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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE HIPERATIVIDADE E INDISCIPLINA POR: REGINA LÚCIA DA SILVA CHAVES ORIENTADOR PROFº CARLOS ALBERTO CEREJA DE BARROS RIO DE JANEIRO 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

HIPERATIVIDADE E INDISCIPLINA

POR: REGINA LÚCIA DA SILVA CHAVES

ORIENTADOR

PROFº CARLOS ALBERTO CEREJA DE BARROS

RIO DE JANEIRO

2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

HIPERATIVIDADE E INDISCIPLINA

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-graduação “Latu

Sensu” em Docência do Ensino

Superior.

Por: Regina Lúcia da Silva Chaves

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AGRADECIMENTOS

As minhas amigas de turma que em

momento algum deixaram que eu esmorecesse diante

das dificuldades surgidas ao longo do curso. E também

a todos os autores consultados que muito me

auxiliaram para o término tão importante desta

pesquisa. E principalmente a Deus por ter me dado o

dom divino de lecionar

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu querido

amigo marido que tanto me incentivou e contribuiu para

o término do curso. A minha mãe que também

participou na procura do material mais adequado.

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RESUMO

Esta monografia visa a elucidar as diversidades comportamentais,

mais precisamente a indisciplina e hiperatividade e seus supostos

desconfortos causados não só na infância, fase em que a doença e suas

características se apresentam, mas como também na fase adulta, onde um

pouco mais amenizada, porém trazendo ainda consigo vários prejuízos os

quais serão levados para a vida não só escolar, mas como na vida afetiva e

profissional do indivíduo.

Nesta abordagem a obra mostra como as vezes as pessoas

rotuladas são pessoas que na verdade possuem (DDA) e que elas mesmas

nem sabem disso. E assim seguem pela vida se culpando pelos fracassos e

insucessos. Por isso, a importância do diagnóstico atento da família ao

verificar quando a criança, o jovem ou adulto tem comportamento não

adequados a sociedade. Depois o olhar clínico do professor, figura tão

importante na vida de qualquer indivíduo. Por fim a vontade da própria

pessoa em perceber a importância de pedir ajuda da maneira certa, isto é, a

um profissional sério e competente. Só então esta pessoa restaurará sua

auto-estima e vontade de mudar.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a confecção desta pesquisa inclui-se:

uma vasta bibliografia de grandes e consagrados autores da área de

educação tais como:

· Içami Tiba

· Tânia Sagury

· Augusto Cury

· Ana Beatriz Silva entre outros.

· Consulta a rede on-line (Internet).

Observação com o corpo discente das diferentes instituições,

onde tenho o prazer de transmitir e facilitar o processo ensino-aprendizado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................... 8

CAPITULO I – INDISCIPLINA E DESATENÇÃO.........................................11

CAPITULO II – HIPERATIVIDADE ..............................................................15

CAPITULO III – HIPERATIVIDADE NO ADULTO........................................22

CAPITULO IV – RECURSOS DIDÁTICOS E O PAPEL DO PROFESSOR

.......................................................................................................................28

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INTRODUÇÃO

Segundo Tiba (1996), uma das maiores dificuldades no

relacionamento pais e professores está em como “impôr” limites nas

crianças e principalmente nos jovens. Porém a melhor disciplina é aquela

que é regida pela liberdade. Contudo muitos pais e professores perdem-se

nela. Liberdade é poder material e psicológico, mas só tem valor quando

associado à responsabilidade. Liberdade absoluta não existe.

O que é importante ressaltar é que quando criança ou

adolescente agimos por nossos instintos biológicos, ou seja, a criança não

sabe o que é liberdade pessoal; simplesmente faz o que tem vontade de

fazer. Cabe aos pais e professores mostrarem o caminho a seguir sem

autoritarismo, apenas orientando. Entretanto a permissão não só dos pais,

mas como também dos professores nasce na maioria dos casos pela

impaciência, do cansaço, da preguiça ou do comodismo. Afinal educar é

algo que requer muito trabalho e perseverança.

Na opinião de Tiba isto acontece porque o indivíduo está

descobrindo o mundo, e o pode ou não pode é um critério dos pais que terá

conseqüências na conceituação de liberdade. Nos adolescentes o mesmo

acontecerá, apenas com uma pequena diferença: o adolescente já sabe

discernir o melhor do pior, o certo do errado, uma vez que já vivenciou

algumas experiências.

Hoje o limite dado ao jovem de maneira geral é muito maior e

mais permissivo do que era há algumas décadas atrás, onde a disciplina não

era conquistada e sim imposta pelos pais e professores. Mas a repressão e

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o método utilizado pela educação, talvez tenha contribuído para que a

geração moderna dê aos filhos a tão esperada liberdade.

