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PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. O mundo encontrava-se dividido e submetido às grandes potências europeias e aos Estados Unidos, países nos quais a Revolução Industrial tinha trazido maiores transformações na economia. As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios e os monopólios passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais e, para isso, precisavam de matérias-primas, mão-de-obra barata e mercados consumidores. Para conseguir tudo isso precisavam investir capital noutros lugares do mundo e criar impérios económicos (principalmente em países de economia mais frágil), com a ajuda dos seus governos. Aumentava o Imperialismo e a rivalidade entre os países que pretendiam alargar o seu domínio colonial ou económico, em especial em África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo, com afirmações como “a raça branca merece dominar”, no etnocentrismo “brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos e darwinismo “nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”. Esse choque de imperialismos acabou por dar origem à Primeira Grande Guerra. 1. Explica a frase: «O imperialismo e a ideia de que a força estava na cor da pele e na importância das nações, criou um clima que levaria à I Guerra Mundial». Em 1871, a Alemanha tornou-se um país unificado depois de ter derrotado a França na Guerra Franco-Prussiana. Como consequência, a França foi obrigada a entregar-lhe a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança. A situação agravou-se ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo, cuja população odiava os austríacos. Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra. Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns: Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) 1

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PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo.

O mundo encontrava-se dividido e submetido às grandes potências europeias e aos Estados Unidos, países nos quais a Revolução Industrial tinha trazido maiores transformações na economia. As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios e os monopólios passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais e, para isso, precisavam de matérias-primas, mão-de-obra barata e mercados consumidores.

Para conseguir tudo isso precisavam investir capital noutros lugares do mundo e criar impérios económicos (principalmente em países de economia mais frágil), com a ajuda dos seus governos. Aumentava o Imperialismo e a rivalidade entre os países que pretendiam alargar o seu domínio colonial ou económico, em especial em África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo, com afirmações como “a raça branca merece dominar”, no etnocentrismo “brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos e darwinismo “nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”. Esse choque de imperialismos acabou por dar origem à Primeira Grande Guerra.

1. Explica a frase: «O imperialismo e a ideia de que a força estava na cor da pele e na importância das nações, criou um clima que levaria à I Guerra Mundial».

Em 1871, a Alemanha tornou-se um país unificado depois de ter derrotado a França na Guerra Franco-Prussiana. Como consequência, a França foi obrigada a entregar-lhe a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.

A situação agravou-se ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo, cuja população odiava os austríacos. Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra.

Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:

Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)

Estes grupos de países, que já se encontravam fortemente armados antes do assassinato, encontraram nele a desculpa para uma guerra aberta e declararam-se guerra.

A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:

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1. Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o conflito

2. Guerra de Trincheiras: consistia na construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.

3. Ofensivas

Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães: Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) Batalha de Verdun (600 mil mortos).

Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra, tudo pelo sistema de credito. (“compre agora e pague depois da guerra”) mas, com o passar do tempo, a situação estava a tornar-se pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem as mercadorias compradas e, a partir daí, pensaram seriamente em entrar na guerra. Tal veio a acontecer em 1917, quando os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra.

Portugal entrou na primeira guerra mundial e acabou por sofrer a nível de perda de homens e instabilidade governativa. A economia retrocedeu ainda mais e a população em geral passou muitas dificuldades.

Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e retirava-se da guerra. Porém, a entrada dos EUA tornou-se decisiva para a derrota dos alemães.

Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.

O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:

A Alemanha perdeu as suas colónias Ficou proibida de ter forças armadas Foi considerada culpada pela guerra Teve que pagar uma indenização aos “vencedores

Com tudo isso, a Alemanha, que era, na época, uma República - República de Weimar - perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise económica de sua história, crise esta que se generalizou a quase todos os países europeus.

O país que mais beneficiou com a guerra foi os Estados Unidos que acabou por se transformar no maior líder mundial da época.

Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era a mesma. Dentre as principais mudanças estão:

presidentes no lugar de REIS, automóveis circulando pelas ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus

O cinema e o rádio também começaram a se expandir

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As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-se mais livres. Isto porque, na ausência dos homens (que combatiam nas frentes das batalhas), as mulheres tinham ocupado os seus postos de trabalho e tomado consciência da sua importância social. Surgem as sufragistas e feministas que, depois de uma longa batalha, acabam por se fazer impor e abrir caminho para a igualdade das mulheres na sociedade.

Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um novo século.

1- Explica as consequências da I Guerra Mundial para os diversos blocos e países em conflito.

2- Que alterações sociais se verificaram no pós guerra?

A REVOLUÇÃO SOVIÉTICA

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No início do século XX o Império Russo era constituído por um extenso território, culturalmente diversificado, governado por Nicolau II, um Czar autoritário que se apoiava no exército e na Igreja para fazer prevalecer o seu poder.

Socialmente – vigorava uma sociedade de ordens, hierarquizada e em pirâmide. O clero e a nobreza constituíam as ordens privilegiadas, detendo a maioria das propriedades e ocupando os cargos principais na administração.

A maioria da população vivia miseravelmente. A burguesia era pouco numerosa, devido à escassa industrialização, os operários não tinham condições de vida (salários baixos, excessivo número de horas de trabalho diário, falta de condições de saúde e higiene) e os camponeses ( a maioria da população – cerca de 80%) eram sujeitos a duras condições e à servidão feudal. Por isso, as massas populares escutam os apelos revolucionários.

Economicamente, predominava uma economia arcaica, atrasada tecnicamente e pouco rentável e uma indústria pouco desenvolvida e dependente dos investimentos estrangeiros.

Todos estes fatores, aliados a um descontentamento provocado pela derrota da Rússia na Guerra com o Japão (1904-1905), conduziram a uma tentativa de revolução, esmagada pelas tropas do czar ( os operários dirigiram-se ao Palácio de Inverno com uma petição, pedindo melhores condições de vida e de trabalho, em 22 de Janeiro de 1905 – O Domingo Sangrento). O Czar viu-se, no entanto, obrigado a refrear os ânimos, instituindo uma Assembleia Nacional – a Duma – e retirando alguns privilégios à nobreza e ao clero.

O Czar continuava a governar de forma absoluta e autoritária. Os movimentos políticos foram-se organizando, apesar da repressão, destacando-se :

1. Em que situação vivia a Rússia no início do séc. XX?

REVOLUÇÃO BURGUESA E REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE:

A REVOLUÇÃO BURGUESA - a participação da Rússia na 1ª Guerra Mundial agravou as dificuldades, provocando descontentamentos e manifestações, reprimidos pelo czar, que mandou fechar a Duma.

Em Fevereiro de 1917 – manifestação de operários em S. Petersburgo, que apoiados por algumas tropas do czar derrubaram o Czar, obrigando-o a abdicar.O governo foi entregue a um governo provisório, apoiado pelos liberais e por socialistas moderados. A Rússia passou a ter um regime liberal burguês, semelhante aos que existiam no Ocidente.Soldados e operários, organizados em assembleias – sovietes – opuseram-se a este Governo, liderado por Kerensky, acusando-o de prosseguir a guerra contra a Alemanha, agravando assim a crise económica.

A REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE (OUTUBRO):

Os Bolcheviques opunham-se à democracia liberal e desejavam uma revolução mais profunda. Inspiravam-se na Doutrina Marxista, e defendiam a tomada do poder pelos trabalhadores, de modo a impor a ditadura do proletariado. Pretendiam

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construir uma sociedade socialista que abrisse caminho ao comunismo, isto é, uma sociedade sem classes.

Os principais chefes Bolcheviques eram Lenine e Trotsky. Lenine tinha procurado adaptar à realidade russa as propostas teóricas de Karl Marx - O marxismo-leninismo iria ser a base ideológica da revolução.

Lenine dirigiu a oposição ao governo provisório, acusando-o da desastrosa situação a que a guerra havia conduzido a Rússia. A propaganda dos Bolcheviques nas fábricas, nos campos e nos quartéis, exigia a revolução social e a retirada da guerra.

A 25 de Outubro os bolcheviques desencadearam uma insurreição (revolta) armada e tomaram o poder. Foi a Revolução de Outubro, a primeira revolução socialista triunfante.

3- Distingue a Revolução de Fevereiro da Revolução de Outubro.

O TRIUNFO DA REVOLUÇÃO SOVIÉTICA:

OS SOVIETES NO PODER

Lenine passou a chefiar o Conselho dos Comissários do Povo, o órgão máximo da revolução. Foi assinado o tratado de Paz de Brest-Litovsk e a Rússia saiu da I Guerra Mundial.No final de 1917, os bolcheviques organizaram eleições para a Assembleia Constituinte, confiantes na vitória. Como apenas obtiveram 25% dos votos, Lenine dissolveu a assembleia e transferiu o poder legislativo para o Congresso dos Sovietes.Foi abolida a propriedade privada de latifúndios, fábricas, bancos e outros meios de produção de riqueza, nacionalizados sem indemnizações.

A DITADURA COMUNISTA:

Não demorou a ter inicio a contra-revolução. Sectores da Burguesia e da aristocracia, apoiados por alguns países que temiam que os ideais comunistas da Revolução se espalhassem, formaram o Exército Branco, ao qual se iria opor o Exército Vermelho, numa violenta Guerra Civil que se prolongou por dois anos.Foi nesta altura que Lenine pôs em prática o “Comunismo de Guerra” (1918-1921) – programa que tinha como objetivo instaurar a ditadura do proletariado, como fase intermédia para a construção do comunismo;

A revolução socialista, ameaçada, tornou-se ditatorial: os partidos políticos foram proibidos (ficando o Partido Comunista a ser o partido único); foi criada uma policia política altamente repressiva e estabelecida a censura e criado o exército vermelho; os adversários do novo regime foram perseguidos, presos ou mortos.

4- Quais foram as medidas iniciais tomadas por Lenine?

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5- Que forças opostas deram origem à guerra civil russa?

Perante o caos económico e a agitação social, Lenine decidiu adotar uma posição de recuo estratégico: Nova Politica Económica (NEP) – 1921-1927/28 – embora os principais sectores da economia continuassem nacionalizados, o governo aceitava a existência temporária de um sector privado. Foi restabelecida a liberdade de comércio e permitida a existência de pequenas unidades de produção agrícola e industrial. A NEP permitiu travar a deterioração da situação económica. Em 1927, a produção ultrapassou os índices anteriores ao inicio da guerra, a Revolução consolidava-se.

6- O que foi a NEP e em que circunstâncias surgiu?

Em 1922 a Rússia passou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma federação de todas as repúblicas pertencentes à antiga Rússia imperial que detinham uma certa autonomia e respeito pela sua identidade cultural.

Com a morte de Lenine, em 1924, a sua sucessão apresentava-se difícil, sendo candidatos à sucessão Trotsky e Estaline, acabando por ser este o vencedor, eliminando todos os seus opositores, particularmente os lideres comunistas mais prestigiados, que lhe poderiam disputar o poder.

O próprio Trotsky, excluído do partido em 1927, seria expulso da União Soviética. Exilado no México, acabaria por ser assassinado às ordens de Estaline.

Reprimindo sem hesitações qualquer oposição à sua vontade, Estaline viria a estabelecer na URSS uma ditadura totalitária, entre 1927 e 1953 . Este líder que tinha todos os poderes e que procurava reformar a sociedade soviética, com planeamento económico agressivo apoiado na coletivização da agricultura e do desenvolvimento do poder industrial com base nos planos quinquenais nos quais se decidiam que fundos seriam aplicados e em que áreas e os objetivos a cumprir.

Construiu uma enorme burocracia, o que sem dúvida foi responsável por milhões de mortes como resultado de vários expurgos e esforços de coletivização. Durante seu tempo como líder da URSS, Estaline fez uso frequente de sua polícia secreta, gulags e poder quase ilimitado, para remodelar a sociedade soviética.

7- Resume as medidas tomadas por Estaline.

CRISE DE 1929 (Grande Depressão)

Após a primeira guerra mundial  (1918), os EUA eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de automóveis, os EUA também eram os maiores produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão...., tudo isto porque, durante a I Guerra Mundial se tinham tornado no maior fornecedor da Europa, incapacitada de produzir os bens essenciais e o material de guerra de que esta necessitava.

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2. Que fatores contribuíram para que os EUA se tornassem na maior potência económica mundial, no pós guerra.

Nos 10 anos seguintes, a economia norte-americana continuava a crescer de tal maneira que a década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. O consumo aumentou, a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes e bares viviam cheios e o cinema tornou-se uma grande diversão.Os anos 20 foram realmente uma grande festa! Nessa época, as ações das empresas estavam sobrevalorizadas por causa da euforia económica, uma vez que todos pensavam que por muito que se produzisse, os produtos eram sempre vendidos.

3. Explica o clima de euforia que se vivia nos anos 20, nos EUA.

Mas, esse crescimento económico (também conhecido como o “Grande Boom”) era artificial e aparente porque de 1920 até 1929, os americanos iludidos com essa prosperidade aparente compravam ações para as revenderem com lucro (especulação) logo de seguida, sobrevalorizando as empresas.

4. Diz o que entendes por especulação.

Até que no dia 24 de outubro de 1929, começou a pior crise económica da história do capitalismo.

Vários fatores causaram essa crise:- Superprodução agrícola: criou-se um excedente de produção agrícola nos EUA, principalmente de trigo, que não encontrava comprador, interna ou externamente.- Diminuição do consumo: a indústria americana cresceu muito, porém, o poder de compra da população não acompanhava esse crescimento. Aumentava o número de indústrias e diminuía o de compradores. Em pouco tempo, várias delas faliram, em especial na indústria automóvel e na de construção civil. Milhares de pessoas perderam o emprego e o poder de compra, levando outras empresas à falência.- Quebra da Bolsa de Nova York: de 1920 a 1929, os americanos compraram ações de diversas empresas, pedindo dinheiro aos bancos. Muitos deles vendiam-nas logo de seguida, com lucros avultados e isso tornou-se uma prática comum. De repente o valor das ações começou a cair, quando as pessoas se começaram a aperceber de que alguma coisa estava mal na economia Os investidores quiseram vendê-las, mas ninguém as queria comprar. Esse quadro desastroso culminou na famosa “Quinta-Feira Negra” (24/10/1929 - dia que a Bolsa sofreu a maior baixa da história).

4- Explica os fatores que levaram à crise de 1929

Muitos empresários não sobreviveram à crise e foram à falência, assim como vários bancos que emprestaram o dinheiro e não o receberam de volta.A queda da bolsa trouxe medo, desemprego e falência. Milionários descobriram, de uma hora para outra, que tinham perdido as suas fortunas e suicidaram-se. O número de mendigos aumentou e a miséria instalou-se por todo o lado. Esta crise afetou o mundo inteiro, pois a economia norte-americana era a alavanca do capitalismo mundial e tinha emprestado dinheiro a muitos países da Europa para se reconstruírem depois de terminada a 1ª guerra mundial. Para tentar resolver os seus

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problemas, os EUA pediram o retorno do seu dinheiro e levaram esses países à falência.No que se refere aos restantes países, não europeus, sabe-se que estes eram os maiores exportadores de produtos básicos e, de um dia para o outro deixaram de ter o seu maior comprador, que era os EUA, acabando por ser afetados pela crise. Essa terrível crise que atravessou a década ficou conhecida como Grande Depressão.

5- Explica de que forma é que a crise acabou por se espalhar por todo o mundo.

Em 1930 Roosevelt foi eleito presidente dos EUA e elaborou um plano chamado New Deal, com base na doutrina económica de Keynes. O Estado passou a vigiar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os investimentos arriscados e fiscalizando as especulações nas bolsas de valores.Outra medida foi a criação de um programa de obras públicas. O governo americano criou empresas estatais e construiu estradas, praças, canais de irrigação, escolas, aeroportos, portos e habitações populares, aumentando, desta forma, o poder de compra das populações mais desfavorecidas, na medida em que criou milhares de postos de trabalho.Com isso, as fábricas voltaram a produzir e vender as suas mercadorias, ao mesmo tempo o desemprego diminuiu. Além disso, o New Deal criou leis sociais que protegiam os trabalhadores e os desempregados, reduzindo a sobrecarga horária de trabalho, para que mais pessoas tivessem emprego e criou subsídios de desemprego e outras componentes sociais.

O New Deal alcançou bons resultados para a economia norte-americana, embora os efeitos económicos da depressão de 30 só tivessem sido superados com o inicio da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado conseguiu, de fato ter completo controle sobre a economia ajudando a ampliar as exportações. A guerra foi na altura, uma saída natural para a crise do sistema capitalista.

