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Hiperactividade e Défice de Atenção Compreender e Intervir na Escola e na Família

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NEE, Necessidades Educativas Especiais, atenção, Hiperactividade

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Page 1: Hiperactividade-CADIN

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Lisboa 21 357 19 57 – 91 715 20 11 Porto - 22 606 20 13 / 91 851 29 75

Hiperactividade e Défice Compreender e Intervir na Es

de Atençãocola e na Família

B

Page 2: Hiperactividade-CADIN

Este documento foi organizado com o objectivo de informar os pais, professores e público

em geral, acerca de temas actuais relacionados com a Perturbação de Hiperactividade e

Défice de Atenção. É uma síntese de ideias e de orientações práticas para todos aqueles

que lidam com estas crianças. Está também direccionado para ajudar a intervir de forma

adequada em diferentes contextos. Aos professores pretende dar algumas orientações para

a sua prática pedagógica e para a adequação do contexto escola. Pretende também que

estes compreendam melhor como podem actuar junto das famílias. Aos pais sugere

algumas estratégias de actuação na família e na relação com a escola, alertando para a

necessidade de encontrar sinergias entre os diferentes contextos nos quais vive a criança

com PHDA.

Autoria: Ana Nascimento Rodrigues Data: Abril de 2005

Desenhos de: Catarina Melo (11 anos) e Maria Melo (6 anos)

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Page 3: Hiperactividade-CADIN

Introdução

Diz Russell Barkley (1998) num dos seus muitos livros sobre o problema:

“ A PHDA não é um problema de não saber o que se faz, mas sim

de conseguir fazer o que se sabe que deve ser feito”

Gabor Maté é um médico e psicoterapeuta canadiano que tem uma PHDA e trabalha no apoio e

aconselhamento a indivíduos com o mesmo problema. No seu livro “Scatered Minds” (1999) define

assim a PHDA:

“Dizem os médicos que a PHDA é uma desordem. Uma desordem em termos médicos é

uma doença e a PHDA não é uma doença. Mas é uma desordem. Se na sua vida

existem um conjunto de comportamentos que produzem uma completa falta de ordem no

seu dia-a-dia, então você tem uma PHDA. E tem uma desordem... não no sentido

médico, mas no sentido de falta de ordem. Aí sim a PHDA é uma completa “desordem”

(.p.25, adaptado).

Tom Hartman é o director de um centro residencial para crianças e jovens vítimas de abusos

e com perturbações emocionais graves que se tem dedicado a escrever sobre a PHDA. No seu livro

“Attention Deficit Disorder – A Different Perception (1997) tem um capítulo inteiramente dedicado a

situações de relatos de pessoas com PHDA sobre as suas vidas. Escolhi um deles, porque me

pareceu ilustrativo.

“Toda a minha vida a minha mãe me chamou de interruptor. Dizia-me: - Tu

interrompes constantemente toda a gente. E era verdade. O que ela não sabia é que

se eu não interrompesse as pessoas, quando elas acabassem a frase eu já me tinha

esquecido daquilo que queria dizer. Eu ter-me-ia distraído com algo e a minha mente

teria vagueado para outro qualquer lugar. Eu nunca teria colocado o meu ponto de

vista...”(p.123, adaptado)

Com o maior respeito:

a todos aqueles que vivem com uma PHDA ou com alguém com PHDA.

Ana Rodrigues

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Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

Ideias Fundamentais

1 – A Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (adiante PHDA) é uma perturbação do

desenvolvimento com três grandes características nucleares: o défice de atenção, o excesso de

actividade motora e a impulsividade. A existência destas

características deve ser entendida em função da idade

e do desenvolvimento de cada indivíduo.

2 – A PHDA constitui uma perturbação crónica que

evolui ao longo da vida, e cujas características evoluem

também. Na criança pequena as características mais

disfuncionais são o excesso de actividade motora e a

impulsividade, enquanto que, na adolescência, são o

défice de atenção e a impulsividade. A PHDA existe

também na idade adulta ainda que não se verifiquem as

mesmas características que na infância e adolescência.

3 – A PHDA, se não identificada correctamente e consequentemente não der origem a uma

intervenção atempada, pode originar a existência de outras perturbações e desadaptações, por vezes

mais graves que a PHDA em si mesma.

4 – A PHDA não tem uma etiologia única. Constitui uma perturbação com múltiplas origens e

desenvolve-se em função da existência de factores de risco e de protecção. Porém, existe uma

condição neurobiológica de base, que predispõe o indivíduo desde muito cedo na vida, para o

desenvolvimento da perturbação.

