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FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA Centro de Ensino Técnico e Profissionalizante Quintino ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL REPÚBLICA DEPARTAMENTO DE MECÂNICA HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO Engº Mário L. C. Almeida

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FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICACentro de Ensino Técnico e Profissionalizante

Quintino

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL REPÚBLICADEPARTAMENTO DE MECÂNICA

HIGIENE E SEGURANÇANO TRABALHO

Engº Mário L. C. Almeida

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HISTÓRICO 1Quando estudamos documentos relacionados à Segurança do Trabalhovemos algumas referências aos riscos profissionais.

Hipócrates, quatro séculos antes de Cristo, fez menção à existência demoléstias entre mineiros e metalúrgicos. Plínio, o Velho, no início da EraCristã, descreveu moléstias do pulmão e envenenamento entre mineiros, pelomanuseio do enxofre e do zinco. Galeno, no século II, citou moléstiasprofissionais entre trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo.

Georgius Agrícola (forma latina de Georg Bauer). Médico, era estudioso detodos os aspectos da mineralogia e da indústria metalúrgica e iniciou umestudo de 25 anos que culminou na sua obra-prima publicadapostumamente: “De re metallica” (1556), um tratado de mineralogia emetalurgia. O tratado, com doze capítulos, inclui 292 gravuras em madeiracuidadosamente entalhadas e estuda problemas relacionados à extração e àfundição da prata e do ouro. A obra discute acidentes do trabalho e doençascomuns entre mineiros, destacando-se a “asma dos mineiros”, provocada porpoeiras que Agrícola denominava “corrosivas”. A descrição dos sintomasindica que se tratava de silicose.

Ainda no século XVI, Paracelso escreveu a primeira monografia sobre arelação entre trabalho e doença: “Von Der Birgsucht Und Anderen BergrankHeiten”. Nela foram mostrados os sintomas da intoxicação pelo mercúrio.

Em 1700 publicou-se na Itália “De Morbis Artificum Dia Triba” do médicoBernardino Ramazzini, “o pai da medicina do trabalho”. Nessa obra foramdescritas cerca de cem profissões e os riscos específicos de cada uma delas.Descrições baseadas nas observações clínicas do autor que sempreperguntava aos pacientes: ”Qual a sua ocupação ?”.

Com a invenção da máquina de fiar, ocorreu na Inglaterra a RevoluçãoIndustrial. Até aí, o artesão era dono dos seus meios de produção. O altocusto das máquinas não mais permitiu que o artesão as possuísse. Quandoos capitalistas viram as chances de lucro, decidiram comprar máquinas eempregar pessoas para fazê-las funcionar. Surgiram assim as primeirasfábricas de tecidos e, com elas, o Capital e o Trabalho.

Com o advento das máquinas a vapor, a indústria, que não precisava maisdos rios para fazer as máquinas movimentarem-se, veio para as cidades,onde havia farta mão-de-obra.

No crescimento desenfreado das fábricas não havia cuidados quanto à saúdeda mão-de-obra, constituída de homens, mulheres e crianças. Chegou-se aocúmulo de se vender crianças para suprir a mão de obra. No final do séculoXVIII, a indústria inglesa ofereceu melhores salários mas causou problemas

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3ocupacionais sérios: altos índices de acidentes e de moléstias profissionaiseram causados pelo trabalho em máquinas sem proteção, pelo trabalhoexecutado em ambientes fechados onde a ventilação era precária e o ruídoatingia limites altíssimos e pela inexistência de limites de horas de trabalho.

Em 1802 o Parlamento Britânico aprovou a 1ª lei de proteção aotrabalhador: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu olimite de 12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno, obrigouos empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e tornouobrigatória a ventilação destas.

Três décadas mais tarde, uma comissão parlamentar de inquérito sobredoenças do trabalho elaborou um relatório que concluía: “Diante destaComissão desfilou longa procissão de trabalhadores - homens e mulheres,meninas, abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidadehumana. Cada um deles era a evidência de uma vida arruinada, um quadrovivo de uma crueldade humana do homem para com o homem, uma impiedosacondenação daqueles legisladores que, quando em suas mãos detinham poderimenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes”.

A denúncia da Comissão fez com que, em 1833, surgisse a 1ª lei realmenteeficiente de proteção ao trabalhador: a “Lei das Fábricas” (Factory Act).Criava restrições às empresas têxteis em que fosse usada a força hidráulicaou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitava ashoras de trabalho destes a 12 por dia e 60 por semana; as fábricas eramobrigadas a ter escolas, que seriam freqüentadas pelos trabalhadoresmenores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e ummédico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia àsua idade.

Em 1867 incluiu-se nesta lei mais moléstias e estipulou-se a proteção dasmáquinas e a ventilação mecânica para o controle de poeiras; proibiu-se aingestão de alimentos nos ambientes sob atmosferas nocivas da fábrica.

Foi na Grã-Bretanha onde primeiro foram registradas medidas em atenção àboa saúde do trabalhador. Lá foi criado o 1º órgão fiscalizador do Ministériodo Trabalho para apurar doenças profissionais e realizar exames médicospré-admissionais e periódicos.

A evolução da Revolução Industrial resultou no aparecimento dos serviços desaúde ocupacional em vários países europeus. Na França, em 1946, tornou-se obrigatória a existência de serviços de saúde ocupacional emestabelecimentos, industriais ou comerciais, onde trabalhassem mais de dezpessoas. Mais recentemente, na Espanha e em Portugal, outras leisobrigaram à criação de serviços de saúde ocupacional em empresas commais de quinhentos trabalhadores.

Nos Estados Unidos os serviços de saúde ocupacional não existiam até aentrada em vigor de leis sobre indenizações em casos de acidente detrabalho. Por isso, os empregadores estabeleceram, no início deste século, os

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4primeiros serviços de saúde ocupacional com o principal objetivo de reduziro custo das indenizações.

Em meados do século a importância da proteção dos trabalhadores atingiu aOrganização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial deSaúde (OMS). Assim, a 43ª Conferência Internacional do Trabalhoestabeleceu a “Recomendação para os serviços de saúde ocupacional, 1959”que determinava serem objetivos dos serviços de saúde ocupacionalinstalados em um estabelecimento de trabalho, ou em suas proximidades:

1- Proteger os trabalhadores contra riscos à sua saúde, que possamdecorrer do seu trabalho ou das condições em que este é realizado.

2- Contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador,obtido especialmente pela adaptação do trabalho aostrabalhadores, e pela colocação destes em atividades profissionaispara as quais tenham aptidões.

3- Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais altograu possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

No Brasil as estatísticas sobre doenças profissionais e sobre acidentes dotrabalho eram tão alarmantes que o Governo Federal baixou a portaria3.237, de 17 de julho de 1972, que tornou obrigatória a existência deServiços de Medicina do Trabalho e de Engenharia de Segurança doTrabalho em todas as empresas com mais de cem trabalhadores. A Lei nº6.514, de 22 de dezembro de 1977 e as normas regulamentadoras aprovadaspela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 dão continuidade à legislaçãode proteção ao trabalhador brasileiro.

Atualmente são trinta e duas as normas regulamentadoras do trabalhourbano:

NR – 01 - Disposições GeraisNR – 02 - Inspeção PréviaNR – 03 - Embargo ou interdiçãoNR – 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho – SESMTNR – 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPANR – 06 - Equipamento de proteção Individual – EPINR – 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –

PCMSONR – 08 - EdificaçõesNR – 09 - Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRANR – 10 - Instalações e serviços em eletricidadeNR – 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de

materiaisNR – 12 - Máquinas e equipamentosNR – 13 - Caldeiras e vasos de pressãoNR – 14 - FornosNR – 15 - Atividades e operações insalubresNR – 16 - Atividades e operações perigosas

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5NR – 17 - ErgonomiaNR – 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construçãoNR – 19 - ExplosivosNR – 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveisNR – 21 - Trabalho a céu abertoNR – 22 - Trabalhos subterrâneosNR – 23 - Proteção contra incêndiosNR – 24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalhoNR – 25 - Resíduos industriaisNR – 26 - Sinalização de segurançaNR – 27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no

Ministério do Trabalho e da Previdência SocialNR – 28 - Fiscalização e penalidadesNR – 29 - Trabalho PortuárioNR - 30 - Trabalho AquaviárioNR – 31 – Trabalhos em Espaços Confinados *NR – 32 - Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde *NR – 33 - Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração

Florestal e Pesca *

Mais cinco regulamentam o trabalho rural:

NRR – 1 – Disposições GeraisNRR – 2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do

Trabalho Rural – SEPATRNRR – 3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

Rural – CIPATRNRR – 4 – Equipamentos de Prevenção IndividualNRR – 5 – Produtos Químicos

* em desenvolvimento

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ACIDENTES DO TRABALHO 22.1 - ACIDENTES DO TRABALHO

Os acidentes no trabalho causam, em qualquer comunidade, prejuízos quesão um sério obstáculo ao desenvolvimento sócio-econômico de um paísporque debilitam o trabalhador, restringem a sua capacidade de produçãoalém de poderem causar danos às máquinas, equipamentos e instalações deuma empresa.

Para se determinar e combater as causas dos acidentes do trabalho énecessário, primeiramente, conhecermos as definições de acidente dotrabalho.

2.1.1 - CONCEITO LEGAL

No Brasil, o Decreto nº 61.784 de 28 de novembro de 1967, em seu Art. 3ºassim define acidente de trabalho:

2.1.2 - CONCEITO PREVENCIONISTA

De acordo com o conceito prevencionista:

Ex.: A queda de um objeto do empilhamento mal feito, sem vítima.

No conceito legal o legislador se interessou em definir o acidente paraproteger o trabalhador acidentado garantindo-lhe o pagamento do salárioenquanto estiver impossibilitado de trabalhar, ou indenizando-o quandohouver lesão incapacitante permanente. O conceito prevencionista, alerta-nos que o ferimento é apenas uma das conseqüências do acidente, pois oacidente pode ocorrer sem provocar lesões.

Estatísticas mostram que em cada 300 acidentes do trabalho, 272 sãoacidentes sem lesões, 27 são acidentes que causam lesões leves e apenas 1causa lesões graves.

Acidente do Trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, aserviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional oudoença que cause a morte ou a perda ou redução permanente outemporária, da capacidade para o trabalho.

Acidente do Trabalho é um fato inesperado, não planejado, que interrompeou interfere num processo normal de trabalho, resultando em lesão e/oudanos materiais e/ou perda de tempo.

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7Como não podemos prever se de um acidente vai resultar, ou não, umalesão no trabalhador, concluímos que devemos tentar evitar todo e qualquertipo de acidente.

2.1.3 - CASOS CONSIDERADOS COMO ACIDENTES DO TRABALHO

• O acidente sofrido no local e no horário do trabalho em conseqüênciade:

a. ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceirosou companheiros de trabalho;

b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo dedisputa relacionada ao trabalho;

c. ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceirosou de companheiro de trabalho;

d. ato de pessoa privada do uso da razão;e. desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou

decorrentes de força maior;

• A doença proveniente de contaminação acidental do empregado noexercício de sua atividade;

• O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário detrabalho:

a. na execução de ordem ou na realização de serviço sob aautoridade da empresa;

b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lheevitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quandofinanciada por estar dentro de seus planos para melhorcapacitação da mão-de-obra, independentemente do meio delocomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade dosegurado;

d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste paraaquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículode propriedade do segurado.

Entende-se como percurso o trajeto usual da residência ou do local derefeição para o trabalho, ou deste para aqueles, locomovendo-se oempregado a pé ou valendo-se de transporte da empresa ou próprio ou dacondução normal. O Decreto estabelece ainda, que no período destinado àrefeição ou descanso, ou por ocasião de satisfação de outra necessidadefisiológica, no local ou durante o horário de trabalho, o empregado seráconsiderado a serviço da empresa.