6. O que foi a New Deal?

NAZISMO

Na década de 30, assistimos à chamada Política de Agressão dos regimes totalitários – Alemanha, Itália e Japão - e ao Apaziguamento das Democracias Liberais -Inglaterra e França- . A política de agressão iria culminar em 1939 quando a Alemanha nazi invadiu a Polónia dando por iniciada a Segunda Grande Guerra e podemos dizer que uma das principais causas do grande boom dos partidos de direita e da Segunda Grande Guerra foi o Tratado de Versalhes.

Esse Tratado, assinado em 1919 e que encerrou oficialmente a Primeira Grande Guerra, determinava que a Alemanha assumisse a responsabilidade por ter causado a

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guerra e obrigava o país a pagar uma pesada indeminização aos países prejudicados, além de outras exigências como o impedimento de formar um exército e o reconhecimento da independência da Áustria. Isso trouxe a revolta aos alemães, que consideraram estas obrigações uma verdadeira humilhação.

1. Que sentimento dominava o povo alemão, devido às condições do Tratado de Versalles?

A crise de 29, que entretanto se espalhara pela Europa, afeta grandemente a Alemanha, onde o povo vive, na sua maior parte, na miséria.

Entretanto dá-se a revolução Russa e, na Alemanha, um pequeno partido social democrata- Nazi –, chefiado por Adolf Hitler, começa a ter cada vez mais apoiantes entre os que receavam que o comunismo se espalhasse pelas classes mais afetadas pela miséria. Eles acusavam os comunistas, liberais e judeus da desordem e prometiam restaurar o orgulho de ser alemão, afirmando, ao mesmo tempo, que os alemães pertenciam a uma raça superior – ariana- e que todos os povos de raça inferior, deviam ser exterminados ou escravizados, em benefício do povo alemão.

2. Explica os três principais fatores que levaram ao fortalecimento do partido nazi.

As propagandas enganosas ajudaram Hitler a ser transformado no “Salvador da Alemanha” e, em 1921, criou suas próprias forças de ataque – as SA (Sturmabteilung) e, mais tarde, a polícia militar – a SS (Schutzstaffel). Entretanto, o presidente Hindenburg encarregou o chefe do Partido Nacional Popular de formar o governo, e este pediu apoio aos nazis. Hitler concordou com uma condição: queria o posto de chanceler (chefia do governo), cargo que conseguiu em janeiro de 1933.

Dotado de poder, mandou incendiar o edifício do Reichstag (Parlamento) para atirar as culpas nos comunistas, extinguiu os partidos políticos (menos o nazi) e os sindicatos por 3 anos e tomou medidas anti semitas.

Todos os opositores de Hitler foram assassinados e um desses massacres ficou conhecido como “Noite das Facas Longas”, em junho de 1934. Para tanto, utilizou a violência da SS. No mesmo ano, com a morte de Hindenburg, Hitler assumiu a presidência e as Forças Armadas deveriam prestar-lhe juramento de fidelidade.

3. Explica o processo que levou Hitler ao poder

O partido nazi controlava a população e esse controle era feito pelo Ministro Joseph Goebbels que fiscalizava a imprensa, a literatura, o cinema e a rádio (principal instrumento de comunicação das massas).

Racismo, totalitarismo e nacionalismo foram alguns ideais seguidos pelos nazis. O nazismo levou milhares de pessoas (judeus, homossexuais, ciganos e opositores ao regime nazi) à morte. Muitos, inclusive, foram usados em terríveis experiências médicas.

4. De que forma era feito o controle das massas na Alemanha?

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FASCISMO

Ao mesmo tempo que o Nazismo se fortalecia na Alemanha, na Europa surgiram partidos políticos que pretendiam a instalação de um regime autoritário. Esses partidos formavam um movimento denominado Fascismo.

Os fascistas acreditavam que a democracia era um regime fraco e incapaz de resolver a crise económica e «o país precisava de um líder com autoridade suficiente para acabar com a instabilidade promovida por grevistas, criminosos e desocupados». É considerado um regime de direita e suas características básicas são: o totalitarismo, o nacionalismo, o idealismo e o militarismo.

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De modo geral o fascismo é identificado como o regime implantado por Benito Mussolini  na Itália no período do pós Iª guerra mundial.

PRINCIPAIS DITADORES FASCISTAS- Benito Mussolini: Itália.- Hitler: Alemanha (Os fascistas alemãs eram chamados nazis).- Franco: Espanha.- Salazar: Portugal

PRINCIPAIS IDEIAS FASCISTAS

- Anticomunismo- Antiliberalismo - os fascistas defendiam um regime ditatorial.- Totalitarismo - o indivíduo deve obedecer ao Estado.- Militarismo e Culto à violência - a guerra era considerada a atividade mais nobre do homem.

1. Quais As características dos regimes fascistas?

Conceitos Nazis e não fascistas:

- Nacionalismo xenófobo - ódio a tudo que é estrangeiro.- Racismo – a raça ariana é considerada superior a todas as outras.

2. O que nos permite distinguir entre fascistas e nazis?

Fascismo é a denominação que se dá ao regime político que surgiu na Itália e se espalhou por alguns países da Europa, entre 1919 e 1945, prevalecendo em Portugal e Espanha, por um período mais longo.

Os italianos eram um povo que possuía um extremo sentimento de nacionalismo e que estava numa situação terrível, não só à crise de 29, mas também à sua participação na I Guerra Mundial. Apesar de estarem do lado dos vencedores, os italianos estavam descontentes porque grande parte das promessas que lhes haviam sido feitas pelos Aliados, não tinham sido cumpridas.

E, por entre a miséria, começam a ter cada vez mais força as ideias comunistas até que, em 1921, os proprietários rurais e a burguesia, preocupados com a insegurança e a ocupação de fábricas e terras, começam a apoiar um pequeno partido de extrema-direita, o Partido Nacional Fascista (PNF), liderado por Benito Mussolini. Em contraste com a debilidade do governo, o PNF afirmou-se como uma força poderosa: as suas tropas de choque (os "squadristi") destruíam sedes dos partidos e sindicatos e perseguiam e matavam militantes de esquerda. Em contrapartida dessas ações terroristas, recebiam armas do exército e dinheiro da grande burguesia agrária e industrial.

3. Que fatores tornaram a Itália tão vulnerável ao fascismo?

Em 1922, empreendeu uma "marcha sobre Roma", para obrigar o rei Vítor Manuel III a demitir o governo. O monarca, receoso de uma guerra civil, convidou Benito Mussolini a formar governo (29 de Outubro de 1922)

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Até 1924, ano de novas eleições, os fascistas perseguiram e eliminaram os opositores. Utilizando a força, criaram um ambiente de medo entre os italianos, o que lhes permitiu obter 65% dos votos. Então, dispondo da maioria dos deputados no Parlamento, Mussolini obteve plenos poderes e instaurou a ditadura fascista em Itália.

4. Explica o processo utilizado por Mussolini para tomar o poder na Itália.

Benito Mussolini, que a partir de 1925 passa a usar o título de Duce, A partir de 1925, Mussolini lançou progressivamente uma série de medidas repressivas a fim de afirmar o seu poder pessoal:

- suprimiu a liberdade de imprensa, instaurando a censura;- criou uma polícia política, a OVRA, (Organização para a Vigilância e Repressão do Antifascismo);- proibiu os sindicatos e os partidos políticos, com excepção do PNF;- subordinou todos os órgãos políticos à autoridade do Duce (que passou a legislar através de decretos-leis, ficando o Parlamento com um papel consultivo);- modificou a lei eleitoral, tornando-a mais favorável ao seu partido.

Até inícios da década de 1930 afirmaram-se as ideias do fascismo, que se tornou numa ditadura totalitária. Este sistema político, que vigorou em Itália entre 1925 e 1945, caracteriza-se por:

 Culto da personalidade Totalitarismo Nacionalismo; Corporativismo;

Uma das características mais marcantes do fascismo e de Mussolini é a tentativa de recuperação da grandeza da Roma Imperial, daí que não seja de estranhar que sejam inúmeras as referências ao passado glorioso e as tentativas de o recuperar.

O Estado fascista assumiu também um papel dirigista na economia.

 Mussolini, para tornar a Itália auto suficiente, procurou aumentar a produção, através das batalhas do trigo, do fomento das obras públicas e do desenvolvimento da indústria do aço e Naval e reduzir as importações.

5. Quais as medidas tomadas por Mussolini.

 

 

 

 

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SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo — incluindo todas as grandes potências — organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo.

