hipertensao arterial caso clínico professor robson
DESCRIPTION
Caso clínico sobre hipertensão arterialTRANSCRIPT
HIPERTENSÃO ARTERIAL HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICASISTÊMICA
Prof. Francisco Robson da Costa Lima
Caso Clínico
UNIVERSIDADE POTIGUARCURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA
PROGRAMA DE APRENDIZAGEM EM ATENÇÃO BÁSICA – PAAB 2
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Identificação: J.V.M.; Idade: 45 anos; Sexo: masculino Profissão: motorista de ônibus coletivo; Estado civil: desquitado e casado pela segunda vez; Raça: negra.
HDA - paciente rastreado como suspeito de ser hipertenso durante a visita do agente comunitário de saúde; embora fosse totalmente assintomático, foi agendado para uma consulta.
Na consulta, informou que, eventualmente, sentia um pouco de tontura, mas não valorizava este fato já que também bebia e pensava que era alguma coisa relacionada com o “fígado”.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
ANTECEDENTES PESSOAIS: Fumante de 20 cigarros/dia (está querendo abandonar o vício). Faz uso moderado de bebida alcoólica. Sedentário no momento, mas até 6 meses atrás caminhava 2 x na semana. Não sabe se é diabético, mas informa que já teve colesterol alto.
ANTECEDENTES FAMILIARES: Pai diabético e hipertenso (falecido de AVC). Mãe morreu de infarto aos 76 anos. Tem um irmão de 20 anos com problemas no coração.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
EXAME FÍSICO Peso: 86kg Altura: 1,65cm Pulso: 82bpm (cheio e irregular) PA: 180 x 110mmHg (média de 3 medidas) Mucosas: NDN (normocorada) Exame dos pulsos periféricos e ausculta cardíaca: Palpados nos 4 membros, simétricos e de amplitude semelhante.
O pulso era irregular e a freqüência estava em torno de 96 bpm. Na ausculta do coração foi observado que o ritmo era irregular em
2 tempos e que a segunda bulha estava aumentada no foco aórtico às custas do A2. Sopro sistólico do tipo ejetivo audível em foco aórtico e irradiado aos vasos do pescoço. Sopro sistólico do tipo regurgitação, em foco mitral e irradiado à axila esquerda.
IntroduçãoIntrodução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), conhecida popularmente como pressão alta, é uma síndrome muito comum na população, constituindo um sério problema de saúde pública no mundo. Síndrome porque não envolve somente aumento dos níveis tensionais, mas várias repercussões sistêmicas (coração, cérebro, rins). Na maior parte das vezes é ASSINTOMÁTICA, dificultando um diagnóstico precoce e o tratamento, levando a complicações que podem ser fatais. É interessante ressaltar que muitos médicos, na sua prática clínica, não abordam a existência de fatores de risco ou abordam de forma insatisfatória e não fazem a aferição da pressão arterial, dificultando ainda mais o diagnóstico.
Segundo o Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, o diagnóstico de HAS é estabelecido pelo encontro de níveis tensionais acima do limite superior da normalidade (140/90 mmHg) quando a pressão arterial é determinada através de metodologia correta e em condições apropriadas. Deve-se considerar que a pressão sangüínea varia largamente durante o dia e durante a noite, não importando se a pessoa geralmente apresenta níveis normais ou raramente elevados.
O diagnóstico de hipertensão impõe encargos psicológicos e sócio-econômicos sobre o indivíduo e implica na necessidade de um compromisso terapêutico durante toda a vida.
CausasCausas ExternasExternas ( 9.1%)( 9.1%)
Doenças Não TransmissíveisDoenças Não Transmissíveis (59.(59.00%)%)
Doenças transmissíveis , mortalidade materna, Doenças transmissíveis , mortalidade materna, perinatal e deficiências nutricionaisperinatal e deficiências nutricionais
( 31.( 31.99%)%)
Total de Mortes: 55.694.000Total de Mortes: 55.694.000
WHO, WHO, World Health Report 200World Health Report 20011
Dados Mundiais: Mortes por grupos de causas - 2000Dados Mundiais: Mortes por grupos de causas - 2000
Fonte: Sociedade Brasileira de HipertensãoFonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão
Doenças Crônicas Não Transmissíveis Brasil - 2002 Mortalidade por Grupos de Causas
Sexo Masculino e Feminino - Todas as Idades
55,35%
24,83%
12,33%
7,49%
Doenças Cardiovasculares
Neoplasias
Doenças Respiratórias Crônicas
Diabetes
WHO - 2002WHO - 2002
Doenças Crônicas Não Transmissíveis Brasil - 2002Doenças Crônicas Não Transmissíveis Brasil - 2002
Fonte: Sociedade Brasileira de HipertensãoFonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão
Pressão Arterial e Risco Cardiovascular
IV e V Joint National Committee (EUA)
Pressão Arterial Diastólica (mmHg)
20
15
10
5
060 70 80 90 100 110 120 130
Pop
ulaç
ão (
%)
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
18,7% 29,1%
1982N = 1084
1991N = 846
Falta de conscientização médica da necessidade de medida da PA em Salvador -
BaMedida da PA em primeiras consultas
Lessa, I. et al. Rev Ass Med Brasil 1993;39(3):141-145.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Objetivos: Confirmar a elevação da pressão arterial.
