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PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

HISTÓRIA

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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima BezerraLiteratura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos SantosMatemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba CostaFísica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. SaquetteQuímica Edson Costa P. da Cruz Fernanda BarbosaBiologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério FernandesHistória Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa SilvaGeografia DuarteA.R.Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

696 p.

ISBN: 978-85-387-0574-1

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

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Revoltas na República Velha

Diante da excludente política das oligarquias, voltaram-se vozes do campo brasileiro. Movimentos messiânicos como a Guerra de Canudos e a Guerra do Contestado assolaram o Brasil, enquanto o bandi-tismo social dos “excluídos do capitalismo” promovia saques no campo. A figura de Padre Cícero Romão, o “Padim Ciço”, também foi eminente nessas revoltas contra o Governo Federal. Violência e santidade ca-minham lado a lado nos conturbados primeiros anos da República Brasileira.

A Guerra de Canudos (1896-1897)

Sua trajetória está ligada à figura de Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, beato de origem humilde que percorreu o sertão baiano, na localidade denominada Arraial do Belo Monte, às margens do Rio Vaza Barris.

Formou-se nessa região uma comunidade lide-rada por Conselheiro, que se entitulava um messias enviado para salvar o povo nordestino do sofrimento. Esta angústia era baseada na exploração do latifún-dio monocultor, na seca e no descaso das autorida-des governamentais diante da grave situação dos nordestinos.

Antônio Conselheiro.

Dom

ínio

púb

lico.

O arraial do Belo Monte, ou a comunidade de Canudos, chegou a ter cerca de trinta mil pessoas, atraídas pela produção de subsistência que procurava vencer a fome, sendo que a comunidade chegava a produzir excedentes que eram comercializados com as comunidades vizinhas. Diante deste crescimento, Canudos começou a incomodar muitos setores. Os la-tifundiários perceberam que gradativamente perdiam a mão-de-obra barata para Canudos, enquanto a Igreja Católica preocupou-se com o número de fiéis, agora sob as ordens e proteção do beato Conselheiro.

As pregações de Conselheiro

Garantido pela lei

Aqueles malvados estão

Nós temos a lei de Deus

Eles tem a lei do cão!

(...)

Casamento vão fazendo

Para o povo iludir

Vão casar o povo todo

No casamento civil!

(...)

O Anticristo nasceu

Para o Brasil governar

Mas aí está o conselheiro

Para dele nos livrar!

Visita vem nos fazer

Nosso rei D. Sebastião

Coitado daquele pobre

Que vive na lei do cão!

(CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro:

Francisco Alves, 1987. p. 139.)

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As autoridades governamentais começaram a vincular nos meios de comunicação a ideia de que Conselheiro era monarquista por acreditar no retorno de D. Sebastião, rei de Portugal morto em 1578, na batalha de Alcácer-Qbir, origem do Sebastianismo.

A primeira campanha militar contra Canudos ocorreu no governo de Prudente de Morais, que foi francamente desarticulada pelos homens de Conse-lheiro. Apenas a quarta missão oficial, sob o comando do general Artur de Andrada Guimarães, formada por cerca de 8 mil homens extremamente bem equipa-dos para a época, conseguiu acabar com Canudos. Seus habitantes foram massacrados numa guerra narrada pelo então jornalista Euclides da Cunha que cobria o conflito. Mais tarde, Euclides da Cunha escreveria, baseado na Guerra de Canudos, o livro Os Sertões, um dos clássicos da literatura brasileira.

“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento com-pleto. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.”

(CUNHA, Euclides da. Os Sertões

Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987. p. 407.)

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Salvador

Canudos

Estadoda Bahia

Guerra de Canudos.

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.

A Guerra do Contestado (1912-1916)

Paraná e Santa Catarina, desde meados do sé-culo XIX, disputavam o território situado atualmente entre as cidades catarinenses de Curitibanos e Cam-pos Novos. Por esse motivo, essa área era conhecida como região do Contestado. A região era dominada por latifundiários ligados à produção de erva-mate.

No ano de 1908, a empresa britânica Brazil Rail- ways obteve concessão para construir uma ferrovia ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, e que cortaria a região do Contestado, expulsando os habitantes humildes da região. Na construção da ferrovia, a companhia britânica contratou no Rio de Janeiro, Santos e Salvador, milhares de trabalhadores que, com o fim da obra, foram abandonados na região, se juntando à massa de camponeses que já havia sido expulsa por ocasião da construção da ferrovia.

Nesse ambiente, surgiu o beato José Maria, monge messiânico, que assim como Conselheiro pregava a necessidade da formação de uma comu-nidade, na região de Taquaraçu, para defender seus interesses. O latifundiário Francisco de Albuquerque enviou tropas para desarticular a comunidade que se refugiu em Irani no Paraná. Diante de novo ataque, José Maria foi assassinado, o que acentuou ainda mais o fanatismo de seus seguidores, fazendo com que os camponeses só fossem reprimidos, de manei-ra violenta, após várias expedições militares sob o comando do general Setembrino de Carvalho.

O cangaçoOutro fenômeno da época foi o banditismo social,

expresso no movimento conhecido como cangaço, que assolou o Nordeste do Brasil de 1870 até 1940. A origem do cangaço está relacionada à produção pecuarista existente no sertão nordestino, em que as relações entre vaqueiros e fazendeiros eram estabe-lecidas pelo compadrio e pela fidelidade. O vaqueiro defendia os interesses do fazendeiro, mesmo que para isso tivesse que usar de violência. Interesses ligados, muitas vezes, a disputas territoriais pela demarcação das fronteiras de fazendas vizinhas, obrigavam muitos fazendeiros a possuir verdadeiros exércitos particulares de jagunços.

Com uma grave seca que ocorreu entre os anos de 1877 e 1879, surgiam os primeiros bandos de ja-gunços armados, “independentes” de fazendeiros, sendo que o mais conhecido aterrorizou o Nordeste entre 1920 e 1938. Era Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. Somente em 1938, portanto no go-

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verno de Getúlio Vargas, é que as tropas conhecidas como “volantes”, que perseguiam os cangaceiros nordestinos, conseguiram dar fim ao Cangaço. Houve uma emboscada na toca dos Angicos a qual culmi-nou com a morte de Lampião e de sua companheira Maria Bonita.

Dom

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púb

lico.

Lampião.

“Carta de um Cangaceiro”

Ilmo Sr. Francisco de Souza

Aspiro boa saúde com a exma. Família. Ten-do eu frequentado uma fazenda sua, deliberei saudado-o em uma cartinha, pedir um cobrezinho. Basta dois conto de réis.

Eu reconheço que o senhor não se sacrificará com isto e eu ficarei bem agradecido e não terei razão de lhe odiar nem também a gente de Virgu-lino terá essa razão.

Sem mais do seu criado, obrigado.

Hortencio, vulgo Arvoredo, rapaz de Virgulino.

(Publicado no jornal A Tarde, 20/01/1931. Coletânea

de documentos históricos para o 1o. grau.

São Paulo: SE\ CENP, 1980. p. 51.)

Padre Cícero e a Revolução Cearense de 1914

Vimos, anteriormente, a Política das Salvações implementada pelo presidente Hermes da Fonseca para derrubar os políticos que manifestaram seu apoio à Campanha Civilista de Rui Barbosa. O Ceará também foi vítima do intervencionismo de Hermes da Fonseca, quando o coronel do Exército Franco Rabelo lançou sua candidatura à presidência. Ra-belo tinha consigo o apoio de Hermes da Fonseca

e da oposição ao governador do Estado, Nogueira Acioli. Acioli utilizou-se de extrema violência contra os partidários de Rabelo – as pressões contra sua ação geraram a sua demissão, abrindo espaço para a vitória de Rabelo nas eleições.

Entretanto, logo após as eleições, o deputado Floro Bartolomeu, ligado ao Acioli, organizou a Re-volução Cearense, em 1914, tomando a cidade de Juazeiro e reconduzindo Acioli ao poder político no Ceará. A Revolução Cearense contou com a benção do Padre Cícero Romão Batista, uma das figuras mais eminentes da religiosidade nordestina. Padre Cícero era um misto de beato e coronel proprietário de terras, ocupando lugar de destaque na políti-ca cearense das primeiras décadas do século XX. Excomungado da Igreja Católica, Padre Cícero é considerado por muitos nordestinos um milagreiro, sendo que milhares de fiéis destinam-se anualmente à cidade de Juazeiro, no Ceará, para obter sua graça junto à sua grandiosa estátua.

Dom

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lico.

Padre Cícero.

A Revolução Cearense mostrou a Hermes da Fonseca que ele não poderia exercer uma política sem o apoio de algumas oligarquias estaduais, em nome do ideal de “salvação nacional”.

Revoltas urbanasAnteriormente vimos que, enquanto a oligarquia

rural brasileira realizava sua política excludente, a população rural manifestava em revoltas sua oposi-ção. Nas cidades, o clima de agitação também era percebido, tinha como núcleo o operariado e a classe média, que questionavam os desmandos políticos dos mecanismos eleitorais viciados. O operariado também procurava reivindicar a proteção do Estado e melhores condições de trabalho, porém a resposta era sempre a mesma: a ação repressora do aparato policial, numa época que grevistas e criminoso eram praticamente sinônimos.

Nisso, a população carioca reage contra a obri-gatoriedade da vacina contra a varíola e a classe mé-dia expressa no modernismo não somente a ruptura de padrões estéticos anteriores, mas também seus anseios de transformação política.

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A Revolta da Vacina (Rio de Janeiro - 1904)

Vimos anteriormente, que, durante o governo de Rodrigues Alves, o prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, organizou um conjunto de reformas, com o objetivo de modernizar e sanitarizar a capital federal. Reformas que demoliram os cortiços no projeto Bota abaixo, expulsando a população mais humilde do centro do Rio de Janeiro, foi o foco das revoltas.

No ano de 1903, o sanitarista Oswaldo Cruz foi indicado para Secretário de Saúde no Rio de Janeiro, adotando a campanha da vacinação obrigatória con-tra a varíola, epidemia que matava cariocas e turistas que tinham no Rio de Janeiro a porta de entrada para o Brasil. A campanha de Oswaldo Cruz conseguiu reduzir drasticamente os índices de contaminação, mas a obrigatoriedade e a brutalidade dos agentes sanitários e dos policiais que os acompanhavam, acabaram gerando a Revolta da Vacina em 1904.

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lico.

Revolta da Vacina.

Muitos populares acreditavam que a vacina era um meio de contrair a doença, contestando a eficácia de sua ação. O que se viu no Rio de Janeiro, a partir de 11 de novembro de 1904, foram choques entre a polícia e a população que acumulava a indignação com o Bota abaixo. Centenas de mortos e feridos, bondes e prédios quebrados levaram o governo a revogar a lei que tornava obrigatória a vacinação, no dia 16 de novembro de 1904.

“Cheio de apreensões e receios despontou o dia de ontem. [...] As arandelas do gás, tombadas, atravessavam-se nas ruas, [...] Os vidros frag-mentados brilhavam na calçada, paralelepípedos removidos, que serviam de projéteis para esses depredações, coalhavam a via pública, em todos os pontos, destroços de bondes quebrados e incen-diados, portas arrancadas, colchões, latas, monte de pedras mostravam os vestígios das barricadas feita pela multidão agitada. [...] Muito cedo tiveram início os tumultos e as depredações [...]. Pela rua senhor dos Passos, às 7 horas, numerosos grupos de mais de quinhentas pessoas desceram em direção a praça da República, prorrompendo em gritos hostis a política e a vacinação obrigatória e assaltando os bondes [...]. Foi grande o tiroteio que se travou, caindo logo ao chão, feridas e en-sanguentadas, diversas pessoas.”

(Jornal do commércio, 15 de novembro de 1904.

Extraído de Nosso Século – 1900-1910.

São Paulo: Abril, 1980. p. 39.)

A Revolta da Chibata (Rio de Janeiro - 1910)

No ano de 1910, o marinheiro Marcelino Rodri-gues Menezes, que servia no navio Minas Gerais, foi condenado a 250 chibatas, sendo seus companhei-ros obrigados a assistir o castigo corporal como de costume. Isso foi o estopim de uma revolta iniciada no dia 22 de novembro de 1910, sob a liderança do marinheiro João Cândido, com a adesão de aproxi-madamente 2 000 homens.

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Revolta da Chibata.

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A revolta era contra os castigos corporais na Marinha, que recrutava de maneira autoritária seus marinheiros (formados por um grande contingente de negros) e era a favor de melhores soldos. João Cân-dido liderou a sublevação dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo, chegando a assassinar alguns oficiais presentes e a ameaçar bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso o governo não acatasse as reivindicações. O pânico instalado no Rio de Janeiro fez com que o então presidente Marechal Hermes da Fonseca aceitasse a reivindicação dos revoltosos, que foram anistiados.

Porém, dias depois, ocorreu uma sublevação de fuzileiros navais da ilha das Cobras, por motivos semelhantes. O governo desta vez reprimiu violenta-mente os revoltosos, e temendo perder a ordem sobre a força armada, prendeu e torturou os marinheiros envolvidos na Revolta da Chibata. Um dos poucos sobreviventes aos castigos da prisão foi o marinheiro João Cândido.

“Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e repu-blicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira, a falta de proteção que a pátria nos dá [...], rompemos o véu negro que nos cobria aos olhos [...] achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a bordo, prisioneiros, to-dos os oficiais, os quais tem sido os causadores da Marinha brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos essa honrada mensagem para que V. Exa. faça aos marinheiros brasileiros possuirmos [sic] os direitos sagrados que as leis da República nos facilitam [...]. Refor-mar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes; aumentar nosso soldo [...]. Tem V. Exa. o prazo de 12 horas para mandar- -nos respostas satisfatória, sob pena de ver a pátria aniquilada.

Bordo do encouraçado São Paulo em 22 de Novembro de 1910” [sic]

(“Do ultimato dos marinheiros revoltados as presidente

Hermes da Fonseca”, 1910. Extraído de MENDES JR. A.;

MARANHÃO R. Brasil História. São Paulo:

Brasiliense, 1979. V. III, p . 237.)

O movimento operário e a greve geral de 1917

O processo de industrialização no Brasil fez com que se desenvolvesse uma classe operária com péssimas condições de trabalho. Eram comuns altas jornadas de trabalho, exploração do trabalho infantil, discriminação sexual no pagamento de salários, além de precárias condições de trabalho que mutilavam e vitimavam vários operários. Não existiam férias, des-canso semanal remunerado, seguro contra acidentes, aposentadoria, nem se quer regulamentação dos sindicatos. As greves eram vistas como atividades criminosas.

“Assistimos ontem a entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca (bairro de São Paulo). Essas crianças, entrando aquela hora, saem às 6 horas. Trabalham, pois, 11 horas a fio, em serviço noturno, apenas com um descanso de 20 minutos, a meia noite! O pior é que elas se queixam de que são espancadas pelo mestre de fiação. [...] uma há com as orelhas feridas por continuados e violento puxões. Trata-se de crianças de 12, 13 e 14 anos.” [sic]

(O Combate. São Paulo, 4 set. 1917.)

“A estatística do ano passado registra o caso de um operário que, passando com um saco as costas, ao pé de uma certa máquina, foi apanhado por uma peça da mesma, que lhe fraturou o crânio, determinando-lhe a morte. Esse operário tinha 13 anos. Executava um serviço que parecia leve: con-duzia um saco cheio de carretéis. Mas aproximou- -se de um maquinismo que não fora instalado de modo a por os operários ao abrigo de acidente. E matou-o uma peça desse maquinismo.” [sic]

(Boletim do Departamento Estadual do Trabalho,

1o. trimestre de 1913.)

A industrialização concentrou-se principal-mente nas áreas produtoras de café, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde os capitais excedentes dos cafeicultores somados a um mercado consumidor em ascensão e a uma grande oferta de mão-de-obra,

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de origem imigrante, geravam condições favoráveis para sua prosperidade. Os imigrantes eram os mais procurados pelos empresários, não somente pelo preconceito contra a massa de ex-escravos que habitava os centros urbanos, mas também por uma melhor qualificação profissional, fruto de experiên-cias anteriores nas fábricas europeias.

Muitos dos imigrantes que chegaram ao Brasil, desde o século XIX, tinham uma razoável consciência política, sendo o anarquismo muito influente nas pri-meiras décadas do século XX. Esta ideologia defendia a melhoria nas condições de trabalho, o combate à religião, a propriedade privada e ao Estado, que era visto pelos anarquistas como um instrumento de imposição de interesses das elites econômicas sobre o restante da população. Eram também contrários à formação de partidos políticos vistos com descon-fiança, pois poderiam gerar um grupo de burocratas que manifestariam seus próprios interesses, margi-nalizando o restante dos componentes.

Movimento operário.

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lico.

No final do século XIX, surgiram as ligas operá-rias, que realizavam greves nos principais centros ur-banos sob influência do anarquismo. A intensificação das greves e de jornais que difundiam as aspirações dos trabalhadores levou o governo brasileiro a editar a Lei de Expulsão de Estrangeiros, também conhe-cida como Lei Adolfo Gordo, em 1907. Esta medida procurava expulsar todos os estrangeiros acusados pelo “crime” de serem anarquistas e promoverem a agitação popular, na defesa de seus interesses.

No dia 9 de julho de 1917, morreu em São Paulo um sapateiro na porta das Empresas Matarazzo, após choque com a polícia. O enterro, no dia 11 de julho, foi o estopim da Greve Geral de 1917, que culminou com o fechamento de estabelecimentos comerciais e de indústrias, paralisação dos transportes e de praticamente toda a cidade durante cerca de 30 dias. A greve só foi finalizada a partir da negociação entre patrões e operários, intermediada por advogados e jornalistas. Chegou-se a um acordo em que os traba-lhadores obtiveram aumento salarial e a promessa

da não-punição aos grevistas. A vitória permitiu que o movimento operário se desenvolvesse ainda mais, ganhando força neste meio as ideias socialistas.