5 – A PHDA é uma perturbação com características que são típicas do desenvolvimento da criança e,

como tal, tem de ser avaliada com critério e por profissionais habilitados. O diagnóstico da situação é

clínico mas fundamentado numa avaliação criteriosa. Não existem testes específicos para realizar o

diagnóstico de PHDA, mas este facto não deve ser utilizado para viabilizar avaliações não

fundamentadas.

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6 – A PHDA não surge na vida da criança em consequência de uma situação traumática (como um

divórcio ou a morte de um familiar próximo). Pode, porém acontecer, que as características que já

estavam presentes no comportamento, se agravem e se tornem mais disruptivas nessas alturas.

7 – As características da PHDA, em especial na infância, são comuns a diferentes perturbações do

desenvolvimento. Este facto deve motivar os pais a procurarem técnicos especializados que saibam

como distinguir as situações e realizar um diagnóstico correcto da situação.

8 – As características nucleares da PHDA (défice de atenção, impulsividade e irrequietude motora),

representam uma dificuldade em mobilizar competências básicas a todas as aprendizagens. Desta

forma, é muito comum que a criança com PHDA desenvolva também outras perturbações associadas

que tornam mais complicado o diagnóstico e dificultam a intervenção. Por esta razão, quanto mais

precoce for o diagnóstico mais sucesso terá a intervenção.

9 – Grande percentagem de crianças com o diagnóstico de PHDA têm também outro diagnóstico.

Segundo um estudo realizado nos EUA (MTA Cooperative Group, 1999), cerca de 40% apresentam

também problemas de oposição e desafio, 34% apresentam perturbações da ansiedade e

dificuldades específicas de aprendizagem e ainda, cerca de 14% apresentam problemas graves de

conduta (em especial na adolescência).

10 – As características da PHDA implicam

sempre uma desadaptação em mais do

que um contexto de vida do indivíduo

(casa, escola, emprego, lúdico), sendo

essa desadaptação de grau variável em

função das características dos contextos.

Como tal, é importante perceber que a

PHDA é o resultado da interacção

constante entre uma condição biológica

de base (deficitária) e um envolvimento esp

(melhorando) as dificuldades de cada indivídu

11 – As características da PHDA resultam da

biológico, sabe-se que as razões fundament

E

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Telw

ecífico que pode potencializar (agravando) ou proteger

o.

interacção de muitos factores. Porém, do ponto de vista

ais que as originam, são fruto de um défice ao nível do

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desenvolvimento de circuitos cerebrais responsáveis pela manutenção da atenção por tempo

prolongado em tarefas de natureza monótona e pela inibição comportamental. Desta forma, é natural

que os indivíduos com PHDA apresentem dificuldades em auto-controlar-se, em resistir à frustração,

em adiar a gratificação e em focalizar e manter a atenção numa só tarefa.

12 – Segundo estudos internacionais, a PHDA pode atingir cerca de 5% a 7% (DSMIV-TR, 2002) de

crianças em idade escolar. As características inter-individuais são variáveis e nem todos os indivíduos

apresentam todas as características descritas na literatura. A gravidade do problema é também muito

variável em especial em função das situações em causa e dos contextos de cada um.

13 – A investigação, à data, sugere que a PHDA é uma condição hereditária (Barkley, 1998).

Stevenson (1994, cit. por Barkley, 1998) refere, numa revisão da literatura sobre estudos com gémeos,

que é possível verificar a existência de PHDA em cerca de 80% dos pares de gémeos. Os estudos

com crianças adoptadas revelam que existem índices mais

elevados de PHDA nos pais biológicos das crianças com

PHDA adoptadas, do que nos seus pais adoptivos (Cantweel,

1975 cit. por Barkley, 1998). Os estudos familiares têm

verificado que, em grande percentagem de famílias, a

existência de uma criança com PHDA, revela a existência de

um familiar muito próximo com o mesmo problema (pai, mãe,

tio, tia) não identificado na infância.

14 - Nem todas as crianças com dificuldades em manter a

atenção, irrequietas e impulsivas têm uma PHDA. Pode existir

outra perturbação que origine tais sintomas ou pode ser que a

criança seja, apenas, mais desatenta, irrequieta e / ou

impulsiva do que outras da sua idade. Importa acima de tudo

saber se essas características estão a causar sofrimento e

desadaptação na sua vida e nos seus contextos familiar,

escolar e social.

15 – A intervenção pressupões dois planos: a intervenção ao nível dos sintomas próprios da

perturbação e, ao nível da desadaptação secundária existente em cada caso.

