilho gabou-lhe a pureza da Iin-,III~I'UI, I (·1('1{.n Ia da C\'~8 , a erudição. Foi deputado provincial. Ver: H, C. PEREIRh111 Mil), () bn hnml Ar'/{)nio Rangel Torres Bandeira, P rnambuco 1878; PElu:mhI1 <:0 IA, f);titnllll'io lJiog,.,lfico; Sh f\hMENT DLhKE. Diciondrio bibliogrllfi o.

fI!/I

Abílio José Tavares da Silva - PEAgostinho Eduardo Pina - PEAurélio da Costa Vilar - PEAntônio Carlos de Almeida Albuquerque - PBAntônio Lopes Ferreira da Silva - BAAntônio Luís Afonso de Carvalho - BAAntônio Vasconcelos Meneses Drummond 120 - PEBento José Fernandes de Almeida - BACaetano Estelita Cavalcanti Pessoa 120a - PECristóvão de Barros Lima Monterazo - PECrispim Antônio de Miranda Henriques - PBCaetano Vicente de Almeida Galião Júnior - BAEmídio Henrique da Silva - PEFrancisco Antônio de Almeida Albuquerque - PBFelinto Henrique de Almeida - PBFernando Cândido de Alvear - MAFrancisco Maria de Almeida - BAFrancisco Seráfico de Assis Carvalho J únior 121 - PEFrancisco de Assis Oliveira Maciel - PEFrancisco Alves da Silva - PEGuilherme Clemente Marques Bacalhau - PEGonçalo Muniz Barreto - BAHenrique Cavalcanti de Albuquerque - MATIemetério José Veloso da Silveira Júnior - PEInácio de Barros Barreto Júnior - PEInácio Joaquim de Sousa Leão - PEIvo Miquelino da Cunha Souto Maior - PBJoão Antunes Correa Lins Wanderley - PEJ ão Cerqueira Lima - BAf oão Vítor de Carvalho - BA)csulno Marcondes de Oliveira e Sá - SPPadre Justino Domingues da Silva - CEJoaquim Aires de Almeida Freitas - BAJ aquim Batista Moreira Júnior - PortugalJoaquim Canuto de Figueiredo - PEJoaquim Eduardo Pina - PEjoaquim Pires Machado Portela 122 - PEJoaquim de Sousa Reis - PEJosé Coelho de Oliveira - PEJosé Luís de Melo Acióli - PE.Iosé Casado Acióli Lima - ALjosó Fernandes Vieira - CE

I~{) L .ntc,I~()" Magistrado. foi desembargador na Relação do Ceará.1l.!1 Foi d putado geral por Pernambuco na legislatura de 1881-1884. Faleceu

III'~II' 1\111111I)[\11 . -I')i.! Ikplllfl(lo por P .rnambuco em mais de uma lcgislatura, Um dos fundador M

1111111I 11I11l Alqll(·olól.(l o I' 'l'Iliunbu ano. Di r tor do Arquivo na ional. Entre (HlIIII~I'"hllll ". (Ir! oU 1I (;OIlS/;/II; ,80 poltü a do l/IIpério do Brasil 0'11/1'(111/0/111 //1//' 111'

II/HI I 11 li, 'I"" 111. 1~7(.

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José Francisco Caldas Júnior - RJJosé Maria Ferreira da Silva - PBJosé Mariano Lustosa do Amaral - PIJosé Moreira Brandão Castelo Branco - RNLodoIfo Herculano Marinho Falcão - PELuís Laurindo Pais e Lima - ALManuel Antônio de Oliveira - RNManuel Benício Fontenelle - MAPadre Manuel Caetano de Almeida Albuquerque - RNManuel Inácio de Carvalho Mendonça - PEManuel Meneses Ribeiro - PEManuel de Oliveira Cavalcanti de Albuquerque - PEManuel de Sousa Garcia - PEProcópio Marques de Araújo Góis - BAPio Xavier Garcia de Noronha - BAPedro Muniz Barreto de Aragão - BAPedro Epifânio Soares - BAPedro Miguel Lamaignere Viana - MAPedro Camelo Pessoa - PERicardo Pereira da Rosa Lins - ALRicardo Pinheiro de Vasconcelos - BARozendo César de Góis J únior - ALRodrigo Castor de Albuquerque Maranhão - PERaimundo Antônio de Carvalho - PISalvador Correia de Sá - R JVenâncio Henrique de Resende Mendonça - PE

- Formaram-se em 1850:

Antônio Maria de Faria Neves - PEAbraão dos Santos Sá - PEAfonso João de Mendonça - PEArquias Espírito Santo de Meneses - BAArtur Espírito Santo de Meneses - BABrás Florentino Henrique de Sousa 123 - PBJ) odoro Ulpiano Coelho Cataneo - PEFrancisco Lins Caldas - PEFilipe de Sousa Leão - PEFlorõncio da Silveira Cavalcanti de Albuquerque - PE10'1':111.isco Brederodes de Andrade - PEFI':lIIc.is o Rabelo Leite - SEFrnn .ísco José Rabelo - PBF 'li da Costa Morais Júnior - ALFilip' d Barros Vasconcelos - RJFj IiP J:m .en de Castro e Albuquerque - R J(:()IlÇ':t! Vi ira de Carvalho e MeIo - SEllisl) '10 ]'1 rentino Correia de Melo - PE

1"11 1,,'1011',

fi

l r nrique Bernardino Marques Canarim - RNIlermenegildo Antônio da Encarnação e Silva - MAIvo Miquelino da Cunha Souto Maior - PB.J sé Cândido Dias - PE./ sé Lourenço Meira de Vasconcelos - PEjosé Maria Ramos Gurjão - PE./o é Martins Alves - PE.José Piauilino Mendes Magalhães - PE.I sé Próspero Jeová da Silva Coroa 124 - PEjose Ribeiro Pereira Guimarães Júnior - BA.J é Fernandes Vi eira Bastos - CE.J sé de Almeida Meneses Costa - MAJúlio Barbosa de Vasconcelos - PE:J aquim Pires Gonçalves da Silva - PE.Joaquim Ferreira Bandeira - BAjoão Leite Ferreira j únior - PBI, ocádio de Andrade Pessoa - CEl conardo Marcolino de Lemos - MAl.codgero Gonçalves da Silva - PELuís Salazar Moscoso de Melo da Veiga Pessoa - PELuís Lopes Teixeira de Moura J únior - CELuís Inácio Leopoldo de Albuquerque Maranhão PBLuis Alvares de Azevedo Macedo - RJ

ésar Bezerra de Góis - ALManuel Pedro Alvares Moreira Vilaboim - BAManuel Teixeira Soares - BAManuel Rodrigues Vilares - GOManuel de Araújo Argolo Ferrão - BAManuel Francelino Guimarães - BAManuel Leão Veloso - BAManuel Venescopo Catanhede - MAR mualdo Antônio de Seixas - RJS ibastiâo Antônio Acióli Lins - PES .bastião Antônio Cardoso - BAS .bastião Gonçalves da Silva - PES 'I' io Dinis de Moura Matos - PES 'v ri no Alves de Carvalho - MA,I'it Franco de Almeida 125 - PAVi ente Alves de Paula Pessoa 125a - CE

I~II Nasceu a 25 de abril de 1825 e faleceu, no Rio de Janeiro, a 28 de abrild" IH 10, ,:: a 1110-"do Vadc-mecurn forense, do qual se tiraram muitas edições, do Re-'/ "11110 tio crinie das Imperiais resoluções tomadas sobre consultas da Seção de Jus-I '11 do Conselho de Estado, etc,

li.!!'; NIIN <:11, m Bclérn, a 4 de janeiro de 1829 e faleceu a 17 de fevereiro de 1899,1,11111'o 1lllll10H S ritos, que publicou, sobressai O conselheiro Francisco José Furtado,Ir /11//111t " l'Hllldo da hiSlória polttíca contemporânea.