Depoimento de uma testemunha da Greve Geral de 1917

“[...] São Paulo é uma cidade morta: sua popu-lação está alarmada, os rostos denotam apreensão e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas afora, alguns transeuntes apressados, só circulam veículos militares, requi-sitados pela Cia. Antarctica e demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras. Há ordem de atirar sobre quem fique parado na rua. Nos bairro fabris do Brás, Mooca, Barra Funda, Lapa, sucedem-se tiroteios com grupos populares, em certas ruas já começaram a fazer barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas e a polícia não se atreve a passar por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros.

Os jornais saem cheios de notícias sem comen-tários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando dramáticos acontecimentos. [...]”

(DIAS, Everardo. História das Lutas Sociais no Brasil.

São Paulo: Edaglit, 1962.)

Somente a partir do sucesso da Revolução Russa de 1917, particularmente a Revolução Bolchevique, foi que o socialismo passou a predominar como ide-ologia de luta do proletariado, a partir da defesa de uma revolução proletária capaz de criar uma ditadura que acabasse com a propriedade privada, estatizando os meios de produção. No ano de 1922, fundou-se o Partido Comunista do Brasil (PCB), sob a liderança de Astrogildo Pereira, Leônidas Resende e Cristiano Cordeiro. Porém, no ano de 1924, a sede do PCB foi invadida pela polícia e o partido teve a sua ilegalidade decretada. Restou aos componentes a luta clandes-tina, difundida através de encontros secretos e de jornais como Movimento Operário e A Nação.

Os membros do PCB atuando na clandestini-dade formaram uma agremiação que aglutinava não só comunistas, mas também anarquistas e traba-lhadores independentes chamada Bloco Operário Camponês (BOC). A agremiação, formada em agosto de 1927, defendia a luta contra a oligarquia, a elei-

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ção de parlamentares representantes da causa dos trabalhadores, a luta contra o imperialismo e contra as péssimas condições de trabalho, assim como o voto secreto.

O tenentismoSe por um lado o processo de industrialização

fez crescer o contingente de operários no Brasil, o de-senvolvimento urbano consequente gerou a ascensão da classe média, que de várias formas expressou seu descontentamento com a República Oligárquica.

A jovem oficialidade do Exército (formada basicamente por tenentes e alguns capitães) era recrutada entre a classe média e trazia consigo suas aspirações, exigindo a volta da participação política do Exército nas decisões referentes ao destino do Brasil. As aspirações dos tenentes estavam ligadas a questões principalmente políticas, fruto de um grupo – a classe média – que estava alijado do po-der político diante do controle da aristocracia rural. Os questionamentos socioeconômicos não estavam na pauta das reivindicações, contribuindo para um relativo esvaziamento do programa tenentista e de-monstrando o elitismo do movimento.

Uma das principais exigências dos tenentes era o voto secreto. Na República Oligárquica, o controle eleitoral era em grande parte obtido, pois o voto era aberto, fazendo com que o eleitor tivesse que manifestar sua opção na hora da eleição. Esta prática favorecia a ação do coronel, que procurava se informar sobre a opção de seu “curral eleitoral”, punindo aqueles que ousassem desafiar a viciada máquina eleitoral do Estado brasileiro.

A jovem oficialidade também questionava a vinculação de muitos oficiais superiores, acomoda-dos e beneficiados pela política oligárquica. Estes não questionavam a exclusão política do Exército que se arrastava desde o fim do governo de Floriano Peixoto, em 1894.

O Levante dos 18 do Forte de Copacabana (Rio de Janeiro - 1922)

As eleições que sucederam o presidente Epitá-cio Pessoa foram extremamente concorridas, fazendo surgir a Reação Republicana, aglutinando estados como Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia em torno da candidatura de Nilo Peçanha. A Reação Republicana foi contrária à candidatura de Artur Bernardes, apoiada por Epitácio Pessoa. São Paulo e Minas Gerais contaram com o apoio de

muitos jovens oficiais, sob a liderança do chefe do Clube Militar, o ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca. Apesar da vitória de Artur Bernardes nas eleições, um incidente ocorrido em 1921 acirrou os ânimos entre o Exército e o governo oligárquico. O jornal Correio da Manhã publicou uma série de cartas contendo críticas do então candidato Artur Bernardes ao Marechal Hermes da Fonseca.

18 do Forte.

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púb

lico.

O episódio das cartas falsas

“Belo Horizonte, 3 de junho de 1921

Amigo Raul Soares

Estou informando ao ridículo e acintoso ban-quete dado pelo Hermes, esse sargentão sem compostura, aos seus apaniguados, e tudo que nessa orgia se passou. [...] esse canalha precisa de uma reprimenda para entrar na disciplina. Veja se o epitácio mostra agora a sua apregoada energia, punindo severamente esses ousados, prendendo os que saíram da disciplina e removendo para bem longe esses generais anarquizados. Se o Epitácio com medo não atende, use de diplomacia que de-pois do meu conhecimento ajustaremos as contas. A situação não admite contemporizações, os que forem venais, que é quase a totalidade, compre-os com todos os seus bordados e galões.

Abraços de Artur Bernardes.”

(Publicado no jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, em 9 de

Outubro de 1921. Citado em FORJAZ, M. C. S. Tenentismo e

política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 40-41.)

“O clube militar, órgão das classes armadas, julga de seu dever que o público conceito emitido pelo Sr. Artur Bernardes, na sua carta de 3 de ju-nho último, colocou o Exército na contingência de reagir imediatamente. Porque, ou S. Ex.a tem razão de nos qualificar de canalha venal, ou inutilmente

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ultrajou o Exército. Na primeira hipótese, o Exér-cito deve ser dissolvido, pois a defesa na nação não pode estar confiada a canalhas, na segunda, S. Ex.a criou absoluta compatibilidade entre a sua pessoa e o Exército. Existe, pois, um dilema, como solução única: com a nossa dissolução, ou o Exército não aceita que V. Exa seja o presidente da República. [...] E é com tais fundamentos que o Exército implora a Nação a eleição de qualquer outro brasileiro para presidente da República, pois não assegura ao Sr. Artur Bernardes o exercício desse cargo. [sic]

(Moção do clube militar, 10 de outubro de 1921.

Citado em FORJAZ, M. C. S. op. Cit. , p. 41.)

Embora, mais tarde, tenha-se descoberto que as cartas eram falsas, a resposta incisiva do Mare-chal Hermes da Fonseca a isso fez com que o ainda presidente Epitácio Pessoa decretasse a prisão do marechal e o fechamento do Clube Militar. Foi o estopim do primeiro levante tenentista: A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. No dia 5 de julho de 1922, partiu do Forte de Copacabana um grupo dos rebelados, sob a liderança de Eduardo Gomes e Siqueira Campos. O grupo, que recebeu a adesão do engenheiro Otávio Correa, pretendia impedir a posse de Artur Bernardes e derrubar Epitácio Pessoa. A repressão do governo foi violenta.

A Revolução Paulista de 1924Já no governo de Artur Bernardes, o movimento

tenentista fez um novo levante. Sob o comando dos generais Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa, com a participação de inúmeros tenentes, entre os quais se destacam Juarez Távora e Eduardo Gomes, no dia 5 de julho, os rebeldes tomaram a cidade de São Paulo durante 22 dias, obrigando o governador a fugir e exigindo a renúncia de Artur Bernardes, uma nova constituição para o Brasil e a instalação do voto secreto.

Manifesto tenentista de 1924

“[...] quanto ao governo da República, é preciso fazer notar, desde logo, que o Exército nacional não pode e não pôde nunca acatar o governo do

Dr. Artur Bernades, no que diz peculiarmente respeito à sua pessoa. Não pode obstante os fatos conhecidos, permanecem de pé as gravíssimas ofensas por ele dirigida ao Exército.

[...] esse movimento revolucionário é um gesto de indignação e patriotismo. O atual governo da República não tem o apoio da Nação nem daque-les a quem, em última análise, cabe a defesa de sua honra. Não é o governo do povo brasileiro e não tem o apoio do Exército, porque o Exército é composto daqueles que assinaram o manifesto do Clube Militar e dos que, por ele, se achavam representados nesse ato.”

(Manifesto de 10 de julho de 1924, São Paulo. CARONE, E.

A Primeira República. São Paulo: Difel, 1973. p. 345.)

Apesar da aparente vitória, logo se revelou uma das maiores limitações do movimento tenentista. O elitismo das propostas afastava o grosso da popula-ção, fazendo com que o movimento se isolasse. De-pois de sangrentos combates, os tenentes iniciaram a retirada de São Paulo, rumo ao interior do estado, onde se encontraram com um grupo de revoltosos comandados por Luís Carlos Prestes.

A Coluna Prestes Em 1925, estourou no Rio Grande do Sul um le-

vante tenentista comandado por Luís Carlos Prestes, Siqueira Campos e João Alberto. Furando o cerco das tropas governistas enviadas para reprimir o movimento, o grupo se dirigiu a São Paulo onde se encontrou com os insurgidos da Revolução Paulista, em abril de 1925. Formava-se a Coluna Prestes, que entre 1925 e 1927 marchou cerca de 24 000 quilôme-tros pelo interior do Brasil buscando convencer a população a apoiar o movimento.

Oficiais da Coluna Prestes.

Dom

ínio

púb

lico.

Depois do épico esforço e de embates contra as tropas governistas, a Coluna Prestes terminou iso-

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lada, sem conseguir a adesão popular para sua pro-posta. Seus membros acabaram exilados na Bolívia, mas Luís Carlos Prestes não desapareceu do cenário político brasileiro. Em dezembro de 1927, Astrogildo Pereira, pertencente ao Bloco Operário Camponês (BOC), viajou para a cidade boliviana de Puerto Su-arez, encontrando-se com Luís Carlos Prestes. Desde então Prestes aderiu ao Comunismo.

A Semana de Arte Moderna de 1922

No Brasil, o desenvolvimento urbano teve reper-cussões importantes. A evolução dos transportes, das indústrias, dos meios de comunicação, a criação dos automóveis, a magia do cinema simbolizavam o início de uma nova era, que foi representada através de um “espírito moderno”, através de estilos artís-ticos como o futurismo, o dadaísmo e o cubismo, entre outros.

No Brasil, intelectuais como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Graça Aranha anunciavam uma época na qual os artistas deveriam se conectar às questões mais importantes da sociedade, rompendo com o imobilismo social. Anita Malfati, Oswald de Andrade, Villa Lobos, Mario de Andrade, Menotti Del Picchia e Di Cavalcanti são alguns dos expoentes do modernismo brasileiro.

Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, esses artistas organizaram a Semana de Arte Moderna, expondo quadros, conferências, concertos que receberam duras críti-cas da maior parte dos acadêmicos paulistas, que acusavam os modernistas de futuristas. Apesar das críticas feitas, esses artistas tornaram-se alguns dos maiores expoentes da cultura brasileira num evento que articulava exposições artísticas e discussões políticas de desagrado à política oligárquica.

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Semana de Arte Moderna.

O movimento modernista deu origem a duas correntes: o movimento antropofágico de Oswald e Mário de Andrade que aceitava a cultura estran-geira desde que ela fosse elaborada, reprocessada a partir da aglutinação de aspectos típicos da cultura brasileira, e o verde-amarelismo de Plínio Salgado, que rejeitava a cultura estrangeira, num xenofobismo que deu origem ao Movimento Integralista.

“Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismo, motores, cha-minés de fábrica, sangue, velocidade, sonhos, na nossa arte! E que o rufo de um automóvel, nos trilhos de dois versos, espante da poesia o últi-mo Deus homérico, que ficou anacronicamente a dormir e sonhar, na era do jazz band e do cinema, com as flautas dos pastores [...]”

(PICCHIA, Menotti del. Discurso proferido na semana

da arte moderna, 15 de fev. de 1922.

Citado em BOSI, A. História Concisa da Literatura

Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970. p. 380.)

“Cada um é livre de criar e manifestar seus sonhos, sua fantasia íntima desencadeada de toda a regra, de toda a sanção. O cânon e a lei são substituídos pela liberdade absoluta que nos revela, por entra mil extravagâncias, maravilhas que só a liberdade pode gerar.”

(ARANHA, Graça. Espírito Moderno.

Citado em História do Século 20, 1919-1934.

São Paulo: Abril Cultura, 1974. p . 1.270-1.271.)

“[...] A pouca gente interessava o que eu ia ler e apresentar. O que interessava era patear. [...] Eu me levantei e o teatro estrugiu numa vaia irracional infame. [...] Esperei de pé, calmo, sorrindo como pude, que o barulho serenasse. Depois de alguns minutos isso se deu. Abri a boca então. Ia começar a ler, mas a pateada se elevou, imensa, proibitiva. [...] No fim quando me sentei e me sucedeu Mário de Andrade, a vaia estrondou de novo. Mário, com aquela santidade que as vezes o marcava, gritou: ’Assim não recito mais!’ Houve grossas risadas.”

(ANDRADE, Oswald de. Relembrando os acontecimentos

de 15 de fevereiro de 1922. Apud ALAMBERT, F. s.d. p. 50.)

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(PUC-Rio) Leia com atenção os dois trechos abaixo, 1. extraídos de uma reportagem jornalística:

“O pai de João de Régis era de Pombal, ao sul de Canudos, e tinha vinte e poucos anos quando o Conselheiro passou por lá. ‘Ele achou bonito aquele jeito do Conselheiro, aquela amizade, aquela vivência’, conta João de Régis [90 anos]. Então resolveu acompanhá-lo. A mãe era da região de Canudos e aderiu ao Conselheiro junto com os pais e as irmãs.

E como viviam seus pais, em Canudos? ‘O pai trabalhava de carapina’, diz seu João de Régis - ‘isto é, de carpinteiro, fazendo as casinhas do arraial. A mãe fiava algodão e fazia rede.’”

“‘Esse povo do Conselheiro respeitava muito esse movimento de igreja, de santo’. Os bispos estavam contra o Conselheiro, explica Ioiô [João Siqueira Santos, 89 anos]. Por que motivo?

– ‘As rezas dele atrapalhavam a religião.’

Mas havia outros também insatisfeitos:

– ‘O povo não queria mais obedecer os coronéis. Até para emprego, era com o Conselheiro.’”

(Veja, 3 set. 1997, p.81)

Os depoimentos de João de Régis e de João S. Santos nos permitem revisitar as motivações que levaram tantos sertanejos pobres a seguir Antônio Conselheiro e a construir o arraial de Belo Monte, na região de Canudos, há cerca de 100 anos.

Identifique e explique uma característica, social ou a) cultural, da comunidade constituída na região de Canudos.

Levando em consideração as práticas coronelistas b) vigentes na região, caracterize os motivos da opo-sição de fazendeiros e autoridades locais contra o crescimento do arraial de Belo Monte.

Solução: `

A religiosidade foi característica marcante daquela a) comunidade. A pregação messiânica de Antônio Conselheiro – seus discursos sobre a fé e o juízo final e sua prática de cristianismo – sensibilizou a população que constituiu o arraial em Canudos.

Outra característica relevante relaciona-se à orga-nização do trabalho coletivo, tanto na produção e comercialização de gêneros alimentícios, como na defesa da comunidade.

Podemos retirar do texto as seguintes passagens que melhor expressam, respectivamente, as características

apontadas: “esse povo do Conselheiro respeitava mui-to esse movimento de igreja, de santo”; “ele achou bonito aquele jeito do Conselheiro”; “o pai trabalhava de carapina” e “a mãe fiava algodão e fazia rede”.

Fazendeiros, autoridades governamentais e religio-b) sas se opuseram ao arraial de Belo Monte pelos seguintes motivos:

– o deslocamento da mão-de-obra das fazendas para o arraial;

– o consequente prestígio da liderança de Conselhei-ro, em detrimento da autoridade dos “coronéis”;

– a identificação de Conselheiro e seus seguidores como adeptos da Monarquia, em oposição à Re-pública recém-instaurada;

– a não-legitimação, por parte da Igreja Católica, das práticas religiosas dos canudenses, conside-radas fanáticas e distantes dos cânones oficiais.

Podemos identificar as seguintes passagens com os motivos acima mencionados: “até para empre-go, era com o Conselheiro”, “o povo não queria mais obedecer os coronéis”, “as rezas dele atra-palhavam a religião”.

(PUCPR) Comparando-se os movimentos sociopolítico- 2. -religioso de Canudos e do Contestado, semelhanças e diferenças podem ser estabelecidas.

A respeito do tema, assinale a alternativa correta.

Ambos tinham ideologia definida no que se refere à I. propriedade privada da terra, que consagravam.

Ambos apresentam-se como reflexo do determinis-II. mo geográfico, tendo em vista a aridez do solo, sua pequena fertilidade e prolongadas secas.

Enquanto os rebeldes de Canudos mostravam-se III. simpáticos à forma de governo republicana instala-da pouco tempo antes, no Contestado essa simpa-tia era ainda mais ampliada.

Os dois movimentos foram finalmente derrotados IV. por tropas do exército.

O misticismo, sob a forma de um catolicismo em V. que ocorria a ausência de sacerdotes na vida co-munitária, estava presente nos dois movimentos de contestação à República Oligárquica.

Estão corretas:

II, III e V.a)

I, III e IV.b)

apenas III e IV.c)

apenas IV e V.d)

apenas I e II.e)

Solução: ` D

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(UFRJ) “Protesto contra a perseguição que se está 3. fazendo à gente de Antônio Conselheiro... Não se lhe conhecem discursos. Diz-se que tem consigo milhares de fanáticos... Se na última batalha é certo haverem morrido novecentos deles e o resto não se despega de tal apóstolo, é que algum vínculo moral e fortíssimo os prende até a morte. Que vínculo é este?”

(Machado de Assis, Gazeta de Notícias, 31 jan. 1897.)

Canudos representou uma alternativa encontrada pela população sertaneja, no nordeste brasileiro, frente ao poder oligárquico e latifundiário. Sua resistência diante do poder local provocou a reação intempestiva da jovem República.

Cite dois movimentos sociais no Brasil contemporâ-a) neo relacionados à questão agrária.

Explique porque o governo republicano investiu tão b) vigorosamente contra a população de Canudos.

Solução: `

As Ligas Camponesas e o Movimento Sem-Terra, a) ambos de expressão nacional.

A disputas ideológicas que envolveram os grupos b) políticos que almejavam o controle do regime re-publicano; o receio de que uma resistência mais prolongada viesse estimular a esperança de setores restauradores, interessados no retorno da monar-quia; a convicção de alguns expoentes do regime de que a ação de fanáticos milenaristas poderia provocar manifestações messiânicas em outras regiões do pais, minando o futuro da República; a preocupação das autoridades republicanas em cor-tar pela raiz um novo e perigoso foco de guerra civil, dividindo ainda mais a frágil base de susten-tação política do governo de Prudente de Moraes, período em que foi intensificada a ação militar con-tra Canudos.

(UERJ) Em 2003, fará um século que, sob a direção 4. de Pereira Passos, uma grande reforma urbana teve início na cidade do Rio de Janeiro. As charges, com seus respectivos textos, indicam aspectos marcantes dessas reformas.

Figura I Figura II

Figura I“O inquilino: – Mas, então, eu pago-lhe o aluguel pontualmente e o senhor consente que me ponham os troços na rua?!

O senhorio: – Meu amigo, tenha paciência. São cousas da Prefeitura! Trate de ver outra casa...

O inquilino: – Aonde? Pois o senhor não vê que não há? Que só há palácios de mármore e granito? Igrejinhas para música e pagodes e o raio que os parta?

O senhorio: – Que quer que lhe faça! O governo quer embasbacar a estranja, mostrando-lhe uma taboleta supimpa!

O inquilino: – Taboleta de Casa de Orates, de Hospício de Malucos! Estas cousas nunca se fazem assim! Primeiro acomodam-se os pobres! Aqui, dá-se-lhes um pontapé! Muito bonito, isto, hein?

O senhorio: – Que quer que lhe faça?”

Figura II“O médico: – Esta injeçãozinha é precisa para poder vestir a sua ‘toilette’ nova.”

(BRENNA, Giovanna Rosso Del (Org.). O Rio de Janeiro de

Pereira Passos. Rio de Janeiro: Index, 1985. Adaptado.)

Analisando as charges, aponte um objetivo da Reforma Pereira Passos e uma das consequências dessa reforma para as camadas populares.

Solução: `

Um dentre os objetivos:

– transformar a cidade do Rio de Janeiro numa capital europeia;

– implantar novos padrões de vida relacionados ao modelo europeu de civilização;

– destruir as casas coloniais e os cortiços considera-dos nocivos à imagem de uma cidade moderna.

Uma dentre as consequências:

– transferência da população do centro para os su-búrbios e a ocupação das encostas da cidade;

– destruição das moradias populares provocando a ex-pulsão das populações pobres do centro da cidade.

(UFC) Leia, com atenção, os versos da composição “O 5. Mestre-sala dos mares”, de Aldir Blanc e João Bosco e depois responda ao que se pede.

“Há muito tempo,

nas águas da Guanabara,

o dragão do mar reapareceu,

na figura de um bravo marinheiro

a quem a história não esqueceu.

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Conhecido como Almirante Negro,

A Tinha a dignidade de um mestre-sala.

[...]

Rubras cascatas

Jorravam das costas dos negros

Entre cantos e chibatas,

Inundando o coração

do pessoal do porão

que, a exemplo do marinheiro,

gritava: não!”

Identifique o movimento ao qual a composição aci-a) ma se refere.

Explique as motivações que desencadearam esse b) movimento.

Solução: `

Revolta da Chibata.a)

Em 1910, cerca de 2 000 marujos liderados por João b) Cândido, o “Almirante Negro”, rebelaram-se por conta dos castigos aplicados aos marinheiros. En-quanto João Cândido assumia o comando do “Minas Gerais”, outros marujos tomaram o “São Paulo”, o “Bahia” e o “Deodoro”. Os marinheiros exigiam, em comunicado enviado ao Presidente da República, a reforma do Código Disciplinar, o fim das chibatadas, “bolos” e outros castigos, o aumento dos soldos e a preparação e educação dos marinheiros.

(UERJ) 1.

Veio a força do governo,

Tudo pronto e bem armado,

Espancando cangaceiro

E guarnecendo o Estado

Falando de modo sero

De tudo quanto quisero

Era o tempo chegado.

(Folclore da Paraíba)

A estrofe acima ilustra o afastamento entre a nação e o Estado no período da História do Brasil conhecido como República Velha. Tal afastamento resultou em movimentos de populações rurais oprimidas e sem perspectivas de mudanças. Como exemplos destes movimentos, podemos citar:

Canudos e Balaiada.a)

Canudos e Contestado.b)

Tenentismo e Contestado.c)

Revolução Praieira e Contestado.d)

Revolta da Chibata e Revolução Praieira.e)

(Unirio)6.

O Rio de Janeiro de Machado de Assis (virada do século XX) é uma cidade cosmopolita, que aglutina uma população trabalhadora heterogênea, composta

de recém-libertos, imigrantes e operários urbanos. Dentro desse contexto, a charge acima revela:

desenfreado avanço na construção de rodovias, a) necessárias ao desenvolvimento da indústria automobilística e as formas de exploração do trabalho.

expansão das relações capitalistas no Brasil, b) desenvolvendo um parque industrial de ponta e cooptando os trabalhadores em troca de altos salários.

consolidação da burguesia industrial, como c) classe hegemônica no Brasil da 1.ª República, limitando as manifestações operárias.

concentração econômica da burguesia financei-d) ra internacional e as formas de dominação exer-cidas sobre as elites locais.

descompromisso das elites brasileiras em regula-e) mentar as relações de trabalho considerando as manifestações operárias como “casos de polícia”.

Solução: ` E

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(UERJ)2.

As mulheres de Canudos

Guerreiam com água quente.

Os meninos com pedradas

Fazem voltar muita gente.

(Disponível em: <www.e-net.com.br/historia>.)

A trova de Sergipe acima citada destaca algumas das particularidades do movimento de Canudos (1893-1897).

O conflito que aí se verificou pode ser caracterizado por:

participação popular desvinculada da organização a) de um exército de defesa.

impedimento do uso de armas de fogo como ins-b) trumento de defesa.

reação militar centrada nas mulheres e crianças.c)

resistência baseada na organização comunitária.d)

(Cesgranrio) A Guerra dos Canudos (1897), pode ser 3. definida como um “movimento social” de fundo religioso, em função de características tais como a(o):

liderança religiosa de perfil messiânico.a)

defesa de preceitos morais renovadores, distantes b) do catolicismo tradicional.

envolvimento dos seus militantes com a política c) partidária.

rompimento com a religiosidade popular tradicio-d) nal, fundando nova seita religiosa.

caráter restaurador, expresso na oposição à repú-e) blica e na defesa do retorno à monarquia.

(UFCE) “Em abril de 1897 organizou-se a chamada 4.ª 4. Expedição, sob o comando do General Arthur Oscar de Andrade Guimarães. Desde que essa tropa – uma poderosa máquina de guerra – foi posta em funciona-mento, até outubro do mesmo ano, quando Canudos foi arrasada, 8 mil homens lutaram contra os conselheiristas, usando o mais moderno equipamento”.

(MONTEIRO, Douglas T. Um Confronto entre Juazeiro,

Canudos e Contestado. In. História Geral da

Civilização Brasileira. Rio de

Janeiro/São Paulo: Difel, 1977. p. 61. v. 2. tomo III.)

A partir do texto, explique o movimento de Canudos levando em consideração os conceitos de Messianismo e Mandonismo Local.

(UFPR) Na(s) questão(ões) a seguir, escreva no espaço 5. apropriado a soma dos itens corretos.

No início da República, ocorreram vários movimentos na zona rural brasileira, identificados como banditismo social, revolucionarismo e milenarismo. Dentre eles destacam-se:

(01) A “Guerra do Contestado”, ocorrida numa região disputada pelos estados do Paraná e de Santa Ca-tarina, em que muitas famílias de posseiros lutaram para não perder suas terras e para não serem expul-sas da região.

(02) A “Guerra dos Emboabas”, que se travou na divisa de São Paulo com Minas Gerais, por causa de uma região rica em ouro, provocando a morte de muitos colonos.

(04) A “Revolução Farroupilha”, ou “Guerra dos Farrapos”, ocorrida no Rio Grande do Sul, que durou dez anos, unindo classes dominantes e mobilizando massas rurais.

(08) O movimento de “Canudos”, liderado pelo beato An-tônio Conselheiro, que, após percorrer várias regiões do Nordeste, fixou-se na Comarca de Belo Monte, na Bahia, e aí organizou uma experiência comuni-tária autônoma, provocando a reação dos coronéis, que exigiram a intervenção do Governo Federal e a destruição de “Canudos.”

Soma ( )

(Unesp) “Restauração e Antônio Conselheiro tornam- 6. -se sinônimos, pois ambos surgem como antípodas de republicanismo e jacobinismo. Os jornais são os maiores veículos desta propaganda imaginativa, de consequên-cias trágicas”

(CARONE, Edgar. A República Velha.)

A citação relaciona-se a:

Monarquismo e Guerra de Canudos.a)

Federalismo e Revolução Farroupilha.b)

Revolução Federalista e Proclamação da República.c)

Deposição de D. Pedro II e Abolição.d)

Guerra do Paraguai e Questão Militar.e)

(Fuvest)7.

Visitei todo o comércio,

Fiz muito bom apurado,

E vi que de muito povo

Eu me achava acompanhado.

Alguns pediam esmolas:

Então não me fiz de rogado.

Os versos de Chagas Baptista em homenagem ao cangaceiro Antonio Silvino, o “Governador do Sertão”, sugerem que o cangaço:

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possuía um caráter político institucional que amea-a) çava a estabilidade social e econômica do nordeste.

contava com o apoio popular, propondo a reforma b) agrária e uma nova distribuição de renda.

representava a faceta do movimento anarquista, com c) propostas de socialização da terra nas áreas rurais.

era uma forma de banditismo sem ameaças à es-d) tabilidade fundiária e, portanto, aceito pelas oligar-quias e trabalhadores.

tinha apoio popular e representava uma forma de re-e) sistência à opressão dos grandes proprietários rurais.

(Fuvest) “Não é por acaso que as autoridades brasileiras 8. recebem o aplauso unânime das autoridades interna-cionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora [...]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que no contexto rural [...] significavam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano”.

(SEVCENKO, Nicolau. A Revolta da Vacina.)

De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como:

provocados pelo êxodo maciço de populações a) saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.

retrógrados, pois dificultavam a modernização do b) país.

decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.c)

indícios de que a escravidão e o império chegavam d) ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à república.

conservadores, porque ameaçavam o avanço do e) capital norte-americano no Brasil.

(Cesgranrio) “Todas as manhãs, antes de saírem da por-9. ta, devem recordar: fazerem-se respeitar os patrões (...) e serem solidários com qualquer companheiro maltratado, dando-lhe todo o apoio que se queira”.

(O Catecismo do Chapeleiro, 1905.)

Este texto expressa na “República Velha”:

a questão de dificuldade de incorporação do ope-a) rariado fabril ao cenário político brasileiro.

a tentativa de classes empresariais em ordenar o b) operariado fabril.

a necessidade de se promover a solidariedade e a c) identificação do operariado como classe.

o traço de amizade e apoio que se desenvolveu entre d) os operários e os patrões nos locais de trabalho.

a existência de regras de comportamento que defi-e) niam as diferenças entre os vários tipos de operários.

(UERJ) “(...) Estão em greve presentemente, nesta capi-10. tal, cerca de 15 mil operários, e à hora em que escreve-mos, nada faz prever que esse número decresça tão cedo. Ao contrário, há justificados receios de que o movimento aumente ainda, caso não se encaminhem as desinteligên-cias para um acordo satisfatório e equitativo.”

(O Estado de São Paulo, 12/07/1917. Citado por TREVISAN, Leonardo.

A República Velha. São Paulo: Global, 1982.)

O movimento operário, durante as primeiras décadas do regime republicano no Brasil, caracterizou-se pela existência de:

apoio de trabalhadores rurais, que participaram de a) várias greves organizadas.

partidos de tendência anarquista, que foram res-b) ponsáveis pela greve geral de 1917.

reivindicações políticas, que foram atendidas por c) legislação implantada na década de 20.

lideranças de imigrantes europeus, que traziam a ex-d) periência de organização de seus países de origem.

(Cesgranrio) O governo Rodrigues Alves (1902-1906) 11. foi responsável pelos processos de modernização e urbanização da Capital Federal - Rio de Janeiro. Coube ao prefeito Pereira Passos a urbanização da cidade e ao Dr. Oswaldo Cruz o saneamento, visando combater, principalmente, a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Essa política de urbanização e saneamento pú-blico, apesar de necessária e modernizante, encontrou forte oposição junto à população pobre da cidade e à opinião pública porque:

mudava o perfil da cidade e acabava com os altos ín-a) dices de mortalidade infantil entre a população pobre.

transformava o centro da cidade em área exclusi-b) vamente comercial e financeira e acabava com os infectos quiosques.

desabrigava milhares de famílias, em virtude da c) desapropriação de suas residências, e obrigava a vacinação antivariólica.

provocava o surgimento de novos bairros que re-d) ceberiam, desde o início, energia elétrica e sanea-mento básico.

implantava uma política habitacional e de saúde e) para as novas áreas de expansão urbana, em har-monia com o programa de ampliação dos transpor-tes coletivos.

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(Unirio) As duas primeiras décadas da história do Brasil 12. no século XX foram marcadas pela eclosão de diversos movimentos sociais, rurais e urbanos, entre os quais se inclui a(o):

Guerra do Contestado, resultado da reação da oli-a) garquia paranaense ao capital estrangeiro ligado à exploração da erva-mate e das ferrovias.

Guerra de Canudos, movimento restaurador e so-b) cialista que conflagrou o sertão nordestino.

Revolta da Chibata, representando a influência dos c) ideais Tenentistas sobre soldados e marinheiros.

Cangaço, revolução ideológica da população nor-d) destina contrária ao coronelismo.

Movimento Operário com expressiva presença dos e) trabalhadores imigrantes e forte influência dos ide-ais anarquistas.

(Unirio) As crises política, social e cultural das décadas 13. de 1920 e 1930 no Brasil estão associadas a vários definido como:

movimento social com marcada participação das a) classes populares urbanas.

manifestação de parcela do Exército representada b) pelos oficiais mais jovens.

expressão das dissidências político-eleitorais entre c) as oligarquias dominantes.

revolução agrária caracterizada pelo levante das d) populações rurais em função da Coluna Prestes.

união das classes médias urbanas com as oligarquias e) cafeeiras em oposição aos movimentos populares.

(Unirio) 14.

“Há muito tempo,

Nas águas da Guanabara,

O dragão do mar reapareceu,

Na figura de um bravo marinheiro

A quem a história não esqueceu.

Conhecido como almirante negro,

Tinha a dignidade de um mestre-sala (...)”

(BOSCO, João; BLANC, Aldir. O Mestre-Sala dos Mares.)

A música retrata um importante movimento ocorrido no Brasil durante a Primeira República. Tal movimento foi motivado pela:

prisão de lideranças anarquistas entre os marinhei-a) ros negros que, discriminados pelo racismo vigen-te, se revoltaram contra os poderes da República.

opressão da classe operária, penalizada pela alta b) do custo de vida gerada pelos desdobramentos da política do encilhamento.

mobilização popular originada das políticas sani-c) taristas do governo republicano, que impunham a vacinação obrigatória no Rio de Janeiro.

imposição de castigos aos ex-escravos, os quais, d) com o processo da Abolição, vieram a se transformar em mão-de-obra barata para a marinha mercante.

imposição aos marinheiros de castigos corporais e) em função da vigência do código disciplinar da Marinha que remontava ao Império.

(UERJ) 15.

Revista da Semana.

Dom

ínio

púb

lico.

A caricatura acima, publicada inicialmente em 1904, refere-se à vacinação obrigatória, que foi um importante motivação para a Revolta da Vacina.

Este movimento se apresentou como resultado de:

imposição de uma política sanitarista pelo Estado.a)

apelo da população por melhores condições de b) vida.

reação do povo desinformado ao poder civilizatório c) das elites.

valorização das problemáticas da área de saúde d) pelo Congresso Nacional.

(UERJ) (...) a abolição da Igreja e do Estado deve ser a 16. primeira e indispensável condição para a verdadeira liber-tação da sociedade; só depois que isso acontecer é que a sociedade poderá ser organizada de outra maneira.

(BAKUNINE, M. apud WOODCOCK, G. Os Grandes

Escritos Anarquistas. Porto Alegre: L&PM, 1981.)

Aponte duas características do anarquismo.a)

No Brasil, o anarquismo se fez presente nos mo-b) vimentos operários das primeiras décadas do sé-culo XX, especialmente na conjuntura explosiva de 1917-1920. Cite um motivo que gerou essa conjun-tura explosiva.

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(UERJ) Canudos ficava num cenário que lembrava as 1. paisagens descritas na Bíblia: uma região árida repleta de caatingas, rodeada por cinco serras ásperas e atra-vessada por um rio, o Vaza-Barris.

Decidido a permanecer naquela autêntica fortaleza natural, e isso não deve ter escapado à percepção de Conselheiro, ele e seu grupo entraram em ação para construir uma comunidade onde estivessem livres do incômodo das autoridades religiosas católicas e políticas, bem como das leis republicanas, dos “coronéis”, dos juizes, dos impostos, da justiça arbitrária, da política etc.

(COSTA, Nicola S. Canudos - Ordem e Progresso no Sertão.

São Paulo: Moderna, 1990.)

O movimento de Canudos (1896-1897), liderado pelo beato Antônio Vicente Mendes Maciel, o “Antônio Conselheiro”, no sertão nordestino, é um dos mais conhecidos exemplos de movimentos místicos- -populares que marcou o início da República no Brasil. As problemáticas sociais que deram vida àquele movimento permanecem, até hoje, em grande parte sem solução.

A partir do cenário descrito no texto e das condi-a) ções de produção que caracterizavam o Nordeste brasileiro no final do século XIX, explique um fator que contribuiu para o movimento de Canudos.

Cite dois motivos pelos quais o povoado de Canu-b) dos incomodava as “autoridades religiosas católi-cas e políticas”.

(Unesp) “O nome CANGAÇO vem do conjunto de ar-2. mas carregadas por homens que prestavam serviços de proteção e defesa a chefes políticos locais. Suas armas eram tantas que pesavam sobre seus ombros como pesa a CANGA sobre o pescoço do boi. Daí o nome CANGACEIROS. Entretanto, nem sempre estiveram à disposição dos chefes políticos locais”.

Responda:

Qual era a zona de ação do cangaço?a)

Por que surgiu esse fenômeno social?b)

Quais acontecimentos e transformações estruturais c) concorreram para seu fim?

(Unesp) “Não se pode refletir sobre o lugar da violência 3. na história brasileira, sem destacar três tipos de movi-mentos sociais que, em épocas diferentes, se manifesta-ram em conflito com os governos: as revoltas dos negros, os movimentos messiânicos e o banditismo.”

(KEITH, Henri H. , Conflito e Continuidade

na Sociedade Brasileira.)

Relacione os nomes de Zumbi, Antônio Conselhei-a) ro e Lampião aos nomes dos movimentos sociais que lhes correspondem.

Caracterize, sucintamente, o movimento social em b) que se destacou Antônio Conselheiro.

(Unicamp) “O bandido social é, em geral, membro de 4. uma sociedade rural e, por razões várias, encarado como proscrito ou criminoso pelo Estado e pelos grandes proprietários. Apesar disso, continua a fazer parte da sociedade camponesa de que é originário e é consi-derado herói por sua gente, seja ele um justiceiro, um vingador, ou alguém que rouba dos ricos.”

(DÓRIA, Carlos Alberto. Saga: a Grande História do Brasil.)

Utilizando a definição anterior, explique o movimento do cangaço brasileiro.

(Unicamp) 5.

Essa cova em que estás,

com palmos medida,

é a conta menor

que tiraste em vida.

É de bom tamanho,

nem largo nem fundo,

é a parte que te cabe

deste latifúndio.

Não é cova grande,

é cova medida,

é a terra que querias

ver dividida.

(NETO, João Cabral de Melo. Morte e Vida Severina.)

Qual o conflito social abordado neste poema?a)

Transcreva dois trechos do poema em que fica bem b) caracterizado esse conflito. Explique-os.

(Unicamp) Em março de 1897, assim se pronunciou o 6. jornal carioca O Paiz sobre o movimento de Canudos:

“O que de um golpe abalava o prestígio da autoridade constituída e abatia a representação do brio de nossa pátria no seu renome, na sua tradição e na sua força era o movimento armado que, à sombra do fanatismo religioso, marchava acelerado contra as próprias instituições (...).

Não há quem a esta hora não compreenda que o monarquismo revolucionário quer destruir (...) a unidade do Brasil.”

(CUNHA, Euclides da, em Os Sertões)

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Quais os temores existentes no Brasil com relação a) ao movimento de Canudos?

Que motivos levaram os sertanejos da Bahia a ade-b) rirem àquele movimento?

(UFPE) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parên-7. teses V se for verdadeiro ou F se for falso.

Os historiadores designam por República Velha o período que se estende de 1889 a 1930. Sobre acontecimentos históricos deste período, identifique as proposições verdadeiras e falsas.

( ) Os bancos emissores e a oligarquia açucareira do Nordeste foram responsáveis pela “política dos go-vernadores”.

( ) O poder político, neste período, esteve controlado pelas oligarquias estaduais e a Revolução de 1930 tenta pôr fim a esta influência.

( ) O coronelismo é um fenômeno político que surge, no Brasil, na Primeira República.

( ) O fenômeno do banditismo social, no Brasil, está as-sociado com a questão religiosa e a maçonaria.

( ) Para os historiadores, o assassinato de Delmiro Gou-veia está relacionado com a concorrência que a sua fábrica de linhas fazia aos ingleses e a sua inimizade com Rosa e Silva.

(Unicamp) “A Guerra de Canudos, na qual, calcula-se, 8. morreram 15 000 pessoas, faz 100 anos. No dia 5 de outubro de 1897, depois de quatro expedições militares, um ano de lutas intermitente e uma resistência feroz por parte de seus defensores, o arraial erigido pelo Conse-lheiro nos ermos do Nordeste da Bahia foi finalmente tomado pelo Exército. Quase nada sobrava daquele santuário-cidadela (...).

(TOLEDO, Roberto Pompeu de. O Legado

do Conselheiro, Veja, 3 set. 1997.)

Qual o regime político brasileiro na época da Guerra a) de Canudos?

Cite os principais adversários de Antônio Conselheiro.b)

Quais eram as características político-religiosas do c) movimento de Canudos?

(UERJ) Leia o texto sobre o Contestado (1912-1916), 10. conflito ocorrido no sul do país e motivado, entre outros fatores, pela disputa de terras.

“A revolta teve sobretudo um caráter social e religioso. O que manteve os caboclos unidos foi a crença em um profeta conhecido como monge José Maria, um guerreiro místico como Antônio Conselheiro.

O Contestado foi um movimento milenarista, ou seja, impregnado de temores apocalípticos e esperanças de salvação para os iniciados. Os caboclos acreditavam no fim deste mundo e no surgimento de outro melhor, sem fome nem miséria. ‘Até hoje a população local se refere ao episódio como a guerra dos fanáticos,’ diz o historiador Paulo Pinheiro Machado, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).”

(Superinteressante, maio 2000. Adaptado.)

A expressão “guerra dos fanáticos” era usada para definir a participação dos revoltosos e foi criada naquela época pelas autoridades políticas e pelos latifundiários.

Sob um ponto de vista crítico atual, pode-se dizer que a expressão indica a intenção de:

desqualificar os participantes da rebelião.a)

apoiar as ideias monarquistas dos revoltosos.b)

enfatizar o caráter degenerado dos caboclos re-c) voltosos.

destacar a indoIência de origem psicoclimática dos d) camponeses.

(UERJ) Joseph Rotblat, ganhador do Nobel da Paz/95, 11. esteve recentemente no Rio de Janeiro (entre 2 e 5 de outubro de 1995) participando de encontro de pesqui-sadores e ficou horrorizado com a miséria e as condições de vida das pessoas que “moram” sob viadutos e em locais insalubres. Chocou-se, também, com o contraste entre a miséria das favelas e a riqueza da zona sul.

(O Globo, 14 out. 1995, p.15.)

(Unesp) 9. Os Sertões, livro escrito por Euclides da Cunha, comemorou em 2002 o centenário de sua publicação. Referindo-se ao flagelo das secas nos sertões do nordeste do país, o autor observou: “Este

[o homem], de fato, não raro reage brutalmente sobre a terra e entre nós, nomeadamente, assumiu, em todo o decorrer da História, o papel de um terrível faze-dor de desertos. Começou isto por um desastroso legado indígena”.

Qual foi o desastroso legado indígena a que se a) refere Euclides da Cunha?

Cite dois empreendimentos econômicos da b) história contemporânea brasileira, diretamente responsáveis por graves desequilíbrios ecoló-gicos em regiões onde permanece a cobertura vegetal original.

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No início do século XX, já se discutia como tornar o Rio de Janeiro modernizado e adaptado às novas necessidades que a dinâmica do capitalismo exigia. O engenheiro Pereira Passos, nomeado administrador da cidade, empreendeu reformas de saneamento e embelezamento, o que acabou resultando no seguinte fato:

expulsão das populações pobres do centro da cida-a) de, onde viviam em cortiços, despejando diversas famílias de suas casas e aumentando os aluguéis.

reurbanização das favelas, dando um sentido mais hu-b) manizado às habitações populares, evitando com tais reformas a expansão da violência e da corrupção.

criação das associações de moradores, onde as c) classes populares e camadas médias discutiam as questões relativas às suas comunidades e interfe-riam nas decisões da administração pública.

remanejamento de favelas para o subúrbio, onde d) estas populações ocuparam várias habitações po-pulares, passando a gastar muito em passagens para se locomoverem para o trabalho.

(UERJ) “A República despontava. (…). Mas, e quanto 12. ao povo? Aquele monte de gente que não era mais es-cravo; gente branca, que vivia de vender bugigangas nas cidades: os imigrantes famintos recém-chegados. Esta gente toda percebeu o que estava acontecendo?”

(TREVISAN, Leonardo. A República Velha. p.18.)

A afirmativa que melhor responderia aos questionamentos que o autor faz no texto acima é:

com a proclamação da República, os ex-escravos a) foram integrados à sociedade do trabalho livre, de-vido ao crescimento do número de indústrias.

o sistema representativo e o federalismo significa-b) ram a ampliação imediata do número de eleitores e, portanto, maior participação política popular.

a República possibilitou melhores condições de c) trabalho ao nacional e ao imigrante, através de uma legislação trabalhista, presente na Constitui-ção de 1891.

a República garantiu, de fato, a ampliação dos direitos d) à cidadania, na medida em que estabeleceu, através da Constituição de 1891, o voto secreto e universal.

com a proclamação da República, poucas foram e) as mudanças significativas na ordem econômico- -social que pudessem vir a estabelecer novas ba-ses para a participação e a cidadania.

(UFRJ) “Ten. Gwaier - Está direito, V. Exa. submeterá 13. o requerimento à votação, Sr. Presidente. Os jornais noticiam que o Sr. Presidente da República, para enxo-valhar o Exército, vai mandar amanhã os seus agentes fecharem o Clube Militar, baseado numa lei que fecha as

sociedades de anarquistas, de cáftens e de exploradores do lenocínio. Maior injúria não se pode fazer. Suprema afronta jogada às faces do Exército Nacional!

Maj. E. Figueiredo - O Sr. Presidente da República tem toda a razão.

Ten. Gwaier - V. Exa. Concorda que o Presidente da República feche o Clube Militar baseado naquela lei?

Maj. E. Figueiredo - Concordo.

Ten. Gwaier - Então V. Exa. é cáften? É explorador do lenocínio? É anarquista? Queira desculpar porque, francamente, eu não sabia.

Maj. E. Figueiredo - Eu respondo a V. Exa. como homem. Respondo sua audácia. (...)

(Sessão do Clube Militar de 24/6/1922, citado por SODRÉ,

Nelson Werneck. História Militar do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. p. 203.)

O texto anterior demonstra o clima de radicalização política no meio militar brasileiro na década de 1920. Tal situação, de grande repercussão na sociedade brasileira de então, gerou um movimento conhecido por:

nacionalismo, pelas críticas que o Clube Militar faria a) aos governos civis pela entrega de serviços públi-cos e da exploração do subsolo brasileiro a estran-geiros, sob a forma de concessão.

“jovens turcos”, por seus participantes, jovens ofi-b) ciais do Exército, lutarem pela profissionalização da arma contra a tradição positivista existente desde o final do Império.

populismo, que buscava contemplar as reivindicações c) das massas populares urbanas sempre ignoradas pe-las elites agrárias detentoras do poder na época.

integralismo, que refletiu o crescimento do questio-d) namento do Estado Liberal após a Primeira Guerra Mundial e a infiltração de ideias de caráter nazi- -fascista no meio militar brasileiro.

tenentismo, que procurou questionar os governos e) daquele período com propostas de caráter anti-oligárquico, por meio de movimentos armados diri-gidos, em geral, por oficiais de baixa patente.

(UFRJ) “Não ocultemos: o proletariado protesta porque 14. o proletariado está organizado e sindicalizado, pode ter resistência e ação direta. Mas se todas as classes estivessem organizadas (...) por instigamento da sua situação precária, neste momento não seria o operariado que protestaria só, mas toda a Nação Brasileira que se levantaria esquálida, faminta, ameaçada de necessidades negras (...).”

(Discurso de Maurício de Lacerda, deputado e advogado

dos trabalhadores, em sessão da Câmara dos

Deputados, no dia 26 de julho de 1917.)

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No Brasil, o movimento operário e sindical constituiu- -se ao longo da Primeira República (1889-1930), enfrentando dificuldades de toda ordem, tais como as más condições de vida, a insensibilidade das classes patronais e o preconceito das elites políticas do país.

Liderado pelos anarco-sindicalistas, pelo menos até 1917, esse movimento conheceu modificações a partir dos anos 30, mantendo essas novas características até a década de, 70.

Explique uma razão do crescimento do movimento a) operário na Primeira República.

Cite dois fatores que contribuíram para a perda de b) influência do anarquismo sobre o movimento ope-rário na Primeira República.

(Unirio) Na segunda metade do século XIX, iniciou-se a 15. formação de um novo segmento social no Brasil, a classe operária. Podemos afirmar que a:

migração italiana está ligada ao movimento operá-a) rio, tendo que dividir com um grande número de ex-escravos a formação inicial da classe operária.

nascente classe operária brasileira tinha como base b) a mão-de-obra de ex-escravos que, saídos das fa-zendas cafeeiras, iam para as cidades em busca de trabalho na indústria.

classe operária brasileira possuía em sua formação c) uma base na mão-de-obra estrangeira e, na tenta-tiva de se organizar, utilizou o pensamento anarco- -sindicalista.

participação da mão-de-obra estrangeira na forma-d) ção da classe operária brasileira não foi significativa devido à falta de preparo desses imigrantes.

classe operária brasileira, mesmo com os esforços e) demonstrados, não conseguiu fugir da tutela do Estado.

(UFRJ) “A cidadania moderna – ou seja, a integração 16. das pessoas no governo, via participação política; na so-ciedade, via direitos individuais; e no patrimônio coletivo, via justiça social – continua sendo aspiração de quase todos os países, sobretudo os que se colocam dentro da tradição ocidental (...). Simplificando muito, pode-se dizer que o processo histórico de formação da cidadania no Ocidente seguiu dois caminhos, um de baixo para cima, pela iniciativa dos cidadãos, outro de cima para baixo, por iniciativa do Estado e de grupos dominantes”.

(CARVALHO, J. Murilo de. Cidadania, Estadania e Apatia.

In: Jornal do Brasil, 24 jun. 2001, p. 8.)

A instauração do regime republicano no Brasil representou para muitos a possibilidade de democratização da sociedade por meio da afirmação dos direitos civis,

políticos e sociais. No entanto, já em seu nascedouro, a república brasileira impunha restrições ao exercício da plena cidadania.

Apresente um argumento que permita considerar a Revolta da Vacina (1904) um movimento social de busca de afirmação da cidadania no início da República.

(UFSM)17.

Antropofagia.

Dom

ínio

púb

lico.

(ORDONEZ, Marlene; QUEVEDO, Júlio.

História. São Paulo: IBEP. p. 396.)

A obra “Antropofagia”, de Tarsila do Amaral, sintetiza uma das características dos modernistas, em 1922, ou seja,

renovação artística de inspiração europeia, voltada a) aos padrões externos, negando em definitivo a te-mática nacional.

ufanismo brasileiro, expresso nas cores, formas e b) conteúdos, de inspiração nacionalista e de culto ao herói.

renovação artística quanto à forma e conteúdo, re-c) pensando a cultura brasileira e a realidade nacional.

revisão da temática brasileira, reavaliando os con-d) teúdos artístico-culturais, impregnados da ideolo-gia socialista e da estética surrealista.

reprodução da estética europeia, incorporando ce-e) nas do cotidiano, porém sem liberdade de lingua-gem pictórica e literária.

(UFMG) “Da libertação do nosso espírito, sairá a arte 18. vitoriosa. E os primeiros anúncios da nossa esperança são os que oferecemos aqui à vossa curiosidade. São estas pinturas extravagantes, estas esculturas absurdas, esta música alucinada, esta poesia aérea e desarticulada. Maravilhosa aurora!”

Com essas palavras, o escritor Graça Aranha abriu as atividades da Semana de Arte Moderna, realizadas no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 17 de fevereiro de 1922.

Um dos objetivos dos promotores desse evento era:

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escandalizar a sociedade, considerada retrógrada, a) reunindo um conjunto de obras e artistas inovadores.

lançar as bases de uma produção artística em mol-b) des acadêmicos, pois, no Brasil, se valorizava tradi-cionalmente a produção cultural popular.

tomar a arte e os produtos culturais mais próximos c) dos operários, com quem os artistas radicais se identificavam.

trazer ao país uma amostra das vanguardas euro-d) peias, mediante a apresentação de obras de artis-tas estrangeiros.

(PUC-Rio) Os anos 20 deste século, no Brasil, são con-20. siderados como um período fértil na criação e difusão de novos projetos para a reorganização do estado e da sociedade brasileira. Indivíduos, instituições, grupos sociais procuraram exprimir, por manifestos e ações, o seu descontentamento com a República vigente.

Sobre esse período, não é correto afirmar que:

o movimento modernista procurou evidenciar, por a) meio de novos padrões estéticos, a necessidade de redirecionar textos e pesquisas para temas que possuíssem inspiração no ambiente físico, cultu-ral e social brasileiro, configurando uma busca da brasilidade.

a Igreja Católica, sob a direção de D. Sebastião b) Leme, procurou conquistar influência entre o meio intelectual e o povo, em um movimento de “recris-tianização da sociedade”, mediante a criação de revistas e organização de associações, como, por exemplo, o Centro Dom Vital.

jovens oficiais do exército, protestando contra a c) fragmentação regionalista e a ausência de uma real representação da nação, promoveram revol-tas em 1922 e 1924, estimulando a organização da Coluna Prestes, que percorreu o país entre 1925 e 1927.

lideranças do movimento operário urbano, tanto de d) orientação anarco-sindicalista quanto de orienta-ção comunista, articularam alianças no sentido de apoiar a aplicação do conjunto de leis trabalhistas promulgadas pelos governos oligárquicos.

educadores e higienistas, sintonizados com pro-e) jetos de modernização da saúde e da educação públicas, propuseram programas e iniciativas que, por caminhos distintos, valorizavam o intervencio-nismo estatal.

(Unirio) Veja a tabela a seguir:19.