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16 – Na grande maioria das situações, a PHDA provoca um ciclo vicioso de relações interpessoais e

de insucesso em diferentes planos. Actuar ao nível dos sintomas, pode ser o primeiro passo para que

outras situações se possam resolver. Esta actuação pressupõe, em muitos casos, uma intervenção

farmacológica, à base de psicoestimulantes, que actuam ao nível do sistema nervoso central,

melhorando as capacidades de atenção e diminuindo a impulsividade do indivíduo.

17 – Uma intervenção exclusivamente farmacológica não é suficiente. A PHDA resulta em inúmeras

dificuldades e, a actuação ao nível dos sintomas, não promove nem desenvolve as competências que

cada criança necessita adquirir no seu percurso de vida. Como tal é consensual afirmar que a

intervenção na PHDA deve ser Multimodal.

18 – Uma abordagem Multimodal inclui uma combinação de Programas de Modificação Cognitivo-

comportamental (modificação de contextos e de comportamento na escola e em casa) e uma

intervenção farmacológica.

Identificar pode ser o primeiro passo de um percurso adaptativo

As características da PHDA são bem visíveis, mas nem sempre é fácil a realização do diagnóstico.

• Se a criança apresenta um conjunto de características comportamentais que se enquadram

na PHDA (ver anexo I);

• Se a criança apresenta essas características em mais do que um contexto de vida;

• Se essas características são mais frequentes e duradouras do que para outras crianças com

a mesma idade e condições de desenvolvimento;

• Se existem há mais de seis meses e surgiram antes dos 7 anos de idade;

• Se as características são fonte de desadaptação na escola e na família

• Se a criança apresenta problemas de sociabilização devido ao seu comportamento impulsivo,

desatento e irrequieto;

• Se o seu comportamento se torna fonte de instabilidade familiar ainda que possa variar com

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os contextos e as tarefas realizadas

• Se os contextos não estão a ser capazes de dar uma resposta adequada para melhorar o

bem estar e promover felicidade,

Então, o mais correcto é procurar uma ajuda especializada e providenciar uma avaliação que dê

origem a uma intervenção adequada.

A identificação do problema cabe aos professores, aos pais e a outros adultos que lidam com a

criança, bem como cabe a todos uma intervenção adequada.

Que implicações tem a PHDA no contexto escolar ?

Ainda que tenhamos verificado que a PHDA não é uma perturbação exclusiva da infância,

abordaremos aqui, as questões escolares e familiares mais frequentes nesta etapa de vida..

A experiência escolar pode constituir um verdadeiro desafio para a criança com PHDA. A sua

impulsividade impede-a de responder de forma reflexiva e conduz frequentemente ao erro, as

dificuldades de memória de curto prazo dificultam a retenção de informação, as dificuldades de

planeamento e organização interferem com a escrita, em especial, quando há tempo limitado para

tal.

A grande maioria das crianças é identificada quando começa a existir uma dificuldade em

acompanhar as exigências escolares próprias para a sua idade e se começam a repetir os

insucessos e falhanços. Outras razões de identificação são os comportamentos disruptivos,

frequentes na sala de aula, ou as dificuldades de relacionamento social com os pares.

Page 9: Hiperactividade-CADIN

Uma sala de aula com praticas pedagógicas tradicionais, torna a escola um local de dificuldade

acrescida para a criança com PHDA. Desde o jardim de

infância que as dificuldades de inibição comportamental e

de auto-regulação do comportamento, são um obstáculo ao

sucesso escolar. Não ficar sentado nos momentos em que

deveria; não levantar a mão para falar; mexer-se

constantemente no seu lugar; falar alto na sala de aula,; não

ouvir o que o professor lhe diz; não cumprir os pedidos do

adulto; não terminar as suas tarefas de forma independente;

não ser capaz de se organizar em tarefas autónomas; são

características funcionais que impedem um bom

aproveitamento escolar e uma boa inserção neste contexto.

Muitos estudos sugerem que o insucesso da criança com PHDA, na escola, não se deve apenas às

suas características de comportamento, resultado de factores biológicos, mas sim a uma conjugação

entre estas e factores do contexto escolar. A investigação mostra que existem variáveis do contexto

escolar que influenciam o sucesso, nomeadamente: (1) – a dificuldade das tarefas em causa; (2) a

duração das tarefas apresentadas; (3) – o interesse das tarefas; (4) – os materiais utilizados; (5) – a

motivação para as tarefas; (6) o desafio de cada tarefa sem que este provoque frustração constante.

