hepatite c em transplantes de Órgãos sólidos edson abdala serviço de transplantes do aparelho...
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Hepatite C em Transplantes de Órgãos Sólidos
Edson Abdala
Serviço de Transplantes do Aparelho DigestivoGrupo de Infecção em Imunodeprimidos
HCFMUSP
2012
VHC - Tx
Transplantes
Fígado
Rim
Coração
Pulmão
Questões
Epidemiologia
Impacto sobre a evolução pós-tx
Medidas preventivas
Tratamento pós-tx
Transplante duplo (rim/fígado)
Doador soropositivo (VHC+)
Tx Fígado
51%
17%
10%
10%
7%2% 1%1%1%
VHC
ÁLCOO L
VHB
CRIPTOGÊNICA
AUTOIMUNE
CBP
VHB+VH C
VHB+VH D
CB 2ÁRIA
HCFMUSP – Lista de Espera
Tx Fígado
Sobrevida enxerto e paciente menor do que nas outras indicações de transplante
Recidiva
Replicação viral: 100%
Histológica: aproximadamente 70% em 1 ano
Rakela J et al. Liver Transpl 2002; 8 (10B): S3-S6
Samuel D et al. J Hepatol 2006; 45: 127-43
Terrault NA et al. Liver Transpl 2006; 12: 1192-1204
Tx Fígado
Berenguer M. Clin Liver Dis 2007; 11:355-376
Recidiva - História Natural
Tx Fígado - Recidiva
Hepatite C aguda: ger. em 6m pós-tx; hepatite lobular com
necrose focal
Hepatite C crônica: histologia semelhante à dos não-tx; casuísticas com até 80% de incidência em 1 ano de tx
Hepatite C colestática: icterícia grave com rápida progressão para insuficiência hepática; 1 a 10%; ger. em 6m pós-tx
Berenguer M. Clin Liver Dis 2007; 11:355-376Berenguer M et al. Liver Int 2012; 32:712-31
Dificuldades no diagnóstico diferencial
Progressão fibrose: 0,3-0,8 graus/ano (imunocompetentes: 0,1-0,2)
Tx Fígado - Recidiva
Berenguer M. Clin Liver Dis 2007; 11:355-376
Biópsia
Marcadores indiretos Laboratoriais; modelos matemáticos ElastografiaGradiente pressão venosa hepática
Progressão Fibrose - Pobre correlação com aumento de enzimas
Tx Fígado - Recidiva
HCFMUSP – Bx Programada
43 pacientes – 2002 a 2006
80% recidiva histológica (hepatite crônica) 40% antes 6 meses
Campos SV et al Liver Transpl 2007; 13:S184
Tx FígadoFatores Associados a Progressão da Fibrose
Doador > 40 anos
Imunossupressão excessiva (pulsos de corticosteróides ou uso de anticorpos antilinfocíticos no tratamento de rejeição)
Tempo de isquemia prolongado
Lesão de preservação do enxerto
Infecção por citomegalovírus
Alta carga viral pré-transplante
Infecção por genótipo 1
Diabetes mellitus pós-transplante
Retransplante
Aumento precoce da carga viral após o transplante Mismatch HLA MELD Polimorfismo IL 28 D/R
Tx Fígado – Polimorfismo IL28
Tx Fígado
8809 pac. VHC + tx entre 2000-2007
Imunossupressão
Tx Fígado
Tratamento pré-transplante
Terapia preemptiva
Tratamento pós-transplante
Prevenção
Tx Fígado
Protocolo MS
Terapia Antiviral
Tx Fígado - Tratamento Pré-Transplante
Estudos Tipo de Estudo / População Desfechos Resultados
Forns e col., 2003
•Série de casos•Prospectivo•30 pacientes tratados•IFN alfa 3MUI/dia + RBV, início aprox. 4m antes do tx
•RV•RVP ( ≥ 2 log)•Recidiva pós-tx•Progressão pós-tx
•9 RV, 9 RVP•26 Tx: •Pós-tx – recidiva:Todos não respondedores3/9 respondedores (33%)•RVP: menor carga viral pós-tx•21% ascite ou encefalopatia ou HDA
Limitações: estudo realizado em condições ideais de suporte de UTI e de perspectiva de TX
Everson e col., 2003
•Série de casos•Prospectivo•102 pacientes tratados•IFN alfa 3MUI 3x/sem + RBV, LADR
•RV•RVS•Recidiva pós-tx
•40 RV•21 RVS•Pós-tx – recidiva:22/22 não respondedores0/9 respondedores
