hermenÊutica jurÍdica

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HERMENÊUTICA JURÍDICA I- CONCEITO Interpretar a lei é desvendar os mistérios de uma norma jurídica. Revela o pensamento que anima suas palavras. II- CLASSIFICAÇÃO A) QUANTO À ORIGEM 1- AUTÊNTICA OU LEGISLATIVA É quando uma lei interpreta outra lei, de sentido obscuro, duvidoso ou controvertido, isto é, obra do próprio legislador. 2- DOUTRINÁRIA A interpretação doutrinária é aquela realizada cientificamente pelos doutrinadores, pelos juristas, pelos professores de direito e autores da ciência jurídica. Ex.: livros de direito. 3- JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL É aquela resultante das decisões prolatadas pela justiça, ex.: súmula. A responsabilidade contratual do transportador pelo acidente com o passageiro não é ilidida por culpa de terceiro, contra o qual tenha acção regressiva. 4- ADMINISTRATIVA É aquela cuja fonte elaboradora é a própria administração pública, através de seus órgãos, mediante pareceres, portarias, despachos, decisões, etc. 17 Dentre as espécies de interpretação quanto à origem de maior importância é a jurisprudencial - norteia os procedimentos da sociedade. B) QUANTO AO MÉTODO 1- LITERAL OU GRAMATICAL É aquela voltada à investigação das palavras da lei, isto é, além da letra da lei. Apura-se o sentido da lei partindo do exame gramatical dos vocábulos que a constitui. 2- LÓGICO OU RACIONAL Consiste na aplicação da lógica formal e da razão aos dispositivos da lei que se deseja interpretar. Atende ao espírito da lei - é um processo lógico, analítico; razão da lei - lógico jurídico. 3- SISTEMÁTICO OU ORGÂNICO

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Interpretação da Lei

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Page 1: HermenÊutica JurÍdica

HERMENÊUTICA JURÍDICA I- CONCEITO Interpretar a lei é desvendar os mistérios de uma norma jurídica. Revela o pensamento que anima suas palavras. II- CLASSIFICAÇÃO A) QUANTO À ORIGEM 1- AUTÊNTICA OU LEGISLATIVA É quando uma lei interpreta outra lei, de sentido obscuro, duvidoso ou controvertido, isto é, obra do próprio legislador. 2- DOUTRINÁRIA A interpretação doutrinária é aquela realizada cientificamente pelos doutrinadores, pelos juristas, pelos professores de direito e autores da ciência jurídica. Ex.: livros de direito. 3- JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL É aquela resultante das decisões prolatadas pela justiça, ex.: súmula. A responsabilidade

contratual do transportador pelo acidente com o passageiro não é ilidida por culpa de terceiro, contra o qual tenha acção regressiva. 4- ADMINISTRATIVA É aquela cuja fonte elaboradora é a própria administração pública, através de seus órgãos, mediante pareceres, portarias, despachos, decisões, etc. 17 Dentre as espécies de interpretação quanto à origem de maior importância é a jurisprudencial - norteia os procedimentos da sociedade. B) QUANTO AO MÉTODO 1- LITERAL OU GRAMATICAL É aquela voltada à investigação das palavras da lei, isto é, além da letra da lei. Apura-se o sentido da lei partindo do exame gramatical dos vocábulos que a constitui. 2- LÓGICO OU RACIONAL Consiste na aplicação da lógica formal e da razão aos dispositivos da lei que se deseja interpretar. Atende ao espírito da lei - é um processo lógico, analítico; razão da lei - lógico jurídico. 3- SISTEMÁTICO OU ORGÂNICO Interpreta a lei considerando-a como parte integrante de um todo (sistema jurídico). Nenhum dispositivo se interpreta isoladamente, sempre relacionado com os demais. 4- HISTÓRICO Busca-se nos precedentes legislativos o verdadeiro sentido da lei a ser interpretada. As novas leis resultam de aperfeiçoamento de leis anteriores. 5- SOCIOLÓGICO Dá a lei um sentido de actualidade. Deve-se em grande parte ao surgimento da sociologia jurídica e compensa as distorções que os outros métodos normalmente conduzem. 6- TELEOLÓGICO

Page 2: HermenÊutica JurÍdica

Procura-se fazer uma interligação entre a lei, a causa e sua finalidade. Na verdade é a reunião dos demais métodos, buscando alcançar a finalística da lei. C) QUANTO AOS EFEITOS 1- MODIFICATIVA Atribui à lei um sentido abrangente de fatos ou consequências além ou aquém dos que foram imaginados pelo legislador. Na realidade é o predomínio da objectividade da lei sobre a subjectividade do legislador. 2- AB-ROGATIVA É a existência de duas ou mais leis conflituantes entre si, chegando a contradizer-se de modo que apenas uma dessas leis deva permanecer vigentes, revogando a outra lei. 3- DECLARATIVA É aquela que conclua pela inexistência de modificação ou ab-rogação. Pode ser: A) COINCIDENTE - é quando a interpretação der a lei um sentido em idênticas e exactas proporções, às pretendidas pelo legislador, isto é, há uma equivalência entre as palavras da lei e sue espírito; B) RESTRITIVA - é quando a interpretação der à lei um sentido menos amplo do que aquele expresso pelo legislador no texto; 18 C) EXTENSIVA - é quando a interpretação der à lei um sentido mais amplo do que aquele expresso pelo legislador no texto. III- HERMENÊUTICA JURÍDICA É a teoria que se efectiva o lado prático da interpretação.