Assim, o sucesso escolar depende do “ajuste” entre as variáveis biológicas do indivíduo e as

variáveis do contexto. Neste “ajuste” contamos com as expectativas face ao sucesso escolar, a

consonância entre a escola e a família e o reforço que a escola representa para cada criança.

Ainda que as características da criança com PHDA sejam conhecidas, não podemos esquecer que a

sua variabilidade é imensa e que essa variabilidade existe em função do contexto. Na escola é muito

frequente que a criança agrave o seu comportamento face a tarefas de maior exigência de

concentração ou face a tarefas mais prolongadas e monótonas o que pode induzir em erro de

interpretação, por parte dos adultos, e a encará-la como preguiçosa.

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Outra situação muito frequente é o trabalho independente. Nesta situação, a criança com PHDA, face

às suas dificuldade em se organizar e iniciar uma tarefa, vai facilmente intrometer-se nas tarefas dos

outros, criando situações disruptivas e por vezes

caóticas à sua volta. Também nestas

circunstâncias é fácil interpretar o seu

comportamento como “não tem regras, porque

nunca lhe ensinaram”.

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O estilo de aprendizagem de uma criança com

PHDA é muito diferente do estilo de uma criança

sem PHDA. São crianças menos reflexivas, com

tendência a prestar atenção a muitos estímulos

em simultâneo e com maior dificuldade em

processar estímulos verbais. São crianças que “aprendem fazendo”, por tentativa e erro e que se

movem para “obter algo”. ”Necessitam, com frequência, de pistas orientadoras para a realização das

tarefas. A sua aprendizagem escolar melhora se a tarefas forem curtas e estimulantes e se forem

sistematicamente reforçadas positivamente pelas suas conquistas.

Como construir um caminho de sucesso na escola Na maior parte da vezes, a escola tenta modificar a situação, centrando-se na criança e ajustando-a

ao contexto escolar. Surgem as punições (ficar fora da sala de aula, castigar, suspender, expulsar,

etc.) e o ciclo vicioso agrava conduzindo a um maior insucesso (reprovação, retenção). Na maior

parte das vezes assume-se que o problema é da criança, e/ou da família.

O primeiro passo para um caminho de sucesso, consiste em encarar a situação como um todo, um

sistema em equilíbrio precário, que necessita de ser reorganizado e estruturado. É necessário

equacionar os elementos desse sistema (Criança, Escola, Professor, Recursos, Colegas, Família,

etc.) e as interacções que entre eles se estabelecem. É importante assumir um modelo que engloba

Page 11: Hiperactividade-CADIN

diferentes componentes, nomeadamente: as alterações ao nível do envolvimento/sala de aula; as alterações específicas ao nível das praticas e do currículo e as estratégias de intervenção directa com a criança, todas três mediadas por uma avaliação completa da situação, uma

programação e uma colaboração com a família.

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Intervir na escola, implica modificar contextos e praticas, atitudes e crenças...

utro princípio de actuação fundamenta-se na relação professor-aluno, mais do que no professor ou

o aluno e nas suas características. Mais do que modificar “maus comportamentos” é necessário

romover ambientes próprios que vão ao encontro do potencial destas crianças.

Só a estreita colaboração entre a escola e a família permite uma intervenção adequada

intervenção no contexto escolar deveria ser levada a cabo por uma equipa multidisciplinar

abilitada para colocar em prática programas específicos de intervenção. Porém, na sua ausência, o

rofessor pode e deve implementar um conjunto de estratégias e técnicas pedagógicas que

ermitirão à criança com PHDA dar melhores respostas de aprendizagem.

inhas orientadoras a intervenção com a escola

o nível do envolvimento na sala de aula, ou seja todas as actividades que o professor

mplementa para providenciar as condições óptimas para a aprendizagem, temos como exemplos:

rovidenciar um ambiente de aprendizagem estruturado

• Organize o horário e as rotinas da sala de aula em função das capacidades das crianças,

mais do que em função do horário escolar imposto.

• Planeie as transições entre actividades de forma a que a criança com PHDA não se

desorganize durante as mesmas.

• Providencia situações adequadas, de forma a que a criança possa terminar uma tarefa antes

de iniciar outra

• Destine tarefas que tenham alta probabilidade de serem completadas dentro do tempo lectivo

• Utilize estratégias para ajudar a criança a monitorizar o tempo que tem e necessita para a

realização de uma tarefa.

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• Estabeleça, com a criança, os objectivos e expectativas antes de iniciar as tarefas e nunca

durante as mesmas

• Reforce de forma positiva e sistemática a criança e evite apontar erros ou falhas

• Monitorize a realização das tarefas, dando à criança pistas para as terminar.