Geralmente considera-se o ponto inicial da guerra como sendo a invasão da Polónia pela Alemanha nazi, a 1 de setembro de 1939 e subsequentes declarações de guerra contra a Alemanha pela França e pela maioria dos países do Império Britânico e da Commonwealth.

Portugal não participou diretamente na guerra, tendo feito o jogo duplo de vender volfrâmio à Alemanha e, quando viu que esta sairia derrotada, Salazar colocou-se ao lado dos Aliados e receberia indeminizações de guerra.

A guerra começou com estrondosas vitórias dos nazis e Hitler já se achava vencedor, quando as coisas começaram a mudar. Por um lado, a entrada dos americanos na guerra reforçou o lado dos Aliados, pois os EUA possuíam grande poder bélico e, por outro, ao ordenar o ataque à URSS, os nazis depararam-se com uma grande muralha

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ofensiva que foram incapazes de combater. A Batalha de Stalingrado é considerada a maior derrota alemã na guerra.

A tentativa de ocupar Stalingrado foi frustrada e essa vitória trouxe novos rumos ao conflito. As Potências do Eixo perderam 2 países (Marrocos e Argélia) e em junho de 43 os Aliados conquistaram a Sicília.

No dia 6 de junho de 1944 – chamado o Dia D – os aliados tomaram a Normandia e o cerco alemão sobre a França foi vencido.

Em agosto os Aliados libertaram Paris, mas a guerra prosseguia com vários ataques dos aliados e os alemães já sentiam que o fim estava próximo, até que, em abril de 45, tropas aliadas – americanas, inglesas e russas - invadiram a Alemanha.

Embora a guerra tenha terminado na Europa, ela continuava no pacífico e na Ásia. Os japoneses estavam quase a render-se quando, no dia 6 de agosto de 45, os EUA deitaram uma bomba atómica em Hiroshima e 3 dias depois, foi a vez de Nagasaki ser destruída pela bomba. O lançamento das bombas levou à rendição dos japoneses.

Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) era estabelecida para estimular a cooperação global e evitar futuros conflitos, a União Soviética e os Estados Unidos emergiam como superpotências rivais, preparando o terreno para uma Guerra Fria que se estenderia pelos próximos quarenta e seis anos.

Logo após a guerra foi fundada a ONU (Organização das Nações Unidas), localizada em Nova York. Sempre que surge um conflito internacional, o Conselho de Segurança da ONU procura resolver o problema com diálogos e cooperação. Um dos órgãos mais importantes da ONU é a Unicef e os Capacetes Azuis (Exército cuja função é assegurar a paz mundial)

1. Explica a evolução das forças em confronto na II guerra mundial2. Importância da ONU

CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA

A guerra terminou em 1945 e deixou para trás mais de 40 milhões de mortos e cidades em ruínas, fora os que ficaram mutilados, sem casa e sem família.

Após a guerra o mundo iniciava uma nova fase histórica: a de reconstrução. Os EUA e a União Soviética saíram do conflito como duas grandes potências mundiais.

Depois de terminar a 2ª Guerra Mundial, o mundo ficou dividido em duas partes, completamente opostas: Os EUA, de ideias capitalistas e a URSS, de ideias comunistas. Cada um deles tentava cativar o maior número possível e isso criou um enorme clima de tensão que ficou conhecido pelo período da Guerra Fria.

A disputa dividiu o mundo em blocos de influência das duas superpotências e provocou uma corrida ao armamento que se estendeu por 40 anos. Com sistemas económicos e políticos diferentes, EUA e URSS colocam o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear, criando armas com potência suficiente para explodir o planeta inteiro.

Por todo o mundo se começaram a verificar uma série de incidentes graves quando os dois blocos se intrometiam na política interna de países, na tentativa de os fazer aderir

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às suas ideias, acabando por alimentar guerras terríveis como a do Vietname ou a da Coreia.

1. Em que situação política se vivia no pós II Guerra Mundial?2. O que foi a Guerra Fria?3. Refere alguns incidentes ocorridos durante esse período.

Entretanto, algumas colónia que tinham lutado, lado a lado com os Aliados, durante a II Guerra Mundial, conseguiram a sua independência. Porém, o domínio colonial tinha deixado marcas profundas que iriam refletir-se no seu desenvolvimento económico e social.

1. Descreve como imaginas que seria uma colónia de um país desenvolvido.2. Por que razão algumas colónias conseguiram a sua independência?

Com o objetivo de não se inserirem nesse conflito e não adotarem um dos lados da contenda, algumas nações, muitas das quais eram antigas colónias, recém independentes, resolveram criar uma política de cooperação, que ficou conhecida como Movimento dos Países Não Alinhados.

O primeiro encontro ocorreu na Conferência de Bandung, em 1955, na Indonésia e esses países procuravam, acima de tudo, encontrar caminhos para o desenvolvimento económico, de forma a superar as imensas desigualdades sociais existentes entre a população.

1. O que foi o Movimento dos Países Não Alinhados?

2. A que se deve este nome?

3. Onde se realizou o seu primeiro encontro?

4. Quais os seus principais objetivos?

Esse bloco de países deu origem ainda ao termo Terceiro Mundo, englobando os países com graves deficiências a nível de crescimento e desenvolvimento e que passaria a caracterizar também os países da América Latina. Trata-se de países extremamente pobres, com um IDH baixíssimo.

1. Que países estão incluídos no conceito de Terceiro Mundo?

2. O que entendes por IDH?

Um das consequências dessa iniciativa foi o fato de a Organização das Nações Unidas (ONU) passar a exercer uma maior pressão sobre as antigas potências económicas europeias e os EUA, no sentido de garantir o reconhecimento da autonomia dos países afro-asiáticos. Essas medidas garantiram aos Países Não Alinhados uma popularidade considerável durante as décadas de 60 e 70. Entretanto, a sua importância diminuiu a partir do momento em que o bloco soviético foi se desmanchando, no final da década de 1980.

1. Qual o papel desempenhado pela ONU durante as décadas de 60 e 70?

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2. Por que razão a popularidade dos Países Não Alinhados decaiu no final da década de 80?

Os princípios emersos da Conferência de Bandung podem ser resumidos nestas dez disposições descritas abaixo:

1. Respeito aos direitos fundamentais, de acordo com a Carta da ONU.2. Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações.3. Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas.4. Não-intervenção e não-ingerência nos assuntos internos de outro país.

(Autodeterminação dos povos)5. Respeito pelo direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de

acordo com a Carta da ONU6. Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada a servir

aos interesses particulares das superpotências.7. Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra

a integridade territorial ou a independência política de outro país.8. Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e

conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.

9. Estímulo aos interesses mútuos de cooperação.10.Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

PERÍODO DA GUERRA FRIA

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países europeus estavam semidestruídos e sem recursos para se reconstruírem sozinhos. Aproveitando-se disso, os Estados Unidos propõem a criação de um amplo plano económico, o Plano Marshall, que consistia na concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente.

1. Em que situação se encontrava a Europa, após a II Guerra Mundial?2. O que foi o Plano Marshall?3. Que razões estiveram por trás desta ajuda dos EUA?

Por sua vez, a União Soviética propôs-se a ajudar seus países aliados, com a criação do Conselho para Assistência Económica Mútua - O COMECON - que fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscovo.

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1. Qual foi a resposta da URSS e porquê?

Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria da Europa ocidental, criaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.

Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e os seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes. Iniciava-se o período que ficou conhecido por Guerra Fria.

1. Por que razão podemos afirmar que o mundo se preparava para uma nova guerra mundial, pouco depois da II ter terminado?

A Guerra Fria durou cerca de 45 anos e durante esse período o mundo esteve, varias vezes, perto da Guerra nuclear.

A Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietname (1962-1975) e a Guerra do Afeganistão (1979-1989) e o Bloqueio de Berlim, foram os conflitos mais famosos da Guerra Fria.

Igualmente importantes fora a tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962) e, também na América do Sul, a Guerra das Malvinas (1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais ou guerras civis foram intensificado pelo antagonismo entre EUA e URSS.

1. Identifica os principais pontos de tensão durante a Guerra Fria.

O Bloqueio de Berlim (de 24 de junho de 1948 a 11 de maio de 1949) tornou-se uma das maiores crises da Guerra Fria.

Depois de terminada a II Guerra Mundial, realizou-se a Conferência de Potsdam, na qual os aliados acordaram dividir a Alemanha derrotada em quatro zonas de ocupação- zonas americana, britânica e francesa e russa- sendo isto também aplicado a Berlim, que foi então partilhada em quatro setores.