Limitações: tempo curto seguimento (6 meses)
Tx Fígado - Tratamento Pré-Transplante
Estudos Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Iacobellis e col., 2007
•Prospectivo•66 pacientes tratados (plaquetas ≥ 30.000, cr ≤2,0, sem HCC)•63 controles (pacientes que recusaram tto)•PEGIFN alfa 2b 1,0mcg/kg/sem + RBV, 24 semanas
•RV•RVS•EA
•32 RV•13 RVS – 19,7%, IC 95%, 10-29%•Mais infecção – OR 2,43, IC 95%, 1,02-5,77
Limitações: não randomizado; viés de controles
Tx Fígado
Objetivos: suprimir ou diminuir a replicação viral diminuir o risco e/ou a progressão da recidiva pós-tx
Contra-indicações absolutas: vigência de ascite, encefalopatia grau 2 ou mais ou ocorrência de HDA nos últimos 2 meses
Esquema terapêutico PEGIFN + RBV, por pelo menos 48 semanas com RV Critérios de suspensão: não suspender se RV e perspectiva de tx em
até 2 meses
Tratamento Pré-Tx
Tx Fígado
Prospectivo, randomizado
Terapia Preemptiva
Tx Fígado – Tratamento Fase Aguda
Estudos Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Castells e col., 2005 •Tratamento hepatite aguda•Série casos•24 pacientes tratados / 24 controles•PEGIFN + RBV
•RV•RVS•EA
•RV 62,5%•RVS 34,7%•1 rejeição aguda
Limitações: não randomizado; dificuldade estabelecimento diagnóstico etiológico
Tx Fígado
Estudos Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Selzner e col., 2009
•Série casos•Retrospectivo•Hepatite crônica•166 pacientes36 IFN + RBV136 PEGIFN + RBV
•RVS•Evolução histológica•Sobrevida
•RVS 50%•Melhora histológica significativa (comparação pré e pós-tto)•Sobrevida 5a: 96% respondedores vs 69% não respondedores, p<0,0001
Limitações: retrospectivo; protocolo de tratamento não uniforme
Tratamento Fase Crônica
Tx Fígado – Tratamento Fase crônicaEstudo Tipo de Estudo /
PopulaçãoDesfechos Resultados
Selzner e col., 2009
•Série casos•Retrospectivo•Hepatite crônica•166 pacientes36 IFN + RBV136 PEGIFN + RBV
•RVS•Evolução histológica•Sobrevida
•RVS 50%•Melhora histológica significativa (comparação pré e pós-tto)•Sobrevida 5a: 96% respondedores vs 69% não respondedores, p<0,0001
Limitações: retrospectivo; protocolo de tratamento não uniforme
Estudo Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Gordon e col, 2012
•Série casos•Retrospectivo•125 pacientes PEGIFN + RBV
•RVS •RVS 28.8%
Não informa grau fibrose
Tx Fígado – Benefícios Tratamento
Estudos Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Berenguer e col., 2008
•Retrospectivo•89 pacientes tratados (IFN ou PEGIFN)•75 controles pacientes não tratados
•Sobrevida•Progressão para cirrose•Descompensação clínica
•Sobrevida 7a:74% vs 62% (p 0,04)•Progressão para cirrose NS•Descompensação clínica 5a: 33% vs 16% (p 0,04)
Limitações: viés controles
Selvan e col., 2010
•Revisão sistemática Cochrane•Apenas ensaios clínicos randomizados
•Benefícios do tratamento•Comparação esquemas terapêuticos
•425 pacientes, 12 estudos•Sem diferença em: mortalidade, rejeição, eventos adversos sérios e re-tx•Conclusão: não há evidência para recomendar terapia antiviral
Limitações: drogas e esquemas terapêuticos muito variáveis
Tx Fígado - TratamentoHCFMUSP
Tempo pós-tx (mediana) 47,2
CSA/FK 9/16
Micofenolato (S/N) 3/22
Genótipo (1/não 1) 15/10
Tratamento prévio (S/N) 16/9
PCR pré-tratamento (UI/ml – mediana)
850000
Fibrose (mediana) 2
APP (mediana) 3
IMC (mediana) 25