I"r,,, ,..lho do N .uador Francisco de Paula Pessoa, nasceu em Sobral, a 29 de1.1111/I ti,· IH:.!H,Milfll~ll'lIdo, np s IItOll-S com as honras de ministro do llpr mo T'ribunn ld. 1""1 li, ('II\rU'1I 11 !lI (/t' 1I1l11'~O de IAA!!, Publí 011: Anotações !l lei r ,,('{(.llll/lIm,/1I ,11I111/1

" rl» /1'"111/ \1',1111, IH? , (:tllll/{I/ 11;",;11I" tio 1"'1)(',io (/r, 11ra«11, Ili77. ".1' l'tI 1111 IIiH t;

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Venceslau Antônio Pires Jequitinhonha - MG -Vicente Justiniano Bezerra Cavalcanti - PE

1851 - Os estudantes Carlos Pedro Ribeiro, Severino Alves de Car-valho ~ outros fora~ condenados, pela Congregação, à suspensão de atopor seis anos, em virtude de tumultos, na ocasião dos exames do quintoano, a que pertenciam. O Visconde de Goiana, diretor de então, recorreu,(:x-(~fficio) do ato da Congregação, e o Governo reduziu a pena à privaçãoti' fazer exame, por um ano, somente, a contar de 22 de novembro de 1851.

Referindo-se a esse fato, o Dr. JOÃo MENDESnega que tivesse tomadoparte em motins; mas acrescenta que, pretendendo fazer exame, no anos 'gllinte, em S. Paulo, foi obstado, em virtude de um aviso do ministrodo Império, Francisco Gonçalves Martins, depois Visconde de S. Lourenço,<llI o declarara impedido, assim como, os seus companheiros, de fazer ato,enquanto não se libertassem da ação penal que contra eles corria no foro(k Olinda. Era um processo de tentativa de morte contra o Dr. PedroAutran, Recolhido ao estado-maior do corpo de polícia do Recife, a fimde recorrer da pronúncia, para o juiz de Direito, que era Nabuco deAraújo, este não somente reformou a sentença do juiz municipal de Olinda,('omo o achou incurso em responsabilidade, e ordenou que se desentra-nhassem peças dos autos, a fim de serem processados os que, como teste-11111nhas, perjuraram nesse processo 126.

- Bacharéis de 1851:

Aelelino Antônio ele Luna Freire 127 - PEAgostinho Moreira Guerra Júnior - PEAlexandre Jacinto ele Mendonça - PEAlípio da Costa Vilar - PEAelelino Augusto Cândido Carneiro ela Cunha - PBAntero Manuel ele Medeiros Furtaelo - PBÁprígio Justiniano ela Silva Guimarães 128 - PEAugusto César ele Meeleiros - PEAugusto Lamenha Lins - PEAugusto ele Sousa Leão - PEAureliano José Lessa 128 a - MG

1/1'p.III"~lIellto das relações do Império, 1879; Código do processo criminal de primeira/ll/rllI i«, 1880; Anotações à reforma judiciária, 1874, 2.a ed. em 1880.

":1':1 11m dos chefes liberais do Ceará e foi escolhido senador por essa província em1/lU I (S'I'UI}ART). '

I:lU li lgumas notas genealógicas, S. Paulo, 1886, ps. 461 a 463.I)u AI'<lui~o. Públic? .apenas consta a sentença de Nabuco, reformando o despacho de

plllIll\II('I1I do JUIZ m.umCJpal do termo de Olinda em relação a Carlos Pedro Ribeiro,'1'11' Itllld\'llOlI por cnme de ameaça (arts, 207 e 208 do Código Criminal) , absolvendo-o,1111IIII'NIIII, I 'mpo,. da imputação d~ crime de ferimento. !>os outros processos e sentenças11 o 101I~lum cópias; mas o depoimento do Doutor JOAO MENDES de Almeida merece1111"1 1 fé.

1:.!7 Distinto magistrado, foi presidente de província e faleceu como desembargador.1'11•• 11111>/)11cultura e dedicava-se ao estudo da história pátria.

Il.!H L '111 .I"H" Nns LI m 1828. BLAKE diz que na cidade de Diamantina SILVIO R MIORO na

/I 1111rI" ti" titrrntura Inasileira, lI, p. 218, tamb m o dá orno nas ido .rn I);OIllIlIl(il1.1111111111111IHlo l'illlll'l'IIS 11' RI,IINAllI}() ,UIMARÃI(S nmig ompauhctro !k 1,FS~A, '

11li',

André de Albuquerque Maranhão Cava1canti - RNAntônio da Cunha Cava1canti ele Albuquerque Melo PBAntônio Filipe de Albuquerque Maranhão - PBAntônio Ferreira Martins Ribeiro - PEAntônio José ele Morais Júnior - PEAntônio Vitrúvio Pinto Bandeira Acióli de Vasconcelos 129 - PEAntônio Joaquim Roelrigues - BAAntônio Pereira Nunes - PEBernarelino ele Sena Dias J únior - PEBenjamim Franklin Torres ele Barros - PECarlos Eugênio Duarche Mavignier - ParisCarlos Freelerico Marques Perdigão 130 - R JCarlos Pedro Ribeiro - MAClauelino José dos Santos Leal - PBClauelino Gomes Soares Lopes - PEEduardo Pindaíba ele Matos - MAFirmino Gonzaga de Sousa - BAFrancisco ele Farias Lemos - PEFrancisco J ovita Cava1canti ele Albuquerque MeIo - PBFrancisco ele Sousa Cirne Lima - PEGuilhermino Marques ele Sousa - BAHugolino Aires ele Freitas Albuquerque - PEInocêncio Seráfico ele Assis Carvalho 131 - PE.João Carlos Augusto Cavalcanti Velez ele Guivara - PEJoão Hircano Alves Maciel - PEJoão Vicente ela Silva Costa 131 a - PEJoão Fernandes Vieira - CEJoão CIímaco Lobato - MAJoão José de Oliveira Junqueiro Júnior - BAJoão Laelislau Japiaçu ele Figueireelo Melo - BA.Ioão elos Reis de Sousa Dantas - BAJoão Ricarelo da Costa Drummonel - BA

AURELIANO LESSA foi companheiro na Faculdade de S. Paulo, que primeiro fre-'I •.IIIOU, de uma p1êiade brilhante, a que pertenceram ÁLVARES DE AzEVEDO, BERNARDO(;IIIMAI\ÃES, CARDOSODE MENESES, SILVEIRADE SOUSA. Foi um bom poeta romântico. SiLVIO11 \) (I acha inferior a ÁLVARESDE AzEVEDO, nem a Bernardo Guimarães. Faleceu em 1861,111 !I!I anos de idade. Depois da sua morte, foram as suas poesias reunidas em volume111111um prefácio de BERNARDOGUIMARÃES: Poesias póstumas do Dr. Aureliano José Lessa,It I•• (I ' Janeiro, 1873.