Como Berlim havia ficado no centro da zona de ocupação soviética da Alemanha as zonas americana, britânica e francesa encontravam-se cercadas por território ocupado pelo Exército Vermelho. A determinada altura a URSS resolveu impedir que os comboios que abasteciam Berlim Ocidental, mas os EUA criaram uma ponte aérea e resolveram o problema.

1. Explica, por palavras tuas, o que foi o Bloqueio de Berlim.

Crise dos Misseis de Cuba

A crise começou quando os soviéticos, em resposta à instalação de mísseis nucleares na Turquia, em 1961, e à invasão de Cuba pelos EUA no mesmo ano, instalaram mísseis nucleares em Cuba. Houve uma enorme tensão entre as duas superpotências pois o presidente americano John F. Kennedy, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.

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Nenhum presidente dos Estados Unidos poderia admitir a existência de mísseis nucleares daquela dimensão a escassos 150 quilómetros do seu território nacional. O presidente Kennedy avisou Khruschev de que os EUA não teriam dúvidas em usar armas nucleares contra esta iniciativa russa. Ou desativavam os silos e retiravam os mísseis, ou a guerra seria inevitável. Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que em 28 de Outubro Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis estadunidenses da Turquia, concordou em remover os mísseis de Cuba.

2. Explica o que foi a Crise dos Misseis de Cuba

Fases da Guerra Fria:

Era Khrushchov

Stalin morreu em 5 de março de 1953. Como sucessor de Stalin, Khrushchov empreendeu uma política de denunciar os abusos do seu antecessor e divulgou uma série de crimes de Stalin estabelecendo, assim, uma nova postura.

No plano externo defendeu a ideia de Coexistência pacífica, que afirmava que o bloco comunista poderia coexistir pacificamente com os Estados capitalistas. A União Soviética aplicou-a às relações entre o mundo ocidental e, em particular, com os Estados Unidos, os países da OTAN e as nações do Pacto de Varsóvia.

1. Faz uma síntese da política de Khrushchov Era Brejnev

Brejnev representa um retrocesso na abertura com o Ocidente porque desenvolve a política da Teoria da Soberania Limitada, uma política neo-stalinista, que pretendia manter a União Soviética como eixo socialista no mundo.

Como aspetos positivos temos o facto da saúde e educação se terem tornado exemplos mundiais, enquanto que a indústria crescia rapidamente e a ciência soviética desenvolvia novas tecnologias

Mas, a partir do final dos anos 1970 começam a ficar claras as limitações do modelo soviético de economia planificada. A Crise do Petróleo dos anos 70 elevou a economia soviética, podendo o povo, em pleno regime socialista, consumir mais e muitas famílias puderam comprar novas tecnologias a mais, automóveis, fornos microondas e aparelhos eletrónicos.

Mas, apesar deste profundo desenvolvimento económico, político e militar, a economia soviética acabou por estagnar no final dos anos 70, transformando-se numa crise profunda nos anos 80 a ponto de desestruturar a economia soviética.

Em termos estruturais a economia planificada talvez tenha sido a principal responsável pela crise, pois exigia que tudo que fosse produzido em todos os setores da economia constasse dos planos quinquenais. Na prática isto criava distorções, como excesso de determinados produtos (indústrias de base e de bens de capital) e escassez de outros (bens de consumo).

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Para além disso, os custos militares da Guerra Fria já estavam insustentáveis para a URSS no fim dos anos 1970.

1. Resume a politica seguida por Brejnev2. Explica os fatores que levaram à crise russa

Mikhail Gorbatchov

Mikhail Gorbatchov foi o último dirigente soviético. Defensor de ideias modernizantes, instituiu dois projetos inovadores: a perestroika (reconstrução económica) e a glasnost (transparência política) que tiveram grande efeito positivo na sociedade. Assim, os regimes comunistas, país após país, começaram a cair.

A Polónia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do partido Solidariedade na Polônia), e a Tchecoslováquia, a Bulgária, a Roménia e a Alemanha Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista.

Berlim, que até aí estivera dividida em duas partes, separadas pelo muro de Berlim foi, finalmente, reunida. A queda muro de Berlim em 9 de novembro de 1989, após 28 anos de existência.

Entre 1987 e 1988 a URSS abdica de continuar a corrida armamentista com os Estados Unidos, assinando uma nova série de acordos de limitação de armas estratégicas e convencionais. Inicia a retirada do Afeganistão e começa a reduzir a presença militar na Europa Oriental.

Em setembro de 1991 as repúblicas bálticas da Estónia, Letónia e Lituânia declaram a independência em relação a Moscovo, seguindo-se a Ucrânia e mais onze antigas republicas soviéticas. Em 21 de dezembro líderes da Federação Russa, Ucrânia e Bielorússia assinaram um documento onde era declarada extinta a União Soviética e no seu lugar era criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

1. Resume a política de Gorbatchov.2. Quais as suas consequências para o quadro geopolítico da Europa.

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PORTUGAL E O ESTADO NOVO

Durante a 1ª República, entre 1910 e 1926, Portugal viveu um período de grande instabilidade política e de dificuldades económicas, associada à subida de preços dos géneros alimentares, à baixa dos salários depois da I Guerra Mundial, às revoltas e a greves constantes que provocaram o descontentamento de grande parte da população que desejava um governo forte capaz de restabelecer a ordem e a tranquilidade.

Assim, em 28 de Maio de 1926, as tropas comandadas pelo general Gomes da Costa saíram de Braga, marcharam sobre Lisboa a 6 de Junho e derrubaram o Governo. Ao dissolverem o Parlamento e suspenderem as liberdades individuais, previstas na Constituição (1911), os militares substituíram a 1ª República por uma Ditadura Militar e o poder passou a ser assumido por militares.

1. Explica em que condições se vivia durante a 1ª República e que fatores levaram a esse clima

O general Óscar Carmona tornou-se Presidente da República a 1928 e nesse mesmo ano, convidou para Ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar que aceitou o encargo com a condição de poder supervisionar os orçamentos de todos os ministérios e de ter direito de veto sobre os respetivos aumentos de despesas. Impôs então uma forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, aumentando os impostos e reduzindo as despesas públicas e conseguindo, assim, um saldo orçamental positivo logo no primeiro ano de exercício (1928-29).

1. Em 1928 Salazar ocupa o cargo de Ministro das Finanças. Consegue o equilíbrio financeiro?

2. A que é que esse prodígio se ficou a dever?

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Em 1932, devido ao seu prestígio, foi nomeado Chefe do Governo (Presidente do Conselho de Ministros) e a partir desse ano passou a controlar o governo do país e a tomar todas as decisões importantes.

1. Que novo cargo foi atribuído a Salazar, em 1932?

Em 1933 foi aprovada uma nova Constituição que pôs fim ao período da Ditadura Militar. Iniciou-se, assim, um novo período ditatorial que o próprio Salazar intitulou de “Estado Novo”, para mostrar que a organização do Estado seria diferente da que existira durante a 1ª República.

Estado Novo é, pois, o nome do regime político autoritário e corporativista de Estado que vigorou em Portugal durante 41 anos sem interrupção, desde 1933, com a aprovação de uma nova Constituição, até 1974, quando foi derrubado pela Revolução do 25 de Abril.

1. Quando é que se inicia o Estado Novo?2. Define Estado Novo.

A Constituição de 1933 continuava a reconhecer os direitos e liberdades dos cidadãos, mas esses direitos e liberdades devem submeter-se aos interesses do Estado, dando cobertura às medidas repressivas tomadas pelo regime salazarista.

1. Qual era a primeira diretriz da Constituição de 1933?

Corporativismo - Num estado corporativista o poder legislativo é atribuído a corporações representativas dos interesses económicos, industriais ou profissionais. As negociações coletivas e a resolução política dos conflitos era feita com a participação de sindicatos e representantes estatais, ou seja, no mesmo organismo estavam representantes da classe trabalhadora e da classe capitalista, embora os interesses de cada uma fossem antagónicos.

1. Define Corporativismo

Antipartidarismo

O regime político-constitucional é considerado antipartidário, uma vez que o único partido político aceite pela força política, foi a União Nacional.

1. Define Antipartidarismo.

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Concentração de poderes no Presidente do Conselho de Ministros.