Regras e Consequências na sala de aula

• Organize o contexto de aprendizagem em

torno de regras e rotinas

• Pense sempre em regras de comportamento

positivo - evite o “não fazer...” e encontre

comportamentos alternativos que sejam

incompatíveis com aqueles que deseja ver

diminuídos.

• Estabeleça as regras numa linguagem

simples e clara. Se as crianças não sabem

ler, então utilize desenhos ou ilustrações

adequadas.

• O número de regras deve ser adequado ao

nível das crianças (5 ou 6 – 1º ciclo; 2 ou 3

pré-escolar).

• Coloque as regras num local visível e

implique as crianças na sua ilustração e/ ou escrita

Apresentação das tarefas

• Utilize a instrução verbal em combinação efectiva com suporte visual.

• Não dê instruções muito compridas e com informação pouco pertinente; seja claro nos seus

pedidos.

• Providencie que a instrução seja dada de forma directa à criança em causa

• A instrução deve ter em conta a experiência anterior da criança sobre o assunto ou tarefa e o

professor deve certificar-se de que a criança compreendeu o seu pedido.

• Utilize meios dinâmicos e estimulantes para apresentar as tarefas às crianças. A investigação

tem demonstrado que ao aumentar o grau de estimulação nas tarefas, bem como implicar a

novidade nos materiais e métodos utilizados, melhora a capacidade de resposta da criança com

Page 13: Hiperactividade-CADIN

PHDA. Assim, utilize o trabalho de grupo, as cantilenas, a resposta em coro, o dialogo, a actividade

motora, a cor e a forma alterada, para estimular a focar a atenção.

Organizar um quadro de regras deve pautar-se por um pensamento positivo.

O que deseja que as crianças façam?

Explique isso aos seus alunos e, assim, está a dar-lhes umaalternativa, modelando positivamente o seu comportamento.Uma regras que seja “Ficar sentado no lugar” é sempre melhordo que “Não levantar do lugar”. Mas não esqueça, as regras devem ser curtas e simples e incluiro que verdadeiramente se deseja. Há, porém, algumas regras que devem ser escritas na negativa.Existem sempre comportamentos que só podem ser explícitosquando assumidos como “não possíveis”. (Por exemplo “Nãobater nos colegas”).

Ao falar com a criança com PHDA, olhe-a sempre nos olhos – o contacto visual é a melhor forma de

obter a sua atenção.

M

O contacto visual é a melhor forma de obter a atenção

de uma criança com PHDA. Isto pressupõe que o

professor, na sala de aula, deve movimentar-se por

entre os seus alunos e organizar a sala de aula de

modo a que possa faze-lo com facilidade.

Mesmo que promova o contacto físico para obter a

atenção da criança, o contacto visual assegura que a

atenção não se dispersa enquanto dá a instrução

necessária para a execução de uma tarefa.

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13odificações na sala de aula

Page 14: Hiperactividade-CADIN

• Se possível, tente que o número de alunos na sala seja menor. Implemente um sistema de

aprendizagem em pares (tutorial), emparelhando a criança com PHDA, com outra, que seja

calma e pouco influenciável e que seja um par disponível e com competências para ajudar de

forma positiva.

• Organize as secretarias em pequenos grupos, em círculo ou por áreas de tarefa, de forma a

que o professor possa visualizar melhor todos os alunos e permita uma melhor comunicação

professor-aluno e aluno-aluno.

• Sente a criança com PHDA num local de fácil acesso, no qual ela possa movimentar-se sem

criar situações imediatamente disruptivas. Não a sente em locais com demasiados estímulos

distractores, nem em locais por onde os colegas passem com frequência.

• Organize os materiais de forma a estarem acessíveis, mas também de forma a não

constituírem fonte de distracção (guardados em armários, caixas, etc.)

• A decoração da sala deve ter em conta que muita informação acessível pode ser fonte de

distracção para a criança com PHDA. Utilize materiais que sejam indispensáveis e apelativos

mas que possam ser enquadrados no contexto de aprendizagem.

Ao nível das modificações pedagógica, ou seja, todas as alterações ou adaptações nas

actividades pedagógicas e curriculares que o professor implementa para potencializar a

aprendizagem temos como exemplos:

Providencie algumas alterações ao nível da avaliação.

