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H A RV E s T

FACULDADE TEOLOGICA

O conhecimento ao alcance de todos.m '

Matérias 1 a 4

Conhecendo Deus I A Origem do Homem e do Pecado

O Plano de Salvação Origem da Bíblia

Page 3: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

FACULDADE T EO LÓ G IC A *

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© 2009 by Harv Assessoria e Consultoria Ltda Todos os direitos reservados.

Gerência Editorial: Lelis Trajano

Coordenação Geral e Preparação dos Originais: Taciana Trajano

Coordenação Pedagógica e Revisão de Provas: Monica Cardoso

Supervisora da Equipe de Colaboradores: Márcia Guaycuru

Colaboradores: Ana Lúcia Pedroso, Bianca de Carvalho, Cecília Paz, Cláudio Luraschi, Isaías Florêncio,

Isaque de Andrade, Jesse Alexandrino da Silva, João Batista Pires, João Ismael Placoná,

Queila Rosana Teobaldo, Rogéria Ventura, Sérgio Gabanela, Thalita Graciolli, Wagner Machado da Silva

Projeto Gráfico, Capa e Diagramação: Roberta Ramos do Amaral

Imagem cedida por Istockphoto - Brasil e Stockxpert

Impressão e Acabamento: Associação Religiosa Imprensa da Fé

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada

NVI - Nova Versão Internacional - 8a Edição

© 1993, 2000 de Sociedade Bíblica Internacional - versão impressa

traduzida pela comissão de tradução da Sociedade Bíblica Internacional - São Paulo

e Copyright © 1973,1978,1984 by International Bible Society - versão online

D ados Intern acionais de C atalogação na P u blicação (C IP ) (Câm ara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

B á s i c o , v o l . 1 / [ g e r ê n c i a e d i t o r i a l L e l i s T r a j a n o ; c o o r d e n a ç ã o g e r a l e p r e p a r a ç ã o d o s o r i g i n a i s T a c i a n a T r a j a n o ; c o o r d e n a ç ã o p e d a g ó g ic a e r e v i s ã o d e p r o v a s M o n ic a C a r d o s o ] . - - S ã o P a u lo : E d i t o r a H a r v e s t , 2 0 0 9 .

C o n t e ú d o : M a t é r i a s 1 a 4 : C o n h e c e n d o D e u s I - - A o r i g e m d o hom em e d o p e c a d o - - O p l a n o d e s a l v a ç ã o - - O r ig e m d a B í b l i a .

V á r i o s c o l a b o r a d o r e s .B i b l i o g r a f i a .

1 . B í b l i a - E s t u d o e e n s i n o 2 . B í b l i a - T e o l o g i a 3 . D e u s - E n s in o b í b l i c o I . T r a j a n o , T a c i a n a . II . C a r d o s o , M o n ic a .

0 9 - 0 8 4 3 8 _______ C D D -2 2 0 . 07

í n d i c e s p a r a c a t á l o g o s i s t e m á t i c o :

1 . B í b l i a : E s t u d o e e n s i n o 2 2 0 . 0 7

2009Proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos,

e ilustrações por qualquer meio sem prévia autorização. Os infratores serão processados na forma da lei.

Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à Harv Assessoria e Consultoria Ltda.

Rua Alferes Magalhães, 200 CEP 02034-006 - Santana - São Paulo - SP, Brasil-

Telefone: (**11) 2281-1515

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Conhecendo Deus I

A Origem do Homem e do Pecado

O Plano de Salvação

Origem da Bíblia

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Prefácio

Quando fui convidado para escrever estas palavras, me senti muito honrado. Claro que me alegrei com o convite da Faculdade Teológica Harvest, mas me senti especialmente honrado pelo Senhor, por me dar a oportunidade de apresentar este projeto tão importante.

Logo em seguida, me lembrei de Paulo e Barnabé. Comecei a imaginar como eram seus dias de pregação e ministério, quando foram chamados pelo Espírito Santo para a obra missionária que havia sido revelada a eles na igreja.

Quando observamos a vida destes dois missionários, percebemos claramente a autoridade, a graça e a unção. Vemos os sinais que aconteciam através das ministrações deles e os registros bíblicos das suas vidas nos edificam muito!