Avaliar lesões de órgãos-alvo.
Identificar fatores de risco para doenças cárdio-vasculares e co-morbidades.
Diagnosticar a etiologia da hipertensão.
Estabelecer a melhor opção terapêutica.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIALAvaliação do HipertensoAvaliação do Hipertenso
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Como podemos confirmar o diagnóstico de hipertensão arterial?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Auto-Medida da Pressão Arterial (AMPA)
Denomina-se de auto-medida da pressão arterial, aquela realizada pelo paciente ou familiar, em casa ou no trabalho, de forma livre (sem obedecer a um protocolo pré-estabelecido), utilizando equipamentos automáticos validados clinicamente.
AMPA é um método baseado em realizar
um maior número de medidas da PA (pressão arterial), sendo a média das medidas a mais representativa em termos de importância.
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA)
A MRPA é o registro da pressão arterial por método indireto, com três medidas pela manhã e três à noite, durante cinco dias, realizado pelo paciente ou outra pessoa treinada, durante a vigília, no domicílio ou no trabalho, com aparelhos validados.
A MRPA permite a obtenção de grande número de medidas de pressão arterial de modo simples, eficaz e pouco dispendioso, contribuindo para o diagnóstico e o seguimento da hipertensão arterial.
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)
A M.A.P.A. é o exame que mede a pressão arterial a cada 20 minutos, durante 24 horas, para a obtenção do registro da pressão arterial durante a vigília e o sono.
Tem como objetivo analisar o comportamento da pressão arterial não somente durante a vigília e o sono, como também durante eventuais sintomas como tontura, dor no peito e desmaio. Além disso, possibilita a avaliação da eficácia do tratamento anti-hipertensivo.
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Quanto ao diagnóstico, podemos afirmar:
a) Estamos diante de um hipertenso leve.
b) Estamos diante de um indivíduo com hipertensão arterial grave (estágio III).
c) Estamos diante de um indivíduo apresentando hipertensão
arterial (estágio II). d) Estamos diante de um indivíduo apresentando hipertensão
arterial sistólica isolada. e) Trata-se de um caso típico de hipertensão do avental branco.
Classificação da pressão arterial(adultos > 18 anos de idade)
JVM - Média de 3 medidas = 180 x 110 mmHg
PADmmHg
PASmmHg Classificação
<80
<8585 - 89
90 - 99
100 - 109
<90
Hipertensão
<120
<130130 - 139
140 - 159
160 - 179
Ótima
NormalLimítrofe
Estágio 1 (leve)
Estágio 2 (moderada)Estágio 3 (severa)
Sistólica isolada
e
ee
ouou
oue
110> 180>
140>
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Como avaliar a presença ou ausência de danos aos órgãos-alvo?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIALComplicaçõesComplicações
Órgão-alvo Hipertensivas Ateroscleróticas
CérebroCérebro AVC Hemorrágico AVC Hemorrágico AVC Isquêmico AVC Isquêmico
CoraçãoCoração Hipertrofia, ICCHipertrofia, ICC Doença Doença
CoronarianaCoronariana
RinsRins NefroscleroseNefrosclerose Ateroma A. Renal Ateroma A. Renal
VasosVasos Dissecção Aórtica Aneurisma ArterialDissecção Aórtica Aneurisma Arterial
Olhos Retinopatia hipertensivaOlhos Retinopatia hipertensivaFonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Quais os exames que fazem parte da rotina mínima do portador de hipertensão
arterial?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Exames que fazem parte da rotina mínima do portador de
hipertensão arterial (quando possível):
1. Análise de urina.
2. Creatinina plasmática.
3. Potássio plasmático.
4. Glicemia.
5. Colesterol total, HDL e Triglicérides.
6. Ácido úrico plasmático.
