hermes - petiÇÃo bacenjud

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 14º VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO ESPECIAL DE BRASÍLIA/DF Processo nº 2002.01.1.115860-4 HERMES RICARDO MATIAS DE PAULA, devidamente qualificados no processo em epígrafe, onde contende com ROBERPAR SERVIÇOS DE IMPRESSÃO LTDA., vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o que se segue: As partes se compuseram em acordo celebrado e protocolizado neste juízo em 04 de julho de 2007, referente à dívida em cobrança no valor total de R$ 76.571,46 (Setenta e seis mil quinhentos e setenta e um reais e quarenta seis centavos). Ficando estabelecido no referido Acordo, em seu item IV, que o Exeqüente concederia ao Executado o prazo de 10 (dez meses) para quitação do valor total da dívida, sendo o pagamento realizado da seguinte forma: A ROBERPAR SERVIÇOS DE IMPRESSÃO LTDA. dará uma entrada no valor de R$ 7.657, 15 (Sete mil, seiscentos e cinqüenta e sete reais e quinze centavos) a ser quitada a cada dia 25 do mês, sendo o primeiro pagamento no dia 25/07/2007. O saldo remanescente será saldado em 09(nove) parcelas, cada uma no importe de R$ 7.657, 15 (Sete mil, seiscentos e cinqüenta e sete reais e quinze centavos) pagas mensalmente, vencíveis, a primeira destas, 30 (trinta) dias após o pagamento da entrada e as demais, no mesmo dia dos meses subseqüentes até alcançar a parcela 10º/10. SHIS QI 1 Conjunto 04 Casa 24 – Brasília – DF/Brasil CEP: 71050-040 TEL/FAX: 365-5000 www.melillo.adv.br [email protected] 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 14º VARACÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO ESPECIAL DE BRASÍLIA/DF

Processo nº 2002.01.1.115860-4

HERMES RICARDO MATIAS DE PAULA, já devidamentequalificados no processo em epígrafe, onde contende comROBERPAR SERVIÇOS DE IMPRESSÃO LTDA., vem, muirespeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o quese segue:

As partes se compuseram em acordo celebrado e protocolizadoneste juízo em 04 de julho de 2007, referente à dívida em cobrançano valor total de R$ 76.571,46 (Setenta e seis mil quinhentos e

setenta e um reais e quarenta seis centavos).

Ficando estabelecido no referido Acordo, em seu item IV, que oExeqüente concederia ao Executado o prazo de 10 (dez meses)para quitação do valor total da dívida, sendo o pagamentorealizado da seguinte forma:

A ROBERPAR SERVIÇOS DE IMPRESSÃO LTDA. dará uma entrada novalor de R$ 7.657, 15 (Sete mil, seiscentos e cinqüenta e setereais e quinze centavos) a ser quitada a cada dia 25 do mês,sendo o primeiro pagamento no dia 25/07/2007.

O saldo remanescente será saldado em 09(nove) parcelas, cadauma no importe de R$ 7.657, 15 (Sete mil, seiscentos ecinqüenta e sete reais e quinze centavos) pagas mensalmente,vencíveis, a primeira destas, 30 (trinta) dias após o pagamentoda entrada e as demais, no mesmo dia dos meses subseqüentes atéalcançar a parcela 10º/10.

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Ocorre que o Executado não cumpriu o que fora acordado,conforme, já demonstrado em petição protocolizada neste juízo em26 de março do corrente ano.

Assim, tendo em vista a inadimplência contumaz da Executada, nãorestou alternativa ao Exeqüente senão dar prosseguimento ao feito,requerendo para isso o prosseguimento à execução, com aexpedição dos respectivos Mandados de Remoção dos bens, quaissejam, 1) MÁQUINA ROTATIVA HARRIS, MODELO V15 (UMAUNIDADE DE IMPRESSÃO) MODELO V15 PAINEL AZUL, ANO 1982, E2) MÁQUINA DE REPROGRAFIA DE GRANDE PORTE, MARCA CANON,MODELO AP 6050, conforme já fora deferido as fl. 421 dos autosdeste processo.

Diante deste requerimento, assim, despachou o d. Magistrado:

Desentranhe-se e cumpra-se o mandado de remoção de fls 448,destes autos, tendo em conta o não cumprimento do acordonoticiado às fls 431/434.

A Executada, na pessoa de sua Procuradora, após odesentranhamento e expedição do referido mandado, contactounovamente o ora Exeqüente, na tentativa de celebrar outro

instrumento de composição, segundo demonstram os e-mailsrecebidos e enviados pelos patronos das partes.