A Bíblia nos conta o segredo espiritual por trás deste mover tão intenso. Para entender melhor, basta prestar atenção no tipo de preparação que Paulo e Barnabé tiveram, para exercer seu chamado ministerial:

"Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé,Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo."

ATOS 13.1

Pelo texto, notamos que a Igreja de Antioquia, onde eles receberam a revelação do chamado e de onde foram enviados, haviam profetas e mestres. Ou seja, naquela igreja o ensinamento das Escrituras e a

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pregação da Palavra de Deus eram plenamente testificados pela unção profética que acompanhava as ministrações. Faz sentido que tenha sido neste lugar que os crentes no Senhor Jesus Cristo tenham, pela primeira vez, sido chamados de cristãos (que significa "pequenos cristos", ou "imitadores de Cristo").

Mais de 2 mil anos de história já foram vividos pela Igreja. Mas, ainda hoje, o Espírito Santo continua usando profetas e mestres para trazer capacitação e preparação para o Povo de Deus.

Sem dúvida, há muitos cursos teológicos, que se esforçam por preparar os ministros desta geração. Muitos cristãos têm sido preparados do ponto de vista teológico, psicológico e eclesiástico mas, ainda precisamos de muito mais para alcançar a excelência, pois o mover do Espírito Santo precisa ser mais valorizado. É tempo dos mestres e dos profetas caminharem juntos, ministrando à Igreja.

Analisando os cursos da Faculdade Teológica Harvest, percebi que sua equipe conseguiu discernir a necessidade que temos, como Igreja, de preparar os obreiros desta geração com um material de conteúdo profundo e, ao mesmo tempo, de linguagem simples e dinâmica. Desta forma, a Faculdade Harvest se contextualizou, com a intenção de transmitir o conhecimento das Escrituras Sagradas, debaixo da inspiração do Espírito Santo.

Creio que este é o tempo de preparar os trabalhadores da última hora. E creio que, com seus cursos, a Faculdade Teológica Harvest cumpre seu papel no Reino de Deus.

Para você que tem este material nas mãos, quero afirmar, com convicção, que haverá muita facilidade para compreender todos os ensinamentos da Bíblia transmitidos nas matérias. Por isso, aproveite! Seja cheio do conhecimento de Deus, em Cristo Jesus, através do Espírito Santo, que inspirou esta Faculdade e receba a unção para a obra a que foi chamado.

Posso ouvir um amém?

Ap. Sérgio Lopes

Fundador e Presidente das Igrejas Comunhão Plena, com sede em São Paulo, SP.

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Conhecendo Deus I

Seus atributos... Sua maravilhosa Seu tremendo

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O' CAPÍTULO 1: A EXISTÊNCIA DE DEUS 15Introdução 15

O Ponto de Vista Humano 16Palavras do Senhor Jesus 17

Argumentos Bíblicos Importantes 18Argumentos a Favor da Existência de Deus 19

O Argumento Ontológico 20Argumento Cosmológico 20

Argumento Teológico 20Argumento Histórico e Científico 21

O Argumento da Criação 21Argumento da Natureza Moral 23

A Questão da Consciência 24Argumento da Natureza Humana 24

CAPÍTULO 2 :0 QUESTIONAMENTO DA EXISTÊNCIA DE DEUS 27O Ateísmo 27

Onde Está Deus? 29Há Sentido Para a Crença em Deus? 30

CAPÍTULO 3 : QUEM É DEUS 31A Personalidade de Deus 32

A Natureza de Deus 34Como Perceber a Presença de Deus? 34

Deus é Eterno e Infinito 35Deus é a Vida 36Deus é Amor 38

Deus Possui Todo o Conhecimento 39Deus é Bom 41

CAPÍTULO 4: OS ATRIBUTOS DE DEUS 43Onipotência 43Onipresença 46

Onisciência 49

CAPÍTULO 5: A TRINDADE 53Pai, Filho e Espírito Santo 53

A Trindade na Bíblia 54O Pai Celestial 55

O Filho Jesus Cristo 56O Espírito Santo 57

CAPÍTULO 6: OS NOMES DE DEUS 59Jeová, o Eterno 62

Nomes Pelos Quais Deus é Chamado 62CAPÍTULO 7 :0 CAMINHO PARA CONHECER A DEUS 67

Se Relacionar para Conhecer 67Como Deus Se Revela 68

Conhecendo a Deus Pela Criação 68

CONCLUSÃO 70EXERCÍCIOS 71

INTRODUÇÃO 13

GLOSSÁRIO 77

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Nosso objetivo, nesta matéria, é ensinar a você verdades bíblicas a respeito de Deus. Seus atributos...Sua maravilhosa maneira de agir...Seu tremendo poder...