D

A criança com PHDA beneficia se a sua avaliação for essencialmente verbal, ou através de trabalhos de

natureza vária. Na realização de testes necessita de mais tempo e de um ambiente calmo e longe de

factores distractores. As perguntas de um teste também deverão ter algumas adaptações como: não

existirem perguntas encadeadas, cuja resposta depende de uma anterior; não existirem perguntas com

muita informação contextual; nas perguntas de escolha múltipla ter muito cuidado com a forma como são

dadas as alternativas (não existirem alternativas com pequenas nuances). Quando existem perguntas de

escolha múltipla, o professor deve acautelar que a impulsividade pode provocar erros de resposta.

Durante a realização de testes tente perceber se a criança está a ler as perguntas até ao fim e de forma

correcta. Evite testes fotocopiados frente e verso e se assim for, chame a atenção da criança para o

facto. Utilize cópias a preto e branco, saliente informação pertinente nas perguntas, utilize os testes como

guia de estudo.

oseie os trabalhos de casa

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• As crianças com PHDA beneficiam se modificar os trabalhos de casa ou se alterar a

quantidade dos mesmos. Mesmo os alunos mais velhos, necessitam de muito apoio para

organizar o seu tempo de estudo. Não deixe de pensar que para a criança com PHDA o

tempo é um factor preponderante, e que o tempo necessário para se organizar é

especialmente importante e deve ser reforçado de forma positiva. Assim, lembre-se que, para

uma criança com PHDA, o tempo do trabalho de casa, deve incluir esse tempo de

organização para o estudo. Sobrecarregar a criança com um volume de trabalho, que para

outros pode não ser excessivo, pode prejudicar a relação pais-filho e acentuar as dificuldades

de gestão do comportamento em casa.

Adapte materiais de apoio ao estudo

• A maioria dos materiais de apoio ao estudo contêm muita informação, não organizada de

forma precisa e clara que torna difícil a tarefa de estudar à criança com PHDA. Lembre-se

que estas crianças têm muita dificuldade em organizar as suas leituras e em retirar

informação pertinente de textos. Não utilize materiais com muita informação. Simplifique a

linguagem utilizada coloque apenas a informação nuclear e organize a informação de forma

apelativa (utilize ilustrações, saliente informação importante, coloque questões, utilize guias

de estudo).

Ao nível da intervenção directa com a criança ou seja ao nível da gestão do comportamento.

Neste plano é possível a implementação de um conjunto de técnicas de modificação do

comportamento aplicadas ao contexto de sala de aula. As técnicas de modificação de comportamento

são geralmente eficazes, se bem utilizadas, e podem ajudar as crianças a adaptarem o seu

comportamento ao contexto de sala de aula.

Utilize Técnicas para Aumentar os Comportamentos Apropriados

• A forma mais eficaz de aumentar a frequência de

comportamentos desejados é utilizar o reforço positivo sempre que a crianças cumpre uma tarefa

ou regra ou apresenta um comportamento adequado

à situação.

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Te

• Utilize reforços positivos que estejam de acordo

com cada criança e com o seu nível de

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desenvolvimento. O reforço positivo varia de criança para criança. É necessário pesquisar os

reforços efectivos para cada caso.

• A realização de contratos comportamentais é uma excelente forma de encorajar a

existência de comportamentos adequados. Professor e criança desenvolvem um contracto em torno

do comportamento desejado e das consequências resultantes

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• Utilize Sistemas de Economia de Fichas, isto é um sistema em que a criança “ganha pontos”

que podem ser acumulados e “trocados” por reforços positivos ao fim de um período de tempo

determinado. A implementação destes sistemas requer um planeamento adequado ao grupo/turma e

a cada caso mas na globalidade poderá seguir algumas orientações

Utilize Técnicas para Diminuir os Comportamentos Inapropriados

• A simples proximidade é, geralmente, uma boa forma de reduzir

desadequados e de ajudar as crianças a manter a atenção

• Utilize um sinal, previamente combinado com a criança, que ajude a mes

seu comportamento e que lhe seja fornecido como pista em situaçõe

demonstrar um comportamento não adequado.