De modo que o presente trabalho abordará nos capítulos a seguir

os seguintes temas: No Capítulo primeiro a indisciplina causa motivadora da

não integração funcional do aluno com as normas da instituição e por sua

vez das normas inseridas por cada professor para que o processo ensino-

aprendizagem possa ocorrer. Já o segundo capítulo apontará as possíveis

causas desta indisciplina, mas já como função do déficit de atenção com

hiperatividade (TDAH) e por isso a indisciplina e desatenção que tanto

prejudicam não só no processo ensino aprendizagem, mas como também na

vida prática. O terceiro capítulo abordará, como auxiliar o aluno portador do

déficit de atenção com hiperatividade através de escolas, onde haja

professores e conduta especializada para amenizar a ansiedade, baixa auto

estima e uma mente altamente acelerada, mas com igual ou mais potencial

do que das pessoas tidas como “normais”.

E para finalizar o quarto capítulo apontará o papel do professor do

ensino superior na viabilização e socialização do aluno (DDA), ou seja o

professor, mesmo universitário deve ser capaz de detectar quando algo está

errado, mesmo não dispondo de técnicas pedagógicas auxiliares para

encaminhar este aluno ao tratamento adequado, ele continuará sendo capaz

de dialogar com seu aluno, aconselhá-lo e tentar auxiliar no que for possível

a fim de conseguir benefícios não só no processo ensino-aprendizagem,

mas como também na vida social deste aluno, o qual geralmente assume

uma postura isolada.

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CAPITULO I

O que será que me dá/

Que me bole por dentro, será que me dá/

Que brota à flor da pele, será que me dá/

E que me sobe às faces, e me faz chorar/

E que me salta aos olhos, a me atraiçoar/

E que me aperta o peito, e me faz confessar/

O que não tem mais jeito de dissimular...

“o que será?” (à flor da pele)

(Chico Buarque)

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1 - INDISCIPLINA E DESATENÇÃO

Segundo Berto (2002, P. 40), em nossa sociedade, sempre houve

a preocupação com a ordem, ou seja, com o que a sociedade julga correto,

com aquilo que é aceito por ela e daí a preocupação com a disciplina.

Alguns dicionários definem o termo “disciplina” se referindo a

contextos e atitudes diferenciados tais como: Relações de subordinação do

aluno ao mestre ou ao instrutor, ordem que convém ao funcionamento

regular de uma organização, observância de preceitos e normas ainda como

ensino, instrução ou educação. (Amora, 1997)

Na opinião de Tiba (1996), indisciplina é o conjunto de atitudes

não convencionais por parte de um individuo; e que muitos motivos podem

levar um aluno à não se comportar de forma adequada em atividades que

necessitam de uma integração funcional com outras pessoas.

No âmbito escolar, a indisciplina abrange, segundo Antunes

(2002), três focos principais: O primeiro está na própria escola e nas suas

normas. Normas estas que não viabilizam as críticas do estudante. Em

segundo lugar tem como foco o professor que na maioria das vezes não se

comporta como facilitador da aprendizagem, e sim como “disciplinador” não

conhecendo desta forma os limites da turma sem incentiva-los, ou motiva-los

ao processo de ensino aprendizagem.

Em terceiro lugar o foco se dá no aluno quanto este procura

chamar atenção do professor de modo inadequado ou excessivo.

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1.1 - MOTIVOS DA INDISCIPLINA

Vários motivos podem causar a indisciplina, o principal deles esta

presente no desrespeito ao desenvolvimento biológico por parte dos pais.

(Tiba, 1996 p.33)

Alguns dos motivos mais freqüentes estão: O desinteresse em

função do não entendimento do assunto, o modo como é conduzida a aula,

ou até mesmo o ambiente escolar que está relacionada ao exercício da

democracia.

Segundo Berto (2004, p.47) a escola encontra-se despreparada

para absorver o aluno em função das suas instalações arcaicas. Neste

sentido, a questão indisciplina não estaria relacionada a figura do aluno em

si, mas na indiferença e na incapacidade da instituição escolar de

administrar essas novas formas de viver socialmente. A indisciplina neste

caso, se manifesta justamente na instabilidade gerada por uma escola em

estado de confrontação com o novo sujeito histórico que já não mais se

adapta a velhas regras e maneiras institucionais (Aquino, 1996).

