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12/01/2015 1 Henrique Lopes [email protected] janeiro 2015 Estrutura 1. Regulamentação - Higiene e segurança em enologia 2. Higiene na adega, equipamentos e utensílios 3. Os materiais em contacto com o vinho 4. Tipo de sujidades 5. Lavagem 6. Detergentes e outros agentes de limpeza 7. Desinfeção 8. Agentes desinfetantes 9. Dosagens 10.Etapas de higienização e fatores determinantes para a sua eficácia 11.Técnicas e equipamentos para lavagem e desinfeção 12.Controlo da higienização 13.Compatibilidades 14.Planos de higienização

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12/01/2015

1

Henrique Lopes

[email protected]

janeiro 2015

Estrutura 1. Regulamentação - Higiene e segurança em enologia2. Higiene na adega, equipamentos e utensílios 3. Os materiais em contacto com o vinho 4. Tipo de sujidades 5. Lavagem 6. Detergentes e outros agentes de limpeza7. Desinfeção8. Agentes desinfetantes9. Dosagens10.Etapas de higienização e fatores determinantes para a sua eficácia11.Técnicas e equipamentos para lavagem e desinfeção 12.Controlo da higienização 13.Compatibilidades14.Planos de higienização

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� Regulamentação� Empresas do setor do vinho - abrangidas pelo Regulamento (CE) nº

852/2004 de 29 de abril – enumera requisitos referentes a▪ Pessoal▪ Instalações▪ Meios de transporte▪ Equipamentos▪ Abastecimento de água ▪ Tratamento de resíduos

� Decreto-Lei n. 113/2006 de 12 de junho � assegurar a execução e garantir o cumprimento, no ordenamento jurídico

nacional, das obrigações decorrentes dos Regulamentos (CE)852/2004

� tipificar as infrações e respetivas sanções - efetivas, proporcionadas e dissuasivas, em caso de violação das normas

� Definir as entidades responsáveis pelo controlo da aplicação das normas dos regulamentos supracitados, bem como as constantes do presente decreto-lei, atribuindo-se ainda poderes de fiscalização à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)

� aprovação dos códigos nacionais de boas práticas

� Ideia de que o vinho está protegido contra problemas associados à falta de higiene pelo facto de possuir� baixo pH

� Algum teor alcoólico

� dióxido de enxofre

� Diversos microrganismos, que não sendo patogénicos afetam as características organoléticas do vinho

� A falta de higiene pode transformar um produto de excelente qualidade num produto cheio de defeitos ou impróprio para consumo

� Doenças – Azedia, pico lático

� Maus aromas – Fenóis voláteis, acetato de etilo, bafio e bolor

� Boas práticas de higiene ao longo de todo o processo produtivo

� limitam o desenvolvimento de microrganismos no vinho

� limitam alterações organoléticas

� garantem a qualidade do produto

� Garantem a satisfação do consumidor

� Garantem a salvaguarda da marca

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sem fendas ou rachas que permitam a

entrada de roedores ou outras infestações -

assinaladas e reparadas de imediato

� chão – sempre limpoe sem lixo

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-

Impedir entrada de insetos e outros

animais nos edifícios e áreas de

funcionamento - fiscalizar a sua eficácia

protegidos de roedores e outras

infestações - serem despejados regularmente

� contentores de lixo

� indicadores do controlo de infestações - visivelmente assinalados e localizados para evitar contaminação ou

derramamento acidental

Áreas de receção e fermentação no exterior – sem lixos, com bom

escoamento - para fora da zona de

produção - planeadas para permitir fácil acesso e limpeza

�Cubas de fermentação e

armazenagem -devem manter-se

fechadas

Ώ

� As instalações – permitirem limpeza e/ou desinfeção adequadas - prevenirem acumulação de sujidade

� Os pavimentos, as paredes e as portas - mantidos em boas condições e facilmente laváveis ou desinfetáveis

� As áreas de armazenamento e expedição - regularmente inspecionadas para evitar contaminação cruzada entre as matérias-primas e o produto acabado

� As vias e passagens de acesso - isentas de lixos, embalagens vazias, matérias-primas e produtos acabados

� Tomar medidas para evitar a queda de partículas no vinho, formação de condensação e bolores - superfícies – tetos- paredes-chão-depósitos e equipamentos da adega

� O processamento e a armazenagem do vinho - em condições de temperatura adequadas