129 É um dos fundadores do Instituto Arqueológico pernambucano, ao lado de'I'WI'('S Bandeira, Pires Portei a, Soares de Azevedo e Salvador Henrique de Albuquerque.I', IIII()I' de alguns romances, como Lesghir, Sessenta anos depois, Taliarato; redigiu ottn!» SIIXO e o Cosmopolita; e escreveu para o Diário de Pernambuco trabalhos literáriosdi' vürlos géncros. Representou Pernambuco, na sua Câmara regional.

1.10 R digiu a Gazeta jurídica, Rio de Janeiro, 1873·1887; é autor do Manual doI;,'(/I/(II Criminal brasileira, em dois grossos volumes; do Espírito da família na Escola,I' 111-1l1l1l'OHtrabalhos jurídicos insertos em jornais. Ainda em 1901, assistiu à discussão1111CI\<llflO lvil na limara dos Deputados, convidado pela comissão especial incumbidadll ('"111110ti 'SH Rist ma de leis.

I H 1'\ 1.1'111' d aritmética e g ornctria no Curso Anexo.1111 p,t)r\'SNOI' tI(· I' 'I ri a 110 urso An xo, r P" sentou a sua provln in nu ,~mnl'n

1II11plll 1 li, 11.11'1\1 1111I11Iti· 1878·1881.

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Jerônimo Macário Figueira de Melo 132 - CE _Juvêncio do Rego Rangel - PEJosé dos Santos Nunes de Oliveira Júnior - PE.José Pedro Werneck Ribeiro de Aguilar - RJjose Joaquim de Miranda Horta - RJ.José Martins Fontes - SE.José Egídio de Oliveira Mendes - BAJosé Carlos da Costa Ribeiro - PBJoaquim da Costa Ribeiro 133 - PBJoaquim Antônio Carneiro da Cunha Miranda - PEJoaquim Francisco Duarte Júnior - PEJoaquim Francisco de Melo Cavalcanti Júnior - PEJoaquim de Paulo Cavalcanti de Lacerda - PELuís de Holanda Cavalcanti de Albuquerque - RJLuís Rodrigues Vilares - GOLuís Rodrigues de Albuquerque - PBLuís Filipe de Sousa Leão 134 - PELuís Afonso de Albuquerque Maranhão - PBLino Reginaldo Alvim - BALeandro Ribeiro Siqueira Sobral - SELeandro Ribeiro Siqueira Maciel - SELeandro Bezerra Monteiro 135 - CEManuel de Albuquerque Machado - PEManuel Henrique Cardim - PEManuel Tomás Barbosa Freire - PEManuel Raimundo Teles de Meneses - SEManuel Pinto de Sousa Dantas 136 - BAManuel Carrilho da Costa - BAManuel Moreira Guerra - RSMarcos Antônio Rodrigues de Sousa - PAMarcos Correia da Câmara Tamarindo - PEMiguel Arcanjo Moreira de Andrade Júnior - PE

linto José Meira 137 - PB

132 Sobrinho de Jerônimo Martiniano Figueira de Meio, nasceu em 1830. Foi pro-1110101'público e deputado provincial; fez-se depois advogado e fazendeiro na Paraíba do.111,

III!l É autor das ROTas vagas, l.a edição, Recife, 1851, 2.a edição, Rio de Janeiro,IH71. M li i tos dos seus versos, de um suave lirismo, eram cantados nas províncias do Norte.1'0 dlHlllllo magistrado.

IlH Chefe político em sua província, que representou na Câmara temporária e no.1'"11110,

111!l Nasceu no Crato, a II de junho de 1826. Representou Sergipe e o Ceará, naI: 111111'11lell1l oraria. Advogou por muito tempo na Paraíba do Sul, onde se fez benquistodo povo P .los benefícios, que prodigalizou. Faleceu a 15 de novembro de 1911, em Niterói.\'1'1 o Dlrionário de STUDART.

I !lU Notável chefe liberal, representou a Bahia como deputado e como senador,I 111 1IIIIIisll"O de Estado mais de uma vez. A sua popularidade foi das mais extensas.

1117 Foi. deputado g ral, chefe de polícia e presidente do Pará e do Rio Grande doNIIII!', Ikl nndo :1 poltrica, f z-s agricultor no Rio Grande do Norte. Homem de cultura1I11 1111, IlIlIul.la. (.'. I'~li de M ira S~, d Augusto Meira, qu lhr- puhli 11 algunsI 111111, I' dI' MIHII('\ M ·Ira. EIIlr(" os trabalhos írnpr aROS, notnrn-se: /,I'WIIIIII (1(1 castro

11I\

Pancrácio Frederico Ribeiro - BA

1852 - Transfere-se o curso jurídico do mosteiro de S, Bento parao palácio dos antigos governadores, depois das necessárias adaptações. Amudança se fez aos poucos, A 26 de agosto já funcionava o quinto ,anono edifício reformado, que ficou conhecido pelo nome de Academia, eos outros anos ainda se hospedavam no velho mosteiro arruinado. Em se-tembro, abriram-se, no novo prédio, as aulas de outros anos, e assim dentroem pouco, estariam os lentes e os estudantes livres ~o ~esadelo, em q.uese tornara o mosteiro de S, Bento, do qual certo dia tiveram de fugir,durante as horas de trabalho, saltando alguns rapazes pelas janelas, quearrombaram, tomados de pânico, talvez exagerado pelo espírito de troçaem alguns.