LEI INTERMEDIÁRIA - LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

Em caso de vigência de três leis sucessivas, deve-se ressaltar que sempre será aplicada a lei mais benigna, entre elas: a posterior será retroactiva quando às anteriores e a antiga será ultrativa em relação àquelas que a sucederem. Se, entre as leis que se sucedem, surge ma intermediária mais benigna, embora não seja nem a do tempo do crime nem daquele em que a lei vai ser aplicada, essa lei intermediária mais benévola aplicada, segundo art. 2º do CP.

CONJUGAÇÃO DE LEIS Com a aplicação hipotética das duas leis em confronto, se poderá escolher a mais benigna.

COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DA LEI MAIS BENÉFICA

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A aplicação da lei mais favorável cabe ao magistrado que presidir o processo enquanto não houver proferido sentença, ou, se o feito já estiver sentenciado, ao Tribunal que julgar eventual recurso.

LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS De acordo com o art. 3º do CP, a lei excepcional ou temporária embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que as determinaram, aplicas-se ao fato praticado ao fato praticado durante sua vigência. Leis temporárias são as que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. Leis excepcionais são as que vigem durante situações de emergência. Essas espécies de lei tem ultratividade, ou seja, aplicam-se ao fato cometido sob o seu império, mesmo depois de revogadas pelo decurso do tempo ou pela superação do estado excepcional.

A RETROATIVIDADE E A LEI PENAL EM BRANCO Revogada a norma complementar (decreto, portaria, regulamento, etc.), não desaparecerá o crime. O que foi revogado ou alterado é a norma complementar e não a lei. Para os que entendem a norma complementar integra alei penal, sendo ela excepcional ou temporária possui também o carácter de ultratividade diante do art. 3º do CP. Assim, pode-se concluir que há de se fazer uma distinção: a) se a norma penal em branco tem carácter excepcional ou temporário, aplica-se o art. 3º do CP, sendo a norma complementar ultrativa; b)se, ao contrário, não tem ela carácter temporário ou excepcional, aplica-se o art. 2º, parágrafo único, ocorrendo a abolitio criminis.

NOÇÕES DE INTERPRETAÇÃO DA LEI E HERMENÊUTICA JURÍDICA I- CONCEITO Interpretar alei é desvendar os mistérios de uma norma jurídica. Revela o pensamento que anima suas palavras. II- CLASSIFICAÇÃO A) QUANTO À ORIGEM 1- AUTÊNTICA ou LEGISLATIVA É quando uma lei interpreta outra lei, de sentido obscuro, duvidoso ou controvertido, isto é, obra do próprio legislador. 2- DOUTRINÁRIA A interpretação doutrinária é aquela realizada cientificamente pelos doutrinadores, pelos juristas, pelos professores de direito e autores da ciência jurídica. Ex.: livros de direito. 3- JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL É aquela resultante das decisões prolatadas pela justiça, ex.: súmula. A responsabilidade contratual do transportador pelo acidente com o passageiro não é iludida por culpa de terceiro, contra o qual tenha acção regressiva. 4- ADMINISTRATIVA É aquela cuja fonte elaboradora é a própria administração pública, através de seus órgãos, mediante pareceres, portarias, despachos, decisões, etc. 17 Dentre as espécies de interpretação quanto à origem de maior importância é a jurisprudencial - norteia os procedimentos da sociedade. B) QUANTO AO MÉTODO 1- LITERAL OU GRAMATICAL É aquela voltada à investigação das palavras da lei, isto é, além da letra da lei. Apura-se o sentido da lei partindo do exame gramatical dos vocábulos que a constitui. 2- LÓGICO OU RACIONAL Consiste na aplicação da lógica formal e da razão aos dispositivos da lei que se deseja interpretar. Atende ao espírito da lei - é um processo lógico, analítico; razão da lei - lógico jurídico. 3- SISTEMÁTICO OU ORGÂNICO Interpreta a lei considerando-a como parte integrante de um todo (sistema jurídico). Nenhum dispositivo se interpreta isoladamente, sempre relacionado com os demais. 4- HISTÓRICO Busca-se nos precedentes legislativos o verdadeiro sentido da lei a ser interpretada. As novas leis resultam de aperfeiçoamento de leis anteriores. 5- SOCIOLÓGICO Dá a lei um sentido de actualidade. Deve-se em grande parte ao surgimento da sociologia jurídica e compensa as distorções que os outros métodos normalmente conduzem.

Page 4: HermenÊutica JurÍdica

6- TELEOLÓGICO Procura-se fazer uma interligação entre a lei, a causa e sua finalidade. Na verdade é a reunião dos demais métodos, buscando alcançar a finalística da lei. C) QUANTO AOS EFEITOS 1- MODIFICATIVA Atribui à lei um sentido abrangente de fatos ou consequências além ou aquém dos que foram imaginados pelo legislador. Na realidade é o predomínio da objectividade da lei sobre a subjectividade do legislador. 2- AB-ROGATIVA É a existência de duas ou mais leis conflituantes entre si, chegando a contradizer-se de modo que apenas uma dessas leis deva permanecer vigentes, revogando a outra lei. 3- DECLARATIVA É aquela que conclua pela inexistência de modificação ou ab-rogação. Pode ser: A) COINCIDENTE - é quando a interpretação der a lei um sentido em idênticas e exactas proporções, às pretendidas pelo legislador, isto é, há uma equivalência entre as palavras da lei e sue espírito; B) RESTRITIVA - é quando a interpretação der à lei um sentido menos amplo do que aquele expresso pelo legislador no texto; 18 C) EXTENSIVA - é quando a interpretação der à lei um sentido mais amplo do que aquele expresso pelo legislador no texto. III- HERMENÊUTICA JURÍDICA É a teoria que se efectiva o lado prático da interpretação. NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO