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Reação Inicial a Incidentes de Materiais Perigosos Capacitação sobre Operações de Conhecimentos Básicos

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Apostila TEEX HazMat I

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Page 1: HazMat Nivel I

Reação Inicial a Incidentes de Materiais Perigosos

Capacitação sobre Operações de Conhecimentos Básicos

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Introdução

A presença de materiais perigosos dentro de uma empresa, indica que potencialmente em algum local e em qualquer momento, um incidente com materiais perigosos irá ocorrer. Os produtos químicos e tóxicos na localização do incidente e em outra situação de emergência na operação de materiais perigosos agregam uma nova dimensão de risco de incidente.

As brigadas de resposta a incidentes com materiais perigosos devem proteger o seu pessoal no local, o paciente a caminho do hospital e toda gente dentro da empresa. Este manual pretende ajudar as brigadas a responder de forma satisfatória diante de um incidente com materiais perigosos e melhorar a capacidade de controle diante destes acidentes, de forma apropriada.

Assegurar que o cuidado da área afetada, de forma apropriada e oportuna, também como a proteção do trabalhador, dependem de se ter uma compreensão de todos os procedimentos de descontaminação e do equipamento de proteção pessoal qualificado.

No controle de emergências é necessário descrever os procedimentos apropriados que se seguem por todo o pessoal brigadista de emergência para cuidar com segurança toda a empresa, a equipe, pessoal e a outros que possuem risco de exposição. Este caderno para as brigadas de resposta a emergências se desenha para familiarizar os leitores com os conceitos, terminologias e considerações dominantes que afetam o controle de incidentes com materiais perigosos.

Este documento pode ser utilizado para determinar capacidades com respeito a materiais perigosos potenciais nas áreas de trabalho e para se desenvolver planos de resposta usando recursos específicos disponíveis. A segurança e o treinamento do brigadista são também fatores dominantes no controle eficaz de incidentes. Este documento também pretende proporcionar um material de fonte para desenvolvimento de protocolos locais de treinamento e segurança.

A seção de reconhecimento do perigo apresenta uma direção geral para determinar se uma situação constitui um perigo de incidente com materiais perigosos e detalhar os vários sistemas de classificação dos materiais. Se apresenta uma terminologia toxicológica e química básica que todo o pessoal de emergência necessita para conduzir com eficácia aos incidentes, assim como um contorno dos equipamentos de proteção pessoal tal como dispositivos respiratórios e roupa protetora.

A resposta e o controle do incidente incluem os assuntos para a preparação e resposta a um incidente perigoso potencial com materiais. Além disso, expõe assuntos

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para o tratamento de pacientes expostos na descontaminação dos mesmo e dos equipamentos de proteção individual.

Deve-se mencionar que este caderno é baseado sob a norma 472 da NFPA (National Fire Protection Association), a qual se predispõe de maneira mais indicada, os preceitos e todas as disposições que se devem tomar em conta para o manejo da resposta das brigadas com incidentes de materiais perigosos. Tanto a equipe como as pessoas envolvidas em um incidente, suas respostas imediatas de conhecimento e operação se encontram dentro das características deste documento.

Objetivos

Que as pessoas encarregadas de segurança da empresa estejam fortalecidas com um manual para manejo de incidentes com materiais perigosos;

Que o pessoal da planta possa consultar o manual e ter ciência das disposições na matéria de prevenção de incidentes e controle operacional dos mesmos;

Procurar a eficácia dos processos e ações das brigadas de resposta diante dos incidentes com materiais perigosos;

Ter conhecimento e fácil acesso aos processos e os sistemas de controle dos incidentes com materiais perigosos;

Fornecer conhecimento a administração sobre materiais perigosos;

Saber o que está ocorrendo com o manejo de materiais perigosos, assim como as pessoas envolvidas e o alcance que tem o incidente, que são vitais diante de uma situação real de emergência;

Capacitar de maneira eficiente e com o requisitos necessários todo o pessoal brigadista.

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Índice

I. Introdução

II. Objetivos

III. Justificativas

IV. Nível de Primeira Resposta de Reconhecimento

a. Geral

- O que são os materiais perigosos e os riscos associados a um incidente

- Resultados potenciais associados com uma emergência quando a materiais perigosos presentes

- Reconhecer a presença de materiais perigosos e determinar a informação básica do perigo e resposta

- Observar o papel da primeira resposta na cena de um incidente de materiais perigosos com base no plano de contingências para incidentes com materiais perigosos

- Reconhecimento da necessidade de recursos adicionais e fazer notificações necessárias

- Iniciar o manejo na cena do Sistema de Comando de Incidentes (SCI)

b. Segurança

- Diferenciar os incidentes de materiais perigosos de outras emergências

- Materiais perigosos danosos para as pessoas em incidentes de materiais perigosos

- Vias gerais de entrada para a exposição humana a materiais perigosos

- Limitações dos trajes e uniformes de trabalho nas cenas com materiais perigosos

- Ameaças que apresentam os vazamentos de materiais perigosos para as propriedades e ao ambiente

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- Precauções necessárias para prestar atendimento médico de emergência a vítimas de incidentes com materiais perigosos

- Fontes de ignição típicas que se encontram nas cenas dos incidentes com materiais perigosos

c. Recursos e Planejamento

- Procedimentos locais para solicitar recursos adicionais para combater incidentes de materiais perigosos

- Funcionamento da primeira resposta no cenário de um incidente com materiais perigosos, tal como se identifica no plano de contingência para incidentes com materiais perigosos

d. Manejo de Incidentes

- Objetos, necessidades e benefícios do SCI no cenário de um incidente com materiais perigosos

- Processo de implantação do SCI em emergências de materiais perigosos

- Técnicas básicas para negar a entrada a um local

- Técnicas básicas usadas para isolar o local imediatamente

- Técnicas básicas para evacuação em incidentes de materiais perigosos

e. Reconhecimento de materiais perigosos

- As nove classes de materiais perigosos e seus perigos primários

- Seis grupos de indícios para detectar a presença de materiais perigosos

- Lugares onde se fabricam, transportam, armazenam e usam materiais perigosos

- Cartelas, rótulos, etiquetas, marcas de embalagens e documentos de embarque utilizados no transporte dos materiais perigosos (vantagens e limitantes no reconhecimento de materiais perigosos)

- Documentos de embarque encontrados nas diferentes formas de transporte, as pessoas responsáveis dos documentos e o lugar onde se levam e encontram durante um incidente

- Identificação das embalagens e o material que se pode encontrar

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- Tipos de sistemas de marcas especializadas que se encontram em instalações fixas (marca de comunicações de perigos especiais na NFPA 704, “Sistema Normalizado para a Identificação dos Riscos de Incêndio de Materiais”)

f. Classificação, Identificação e Verificação

- Terminais de Materiais Perigosos e Mercadorias Perigosas

- Identificação do nome específico de um material perigoso embalado em uma emergência e classificação do material por seu perigo primário (marcas de embalagens, placas e etiquetas, etiquetas de pesticidas, documentos de embarque, etiquetas de segurança de materiais, “MSDS/FISQP”)

- Fontes para se obter informação sobre riscos na resposta a materiais perigosos e tipo de informação obtida por eles

- Uso do Guia de Resposta a Emergências (ABIQUIM – Pró-Química), avaliação de perigos e ações de resposta e determinar as distancias de isolamento e evacuação

- Uso da ficha de Informação de Segurança de Materiais (MSDS/FISQP) para obter informação sobre perigos e respostas. Determinar as distâncias de isolamento e evacuação

- Dificuldade de identificar o nome específico dos materiais perigosos e sua informação de perigo e resposta a uma emergência

g. Avaliação de Perigo e Risco

- Riscos associados com os materiais perigosos localizados e transportados através da comunidade, prédios e sua ameaça potencial para as pessoas, propriedades e meio ambiente

V. Primeira Resposta de nível operacional

a. Geral

- Avaliações iniciais de perigos básicos e riscos

- Quando é apropriado o uso de equipamento de proteção individual adequado a primeira resposta pelas autoridades competentes em suas atividades normais de resposta, para um incidente particular de materiais perigosos e o uso adequado do equipamento

- Terminologias básicas de materiais perigosos

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- Desempenho de operações de controle de materiais perigosos dentro das capacidades de recursos e equipamentos de proteção pessoal

- Processos de descontaminação

- Tarefas básicas de levar registros

- Ampliação do Sistema de Comando de Incidente (SCI)

b. Segurança

- Sistema de trabalho em duplas para controlar os incidentes de materiais perigosos

- Vantagens e perigos das missões de busca e resgate em incidentes de materiais perigosos

- Precauções para proteção quando se combate incêndios que compreendam materiais perigosos

- Vantagens e perigos associados com o resgate, extração e remoção de uma vítima de um incidente de materiais perigosos

- BLEVE nos recipientes

- Utilização da prudência a observar e aproximar a um incidente de materiais perigosos

c. Recursos e Planejamento

- Graus de incidente e níveis de respostas de materiais perigosos indicados no plano local de contingências

- Necessidade de um planejamento de resposta a materiais perigosos e seus principais elementos

- A coordenação entre entidades nos cenários de incidente com materiais perigosos

- Planejamento pré-emergência em relação a locais específicos

d. Manejo de Incidentes

- Elementos do Sistema de Comando do Incidente (SCI) para assegurar a coordenação das atividades de resposta aos incidentes de materiais perigosos

- As habilidades de: Assumir o comando, estabelecer o controle da cena através das zonas de controle, estabelecer um posto de comando

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- Critérios para determinar a localização das zonas de controle em um incidente de materiais perigosos

- Procedimentos normais de operação das organizações em relação aos materiais perigosos

e. Reconhecimento de Materiais Perigosos

- Identificação do nome do material, número de registro, precauções, perigos, ingredientes ativos, etiquetas

f. Classificação, Identificação e Verificação

- Selecionar e interpretar a informação que seja útil para determinar os perigos do material, mediante MSDS/FISQP

g. Química dos materiais perigosos

- Propriedades físicas e químicas e sua importância no processo de avaliação dos riscos (ponto de ebulição, limites de Inflamabilidade, ponto de Inflamabilidade temperatura de ignição, densidade de vapor, pressão de vapor, solubilidade em água)

- Radiação alfa, radiação beta, radiação gama

h. Equipamento de Proteção Pessoal

- Os perigos respiratórios que se encontram em incidentes de materiais perigosos e a necessidade dos equipamentos de proteção respiratória adequados, segundo a OSHA

- Requisitos físicos de uma pessoa que utiliza os equipamentos de proteção respiratória

- Limitações das pessoas que trabalham com aparatos de proteção da respiração

- Tipos de equipamentos de proteção respiratória. Vantagens e limitantes de cada um nos incidentes

- Procedimento para limpar e desinfetar os equipamentos de proteção respiratória

- Partes operacionais dos tipos de equipamentos de proteção respiratória

- Uso de dispositivos respiratórios de envio de ar com pressão positiva

- Vestimenta especial de proteção utilizada nos incidentes

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- Aplicação, uso e limitantes dos diferentes graus de trajes de proteção utilizados em incidentes

- Forma adequada de postura, posição e uso de proteção respiratória

- Fatores para selecionar a proteção respiratória adequada nos incidentes

i. Controle de Materiais Perigosos

- Técnicas para o controle de vazamentos de materiais perigosos disponíveis para a primeira resposta

j. Descontaminação

- Procedimentos de descontaminação nos incidentes de materiais perigosos

- Formas em que se contaminam pessoas, equipamentos, ferramentas. Limitações de processos de descontaminação

- Procedimentos básicos de descontaminação

k. Procedimentos de Término

- Documentação dos incidentes, registros de treinamento, registros de exposição, informes de incidentes e informes críticos

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IV. Nível de Primeira Resposta de Reconhecimento

a.) Geral

Existem vários termos que podem se referir aos materiais perigosos. As definições para quatro termos comumente utilizados nos Estados Unidos se encontram abaixo.

Material Perigoso

Uma substância ou material que foi identificado como capaz de colocar em risco a saúde e a propriedade quando está sendo transportado (US DOT – Companhia de Transporte dos EUA).

Despejo Tóxico

Substância capaz de incendiar, corrosivo, reativo ou tóxico e que coloque em perigo potencial ou substancial a saúde humana, a segurança e o meio ambiente quando manejado de forma inadequada (US EPA – Agência de Proteção Ambiental dos EUA).

Substância Perigosa

Qualquer material que pode produzir efeito adverso sobre a saúde e a segurança de uma pessoa exposta (US EPA; US DOT; OSHA).

Substância Extremamente Perigosa (EHS)

São substâncias consideradas extremamente tóxicas e que podem viajar a grandes distâncias, contaminando em um longo alcance. Atualmente a US EPA mantém uma lista com 360 substâncias químicas com estas características.

MATERIAIS PERIGOSOS E SEUS RISCOS

Em um acidente, o material exposto pode atingir um grande número de substâncias que são perigosas devido a suas características biológicas, radiológicas ou químicas.

Os agentes biológicos são organismos vivos (ou seus produtos) que podem causar doenças ou morte aos indivíduos expostos.

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Os materiais radiológicos são considerados perigosos por sua habilidade para emitir vários tipos de radiação a diferentes intensidades que podem ser danosas as pessoas de resposta que estão inadequadamente protegidos contra a fonte de radiação por um determinado período de tempo.

Os riscos químicos são classificados em vários grupos, incluindo os riscos de fogo, toxicidade, corrosividade e reatividade. Um material pode apresentar mais de um risco químico durante um incidente.

Muitos riscos podem apresentar-se em um incidente. Isso é importante para entender os fundamentos de cada um e suas relações assim como práticas de segurança que sejam usadas para reduzir o risco ao público e a pessoa de resposta.

RISCOS BIOLÓGICOS

Existem cinco categorias de agentes biológicos que são capazes de causar infecção ou enfermidades nos indivíduos expostos. Estes são: vírus, toxinas, bactérias, fungos e parasitas. Esses tipos de agentes podem estar presentes em locais de despejos perigosos e derramamentos de materiais perigosos. Riscos químicos parecidos podem ser dispersos através do ambiente pela água ou vento.

Muitos agentes biológicos têm ciclos de vida biológicos que requerem organismos hospedeiros e intermediários para completar seus ciclos de crescimento. Os roedores, por exemplo, são portadores do vírus da raiva. Neste caso, ele é o intermediário.

Os mesmos requisitos de proteção pessoal que são utilizados contra os riscos podem ser aplicados aos riscos biológicos. Deve se utilizar coberturas para o corpo e proteção respiratória. A limpeza pessoal é especialmente importante. Banhos após retirar as roupas protetoras, lavando perfeitamente as partes do corpo quando expostas, incluindo mãos e face.

RISCOS RADIOLÓGICOS

Os materiais radioativos que podem ser encontrados em um local podem emitir três tipos de radiação: partículas alfa, partículas beta e raios gama. Os três tipos de formas lesam os organismos vivos pela inflexão de energia a qual ionizam as moléculas nas células. Assim, as três são referidas como radiação ionizante. A ionização pode alterar a função normal celular causando mal funcionamento da célula ou morte.

Uma partícula alfa esta carregada positivamente. A beta é um elétron que possui carga negativa. Ambas as partículas tem massa e energia. Ambas são emitidas

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do núcleo. Elas viajam poucas distâncias antes que a interação entre si cause a perda de sua energia. As roupas exteriores geralmente não protegem contra essas partículas. Por isso, se consideram perigosas principalmente quando entram no corpo através de inalação ou ingestão.

A radiação gama é uma energia eletromagnética pura e tem um comportamento ondulatório maior do que de partícula. Os raios gama passam através de todos os materiais em certo grau.

A roupa, incluindo a de proteção, não previne contra a interação da radiação gama nos tecidos do corpo.

Algumas substâncias perigosas parecidas que podem possuir certas propriedades as quais podem alertar o pessoal de resposta contra a exposição (odor, irritação ou sabor), a radiação não se toma como propriedades de advertência. Prevenir que o material radioativo entre em contato com o corpo protegendo contra a radiação externa é a melhor forma de proteção. Como os riscos biológicos e químicos, o uso de equipamento de proteção respiratória e de proteção pessoal, cumprindo com uma higiene pessoal, irá proporcionar uma boa proteção contra as partículas radioativas.

RISCOS QUÍMICOS

a. Riscos de Fogo

Combustibilidade

A combustibilidade é uma propriedade de um material de atuar como um combustível. Os materiais que podem queimar rapidamente e manter a combustão podem ser considerados combustíveis. Quando isso não acontece, são chamados de não combustíveis. Necessitam-se três elementos para que a combustão ocorra: combustível, oxigênio e calor. As concentrações de combustível e de oxigênio deverão ser suficientes altas para levar a ignição e manter o processo de queima. A combustão é uma reação química que requer calor para acontecer.

O calor é aplicado por uma fonte de ignição e é mantido pela combustão. Os incêndios podem ser extintos ao se retirar um destes três componentes.

Quando um material gera por si mesmo uma quantidade suficiente de calor para auto-ignição e combustão, ocorre uma combustão espontânea, gerando fogo ou explosão.

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Inflamabilidade

A inflamabilidade e a propriedade de um material (liquido ou gás) de gerar a quantidade suficiente de vapores combustíveis sob condições normais para prender e que se produza chama. Neste caso é necessário produzir uma relação apropriada de ar combustível (expressadas como porcentagem de combustível no ar) para chegar a combustão. Existe um alcance de concentração de combustível para cada material no qual existem os valores ótimos para ignição e sustentação da chama. Este limite é definido como Alcance de Inflamabilidade. A menor concentração de combustível neste alcance é o Limite Inferior de Inflamabilidade (LII). AS concentrações menores que a LII não são inflamáveis devido a baixa quantidade de combustível, chamada de mistura pobre. A relação mais alta na qual a mistura é inflamável, é denominada Limite Superior de Inflamabilidade (LSI). As concentrações maiores que a LSI é chamada mistura rica e também não é inflamável devido ao deslocamento do oxigênio, que fica em baixas proporções.

O fogo pode ser definido como uma chama de combustão auto sustentada. Cada lado do triangulo do fogo representa um dos elementos necessários para que haja fogo.

Um material INFLAMÁVEL é considerado altamente combustível e pode queimar a temperatura ambiente.

Um material COMBUSTÍVEL não é necessariamente inflamável devido a sua impossibilidade de queimar facilmente e manter a ignição.

Um material PIROFÓRICO pode queimar a temperatura normal na presença do ar.

Explosões de gás ou vapor

Uma explosão de gás ou vapor é uma liberação de energia rápida e violenta. Se a combustão é extremamente rápida, são liberadas grandes quantidades de calor, energia cinética e gases. O maior dos fatores que contribuem a uma explosão é o confinamento do material inflamável. Quando os vapores ou gases não podem ser dissipados livremente, eles entram em combustão aumentando o grau rapidamente. O confinamento também aumenta a energia associada com essas moléculas, a qual incrementa o processo explosivo.

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Considerações Práticas

O fogo e as explosões requerem combustível, ar (oxigênio) e uma fonte de ignição (calor). Em um incidente com materiais perigosos, os dois primeiros não são facilmente controlados. Conseqüentemente, quando se encontram trabalhando em um local aonde existe risco de fogo, devera conhecer as concentrações dos gases no ar, devendo monitorar qualquer fonte de ignição e retira-las da área.

b. Riscos de Explosão

Explosivos

Um explosivo é uma substância na qual se observa uma transformação química muito rápida produzindo grandes quantidades de gases e calor devido ao calor produzido. Alguns gases produzidos (nitrogênio, monóxido de carbono, vapor) se expandem rapidamente e podem ultrapassar a velocidade do som. Estas são denominadas ondas de choque e ruído.

Tipos de Riscos de Explosão

ALTO DETONANTE: Ocorre uma transformação química muito rápida com velocidade de detonação acima de quatro milhas por segundo. A expansão rápida dos gases produz uma onda de choque que pode ser seguida por uma combustão.

ALTO EXPLOSIVO PRIMÁRIO: Onda detonante, produzida em um período de tempo extremamente curto. Pode detonar por movimento, calor ou fricção.

ALTO EXPLOSIVO SECUNDÁRIO: Geralmente necessitam de um estopim para gerar sua detonação. Relativamente não sensível ao choque, calor ou fricção.

BAIXA DEFLAGRAÇÃO: A velocidade de deflagração é de 1000 pés por segundo. Geralmente a combustão é seguida por uma onda de choque.

Considerações Práticas

Fatores altos ou baixos não indicam o risco de explosão. Indicam unicamente a velocidade de transformação química.

As explosões podem ocorrer como um resultado de reações entre alguns químicos não considerados como explosivos. O nitrato de amônio, um fertilizante, pode explodir em condições favoráveis. Os metais alcalinos e a água explodem quando

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misturados, assim como a água e peróxidos. O ácido pícrico e certos compostos de éter podem transformar-se em compostos altamente explosivos com o tempo. Os gases, vapores e partículas finamente divididas, quando confinados, também podem explodir se há uma fonte de ignição.

c. Riscos Tóxicos

Toxicidade

Os materiais tóxicos causam efeitos locais ou sistêmicos em um organismo. A exposição a tais materiais não resultam em morte quando se tomam medidas imediatas. Os tipos de riscos tóxicos podem ser divididos em categorias pelo efeito fisiológico que pode incluir: asfixia, sensibilização alérgica, envenenamento, mutagenesis e carcinogenesis.

A probabilidade de que alguns destes efeitos sejam experimentados por um organismo depende não somente da toxicidade do material, mas também do tempo de exposição e a rota de exposição (ingestão, inalação, absorção pela pele).

d. Riscos de Corrosão

Corrosão

A corrosão é um processo de degradação de um material. O contato com um material corrosivo pode destruir os tecidos do corpo, metais, plásticos e outros materiais. Um agente corrosivo é um composto reativo que produz uma mudança química destrutiva sobre o material onde atua. Corrosivos comuns são os halogênios, ácidos e bases. Irritação e queimaduras na pele são resultados típicos quando o corpo entra em contato com um material deste tipo.

e. Riscos devido a Reatividade Química

Riscos de Reatividade

Uma reação química é uma interação de uma ou mais substâncias, resultando em mudanças químicas. As reações químicas exotérmicas geram calor e podem ser mais perigosas. As reações químicas endotérmicas necessitam de calor para acontecer.

A velocidade de uma reação depende de:

Área superficial das substâncias reativas no local;

Estado físico da substância;

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Temperatura;

Pressão;

Presença de catalizadores.

Compatibilidade

Substâncias compatíveis são aquelas que quando em contato, não reagem ou não produzem riscos.

Muitos acidentes em locais de despejo acontecem pela mistura de diferentes materiais incompatíveis entre si. Os principais riscos da incompatibilidade são:

Geração de Calor; Fogo; Explosão; Produção de Gás Tóxico ou Vapor; Produção de Gás Inflamável ou Vapor; Formação de uma substância com toxicidade maior; Formação de compostos sensíveis a choque; Pressurização de recipientes fechados; Solubilização de substâncias tóxicas; Dispersão de pós e neblinas tóxicas; Polimerização Violenta.

A identificação dos reativos desconhecidos pode ser determinada por uma analise química. Um químico poderá antecipar-se a qualquer reação química resultante da mistura dos reativos.

Algumas vezes a identificação de um despejo é impossível de averiguar devido aos contratempos de dinheiro e tempo. Neste caso, provas simples podem ser realizadas para determinar a natureza do material ou mistura. Provas como pH, potenciais de oxidação ou redução são usados. Em adição, pequenas quantidades de reativos podem ser cuidadosamente combinados para determinar compatibilidade.

Considerações Práticas

Se os materiais são compatíveis, podem ser armazenados juntos em tanques ou transferidos a tanques temporários para sua ultima disposição. Se for necessário, se deve estabelecer a compatibilidade dos materiais através de analises prévias.

A informação de compatibilidade também é muito importante na avaliação de um incidente envolvendo vários materiais perigosos diferentes.

CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PERIGOSOS

As atividades que se requerem para controlar uma emergência com materiais perigosos se baseiam na identificação dos materiais perigosos envolvidas. A facilidade e rapidez com que se controla uma emergência melhora consideravelmente se é disponibilizado um bom sistema de identificação.

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Em alguns casos, placas (rótulos), etiquetas, papéis de embarque ou envio e o conhecimento acerca das substâncias armazenadas na instalação ou em informe de um testemunho ocular, supondo que este seja boa fonte, podem fazer o processo de identificação muito mais fácil.

Em outros casos, podem tomar uma quantidade considerável de tempo para determinar a identidade do material. Também as substâncias simples que podem se misturar em um acidente, os produtos de combustão, todos apresentam problemas especiais em determinar os perigos que podem ser encontrados.

Quando não se conhece quais os materiais envolvidos, se deve supor que existe uma situação grave e se toma medidas de segurança e precauções máximas para prevenir qualquer efeito indesejável no pessoal de emergência ou em qualquer outra pessoa da área.

Uma vez que se identificou o material, se pode determinar os perigos associados com ele e pode se fazer uma avaliação de seu impacto potencial. Podem-se estabelecer as medidas de controle mais apropriadas para o tipo de material e seus perigos, assim como medidas de segurança tanto para o pessoal que atende a emergência como para o resto das pessoas, respeitando os perigos que correm.

Os materiais perigosos são transportados e armazenados freqüentemente em grandes quantidades. Um vazamento acidental destes materiais apresenta um perigo potencial para o público e o meio ambiente. O acidente pode ser manejado mais rapidamente quando o material perigoso é identificado e caracterizado especificamente. Pode ser que o conteúdo das cargas não esteja identificado. Pode ser que os papéis de embarque ou registros não estejam disponíveis. Sempre é necessária uma pessoa com experiência para definir os perigos e sua gravidade.

Devido à necessidade imediata de informação referente a um material perigoso, se têm desenvolvido vários sistemas de identificação dos mesmos. Todos ajudam aos que participam no acidente a enfrentar com rapidez e segurança a um problema que pode originar a saúde e ao meio ambiente.

O primeiro sistema que se apresenta é o proposto pela Associação Nacional de Proteção contra Incêndios dos Estados Unidos (National Fire Protection Association – NFPA) e de maneira específica o Sistema de Normas para a Identificação de Riscos de Incêndios de Materiais, NFPA 704, o qual se emprega em tanques de armazenamento e recipientes pequenos (instalações permanentes). O segundo sistema se usa exclusivamente em depósitos e tanques transportados na comercialização dos materiais perigosos. O Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) é responsável deste sistema, apoiado nos alinhamentos do sistema de classificação proposto pelas Nações Unidas. Seu uso se baseia em placas e etiquetas.

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O número necessário de pessoas para uma ação-reação diante de um acidente com materiais perigosos pode variar muito. Estas pessoas devem estar organizadas, assim seja um grande ou pequeno grupo. Sem um esforço coordenado na organização, não se pode alcançar o objetivo principal da resposta, que é proteger a saúde pública, o ambiente e a propriedade.

Todo acidente relacionado com um material perigoso é um caso específico. O material envolvido, seu efeito, assim como também as operações requeridas para evitar ou diminuir os efeitos de seu descarregamento, são fatores específicos no acidente. Todos os acidentes têm em comum a necessidade de planejar, organizar e localizar recursos (pessoal, equipe e fundos) e programar as operações de ação-reação.

Planos para ação-reação diante de emergências

Quando acontece um acidente no qual existem materiais perigosos ou diante de qualquer desastre, seja natural ou causado pelo homem, as pessoas que se encontram na área afetada deverão controlar e aliviar a situação. Se desenvolverá algum tipo de organização com todos os que estão disponíveis. Sem planos, a capacidade de controlar a situação de forma eficaz pode ser limitada. É possível que não se disponha rapidamente de pessoal com experiência, equipamentos e outros recursos necessários, os quais causarão demora na resposta necessária para mitigar a situação.

Sem um planejamento para a emergência na comunidade, se diminui a capacidade de controlar qualquer crise de forma eficaz. É possível que haja casos durante um período considerável de tempo, antes que se controle a situação e se chegue a um nível normal. Perde-se tempo definindo o problema, organizando o pessoal, localizando recursos e reagindo. Estes obstáculos impedem as atividades de resposta e criam problemas adicionais que pode evitar-se se forem tomadas ações-reações imediatamente.

Quando existe um plano para eventualidades pode obter-se uma ação-reação mais eficaz que qualquer resposta de pessoal que tenha recebido capacitação. Pode-se requerer pessoal adicional de agências estatais e federais, assim como em outras indústrias privadas. Estes grupos, cada um como uma unidade coesa e uma equipe de ação-reação, serão capazes de executar as atividades corretivas necessárias.

Para funcionar de forma eficaz, a organização que se estabelece diante de uma emergência deve:

Ter um líder;

Estabelecer autoridade;

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Desenvolver as normas e procedimentos;

Determinas responsabilidades;

Administrar os recursos (dinheiro, equipamento e pessoal);

Planificar e dirigir as operações;

Organizar as comunicações internas;

Organizar as comunicações com organizações externas.

Sem um plano de ação-reação para as eventualidades de uma emergência, deve-se criar uma organização funcional para o caso específico com o que está disponível.

Organograma

Em qualquer organização para ação-reação é necessário definir sua estrutura mediante a elaboração de um organograma que define a relação entre os diversos componentes (divisão, ramos ou seções) da organização. Apresentar a hierarquia de comando e estabelecer os canais de comunicação interna.

Os requisitos chaves de um organograma são:

Devem apresentar uma hierarquia de comando;

Devem assinalar responsabilidades e funções;

Devem especificar os requisitos de pessoas;

Devem estabelecer a linha das comunicações internas.

Pessoal chave e suas funções

A equipe de resposta é um grupo organizado de pessoas, cada uma com tarefas e responsabilidades assinaladas. O plano de ação-reação normalmente específica o pessoal chave e suas tarefas. Todo o inicio e durante as operações, é possível que se necessite fazer adaptações a toda estrutura planificada da organização.

O posicionamento, funções e responsabilidades dos acidentes variam. Os acidentes de maior envergadura requerem pessoas com diversidades de experiências e habilidades. Para acidentes com menor gravidade, se necessitam menos pessoas e

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recursos. O pessoal chave deve ajustar-se para satisfazer as necessidades de um acidente particular com materiais perigosos.

O pessoal chave e as funções que podem ser necessárias são as seguintes:

Chefe do Local, Coordenador do Local ou Administrador para o acidente: tem autoridade e responsabilidades claramente definidas de administrar e dirigir todas as operações de ação-reação;

Oficial Técnico em Ciências: dirige e coordena os estudos científicos, obtenção de amostras, observações de campo, análises de amostras e interpretação dos resultados. Recomenda ações corretivas e proporciona orientação técnica a diretoria do acidente nestas áreas;

Oficial de Segurança: assessora o diretor sobre todos os assuntos relacionados com a saúde e a segurança de quem participa das operações do campo. Estabelece e dirige o programa de segurança. Pode deter as operações se existem condições perigosas. Coordena as atividades com o oficial técnico de ciências;

Chefe de Campo: dirige as atividades relacionadas com a limpeza e outras pessoas que participam nas medidas de emergência e de restauração em longo prazo;

Oficial de Informação Pública: proporciona informação de imprensa e noticias a todo público em geral, em relação às atividades do campo;

Oficial de Segurança na Emergência: dirige a segurança física do campo. Proporciona coordenação das equipes e bombeiros. Controla o acesso ao local;

Encarregado de Registro: mantém registro das atividades do campo;

Oficial de Operações: dirige as atividades dos líderes de equipe. Coordena estas atividades com o assessor cientifico e o oficial de segurança;

Chefe de Setor: dirige as tarefas designadas especificamente, tais como:

- equipe de entrada;

- descontaminação;

- observação;

- equipamento;

- fotografia;

- comunicações.

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Oficial Financeiro: proporciona respaldo financeiro e contratual;

Oficial de Logística: provê todos os equipamentos necessários e outros recursos;

Oficial Médico: oferece apoio médico. Atua como coordenador da comunidade médica.

O sistema de Comando de Acidentes

O sistema de comando de acidente é um sistema de comando no local que o serviço de bombeiros utiliza quando proporcionar auxílio em incêndios, emergências médicas, operações de resgate, acidentes de materiais perigosos e outras operações. O sistema identifica quem é o responsável, estabelece uma hierarquia de comando e apresenta uma lista de pessoal chave e suas funções.

O sistema de comando se ativa automaticamente quando acontece um acidente no qual o serviço de bombeiros deve agir. O primeiro oficial que chega é o comandante do acidente, e é quem permanece nesse cargo durante o acidente, a não ser que um oficial de maior cargo exista na base. O comandante do acidente pode adaptar a estrutura administrativa e de organização para controlar a situação.

A equipe de ação-reação diante de materiais perigosos

Localmente, a equipe de ação-reação diante de materiais perigosos (Hazardous Material Response Team – HMRT) geralmente está associada com o serviço de bombeiros. É possível que seja uma equipe dedicada unicamente a responder os acidentes com materiais perigosos, mas geralmente tem outras funções especializadas. Dependendo do acidente, a equipe pode ser uma unidade de serviço da brigada. Se existem outras unidades participando ou se é um acidente de proporções importantes, a equipe pode se juntar e formar uma organização geral do sistema como um dos setores do organograma.

A equipe de ação-reação, como entidade pode ser separado do sistema e deve estar organizada de forma que possa atuar de forma eficaz para controlar e restaurar a situação. A equipe necessita ter um organograma e uma declaração de funções do pessoal que siga as linhas paralelas da estrutura de comando do sistema.

Operações de ação-reação

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A descarga potencial de um material perigoso requer operações que eventualmente restituam à situação as condições existentes antes do acidente. Cada acidente estabelece seus próprios requisitos de operação, mas existem operações comuns a todas as ações-reações.

A planificação e implementação de uma ação-reação requer que os auxiliadores efetuem as atividades seguintes:

Organizar: estabelecer uma organização. Selecionar o pessoal chave. Determinar responsabilidades. Efetuar modificações na medida em que prosseguem as operações;

Avaliar a situação: com a informação disponível, efetuar uma avaliação preliminar do perigo. Determinar o impacto do acidente com ou sem intervenção;

Desenvolver um plano de ação: desenvolver um plano preliminar de operações para recopilar a informação, implantar imediatamente medidas de ataque e operações de resgate e estabelecer atividades de emergência. Avaliar permanentemente a situação, na medida em que se obtém informação adicional;

Efetuar investigações preliminares fora do campo: obter dados adicionais para avaliar a situação. Usar instrumentos de leitura direta, obter amostras, efetuar observações visuais e estabelecer atividades de emergência para proteger a saúde pública e o ambiente. Identificar requisitos para reconhecimentos no campo. Determinar o nível de proteção se necessário, para o pessoal locado fora do campo. Estabelecer limites as áreas contaminadas;

Efetuar um reconhecimento do campo: obter dados (usar instrumentos de leitura direta, obter amostras, fazer observações visuais) para determinar ou verificar as condições perigosas e realizar uma avaliação global do acidente. Modificar os procedimentos de segurança de entrada inicial, na medida em que se obtenham mais dados. Determinar os níveis de proteção para os equipamentos de entrada inicial e para operações posteriores. Planificar e implantar procedimentos de controle do campo e descontaminação;

Modificar o plano de operação original: modificar ou adaptar o plano original com base nas informações adicionais obtidas durante as entradas iniciais;

Revisar as medidas imediatas de emergências.

As atividades em longo prazo do plano são as seguintes:

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1- Observar e fazer amostragem adicional;

2- Determinar os requerimentos de recursos;

3- Elaborar um plano de segurança do campo;

4- Realizar a limpeza e estabelecer medidas de restituição;

5- Revisar as implicações legais e litígios;

6- Documentar as atividades do campo.

São de grande importância para qualquer ação-reação a segurança e a saúde do pessoal envolvido. O risco do pessoal aumenta na medida em que se aproxima dos materiais perigosos. As operações no campo devem ser planificadas e executadas cuidadosamente. Antes de entrar na área de uma descarga, se deve obter a maior quantidade de informações possíveis, por exemplo, documentação de embarque, placas de transporte, arquivos existentes, etiquetas de recipientes e outras observações visuais (dentro do tempo disponível) em relação com os tipos de materiais, graus de perigo e riscos que possam existir.

A informação disponível é utilizada para determinar o seguinte:

A necessidade de tomar medidas fora do campo;

A necessidade de entrar no campo;

Os tipos de equipamento disponíveis;

Os dados que se necessitam para avaliar os perigos;

Vapores e gases orgânicos;

Vapores e gases inorgânicos;

Partículas;

Concentração de oxigênio;

Radiação;

Amostras necessárias para analise de laboratório.

Para que a equipe de entrada tenha o nível de proteção adequado, se deve considerar:

Qual equipamento se necessita;

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Numero de pessoas da equipe de entrada;

Freqüência com que devem dar instruções a equipe de ação-reação;

A necessidade de procedimentos de controle no campo incluídos:

- Designação das zonas de trabalho;

- Controle de Acesso;

- Barreiras Físicas;

- Identificação dos procedimentos de descontaminação requeridos.

A necessidade de dispor de respaldo médico;

Levar a cabo atividades ou medidas de ataque de emergência;

A prioridade de obter dados e amostras.

O pessoal de ação-reação deve estar organizado em uma unidade de operação para poder prevenir ou diminuir, de forma eficaz, o impacto que um acidente com materiais perigosos pode ter sobre as pessoas ou o ambiente. Para que uma organização de ação-reação seja eficaz, deve ter sido desenvolvido com antecedência, ter sido realizado simulações com êxito e ser parte integral de um plano para acidentes com materiais perigosos. Em grande parte, o êxito de uma reação depende da boa organização do pessoal de resposta. Quanto mais organizado se encontre, mais rapidamente poderá começar a funcionar a organização. Quando se desenvolve uma organização, deve ser suficientemente flexível para adaptarem-se as mudanças contínuas que ocorrem à medida que o acidente progride.

INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTE

O sistema de comandos de incidentes (SCI) é um modelo de gestão desenvolvido para comando, controle e coordenação da resposta a uma situação de emergência e o seu objetivo é estabilizar e proteger a vida, as propriedades e o ambiente.

A gestão completa de um incidente e a crescente necessidade de ações de vários grupos de atuação faz ser indispensável que exista um único sistema de gestão que sirva de guia para todos. Os princípios do SCI permitem que diferentes grupos desenvolvam atividades conjuntas com elementos comuns: comando unificado, planos de ação, terminologia, administração, recursos humanos e materiais, flexibilidade organizacional, conceitos de segurança, procedimentos padronizados, etc..

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A flexibilidade do SCI permite ampliar ou restringir a gestão de acordo com as diferentes necessidades, o que possibilita criar um sistema eficiente.

O sistema foi provado e validado em resposta a todos os tipos de incidentes e situações de emergência, como por exemplo: emergências com produtos perigosos, acidentes com um grande numero de vitimas, eventos planejados (celebrações, desfiles militares, concertos, etc.), catástrofes, incêndios, missões de buscas e salvamento, programas de evacuação massiva, etc..

O SCI foi desenvolvido na década de setenta em resposta a uma serie de grandes incêndios florestais no sul da Califórnia. Neste período, se reuniram as autoridades municipais, organismos estatais e federais envolvidos na luta contra os incêndios para formar o FIRESCOPE (Firefighting Resources of California Organized for Potential Emergencies). Esta unidade identificou os problemas que podem ocorrer quando distintos grupos participam de uma mesma missão, como:

Falta de padronização da terminologia usada;

Falta de capacidade de ampliar e restringir a estrutura de gestão do incidente;

Ausência de padronização e integração nos meios de comunicação;

Falta de instalações apropriadas;

Ausência de planos de ação consolidados.

Os esforços para resolver estas dificuldades levaram ao desenvolvimento do modelo original do SCI para a gestão de incidentes. O sistema inicialmente concebido para combater incêndios florestais inovou ao chegar a ser um sistema aplicável a qualquer tipo de emergência, sendo incêndio ou não.

O grande êxito do SCI é um produto da aplicação direta de:

Uma estrutura organizacional comum;

Princípios de gestão padronizados.

A organização do SCI

Em todo o incidente ou evento, se deve executar certas atividades e ações de administração. Sempre se realizam atividades administrativas, inclusive de maneira inconsciente, independentemente do alcance do acidente.

A organização do SCI consiste em cinco setores funcionais:

- Comando;

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- Operações;

- Planejamento

- Logística;

- Finanças.

Estes cinco componentes principais são base do desenvolvimento de uma organização SCI. Isto se aplica durante uma pequena emergência ou um incidente em grande escala.

Em incidentes de pequena escala, uma só pessoa, o comandante do incidente (CI) pode administrar todos os componentes. Os acidentes em grande escala, em mudanças, requerem que cada componente ou setor tenha um responsável administrativo que responda como ao CI. Por ele, cada um dos setores primários do SCI, com exceção do comando de incidentes, se podem dividir em funções secundárias segundo a necessidade.

A organização do SCI pode ampliar ou restringir para satisfazer as necessidades dos incidentes, mas todos os incidentes, independentemente de sua dimensão ou complexidade, deverão ter nomeado um comandante. Em um SCI básico, quando o CI tiver que deixar o posto de comando (PC) para realizar uma operação ou supervisionar o local do acidente, o cargo de CI deverá ser transferido à outra pessoa.

b. Segurança

A indústria química tem se desenvolvido a um ritmo acelerado e em muitos países representa um dos principais fatores de desenvolvimento econômico. Sem impedimentos, não tem existido um ritmo paralelo no estabelecimento de programas de preparação para fazer frente aos acidentes que podem apresentar-se. Estes programas são de vital importância para atingir a meta principal que eles têm que é minimizar ou impedir os efeitos resultantes da exposição às substâncias químicas.

Para que a preparação é necessário ter em conta as particularidades que tem os acidentes químicos, o que os diferencia de outros tipos de desastres e que fazem que as ações de resposta médica tenham suas características especiais.

Quando se fala de preparação devemos referir ao conjunto de ações que se devem realizar antes que se produzam os acidentes químicos e com a qual se preparam as condições para que se responda de uma maneira adequada.

A resposta a um acidente químico exige uma coordenação multiinstitucional e multidisciplinar e a ausência desta coordenação pode repercutir negativamente ou

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piorar os efeitos que se produzem por causa do acidente. Existem sistemas bem estabelecidos para atuar no caso de emergências provocadas por desastres naturais. Sem impedimentos, em muitos casos estes sistemas não estão preparados adicionalmente para enfrentar de forma adequada aos acidentes que envolvem materiais perigosos.

Elementos a ter em consideração nos preparativos para a resposta a acidentes químicos

Características próprias dos acidentes químicos (diferenciando de outros tipos de desastres)

Os acidentes com materiais perigosos variam desde os relativamente confinados a um lugar específico até os que se expandem ao ponto em que é provável por em perigo toda uma comunidade;

Se levamos em consideração a exposição às substâncias químicas, todas as vítimas do acidente sofrem do mesmo tipo de efeito nocivo, variando somente a magnitude do dano. Sem levar em conta que existem elementos que não devemos deixar de ter em consideração, como a susceptibilidade individual, o estado de saúde prévio, etc..

Pode haver uma zona tóxica que somente poderá ser penetrada usando equipamentos de proteção adequados. As demais pessoas nunca devem entrar em tais zonas;

As vítimas expostas a químicos podem constituir um risco para o pessoal de resgate, podendo se contaminar ao contato. Conseqüentemente uma descontaminação deve, de preferência, efetuar-se antes que as vitimas sejam atendidas por pessoal medico e os demais responsáveis devem dar atenção e conhecer como avaliar e manejar as afecções médicas que as vitimas contaminadas apresentam, alem de saber proteger-se dos riscos potenciais que se derivam da contaminação secundária;

O conhecimento geral das propriedades e feitos de muitos produtos químicos pode não ser completo, portanto devem-se identificar sistemas efetivos para obter informação essencial dos químicos envolvidos e oferecer esta informação aos grupos de resgate e outras pessoas que necessitem de tais informações;

Pode ser necessária a realização de estudos toxicológicos ambientais e/ou em fluidos biológicos de pacientes contaminados, por qual devem identificar-se nos laboratórios com capacidade de realizar este tipo de investigação.

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A EXPOSIÇÃO HUMANA AOS MATERIAIS PERIGOSOS

Acidentes Químicos

A organização mundial de saúde (OMS) utiliza os termos acidente químico e emergência química para fazer referência a um acontecimento ou situação perigosa que resulta da liberação de uma substância ou substâncias que representam um risco para a saúde humana e/ou meio ambiente, em curto prazo. Estes acontecimentos ou situações incluem incêndios, explosões, fugas ou liberações de substâncias tóxicas que podem provocar enfermidades, lesões, invalidez ou morte, a uma grande quantidade de seres humanos.

A contaminação da água ou da cadeia alimentar que resulta de um acidente químico pode afetar as populações dispersas, principalmente a população exposta que está dentro ou muito próxima de uma zona industrial. Em uma área urbana a população exposta pode estar, por exemplo, nas proximidades de um veículo acidentado que transporta substâncias perigosas. Com menos freqüência, a população exposta esta a certa distância do local do acidente, incluindo zonas do outro lado de fronteiras de países.

Esta definição deve manter-se unida ao conceito de incidente químico, unindo uma exposição originada por liberações de uma substância ou substâncias químicas que podem resultar em enfermidades. O número de pessoas afetadas por um incidente químico pode ser reduzido e a enfermidade, incapacidade ou morte pode ocorrer em grandes períodos de tempo, até anos após os acidentes.

Os efeitos para a saúde humana, os acidentes químicos pode resultar em um dano considerável em longo prazo ao meio ambiente com grandes quantidades de custos humanos e econômicos.

Classificação dos acidentes químicos

Desde a perspectiva da saúde, existem várias maneiras de classificar os acidentes químicos, das quais nenhuma é completa ou mutuamente excludente. Por exemplo, a classificação poderia basear-se em: quais substâncias químicas envolvidas, a quantidade, a forma física, onde e como ocorreu a fuga, as fontes de liberação, a extensão da área contaminada, o número de pessoas expostas, as vias de exposição. Algumas considerações são necessárias para clarear essa classificação e são apresentadas:

Substâncias Envolvidas

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As substâncias envolvidas em um acidente podem ser agrupadas de acordo com:

Substâncias perigosas, por exemplo explosivas, líquidos ou sólidos inflamáveis, agentes oxidantes, substâncias tóxicas ou corrosivas;

Aditivos, contaminantes e adulterantes, por exemplo, na água potável, bebidas ou alimentos, medicamentos e bens de consumo;

Produtos radioativos, que não são considerados nesta apresentação.

A quantidade da substância química liberada e suas propriedades tóxicas deveriam também ser consideradas. Por exemplo, um quilo de cianeto de sódio é mais perigoso que um quilo de gás cloro.

Fontes de liberação

As liberações podem originar-se pela atividade humana ou ter origem natural, pode ser antropogênicas ou naturais. Entre as antropogênicas se incluem: manufatura, armazenamento, manipulação, transporte (ferroviário, rodoviário e aquaviário), uso e eliminação. Entre as fontes de origem natural se incluem atividades vulcânicas, incêndios e toxinas de origem animal, vegetal ou microbiano.

Extensão da área contaminada

Os acidentes podem classificar-se de acordo com: se foram delimitados a uma área de uma instalação e não afetam a nada em seu exterior; se afetam unicamente as imediações da planta; se afetam uma zona extensa ao redor da instalação ou se dispersam muito.

Número de pessoas expostas

Os acidentes podem classificar-se pelo número de pessoas afetadas, calculado em termos de mortos, lesionados e/ou evacuados. A gravidade de um acidente químico não permite determinar unicamente sobre este quesito e assim deve-se levar em consideração todas as circunstâncias e conseqüências conhecidas.

Vias de exposição

Visto a perspectiva da saúde, as vias de exposição podem ser um meio de classificar os acidentes químicos. Existem quanto vias principais: inalação, exposição ocular, contato com a pele e ingestão. Nenhuma destas vias é excludente.

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Conseqüências para a saúde

Os acidentes químicos podem ser classificados também segundo as conseqüências médicas para a saúde, em função do sistema ou órgão afetado. Exemplos seriam os acidentes que causam efeitos carcinogênicos, teratogênicos, dermatológicos, imunológicos, hepáticos, neurológicos, pulmonares e outros.

Aspectos toxicológicos para a atenção de um acidente químico

Alguns dos desastres que ocorreram recentemente colocaram em evidência a necessidade do conhecimento da toxicidade dos compostos usados na indústria. Este conhecimento é essencial para a aplicação de um tratamento efetivo e rápido dos efeitos tóxicos, como também para o tratamento de intoxicações acidentais. No caso do acidente de 1984 em Bhopal, India, onde eram fabricados o inseticida Carbaril, o produto da emissão foi isocianato de metila. Nessa época pouco ou nada se conhecia sobre a toxicidade desta substância e como conseqüência o tratamento das vítimas foi incorreto e inadequado.

A pergunta que surge, diante da grande quantidade de substâncias químicas, é: “Todas as substâncias químicas são tóxicas?”. Provavelmente a melhor resposta seria: “Não há substâncias químicas seguras e sim maneiras seguras de usar-las (Timbrell,1989).

Em um documento OPS/OMS (1998) se aconselha que as autoridades locais deveriam estar preparadas para tomar parte do processo de conscientização e preparação para acidentes químicos ou em um programa similar, incluindo intercâmbio de toda a informação importante da comunidade e da indústria local. Assim, deve-se participar deste processo os hospitais e outras instalações destinadas ao tratamento, aos profissionais de saúde e aos centros de informação toxicológica e os centros para emergências químicas.

Deste ponto de vista se consideram importantes que os participantes, na atenção de uma emergência química, tenham conhecimentos básicos de toxicologia. Estes conhecimentos facilitarão as atividades dos profissionais que participam da atenção da emergência assim como a proteção adequada para evitar efeitos tóxicos.

Toxicologia

A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos produzidos pelas substâncias químicas sobre os organismos vivos. O ser humano, os animais e as plantas

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podem estar expostas a uma grande variedade de substâncias químicas. Estas podem ser desde metais e substâncias inorgânicas até moléculas orgânicas complexas.

Segundo o Programa Nacional de Toxicologia do Serviço de Saúde Pública dos EUA (1999) existem nesse país 80.000 substâncias químicas a que seus habitantes podem estar expostos através de produtos industriais e de consumo, como também estar presentes nos alimentos, na água para beber e no ar que se respira. Geralmente se supõe que poucas representam um risco significativo para a saúde humana devido as concentrações de exposição existentes e que os efeitos de saúde produzidos pela maioria das substâncias é desconhecido.

Conceitos básicos de toxicologia

Alguns termos de uso freqüente na toxicologia são importantes e devem ser conhecidos. Por exemplo: substância perigosa, risco de toxicidade, dose de exposição, absorção, biodisponibilidade, distribuição, acumulação, biotransformação, eliminação e efeito tóxico.

Substância Perigosa

Uma substância perigosa ou um agente perigoso tem a capacidade de causar dano em um organismo exposto. Um exemplo ira clarear este conceito: a estricnina é uma substância química extremamente tóxica. Quando está em um frasco perfeitamente fechado pode-se manipular sem que produza um efeito tóxico. Sua toxicidade mudou pois não está em contato com um organismo vivo e não é possível evidenciar sua capacidade de produzir um efeito tóxico.

Risco

Risco é a probabilidade de que se apareça um efeito nocivo devido a exposição a uma substância química.

Toxicidade

A toxicidade de uma substância química se refere a capacidade de causar dano em um órgão determinado, alterar os processos bioquímicos ou alterar um sistema enzimático.

Dose

Paracelso, no século XVI afirmou: “Todas as substâncias são tóxicas. Não há alguma que não seja tóxica. A dose estabelece a diferença entre um tóxico e um

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medicamento”. Esta afirmação continua sendo de grande importância para a toxicologia e envolve a idéia de dose.

Uma informação muito usada é denominada dose letal 50 (LD50), que é a quantidade de uma substância química que quando administrada em uma dose única por via oral, expressada em massa da substância por massa do animal, produz a morte de 50% dos roedores em um experimento dentro de um período de observação de 14 dias (Swanson,1997).

Exemplos de DL50 (IPCS, 1997)

Substância Química DL50, rato macho, via oral, MG/kg de peso corporal

Etanol 7000

Cloreto de Sódio 3000

Sulfato de Cobre III 1500

DDT 100

Nicotina 60

Tetradotoxina 0,02

Dioxina (TCDD) 0,02

Outro valor utilizado é a concentração letal 50 (CL50), que é a concentração no ar de uma substância química que quando é inalada continuamente durante 8 horas produz a morte de 50% dos roedores no experimento.

Se a dose de uma substância é suficientemente alta ela pode ser perigosa para qualquer ser vivo, como também se a dose de uma substância muito tóxica é muito baixa poderá não produzir efeito adverso. A água, um elemento essencial para a vida, ingerida em grandes quantidades pode ser tóxica. Isso se deve a um cálculo na qual um volume superior a aquele considerado como ingestão diária normal para um adulto (entre 2L e 2,5L) podem causar eliminação pela urina de substâncias que são essenciais para o organismo.

O período de tempo em que se administra uma dose e a freqüência são informações muito importantes.

Outros dados importantes são denominados “concentração de interesse” que é a concentração no ar de uma substância extremamente perigosa que poderá produzir efeitos graves na saúde ou morte como resultado de uma única exposição durante um

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período relativamente curto. Algumas publicações (USEPA,1987) consideram a concentração de interesse (LOC em inglês) como a décima parte da concentração denominada de perigo imediato para a vida ou a saúde (cuja sigla em inglês é IDLH, em português IPVS). O IDLH é publicado pelo National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH). Os valores IPVS no Brasil são definidos pelo Ministério do Trabalho.

Exposição

Para que uma substância química produza efeito, esta deve estar em contato com o organismo por três vias principais: digestiva, respiratória e dérmica. Depois do ingresso por qualquer destas vias, as substâncias químicas podem ser absorvidas e passar ao sangue, distribuir-se por todo o organismo, chegar a determinados órgãos onde são biotransformados, produzir efeitos tóxicos e posteriormente ser eliminados pelo organismo.

Também uma substância química pode entrar no organismo por outras vias, como por exemplo injeções venosas ou intramusculares, mas estas vias não são de grande interesse do ponto de vista toxicológico e especialmente quando se tratam de acidentes produzidos por substâncias químicas.

Absorção

A absorção indica que a substância química atravessa membranas biológicas. No caso de uma substância ser ingerida, esta pode ser absorvida em qualquer parte do trato gastrointestinal. A maior absorção se produz no intestino delgado, de onde a substância química passa para o sistema circulatório e é transportada diretamente ao fígado.

A inalação é uma via mais rápida pela qual uma substância química ingressa no organismo. Um exemplo é a inalação do éter etílico, um gás anestésico, que ao chegar no pulmão é absorvido, passa ao sangue e posteriormente sente-se o efeito. Também podem ingressar pela via respiratória substâncias como material particulado ou gases.

A via cutânea é outro modo de ingresso importante. A espessura da pele em algumas regiões do corpo influi na absorção. Assim, na região do abdômen e genital, onde a pele é mais fina, a absorção é mais rápida que em outras onde a pele é mais grossa, como a planta do pé e a palma da mão. Quando uma área grande de pele está em contato com uma substância química a quantidade absorvida será maior que em uma superfície pequena. O tempo de contato também é importante, sendo maior a absorção quanto maior for o tempo de contato.

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Biodisponibilidade

Alguns fatores físicos ou químicos podem afetar a absorção de uma substância em relação a quantidade a ser absorvida e o tempo de absorção. Por exemplo, nem todas as formas químicas de um metal são bem absorvidas no intestino, assim no caso da ingestão do mercúrio metálico, pouco será absorvido, mas não ocorre a mesma coisa com o composto orgânico como metilmercúrio.

Distribuição

Depois da substância química ser absorvida, se distribui por todo o sangue a todo organismo causando efeitos nocivos, principalmente nos órgãos brancos.

Entende-se como órgãos brancos todo órgão onde se evidencia primeiro uma evidência de efeito nocivo. Para produzir estes efeitos a substância química deve alcançar uma concentração determinada no órgão, razão pela qual é importante a dose. A existência de um órgão branco não significa que em outros órgãos não se verifiquem efeitos. Considera-se que a medida que a concentração e o tempo de exposição aumentam, outros órgãos serão atingidos.

Acumulação

Uma parte da substância química que é distribuída no organismo pode acumular-se. Isso pode ocorrer também no sangue já que algumas substâncias unem-se as proteínas sanguíneas. O flúor e o chumbo pode acumular-se nos vasos, os bifenilpoliclorados (PCB) podem acumular-se nos ácidos graxas (gordura).

Biotransformação

Assim como se utiliza a denominação metabolismo para indicar a transformação de diferentes substâncias que são necessárias para a vida, tem se proposto a denominação biotransformação para o processo de conversão de substâncias que não são necessárias para o organismo como o caso das substâncias tóxicas. O término da biotransformação descreve como os organismos transformam as substâncias tóxicas absorvidas em outras de toxicidade menor e geralmente, em produtos solúveis na água, ou em metabólitos de maior toxicidade como é o caso do ácido fórmico na biotransformação do metanol. O fígado é essencial nestes processos.

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Eliminação

As substâncias solúveis em água são eliminadas pela urina. As substâncias que são voláteis, como etanol, acetona e os gases se eliminam parcialmente pelo ar expirado. Alguns também são eliminados pelo suor.

Efeitos Nocivos

Os efeitos toxicológicos observados podem ser: danos aos tecidos e outras modificações patológicas, lesões bioquímicas, efeitos teratogênicos, efeitos na reprodução, efeitos irritantes e reações alérgicas.

AS SUBSTÂNCIAS MAIS TÓXICAS DO PLANETA

Natureza Substância Origem LD50 (ratos) µg/kg

Proteíca Toxina Botulínica Clostridium Botulinum 0, 000 05

Proteíca Toxina Tetânica Clostridum Tetanis 0, 000 1

Proteíca Toxina Gangrênica Clostridum Perfringens 0, 000 1

Proteíca Ricina Mamona 0, 03

Proteíca Toxina Crotálica Veneno da Cascavel 80

Não Proteíca Batrotoxina Rã Colombiana 2

Não Proteíca Tetrodotoxina Salamandra 5

Não Proteíca Amtoxinas Amanita 150

Não Proteíca Estricnina Strychnos sp 500

Não Proteíca Cianeto de Sódio Inorgânico 10 000

Não Proteíca Tri óxido de Arsênio Inorgânico 11 000

LIMITES DOS TRAJES DE ENTRADA OU UNIFORME DE TRABALHO EM UM CENÁRIO DE INCIDENTE COM MATERIAIS PERIGOSOS

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Os trajes de entrada ou uniformes usuais para desempenhar o trabalho cotidiano têm varias limitações no momento de um incidente com material perigoso.

Os materiais perigosos manejados na empresa podem ter varias propriedades químicas e físicas que afetam aos trajes usuais.

Os tipos de material (sólido, líquido, gasoso) variam de acordo com as propriedades. Um material perigoso utilizado dentro da planta pode ser viscoso, corrosivo, inflamável, tóxico, radiativo, etc..

A efetividade da roupa de trabalho tem limitações relacionadas a três características:

Degradação;

Permeabilidade;

Penetração.

Degradação: ocorre quando as características do material que se utiliza são alteradas por contato direto com o material perigoso. A degradação pode terminar no incremento da permeabilidade da roupa ou no fim da proteção.

Permeabilidade: é o processo por quais os componentes químicos ou materiais perigosos cruzam a barreira protetora do uniforme. O grau de inclusão de um componente no uniforme de trabalho depende das características químicas da substância, da natureza do material e do material do uniforme e da concentração do componente sobre o uniforme. Muitos fabricantes de roupas de trabalho provem informações sobre as propriedades dos uniformes e o grau de permeabilidade das roupas para um amplo campo de componentes químicos.

Penetração: ocorre quando existe uma abertura ou um rasgo no tecido. Estas aberturas incluem: costuras, buracos de botões e fechos. Freqüentemente tais aberturas são resultado do próprio desenho do uniforme.

AMEAÇAS DOS VAZAMENTOS DE MATERIAIS PERIGOSOS NO AMBIENTE

CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS

Com o surgimento da edafologia (estudo da relação do solo e a vida dos seres humanos), o solo deixou de ser considerado como um meio inerte que refletia a composição da uma rocha. Como se tem dito, o solo nasce e evolui por ações de fatores ativos ao meio, clima e vegetação, sobre a matriz mineral original. O solo atravessa sucessivas etapas de juventude e amadurece fazendo uma situação de equilíbrio com a vegetação.

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Entre os múltiplos elementos e compostos que formam o solo natural se encontram substâncias que por suas características podem considerar-se contaminantes, mas que com exceções, se encontram no solo em níveis aceitáveis. Sua presença não impute risco, visto que, muitos solos necessitam destes nutrientes para a vegetação.

Entende-se por solo contaminado uma porção delimitada de terreno superficial ou subterrâneo, cujas qualidades originais foram modificadas por ação humana, ao incorporar-se algum fator que segue a classificação de agentes contaminantes podendo ser:

Contaminação física, com variação de parâmetros como temperatura, condutividade, radioatividade;

Contaminação biológica, ao incluir proliferação de espécies ou cepas patógenas;

Contaminação química, pela ação de elementos ou compostos em concentrações que alterem a composição original do solo. Este tipo de contaminação é a predominante.

O critério para poder estabelecer o limiar máximo de concentração ou quantidade permitida para qualquer dos possíveis agentes contaminantes do solo, deve ser sua capacidade para alterar ou degradar a qualidade do mesmo, ao perder algumas características originais implicadas no desenvolvimento de suas funções dentro de ecossistemas, gerando-se, um risco ao dano ao meio ambiente.

A diferença do que ocorre nos meios hídricos e atmosféricos, no solo o contaminante é a principio, pouco móvel, com que os efeitos diluentes característicos desempenham um papel marginal.

Hoje em dia, a variedade e quantidade de produtos potencialmente contaminantes de um solo é praticamente indefinível, mais para os solos mencionamos os grupos mais característicos:

Metais pesados: a presença natural dos metais no solo é quantificada como traços, produtos da própria geoquímica dos materiais que originaram, sendo muito deles elementos essenciais para a vegetação. O risco potencial se apresenta quando se produz um acumulo de grandes quantidades no solo;

Contaminantes inorgânicos: os contaminantes inorgânicos presentes no solo de forma natural estão em concentrações reguladas pelos ciclos biológicos associados a cada solo. A saturação de alguns deles faz com que se alcance concentrações consideradas como contaminantes, alterando os ciclos de regulação;

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Contaminantes orgânicos: os contaminantes orgânicos constituem um grupo formado por um elevado numero de substâncias, em sua maioria produzida pelo homem, com grande diversidade estrutural e efeitos diferentes no meio, sendo muito deles altamente tóxicos. Entre ele podemos destacar os compostos aromáticos, hidrocarbonetos policíclicos, hidrocarbonetos clorados, pesticidas, etc..

FONTES DE CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS

O abandono ou depósito de todo tipo de material no solo tem sido durante décadas uma solução efetiva e barata para se livrar dos resíduos. Nos anos sessenta e setenta se evidenciou o erro desta prática em países como Holanda e EUA o qual produziram casos graves de contaminação da população devido a resíduos enterrados durante anos.

Na atualidade não existem suficientes instalações adequadas para o tratamento e eliminação dos resíduos perigosos que são gerados pela indústria e a capacidade existente é muito inferior as necessidades reais.

A diferença dos outros meios, a consideração do solo como um recurso importante a ser conservado não tem encontrado um elo eco-social necessário e nem medidas administrativas precisas para favorecer uma rápida proteção e melhora do mesmo.

CLASSIFICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS

As formas de contaminação de um solo com origem antropogênico comum, podem ser classificadas de diferentes modos:

Superficial: derivado de uma acumulação de resíduos sólidos ou líquidos descarregados acidentalmente ou voluntariamente no terreno. Se gera de uma infiltração dos contaminantes lixiviados as camadas interiores do solo e um arraste pelo escorrimento de águas pluviais.

Subterrânea: corresponde com o caso típico de enterramento de resíduos, sendo que sua localização é realmente complexa, tendo como único indicio aparente a mudança de textura superficial do terreno.

Contaminação difusa: é a que não existe foco concreto de contaminação do solo, sem que se manifeste de forma extensiva. Normalmente trata de contaminações de baixa concentração, mas com grandes volumes absolutos. Exemplos: áreas agrárias com

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utilização intensa de fertilizantes e produtos fitossanitários, a deposição de contaminantes emitidos por núcleos industriais, etc..

Contaminação pontual: é originada a partir de um espaço concreto. É uma contaminação localizada, com um núcleo emissor desde que, através de diferentes vias, podem mover-se os contaminantes a outras vias como atmosfera, água superficial ou subterrânea.

CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS

Pode-se definir o tratamento e recuperação dos solos contaminados como um conjunto de operações que se deve realizar com o objetivo de controlar, diminuir ou eliminar os contaminantes e seus efeitos.

Diante da presença de um espaço contaminado se pensa se é necessário a sua recuperação, e se for o caso determinar o nível. Para nos realizarmos um estudo de viabilidade no que se foca no estudo da caracterização do espaço contaminado e a análise de riscos deve ponderar-se as alternativas de tratamento e os custos econômicos a fim de se obter um desenho ótimo e sua efetiva implementação.

Uma das possibilidades de divisão dos sistemas de tratamento se estabelece em função de três categorias de atuação:

Sem recuperação;

Contenção ou isolamento da contaminação;

Recuperação.

A contenção ou isolamento da contaminação é um planejamento intermediário entre a recuperação e a não recuperação. Consiste em estabelecer medidas corretivas de segurança que possam controlar a situação atual, impedindo a progressão da contaminação para o meio e diminuindo os riscos relacionados com esta dispersão dos contaminantes. Em alguns casos, se adotam medidas que reduzem a contaminação.

1- Isolamento – consiste em isolar o foco emissor da contaminação limitando o potencial da migração e difusão dos contaminantes mediante a construção de barreiras superficiais e/ou subterrâneas, de forma que se impeça a movimentação horizontal dos contaminantes.

As barreiras consistem em paredes de cimento ou betonita, materiais impermeabilizantes sintéticos, cortinas de cimento, etc.. Esta tecnologia pode ser usada como medida temporária para evitar a geração de lixívias, a entrada dos contaminantes nos cursos de água ou a infiltração nas águas subterrâneas.

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As condições que as medidas podem ser utilizadas dependem da topologia, profundidade das águas subterrâneas, geologia e a mobilidade dos contaminantes. Em todo o caso, se adotam as precauções e medidas de controle necessárias.

2- Redução da volatização – pretende suprimir as correntes de ar para evitar a volatização dos compostos orgânicos. Os métodos incluem a redução do volume de aberturas no solo mediante a adição de água ou por compactação ou selando a capa superficial do solo mediante membranas sintéticas, acrílicas, asfalto, cimento, agentes seladores, etc..

Os fatores que controlam sua eficácia são a volatilidade do contaminante e a área da zona contaminada, sem esquecer que se trata de uma solução temporária.

3- Recolhimento e controle das lixívias – o objetivo é impedir a dispersão de contaminantes através das águas, recolhendo as lixívias procedentes do solo contaminado nas situações em que isso é possível, como em depósitos controlados de resíduos sólidos urbanos.

Outro sistema de controle consiste em bombear as águas subterrâneas afetadas pela lixiviação dos contaminantes.

Planejada a situação de que um espaço deve ser recuperado, se estuda a escolha de uma técnica a adotar, os critérios de desenho e o desenvolvimento do procedimento, cada situação com suas particularidades.

A elaboração de um plano de saneamento precisa de uma certa delimitação do resultado mínimo a alcançar, segundo cada uma das alternativas viáveis, fundamentados nas normas existentes e a certificação dos usos do solo. Todo isso condicionado aos custos econômicos.

A definição dos objetivos incide na elaboração do plano estratégico de acordo com os parâmetros de qualidade que se objetiva.

Se divide os tipos de tratamento e/ou recuperação dos solos em dois grandes grupos:

Tratamentos in situ, que implicam a eliminação dos contaminantes sob o próprio terreno, sem remoção do mesmo;

Tratamento ex situ, que se produz a movimentação e translado do solo para instalações do tratamento ou disposição final.

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Contenção Alternativas Contaminante

In Situ Degradação Química 1,2,3,4,6,12

In Situ Isolamento do Emissor 4,7,12

In Situ Redução de Volatização 1,2,3,4

In Situ Biodegradação 1,2,3,4,5,9,14

In Situ Vitrificação 13

In Situ Estabilização/Solidificação 8,12,13,15

In Situ Lavagem do Solo 1,2,3,4,6,8,10,12

In Situ Aeração do Solo 1,3

In Situ Compostagem 1,2,3,4

Ex Situ Vertedouro 1,2,3,4,6,7,10,11

Ex Situ Destruição Térmica 1,2,3,4,6,7,10,11

Ex Situ Lavagem do Solo 6,12

Códigos numéricos

1 – Compostos orgânicos halogenados voláteis;

2 – compostos orgânicos halogenados semi-voláteis;

3 – compostos orgânicos voláteis não halogenados;

4 – compostos orgânicos semivoláteis não halogenados;

5 – pesticidas;

6 – metais voláteis;

7 – amianto;

8 – substâncias corrosivas inorgânicas;

9 – PCB;

10 – substâncias corrosivas orgânicas;

11 – elementos tóxicos não metálicos;

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12 – metais ao voláteis;

13 – materiais radioativos;

14 - cianetos orgânicos;

15 – cianetos inorgânicos;

16 – agentes oxidantes e redutores.

Na continuação se descreve sucintamente algumas das técnicas dos tratamentos existentes, assim como os fatores que influem na eficiência do procedimento.

1 – Técnica de Tratamento in situ

O tratamento do solo contaminado sem necessidade de modificar sua situação apresenta múltiplas vantagens. Logicamente, o impacto ambiental induzido é baixo pois o tratamento do solo implica na instalação de equipamento adequado, os custos podem ser muito competitivos e no principio são métodos facilmente aplicáveis a diversas situações.

Os inconvenientes se centram na incerteza sobre os resultados reais, os quais não podem ser controlados durante o processo de tratamento. Ainda assim, estas técnicas se encontram em fase de investigação e desenvolvimento ou experiências piloto, sendo ainda escassas em sua aplicação comercial.

1.1 – Biodegradação in situ

Persegue a transformação de substâncias potencialmente perigosas em produtos inócuos PR ativação dos processos biológicos naturais ou mediante microorganismo específicos para cada contaminante.

As dificuldades são encontradas em:

Adaptar espécies não nativas;

Insuficiência do nível de oxigênio do solo;

Umidade e permeabilidade do solo suficiente para permitir a movimentação dos microorganismos;

Temperatura;

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Deficiência de nutrientes;

pH do solo (>5,5);

Fatores de inibição de crescimento;

Produtos secundários da biodegradação.

O último ponto requer uma análise profunda, visto que alguns contaminantes podem converter-se em substâncias mais tóxicas que as originais ou podem induzir a movimentação do contaminante enquanto degrada outro.

1.2 – Vitrificação

A vitrificação é um processo onde o solo e os contaminantes se fundem em uma matriz vítrea mediante a criação de um campo elétrico entre dois eletrodos enterrados. A resistência do terreno a passagem de corrente gera altas temperaturas, que são suficientes para fundir o solo.

Os componentes não voláteis se integram na matriz vítrea, visto que os constituintes orgânicos são destruídos em um processo parecido a pirólise. Os gases que evaporam podem ser capturados em uma armadilha instalada na superfície do terreno.

O processo se favorece com baixos conteúdos de umidade, podendo utilizar-se em solos saturados, porém com alto custo, sendo necessário uma disposição de eletricidade suficientemente alta e um equipamento adequado.

1.3 – Degradação Química

Consiste na adição de uma substância química para induzir a degradação. Existem três tipos:

Oxidação mediante aeração ou adição de agentes oxidantes;

Redução por adição de agentes redutores;

Polimerização de certas substâncias orgânicas mediante a adição de ferro e sulfatos.

Os fatores que controlam a eficiência do sistema são:

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Tipo de contaminante;

Características do solo (permeabilidade);

Presença de obstáculos subterrâneos que impeçam a mistura superficial;

Profundidade da contaminação do solo;

Geração de contaminantes mais tóxicos que os originais.

1.4 – Estabilização/Solidificação

Consiste em misturar o solo contaminado com um meio de ação formando uma massa endurecida e pouco permeável na qual se imobilizam os contaminantes.

Os aditivos são substâncias derivadas do cimento, cal, materiais termoplásticos, polímeros orgânicos, etc.. Pode realizar-se in situ ou em solo extraído.

Os fatores que controlam a eficiência deste sistema são:

Tipo de solo e distribuição do tamanho das partículas;

Alta quantidade de matéria orgânica;

Óleos e graxas em quantidades superiores a 1%;

Uso potencial de materiais solidificantes;

Impacto gerado a longo prazo;

Presença de metais que por oxidação se transformam em substâncias mais tóxicas e/ou móveis.

1.5 – Lavagem do solo

Consiste na adição por água por injeção superficial com um aditivo que favoreça a dissolução dos contaminantes, movendo para um meio de extração. O líquido resultante é coletado mediante o sistema de drenagem ou por poços de bombeamento, podendo em alguns casos recuperar os aditivos empregados.

O aditivo pode ser um ácido, uma base, um complemento ou um tensoativo específico para cada contaminante.

A eficiência estará determinada pela presença de outros contaminantes não considerados, da variabilidade das concentrações no sítio e do conhecimento da

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dinâmica do fluxo da mistura da lavagem (é necessário um solo com uma permeabilidade que permita a infiltração do aditivo e uma camada não permeável para prevenir a migração vertical).

1.6 – Aeração do solo

Este é um método de extração baseado no movimento dos vapores através do solo mediante uma diferença de pressão gerada por bombeamento de ar desde o exterior que faz circular através do local contaminado, extraindo através de um poço.

Os fatores chave a considerar na aplicação desta técnica são as propriedades físico-químicas do contaminante (pressão de vapor, solubilidade, densidade, etc..), as características do solo (permeabilidade, umidade) e as condições particulares do local (saturação residual).

É uma técnica de amplas possibilidades dada a sua facilidade de instalação e operação, baixo custo e impacto mínimo.

2 – Técnicas de tratamento ex situ

Entre as vantagens destas técnicas destaca-se sua eficiência, enquanto que o solo contaminado é fisicamente eliminado e se otimiza o processo de tratamento da homogeneização do solo através da sua escavação. Além disso, se pode controlar o processo e o alcance do tratamento por seus resultados e atuar com independência de fatores externos (clima, hidrologia, etc.).

Entretanto, se têm inconvenientes, especialmente do tipo econômico, que limita a possibilidade do tratamento de grandes volumes de solo. Além disso, se pode criar novos problemas de contaminação de outros locais durante a escavação, transporte e armazenamento.

São métodos mais utilizados que os in situ e continuamente sujeitos a desenvolvimento e melhora de resultados.

2.1 – Tratamento Químico

Consiste em uma técnica similar a explicada na degradação química in situ, com a diferença que este caso apresenta melhor eficiência na homogeneização do solo com reativos controlados durante todo o processo.

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2.2 – Degradação Biológica

Este sistema de tratamento persegue a transformação de contaminantes altamente tóxicos em substâncias assimiláveis pela natureza mediante processos metabólicos de microorganismos específicos para os diferentes tipos de contaminação.

O solo contaminado é estendido em camadas finas para otimizar a oxigenação, empregando-se um sistema de controle de parâmetros como umidade, temperatura e porcentagem de oxigênio. O procedimento da seqüência de tratamento é semelhante aos resíduos de processo, incluindo um controle de processo biológico e das lixívias geradas.

Para a metabolização efetiva dos contaminantes se requer que estes seja suscetíveis de serem biodegradados, aerobicamente ou anaerobicamente, e instalações que permitam controlar o conteúdo de umidade do solo, permeabilidade, temperatura, nutrientes, pH, obtendo-se bons resultados com solos arenosos e argilosos.

2.3 – Destruição Térmica

O princípio da destruição térmica ou incineração é submeter o solo contaminado a altas temperaturas para que os contaminantes (tanto orgânicos como alguns inorgânicos) sejam destruídos pela combustão.

Este método requer duas câmaras de combustão e um sistema eficiente de esfriamento e depuração de gases, assim como da coleta de cinzas. Este sistema é aplicável para contaminantes com alta capacidade calorífica.

2.4 – Extração ou lavagem dos solos

É um sistema de tratamento na qual se extrae os contaminantes do solo por um líquido, separando a carga contaminante.

Os fatores a considerar para a utilização deste sistema são:

As características dos contaminantes (solubilidade, coeficiente de partição, densidade, etc.);

As características do solo (tamanho da partícula e conteúdo de matéria orgânica);

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Quantidade de solo a ser tratado;

Variação da concentração do contaminante;

Destinação do material tratado;

Eliminação de águas residuais.

2.5 – Confinamento controlado

É um sistema de armazenamento seguro de resíduos perigosos, provido de um sistema de impermeabilização e coleta de lixívias.

Uma porção do solo contaminado poderá ser enviado a um confinamento controlado uma vez que tenha sido classificado como resíduo perigoso e tenha sido avaliado o custo-benefício.

Em geral, ao selecionar o método para a reabilitação de um solo contaminado, deve-se equilibrar-se fatores como viabilidade, impacto ao ambiente, rentabilidade e cumprimento de normas e leis.

PREPARAÇÃO DO SETOR DE SAÚDE E AÇÕES DE RESPOSTA MÉDICA NAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Introdução

Identificação de recursos

Deve-se identificar os recursos necessários, incluindo pessoal, equipamentos, instalações, medicamentos que estarão disponíveis para a resposta aos acidentes.

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Pessoal

Deve se manter um registro de profissionais de saúde que podem ser chamados para atuar na resposta a um acidente, os quais periodicamente deve receber capacitação nas etapas preparatórias.

Dentro do setor de saúde tem que se levar em consideração:

Autoridades do Ministério de Saúde;

Autoridades locais e regionais;

Primeiros no local (o setor de saúde inclui os paramédicos, polícia, bombeiros,etc.);

Profissionais médicos de diferentes áreas. Nas emergências químicas todos os médicos que receberam capacitação prévia para o tratamento de vítimas de um acidente participam da resposta. Existem áreas que são importantes, como toxicologistas, epidemiologistas, psiquiatras, cirurgiões, traumatólogos, etc.;

Trabalhadores de hospitais e de outras instalações de tratamento;

Profissionais de segurança ocupacional, inspetores de saúde e inspetores de fábrica;

Provedores de informação;

Provedores de produtos farmacêuticos;

Equipe de laboratórios;

Veterinários;

Etc..

Equipamentos

Determinar os tipos de equipamento médico necessário para casos de emergência e manter um inventário dos mesmos é uma das atividades do processo de preparação do setor de saúde.

São incluídos:

Equipamentos de transporte;

Equipamentos de descontaminação para uso no local e em hospitais;

Equipamentos para o tratamento de emergências (para manutenção da função respiratória, cardiovascular, para tratamento sintomático e específico);

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Equipamentos de proteção pessoal (roupa de proteção e equipamento de proteção respiratória);

Outros (embalagens para amostras, etc.).

É necessário efetuar inspeções periódicas do funcionamento adequado do equipamento.

Medicamentos e antídotos

Se deve ter em quantidades suficientes de medicamentos de emergência e antídotos para o tratamento das vítimas de um acidente químico. Muito destes medicamentos e antídotos devem ser utilizados nos primeiros momentos da exposição a substâncias químicas e devem estar disponíveis imediatamente. Para dar a resposta a esta necessidade em muitos países se tem criado kit antitóxicos em locais de instalações perigosas, ambulâncias, hospitais e outras unidades de tratamento e bancos de antídotos nos centros de informação toxicológica.

Dada a data de validade de muito destes produtos, é necessário fazer um controle rígido dos mesmos através de revisões periódicas.

Instalações

Inclui: áreas de armazenamento para equipamento de emergência, instalações para descontaminação, triagem de pacientes, instalações para tratamento (centros médicos, hospitais e outras unidades), centros de informação toxicológica e locais alternativos (pode ser necessária a transformação de instalações que se utilizam com outros fins).

Necessidade de informação e comunicação

As necessidades de informação devem ser cobertas durante a etapa preparatória. Elas incluem:

Determinar que tipo de informação se requer dependendo do usuário da mesma;

Determinar os recursos informativos (etiquetas técnicas, publicações, bases de dados, etc.) que venham a ser utilizados e sobre todos os exercícios para uso e interpretação da informação disponível;

Determinar e manter um inventário dos centros que coletam, processam e oferecem informações nas emergências, incluindo centros de informação

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toxicológica e centros de resposta química. Estes centros devem funcionar 24 horas, 365 dias por ano;

Deve ser estabelecido quais os equipamentos de comunicação que podem ser utilizados, tendo em conta todas as situações que podem apresentar-se, para assegurar a disponibilidade e difusão da informação;

Deve se ter em consideração que nenhuma fonte prevista de informação substitua o lugar dos especialistas, mas é importante manter uma capacitação contínua dos profissionais que trabalham em informação toxicológica.

Planos do setor de saúde para as emergências químicas

As atividades anteriormente descritas devem ser contempladas nos planejamentos que o setor de saúde realiza na etapa preparatória, os quais devem ser submetidos a testes periódicos e devem ser de conhecimento de todos os envolvidos na resposta.

Ações de resposta médica

O setor médico pode subdividir-se em várias áreas de responsabilidade. Estas incluem:

Resgate e salvamento de pacientes;

Classificação (triagem) de pacientes;

Tratamento e estabilização de pacientes;

Transporte de pacientes e distribuição a instituições médicas;

Recursos médicos.

1- Resgate e salvamento de pacientes

Nas atividades de resgate e salvamento, deve se ter em conta alguns aspectos relacionados com o foco de contaminação:

Denomina-se Foco de Contaminação Química todo o território que se encontra sob influência, sob efeitos destrutivos e sob contaminação produzida por fatores que intervêm nos acidentes que envolvem substâncias químicas perigosas;

É muito difícil delimitar o território que inclui um foco de contaminação química, visto que no mesmo intervêm as características geográficas do terreno, condições meteorológicas (direção e velocidade dos ventos predominantes), caráter das edificações, tipo de população (urbana e rural),

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tipo e quantidade de substâncias químicas, propriedades tóxicas e concentrações capazes de provocar alterações da saúde;

No foco de contaminação é característica a passividade e simultaneidade na aparição das vítimas, assim como também nas possibilidades de envolver ao mesmo tempo um território amplo;

As vias de penetração das substâncias tóxicas no organismo são as seguintes: inalatória, digestiva, pele e mucosas;

A toxicidade das substâncias, podem variar desde extremamente elevada e produzir intoxicações graves em doses muito baixa (e portanto requer uma rápida atenção médica), até substâncias com baixa toxicidade;

O risco de contaminação secundária, elemento a se examinar quando atendemos uma vítima do acidente;

Para prevenir exposições não necessárias qualquer envolvido no processo de resgate deve ser considerado contaminado;

Como regra geral o pessoal médico não deve estar envolvido no controle direto ou manejo de liberações de materiais perigosos.

2- Classificação (Triagem) de pacientes

A triagem é um processo que consiste na avaliação e classificação das condições de pessoas expostas e na designação de prioridades para descontaminação, tratamento e transporte para instituições de saúde.

É um processo contínuo e deve ser realizado a intervalos regulares, levando em consideração que a condição dos pacientes pode variar dramaticamente em diferentes pontos da cadeia de tratamento, como por exemplo, quando recebe uma terapia específica ou em dependência da disponibilidade de recursos.

O objetivo principal da triagem é prover a melhor assistência possível a um número grande de pacientes, com os recursos disponíveis. Durante acidentes químicos em grande escala, o número de pacientes supera as capacidades de atenção imediata do pessoal médico e onde há boa disponibilidade de recursos (pessoal, materiais, medicamentos, transporte, etc.) todos os afetados devem receber cuidado ótimos; no entanto em situações onde os recursos não são suficientes, pode ser necessário retardar o tratamento de pessoas severamente lesionadas oferecendo somente tratamento de suporte (em virtude do consumo de recursos) e focar a atenção principal aos levemente lesionados e com maior possibilidade de sobreviver.

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A classificação dos lesionados depois de uma exposição a produtos químicos segue os mesmo princípios que qualquer outro tipo de acidente. As bases para classificação por sintomas são as mesmas que se utiliza usualmente. No entanto, um grupo especial que pode ser identificado como “grupo químico” são os expostos a alguns tipos de substâncias cujos sintomas não são imediatos, podendo retardar até a hora que apareça, como por exemplo, a exposição a gases irritantes como óxidos de nitrogênio ou a exposição aos produtos químicos que são absorvidos através da pele.

Numerosos sistemas estão disponíveis para priorizar pacientes para tratamento e transporte a um hospital. Os mais usados são os códigos de cor e/ou numéricos que categorizam o estado do paciente e a prioridade de tratamento. Estes sistemas são baseados em cinco níveis de prioridade:

Prioridade I – Pacientes em estado crítico. Tratamento e transporte imediato.

Prioridade II – Pacientes com danos moderados e severos. Transporte de emergência necessário.

Prioridade III – Pacientes com danos leves ou sem danos. Não é necessário transporte de emergência. A avaliação e o tratamento com consultoria do hospital já é suficiente.

Prioridade IV – Pacientes não viáveis. Não requerem transporte e somente tratamento de suporte.

Prioridade V – Pacientes assintomáticos, mas que devem ficar em espera na observação do quadro clínico, pois se espera o desenvolvimento dos sintomas. Necessitam observação, provavelmente tratamento imediato e transporte a instalações médicas.

Uma boa classificação dos pacientes por prioridades é necessária em uma emergência visto que uma operação de transporte massivo somente dificulta as atividades básicas do hospital interferindo com seu objetivo primário que é a atenção a pacientes severamente lesionados.

Tratamento e estabilização de pacientes

A zona de tratamento deve estar localizada onde os pacientes e o pessoal médico estejam seguros de exposições tóxicas. A área deve também prover bom acesso para os veículos de transporte. Em acidentes com um grande número de pacientes a área de tratamento deve ser subdividida em zonas, correspondentes com os níveis de prioridade estabelecidos na triagem.

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O exame inicial de um paciente contaminado quimicamente deve abranger:

Quais os danos estão relacionados com substâncias tóxicas;

Que partes do corpo têm sido mais severamente expostas;

Via de entrada da substância química.

O tratamento de um paciente intoxicado em um acidente segue os mesmos princípios básicos do tratamento de qualquer intoxicado isolado e vai depender do estado do paciente, do tipo de substância química, da via de entrada e da disponibilidade de recursos. Os princípios básicos do tratamento de um intoxicado são:

Tratamento Não-Específico

Para manutenção das funções vitais: incluem reanimação cardiorrespiratória, tratamento das convulsões, correção de desequilíbrios hidroeletrolíticos,etc.;

Para eliminar a substância tóxica na via de entrada e diminuir a absorção: são os chamados procedimentos de descontaminação;

Para eliminar a substância tóxica absorvida: é a chamada terapia de eliminação ativa.

Tratamento Específico

Antídotos aplicáveis.

O paciente contaminado deve ser libertado de toda a roupa antes de entrar na seção de tratamento para evitar a contaminação não necessária do pessoal médico. A simples remoção da roupa do paciente reduz o potencial de contaminação do pessoal de resgate e pessoal hospitalar em 85%. Toda a roupa deve ser adequadamente embalada em recipientes de segurança.

Se a condição dos pacientes indica perigo de vida, as medidas de suporte cardíaco e suporte de traumas devem ser priorizadas em relação aos procedimentos de redução da descontaminação. Se a descontaminação ao foi completa, estes procedimentos devem ser realizados com adequado equipamento de proteção pessoal.

Transporte de pacientes e distribuição a instituições médicas

O transporte de pessoal em um acidente químico constitui um verdadeiro risco tanto para o pessoal que transporta como para a equipe transportada. É por isso que

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algumas medidas devem ser tomadas para diminuir ao mínimo as conseqüências que isso pode trazer; por exemplo, o uso de roupa de proteção pessoal.

Durante o transporte se deve oferecer assistência a funções vitais dos pacientes transportados e utilizar medidas apropriadas para este fim (oxigênio, fluidos, reanimação, etc.). Em alguns casos se pode utilizar antídotos durante o transporte, como atropina em caso de intoxicação por substâncias organofosforadas.

Os hospitais que vão receber intoxicados devem ser previamente avisados para que estejam preparados e possam estabelecer contatos com centros de informação toxicológica, e se existir, informação sobre assistência médica especializada de acordo com o tipo de tóxico.

O oficial de transporte é responsável pelo volume de pacientes e sua distribuição e transporte a áreas hospitalares. Isso requer coordenação com o comando médico, o oficial de tratamento e as entidades médicas receptoras. Os incidentes com materiais perigosos podem rapidamente saturar as capacidades dos hospitais locais; em conseqüência o oficial de transporte deve cuidadosamente monitorar o estado das instalações médicas e suas capacidades para aceitar pacientes.

Dada a possibilidade de contaminação do transporte e do pessoal que realiza o translado dos pacientes é necessário manter uma proteção adequada a esta atividade.

Recursos Médicos

Uma das etapas mais importantes na planificação da resposta a um acidente químico é prever os recursos médicos que são necessários para a atenção as vítimas.

Lista de Equipamentos básicos para o tratamento de emergência de pacientes vítimas de um acidente químico

Para manutenção da função respiratória

Oxigênio;

Laringoscópio;

Sondas endotraqueais;

Máscaras para oxigênio;

Sistemas de sucção (mecânico);

Bolsa auto-inflável;

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Equipamento para traqueostromia (incluindo sondas);

Ventilador mecânico portátil.

Para manutenção das funções cardiovasculares

Monitor Cardíaco;

Desfibrilador;

Marcapasos externos.

Para tratamento sintomático e específico

Líquidos (colóides e cristalóides);

Fármacos (incluindo antídotos e eletrólitos).

Para descontaminação

Regadores portáteis;

Reserva de água, sabão e soluções para enxágües específicos;

Equipamento para lavagem dos olhos (incluindo anestésicos locais).

Outros artigos necessários

Cateter para vesícula;

Embalagens para amostras (químicas e biomédicas);

Desinfetantes líquidos;

Material para curativos;

Cobertores, batas (para os pacientes depois da descontaminação);

Bolsas de plástico (para isolar os materiais contaminados);

Equipamento de proteção para o pessoal médico.

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Lista de medicamentos e antídotos necessários

Antídoto / Fármaco Indicação

Nitrito de amila (inalável) Cianetos

Atropina (injetável) Organosfosforados, carbamatos

Budesonida (inalável) Gases irritantes

Betametasona (injetável) Gases irritantes

Gluconato de cálcio (tópico) Ácido fluorídrico

Sais de cálcio (injetáveis) Ácido fluorídrico

Edetato de cobalto Cianetos

Solução de cobre Fósforo branco (amarelo)

Dimercaprol Arsênico, mercúrio

DMPS , DMSA Arsênico, mercúrio

Hidroxocobalamina Cianetos

Metiltionina (azul de metileno injetável) Nitritos, dinitrobeneno (e outros agentes formadores de metahemoglobina)

Tetracaína hidrocloro (solução ocular) Para lavagem dos olhos

Recursos e planejamento

PROCEDIMENTOS LOCAIS PARA SOLICITAR RECURSOS ADICIONAIS PARA COMBATER INCIDENTES DE MATERIAIS PERIGOSOS

A prevenção, preparação e resposta a um incidente químico é de responsabilidade de todos. A efetividade no cumprimento das funções de cada instituição ou nível participante permitirá que se desenvolva um plano coordenado de resposta a emergência, o que contribuirá a minimizar suas conseqüências.

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As funções variam de acordo co o alcance geográfico, seja nacional, regional, local ou internacional e com o tipo de atividade que desempenhe a instituição a qual pertence, que pode ser reguladora, assistencial, preventiva, acadêmica, etc..

As responsabilidades de cada um dos participantes na prevenção, preparação e resposta a um acidente químico, objetivo principal desta apresentação, tem sido definidas pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) através de sua metodologia APELL, que define o papel das autoridades nacionais e locais, da indústria e da comunidade. Por outro lado, a OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem ênfase no papel das autoridades públicas, dos trabalhadores e da empresa. Assim mesmo, a OMS (Organização Mundial da Saúde), através do Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas (IPCS), apresenta as funções do setor de saúde em suas diferentes instâncias. Na continuação se menciona as principais funções descritas por instâncias ou entidades as quais se pertencem.

Responsabilidades e funções das autoridades públicas

(Fonte: Princípios Guia da OCDE para a prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos).

Motivar a todos os setores da sociedade sobre a necessidade das ações de prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos;

Estabelecer objetivos de segurança e garantir que sejam alcançados;

Definir uma estrutura de controle clara e coerente;

Monitorar a segurança em instalações perigosas;

Incentivar a investigação e reporte dos acidentes e gerar e implementar os instrumentos que os facilitem;

Estabelecer procedimentos apropriados para a avaliação do impacto ambiental de instalações perigosas que se pretende construir;

Defender o “direito de saber da comunidade” para garantir ao público potencialmente afetado o acesso a informação apropriada sobre instalações perigosas;

Criar programas de preparação para as emergências, incluídas a realização de simulações;

Propiciar o desenvolvimento, implementação, prova e atualização no local e fora do sítio dos planos de emergência em coordenação com a participação de

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todos os envolvidos, incluídos os administradores de instalações perigosas, empregados e comunidades vizinhas;

Garantir que os sistemas de alarme de acidentes estejam disponíveis para avisar ao público potencialmente afetado;

Facilitar e promover a disseminação de informação e intercâmbio de experiências relacionadas com a prevenção, preparação e resposta a acidentes.

Para cumprir estas responsabilidades, as autoridades públicas tanto ao nível nacional como local devem contar com uma equipe técnica devidamente capacitada e recursos adequados.

As responsabilidades mencionadas anteriormente são competências a todas as autoridades públicas incluindo as de saúde em todos os níveis (nacional, regional e local). Existem algumas responsabilidades que são específicas das autoridades públicas de saúde, como por exemplo:

Gerar planos do setor de saúde para a resposta a acidentes, incluídas as funções;

Normalizar os elementos básicos do Plano de Resposta, tais como:

o Identificar possíveis situações de risco;

o Realizar o inventário de perigos;

o Identificar os recursos;

o Garantir a disponibilidade e administração de antídotos;

o Examinar as necessidades de comunicação;

o Avaliar as necessidades de informação: bibliografia básica;

o Fazer uso dos centros de informação toxicológica e centros de resposta química nas emergências;

o Identificar os laboratórios toxicológicos;

o Criar um sistema de notificação de casos de emergência;

o Prover locais alternativos para a atenção das vítimas;

o Desenvolver sistemas para a recepção e manejo de grandes quantidades de pacientes (“triagem”);

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o Estabelecer um sistema de alerta para os profissionais da saúde;

o Desenvolver e implementar programas de capacitação dos profissionais da saúde, incluídos as simulações;

o Estabelecer comunicação com o público;

o Fomentar a investigação;

o Criar mecanismos de cooperação internacional;

o Fomentar os programas de conscientização e preparação local, por exemplo, mediante a aplicação do processo de Conscientização e Preparação para Emergências no Nível Local (APELL) do PNUMA ou outras atividades similares.

Responsabilidade dos Produtores de Substâncias Químicas

Promover a administração segura de qualquer substância perigosa que produzam, através do ciclo de vida total da substância, consistente com o princípio de “acompanhamento do produto”.

Responsabilidades dos administradores de instalações perigosas

Função principal: Desenhar, construir e operar uma instalação perigosa de forma segura, desenvolver os meios para realização e incorporar a proteção a saúde e ao meio ambiente como parte integral das atividades econômicas da empresa;

Aspirar a alcançar o objetivo: “zero incidentes”;

Garantir que os perigos estejam identificados e classificados e que os meios para minimizar-los ou eliminá-los estejam estabelecidos;

Garantir que os procedimentos de operação segura esteja documentada;

Garantir que todos os empregados, incluídos os temporários, recebam capacitação apropriada para desempenhar suas tarefas;

Por em prática medidas de segurança, tais como evitar ou minimizar o uso de substâncias potencialmente perigosas, substituir substâncias mais tóxicas por

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outras menos tóxicas, simplificar processos, reduzir ao mínimo as exposições, etc.;

Assegurar a qualidade durante a construção da instalação perigosa;

Garantir a transferência de informação;

Garantir a disponibilidade de equipamento de proteção pessoal;

Supervisionar e garantir a conveniência do armazenamento de substâncias perigosas;

Monitorar regularmente a segurança das instalações;

Prover, em coordenação com as autoridades públicas, informações apropriadas sobre as ações a tomar em caso de acidentes;

Desenvolver, implementar, provar e atualizar os planos de emergência;

Identificar e avaliar os acidentes que possam surgir na instalação e suas possíveis conseqüências;

Garantir sistemas no local para a detecção rápida de um acidente ou ameaça de acidente e para a notificação imediata de todo pessoal de resposta a emergências;

Investigar todos os incidentes significativos para identificar as causas e empreender ações para corrigir qualquer deficiência na tecnologia ou procedimentos.

Responsabilidade dos empregados

Levar a cabo seu trabalho de maneira segura e contribuir ativamente ao desenvolvimento de políticas e práticas de segurança.

Responsabilidades das agências de ajuda financeira

Ajudar a reduzira probabilidade de acidentes com substâncias potencialmente perigosas e oferecer assistências técnica, educação e capacitação para desenvolver a capacidade e infraestrutura institucional;

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Filtrar as propostas de ajuda adequadamente para minimizar a possibilidade de que estes cenários de ajuda possam contribuir a criar, manter ou aumentar um risco irracional de um acidente relacionado com substâncias perigosas;

Monitorar e fazer o seguimento dos projetos a fim de garantir que os requerimentos de segurança essenciais sejam alcançados;

Prover ajuda financeira para desenvolver políticas e procedimentos que minimizem os riscos de acidentes em instalações perigosa.

Muitas das responsabilidades, apesar de recaírem com maior força sobre uma entidade determinada, requerem o trabalho coordenado de diversas instituições. Alguns exemplos que justificam está afirmação pode ser:

A realização de inventários de perigos. Neste caso se pode solicitar a participação das autoridades locais, dos responsáveis da proteção ambiental e de medicina preventiva, corpos de polícia e bombeiros, hospitais, centros de controle de emergências, defesa civil e autoridades militares, industria, etc.;

Os programas de conscientização e preparação local; por exemplo, a aplicação do processo de Conscientização e Preparação para Emergências ao Nível Local (APELL) da PNUMA que requer o trabalho conjunto do governo, indústria e comunidade;

A capacitação do pessoal através de simulações, que devem ser o mais próximo possível da realidade e contar com a participação de todos os setores envolvidos.

Responsabilidades dos organismos internacionais

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em junho de 1992, adotou a Agenda 21. No capítulo 19, dedicado exclusivamente as substâncias químicas, se reconhece a necessidade de fomentar a cooperação internacional eficiente na relação com a prevenção, preparação e resposta diante das emergências químicas. Assim mesmo, se destaca a necessidade de que os organismos internacionais, incluída a Organização Mundial da Saúde/Organização Panamericana da Saúde, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outros, unam esforços a fim de melhorar a preparação dos países para enfrentar os acidentes químicos. Para efetivar, estes esforços estão dirigidos a:

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Proporcionar uma base cientifica internacionalmente avaliada para que os países possam desenvolver suas próprias medidas de segurança química e fortalecer sua capacidade nacional para a prevenção e manejo dos efeitos danosos dos produtos químicos e manejar os aspectos de saúde diante das emergências químicas;

Desenvolver princípios, procedimentos e guias para fazer frente as emergências químicas;

Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que facilitem o acesso rápido a informação sobre sustâncias químicas e manejo de emergências;

Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que facilitem as ações de prevenção, preparação e resposta em todos os níveis;

Elaborar diretórios de centros de resposta a emergências e diretórios de profissionais com experiência no tema;

Incentivar a padronização na apresentação dos informes e investigação dos acidentes;

Estimular o intercâmbio de informação entre os países.

Primeira Resposta e Plano de Emergência aos Incidentes com Materiais Perigosos

Padrão de resposta em emergências químicas

Existem atividades básicas para o sistema de resposta ao incidente que se possa dividir em cinco segmentos ampliados que interagem entre si:

Reconhecimento: identificação das substâncias implicadas e suas características que determinam seu grau de periculosidade;

Avaliação: impacto ou risco que representa uma substância para a saúde e ao ambiente;

Controle: métodos para eliminar ou reduzir o impacto do incidente;

Informação: conhecimento adquirido sobre as condições ou circunstâncias de um determinado incidente;

Segurança: proteção contra os possíveis danos para todos os recursos humanos e materiais envolvidos na resposta do incidente.

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Estes segmentos formam um sistema com uma disposição ordenada de componentes que interatuam para cumprir uma tarefa. No desenvolvimento da atenção do incidente, a tarefa é prevenir e reduzir o impacto do incidente nas pessoas, propriedades e ambiente para restaurar as condições normais da maneira mais rápida possível. Para alcançar este objetivo, o pessoal deve realizar uma série de atividades, por exemplo: combater incêndios, obter amostras, desenvolver planos de intervenção, instalar sistemas de controle físico, manter comunicações, avaliações, etc.. Estas atividades estão relacionadas; o que ocorre em uma, afetará todas as outras.

As atividades do sistema de atenção de emergências estão classificadas por cinco elementos. Estes elementos descrevem as atividades de reconhecimento, avaliação e controle que orientam as ações. Estas permitem obter um resultado: a identificação de uma amostra, da instalação de um sistema de controle, a identificação de um produto ou a determinação de um risco.

A informação e segurança são elementos de apoio. São complementos ou resultados do reconhecimento, da avaliação e do controle.

A compreensão do sistema e conhecimento da relação entre as atividades servem de apoio para o desenvolvimento e o balanço da atenção das emergências.

Reconhecimento

De forma geral, um dos primeiros passos que se deve seguir na atenção de uma emergência provocada por produtos perigosos é o reconhecimento do tipo e grau de risco presente do incidente. É necessário identificar as substâncias implicadas e determinar suas propriedades químicas e físicas. Como um passo preliminar, se pode revisar estas propriedades para analisar o comportamento ou prever problemas relacionados com este material.

O reconhecimento pode ser fácil; por exemplo, se pode ver as placas (sinalização) de um carro ou tanque para identificar rapidamente seu conteúdo. Por outro lado, será difícil reconhecer e identificar de maneira detalhada um depósito de resíduos químicos. O reconhecimento implica no uso de toda a informação disponível, resultados de amostras, dados históricos, observação visual, análise instrumental, rótulos, documentos de embarque e outras fontes para identificar as substâncias envolvidas e re-estabelecer as condições normais. Também se incluem medidas sobre a saúde publica, como por exemplo o abandono ou corte da distribuição de água potável para prevenir a contaminação causada pelo produto nas pessoas.

Informação

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A informação é um componente importante do sistema de atenção de emergências causadas por produtos perigosos.

Todas as atividades que compõem o sistema de atenção de emergências, se baseiam no processo de receber e transmitir informação. A informação é um elemento de apoio ao reconhecimento, avaliação e controle. É um elemento de suporte para os elementos de ação que oferece dados para a tomada de decisões. Além disso, o resultado do balanço vem dos demais elementos.

A amostra de um determinado produto pode oferecer informação para determinar as opções de tratamento do incidente. A informação provem de três fontes:

Inteligência: informação obtida de registros ou documentos existentes, placas, etiquetas, rótulos, configuração dos recipientes, observação visual, informes técnicos e outros;

Instrumentos de leitura direta: informação obtida com relativa rapidez através de instrumentos;

Amostragem: informação obtida através da re-coleta de porções representativas do meio ou materiais para sua posterior análise nos laboratórios de campo ou fixos.

A aquisição de informação, a análise e a tomada de decisão, são processos interativos que definem a extensão do problema e a seleção de possíveis ações de resposta ao incidente. Para que a atenção do incidente seja efetiva, é necessário estabelecer uma base de informação precisa, válida e oportuna. Durante o desenvolvimento do incidente, se reúnem, processam e aplicam um fluxo intenso de informação.

Segurança

Todas as intervenções para atender eventos causados por produtos perigosos apresentam diversos riscos para quem trabalha em tarefas de resposta. Para estabelecer um programa de proteção contra tais riscos, se deve analisar as características físico-químicas dos produtos e relacionar-las com cada operação de resposta. As considerações de segurança contribuem para uma execução de cada atividade que se inicia e, algumas vezes, são produtos de cada intervenção realizada. Toda organização de atenção de emergências químicas devem contar com um programa efetivo de segurança, incluídos os exames médicos, equipamentos de segurança apropriados, procedimentos operacionais padronizados e um ativo programa de capacitação.

Relação entre os elementos

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O reconhecimento, avaliação, controle, informação e segurança, descrevem os cinco elementos do sistema de atenção de emergências provocadas por produtos perigosos. Cada elemento inclui uma variedade de atividades e operações. Os elementos não são necessariamente passos secundários do processo de atenção. Em algumas situações, se pode começar pela adoção das medidas de controle antes de identificar todas as substâncias. Em outros, se deve realizar uma avaliação mais completa da dispersão dos materiais antes de poder determinar as ações corretas de controle.

Todos os elementos e atividades estão relacionados. Se deve construir um dique (controle) para reter a água residual do incêndio de um depósito que possivelmente contenha agrotóxicos. Se for determinado a inexistência de produtos químicos perigosos na água (reconhecimento) e que as concentrações nessa água estão abaixo dos limites aceitáveis (avaliação), se estabelece que o tratamento não é necessário e se pode eliminar o dique. Este conhecimento (informação) altera os requisitos de segurança para todos os que atendem o incidente.

O sistema de atenção de emergências causadas por produtos perigosos é um conceito que explica, em termos gerais, os processos implicados na intervenção durante o incidente. Todas as intervenções requerem os elementos de ação: reconhecimento, avaliação e controle, apoiados pela informação e segurança.

Plano de Emergência para Responder os Acidentes Químicos

A gestão de riscos em instalações ou atividades perigosas devem considerar as medidas necessárias para prevenir a ocorrência de acidentes maiores, o que requer avaliar a freqüência das falhas capazes de provocar acidentes, assim como as possíveis conseqüências destes acidentes a fim de minimizar os impactos nas pessoas e no ambiente.

O plano de emergência forma parte do programa de gestão de riscos (PGR), cuja a finalidade é minimizar os danos provocados pelos acidentes. Para elaborar um plano de emergência adequado, que permita enfrentar os possíveis danos causados pelos acidentes de uma planta industrial, primeiro se deve fazer um estudo detalhado de análise de risco com a finalidade de avaliar adequadamente os tipos de acidentes, recursos e ações necessárias para minimizar os impactos.

Portanto, o estudo de análise de riscos é um requisito básico para elaborar um plano de emergência. O alcance dos danos causados por um acidente maior é proporcional ao nível de planificação. Por seguinte, um plano de emergência devidamente elaborado e implementado, tem mais possibilidades de evitar que um acidente se transforme em um desastre.

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Objetivos e características

O objetivo de um plano de emergência é proporcionar um conjunto de diretrizes e informação destinadas a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos estruturados para facilitar respostas rápidas e eficientes em situações de emergência.

Em termos gerais, um plano deve ter as seguintes características:

Deve possibilitar restringir que os impactos ultrapassem os limites previamente designada para evitar que os impactos ultrapassem os limites de segurança pré-estabelecidos;

Deve contemplar todas as ações necessárias para evitar que situações, internas ou externas, das instalações envolvidas no acidente contribuam a seu agravamento;

Deve ser um instrumento prático que facilite respostas rápidas e eficazes em situações de emergência;

Deve ser o mais sucinto possível e contemplar de forma clara e objetiva as atribuições e responsabilidades das pessoas envolvidas.

Estrutura

Como se mencionou anteriormente, o estudo de análise de riscos é um requisito para a elaboração do plano de emergência e que permitira extrair, entre outras, as seguintes informações:

Cenários de Acidentes;

Conseqüências esperadas de cada um dos acidentes considerados;

Possíveis impactos e áreas afetadas;

Essa informação permite planificar a elaboração do plano de emergência porque facilita a proteção adequada das seguintes ações:

Isolamento;

Sinalização;

Definição de pontos de encontro e vias de escape;

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Determinar a quantidade e localização estratégica de equipamentos de segurança e proteção individual;

Definição de procedimentos contra fugas e incêndios.

De forma geral, um plano de emergência para atenção de acidentes ambientais provocados por produtos ou atividades perigosas deve seguir a seguinte estrutura:

a. Introdução.

b. Características das instalações e atividades.

c. Objetivo.

d. Área de alcance.

e. Estrutura organizacional.

f. Funcionamento.

g. Procedimentos de luta contra acidentes:

Avaliação;

Isolamento e evacuação;

Combate contra incêndios;

Controle de fugas;

Reparações de emergência;

Ações para evitar o reavivamento de incêndios (depois da emergência).

Anexos necessários:

Formulário de registro de acidentes;

Lista de ações;

Recursos materiais;

Fichas de informação sobre substâncias químicas.

Pode se definir procedimentos guias, é importante estabelecer ações de combate compatíveis com os possíveis danos esperados para cada um dos possíveis acidentes mencionados previamente e seus respectivos cenários. Os resultados dos estudos de conseqüências, obtidos através de modelos de simulação, podem proporcionar dados importantes para a definição de ações específicas, como

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isolamento e a evacuação de áreas, baseadas na extensão alcançada pelas fugas ou outros fenômenos previamente estudados.

Exemplo: Estrutura de organização do plano de emergência

O plano para acidentes maiores do setor de saúde deve conter ao menos os seguintes elementos (que normalmente são combinados pelos funcionários responsáveis).

Um sistema de comando e controle, e a disposição de um sistema de comunicação de emergência;

A disponibilidade (onde for apropriado) de uma brigada de emergência no hospital que é enviado ao cenário do acidente;

As medidas adequadas de transporte de pacientes;

As instalações de descontaminação;

As medidas a nível hospitalar;

Disposição de macas e leitos;

Área de recepção de pacientes;

Identificação e documentação dos pacientes;

Amostras biológicas dos pacientes, sobre as quais basear analises se seguimento;

Fármacos e equipamentos;

Roupas de proteção;

Convocação de pessoal;

A informação direta aos pacientes/público em geral (ou através dos meios de massa) e relações com os meios de comunicação;

A remoção dos serviços de emergência;

O seguimento e avaliação dos pacientes;

O treinamento no uso do Plano, provas práticas do Plano e a avaliação dos resultados das provas;

As relações com outras pessoas que participam na resposta a emergência.

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O quadro a seguir apresenta um esquema geral de ações baseadas nos possíveis impactos em diferentes cenários de acidentes.

Ações de controle seguindo os impactos esperados

Impacto Área 1 (risco de vida) Área 2 (risco a saúde) Área 3 (mal estar)

Explosão Isolamento e avaliação da área

Evacuação de pessoas Isolamento da área

Incêndio Isolamento e evacuação da área.

Uso de roupas adequadas.

Isolamento e evacuação da área.

Uso de roupas especiais.

Fuga de tóxicos

Isolamento e evacuação da área.

Uso de roupas e máscaras

Remoção de pessoas de alto risco

Isolamento. Fechamento de portas e janelas

Implementação e manutenção

O êxito de uma operação de atenção de acidentes maiores depende das ações de resposta previstas e desenvolvidas no plano de emergência. Desta maneira, para efetivar os resultados esperados através das ações previstas no plano durante a ocorrência de situações de emergências, é necessário divulgá-lo devidamente, dentro da instituição, e integrá-lo a outros planos locais e regionais, assim como a outras entidades que deverão atuar conjuntamente na resposta aos acidentes.

Além da devida divulgação, a implementação do plano está relacionada com a disponibilidade dos recursos humanos e materiais necessários e compatíveis com a gravidade das possíveis ocorrências que se atenderão.

O plano também deve considerar a implementação e manutenção de um programa de capacitação em diferentes níveis de dificuldade, incluídos:

Capacitação teórica;

Capacitação individual;

Exercícios de campo;

Operações simuladas de coordenação.

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Depois da etapa de implementação, o plano de emergência se deve atualizar e revisar periodicamente, sobre a base da experiência adquirida ao longo do tempo, tanto durante as ocorrências reais, como durante a capacitação. A manutenção do plano deve contemplar as seguintes atividades:

Sistema de atualização da informação;

Registro dos casos atendidos;

Re-avaliação periódica dos procedimentos;

Renovação de recursos.

MANUSEIO DE INCIDENTES

Objeto, necessidade e benefícios do SCI nos cenários de um incidente de materiais perigosos

Sistema para o comando do incidente

O objetivo desta seção é promover uma vista geral do sistema de Comando do Incidente. Depois de completar esta seção o estudante estará capacitado como explicar as funções básicas do SCI e explicar a toda a comunidade uma resposta de agencias simples ou múltiplas.

O sistema para o Comando de Incidente (SCI) provê um enfoque padrão para todos os tipos de emergência. O SCI pode ser utilizado para qualquer tipo ou tamanho de emergência, por exemplo: tornados, incêndios, inundações, emergências que requerem a imposição da lei, terremotos. Serviços Médicos de Emergência (EMS), assim como materiais perigosos. Os parâmetros de um SCI podem ser maiores ou estenderem dependendo de cada situação.

História

A necessidade de SCI foi reconhecida nos Estados Unidos em 1970 depois de uma série de desastres ocorridos por causa de incêndios de campo aberto no sul da Califórnia. A participação de agências federais, estatais, municipais e dos condados tem sido mais evidente na necessidade de uma cooperação e coordenação de recursos

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desde uma variedade de áreas. Os recursos do serviço de Bombeiros da Califórnia organizados para emergências desenvolveram o FIRESCOPE para determinar as dificuldades em uma resposta de agências múltiplas, incluindo a ineficiência de comunicações, falta de responsabilidades e falta de uma estrutura bem definida.

Este esforço resultou em um desenvolvimento do SCI original. Finalmente, o sistema evoluiu em um plano de organização desenhado para todos os tipos de emergências que envolvem ou não incêndios.

Autoridade

Nos Estados Unidos, o uso do SCI é requisito em nível nacional para todos os incidentes relacionados com materiais perigosos. A lei e regulamentos para este assunto são encontrados no titulo III da lei de Reautorização e Emendas para Locais Contaminados, SARA ( Superfund Amendments and Reathorization act.) de 1986 e no capítulo 29, Código de Regulamentos Federais, Seção 1910.120, respectivamente.

Componentes

O sistema para o SCI tem nove componentes vitais para uma operação efetiva. São eles:

Organização modular;

Terminologia comum;

Comunicações integradas;

Estrutura de comando unificado;

Planos consolidados de ação;

Controle da extensão do manejo;

Procedimento padrão de operação;

Facilidades pré-designadas de incidente;

Manejo completo de recursos.

As seguintes seções descrevem cada um destes componentes.

Organização Modular do SCI

Para que um SCI tenha êxito, cada uma de suas cinco seções funcionais deve ser realizadas.

Cinco funções Primárias

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As cinco funções primárias de um SCI estão divididas nas seguintes:

Comando de incidente;

Finanças;

Logística;

Operações;

Planejamento.

Funções Primárias para o Comando do Incidente

Comando do Incidente

Segurança

Vínculo

Oficial de Informação Pública

Finanças Logística Operações Planejamento

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Dependendo do tamanho do incidente, pode requerer-se pessoal adicional na área. Para incidentes de grande magnitude pode ser necessária a divisão da organização em mais partes:

Comandante de Incidente;

Pessoal de Comando;

Seção;

Ramo;

Divisão ou Grupo;

Unidade.

Comandante de Incidente

O primeiro responsável de um SCI é o Comandante do Incidente (CI). É o encarregado da efetividade da operação. O CI é a pessoa responsável pelo estabelecimento e gerenciamento do plano geral de operação. O CI deve ficar a cargo do incidente e direcionar todas as atividades de resposta incluindo o desenvolvimento e implementação das estratégias a serem usadas. Todas as informações proporcionadas a imprensa são gerenciadas pelo CI.

O CI está a cargo de todo o pessoal e prove as medidas gerais para o bem-estar e saúde de todo o pessoal presente no incidente.

O CI tem a autoridade de delegar responsabilidades as pessoas do incidente. E orientar as unidades de volta ao serviço e também organizar as autoridades. Um posto e CI é estabelecido onde o pessoa possa ser informado brevemente aos planos de ação.

O CI aprova os recursos adicionais requeridos para a emergência. Um incidente é dado como terminado somente pelo CI.

Para incidentes maiores, pode requerer-se pessoal adicional e as pessoas de comando:

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Oficial de Informação – é o oficial de informação que fórmula e proporciona a informação sobre o incidente a imprensa e outras agências e organizações;

Oficial de Relações – é o ponto de contato para representantes interativos de agências envolvidas no incidente;

Oficial de Segurança – a lei dos EUA pede como requisito obrigatório que cada incidente tenha um Oficial de Segurança como parte do Pessoal de Comando. O oficial de Segurança (OS) é designado pelo CI para avaliar e monitorar situações perigosas ou pouco seguras e para desenvolver medidas que garantem o bem estar e segurança do pessoal. O OS identifica toda situação de perigo associada com o incidente. Ele deve exercitar autoridade em situações de emergência para parar ou prevenir qualquer situação que não ofereça segurança. O OS pode terminar uma atividade de resposta que não ofereça segurança. Não está autorizado para dar término a todo o incidente. O término do incidente somente pode ser determinado pelo CI.

Oficial Financeiro – a pessoa a cargo das finanças mantém os registros de gastos associados com:

o Avaliação do custo de equipamento utilizado;

o Monitorar custos do pessoal, horas extras;

o Ordenar ou policiar a recuperação de custos.

Oficial de Logística – operações táticas de um incidente. Suas funções incluem:

o Estabelecer fornecimento de água;

o Delinear uma área onde o pessoal de resposta pode descansar, tomar líquidos, resguardar-se do calor ou do frio e onde se possa fazer um check-up médico.

Oficial de Operações – a pessoa a cargo das operações se assegura que os recursos dirigidos ao incidente sejam efetivamente usados para causar efeito nos objetivos do incidente. Suas funções incluem:

o Implementação dos planos estratégicos do CI;

o Supervisão dos grupos de reforço do Serviço Médico de Emergência;

o Pedir recursos extras aos comandantes do incidente;

o Avaliação do progresso das operações;

o Assegurar o desenvolvimento organizado das operações.

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Planejamento – o encarregado do planejamento é responsável pela coleta e avaliação da informação destinada as operações presentes e futuras em um incidente crítico. Esta informação leva a formulação dos planos orais e escritos. Suas funções incluem:

o Coleta, avaliação e aplicação de informação referente ao desenvolvimento do incidente;

o Resgatar informação para manter o controle da situação presente e desenhar métodos alternativos para o controle do incidente;

o Trabalhar em todos os planos com o comando do incidente;

o Estar a par dos detalhes do SCI;

o Levar um registro de todos os recursos;

o Antecipar a necessidade dos recursos adicionais.

Terminologia Comum

O uso da terminologia comum é essencial para a efetivação das operações realizadas pelo SCI. Geralmente, confusão é um fator presente em um incidente que afeta a diversas agências aonde os participantes não falam o mesmo idioma técnico.

Se tem estabelecido finalizações idênticas para funções primárias ou seções, sub-seções, recursos e facilidades.

A finalização descrevendo as funções ou seções do SCI e suas partes tem sido estabelecidos. Por exemplo, uma seção está definida como um nível de organização responsável pelos segmentos primários das operações do incidente tais como finanças, logística, operações e planejamento. Uma seção é o nível organizativo entre o nível de segmento e o pessoal do comando.

Os recursos se referem a qualquer pessoa, ou a combinação de ambos utilizada nas operações táticas do incidente. Os nomes comuns tem sido estabelecidos para toso os recursos utilizados em um SCI. Por exemplo: caminhão motorizado está definido como um veículo de solo que prove uma bomba, água e a capacidade de uma mangueira, em nível especifico de pessoal não está bem definido.

Os elementos de identificação comum são utilizados naquelas facilidades dentro ou ao redor da área onde ocorreu o incidente na qual será utilizada durante o curso do mesmo. Estas facilidades incluem coisas como o posto de comando, as áreas de observação e a base do incidente. Por exemplo: a área de observação está definida

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como o lugar onde o pessoal e equipamento do incidente são designados de acordo ao que é requerido de forma imediata.

Comunicações Integradas

As Comunicações Integradas são implementadas com plano de comunicação comum e um centro de comunicações do comando.

O Sistema para Comando do Incidente enfatiza o uso pleno da linguagem sem códigos. Todas as comunicações devem ser concisas, mensagens essenciais que ajudam a efetivar as metas previstas. Os modos de comunicação incluem:

Redes radiais dedicadas ao incidente;

Telefone no local do acidente;

Sistemas de direção pública;

Telefone e microondas fora da área do incidente.

No plano do sistema de Comunicações Integradas deve ser pré-estabelecidos com o acordo de todas as pessoas envolvidas no uso de equipamento compatível.

As redes radiais para incidentes de grandes magnitudes geralmente são organizados como segue a continuação:

Rede de comando: une o comando do incidente, membros importantes do pessoal, oficiais de seção, divisão e supervisores de grupo;

Rede tática: pode ser estabelecida ao redor das agências, departamento de áreas geográficas ou inclusive funções específicas;

Rede de apoio: gerenciamento de recursos viáveis, assim como requerimentos de apoio e outras funções de comando.

Estrutura de Comando Unificado

Geralmente os incidentes não respeitam limites. Sem contradições, as agências individuais estão restringidas usualmente a jurisdições simples na responsabilidade e autoridade. Por eles, para efetividade da resposta de um incidente é essencial que todas as agências envolvidas comportem as responsabilidades do manejo geral da situação. Todas as agências devem contribuir com a estrutura do comando.

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Os elementos de identificação comum são utilizados nas facilidades dentro ou ao redor da área onde ocorreu o incidente na qual será utilizada durante o curso do mesmo. Estas facilidades incluem coisas tais como o posto de comando, ás áreas de observação e a base do incidente. Por exemplo: a área de observação está definida como o lugar onde o pessoal e equipamento do incidente são assinalados de acordo com o que é requerido de forma imediata.

Comunicações Integradas

As comunicações integradas são implementadas com um plano de comunicação comum e um centro de comunicações do comando.

O SCI enfatiza o uso pleno de linguagem sem códigos. Todas as comunicações devem ser concisas, mensagens essenciais que ajudem a efetivar as metas previstas. Os modos de comunicação incluem:

Redes radiais dedicadas ao incidente;

Telefone no local do incidente;

Sistemas de direcionamento público;

Telefone e microondas fora da área do incidente.

O plano do sistema de Comunicações Integradas deve ser pré-estabelecidos com o acordo comum de todas as pessoas envolvidas com o uso de equipamento compatível.

As redes radiais para incidentes de grandes magnitudes geralmente são organizados como a seguir:

Rede de comando: une o comando do incidente, membros importantes do pessoal, oficiais de seção, divisão e supervisores de grupo;

Rede tática: pode ser estabelecida ao redor das agências, departamento de áreas geográficas ou incluindo funções específicas;

Rede de apoio: gerencia recursos variáveis, assim como requerimentos de apoio de outras funções de comando.

Estrutura de Comando Unificado

Geralmente os incidentes não respeitam limites. As agências individuais estão restritas usualmente a jurisdições simples em responsabilidade e autoridade. Por eles,

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a efetividade da resposta de um incidente é essencial que todas as agências envolvidas comportem as responsabilidades do gerenciamento geral da situação. Todas as agências devem contribuir a estrutura do comando do incidente:

A determinação das metas gerais do incidente;

A seleção de estratégias seguintes;

Coordenação das operações táticas;

Uso eficiente dos recursos;

Incorporação das metas responsáveis, estratégias e táticas em um plano consolidado de ação.

Plano Consolidado de Ação

Cada incidente requer um Plano Consolidado de Ação (PCA). Para pequenos incidentes de curta duração este plano pode ser verbal e não necessita estar escrito. Os planos devem ser escritos quando:

Quando os recursos de agências múltiplas são utilizados;

Quando várias jurisdições estão envolvidas;

Quando um incidente requer troca nos grupos de pessoal e/ou equipamento.

O PCA deve cobrir todas as atividades táticas e de apoio requisitadas durante o incidente. Os objetivos comuns e estratégias desenvolvidas pelo comando unificado devem guiar e delinear o desenvolvimento deste plano.

O CI terá uma autoridade decisiva no estabelecimento dos objetivos, estratégias e táticas para o incidente baseando-se nos requerimentos da jurisdição.

Controle de Extensão Gerenciável

Em um SCI, a extensão do controle de qualquer pessoa cuja responsabilidade está no gerenciamento da situação de emergência, deve contar com três a sete pessoas, o número ótimo de pessoas é cinco.

Um controle de extensão gerenciável se assegura de que a eficiência não seja sacrificada como resultado de muita gente e informação para uma única pessoa. Em

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situações de emergência um controle de extensão gerenciável é vital para assegurar a segurança e um bom gerenciamento da situação.

O tipo de incidente, natureza do perigo da operação, os fatores de segurança e a distância entre elementos vai influenciar as considerações sobre a extensão do controle. É importante planificar as mudanças na extensão do controle durante o desenvolvimento organizativo do SCI.

Procedimentos Padrões de Operação

Quando a resposta de um incidente relacionado com os materiais perigosos é desorganizada, o pessoal é exposto a um nível de risco inaceitável, resultando em uma lesão grave ou morte. Por essa razão, os Procedimentos Padrões de Operação (PEO) devem ser escritos, impostos por lei, treinados, examinados e revisados.

A princípio o sistema para o comando tem bom resultados ou não dependendo do gerenciamento das unidades presentes. As pessoas a cargo das unidades presentes no evento devem:

Assumir o controle;

Confirmar o comando;

Selecionar o modo de comando;

Estabelecer uma área de observação;

Requerer assistência necessária;

Abandonar o comando quando for necessário.

Condições pré-designadas do Incidente

Definições

As pessoas que vão estar no comando potencial de um incidente devem saber com antecipação que condições e localizações podem ser cruciais para as operações no incidente. O pessoal deve estar alerta a:

Acesso a recursos e reparação de equipamento;

Comunicação de capacidades de apoio;

Serviços médicos de emergência e condições para evacuação.

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As condições pré-designadas do incidente podem ser importantes dentro e ao redor do incidente. A decisão com respeito a quais condições e suas localizações serão essenciais para o incidente é definido pelo CI.

Posto de Comando

O Posto de Comando (OPC) é o local onde se dirigem todas as operações do incidente. Somente deve existir um OPC para o incidente. Em uma estrutura de comando unificado, onde várias agências ou jurisdições se encontram respondendo, o pessoal designado de cada uma destas agências está baseado o OPC. Assim mesmo a planificação e as comunicações do incidente estarão situados no OPC.

Base do Incidente

Também referido como Base, é a localização que se realiza as ações primárias de apoio. A Base acomoda todo o equipamento e o pessoal de apoio das operações. A seção de logística pode ser localizada na Base. Somente deve estabelecer-se uma Base durante o incidente. Sua localização deve ser permanente. A Base se distingue da área de observação, a qual se encontra em uma localização temporária.

Áreas de Observação

As área de observação são áreas de recursos de ordem onde as unidades se reportam e esperam por tarefas e direções específicas. As áreas de observação podem estar em qualquer lugar no qual o equipamento móvel possa ser estacionado temporariamente no aguardo de novas tarefas. As áreas de observação podem incluir serviços de segurança assim como sistemas de aprisionamento de combustível.

A alimentação pode ser oferecida na área de observação por cozinhas móveis ou em bolsas e lancheiras. Estas áreas altamente móveis podem ser criadas como seja necessário durante o incidente. O encarregado da área checa todos os recursos de entrada e saída de acordo a necessidade da oficina de operações e pode dar apoio da seção de logística como for necessário para os recursos localizados nas áreas de observação.

Gerenciamento Compreensivo dos Recursos

O uso prudente dos recursos reduz os custos político-sociais e fiscais da operação. Para manter a utilização precisa e atualizada de todos os recursos é necessário que todos os recursos sejam designados a um estado atual e que toda mudança na localização dos recursos ou níveis sejam reportados com rapidez.

Os recursos podem ser gerenciados por três diferentes maneiras, dependendo das necessidades do incidente. Os recursos estão categorizados a seguir: Os recursos

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simples são caminhões, motoniveladoras, pessoal, helicópteros, escadas, unidades ou socorristas que serão designados como unidades táticas primárias. Uma peça de equipamento e o pessoal necessário pode constituir um recursos simples.

Uma força de trabalho é a combinação dos recursos simples criados para uma missão especifica. As forças de trabalho devem ser estabelecidas para cobrir todas as necessidades específicas e devem ser desmobilizadas como uma só fonte. Todos os recursos dentro de uma força de trabalho devem contar com um líder e com um equipamento compatível de comunicações.

Os equipamentos repentinos são um número determinado de recursos do mesmo tipo com um número mínimo de pessoal estabelecido. Os equipamentos repentinos sempre levam um líder e um equipamento compatível de comunicações. Essencialmente os equipamentos repentinos podem incluir qualquer tipo de pessoa ou equipamento.

Uso dos Sistemas Para o Comando de Incidentes

Resposta Inicial

O SCI deve ser estabelecido uma vez se tem recebido uma chamada inicial de assistência. Os encarregados da primeira resposta devem tomar um controle imediato no cenário, visto que se poderá causar confusão maior e por em risco as pessoas presentes, se é esperado por oficiais superiores. Os encarregados da resposta inicial devem estabilizar o incidente uma vez que cheguem no local. Isso pode ser feito em duas fases:

Primeira fase: Estabelecer um controle do sítio;

Segunda fase: Controlar os recursos providos e estabelecer comunicação com outras agências associadas.

É provável que diferentes pessoas sejam designadas como CI durante o ocorrer do incidente. A medida que o pessoal superior chegue ao cenário os encarregados prévios irão repassando a responsabilidade aos seus superiores.

Um dos problemas maiores com os que encontram um CI e todo o pessoal em geral é evitar o “mãos a obra”. Durante uma emergência é difícil resistir ao desejo de ajudar as vítimas. Muitos comandantes e supervisores perdem o controle da situação tomando parte da ação no lugar ao invés de dirigir a ação. Os líderes devem ser capazes de avaliar todo o incidente objetivamente.

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Problemas com o SCI

A continuação apresenta alguns dos principais problemas dentro do SCI.

Poucos departamentos ou agências adotam um SCI completo, muito menos o mesmo sistema.

A mudança no comando leva a uma perda de informação e a um gerenciamento ineficaz;

O SCI não é capaz de integrar atividades de agências de governo e voluntários;

O SCI tende a realizar uma super mobilização de grupos de desastres específicos, enviando unidades em excesso;

Comunicação e coordenação continuam sendo problemas sérios, inclusive no melhor dos SCI.

Reconhecimento de Materiais Perigosos

As nove classes de materiais perigosos e seus perigos primários

Quando se produzem incidentes com produtos químicos é necessário tomar medidas e cuidados específicos para controlar diferentes situações, as quais exigem a intervenção de pessoas devidamente capacitadas e equipadas.

O conhecimento dos riscos e características específicas dos produtos usados é um fator de suma importância. Para este fim, a ONU – Organização das Nações Unidas – agrupou estes produtos em nove classes distintas. Na continuação, se aborda os principais aspectos observados nos acidentes de acordo com as classes de risco dos produtos.

Riscos Químicos

Classe 1 – Explosivos

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O explosivo é uma substância que, submetida a uma transformação química extremamente rápida, produz grandes quantidades de gases e calor. Devido ao calor, os gases liberados, por exemplo o nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono e vapor de água, se expandem a altíssimas velocidades, o que provoca o desprendimento do ar circundante e aumento da pressão atmosférica normal (sobrepressão).

Muitas das substâncias pertencentes a esta classe são sensíveis ao calor, choque e fricção. Existem produtos desta mesma classe que necessita de um intensificador para explodir.

Segundo a rapidez e sensibilidade dos explosivos, pode ter dois tipos de explosões: a detonação e a deflagração.

A detonação é um tipo de explosão na qual a transformação química se produz muito rapidamente, com uma velocidade de expansão dos gases muito superior a velocidade do som no ambiente. A deflagração, é a troca, apresenta uma transformação química muito mais lenta e a velocidade máxima de expansão dos gases é a velocidade do som no ambiente. Neste caso também pode ocorrer a combustão.

A detonação se caracteriza por apresentar picos de pressão elevada em um período extremamente breve, e na deflagração ocorre o contrário.

A sobrepressão gerada a partir de uma explosão pode alcançar valores elevados e provocar danos destrutivos nas edificações e pessoas. A sobrepressão normalmente se expressa em bar. O seguinte quadro contem alguns valores característicos de danos as estruturas:

Sobrepressão (bar) Danos nas Estruturas

0,3 Catastróficos

0,1 Graves

0,03 100% de ruptura de vidros

0,01 10% de ruptura de vidros

Os danos catastróficos são as estruturas inabilitadas devido ao colapso. Os danos graves com buracos, desabamento de teto, porta danificada ou arrancada, etc. não afetam toda a estrutura.

É importante observar que o valor de 0,3 bar representa 3 metros de coluna de água, um valor que normalmente não implica danos para o ser humano. Isso quer dizer

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que o ser humano é mais resistente a sobrepressão que as estruturas porque não é uma estrutura rígida, o que permite que o organismo absorva o impacto.

No ser humano, o dano mais comum provocado por uma explosão é a ruptura do tímpano que se produz com valores maiores que 0,4 bar de sobrepressão.

Dado que uma explosão é um fenômeno extremamente rápido e incontrolável, durante a atenção de acidentes com produtos deste tipo se deverá adotar medidas preventivas. Estas medidas incluem o controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura (calor), choque e fricção.

Nos casos de incêndio, dentro do risco iminente de explosão, pode haver emanação de gases tóxicos ou venenosos. Nestes casos, mesmo com uso de roupas especiais, é adequado para a proteção respiratória o uso de equipamento autônomo de respiração de ar comprimido.

Estes equipamentos oferecem proteção ilimitada nos incêndios provocados por substâncias explosivas porque somente são eficientes para a proteção contra os gases gerados por incêndio, mas não contra os efeitos causados por um eventual explosão.

Outro aspecto importante se refere a atenção das explosões. Segundo as características do produto usado, é provável que a explosão não tenha consumido toda a carga e tenha deixado produtos intactos nas imediações do local do acidente, por isso a remoção dos explosivos sempre deve ser manual e com cuidado necessário.

Classe 2 – Gases

O gás é um dos estados da matéria. No estado gasoso, a forma e volume da matéria são variáveis. A força da repulsão entre as moléculas é maior que a de coesão. Os gases se caracterizam por apresentar baixa densidade e capacidade para mover-se livremente.

A diferença dos líquidos e sólidos, os gases se expandem e contraem facilmente quando se altera a pressão e/ou temperatura.

Como os gases se expandem indefinidamente basta ocupar o recipiente que os contém, seu estado físico representa uma grande preocupação, independente do risco do produto. No caso de escape, os gases tendem a ocupar todo o ambiente mesmo quando possuem densidade diferente da do ar.

Além disso o risco inerente ao estado físico, os gases podem apresentar outros riscos como inflamabilidade, toxicidade, poder de oxidação e corrosão, entre outros.

Alguns gases, como cloro, apresentam odor e cor característicos, sendo que outros, como o monóxido de carbono, não apresentam odor nem coloração, o que

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pode dificultar sua identificação na atmosfera e nas medidas de controle durante uma fuga eventual.

Como se iniciou, os gases sofrem alterações por variações de pressão e/ou temperatura. A maioria destes podem se liquefazer com o aumento de pressão e/ou diminuição da temperatura. O amoníaco pode se liquefazer quando submetido a uma pressão de aproximadamente 8 kg.f/cm2 ou a uma temperatura de aproximadamente -33 °C.

Uma vez liberados, os gases liquefeitos por ação da pressão e/ou temperatura, tendem a retornar a seu estado natural nas condições ambientais, ou seja, seu estado gasoso. Durante as mudanças de estado líquido ao gasoso, o produto expande consideravelmente e gera volumes gasosos muito maiores que o volume ocupado pelo líquido. Isto se denomina taxa de expansão. O cloro tem um taxa de expansão de 457 vezes, ou seja, um volume de cloro líquido gera 457 vezes esse volume de cloro gasoso.

Para reduzir a taxa de evaporação do produto, se pode aplicar uma capa de espuma sobre o produto formado, sempre e quando este material for compatível com o produto vertido.

A prioridade nas fugas é sempre de produtos em estado gasoso e não em estado liquefeito.

Uma propriedade físico-química relevante durante a atenção das fugas de gases é a densidade do produto em relação com o ar. Os gases mais densos que o ar tendem a acumular-se no nível do solo e, por conseqüência, tendem a uma dispersão difícil comparada com os gases com uma densidade próxima ao inferior a do ar.

Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos, como as edificações nas áreas urbanas.

Alguns gases considerados biologicamente inertes, ou seja, que não são metabolizados pelo organismo humano pode representar riscos ao homem sob certas condições. Todos os gases, com exceção do oxigênio, são asfixiantes. Os grandes escapes, inclusive de gases inertes, reduzem o conteúdo de oxigênio dos ambientes fechados, o que causa danos que podem provocar a morte das pessoas expostas.

Assim, em ambientes confinados, se deve monitorar constantemente a concentração de oxigênio. Nas situações na qual o oxigênio tem sua concentração inferior a 19,5%, se deverá adotar medidas para restabelecer o nível normal de oxigênio, ou seja, um volume aproximadamente de 21%. Estas medidas consistem basicamente na ventilação, natural ou forçada, do ambiente.

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Dadas as características do ambiente, a proteção respiratória terá que ser autônoma. Nestas situações é muito importante monitorar freqüentemente o nível de oxigênio e os possíveis gases presentes na atmosfera.

Se deve prestar atenção especial quando o gás é inflamável, principalmente se está confinado. As medidas constantes dos índices de explosão no ambiente, através do uso de equipamentos intrinsecamente seguros, e a eliminação de possíveis fontes de ignição, são medidas prioritárias.

Segundo as características do produto usado e do cenário do acidente, pode ser necessário aplicar neblina de água para solubilizar os gases ou vapores emanados pelo produto.

A operação para solubilizar os gases será mais eficiente desde que sua solubilidade seja boa na água.

Cabe recordar que a água usada para solubilizar os gases deve ser re-coletada posteriormente a fim de evitar a contaminação dos recursos hídricos na região do acidente.

Para os produtos com baixa solubilidade em água, a retenção dos gases também poderá ser feita com neblina de água que, neste caso, atuará como um bloqueio físico frente ao desprendimento da nuvem.

Cabe ressaltar que a neblina de água somente deverá ser aplicada sobre a nuvem e não sobre eventuais leitos formados por gás liquefeito, visto que isso provocaria uma intensa evaporação do produto e, por sua vez, aumento dos vapores na atmosfera.

Depois da fuga de um gás liquefeito, a fase líquida do produto estará a uma temperatura próxima da sua temperatura de ebulição, quer dizer, em um valor suficientemente baixo para que, em caso de contato com a pele, nos provoque queimaduras.

Outro aspecto relevante nos acidentes com produtos perigosos é a possibilidade de incêndios ou explosões. Os recipientes com gases inflamáveis também podem explodir em caso de incêndio. A radiação térmica das chamas muitas vezes é suficientemente alta para provocar um aumento da pressão interna do recipiente, o que pode causar sua ruptura catastrófica e, em conseqüência, sua explosão a grandes distâncias com danos as pessoas, estruturas e equipamentos em volta.

Em muitos casos, segundo a análise da situação, é provável que a alternativa mais segura não seja extinguir o fogo, e sim simplesmente controlar, especialmente se é impossível eliminar a fonte de fuga.

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Alguns acidentes provocados por produtos gasosos de alta toxicidade ou inflamabilidade, exigem a evacuação da população ao redor. A decisão de evacuar ou não a população dependerá de algumas variáveis, por exemplo:

Risco apresentado pelo produto;

Quantidade do produto derramado;

Características físico-químicas do produto;

Condições meteorológicas;

Topografia;

Proximidade das área habitadas.

2.2.1 Gases Criogênicos

Para liquefazer este tipo de gás, se deve refrigerar a uma temperatura inferior de 150ºC. Alguns exemplos destes gases são exibidos a seguir:

Substância Temperatura de Ebulição (°C)

Hidrogênio -253

Oxigênio -183

Metano -161,5

Devido a sua natureza, os gases criogênicos apresentam quatro riscos principais.

Riscos a Saúde

Devido a sua baixa temperatura, ao entrar em contato com o líquido ou envolto no vapor, os gases criogênicos podem provocar severas queimaduras no tecido.

A formação de uma nuvem a partir de um gás criogênico sempre constitui um risco, dado que a densidade do vapor será maior que a do ar devido a sua temperatura baixa, o que provocará o desprendimento do ar atmosférico e, por conseqüência, a redução da concentração de oxigênio no ambiente.

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Efeitos sobre outros materiais

A baixa temperatura destes gases levará a situações de risco, visto que o simples contato com outros materiais poderá danificar-los. Por exemplo, o contato do produto com tanques de armazenamento de produtos químicos os deixará mais frágeis, o que poderá produzir uma fuga do produto armazenado.

Outro efeito significativo é a capacidade dos gases criogênicos para solidificar ou condensar outros gases. Não se deve duvidar que a temperatura de solidificação da água é de 0°C a pressão atmosférica. Sendo assim, a água presente no ar atmosférico poderá congelar, e se isso ocorre, uma válvula por exemplo, terá grande dificuldade de manobras.

Por conseqüência, jamais se deve jogar água diretamente sobre um sistema de escape ou sobre válvulas de um tanque criogênico e nem em seu interior, visto que a água atuará como objeto aquecido (15°C a 20°C), formará vapores e, portanto, aumentará a pressão interna do tanque.

Intensificação dos Riscos do Estado Gasoso

Mesmo que os riscos inerentes ao próprio estado gasoso, sendo que anteriormente, a fuga de um gás criogênico poderia intensificar tais riscos.

Por exemplo, a fuga de oxigênio líquido aumentará a concentração deste produto no ambiente, o que poderia causar a ignição espontânea de certos materiais orgânicos. Por essa razão, não se deve utilizar roupas de material sintético (nylon), mas sim roupas de algodão. Um aumento de 3% na concentração de oxigênio provocará um aumento de 100% na taxa de combustão de um produto.

O hidrogênio, a sua vez, pode impregnar-se em materiais porosos e fazer-los mais inflamáveis que em condições normais.

Alta taxa de expansão na Evaporação

Ao ser exposto a temperatura ambiente, os gases criogênicos tendem a expandir-se e gerar volumes gasosos muito superiores ao volume do líquido inicial.

No caso do nitrogênio, um litro do produto líquido gera 697 litros de gás, sendo que para o oxigênio essa proporção é de 863 vezes. Assim, está claro que os recipientes que contém gases criogênicos ou com um sistema de refrigeração danificado, jamais poderão esquentar porque correm o risco de causar sobrepressão do tanque sendo que é provável que os sistemas de fuga não suportem a demanda de vapores e acabe ocorrendo a ruptura do tanque.

A nuvem gerada pela fuga de um gás criogênico será fria, invisível (a parte visível não indica a extensão total da nuvem), dificultará a visibilidade e tenderá a

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acumular-se sobre o solo sendo que, devido a baixa temperatura, a densidade do produto será maior do que a do ar. Desta forma, durante a atenção aos acidentes causados por um gás criogênico, se deve seguir estritamente algumas regras, entre as quais destacamos:

Trabalho nas áreas livres do derrame;

Evitar entrar na nuvem. Para fazer-lo, use roupas herméticas não porosas, mascará autônoma de respiração, luvas de amianto ou de coro e botas de goma;

Utilize neblina de água para conter a nuvem e fortes jorros de água para esfriar os tanques expostos ao fogo. Não aponte a água aos sistemas de fuga da pressão e nem a leitos formados pelo produto;

Evacue áreas grandes (600 m) ao redor de um tanque criogênico em chamas. Não apague o fogo a não ser que seja possível deter a fuga de gás;

Em caso de queimaduras, lave a área com água fria, abra as roupas da vítima e leve-a ao hospital;

Tente deter a fuga, mas se tem dúvidas, controle a situação até que um técnico da empresa fabricante do produto, com conhecimento mais especializado, chegue ao lugar.

Os temas abordados neste capítulo abordaram somente os riscos inerentes ao estado físico do produto e não seus riscos intrínsecos, como a inflamabilidade, toxicidade ou corrosão.

Classe 3 – Líquidos Inflamáveis

Para uma resposta mais segura em casos de acidentes com líquidos inflamáveis, é necessário ter pleno conhecimento de algumas de suas propriedades físico-químicas antes de adotar qualquer medida. Estas propriedades, assim como suas respectivas aplicações são:

Ponto de Ignição (Flash Point)

É a menor temperatura em que uma substância libera vapores em quantidades suficientes para que a mescla de vapor e ar sobre a superfície propague uma chama a partir do contato com uma fonte de ignição.

Limites de Inflamabilidade

Para queimar um gás ou vapor inflamável se requer, além da fonte de ignição, uma mescla chamada ideal entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível. A

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quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, um volume aproximado de 21%.

A quantidade de gás combustível necessária para a queima varia para cada produto e suas dimensões dependem das constantes: limite inferior de explosividade (LIE) e limite superior de explosividade (LSE).

O LIE é a mínima concentração de gás que, misturada com o ar atmosférico, pode provocar a combustão do produto a partir do contato com uma fonte de ignição. As concentrações de gás superiores ao LSE não são combustíveis porque essa condição oferece excesso do produto e pouca quantidade de oxigênio para que se produza a combustão. Essa condição é denominada mistura rica.

Os valores de LIE e LSE geralmente indicam em porcentagens de volume a aproximadamente 20°C e 1 atm. Para qualquer tipo de gás, 1% em volume representa 10.000 ppm.

Ser pode concluir que os gases ou vapores combustíveis somente queimam quando sua porcentagem de volume está entre os limites (inferior e superior) de explosão, que é uma mistura ideal para a combustão.

% 0 % LIE LSE 100 %

Concentração

(% em volume)

Mistura Pobre Mistura Ideal Mistura Rica

Conseqüência Não há combustão Pode haver combustão

Não há combustão

Produto LIE LSE

Acetileno 2,5 % 80 %

Benzeno 1,3 % 79 %

Etanol 3,3 % 19 %

Atualmente, existem equipamentos capazes de medir a porcentagem de volume de um gás ou vapor combustível no ar. Estes instrumentos são conhecidos como explosímetros.

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Os explosímetros são equipamentos compostos fundamentalmente por sensores, resistores e circuitos transistorizados. O princípio de funcionamento se baseia na Ponte de Wheatstone.

Quando uma mistura de gás combustível/ar penetra no sensor do aparelho, entra em contato com um resistor quente e provoca sua combustão imediatamente. O calor gerado nesta queima modifica o valor do resistor e desequilibra a Ponte de Wheatstone. Um circuito eletrônico se encarrega de mostrar uma deflexão no ponteiro de medição proporcional ao calor gerado pela queima.

Nas operações de emergência onde existem gases ou vapores combustíveis que exigem o uso do explosímetro, é importante que o operador tome algumas precauções básicas para seu uso em uma área não contaminada por gás.

Calibrar o aparelho sempre em uma área sem contaminação;

Realizar medições freqüentes em diversos pontos da região afetada e considerar as propriedades do gás e fatores como a localização e direção do vento, entre outros;

Em lugares onde existem grandes quantidades de gás combustível, é conveniente calibrar o equipamento depois de cada medição para evitar sua saturação, sendo que ela nem sempre é percebida pelo operador;

Além do ponto de ignição e do limite de inflamabilidade, se deve considerar a presença de possíveis fontes de ignição;

Na maioria das situações de emergência se encontram diversos tipos de fontes que podem provocar a ignição de substâncias inflamáveis. Entre elas se destacam:

o Chamas vivas;

o Superfícies quentes;

o Automóveis;

o Cigarros;

o Faíscas por fricção;

o Eletricidade estática.

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Se deve dar atenção especial a eletricidade estática visto que é uma fonte de ignição de difícil percepção. Na realidade, se trata da acumulação de cargas eletrostáticas que, por exemplo, adquirem um caminhão tanque durante o transporte.

Se por algum motivo o produto inflamável que se está transportando, seja líquido ou gás, se tem que transferir a outro veículo ou recipiente, será necessário que estes estejam interconectados a fim de evitar uma diferença de potencial, o que pode gerar uma faísca elétrica e apresentar uma situação com alto potencial de risco.

Cabe recordar que, igualmente aos equipamentos de medição, todos os demais como lanternas e bombas, devem ser muito seguros.

Por questões de segurança, muitas vezes não é recomendável a contenção de um produto inflamável pelo lugar da fuga a fim de evitar altas concentrações de vapores em um local com muito trânsito de pessoas ou equipamentos.

Classe 4 – Sólidos Inflamáveis

Estes sólidos incluem todas as substâncias que podem queimar na presença de uma fonte de ignição, em contato com o ar ou com a água e que não sejam classificadas como explosivos.

Segundo o estado físico dos produtos desta classe, a área afetada por um acidente geralmente é bastante restringida, visto que a mobilidade no meio é muito pequena comparada com a dos gases ou líquidos, o que facilita as operações de controle da emergência.

São sólidos inflamáveis quando estão expostos ao calor, choque, fricção ou chamas vivas. A facilidade de combustão será maior quanto mais finamente dividido é o material.

Os conceitos do ponto de ignição e limites de inflamabilidade apresentados no capítulo anterior, também são aplicáveis aos produtos desta classe.

Existem também os produtos sólidos que podem se inflamar em contato com o ar, inclusive sem a presença de uma fonte de ignição. Devido a esta característica, a maioria destes produtos são transportados em recipientes com atmosferas inertes ou submergidos em querosene ou água.

Quando se produz um acidente com estes produtos, a perda da fase líquida pode propiciar o contato dos mesmos com o ar, por isso deve se deter o vazamento imediatamente.

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Outra medida que se pode adotar em caso de acidente é jogar água sobre o produto para manter-lo constantemente úmido, sempre e quando este for compatível com a água para evitar sua ignição espontânea.

O fósforo branco ou amarelo são exemplos de produtos que entram em combustão espontaneamente em contato com o ar.

Outras substâncias sólidas podem, ao interagir com a água, inflamar-se espontaneamente ou produzir gases inflamáveis em quantidades perigosas.

Classe 5 – Oxidantes e Peróxidos orgânicos

Um oxidante é um material que libera oxigênio rapidamente para suportar a combustão dos materiais orgânicos. Outra definição semelhante afirma que o oxidante é um material que gera oxigênio a temperatura ambiente ou com um ligeiro aquecimento.

Como se pode observar, ambas as definições coincidem com que o oxigênio sempre é liberado por um agente oxidante.

Devido a facilidade de liberação do oxigênio, estas substâncias são relativamente instáveis e reagem quimicamente com uma grande variedade de produtos.

Apesar de que a grande maioria das substâncias oxidantes não são inflamáveis, os simples contatos destas com produtos combustíveis pode gerar um incêndio, inclusive sem a presença de fontes de ignição.

Outro aspecto que se deve considerar é a grande reatividade dos oxidantes com compostos orgânicos. No geral, estas reações são energéticas e liberam grandes quantidades de calor que podem levar ao fogo ou explosão. Os oxidantes, inclusive em frações pequenas, podem causar a ignição de alguns materiais como o enxofre, terebentina, carvão vegetal, etc..

Quando se aquece alguns produtos desta sub-classe, liberam gases tóxicos que se dissolvem na mucosa do trato respiratório e produzem líquidos corrosivos.

Assim sem a presença de uma fonte de ignição, as soluções de peróxido de hidrogênio, em concentrações maiores de 50% (p/p) (200 volumes), em contato com materiais combustíveis podem causar a ignição destes produtos.

Os peróxidos orgânicos são agentes de alto poder oxidante, dado que a maioria são irritantes para os olhos, pele, mucosas e garganta.

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Os produtos desta sub-classe apresentam uma estrutura -o-o- e podem ser considerados derivados do peróxido de hidrogênio (H2O2), onde um ou ambos átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos.

Desta maneira, os peróxidos orgânicos, de forma semelhante aos oxidantes, são termicamente instáveis e podem sofrer uma decomposição exotérmica e auto-aceleravel e criar um risco de explosão. Estes produtos também são sensíveis ao choque e fricção.

Nos Estados Unidos, antes de aceitar um peróxido orgânico para transporte, que seja de caminhão ou trem, o DOT (Departamento de Transporte) exige uma série de provas de sensibilidade, de ponto de ignição, taxa de queima, decomposição térmica, prova de impacto, entre outros. O DOT autoriza seu transporte unicamente depois destas provas e da diluição do produto.

Se alguns produtos estão expostos a hidrogênio ou a oxidantes durante o armazenamento, poderão formar peróxidos e com maior facilidade se estão em estado líquido.

Devido ao risco de formação de peróxidos, para alguns compostos se sugere um período máximo de armazenamento de três meses, como por exemplo para o éter isopropílico, acetileno divinílico, cloreto de vinila, potássio metálico, entre outros.

Para outros produtos se sugere um período máximo de armazenamento de 12 meses, como por exemplo: éter etílico, tetrahidrofurano, dioxano, éteres vinílicos, ciclohexano, etc..

Por conseqüênci, quando alguns produtos estão armazenados em estado líquido, seu potencial para formação de peróxidos aumenta, principalmente o butadieno, clorobutadieno e tetrafluoretileno, para que nestes casos se pode considerar um período máximo de armazenamento de três meses.

No caso de suspeita de formação de peróxido, se deverá adotar os seguintes procedimentos básicos:

Isole a área;

Inspecione visualmente os recipientes;

Não tente movimentá-los;

Verifique se existe corrosão, mofo ou ondulações na embalagem ou na tampa. Eles são um indício da existência de peróxidos;

Verifique se existe formação de cristais brancos ou pó;

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Se o selo da tampa está rompido, considere o material potencialmente explosivo;

Se há suspeita de formação de peróxidos, não abra a embalagem. Devolva ao fabricante;

Se tiver que abrir a embalagem, gire a tampa lentamente no sentido anti-horário para tentar minimizar a fricção;

Se existe resistência ao abrir a tampa, pare. É um indicador de que existe material explosivo;

O quadro mostra a distância e os danos provocados por peróxidos segundo o volume existente:

Volume (litro) Distância pra Danos (metros)

Algumas janelas

quebradas

A maioria das janelas

quebradas

Estruturas seriamente danificadas

Danos letais para o homem

0,5 75 11 5 3

1 96 14 6 4

3,6 150 21 9 6

18 250 37 15 10

200 - 82 33 21

1800 - 175 71 45

9900 - 300 120 76

Quando for necessário conter ou absorver produtos oxidantes ou peróxidos orgânicos, deverá ser considerado que a maioria deles poderá interagir com a matéria

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orgânica e que, portanto, as ações de contenção/absorção não poderá ser feita com terra, nem outro material incompatível. Nestes casos se recomenda usar materiais inertes e umedecidos, por exemplo areia.

Muitos dos produtos classificados aqui necessitam de equipamentos específicos para as operações de transbordo. Isso se deve a alta instabilidade química de certas substâncias desta classe.

Um dos métodos mais utilizados e eficientes para a redução dos riscos que apresentam os produtos da classe 5 é a diluição em água, sempre e quando o produto for compatível com ela. A finalidade da diluição é reduzir o poder oxidante e sua instabilidade. Portanto, devido a solubilidade de alguns destes produtos, a água da diluição deverá ser armazenada para evitar contaminação.

Em caso de fogo, a água é o agente mais eficiente de extinção visto que dispersa o calor do material em questão.

A espuma e o CO2 não serão eficazes porque atuam na base do princípio da exclusão de oxigênio atmosférico e isso não é necessário em um incêndio causado por substâncias oxidantes.

Classe 6 – Substâncias Tóxicas

São substâncias que ao ser ingeridas, inaladas ou postas em contato com a pele, incluído em pequenas quantidades, podem provocar a morte ou danos a saúde humana.

As vias que os produtos químicos podem entrar em contato com o organismo são três:

Inalação;

Absorção cutânea;

Ingestão.

A inalação é a via de entrada mais rápida. A grande superfície dos alvéolos pulmonares, que representam de 80 a 90 m2 em um homem adulto, facilita a absorção de gases e vapores, que podem passar para a corrente sanguínea e ser distribuídos a outras regiões do organismo.

Em relação com a absorção cutânea, se pode dizer que as substâncias tóxicas podem atuar de duas formas. Primeiro, como tóxico localizado, quando o produto que entra em contato com a pele atua em sua superfície e causa uma irritação primária e localizada e segundo, como tóxico generalizado, quando a substância tóxica atua com

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as proteínas da pele ou penetra através dela, chega ao sangue e se dispersa pelo organismo, com o risco de chegar a vários órgãos.

A pele e a gordura atuam como uma barreira protetora do corpo, algumas substâncias como ácido cianídrico, o mercúrio e alguns inseticidas tem uma capacidade de penetrar através da pele.

Em relação a ingestão, esta é considerada uma via secundária de ingresso, visto que somente ocorrerá acidentalmente.

Os efeitos gerados pelo contato com as substâncias tóxicas estão relacionados com seu grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose.

Devido ao alto risco que implica os produtos desta classe, durante as operações de atenção de emergências se requer equipamentos de proteção respiratória.

Entre os equipamentos se pode mencionar as máscaras faciais com filtros químicos e o equipamento autônomo de respiração de ar comprimido.

É necessário ter sempre presente que os filtros químicos unicamente retêm os contaminantes atmosféricos sem prover oxigênio e que, segundo as concentrações, podem ser saturadas rapidamente. Antes de escolher o tipo adequado de filtro, se deve identificar o produto presente na atmosfera.

O equipamento autônomo de respiração de ar comprimido deverá ser utilizado em ambientes confinados, quando o produto empregado não se encontre na atmosfera em altas concentrações.

No geral, a existência de um produto em um ambiente se associa com a presença de um odor. Entretanto, nem sempre esse odor está presente. Algumas substâncias são inodoras, sendo que outras têm a capacidade de inibir o sentido olfativo e levar o individuo a situações de risco.

É fundamental que as operações de emergência por produtos desta natureza, se realizem sob constante monitoramento da concentração dos produtos na atmosfera.

Os resultados obtidos nestes monitoramentos poderão ser comparados com valores de referência conhecidos, como o TLV (Valor Limite de Tolerância), que é a concentração a que um trabalhador pode ficar exposto durante oito horas diárias ou quarenta horas semanais sem sofrer efeitos adversos ara sua saúde e o IDHL, que é o valor imediatamente perigoso a vida e a saúde que uma pessoa pode estar exposta durante trinta minutos sem danos a saúde.

Observando que o alto grau de toxicidade dos produtos desta classe 6, é necessário lembrar que a operação de contenção destes é muito importante visto que

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normalmente são muito tóxicos para a vida aquática e representam um alto potencial de risco de contaminação em corpos de água. Por conseqüência, deve se prestar atenção especial aos corpos de água usados para a recreação, irrigação, alimentação de animais e abastecimento público.

Classe 8 – Corrosivos

São substâncias que apresentam uma severa taxa de corrosão. Evidentemente, estes materiais também são capazes de provocar danos aos tecidos humanos. Basicamente, existem dois grupos principais com essas propriedades e são conhecidos como ácidos e bases.

Os ácidos são substâncias que, em contato com a água, liberam íons H+ e provocam alterações de pH no intervalo de 0 a 7. As bases são substâncias que, em contato com a água, liberam íons OH- e provocam alterações de pH no intervalo de 7 a 14.

A maioria destes produtos reage com a maioria dos metais e, como geram hidrogênio, que é um gás inflamável, trazem risco adicional.

Alguns produtos apresentam como risco secundário um alto poder oxidante, mostrando que outros podem reagir energeticamente com a água ou com outros materiais, como por exemplo os compostos orgânicos. O contato desses produtos com a pele e olhos pode causar severas queimaduras, sendo que deve se empregar equipamentos de proteção individual compatíveis com tal produto. Para a manipulação de corrosivos, geralmente se recomenda usar roupas de PVC.

O monitoramento ambiental durante as operações com estes materiais pode ser realizada através de diversos parâmetros, segundo o produto usado, entre os quais cabe destacar as medidas de pH e condutividade.

Nos acidentes com ácidos e bases que chegam a corpos de água, poderá se produzir uma maior ou menor variação de pH natural, segundo diversos fatores, como por exemplo a concentração do produto derramado, entre as características do corpo de água afetado.

Um dos métodos que se pode aplicar para reduzir os riscos é a neutralização do produto derramado. Esta técnica consiste em agregar um produto químico, de maneira que se mantenha um pH próximo ao natural.

Para a neutralização de substâncias ácidas, geralmente se usa o carbonato de sódio e a cal hidratada, ambas com características alcalinas. O uso de cal viva não é recomendado devido a sua reação com os ácidos ser altamente energética.

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Antes de se levar a cabo a neutralização, deve ser coletado a maior quantidade possível de produto derramado a fim de evitar o consumo excessivo do produto neutralizante e a geração de uma grande quantidade de resíduos.

Se deve realizar a remoção total e disposição adequada dos resíduos provenientes da neutralização.

Também podem ser utilizados técnicas para reduzir os riscos nos acidentes como absorção, remoção e diluição, dependendo do caso.

Para escolher o método mais adequado se deve considerar os aspectos de segurança e proteção ambiental.

Se for optado pela neutralização do produto, deve se considerar que esta consiste basicamente na disposição de outro produto químico no ambiente contaminado e que, portanto, poderá haver reações químicas paralelas a necessárias para a neutralização.

Também se deve avaliar a característica do corpo de água, que algumas vezes direciona o seu monitoramento a fim de encontrar uma diluição natural do produto. Estes casos normalmente se produzem em águas correntes nas quais o controle da situação é mais difícil devido a mobilidade do produto no meio.

Quando há o descontrole durante a neutralização, poderá haver uma inversão brusca na escala do pH. Em geral, os corpos de água onde há vida, não é recomendável a disposição de produtos químicos sem a supervisão de especialistas.

Durante as reações de neutralização, quanto mais concentrado esta o produto derramado, maior será a liberação de energia em forma de calor, possibilitando os respingos de água, pelo qual se deve reforçar a necessidade do uso de roupas adequadas de proteção.

A técnica de diluição unicamente deve usar quando a contenção do produto derramado seja impossível e se possui um volume bastante reduzido devido ao volume de água necessário para obter concentrações seguras com este método sempre muito grande, na ordem de 1000 a 10.000 vezes o volume do produto derramado.

Cabe ressaltar que se em volume de água agregado ao produto não é suficiente para diluí-lo em níveis seguros, a situação se agravará devido ao aumento do volume da mistura.

Como pode se observar a absorção e a coleta são técnicas mais adequadas comparadas com a neutralização e a diluição.

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Pode ser utilizada a tabela a seguir para cálculos rápido de neutralização. Siga a fórmula: K x Quantidade do Produto (em kg)

Neutralizante

Fator K

HCl H2SO4 Cal Hidratada

CaCO3 NaOH Na2SO3

Concentração

% (m/v)

30 33 36 70 98 100 --- 50 98 100

HCl 30% N N N N N 0,31 0,44 0,66 0,33 N

HCl 33% N N N N N 0,36 0,50 0,73 0,36 N

HCl 36% N N N N N 0,40 0,55 0,80 0,40 N

HNO3 98% N N N N N 0,60 0,80 1,25 0,65 N

H2SO4 70% N N N N N 0,42 0,76 1,44 0,57 N

H2SO4 98% N N N N N 0,80 1,10 1,60 0,80 N

Cl2 N N N N N 1,10 1,50 1,80 0,90 N

NaClO 12% N N N N N N N N N 0,28

NaOH 50% 1,51 1,39 1,27 0,89 0,63 N N N N N

NaOH 98% 3,03 2,77 2,50 1,75 1,25 N N N N N

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Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas

Esta classe agrupa os produtos que apresentam riscos diferentes das demais classes.

Para estes produtos se aplicam todos os procedimentos básicos descritos neste trabalho, além de outros específicos segundo o tipo de produto e lugar do acidente.

Grupos de indícios para detectar a presença de materiais perigosos

Identificação de materiais perigosos

Todos temos nossa experiência e exemplos sobre a importância da verificação da informação recebida em um primeiro momento e de como está as circunstâncias do comunicante, a situação da emergência e pelas próprias dificuldades de receber uma informação completa em um primeiro instante, que nem sempre se ajusta a realidade. Assim mesmo, a falta da informação sobre a existência de materiais perigosos faz com que em muitas ocasiões se corram riscos que deveremos considerar desnecessários.

Portanto, diante de um incidente em que estes possam estar envolvidos MMPP e frente ao impulso inicial de atuar com a máxima velocidade, se deve impor um primeiro reconhecimento para entre outras coisas, identificar a MMPP implicada.

Há sete métodos básicos de identificação de materiais perigosos. São eles:

Lugar e atividade;

Tipo e forma dos recipientes;

Sinalização e cores;

Placas e etiquetas;

Fichas e documentos;

Equipamentos de detecção e medida;

Sentidos.

A identificação ou verificação da informação recebida, pode realizar-se na maioria dos casos a distancia, com a utilização se for necessário, de binóculos, evitando desta forma submeter o pessoal que intervém a riscos desnecessários sendo que sejam identificados com segurança aos perigos existentes.

Método 1: Lugar e Atividade

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A presença da MMPP, não somente estão restringidas as emergências produzidas na indústria ou no transporte, sem que também nos podemos encontrar em supermercados, garagens, e inclusive em nossos trabalhos.

Essas localizações potenciais podem ser classificadas em 4 áreas básicas:

Produção;

Armazenamento;

Transporte;

Utilização.

Sendo que em muitas localizações é clara a presença de materiais perigosos, em outros casos é muito mais duvidoso a prioridade da determinação de sua presença.

Diante de uma emergência com MMPP, a localização da mesma em alguma das 4 áreas básicas, nos pode dar desde os primeiros momentos alguma referência sobre o tipo ou tipos de produtos que podem estar envolvidos.

Por outro lado, é importante para a determinação destes lugares potencialmente, realizar em cada comunidade e com caráter preventivo, uma análise dos riscos existentes e de sua localização.

Método 2: Tipo e Forma dos Recipientes

O 2º método para identificar os materiais perigosos envolvidos em um incidente, consiste em observar as características (tamanho, forma, etc.) do recipiente que contém tal produto.

A forma de alguns recipientes é tão característica que a presença de alguns materiais perigosos pode ser determinada. Este indicador se converte particularmente importante quando se produz um incidente no transporte.

Recipientes indicativos incluem os utilizados para o transporte de materiais radiativos, produtos pressurizados, criogênicos e corrosivos entre outros.

Veículo que pode conter cargas perigosas misturadas.

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Veículo para conter cargas corrosivas

Método 3: Sinalização e Cores

A cor é utilizada cada vez mais na sinalização de segurança por um sistema rápido de identificação de riscos.

Os recipientes que contém materiais perigosos, tem marcas específicas ou cores que dão alguma indicação de seu risco, ou ao menos, de seu conteúdo.

Entre a larga variedade de cores naturais existentes, se selecionou e normalizou aqueles que por si só ou acompanhados de símbolos, fixam tanto o risco como os níveis dos mesmos e em muitos casos servem para orientar os atendentes da ocorrência.

Tubos industriais e cores de identificação

Em emergências intervindo tubulações industriais, especialmente plantas químicas, a primeira coisa a fazer é identificar o tipo de fluido que estão envolvidos. Pela cor se saberá todo momento o produto afetado e se atuará com precisão. As cores normalizadas se aplicam a tubulações grandes em bandas de 20-25cm de diâmetro junto a válvulas, bombas e nome do produto e fixar-lo nos lugares mais visíveis. A normativa recomenda empregar pigmentos resistentes, para que os ácidos e outros fluidos que circulem pelas tubulações não alterem ou deteriorem as cores de identificação.

Sinalização por cor dos gases industriais

É imprescindível que os operadores conheçam a sinalização dos gases industriais contidos nos cilindros. Desta forma e diante de qualquer emergência, poderemos identificar a distância e com rapidez, qualquer gás e atuar corretamente em cada caso. Os gases contidos em cilindros ou garrafas, se identificam segundo seja sua cor.

Corpo

A cor do corpo do cilindro identifica o grupo a que corresponde o gás contido (Ex.: vermelho: gás inflamável).

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Ponta

As cores do topo, permitem conhecer o gás contido em função da cor do corpo do cilindro (Ex.: corpo vermelho e topo marrom: acetileno).

Nas misturas dos gases industriais, os corpos dos cilindros vão pintados com a cor correspondente ao gás majoritário, e os topos vão pintados em forma de quartos com cores dos gases componentes.

As misturas de gases utilizados para fins específicos (misturas de calibração), levam no corpo e topo a cor prateada.

Método 4: Placas e Etiquetas

Outro método de identificação das MMPP, consiste na colocação nas unidades de transporte e nos fechos que contenham este tipo de produto de painéis, etiquetas e rótulos especiais, indicativos de seus riscos.

Estes sistemas de identificação, são simplesmente outra pista a qualquer hora de identificar as MMPP, e podem não ser considerados como uma definitiva fonte de identificação, visto que a experiência demonstra que um número substancial de veículos sinalizados incorretamente ou sem sinalizar.

Os procedimentos para identificação de MMPP mediante estes sistemas são:

Nome da mercadoria;

Número ONU;

Painel;

Código europeu;

Código HAZCHEM

Código NFPA.

Nome da mercadoria; Número ONU.

Com a finalidade de facilitar a identificação de cada uma das substâncias perigosas, foi adotado um código numérico de quatro dígitos, dando um número a Daca uma das mercadorias perigosas: número ONU.

A utilização do número das Nações Unidas, resolve o problema dos distintos nomes técnicos que podem ter os produtos em cada idioma e evita confusões que

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podem produzir-se devido ao uso de diferentes denominações comerciais para um mesmo produto.

Em cada recipiente deve estar a designação oficial de transporte da mercadoria perigosa e o correspondente número ONU.

Placas de perigo e rótulos

As placas de perigo indicativas dos riscos, estão destinadas principalmente a ser colocadas sobre as mercadorias ou sobre os recipientes que os contém.

O sistema de placas se baseia na classificação das mercadorias perigosas e tem as seguintes finalidades:

Fazer com que as mercadorias perigosas sejam facilmente reconhecíveis a distância pelo aspecto geral (símbolo, cor, forma) de suas placas;

Fazer que a natureza do risco seja facilmente reconhecível mediante símbolos. Os cinco símbolos principais são:

o A bomba: perigo de explosão;

o A chama: perigo de incêndio;

o A caveira e ossos cruzados: perigo de envenenamento;

o Tabela em trevo: perigo de radioatividade;

o Líquidos gotejando em um tubo de ensaio sobre uma mão e uma placa: perigo de corrosão.

Outros símbolos conhecidos são:

Uma chama sobre um círculo: comburentes;

Uma garrafa: gases comprimidos não inflamáveis;

Três luas minguantes sobre um círculo: substâncias infecciosas;

Um X sobre um gérmen de trigo: substâncias nocivas que devem ser postas a distância de alimentos;

Sete faixas verticais: substâncias perigosas diversas.

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Os rótulos são etiquetas de perigo ampliadas e devem ir postas nas paredes externas das unidades de transporte para advertir que as mercadorias transportadas são perigosas e apresentam riscos.

As unidades de transporte que levam MMPP ou resíduos, devem levar rótulos ao menos em um dos lados opostos da unidade.

Exceto nas mercadorias classe 1, todas as outras devem levar o número ONU da mercadoria no centro da etiqueta, ou uma placa laranja de 30x23, colocada ao lado do rótulo.

Painel laranja

O painel laranja é uma placa retangular de 40x30 ou 40x40, de cor laranja dividida horizontalmente por uma raia negra e com uma borda negra, que se utiliza para sinalizar algumas unidades de transporte de mercadorias perigosas.

Na parte superior do painel figura o código de perigo, um código numérico que indica risco das mercadorias transportadas. Se compõe de dois ou três dígitos e as vezes uma letra.

A cada dígito existe um significado correspondente e segundo ele é situado o primeiro, segundo e terceiro, com importâncias

diferentes.

O dígito que está colocado em primeiro lugar indica o risco principal da mercadoria transportada. O segundo ou terceiro dígito indicam os perigos secundários. Na parte inferior do painel aparece um número de quatro dígitos que indica o tipo de produto que é transportado: número ONU.

Código Europeu

Código de Perigo

Código de Produto

Código de Identificação de Produto

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É o número ONU de quatro dígitos designado oficialmente na Europa a cada produto. Na ficha estão relacionados:

Código de Identificação de Perigo;

Placas de Perigo.

Código Hazchem

Código Hazchem é utilizado no transporte de MMPP no Reino Unido. Este código não indica sobre as propriedades de um produto químico, mas concentra-se em proveito imediato de emergência que deve ser feito para atenuar os efeitos do incidente, e também garante a segurança de pessoas com equipamento de emergência .

Está dividido em cinco sessões:

Código de ação de emergência: consiste em um número seguido por um máximo de duas letras.

O número de uma cifra se refere aos meios de extinção que devem ser utilizados.

É importante ressaltar que sempre se pode usar meios de extinção que possuam um número maior do que o indicado, mas em nenhum caso pode ser utilizada um número menor do que indicado. Por exemplo, se o número indicado é 2 (água em forma de neblina) pode ser usado para extinção dos meios 3 (espuma) e 4 (seco agente), mas em nenhum caso pode usar o número 1 (jato de água).

As letras apresentam outras indicações:

W,X,Y,Z advertem que é necessário conter o produto e prevenir sua entrada no meio ambiente reduzindo ou prevenindo danos;

P,R,S,T avisa sobre a necessidade de diluir a substância e permitir sua drenagem se ela não causa danos ao meio ambiente;

P,R,W,X indicam também que deve ser utilizado proteção pessoal completa, como diz a CHA e traje de proteção química;

S,T,Y,Z indicam que é necessário proteger-se com o uniforme completo e ar mandado. Estas letras se apresentam as vezes em letras brancas sobre fundo negro. Isso indica que em circunstâncias normais, se requer exclusivamente o uniforme completo de proteção contra incêndios. Somente quando a substância está incendiada se requer o uso de proteção respiratória.

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P,S,W,Y também indicam que a substância pode reagir violentamente e os que trabalham na emergência deverão assegurar que as operações se realizem em uma distância segura ou protegidos.

“E” indica que se deve considerar a evacuação da zona, tendo em conta que muitas vezes é mais seguro permanecer protegido, dentro de um edifício com portas e janelas fechadas.

Diamante de Perigo

O diamante de perigo é um sistema de identificação recomendado para produtos químicos perigosos, pela NFPA (National Fire Protection Association - EUA). O diagrama, denominado “diamante de perigo”, é um sensível e útil sistema de identificação de produtos químicos perigosos, fácil de compreender e cujo o fim é alertar apropriadamente, com informação básica, para poder proteger vidas, tanto a comunidade como o pessoal que combate uma emergência em uma planta industrial, áreas de armazenamento ou em emergências durante o transporte.

Este sistema de identificação fornece uma visão geral dos perigos inerentes a cada produto químico, bem como uma indicação da ordem de gravidade de tais riscos sob condições de emergência, como incêndios, vazamentos e derramamentos.

O diagrama identifica os perigos de um material entre categorias, denominando "Saúde", "Fogo" e "Reatividade", e indica a ordem de gravidade em cada uma das três categorias através de cinco níveis, que variam de quatro (4 ), Indicando a mais grave ameaça ou perigo, para zero (0), o que indica a ausência de um perigo especial.

No diamante de perigo o termo "saúde", é identificado pela esquerda, na cor azul, o perigo de "inflamável" no topo, em vermelho, e o perigo de "reatividade", à direita, em amarelo . O espaço abaixo é usado para identificar um reatividade com a água: bem, se ela estiver vazia indica que você pode usualmente utilizar água como agente de extinção. Um W com uma linha atravessada pelo seu centro é usada para alertar o pessoal para a luta contra o incêndio do possível perigo no uso da água. O espaço abaixo também pode ser usado para identificar perigos das emissões

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radioativas pelo símbolo. Químicos oxidantes também são identificados no espaço abaixo desta pelas letras OX.

VERMELHO - INFLAMABILIDADE, onde os riscos são os seguintes: 4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos 3 - Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente 2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente 1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição 0 - Produtos que não queimam

AZUL - PERIGO PARA SAÚDE, onde os riscos são os seguintes: 4 - Produto Letal 3 - Produto severamente perigoso 2 - Produto moderadamente perigoso 1 - Produto levemente perigoso 0 - Produto não perigoso ou de risco mínimo

AMARELO - REATIVIDADE, onde os riscos são os seguintes:

4 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão a temperatura ambiente 3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando exposto a fonte deenergia severa 2 - Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas e/ou pressõeselevadas 1 - Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido 0 - Normalmente estável

BRANCO - RISCOS ESPECIAIS, onde os riscos são os seguintes: OXY Oxidante forte ACID Ácido forte ALK Alcalino forte

Incompatível com água

Radioativo

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Sistema padronizado para identificação de risco de incêndio de materiais perigosos (NFPA 704)

O sistema de informação baseia-se no "diamante de 704", o que representa visualmente as informações sobre as três categorias de risco para a saúde, inflamabilidade e reatividade, para além do nível de gravidade de cada um. Ele também observa dois perigos especiais: reação com a água e poder oxidante. O diamante oferece informação imediata, ainda que ao custo da precisão devido não poder identificar qual produto ao olhar para ele. O sistema standard (padrão) usa números e cores em um aviso para definir os perigos básicos do material perigoso. Saúde, inflamabilidade e radioatividade são identificadas e classificadas em uma escala de 0 a 4, dependendo do grau de perigo.

As classificações dos produtos químicos individuais podem ser encontradas no Guia para Materiais Perigosos da NFPA.

A informação pode ser útil, não somente em emergências mas também durante as atividades de atenção a longo prazo quando se requer caracterizar uma avaliação.

Fichas de Segurança

A regulamentação nacional para o Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada, exige que todos os veículos que transportam mercadorias desse tipo e em antecipação de qualquer acidente têm que ter escrito uma "ficha de segurança."

Podemos enquadrar as fichas de segurança em dois grandes grupos:

Número de perigo

Este tipo de ficha abrange todos os produtos que têm o mesmo código de perigo. Eles têm a vantagem de reduzir o número de fichas, permitindo assim um acesso mais rápido às informações e em um menor volume, por isso é muito manejável. No entanto, por ser tão geral elas não são muito precisas.

Pelo número do produto

Cada produto possui uma forma ficha. Isto permite uma maior precisão e de ação específica. Dado o grande número de produtos que são transportados todos os dias e que está sempre aumentando, o número de fichas é elevado e, portanto, o seu arquivo é muito grande, tornando o seu transporte e utilização mais difíceis.

Dentro de cada grupo existem diferentes modelos, basicamente todos seguem o mesmo esquema:

Natureza dos perigos;

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Instruções gerais;

Medidas em caso de fuga e incêndio;

Primeiros socorros.

No transporte ferroviário, embora nem o RID ou o TPF indicar alguma coisa, uma instrução interna da RENFE afirma que os maquinistas deverão ter as "fichas de dados de segurança das mercadorias perigosas transportadas”.

Em relação ao transporte marítimo, essa ficha não existe, mas todos os barcos que transportam MMPP devem ter uma cópia do código IMDG, bem como um livro chamado "Índice de emergência" e outro livro chamado "Guia para a Organização Marítima Internacional de Primeiros Socorros" . Ambos os livros dão instruções para a ação em caso de fuga, incêndios e outras emergências, bem como as orientações para o tratamento de feridos em resultado dos incidentes das mercadorias perigosas.

O regulamento de MMPP pelo ar, torna obrigatório o conhecimento do piloto em comando na vasta gama de informações sobre as mercadorias perigosas carregadas, assim como as instruções para a tripulação de vôo sobre as medidas que devem adotar no caso de situações de emergência.

As fichas também devem encontrar-se em todos os veículos no parque de Intervenção e Serviços, para garantir que as suas ações, nestes casos, são corretas e eficazes.

Existem vários modelos de fichas (tarjas, destacáveis, etc.) que abrangem grande quantidade de produtos. Estas fichas nunca podem substituir as que foram sinalizadas no regulamento do TPC, sendo que só podem ser utilizadas para fins operacionais e de informações.

Equipamentos de Detecção e Medição

Equipamentos e aparelhos para detecção e medição (explosímetros, tubos colorimétricos, etc.), são possíveis de dar-nos pistas e os dados relativos à natureza dos riscos, ajudando-nos a detectar explosivos ou inflamáveis, deficiências de oxigênio, certos gases e vapores e radiações ionizantes, bem como identificar materiais específicos envolvidos (SO2, CO2, etc.).

Embora nesta seção consideramos as medidas como uma ferramenta para identificar MMPP, também pode ser útil para determinar a localização e o tamanho das zonas e áreas de risco.

Equipamentos de Detecção e Medida

Tipo Risco Identificado Aplicação Comentários

Explosímetro Gases e Vapores Inflamáveis e Combustíveis

Comprovar as concentrações de vapores de gás ou vapores inflamáveis

no ambiente

Entendido para utilização normal em atmosferas.

Os filamentos podem ser danificados por certos

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compostos como o silicone, chumbo e TETRAETILENO e

atmosferas enriquecidas com oxigênio.

Oxímetro Oxigênio Mede a quantidade de oxigênio no ar Algumas substâncias (cloro, flúor) interferem e indicam um nível de oxigênio seguro

MESMO COM DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO.

Temperaturas extremas podem retardar o movimento

do contador.

Tubos Colorimétricos e Detectores de Gases

Gases e Vapores Específicos

Indicam a presença e concentração de vapores ou gás inflamável e pós em

ambientes

Medida da concentração do mesmo produto pode variar entre diferentes fabricantes

de tubos. Vários produtos químicos podem interferir com as

amostras. Os tubos têm um

vencimento. Primeiramente utilizada para

determinar se um produto químico específico esta ou

não presente.

pHmetro Corrosão Mede a corrosividade Determina se o produto é ácido ou base. Medidas

maiores que 12 ou menores que 2 necessitam precaução

extrema.

Detectores e Dosímetros de Radiação

Radiações alfa, beta e gama

Define e mede as radiações ionizantes Os medidores Geiser não detectam radiações alfa.

Sentidos

A cor das placas pode ser vista a uma distância considerável. Ouvir uma mudança no som de uma fuga de um gás sob pressão, pode servir como um alerta a uma falha do recipiente.

Os sentidos podem oferecer pistas imediatas para a presença de materiais perigosos. Para os nossos objetivos "sentidos" refere-se a qualquer reação física ou psicológica com observação visual da fuga de um material perigoso. Cheiros, sons incomuns, e vegetação destruída, são exemplos.

Enquanto eles podem ser avaliados, o sentido é mais difícil de acompanhar devido à grande variedade de produtos e das várias reações psicológicas. Por exemplo, certas características químicas que possam ter um segundo material de uma mesma família não tem efeitos detectáveis, apesar de ambos serem igualmente perigosas. O

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ácido sulfídrico, por exemplo, pode comprometer o bom senso do olfato e levam a crer que estamos trabalhando em uma área segura, quando o que acontece é o contrário.

O bom senso não é o principal método de identificação. Em muitos casos, se você estiver perto o suficiente para cheirar, sentir ou ouvir o problema, esta perto demais para agir de forma segura.

Os sentidos que utilizam "bom senso" podem nos ajudar a detectar a presença de perigo.

f. Classificação, Identificação e Verificação

Definições de Materiais Perigosos

As seguintes definições foram extraídas do Código de Regulamentos Federais, Título 49, Transporte, Partes 1OO 177. Refira-se as seções de referência para os detalhes completos. Nota: Na coluna (1), Seção 172.101, Tabela de Materiais Perigosos, o sinal (+) fixa o nome de embarque próprio e a classe de risco. O nome e a classe não podem ser alteradas sem que o material ou a classe não sejam convenientes (Seção 1.72.101(a)(t)).

Material Perigoso: Uma substância ou material o qual foi determinado pela Secretaria de Transporte capaz de representar um risco a saúde, segurança e propriedade quando é transportado comercialmente, e o qual foi designado como tal (Seção 171.8).

Riscos Múltiplos: Um material que reúne a definição de mais de uma das classes de risco é classificado de acordo com seu posicionamento na lista da Seção r73.2(a)y.(b).

Fontes para obter informação sobre riscos na reposta a materiais perigosos

Na análise retrospectiva dos acontecimentos que envolvem produtos químicos, as suas causas, as falhas na resposta e seu impacto sobre a saúde humana ou no ambiente, é possível inferir que um bom planejamento e preparação dos diversos setores envolvidos na resposta, é um dos elementos que podem contribuir para prevenir a ocorrência e minimizar os efeitos dos acidentes químicos.

Essa boa planificação e preparação deve ser baseada em informação confiável, atualizada e acessível. A informação é um elemento partilhado por todas as atividades

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relacionadas a um acidente, quer para a prevenção, preparação e resposta. Em seguida, deve se procurar responder às seguintes perguntas:

Que requisitos devem ter as informações?

Quem são os principais usuários?

Qual é a natureza da informação que seja necessária e com que finalidade?

De que fontes para obter informações?

Que requisitos devem ter as informações para a prevenção, preparação e resposta a um acidente químico?

Devem ser atualizados. Em dois aspectos:

a) Quanto à fonte, que deverá ser enriquecida com experiências recentes ocorridas.

b) No que diz respeito aos relatórios atividades levada a cabo antes, durante e após a ocorrência de um acidente:

Você deve ser seletiva;

A difusão da informação deve ter em conta o tipo de receptor a que se destina e o seu nível de desempenho;

Tem que ser acessível a todos;

Deve ser claro, conciso e de fácil compreensão;

Tem que ser oportuna:

o As informações devem ser fornecidas no momento em que são exigidas;

o Deve levar em conta que os acidentes não avisam que vão acontecer, portanto, deve ser possível acessar informações 24 horas por dia, 365 dias por ano.;

Tem que ser preparadas e fornecidas por pessoal treinado;

Quem são os principais usuários da informação ?

O pessoal envolvido na organização e planificação da resposta.

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Os primeiros a ir até o local do acidente: bombeiros, policiais, paramédicos, Cruz Vermelha, os trabalhadores em áreas perigosas e outras construções. Setor da saúde em todos os níveis da cadeia de tratamento (pessoal das triagens, hospitais e outras instalações adaptadas, cuidados intensivos, etc.).

Organizações de proteção ambiental.

As autoridades públicas.

Público em geral (população potencialmente afetada).

Meios de Difusão.

Quem oferece a informação ?

As principais fontes de informações antes e durante um acidente químico são:

a) Indústria

Fornece informações relacionadas às atividades, processos e pontos perigosos, bem como sobre a quantidade e natureza dos produtos químicos manuseados, transportados e processados.

b) Os centros de informação especializada

Eles estão a compilar, tratar e difundir informações relacionadas com os produtos químicos. Idealmente, os países têm dois modos: os centros de reação química e informações toxicológicas. Em países com maior desenvolvimento industrial e, portanto, mais vulnerável à ocorrência de acidentes, é mais benéfico ter uma rede de tais centros, que devem funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano. Além disso, devem estar estreitamente ligados entre si a nível nacional, e manter comunicação com as instituições internacionais e organizações. Estes centros deverão ter pessoal treinado para prestar as informações em suas bases de dados e publicações, bem como para a interpretação e adaptação de informações às diferentes circunstâncias que podem surgir em um acidente químico.

c) Os organismos internacionais

Várias organizações internacionais, tais como o IPCS / OMS (Programa Internacional de Segurança Química), PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), a EPA (Environmental Protection Agency dos Estados Unidos), ATSDR (Agência para Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças), da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) elaboram e divulgam informações relacionadas a produtos

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químicos, que podem ser utilizadas a nível nacional pelos reguladores e pelo setor da saúde.

Quais recursos de informação existem, quais estão disponíveis e para que tipo de usuário ?

São múltiplos recursos de informação que podem ser usados na prevenção, preparação e resposta a situações de emergência envolvendo produtos químicos. Descrevemos a seguir alguns dos mais recomendados, de acordo com o tipo de usuário. Têm sido considerado diversas fontes de informações: textos impressos, bases de dados em discos compactos ou acessíveis através da Internet.

Informação para os responsáveis de tomar decisões: autoridades públicas

Os tipos de informações necessárias estão contidas em manuais e diretrizes que orientam sobre a forma de organizar as ações de prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos. Também é necessária a utilização de recursos:

Faça inventários de instalações perigosas: localização, atividades, processos e pontos perigosos, tipos e quantidades de produtos químicos que estão sendo processados, armazenados, transportados e utilizados;

Categorizar os tipos de acidentes que poderiam ocorrer em uma determinada região;

Identificar a população potencialmente afetada; Relatório sobre instalações médicas disponíveis:

o Localização de hospitais e outras instalações médicas (clínicas, policlínicas e outras formas de cuidados de saúde);

o Recursos disponíveis nas instalações médicas: número de camas, equipamentos médicos, medicamentos e antídotos, e assim por diante;

o Principal meio de transporte da vítima (ambulâncias, helicópteros, transporte adaptado, etc.), E as vias de evacuação;

o Disponibilidade de laboratórios para investigações clínicas e toxicológicas.

Informação para os primeiros a socorrer o local da emergência

Exigir informações rápidas, que lhes permitam atuar sobre a cena do acidente com o menor risco possível. Eles precisam de informação sobre as propriedades físico-químicas dos produtos envolvidos no acidente, os seus efeitos clínicos agudos e de longo prazo, por diferentes vias de exposição, métodos para lidar com um derrame, um vazamento, incêndio, primeiros socorros às vítimas de um acidente químico, o equipamento de proteção pessoal e temas afins.As principais publicações que podem ser utilizados são:

As mercadorias perigosas. Guia resposta inicial de emergência. 1992. CANUTEC. Canadá.

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Guia respostas de emergência. Primeira resposta aos acidentes com materiais perigosos.

Manual de Segurança. Chile.

Guia de resposta a emergências causadas por materiais perigosos. 1992. SETIQ. México.

Na Internet são as seguintes fontes:

ERG - Guia 2000 norte-americano de Resposta de Emergência (Granada 96) http://www.tc.gc.ca/canutec/erg_gmu/erg2000_menu.htm (Desenvolvido em conjunto por Transportes do Canadá, o Departamento dos Transportes dos Estados Unidos (DOT) e do Ministério das Comunicações e Transportes do México (SCT), para utilização pelos bombeiros, polícia e serviços de emergência pessoal que pode ser o primeiro a chegar à cena de um incidente durante o transporte de materiais perigosos).

MSDS. Material Safety Data Sheet

http://www.ilpi.com/msds/index.html Permite o acesso a vários sites onde você pode encontrar informações sobre

fichas técnicas de segurança dos produtos químicos.

Chemical Hazard Response Information System (CHRIS) http://152.121.2.2/hq/g-m/mor/Articles/CHRIS.htm

Além de fornecer informações sobre as propriedades físicas e químicas das substâncias, o risco de incêndio, reatividade química, transporte de dados, etc., que pode ser utilizado por múltiplos usuários, oferece um resumo do conteúdo, as suas características, ações emergenciais e medidas de primeiros socorros.

A apresentação destas fontes facilita a busca rápida num momento em que a velocidade é um fator que minimiza a perda de vidas e efeitos deletérios sobre o meio ambiente. Os produtos químicos podem ser encontrados por nome ou número de identificação, que se refere a um guia que reúne os produtos em função da sua natureza química.

Informação para o pessoal de saúde que oferece assistência hospitalar

Esse pessoal Isso requer informações pessoais:

Descontaminação dos pacientes;

Tratamento médico (incluindo a utilização de antídotos), sob as circunstâncias, a gravidade das vítimas, vias de exposição e de disponibilidade de recursos, durante a cadeia de cuidados para afetados (inclui pré-hospitalar e hospitalar);

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Medidas preventivas que devem ter o pessoal de resgate responsável para lidar com as vítimas para evitar a contaminação.

Esta informação pode ser obtida a partir de publicações, tais como:

Gerenciamento de incidentes com materiais perigosos. ATSDR. Volume II: serviços de urgência hospitalar. Volume III: Gestão orientações médicas para exposições Acute químicos. 1991. É um excelente material de saúde, tanto a nível dos planejadores e para os envolvidos na cadeia de tratar as vítimas de um acidente químico. As informações sobre as características físicas e químicas, a exposição, percursos, usos, limites de exposição, propriedades físicas, incompatibilidades, efeitos agudos e crônicos na saúde, no manejo de pacientes em diferentes áreas, a partir da fonte de poluição em instituições de cuidados intensivos, e os princípios do tratamento da intoxicados, incluindo antídototerapia;

Sullivan J.B. G.R. & Krieger Materiais perigosos, toxicologia. Clínica e princípios de saúde ambiental. Williams & Wilkins, 1992. ISBN 0-683-08025-3;

Substâncias Perigosas Banco de Dados (HSDB) http://toxnet.nlm.nih.gov . É um banco de dados de texto completo, com informações sobre 4300 substâncias químicas. Inclui os aspectos toxicológicos e procedimentos para a gestão de emergências, produtos detalhes, identificação, propriedades físico-químicas, guia de emergência da DOT, classificação NFPA, cuidados nos procedimentos para incêndio, explosão, incompatibilidade de produtos, equipamentos de proteção individual, métodos limpeza detritos, e assim por diante.

Como usar o Guia de Resposta a Emergência (Emergency Response Guidebook – ERG)

Um: Identifique o materialEncontrando qualquer dos seguintes:

Número de identificação; Placas de sinalização; Fichas de segurança; Fichas de transporte.

Dois: Busque o número na guia de três dígitosCorrespondente ao material em qualquer das seções:

Número do índice (páginas de borda amarela); Nome do material (páginas de borda azul).

Se o número está com a letra P, isso indica que o material pode sofrer polimerização violenta se submetido ao calor ou contaminação.

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Se a entrada do índice esta destacada (tanto nas páginas amarelas ou na cor azul), são materiais com risco de Tóxico por inalação (RIT), uma arma química ou é um material que reage perigosamente com a água (produz gases tóxicos em contato com água).

Busque o número de identificação e o nome do material na tabela de isolamento inicial e distâncias de ação protetora (páginas de borda verde). Se for necessário, comece imediatamente as ações de proteção. Se não são necessárias ações de proteção, utilize a informação da Guia de Emergências dos três dígitos correspondentes.

Use a guia 112 para todos os explosivos, exceto para aqueles explosivos da classe 1.4 (explosivos C) os quais se deve usar a guia 114.

Três: Muda para a guia numerada (páginas de borda laranja)Se um número da guia não pode ser obtido seguindo os passos anteriores e se

pode ver uma placa ou sinal, busque na tabela (páginas 16-17) e passe para a guia de três dígitos.

Se não se pode encontrar uma referência a uma guia e se crê que este incidente envolva materiais perigosos, mude para a guia 111, e use-a visto que não existe mais informações disponíveis. Se o documento de transporte indica um número de telefone de resposta a emergência, chame esse número. Chame imediatamente o organismo responsável exibido na porta traseira do veículo. Proporcione a maior quantidade de informações possíveis, tal como nome do transportador e número do veículo. Como último recurso consulte a tabela de identificação de veículos de carga (páginas 18-19). Se o veículo pode ser identificado utilize a guia correspondente. Grave a guia correspondente a pior situação possível.

Guia de Resposta

O Emergency Response Guide 2004 (GRE 2000) foi desenvolvido em conjunto pelo Departamento de Transportes do Canadá (TC), o Departamento de Transportes dos Estados Unidos (DOT) e do Ministério das Comunicações e Transportes do México (SCT) para uso por bombeiros, policiais e outros serviços de emergência que podem ser a primeira a atuar sobre a cena de um acidente de transporte de materiais perigosos.

Principalmente é um guia para ajudar os primeiros na cena, com uma rápida resposta e uma rápida identificação dos perigos de forma genérica ou específica dos materiais envolvidos no incidente, e para proteção pessoal e do público em geral durante a fase inicial do incidente. Para efeitos do presente guia, a "resposta inicial é a fase ou período que se segue à chegada ao local do acidente durante o qual a presença e / ou identificação de um material perigoso for confirmada, ações preventivas são iniciadas, se faz o isolamento da área, e solicita o apoio de pessoal especializado. Este guia não descreve as propriedades físicas e químicas de materiais perigosos.

A GRE 2000 integra na lista de materiais perigosos na edição mais recente as Recomendações das Nações Unidas, bem como outros regulamentos nacionais e internacionais.

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Os explosivos não são listados numa base individual ou na lista de nomes ou os números de identificação, apesar de aparecerem sob o nome de "explosivos" na primeira página do Índice Números de Identificação (páginas amarelas) e no nome da lista de material (páginas azuis).

Por sua vez, a letra "P" que aparece após o número de rastreamento, tanto nas páginas amarelas e azuis, identifica as substâncias de risco de polimerização em determinadas condições, tais como a acroleína, exibida na Guia 131p.

O pessoal de emergência em resposta com materiais perigosos deve ser procurado o mais rapidamente possível, passando as informações sobre qualquer produto que esteja envolvido no incidente.

As informações obtidas da agência servem para entrar em contato com a resposta a situações de emergência, pelo telefone em caso de emergência ou de rever as informações e os documentos que acompanham a transferência, pode ser mais específicos e precisos que esta guia para tomar medidas para controlar os materiais envolvidos.

Conteúdo da Guia

Páginas Amarelas:

Nesta seção, as substâncias são listadas em ordem numérica, de acordo com uma série das Nações Unidas (ONU). O objetivo desta seção é o de identificar rapidamente o diretório de emergência da ONU como o número da substância envolvida no acidente. Nesta lista são exibidos 4 dígitos do número da ONU, seguido do número do "Guia de Emergência" e, finalmente, dado o nome da substância.

Páginas Azuis:

O objetivo desta seção é o de identificar rapidamente no "Guia de Emergência" a partir do nome a substância envolvida no acidente. Esta lista mostra o primeiro nome da substância, seguido da "Guia de Emergência" e atribui o seu número da ONU.

Páginas Laranja:

Esta é a mais importante seção do guia, porque aqui é onde você definir todas as recomendações de segurança.

Compreende um total de 62 "Guias de Emergência", fornecendo dicas de segurança e de informações de resposta de emergência para proteger o bombeiro e o público. Cada uma das "Guias de Emergência" destinam-se a cobrir um grupo de substâncias que tenham as mesmas características químicas e toxicológicas.

Páginas Verdes:

Ela é dedicada a materiais que produzem grandes quantidades de gases tóxicos (RIT), quando em fuga para água. Esta seção é constituída por uma tabela que lista, em

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ordem numérica (dependendo do número das Nações Unidas), apenas as substâncias que são tóxicas por inalação (Materiais com Risco Tóxico por inalação), incluindo armas de destruição em massa (armas químicas), substâncias que em contato com a água produzem vapores tóxicos.

Esta tabela fornece dois tipos de distâncias de segurança recomendadas: "O isolamento distância para a rodada inicial" e "À distância de proteção de pessoas de acordo com a direção do vento, a partir do dia ou da noite."

Materiais com Risco Tóxico por Inalação

Trata-se de um líquido ou gás que é conhecido por ser muito tóxico para a saúde humana e pode causar um risco para a saúde durante o transporte ou na ausência de dados de toxicidade em humanos, se presume ser tóxico para o homem devido aos testes em animais de laboratório que obtiveram um valor de concentração letal 50 (LC50) que não seja superior a 5000 ppm.

É importante notar que o termo "áreas de risco" não representam uma área ou a distância. A atribuição destas áreas é estritamente na base da concentração letal 50 (LC50) (por exemplo, uma Área de Risco Um é mais tóxica do que uma Zona D). Todas as distâncias são listadas nas páginas verdes e são calculados mediante o uso de modelos matemáticos para cada material com risco de Tóxico por inalação.A atribuição de áreas de risco é a seguinte:

Zona de risco A: CL50 igual ou inferior a 200 ppm; Zona de risco B: CL50 maior que 200 ppm e inferior ou igual a 1000 ppm; Zona de risco C: CL50 maior que 1000 ppm e inferior ou igual a 3000 ppm; Zona de risco D: CL50 maior que 3000 ppm e inferior ou igual a 5000 ppm.

Distâncias de Isolamento e Evacuação

As distâncias de isolamento e evacuação estão refletidos na guias de Emergência (páginas laranja) e do Quadro de isolamento inicial e proteção com Distâncias (páginas verdes). Isso pode causar alguma confusão se o pessoal não estiver totalmente familiarizado com o guia GRE 2000.

É importante notar que alguns guias dizem respeito não só de emergência para as substâncias que são tóxicas por inalação (40 guias) mas também referem-se a algumas substâncias tóxicas e não tóxicas por inalação (22 guias). Um guia abrange tanto uma substância tóxica quanto uma substância tóxica por inalação. Para as substâncias ressaltadas, com aumento de ventos na direção o isolamento deve aumentar a distância mostrada no critério "segurança pública" que aparece sob o título DERRAMAMENTO sob a seção EVACUAÇÃO. Lembre-se, se esta frase não aparece no Guia, ele se refere a uma substância não tóxica por inalação.

Se a substância envolvida é uma substância tóxica quando inalada (destacado na lista), as distâncias de isolamento e proteção inicial podem ser encontradas nas páginas verdes. O Guia de Emergência (páginas laranja) também lembram o usuário sobre o direcionamento para páginas verde para obter informações específicas sobre a evacuação.

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Se a substância envolvida não se é uma substância tóxica por inalação, mas o Guia de Emergência refere-se a uma substância tóxica por inalação, a distância do isolamento se encontra sob o título de "segurança pública" e é aplicável não só através da inalação de substâncias tóxicas. Além disso, para os efeitos da evacuação, o Guia de Emergência informa o usuário na seção EVACUAÇÃO - DERRAMAMENTO, acrescidos, se necessário, as distâncias de isolamento de substâncias ressaltadas na direção do vento, o que se refletiu na "SEGURANÇA PÚBLICA ".

Precauções de Segurança

Entre com cuidado a favor do vento. Evite entrar na área do acidente. Se há vítimas do acidente, eles devem ser resgatados pelo pessoal capacitado e com equipamento de proteção adequado, após a situação ser totalmente avaliada.

Assegurar o lugar. Sem entrar na zona de perigo, isolar a área e garantir segurança a população e ao meio ambiente.

Manter o público afastado da cena, fora do perímetro de segurança, em um setor com vento a favor. Mantenha um espaço suficiente para mover e remover a sua própria equipe.

Identificar os riscos. Os cartazes, rótulos, os documentos, fichas de dados, Material de segurança, os quadros de identificação para veículos pesados e reboques para transporte ferroviário e / ou pessoas.

Avaliar todas as informações à disposição e ver as recomendações do guia de imediato para reduzir os riscos. Novas informações fornecidas pela pessoa responsável pelo produto ou obtidas a partir de outra fonte autorizada são valiosas, você pode mudar alguns dos detalhes com enfoque no guia. Lembre-se, que o guia oferece apenas as informações mais importantes para a resposta inicial em relação a uma família ou classe de materiais perigosos. Quanto mais informações específicas sobre os materiais, mais adaptada a resposta será para a situação.Avaliar a situação. Considere:

- Há um incêndio, um derrame ou um vazamento? - Quais são as condições climáticas?- Como está o terreno? - Quem / O que está em risco: pessoas, bens ou o ambiente? - Que medidas devem ser tomadas: uma evacuação é necessária? É necessário fazer um dique de contenção? Que recursos são necessários (humanos e materiais) e que estão imediatamente disponíveis? - O que pode ser feito imediatamente?

Faça um pedido de ajuda. De um relatório da situação perante os seus superiores para notificar unidades responsáveis e pedir o apoio de pessoal.

Decida sobre a entrada no local. Evite tornar-se parte do problema ao tentar salvar pessoas, proteger as propriedades e o ambiente, sem equipamentos de proteção apropriados. Entre na área somente quando se usa o equipamento de proteção adequado.

Responda de forma adequada. Estabeleça um posto de comando e linhas decomunicação. Preste socorro às vítimas, tanto quanto possível, e se for necessário

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evacue. Mantenha o controle do local. Avalie se a situação mudou e quantas vezes. O primeiro dever é considerar a segurança das pessoas na área atingida, incluindo a si próprio.

Não caminhe sobre ou toque no material derramado. Evitar a inalação de gás, fumo ou vapor. Presume-se que não existem materiais perigosos envolvidos. Não assuma que gases ou vapores são inofensivas porque carecem de odor.

A quem chamar

Ao chegar no local, espera-se que a pessoa que responde inicialmente reconheça a presença de materiais perigosos, protegendo as pessoas, a área segura e peça a ajuda do pessoal treinado logo que as condições o permitirem. Siga os passos descritos nos procedimentos operacionais da sua organização e / ou do plano para situações de emergência. Peça pessoal de assistência qualificado. Geralmente a seqüência de notificação e pedido de informações técnicas vai além do que está disponível neste guia, o que deve ocorrer na seguinte ordem:

Organização / EntidadesNotificar a sua organização / entidade. Isto irá lançar uma série de eventos com

base nas informações prestadas. As ações podem ir desde o envio de pessoal treinado para o cenário a fim de ativar o plano de resposta que os serviços locais de emergência têm. Assegurar-se que os bombeiros e a polícia foram notificados.

Número de telefone de resposta em caso de emergênciaLocalize e ligue para o número de telefone indicado no documento de

embarque. A pessoa que ligar para o número de resposta deve ter conhecimentos de materiais e de atenuação das medidas a serem tomadas, ou devem ter acesso imediato aos conhecimentos exigidos.

Ajuda NacionalContate a unidade de resposta a emergência devidamente indicados no verso

do guia quando o número de emergência não está disponível. Faça a chamada descrevendo a natureza do incidente para prestar informações imediatas sobre a movimentação nas fases iniciais. Pode ser necessário contatar o carregador ou fabricante de solicitando informações mais detalhada e pedir assistência no local do incidente, quando necessário.

Obtenha e de tanta informação quanto você pode: Seu nome, número de telefone para receber chamadas, número de fax; A localização e natureza do problema (vazamento, incêndio, etc.); Nome e número de identificação do material envolvido; Remetente, ou destinatário / ponto de origem; Nome da transportadora, número de caminhões ou carro-tanque; Tipo e tamanho das embalagens; Quantidade de material sendo transportado ou derramado;

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Condições locais (temperatura, terreno, a proximidade de escolas, hospitais, vias navegáveis, etc.);

Lesões e exposição ao material; Serviço de emergência local.

Uso das fichas de informação de segurança de materiais (MSDS)

Interpretação das fichas de dados de segurançaUma das ferramentas mais importantes para o gerenciamento adequado de

operações ou incidentes com materiais perigosos, é sim a Ficha de Dados de Segurança ou também conhecida como MSDS. A ficha de dados de segurança prove toda a informação relacionada com o material ou materiais que estão presentes na operação ou em algum incidente Haz-Mat (Siglas em Inglês para Materiais Perigosos).

Na atualidade existem mais de 5.000.000 de produtos químicos diferentes e cada um deles representa diferentes riscos, assim é impossível que alguém possa conhecer todos os produtos químicos com seus respectivos riscos, mas mesmo assim, toda pessoa que esteja envolvida com operações onde se trabalhe com materiais perigosos ou que responda a Incidentes com eles, deve saber onde buscar informação que seja de sua utilidade.

Não é suficiente colocar fichas de segurança nos lugares de trabalho para que estejam disponíveis para os trabalhadores ou que o pessoal de resposta a incidentes HazMat sempre conta com eles ou que possa ler; o que realmente importa é que todo o pessoal que se encontra em áreas onde se gerenciam materiais perigosos e que o equipamento de resposta HazMat possa interpretar os dados que se pode compilar, e além disso como eles podem relacionar com as medidas pertinentes para efetivar uma melhor segurança e um controle adequado do incidente; por conseqüência diminuir todos os efeitos adversos (danos a saúde, danos ao meio ambiente e/ou danos as instalações) que se possam chegar a apresentar tanto em processos operacionais, como em incidentes com materiais perigosos.

É importante mencionar os seguintes aspectos: Deve se elaborar uma análise de processo para identificar todos os materiais

que se encontram tanto em armazenagem ou em processos, se deve considerar tanto matérias primas, subprodutos e produtos terminados, com a finalidade de determinar as MSDS que sejam necessárias;

Em toda operação onde se gerencia materiais perigosos deve se colocar a MSDS a área de trabalho;

O fabricante do produto é o responsável de entregar as MSDS a seus clientes; Todas as companhias que transportam materiais perigosos ou resíduos

perigosos devem levar a MSDS e entregá-la quando se apresenta alguma emergência ou quando seja requisitada por alguma autoridade.

AVALIAÇÃO DE PERIGO E RISCO

Riscos associados com os materiais perigosos localizados e transportados e sua ameaça potencial

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Para todos os grupos de resposta, o conhecimento das propriedades e os riscos envolvendo materiais no incidente é o primeiro fator que deve determinar que, com base neles, deve se estabelecer a estratégia e a tomada de decisões no controle da situação de emergência.

A importância do conhecimento das propriedades de materiais perigosos e os riscos envolvidos em um incidente é o primeiro fator a determinar, uma vez que, são decisivos para definir os outros elementos da estratégia de controle, incluindo:

Definição de áreas de trabalho; Áreas de evacuação; Seleção de equipamentos de proteção individual; Materiais para o confinamento, as medidas de contenção e absorção; Métodos de eliminação ou neutralização; Métodos de descontaminação; Procedimentos de transvase e processos de recuperação; Primeiros socorros para as pessoas expostas; Informação básica para as mutualidades e centros de saúde que atendem a

população exposta.

Classificação dos riscos

Os riscos representados pelos materiais são o resultado de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, de modo a lidar com elas, em matérias perigosas, devemos ter em conta a natureza e assim, é necessário dividir em 3 grupos:

Físicos; Químicos; Biológicos.

A interação entre os materiais perigosos que vazaram ou foram derramados durante um acidente e o ecossistema (inter-relações entre os fatores bióticos e abióticos) do lugar, pode levar a criar um impacto significativo neste último. É tarefa do Grupo de Resposta Industrial, ter a capacidade de poder avaliar o impacto no ambiente derivado do acidente.

Existem vários modelos e métodos com enfoque a avaliação de Impactos Ambientais. Entende-se por metodologia um conjunto de regras ou normas e de procedimentos que regem a realização dos estudos de impactos sobre o meio ambiente.

Ao falar das metodologias que podem utilizar-se na realização dos estudos de impacto ambiental, tem que referir-se a dois tipos de ações ou cenários:

a) Os que podem produzir pequenos impactos.b) Os que podem provocar grandes impactos.

Os que podem produzir pequenos ou grandes impactos tampouco estão relacionados com o modo que se trata grandes acidentes, mas sim a periculosidade do material e magnitude da fuga ou derramamento. Da mesma forma, a complexidade do

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ecossistema afetado, onde pode ter incluído água, solo, ar, flora e fauna, em alguns casos são considerados como uma coisa única.

Os métodos para avaliar o impacto ambiental são muito diferentes em um caso ou outro. A magnitude do impacto pode decidir o estudo geral e breve do cenário de risco produzido pelo acidente, em uma avaliação preliminar que deve sempre ser feita, se operando por visitas sucessivas.

Em conjunto, trata-se de analisar um complexo sistema constituído, em uma parte, pelos sistemas ecológicos naturais e, de outra, por uma série de ações tecnológicas. Para eles tentamos encontrar um modelo que nos represente ou nos de uma idéia real, mesmo que seja uma escala reduzida, do comportamento do sistema.

É evidente que os modelos matemáticos são um reflexo, expresso em equações e fórmulas matemáticas, de modelos intuitivos elementais de nossa imagem do funcionamento do universo e da mesma forma para as avaliações de impacto ambiental, tem por objetivo efetuar uma previsão.

Os modelos podem ser dinâmicos ou estáticos, segundo a introdução ou não destes em determinadas condições.

A primeira fase da construção de um modelo matemático é a delimitação do sistema, ou seja, assumir o ecossistema em sentido espacial e também temporal: o chamado universo de análise e a determinação das unidades territoriais compreendidas ou estudadas pelo modelo.

O segundo passo é determinar a grosso modo a magnitude do impacto. A metodologia será muito distinta, enquanto o alcance e profundidade da avaliação, se o impacto é pequeno ou grande. Para eles se realiza um estudo preliminar sensível, que nos dará em seguida uma idéia muito clara daquela magnitude.

Recordando que nas avaliações de impacto ambiental se opera por aproximações sucessivas, e esse estudo preliminar deve fazer-se para todas as alternativas.

a) Acidentes com pequeno impacto

Neste caso convém levar a regra às seguintes operações, e todo ele de forma muito sensível, mediante estudo dos seguintes aspectos:

Características ou natureza do acidente; Condições e características do território afetado pelo acidente; Resguardar incluída proposta para o controle da contaminação e proteção do

entorno ambiental; Aspectos do acidente que podem alterar o meio ambiente; Aspectos do acidente que podem afetar adversamente ao meio ambiente e

razões que expliquem ou impossibilitem evitar esses efeitos.

b) Acidentes com grande impacto

Quando se trata de acidentes com grandes impactos, a avaliação deve incluir o seguinte:

Descrição geral do acidente; Descrição das medidas corretivas previstas para reduzir o efeito da

contaminação;

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Identificação dos problemas humanos; Estudo dos fatores ambientais: sócio-políticos, econômicos e geobiofísicos

incluindo um inventário ambiental; Lista de indicadores de impacto, assim como métodos utilizados para

determinar suas escalas de magnitude e pesos relativos; Avaliação das magnitudes dos indicadores de impacto e do impacto total do

acidente.

Riscos Físicos

Tais riscos são devidos as propriedades físicas das substâncias, que no caso de materiais perigosos são importantes as seguintes:

Estado físico ou de agregação da substância no interior do conteúdo e as condições ambientes;

Pressão de vapor; Temperatura de ebulição; Temperatura de fusão; Densidade; Viscosidade; Tensão superficial; Solubilidade dos vapores na água; Miscibilidade da substância com a água.

Neste grupo, incluem também as propriedades de risco que dependem da estabilidade dos núcleos dos átomos que compõem as moléculas da substância em questão.

Quando há átomos instáveis no núcleo causando radiações provenientes de várias naturezas, se os átomos vizinhos colidirem com átomos ou moléculas de ar ou do material que as rodeia, devido ao seu alto teor energético são capazes de fazer eles perdem elétrons ou íons formando outros núcleos atômicos instáveis, os quais são conhecidas como "radiação ionizante" e dão lugar aos chamados “Riscos Radiológicos”.

Riscos Radiológicos

Como indicado acima, são integradas por terem radiações ionizantes temenergia suficiente para ionizar o material que o rodeia e é classificado da seguinte forma:

Radiações alfa () – de natureza corpuscular é composta de agrupamentos de átomos hélio (He) e, portanto, têm carga positiva (+) e massa suficientemente grandes, o que a limita a viagens muito curtas e sua energia é relativamente baixa em relação às outras radiações ionizantes.

Radiação beta () – é do tipo corpuscular, composto de elétrons e conseqüentemente tem carga negativa (-), são menores do que a Alfa e com mais energia e, portanto, alcançam maiores distâncias.

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Radiação gama () - Não é corpuscular, mas de natureza eletromagnética com uma onda muito curto (mais curto espaço de espectro eletromagnético) e, portanto, percorre distâncias virtualmente ilimitadas e com um elevado teor energético, que a faz muito perigosa.

Radiação X (X) - Não é corpuscular, mas de natureza eletromagnética com comprimentos de onda superiores a radiação gama, mas ainda muito Curtas (no espectro eletromagnético, em termos de tamanho, é o menor imediatamente anterior à radiação gama), com alto teor energético e capaz de viajar grandes distâncias.

Nêutrons (n0) - De natureza corpuscular, partículas subatômicas sem carga elétrica, que podem ter alta ou baixa energia, sendo a mais perigosa por causa da baixa energia e de viajar mais devagar, dando-lhes oportunidade de colidir com os núcleos dos átomos instáveis.

Pósitrons (+) - De natureza corpuscular, corresponde a anti-partícula dos elétrons, mas com carga positiva (+).

Para avaliar os riscos das radiações ionizantes devem ser levadas em conta as suas naturezas, como já indicado antes, e além disso:a) Se for emitida fora ou dentro do objeto biológico ou em outras palavras, se são fontes externas, ou de fontes internas, sendo este último o mais perigosos.

b) Os 3 fatores que dão maior segurança no manuseio de radiação ionizante: maior distância, tempo de exposição e roupas de proteção e blindagem.

Riscos Químicos

São aqueles que resultam das propriedades químicas das substâncias e podem ser divididas em:

Combustão

É a reação química entre um doador de elétron e um receptor de elétron (oxidante e redutor) com uma alta velocidade de reação e uma grande produção energia na forma de calor e luz.

São necessários 4 fatores para que exista fogo:a) Combustível.b) Oxigênio (ou outro comburente).c) Calor (energia de ativação).d) Reação em cadeia.

Toxicidade

Este risco é da propriedade de uma substância para inferir algumas das reações

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bioquímicas do metabolismo biológico , causando a sua resposta que pode variar de danos a um local temporário e morte.

No entanto, uma vez que este tema é bastante extenso para um grupo de Resposta de Emergência, será julgado em separado, a fim de desenvolver vários dos parâmetros de avaliação.

Corrosividade

O fenômeno da "corrosão", embora se identifica como a degradação de um material pode ter dois tipos de reações químicas:

1. A reação eletroquímica onde existem transferências eletrônicas entre duas substâncias, onde um deles é um elemento ou a liga deles e, na qual o item ou a liga ou outra substância dá elétrons indo para a forma iônica.

2. A segunda maneira é que ele pode vir como uma reação entre os dois reagentes químicos, um doador de elétron e um receptor de elétron ou doador e receptor de próton, que tem uma velocidade mais ou menos elevada e não requer ativação.

Reatividade

É a facilidade com que as substâncias reagem, quer para produzir uma série de produtos pela decomposição ou reação com outros produtos.

Do ponto de vista de materiais perigosos, interessam aquelas reações que se requer baixa energia de ativação (-G0) e que desprendam grandes quantidades de energia (entalpia) (-H0).

Por outro lado, ele deve ter em conta que existem outros fatores que influenciam a velocidade da reação, tais como: pressão, temperatura, superfície contato, o estado físico das substâncias, bem como a presença de um catalisador ou impurezas.

Conhecendo as propriedades químicas do material perigoso, você pode identificar outras substâncias que podem reagir com eles que definem a "compatibilidade" desse material.

Riscos Biológicos

Com materiais perigosos "Riscos Biológicos" são aqueles que podem causar doenças e podem ser divididas em:

Patogenicidade (transição entre os vivos e inertes); Bactérias patogênicas (através de suas toxinas); Toxinas de bactérias patogênicas;

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Organismos parasitas do Reino Protista; Do Reino Fungi alguns fungos; Toxinas de alguns seres do Reino Plantae; Toxinas de alguns seres do Reino Animal.

Este tipo de risco é um dos mais perigosos visto que não há instrumentos para determinar se ocorreu exposição. Em muitos casos se conhece que houve exposição quando se apresentam os sintomas da doença.

Frases de Risco

Como na fichas de dados químicos disponíveis em muitos países agora contém os códigos para certo “risco expresso”, estes levam sentidos e frases aos códigos:

R1 – Explosivo quando seco; R2 – Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou fonte de ignição; R3 – risco extremo de explosão por choque, fricção, fogo ou fontes de ignição; R4 – forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis; R5 – o aquecimento pode causar uma explosão; R6 – explosivo com ou sem o contato com o ar; R7 – fogo; R8 – o contato com material combustível pode causar fogo; R9 – explosivo quando misturado com material combustível; R10 – inflamável; R11 – altamente inflamável; R12 – extremamente inflamável; R13 – gás liquefeito extremamente inflamável; R14 – reação violenta com a água; R15 – contato com água libera gases extremamente inflamáveis; R20 – Nocivo por Inalação; R21 – Nocivo em contato com a pele; R 22 – Nocivo por Ingestão; R23 – Tóxico por inalação; R24 – Tóxico em contato com a pele; R25 – Tóxico por ingestão; R26 – Muito tóxico por inalação; R27 – Muito tóxico em contato com a pele; R28 – Muito tóxico por ingestão; R33 – Perigo de efeitos cumulativos; R 36 – Irritante para os olhos; R39 – Perigo de efeitos irreversíveis muito graves; R40 – Possibilidade de efeitos irreversíveis; R45 – Pode causar câncer; R46 – Pode causar alterações genéticas hereditárias; R48 – Risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada; R49 – Pode causar câncer por inalação; R50 – Muito tóxico para os organismos aquáticos; R60 – Pode prejudicar a fertilidade;

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R61 – Risco durante a gravidez com efeitos adversos para o feto; R62 – Possíveis riscos de prejudicar a fertilidade; R20/21/22 – Nocivo por inalação, em contato com a pele e por ingestão; R23/24/25 – Tóxico por inalação, em contato com a pele e por ingestão; R39/23/24/25 - Tóxico: Risco de efeitos irreversíveis muito sérios por inalação,

em contato com a pele e por ingestão; R36/37/38 - Irritante para os olhos, vias respiratórias e pele; R 50/53 – Muito tóxico para os organismos aquáticos, podendo causar efeitos

negativos a longo prazo no ambiente aquático; R 51/53 – Tóxico para os organismos aquáticos, podendo causar efeitos

negativos a longo prazo no ambiente aquático R36/38 – Irritante para os olhos e pele; R21/22 – Nocivo em contato com a pele e por ingestão.

PRIMEIRA RESPOSTA A NIVEL OPERACIONAL

Identificação e avaliação de riscos

O primeiro passo para a concretização efetiva da prevenção e da intervenção deve ser a identificação e avaliação dos riscos a que estão expostas uma região, de modo que possam ser tomadas medidas para facilitar a redução e gestão de tais riscos e planejamento de intervenções de emergência.

No caso dos acidentes tecnológicos causados por substâncias perigosas, deve se proceder de acordo com a seqüência descrita abaixo (você pode fazer ajustes de acordo com condições específicas de uma determinada região):

a. Inventário de estatísticas de acidentes provocados por substâncias perigosas na região abrangida pelo estudo;

b. Inventário de atividades em que as substâncias perigosas são tratadas:

Indústria;

Comércio;

Terminais;

Transporte sistemas:

o Terrestres;

o Ferroviários;

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o Marítimos;

o Fluviais;

o Viadutos.

c. Caracterização das substâncias e suas respectivas quantidades.

d. Identificação dos riscos e possíveis conseqüências provocadas por quaisquer acidentes, incluindo as atividades e os produtos identificados.

e. Implementação de medidas para reduzir os acidentes e gestão de risco.

Estas atividades não só fornecem os resultados de um ponto de vista preventivo (redução e gestão do risco), mas também as informações fundamentais para o planejamento de um sistema de atendimento de acidentes tecnológicos na região de estudo.

Planejando um sistema de atendimento de acidentes ambientais casa tecnologia

Tal como na fase anterior, o planejamento de um sistema de atendimento de acidentes deve ser realizada por um grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo diversos segmentos da sociedade envolvidos, através de especialistas das diferentes áreas envolvidas.

Antes de iniciar a organização de um sistema de atendimento de acidentes, deve se identificar os diferentes sistemas de emergência na região, dentre outros:

Bombeiros;

Polícia;

Cuidados médicos.

O sistema de emergência que irá organizar e executar, deve considerar as peculiaridades da região e agências participantes, por forma de que as maiorias das estruturas existentes precisam de adaptações.

O sistema de cuidados de acidente deverá incluir os seguintes:

a. Recursos humanos

Especialistas de diferentes áreas envolvidas (defesa civil, médicos, ambientais, etc.) e a disponibilidade de materiais e equipamentos em quantidade suficiente para atender a eventuais acidentes investigados anteriormente.

b. Sistema de comunicação

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Depois de ter definido o sistema e ao funcionamento das agências, dependendo do tipo e dimensão do acidente, deve ser posta em uso (ou mesmo a adaptar), os sistemas existentes, por forma a facilitar a comunicação necessária em um tempo rápido e confiável durante a atenção aos acidentes.

O sistema de comunicação deve considerar o uso de telefones (tanto públicos como linhas privadas), rádio, entre outros.

c. Rotinas operacionais

Serão definidos pela rotina de procedimentos destinado ao combate contra cada um dos possíveis acidentes estudados, com uma organização hierárquica para implementá-lo durante a emergência, bem como as funções que desempenham os vários agentes envolvidos, e os recursos a serem mobilizados.

d. Treinamento

A implementação do sistema de saúde deve ser precedida de sessões de formação em tipos diferentes e em diversos níveis, visando:

Coordenador;

Participantes;

Jornalistas;

Comunidade.

e. Manutenção do Sistema

O sistema deve ser avaliado, periodicamente atualizado e refinado, baseado na experiência, de modo a manter o nível desejado de eficiência ao longo do tempo. Também é importante lembrar que a constante formação contribui significativamente para a manutenção eficiente, por isso, é necessário prever programas de formação regulares.

Considerações gerais

Não se pode ignorar a possibilidade de ocorrência de acidentes ambientais causados por produtos químicos. No entanto, é necessário para tentar minimizar a probabilidade de ocorrência destes eventos, o desenvolvimento de medidas preventivas adequadas.

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É igualmente necessário desenvolver medidas de reparação eficazes para reduzir eventuais impactos ao meio ambiente durante a ocorrência de acidentes.

Com base nestas considerações, pode-se dizer que a gestão de acidentes ambientais ocorre através de duas fases, que correspondem a diferentes medidas.

A eficácia da prevenção de acidentes e a minimização dos seus impactos ambientais, só será possível através do desenvolvimento de um sistema adequado para ser continuamente atualizado e refinado, com o objetivo de:

a. Preservar a vida humana.

b. Evitar impactos significativos ao meio ambiente.

c. Evitar ou minimizar perdas.

Equipamento de Proteção Pessoal (EPP)

Os "equipamentos de proteção individual (EPI)," deve do ponto de vista de uma medida de segurança ser o último a ser usado, mas em emergências com materiais perigosos e resíduos irão ser permanentemente a única medida de proteção ao pessoal.

O EPP também é uma barreira entre a pessoa e o risco, portanto depende de 5 fatores: 1. Ter sido selecionado para o risco adequadamente.

2. Ter o alinhamento das características antropométricas do usuário.

3. Que o usuário que deseje usar.

4. Que o usuário utilize corretamente.

5. Da manutenção que se proporciona.

No caso de pronto-atendimento com materiais perigosos e resíduos, as rotas de entrada no organismo são basicamente 2:

Inalação (através do sistema respiratório);

Absorção (através da pele).

Deste modo, é necessário proteger o sistema (sistema respiratório) e o maior dos órgãos que do homem (pele). Em cada caso exige que se conheçam as propriedades dos materiais ou resíduos perigosos para dar proteção adequada.

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No caso do sistema respiratório, as propriedades de importância são a reação do material / resíduos perigosos com água e de sua solubilidade em água, que juntamente com o tamanho da molécula vai determinar a capacidade de irritar, ou queimar os alvéolos ou ainda passar a se dissolver no na corrente sanguínea através da membrana plasmática.

Para a pele, o que importa é a sua solubilidade em gorduras (liposolubilidade) e penetrar no organismo, ou, por outro lado, pode existir reação com a água que pode causar necrose das células epidérmicas, em zonas úmidas ou se a afinidade é muito elevada, mesmo em zonas secas devem também ser tidas em conta as afinidades com outros componentes das células, como o caso das proteínas com o ácido nítrico (reação xantoprotéica).

Equipamento de Proteção Respiratória

O metabolismo aeróbico em seres humanos exige O2 (oxigênio) para produzir sua energia por meio de um processo chamado de respiração e que, em humanos, podem ser divididos em extracelular e intracelular. A parte extracelular é basicamente o transporte de O2 pela hemoglobina no sangue.

A inalação do ar contém 21% de O2 e exalados pelos seres humanos, cerca de 16% de O2.

O CO2 é exalado em uma concentração de 2%, porque boa parte é utilizado para regular o pH do sangue.

Para proteger o sistema respiratório podem dividir as equipes em dois grandes grupos:

Purificadores de ar;

Autônomos de atmosfera.

Purificadores do ar

Como o próprio nome indica, são equipamentos que usam um filtro de ar para manter fora do trato respiratório as partículas em suspensão, névoa, poeiras, aerossóis, ou absorver os poluentes presentes no ar.

Suas limitações são:

Focado somente em ar filtrado, de forma que ele deve ter pelo menos 19% de O2;

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O filtro de média absorção tem uma capacidade de filtração e saturação que varia com o contaminante; o filtro de média absorção, dependendo das condições ambientais, em média, excede mais de 180 ppm para ventilação e máximo de 2% por um período não superior a 20 minutos.

Não mostrar qualquer sinal de insuficiência ou saturação de O2.

Identificação dos filtros químicos por cor

Branco - gases ácidos;

Preto - vapores orgânicos;

Amarela - gases ácidos e vapores orgânicos.;

Verde – Amoníaco;

Vermelho – “Universal” ou HEPA (alta eficiência na purificação do ar).

O equipamento de filtragem do ar tem 2 parâmetros para avaliar a sua eficácia ou comportamento.

Fator de proteção;

Limite máximo de uso.

Autônomo de Atmosfera

Esses equipamentos funcionam de uma forma que seja totalmente independente do ambiente que os rodeia e pode ser dividido em:

• De circuito fechado;

• De circuito aberto.

Equipamento de Circuito Fechado de Proteção Respiratória

Os equipamentos que são de circuito fechado geram o seu próprio O2 e absorve o CO2 produzido durante a respiração, na recirculação do ar, especialmente do N2, de forma que, além de ser autônoma, não há gás libertado para a atmosfera. Esse é o caso do equipamento utilizado pelos astronautas e utilizado pela Marinha.

Para o serviço de urgência com materiais perigosos, não são utilizados porque é necessário que o equipamento de proteção respiratória seja livre de produtos e para manter uma pressão positiva na máscara.

Independente de equipas de Proteção Respiratória do Circuito Aberto

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São aqueles que libertam para a atmosfera o ar expirado, e possuem pressão positiva que mantém a pressão do ar dentro da peça facial maior que a atmosfera que o rodeia.

No serviço de emergência, quer Bombeiros Municipais, Equipe de Engenharia de Resposta de Emergência para Material Perigoso ou grupos de emergências industriais e resíduos perigosos, o equipamento de proteção respiratória é um equipamento autônomo de circuito aberto, tipo de pressão positiva. O mais comum é o cilindro do ar, visto que a linha aérea, tem seus custos iniciais e de manutenção maiores e é quase que exclusiva para os Grupos de Resposta Industrial.

A máscara com cilindro de ar com regulador de pressão do tipo demanda é habitual para conveniência. SCBA (Self Contein Breathing Apparatus), e essa denominação que sempre se usará.

Antes de falar sobre o vestuário de proteção para os materiais perigosos, o que se segue é um resumo de equipamento de proteção respiratória, observando primeiro os filtros e, em seguida, o SCBA.

Organização do ICS

O grupo de resposta industrial deve ser formado por no mínimo 5 pessoas divididas em:

1 comandante do Grupo de Resposta Industrial (CGRI);

1 Grupo de Entrada de 2 pessoas (GE);

1 Grupo de Respaldo de 2 pessoas (GR).

Comandante do Grupo de Resposta Industrial

Tem o controle do local;

Conta com conhecimentos profundos sobre emergências com materiais perigosos, saneamento de solos e água e disposição final. Tem uma grande experiência especializada;

Conta com capacidade de liderança;

Tem o controle sobre o grupo de entrada e de respaldo;

Tem o controle sobre os recursos materiais necessários para a contenção, confinamento, tamponamento e travas;

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Controla o tempo de trabalho, relevo e vigia as condições climatológicas e suas mudanças;

Deve manter registros em relação aos acontecimentos, decisões, tempos e recursos empregados.

Grupo de Entrada

2 ou mais pessoas;

Altamente capacitadas nas atividades de resposta a materiais e resíduos perigosos;

Preparadas fisicamente.

Grupo de Rescaldo

Semelhante ao GE.

Grupo de Descontaminação (GD)

2 ou mais pessoas dedicadas a atender a descontaminação das pessoas e equipamentos que se utilizam.

Logística

Localiza e prove os recursos materiais e humanos necessários;

Controla e gerencia aqueles recursos materiais e humanos;

Controle os terceirizados.

Necessidade de um plano de emergência a materiais perigosos

OS OITO PASSOS DE UMA AÇÃO DE RESPOSTA

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O SCI é um sistema útil para manejar materiais perigosos de uma maneira organizada e efetiva. O SCI é uma ferramenta crítica para uma ação de resposta. A resposta da ação consiste nos oito passos:

Manejo e controle do local;

Identificação dos materiais perigosos;

Avaliação dos riscos e perigos da situação;

Roupas e equipamentos de proteção pessoal;

Recursos e coordenação da informação;

Controle, confinamento e contenção do produto;

Descontaminação;

Fim do acidente.

Manejo e controle do local

O manejo e controle do sítio é o processo na qual se realiza o isolamento da população dos materiais perigosos do incidente. Isso envolve o isolamento do incidente, evacuação do público, limitação do acesso a área, construção de uma área de observação segura para o SCI e solicitar aos oficiais encarregados do cumprimento da lei que mantenham o público a uma distância segura.

Identificação de materiais perigosos

A identificação dos materiais perigosos em um incidente pode salvar vidas humanas. A avaliação e seleção de estratégias e táticas de resposta em um incidente relacionado com materiais perigosos estão baseadas na identificação dos produtos presentes.

Avaliação dos perigos e riscos

Para poder avaliar os riscos, o encarregado de resposta deve ser capaz de identificar as substâncias presentes e determinar seus perigos e características de comportamento. Os perigos estão categorizados baseando-se na saúde, inflamabilidade e reatividade. Os encarregados da primeira resposta devem ser capazes de ler e interpretar as MSDS. O encarregado da resposta deve ser capaz de obter e compreender as seguintes informações:

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Nome do transporte;

Classificação de perigos do DOT;

Número de identificação;

Número do STCC (código do transporte padrão de mercadorias);

Número CAS;

Estado físico;

Cor;

Odor;

Densidade específica;

Densidade do vapor;

Ponto de ebulição;

Ponto de fusão;

Pressão de vapor;

Solubilidade;

Grau de solubilidade;

Perigos para a saúde;

Perigos de exposição;

Dose letal (LD50);

Concentração letal (LC50_;

Valor máximo de exposição;

LIE e LSE;

Efeitos carcinogênicos, teratogênicos;

Procedimentos de descontaminação;

Procedimentos para emergências médicas;

Perigos de incêndios;

Ponto de inflamabilidade;

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Ponto de auto-ignição;

Alcance de inflamabilidade;

Produtos tóxicos gerados na combustão;

Perigos de reatividade;

Reatividade;

Reatividade a água;

Materiais pirofóricos;

Polimerização;

Perigos da corrosão;

pH;

Agentes de neutralização;

Perigos radioativos;

Outros.

Também o encarregado de resposta deve estar consciente e ser capaz de utilizar outras fontes de informação incluindo livros, panfletos, bancos de dados e linhas de emergência. Quando se obtém a informação apropriada se pode avaliar os riscos apresentados pelos materiais perigosos. Essa avaliação considera o objetivo geral dos esforços de resposta, os quais estão destinados a evitar ou minimizar o dano causado a pessoas, propriedades e meio ambiente. Deve se fazer algumas perguntas, entre elas:

É possível que os materiais se movam ?

O que causará a migração dos materiais ?

Se o material perigoso se mover, que impactos pode ocasionar ?

Roupas e uniformes de proteção

As roupas e equipamentos de proteção usados na resposta também terão que estar identificados. As principais preocupações ao escolher essas roupas devem ser a resistência, dureza, flexibilidade, resistência a temperatura e tempo, integridade geral

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e descontaminação. A compatibilidade com as substâncias perigosas envolvidas no incidente também deve ser considerada. O encarregado da primeira resposta deve estar treinado na seleção do equipamento de proteção apropriado. É também importante que o pessoal de resposta inspecione periodicamente suas roupas e equipamentos de proteção e que mantenham uma documentação adequada com respeito ao uso e manutenção destas roupas e equipamentos.

Recursos e coordenação da informação

O gerenciamento e a coordenação da informação em um incidente relacionado com materiais perigosos geralmente constituem uma tarefa complexa e ampla. Pode ser possível que seja perigoso operar com informação insuficiente e também pode ser perigoso iniciar ações de resposta se um está sobrecarregado por muita informação.

As técnicas de contenção são aquelas ações necessárias para manter o material dentro de seu envase de contenção. Estes requerem ao entrar na Zona Quente para controlar o derrame e são de forma geral técnicas ofensivas. Esses podem incluir levantar e selar os recipientes, fechar e ajustar as tampas e cápsulas. Também alguns materiais perigosos podem ser neutralizados através de uma reação química.

Habilidades de assumir o comando

Conhecimento

Para abordar o tema da determinação das variáveis, é necessário contar com um claro “conhecimento” do problema a resolver. No entanto, falar de conhecimento é entrar um pouco na Teoria do Conhecimento e, neste aspecto, sair do conhecimento dogmático.

Conhecimento Empírico – Aquele que se obtém pela experiência diária sem realizar um raciocínio formal e não se pode comprovar mediante use de medição.

Conhecimento Científico – É aquele que é obtido da observação, a experimentação, medição, comprovação e que facilita correlacionar causa e efeito.

Conhecimento Empírico Conhecimento Científico

Obtém-se com base na própria experiência Obtém-se por meio do raciocínio, levando em consideração sua relação causa e efeito

Em sua obtenção intervém os sentidos Se obtém pela aplicação do método cientifico

Não obedece a uma relação causa e efeito Seus conhecimentos são aceitos universalmente

São transmitidos de forma oral São comprovados pela experimentação

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Não objetiva dominar o objeto de estudo a fundo Através da tecnologia se aplica as diversas áreas de qualquer humano

Controle Geral sobre a área dos acontecimentos

Deve se estabelecer zonas de controle no local de uma emergência e perfeitamente marcar de acordo com o plano local ou obter informações sobre os materiais envolvidos.

Zona de apoio - Área de segurança onde o pessoal que trabalha com a situação de emergência, pode se mobilizar livremente. Aqui, você deve definir a posição inicial do comando, estacionamento, suprimentos, estação meteorológica portátil, armazenamento dos equipamentos descontaminados. Ele também é conhecido como "zona fria".

Espaço de Acesso limitado - A zona circundante ou zona restrita é segura para transporte do equipamento de proteção individual e de nível "B". Ele também era conhecido como "zona morna".

Acesso restrito - É uma zona de exclusão, estão diretamente expostos aos riscos, é chamado de "zona quente". Somente é permitida a entrada com equipamentos e ferramentas especiais.

Zona de perigo extremo – É o risco em si. Fugas, escapes, incêndio; é denominada “zona negra”.

Roupas de proteção contra substâncias químicas

Em resposta a acidentes envolvendo produtos químicos, a finalidade do vestuário de proteção é a salvaguarda do corpo dos riscos do produto, tais como a causar danos à pele ou ser absorvida por ela e afetar outros órgãos.

A escolha e o uso correto destas roupas, complementado com equipamento de proteção respiratória, ajuda a proteger os técnicos de ambientes hostis.

O material escolhido deve ser tão resistente quanto possível, sobre o ataque químico. O modelo das roupas também é importante e depende se o produto está envolvido no ar, ou se a exposição da pele (contato com o produto) é direta ou através de respingos. Ele também deve considerar outros critérios de seleção, incluindo a probabilidade de exposição, a facilidade de descontaminação, mobilidade, durabilidade e, em menor escala, custo.

Há uma variedade de materiais para a fabricação do vestuário de proteção. Cada um desses materiais proporciona um grau de proteção para a pele a partir de

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uma gama de produtos, mas nenhum material oferece máxima proteção contra todos os produtos químicos. Vestuário de proteção deverá ser selecionado com um material que proporciona a maior resistência contra o produto conhecido ou que podem estar presentes.

A seleção do vestuário de proteção adequado pode minimizar o risco de exposição a substâncias químicas, mas não protege contra perigos físicos, tais como incêndio, radiação e eletricidade. Para garantir uma proteção completa para os técnicos, é importante utilizar outros equipamentos de proteção. Capacetes resistentes são utilizados para cabeça, para os olhos e rosto, vidros resistentes ao choque, para os ouvidos são usados protetor auditivo, para os pés e as mãos, botas e luvas resistentes aos produtos químicos.

Classificação do vestuário de proteção

As roupas são classificadas de acordo com os seus modelos e o uso de materiais de vestuário.

Roupa totalmente encapsulada: as roupas que são totalmente encapsuladas são uma peça que embrulha (encapsula) totalmente o usuário. Botas, luvas e vestuário que compõem o usuário para testar os gases e vapores, são incorporados, mas podem ser eliminados se desejar, já que eles estão ligados à roupa através de dispositivos. Mesmo o zíper oferece uma perfeita proteção contra gases ou vapores. Este vestuário, à prova de gás, deve ser submetido a testes para garantir a sua integridade.

A proteção respiratória é fornecida através de pressão positiva e respiração autônoma incorporada na roupa ou por um tubo externo do ar que mantém uma pressão positiva.

As encapsuladas são usadas para proteger o usuário contra gases, vapores tóxicos e partículas no ar. Além disso, protege contra respingos de líquidos. O grau de proteção oferecida pela roupa contra um produto químico depende do material utilizado na sua fabricação. Quando não há ventilação, há o perigo de acumular calor, o que pode causar um risco para o usuário.

Devido à sua complexidade, o usuário vai precisar de ajuda para vesti-la.

Existem vários acessórios que podem complementar estas roupas para proporcionar conforto na operação, como coletes de resfriamento, botas e sistema de rádio.

Roupas não encapsulados: vestuário protetor que não é encapsulado, geralmente é conhecido como vestuário contra respingos de químicos, e não se incluem, à proteção facial. Além disso, você pode utilizar um tubo de respiração autônomo fora do traje, bem como uma máscara de filtro químico. As roupas podem ser de dois tipos: uma

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peça única, ou um conjunto de calça e casaca. Qualquer um deles pode incluir um capuz e outros acessórios.

As roupas não encapsuladas não são concebidas para proteger contra gases, vapores e partículas, apenas proteger contra respingos. Mesmo assim, podem ser completamente fechadas, com a utilização de fitas, nos tornozelos e no pescoço para evitar a exposição de qualquer parte do corpo. No entanto, essas roupas não são consideradas como a prova de gases, mas podem ser um bom substituto para as roupas totalmente encapsuladas quando a concentração do produto envolvido é baixa e material não é altamente tóxico para a derme.

Uso único ou descartado:

Uma terceira classificação é a roupa descartável. Esta classificação é relativa e é baseado no custo, facilidade de descontaminação e de qualidade de vestuário. Geralmente o é vestuário de proteção química que custa menos por peça. Em situações em que é difícil descontaminação, pode ser mais barato que roupas não-descartáveis.

Requisitos de desempenho de proteção química para vestuário.