Mortalidade pelas principais moléstias transmissíveis

Rio de Janeiro (DF) – 1886-1910

(DAMAZIO, SYLVIA. Retrato Social do Rio de Janeiro na

Virada do Século. Rio de Janeiro: UERJ, 1996.)

Rodrigues Alves (1902-1906) adotou uma polí-I. tica de saúde, com base nas reformas de Pereira Passos e na participação de Oswaldo Cruz, o que fez diminuir a mortalidade pelas doenças transmissíveis.

As reformas sanitárias e as campanhas de vaci-II. nação, realizadas por Oswaldo Cruz, não tive-ram efeito positivo na queda da mortalidade.

A mortalidade por moléstias transmissíveis não III. sofreu uma queda percentual progressiva.

A ação governamental concentrou esforços no IV. combate à febre amarela.

Podemos afirmar que a opção correta é:

I e IV.a)

III e II.b)

IV e III.c)

I e III.d)

II e IV.e)

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B1.

D2.

A3.

Canudos surgiu em decorrência da pobreza e miséria 4. vivida pelos camponeses no interior da Bahia e no Nor-deste, graças ao poder dos latifundiários. Surgiu um líder carismático e messiânico que conduziu aquele povo.

095.

A6.

E7.

B8.

B9.

D10.

C11.

E12.

B13.

E14.

A15.

16.

Duas dentre as características:a)

o anticlericalismo; •

a igualdade plena dos direitos; •

a conquista da liberdade plena; •

a rejeição de toda a forma de poder; •

a defesa do espontaneísmo das massas. •

Um dentre os motivos:b)

sucesso da Revolução Russa; •

maior difusão das ideias anarquistas; •

alta do custo de vida sem proporcional aumento •dos salários.

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1.

A concentração fundiária brasileira - e, em especial, a) nordestina - fazia com que a esmagadora maioria da população não tivesse acesso à propriedade de terra, tendo de se submeter a relações de trabalho marcadas pela sobre-exploração. Essa população sofria ainda os efeitos das grandes secas que asso-laram o sertão nordestino, em parte resultando na falência das culturas tradicionais (algodão e açú-car), provocando uma grave crise econômica.

•b) Dificuldades de domínio dos grandes proprietá-rios de terra sobre a mão-de-obra;

o rompimento da hierarquia e do controle da Igreja •oficial sobre a população local;

a pregação do beato não se coadunava com a •ortodoxia veiculada pela hierarquia eclesiástica;

Canudos, enquanto um espaço social, negava a •ordem instituída, uma vez que exercia um forte poder de atração sobre a massa sertaneja.

2.

O sertão nordestino, pequenas vilas e lugarejos.a)

Pela miséria, pobreza e concentração latifundiária.b)

A necessidade de controle social com a ameaça c) “Banditista”.

3.

Zumbi - Palmares; Antônio Conselheiro – Canudos; a) Lampião – Cangaço.

Movimento de caráter messiânico popular, ocorri-b) do no sertão nordestino contra as oligarquias dos coronéis.

Movimento considerado banditista (fora da lei), mas 4. que deve ser inserido na condição miserável gerada pelos latifundiários do Nordeste na primeira metade so século XX.

5.

A luta no Brasil pela reforma agrária.a)

“é a terra que querias ver dividida...”b)

“é a parte que te cabe desse latifúndio...”

6.

A acusação do movimento ser monarquista e faná-a) tico religioso.

A miséria e a pobreza em que viviam.b)

F, V, V, F, V7.

8.

República Oligárquica.a)

Os latifundiários do Nordeste e o Governo Federal, b) devido à defesa da volta da monarquia por Antônio Conselheiro.

Foi um movimento de caráter messiânico, em virtu-c) de da carência material do sertanejo, que não via na República expectativa de melhora.

9.

Realização de queimadas para plantar suas roças a) de milho e mandioca.

Rodovia Transamazônica, Usinas de Itaipu e Tucu-b) ruí, Projeto Carajás e Projeto Jari, entre outros.

A10.

A11.

E12.

E13.

14.

A imigração europeia, o crescimento industrial, a a) influência das ideias anarquistas e a exploração da classe trabalhadora.

A ação repressiva do governo, a Revolução Russa b) de 1917 e o avanço das ideias comunistas.

C15.

A Revolta da Vacina representou a reação popular contra 16. um governo que desrespeitava os princípios da liberdade individual e valores morais da população como a virtude da mulher, a honra dos chefes de família e a inviolabili-dade do lar. O inimigo não era a vacinação em si, mas o governo, em particular as forças de repressão.

C17.

A18.

A19.

D20.

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A Revolução de 1930 e

a Era Vargas

Os movimentos operário e tenentista demons-traram que o pacto político das oligarquias, não mais conseguia abranger todas as forças sociais mais importantes do país.

As oligarquias não passaram inertes pela crise de 1929 e o desgaste econômico facilitou a derrubada do governo de Washington Luis pela Revolução de 1930 que deu origem a Era Vargas. Neste módulo, analisaremos as duas primeiras fases da Era Var-gas – o Governo Provisório (1930-1934) e o Governo Constitucional (1934-1937) e como Vargas procurou contemplar os interesses das principais forças polí-ticas do país.

A Revolução de 1930Para entendermos a Revolução de 1930 e seus

desdobramentos, temos que analisar com atenção os últimos momentos da República Oligárquica no governo de Washington Luís (1926-1930). A crise de 1929 afetou profundamente a economia brasilei-ra, pois o crédito estrangeiro destinado para a ma-nutenção dos estoques foi cessado, assim como se retraiu o consumo do café no mercado internacional. O resultado foi a falência de muitos cafeicultores e o desgaste da política de valorização do café instituída pelo Convênio de Taubaté de 1906.

Diante da crise internacional, Washington Luis, representante da oligarquia paulista, resolveu rom-per com a política do café-com-leite, indicando Júlio Prestes, também paulista, como seu sucessor ao invés do governador de Minas Gerais Antônio Carlos

Ribeiro de Andrada. Washington Luis acreditava que somente um presidente paulista poderia zelar pela valorização do café após a crise de 1929.

Antônio Carlos resolveu articular uma coalizão que contou com o apoio de oligarquias dissidentes como o Rio Grande do Sul do então governador Getú-lio Vargas que virou candidato à presidente da Alian-ça Liberal, nome dado à coalizão que recebeu ainda o apoio da Paraíba, do candidato à vice-presidência João Pessoa. A classe média também se integrou à Aliança Liberal por meio do Partido Democrático e do jornal O Estado de São Paulo.

Apesar da participação de representantes das antigas oligarquias, as propostas da Aliança Liberal defendiam a instituição do voto secreto, anistia polí-tica aos presos políticos e leis trabalhistas, fazendo com que a Aliança Liberal recebesse ainda a adesão da massa popular e dos tenentes, com exceção de Prestes. Este, já aproximado aos ideais comunistas, denunciava a presença de vários membros do go-verno oligárquico na aliança Liberal, a exemplo de Epitácio Pessoa, entre outros.

Apesar da grande mobilização, a vitória nas eleições foi de Júlio Prestes, deixando indignados políticos como Getúlio Vargas, Lindolfo Collor, Oswal-do Aranha, Góis Monteiro e Borges de Medeiros. Em meio às insatisfações, João Pessoa, então governador da Paraíba foi assassinado. João Pessoa sofria forte oposição de coronéis do interior apoiados pelos pau-listas, mas foi assassinado por Luis Dantas numa confeitaria em Recife, no dia 26 de julho de 1930.

O assassinato de João Pessoa, frequentemente noticiado nos meios de comunicação, acabou ser-vindo de bandeira de luta do grupo que, no dia 3 de outubro de 1930, marchou do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro sob o comando do tenente-coronel Góis Monteiro. No dia 24 de outubro, os

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generais Mena Barreto e Tasso Fragoso derrubaram Washington Luis: era a Revolução de 1930. Getúlio Vargas assumia a chefia do Governo Provisório.

Vargas chegando ao poder.D

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Quem foi Getúlio Vargas (1882-1954)?

Nascido em uma família rica de fazendeiros de São Borja (RS), Vargas estudou Direito e, pelas mãos de Borges de Medeiros, chefe da oligarquia gaúcha, ingressou na vida política em 1909 como deputado estadual. Depois de seguidos man-datos, foi eleito, em 1922, deputado federal. Foi Ministro da Fazenda no governo Washington Luís (1926-1930), por indicação de Borges Medeiros. Em 1927 elegeu-se governador do Rio Grande do Sul. Derrotado nas eleições presidenciais de 1930, deixou o governo federal para dirigir o levante que o conduziria ao poder.

O governo provisório de Vargas (1930-1934)

Após a conjuntura que levou à famosa Revolução de 1930, que mudaria o quadro político brasileiro, representando a ruptura com a política do café-com- -leite, Vargas se viu em um quadro que envolvia vários grupos políticos. As oligarquias tradicionais foram alijadas do poder e, por isso, reivindicavam a cons-titucionalização do Brasil e o retorno da democracia, ambicionando a vitória nas eleições; os oficiais inte-gralistas, que influenciados pelo fascismo defendiam a formação de um governo fortemente centralizador

com medidas econômicas nacionalistas (nacionaliza-ção de bancos estrangeiros e de riquezas minerais) por meio do Clube Três de Outubro; e os militares legalistas, que defendiam a manutenção da ordem, dentre outros conflitos ideológicos surgidos.

É neste contexto que Vargas se destaca como o “conciliador”, tomando atitudes que procuraram de alguma maneira conciliar todas as classes envolvidas nessa problemática como a nomeação de intervento-res em diversos estados em substituição aos antigos governadores, vinculados à política oligárquica. Os interventores, na maioria, eram nomeados entre os tenentes, os quais já tinham promovido movimentos de questionamento à República Velha - os chamados “Movimentos Tenentistas” como a Revolta do Forte de Copacabana de 1922 e a Coluna Prestes.

A Revolução Constitucionalista de 1932

Estes tenentes interventores eram escolhidos por Getúlio Vargas e nem sempre eram nativos do estado que lhes eram determinados. Um exemplo disso ocorreu no estado de São Paulo, com a nome-ação do interventor João Alberto que era tenente pernambucano. Os paulistas exigiam um interventor civil e paulista para o estado.

Aliado a esta conjuntura, temos a perda da he-gemonia política de São Paulo, antes garantida pela política do café-com-leite, a cobrança dos paulistas pelo direito de nomear seus próprios representantes e ainda as reivindicações devido à ausência de Cons-tituição, pois ao assumir o poder, uma das medidas tomadas por Vargas foi a suspensão da Constituição de 1891. Dessa forma passou a governar através de decretos-leis o que não agradou as lideranças pau-listas. Diante desta conjuntura eclodiu no Brasil, a Revolta Constitucionalista de 1932 , em São Paulo.

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púb

lico.

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Para tentar resolver esta questão provocada por pressões dos paulistas, Vargas fez várias concessões como a nomeação de Pedro de Toledo (paulista civil) para interventor, em 1.o de março de 1932, a publica-ção em 24 de fevereiro do mesmo ano do novo Código Eleitoral e o anteprojeto de Constituição, marcando as eleições da Assembleia Constituinte para 3 de maio de 1933. Oswaldo Aranha foi enviado a São Pau-lo para realizar a formação de um novo secretariado para governo estadual.

No dia seguinte, 23 de maio, estudantes pro-testaram na rua contra a presença de Aranha e 4 deles, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, foram assassinados tornando-se símbolos do movimento. As iniciais de seus nomes foram tomadas como sigla pela organização civil que encabeçaria a resistência ao governo central (MMDC). E apesar das conces-sões, o Partido Republicano Paulista uniu-se ao Par-tido Democrático formando a Frente Única Paulista (FUP) iniciando a revolução em 9 de julho de 1932, sob o comando de Isidoro Dias Lopes. Porém, esta praticamente não contou com a adesão de outros estados e foi esmagado por Vargas.

Para tentar pacificar o estado de São Paulo e consolidar as bases de seu poder, Vargas fez am-plas concessões no terreno financeiro, abstendo- -se de indicar tenentes para o governo Estadual e, não menos importante, confirmando a data de 3 de maio de 1933 para as eleições à Assembleia Constituinte. Apesar da força que havia adquirido, Vargas não conseguiu fazer com que a Assembleia Constituinte invertesse a ordem dos trabalhos para realizar logo de início as eleições presiden-ciais. Uma proposta nesse sentido, em fevereiro de 1934, foi interpretada como tentativa de domesti-car a Assembleia e devidamente arquivada.

Diante desta conjuntura foi promulgada, em 16 de julho, a Constituição de 1934 que tinha as prin-cipais características:

manutenção do regime federativo, presi- •dencialista e dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);

extinção do cargo de vice-presidente; •

voto secreto e eleições diretas para os pode- •res Executivo e Legislativo da União, Estados e Municípios;

deputados classistas (representantes de •classes sindicais);

voto feminino; •

criação do Ministério do Trabalho; •

presença de leis trabalhistas (proibição de •diferenças salariais de acordo com o sexo, idade, nacionalidade ou estado civil; salário mínimo; jornada de trabalho de oito horas diárias; descanso semanal; indenização do trabalhador demitido sem justa causa, proibição para o trabalho de menores de 14 anos etc.);

ensino primário obrigatório e gratuito; •

previa nacionalização dos bancos e empresas •de seguro.

No dia seguinte, a promulgação da Constituição realizou-se uma eleição na qual Vargas foi eleito pelo voto indireto da Câmara para um mandato até 3 de maio de 1938, sem direito a reeleição.

O governo constitucional de Vargas (1934-1937)

Faz-se necessária, neste momento, uma referên-cia à História Geral, no tocante à conjuntura europeia, palco do fervilhão de ideologias que acabaram por dis-putar seus espaços de influência também no Brasil.

Em 1933 chega ao poder na Alemanha Adolf Hitler criador de uma ideologia que se difundiu pelo mundo – o Nazismo. Além de Hitler, temos Benito Mussolini na Itália, um dos grandes responsáveis pela criação e difusão do Fascismo, já na década de 1920. Ao lado destes governos, temos em 1917 a realização da Revolução Russa um exemplo de nação com o governo de orientação comunista. Essas ideologias tiveram grande campo após a 1.o Guerra Mundial, pois a Europa se encontrava em grande parte destruída após o conflito e qualquer ideologia que inflamasse o nacionalismo e reformas sociais nestas nações, teria agora um bom campo para se desenvolver.

No Brasil, vemos estas ideologias traduzidas e adaptadas em duas frentes conhecidas como a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, que foi organizada em 1932, por Plínio Salgado e teve grande apoio dos setores conservadores (oligarquias tradicionais, empresários, membros do alto clero e da alta hierarquia militar). Era anticomunista e de-fendia no Manifesto à Nação Brasileira, a formação de um regime ditatorial nacionalista e unipartidário, além da manutenção da propriedade privada (“Deus, Pátria e Família”).

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Plínio Salgado: líder do Integralismo Brasileiro.

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Já a Aliança Nacional Libertadora (ANL), sob a liderança do Partido Comunista Brasileiro e de Luis Carlos Prestes, foi fundada como oposição ao inte-gralismo e tinha como base de apoio o movimento comunista, operários, membros da classe média e liberais-democratas. Defendia a reforma agrária, cancelamento da dívida externa, nacionalização de empresas estrangeiras e a formação de um gover-no popular-democrático. Porém, esta foi declarada ilegal em 1935.

Temos como grande destaque do movimento de base comunista no Brasil, a Intentona Comunis-ta (1935), que tinha em sua composição militares e elementos populares em Natal, Recife e Rio de Janeiro que se insurgiram sob a liderança de Luis Carlos Prestes, mas foram rapidamente sufocados pelo governo federal, que decretou estado de sítio no Brasil.

Vargas procurou tirar proveito diante desta radicalização ideológica. Segundo a eleição que Vargas se submeteu, não poderia mais se reeleger. A manutenção do poder só poderia vir a partir de um golpe, mas para que se justificasse tal atitude o Brasil teria que estar passando por uma situação de ameaça na qual, para sua contenção, seria ne-cessário um líder de punho forte. Neste momento, um dos grandes vilões se encontrava personalizado

na figura do comunismo, pois tinha como ideologia o fim da propriedade privada, o que não agradava nem os latifundiários, nem os burgueses. Além disto o comunismo é contrário às religiões, sendo a Igreja outro adversário que tinha pela frente. Enfim, a con-juntura era perfeita para a realização de um golpe na manutenção dos interesses dos grupos diretamente afetados pelo comunismo.

Diante da Intentona Comunista, a ameaça co-munista se tornou muito clara. Diante desta conjuntu-ra, Vargas simulou um suposto plano comunista para tomar o poder no Brasil, isto é, seria um plano feito pela ANL para dominar o Brasil, que na verdade foi redigido por Olímpio Mourão (integralista) a mando de Vargas, plano este que prolongaria o estado de sítio devido à ameaça socialista.

“Seria necessário” um líder capaz de sufocar tal ameaça, um líder personalizado na figura de Getúlio Vargas. Este fator facilitou a formação do Golpe de 1937, que prolongou o poder nas mãos de Vargas. Este plano ficou conhecido como Plano Cohen (1937). O novo ou o prolongamento do Governo de Vargas ficou conhecido como Estado Novo.

A descoberta do Plano Cohen foi divulgada pela “Hora do Brasil” , tal “descoberta” provocou uma torrente de apoio a Getúlio Vargas, com ma-nifestações do clero, empresariado, intelectuias e estudantes. No dia 1.o de novembro, Plínio Salgado promoveu no Rio de Janeiro um enorme desfile integralista em homenagem ao chefe do governo e retirou sua candidatura a presidência. Logo em seguida, a imprensa noticiou uma estranha missão que acabava de ser cumprida pelo depu-tado Negrão de Lima junto aos governadores do Norte e do Nordeste (menos os de Pernambuco e da Bahia). Esse emissário fora incumbido de dar ciência do que preparava os governadores, e de obter a colaboração dos mesmos.