Além de todos os fatores citados acima está também a diferença

entre o ensino básico onde o foco é o aluno, isto é, tudo é feito para que o

mesmo possa “passar de ano” e o ensino universitário, onde este mesmo

aluno não mais é conduzido a estudar, mas sim a pesquisar. E como o novo

assusta o aluno normalmente perde o chão no primeiro momento, só depois

de algum tempo aqueles que não possuem dentro de si organização,

possivelmente não conseguirão adaptar-se ao novo método de estudo que

constitui a pesquisa.

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1.2 - PRINCIPAIS SINTOMAS DA INDISCIPLINA

O jovem indisciplinado quase sempre é um individuo com uma

história familiar conflituoso. Normalmente há algum problema de ordem

social, econômica ou psíquica,que o leva a inquietação, agressividade ou

impulsividade. Se não detectada na infância, fase na qual costuma se

apresentar, o jovem se tornará um adulto com sérios problemas, afinal

disciplina é à base de tudo. Para tudo que vamos fazer na vida é preciso ser

disciplinados, caso contrário estaremos sempre lutando contra a maré e

perdendo as oportunidades que a vida nos oferece.

Para este tipo de aluno, o professor precisa captar a atenção com

outros métodos e normalmente dependendo do tipo da indisciplina tem que

ter jogo de cintura, para não cair na impaciência e desistir de educar. Muitas

vezes a indisciplina tem causas muito mas complexas do que aparentam.

Os principais sintomas são: distúrbio de ordem pessoal,

psiquiátrico, neurológicos, deficiência mental, distúrbio de personalidade,

hiperatividade entre outros. Por isso torna-se necessário o tratamento para

que o indivíduo não chegue à idade adulta sem conseguir se estruturar na

vida.

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CAPITULO II

Quando os astronautas foram à lua/

que coincidência eu também estava lá/

fugindo de casa, do barulho da rua/

pra recompor meu mundo bem devagar/

Que lugar mais silencioso/

Eu poderia no universo encontrar/

Que não fossem os desertos da lua/

Pra recompor meu mundo bem devagar

“No mundo da lua”

(Biquíni Cavadão – Álvaro, Bruno, Miguel e Sheik)

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2 - HIPERATIVIDADE

Segundo Berto (2003), a hiperatividade também conhecida como

(TDAH), ou seja, (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) é um

distúrbio neurológico que se manifesta com um padrão persistente de falta

de atenção e ou hiperatividade. Este distúrbio normalmente começa na

infância, fase onde o indivíduo demonstra alguns dos sintomas. Esta

disfunção não tem cura, isto é, ela perdura até a fase adulta, porém é

controlada se tratada com os devidos cuidados. O TDAH é um transtorno

muito difícil de ser diagnosticado tanto nas crianças, como principalmente

nos adultos.

A primeira descrição dessa condição data de 1902 quando um

médico inglês, G. Still, descreveu um conjunto de alterações de

comportamento em crianças as quais segundo ele, não podiam ser

explicadas por falhas ambientais, mas resultavam de algum processo

biológico desconhecido até então.

Acredita-se que lentamente a criança melhoraria dos sintomas

que iam desaparecendo na fase adulta, entretanto entre 1916 e 1927, nova

onda de interesse por esse quadro clínico surgiu graças à observação de

manifestações semelhantes em crianças que foram acometidas pela

encefalite epidêmica. Os adultos que tinham sofrido dessa encefalite

desenvolviam como seqüela um quadro parkinsoriano, ao passo que as

crianças passavam a mostrar um quadro de hiperatividade e alterações da

conduta.

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2.1 - TIPOS DE TDAH OU DDA

há três tipos classificados de transtorno de déficit de atenção com

hiperatividade que são eles: predomínio de sintomas de desatenção ou

desconcentração, predomínio de sintomas de hiperatividade com

impulsividade e misto. Porém antes de classificar o aluno com hiperatividade

é preciso observá-lo por pelo menos seis meses.

2.2 - SINTOMAS

2.2.1- A falta de atenção

· Falha na hora de verificar detalhes, ou cometer erros

grosseiros nas atividades as quais está desempenhando.

· Tem dificuldade de manter a atenção ou concentração em

tarefas lúdicas.

· Parece não escutar quando alguém fala.

· Não consegue seguir instruções sem interromper quem está

com a palavra.

· Tem dificuldades em se organizar, e organizar as tarefas

solicitadas.

· Evita ou simplesmente se recusa, ou reluta para executar,

tarefas que envolvam raciocino mental contínuo.

· Perde coisas necessárias e importantes para execução das

tarefas.

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· Distrai-se muito facilmente.

· Esquece-se das atividades diárias.

2.2.2 - A hiperatividade

· É extremamente inquieto, não consegue manter-se sem se

mexer quando está sentado.

· Deixa sua carteira, para andar na sala, quando se esperava ao

contrário.

· Tem dificuldade em engajar-se na hora do lazer de forma

quieta.

· Parece que está sempre ligado em uma tomada.

· Fala sem parar, mesmo quando advertido.

2.2.3 – Impulsividade

· Responde de forma intempestiva, antes que a pergunta seja

formulada.

· Não consegue aguardar sua vez.

· Se intromete ou interrompe os outros, quando estão

conversando ou jogando.

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2.2.4 - Diagnóstico

De acordo com Amora (1997), diagnóstico é determinação de

uma doença pela observação dos seus sintomas.

Didaticamente falando diagnóstico é uma identificação de falhas e

deficiências bem como de suas causas, a fim de orientar os alunos em

procedimentos para que seja possível corrigi-las e ou surpimi-las. (Denise

Guapyassu da Silva, Dione Guapyassu Yiana, Zilda Guapyassu, Central de

concursos, Degrau Cultura).

Cientificamente, diagnóstico baseia-se na avaliação clínica, sendo

essencial o histórico detalhado do desenvolvimento com especial ênfase no

período escolar, em se tratando da patologia do distúrbio do Déficit de

Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Testes psicológicos (Nadeaw, 1995) podem ser elementos

auxiliares, de utilidade na investigação de distúrbio de aprendizado ou de

deteriorização mental para fins de diagnóstico diferencial ou comorbidade,

mas jamais serão capazes de firmar por si só diagnóstico de TDAH.

2.2.5 - Diagnóstico diferencial

Diversas condições psiquiátricas podem ser freqüentemente

confundidas com TDAH. As mais comuns são:

Distmia (Estado Melancólico)

· Distúrbio da ansiedade generalizada

· Transtorno do Stress pós-traumático

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· Distúrbio Borderline da personalidade (alteração da

personalidade)

· Distúrbio Histrônico de personalidade (exagero na reação,

histerismo)

· Alcoolismo e ou dependência de drogas.

· Manifestações psíquicas do hipertireoidismo.

Cabe sempre pesquisar a presença do mesmo distúrbio entre

familiares do paciente, uma vez que o TDAH é uma condição com forte

componente genético. Wender (1995) chega a falar em “diagnóstico através

dos pais” nos casos pouco claros, mas que apresentam um dos pais com

manifestações típicas de TDAH.

2.3 – TRATAMENTO

O tratamento deve incluir sempre três modalidades de intervenção

tais como: psico-educação recursos psicofarmacológicos e abordagens

psico-sócio-educacionais, além do tratamento da condição comórbida.

2.3.1 - Psico-educação

Esse deve ser sempre, na ordem de execução, o primeiro recurso

a ser utilizado. O paciente e seus familiares devem receber informações

claras sobre o assunto, sua natureza e tratamento adequado. A instrução do

paciente e de sua família com respeito à natureza o TDAH e da sua etiologia

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costuma trazer grande alivio da culpa que essas pessoas carregam por anos

consecutivos. Sempre que possível, fornecer material para leitura e estimular

a compreensão das questões relacionadas com o transtorno. Esclarecimento

detalhado sobre o tratamento, incluindo efeitos desejáveis e indesejáveis

dos medicamentos breves raramente dá resultados, uma vez que o TDAH é

um distúrbio que data de anos, desde a infância do paciente. É da maior

importância estimular a participação ativa do paciente no desenrolar do

tratamento, pesquisando sobre o assunto, opinando sobre o próprio

tratamento, ligando-se ativamente a grupos, etc.

2.3.2 - Tratamento Farmacológico

Os medicamentos de primeira linha pertencem à classe dos

estimulantes psíquicos. Desses, são conhecidos 3 medicamentos com

eficácia comprovada para o tratamento de TDAH: o metifenidato, a dextro-

anfetamina e a pemolina, mas apenas o primeiro (metifenidato) está

disponível no Brasil.

Os efeitos colaterais mais conhecidos do metifenidato são: perda

do apetite, dor abdominal, cefaléia, tonteiras, insônia, irritabilidade, aumento

da freqüência cardíaca, hipertensão arterial, e, mais raramente, alterações

da crase sangüínea.

Os medicamentos de segunda linha são os antidepresivos

tricíclicos e o bupropion. Outras drogas utilizadas são a venlafaxina, a

selegilina (inibidor MAO-B), a clonidina (habitualmente usada como anti-

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hipertensivo), e o propranolol. Outros medicamentos são citados, mas sua

eficácia é discutida: carbamazepina, lítio, neuroléticos.

2.3.3 - Abordagens Psicoterápicas

Além da intervenção medicamentosa, outras medidas são de

especial importância.

Terapia comportamental. São úteis certas estratégias de conduta

como o uso de agenda de notas, lembretes adesivos, diários, etc.

Estabelecer uma pessoa de confiança como uma espécie de “tutor” ajuda

muito. Essa técnica é chamada de coaching e parece ser bastante eficaz no

tratamento de adultos. Diversas outras estratégias podem ser estabelecidas

entre terapeuta e seu paciente, de acordo com as dificuldades

predominantes em cada caso.

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CAPITULO III

Nas duas fazes de Eva/

A bela e a fera/

Um certo sorriso de quem nada quer/

Sexo frágil, não foge à luta/

E nem só de cama vive a mulher/

Por isso não provoque/

É cor de rosa-choque

“Cor de rosa-choque”

(Rita Lee e Roberto de Carvalho)

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3 - HIPERATIVIDADE NO ADULTO

Assim como as crianças (DDA) possuem um distúrbio

neurológico, os adultos também, porém com o passar dos anos o adulto

(DDA) vai adquirindo na medida do possível uma amenização de algumas

das características hiperativas, como por exemplo a inquietação em sala de

aula, mas assim como as crianças não conseguem se concentrar ou

executar tarefas onde esta qualidade está em pauta, e por isso adultos com

(DDA) tendem apresentar um menor rendimento educacional. Isto acontece

em função do não entendimento em relação ao assunto por estarem sempre

distraídos, com isso perdem grande parte das explicações, ou informações

dadas durante a aula. Como a atenção é uma função bastante complexa,

que engloba uma série de outras funções componentes a assimilação fica

prejudicada. Acredita-se que por atenção refere-se a capacidade de reagir

aos estímulos do meio, de sustentar o foco da consciência, de dividir o foco

da consciência, de tal forma a se manter receptivo a outros estímulos

igualmente significativos.

Pesquisa feita nos Estados Unidos com 1001 adultos mostra que

4% da população adulta é afetada por esta doença. A pesquisa revelou que

a repercussão do DDA pode impedir seu potencial acadêmico e ocupacional,

limitando a satisfação consigo mesmo e seus relacionamentos.

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3.1 - PREJUÍZOS CAUSADOS PELA HIPERATIVIDADE

A hiperatividade por ser uma doença que tem como principais

sintomas a desatenção e a desorganização que causa na vida adulta uma

série de prejuízos os quais aumentam com o decorrer da vida. O adulto

(DDA) tem a desatenção e a desorganização como limitadores do seu

processo evolutivo, por isso são pessoas as quais experimentam danos

desastrosos tais como: escassa sociabilidade, dificuldade em manter

relacionamentos, desempenho profissional inadequado, baixa auto-estima e

um sentimento crônico de incapacidade e pessimismo, depressões

freqüentes, alcoolismo e abuso de drogas e também tendem a culpar outras

pessoas pelos seus fracassos e tem uma necessidade enorme de adiar seus

compromissos ou tarefas a serem realizados. Porém como os adultos que

possuem esta doença não são tratados na infância padecem inúmeros

fracassos e frustrações os quais são peculiaridades do distúrbio embora

secundárias, acabam se tornando mais proeminente do que os sintomas

centrais que são: desatenção, hiperatividade e impulsividade, o que confirma

a idéia que o transtorno do déficit de atenção não é um transtorno benigno.

3.2 - O COMPORTAMENTO DO ADULTO DDA NA SALA DE AULA

Como já foi exposto anteriormente o aluno DDA tem um

comportamento um tanto inconveniente em função do seu distúrbio, por isso

o adulto DDA muitas vezes é rotulado e excluído justamente por não

conseguir se manter quieto quando este tipo de atitude é esperada.

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Segundo pesquisa realizada pelo Dr. Joseph Biederman,

professor da Harvard University os adultos com DDA têm menor

probabilidade de expressar uma auto-imagem positiva e maior probabilidade

de se engajarem em comportamentos anti-sociais ou danosos. Os

resultados desta pesquisa revelam que destas pessoas, apenas 17% não

terminam o nível médio e 18% terminaram o curso superior comparados a

26% dos adultos sem o distúrbio do déficit de atenção com hiperatividade.

Podemos então observar que estas pessoas sofrem com a

discriminação e rotulações desde a infância, fase onde a doença começa a

se manifestar, e normalmente na idade escolar pelo baixo rendimento

escolar, então conclui-se que hoje de 3% a 5% das crianças em idade

escolar no mundo inteiro lutam com problemas de falta de atenção,

impulsividade e hiperatividade. Destas 50% vão continuar a ter dificuldades

na idade adulta.