Para fins legais, equipara-se ainda ao acidente do trabalho:

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8• doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada

pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade econstante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e daPrevidência Social.

• doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada emfunção de condições especiais em que o trabalho é realizado e com elese relacione diretamente.

Segundo a legislação em vigor, doença profissional é aquela inerente adeterminado ramo de atividade.

Podem ser relacionadas como doenças do trabalho, resultantes dascondições especiais em que a atividade se realiza: a epilepsia, quandodecorre de um acidente de trabalho; a lepra, quando o trabalho obriga ocontato permanente com hansenianos; o câncer, quando o trabalhador estásujeito às poeiras ou trabalho em ambiente cancerígeno; a neurose, quandoa sua manifestação ocorre ao tempo do trabalho ou é atribuída às condiçõesem que ele se realiza.

A doença profissional ou do trabalho, para que se equipare a o acidente dotrabalho, deverá acarretar incapacidade temporária ou permanente para otrabalho.

Não são consideradas como doença do trabalho:

• a doença degenerativa;• a inerente ao grupo etário;• a que não produza incapacidade laborativa;• a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em

que ela se desenvolva salvo comprovação de que é resultante deexposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

IMPORTANTE: Todo o acidente do trabalho, por mais leve que seja, deveráser comunicado à empresa, que providenciará a CAT - Comunicação deAcidente do Trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, emcaso de morte, de imediato.

A CAT deverá ser preenchida em seis vias, com a seguinte destinação:

• 1ª via - ao INSS;• 2ª via - à empresa;• 3ª via - ao segurado ou dependente;• 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador;• 5ª via - ao Sistema Único de Saúde-SUS;• 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho.

A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a estecomunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Agência daPrevidência Social foi registrada.

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A Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita pela empresa, ou nafalta desta o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindicalcompetente, o médico assistente ou qualquer autoridade pública.

No caso de doença profissional ou do trabalho, considera-se como dia doacidente a data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a daentrada do pedido do benefício no INSS, a partir de quando serão devidas asprestações cabíveis.

No final deste capítulo, você encontrará um formulário de CAT

2.1.3.1 - DIFERENÇA ENTRE DOENÇA E ACIDENTE DO TRABALHO

Entre o acidente do trabalho e a doença profissional há uma tênue diferençaque, muitas vezes, é impossível descobrir.

- O acidente pode ser provocado intencionalmente pelo empregado.- O acidente acontece de modo instantâneo e violento.- A doença pode ser simulada mas não pode ser criada pelo empregado.

Tem uma duração. Não aparece num momento, provocando a lesãocorporal, ou a perturbação funcional, ou a morte. Ela se apresentainternamente num processo silencioso.

- A causa do acidente-tipo é externa.

2.2 – CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

Do ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, sefosse eliminado, teria evitado o acidente. As causas dos acidentes podemdecorrer de fatores pessoais ou materiais.

O reconhecimento das causas pode ser fácil, como no caso de um degrauquebrado de uma escada, ou difícil, quando se precisa determinar as causasde uma seqüência em cadeia que originaram o acidente. Pode-se dizer que amaioria dos acidentes tem mais de uma causa.

As causas fundamentais dos acidentes do trabalho são classificadas comoatos inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança.

2.2.1 – ATOS INSEGUROS

Atos inseguros são as ações ou omissões, maneiras pelas quais otrabalhador se expõe, voluntariamente ou não, a riscos de acidentes.

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10Responsáveis por 80% dos acidentes, os atos inseguros mais comuns são:

- Brincadeiras em serviço (ofender, distrair, assustar, discutir, jogarobjetos, gritar, etc.);

- Desconhecimento das regras de segurança ou dos métodos segurosde trabalho;

- Emprego incorreto das ferramentas ou de ferramentas sabidamentedefeituosas;

- Excesso de confiança dos que se julgam imunes a acidentes;- Fadiga física ou mental, que pode prejudicar os reflexos normais do

trabalhador.- Falta de habilidade para o desempenho da atividade (pode ocorrer

por treinamento insuficiente);- Levantamento de cargas de forma imprópria;- Negligência, como no caso do trabalhador que não usa os EPI’s

recomendados;- Permanecer sob cargas suspensas ou em locais perigosos, junto a

máquinas ou à passagem de veículos;- Remover dispositivos de proteção ou alterar o seu funcionamento,

tornando-os ineficientes;- Realizar operações para as quais não esteja devidamente

autorizado;- Trabalhar, sem necessidade, com equipamento em movimento ou

perigoso (manutenção, reparo e lubrificação de máquinas emmovimento e realização de trabalhos em equipamentos elétricosenergizados);

- Usar vestimentas inadequadas (salto alto, mangas compridas,gravatas soltas, cabelos compridos soltos, anéis, pulseiras, etc.);

- Uso inadequado de equipamentos (sobrecarregar veículos,andaimes, etc.);

- Velocidades perigosas (operar máquinas em suas velocidadeslimites ou em velocidades inseguras, pular de locais elevados, atirarmateriais ao invés de transportá-los, etc.).

Não são considerados como atos inseguros os que emanarem da chefia ou asações realizadas em obediência às instruções de superiores. Estes casosdevem ser considerados como condições inseguras.

2.2.2 – CONDIÇÕES INSEGURAS

São responsáveis por 18% dos acidentes.

Exemplos de condições inseguras:

Condições inseguras de um ambiente de trabalho são as falhas, defeitos,irregularidades técnicas, carências de dispositivos de segurança, e outrasque põem em risco a integridade física ou a saúde do trabalhador ou aprópria segurança das instalações e equipamentos.

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11- Arranjos físicos e arrumações perigosas (empilhamento perigoso,

armazenagem irregular ou perigosa, passagens obstruídas, etc.);- Condições defeituosas dos equipamentos (grosseiro, cortante,

corroído, fraturado, de qualidade inferior, etc.);- Condições precárias das instalações físicas (escadas, tubulações,

rampas, instalações e pisos escorregadios, corroídos,sobrecarregados, mal conservados ou quebrados);

- Construções ou projetos inseguros;- Equipamentos de proteção defeituosos ou mal sinalizados

(extintores descarregados ou com a carga vencida);- Iluminação ou ventilação incorreta ou inadequada;- Má distribuição de horários e tarefas;- Material mal identificado ou não identificado;- Proteção mecânica ou elétrica inadequada (falta de aterramento em

instalações elétricas);- Operações e processos perigosos;- Riscos naturais provenientes de irregularidades e instabilidades dos

solos, intempéries, animais selvagens (nos trabalhos externos ou “acéu aberto”).

Importante: Não devemos confundir a condição insegura com o riscoinerente de certas operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica éum risco inerente aos serviços que envolvem eletricidade. Instalaçõeselétricas mal feitas ou improvisadas, fios expostos, etc., são condiçõesinseguras.

2.2.3 – FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA

A caracterização do fator pessoal de insegurança não é fácil, exigindo oexame apurado das circunstâncias em que ocorreu o acidente. O fatorpessoal de insegurança, como o ato inseguro, não é necessariamentecausado pelo trabalhador acidentado, podendo ser provocado por terceiros.

Os fatores pessoais de insegurança predominantes são:

- Alcoolismo ou uso de substâncias tóxicas ou de drogas;- Conhecimento ou treinamento insuficiente;- Defeito físico ou incapacidade física para o serviço executado

(principalmente órgãos do sentido);- Desconhecimento do risco ou de práticas seguras para a execução

do serviço;- Desrespeito às instituições e normas de segurança;- Falta de interesse pela atividade que desempenha;- Má interpretação do perigo;- Nervosismo ou excesso de confiança;

Fator pessoal de insegurança é a característica mental ou física que leva otrabalhador à prática do ato inseguro.

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12- Preocupação com outros problemas;- Problemas de saúde não tratados (mentais e nervosos);- Problemas diversos de ordem social;- Problemas familiares.

2.3 - CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

Muitas vezes, pior que o próprio acidente são as suas conseqüências. Todosperdem. Perde o empregador, com a perda da mão-de-obra, de material, deequipamentos, de tempo, e, conseqüentemente, com a elevação dos custosoperacionais. Perde o governo, com o número crescente de inválidos edependentes da Previdência Social. Perde o empregado, que fica incapacitadotemporária ou permanentemente para o trabalho, de forma total ou parcial, ea sua família que passa a ter o padrão de vida afetado pela falta dos ganhosnormais.

Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresapor apenas algumas horas, quando é chamado de acidente sem afastamento .É o que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corteno dedo, e o trabalhador retorna em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizarsuas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se otrabalhador não retornar ao trabalho imediatamente ou até a jornadaseguinte temos o chamado acidente com afastamento , que pode resultar:

a) Na incapacidade temporária , que é a perda da capacidade para otrabalho por um período limitado de tempo, após o qual otrabalhador retorna às suas atividades normais.

b) Na incapacidade total e permanente , que é a invalidez para otrabalho.

c) Na incapacidade parcial permanente , que é a diminuição, para oresto da vida, da capacidade física total para o trabalhodesenvolvido. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre aperda de um dedo ou de uma vista.

2.3.1 - PREJUÍZOS IMEDIATOS PARA O GOVERNO

a) Pagamento, através do INSS, de benefícios previdenciários aotrabalhador acidentado ou a seus dependentes.

b) pagamento de despesas médico-hospitalares no tratamento doacidentado, inclusive com o fornecimento de próteses.

c) despesas com a reabilitação profissional do trabalhador acidentado.d) assistência reeducativa e readaptativa profissional: Reeducativa

quando, depois da assistência, o funcionário retorna para a mesma função;

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13readaptativa quando, após a assistência, o funcionário vai para outrafunção.

Os principais benefícios concedidos pela Previdência Social, através do INSSquando da ocorrência de acidentes do trabalho são: (Regulamento dos“Benefícios da Previdência Social” aprovado pelo decreto no. 2.172, de05/03/97)

• Reabilitação Profissional: Serviço que o INSS coloca à disposição de seussegurados, inclusive aposentados e dependentes. Tem como objetivoproporcionar aos segurados e dependentes incapacitados (parcial outotalmente), os meios indicados para a (re)educação e (re)adaptaçãoprofissional e social, de modo que possam voltar a participar do mercadode trabalho. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar, queenvolve médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos,fisioterapeutas, entre outros. O serviço é extensivo aos dependentes, deacordo com as disponibilidades técnico-financeiras do INSS.

• Auxílio-doença: Beneficio previdenciário devido ao segurado que ficartemporariamente incapacitado para o seu trabalho ou atividade habitualpor mais de 15 dias consecutivos. A empresa paga os primeiros 15 diasde afastamento. O INSS paga a partir do 16° dia de afastamento. O valordo auxílio doença acidentário corresponde a 91% do salário de benefício.

O auxílio-doença deixa de ser pago:

• quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;• quando este benefício se transformar em aposentadoria por invalidez;• quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia do INSS;• quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho.

OBS.: Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:

• ao empregado doméstico;• ao contribuinte individual;• ao facultativo.

• Auxílio-acidente: benefício que é concedido, como indenização, aosegurado empregado, trabalhador avulso, segurado especial e ao médicoresidente que estiver recebendo auxílio-doença, quando a consolidaçãodas lesões decorrentes de acidente de trabalho resultarem em seqüeladefinitiva que implique redução da capacidade para o trabalho e/ouimpossibilite o desempenho da atividade exercida na época do acidente. Oauxílio-acidente será devido a partir do dia imediato ao da cessação doauxílio-doença. O seu valor corresponde a 50% do salário de benefício quedeu origem ao auxílio doença do segurado, corrigido até o mês anterior aodo início do auxílio acidente e será devido até a véspera de início dequalquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.

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14• Aposentadoria por invalidez: É o benefício a que tem direito o segurado

que, estando ou não recebendo auxílio-doença, for considerado incapazpara o trabalho e não sujeito à reabilitação para o exercício de atividadeque lhe garanta a subsistência. Não é concedida aposentadoria porinvalidez ao segurado que, ao filiar-se ao Regime Geral de PrevidênciaSocial, já era portador da doença ou da lesão que geraria o benefício,salvo quando a incapacidade decorreu de progressão ou agravamentodessa doença ou lesão.

A aposentadoria por invalidez começa a ser paga:

- a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, caso osegurado o esteja recebendo.- Para o segurado que não recebe auxílio-doença:

- para o segurado empregado a partir do 16º dia de afastamento daatividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre oafastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30dias.

- para os demais segurados a partir da data do início da incapacidadeou;

- a partir da data da entrada do requerimento, quando requerido apóso 30º dia do afastamento da atividade.

A aposentadoria por invalidez deixa de ser paga:

• quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;• quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho;• quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do

INSS.

O valor da aposentadoria por invalidez é 100% do salário de benefício,caso o segurado não estivesse recebendo auxílio-doença. Se o seguradonecessitar de assistência permanente de outra pessoa, a critério daperícia médica, o valor será aumentado em 25% a partir da data de suasolicitação.

• Aposentadoria especial - É o benefício a que tem direito o segurado, quetiver trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito acondições especiais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física. Osegurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposiçãoaos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentesprejudiciais a saúde ou integridade física, pelo período equivalente aoexigido para a concessão do benefício.

Considera-se tempo de trabalho, os períodos correspondentes ao exercíciode atividade permanente e habitual (não ocasional nem intermitente),durante toda a jornada de trabalho.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos seráfeita em formulário próprio do INSS, preenchido pela empresa ou seu

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15preposto com base em laudo técnico de condições ambientais detrabalho, expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurançado trabalho, nos termos da legislação trabalhista.

O INSS exige carência para este benefício:

• 180 contribuições mensais para o segurado inscrito a partir de25.07.91;

• Os inscritos até 24.07.91 devem obedecer a uma tabela progressivade carência.

A aposentadoria especial começa a ser paga:

Para o segurado empregado:

• a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até90 dias após o desligamento.

• a partir da data da entrada do requerimento, quando não houverdesligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias dodesligamento.

Para o trabalhador avulso:

• a partir da data da entrada do requerimento.

O valor da aposentadoria especial é 100% do salário de benefício.

O aposentado por tempo de contribuição, especial ou idade pelo RegimeGeral de Previdência Social que permanecer ou retornar à atividadesujeita a este regime, não fará jus a prestação alguma da PrevidênciaSocial em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao saláriofamília, salário maternidade e à reabilitação profissional.

• Pensão por morte: É o benefício a que têm direito os dependentes dosegurado que falecer.

Há três classes de dependentes:

• Classe I: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho nãoemancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;

• Classe II: os pais;• Classe III: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de

21 anos ou inválido.

Observações: Por determinação judicial proferida em Ação Civil Públicatambém fará jus a pensão por morte quando requerida por companheiroou companheira homossexual.

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A condição de invalidez do dependente maior de 21 anos deverá seratestada pela perícia do INSS.

Enteados e tutelados equiparam-se a filhos.

Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinteperdem o direito à pensão por morte. Também perde o direito aobenefício o dependente que passar à condição de emancipado.

A pensão por morte começa a ser paga:

• a partir da data do óbito do segurado, se requerida até 30 dias dofalecimento;

• a partir da data do requerimento, se requerida após 30 dias dofalecimento;

• a partir da data da decisão judicial, quando se tratar de mortepresumida.

A pensão por morte deixa de ser paga:

• Pelo falecimento do pensionista;• Pela extinção da cota do último pensionista;• Se quem recebe a pensão é o filho ou o irmão, o benefício deixa de ser

pago quando esse dependente se torna emancipado, ou completa 21anos (a menos que seja inválido);

• Se quem recebe a pensão é inválido, o benefício deixa de ser pagocessar a invalidez.

O valor da pensão por morte corresponde a 100% do valor daaposentadoria que o segurado recebia quando faleceu ou 100% daaposentadoria por invalidez a que teria direito na data do óbito.

Todos os benefícios baseiam-se no salário-beneficio (SB) que é igual:

- à média aritmética simples dos 80% maiores salários decontribuição, corrigidos monetariamente, a partir do mês 07/94 -para os inscritos até 28/11/99

- à média aritmética simples dos maiores salários de contribuiçãocorrespondentes a 80% de todo o período contributivo - para osinscritos a partir de 29/11/99

Observação: O trabalhador que sofrer acidente de trabalho tem garantia damanutenção do contrato de trabalho até 12 meses após a cessação doacidente do trabalho.

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172.3.1.1 – A DOENÇA E O ACIDENTE DO TRABALHO NO CONTRATO DEEXPERIÊNCIA E NO AVISO PRÉVIO

Se, durante o contrato de experiência o empregado adoecer, a empresapagará os primeiros 15 dias e ele entrará em auxílio-doença no INSS, do qualnão sairá antes de vencidos os 90 dias do contrato.

Se, a doença se aparecer no 80° dia do contrato, a empresa deverá pagarapenas os 10 dias que faltam para o contrato terminar. O doentedesempregado deverá passar a receber, de imediato, o auxílio-doença.

De acordo com o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho “O contrato porprazo determinado não tem seu termo prorrogado em virtude de licençamédica do empregado, salvo se houver prévia estipulação das partescontratantes” (AC-TP 1975/85, DOU de 8/11/85).

Se, o empregado adoecer ou se acidentar no 20º dia do aviso prévio, aempresa deverá pagar-lhe os 10 dias restantes e o contrato ficará rescindido.O INSS deverá, de imediato, conceder-lhe o auxílio-doença. Porém, se adoença se apresentar no 10° dia do aviso prévio, a empresa pagará osprimeiros 15 dias e o empregado entrará em auxílio-doença. No trigésimo diado aviso prévio o contrato estará rescindido de acordo com o artigo 489 daCLT.

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PREVIDÊNCIA SOCIAL INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

1. Emitente 1.Empregador 2.Sindicato 3.Médico 4.Segurado ou dependente 5.Autoridade Pública

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT 2. Tipo de CAT 1. Início 2.Reabertura 3.Comunicação de óbito em _____/_____/______

3.Razão Social/Nome 4.Tipo 1.CNPJ 2.CEI 3.CPF 4.NIT 5.CNAE

Empr

egad

orEm

preg

ador

6.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 7.Município 8.UF 9.Telefone

10.Nome 11.Nome da mãe

12.Data do Nasci. 13.Sexo

1.Masc 3.Fem

14.Estado civil

1.solteiro 2.Casado 3.Viúvo 4.Sep. judic. 5.Outro 6.IGN

15.CTPS série Data de emissão 16.UF

17.Carteira de identidade Data Orgão Exped. 18. UF 19.PIS/PASEP 20.Remuneração mensal

21.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 22.Município 23.UF 24.TelefoneAcid

enta

doAc

iden

tado

25.Nome da ocupação 26. CBO 27. Filiação à Previdência Social

1.Empregado 2. Trab. Avulso 7. Seg. Especial 8.Médico resid.

28. Aposentado?

1.Sim 2.Não

29. Área

1.Urbana 2.Rural30.Data do acidente 31. Hora do Acidente 32. Após quantas horas de trabalho? 33. Houve afastamento?

1.Sim 2.Não

34. Último dia trabalhado

35.Local do acidente 36. CNPJ 37.Município do local do acidente 38.UF 39.Especif. do local do acidente

40. Parte(s) do corpo atingida(s) 41.Agente causador

42. Descrição da situação geradora do acidente ou doença 43.Houve registro policial?1. Sim 2. Não

Acide

nte

ou d

oenç

aAc

ident

e ou

doe

nça

44.Houve morte?1. Sim 2. Não

45. Nome

46.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 47.Município 48.UF Telefone

49. Nome

I - E

MITE

NTE

I - E

MITE

NTE

Teste

mun

has

Teste

mun

has

50.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 51.Município 52.UF Telefone

_____________________________Local e data

____________________________________Assinatura e carimbo do emitente

53.Unidade de atendimento médico 54.Data 55.Hora

Aten

dim

ento

Aten

dim

ento

56.Houve internação?1. Sim 2. Não 57.Duração provável do tratamento________ dias.

58.Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento?1. Sim 2. Não

Lesã

oLe

são

59.Descrição e natureza da lesão

60.Diagnóstico provável 61. CID - 10

II –

Ates

tado

Méd

icoII

– At

esta

do M

édico

Diag

nóst

icoDi

agnó

stico

62.Observações

_____________________________Local e data

____________________________________Assinatura e carimbo do médico com CRM

63.Recebida em _____/_____/_____64.Código da unidade 65.Número do acidente

66. É reconhecido o direito do segurado à habilitação de benefício acidentário?1.Sim 2.Não

67.Tipo1.Típico 2.Doença 3.Trajeto

68. Matrícula do servidor

III-IN

SSIII

-INSS

_____________________________Matrícula

________________________________Assinatura do servidor

Notas:1. A inexatidão das declarações destacomunicação implicará nas sançõesprevistas nos artigos 171 e 299 doCódigo Penal2. A Comunicação de Acidente doTrabalho deverá ser feita até o 1º diaútil após o acidente, sob pena demulta, na forma prevista no art. 22 daLei nº 8213/91.

A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO EM QUE NÃO HAJA AFASTAMENTO DO TRABALHO

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RISCOS AMBIENTAIS 3Como visto no capítulo anterior, os riscos de operação, como por exemplo,máquinas desprotegidas, pisos escorregadios e empilhamentos precários sãochamados de condições inseguras.

As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como porexemplo, a presença de vapores tóxicos no processo de trabalho, o calorintenso ou o frio excessivo, são chamados de riscos ambientais.

Assim, definimos:

Estes riscos podem afetar o trabalhador de imediato ou a longo prazo,provocando acidentes com lesões ou doenças do trabalho.

A ocorrência das doenças do trabalho dependerá sempre da ação simultâneade fatores relativos ao agente ambiental, à atividade profissional e asusceptibilidade do indivíduo ao agente ambiental. Por causa disto, estestrês fatores deverão ser sempre estudados em conjunto para uma análisereal do risco que os agentes ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores.

A legislação obriga que os riscos ambientais sejam eliminados ouminimizados em sua intensidade ou exposição e assegura aos trabalhadoresa percepção de adicionais por insalubridade de até 40% sobre o saláriomínimo sempre que a concentração, a intensidade ou a exposição aosagentes nocivos exceder os limites de tolerância determinados na NR-15-Atividades e Operações Insalubres.

3.1 – AGENTES AMBIENTAIS

Os fatores que originam as doenças do trabalho são chamados agentesambientais e são classificados, de acordo com a sua natureza e forma deatuação no organismo humano como agentes físicos, agentes químicos,agentes biológicos, agentes ergonômicos e os riscos de acidentes (mecânicos).

3.2 - RISCOS FÍSICOS

Os riscos físicos, causados pelos AGENTES FÍSICOS, normalmente estãorelacionados com os equipamentos utilizados no processo produtivo. São

RISCOS AMBIENTAIS são os riscos existentes nos ambientes de trabalhocapazes de causar danos à saúde do trabalhador em função de suanatureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição.

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eles: os ruídos, as vibrações mecânicas, as radiações ionizantes e as nãoionizantes, o frio ou o calor extremo, as pressões anormais e a umidade.

3.2.1 - O Ruído

Embora seja o risco profissional mais freqüente na indústria, nem semprerecebe a atenção que merece. O ruído produz redução da capacidadeauditiva do trabalhador e sua exposição intensa e prolongada atuadesfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo.

3.2.2 - As Vibrações Mecânicas

De relativa freqüência na indústria, a vibração mecânica é subdividida emduas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro.