Estado Novo (1937-1945)Após o Plano Cohen e o golpe de 1937, Vargas

governou o país num sistema ditatorial, extrema-mente repressivo e restritivo quanto às liberdades individuais. Estado de sítio e censura aos meios de comunicação eram meios de silenciar a oposição de maneira violenta, vitimando figuras importantes,

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como a judia Olga Benário, esposa de Luis Carlos Prestes, presa pela polícia secreta de Vargas e envia-da para um campo de concentração europeu.

Neste período a industrialização brasileira avançou a passos largos por meio de uma política estatal de geração de indústrias de base. A eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o estímulo a substituição de importações também contribuiram para a industrialização, mas lançaram a sociedade brasileira numa campanha em prol da redemocrati-zação do Brasil, desgastando o Estado Novo e con-tribuindo para o fim da Era Vargas.

Frente à conjuntura do Plano Cohen e com apoio de vários setores sociais brasileiros, assim como dos generais Eurico Gaspar Dutra e Góis Monteiro, e de vários governadores, Vargas determinou o fe-chamento do Congresso Nacional e dos legislativos estaduais e municipais. O golpe de 1937 suspendeu as eleições presidenciais, extinguiu os partidos polí-ticos, revogou a Constituição de 1934 e implantou a Constituição de 1937, baseada na carta fascista da Polônia (Constituição Polaca) e redigida por Francisco Campos. Entre os princípios da Constituição de 1937 podemos citar:

controle do Executivo sobre os demais pode- •res e sobre os estados;

criação do estado de emergência – o pre- •sidente poderia suspender as imunidades parlamentares, prender e exilar;

instalação da pena de morte; •

proibição de greves; •

instalação da censura aos meios de comu- •nicação;

criação do Conselho de Economia Nacional, •composto por representantes das classes sin-dicais e patronais, determinando a racionali-zação econômica e desenvolvimento técnico (intervenção do estado na economia).

Diante das atitudes de Vargas em relação à ameaça comunista, como a colocação da ANL na ile-galidade após a supressão da Intentona Comunista e a elaboração de uma Constituição de base fascista, os integrantes da AIB (Ação Integralista Brasileira) acreditavam que o governo de Vargas apoiava suas reivindicações. Porém, em 1937, Vargas, pouco dis-posto a compartilhar o poder, declarou o fechamento da AIB, gerando um movimento conhecido como Intentona Integralista de 1938, onde os integralis-tas invadiram o Palácio do Catete, sede do governo no Rio de Janeiro, tentando derrubar o presidente Vargas. Entretanto, foram reprimidos pelas tropas governamentais.

Esse período do governo de Vargas é identifica-do por muitos como um período ditatorial, pois nele se encontram as atitudes características de uma ditadura como a atuação da censura, como a cria-ção do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela fiscalização das matérias e notícias que iriam ser divulgadas, exercendo um controle ideológico a partir de restrições aos meios de comunicação. Através da censura e da criação de programas, Vargas se utilizou dos veículos de comunicação em massa para construir sua própria imagem, por intermédio da difusão de uma ideia sempre positiva de seu governo, promovida pela campanha radiofônica obrigatória (A Hora do Brasil). Um dos elementos da cultura brasileira mais perse-guidos foram os ”malandros” e muitas músicas que falavam sobre a “malandragem”, principalmente no Rio de Janeiro, eram censuradas. As músicas deve-riam exaltar o Brasil e valorizar o trabalho.

O Bonde São Januário

(Samba\Carnaval)

Quem trabalha é quem não tem razão

Eu digo e não tenho medo de errar

O bonde São Januário

Leva mais um operário

Sou eu quem vou trabalhar

Antigamente eu não tinha juízo

Mas resolvi garantir meu futuro

Vejam vocês:

Sou feliz, vivo muito bem

A boemia não dá camisa a ninguém

É, digo bem

(Wilson Batista e Ataufo Alves, 1941.)

Encontra-se ainda situada neste momento a Polícia Secreta liderada por Filinto Müller que se especializou em torturas e assassinatos de indiví-duos considerados nocivos à ordem pública. Outra

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característica das Polícias Secretas é criar medo entre a população, tornando-a, indiretamente, agente do governo quando as pessoas passam a se denunciar mutuamente.

O controle dos trabalhadores e a CLT

Uma frase que definiria bem Vargas e seu gover-no seria: “Vargas foi pai dos pobres e mãe dos ricos”, pois conseguiu trazer para junto de si o apoio das mais variadas classes sociais devido às suas ações. Entre elas, a que mais se destacou foi a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) inspirada na Carta del Lavoro (fascismo italiano), a qual contou com a com-pilação de leis trabalhistas presentes na Constituição de 1934. A CLT regula as relações entre patrões e empregados, além de permitir o controle do Estado sobre os sindicatos por meio de normas como:

os sindicatos tornaram-se apenas assisten- •cialistas (assistência médica, jurídica);

somente o Ministério do Trabalho poderia •reconhecer oficialmente um sindicato;

os funcionários públicos não poderiam se •filiar a sindicatos;

o governo poderia intervir nos sindicatos, •sempre que achassem conveniente.

O controle dos sindicatos trabalhistas (inspira-ção do Estado Corporativista do fascismo italiano) vai na contra-mão do ideal socialista de luta de classes, sendo que nos sindicatos eram infiltrados agentes do governo conhecidos como “pelegos”, que procuravam defender os interesses do Estado tentando desarticular as tentativas de greve e le-vantes trabalhistas.

“Não pode ser noticiada a morte de um operá-rio no restaurante do SAPS quando almoçava.”

“Proibida quaisquer alusões ao regime bra-sileiro anterior a 10 de novembro de 1937, sem prejuízo de referências à democracia, pois o regime atual é também uma democracia.”

“Nada sobre a União Nacional dos Estudantes.”

“Não divulgar nenhuma nota do serviço de segurança da polícia sobre grave incidente entre civis e militares em Marechal Hermes (subúrbio do Rio)”.

“Nenhuma notícia sobre escassez de peixe no país.”

“Proibida a divulgação das aspirações das classes trabalhista de Porto Alegre, enviadas ao chefe do governo.”

“Nada sobre passeatas de estudantes pau-listas.”

“Não podem ser divulgadas notícias sobre os desfalques na Caixa Econômica de Niterói.”

(Lista de temas proibidos pelo DIP.

Citado por Nosso Século, 1930-1945.

São Paulo; Abril Cultura, 1980. v. 3, p. 196.)

Por meio do discurso, Vargas procurava construir sua imagem como aquele que defendeu os interesses dos trabalhadores humildes por intermédio da CLT e, portanto os trabalhadores não precisariam realizar greves nem agitações, pois o presidente cuidava de seus interesses. Esta prática procurava controlar o movimento sindical brasileiro, reduzindo as mani-festações contrárias aos patrões, que continuavam multiplicando seus lucros sem maiores incômodos. Daí a explicação da frase que afirmava que “Vargas foi pai dos pobres e mãe dos ricos”. Apesar da ação ideológica, as greves que haviam eram reprimidas com extrema violência durante o Estado Novo.

A industrialização e a intervenção do Estado na economia

É característica desta fase do governo de Var-gas a economia sob intervenção estatal, exemplifi-cada com a criação do Conselho Nacional do Café (CNC). A reedição da política de valorização do café, implantada inicialmente na República Oligárquica, gerou divisas para o Estado brasileiro, que passou a ser o responsável pela venda do café no mercado internacional. Com estas divisas, o Estado pôde realizar alguns de seus projetos na área industrial. Se no início o CNC conseguiu resultados positivos, com o tempo, os estoque de café chegaram a níveis superiores à capacidade de consumo mundial, fa-zendo com que o Estado tivesse que queimar grande quantidade do produto.

Outra característica da política varguista é a intervenção no processo de industrialização, política estimulada pela substituição de importações com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A produção europeia estava voltada à manutenção do conflito

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e à produção bélica, fazendo com que empresários brasileiros se dedicassem à produção industrial com reduzida concorrência internacional. Além disso, o Estado Novo acumulou divisas por meio da venda de produtos para a Europa em guerra, principalmente minerais e bens primários.

O Estado Novo promoveu a instalação de indús-trias de base estatais, fundamentais ao desenvol-vimento econômico brasileiro. Temos abaixo alguns exemplos destas indústrias:

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN- •1941), instalada com auxílio do capital norte- -americano.

Companhia Vale do Rio Doce (1942) • , criada com o objetivo de obter matéria-prima des-tinada à indústria pesada.

Conselho Nacional do Petróleo (1938) • - cria-do para controlar a exploração e fornecimento de petróleo e derivados. O CNP foi respon-sável pela perfuração do primeiro poço de petróleo no Brasil, em 1939.

Modernização da estrada de ferro Central •do Brasil.

Vargas criou ainda o Departamento de Admi-nistração do Serviço Público (DASP), em 1938, para racionalizar a administração pública modernizando a burocracia estatal.

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Apesar da aparente simpatia de Vargas pelos governos de base fascista, este entrou na Segunda Guerra ao lado dos Aliados, diante das pressões americanas, em 1942. Após dezembro de 1930, o afundamento de navios brasileiros, supostamente realizado pelos Alemães, o Brasil declarou guerra a Alemanha de Adolf Hitler. Neste momento da guer-ra, Vargas enviou uma esquadrilha da Força Aérea Brasileira (FAB) e soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB), integrada ao V Exército norte-ame-ricano, valendo ressaltar que os soldados brasileiros alcançaram vitórias consideráveis na Itália, em regiões como Monte Castelo, Castelnuevo e Monte-se. Em troca da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos concederam um empréstimo na ordem de 20 milhões de dólares ao Brasil, que foram utilizados para a construção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Com isso, os Estados Unidos ganharam o direito de estabelecer uma base área em Natal, que ficou conhecida como Trampolim da Vitória.

Porém, a participação na Segunda Guerra Mundial acabou gerando um grave problema para a sustentação política do Estado Novo. Vargas, governante ditatorial, entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado da democracia e do liberalismo dos Aliados, contrários às ditaduras nazi-fascistas. Esta contradição foi percebida pela sociedade brasileira, que passou a exigir a redemocratização do Brasil. A partir desta indisposição criada, devido ao apoio de Vargas ao governo democrático americano, em outubro de 1943 políticos e empresários de Minas Gerais lançaram o Manifesto dos Mineiros, exigindo a redemocratização do Brasil.

A redemocratizaçãoDevido às pressões surgidas, Vargas permitiu o

retorno dos exilados (entre eles Luis Carlos Prestes), libertou os presos políticos, estabeleceu eleições gerais para 2 de dezembro de 1945 e autorizou a formação de partidos políticos descritos abaixo:

UDN (União Democrática Nacional) • : for-mada por industriais, banqueiros, grandes proprietários de terra, classe média e im-prensa, sob a liderança de Armando Salles e Assis Chateaubriand. Era contrária à política econômica intervencionista de Vargas, além das restrições políticas, defendendo uma nova constituição. Lançou como candidato à presidência Eduardo Gomes.

PSD (Partido Social Democrático) • : formado por industriais, banqueiros e grandes pro-prietários que apoiavam Vargas.

PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) • : forma-do por setores do movimento sindical ligado a Getúlio Vargas. Uma coligação entre PTB e PSD foi realizada para apoiar a candidatura do Ministro da Guerra do Estado Novo Eurico Gaspar Dutra.

PCB (Partido Comunista Brasileiro) • : retira-do da ilegalidade, agregava os movimentos de esquerda, apresentando como candidato Yedo Fiúza.

Como não poderia se candidatar, Vargas utili-zou-se do DIP e de sua máquina de propaganda tão desenvolvida durante seu governo, e promoveu um movimento conhecido como “Queremismo” que apoiava a sua continuidade como líder do Brasil de-mocrático. A campanha, que tinha como lema “Que-remos Getúlio Presidente!”, contou com a adesão de setores trabalhistas e do Partido Comunista Brasilei-ro, que deveria apoiar movimentos anti-imperialistas e de frente popular, de acordo com determinações

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da União Soviética. Isto explica o apoio de Prestes a Vargas, mesmo após o presidente ter enviado sua esposa Olga Benário para um campo de concentração na Europa. O apoio comunista a Getúlio Vargas pode ser explicado parcialmente pela ideia de “etapismo”. “Etapismo” é a crença de que o Brasil precisava pri-meiro se tornar um estado burguês para possibilitar o comunismo.

Porém, devido ao temor de um novo golpe de estado em 1945 por Vargas, os udenistas e as Forças Armadas lideradas pelos generais Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra cercaram o Palácio do Catete, exigindo a renúncia de Vargas. Com a renúncia de Vargas, a presidência foi exercida pelo ministro do Su-premo Tribunal Eleitoral José Linhares, que garantiu as eleições vencidas por Eurico Gaspar Dutra, Minis-tro da Guerra de Vargas e oficial do Exército brasileiro que atuou na Segunda Guerra Mundial. Finalizou-se o Estado Novo, mas a figura de Vargas estava longe de se desvincular da vida política brasileira.

(Fuvest) “Vitoriosa a revolução, abre-se uma espécie de 1. vazio de poder por força do colapso político da burgue-sia do café e da incapacidade das demais frações de classe para assumí-lo, em caráter exclusivo. O Estado de Compromisso é a resposta para esta situação. Embora os limites da ação do Estado sejam ampliados para além da consciência e das intenções de seus agentes, sob o impacto da crise econômica, o novo governo representa mais uma transação no interior das classes dominantes, tão bem expressa na intocabilidade sagrada das relações sociais no campo”.

(FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930: Historiografia e História.)

Explicite o que o autor apresenta como “Estado de a) Compromisso”.

Qual a relação entre “O Estado de Compromisso” b) e a “intocabilidade sagrada das relações sociais no campo”?

Solução: `

“Compromisso” entre a classe dominante, agregan-a) do setores sociais e econômicos e o proletariado urbano em torno das propostas populistas de Ge-túlio Vargas, para a manutenção dos status quo vigente.

O “Estado de compromisso” não abrange o homem b) do campo no que concerne aos direitos trabalhistas.

(Unesp) Getúlio Vargas, depois de outorgar a Cons-2. tituição de 1934, ampliou sua política intervencionista de modo a ter pleno controle sobre a sociedade e, assim, impor seu plano político. Discorra sobre três características importantes deste governo e indique como terminou.

Solução: `

Período dito constitucional, polarizado entre AIB e ANL. Teve seu desfecho em 1937, com um golpe de estado, após o suposto Plano Cohen.

(Fuvest) Em 10 de novembro de 1937, para justificar o 3. golpe que instaurava o Estado Novo, Getúlio Vargas discursava:

“Colocada entre as ameaças caudilhescas e o perigo das formações partidárias sistematicamente agressivas, a Nação, embora tenha por si o patriotismo da maioria absoluta dos brasileiros e o amparo decisivo e vigilante das forças armadas não dispõe de meios defensivos eficazes dentro dos quadros legais, vendo-se obrigada a lançar mão das medidas excepcionais que caracterizam o estado de risco iminente da soberania nacional e da agressão externa.”

Baseando-se no texto anterior, pode-se entender que:

Vargas fala em nome da Nação, considerando-se a) o intérprete de seus anseios e necessidades.

a defesa da Nação está exclusivamente nas b) mãos do Exército e do patriotismo dos brasilei-ros.

Vargas delega às forças armadas o poder de c) lançar mão de medidas excepcionais.

as medidas excepcionais tomadas estão na relação d) direta da falta de formações políticas atuantes.

Vargas estabelece uma oposição entre o patriotis-e) mo dos brasileiros e a ação da forças armadas.

Solução: ` A

(Unesp) O Estado Novo (1937-1945) foi marcado pelo 4. seu caráter centralizador, intervencionista e autoritário. As forças opositoras ao regime valiam-se dessas carac-terísticas para denunciar a “ação fascista” do governo.

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No processo de crise desse Estado, cujo desfecho foi a deposição de Vargas, avalie a importância da participação do Brasil na Guerra em oposição ao nazi- -fascismo.

Solução: `

O Brasil criou a FEB e a FAB, patrulhou o atlântico Sul e enviou tropas para a Itália, ao lado dos aliados.

(Unicamp) Diferenças significativas distinguem o sin-5. dicalismo operário brasileiro das primeiras décadas do século XX, do sindicalismo criado após 1930 pela legislação trabalhista do governo Vargas. Quais são essas diferenças?

Solução: `

Antes o operariado e o sindicalismo era tratado como caso de polícia. Com Vargas houve a incorporação dos sindicatos ao Estado (corporativismo).

(Unicamp) Ao estudar o Estado Novo, o historiador Alcir 6. Lenharo (1946-1996) destacava o papel desempenhado pelo rádio:

“(...) o rádio servia, eficazmente, para se espalhar a imagem onipresente de Vargas por todo o país (...). Pelo rádio, o poder se faz presente e pessoaliza a relação política com cada cidadão”.

(Sacralização da Política, Campinas: Papirus/

Unicamp, 1986, p. 42.)

Por que era importante para o Estado Novo que a) cada cidadão se considerasse próximo de Vargas?

Cite duas práticas utilizadas pelo Estado Novo, além b) do uso dos meios de comunicação de massa, para assegurar o poder de Vargas.

Solução: `

Para dar legitimidade à ditadura varguista.a)

O desenvolvimento do nacionalismo e da legislação b) trabalhista.

(UERJ) 7.

Brasil!

Benedito Lacerda/Aldo Cabral

Brasil,

És o teu berço dourado

O índio civilizado

E abençoado por Deus

Brasil,

Gigante de um continente

És terra de toda gente

E orgulho dos filhos teus

O destino que te traz

Liberdade, amor e paz

No progresso em que te agitas

Torrão de viva beleza

De fartura e de riqueza

E de mil coisas bonitas

E por que tu tens de tudo

Por que te conservas mudo

Na tua modéstia imerso

Meu Brasil,

Eu que te amo

Neste samba te proclamo

Majestade do universo

A partir da letra deste samba, gravado por Francisco Alves e Dalva de Oliveira, em agosto de 1939, percebe-mos a construção de uma imagem para o Brasil que não correspondia totalmente às características da sociedade brasileira nas décadas de 1930 e 1940.