E assim, cheio de conhecimento, você poderá se aproximar mais de Deus, com f é e ousadia e poderá também se aprofundar em seu estudo teológico,com o corai

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"Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, masagora os meus olhos te viram."

JÓ 42.5

Nosso relacionamento com Deus não é muito diferente, em alguns aspectos, dos nossos relacionamentos diários com a família, os amigos, os colegas de trabalho e os irmãos da igreja. Sabemos que quanto mais conhecemos alguém, mais íntimos nos tornamos desta pessoa. E assim é também com o Senhor: quanto mais O conhecemos, mas próximos estamos d'Ele.

Conhecer a Deus é um enorme privilégio. E ter a oportunidade de ter intimidade com Ele, caminhando em Sua presença, é uma bênção maravilhosa.

Esta possibilidade está disponível para os filhos de Deus, cujo prazer e alegria é estar sempre bem perto do Pai Celestial. Certamente, o Senhor está esperando que você se achegue a Ele, para Se revelar profundamente ao seu coração.

"Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que tem a mente dividida, purifiquem o coração."

TIAGO 4.8

Nosso objetivo, nesta matéria, é ensinar a você verdades bíblicas a respeito de Deus. Seus atributos... Sua maravilhosa maneira de agir...

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Seu tremendo poder... E assim, cheio de conhecimento, você poderá se aproximar mais de Deus, com fé e ousadia. Poderá também se aprofundar em seu estudo teológico, com o coração aberto.

Saiba que Deus quer ter um relacionamento particular e íntimo com você, através do Espírito Santo. Por isso, ao ler e estudar os temas que abordaremos aqui, aproveite para intensificar sua vida de oração, jejum e prática devocional (assuntos de uma das nossas próximas matérias neste curso: "Práticas Devocionais"). Em nosso estudo, traremos ensinamentos que valem para todos os seres humanos, ou seja, verdades que são universais. Entretanto, há segredos que o Senhor quer revelar pessoalmente a você, promessas específicas e momentos de intimidade que acontecem quando fechamos a porta do nosso quarto e buscamos ao Pai, sem nada para nos atrapalhar. Aproveite esta preciosa chance de conhecer ao Senhor e deleite-se na Sua graça.

"Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará."

MATEUS 6.6

"Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém."

2 PEDRO 3.18

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A Existência de Deus

INTRODUÇÃO

É interessante notar que, em parte alguma, as Escrituras Sagradas procuram provar a existência de Deus por meio de evidências formais. A Bíblia não propõe, em nenhum texto, uma série de provas da existência de Deus como preliminar à fé que devemos ter, para nos aproxim ar d 'E le. M uito pelo contrário, a Palavra de Deus simplesmente parte do pressuposto de que Deus existe e chama o homem a aventurar-se na fé. Como diz o ditado, que fala do ponto inicial da relação entre o homem e Deus: "o que se chega a Deus, crê que há Deus".

Segundo o Dr. A. B. Davidson, escritor e pregador escocês, autor do livro "The Theology of the Old Testament" (em português, Teologia do Velho Testamento) e "An Introductory Hebrew Grammar" (Uma Introdução à Gramática Hebraica), a Bíblia "não tenta demonstrar a existência de Deus, porque em todas as partes da Bíblia subentende- se a Sua existência. Parece não haver nenhuma passagem no Antigo Testamento que represente os homens procurando conhecer a existência de Deus por meio da natureza ou pelos eventos da providência, embora haja algumas passagens que impliquem que as ideias sobre a natureza de Deus podem ser corrigidas pelo estudo da natureza e da vida".