Neste regime autoritário, o Governo tem simultaneamente o poder executivo e, por sua vez, os poderes do Governo estão fortemente centralizados e reforçados nas mãos do Presidente do Conselho de Ministros.O Presidente da República tinha somente funções meramente cerimoniais, embora tivesse o poder de escolher e demitir o Presidente do Conselho de Ministros. Mas este poder nunca foi utilizado visto que o cargo de Presidente da República era sempre ocupado por um partidário da União Nacional e apoiante do Presidente do Conselho de Ministros.

1. Quem detinha o poder efetivo sobre a nação e porquê?

Outras características do regime

Tal como outros regimes autoritários da época, o Estado Novo possuía lemas para mostrar resumidamente a sua ideologia e doutrina: "Tudo pela Nação, nada contra a Nação" e "Deus, Pátria, Família" são os mais conhecidos e utilizados;

O culto do Chefe: Salazar é representado como um chefe paternal, mas austero, eremita "casado com a Nação, o "salvador da Pátria" ou o "redentor da Nação";

Uma ideologia com forte componente católica, associando-se o regime à Igreja Católica através da Concordata entre a Santa Sé e Portugal, em 1940;

Um serviço de censura prévia às publicações periódicas, emissões de rádio e de televisão, e de fiscalização de publicações não periódicas nacionais e estrangeiras, protegendo permanentemente a doutrina e ideologia do Estado Novo e defendendo "a moral e os bons costumes";

O regime apoia-se na propaganda política para difundir "os bons costumes", a doutrina e a ideologia defendida pelo Estado Novo;

Apoia-se nas organizações juvenis (Mocidade Portuguesa) para ensinar aos jovens a ideologia defendida pelo regime e ensiná-los a obedecer e a respeitar o líder;

Uma polícia política repressiva (conhecida por PIDE semeia o terror, o medo e o silêncio nos sectores oposicionistas que fossem ativos na sociedade portuguesa, protegendo o regime de qualquer Além da PIDE, o regime apoia-se também nas organizações paramilitares (Legião Portuguesa) para proteger o regime das ideologias oposicionistas, principalmente o comunismo.

Um discurso e uma prática anticomunistas, tanto na ordem interna como na externa, que leva o regime a combater o Comunismo e a aliar-se ao lado dos E.U.A, durante a Guerra Fria, juntando-se à NATO, em 1949;

O sistema educacional centra-se na exaltação dos valores nacionais (ex: o passado histórico, o grande Império Colonial Português, a religião, a tradição, os costumes, o serviço à comunidade e à Pátria, a solidariedade humana numa perspetiva cristã, o apego à terra...)

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Um projeto nacionalista e colonial que pretende manter à sombra da bandeira portuguesa vastos territórios dispersos por vários continentes, mas rejeitando a ideia da conquista de novos territórios. Em vez de colónias, passou a falar-se de “Províncias Ultramarinas” e em vez de Império Português falava-se em “Ultramar Português”.

1. Identifica e explica as principais caraterísticas do Estado Novo.

A LUTA ARMADA

A recusa do Governo português em encarar a possibilidade de autonomia das colónias africanas fez extremar as posições dos movimentos de libertação que, nos anos 50 e 60, se foram formando na África portuguesa.

Em Angola, em 1955, surge a UPA (União das Populações de Angola) que, 7 anos mais tarde, se transforma na FNLA (Frente de Libertação de Angola); o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) forma-se em 1956; e a UNITA (União para a Independência Total de Angola) surge em 1966.

Em Moçambique, a luta é encabeçada pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) criada em 1962.

Na Guiné, distingue-se o PAIGC (Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde) em 1956.

Os confrontos iniciaram-se no Norte de Angola, em Março de 1961, com ataques da UPA a várias fazendas e postos administrativos portugueses.

Em 1963, o conflito alastrou à Guiné e, no ano seguinte, a Moçambique. Abriram-se assim 3 frentes de combate, que exigiram dos Portugueses um sacrifício desproporcionado: o país mobilizou 7% da sua população ativa e despendeu, na Defesa, 40% do Orçamento Geral do Estado.

1.Identifica as várias frentes de guerra que Portugal mantinha no Ultramar.

A resistência portuguesa ultrapassou, em muito, os prognósticos da comunidade internacional, que previam a capitulação rápida desta nação pequena e economicamente atrasada e que estava a ser pressionada internacionalmente para dar a independência às colónias, tal como os outros países já tinham feito.

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A questão das colónias ganhou dimensão aquando da entrada do nosso país na ONU, em 1955. Portugal recusou-se de imediato a admitir que as disposições da Carta relativas à administração de “territórios não-autónomos” lhe fossem aplicadas, argumentando que as províncias ultramarinas eram parte integrante do território português.

1. Que argumentos utilizava Portugal para se defender dos ataques internacionais?

Tal postura conduziu, inevitavelmente, ao desprestígio do nosso país, que foi excluído de vários organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas por parte de diversas nações africanas.

A guerra colonial manter-se-ia até ao 25 de Abril, consumindo o capital que deveria ser utilizado para o desenvolvimento da nação e sendo a responsável pela morte de muitos milhares de jovens.

1. De que forma Portugal era visto pelos países estrangeiros?

MEDIDAS DE CARÁTER ECONÓMICO

Portugal era, no início da década de 50 um país agrário com índices de produtividade que, em geral, não atingiam sequer a metade da média europeia.

No Norte predominava o minifúndio, que não possibilitava mecanização; no Sul estendiam-se propriedades imensas, que se encontravam subaproveitadas. Havia também que rever a situação dos rendeiros.

Face a esta situação, a partir de 1953, foram elaborados Planos de Fomento para o desenvolvimento industrial.

O I Plano (1953-1958) e o II Plano (1959-1964) davam continuidade ao modelo de autarcia e à substituição de importações.

1.Caraterísticas dos dois primeiros planos de Fomento?

É só a partir de meados dos anos 60, com o Plano Intercalar de Fomento (1965-1967) e o III Plano (1968-1973), que o Estado Novo delineia uma nova política económica:

Defende-se a produção industrial orientada para a exportação; Dá-se prioridade à industrialização em relação à agricultura; Estimula-se a concentração industrial; Admite-se a necessidade de rever a lei do condicionamento industrial (que

colocava entraves à livre concorrência, uma vez que só podiam criar empresas com aprovação prévia do Governo e este só aprovava os pedidos das grandes famílias que já dominavam o mercado.

1.Que alterações foram introduzidas com o plano intercalar de fomento e o III plano de fomento?

Os anos 60 trouxeram, desta forma, alterações significativas à política económica portuguesa. No decurso do III Plano, o nosso país viria a integrar-se na economia europeia e mundial, embora já durante o II Plano, em Janeiro de 1960, Portugal se tivesse tornado um dos países fundadores da EFTA – associação europeia de comércio

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livre -. Ainda no mesmo ano, 2 decretos de lei aprovam o acordo do BIRD e do FMI; em 1962 assina-se, em Genebra, o protocolo do GATT.

A adesão a estas organizações marca a inversão na política da autarcia do Estado Novo. O Plano Intercalar de Fomento enfatiza já as exigências da concorrência externa inerente aos acordos assinados, e a necessidade de rever o condicionamento industrial. O grande ciclo salazarista aproximava-se do fim.

1.Que acontecimentos marcam a saída de Portugal de uma política de autarcia?

Em 1968, a nomeação de Marcello Caetano para o cargo de presidente do conselho inaugura, com o III Plano de Fomento, uma orientação completamente nova. Esta política conduziu à consolidação dos grandes grupos económico-financeiros e ao acelerar do crescimento nacional, que atingiu, então, o seu pico. No entanto, o País continuou a sentir as exigências da guerra colonial e o seu enorme atraso face à Europa desenvolvida.

1. Em que situação se vivia em Portugal no início da década de 50?2. Quais as caraterísticas dos dois primeiros planos de fomento?3. O que entendes por autarcia?4. O que entendes por modelo industrial de substituição às importações?5. Que alterações se registaram na década de 60 e que fatores estiveram na

origem dessas alterações?

A EMIGRAÇÃO

A década de 60 é o período de emigração mais intenso de toda a nossa história. Nesta década, para além da atração pelos altos salários do mundo industrializado, há que ter em conta os efeitos da guerra colonial.

O contingente migratório português era constituído maioritariamente por trabalhadores sem atividade, predominantemente, entre os 15 e os 19 anos. Os principais países de destino eram França e RFA, seguidos da Venezuela, Canadá e os EUA.