- Formaram-se em 1852:

Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti 138 - ALAmérico de Sousa Gomes - BAAprígio Ferreira Gomes - BAAugusto César da Silva Rosa - MAAnísio Salatiel Carneiro da Cunha 139 PBAntônio Aguiar de Barros - BAAntônio Duarte da Silva Valença - BAAntônio Alves de Sousa Carvalho - PEAntônio José da Costa Ribeiro 140 - PEAntônio Luís Cavalcanti de Albuquerque - PEPadre Antônio da Cunha Figueiredo - PEAntônio Brito de Sousa Gaioso - MAAntônio Pedro Ferreira Monteiro de Barros - MGBento José da Costa Júnior - PEClaudino Gomes Soares Lopes - PEConstantino José da Silva Braga - PECarlos Pedro Ribeiro - BACipriano de Almeida Lebrão - BADaniel Acióli de Azevedo - BADeocleciano Soares Albergaria - BADomingos José da Silva Couto Júnior - BADionísio Eleutério de Meneses - SEDiogo Velho Cavalcanti de Albuquerque - PEDomingos Soriano Fernandes Soares - PE•rnesto Pio dos Mares Guia - SE

Francisco do Rego Barros Cavalcanti de Lacerda PEFrancisco de Barros Lima Monterazo - PEFrancisco Epifânio de Paula Santos Aleluia - PE

I.II/IN (' o 1 ele Maio; Carta a Joaquim Nabuco; Memória apresentada ao CongressoH,lrolll do R cif, m 1878.

I~H :-kllhor de engenho e distinto chefe polltico republicano m P rnambuco,111~ (;Olll(> d .putndo g .rul p 'Ia Paraíba t v UI1l 1101111'0 11m tnnto I'IRpldo com

I ,Ull 1'11', '1111' 111(' 1't'~p()lIdl'1I om ironia f rina.1<10 (;ollhc'('ido IId\'OllllclO c' potulco. 1101ckplll(l(lo i{C'111.

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Francisco Fogaça Bittencourt - BAFrancisco José da Rocha - BAFrancisco José de Meira Júnior - PBFrancisco Leite da Costa Belém - ALFrancisco de Paula Fernandes Vieira - CEGabriel Soares Raposo da Câmara - RNGustavo Adolfo Ramos Ferreira - PAGratuliano José da Silva Porto - SEGonçalo Vi eira Teles de Meneses - SEJoaquim Ferreira Chaves - PEJoaquim Altino dos Santos - PEJoaquim Amaro de Sousa Paraíso - BAJoaquim Carneiro de Campos - BAJoaquim de Melo Rocha - BA.Joaquim Antônio Ribeiro - MA.J ustiniano Leão Veloso - BAJoão Antônio de Araújo Vasconcelos - BA.foão Ferreira de Moura 141 - BAjoão Bernardo de Vasconcelos Coimbra - RJjoão Filipe de Cunha Bandeira de Melo - CEj oão da Mata Correia Lima - PB.Ioão da Rocha Holanda Cavalcanti - PEjoão Sebastião Pereti - PE.I sé Francisco de Albuquerque Cavalcanti Lins - PE.I sé Pereira da Silva Morais - BA.I sé Nicolau Pereira dos Santos - PE.Ios , Antônio Alves Serrão - MAjosé Carlos de Almeida Torres e Brito - BAjose Maria Freire Gameiro Júnior - PE./os Maria da Trindade - PEjosé de Sá Cavalcanti Lins - PE.Ios ' Mariano Alves Serrão - MA./os Vicente Duarte Brandão - CE./os' Liberato Barroso 142 - CE./os' Manuel Duarte Lima - RJ.Ios ' Martins Vieira - RJ.10, ' Maria Gonçalves Guimarães - SP1,IIIs Filip de Sampaio Viana - PE1,IIIs josé de Cerqueira Mendes - BAMIIIIII , Jsidoro de Miranda - PEM 11111" Mam de da Silva Costa - PEM 111\1'1 dn ilva R go 1-111 - PEN IIH)t' (;:11'11 iro 13 'i. rra avalcanti - PEN «lI II1 Afoliso d arvalho - BA1'01 I 11 po ROdl'ig'lI s Lad ia e Lima - BA

III Itl'PII' 1'11101\ 11 1\ "!lu 1111C~1tI11l'n dos D putados foi minist ro ti' F,Rlado,li' 111111',II~ fi,! j ~I, HIII, 1"0 1!t'Ht'llIlJlllf\ll(lo,' di' R(·1n o dI) n('dfl',

11

Quintino José de Almeida 144 - PERufino Augusto de Almeida - PESalústio Pereira de Carvalho - BASebastião do Rego Barros de Lacerda - PESerapião Eusébio de Assunção - BASimeão Stellita de Paula e Sá - PETeodoro Machado Freire Pereira da Silva 145 - PETeófilo Olegário de Andrade Oliveira - BAUmbelino Moreira de Oliveira Lima 146 - PI1853 - Correu o ano sem incidentes.

- Bacharelaram-se:

Antônio Augusto Pereira Lima - MGAntônio Augusto da Silva Canedo - MGAntônio Firmo Figueira de Sabóia - CEAntônio Manuel de Medeiros Furtado - PBAntônio de Holanda Cavalcanti da Rocha Wanderley - PEAntônio dos Santos S. Cavalcanti - PE'Antônio de Sousa Martins - PIAmérico Militão de Freitas Guimarães 146 a - CEAdolfo de Barros Cavalcanti de Albuquerque Lacerda - PEBelarmino Peregrino da Gama e Melo - PBBenjamim Lins da Silva Moura - PBBelmiro Pereira da Mota - BABento Fernandes Barros - CECleófano Pitiguari de Araújo - BACândido Antônio Pereira Lima - PACarlos Augusto da Silva Lobo - ALCristóvão dos Santos Cavalcanti - PEErnesto de Aquino Fonseca 147 - PEFernando da Silva Deiró - BAFrancisco Urbano da Silva Ribeiro - CEFrancisco Xavier Pinto Lima - BAFrancisco Correia de Queirós Barros - PEFrancisco de Caldas Lins - PEFrancisco Luís da Silva Filho - R JFrancisco Lucas de Sousa Rangel - PBFrancisco Pereira de Sousa J únior - PAFrancisco Higino J ansen Vieira de Melo - MAFrancisco, Gomes Veloso de Albuquerque Lins - AL

144 Magistrado, Foi desembargador da Relação d? Recife.. .,145 Magistrado, Representou Pernambuco em mais de uma legl~latura_ e foi o nu-

III~II'O que. na sessão de 12 de maio de 1871. apresentou a proposta da libertação do ventre"HCI'I,VO,no Gabinete Rio Branco (7 de março) ,

1~6 Magistrado, Foi desembargador na Relação do ,~eará, ,I~(j 11 Magistrado, Exerceu o lugar de chefe d~ pOIICl~ em Sergípe, e ~e desembar-

I ItlO" 110 ,'al':\, pr víncia que administrou, como vl~c.presldente, I(0r ocasla? da mortetI.- C 110 1'1urlo. Publ i ou, m 1882. um Indice alfaI7c1II(:o I! rronolágico dos aVISOS, alvarásI' pOli 11 " (10 MIIII~I{'rio da Jusli a, Nas li m IR:.! "fui" ('(' ('''' IROO (STlJOi\I1.'I').