As vibrações localizadas são características de operações com ferramentasmanuais elétricas ou pneumáticas e podem produzir, a longo prazo,alterações neuro-vasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nasarticulações das mãos e braços além da osteoporose (perda da substânciaóssea).

As vibrações de corpo inteiro, a que estão sujeitos os operadores de grandesmáquinas e motoristas de caminhões e tratores, podem produzir problemasna coluna vertebral, dores lombares, além de haver suspeita de causaremlesões nos rins.

3.2.3 - As Radiações ionizantes e não-ionizantes

As radiações são chamadas ionizantes porque produzem, nos materiaissobre os quais incidem, a subdivisão de partículas inicialmente neutras empartículas eletricamente carregadas. São provenientes de materiaisradioativos como os raios Alfa, Beta e Gama ou são produzidasartificialmente em equipamentos como o de raios X. A sua manipulação deveobedecer a rigorosas normas de segurança e de proteção individual.

Os raios Alfa e Beta possuem menor poder de penetração nos organismos eoferecem menor risco; mas os raios X e Gama, de natureza eletromagnética,possuem alto poder de penetração e podem causar a anemia, a leucemia, ocâncer e outras alterações genéticas que podem comprometer fisicamentegerações futuras.

As radiações não-ionizantes são as de natureza eletromagnética e os seusefeitos dependem de fatores como a duração, a intensidade de exposição, ocomprimento de onda, etc.

Como exemplo temos:

- Radiação infravermelha, ou calor radiante. É encontrada em siderúrgicas,metalúrgicas, na fabricação do vidro e em trabalhos ao ar livre onde os

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operários ficam expostos à radiação solar. Além da sobrecarga térmicaimposta ao trabalhador pode causar queimaduras e catarata.

- A radiação ultravioleta é encontrada em operações com solda elétrica,fusão de metais e no controle de qualidade de peças com lâmpadasespeciais. Além de estar relacionada ao câncer de pele, pode causarqueimaduras, eritema e conjuntivite.

- A radiação laser é utilizada largamente na indústria, nos trabalhostopográficos e geodésicos, na medicina e nas telecomunicações. Osprincipais efeitos são as queimaduras na pele e nos olhos que variam degravidade de acordo com a intensidade e a duração da exposição.

- As microondas são produzidas em instalações de radiotransmissão e deradar e utilizadas em telecomunicações, alguns processos de secagem demateriais. De acordo com a intensidade das estações de transmissão oucom a energia liberada nos processos de secagem, os operadores podemestar sujeitos à catarata, ao superaquecimento dos órgãos internos,hipertensão, alterações no sistema nervoso central, aumento da atividadeda glândula tireóide, etc.

3.2.4 - Temperaturas extremas

São as condições térmicas rigorosas em que são realizadas diversasatividades profissionais.

O calor extremo é responsável por uma série de problemas que afetam asaúde e o rendimento do trabalhador como a intermação ou insolação, aprostração térmica, a desidratação e as câimbras de calor.

O frio intenso pode provocar o enregelamento dos membros, a hipotermia(queda da temperatura do núcleo do corpo) além de lesões na epiderme dotrabalhador, conhecidas como ulcerações de frio.

3.2.5 - Pressões Anormais

Encontradas em trabalhos submersos ou realizados abaixo do nível do lençolfreático. Dos problemas que mais comumente afetam os trabalhadoressujeitos a pressões elevadas, está a embolia.

As principais medidas de controle aos riscos físicos são os Equipamentos deProteção Coletiva (EPC’s) e Individual (EPI’s) a sinalização eficiente.

3.3 - RISCOS QUÍMICOS

Os riscos químicos são causados por AGENTES QUÍMICOS, encontrados nasformas sólida, líqüida ou gasosa e que penetram no corpo humano por trêsvias básicas: a via respiratória, a cutânea e a digestória.

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O grau de toxidade de um agente químico vai depender do seu estado físico,da sua solubilidade, do seu PH e da via de penetração no organismo.Algumas substâncias são inflamáveis ou apresentam risco de explosãoquando em determinada proporção no ar atmosférico, ameaçando aintegridade física do trabalhador.

Quanto ao seu estado físico, os agentes químicos podem ser:

• Sólidos, como as poeiras, de origem mineral (a de sílica produz a silicose),vegetal (a fibra de algodão produz a bissinose) ou animal, como asprovenientes do pelo ou do couro de animais.

• Os agentes em estado líqüido, constituídos por ácidos e solventes. Podemcausar danos ao sistema respiratório quando em suspensão no ar, alémde queimaduras e irritações quando em contato com a pele.

• A maioria das exposições aos agentes químicos na indústria se dá quandoestes se encontram na forma gasosa. Os agentes mais comuns são odióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio, o monóxido de carbono e osvapores de solventes. De efeitos bastante diversos, chegam a causar amorte, mesmo em pequenas concentrações, como no caso do ácidocianídrico.

Quando em suspensão ou dispersão no ar, são chamados de contaminantesatmosféricos e são classificados em:

- Aerodispersóides, como são chamadas as poeiras, os fumos, as fumaças,as névoas e as neblinas;

- Gases;- Vapores.

Segundo a reação causada no organismo humano podemos dividir, a grossomodo, os contaminantes atmosféricos em:

1. Irritantes, os que têm a propriedade de produzir inflamação nos tecidoscom os quais entram em contato (amônia, ácido sulfídrico e cloro);

2. Anestésicos, que apresentam ação depressiva no sistema nervoso central(acetona, éteres e álcoois);

3. Asfixiantes, que podem provocar asfixia por reduzir a concentração deoxigênio no ar ou por interferir no processo de absorção de oxigênio nosangue ou tecidos (Metano, Hélio, Cianuretos, Hidrogênio e Nitrogênio);

4. Intoxicantes Sistêmicos, que tanto causam as lesões agudas como ascrônicas:

a) podem causar lesões nos órgãos (tetracloreto de carbono e cloretode vinila),

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b) lesões no sistema formador do sangue (benzeno, tolueno e xileno),

c) lesões no sistema nervoso (álcoois metílico e etílico);

5. Compostos tóxicos inorgânicos, que são sais de não metais (cianureto desódio ou de potássio, compostos de arsênico, e fluoretos) e metais tóxicos,que podem produzir dermatoses, alterações no sistema nervoso central,câncer, além de intoxicações graves (chumbo, mercúrio, cádmio,manganês, cromo, etc).

6. Material particulado, que são as poeiras, fumos e névoas que não foramclassificadas como contaminantes sistêmicos. Podem ser classificadascomo:

a) Poeiras produtoras de fibroses, que causam endurecimento e perdade flexibilidade dos tecidos pulmonares como a poeira de sílica, quecausa a silicose, e a poeira de amianto, causadora de asbestose.

b) Poeiras inertes, as que ficam retidas nos pulmões e só apresentamproblemas quando presentes em grandes concentrações, como ados sais complexos de alumínio e a do carvão.

c) Partículas alergizantes e irritantes, podem atuar na pele, como apoeira da caviúna, de partículas de óleo de castanha de caju, decromatos, etc., ou no sistema respiratório como pólens, e as poeirasdas sementes de mamona.

Como principais medidas de controle temos a mudança de processo, amudança de matérias-primas, o enclausuramento do processo, a ventilaçãolocal adequada, os exames médicos freqüentes, os Equipamentos deProteção Coletiva e Individual e a sinalização eficiente.

3.4 - RISCOS BIOLÓGICOS

Causadores dos riscos biológicos, os AGENTES BIOLÓGICOS sãomicroorganismos invisíveis a olho nu que podem estar presentes naatmosfera do ambiente de trabalho ou podem ser transmitidos por outrosseres vivos. Provocam doenças, mau cheiro, deterioração de alimentos, etc.São eles os Vírus, as Bactérias, os Protozoários, os Fungos, os Parasitas e osBacilos.

Entre as doenças profissionais causadas por agentes biológicos estão atuberculose, a brucelose, o tétano, a malária, a febre tifóide, a febre amarelae o carbúnculo.

As medidas de controle mais comuns nos ambientes onde há o riscobiológico são a vacinação; a esterilização; o confinamento do processo; arigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho; os

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Equipamentos de Proteção Coletiva; a ventilação adequada e o controlemédico permanente.

3.5 - RISCOS ERGONÔMICOS

Os RISCOS ERGONÔMICOS são aqueles relacionados a fatores fisiológicos epsicológicos. Dentre eles destacamos o esforço físico intenso; o levantamentoe o transporte manual de cargas; a necessidade de posturas inadequadas; aatenção, a preocupação e a responsabilidade; os controles rígidos deprodutividade; os ritmos excessivos de trabalho; os trabalhos em turnos e osnoturnos; as jornadas de trabalho prolongadas; a monotonia; arepetitividade além de outras situações causadoras de fadiga física e/oupsíquica.

Das medidas de controle no caso dos riscos ergonômicos citamos aconscientização dos riscos, o projeto de máquinas e equipamentosperfeitamente adaptados ao operário, o treinamento adequado, a assistênciamédico psicológica do empregado, a adoção de ritmos e posições adequadasde trabalho, as pausas durante a jornada de trabalho, etc.

3.6 - RISCOS DE ACIDENTES

Os RISCOS DE ACIDENTES (mecânicos) estão relacionados aosequipamentos utilizados e às condições físicas do local de trabalho, como porexemplo:

- Arranjo físico inadequado,- A eletricidade,- Probabilidade de incêndio ou explosão,- Armazenamento inadequado,- Sinalização inadequada ou deficiente,- Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir

para a ocorrência de acidentes.

Para controlar os riscos de acidentes devemos estudar arranjos físicos maisadequados, utilizar Equipamentos de Proteção Coletiva, SÓ utilizarferramentas na função para a qual elas foram projetadas e eliminá-lasquando defeituosas, determinar os níveis ideais de iluminamento de cadaambiente de trabalho, treinar o pessoal no combate aos princípios deincêndio, além de manter uma sinalização de segurança eficiente.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUANATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES (NR-05)

Grupo 1:Verde

Riscos Físicos

Grupo 2:Vermelho

Riscos Químicos

Grupo 3:Marrom

Riscos Biológicos

Grupo 4:Amarelo

Riscos Ergonômicos

Grupo 5:Azul

Riscos de Acidentes

Ruídos Poeiras Vírus Esforços físicosintensos

Arranjo físicoinadequado

Vibrações Fumos BactériasLevantamento e

transporte manual depesos

Máquinas eequipamentos sem

proteção

Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de posturasinadequadas

Ferramentasinadequadas ou

defeituosasRadiações

Não-ionizantes Neblinas Fungos Controles rígidos deprodutividade

Iluminaçãoinadequada

Frio Gases Parasitas Imposição de ritmosexcessivos Eletricidade

Calor Vapores Bacilos Trabalhos em turnosou noturnos

Probabilidade deincêndio ou explosão

Pressões Anormais

Substâncias,compostos ou

produtos químicos emgeral

Jornadas de trabalhoprolongadas

Armazenamentoinadequado

Umidade Monotonia erepetitividade Animais peçonhentos

Outras situaçõescausadoras de stressfísico e/ou psíquico

Outras situações derisco que poderãocontribuir para a

ocorrência deacidentes

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A CIPA E SUAS ATRIBUIÇÕES 44.1 - O SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIADE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

De acordo com a NR-04, as empresas privadas ou públicas, os órgãospúblicos da administração direta, da indireta e dos poderes Legislativo eJudiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis doTrabalho (CLT), deverão manter, obrigatoriamente, Serviços Especializadosem Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com afinalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador nolocal de trabalho.

O SESMT é composto por Engenheiros de Segurança, Médicos do Trabalho,Enfermeiros do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho e Auxiliares deEnfermagem do Trabalho; e o número de seus componentes varia em funçãodo grau de risco da atividade econômica e do número de funcionários daempresa, conforme o quadro de dimensionamento dos SESMT.