� As casas de banho - bem ventiladas, limpas, lavatórios suficientes - com materiais para limpeza e dispositivos para secagem higiénica - com torneiras de comando não manual -sanitas em número suficiente - com um sistema de esgoto próprio -ventilação adequada

� nunca devem comunicar diretamente

com as salas onde se manipula o vinho ou

as suas matérias-primas

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� Sistemas de ventilação - proporcionar um acesso fácil aos filtros e a outras

partes que necessitem de limpeza ou de substituição

� Instalações de esgoto - projetadas e construídas de forma a evitar o risco de

contaminação do vinho ou das matérias-primas

� As áreas de refeições e de troca de roupa do pessoal

� regularmente limpas,

� bem iluminadas e ventiladas

� isoladas de todas as zonas de produção ou armazenamento

� Existir armazéns suficientes para todas as matérias-primas e produtos acabados

� facilmente identificados e guardados separadamente dos químicos de limpeza

e de outros materiais para que não sofram deterioração

� materiais incompatíveis armazenados separados

� Na área de embalagem não deve haver equipamento não essencial nem

materiais não usados nos trabalhos de embalagem

� As sobras de embalagens e outros desperdícios devem ser retirados da

área pelo menos uma vez por dia

� Optar por

� portas com superfícies lisas e não absorventes

� janelas e outras aberturas construídas de modo a evitar a acumulação de

sujidade - equipadas com redes de proteção contra insetos - facilmente

removíveis para limpeza

� mantidas fechadas durante a laboração

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� A área de engarrafamento - evitar a entrada de materiais estranhos e infestações

� Bem iluminada e ventilada - permitir o escoamento de gases e de vapor do equipamento de lavagem do engarrafamento

� Os acessórios de iluminação - estarem selados de modo a impedir a entrada

de insetos e a evitar quebras de lâmpadas sob a zona de produção ou engarrafamento

� As paredes - construídas com materiais impermeáveis, não absorventes, laváveis e não tóxicos, lisas até uma altura adequada às operações de limpeza

Os pavimentos - construídos com materiais impermeáveis, resistentes, antiderrapantes, laváveis e não tóxicos - permitir o escoamento adequado e a não acumulação de sujidades - mantidos em bom estado de conservação e limpeza

� Os tetos e outros equipamentos suspensos - concebidos, construídos e acabados de modo a

� evitar a acumulação de sujidade

� reduzir a condensação e o desenvolvimento de bolores

� evitar o desprendimento de partículas ou objetos nocivos

� As superfícies em contacto com o vinho ou as suas matérias-primas - construídas em materiais lisos, laváveis e não tóxicos

� Os dispositivos adequados para a limpeza e desinfeção dos utensílios e dos equipamentos de trabalho - serem de fácil limpeza e constituídos por materiais resistentes à corrosão e abastecidos de água potável quente e fria

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� Todo o equipamento

� deve ser apropriado para os fins desejados

� devem ser mantidos em boas condições de

arrumação e conservação, de modo a reduzir

ao mínimo qualquer risco de contaminação,

permitir uma limpeza perfeita e a sua

desinfeção – as soldaduras devem ser lisas, os

cantos arredondados - todas as superfícies de

contacto com o vinho - acessíveis à limpeza

� Devem ser efetuados controlos prévios ao equipamento - facilidade de higienização

� Todo o equipamento - instalado de modo a facilitar o funcionamento, reparação e limpeza bem como a limpeza adequada da área circundante - minimizar a possibilidade de contaminação

� O equipamento que não está a uso, incluindo mangueiras, deve ser guardado em boas condições de limpeza no seu devido lugar

� Os lubrificantes usados em locais onde a filtração ou o gotejamento para as uvas ou vinho seja possível devem ser aprovados para uso em situações de preparação de produtos alimentares – a lubrificação do equipamento deve ser feita cuidadosamente para evitar a contaminação

� Para controlo da temperatura - termómetros digitais ou mecânicos; os termómetros de mercúrio não podem ser usados nas Adegas

� A canalização fixa deve estar visivelmente rotulada ou identificada para evitar confusão - deve ser de escoamento completamente livre para evitar qualquer retenção de líquidos residuais

� O equipamento de enchimento e rolhamento - concebido de modo a evitar danos nas garrafas, particularmente no gargalo e na zona da abertura

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� Os resíduos de matérias-primas, de vinho ou de outros materiais, não devem ser acumulados em zonas de vinificação

� Serem tomadas medidas apropriadas para a remoção e armazenagem dos resíduos.

� Os contentores adequados - em boas condições e permitir a fácil limpeza e desinfeção.

� Os resíduos - depositados em contentores que possam ser fechados

� Os locais de armazenagem dos resíduos devem – ser concebidos e utilizados de modo a permitir boas condições de limpeza - impedir o acesso de animais e a contaminação da água potável - equipamentos e instalações

� MADEIRA

� CIMENTO

� FIBRA DE VIDRO

� RESINAS EPOXI

� AÇO REVESTIDO

� BORRACHA

� POLIETILENO

� INOX

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� MADEIRA� Já teve uso mais generalizado – limitado praticamente à madeira de

carvalho – tende a recuperar importância para envelhecimento de vinhos de qualidade

� Difícil higienização – muito porosa – retém sujidade e dificulta lavagem

� Ao fim de alguns anos de uso os poros ficam completamente colmatados

� Usa-se a madeira essencialmente para que haja:

▪ Migração de taninos hidrolisáveis da madeira para o vinho

▪ Migração de compostos voláteis, resultantes essencialmente da tosta e degradação da lenhina, da madeira para o vinho

▪ Interação da madeira com os vários compostos do vinho

▪ Microoxigenação

� Necessidade de afrancamento inicial, para remoção de taninos grosseiros -água, vapor, água quente, água salgada - 5kg/100L

� Conservação por mechagem -25 g/hl

� CIMENTO

� Grande utilização em determinada época– preço elevado da madeira, usado principalmente para vasilhas

de capacidade elevada – dificuldades de manutenção� Higienização difícil – rugosidade� Comprometimento da conservação do vinho – cedência de cálcio

ao vinho – neutraliza ácidos orgânicos livres � Para evitar contacto direto do cimento com o vinho

▪ Revestimento com Sol. Ácido tartárico 20% - formação de camada insolúvel de tartarato neutro de cálcio

▪ Revestimento com resinas epoxi (Base + Endurecedor) - apresenta ligeiros riscos de migração de álcool benzílico ou aldeído benzóico ( gosto a amêndoa amarga) - boa solução em termos higiénicos

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� FIBRA DE VIDRO

� Peso reduzido � Preço acessível� Aconselhável para produtos de teor alcoólico

relativamente baixo e temperaturas não muito elevadas� Podem migrar para o vinho moléculas de estireno não

ligadas – detetadas pelo olfato e pelo gosto em teores de 0,1 a 0,2mg/L – migração aumenta com o teor alcoólico e temperatura – em França – limite 9 a 13% TAVA e temperaturas ≤ 30ºC

� Utilização para fermentação – apenas com controlo de temperatura

� INOX

INOX (AISI 304 + AISI 316) – carbono, crómio e níquel

� AISI 316 – mais resistente que o AISI 304 devido à presença também de molibdénio e titânio

� O material mais durável

� Baixa reatividade química

� O material mais facilmente higienizável – superfícies lisas

� BORRACHA

� Tubagens e juntas� Sensível ao calor� Absorve matérias corante e sujidade� Especial cuidado na lavagem e desinfeção

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� Polissacarídeos

� Proteínas

� Matéria Corante

� Sais Tartáricos

� Sais de Ferro

� Sais de Cobre

� Leveduras

� Bactérias

� Operação de remoção de sujidade de uma superfície –aplicação de um detergente� Os detergentes possuem, por norma, um agente tensioativo – tem 2

polos:▪ Hidrofílico – dirigido para o líquido polar - água

▪ Hidrofóbico

▪ Permite o envolvimento da sujidade - desintegração em micelas(partículas pequenas) – facilitado pela agitação do líquido – evacuado com enxaguamento

� Importante – enxaguamento intenso para evitar resíduo do detergente

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� Detergente – qualquer substância ou preparação que contenha sabão ou outro tensioativo, se destine a processos de lavagem ou de dispersão com água ou outros líquidos - alcalinos ou ácidos� Alcalinos – mais utilizados – mais adaptados à natureza da sujidade a eliminar –

compatíveis com a maior parte dos tensioativos▪ NaOH – solução 1% - pH =13 – poder hidrolisante,

saponificante, precipita sais de cálcio e magnésio, favorece a formação de espuma

▪ Na2CO3 - solução 1% .-pH =11,4 – solução muito estável – facilmente arrastada por enxaguamento

▪ Silicatos de sódio – ação detergente

▪ Fosfatos – soluções a 1% com pH que varia entre 8,8 e 12 conforme a substância usada