Mais de metade desta emigração fez-se clandestinamente. A legislação portuguesa subordinava o direito de emigrar colocando-lhe várias restrições, como a exigência de um certificado de habilitações mínimas. Com o deflagrar da guerra colonial, juntou-se a estes requisitos a exigência do serviço militar cumprido, obrigação a que muitos pretendiam escapar. Sair “a salto” tornou-se a opção de muitos portugueses.

O Estado procurou salvaguardar os interesses dos nossos emigrantes, celebrando acordos com os principais países de acolhimento. O País passou, por esta via, a receber um montante muito considerável de divisas: as remessas dos emigrantes.

Tal facto, que muito contribuiu para o equilíbrio da nossa balança de pagamentos e para o aumento do consumo interno, induziu o Governo a despenalizar a emigração clandestina e a suprimir alguns entraves.

A emigração desfalcou o País de trabalhadores, contribuiu para o envelhecimento da população e privou do normal convívio com as famílias um grande nº de portugueses.

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1.Que fatores levaram ao grande surto da emigração nos anos 60?

2.Vantagens e desvantagens dessa emigração

A PRIMAVERA MARCELISTA

Em Setembro de 1968, António de Oliveira Salazar é operado de urgência a um hematoma cerebral. Pouco depois, dado o agravamento do seu estado de saúde, é substituído por Marcello Caetano. Este, apresentava-se como um político mais liberal, capaz de alargar a base de apoio do regime.

Logo no discurso da tomada de posse, Marcello Caetano define as linhas orientadoras do seu governo: continuar a obra de Salazar sem por isso prescindir da necessária renovação política. Pretendia-se “evoluir na continuidade”, concedendo aos Portugueses a “liberdade possível”.

Nos primeiros meses de mandado, o novo Governo dá sinais de abertura:

Faz regressar do exílio algumas personalidades;

Modera a atuação da PIDE (que passará a chamar-se Direcção-Geral de Segurança – DGS);

Ordena o abrandamento da censura;

Abre a União Nacional

Alargou o sufrágio feminino (a todas as mulheres escolarizadas) – permitiu maior liberdade de campanha à oposição;

Consulta dos cadernos eleitorais;

Fiscalização das mesas de voto.

1- Por que razão se denominou de «Primavera marcelista» o primeiro período de governo de Marcello Caetano?

2- Que medidas tomou?

Frustradas as esperanças de uma real democratização do regime, Marcello Caetano viu-se sem o apoio dos liberais e alvo da hostilidade dos núcleos mais conservadores. Obrigado a reprimir um poderoso surto de agitação estudantil, greves e até ações bombistas, Marcello Caetano liga-se cada vez mais à direita e desrespeita a sua política inicial.

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As associações de estudantes mais ativas são encerradas, a legislação sindical aperta-se, a PIDE desencadeia uma nova vaga de prisões, alguns opositores são novamente remetidos ao exílio. Este processo de regressão termina em 1972, quando Américo Tomás, já com 77 anos é reconduzido ao cargo de presidente da República.

1- Marcello Caetano cumpriu as promessas feitas acerca da abertura política?

MOVIMENTO DE INDEPENDÊNIA DAS COLÓNIAS

Em Angola, a sublevação da ZSN foi efetuada pela União das Populações de Angola (UPA) — que passou a designar-se como Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) em 1962. Ao MPLA, que desempenhou um papel fundamental, há a acrescentar, a partir de 1966, a ação da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Na Guiné, os confrontos foram iniciados, na perspetiva portuguesa, em Julho de 1961 quando guerrilheiros do Movimento de Libertação da Guiné (MLG) lançaram ataques às povoações junto à fronteira noroeste com o Senegal. Os confrontos iniciaram-se em Janeiro de 1963, quando o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), sob a forma de guerrilha, desencadeou um ataque ao quartel de Tite, a Sul de Bissau, junto ao rio Corubal.

A guerra na Guiné colocou frente a frente dois homens de forte personalidade: Amílcar Cabral e António de Spínola, responsáveis pela modelação do teatro de operações na Guiné.

Em Moçambique, o movimento de libertação, denominado Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), efetuou a sua primeira ação nos dias 24 e 25 de Setembro de 1964.

1- Refere os vários movimentos independentistas.

25 ABRIL

Os vários conflitos nas colónias forçavam Salazar e o seu sucessor Marcello Caetano a gastar uma grande parte do orçamento de Estado na administração colonial e nas despesas militares. O país empobrecia cada vez mais porque o dinheiro que devia ser aplicado na criação de infraestruturas era gasto com a guerra.

Todos estavam descontentes, até porque essa guerra era a responsável pela morte injustificada de muitos jovens.

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1.Indica as causas do descontentamento imediatamente antes do 25 de Abril.

No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.

Às 22h 55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, que é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas confirmando que se ia dar o golpe militar e todos deviam estar em posição. O segundo sinal é dado às 0h20 m, quando a canção Grândola, Vila Morena de José Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença que marca o início das operações.

1.Que sinais estavam combinados pelos Capitães de Abril, para dar início à revolução?

O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. À Escola Prática de Cavalaria, comandada pelo Capitão Salgueiro Maia, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.

1.Quem foi Salgueiro Maia?

2.Qual foi a única Exigência de Marcello Caetano para se render?

No dia 26 de abril, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, que dará início a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.

1. Como se chamava o órgão de poder criado a 26 de Abril de 1974?

2. Qual era o seu lema?

3. Quem o presidia?

Entre as medidas imediatas da revolução conta-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos são legalizados. No dia seguinte, a 26 de abril, são libertados os presos políticos da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltam ao país nos dias seguintes .

.Que medidas foram imediatamente tomadas pelo MFA?

Portugal passará por um período conturbado de cerca de dois anos- PREC- São nacionalizadas grandes empresas, "saneados" quadros importantes e levadas ao exílio personalidades identificadas com o Estado Novo, gente que não partilha da visão

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política que a revolução prescreve. Acabada a guerra colonial as colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes.

Angola conseguiu a independência em 1975, antes de Moçambique (1976), e logo de seguida estes dois países instauraram um regime político pró-soviético, enquanto que em Portugal, o modelo socialista pós-revolução era progressivamente abandonado, dando lugar a um regime democrático.

As outras ex-colónias africanas, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, também enveredaram por este tipo de regime.

Processo Revolucionário em Curso -PREC – designa, em sentido lato, o período de atividades revolucionárias, marcante na História de Portugal, decorrido durante a Revolução dos Cravos, iniciada com o golpe militar de 25 de Abril de 1974 e concluída com a aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 1976 . O termo, no entanto, é frequentemente usado para aludir ao período crítico do Verão Quente de 1975, com o seu antes e o seu depois, que culmina com o Golpe Militar de 25 de Novembro .

A par das ocupações de terras e casas abandonadas, da Reforma Agrária , de melhorias importantes como o estabelecimento do salário mínimo, o processo levaria ao desmantelamento de grupos económicos ligados ao regime deposto, entre os quais a CUF, à nacionalização de empresas consideradas de interesse público, na banca, seguros, transportes, comunicações, siderurgia, cimento, indústrias químicas, celulose. Fizeram-se «saneamentos» no aparelho do Estado e nos meios de comunicação, com vista a afastar elementos indesejáveis do velho regime, substituindo-os por elementos afetos às forças políticas dominantes.

O 25 de Novembro de 1975 foi o golpe militar que pôs fim à influência da esquerda radical iniciada em Portugal com o 25 de Abril de 1974.

Após um Verão Quente de disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas, pela ocupação do poder do Conselho da Revolução, tudo se encaminhava para um possível confronto armado. Este, tantas vezes anunciado pareceu por fim inevitável, quando, na madrugada de 25 de Novembro de 1975, tropas pára quedistas ocupam diversas bases aéreas, na expectativa de receber apoio do COPCON- criado em 8 de julho de 1974 por decreto-lei assinado pelo Presidente da República António de Spínola, com o objetivo de fazer cumprir as novas condições criadas pela Revolução dos Cravos. Era constituído por forças especiais militares como os fuzileiros, paraquedistas, comandos, polícia militar, Infantaria de Queluz e pelo Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS). O seu comandante era o major Otelo Saraiva de Carvalho- Mas opondo-se-lhes eficazmente um grupo operacional de militares, chefiado por Ramalho Eanes, liquidou a revolta substituindo o PREC - "Processo Revolucionário em Curso" pelo "Processo Constitucional em Curso”.