7. Eletrocardiograma convencional.
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Exames laboratoriais apresentados pelo paciente:
1. Glicemia – 118 mg/dl.
2. Colesterol total – 256 mg/dl.
3. HDL colesterol – 35 mg/dl.
4. Triglicérides – 250 mg/dl.
5. LDL = CT – T/5 + HDL = 171 mg/dl.
6. Creatinina – 1,0 mg/dl (normal entre 0,3 e 1,3 mg/dl).
7. Potássio – 4,1 mEq/l (normal entre 3,5 e 5,5 mEq/l).
8. Sumário da urina – sem alterações.
ECG normal
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
ECG apresentado pelo paciente
Características eletrocardiográficas da fibrilação atrial
a) Ausência de onda Pb) Intervalo R-R irregular
f fRR R RR
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
R
S
Índice de Sokolow e Lyonpara avaliação de hipertrofiaventricular esquerda (HVE).No ECG do paciente, S em V1 = 19 e R em V5 = 21; total de 40 mm indicando HVE.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Quais os fatores de risco identificados durante a consulta?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Fatores de risco identificados durante a consulta: História familiar de hipertensão arterial (pai), inclusive com
complicação vascular. Mãe teve IAM aos 76 anos (?) Irmão com problemas de coração aos 20 anos (?) Tabagismo. Alcoolismo. Sedentarismo. Obesidade - IMC = 31,6. Estresse. Hábitos alimentares, como consumo de sal (?) Dislipidemia. Raça negra.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Fatores de risco maiores Tabagismo Dislipidemia Diabetes mellitus Idade acima de 60 anos Obesidade Sexo: masculino Mulheres na pós-menopausa História de doença cardiovascular em:
mulheres com menos de 65 anos de idade
homens com menos de 55 anos de idadeFonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
00 1.0001.000 2.0002.000 3.0003.000 4.0004.000 5.0005.000 6.0006.000 7.0007.000 8.0008.000
Número de mortes (000s)Número de mortes (000s)
Baixo PesoBaixo Peso
BaixoBaixo consumo de vegetaisconsumo de vegetais
Dados Mundiais:Dados Mundiais:Mortes em 2000 atribuíveis à fatores de risco selecionadosMortes em 2000 atribuíveis à fatores de risco selecionados
HipertensãoHipertensãoTabagismoTabagismo
Colesterol elevadoColesterol elevado
Sexo não-seguroSexo não-seguro
ObesidadeObesidadeSedentarismoSedentarismo
AlcoolismoAlcoolismoÁgua imprópriaÁgua imprópria
Fumaça de combustível sólidoFumaça de combustível sólidoDeficiência de ferroDeficiência de ferro
Poluição urbana do arPoluição urbana do arDeficiência de zincoDeficiência de zinco
Deficiência de vitamina ADeficiência de vitamina AInjeções não-seguras no cuidado à saúdeInjeções não-seguras no cuidado à saúde
Fatores de risco ocupacionaisFatores de risco ocupacionais
Fonte: Sociedade Brasileira de HipertensãoFonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão WHO, WHO, World Health Report 200World Health Report 20022
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Quais as orientações para os fatores de risco identificados?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Orientações para os fatores de risco identificados:
1. Orientar no sentido de reduzir o peso? Por quê?
2. Iniciar caminhada diária? Por quê?
3. Iniciar redução do sal adicionado no preparo dos alimentos? Por quê?
4. Recomendação para cessar o hábito de fumar? Por quê?
5. Reduzir o uso de bebidas alcoólicas? Por quê?
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
Classificação da obesidade pelo IMC, segundoa Organização Mundial de Saúde (1998)
IMC= peso (kg)altura (m)
2
Classificação
Variação normal
Sobrepeso
Obeso classe I
Obeso classe II
Obeso classe III
IMC (kg/m )2
18,5 - 24,9
25,0 - 29,9
30,0 - 34,9
35,0 - 39,9
40,0
Risco deCo-morbidade
Médio
Aumentado
Moderado
Grave
Muito Grave
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
IMC= 86 kg 1,65 (m)2
Índice de massa corporal e fatores de risco coronariano
THE NURSE’S STUDY (N=115.886)
0
5
10
15
20
25
30
Diabetes Dislipidemia Hipertensão
< 21
21 a < 23
23 a < 25
25 a < 29
>29
IMC
Pre
valê
nci
a (
%)
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
BENEFÍCIOSDA ATIVIDADE
FÍSICA
MelhoraPerfil
Lipídico
DiminuiPA
DiminuiResistênciaà Insulina
MelhoraForça
Muscular AumentaDensidade
Óssea
MelhoraResistência
Física
MelhoraMobilidadeArticular
Controla oPeso Corporal
AGITA São Paulo
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Valores de referência dos lipídeos parapessoas acima 20 anos de idade
Fonte: III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias - Arq. Bras. Card, 2001
Valores (mg/dl)
Valores (mg/dl)
Valores (mg/dl)
Valores (mg/dl)
Categoria
Categoria
Categoria
Categoria
Colesterol Total
< 40
< 150
< 100Ótimo
Baixo
Ótimo
200 - 239
> 60
150 - 199
Limítrofe
130 - 159Limítrofe
Alto
Limítrofe
240
200 - 499
Alto
190Muito alto
Alto
LDL-Colesterol
HDL-Colesterol
Triglicérides
100 - 129Desejável
160 - 189Alto
500>Muito Alto
< 200Ótimo
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Níveis de colesterol e mortalidade
Fonte: Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América
Sem doençacardiovascularprévia
Com doençacardiovascularpré-existente
0
2
6
8
10
12
14
16
18
4
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Obesidade abdominal e resistência à insulina(síndrome plurimetabólica)
Hipertensãoarterial
Dislipidemia
Intolerânciaà glicose
Acidentevascular cerebral
Doençacoronariana
Aneurisma
Insuficiênciavascular periférica
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Como devemos orientar o controle da ingestão de sal?
Hipertensão e consumo de sal
Arch, Intermed, Vol 153, 185-208, 1993.
% H
AS
0
Faixas Etárias
18-29 30-39 40-49 50-59 +8060-69 70-79
20
10
30
40
50
60
70
4
1121
44
5464
66
Prevalência de acordo com faixas etárias
em populações com alto consumo de sal
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Fontes de maior teor de sódio
• Sal de cozinha (NaCI) e temperos industrializados.
• Alimentos industrializados (”ketchup”, mostarda, shoyu, caldos concentrados).
• Embutidos (salsicha, mortadela, lingüiça, presunto, salame, paio).
• Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito).
• Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha).
• Bacalhau, charque, carne seca, defumados.
• Aditivos (glutamato monossódico) utilizados em alguns condimentos e sopas de pacote.
• Queijos em geral. Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertesão Arterial, 2006.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Como podemos ajudar o paciente a interromper o hábito do tabagismo?
Mortalidade relacionada ao tabagismo (x1000)
Fonte: DHHS Publication nº (CDC) 89-8411, 1989
0
20
40
60
80
100
120
1 2 3 4 5 6
1. Doença cardíaca
2. Câncer pulmonar
3. DPOC
4. Outras neoplasias
5. AVC
6. Outros diagnósticos
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Pergunte e registre no prontuário
1. “Você fuma?” ou “Você continua fumando?”
2. “Há quanto tempo?” ou “Com que idade começou?”
3. “Quantos cigarros você fuma em média por dia?”
4. “Quanto tempo após acordar, você fuma o seu primeiro cigarro?”
5. “Você já tentou parar de fumar?”
6. “Você está interessado em parar de fumar?”
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Recomendações a serem feitas a pacientes em processo de
supressão do tabagismo:
1. Marque uma data para o abandono; o ideal é que seja dentro de duas semanas.
2. Avise amigos, familiares e colegas de trabalho e peça apoio.
3. Retire os cigarros de casa, carro e local de trabalho e evite fumar nesses locais.
4. Reflita sobre o que deu errado em outras tentativas de abandono.
5. Preveja as dificuldades, em especial a síndrome de abstinência.
6. Abstinência total é essencial; não dê nem mesmo uma tragada.
7. Bebida alcoólica está fortemente associada com recaídas.
8. A presença de outros fumantes em casa dificulta o abandono.
Sim Pergunta: você fuma? Não
Objetivo: ajudar opaciente a estar pronto
a parar de fumar eusar as ferramentas
necessárias para isso
Preparação/ação
Objetivo: reforçar a decisão de parar de
fumar em um futuro próximo
Contemplação
Objetivo: ajudar opaciente para que
comece a pensar emparar de fumar
Pré-contemplação Manutenção
Objetivo: Ajudar o
paciente a se mostrar
abstinente e se recuperar das
recaídas
Não Sim
Quando paroude fumar?
Menos de6 meses
Mais de6 meses
Já fumoualguma vez?
Mostre sua preocupação com o hábito de fumar.Fale sobre o mal que o cigarro causa à saúde.
Gostaria de parar nos próximos seis meses?
Não. / Neste caso,escreva em local visível
Pensa em pararno próximo mês?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Associação de fatores de risco e incidência de doença coronariana
Fonte: Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América
fatores
0
40
80
120
160
200
Nenhum Um fator Dois fatoresTodos os três
EUA - 1984
Fatores de risco:
Fumo
Taxa de colesterol elevada
Hipertensão arterial
Inci
dênci
a d
e D
AC
por
1.0
00
pess
oas
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Quando uma artéria entope...Lesões nas paredes dos vasos que irrigam o coração servem de depósito para placas de gordura. O acúmulo dessas placas pode bloquear o fluxo sanguíneo
...e quando ela se rompe...A foto abaixo capta uma hemorragia no momento do infarto. A pressão alta provoca erosão nas paredes internas dos vasos sangüíneos. Em alguns casos, eles estouram
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Como podemos ajudar o paciente a abandonar o alcoolismo?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Consumo máximo diário de álcool / etanol
ETANOL
Homens 30g por dia
cerveja (4% álcool) - 30g = 720ml - 300 calorias
(uma garrafa ou duas latinhas)
vinho (12% álcool) - 30g = 240ml - 200 calorias
(dois copos)
destilados (40% álcool) - 30g = 60ml - 240 calorias (duas doses)
Mulheres 15g por dia
metade das quantidades acima
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Perguntas
1. O diagnóstico de hipertensão arterial está confirmado? Por quê?
2. Confirmado o diagnóstico de hipertensão arterial e analisados os dados do exame clínico e dos exames complementares, há alguma evidência que faça suspeitar de uma causa secundária de hipertensão arterial?
3. Em caso de resposta afirmativa, quais elementos levam a pensar nessa possibilidade?
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Principais indícios de hipertensão arterial secundária:
1. Início de hipertensão antes dos 30 ou depois dos 50 anos.2. Hipertensão arterial grave (estágio 3) e/ou resistente à terapia.3. Tríade do feocromocitoma: palpitações, sudorese e cefaléia.4. Uso de medicamentos e drogas que podem elevar a pressão
arterial.5. Fácies ou biotipo de doença que cursa com hipertensão: doença
renal, hipertireoidismo, acromegalia, síndrome de Cushing. 6. Presença de massas e sopros abdominais.7. Diminuição ou assimetria de pulsos.8. Aumento da creatinina sérica.9. Hipopotassemia espontânea (<3,0mEq/l).10. Exame de urina anormal (proteinúria ou hematúria).
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Como podemos estratificar o paciente deacordo com o risco individual?
Estratificação em grupos, de acordocom o fator de risco individual
Grupo A Sem fatores de risco e sem lesão em órgãos-alvo
Grupo B Presença de fatores de risco (não incluindo diabetes mellitus) e sem lesão em órgãos-
alvo
Grupo C Presença de lesão em órgãos-alvo, diabetes mellitus e/ou doença cardiovascular clinicamenteidentificável
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Decisão terapêutica com base na classificaçãopressórica e estratificação de risco
(III Consenso Brasileiro de Hipertensão)
Grupo ARisco Estágio
Não-farmacológicoPAlimítrofe
Hip.estágio 1
Hip.estágios2 e 3
Não-farmacológico(até 12 meses)
Farmacológico
Não-farmacológico
Não-farmacológico(até 6 meses) ouFarmacológico #
Farmacológico
Não-farmacológicoou Farmacológico **
Farmacológico
Farmacológico
Grupo B Grupo C
**Para pacientes com diabetes ou doença cardiovascular associada# Para pacientes com múltiplos fatores de risco
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Neste caso específico a melhor conduta deve ser:
a) Iniciar imediatamente o tratamento medicamentoso.
b) Considerar inicialmente o tratamento não-farmacológico, esomente depois de algum tempo iniciar o tratamentomedicamentoso.
c) Só iniciar o tratamento medicamentoso após afastar uma causa secundária de hipertensão.
d) Encaminhar para uma unidade de referência secundária.
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIALTRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL Tratamento MedicamentosoTratamento Medicamentoso
Diuréticos Bloqueadores Adrenérgicos Vasodilatadores Diretos Antagonistas do Cálcio Inibidores da ECA Antagonistas dos Receptores da
Angiotensina II
Tratamento da Hipertensão ArterialTratamento da Hipertensão ArterialTerapia InicialTerapia Inicial
Como acimaCombinação 2 drogas
p/ maioria (usual/ tiazídico e IECA ou BRA ou -B ou BCC)
H.A. estágios 2 e 3
(≥160 / ≥100)
Drogas para as indica-
ções especiais + outras drogas S/N
(diurético, IECA, BRA,
-B, BCC)
Diurético tiazídico p/
maioria; pode: IECA, BRA, -B, BCC ou combinação
H.A. estágio 1
(140-159 / 90-99)
Drogas para as indicações especiaisNenhuma droga
Pré-hipertensão
(120-139 / 80-89)
HA com indicação especialHA sem indicação especialClassificação PA
Tratamento da Hipertensão ArterialTratamento da Hipertensão ArterialDrogas Recomendadas em Condições de Alto RiscoDrogas Recomendadas em Condições de Alto Risco
com Indicações Especiais com Indicações Especiais
Nefropatia crônica
Prevenção
AVC recorrente
Diabetes
Alto risco coronário
Pós-IAM
Insuficiência
cardíaca
Antagon.
Aldoster. BCC BRAIECA-bloq.Diurético
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Qual a melhor opção terapêutica neste caso?
a) Diurético em baixa dose.
b) Betabloqueador em baixa dose.
c) Diurético + betabloqueador.
d) Inibidor da enzima de conversão da angiotensina.
e) Alfametildopa.
PRINCÍPIOS GERAIS DO PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO DA HATRATAMENTO DA HA
Medicamento eficaz por VO Bem tolerado Poucas tomadas diárias, melhor se única Iniciar com doses pequenas e aumentar
gradativamente Instruir sobre a doença, droga, objetivos Considerar condições sócio-econômicas
OBJETIVOS DO TRATAMENTO DA HAOBJETIVOS DO TRATAMENTO DA HA
Primordial: Redução morbi-mortalidade da HA
PA desejada: < 140/90 mmHg
Diabete, nefropatia proteinúrica: < 130/80 mmHg
Qualquer medicamento, exceto vasodilatador direto, pode ser utilizado na monoterapia inicial.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Conduta adotada pelo médico depois da consulta:
1. Orientou o paciente com relação às mudanças nos hábitos de vida.
2. Orientou o paciente para iniciar caminhada de 30 minutos 3 vezes por semana.
3. Fez a seguinte prescrição:
a) hidroclorotiazida 50mg - tomar ½ comprimido ao dia
b) propranolol 40mg - tomar 1 comprimido 2x ao dia (manhã e noite)
4. Marcou o retorno para uma semana.
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Por que a opção inicial foi por uma associação de duas drogas?
Hypertension Optimal Treatment(Estudo HOT)
Monoterapia vs Associação
Fonte: HANSSON L, et al. Lancet 351: 1755-62, 1998
MonoterapiaAssociação
62,9%37,1%73,9%
26,1%
68,3%31,7%
85 mmHg 142/83 mmHg
90 mmHg 144/85 mmHg
85 mmHg140/81 mmHg
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Que nível de pressão deve ser perseguidoneste caso?
Estudo HOT (Hypertension Optimal Treatment) :diminuição do risco cardiovascular
Fonte: The Lancet, volume 351 number 9118, june 13, 998:1755-1702
PADÓTIMA
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0105 100 95 90 85 80
PAD atingida (mmHg)
% d
e r
ed
ução d
o r
isco
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
Fonte: The Lancet, volume 351 number 9118, june 13, 1998:1755-1702
PAD alvo0
5
10
15
20
25
90 mmHg 85 mmHg 80 mmHg
100
0%
paci
ente
s/ano
Estudo HOT (Hypertension Optimal Treatment) : eventos cardiovasculares em diabéticos
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL
HIPERTENSÃO ARTERIALHIPERTENSÃO ARTERIAL Caso Clínico
Como saber se o tratamento está sendo eficaz?
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIALTRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Resposta Inadequada1. Aumentar a dose2. Substituir a monoterapia3. Adicionar segunda
droga
Monoterapia InicialDiuréticosBeta bloqueadoresIECAAntagonistas de Ca++Antagonistas da A-II
Resposta InadequadaAdicionar terceira droga
Webgincana Hipertensão
www.professorrobsoncosta.blogspot.com/
Obrigado!Obrigado!
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2006.
III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. 1998.