� ácidos - pouco utilizados devido à má detergência e dificuldades de manipulação - usados essencialmente para sujidade de origem mineral

▪ HCL – mau detergente – causa a corrosão do inox – usado apenas a frio

▪ HNO3 – reconstitui passivamente a camada que confere carater inoxidável – não compatível com tensioativos

▪ H2SO4 – mau detergente mas não liberta vapores

▪ H3PO4 – melhor detergente ácido – compatível com grande número de tensiotivos – usa-se para eliminar resíduos de calcário do inox e na lavagem de pavimentos com resíduos de cimento

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� Agentes tensioativos – em pequenas concentrações baixam a tensão superficial das soluções de detergente e melhoram a sua “molhabilidade”, provocando mais fácil emulsão da sujidade

▪ Aniónicos – precipitam Ca2+ e Mg2+ e formam espuma abundante – não podem ser usados em águas muito duras, exceto se se usarem conjuntamente com sequestrantes

ex: dodecanoato de sódioquando se ionizar em solução aquosa, fornece iões

orgânicos carregados negativamente

▪ Não iónicos – não precipitam Ca2+ e Mg2+ - podem ser usados em águas duras – produzem pouca espuma – a sua solubilidade diminui à medida que a temperatura sobe

ex: quaternário de amónio

Quando sei ionizam em solução aquosa, fornece iões orgânicos carregados positivamente

� Agentes sequestrantes – combinam-se com sais de cálcio, magnésio e ferro e impedem a formação de incrustações nas superfícies – evitam a redeposição da sujidade – os mais usados são compostos orgânicos como

▪ EDTA – tem poder sequestrante máximo a pH entre 10 e 13 – é estável em meio alcalino e a quente

▪ Gluconato de sódio – não é tão eficaz como EDTA – a eficácia aumenta com o pH – usado em banhos fortemente alcalinos

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� Formulação de detergentes� Os detergentes disponibilizados pela indústria são quase sempre

associações de vários produtos pois nenhum isolado reúne as condições ideias

� A Soda cáustica – é bom detergente mas:▪ Tem má molhabilidade▪ Precipita os sais de Ca2+ e Mg2+ nas águas duras▪ Forma espuma

� Poder-se-iam evitar estes inconvenientes adicionando:▪ Um tensioativo não ionico – agente não iónico▪ Um sequestrante - EDTA▪ Um agente anti-espuma – agente não iónico▪ Um tampão – fosfato▪ Um anti-corrosão – silicato

� Ex. de Formulação:▪ Soda cáustica + agente não iónico + EDTA + Fosfato + Silicato

� Desinfeção – operação que visa a redução drástica mas momentânea dos microrganismos presentes no material, vasilhame ou equipamento

� Sempre apenas após uma lavagem

� Imediatamente antes da utilização do material� Curva de crescimento de microrganismos

• Fase de latência (LAG)– adaptação dos

microrganismos ao meio

• Fase exponencial (EXP) – rápida

multiplicação – crescimento máximo

• Fase estacionária – nº de células que

nasce igual às que morrem

• Fase de declínio (morte) – as células vão

morrendo e não há multiplicação

vegetativa

Interessa evitar o crescimento dos microrganismos – lavar e desinfetar na fase de latência

http://www.bibliotecauniversitaria.gov.cv/index.php?option=com_rea&id_disciplina=3&id_materia=7&id_capitulo=30&Itemid=106

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� Agentes físicos – destroem os microrganismos pela sua ação térmica

� Vapor de água – muito usado em linhas de enchimento e pipas� Água quente - muito usada em pipas

� Agentes químicos – são compostos ou associações de compostos que atuam da seguinte forma:

▪ Fixação do desinfetante químico na parede celular do microrganismo▪ Actuação ao nível da membrana citoplasmática bloqueando as enzimas da cadeia respiratória

ou provocando alterações da membrana▪ Atuação a nível dos constituintes intracelulares – proteínas enzimáticas, ácidos nucleicos, etc.