3.2.1 - Escolas Especializadas

No Brasil não há escolas especializadas em crianças, jovens e ou

adultos que possuem a tríade (desatenção, impulsividade e hiperatividade),

porém em alguns países, mais precisamente os Estados Unidos, estas

instituições existem com o objetivo de não só avaliar e diagnosticar, mas

como também auxiliar crianças, jovens e adultos DDA. Pois lá são realizados

anualmente congressos específicos sobre este assunto, com um número

apreciável de trabalhos científicos tem sido publicado em revistas

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especializadas, a fim de mostrar a importância do diagnóstico e tratamento

se possíveis ainda na infância.

O artigo também pretende demonstrar as manifestações clínicas

no adulto, pois que nessa faixa etária, esse transtorno é ainda mais

raramente diagnosticado. No Brasil o diagnostico é tão difícil quanto lidar

com pessoas DDA. O diagnóstico aqui é feito por profissionais tais como:

fonoaudiólogo, e ou professor quando na fase infantil, e quando adultos são

diagnosticados normalmente por psiquiatras ou neurologistas, já que a tríade

desatenção, impulsividade e hiperatividade confunde-se com outros

sintomas relacionados a depressão, também conhecida como quadro clínico

de comorbidade adulta; dificuldades estas que muitas vezes são

irreversíveis.

Pesquisas apresentadas mostram que pessoas assim além de

dificuldades na vida escolar também têm dificuldades na vida profissional,

podendo até perder o emprego devido ao desempenho inadequado, `a falta

de atenção, à desorganização no trabalho. Alem de toda essa avalanche de

obstáculos, ainda não conseguem se relacionar bem, por isso separam-se

muitas vezes, e no caso das mulheres engravidam precocemente.

3.2.2 - Conduta da Escola

Sabemos que desde a implementação da escola como instituição,

espera-se dela a ascensão social do indivíduo, isto é, a educação é uma

tarefa que se realiza como resposta às exigências sociais, às aspirações e

as expectativas do aluno. Porém num país onde a educação está afetada

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por uma grande crise social, econômica e política, resultando da ausência de

condições de trabalho e formação ideal para os professores, os alunos, elo

mais fraco acabam sendo prejudicados, ou seja, a escola não mais atende

as aspirações por não ter conseguido evoluir junto com as inúmeras

informações as quais chegaram junto a globalização e em conseqüência

com as novas tecnologias.

Na visão de Cury (2003) a educação estará sempre apresentando

algo novo e impactante e que algumas técnicas podem contribuir para

tirarmos a educação do marasmo a qual se encontra. Para isso é preciso

que os educadores tomem consciência que o papel ou conduta da escola

não se cabe mais as paredes da sala e sim das inteligências múltiplas de

Gardner e da inteligência emocional de Goleman.

A conduta da escola deve ser uma conduta de inclusão e não

exclusão. Para que a conduta seja de inclusão, deve o docente não mais

querer que sua classe seja homogênea, ou seja que todos aprendam a

mesma coisa, no mesmo período e com a mesma rapidez. A conduta da

escola hoje deve valorizar a arte de pensar como depende um dos maiores

educadores chamado Vigotsky.

No caso de alunos com algum tipo de deficiência além de

professores preparados é preciso que a escola também crie um ambiente

favorável, digno e conte com profissionais aptos para junto ao professor

desenvolverem um trabalho de inclusão deste tipo de aluno.

No ensino superior já não é mais possível que isto aconteça, e

mais uma vez o aluno (DDA) que por ventura consiga chegar a este

patamar, normalmente intimida-se com a quantidade de informação e por

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este motivo costuma desistir do seu “objetivo” já que a desatenção e a

inquietação são os seus piores inimigos. Então como pode a política

educacional dizer que a educação é para todos? Se o que observamos é

que muito pelo contrário a educação é para aqueles que conseguem

ultrapassar a barreira da timidez, da insegurança e principalmente

estabelecer uma consciência do que deseja para si, meta que um adulto

(DDA) não consegue.

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CAPITULO IV

Eu vivo sempre no mundo da lua/

Tenho alma de artista/

sou gênio sonhador/

e romântico...

Pegar carona nessa cauda de cometa/

Ver a Via-láctea/

Estrada tão bonita/

Brincar de esconde-esconde/

Numa nebulosa/

Voltar pra casa/

Nosso lindo balão azul

“Lindo balão azul”

(Guilhermes Arantes)

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4 - RECURSOS DIDÁTICOS E O PAPEL DO PROFESSOR

Na visão de Silva Ana Beatriz B. (2003). O aluno DDA (distúrbio

do déficit de atenção) possui dentro de si um trio de respeito: distração,

impulsividade e hiperatividade. O que fazer quando este aluno chega ao

ensino superior carregando consigo esta patologia? Deve o professor ignorá-

la e excluir este aluno, que mesmo desatento possui muitas vezes altas

doses de criatividade, emoções e sensações que não podem ser

quantificadas?