O pensamento de que o homem chega ao conhecimento ou à comunhão com Deus por meio de seus próprios esforços é totalmente

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estranha ao Antigo Testamento. Em todos os seus livros, Deus fala, aparece e nenhum dos personagens (nem também o povo como um todo) encontra dificuldade em lidar com isso. Para todos eles, a existência de Deus é um fato inquestionável e Ele se manifesta a quem quer, pela graça. O que pode variar é a reação individual de cada pessoa ao se encontrar com o Senhor.

Desta forma, em todo o Antigo Testamento, o homem ouve a voz de Deus e o vê em Suas diversas manifestações. Isso também não causa surpresa em si. Em todos os livros vemos que Deus aproxima-se dos homens, procurando estabelecer um concerto ou relação especial com eles, e lhes dá mandamentos e palavras proféticas. Estes homens O recebem, quando o Senhor se aproxima, aceitando a Sua vontade e obedecendo aos Seus preceitos.

Evidência disso é que Moisés e os profetas em parte alguma são apresentados como pensadores refletindo sobre o invisível, ou sobre aquilo que desconhecem. Nenhum deles questiona a existência de Deus.

Usando um exemplo simples, sugerimos que você reflita por um minuto. Quando alguém diz que conhece o presidente, esta pessoa não quer dizer: "eu sei que o presidente existe". Isto porque a segunda afirmação se subentende na sua primeira declaração e é óbvio que o presidente existe (a dúvida poderia estar em se a pessoa está dizendo a verdade, quando afirma que o conhece ou não).

Da mesma maneira, se os escritores bíblicos nos dizem que conhecem a Deus, essas declarações subentendem a Sua existência. Para os autores bíblicos, esta não é uma dúvida, é uma certeza absoluta.

O PONTO DE VISTA HUMANO

A humanidade, desde sua criação, de um modo geral (e às vezes de maneira errada) reconhece a existência de Deus. Todas as sociedades, sem exceção, desde o princípio da história, possuem algum tipo de crença em um Ser superior, criador de todas as coisas, que rege o universo como um todo. Algumas civilizações têm práticas monoteístas... Outras são politeístas... Mas todas são unânimes em afirmar que há um poder supremo, um Ser que está acima de tudo e de todos.

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"No princípio Deus criou os céus e a terra."GÊNESIS 1.1

O primeiro versículo de Gênesis nos revela, logo no início da narrativa bíblica, a existência de Deus: supremo, infinito, eterno e independente. Aquele que é o Criador e conservador de todas as coisas, sustentador e dirigente dos destinos de indivíduos e nações.

"Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não tem vocês muito mais valor do que elas?"

MATEUS 6.26

"O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas."

HEBREUS 1.3

"...pois do Senhor é o reino; ele governa as nações."SALMOS 22.28

PALAVRAS DO SENHOR JESUS

O Senhor Jesus Cristo, nosso Mestre, define Deus da seguinte maneira:

"Deus é espírito..."JOÃO 4.24A

Esta definição parece ser muito vaga para se compreender a Deus, porém, foi a forma que o Senhor Jesus escolheu para aquela ocasião. Sem dúvida, nos diz muito sobre a forma como devemos ver o Senhor e aquilo que Ele faz por nós. Um princípio espiritual básico, que você entenderá melhor ao longo do nosso estudo, nesta matéria.

Deus não é simplesmente um espírito (como outros que existem, conhecidos ou não). Ele é o Espírito! A origem e a fonte de todas as coisas.

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Observe mais uma vez a definição singular que fez o Senhor Jesus. Com esta definição, o Senhor afirma que Deus é único e que, seus adoradores (servos) devem reconhecer isso:

"Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade."

JOÃO 4.24

Deus não precisa provar Sua existência (embora haja evidência suficiente para provar que Ele existe). Ele é Senhor e soberano. Querendo ou não, existe um Deus. O fato de acreditarmos n'Ele, ou concordarmos ou não com a Sua Palavra, não pode mudar esta verdade tremenda.