Ambíguo, para não dizer de má-fé, foi o posicionamento da oraExecutada, pois ao tempo em que negociava um novo acordo dasparcelas restantes, interpôs recurso de agravo de instrumento compedido liminar para suspender os efeitos da decisão quedeterminou a remoção dos bens.

 Tal Agravo, de relatoria do ilustríssimo Des. Lécio Resende, desse

modo concluiu:1ª TURMA CÍVEL Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO Processo Número :2008 00 2 005141-0 Agravante(s) : ROBERPAR SERVIÇOS DEIMPRESSÃO LTDA Agravado(s) : HERMES RICARDO MATIAS DE PAULARelator : Desembargador LÉCIO RESENDETrata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO que visa desconstituirdecisão reproduzida por cópia à fl. 15, mediante a qual foideterminado o desentranhamento e o cumprimento do mandado deremoção acostado à fl. 41, tendo em vista o não cumprimento do

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acordo entabulado entre Hermes Ricardo Matias de Paula e aEmpresa Jornalística Tribuna do Brasil Ltda. Roberpar Serviçosde Impressão Ltda agrava nos presentes autos, como terceirointeressado, vez que adquiriu da executada, EmpresaJornalística Tribuna do Brasil Ltda, a marca TRIBUNA DO BRASIL,aos 29-03-2005, passando a administrá-la desde então. Informa

que apesar de ter realizado acordo para o pagamento de débitoperante o agravado, passou a efetuar o pagamento das parcelascom atraso, culminando com que este peticionasse ao Juízo daexecução o desentranhamento do mandado de remoção do bempenhorado, qual seja, uma unidade da rotativa Harris v-15, oque foi deferido sem que fosse ordenada a caução do valorexcedente à execução. Liminarmente, requer seja concedido oefeito suspensivo ao cumprimento da referida decisão proferidapelo Juízo a quo até o pronunciamento definitivo do Tribunalsobre a questão, nos termos do art. 558 do CPC. Sustenta que obem dado em garantia é essencial à sua atividade econômica,dessa forma, requer que o referido bem permaneça sob a posse e

guarda do depositário já designado para que não fiqueprejudicado o regular desenvolvimento de suas atividades.Sempre que possível, o Magistrado deve determinar que odepósito dos bens penhorados se faça em mãos do executado, quese torna fiel depositário dos mesmos, respondendo por qualquerdano que venha ocorrer. Assim, a determinação de recolhimentodo bem ao Depósito Público, somente deve ser feita em situaçõesextremas, principalmente quando é utilizado na atividadecomercial do devedor. Outrossim, os Depositários não contam comlugar seguro e condigno, evidenciando-se a real possibilidadede deterioração do bem penhorado, que ficará sujeito,inclusive, ao extravio. Trago à colação ementa de julgado sobre

o tema em questão, verbis: “PROCESSO CIVIL - AGRAVO DEINSTRUMENTO - REMOÇÃO DE BENS AO DEPÓSITO PÚBLICO -POSSIBILIDADE DE PERMANECEREM DEPOSITADOS JUDICIALMENTE COM UMADAS PARTES - 1- É publico e notório que os bens recolhidos aodepósito público ficam expostos ao sol e chuva e com o tempoacabam se estragando, desvalorizando-os ainda mais. 1.1 Logo,forçoso convir que havendo como se evitar a remoção dos bens aodepósito público, melhor será, máxime quando os bens ficarão naposse de uma das partes litigantes, que os manterá na qualidadede depositário judicial. 2. Precedente. "IV - O recolhimento debem móvel penhorado a depósitos públicos somente deve serprocedido em situações extremadas, porquanto nem sempre sedispõe de local adequado para a guarda e conservação do mesmo.Em geral, os depositários não contam com lugar seguro einstalações condignas, havendo grande risco de deterioração eextravio, o que possui o condão de transferir ao estado aresponsabilidade civil, implicando na obrigação de indenizar osdanos causados. V - Agravo Provido." (AGI 1999.00.2.002681-0,3ª Turma Cível, Rel. Des. Nívio Gonçalves, DJU de 15/12/99,pág. 33). 3. Agravo provido parcialmente.” (20040020037500AGI,Relator JOÃO EGMONT, 1ª Turma Cível, julgado em 11/10/2004, DJ15/02/2005 p. 144) Presentes, pois, os requisitos