• Prefira, num primeiro nível, técnicas de “retirar privilégios ou recompensa

punitivas

• A punição é um recurso, sem eficácia, que perpétua o ciclo vicioso do “ma

Linhas orientadoras para a realização de um contrato comportamental: 1 – Determine o comportamento-alvo de forma clara e concreta 2 – Determine os reforços positivos apropriados 3 – Acorde no tempo que vai durar o contracto 4 – Escreva as consequências de forma clara e numa linguagem concisa 5 – Assine o contracto em conjunto com a criança 6 – Mantenha um registo do comportamento da criança 7 – Avalie de forma sistemática o cumprimento do contracto 8 – providencie o reforço assim que o contracto for cumprido 9 – Reformule os mesmo sempre que necessário 10 – Faça contratos para aumentar comportamentos e não para extinguir comportamentos

comportamentos

ma a monitorizar o

s em que está a

s” do que técnicas

u comportamento”

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PENSE... A criança com PHDA exige uma intervenção planeada no tempo a ao longo do tempo. A mudança estrutural e de nível político poderia facilitar a sua intervenção. Deve exigir queassim seja. Mas exija em função de uma mudança de atitude e comece a mudança pelo seu dia-a-diapor pequenos passos que pode dar no sentido de uma melhor integração destas crianças eda sua progressiva adaptação.

Um professor pode fazer a diferença na vida destas crianças.

PHDA – Como pode a família ajudar

Ser pai e/ou mãe de uma criança com PHDA, é uma tarefa desgastante, inquietante e promotora de

conflitos diários. Para os pais, o filho de aparência absolutamente normal, constitui sempre uma

incógnita face aos comportamentos que apresenta. Porque não consegue seguir as instruções que

lhe são dadas? Porque não cumpre as regras acordadas e não segue os pedidos elaborados?

Porque não consegue organizar-se de forma autónoma e parece não ouvir o que se lhe diz dezenas

de vezes e durante anos?

Muitos pais alimentam uma ideia secreta de que

tudo passará com o tempo, mas na maior parte das

vezes, o tempo confirma os seus piores receios e a

realidade vai revelando um agravar da situação.

Então, instala-se uma ânsia de que o “pesadelo”

termine e o desespero é frequente quando

procuram ajuda externa. “O que se passa com o

nosso filho” é talvez a pergunta mais frequente mas

são poucos os recursos que os pais portugueses

têm para melhor perceber o que é a PHDA (Lopes,

João, 2003).

Tal como para a escola, a PHDA representa na família, uma situação que resulta do “ajuste” entre as

características próprias da perturbação, e o contexto relacional e envolvimental em que a criança

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vive. Na maior parte das situações familiares a criança apresenta problemas de comportamento que

resultam das relações estabelecidas.

Na família, a PHDA representa um desafio diário. As situações de conflito são mais frequentes e

mais intensas do que noutras famílias com crianças da mesma idade, o que gera, nos pais uma

angústia e sentimento de culpa. A angústia, de não conseguir gerir as situações, vem quase sempre

acompanhada de um grande sentimento de incompetência parental, potencializado pelas situações

sociais vividas entre os amigos e com a sua própria família. Não é raro que, as famílias com crianças

com PHDA, se isolem e desistam de realizar um conjunto de actividades. Acabam por se fechar em

si mesmas e aumentar as suas dificuldades.

O desgosto, por não conseguirem que os filhos se comportem como os demais, conduz

frequentemente a uma grande tensão familiar que se reflecte na relação conjugal e na relação de

fraternidade. Os sentimentos generalizados de incompetência arrastam, frequentemente, uma

necessidade de culpabilizar o outro pelo “mau comportamento” da criança com PHDA que, por sua

vez, sente essa acusação dirigida a si mesma. Este sentimento gera mais comportamentos

disruptivos, potencializando o ciclo vicioso que se instala nas relações familiares. É frequente

assistirmos a estilos parentais muito punitivos, sabendo que a punição é o caminho errado para o

aliviar da tensão.

Um dos passos mais importantes para quebrar este ciclo consiste no facto de os pais poderem

perceber o que é a PHDA, e como é que as suas características provocam desadaptação na vida da

criança. Para tal a informação é muito importante, bem como a realização de reuniões formativas.

Algumas Estratégias para os Pais

Seja Proactivo – isto é, é preferível que antecipe a situação, evitando que aconteça, do que reagir a

ela. Frequentemente as nossas reacções são mais o resultado do nosso estado de humor na altura,

do que verdadeiras reacções ao comportamento da criança. Antecipando, evitamos reagir de forma

inconstante. É preferível orientar a criança de forma a não surgir a situação-problema, do que reagir à

mesma. Para orientar a criança, ajude-a a encontrar soluções alternativas e a rever os erros

cometidos, mantendo a calma e a tranquilidade.

Ponha as coisas mais importantes em primeiro lugar – Há situações que podemos ignorar. Há

outras que não. Hierarquize as situações, não reaja a todas da mesma forma, ignorando aquelas que

não interferem significativamente com a vida familiar e com a saúde e segurança de todos. Organize

Page 19: Hiperactividade-CADIN

as situações em categorias de prioridade e naquelas que acorde não poder ignorar, tente ser

proactivo e não reactivo.