Uso eritropoetina (%) 80
Uso filgastrina (%) 76
Complicação infecciosa (%) 40
Tempo tratamento (semanas, mediana)
48
Redução doses (%) 72
Descontinuação prematura tratamento (%)
28
RV 72%
RVS 48%
Gotardo DRM et al. Liver Transpl 2007; 13:S152
Tx Fígado - Tratamento individualizado
Estudos Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Lee e col., 2010 •Série de casos•Prospectivo•25 pacientes•Tto PEGIFN + RBV•Tempo de tto flexível e individualizado
•RVS•EA
•RVS 64%•3 óbitos por infecção
Limitações: número de casos, sem controles
Takada e col., 2011 •Série de casos•Prospectivo•34 pacientes•Tto PEGIFN+ RBV por 12 meses após negativação PCR
•RVS •RVS 50%
Limitações:número de casos, sem controles
Tx Fígado - Terapia Manutenção
Estudos Tipo de Estudo / População
Desfechos Resultados
Testino G e col, 2011
•Retrospectivo•32 pacientes tratados PEGIFN 2a + RBV•Manutenção em NR
•Impacto estágio fibrose em NR em terapia manutanção
•6 pac. em terapia de manutenção – melhora escore fibrose em 1 e estável em 5
Limitações: sem controles, resumo acessível
Ued Y e col., 2010
•Retrospectivo•40 pacientes tratados PEGIFN + RBV•17 não-RVS – manutenção•12 não-RVS – sem manutenção•Seguimento 2 anos
•Atividade inflamatória e fibrose
•Fibrose estável ou melhora em 13/17 não-RVS-manutenção•Fibrose piora em 12/12 não-RVS-não manutenção
Limitações: retrospectivo, número de casos
Tx Fígado
Indicações: Hepatite crônica com F≥ 1 ou APPl ≥ 3 Hepatite colestática fibrosante
Contra-indicações absolutas: Plaquetas < 30.000 Vigência de rejeição Se cirrótico - vigência de ascite, encefalopatia grau 2 ou mais ou
ocorrência de HDA nos últimos 2 meses Esquema terapêutico
PEGIFN + RBV, por pelo menos 48 semanas com RV Critérios de suspensão:
NR: queda menor de 2 log na 24ª semana ou PCR qualitativo positivo na 48ª semana R: após 48 semanas de PCR negativo
Tratamento Fase Crônica
Tx Fígado – Terapia com DAA
Publicações + Abstracts Congressos (AASLD 2012) – 204 pacientes Maioria ainda sem avaliação de RVS Aumento incidência eventos adversos – anemia, infecções bacterianas Interação importante com inibidor calcineurina, principalmente
tacrolimus
Coilly A et al. Antimicrob Agents Chemother 2012. Boceprevir, 5 pacientes, média 14 sem tratamento/seguimento Todos anemia, 3 com ribavirina, nenhuma transfusão sangue
Werner CR et al. Liver Transpl 2012. Telaprevir, 9 pacientes, 12 semtratamento/seguimento 6 pacienetes: ribavirina e transfusão sangue
Tx Rim
Prevalência e incidência variáveis em pacientes em hemodiálise, porém mais alta do que na população geral
Carbone M et al. Int J Nephrol 2011
Tx Rim Turquia 1811 tx / 100 VHC+
Ruhi Ç et al. Turk J Gastroenterol 2011; 22:165-70
Tx Rim RESITRA – 1302 receptores / 105 VHC+
López-Medrano F et al. Transplantation 2011; 92:543-9
Maior risco para (Análise multivariada):
Infecção corrente sanguínea (p=0,02) Rejeição celular aguda (p=0,045) Retransplante (p=0,017)
Sem diferença mortalidade
Tx Rim
VHC – Pós-tx:
Maior viremia Progressão fibrose – estudos contraditórios Relação com imunossupressão – aparentemente progressão
mais rápida com imunossupressão acentuada (uso anticorpos)
Vallet-Pichard A et al. J Hepatol 2011; 55:474-82
Tx Rim
Limitações
Pré-TxDificuldade uso RBV risco anemia grave Pacientes com cirrose : risco associado ao tratamento + risco de
descompensação pós-tx tx duplo?