1/17 111"'101' IIl' 1111'1Ilclndc,

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Francisco Ferreira Martins Ribeiro - PEFrancisco de Araújo Barros - PEFilipe Néri Colaço 147 a - PEGervásio Campelo Pires Ferreira 148 - PEHipólito Dornelas de Albuquerque Melo - PBJosé Luís da Silva Moura - PIJosé Leodegário Rocha Faria - PE.J osé Joaquim dos Santos J únior - BAJosé Joaquim Rodrigues Lopes Júnior - MAJosé Bernardo de Figueiredo Júnior - RJ.José Antônio Alves de Brito - RJJosé de Araújo Roso Danin 149 - PAJoaquim Tito de Pinho Lima - MAJoaquim Teixeira de Oliveira Júnior - BA.Joaquim Rodrigues de Oliveira - BAJoão Pedro Alves de Lima Gordilho - BAJoão Rodrigues Chaves - PBJoão de Albuquerque Maranhão Júnior - PBJoão Cavalcanti de Albuquerque - PEJoão Francisco Pais Barreto - PELuís de Cerque ira Lima - BALuís Barbosa de Madureira Azevedo - SELuís Inácio de Melo Barreto - PELeonardo Augusto Ferreira Lima - PELeandro Chaves de Melo Batisbona 150 - CEManuel de Barros Wanderley Lins Júnior - PEManuel Filipe da Fonseca Candi Júnior - PEManuel Pereira da Silva Bambilha - PEManuel Tomás Pinto Paca - BAManuel Vítor de Sousa Monteiro - RJMaximiano Francisco Duarte J únior - PEPedro de Albuquerque Maranhão - PBPcdro Eunápio da Silva Deiró 151 - BAPaulino dos Santos Cavalcanti de Albuquerque - PERcinaldo Francisco de Moura - MARi ardo Antônio de Lima - MARodrigo de Lamare Correia Pinto - BA

117 li Nasceu em 1813, distinguiu-se no jornalismo e no magístérío. Faleceu em111111 (S, (;ALVÃO), -

I 'I~ Magistrado, Foi desembargador da Relação de Pernambuco. Pai de GERVÁSIOI'IIIUIIVIIN'I'I,

1,1\) Magistrado e deputado geral.IIlO Natural do Crato, onde nasceu a I de maio de 1824, Lecionou língua nacional

1111 I, 11'11 da Fortaleza, foi deputado provincial e depois geral. Transferindo-se para aI'illlilhll do Sul, aí abriu banca de advogado, que foi muito procurada, e aí faleceu ali" 111' dl'l,l'lIlbl'o de 1900, Passava por causeur encantador e jurista muito competente( 111111111'1', Dirionário bibliogrdfico cearense) ,, llíl Distinto literato. Foi deputado geral em diferentes legislaturas. É autor dos

h/tll/II/II,\ /I [mrlarrierüares brasileiros, coleção de biografias publicadas sob o pseudônimo111 'I' 111011, ' muitos artigos de crítica literária e histórica, entre as quais sobressaem os11111' I'MI'n'I'1l sob r ': UnI e tadista do Império, por JOAQUIM NABUCO; Um tmço sobre a

IlIrl/l/J/rill (;c/II,\/i/lli/l/i'; 1), 1>('(""0 11,

Romualdo de Sousa Pais de Andrade - PASinval Odorico de Moura 151 a - MASilvino Elvídio Carneiro da Cunha - PBTomás Costa Ferreira Serrão - MATrazíbulo da Rocha Passos - BA

1854 - Em petição ao ministro do Império, Couto Ferraz pediaAUTRANpara ser conservado na sua cadeira. O dec. n.? 1.836, de 28 deabril de 1854, dera novos Estatutos aos cursos jurídicos, constituindo-osem faculdades de Direito e receava AUTRANser jubilado por ocasião de(' utar-se a reforma. Alegando ter quatorze filhos, solicitava as vantagemquc os novos estatutos ofereciam aos lentes, que, tendo mais de 25 anosele serviço, continuassem no exercício de suas funções, a aprazimento do(:overno. Foi mantido no lugar com o título de conselheiro, de acordocom o art. 158 dos Estatutos em vigor.

- Nesse mesmo ano, encerradas as aulas em Olinda, fez-se a transfe-1'~11 ia da Faculdade para o Recife, onde, em novembro, já se realizaramON atos e exames de preparatórios.

O edifício, para onde se transferiu a Faculdade, ficava na Rua do Hos- -Illdo, e, segundo parece, não foi convenientemente preparado para receberti 111 estabelecimento de instrução superior . .Já em 1856, .JOAQUIMVILELAreclamará contra a colocação da Faculdade no velho casarão da Rua doHospício, que será, depois, geralmente chamado de pardieiro. Mas aí seloi onservando, não obstante os contínuos protestos de lentes e estudan-H'S, tendo ao seu lado, o Curso Anexo e a Biblioteca, em outro prédio da111 sma arquitetura e vetustez. Somente em 1912, oitenta e quatro anosfi 'pois da sua instalação numa sala emprestada pelos monges beneditinos,pl\d , enfim, ter a Faculdade de Direito do Recife um magnífico edifício,di/{l'\ da sua elevada função social e das suas tradições gloriosas.

v

Diretores do Curso Jurídico de Olinda

I - EFETIVOS

ARAÚJO LIMA

() primeiro diretor do Curso Jurídico de Olinda foi Pedro de ARAÚJOI ,II\1A, d 'P is Visconde- e, finalmente Marquês de Olinda. Nomeado com aIlIlIdllÇ. o do urso, somente em 1830 tomou posse (1.0 de março), mas no(' "I( I( io do al"g stcvc apenas alguns meses. Político de grande atividade,I li!) I que Iicur no ntro da vida política do país.

I III HI'Jl'(' 1'111011 () Mal"allh, o lia cnmllfll d06 t)('PIIII,(IO fW' I I' 1"1' Idlll (I c, '11\

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É figura interessante em nos a história.Nasceu no engenho Antas, em Serinhaém, a 22 de dezembro de 1793,

I{'/, os seus estudos de humanidades em Olinda, matriculou-se em Coimbra,por cuja universidade recebeu o título de doutor em cânones (1816). EmIH21, foi eleito deputado às cortes portuguesas, mas não acompanhou os seus(01 gas brasileiros, que se revoltaram contra a prepotência dos portugueses.TOl11ou parte na Constituinte nacional; dissolvida esta, foi-lhe oferecidali pasta do Império, na qual apenas se manteve três dias, de 14 a 17 denovembro de 1823. Alegou inexperiência e falta de aptidão intelectual, masparece que a exaltação dos ânimos em Pernambuco foi a causa principaldo seu recuo. Não se sabia, então, qual o rumo que os acontecimentos iamtornar. Em 1826, Pernambuco enviou-o ao parlamento; em 1827, foi-lhe con-I inda a pasta do Império. Reeleito deputado, em 1830, entrou, em 1832,pal'a o ministério dos quarenta dias. Em 1837, foi escolhido senador, e nesse111 'SI110ano, chamado por Feijó para a pasta do Império, assumiu a regên-(ia interinamente, pela renúncia do regente efetivo. Montando, então, apolítica dos conservadores, coube-lhe a regência efetiva (1838), na qual seuranteve até à revolução pacífica da maioridade. Em 1848, sobe, novamen-(t', ao Governo com a bandeira conservadora. Em 1857, organiza minis-rério com elementos liberais e conservadores, realizando o que ele deno-minou pensamento augusto, que era a concórdia e a moderação dos espí-I'il s, desejada pelo imperador, de onde ia surgir a situação progressista.1':1l11862, organizou outro gabinete, o gabinete dos velhos. Por esse tempo,Nllrgiu a questão Christie, em que Olinda com os colegas teve de arcarr om a injusta violência do Governo inglês. Ainda em 1865, coube-lhe for-uurr ministério de feição liberal. Faleceu a 7 de junho de 1870.

A sua passagem pela diretoria do Curso Jurídico de Olinda não dei-ou v stígios,. salvo quanto à indicação de Lourenço José Ribeiro paratll>stituí-lo, interinamente. Foi-lhe o título meramente honorário, ou quase.

político é acusado por seu aulicismo. CRISTIANOOTÔNI atribui-lhe1 I' istauração do beija-mão; abolido em 1831; e TITO FRANCO,dá-lhe posto

('llIill .nte entre os criadores do imperialismo. Disseram-no também des-provid de crenças políticas, deixando-se levar pela mobilidade das circuns-I urins 1~2. Não lhe desconheceram, porém, o talento e o preparo.

MACIEL MONTEIRO

rn újo Lima foi substituído na diretoria do Curso Jurídico de Olinda1'111 Antônio Peregrino Maciel Monteiro, Barão de ltamaracá, em 20 deIIIIV('IIt1H'O de 1839 (data da posse) .

I :.! Sobre este ponto, leiam-se: CRISTIANO OTÔNI, Autobiografia, ps. 73-74; TITOI 'I NIIl, f/io/{l'afia do sel/ador Furtado, n.Os XLVII-XLIX. Para a biografia: PERErRA DA

(11 I A, l tlrionário de pernambucanos célebres, e MACEDO, Ano biográfico 11, ps. 163-170.1)" Nl'lI passaporte, em 1824, constam estes sinais: "altura, 1.70 m, cabelos pretos,

1IIIIIIt 111111, sobrancelhas escuras, olhos azuis, nariz grande, boca regular, barba castanha,'1"1 "". xloudado, rosto oval e tez morena" (atJud ALIJERTORANGEL, Textos e pretextos,I "11, (I, !li\) . A hnva-se, ntão, na França. voluntariamente exilado, ond studava, s guin-d" li 1111 11 (I" I': r oln rlc I ir 'ilO c visitando 06 rnonurn lHOS públ i 08 (a 111('SI11 li fOIl(t'),

'11

Nasceu MACIEL MONTEIRO em Pernambuco, a 30 de abril de 1804.Formou-se em letras e em medicina, por escolas de Paris (1829). Deputa-do, ministro de negócios estrangeiros, ministro plenipotenciário à corte dePortugal. Orador notável, escritor elegante, delicioso poeta lírico. "EmMACIEL MONTEIRO, a arte da poesia reveste uma lucidez e uma transparên-cia de roupagens, como raras vezes tem acontecido na língua portuguesa.É o mais antigo poeta hugoano nos dois hemisférios". São palavras de SÍL-VIO ROMERO. Enalteceram-lhe, também, os merecimentos de poeta REGUEIRACOSTA, PHAELANTEDA CÂMARAe ARTUR MUNIz.

Escreveu o primeiro, REGUEIRA COSTA: "A índole poética de MACIELMONTEIROmuito se afeiçoa à de VÍTOR RUGo, porque, em ambos, a obje-tiva da imaginação tem a mesma capacidade para apanhar os mananciaisda poesia, em toda sua pureza primitiva. Discípulo adiantado do grandemestre, que ensina ser a Bíblia o seu livro de inspirações (Les rayons etles ombres, Préjacev, o lirismo do bardo pernambucano se ressente da ri-queza do colorido, da pompa das imagens e da simplicidade do sublime,de que se reveste o lirismo hebraico. Mas não é a divindade que MACIELMONTEIRO,como outrora os bardos de Israel, se sublima nos vôos líricosde sua imaginação de poeta. A divindade, a quem ele queima o incenso desua adoração, é a mulher amada".

PHAELANTEretrata o poeta, no seu estilo imaginoso, fazendo ressaltar() valor das raras composições poéticas, sobre todas as altas qualidades deM ACIEL MONTEIRO: "A voz do parlamentar ter-se-ia perdido na voragemda eternidade; os ouropéis do embaixador teriam desaparecido sob o pódos tempos; os dons pessoais do homem de corte teriam ido arrastados naonda empolgante de Letes; a coroa de Barão de Itamaracá, com os forosde grandeza, os soberbos crachás, representando o oficialato do Cruzeiro e11 grande digni tária da Rosa, as grã-cruzes de Cristo, de Portugal, e S.Crcgório Magno dos Estados Pontifícios, uma das ordens heráldicas daSuécia; todos esses grandes e pequenos tributos à vaidade humana teriamsido marcados pela ferrugem devoradora do silêncio perpétuo, se o depu-lado, o plenipotenciário, o dandy, o titular não houvesse desferido algunsOI1Sacordes na lira camoniana dos sonetos, ou cavado, no veeiro da inspi-

I'açá o ouro de alguns madrigaís".Como ARVERS,poderia MACIEL MONTEIROconquistar a celebridade com

1111\ soneto apenas, aquele que diz:

Formosa qual pincel em tela finaDebuxar jamais pôde, ou nunca ousara;Formosa qual jamais desabrochara,Em primavera, rosa purpurina; etc.

utras poesias, porém, deixou o vate pernambucano, que não desme-I ('I ('111cio s n to célebre,

A sua ~lÇ:o orno diretor do Curso .Jurídico de Olinda, pode ser apre-I ItI I p('io <lu fi a r f rid no apítulo antecedente. Talv z qu , a prin-I lI! li, 11r' P:II' mais rn squinh instituto lind I1S I pelo Ior lido,·11111'1)11111, <1111' fll'ill com.os insritu; íran S s, onde rOi 111 11 '" 111 I (I'

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I 11). E, melhor adaptado ao meio, teve, depois, olhos mais benignos para) nripiente Faculdade jurídica.

E há uma frase sua, referida por PHAELANTE,que caracteriza bem oti )('101' do Curso jurídico de Olinda, como administrador: Meu amigo,Il'I'ia le dito a AUTRAN,nasci para viver de amores e não para dirigir es-lI/dantes.

MACIELMONTEIROfaleceu, em Lisboa, a 5 de janeiro de 1868153.

D. TOMÁS DE NORONHA

D. TOMÁs DE NORONHA,português de origem, era bispo de Cochim,c' S(' achava no Rio de janeiro, quando se proclamou a Independência doI\l':lsil, a que aderiu. Estando vaga a diocese de Olinda, Pedro I incumbiu-ocI • g-overná-la. Seguiu do Rio de Janeiro, por terra, até o Ceará, de ondeI('f.\" .ssou para Olinda. Confirmado bispo de Olinda, por Leão XII (1828),11.o lhe foram entregues as bulas pontifícias, e ele, desgostoso, resignou ohlspado e seguiu para Portugal, de onde tornou em 1839. Por esse tempo,roi nomeado, interinamente, diretor do Curso Jurídico de Olinda; nova-mente exerceu esse cargo, como interino, em 1840. Em 1844 foi nomeadodil'etor efetivo. Faleceu a 9 de julho de 1874154.

LOPESGAMA

Fizeram de um frade egresso diretor do Curso Jurídico, e a escolha10i das mais acertadas, porque Miguel do Sacramento LOPES GAMA se re-vrlou excelente reitor de estabelecimento leigo de ensino superior.

Nasceu, no Recife, a 29 de setembro de 1791, professou no mosteiroele S. Bento, na Bahia, regressou a Pernambuco, distinguindo-se, desdelopo, mo orador sacro. Luís do Rego nomeou-o professor de retóricacio Seminário de Olinda, em 1817; depois foi-lhe confiada a mesma ca-dt'i I 11, no Colégio das Artes, na qual se aposentou, em 1839. Tendo ne-I C'H hl:id. de amparar a família, obteve a sua secularização. Foi deputado) Ass .mbléia provincial de Pernambuco, em diferentes legislaturas, e aplovlncia de Alagoas enviou-o, por sua vez, à Câmara dos Deputados gerais.

1':11\1835, foi nomeado diretor interino do Curso Jurídico de Olinda,1', C'III 1817, efetivo (posse a 1 de outubro).

1'1I!>liou trabalhos originais e traduções. Espírito satírico, escreveu:rul unrida, poema jocoso de crítica política ao partido absolutista da

I I» I'ElllilRA DA COSTA, Dicionário de pernambucanos célebres; MACEDO, Ano bio-,vII /I', ti . !l5·98; PHAELANTE DA CÂMARA, Maciel Monteiro, Recife, 1905; REGUEIRA COSTA,I 11111111111 Mnciel Monteiro, Recife, 1905; SÍLVIO ROMERO, Evolução do lirismo brasileiro,

11", \I (I: SM:Ri\MENTO BLi\KE, Dicionário bibliográfico; VASCONCELOS GALVÃO, DicionárioI "11,,11'1'11. hi,llÓI'ÍCO e estatistico de Pernambuco, 111, ps. 138-139; ARTUR MUNIZ, na/',,/t/llll AI'II(/(!/I/; fi, \901. ps. 207·219.

I 1'( (;(\l1I'flO (:AIIM() nAIlA'!'A, ttlvtàri« N/(osióst;c(I, de Perrunnbnco, ps. 89·92; Pl':RI':IRA" eU) ,11 1 11,.011/11 "UIII/'I/' /lI ,111 l'lfllflrllll/n tia Oirl'Ílf) (/0 11Ir I(/f, 11/10 • p. [\1.

Coluna (~832) 154 a; O Carapuceiro, jornalzinho, que viveu de 1832 a1847" : fOI o trabalho ~ue.mai.s popularizou o autor, ao qual deu a anto-no~~sla, que ~asso~ a. história: A farpeleida (1841); Código criminalpratI~o .da semi-repúblíca de Passamão, na Oceania (1841); o filósofoproinncumo na corte a seu compadre na província, série de artigos insertosna Marmota [iuminense, em 1852.

.LOPESGAMA redigiu, de 1822 a 1823, e de 1824 a 1825, o Conciliadornacional; em 1823, o Diário da junta do Governo de Pernambuco : e de1829 a 1831, O Constitu,cional, brilhante jornal de doutrina políti~a, emq~e teve por companheiros BARROSFALCÃOe VILELA TAVARES,o cirur-glao; em 1844, o Pernambucano; em 1845 e 1846, o Sete de Setembro.

No Diário de Pernambuco, apareceram trabalhos literários seus em1836 e 1841. '

Traduziu: Memória sobre quais são os meios de fundar a moral deum povo (DESTU'ITDE TRACY) (1837);

Refutação completa da 'pest~lencial doutrina do interesse, propaladapor Hobbes, Holbac, Helvécío, Diderot, Bentham e outros filósofos sensua-listas e materialistas, ou introdução aos principies do Direito político(Honório TOROMBERT) (1837);

Princípios gerais de economia pública e industrial (P. H. LURAN-NE) (1837);

A religião cristã demonstrada pela conversão e aposto lado de S. Paulo(LYTELTON) (1839);

Novo curso de filosofia de GÉRUZEZ(2.a ed. em 1840);Uma lição acadêmica sobre, a pena de morte (1850) (CARMIGNANI);Dos deve~e~ d?s homens (SILVIOPÉLICO) (2.a edição em 1852).Obras ongmals, além dos já mencionados.Lições de eloqüência nacional (Rio de Janeiro, 1846, 2 vols. e 2.a ed.

de Pernambuco, em 1851).Observações críticas sobre o romance do Sr. Eugênio Sue, O judeu

errante (l850).São estas as obras indicadas por PEREIRADA COSTA,ALFREDODE CAR-

VALHOe SACRAMENTOBLAKE.Da simples escolha dos assuntos nas traduçõess vê. a p~eocupação de difundir princípios de moral. E ~ célebre Cara~puceiro fOI um periódico moralizador, a seu modo. Em todas as suas obrasmostra-se ~OPES.GAMA escritor elegante, de individualidade inconfundível:

Na diretoria ~o Curso Jurídico, o padre LOPEs GAMA empenhou-sep r dar ordem, senedade e elevação ao ensino, enfrentando a animosidaded~: que terg,lVersavam no cumprimento dos seus deveres, falando ao Go-v, ) n? com franqueza e lealdade, ao mostrar as deficiências do preparoI "11I o de professores e da instrução fundamental de alunos.

L PES GAMA é irmão de Caetano Maria Lopes Gama, Visconde deMaran uape, graduado em Direito pela Universidade de Coimbra que, ' ,

1M " . "Ma~ grado o prosaísmo e a mesquinhez do argumento, diz ALFREDO DE CAR-VA',I/O, 11 (.olu'Ilculll sobr leva a muitas produções congêneres, pela perfeição clássica do',1'1 fi, (I IIIH)!' V('I'IlI\ ulo da Ifngll;lg m e a acabada mestria da composição." (Almanaque deI 1/11111/11,1/1/1. IfK)iI. p. I), NI'RKl' P? ma, é ruamcnte satirizado o padr UAIUlIlTO, J' da-'li. fltI (.111 rh«, c\'/1 fi 111"01/11111I. c' C)11h , I(/n 111('11I10 perumubu fi 1'10.