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autorizativos, defiro o pedido limine para suspender a r.decisão quanto à remoção do bem ao Depósito Público, até ojulgamento do presente recurso. Oficie-se à MMª Juíza deDireito, para que preste informações. Intimem-se o agravante eo agravado para, querendo, contraminutar o recurso. Brasília,02 de maio de 2008. Desembargador LÉCIO RESENDE (Grifo nosso)

A afirmação feita quanto à inexistência de lugar adequado paraguarda do bem pelo Exeqüente pode ser afastada, pois, conforme,

 já demonstrado nos autos deste processo, o Exeqüente possui localapropriado e seguro para manter a guarda de tais equipamentos.

O que se verifica na atuação da Executada é que seus movimentostiveram um único norte: a de segurar qualquer iniciativa doExeqüente, com a iniciativa de reiniciar conversações sobrepagamento do débito, quando na verdade, suas ações já estavam

sendo praticadas nos bastidores, visando a não remoção do bempenhorado, o que se confirma pelo fato de até a presente data, nãoterem dado cabo ao acordo renegociado.

Importa esclarecer, que o acordo foi firmado no dia em que aremoção iria se consumar, ou seja, não foi por interesse voluntárioda Executada em acertar o débito, mas por força da decisão do

 Judiciário em autorizar a remoção.

A Executada, se não sentir na “pele” alguma pressão, não vai

honrar o compromisso assumido.

Essa situação Exa., inverte o papel das partes no processo. Quemtem que receber os olhares atentos do Judiciário é o credor, cujodireito já foi admitido pela parte devedora, e não esta, que sesocorre de todos os artifícios para não pagar ou protelar opagamento.

Há ainda que se destacar que o art. 5º, LXXVIII, da CF/88, garante arazoável duração de um processo, com meios que visam sua

celeridade.

Sem menos relevância, as últimas alterações no capítulo dasexecuções do CPC, buscaram em toda sua essência, a celeridadeprocessual, com a eficácia da tutela almejada, o bem da vidabuscado no processo.

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A efetividade da prestação jurisdicional almejada é o pagamentoem espécie da dívida contraída, o que não ocorrerá com a nãoremoção dos bens.

O que se vê, entretanto, é que a penhora do bem representado

pela impressora e copiadora descritos no auto, não atendem asregras prescritas no art. 655, do CPC.

Insta destacar que os bens “móveis” encontram-se previstosapenas em terceiro lugar na lista de preferências do mencionadoartigo, estando o “dinheiro” elencado em primeiro.

Nesta esteira, resta evidente que a penhora há de ser feita depreferência em dinheiro, para que o bem da vida buscado peloExeqüente e já admitido pelo Executado seja efetivamente

entregue.

Não se justifica mais protelar uma ação, onde não há debatemeritório. A Executada já reconheceu seu débito o que importadizer que qualquer ação omissiva ou comissiva daqui em diante,representa o único intuito de protelar o pagamento ou até mesmode não pagar.

Com efeito, o art. 655 do CPC, contém preceito ostensivo,estabelecendo uma ordem que deve ser observada, e não pode ser

subvertido, sob pena de não ser válida a nomeação feita peloexecutado.

Na espécie, relevante mencionar os ensinamentos de Pontes deMiranda1, referente ao artigo 655 do CPC, in verbis:

“A penhora há de ser feita de preferência em dinheiro, pedras emetais preciosos, porque são bens transeuntes, excetuados osanéis nupciais; mas temos de atender a que o dinheiro está emprimeiro lugar. Não importa onde se acha o dinheiro, nem aspedras ou os metais: na mão do devedor, em depósito público ou

particular, ou emprestados (Silvestre Gomes de Morais,Tractatus de Executionibus, VI, 147).

Quanto ao dinheiro, se a dívida é em moeda estrangeira e odevedor a tem, cabe-lhe nomear moeda estrangeira se o que odevedor tem em moeda nacional não basta. Se a dívida é numaespécie de moeda e a que o devedor tem não basta, então orestante é que pode ser nomeado em outra moeda.”

1Comentários ao Código de Processo Civil, Tomo X, Forense – RJ, 1976, p. 229/230.

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Nesse sentido, mister transcrever, ainda, os comentários deAmílcar de Castro2 a respeito do caso em tela:

“(...) é princípio básico do direito obrigacional que os bens

do devedor são a garantia comum dos credores, salvo aspreferências legítimas. Mas, conquanto possa a penhora recairem quaisquer bens do executado, deve observa-se a ordemestabelecida para penhorá-los.