Dentre essas características, aquela que se relaciona à conjuntura da época é:

liberalismo como base da política nacional.a)

reforma agrária como solução para os problemas b) econômicos.

política assimilacionista como forma de integração c) do indígena.

crescimento econômico como decorrência da polí-d) tica industrialista.

Solução: ` D

(Cesgranrio) Com relação à Revolução de 1930, do ponto 1. de vista econômico-social, é possível afirmar que ela:

assinala o início da primazia política das classes a) médias sobre o Estado.

representa a derrota da burguesia mercantil diante b) das pressões conjuntas do campesinato e opera-riado urbano.

traduz a vitória do tenentismo, das camadas médias c) e dos segmentos industriais sobre os setores agro-exportadores.

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identifica a passagem para a dominação burguesa d) no Brasil, com a vitória dos grupos industriais.

significa o início do desenvolvimentismo e a deca-e) dência da agricultura de exportação.

(Cesgranrio) A Revolução de 1930 pode ser relacionada 2. às várias transformações da sociedade brasileira, entre as quais não podemos incluir:

o abandono dos setores agrícolas pelo governo, a) que privilegiou a industrialização.

a insatisfação dos setores médios urbanos com b) o domínio do processo político pelas oligarquias agrárias.

a crescente organização e mobilização da classe ope-c) rária, surgida com o processo de industrialização.

a mobilização de setores militares, principalmente d) dos oficiais mais jovens, contra o regime.

as dissidências oligárquicas, materializadas na for-e) mação da Aliança Liberal.

(Unirio) A Revolução de 1930 marcou o fim da República 3. Velha e inaugurou uma nova forma de atuação do Estado frente às transformações da sociedade brasileira, como exemplifica o:

atendimento de demandas de diferentes setores a) sociais, como operários e empresários.

afastamento do Estado da gestão da economia.b)

abandono dos setores produtores agrícolas tradi-c) cionais.

controle da alta hierarquia militar sobre os princi-d) pais órgãos estatais.

apoio às oligarquias dominantes nos Estados.e)

(UFRJ) “Falo na qualidade de membro e dirigente do 4. único partido verdadeiramente nacional...

Nós, comunistas, que vivemos sempre na ilegalidade, sentimos bem o quanto difere esta nova época daqueles tempos de antes da guerra, em que vivíamos perseguidos, insultados e vilmente caluniados. Mas dez anos de guerra e perseguições contra o comunismo fizeram do nosso povo o mais comunista da América (...) Comunista para o nosso povo é aquele que de maneira mais firme e consequente luta contra o estado de coisas intoleráveis e injustas predominantes em nossa terra; comunista é o que quer a negação disso que aí temos, a negação da miséria e da fome, a negação do atraso e do analfabetismo... “

(Discurso de Luiz Carlos Prestes, em 22 de maio de 1945, no

Estádio do Vasco da Gama, São Januário, Rio de Janeiro.)

Após passar nove anos e três meses preso e incomunicável durante a ditadura do Estado Novo, Prestes retoma, com a redemocratização, as suas atividades políticas.

Cite dois movimentos políticos de repercussão nacional dos quais Prestes tenha participado com destacada liderança.

(UFRJ) 5.

“Foi em 1930

que à frente da Revolução

Getúlio Vargas assumiu

a Presidência do Brasil.

Era um tempo novo que se abria

o desenvolvimento industrial

as leis trabalhistas ele cria

é a Previdência Social

Era anos de conquista

e de grande agitação pelo poder

de 32 a 37,

aquele estadista

reprimiu os paulistas

comunistas e integralistas.

Mas não há quem esconda

seu valor de idealista,

basta falar em Volta Redonda, (...)”

(GOMES, Dias; GULLAR, Ferreira. Dr. Getúlio: sua vida e

sua glória. São Paulo: Civilização Brasileira, 1968. p.10-11.)

Indique duas características do governo de Getúlio Vargas, no período entre 1930 e 1937.

(Cesgranrio) A crise da dominação oligárquica, que 6. culminou com a Revolução de 1930, resultou de um processo crescente de transformações vividas pelo país dentre os quais se destaca:

a lenta politização dos trabalhadores rurais, após a a) Abolição, contestando o domínio dos “coronéis”.

a emergência de uma classe operária ligada à in-b) dustrialização, que assumiu na década de 1920 formas políticas mais organizadas, como o BOC (Bloco Operário Camponês).

o Movimento Tenentista, disputa política no interior do c) Estado, sem ligação com as classes da sociedade.

o caráter modernizante dos setores oligárquicos, d) cada vez mais ligados aos empreendimentos urba-no-industriais.

a crescente insatisfação dos Estados mais pobres e) contra o domínio do eixo “café-com-leite”, expressa em rebeliões como as “guerras” do Cariri e de Prin-cesa, ocorridas no Nordeste.

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(UERJ) “Não nos enganemos. Somos governados por 7. uma minoria que, proprietária das fazendas e latifún-dios, senhora dos meios de produção e apoiada nos imperialismos estrangeiros que nos exploram e nos dividem, só será dominada pela verdadeira insurreição generalizada, pelo levantamento consciente das mais vastas massas das nossas populações dos sertões e das cidades (...).”

(Luís Carlos Prestes. Manifesto de Maio - 1930. Citado por

CARONE. O Tenentismo; São Paulo: Difel, 1975.)

As palavras de Luís Carlos Prestes referem-se ao movimento que ficou conhecido como Revolução de 1930 e tinha o seguinte significado:

movimento amplo de caráter militar, aliando tenen-a) tes e povo contra o domínio oligárquico.

cisão na República do “café-com-leite”, levando à b) união entre as oligarquias paulista e gaúcha.

ruptura parcial dos interesses oligárquicos, acarre-c) tando o fim da hegemonia política dos cafeicultores.

vitória dos interesses da burguesia industrial, d) apoiando, o exército na luta contra os interesses oligárquicos.

(PUC-Campinas) Observe a caricatura.8.

(SANTOS, Joel Rufino dos. História do Brasil.

São Paulo: Marco Editorial, 1979. p. 196.)

A caricatura revela um momento da chamada “Era de Vargas”, quando Getúlio preparava-se para:

assumir a presidência da República, após a sua a) eleição indireta pela Assembleia Constituinte.

liderar um golpe militar, instaurando um período b) histórico conhecido por Estado Novo.

disputar as eleições diretas para a presidência da Re-c) pública, no contexto da redemocratização do país.

executar os princípios do Plano Cohen, visando im-d) pedir o avanço dos comunistas e dos integralistas ao poder.

comandar uma revolução constitucionalista, contra e) a oligarquia do setor agroexportador.

(UERJ) Podemos dizer que o Estado Novo (1937-9. 45) apresentou inegáveis afinidades com o fascismo europeu, sem contudo deixar de apresentar algumas características peculiares ao regime brasileiro. Uma das características do regime brasileiro que não se identificam com o fascismo europeu é:

limitação da liberdade econômica com intervenção a) do Estado.

censura dos meios de comunicação, dirigidos para b) o fortalecimento e divulgação do regime.

repressão aos setores de esquerda, vistos como c) forte ameaça ao regime, com prisões e torturas.

utilização do estado corporativo no tratamento com d) as entidades profissionais e sindicatos.

ausência de um partido político forte e coeso que e) exprimia a coerência ideológica do regime.

(UERJ) A Carta de 1937 do Estado Novo representa 10. um dos momentos de centralização autoritária no Brasil. Entre outras medidas características desse autoritarismo, tem-se a criação do:

Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento.a)

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.b)

Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.c)

Departamento de Imprensa e Propaganda.d)

Serviço Nacional de Informação.e)

(Cesgranrio) O regime político conhecido como Estado 11. Novo implantado por golpe do próprio Presidente Getúlio Vargas, em 1937, pode ser associado à(ao):

radicalização política do período representada pela a) Aliança Nacional Libertadora, de orientação comu-nista e a Ação Integralista Brasileira, de orientação fascista.

modernização econômica do país e seu conflito b) com as principais potências capitalistas do mundo, que tentavam lhe barrar o desenvolvimento.

ascensão dos militares à direção dos principais ór-c) gãos públicos, porque já se delineava o quadro da Segunda Guerra Mundial.

democratização da sociedade brasileira em decor-d) rência da ascensão de novos grupos sociais como os operários.

retorno das oligarquias agrárias ao poder, restau-e) rando-se a Federação nos mesmos moldes da Re-pública Velha.

(Cesgranrio) A redemocratização no Brasil, no final do 12. Estado Novo, pode ser associada a diferentes transfor-mações internas e externas do período, entre as quais se inclui a(o):

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aproximação de Getúlio Vargas dos setores liberais a) em torno do projeto “queremista”.

resistência do empresariado à implantação da le-b) gislação trabalhista e previdenciária.

recusa do governo em convocar eleições e permitir c) a recriação dos partidos políticos.

vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, d) fortalecendo os ideais democráticos contra os re-gimes totalitários.

apoio dos movimentos sociais inspirados no ideário e) nazi-fascista como as Uniões dos Escritores e dos Estudantes.

(UERJ) Quem estiver com o rádio ligado, de segunda a 13. sexta-feira das 19 às 20 horas, ouvirá acordes da famosa ópera de Carlos Gomes, O Guarani. É a abertura do pro-grama oficial A Voz do Brasil, presente obrigatoriamente nas rádios brasileiras desde 1934 – obrigatoriedade que hoje é questionada por vários segmentos da sociedade. Este programa simbolizou uma determinada época da república no Brasil, o Estado Novo (1937-1945).

A afirmativa que melhor explica a importância da Voz do Brasil durante o Estado Novo é:

exaltação das ações do presidente da República.a)

expansão do ensino básico para as camadas po-b) pulares.

conscientização do povo para o exercício da cida-c) dania.

elevação da cultura popular estigmatizada na Re-d) pública Velha.

(Cesgranrio) O envolvimento do Brasil na Segunda 14. Guerra Mundial, a seguir dos países aliados, guarda relação com questões internas como a(o):

importância crescente dos mercados alemães e ja-a) poneses para os produtos brasileiros.

mobilização dos grupos de inspiração fascista, como b) os Integralistas, que apoiavam o Estado Novo.

posição dos partidos majoritários no Congresso c) Nacional, favorável aos aliados.

interesse do Brasil em se colocar como líder hege-d) mônico dos países americanos.

apoio dos Estados Unidos ao projeto de industriali-e) zação, simbolizado na construção da usina de Volta Redonda.

(UERJ)15.

(Retrato do Brasil. São Paulo: Três, 1984.)

As gravuras acima ressaltam aspectos da propaganda oficial sobre as prioridades políticas do primeiro período Vargas, principalmente do Estado Novo, que simbolizou o coroamento de um ideal de modernização.

A característica econômica do período que pode ser identificada como predominante nas duas gravuras é a ênfase na:

indústria de base.a)

rede de transportes.b)

agricultura de exportação.c)

produção de combustíveis.d)

(Cesgranrio) A respeito da política desenvolvida no Brasil de 16. 1937 a 1945, é incorreto afirmar que o Estado Novo:

empreendeu uma política modernizadora e indus-a) trializante, que beneficiou os setores industriais e capitalistas, sobretudo através do investimento es-tatal na criação de indústrias de base.

obteve a adesão dos setores agrários, que se benefi-b) ciaram com a intervenção reguladora do governo na criação de organismos de apoio e incentivo à agri-cultura e com a manutenção da estrutura agrária.

exerceu uma política paternalista em relação à classe c) operária, promovendo a legislação trabalhista, en-quanto permitia a representação das classes domi-nantes no Congresso através dos partidos políticos.

reprimiu o pluralismo e a autonomia sindicais do d) operariado e criou uma estrutura corporativista de controle, intervenção e atrelamento dos sindicatos oficiais ao Ministério do Trabalho.

centralizou e racionalizou a máquina administrativa e) através da criação do DASP (Departamento de Ad-ministração e Serviço Público) e exerceu forte con-trole e censura aos meios de comunicação através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).

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(Unirio) “Um dos deveres do Estado é socorrer aqueles 1. cidadãos que se virem vítimas de circunstâncias a tal ponto adversas que os deixem incapazes de satisfazer mesmo as mais simples necessidades sem amparo de outros. A esses desafortunados cidadãos deve-se es-tender o amparo do governo, não como caridade, mas como uma face do dever social”.

(Pronunciamento do governador Franklin Roosevelt na

Assembleia Legislativa do Estado de Nova Iorque,

em 21/08/1931. In: SHERWOOD, Robert E. Roosevelt e Hopkins.

Tradução de Heitor Aquino Ferreira. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira e Brasília/UNB, 1998, p. 47.)

“A situação do café é a seguinte: a produção é maior do que o consumo. Procuramos iludir a situação, estabelecendo o escoamento de produção por doses fracionadas”.

(Carta de Francisco Campos a Getúlio Vargas,

23/12/1930. In: A Revolução de 30: textos e

documentos. Brasília: UNB, 1982, p. 220.)

A crise econômica que eclodiu nos Estados Unidos a partir da quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 24 de outubro de 1929, alcançou proporções mundiais, constituindo uma das mais profundas crises cíclicas do capitalismo. Em sua difusão, atingiu as economias capitalistas, provocando uma profunda recessão econômica, superada através de intervenções político-econômicas do governo norte- -americano.

Relacione uma ocorrência da crise de 1929 no Brasil.

(UFF) Assinale a opção que contém informações 2. corretas acerca da Revolução de 30 no Brasil de seus antecedentes imediatos.

Junção de colunas militares originadas no Rio a) Grande do Sul e em São Paulo, ataques de tropas federais ao forte de Copacabana, aliança de Getúlio Vargas com Júlio Prestes para impedir a eleição de Osvaldo Aranha.

Formação da Aliança Nacional Libertadora, união b) de grupos rivais para dar combate à Coluna Prestes, eclosão de movimento insurgentes em São Paulo.

Assassinato de João Pessoa, formação de uma c) frente única entre os “tenentes” e certos políticos, eclosão de insurgências no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.

Eclosão da Revolução Constitucionalista em São d) Paulo, oposição a um Governo Federal que exerceu o poder, todo o tempo, sob estado de sítio, ataque integralista ao Palácio do Catete.

Aliança de Borges de Medeiros com João Neves da e) Fontoura para eleger Júlio Prestes, recusa de Wa-shington Luís de criar nova política de valorização do café diante dos efeitos da crise de 1929, elabo-ração do Plano Cohen.

(UERJ) 3.

(Apud VICENTINO, C.; DORIGO, G. História do Brasil.

São Paulo: Scipione, 1997.)

Na caricatura, referente ao período 1934 –1937, vê-se o presidente Getúlio Vargas, em frente ao Palácio do Catete, espalhando cascas de banana, que podem ser interpretadas como armadilhas.

Identifique um objetivo político de Vargas expresso nessa caricatura.

(UFF) “A Revolução de 1930 pôs fim à hegemonia do 4. café, desenlace inscrito na própria forma de inserção do Brasil no sistema capitalista internacional”.

(FAUSTO, Bóris. A Revolução de 30: Historiografia e

História. São Paulo: Brasiliense, 1972, p.112.)

Vários fatores sociais determinaram este processo a) revolucio nário. Cite dois deles.

Analise os desdobramentos da Revolução de 1930 b) na industrialização brasileira.

(UERJ) A Grande Depressão eclodiu num mundo 5. otimista que parecia caminhar na direção de uma pros-peridade perma nente. Ela iniciou-se com o crack da bolsa de Nova Iorque em outubro de 1929, afetando todas as atividades econômicas dos Estados Unidos e se propagando através do mundo.

Caracterize a Grande Depressão e indique o motivo a) pelo qual seus efeitos foram sentidos em diversas regiões do mundo.

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Indique e analise uma consequência da Grande b) Depressão para a economia brasileira.

(Cesgranrio) A crise social e política que abalou a esta-6. bilidade da República Velha (1889-1930) quebrou a he-gemonia das oligarquias no poder e preparou o terreno para a Revolução de 1930 foi motivada pelo(a):

aprofundamento das cisões oligárquicas, pelas re-a) beliões tenentistas, pela insatisfação das classes médias urbanas excluídas da representação política e pela pressão reivindicatória das classes operárias.

aliança política entre a burguesia industrial, as clas-b) ses médias urbanas e o operariado fabril contra o sistema liberal e democrático da República Velha, controlado pelas oligarquias agrárias.

quebra do compromisso político entre as oligar-c) quias agrárias e os trabalhadores rurais, o que, du-rante toda a República Velha, impediu o desenvol-vimento dos setores industriais e a organização do movimento operário.

fortalecimento da união entre as oligarquias pau-d) listas e mineiras na indicação de Júlio Prestes à su-cessão presidencial em 1930, o que desagradou as oposições constituídas pelas classes médias urba-nas e operariado, defensores de Getúlio Vergas.

descontentamento da burguesia industrial com o e) tratamento dado pelas oligarquias ao movimen-to operário – “caso de polícia” - e sua decisão de apoiar a Revolução de 30 e a legislação trabalhista.

(Unesp) “A fixação do ano de 1930 como um primeiro 7. marco divisor da História do Brasil contemporâneo tem a artificialidade implícita em qualquer periodização, mas se justifica por razões que se situam além da história política ou da simples tradição.”

Sintetize algumas razões dessa periodização histo-riográfica.

(UFV-MG) Observe atentamente as figuras abaixo. Elas 8. reproduzem cartazes utilizados para motivar a participa-ção popular na Revolução Constitucionalista de 1932.

Aponte os elementos da conjuntura política nacional que motivaram esse processo revolucionário, ressaltando algumas de suas características.

(Enem) A figura de Getúlio Vargas, como personagem 9. histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade e à magnitude de suas ações como presidente do Brasil durante um longo período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de este período ser conhecido no Brasil como a “Era Vargas”.

Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se muitos o consideram como um fervoroso nacionalista, um progressista ativo e o “Pai dos Pobres”, existem outros tantos que o definem como ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites.

Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas são opostas, defendendo valores prati-camente antagônicos. As diferentes interpretações do papel de uma personalidade histórica podem ser expli-cadas, conforme uma das opções a seguir. Assinale-a.

Um dos grupos está totalmente errado, uma vez a) que a permanência no poder depende de ideias coerentes e de uma política contínua.