Para fins de dimensionamento, nos canteiros de obras e nas frentes detrabalho com menos de mil empregados, situados num mesmo Estado,Território ou Distrito Federal, os Engenheiros de Segurança, os Enfermeirose Médicos do Trabalho poderão ficar centralizados. Para os Técnicos deSegurança do Trabalho e os Auxiliares de Enfermagem do Trabalho, odimensionamento será feito conforme o quadro II da NR-04, anexo.

Pela NR-04, as empresas obrigadas a constituir os SESMT deverão exigir,dos profissionais que os integram, comprovação de que satisfazem osseguintes requisitos:

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho – Engenheiro ou Arquitetoportador de certificado de conclusão do curso de especialização emEngenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;

b) Médico do Trabalho – Médico portador do certificado de conclusãode curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível depós-graduação, ou portador de certificado de residência médica emárea de concentração em saúde do trabalhador ou denominaçãoequivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de ResidênciaMédica, do Ministério da Educação, ambos ministrados poruniversidade ou faculdade que mantenha curso de graduação emmedicina.

O SESMT,

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c) Enfermeiro do Trabalho – Enfermeiro portador de certificado deconclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho,em nível de pós-graduação, ministrado por universidade oufaculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem;

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – Auxiliar de enfermagem outécnico de enfermagem portador de certificado de conclusão decurso de qualificação de Auxiliar de Enfermagem do Trabalho,ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizadapelo Ministério da Educação.

e) Técnico de Segurança do Trabalho – Técnico portador decomprovação de Registro Profissional expedido pelo Ministério doTrabalho.

4.2 - A CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DEACIDENTES

A NR-05 determina que as empresas privadas, as públicas, os órgãos deeconomia mista, os órgãos de administração direta e indireta, as instituiçõesbeneficentes, as associações recreativas, cooperativas, bem como outrasinstituições que admitam trabalhadores como empregados, deverãoconstituir e manter em regular funcionamento, por estabelecimento, umaComissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

Aplicam-se ainda as disposições da NR-05 aos trabalhadores avulsos e àsentidades que lhes tomem serviços.

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes dotrabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com apreservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A empresa que possuir, em um mesmo município, dois ou maisestabelecimentos deverá garantir a integração das CIPAs e dos designadoscom o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde do trabalho.

As empresas instaladas em centros comerciais ou industriais estabelecerãomecanismos de integração das CIPAs para promover o desenvolvimento dasações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e dasinstalações de uso coletivo.

A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados e onúmero de seus componentes variará de acordo com o grau de risco e com onúmero de funcionários da empresa, ressalvadas as alterações disciplinadasem atos normativos para setores econômicos específicos.

AVISO:O texto acima está baseado na NR-04 em vigor em fevereiro de 2001.

Quando o escrevemos, a Norma Regulamentadora estava sendo modificada.

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Os representantes do empregador, titulares e suplentes serão por eledesignados. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serãoeleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano, permitida umareeleição.

O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, oPresidente da CIPA. O Vice-Presidente da CIPA será escolhido, dentre osseus titulares pelos representantes dos empregados.

Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até 10dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atasde eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito paracargo de direção de CIPAs desde o registro de sua candidatura até um anoapós o final de seu mandato.

Das atribuições da CIPA, destacamos:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa deriscos, com assessoria do SESMT, onde houver; bem como participardas discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactosde alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados àsegurança e saúde dos trabalhadores;

b) divulgar aos trabalhadores e promover o cumprimento das NormasRegulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convençõescoletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

c) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na soluçãode problemas de segurança e saúde no trabalho e participar daimplementação e do controle da qualidade das medidas de prevençãonecessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locaisde trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições detrabalho para identificar situações que venham a trazer riscos para asegurança e saúde dos trabalhadores;

e) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisaçãode máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente àsegurança e saúde dos trabalhadores;

f) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e deoutros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com oempregador da análise das causas das doenças e acidentes detrabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

h) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas e analisar asinformações sobre questões que tenham interferido na segurança esaúde dos trabalhadores;

i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, aSemana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT eparticipar, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevençãoda AIDS.

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A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titularese suplentes, antes da posse. O treinamento, em primeiro mandato, serárealizado no prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da posse edeverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscosoriginados do processo produtivo;

b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças dotrabalho;

c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes deexposição aos riscos existentes na empresa;

d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, emedidas de prevenção;

e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas àsegurança e saúde no trabalho;

f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dosriscos;

g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício dasatribuições da Comissão.

O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximooito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

4.3 - O MAPA DE RISCOS

O Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações para estabelecer o diagnóstico da situação desegurança e saúde no trabalho na empresa;

b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação deinformações entre os trabalhadores, além de estimular suaparticipação nas atividades de prevenção.

As etapas de elaboração do mapa de riscos são:

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:

- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais ede segurança e saúde, jornada;

- os instrumentos e materiais de trabalho;- as atividades exercidas;- o ambiente.

a) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a tabela declassificação dos principais riscos ocupacionais;

b) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

- medidas de proteção coletiva;- medidas de organização do trabalho;

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- medidas de proteção individual;- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários,

armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.

c) identificar os indicadores de saúde:

- queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aosmesmos riscos;

- acidentes de trabalho ocorridos;- doenças profissionais diagnosticadas;- causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

O Mapa de Riscos será elaborado sobre o layout da empresa, indicandoatravés de círculos:

- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada natabela;

- dentro do círculo deve ser anotado o número de trabalhadores expostosao risco;

- também deve ser anotada dentro do círculo a especificação do agente (porexemplo: químico - sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico -repetitividade, ritmo excessivo);

- a intensidade do risco deve ser representada por círculos de tamanhosproporcionalmente diferentes, de acordo com a percepção dostrabalhadores.

O Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada localanalisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para ostrabalhadores.

No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos doestabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços,devendo ser revisto sempre que um fato novo modificar a situação de riscosestabelecida.

4.4 – O PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DESAÚDE OCUPACIONAL

De acordo com a NR-07, o Programa de Controle Médico de SaúdeOcupacional - PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre oindivíduo e a coletividade de trabalhadores.

O PCMSO tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dosagravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,além da constatação da existência de casos de doenças profissionais oudanos irreversíveis á saúde dos trabalhadores.

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O PCMSO deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dostrabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nasdemais NR’s.

Quanto ao PCMSO, compete ao empregador:

a) garantir a sua elaboração e implementação, e zelar pela sua eficácia;b) custear todos os procedimentos a ele relacionados;c) indicar, dentre os médicos do SESMT, um coordenador responsável pela

sua execução;d) no caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho

deverá o empregador indicar médico do trabalho não empregado daempresa para o coordenar;

e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderácontratar médico de outra especialidade.

Compete ao médico coordenador:

a) realizar os exames médicos previstos ou encarregar os mesmos aprofissional médico familiarizado com os princípios da patologiaocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições detrabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador daempresa a ser examinado;

b) encarregar-se dos exames complementares previstos na NR-07,profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados equalificados.

O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos examesmédicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança defunção e demissional.

Os exames de que trata o parágrafo anterior compreendem a avaliaçãoclínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental além deexames complementares, realizados de acordo com os termos especificadosna NR, e seus anexos.

A avaliação clínica deverá obedecer à periodicidade prevista:

- O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o trabalhadorassuma suas atividades;

- O exame médico periódico, de acordo com os intervalos de tempo abaixodiscriminados:

a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho queimpliquem no desencadeamento ou agravamento de doençaocupacional, ou para os portadores de doenças crônicas, os examesdeverão ser repetidos:

I) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico;

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II) de acordo com a NR-15, para os trabalhadores sob condiçõeshiperbáricas;

b) para os demais trabalhadores:

I) anual, quando menores de 18 e maiores de 45 anos de idade;II) a cada 2 anos, para os trabalhadores entre 18 e 45 anos;

O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado no primeiro diada volta ao trabalho de trabalhador ausente por mais de 30 dias por motivode doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

O exame médico de mudança de função será realizado antes da mudança. ANR-07, entende por mudança de função a alteração de atividade, posto detrabalho ou setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferentedo que estava exposto antes da mudança.

O exame médico demissional será realizado até a data da homologação,desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há maisde:

- 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 daNR-04 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas);

- 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, de acordo com o mesmoquadro.

Para cada exame médico realizado o médico emitirá o Atestado de SaúdeOcupacional - ASO, em duas vias. A primeira via ficará arquivada no local detrabalho, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda será entregueao trabalhador, mediante recibo na primeira via.

O ASO deverá conter no mínimo:

a) nome do trabalhador, número de registro de sua entidade, e sua função;b) os riscos ocupacionais específicos existentes na atividade do empregado,

conforme instruções da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho -SSST.

c) indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido otrabalhador, incluindo exames complementares e a data em que foramrealizados;

d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai

exercer, exerce ou exerceu ;f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;g) data, assinatura do médico encarregado do exame e carimbo com a sua

inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo exames complementares,as conclusões e as medidas aplicadas serão registrados em prontuário

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individual, que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador doPCMSO. Os prontuários deverão ser guardados por 20 anos após odesligamento do trabalhador da empresa.

Um relatório anual discriminará o número e a natureza dos exames médicos,incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas deresultados considerados anormais, assim como o planejamento para opróximo ano. Este relatório será apresentado e discutido na CIPA, e suacópia anexada ao livro de atas daquela Comissão.

As empresas desobrigadas de indicar médico coordenador ficam dispensadasde elaborar o relatório anual.

Verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos examesconstantes da NR-07, exposição excessiva ao risco, mesmo sem qualquersintomatologia ou sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local detrabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico deexposição e que medidas de controle tenham sido adotadas nos ambientesde trabalho.

Constatada a ocorrência ou o agravamento de doenças profissionais ouverificadas disfunções de órgão ou sistema biológico, mesmo semsintomatologia, caberá ao médico coordenador ou encarregado:

a) solicitar a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;b) afastar o trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de

nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da condutaprevidenciária em relação ao trabalho.

d) orientar o empregador quanto à adoção de medidas de controle no localde trabalho.

Todo o estabelecimento deverá estar equipado com material necessário àprestação de primeiros socorros, manter esse material guardado em localadequado, e sob os cuidados de pessoa treinada para esse fim.

4.5 – PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOSAMBIENTAIS

A NR-09 obriga a elaboração do Programa de Prevenção de RiscosAmbientais – PPRA, através da antecipação do reconhecimento, da avaliaçãoe do controle da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venhama existir, no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio-ambiente e dos recursos naturais.

O PPRA é desenvolvido sob a responsabilidade do empregador, com aparticipação dos trabalhadores e sua profundidade depende dascaracterísticas dos riscos e das necessidades de controle.

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A NR-09 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos ebiológicos, existentes nos ambientes de trabalho, que causam danos à saúdedo trabalhador.

Consideram-se agentes físicos as formas de energia a que possam estarexpostos os trabalhadores, como vibrações, pressões anormais,temperaturas extremas, ruído, radiações ionizantes e não ionizantes, infra-som e ultra-som.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtosque penetram no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que sejam absorvidos atravésda pele ou por ingestão.

Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,protozoários, vírus, entre outros.

O PPRA deve conter a seguinte estrutura:

a) planejamento anual com metas, prioridades e cronograma indicando osprazos para desenvolvimento das etapas e cumprimento das suas metas;

b) estratégia e metodologia de ação;c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;d) periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento.

Deve ser efetuada, pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRApara avaliação do desenvolvimento e estabelecimento de novas metas eprioridades.

O PPRA deve estar descrito num documento-base, cujas alterações ecomplementações são discutidas na CIPA.

O PPRA inclui as seguintes etapas:

a) antecipação e reconhecimento dos riscos;b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;a) monitoramento da exposição aos riscos;b) registro e divulgação dos dados.

A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA sãofeitas pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas capazes dedesenvolver o disposto na NR-09.

A antecipação envolve a análise dos métodos de trabalho das instalaçõesnovas ou da modificação dos existentes, identificando os riscos eintroduzindo medidas para sua eliminação.

O reconhecimento dos riscos ambientais consta de:

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a) sua identificação;b) determinação e localização das fontes geradoras;c) identificação das trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no

ambiente de trabalho;d) identificação das funções e do número de trabalhadores expostos;e) caracterização das atividades e do tipo de exposição;f) obtenção de dados existentes na empresa, que indicam comprometimento

da saúde decorrente do trabalho;g) danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na

literatura técnica;h) descrição das medidas de controle existentes.

A avaliação quantitativa é realizada para:

a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscosidentificados na etapa de reconhecimento;

b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

São adotadas medidas para a eliminação ou a minimização dos riscosambientais sempre que verificadas uma das seguintes situações:

a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde;c) quando os resultados das avaliações quantitativas excedem os valores

previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores de exposiçãoadotados pela American Conference of Governmental IndustrialHigyenists, ou aqueles que forem estabelecidos, desde que mais rigorosos;

d) quando fica caracterizado o nexo causal entre danos à saúde dostrabalhadores e o trabalho desenvolvido.

O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletivaobedece à seguinte hierarquia:

a) medidas que eliminam ou reduzem a formação de agentes prejudiciais àsaúde;

b) medidas que previnem a liberação desses agentes no ambiente;c) medidas que reduzem a concentração desses agentes no ambiente.

A implantação de medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada dotreinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que asseguram asua eficiência e de informação sobre as limitações de proteção que oferecem.

Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas deproteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-seem fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em carátercomplementar ou emergencial, devem ser adotadas outras medidas,obedecendo à seguinte hierarquia:

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

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b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais em vigor e envolver:

a) seleção de EPI adequado ao risco e à atividade exercida,considerando a eficiência e o conforto oferecido, segundo avaliação dousuário;

b) treinamento dos trabalhadores quanto à utilização e às limitações deproteção do EPI;

c) estabelecimento de normas para o fornecimento, o uso, a guarda, ahigienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI;

d) caracterização das atividades dos trabalhadores, com a identificaçãodos EPI's utilizados para os riscos ambientais.

O PPRA estabelece critérios de avaliação da eficácia das medidas de proteçãoimplantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e noPCMSO.

O empregador deve manter um registro de dados, de forma a constituir umhistórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esses dadosdevem ser mantidos por um período de 20 anos e estar sempre disponíveisaos trabalhadores ou seus representantes e às autoridades competentes.

É responsabilidade do empregador estabelecer, implementar e assegurar ocumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa.É responsabilidade dos trabalhadores:

a) colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;b) seguir as orientações recebidas nos treinamentos do PPRA;c) informar ao seu superior ocorrências que impliquem riscos à saúde.

Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas e receberinformações que assegurem proteção aos riscos ambientais identificadospelo PPRA.

Os empregadores devem informar aos trabalhadores dos riscos ambientaisque possam originar nos locais de trabalho e dos meios para preveni-los ouprotegerem-se dos mesmos.

Quando vários empregadores realizam simultaneamente atividades nomesmo local de trabalho devem executar ações integradas para aplicar asmedidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadoresexpostos aos riscos ambientais gerados.

O conhecimento que os trabalhadores têm dos processos de trabalho e dosriscos ambientais presentes devem ser considerados, assim como o Mapa deRiscos, na execução do PPRA.

O empregador deve garantir que, na ocorrência de riscos ambientais quecoloquem em situação de risco um ou mais trabalhadores, os mesmos

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possam interromper imediatamente as suas atividades, comunicando o fatoao seu superior para as providências.

4.6 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

Tipicamente preventiva, a inspeção de segurança é uma forma antiga ebastante eficaz de se evitar acidentes. Ela possibilita a determinação dosriscos e de seus meios preventivos antes da ocorrência dos acidentes, parapodermos propor medidas que impeçam a ação desses riscos.

De acordo com a freqüência, as inspeções podem ser:

a) Rotineiras, quando estabelecidas por normas de segurança ou porprocedimentos de trabalho. Ex.: Cordas, escadas, ferramentas manuais.

b) Periódicas, quando efetuadas, conforme prévia programação, emintervalos regulares. Podem ser diárias, anuais, quinzenais, etc. Visamapontar riscos previstos que possam surgir de quando em quando devidoa desgastes, exposição, etc. Ex.: Extintores, caldeiras, elevadores.

c) Eventuais quando caracterizadas por ato espontâneo, não planejado. Nãotêm dia certo ou período estabelecido. Devem ser feitas em conjunto como pessoal do SESMT.

Para impedir as situações de risco e as condições inseguras encontradaspelas inspeções de segurança, elaboramos um Relatório de Inspeção. Nesterelatório, que deve ser conciso, são anotadas as condições inseguras e sãoabordados os pontos principais da inspeção: condições de meio-ambiente,equipamentos de combate a incêndios, EPI’s, EPC’s, máquinas, ferramentas,equipamentos, veículos, etc. O relatório aponta com clareza o tipo de risco aser corrigido. Riscos susceptíveis de correção imediata assim como os queimplicam em perigo imediato devem ser resolvidos no ato da inspeção.

Nunca deverá ser arquivado um Relatório de Inspeção que contenharecomendações ou medidas pendentes de execução.

4.7 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

A CIPA tem como uma das mais importantes atribuições a de investigar osacidentes para que eles não se repitam. Uma investigação de acidentes bemfeita tem grande importância na prevenção de acidentes futuros.

Para essa investigação os membros da CIPA devem estar aptos a apurar oque teria ocorrido para provocar o acidente. A experiência dos membros doSESMT, bem como a de todos os trabalhadores da empresa, ajudará, comcerteza, a descobrir a melhor medida de controle a ser adotada.

Quanto maior a quantidade das fontes de informação e pesquisa, melhorserá o resultado da investigação. Para isso as empresas devem manter

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arquivos de dados estatísticos sobre segurança do trabalho para que todostenham acesso às informações.

Quando investigamos um acidente devemos seguir algumas diretrizes:investigar o acidente imediatamente após a sua ocorrência; obter os fatos;registrar o ocorrido em relatório, analisar os fatos sem preconceitos, propormedidas para que o fato não se repita.

Para encontrar as causas dos acidentes devemos analisá-los com asseguintes perguntas: “o que?”, “porque?”, “quando?”, “onde?”, “com quem?”,“como?” o acidente ocorreu e para isso necessitamos saber: nome doacidentado; idade; ocupação; seção em que trabalha; descrição do acidente;parte do corpo atingida.

Durante a investigação são apurados os fatores básicos: o agente da lesão,fatores pessoais, o tipo de acidente, as condições inseguras e os atosinseguros.

Os agentes da lesão são as máquinas, peças ou materiais em processo, osprodutos químicos, a eletricidade, os pisos, as escadas, as ferramentas, etc.

Os tipos de acidente são as batidas contra, as batidas por, a queda deobjetos ou de pessoas, os contatos com temperaturas extremas ou com aeletricidade, a prensagem entre objetos, etc.

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COLETIVA e INDIVIDUAL 55.1 – DEFINIÇÃO

É importante observar que o E.P.I. não evita o acidente, mas impede ouatenua uma lesão sofrida pelo trabalhador como conseqüência de umacidente.

O E.P.I. adequado ao risco e em perfeito estado de conservação efuncionamento, deve ser fornecido pela empresa aos empregados,gratuitamente, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveisou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes dotrabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;c) para atender às situações de emergência.

As recomendações ao empregador, quanto ao E.P.I. adequado ao riscoexistente em determinada atividade, são de competência do SESMT ou daCIPA, caso a empresa esteja desobrigada de manter o SESMT. Nas empresasdesobrigadas de manterem CIPA, cabe ao empregador, mediante orientaçãotécnica, fornecer e determinar o E.P.I. adequado.

O E.P.I., de fabricação nacional ou estrangeira, só poderá ser colocado àvenda, comercializado ou utilizado, quando possuir Certificado de Aprovação– CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração – MTA.

O fabricante é responsável pela manutenção da mesma qualidade do E.P.I.-padrão que deu origem ao CA.

5.2 - EXIGÊNCIAS LEGAIS FEITAS À EMPRESA E AOEMPREGADO

Obriga-se a Empresa, quanto ao E.P.I., a:

a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;

EQUIPAMENTOS de PROTEÇÃO

Conforme estipulado na NR-06, Equipamento de Proteção Individual é todoo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira,destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

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b) fornecer ao empregado somente E.P.I. aprovado pelo MTA e defabricantes cadastrados no DNSST/MTA;

c) treinar o trabalhador sobre seu uso adequado;d) tornar obrigatório o seu uso;e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódicas;g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no E.P.I..

Obriga-se o empregado, quanto ao E.P.I., a:

a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio

para o uso.

5.3 - RELAÇÃO DOS E.P.I.s MAIS COMUNS E SUAUTILIZAÇÃO

5.3.1 - PROTEÇÃO PARA A CABEÇA

a) Protetores faciais destinados à proteção dos olhos eda face contra lesões ocasionadas por partículas,respingos, vapores de produtos químicos e radiaçõesluminosas intensas;

b) Óculos de segurança para trabalhos em que haja orisco de ferimentos nos olhos, provenientes de:impacto de partículas; respingos de líquidosagressivos e metais em fusão; irritação por poeiras oupela ação de radiações perigosas;

c) Máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arcoelétrico;

d) Capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:agentes meteorológicos; impactos provenientes de quedas ou projeção deobjetos; queimaduras ou choque elétrico.

Óculos de Segurança

Protetores Faciais

Capacete de Segrança

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5.3.2 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES

Luvas e/ou mangas de proteção e/oucremes protetores devem ser usados emtrabalhos onde haja perigo de lesãoprovocada por: materiais ou objetosescoriantes, abrasivos, cortantes ouperfurantes; produtos químicos corrosivos,cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos,graxos, solventes orgânicos e derivados depetróleo; materiais ou objetos aquecidos;choque elétrico; radiações perigosas; frio eagentes biológicos.

5.3.3 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES

• calçados de proteção contra riscosde origem mecânica; impermeáveis,para trabalhos em locais úmidos,lamacentos ou encharcados;resistentes a agentes químicosagressivos; contra riscos de origemtérmica; contra radiações perigosas;contra agentes biológicos; contrariscos de origem elétrica;

• perneiras de proteção contra riscosde origem mecânica; contra riscos de origemtérmica; contra radiações perigosas;

5.3.4 - PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

a) Cintos de segurança para trabalhos realizados em altura superior a 2(dois) metros, onde haja risco de queda;

b) Trava-quedas de segurança acoplado ao cinto de segurança ligado a umcabo de segurança independente, para trabalhos realizados commovimentação vertical em andaimes suspensos de qualquer tipo.

c) Cadeiras suspensas para trabalhos em alturas em que haja necessidadede deslocamento vertical, quando a natureza do trabalho assim o indicar;

5.3.5 - PROTEÇÃO AUDITIVA

Protetores auriculares e abafadores, paratrabalhos realizados em locais onde o nívelde ruído seja superior a 85 dB (A), paraoito horas de exposição contínua. (NR-15,Anexos 1 e 2)

Luvas de Segurança

Protetor auricular e abafador de ruído

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5.3.6 - PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúdedo trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR-15:

a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que implicam na produção depoeiras;

b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através do jateamentode areia;

c) respiradores e máscaras de filtro químico para a exposição a agentesquímicos prejudiciais à saúde;

d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais detrabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% em volume.

5.3.7 - PROTEÇÃO PARA O TRONCO

Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção paratrabalhos nos quais haja perigo de lesões provocadas por: riscos de origemtérmica; riscos de origem radioativa; riscos de origem mecânica; agentesquímicos; agentes meteorológicos; umidade.

5.3.8 - PROTEÇÃO PARA O CORPO INTEIRO

Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais detrabalho onde haja exposição a agentes químicos absorvíveis pela pele, pelasvias respiratória e digestiva, ou prejudiciais à saúde.

5.3.9 - PROTEÇÃO PARA A PELE

Cremes Protetores para prevenir contra riscos de agentes químicosabsorvíveis pela pele.

A NR-06 determina ainda que todo o empregado deve trabalhar calçado,ficando proibido o uso de tamancos ou chinelos. As sandálias só serãoutilizadas, em casos especiais, quando a autoridade do MTE permitir-lhes ouso e se comprovado que, pela atividade desenvolvida, não oferecem riscos àintegridade física do trabalhador.

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TABELA I:LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE

(NR-15, Anexo 1)

NÍVEL DERUÍDO dB (A)

MÁXIMA EXPOSIÇÃODIÁRIA PERMISSÍVEL

85 8 horas86 7 horas87 6 horas88 5 horas89 4 horas e 30 minutos90 4 horas91 3 horas e 30 minutos92 3 horas93 2 horas e 40 minutos94 2 horas e 15 minutos95 2 horas96 1 hora e 45 minutos98 1 hora e 15 minutos100 1 hora102 45 minutos104 35 minutos105 30 minutos106 25 minutos108 20 minutos110 15 minutos112 10 minutos114 8 minutos115 7 minutos

Observações:

1. Ruído de Impacto é aquele queapresenta picos de energiaacústica de duração inferior a 1(um) segundo, a intervalossuperiores a 1 (um) segundo.

2. Entende-se por Ruído Contínuoou Intermitente, para fins deaplicação de Limites deTolerância, o ruído que não sejaruído de impacto.

3. Não é permitida a exposição aníveis de ruído contínuo acima de115 dB(A) para indivíduos quenão estejam adequadamenteprotegidos.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 6O fogo é um elemento indispensável à nossa sobrevivência e ao nossoprogresso. Ele é utilizado em processos industriais e domésticos. Quandoindustrializado, o fogo é gerador de energias e riquezas, fora de controle éresponsável por incêndios e destruição.

6.1 – A COMBUSTÃO

Combustão, ou simplesmente fogo, é uma reação química de oxidação rápidaem que há a geração de calor.

Para que a combustão aconteça é necessária a combinação de algunselementos essenciais: o combustível, o comburente, a temperatura de igniçãoou calor e a reação em cadeia.

Combustível é qualquer substância, sólida, líqüida ou gasosa, que vaiqueimar, produzindo luz e calor, e transformar-se ou servir de propagação aofogo.

Comburente é a substância que mantém a combustão, o gás que envolve ocombustível. O comburente mais comum é o oxigênio contido no aratmosférico na proporção de 21%. O ar atmosférico é respirável e alimenta acombustão quando contém, no mínimo, 16% de oxigênio.

Temperatura de ignição ou calor é a temperatura mínima a que deve seraquecida uma substância, para que se inicie a combustão.

Antes de iniciar a combustão, à medida que a temperatura vai aumentando,o combustível passa pelo Ponto de Fulgor.

Ponto de Fulgor é a temperatura a partir da qual o combustível sólido oulíqüido começa a desprender vapores inflamáveis.

Em seguida, caso a temperatura continue a subir, o combustível alcançará oseu Ponto de Ignição.

Ponto de Ignição é a temperatura em que os gases desprendidos docombustível entram em combustão independentemente de qualquer fonte decalor.

PRINCÍPIOS BÁSICOS da

CHAMAMOS INCÊNDIO AO FOGO DESCONTROLADO

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O Triângulo do Fogo

Reação em cadeia são as reações químicas que ocorrem quando asmoléculas de um combustível se combinam com o oxigênio e oxidam-se atéque sejam atingidos os pontos finais da combustão.

Para fins didáticos utiliza-se a figura deum triângulo para representar oselementos essenciais à ocorrência dacombustão.

A combustão pode ser chamada decompleta, incompleta ou espontânea.

É dita completa quando se verifica emambientes livres e com suprimento normalde oxigênio.

É incompleta quando ocorre em setorconfinado e com deficiência de oxigênio.

A combustão é espontânea quando origina de reações químicas, físicas ou deprocessos biológicos, sem que o combustível tenha tido contato com umafonte de calor.

Ex.: Auto-inflamação do celulóide, da pólvora, de blocos de Vulcaespuma , docarvão mineral, de resíduos de algodão e de panos e estopas impregnados deóleo de linhaça.

A transmissão do calor acontece, praticamente, de três maneiras:

- Condução, quando o calor é transmitido de um corpo para outro porcontato direto ou através de uma substância condutora de calor;

- Irradiação, quando o calor é transferido de um corpo para outro porintermédio de ondas caloríficas que se propagam pelo espaço existenteentre os dois corpos;

- Convexão, quando o calor é transmitido através da circulação dosvapores, tanto nos líqüidos como nos gases.

6.2 – OS PROCESSOS DE EXTINÇÃO

Para extinguir o fogo basta separar o combustível, absorver o calor ousuprimir o oxigênio do ar atmosférico do combustível incendiado.

Na queima, a combustão só ocorre depois do combustívelter alcançado a sua temperatura de ignição.

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À ação de separar o combustível chamamos isolamento.Ex.: Fechando-se o registro da passagem do gás decozinha para os queimadores notamos que o fogo seapaga por falta de combustível.

Ao ato de absorver o calor chamamos resfriamento.Ex.: Mergulhando-se o carvão em brasa em água friaesta se aquece e as brasas se apagam por ausência decalor.

Ao processo suprimir o oxigênio do ar atmosférico docombustível incendiado damos o nome de abafamento.Ex.: Se pegarmos uma vela acesa e a cobrirmos com umaredoma de vidro, de modo que o ar não penetre, notaremosque a chama da vela vai apagando lentamente, atéextinguir-se, por falta do oxigênio.

6.3 – AS CLASSES DE INCÊNDIO E OS MÉTODOS DECOMBATE

Para efeito de estudos, quanto aos processos e elementos de extinção,dividimos os incêndios em quatro classes: A, B, C e D.

Incêndios de Classe A são os que ocorrem em materiais de fácil combustão,que têm a propriedade de queimar em sua superfície e profundidade, e quedeixam resíduos como: tecidos, madeira, papel, fibras, couro, borracha, etc.Neste tipo de incêndio a melhor escolha está na retirada do calor. Utilizamospara isso água ou soluções que a contenham em grandes proporções.

Incêndios de Classe B são os que acontecem em produtos consideradosinflamáveis, que têm a propriedade de queimar somente em sua superfícienão deixando resíduos, como: óleos, graxas, tintas, vernizes, álcoois, éter,gorduras, ceras, solventes, gasolina, etc. Nesta classe de fogo não háaquecimento abaixo da superfície. Não devemos, pois, utilizar a água em jatosólido, e sim um elemento abafante como a espuma, a água em neblina, odióxido de carbono ou o pó químico.

Incêndios de Classe C são os que ocorrem em equipamentos elétricosenergizados, com a corrente elétrica ligada, como em motores,transformadores, quadros de distribuição, cabos condutores, etc. Neste casoo agente extintor não deve ser bom condutor de energia elétrica, pois ooperador pode ser, até mesmo, eletrocutado. Os extintores mais

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recomendados aqui são os a base de dióxido de carbono ou de pó químico,extinguindo o incêndio por abafamento. O pó químico, por deixar resíduos,não é recomendado em incêndios em aparelhos eletrônicos de precisão.

Incêndios de Classe D são os que ocorrem em metais pirofóricos, como:antimônio, cádmio, carbureto de cálcio, fósforo, lítio, magnésio, pó dealumínio, potássio, selênio, sódio, titânio, zinco, zircônio, etc. Para extinguí-los utilizamos pós especiais, que impedem a continuação das chamas, comoo grafite em pó, a limalha de ferro fundido e a areia seca.

Apresentamos a seguir um quadro resumido do que foi visto acima, com osmateriais extintores mais recomendados para cada tipo de incêndio.

CLASSESDE

INCÊNDIOÁGUA ESPUMA PÓ QUÍMICO

DIÓXIDO DECARBONO

(CO2)

PÓESPECIAL

A SIM SIM NÃO NÃO NÃOB NÃO SIM SIM SIM NÃOC NÃO NÃO SIM SIM NÃOD NÃO NÃO NÃO NÃO SIM

6.4 - EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Chamamos de equipamentos de combate a incêndio os diversos dispositivos,engenhos, aparelhos e peças empregados na luta contra o fogo. Essesequipamentos constituem as instalações preventivas e protetoras, conformea classificação usada pelos bombeiros.

Quanto à mobilidade, as instalações são chamadas fixas quando fazem parteda estrutura do prédio, como as redes de hidrantes, as canalizações dosedifícios, os detetores de incêndio ou fumaça, os chuveiros automáticos -Sprinklers, Mulsyfire e Protectospray, etc. As instalações são ditas móveis, ouportáteis, quando podem ser deslocadas de um ponto para outro, de acordocom a necessidade, como as viaturas, os extintores, as mangueiras deincêndio, os esguichos, etc.

6.4.1 – OS EXTINTORES

Extintor é um aparelho que serve para apagar princípios de incêndio. Háextintores portáteis, rebocáveis (carretas) e fixos. Estudaremos apenasalguns dos tipos de extintores mais comuns:

a) Extintor de Água, Água-gás ou Água pressurizada (A) – São indicados,exclusivamente, para incêndios de classe A. Podem ser de pressãopermanente ou injetada.

- O de pressão permanente é constituído de um recipiente cilíndricocontendo água sob pressão, controlada por um manômetro.

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- O de pressão injetada é formado por um recipiente cilíndrico contendoágua pura. Fixada à tampa, existe uma pequena ampola contendoCO2. Ao abrirmos a válvula da ampola o gás é liberado, pressionando aágua.

b) Extintores de Espuma (ES) – Específicos para o combate a incêndios dasclasses A e B, são constituídos de um cilindro com duas câmaras, cadauma contendo uma solução química: uma contendo água com,geralmente, sulfato de alumínio; outra contendo bicarbonato de sódiomisturado com um estabilizador, o alcaçuz. Uma vez virado o extintor, asduas soluções químicas se encontram e, instantaneamente, formam umaespuma rica em gás carbônico.

c) Extintor de Pó Químico seco (PO) – Indicado para os incêndios das classesB e C, pode também ser usado nos incêndios de classe A, quando oscombustíveis forem fardos de algodão ou de outros materiais têxteis. Temna parte superior uma válvula manobrável e um aplicador de pó emforma de funil. Externamente, fixada ao cilindro, há uma pequena ampolade aço com CO2 e um tubo de comunicação da ampola com a parteinterna do aparelho. Abrindo-se a válvula da ampola de CO2, o gás faz oarraste do pó existente no cilindro e a expulsão do mesmo através damangueira e do aplicador. Há extintores deste tipo que são pressurizadose para entrarem em funcionamento basta que se abra a válvula deescape. São mais eficientes que os de CO2 mas deixam resíduos, o que ostorna desaconselháveis para aplicação em instalações elétricas sensíveiscomo em computadores.

d) Extintores de Dióxido de Carbono (CO2) – Indicado para os incêndios dasclasses B e C, é constituído de um cilindro de aço contendo o gás sobpressão. Tem na parte superior uma válvula, travada com um grampo desegurança, e um aplicador de gás em forma de funil. Para funcionar,retiramos o grampo e acionamos o gatilho (ou giramos o volante,conforme o tipo de aparelho).