Sabe-se que o ensino superior o aluno é apenas um número, e o

professor um transmissor de uma boa cultura acadêmica. Sabe-se também

que no ensino superior o ano letivo é dividido em semestre o que torna o

contato professor X aluno cada vez menor.

Até o término do ensino médio, o professor dispõe de vários

recursos pedagógicos para ajudar alunos deste tipo. Isso acontece porque o

professor pode contar não só com a família, mas também com o SOE

(serviço de orientação educacional), ou também com a ajuda de um

psicológico caso a escola tenha. Senão este aluno é encaminhado para

tratamento. Já no ensino superior este tipo de coisa não vai acontecer, mas

o professor ainda é capaz de diagnosticar o problema e tentar ameniza-lo.

De que forma? Chamando o aluno para um diálogo, a fim de pelo ou menos

esclarecer com este aluno que ele precisa de ajuda para vencer suas

dificuldades não só escolares, mas como também social.

Segundo Cury (2003) o bom professor é aquele que contribui

para desenvolver em seus alunos a capacidade de gerenciar os

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pensamentos, administrar as emoções, ser líder de si mesmo, trabalhando

sempre as perdas, frustrações e conflitos que a vida possa nos causar. Por

isso mesmo dispondo de poucos recursos é possível não só detectar, mas

como também ajudar o aluno DDA.

4.1 - METODOLOGIA APLICA NA SALA DE AULA

O método do professor desde a infância até a idade adulta é

primordial na vida de qualquer pessoa que passa pelos bancos escolares.

Este profissional mexe não só com lado cognitivo, mas como também com

lado afetivo de cada indivíduo na sala de aula.

Segundo Tiba (1996) para ser um professor de verdade, ou seja,

aquele que “’sabe” lidar com qualquer situação é aquele que possui algumas

características tais como: saber o que ensina, como ensinar e para que

ensinar.

Estas etapas devem constar em todos os níveis; desde a

educação infantil até o nível superior. Apenas como uma diferença. O ensino

fundamental e médio tende a ser aprovativo, o que estimula os estudos

suficientes apenas para passar de ano, com conhecimentos, muitas vezes

descartáveis após a prova. Já o vestibular para a faculdade é um sistema

competitivo e depende da motivação para estudar e acumular saber.

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4.2 - TIPOS DE RECURSOS DIDÁTICOS COM ALUNO DDA NO ENSINO

SUPERIOR

Segundo Tiba (1996) como já é do conhecimento de todos as

pessoas que possuem esta patologia, não conseguem manter-se

concentrado e por isso sentem a necessidade de falar sem parar, tirando

também a concentração da turma. Por este motivo é importante que o

professor tenha perspicácia para tirar este aluno de ensino-aprendizagem.

4.3 - MÉTODOS PARA FACILITAR O APRENDIZADO DO ALUNO (D.D.A)

Os professores devem possuir como prática de ensino, ou

metodologia diferente para motivarem os educandos os quais têm como

companheiro a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade. Esta

metodologia consiste em algumas técnicas tais como: mudar a tonalidade de

voz enquanto falar. Segundo Cury (2003) assim o professor cativará a

emoção, estimulará a concentração e aliviará a síndrome do pensamento

acelerado (SPA) característica típica da pessoa (DDA), pois assim ela

desacelera o seu pensamento e viajará no mundo das idéias do professor. A

segunda técnica é educar a emoção com inteligência. E o que é educar com

emoção? É estimular o aluno a pensar antes de reagir, a não ter medo do

medo, a ser líder de si e por fim cumprir o conteúdo programático, mas seu

objetivo fundamental é ensinar os alunos a serem pensadores e não

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repetidores de informações. “ser um mestre inesquecível é formar seres

humanos que farão diferença no mundo”. (Cury 2003 p:72)

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CONCLUSÃO

A indisciplina é um problema muito complexo, suas causas podem

estar na raiz da estrutura familiar, assim como num simples momento

emocional, fase pela qual todo e qualquer indivíduo pode passar.

Seus motivos estão em causas diversas e atinge todas as

camadas sociais. Se for na estrutura familiar os danos costumam ser

maiores e irreversíveis muitas das vezes, porém se for de ordem emocional

fica mais fácil não só diagnosticar, mas como também tratar.