Quanto ao 11 de Março de 1975 foi uma tentativa falhada de golpe militar, organizada pelo general António Spínola, ex-presidente da República, aliado à Força Aérea e ao Exército de Libertação de Portugal (ELP), por oposição ao Comando Operacional do Continente (COPCON) e à Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR), na tentativa de pôr fim ao governo de Vasco Gonçalves, defensor de um regime socialista avançado. A missão foi abortada e o golpe foi dado como falhado.

1.Que medidas são tomadas durante os dois anos seguintes à revolução?

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2. Quais foram os maiores conflitos, pós 25 de Abril?

Portugal e o mundo na década de 70

Foi a época em que aconteceu a crise do petróleo, o que levou os Estados Unidos à recessão, ao mesmo tempo que economias de países como o Japão começavam a crescer.Dá-se a Revolução dos Cravos em Portugal (25 de Abril de 1974) e a independência das então colónias portuguesas em África: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Timor-Leste também proclamou a sua independência em 1975, mas foi imediatamente invadido pela Indonésia, uma ocupação que durou até 1999.Em Angola e Moçambique estalaram guerras civis (a guerra civil de Angola e a Guerra de desestabilização de Moçambique) com grande envolvimento de outros países, dentro do contexto da guerra fria. Em vários estados democráticos, especialmente no Japão, na França e na Suécia, mas também naqueles em que vigiam regimes ditatoriais, Espanha, Grécia e países do Cone Sul, os anos 1970 foram marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo estatal.Termina a Guerra do Vietname, com a derrota dos Estados Unidos da América e reunificação do país.A economia mundial, e particularmente a dos Estados Unidos, entra em recessão após a crise do petróleo de 1973, quando a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) triplica o preço do barril de petróleo. Em 1979 uma nova crise do petróleo preocupa o Ocidente: o petróleo é usado como arma e tem seu preço duplicado em detrimento dos Estados Unidos, maior consumidor mundial e histórico aliado de Israel.Portugal irá ressentir-se por vários motivos: Os antigos colonos de Angola regressam ao Continente e entram numa fase de integração, ao mesmo tempo que os países em crise deixam de receber os nossos emigrantes.

Em 1977 pede para integrar a CEE, o que viria a acontecer em 1986.

1.Resume a situação mundial na década de 70.

NOVA ORDEM ECONÓMICA MUNDIAL FIM SEC XX

Evolução da economia americana desde a década de 50 até aos nossos dias.

Década de 1950 e 1960 - Crescimento Económico

Nesse período houve um forte crescimento de produção nos Estados Unidos, acarretado pela necessidade de abastecer os mercados europeus. A II Guerra Mundial havia ocasionado uma destruição de vários parques industriais na Europa, o que propiciou o crescimento substancial da produção industrial nos Estados Unidos, que possuem um amplo parque industrial e uma grande reserva financeira.

Década de 1970- Crise e Welfare State

O clima de euforia e superprodução das décadas de 1950 e 1960 diminuem muito na década de 1970, porque o grande mercado de produção europeia já se havia consolidado novamente, não necessitando de tantos produtos vindos da América.

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Os Estados Unidos, presenciando um clima de insegurança e recessão, colocaram em prática um plano denominado de Welfare State (estado do bem-estar social). A intervenção do Estado na economia ocorreu a partir da produção de empregos (construção de rodovias, ferrovias, hidroelétricas…) para que a população mantivesse o seu poder de compra, fazendo com que a economia não entrasse em recessão.

Década de 1980 - Novos Ramos e Transferência da Dívida

Na década de 1980, o governo Reagan adotou uma política contraditória, em que diminuiria os impostos, ao mesmo tempo aumentaria os juros, sobretudo em relação aos empréstimos feitos aos países mais pobres que ficavam, assim, fortemente dependentes dos EUA.

A partir de 1990 – Nova Ordem Económica Mundial

Até há muito poucos anos havia uma ordem mundial monopolar, centrada no poder que os EUA exerciam sobre o resto do mundo.Porém, com a fragmentação da União Soviética e mudança do contexto económico da China, assiste-se a uma divisão de poderes dos EUA por países como o Japão, a China e a Alemanha (líder na Europa), ocasionando uma maior dinâmica económica no mundo contemporâneo.

Os EUA são a pátria do capitalismo e do liberalismo económico.

O capitalismo dos EUA nos anos 70/80 caracteriza-se pelo neoliberalismo que se carateriza pela diminuição da carga fiscal, liberalização dos despedimentos, utilização de trabalho precário, utilização de mão-de-obra barata e vulgarização do crédito, ao mesmo tempo que a intervenção do estado na economia quase não existe. É o país do Mundo que mais investe na ciência. O avanço americano deve-se à criação precoce de parques tecnológicos – os tecnopólos -, que associam universidades prestigiadas, centros de pesquisa e empresas, que trabalham de forma articulada. Desde o fim da Guerra Fria, os EUA afirmam-se como os polícias do Mundo, tendo como objetivo a criação de uma nova ordem que deve estar de acordo com os princípios estabelecidos pela ONU.As intervenções militares americanos no Mundo estão todas justificadas à “luz da razão” dos americanos, que se apresentam como os polícias do mundo e os salvadores dos direitos humanos, em consequência desta decisão, também têm decretado uma nova forma de guerra, que são os boicotes económicos.De entre as intervenções americanas no Mundo salientam-se as intervenções nos seguintes países: Iraque, Kuwait, Somália, Haiti, Jugoslávia e Afeganistão. A invasão do Afeganistão justifica-se pelos EUA considerarem que o Afeganistão era a pátria do terrorismo.

1-Refere as várias etapas de política económica dos EUA

A globalização

Nos anos 80, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes corporações internacionais, mas a prática de medidas de bem-estar social acabaram por

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enfraquecer as finanças dos Estados que não conseguem suportar os custos das pensões sociais e assistência médica a uma população cada vez mais envelhecida.

Agora, os lucros têm de ser obtidos mediante vantagens sobre a concorrência e, para isso, é necessário colocar no mercado produtos mais baratos, preferentemente de melhor qualidade. Para tanto é preciso reduzir os custos de produção.

Então, os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e comunicações, permitiram que as grandes corporações adotassem um novo procedimento - a estratégia global de fabricação - que consiste em decompor o processo produtivo e dispersar as suas etapas à escala mundial, cada qual em busca de menores custos operacionais. A produção deixa de ser local para ser mundial, o mesmo acontecendo com o consumo, uma vez que os mesmos produtos estão à venda nos mais diversos recantos do planeta. Os fluxos económicos intensificam-se extraordinariamente, promovidos sobretudo pelas grandes empresas, agora chamadas de transnacionais.

Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge praticamente todo o planeta que merece uma denominação especial - globalização -, marcada basicamente pela mundialização da produção, da circulação e do consumo. Nessas condições, a eliminação de barreiras entre as nações torna-se uma necessidade, a fim de que o capital possa fluir sem obstáculos. Daí o enfraquecimento do Estado, que perde poder face ao das grandes corporações.

O "motor" da globalização é a competitividade. Visando a obtenção de produtos competitivos no mercado, as grandes empresas financiam ou promovem pesquisa, do que resulta um acelerado avanço tecnológico. Esse avanço implica informatização de atividades e automatização da indústria, incluindo até a robotização de fábricas. Em consequência, o desemprego torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo e, além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes e segmentos sociais.

2- Explica o que entendes por globalização.

POLITICA AMERICANA ATUAL

Durante seu primeiro mandato, Obama assinou várias propostas de estimulo econÓmico em resposta a Grande Recessão que assolou os Estados Unidos entre 2007 e 2009, através dos projetos de lei American Recovery and Reinvestment Act de 2009. Também sancionou leis de corte de impostos para a classe média e de criação de empregos em 2010. Outras importantes iniciativas nacionais incluem a Patient Protection and Affordable Care Act, projeto este que passou a ser chamado de Obamacare;

Em maio de 2012, ele tornou-se o primeiro presidente americano, ainda no cargo, a apoiar publicamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na política externa, Obama ordenou o fim do envolvimento americano na Guerra do Iraque; aumentou a quantidade de tropas americanas no Afeganistão, e, em 2010, anunciou que iria

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remover todas as unidades de combate americanas daquele país até o fim de 2014; assinou tratados de controle de armas com a Rússia; autorizou uma intervenção armada na Guerra Civil Líbia; e ordenou uma operação militar no Paquistão que resultou na morte de Osama bin Laden.

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