A NR-23, que trata da proteção contra incêndios, faz entre outras, asseguintes recomendações:

a) cada extintor deve ter uma etiqueta presa ao seu bojo, protegidaconvenientemente, com o número de identificação e informações sobrea data em que foi carregado e a data de recarga;

b) os cilindros dos extintores de pressão injetada devem ser pesadossemestralmente e, se a perda de peso for superior a 10% do pesooriginal deve ser providenciada a sua recarga;

c) o extintor de espuma deve ser recarregado semestralmente;d) os extintores devem ser colocados em locais de fácil visualização, de

fácil acesso, onde haja menor probabilidade do fogo bloquear o seuacesso e nunca nas paredes das escadas;

e) os extintores não deverão ter o seu bordo superior a mais de 1,60macima do piso nem poderão ser cobertos por pilhas de materiais.

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6.5 – PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM CASO DE INCÊNDIO

- Evacue toda a área. Os curiosos e as pessoas de boa vontade sóatrapalham.

- Ponha todos num lugar seguro, no andar térreo, para que todospossam sair com segurança.

- Antes de dar combate ao fogo desligue as chaves de energia elétrica.- Mantenha sempre a calma, atue com seriedade e NÃO TENTE SER

HERÓI !- Ao abandonar a casa, feche todas as janelas e portas e desligue os

ventiladores para que as correntes de ar não alimentem o fogo.- Não se fie em que alguém tenha chamado o Corpo de Bombeiros; faça-

o você mesmo !

6.5.1 - INCÊNDIOS EM QUE SE ESTÁ CONFINADO A UMA SALA

- Não tente salvar objetos, primeiro tente salvar sua vida.- Antes de abrir uma porta, toque-a com a mão. Estando fria abra-a

com cuidado, protegendo-se atrás dela. Se estiver quente NÃO ABRA APORTA. Arranque o carpete próximo à porta, obstrua as frestas comum pano molhado e afaste da mesma os materiais de fácil combustão.

- Desligue a chave elétrica geral da sala ou compartimento.- Se encontrar todas as vias de fuga bloqueadas, refugie-se em um

banheiro, molhando a porta e vedando-a com panos e papeismolhados. Obstrua o ralo das pias com um pano e abra totalmentetodas as torneiras para que as pias transbordem. Molhe suas roupas.

- Se ficar preso na fumaça cubra o nariz e a boca com lenço ou panomolhado para filtrar o ar. Mova-se rente ao chão, onde o ar é maisrespirável, para alcançar a saída ou uma janela para gritar porsocorro. Abra a janela e coloque perto de si um móvel para servir deanteparo para o calor. Atire para fora tudo o que queimar facilmente(cortinas, tapetes, papéis, etc).

- Não se tranque em qualquer compartimento.- Se estiver preso, tente arrombar as portas com o impacto de qualquer

objeto resistente.- Procure alcançar o térreo usando a escada mais próxima. Não use o

elevador. Suba somente se for impossível descer.- Se o incêndio for de grande proporção e nos andares inferiores vá para

o local mais alto e seguro possível, fechando atrás de si as portascorta-fogo de cada andar.

CHAME O CORPO DE BOMBEIROS PARA QUALQUERPRINCÍPIO DE INCÊNDIO, POR MENOR QUE PAREÇA SER!

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6.5.2 - SE A FRIGIDEIRA OU PANELA DE FRITURAS PEGAR FOGO

- Desligue a fonte de calor.- Cubra a panela com a sua tampa, com uma bandeja ou com uma

toalha molhada. Não jogue água sobre a frigideira nem a leve parauma pia ou uma janela.

6.5.3 - SE A ROUPA DE ALGUÉM PEGAR FOGO

- Se for você mesmo, role pelo chão para abafar as chamas.- Sendo outra pessoa, deite-a no chão de qualquer modo. Cubra a área

em chamas com um tapete, um cobertor ou um casaco para que isoleas chamas do ar. Proteja o rosto da vítima e o seu próprio, usando ocasaco ou cobertor como escudo.

- Se for uma criança tomada de pânico impeça-a de correr (já que issoaviva as chamas). Enrole-a num cobertor e isole as chamas conformedescrito acima.

- As roupas escaldadas devem ser tocadas com cuidado pois os tecidosquentes pioram os danos à pele do paciente. Retire as partesescaldadas, cuidadosamente, começando pelas partes não queimadas.Chame uma ambulância. Se a pessoa não estiver gravementequeimada leve-a para um hospital imediatamente. Jamais tenteremover roupas carbonizadas ou queimadas de uma pessoa. Deixeessa operação para os especialistas.

6.5.4 - INCÊNDIO NUM AUTOMÓVEL

- Pare o automóvel e faça todos os passageiros saírem.- Se possível, desligue o cabo da bateria antes de usar o extintor.- Se o motor pegar fogo, entreabra um pouquinho o capô e introduza o

aplicador do extintor pela abertura.- Se o incêndio for grave, afaste-se do carro, pois o tanque de

combustível pode explodir ou a fumaça venenosa dos plásticos emcombustão podem comprometer seus pulmões.

- Se você vir alguém preso num carro em chamas tente tirar a pessoadali, desde que você não corra perigo.

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ANEXO 1SEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DE MECÂNICA

Em toda a profissão há riscos profissionais. A corrente elétrica é um riscoinerente aos serviços que envolvem a eletricidade mas nem por isso a energiaelétrica pode ser considerada uma condição insegura.

Nos nossos laboratórios de Mecânica existem algumas máquinas que podemser consideradas de risco.

Listamos, a seguir, algumas máquinas que lá estão, os acidentes maisfreqüentes que com elas possam acontecer e algumas recomendações para aprevenção desses acidentes.

1 – ESMERIL:

Máquina usada para fazer desbastes e afiação das arestas cortantes devários tipos de ferramentas.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Quebra do rebolo ocasionando ferimentos graves no operador.- Lesões graves nas mãos do operador por segurar a ferramenta com estopa

ou pano.- Queimaduras nas mãos do operador provocadas pelo não resfriamento

das ferramentas ou por fagulhas

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.- Verificar se o rebolo está com a proteção para evitar que fagulhas atinjam

o operador.- Verificar se o batente de apoio se encontra a ± 2 mm da superfície do

rebolo para evitar o esmerilhamento do dedo.- Verificar se o material do rebolo é compatível com o material a ser

esmerilhado.- Não utilizar luvas ou estopa ou pano para segurar a peça.- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na

máquina.- Não utilizar suporte para fixar a peça a ser esmerilhada.

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2 – FRESADORA:

Máquina usada para produzir rasgos em peças a serem encaixadas, abrirdentes em engrenagens, etc.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Lançamento da peça mal presa atingindo gravemente o operador.- A má fixação da fresa pode fazer com que esta se rompa, lançando-se

sobre o operador.- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas

compridas, adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.- Verificar se as peças e a fresa estão bem presas.- Verificar se o material da fresa é compatível com o material a ser fresado.- Como em toda a máquina rotativa, utilizar sempre roupa adequada ao

trabalho e retirar adornos que possam prender na máquina. O cabelo, secomprido, deverá estar preso.

- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção namáquina.

3 – FURADEIRA:

Máquina usada para produzir furos circulares por meio de giro de umaferramenta de corte

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Lançamento da peça por força radial atingindo gravemente o operador.- Quebra ou entortamento da broca, ferindo o operador.- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas

compridas, adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.- Verificar se as peças e a broca estão bem presas.- Verificar se a broca está bem afiada.- Verificar se o material da broca é compatível com o material a ser

perfurado.- Como em toda a máquina rotativa, utilizar sempre roupa adequada ao

trabalho e retirar adornos que possam prender na máquina. O cabelo, secomprido, deverá estar preso.

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53- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção

na máquina.

4 – SERRA OPERATRIZ:

Usada para o fracionamento de materiais em pedaços.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Quebra da serra atingindo o operador.- Perfuração dos dedos pelas engrenagens da máquina.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Verificar o aperto da serra para evitar que ela se solte e quebre, ferindo ooperador.

- Proteger as engrenagens da máquina para que as mãos do operador nelanão se prendam.

- O material a ser serrado deve ser bem fixado para evitar que a serra sequebre.

- Usar luvas para manusear o material a ser serrado.

5 – SOLDA OXI-ACETILENO:

Usada para fundir duas ou mais peças entre si, usando o oxigênio comocomburente e o acetileno como combustível.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Intoxicação por inalação de gases e vapores provenientes do processo desoldagem.

- Queimaduras na visão causadas por radiações e fagulhas.- Superaquecimento das mangueiras, provocando vazamento e incêndio.- Explosão da linha caso esta não esteja limpa.- Queimaduras provocadas pelo mal-uso (desatenção).

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Armazenar corretamente o cilindro de gás.- Fechar bem o cilindro logo ao terminar o serviço.- Não permitir o contato do cilindro com fios energizados.- Manter as mangueiras bem afastadas da área de soldagem.- Fazer periodicamente a limpeza da linha.- Utilizar o maçarico corretamente.

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54- Para trabalhos leves, de pequena duração, usar óculos com filtros. Em

trabalhos mais pesados usar óculos de concha dupla com perfeitavedação contra fagulhas.

- O trabalho deve ser executado em local arejado.

6 – SOLDA ELÉTRICA:

Equipamento usado para unir duas ou mais peças entre si, com ou sem adiçãode material, de modo a formar uma junção através do processo de eletrodorevestido.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Choque elétrico.- Queimaduras na visão causadas por radiações ultravioleta e

infravermelha.- Queimaduras por respingos de material fundido.- Intoxicação por fumos e gases provenientes da queima.- Quedas e tropeços em fios de grande comprimento.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Usar máscara de soldador, luvas, avental e perneiras de raspa e botinasprovidas de biqueiras de aço.

- Ligar o equipamento à terra.- Ligar o equipamento através de chave com fusíveis ou disjuntor.- Verificar se todos os cabos condutores estão em perfeitas condições.- Nunca colocar o porta-eletrodo sobre a peça ou sobre qualquer parte

ligada eletricamente ao circuito de soldagem.- Não deixar os cabos condutores em áreas de circulação.- Usar cabos com o menor comprimento possível.- O trabalho deve ser executado em local bem ventilado.

7 – TORNO:

Máquina usada para remover material da superfície de uma peça em rotaçãocom o auxílio de uma ferramenta de corte.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Desprendimento do cavaco atingindo o operador.- Queimaduras provocadas pelos cavacos.- Rompimento da peça a ser torneada atingindo o operador.- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas

compridas, adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos, gravatasde visitantes.

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55- Ferimentos nos pés causados por cavacos que caem da máquina.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.- Uso de sapatos de couro.- Utilizar sempre roupa adequada ao trabalho e retirar adornos que possam

prender na máquina. O cabelo, se comprido, deverá estar preso.- Verificar se as ferramentas e a peça estão bem presas.- Retirar a chave “T” da placa logo após fixar a peça.- Usar a proteção coletiva da máquina para evitar o lançamento de cavacos.- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na

máquina.

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Bibliografia

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Ribeiro Fº, Leonídio Francisco. Técnicas de Segurança do Trabalho.Cultura Editora, 1974

FINEP . Primeiros Socorros. Finep, 1979PETROBRÁS. Primeiros Socorros. Petrobrás, 1979

PHILCO. Segurança no Trabalho. Philco, 1980

Universidade Santa Úrsula - Engenharia de Segurança do Trabalho -Conduta em Primeiros Socorros. USU, 1982

Lima, Sérgio de Assis. Organização e Segurança no Trabalho. ETER –Mecânica, 1997

Porto, João Venceslau. Organização e Segurança no Trabalho. ETER -Informática, 1998

Ministério do Trabalho. Normas de Higiene e Segurança no Trabalho, 2003

Nossos agradecimentos aos professores Élio, Gérson, Joaquim, Henrique eRaimundo , da ETER, pela colaboração no Anexo 1

Rio de Janeiro, março de 2003