� Produtos à base de cloro – largo espectro bactericida, baixa toxicidade e baixo custo –usar a pH > 8 para evitar corrosão do inox

� Produtos à base de Iodo – não são muito usados apesar da eficácia comprovada – ação semelhante aos clorados – pode usar-se iodo + ácido fosfórico e iodo + cloro (mais estável e menos corrosivo)

� Ácido Peracetico – forte agente oxidante – mais potente que o cloro – muito eficaz contra os principais microrganismos mesmo a frio

� Quaternários de amónio – formam espuma e são sensíveis à dureza da água

� Ozono – o mais potente oxidante de todos os produtos – corrosivo e tóxico para o aplicador acima de 125 ppb

Produtos cloradosO cloro, embora seja bom desinfectante, está na base da formação dos cloroanisóis

(TCA, TeCA, PCA) - estes compostos, como o PBA são os responsáveis pelo aroma

abolorado “a rolha” – se se usarem produtos clorados, deve garantir-se um

enxaguamento perfeito, para não subsistirem nos equipamentos vestígios daquele

composto

EspumasAs espumas são uma solução recente que tem como principais vantagens:

� Visualização das zonas tratadas

� Facilidade de aplicação

� Rapidez de aplicação

� Consumo controlado

� Se bem formuladas, possui boa eficácia detergente e desinfetante

Desvantagem:� Ação mecânica fraca com pressão baixa ou média – dependendo da qualidade da espuma

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Detergentes� Utilizam-se geralmente dissolvidos ou diluídos em

água em concentrações de 0,5 a 5 % (5 - 50 ml/L)

Desinfetantes� Utilizam-se geralmente dissolvidos ou diluídos em

água em concentrações de 0,05 a 0,5 % ( 0,5 a 5 ml/L)

� Etapas de higienização� Pré-enxaguamento� Detergência� Enxaguamento� Desinfeção� Enxaguamento

� Factores que condicionam a higienização� Temperatura – o aumento da temperatura melhora a limpeza – respeitar os limites

dos produtos e equipamentos

� Tempo – aumento do tempo de contacto – aumento da quantidade de sujidade removida

� Concentração – aumento da concentração – aumenta a eficácia da limpeza –respeitar as concentrações máximas indicadas pelos fabricantes – risco de vestígios dos produtos de lavagem e desinfeção nas superfícies após enxaguamento final

� Ação mecânica – maior ação mecânica – maior efeito de limpeza – recomendadas muitas vezes lavagens sob pressão

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� Cubas� Máquinas de pressão� Pinhas e torniquetes de lavagem� Espumas

� Equipamentos/utensílios� Máquinas de pressão� Espumas� Submersão

� Pavimentos/paredes� Máquinas de pressão� Aspiradores de pó e líquido� Lavadoras de pavimento

� Controlo por bioluminescência� Deteção da presença de ATP – resíduos

de matéria orgânica ou microrganismos – bactérias e/ou fungos

� Controlo Microbiológico � Contagem de microrganismos viáveis –

bactérias e/ou fungos nas superfícies após a desinfeção

� Controlo da água de enxaguamento� pH� Resíduos de detergente� Resíduos de desinfetantes

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MATERIAL PRODUTOS A USAR

INOXAlcalinos FortesÁcido Fosfórico e NítricoClorados em meio Básico ou Ácidos Fracos

Aço ou cimento revestidos –EPOXI

Alcalinos e Alcalinos FortesAlcalinos CloradosÁcidos

Cimento não revestido Alcalinos e Alcalinos FortesAlcalinos Clorados

Madeira AlcalinosDióxido de Enxofre

Cobre, Latão e Bronze Alcalinos

Plásticos

ÁcidosAlcalinosAlcalinos fortesAlcalinos Clorados

BorrachaAlcalinos a baixa temperaturaCloradosÁcidos fracos

� A higiene deve ser preventiva em detrimento de uma abordagem corretiva -

consegue-se controlar o processo sem sobressaltos que exijam procedimentos

agressivos para os materiais e com custos económicos elevados - a higiene, como

tudo, deverá ser racionalizada para que não se torne inútil

� As instalações da adega e os equipamentos devem ser limpos regularmente de acordo

com os procedimentos estabelecidos nos planos de higiene - definem os

procedimentos a executar, a sua periodicidade, os produtos e os respetivos

parâmetros de utilização - inserem-se no sistema de autocontrolo e

responsabilizam os responsáveis pelas tarefas de higiene na adega

� Concluído o procedimento estabelecido no plano de higiene, importa proceder ao

seu controlo e validação final - para garantir a inexistência de resíduos de

produtos químicos, utilizados para a higienização, assim como comprovar que a

mesma foi efetiva - cada vez mais são utilizados sistemas de controlo por

bioluminescência, microbiológico e de água de enxaguamento

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