Pós-TxRisco rejeição – 50 a 60%
Terapia Antiviral
Vallet-Pichard A et al. J Hepatol 2011; 55:474-82Morales JM, Aguado JM. Curr Opin Organ Transplant, 2012; 17:609-15
Tx Rim
32 pacientes, PEGIFN 2a
12 - 600mg RBV/sem + EPO se necessário 20 – 1000mg/sem RBV + EPO preventiva
RVS global 50% Sem diferenças entre os dois grupos quanto a: RVS, EA
Tratamento Pré-Tx
Deltenre P et al. Aliment Pharmacol Ther 2011; 34:454-61
Tx Coração EUA / SRTR – 20867 receptores / 443 VHC+
Lee I et al. J Heart Lung Transplant 2011; 30:1266-74
Tx Coração
Estudo retrospectivo, 385 pacientes / 20 VHC+
Lin MH et al. Transplant Proc 2012; 44:890-3
Tx Coração
3 pacientes, PEGIFN 2b + RBV
2 tratamento completo RVS 1 redução doses por EA NR
Sem eventos cardíacos ou rejeição
Durante-mangoni E et al. Transplant Proc 2011; 43:299-303
Tratamento Pós-Tx
Tx Pulmão EUA – Inquérito + Avaliação Sobrevida (9259 receptores VHC- / 170 VHC+)
10/29 centros (34,5%) não transplantam receptores VHC+ Dos 19 que consideram o tx, apenas 5 realizam se viremia positiva
Fong TL et al. Transplantation 2011; 91:1293-6
Porém maioria não-virêmica
Tx Pulmão IFN + RBV
Doucette KE et al. Transplantation 2007; 83:1652-5
Tratamento Pré-Tx
Tx Duplo Rim/Fígado
Pacientes doença renal terminal + cirrose VHC compensada: tx
rim isolado ou tx duplo?
Estudo retrospectivo, 37 pacientes – 9 cirróticos, 28 não-cirróticos
Sobrevida 1a: 89,9% x 96,3%1 (NS) Sobrevida 3a: 77,9% x 89,9% (NS)
Fong TL et al. Transplantation 2012; 94:411-6
Doador VHC+
Transplante de Fígado
Dados UNOS, 63.149 Tx receptores VHC+ / 1.244 doadores VHC+
Burr At et al. World J Surg 2011; 35:1590-5
P=0,57 P=0,78
Doador VHC+ Transplante de Rim
USRDS, 1996-2000, 39.956 Tx receptores VHC+, 1.244 doadores VHC+
Abbott KC et al. J Am Soc Nephrol 2003; 14: 2908-18
P 0,001
Doador VHC+ Transplante de Rim
UNOS e USRDS, 1995-2000Comparação entre renais crônicos VHC+ e transplantados VHC+
Risco de óbito por 100 pacientes:11,63 lista de espera2,84 transplantados DHCV-5,76 transplantados DHCV+
Abbott KC. Am J Transplant 2004; 4:2032-7
Doador VHC+ Transplante de Pulmão
3 Tx doadores VHC+, receptores muito gravesOs 3 receptores VHC+ e PCR+ pós-tx, 1 com hepatite colestática e óbito
Transplante de Coração
261 Tx doadores VHC+ - maior mortalidade 1a, 2a e 5a (p<0,001), maior mortalidade por doença hepática
Transplantation 2005; 80:320-5
Gasink LB etal. JAMA 2006; 296:1900-1
Doador VHC+
VHC Tx - Resumo Tx Fígado
Menor sobrevida enxerto e hospedeiro associada a recidiva/progressão da doença
Prevenção: diminuir riscos progressão fibrose (evitar pulsos de corticóide e anticorpos), tratamento pré-tx
Tratamento: fase crônica precoce, hepatite colestática Doador VHC+: possível para pacientes virêmicos, se histologia doador normal
Tx Rim Menor sobrevida enxerto, menor sobrevida hospedeiro longo prazo causas? Prevenção/Intervenção: tratamento pré-tx Doador VHC+: possível para pacientes virêmicos
Tx Coração (poucos dados) Menor sobrevida enxerto e hospedeiro; Intervenção: provavelmente tratamento
pré-tx Tx Pulmão (poucos dados)
Sobrevida?; Intervenção: tratamento pré-tx Perspectiva
Inibidores protease / polimerase
[email protected]@usp.br