De tal sorte, a penhora deve recair nos bens de primeiraclasse, e só em falta destes nos da classe imediata, e assimsucessivamente. Visa-se com isso, não só tornar mais fácil erápida a execução, como conciliar quanto possível os interessesdas partes. Por isso mesmo, não é obrigatória a gradação quantoo executado intenta desobedece-la, devolvendo-se neste caso, aoexeqüente o direito de designar os bens penhoráveis sem

observá-la.”

O i. jurista Araken de Assis3, assim nos ensina sobre a questão:

“Deste modo, inválida se afigura a nomeação fora do prazo ouque não obedecer à ordem do art. 655, conforme reza o art. 656,I (retro, 29.3)”

 José Frederico Marques4, defende que a regra do art. 655, do CPC,poderia não ser observada se o credor manifestasse concordância.Assim ele nos ensina:

“A nomeação feita sem observância desses preceitos ou condiçõespoderá, no entanto, ter validade e eficácia, se o credor semanifestar de acordo com o ato do devedor.” (“salvo convindo ocredor” como diz o art. 656, caput).

Não se pode admitir, sob o pretexto de que a execução transcorrade forma menos gravosa ao Agravado ou qualquer outro que sepossa deduzir, especialmente, quando não existe mais discussão demérito na demanda, uma vez que agindo assim não só o art. 655,do CPC, encontrar-se-á violado, mas também o art. 656 do mesmo

diploma, que dispõe que será ineficaz a nomeação se nãoobedecida à ordem legal.

2Comentários ao Código de Processo Civil, 2ª Ed., Editora Revista dos Tribunais, S.P – 1976, p. 213.

3Comentários ao Código de processo Civil, Ed. Revista dos Tribunais, 2000. pág. 128.

4Instituições de Direito Processual Civil, Ed. Millennium, Volume V, 2000, Pág. 166.

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Desta forma, além de ser possível a nomeação, é dever domagistrado fazer cumprir a ordem legal prevista no ordenamento

 jurídico pátrio.

Nesse contexto, outro não pode ser o pedido do Exeqüente, senão

o de seja deferida a penhora em contas correntes e de aplicaçõesmantidas pela Executada, via ofício ao Banco Central para procederà penhora, através do sistema BacenJud.

O Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios vemconsolidando sua jurisprudência no sentido de autorizar edeterminar a penhora em dinheiro. Vejamos:

“EXECUÇÃO. PENHORA EM DINHEIRO. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 620 E655 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Ordem judicial determinando

que sejam penhorados os valores encontrados em depósitosbancários e aplicações financeiras em nome da executada,excluindo-se o montante correspondente a salários, em face denão se ter acolhido nomeação de bens imóveis, não viola oartigo 620 do CPC, que há de ser interpretado em harmonia com oque estabelece o artigo 655 do mesmo diploma legal, eis que alei não contém palavras inúteis, nem se pode olvidar de que oprincípio da economia processual aliado ao da legalidadeconstituem a espinha dorsal da atividade do judiciário”5.

Classe do Processo : AGRAVO REGIMENTAL NO AGI 20040020060192AGIDFRegistro do acórdão Número : 207124Data de Julgamento : 08/11/2004Órgão Julgador : 5ª Turma CívelRelator : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMARelator Designado: HAYDEVALDA SAMPAIOPublicação no DJU: 10/03/2005 Pág.: 73(até 31/12/1993 na Seção 2, a partir de 01/01/1994 na Seção 3)Ementa AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃOINTERLOCUTÓRIA - PENHORA.I - NÃO CONSTITUI DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE, MAS DECISÃOINTERLOCUTÓRIA, A DETERMINAÇÃO DO JUÍZO PARA QUE O CREDORCOMPROVE QUE AS CONTAS INDICADAS, PARA EFEITO DE PENHORA, NÃO

SÃO UTILIZADAS PARA FINS ALIMENTÍCIOS.II - VALORES DEPOSITADOS EM CONTAS CORRENTES SÃO PASSÍVEIS DEPENHORA, DESDE QUE EFETUADA EM PERCENTUAL MODERADO, PELO MENOSEM FASE DE LIMINAR.III - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. MAIORIA.Decisão: CONHECER E DAR PROVIMENTO POR MAIORIA, VENCIDO OEMINENTE RELATOR, REDIGIRÁ O ACÓRDÃO A EMINENTE PRIMEIRA VOGAL.