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lia carreira da magistratura chegou a mmistro do Supremo Tribunal de[ustiça, e como político foi dos que prestaram serviços mais relevantes.. O padre LOPEs GAMA faleceu a 9 de dezembro de 1852155•

BERNARDOJOSÉ DA GAMA

O quarto e último diretor efetivo do Curso Jurídico de Olinda foi11.rnardo José da Gama, Visconde de Goiana, que tomou posse no dia1.0 de fevereiro de 1850. Essa nomeação lhe veio no fim da vida, quandonlmcjava repouso às lidas, que lhe tinham agitado a existência, e bálsamoaos dissabores, que lhe trouxeram as vicissitudes da política. A sua açãolia diretoria não teve, por isso, o mesmo vigor da que desenvolveuI,OPES GAMA.

Bernardo José da Gama nasceu no Recife, a 20 de agosto de 1782;t iIlha, pois, 68 anos quando lhe deram a administração desse estabeleci-111 'IHO de ensino. Além disso, andava enfermo, e desgostoso; e, agravando-

. os seus padecimentos, solicitou aposentadoria insistentemente. A reso-lução do Governo, demorada, como ordinariamente acontecia, veio quaseIlO mesmo tempo que a morte, ocorrida a 3 de agosto de 1854.

O Visconde de Goiana teve uma carreira acidentada na magistra-t urn: mas, vencendo obstáculos, foi, afinal, nomeado desembargador daR 'Iação de Pernambuco, em 1821. Por esse tempo, escreveu duas memó-,ias t ndentes a demonstrar a necessidade de unir-se o Brasil para assegurar•• seus direitos, e por essa idéia trabalhou com denodo e eficácia, que111(' abriram o caminho da política, onde não menos acidentada foi à suaI 11'1' 'ira, como, aliás, era natural, dada a agitação dos ânimos, no tempo.I':kito deputado à Constituinte, teve de regressar ao seu posto na Relação11 • P .rnambuco, logo que Pedro I a dissolveu, violentamente; mas ao chegar10 R' ire, já a reação contra esse ato de despotismo do primeiro impe-I uu . assumira a forma de revolução, de onde saiu a República do Equador.lir 'NO pejo governo revolucionário, foi transportado para a fragata Niterôi,(' daí s guiu para a Bahia, onde não encontrou tranqüilidade, pois, a esseté'IIIJlO,se dava a revolta do batalhão dos Perequitos. Foi, porém, nomeado,Iwlo ; verno do Rio de Janeiro, desembargador da Relação da Bahia, e,POIICO depois, chamado para a Casa de Suplicação da Capital do Império.1",'" pnrtc do ministério de 9 de março de 1831, que durou poucos dias, ed/) de 7 de abril, o primeiro da Regência. Presidiu, em seguida, a pro-víllda do Pará, onde encontrou perturbações da ordem, que não conseguiudOlllillar, e essa circunstância valeu-lhe o desfavor do Governo, a quem

',vim .om lealdade. Não obstante, eleito suplente de deputado (1846),

IIi PImF.IIlA DA COSTA, Dicionário biográfico de pernambucanos célebres; SACRA-MI N'IO JlI,AI(F., Dicionário bibllográjico; SÍLVIO ROMERO, História da literatura brasileira,I, flN. 'I 'H·,~()I; AI.f'IIEDO DE CARVALHO, Almanaque Pernarnb ucano, 1904, ps. V a XXVIII."nlll V 1lI (diz 'SI' último scritor, dos mais estimáveis da sua geração) m que a sua1111111, "1I11l01'l fln~m urndn dlap .rsn, s r;\ r pulada, com justiça, urna daR mais orlKiunis11 I IItlN I 11(" uuiu."

tomou assento na Câmara, onde apresentou um projeto, criando umauniversidade 156.

11 - INTERINOS

Diretores interinos, ~m Olinda, foram: Lourenço José Ribeiro, que~omou posse a 28 de abnl de 1828; Manuel Inácio de Carvalho, a 9 deJunho de 1832; Lopes Gama, a 13 de janeiro de 1835; e D. Tomás de No-ronha, a 26 de março de 1839 e 9 de fevereiro de 1840. A todos elesjá se fez referência, porque também exerceram a diretoria efetivamentemenos Lourenço José Ribeiro, de quem, igualmente, se tratou, e Manuel~~ácio de ~arvalho. A es~e, somente, se devem alguns traços para nãoficar um vacuo nesta galena.

~ ?r. Manuel. 1~~ciQ era ~rofessor jubilado da cadeira de teologiacl.ogmatIca do Seminário de Olínda, quando foi nomeado diretor inte-nn,o do Curso Jur~dico. Foi rápida a sua passagem pela diretoria do curso,P,,?IS, em 1834, o,b~mha ~ sua exoneração. Já no ano seguinte ao da nomea-çao, Manuel Inácio sentra que não se achava em posto consentâneo com asu.a ,índole, como ~e. vê d? ofício de .23 de novembro de 1832, dirigido aommistro do Impeno, Nícolau Pereira de Campos Vergueiro. "Triste eonerosíssima ~ a tarefa do. empregado público, quando é obrigado a car-regar sobre SI todo o OdIOSO da lei. Mas, enfim, a lei fala; é forçosoobedecer-lhe". Por este lamento, começa o velho diretor o mencionadooficio, num estilo de pena fatigada, aliás, mal afeita ao trato limado dalinguagem. Houvera uma congregação tumultuosa, e o diretor implo-rava do Governo que pusesse termo "a essas dissensões antigas, fermentov lho e ardente, para que, no seu progresso, não arrastem males bemfunestos à sociedade". Lembrando ofícios de Lourenço José Ribeiro, afir-ma: "tudo, tudo prova, de um modo o mais terminante, o estado dedivisão, de alienação (?), de fermentação dos espíritos, desde o ano de1830, e o quanto há que recear de mal agourados futuros". Afinal nãopodendo remediar nem tolerar esse estado de coisas, retira-se da adminis-Iração da facul~ade. No requerimento de demissão (23 de outubro de18,34), alega a Idade de 64 anos e moléstia; mas em outros atos deixap rceber que o principal motivo da sua retirada foi o estado atual dedivisão de esptrito entre a maior parte dos lentes.

156 A biografia do Visconde de Goiana encontra-se no Diciondrio de PEREIRA DA(:os":"', onde foram colhi~as as informações dadas acima. ALMEIDA NOGUEIRA, Tradições e"'"/1ll1rf1l1~'flS, \T, p, 97, informa que fora o Visconde de Goiana designado para a dire-I<lIlu da Fnculdad d S, Paulo, mas não tomou posse, razão por que ficara a mesmafUI Ultflllil' N\"U (111' 101' f t ivo, de 1842.1857.

l"f(>1I1I1I SACIIAMt\NTO I3I.AKF:, \'01. J, ps. 112·113, qu Bcrnard JOSé do Cnmn, qllllltlOIIi 1I1«-!co" " I W'dOl' II!,~ jlllllÍ 'as, of 'r 'u 11m P,'ojcI() de Cócligo {;/vi/ /1 (:'//11 /lI/I (H 1\ d,1"11I' 10, IHllt ,1(11'- f ((lU lIuIlI't1l1tfO no III'qull'() da (; 1I1111'rt ,