O grupo que acusa Vargas de ser ditador está to-b) talmente errado. Ele nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes politicamente fe-chados e só tomou medidas duras forçado pelas circunstâncias.

Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Var-c) gas da forma que serve melhor aos seus interesses, pois ele foi um governante apático e fraco – um ver-dadeiro marionete nas mãos das elites da época.

O grupo que defende Vargas como um autênti-d) co nacionalista está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram tomadas para iludir os brasileiros, devido à política populista do var-guismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros.

Os dois grupos estão errados, por assumirem ca-e) racterísticas parciais, e às vezes conjunturais, como sendo posturas definitivas e absolutas.

(Unirio) Após a Revolução de 1930, no Brasil, os 10. tenentes e as oligarquias tradicionais envolveram-se num debate que traduzia suas expectativas quanto a um novo modelo de Estado. A polêmica expressava a defesa, pelos tenentes e pelas oligarquias, respec-tivamente, dos princípios apresentados em uma das opções. Assinale-a.

Um Estado democrático garantidor da vocação na-a) cional identificada à agricultura e um Estado centra-lizador e industrializante.

Um Estado centralizador que promovesse uma liga-b) ção direta com os grandes centros do capital inter-nacional e um Estado liberal protecionista.

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Um Estado centralizador no nível federal, mas com c) ampla autonomia dos poderes locais estaduais e um Estado liberal com participação política de base censitária.

Uma completa centralização do poder e a retomada d) do modelo liberal, garantindo o retorno ao federa-lismo característico da República Velha.

Ideais liberais que implicariam o estabelecimento e) de um Estado democrático e de direito e um mode-lo centralista que afastasse a participação popular.

(UFF) O Estado Novo (1937-1945) representou um dos 11. regimes ditatoriais destacados pela História do Brasil Republicano. Em alguns aspectos é considerado como uma forma brasileira do fascismo europeu.

Indique uma característica legal que dê suporte a a) tal comparação.

Analise o Estado Novo, tomando como foco princi-b) pal as conquistas efetivadas pelas legislações tra-balhista e sindical por ele consagradas.

(UFRJ) “A tarefa de governar faz-se, a cada dia, 12. mais complexa e difícil. Os clássicos postulados de manutenção e garantia dos pactos sociais sofreram profundas modificações. Já não basta assegurar a ordem e a continuidade administrativa. É preciso controlar as forças econômicas, corrigir as desigualdades de classe e obstar, por vigilância constante, a contaminação do organismo político pelas infiltrações ideológicas que apregoam o ódio e fomentam a desordem. Conduzir uma nação, em momento de tamanhas apreensões, só o pode e deve fazer quem seja capaz de tudo sacrificar pela felicidade comum”.

(Discurso de Getúlio Vargas, proferido a 7 de setembro de 1938.

Citado em: Getúlio Vargas, as diretrizes da nova política

do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, s/d.)

“Passou a época dos liberalismos imprevidentes, das democracias estéreis, dos personalismos inúteis e semeadores da desordem. À democracia política substitui a democracia econômica, em que o poder, emanado diretamente do povo e instituído para defesa do seu interesse, organiza o trabalho, fonte do engrandecimento nacional e não meio de fortunas privadas. Não há mais lugar para regimes fundados em privilégios e distinções; subsistem, somente, os que incorporam toda a Nação nos mesmos deveres e oferecem, equitativamente, justiça social e oportunidades na luta pela vida”.

(Discurso de Getúlio Vargas, proferido a 11 de junho de 1940.

Citado em: Getúlio Vargas, as diretrizes da nova política

do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, s/d.)

Os trechos dos documentos acima referem-se às diretrizes políticas gerais do Estado Novo brasileiro (1937-1945).

Retire dos documentos duas proposições estadonovis-tas. Explique-as.

(UFF) Segundo alguns autores, a instauração no país, em 13. novembro de 1937, do regime conhecido como Estado Novo representou um “redescobrimento do Brasil”.

(MUNAKATA, Kazumi. A Legislação Trabalhista do Brasil.

São Paulo: Brasiliense, 1981.)

Assinale a opção que melhor apresenta o aspecto do Estado Novo ilustrado pela charge.

A definição de uma nova cidadania baseada no tra-a) balho organizado em sindicatos plurais, por catego-ria profissional.

A definição de uma nova cidadania identificada ao b) trabalho organizado nos moldes do corporativismo autoritário estatal.

O modo pelo qual o Estado Novo orientou sua polí-c) tica de trabalho, aprisionando os operários ao Esta-do por meio de um documento formal.

A subordinação dos trabalhadores ao empresaria-d) do a partir da concessão da Carteira de Trabalho.

A consolidação da democracia mediante um regis-e) tro formal de cidadania.

(Unirio) “Inegavelmente a visão da indústria como alterna-14. tiva para o desenvolvimento ganhou corpo ao longo dos anos 1930-1940. Esboçava-se um ‘projeto’ de industria-lização pesada que, a despeito de limitado e inconcluso, foi a tônica de organização do próprio Estado. Entre 1930 e 1945, o Estado brasileiro avançou no seu processo de constituição enquanto nacional e capitalista, inscrevendo na materialidade de sua ossatura – pela multiplicação de órgãos e instituições – os diversos interesses sociais em jogo, metamorfoseados em interesse nacionais.”

(MENDONÇA, Sônia Regina de. As bases do desenvolvimento

capitalista dependente: da industrialização restringida à

internacionalização. In: LINHARES, Maria Yedda (Org.) História

Geral do Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 243.)

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Cite duas características desse processo de indus-a) trialização.

Explique uma das características citadas.b)

(UFF) Segundo alguns especialistas, o populismo foi um 15. fenômeno político ímpar na história recente do Brasil, sendo definido como manipulação das massas populares por líderes carismáticos.

No entanto, há autores que consideram tal visão pouco elucidativa do fenômeno porque, em verdade:

o populismo teve vida efêmera na história política a) do país no século atual.

o populismo não deve ser visto como a manipula-b) ção das massas urbanas e rurais no Brasil recente.

o populismo é um fenômeno político que permane-c) ce inalterado no processo eleitoral brasileiro.

populismo e pacto social são um mesmo fenômeno d) político.

o populismo implicou o reconhecimento da presen-e) ça das massas no cenário político nacional.

(UERJ) A ilustração a seguir e a canção composta por 16. Ataulfo Alves e Felisberto Martins foram importantes instrumentos da propaganda do governo Vargas.

(Nosso Século: 1930-1945. São Paulo: Abril Cultural, 1980.)

O Estado Novo veio

Para nos orientar

No Brasil nada falta

Mas precisa trabalhar

Tem café, petróleo e ouro

Ninguém pode duvidar

E quem for pai de quatro filhos

O presidente manda premiar

É negócio casar

(PILETTI, N. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1997.)

Identifique o papel da propaganda no governo de a) Getúlio Vargas.

Indique duas características econômicas do perío-b) do do Estado Novo.

(Cesgranrio) 17.

(O Globo, 1.º maio 1999, 1.ª página.)

Durante o Estado Novo, no campo da política salarial, foi introduzida via decreto-lei uma importante inovação, que já constava da Constituição de 1934 – o salário mínimo – que representou um(a):

ingresso salarial capaz de satisfazer as necessida-a) des mínimas do trabalhador, mas acabou conver-tendo-se em importância irrisória e muito distante de suas finalidades expressas.

significativo ganho para o trabalhador nacional, b) acompanhando sistematicamente as frequentes medidas inflacionárias decorrentes do processo in-dustrial brasileiro.

tentativa de eliminar os altos salários de operários c) industriais que aderiram aos sindicatos pelegos, vigentes desde início da República, e que prioriza-vam os interesses da agricultura.

medida de cooptação política, uma vez que o pa-d) drão de vida do operário e do camponês que apoiava o regime ditatorial teve uma extraordinária elevação e a maioria foi excluída.

grande perda salarial para o operário, uma vez que e) seus patamares eram baixíssimos e só regulavam os ingressos do trabalhador vinculado à indústria pesada.

(UFRRJ) 18.

“Foi em 1930

que à frente da Revolução

Getúlio Vargas assumiu

a Presidência do Brasil.

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Era um tempo novo que se abria

o desenvolvimento industrial

as leis trabalhistas ele cria

é a Previdência Social

Era anos de conquista

e de grande agitação pelo poder

de 32 a 37,

aquele estadista

reprimiu os paulistas

comunistas e integralistas.

Mas não há quem esconda

seu valor de idealista,

basta falar em Volta Redonda, (...) “

(GOMES, Dias; GULLAR, Ferreira. Dr. Getúlio: sua vida e sua glória.

São Paulo: Civilização Brasileira, 1968. p.10-11.)

Explique uma característica do Estado Novo.

(UFBA) Na questão adiante escreva, no espaço apro-20. priado, a soma dos itens corretos.

“(...) De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os seus setores.

Não se tratava apenas de realizações em matéria de previdência e trabalho, mas a valorização deliberada do trabalhador nacional, relacionada às questões jurídicas seus aspectos sociais.

A Constituição de 34 já refletia essa transformação no país. Coube, porém, ao Estado Novo resolver os conflitos entre o capital e o trabalho.

O artigo 136 da Carta de 37 determina que o trabalho é um dever social, tendo direito à proteção especial do Estado. (...)”

(BERCITO, p. 63.)

Com base no texto anterior e nos conhecimentos sobre o assunto, indique aspectos do trabalhismo getulista.

(01) Sindicalismo de resultados, em que as conquistas econômicas prevalecem sobre as políticas e ideo-lógicas.

(02) Oficialismo, como instrumento de manipulação das massas e montagem de um arcabouço institucional controlado pelo Estado.

(04) Corporativismo, na medida em que propugna a união das classes produtoras em categorias profissionais, sob fiscalização estatal.

(UERJ) “Se de meus ensinamentos colherdes algum 19. fruto, descansarei satisfeito de haver cumprido a minha missão. Entre esses ensinamentos, avulta o do patriotismo. Quero que consagreis sempre ilimitado amor à região onde nascestes, servindo-a com de-dicação absoluta, destinando- lhe o melhor da vossa inteligência, os primores do vosso sentimento, o mais fecundo da vossa atividade, – dispostos a quaisquer sacrifícios por ela, inclusive o da vida. (...)

Que a vossa geração exceda a minha e as prece-dentes, senão em semelhante amor, ao menos nas ocasiões de o comprovar. Quando disserdes: “Somos brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes de no-bre ufania. Convencei-vos de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver Ele vos outorgado por berço o Brasil.”

(CELSO, Affonso (1900). Porque me Ufano do meu País.

Rio de Janeiro: Briguiet, 1943.)

“Um chefe, um povo, uma nação: um Estado na-cional e popular, isto é, um Estado em que o povo reconhece o seu Estado, um Estado em que a Nação identifica o instrumento da sua unidade e da sua so-berania. Aí está o Novo Estado Brasileiro. Um Estado

que é isto não é uma simples mecânica de poder. É também uma alma ou um espírito, uma atmosfera, uma ambiência, um clima. (...)

(...) Somos todos fundadores [da Nação]. Fundar é dedicar o pensamento, a vontade e o coração (...) Não haveria pátria, família, igreja, se não renovasse, pelo pensamento ou pelo espírito, o ato de sua fundação (...).”

(CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1940. Discurso

proferido em 10 de maio de 1938. Adaptado.)

A partir dos textos de Affonso Celso – no período de consolidação da República oligárquica – e de Francisco de Campos – produzido durante o Estado Novo, diferencie os conceitos de “nação brasileira” de cada um dos autores.

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(08) Assistencialismo, visando despolitizar os sindicatos, retirando-lhes o caráter de fórum representativo da classe trabalhadora.

(16) Sindicalismo “pelego”, atrelado ao Estado, impedin-do a livre organização dos trabalhadores na defesa dos seus interesses e direitos.

(32) lnternacionalismo, na medida em que enfatiza os in-teresses comuns dos trabalhadores das diferentes nações.

Soma ( )

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C1.

A2.

A3.

Coluna Prestes e “Intentona Comunista”.4.

A centralização do poder, a elaboração da constituição 5. de 1934 onde são incorporados os direitos trabalhistas e o voto feminino); a promoção da desenvolvimento industrial.

B6.

C7.

A8.

E9.

D10.

A11.

D12.

A13.

E14.

A15.

C16.

O estímulo à industrialização brasileira decorre da dimi-1. nuição dos ganhos com os produtos agroexportadores internos.

A regulação da produção cafeeira, por meio de políticas de intervenção do Estado.

A intervenção do Estado na produção e comércio dos estoques do café brasileiro, dentre outras, a queima dos estoques de café.

A mudança na pauta de importações brasileiras, dentro do modelo de substituição de importações.

A Revolução de 1930 e a ascensão dos setores médios urbanos.

A ruptura do pacto oligárquico.

C2.

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Um dentre os objetivos:3.

obstruir o processo de sucessão presidencial;•

viabilizar sua permanência no poder.•

4.

O tenentismo e a Aliança Liberal (Minas Gerais, Rio a) Grande do Sul) criada para combater a oligarquia paulista.

Com os efeitos negativos da crise de 29 sobre o b) preço do café, o que deixou evidente a situação precária do país em manter-se na dependência es-trita da exportação de um só produto-chave, resul-tando a orientação do governo revolucionário em estimular o desenvolvimento das indústrias, fosse pelo favorecimento do câmbio alto, fosse pelo fato de o próprio Estado passar a investirem em indús-trias de base, tais como siderúrgica, de álcalis, de motores, hidrelétricas etc.

5.

A Grande Depressão foi a crise geral da economia, a) iniciada em 1929, possibilitada pelos efeitos da euforia e da recuperação econômica artificial dos Estados Unidos após a Primeira Grande Guerra, provocando o desabamento da produção econô-mica e dos preços, o marasmo na agricultura e o desequilíbrio do comércio mundial.

Sua propagação pelo mundo deu-se ao fato de estarem as economias capitalistas funcionando de forma interdependente, devido à importância da capital norte-americano no pós-Primeira Guerra Mundial.

Crise da economia cafeeira – a Grande Depressão b) –, ao provocar uma crise nos preços internacionais do café, afetou a já combalida economia cafeeira.

A6.

Foi o fim das velhas oligarquias, fim do café-com-leite, 7. início da Era Vargas e com ele uma série de mudanças como o sistema eleitoral, partidos e industrialização, sindicatos etc.

A Revolução de 1930 levou ao poder Getúlio Vargas, 8. representando o fim da hegemonia da oligarquia paulista no poder nacional. Em São Paulo, teve início o movimento constitucionalista questionando o Governo Provisório de Vargas, a convocação de uma Assembleia Constituinte e a nomeação de um interventor pernambucano para o governo do estado. Em 1932, eclodiu a Revolução Cons-titucionalista. Apesar da derrota paulista, foi convocada a Assembleia Constituinte.

E9.

D10.

11.

Constituição de 1937, também conhecida como a a) “Polaca”, inspirada na Carta Del Lavoro do fascismo italiano.

O Estado Novo representou a consagração de al-b) guns direitos trabalhistas importantes, tais como a instituição do salário-mínimo (1940), o estabeleci-mento da consolidação das Leis de Trabalho (CLT, 1943) e a cristalização das juntas de conciliação e julgamento do Ministério do Trabalho (1939). Tam-bém veio a consagrar o sindicato único por profis-são (Lei Sindical de 1939), verticalizado, atrelado ao Estado e a ele totalmente subordinado, de modo a impedir qualquer outra modalidade de organização dos trabalhadores.

12.

“Os clássicos postulados de manutenção e garantia dos •pactos sociais sofreram profundas modificações.”

“Já não basta assegurar a ordem e a continuidade •administrativa.”

Essas proposições assinalam o esgotamento do •estado liberal-democrático.

”É preciso controlar as forças econômicas, conduzir •as desigualdades de classe...”

Essa proposição defende o intervencionismo eco- •nômico e social.

“A democracia política substitui a democracia econô- •mica, em que o poder, emanado diretamente do povo e instituído para defesa do seu interesse, organiza o trabalho, fonte do engrandecimento nacional e não meio de fortunas privadas”.

Neste trecho do discurso, há a defesa de princípios •corporativistas em que o Estado promove a interven-ção direta na organização social e econômica.

B13.

14.

Forte intervenção do Estado no processo de indus-a) trialização e a opção por privilegiar o desenvolvimen-to das indústrias de base (siderurgia/metalurgia).

Intervenção do Estado: procurando superar o im-b) passe, gerado por uma extrema dependência do país às exportações de gêneros primários (agudi-zado com a crise de 29), o Estado no pós-30 agia como um verdadeiro empresário, financiando dire-tamente o processo de industrialização e criando posições propícias para o empresariado nacional como, por exemplo, o estabelecimento de um maior controle sobre a força de trabalho, através da colo-cação em prática das leis trabalhistas.

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E15.

16.

A propaganda foi uma importante chave para a a) consolidação da figura de Vargas como líder e res-ponsável pelo crescimento do Brasil.

A política econômica do Estado Novo teve como b) características: o planejamento da economia por iniciativa do Estado, o investimento do Estado na indústria de base, o desencadeamento da indus-trialização brasileira e a criação de órgãos públicos para promover fomento de atividades econômicas: Instituto do Açúcar e do Álcool, Instituto do Chá e do Mate, Conselho Nacional do Petróleo

A17.

A implantação da ditadura; a criação do Departamento 18. de Imprensa e Propaganda (DIP); a formação do Mi-nistério do Trabalho e o controle do movimento sindical através da estrutura corporativista; a construção do trabalhismo enquanto modelo de atuação varguista, elevando Getúlio à condição de líder, guia, estadista e “pai dos pobres”.

No primeiro texto, observa-se a concepção de nação 19. romântica, onde esta é anunciada como produto do patriotismo ufanista e do amor de cada brasileiro ao território onde nasceu.

No segundo, de perfil autoritário, a nação é produto do Estado e é concebida como o todo que relega o indivíduo a um segundo plano, cujo compromisso com a nação deve ser total, incluindo o pensamento e o espírito.

4020.

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