5Agravo de Instrumento 20000020012689/DF; Desembargador Relator: Romão c. Oliveira; DJU: 18/10/200

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Classe do Processo : AGRAVO DE INSTRUMENTO 20040020024546AGI DFRegistro do acórdão Número : 192859Data de Julgamento : 17/05/2004Órgão Julgador : 6ª Turma CívelRelator : JAIR SOARESPublicação no DJU: 03/06/2004 Pág.: 57

(até 31/12/1993 na Seção 2, a partir de 01/01/1994 na Seção 3)Ementa:EXECUÇÃO. INDICAÇÃO DE BEM À PENHORA. NÃO OBSERVÂNCIA DA ORDEMLEGAL. INEFICÁCIA. PENHORA DE OUTROS.A INDICAÇÃO, PELO EXECUTADO, DE BENS À PENHORA QUE, ALÉM DEINDISPONÍVEIS, NÃO OBSERVAM A ORDEM LEGAL (CPC, ART. 655),PORQUE INEFICAZ (CPC, ART. 656, I,) AUTORIZA A PENHORA DEOUTROS (CPC, ART. 659), INCLUINDO ATIVO EM CONTA BANCÁRIA.AGRAVO NÃO PROVIDO.Decisão: CONHECER E NEGAR PROVIMENTO. UNÂNIME.

Classe do Processo : AGRAVO DE INSTRUMENTO 20030020109999AGI DF

Registro do acórdão Número : 191799Data de Julgamento : 29/03/2004Órgão Julgador : 4ª Turma CívelRelator : CRUZ MACEDOPublicação no DJU: 20/05/2004 Pág.: 34(até 31/12/1993 na Seção 2, a partir de 01/01/1994 na Seção 3)Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS - PENHORA - SALDO EM CONTA- CORRENTE DO DEVEDOR EMDETRIMENTO DE BENS MÓVEIS - ONEROSIDADE EXCESSIVA -INEXISTÊNCIA - DECISÃO MANTIDA.1. DE ACORDO COM O ART. 656, INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL, A NOMEAÇÃO DE BENS A SEREM PENHORADOS SERÁ INEFICAZ,

SALVO CONVINDO O CREDOR, SE NÃO OBEDECER À ORDEM LEGAL,PREVISTA NO ART. 655 DO MESMO DIPLOMA LEGAL.2. AGRAVO IMPROVIDO.Decisão: NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, UNÂNIME.

Esse tipo de providência vem tomando cada dia mais corpo ealcançando um nível relevante de eficácia, pois fortalece o

  Judiciário e o próprio direito, ao passo que o bem da vida jáconcedido, sai do papel e entra no mundo material do

 jurisdicionado.

  Toma-se, por exemplo, a decisão proferida pelo E. Juiz CarlosAlberto Martins Filho, da MM. 16ª Vara Cível de Brasília, proferidanos autos do processo nº 57096/96, onde autorizou a penhora emconta corrente, via BacenJud, mesmo sendo para recebimento desalário, verbis: 

Circunscrição :1 - BRASILIAProcesso : 00057096/96

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Vara : 216 - DECIMA SEXTA VARA CIVEL

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Cuida-se de pedido de liberação de quantia bloqueada pelosistema BACENJUD junto ao Banco de Brasília - BRB formulado

pelos executados, nos termos da petição e documentos de fls.374/379.

Alegam os executados, Maria Chaves Batista e Woshington Batistade Carvalho, que as contas mantidas naquelas instituiçõesbancárias são contas salariais e que, portanto, as quantias aliencontradas são impenhoráveis.

Verifica-se, dos documentos acostados aos autos, que aexecutada, Maria Chaves Batista, percebe seu salário junto àinstituição em que foi efetivado o bloqueio. No entanto, nareferida conta foi, conforme documento de fls. 371, bloqueada a

quantia de apenas R$ 942,37 na conta bancária da devedora namencionada instituição.

Na hipótese em comento, a presente execução foi ajuizada desdenovembro de 1996, e até o momento os devedores não procederamao pagamento do débito nem nomearam bens à penhora. Contudo,somente agora, quando se vêem diante do bloqueio de quantiaexistente em suas contas, é que comparecem em juízo; e mais,apenas para invocarem a impenhorabilidade de tais quantias epleitearem o respectivo desbloqueio.