Para escolher o equipamento de proteção adequado, deve se analisar vários requisitos. A importância do material depende da atividade e as condições específicas do local. Os requisitos de performance são os seguintes:

Resistência química: a capacidade do material para suportar as mudanças físicas e químicas. O desempenho é o requisito mais importante de resistência química do material. Deve manter a sua integridade estrutural e qualidade de proteção para estar em contacto com produtos químicos;

Durabilidade: a capacidade de um material para resistir ao uso, ou seja, a capacidade de resistir à perfuração, abrasão e arranhões. É a resistência inerente ao material;

Flexibilidade: é a capacidade de dobrar. É muito importante para luvas e vestuário de proteção, uma vez que afeta diretamente a mobilidade, agilidade e restringe movimentos do utilizador;

Resistência a calor: a capacidade de um material para manter a sua resistência química durante a temperaturas extremas (na maior parte altas temperaturas) e manter-se flexível em baixas temperaturas. A tendência geral da maioria das matérias é que altas temperaturas reduzam a sua resistência química, enquanto as menores reduzem a sua flexibilidade;

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Vida útil: é a capacidade de um material para resistir à deterioração e envelhecimento. Os fatores como o tipo de produto, temperaturas extremas, umidade, luz ultravioleta, agentes oxidantes e outros, reduzem a vida útil do equipamento. O armazenamento e o bom atendimento a esses fatores podem ajudar a prevenir envelhecimento. Devem ser consultadas no âmbito dos fabricantes recomendações para armazenamento de roupas;

Facilidade de limpeza: é a capacidade de efetivamente descontaminar os materiais de proteção. É a medida relativa à capacidade de um material para remover a substância impregnada. É virtualmente impossível descontaminar alguns materiais, por isso é importante cobrir com forros com descartáveis para evitar a contaminação.

Níveis de proteção

As equipes de emergência devem usar equipamento de proteção individual, em caso de eventual contato com substâncias perigosas que podem afetar a saúde ou segurança. Isso inclui os vapores, gases ou partículas que podem ser gerados durante as atividades no local do acidente, que promove o seu contato com os componentes da equipe. A máscara facial do equipamento de respiração autônomo protege o trato respiratório, trato gastrointestinal e os olhos do contato com essas substâncias. O vestuário de proteção protege a pele do contato com substâncias que podem destruir ou ser absorvidas através da pele.

O equipamento destinado a proteger o corpo humano do contato com produtos químicos foram divididos pelos norte-americanos (NFPA 471), em quatro níveis, de acordo com o grau de proteção necessária:

Nível A de proteção

Ela deve ser usada quando é necessário o mais elevado índice de proteção respiratória para a pele e olhos. É constituída por:

Aparelho de respiração com pressão positiva ou tubo externo do ar;

Roupas totalmente encapsuladas;

Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;

Capacete incorporado na roupa;

Rádio.

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Nível B de proteção

Deve ser utilizada no caso em que se requer uma taxa mais elevada de proteção respiratória, mas com um menor grau de proteção para a pele. É constituída por:

Aparelho de respiração com pressão positiva;

Vestuário de proteção contra respingos químicos confecionadas em uma ou duas peças;

Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;

Capacete;

Rádio.

Nível C de proteção

Deve ser usado quando você deseja obter um grau de proteção respiratória do menor que o Nível B, mas com as mesmas condições de proteção para a pele. É constituída por:

Aparelho de respiração autônomo, sem pressão positiva ou máscara facial com filtro de produtos químicos;

Vestuário de proteção contra respingos químicos confeccionados em uma ou duas peças;

Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;

Capacete;

Rádio.

Nível D de proteção

Deve ser utilizado apenas o uniforme ou roupas de trabalho em locais não sujeitos a riscos para o sistema respiratório ou pele. Este nível não inclui a proteção contra riscos químicos. É constituída por:

Macacão, uniformes ou roupas trabalho;

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Botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos químicos; Óculos de proteção ou viseiras; Capacete.

Seleção e utilização de vestuário protetor

Quando o produto químico é conhecido, é mais fácil escolher o mais adequado. Mas quando você não conhece o produto em causa ou quando é um mix de produtos conhecidos ou não, a seleção torna-se mais difícil.

Outra grande dificuldade no processo de seleção do vestuário de proteção é a desconhecimento sobre a resistência do material contra diversos produtos químicos.

O processo de seleção de vestuário é: Avalie o ambiente em que irá trabalhar com os técnicos; Identificar os produtos envolvidos e determinar as suas características físicas,

químicas e toxicológicas; Avaliar se a substância representa qualquer risco para a pele, se a concentração

conhecida ou previsível; Escolha uma roupa protetora que proporcione em mais tempo para as menores

taxas de permeabilidade e de degradação; Determinar se o traje é totalmente encapsulado ou se não é necessária.

Apesar das muitas variáveis existirem, muitas vezes o vestuário de proteção adequado deve ser selecionado de acordo com o estágio e a experiência do pessoal.

Abaixo está uma lista de algumas condições para escolher o nível mais adequado de proteção.

Nível A de proteção

Esse nível de proteção deve ser escolhido quando: O produto químico foi identificado e exige o maior nível de proteção para o

sistema respiratório, pele e olhos; Existem suspeitas da presença de substâncias com elevado potencial de dano à

pele e possível contato, de acordo com a atividade a ser executada; As ações são realizadas em espaços confinados, sem ventilação; Se leituras diretas de monitoramento indicam concentrações perigosas de

gases ou vapores na atmosfera, por exemplo, valores acima do IDLH (concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde).

Nível B de proteção

O nível B de proteção deve ser escolhido quando: O produto em causa e a sua concentração tenham sido identificados e que

exigem um elevado grau de proteção respiratória, mas sem exigir o mesmo nível de proteção para a pele. Por exemplo, atmosferas com uma concentração de produto no nível de risco que representam IDLH sem a pele ou mesmo se

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não for possível a utilização de máscaras com filtros químicos para que a concentração e o tempo exigido façam a atividade a ser executada;

A concentração de oxigênio na atmosfera é de um volume inferior a 19,5%; Há pouca probabilidade de formação de gases ou vapores em altas

concentrações que podem ser nocivos para a pele.

Nível C de proteção

O nível C de proteção deve ser escolhido quando: A concentração de oxigênio na atmosfera é de um volume menor de 19,5%; O produto tenha sido identificado e sua concentração pode ser reduzida a

valores menores do que o seu limite de tolerância com o uso de máscaras de filtragem;

A concentração do produto não ultrapasse o IDLH; O trabalho a ser realizado não requer o uso de equipamento autônomo de

respiração.

Nível D de proteção

O nível D de proteção deve ser escolhido quando: Não há presença de poluentes na atmosfera; Não há possibilidade de espirrar, mergulhar ou potencial risco de inalar

qualquer substância química.

Como pode se ver, o nível de segurança utilizado pode variar dependendo da obra a ser executada. No entanto, para a primeira avaliação da cena do acidente o nível mínimo de proteção é o B.

Cada nível de proteção apresenta as suas vantagens e desvantagens. Em geral, quanto maior o nível de proteção, mais desconfortável serão as roupas.

O nível de proteção deve ser baseado principalmente na segurança do técnico com o principal objetivo de proporcionar mais de uma proteção adequada e, ao mesmo tempo, o máximo de mobilidade e conforto.

Outros fatores a considerar quando se escolhe o nível mais apropriado de proteção, entre outros, são:

A fadiga causada pelo peso e calor; A freqüência do monitoramento; A decisão lógica, considerados os perigos e riscos; Condições atmosféricas,; As distintas funções fora da área contaminada.

O monitoramento da concentração de gás ou vapor na atmosfera podem também ajudar a escolher o nível de proteção mais adequado.

Recomendações para a redução do stress antes das operações

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Bom estado físico – O trabalho com roupas e equipamentos de proteção química e respiratória gera um desgaste físico. Por essa razão, qualquer condição que prejudique a capacidade normal de trabalho, incluídas as enfermidades debilitantes, deverá ser motivo para que o individuo não realize este tipo de trabalho.

Adaptação a roupa

Nem todos podem trabalhar com roupas de proteção química. Para alguns, o stress psicológico é tão grande que provoca claustrofobia. Muitas vezes, esta condição pode ser identifica durante o treinamento, o que desqualifica o técnico para este tipo de trabalho. A claustrofobia pelo uso de roupa pode ou não ser evidente em sua forma de manifestação. Quando é evidente, o técnico tende a sair da roupa imediatamente, mesmo quando não o faz, o técnico consumirá o dobro de volume de ar por unidade de tempo.

Tamanho

Geralmente, as roupas são feitas em dois ou três tamanhos padrões: médio, grande e extra grande. As pessoas que não se adaptam a estes padrões não devem realizar este tipo de trabalho a menos que sejam produzidas roupas por medida.

Obesidade

O stress provocado pelo calor afetará mais rapidamente e com maior intensidade as pessoas obesas. O stress físico é uma complicação ruim para este indivíduo.

Considerações médicas

É importante que exista um programa de controle de saúde ocupacional para os técnicos que podem estar sujeitos ao stress ocasionado pelo calor. Os técnicos devem receber capacitação nos primeiros socorros, ressucitação cardiopulmonar e sinais e sintomas dos efeitos agudos causados pelo calor.

Capacitação

O trabalho em ambientes excessivamente quentes pode dar lugar a doenças causadas pelo calor, acidentes, aumento da susceptibilidade as substâncias tóxicas e outros efeitos adversos. Todos os técnicos que estão sujeitos ao stress provocado por calor devem receber capacitação nas seguintes áreas: aclimatação, reposição de água e sais, sinais e sintomas dos efeitos causados pelo calor e pela combinação do calor com bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína.

Aclimatação

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A aclimatação é um processo fisiológico de adaptação que permite que um individuo trabalhe de forma mais produtiva com menos incomodo sob condições de stress provocados pelo calor. De forma geral, o processo de aclimatação dura de quatro a sete dias e permite uma diminuição da temperatura corporal e freqüência cardíaca que por sua vez dão lugar a uma redução de perda de sais e um aumento substancial do desempenho no trabalho. Contudo, a aclimatação pode ser perdida tão rapidamente quanto se obtém. Os técnicos aclimatados que regressam ao trabalho depois de nove dias ou mais de doença, devem submeter-se a um período de re-aclimatação de quatro dias, e os técnicos não aclimatados de um a seis, primeiro com 50% da carga de trabalho prevista e do tempo de exposição do primeiro dia. Esta carga de trabalho e o tempo de exposição podem aumentar em 10% diariamente até alcançar a capacidade total de trabalho depois de seis dias.

Métodos de controle de derrames

Existem 4 métodos para o controle de derrames com materiais perigosos, devendo mencionar que pode se utilizar mais de um método de maneira simultânea durante o controle de vazamentos.

Os métodos são:

Controle físico;

Controle químico;

Controle defensivo;

Controle ofensivo.

Controle físico

É o controle e contenção de um material perigoso sem modificar sua composição química. Os materiais devem ser mantidos em armazenamento seguro, no entanto representam perigo ao meio ambiente.

Absorção – utiliza um material absorvente para reter líquidos, geralmente os materiais absorventes tem a capacidade de reter varias vezes seu volume, sem modificar a composição química dos líquidos localizados;

Cobertura – reduz a dispersão de sólidos, líquidos e vapores emitidos de sólidos ou líquidos, esse pode se levar a risca por cobertores físicos tais como plástico

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ou por capas de espuma estendidos pela superfície do derrame para evitar a emanação de vapores;

Diluição – reduz a concentração do material derramado, mas ao agregar água aumenta seu volume e a mobilidade do vazamento;

Direção – utiliza uma fonte externa de energia como um ventilador de ar grande para mover os materiais derramados na direção desejada;

Dispersão – utiliza um gotejamento fino de água para reter gases e vapores. Os gases e vapores inflamáveis podem reduzir a concentração de seu limite inferior de inflamabilidade. Os gases solúveis em água podem ser decantados com neblina de água e serem diluídos (nunca se deve colocar água diretamente sobre o vazamento);

Barreiras compostas – utiliza materiais tais como tela de arame ou palha. Seu uso é limitado a fluxos pequenos;

Tampões – deve ser feito somente com materiais compatíveis com o material derramado, pode ser usado para líquidos, sólidos ou gases.

Controle químico

Utilizam processos específicos para neutralizar ou trocar a natureza do material derramado. Qualquer forma de controle químico tem que ser aceita pelo comandante do incidente no local e pode requerer a autorização de autoridades locais ou federais.

Adsorção – ocorre quando o material liberado se liga a superfície do adsorvente.;

Incineração controlada - é utilizada algumas vezes se ocorre à combustão com temperatura suficientemente alta para destruir todo o material perigoso e assim nenhuma outra instalação seja afetada. É utilizado freqüentemente para destruir pesticidas, herbicidas e materiais similares;

Dispersão – se refere a adição de agentes biológicos ou surfactantes para quebrar líquidos derramados, contudo a dispersão estende o material sobre uma área grande e pode intensificar o impacto ambiental. Se usa freqüentemente em derramamentos de óleo e necessita de autorização das autoridades locais ou federais;

Gelatinização – emprega materiais os quais ao serem adicionados coagulam o material derramado;

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Neutralização – se emprega materiais químicos específicos ao material perigoso derramado para deixar seu pH em um nível próximo a 7. Isso pode causar mudanças no estado do material e freqüentemente libera calor. A técnica exige alto grau de experiência em química;

Solidificação – combina o material derramado com outro para que o resultado seja um produto sólido.

Controle defensivo

Método de controle defensivo pode ser realizado por pessoal de primeira resposta sempre que não se exponham ao contaminante, dentro das estratégias de controle.

Desvio do fluxo do líquido;

Diques para contenção;

Retenção do material derramado.

PROCEDIMENTOS DE DESCONTAMINAÇÃO DAS VÍTIMAS

Introdução

Os técnicos envolvidos no atendimento dos acidentes químicos podem ser contaminados de maneiras diferentes:

Através do contacto com os vapores, gases, nuvens ou partículas;

Respingos do produto.;

Através do contato direto com poças formadas pelo vazamento;

Através do contato com solo contaminado;

Durante a manipulação de instrumentos ou equipamentos.

O vestuário de proteção e respiradores pode ajudar a prevenir a contaminação do usuário. As boas práticas para reduzir a contaminação de roupas, ferramentas e equipamentos. Contudo, a contaminação é possível mesmo quando você seguir essas regras.

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A descontaminação é um processo que envolve a remoção de contaminantes físicos ou alteração de sua natureza química para torná-los inofensivos.

Basicamente, existem três diferentes tipos de descontaminação que podem ser feitas:

Os produtos com baixa toxicidade;

Os produtos com média toxicidade;

Produtos com alta toxicidade.

A descontaminação é o procedimento mais comum a ser utilizado no caso de produtos com baixa toxicidade, que pode ser realizada após o regresso do trabalho de campo.

Para outros produtos, a descontaminação deve começar no local da ocorrência, que pode ou não prosseguir com o retorno da operação.

Para os produtos de alta toxicidade, o procedimento pode envolver a descontaminação incluindo a total destruição do vestuário e do equipamento utilizado.

Convém notar que, no processo de descontaminação, o mais importante não é a velocidade mas sim o rigor.

Seguem-se os diferentes tipos de procedimentos de descontaminação.

Procedimentos para a descontaminação de baixa toxicidade 1. Lavar toda a roupa com uma solução fraca (1 a 2%) de fosfato trisódico e enxaguar com água. 2. Lavar cilindros, máscaras e acessórios de equipamento de proteção respiratória com uma solução fraca (1 a 2%) de fosfato trissódico e lavá-los, sem esfregar, algumas das válvulas. Voltar para enxaguar todas as partes do computador com água limpa. 3. Lavar as mãos e o rosto com água e sabão.

Se a descontaminação não pode ser feita no campo, ele deve levar as roupas e equipamentos em invólucros de plástico para posterior descontaminação em local adequado.

Procedimentos de descontaminação dos produtos de toxicidade média

Em um local concebido para a descontaminação:

1. Lavar com água, vestuário de proteção e equipamento de respiração.

2. Após a lavagem, remover os equipamentos e vestuário, e colocá-los em invólucros de plástico para transporte.

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3. Não fumar, comer, beber ou tocar o rosto.

No mesmo local:

1. Lavar e esfregar todos os equipamentos, como a luvas, botas e vestuário, além do aparelho respiratório com água. Não esfregar em torno das válvulas.

2. Também deve se lavar e remover as roupas usadas por baixo das roupas protetoras.

3. Banhar e esfregar todo o seu corpo com água e sabão com especial cuidado nas áreas ao redor da boca, narinas e sob as unhas.

4. Não fumar, comer, beber, tocar o rosto ou urinar antes de você ter concluído as etapas anteriores.

Processos de descontaminação da alta toxicidade dos produtos

Em um local concebido para a descontaminação:

1. Lavar com água, vestuário de proteção e equipamento de respiração.

2. Após a lavagem, remover os equipamentos e vestuário, e colocá-los em invólucros de plástico para transporte.

3. Não fumar, comer, beber ou tocar o rosto.

4. A equipe realizando a descontaminação deve usar vestuário protetor e aparelho respiratório.

5. Equipamentos de medição, ferramentas e outros materiais usados para o atendimento, devem ser colocados em invólucros de plástico para posterior descontaminação.

Em um local concebido para a descontaminação:

1. Lavar e esfregar todas as partes, como a luvas, botas e vestuário, além do aparelho respiratório, enxaguando com água.

2. É também necessário remover e lavar roupas usadas sob a proteção.

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3. Banhar e esfregar todo o corpo com água e sabão, com especial cuidado nas áreas ao redor da boca, narinas e sob as unhas.

4. Não fumar, comer, beber, tocando o rosto ou urinar antes de ter concluído as etapas anteriores.

5. Procure atendimento médico e fique informado sobre os produtos envolvidos na ocorrência.

Comentário: Ao chegar ao local de trabalho, invólucros de plástico que contêm materiais

contaminados devem ser colocados ao ar livre e em uma área isolada para impedir que outras pessoas entrem em contato com eles.

Recomendações

Quando for necessário mudar o cilindro do ar durante a operação, deve se seguir os seguintes passos:

1. Lavar o cilindro com água antes de removê-lo.

2. O cilindro retirado deve ser colocado em um invólucro de plástico para posterior descontaminação.

3. O técnico responsável pela lavagem e substituição do cilindro deve usar vestuário e equipamento de proteção respiratória.

Outro aspecto importante é a descontaminação dos equipamentos. Devem ser tomadas medidas para evitar a contaminação dos equipamentos de medição. Em geral, equipamentos de medição não se contaminam, a não ser que elas tenham recebido respingos dos produtos. Uma vez contaminados, é muito difícil de limpar sem danos. Deve se proteger os frágeis instrumentos cuja descontaminação não é fácil. Os equipamentos podem ser embrulhados em um saco plástico com algumas aberturas para ventilação e para facilitar as medições.

Equipamentos de madeira são difíceis de descontaminar porque o material absorve produtos químicos. Por isso, eles devem ser guardados em local e ser manuseados por técnicos que usam equipamentos de proteção individual. Uma vez usados, esses materiais devem ser descartados.

Os caminhões, pás e outros equipamentos pesados são de difícil descontaminação. O método utilizado geralmente é a lavagem por pressão ou fricção em áreas acessíveis com uma solução de detergente e água sob pressão.

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Deverão ter especial atenção às rodas, carroçaria e pás. As pessoas responsáveis pela descontaminação devem ser adequadamente protegidas porque o método pode gerar misturas e aerossóis poluentes.

A água da lavagem e limpeza tem que ser armazenadas, por exemplo, em uma grande banheira ou uma pequena piscina. Em seguida, elas devem ser transferidas para garrafas devidamente etiquetadas para tratamento ou eliminação.

Os produtos que não estão incluídos na lista de processos apresentados podem ser classificadas em relação à sua toxicidade no valor de DL50 - dose letal 50, que representa a dose capaz de matar 50% dos animais experimentais.

Produtos com LD50 oral com menos de 50 mg / kg podem ser considerados de elevada toxicidade, a DL50 oral de 50 mg / kg e 5 g / kg, são de toxicidade média, e a DL50 superior a 5 g / kg, são de toxicidade baixa.

Descontaminação do Campo

Planejamento Inicial

O plano de descontaminação inicial assume que todos os indivíduos e equipes que estavam na cena do acidente, estão altamente contaminados. Para descontaminação, que institui a lavagem e limpeza pelo menos uma vez, de todo o vestuário de proteção utilizado.

Para este fim, cria-se um corredor para a redução da poluição (CRC), cuja duração depende do número de estações necessárias para a descontaminação total (que variam conforme o tipo de vestuário de proteção e espaço disponível).

O trabalho começa na primeira estação com a seção dos mais poluídos (geralmente luvas e botas), progredindo até a última estação com o artigo menos contaminado. Desta forma, a poluição diminui à medida que a pessoa se desloca de uma estação para outra. Cada procedimento requer uma estação propriamente dita.

No corredor deve se delimitar áreas com diferentes placas para a descontaminação dos técnicos, laptops, vestuário removidos, e assim por diante, a fim de orientar o time a ser descontaminado. A distância entre as estações de descontaminação deve ser de pelo menos um metro.

No plano de descontaminação inicial, você pode modificar e apagar estações desnecessárias ou adaptar às condições locais. Por exemplo, o plano inicial pode exigir lavar e limpar todas as roupas protetoras. No entanto, se usado luvas, botas e roupas descartáveis, você pode pular esta etapa.

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Todas as atividades do corredor devem ser reservadas apenas para a descontaminação.

Proteção para o equipamento de descontaminação

O nível de proteção a ser utilizado pela equipe de trabalho sobre a descontaminação é determinada por vários fatores:

Contaminação esperada ou visível dos técnicos;

O tipo de poluente, e seu risco para a pele e sistema respiratório;

Concentração de gases ou vapores no CRC;

Material particulado e vapores orgânicos e inorgânicos no CRC;

A equipe nomeada para o cargo deve ser protegida adequadamente para evitar a contaminação.

Extensão da descontaminação

Modificação do plano original

O plano de descontaminação deve ser adaptado às condições encontradas na cena do acidente. É provável que estas condições exijam uma descontaminação superior ou inferior ao previsto. Isto depende de vários fatores.

Tipo contaminante. A medida de descontaminação depende do efeito que produz os poluentes no organismo humano, que não apresenta o mesmo grau de toxicidade (ou risco). Em situações em que há suspeita de contaminação do conhecimento do técnico, é necessário adotar procedimentos para uma completa descontaminação. Se forem substâncias menos perigosas, os procedimentos poderão ser menos exigentes.

Intensidade da poluição. A intensidade da contaminação do vestuário protetor (ou outros materiais e equipamentos) são geralmente determinadas visualmente. Se a inspeção mostra uma intensa contaminação visual, provavelmente será necessária uma cuidadosa descontaminação. A persistência de uma grande quantidade de

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contaminantes no vestuário por um período prolongado pode causar lesões ou até mesmo infiltrar (entrada) para o tecido.

Nível de proteção. O nível de segurança e o tipo de roupa usada determinar o "processo" para a descontaminação. Cada nível de proteção apresenta diferentes problemas para a descontaminação dos equipamentos.

Atividade. O trabalho executado de cada técnico determina o potencial de exposição a materiais perigosos. Desta forma, a atividade indica o "processo" para a descontaminação. Por exemplo, é provável que os fotógrafos, coletores ou outros na zona exclusiva com atividades que não impliquem contato com os materiais, não necessitem de limpeza ou de lavar suas roupas.

Você pode criar procedimentos diferentes para diferentes funções e pode omitir certas estações.

A poluição nas áreas de superiores do vestuário protetor representa um risco maior devido aos compostos voláteis, o que pode causar inalação de concentrações perigosas, tanto para o técnico como para a equipe que realizou a descontaminação.

Motivo para abandonar o local. A razão para abandonar a cena do acidente também determina a necessidade e o grau de descontaminação. Por exemplo, um técnico que deixa a zona exclusiva para deixar ou coletar quaisquer ferramentas ou instrumentos e retorna imediatamente, provavelmente não precisará de ser descontaminado.

Um técnico que busca um novo cilindro ou vem alterar uma máscara ou filtro, pode exigir algum grau de descontaminação. As viagens individuais para o CRC para uma pausa, ou lanches no final do dia, são necessárias para uma minuciosa descontaminação.

Eficácia da descontaminação

Não há nenhuma maneira imediata para determinar quanto eficaz será a descontaminação. A alteração de cor, manchas, corrosão e os efeitos das substâncias que estão ligados a objetos, podem indicar que os poluentes não foram removidos. No entanto, só indica observação visual da superfície contaminação e não a permeabilidade (absorção) pelas roupas, ferramentas e equipamentos. Além disso, muitos poluentes não podem ser facilmente identificados.

Um método para determinar a eficácia da descontaminação é a prova de asseio. Consiste em esfregar um pano ou pedaço de papel na superfície do objeto suspeito de contaminação para análise em laboratório.

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Equipamentos Normalmente, a seleção dos equipamentos, materiais e equipamentos para a

descontaminação depende da sua disponibilidade. Além disso, deve observar outras considerações, tais como a facilidade de manuseio.

Por exemplo, longas escovas de mão ou de cerdas macias podem ser usadas para remover contaminantes, e baldes com água para irrigação ou jardim pode ser usados para enxaguar; piscinas de crianças podem receber água e grandes sacos de lixo, podem conter peças de vestuário e equipamento.

Solução descontaminante

Os equipamentos de proteção individual, ferramentas e outros equipamentos, normalmente são descontaminados com água e detergente em escovas de cerdas macias e, em seguida, lavadas com água. Como esse processo pode não ser completamente eficiente para remover alguns contaminantes (em alguns casos os contaminantes podem reagir com a água), é recomendada para uso uma descontaminação química, após a identificação do contaminante. A escolha de uma solução adequada para descontaminar exige a assistência de um químico.

Estabelecer procedimentos

Assim que procedimentos de descontaminação sejam estabelecidos, todas as pessoas que necessitam ser descontaminadas devem ter instruções precisas sobre como proceder em cada estação. Recomendamos colocar painéis em cada temporada com atividades a serem realizadas. O tempo de descontaminação deve ser verificado previamente. As pessoas não devem retirar as máscaras para deixar a área de trabalho e devem ter ar suficiente para chegar ao CRC e executar e descontaminação.

Descontaminação no campo

Procedimentos

Estação 1: separar o material utilizado

Depósito de equipamentos utilizados em campo (ferramentas, material, instrumentos de medição, rádios, etc.). Tudo dentro de invólucros plásticos.

Equipamento: recipientes de vários tamanhos e invólucros de plástico.

Estação 2: lavagem e limpeza externa de luvas e botas

Limpar as botas e luvas externas com a solução de descontaminação ou detergente e água. Enxágüe com água.

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Equipamento: contentores de 80 a 110 litros, solução de descontaminação ou detergente e água, duas ou três escovas de cabo longo, escovas de cerdas macias e água.

Estação 3: lavagem e lavagem de roupas e máscaras autônomas

Lavar a roupa e a máscara autônoma para remover qualquer resquício esfregando-o com escovas de mão ou de cerdas macias, e usar um grande volume de solução descontaminação ou detergente e água. Envolver o conjunto de válvula do SCBA com plástico para evitar o contato com a água. Lavar o cilindro com um pano ou esponja. Enxágüe com água.

Equipamento: recipientes de 110 para 180 litros, solução de descontaminação ou detergente e água. Escovas de cerdas macias ou escovas longas de cerdas, pequenos baldes, esponjas ou pano.

Estação 4: remover a máscara autônoma (sem remover a máscara facial).

Ficar com a máscara, retire o resto do equipamento e pô-lo em um recipiente adequado. Equipamento: invólucros de plástico ou banheiras.

Estação 5: remoção das botas

Retire as botas e coloque-as em invólucros plásticos.

Equipamentos: recipientes de 110 para 180 litros, invólucros de plástico e um banco.

Estação 6: remoção de vestuário com salpicos de produtos químicos

Remover roupas com respingos de produtos químicos, com a ajuda de um assistente. Coloque em invólucros plásticos.

Equipamentos: contentor de 110 para 180 litros, invólucros de plástico e um banco.

Estação 7: remoção das luvas externas

Retire as luvas e coloque-as em invólucros plásticos.

Equipamentos: contentores de 80 a 110 litros, invólucros plásticos.

Estação 8: lavagem e limpeza interna das luvas

Lavar com a solução detergente ou água e saneamento.

Repita quantas vezes forem necessárias. Enxágüe com água.

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Equipamentos: banheira com água, balde, mesa pequena, solução de descontaminação, detergente e água.

Estação 9: remoção da máscara facial

Retirar a máscara e colocar em um invólucro de plástico.

Evitar o contato das mãos com a face.

Equipamentos: recipientes de 110 para 180 litros, invólucro de plástico.

Estação 10: remoção de vestuário interno

Remover roupas e colocá-las em um plástico. Deve ser retirado o mais rapidamente possível e considerar que uma pequena quantidade de contaminante pode ter passado durante a remoção de roupas com respingos de produtos químicos.

Equipamentos: recipientes de 110 para 180 litros, invólucros plásticos.

Estação 11: lavagem no campo

Tomar um banho, se os contaminantes envolvidos são altamente tóxicos, corrosivos ou capazes de ser absorvido pela pele. Se não for possível o banho, lavar mãos e rosto.

Equipamento: água, sabão, pequena mesa, balde, banheira ou chuveiro e toalha.

Estação 12 Vestimentas

Coloque roupas limpas.

Equipamentos: mesas, cadeiras, armários e roupas.

Atenção pré-hospitalar

O atendimento pré-hospitalar é a forma mais eficiente e conhecida para o atendimento inicial de uma vítima em perigo e em risco de vida e do sofrimento. Este é prestado no local do acidente e conduzido por pessoal treinado e equipado, que visa a terminar o dano à saúde, estabilizar o paciente e transportá-lo em segurança para um hospital preparado adequadamente.

Conhecido por diversos nomes, serviço de emergência médica, de assistência médica de urgência ou de sistema de atendimento pré-hospitalar, nas últimas três décadas, este procedimento revolucionou o processo de alívio inicial. Criados um novo contingente de milhares de profissionais em uma indústria nova, que oferecem produtos e equipamentos novos a cada dia, permitindo um aumento gradual no número de vidas salvas.

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Com este desenvolvimento, cada país começou a criar leis para regulamentar essa atividade, com objetivos e as responsabilidades de cada sistema e de seus profissionais claramente definidos. O que era feito apenas por solidariedade e altruísmo, se tornou um negócio profissional com graduação.

Em agosto de 1998, o Conselho Federal de Medicina no Brasil regulamentou essa área como uma atividade médica. O conselho atribuiu ao médico a responsabilidade pela coordenação do sistema, mas ao mesmo tempo reconheceu que o médico não estava saindo com a devida preparação e identificou a necessidade de uma qualificação adicional para essa atividade. Eles também reconhecam que muitos outros profissionais podem atuar diretamente sobre o alívio para atender as vítimas. Estes devem ser formados e agir sempre sob supervisão médica, mesmo à distância. Em julho de 1999, o Ministério da Saúde publicou, nas mesmas condições, as normas a serem cumpridas pelos serviços de saúde no Brasil.

Emergências médicas de emergência e trauma com produtos perigosos No início, os serviços de atendimento pré-hospitalar (APH) atuaram em

emergências como acidentes de trânsito, emergências médicas e de nascimentos. Mas com a evolução do sistema, em outras situações se tornou freqüente a necessidade de melhorar o atendimento pré-hospitalar. Estes incluem emergências com produtos perigosos.

Emergências com produtos perigosos eram sistematicamente preenchidas pelos organismos preparados de forma específica para esse fim ou pelas empresas que manuseiam esses produtos. No entanto, o trabalho diário de uma equipe de emergência para colocar em situações estes produtos, demonstrando a necessidade de uma melhor preparação, tanto em processos como na formação em monitorament0 para as suas ações.

O primeiro passo é identificar o estágio A maioria das recomendações para os profissionais é que não tentem agir em

um acidente envolvendo produtos perigosos, a menos que estejam qualificados a fazê-lo e que tenham o equipamento adequado e pessoal suficiente para garantir a segurança do estádio.

É altamente provável que um profissional especializado em parada cardíaca, seja incapaz de avaliar o risco de explosão de um caminhão com cisterna derrubado.

Antes de entrarem no local onde ocorreu o acidente, devem ser profissionais qualificados para avaliar os riscos e tomar precauções para eliminá-lo.

De uma forma sistemática, as equipes em geral, antes de abordar uma vítima devem avaliar a situação, tal como três etapas distintas e bem definidas:

1. Qual é a situação? - Essa etapa identifica exatamente o que está acontecendo e quais são os detalhes que introduziu a cena. É provável que um resgatista com pouca experiência faça sua ação sobre as vítimas e negligencie a avaliação adequada do ambiente como um todo. 2. Como poderia mudar a situação? - Nesta fase é de prever a possível evolução da situação. Uma análise inadequada na seção anterior, pode induzir um erro fatal.

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3. Quais os recursos devem ser organizados? - Esta análise permite concluir um primeiro passo crucial antes de iniciar o tratamento das vítimas.

Evidentemente, a rapidez e a precisão com que alguns profissionais executam estes três passos são o resultado da formação, experiência e avaliação contínua dos resultados obtidos em acidentes no passado.

Para este efeito, os serviços de APH devem ser desenvolvidos em programas para treinar profissionais já que em geral, estes podem ser os primeiros a chegar a uma zona de emergência.

Múltiplas vítimas em clínicas de emergência - uma advertência Um alerta constante para as equipes de APH em geral, é a ocorrência de mais

de uma vítima não-traumática em uma emergência em um ambiente específico. Antes de começar a sistemática de atendimento a estas vítimas, é necessário avaliar o ambiente, a fim de buscar fatores externos, tais como gás, o que pode estar causando o problema. Isso requer que a equipe de socorro verifique que outros trabalhadores estão protegidos.

A temida "visão" do salva-vidas que vê apenas a vítima e que irá proporcionar alívio e não se preocupando com o ambiente, mostra a má formação e pouco profissionalismo. Os profissionais devem ter amadurecido o suficiente para lidar emocionalmente com a existência de uma ou mais vítimas em um ambiente que não podem entrar sem estar preparados.

Identificação do produto e estabelecimento de uma zona segura Para um socorro eficaz, é fundamental a identificação do local. Isso permite que uma ação precisa nas medidas mais adequadas para o socorro das vítimas. Ele também permite proteger áreas de atuação e áreas consideradas de risco, onde você só pode agir com a devida proteção. O atendimento das vítimas

Inicialmente, a vítima deve ser levada para um local seguro. O resgatista deve estar preparado contra a contaminação. A segurança deve ser a primeira regra a seguir. Podem ser necessárias técnicas de descontaminação das vítimas e trabalhadores voluntários, bem como manutenção das vias aéreas, antídotos específicos e cuidados gerais em caso de danos.

Embora existam poucos, algumas cidades têm hospitais com especialização em intoxicação.