Tente compreender a situação do seu filho antes de querer ser compreendido – Se tentar, em

primeiro lugar, entender a situação do seu filho, aumenta a probabilidade de ser correspondido, pois

está a actuar como modelo. Tente não fazer passar a ideia de que a relação entre pais e filhos se

estrutura em função dos comportamentos negativos ou positivos

apresentados, mas que é algo mais básico e duradouro.

Promova a cumplicidade entre pai e mãe e entre pais e filhos – Se

existir cumplicidade entre os pais, é mais provável que a acção

desejada seja alcançada com sucesso. Da mesma forma se os

objectivos forem partilhados com o seu filho e negociados entre

ambos, a probabilidade de sucesso aumenta. Não se esqueça que os

pais são um modelo para a criança e como tal deve agir com

coerência.

Utilize com frequência o reforço positivo – reforce de forma imediata e sistemática o bom

comportamento e as capacidades do seu filho. Punir o mau comportamento gera, frequentemente,

maior sentimento de insucesso e aumenta o conflito. No entanto, compreenda que o reforço deve ser

imediato. Não deixe para o fim de semana o prometido jogo. Utilize, sempre que possível, reforços

sociais que estejam de acordo com a idade do seu filho. O melhor reforço que pode conceder-lhe é

um tempo especial entre si e ele, sem interferências e durante o qual se disponibiliza para o aceitar

como ele é.

Se tiver de utilizar uma punição não grite e não se exalte.

Explique porque é que está a actuar dessa forma, mantendo a calma

ao falar e agir. Não puna a criança em situação de “conflito aberto”

ou em situação de “birra”. Neste casos retire a criança da situação

geradora de conflito e espere que se acalme. Ajude a criança a

acalmar-se partindo do princípio que não deve exaltar-se. Quando a

criança estiver tranquila, então explique o porquê da punição (não

física, mas sim retirada de privilégios) e tente encontrar, com ela,

alternativas para o comportamento desadequado.

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Ajude o seu filho a organizar-se, estabelecendo

rotinas adequadas às suas capacidades e reforçando a

sua realização. Utilize sempre reforços positivos ou a

implementação de sistemas de economia de fichas à

semelhança do referido para a escola. Procure também

que a situação familiar promova um ambiente estruturado

e com rotinas adequadas e calmas. Procure que a criança

participe nas rotinas familiares, mas não se esqueça, que

as tarefas devem estar adequadas às suas capacidades e

que deve tentar dar informação de forma clara e concisa

de forma a facilitar a assimilação por parte da criança.

Não peça tudo de uma vez. Distribua as tarefas no tempo, intervalando com situações menos

estruturadas e reforce sempre a criança quando ela é capaz de cumprir tarefas até ao fim.

Ajude o seu filho com as amizades – Muitas vezes ter os amigos do seu filho em casa é

complicado. Organize situações lúdicas de desafio e aventura, fora de casa, e aproveite as situações

para modelar as relações entre ele e os

amigos e para o ajudar a organizar-se e

adequar o seu comportamento. É

importante que saiba explicar aos pais

das outras crianças o problema do seu

filho, sem dramatizar e sem dar a ideia de

que nada há a fazer. Estabeleça com o seu filho um contrato nas situações em que ele vai para casa

de amigos e reforce as suas conquistas de imediato.

Mantenha sempre a calma – ou pelo menos tente e treine... Manter uma atitude firme mas tranquila

é essencial para lidar com o seu filho. Para tal também é preciso que os pais pensem em si próprios.

Procurar ajudas externas para poder estar sem os filhos é essencial, mas duplamente complicado

com uma criança com PHDA. Muitas vezes os avós não conseguem lidar com a situação e não há

quem fique com a criança. Não desista.

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PENSE... O SEU FILHO NÃO É HIPERACTIVO !

O SEU FILHO TEM UMA PERTURBAÇÃO DE HIPERACTIVIDADE E DÉFICE DE ATENÇÃO. TENTE COMPREENDER PARA MELHOR ACTUAR

Compreender a PHDA é um primeiro passo para a intervenção. Aceita-la nas suas vicissitudes o

segundo, sabendo distinguir um verdadeiro problema de um “mau comportamento”. Intervir

pressupõe a procura de ajuda especializada, mas acima de tudo uma implicação pessoal na

mudança. Cabe a todos tentar compreender, procurar saberes e encontrar formas de agir que vão no

sentido da inclusão e da aceitação da diferença, mesmo quando esta só é visível no comportamento.

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