Vale ressaltar que a impenhorabilidade aventada não pode ser

tida como absoluta. Na busca da realização da melhor justiçadeve-se conflitar a necessidade dos devedores com os interessese direitos do credor. A proteção que a lei dá aos salários temcomo finalidade precípua a subsistência dos devedores e de seusfamiliares, com base, inclusive, no princípio da dignidade dapessoa humana.

Desse modo, nada obstante a natureza salarial das contas em queforam realizados os bloqueios, impõe-se, ao se sopesarem osinteresses e direitos de ambas as partes, a manutenção, em facedo preconizado pelo art. 649, inc. IV, do Código de ProcessoCivil, do bloqueio total quanto à executada, Maria ChavesBatista, tendo em vista que a quantia de R$ 942,37, bloqueadarepresenta menos de 30% (trinta por cento) de seu salário.

Por sua vez, quanto ao executado, Woshington Batista, mantenhoa manutenção do bloqueio na quantia referente a 30% (trinta porcento) do salário do devedor indicado à fl. 379, com ordem dedesbloqueio da quantia remanescente.

Efetuada a transferência das quantias para conta judicial,lavre-se termo de penhora e intimem-se os executados.

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Brasília - DF, quinta-feira, 10/04/2008 às 16h22.

CARLOS ALBERTO MARTINS FILHOJuiz de Direito

A decisão supra citada merece todo elogio, pois demonstra asensibilidade do juiz com o direito credor, que desde 1996 tentareceber seu crédito e, somente após a penhora de valores emconta, foi que os Executados resolveram aparecer.

O caso sub examine está em absoluta consonância como o acimaexemplificado. A Executada não mostra nenhum interesse empagar a dívida e, somente quando a situação aperta e que ela semexe. 

Mister esclarecer que a Executada está longe de ser umassalariado, sendo uma das maiores empresas jornalísticas eeditoriais do Distrito Federal que não sofrerá qualquer abalo comuma penhora nos valores devidos nesse processo.

O valor atualizado do débito existente até a presente data é de R$34.811,62 (trinta e quatro mil, oitocentos e onze reais e sessenta edois centavos), conforme comprovam as planilhas anexas. Acorreção monetária foi calculada com a aplicação do índice INPC,utilizado por esse E. TJDF, tendo como data inicial a data de

26/03/2008 (data da última atualização informada a este juízo) e oseu termo final o dia 9 de maio de 2008, seguindo à risca o definidono item VI do acordo.

Contudo, não restando quaisquer possibilidades de composiçãocom a Executada, a Exeqüente pugna, em face do disposto no art.655-A, do CPC, desde já se pede que o d. Juízo requisite daautoridade supervisora do sistema bancário, por meio eletrônico(BACENJUD), informações sobre a existência de ativos em nome daExecutada, e no mesmo ato solicite a sua indisponibilidade, até o

valor da execução R$ 34.811,62 (trinta e quatro mil,oitocentos e onze reais e sessenta e dois centavos).

Para tanto se repetem os dados da Executada: ROPERPARSERVIÇOS DE IMPRESSÃO LTDA., sociedade limitada, inscrita noCNPJ/MF sob o nº 07.281.998/0001-99, com endereço na RuaItaquera nº 378, sala 211, Bairro Pacaembú, São Paulo, CEP:01.246-030, representada por Alcyr Duarte Collaço Filho, brasileiro,SHIS QI 1 Conjunto 04 Casa 24 – Brasília – DF/BrasilCEP: 71050-040 TEL/FAX: 365-5000www.melillo.adv.br   [email protected] 

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5/10/2018 HERMES - PETIÇÃO BACENJUD - slidepdf.com

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casado, empresário, portado da identidade nº 13.031.673 SSP/SP einscrito no CPF/MF sob o nº 101.536.308-33, residente edomiciliado na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na RuaPernambuco, nº 147, Apartamento 71.

Em sendo bloqueado os valores acima descritos, requer sejadesconstituída a penhora realizada sobre os bens da Executada,liberando-as da constrição. 

Pede deferimento.

Brasília-DF, 09 de maio de 2008.

Melillo Dinis do NascimentoOAB/DF 13.096

Gladys NascimentoOAB/DF 13.022

Alexandre Henrique Leite Gomes

OAB/DF 13.440

Avenir J. de Souza JúniorOAB/DF 24.308

SHIS QI 1 Conjunto 04 Casa 24 – Brasília – DF/BrasilCEP: 71050-040 TEL/FAX: 365-5000www.melillo.adv.br   [email protected] 

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