Desta forma tanto a observação da família, mas como também a

sensibilidade do professor farão toda a diferença, mas é claro que estamos

abordando a fase infantil e pré-adolescente, onde o professor ainda possui

de vários recursos pedagógicos para auxiliar este aluno que quase sempre é

rotulado como de diversos predicados, tais como mal-educado, preguiçoso

entre outros. Já na fase adulta o professor mesmo não dispondo destes

recursos, ele ainda pode fazer valer o seu senso de observador e detectar

alguns dos sintomas mesmo em alunos do ensino superior. Esta certo que

pouca ou quase nada ele, o professor poderá fazer para ajudar este aluno o

qual chegou ao nível superior, mas que na verdade não consegue

manifestar atenção a aula a não ser que o assunto seja do seu profundo

interesse.

Já a hiperatividade é uma patologia de ordem neurobiológica que

atinge jovens e adultos e principalmente as crianças, por este motivo ela

acaba confundida com a indisciplina. Desta forma os portadores da esta

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anomalia são igualmente inquietos e desatentos, por isso, o diagnostico

torna-se dificultoso .

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AMORA, Antônio Soares, Mini dicionário da língua portuguesa. 1ªed. São Paulo: Saraiva, 1997. BONETI, R.V.F., A escola como lugar de integração ou segregação das crianças portadoras de deficiências intelectuais. Revista educação em questão. Natal, 1996 CARVALHO, Vilson Sergio. (Org.) Pedagogia levada a sério. Rio de Janeiro: Wak, 2003. CURRY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. GUAPYASSU, Zilda. Fundamentos da educação e didática. Rio de Janeiro: Central de concursos degrau cultural, 1996. PATTO, M.H.S. A produção do fracasso escolar. São Paulo: Queiroz Editor, 1993. Revista Nova Escola Nº172. Rio de Janeiro, 2004 SILVA, Ana Beatriz B. Mentes inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. Rio de Janeiro: Napades, 2003. SILVA, Denise Guapyassu da. Fundamentos da Educação e didática. Rio de Janeiro : Central de concursos degrau cultural, 1996. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Editora Gente, 1996. VYGOTSKY, Lev. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Referências via On-line – www.hiperatividade.com.br

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ....................................................................................... 8

CAPITULO I ........................................................................................... 10

1 INDISCIPLINA E DESATENÇÃO ..................................................... 11

1.1 MOTIVOS DA INDISCIPLINA ............................................................................ 12

1.2 PRINCIPAIS SINTOMAS DA INDISCIPLINA ............................................ 13

CAPITULO II ..................................................... ................................................................. 14

2 HIPERATIVIDADE.................................................... .................................................... 15

2.1 TIPOS DE TDAH OU DDA .................................................................................. 16

2.2 SINTOMAS .................................................................................................................. 16

2.2.1 A falta de atenção.............................................................................................. 16

2.2.2 A hiperatividade.................................................................................................. 17

2.2.3 Impulsividade....................................................................................................... 17

2.2.4 Diagnostico........................................................................................................... 17

2.2.5 Diagnostico diferencial.................................................................................... 18

2.3 TRATAMENTO .......................................................................................................... 19

2.3.1 Psico-educação ................................................................................................ 19

2.3.2 Tratamento farmacológico ........................................................................... 19

2.3.3 Abordagens Psicoterápicas......................................................................... 20

CAPITULO III ........................................................ .............................................................. 21

3 HIPERATIVIDADE NO ADULTO ......................................................................... 22

3.1 PREJUÍZOS CAUSADOS PELA HIPERATIVIDADE.............................. 22

3.2 O COMPORTAMENTO DO ADULTO DDA NA SALA DE AULA .... 23

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3.2.1 Escolas especializadas ................................................................................. 24

3.2.2 Conduta da escola ............................................................................................ 25

CAPITULO IV ..................................................... ............................................................... 27

4 RECURSOS DIDÁTICOS E O PAPEL DO PROFESSOR ..................... 28

4.1 METODOLOGIA APLICADA NA SALA DE AULA.................................... 29

4.2 TIPOS DE RECURSOS DIDÁTICOS COM ALUNO DDA NO

ENSINO SUPERIOR...............................................................................

29

4.3 MÉTODOS PARA FACILITAR O APRENDIZADO DO ALUNO

(DDA)......................................................................................................

30

CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 32

ÍNDICE .................................................................................................................................... 34

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Titulo da Monografia: Hiperatividade e Indisciplina Autor: Regina Lúcia da Silva Chaves Data da Entrega: 29/01/2005 Avaliado por: __________________________________Conceito: ________ Avaliado por: __________________________________Conceito: ________ Avaliado por: __________________________________Conceito: ________ Conceito Final: ____________________