ARGUMENTOS BÍBLICOS IMPORTANTES

Como estudamos acima, a Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus em nenhum de seus textos sagrados. Quando Deus é mencionado pela primeira vez na Bíblia, Ele é simplesmente citado, mostrado como Criador. Desde o princípio, Sua existência é um fato e não um assunto aberto a discussões.

"No princípio Deus criou os céus e a terra."GÊNESIS 1.1

Mas, simultaneamente, mesmo que a Bíblia não tente provar a existência de Deus, ela acaba por fazer isso. Há abundantes argumentos para comprovar Sua existência em alguns textos específicos. Por exemplo: a libertação dos israelitas do Egito, contada de Êxodo 7 a 14, só poderia ter acontecido pela mão poderosa do Senhor... O encontro entre Elias e os profetas de Baal, contada em 1 Reis 18, apresenta uma ocasião em que Deus revelou Seu poder, humilhando Seus inimigos... O livramento dos amigos de Daniel da fornalha de fogo ardente, em Daniel 3... E, em especial, a ressurreição de Cristo, três dias após a Sua morte na cruz, contada em todos os Evangelhos (Mateus 28, Marcos 16, Lucas 24 e João 20). Sugerimos que você leia todos os textos citados acima com o coração aberto, para conhecer momentos em que Deus agiu poderosamente, de forma inquestionável.

Na realidade, a fé nas Escrituras esta ligada diretamente à fé na existência de Deus. Se cremos na existência de Deus também cremos nas Escrituras, do mesmo modo que alguém que não crê em Deus,

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provavelmente terá dificuldades em acreditar na Bíblia. Em outras palavras, é im possível acreditar nas Escrituras e duvidar da existência de Deus.

Entretanto, mesmo que haja quem não acredite na Bíblia Sagrada e quem tente provar que Deus não existe, há muitas teorias racionais e lógicas, que provam que Deus é real.

ARGUMENTOS A FAVOR DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Se as Escrituras não nos oferecem nenhuma demonstração racional da existência de Deus, como podemos ministrar a alguém a respeito da existência d "Ele?

Sem dúvida, é importante que estejamos preparados para ministrar aos que genuinamente buscam a Deus. Ou seja, pessoas cuja fé tem sido ofuscada por alguma dificuldade e que sinceramente desejam crer em Deus, estando apenas à procura da resposta certa para suas perguntas e questionamentos.

Como dizem Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli, em seu livro "Manual de Defesa da Fé", "um argumento racional e eficiente a favor da existência de Deus é o primeiro passo importante para abrir a mente para a possibilidade da fé".

Antes de tudo, é importante ter em mente que evidência nenhuma vai convencer a pessoa que deseja continuar no pecado e no egoísmo, e nos "desafia" a provar que Deus existe. Afinal, como já comentamos mais acima, a fé é uma questão basicamente moral e não intelectual. Se o indivíduo não está disposto a aceitar que Deus existe, ele vai por de lado todas e quaisquer evidências que lhe sejam apresentadas.

Outro motivo para tentarmos demonstrar a existência de Deus é fortalecer a fé daqueles que já crêem. São aqueles que estudam as provas da existência de Senhor, não para crer, mas sim para enriquecer a sua crença. Esta fé é tão preciosa para estas pessoas, que elas aceitarão, com alegria, qualquer fato que as faça crescer espiritualmente.

Porém, acharemos evidências da existência de Deus, uma vez que Sua Palavra não procura fazer isso? A resposta é sim. Vamos procurar argumentos na criação e na natureza humana.

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O ARGUMENTO ONTOLÓGICO

Anselmo, que era teólogo e italiano, foi um dos primeiros a apresentar este argumento. Essas eram as palavras dele: "Certamente podemos conceber a idéia de um ser do qual não podemos pensar nada de mais perfeito. Ora, um ser que não existe é menos perfeito que um ser que existe. Logo, o ser do qual não podemos pensar nada de mais perfeito, existe."

Segundo este pensamento (que é mais simples do que soa a princípio), o homem tem em si mesmo a idéia de um ser perfeito. Para os homens, a perfeição é um alvo atingível, conquistável. Assim, logicamente, deve existir alguém mais perfeito do que nós mesmos, que vai além da perfeição humana. Desta forma, as palavras de Anselmo se referiam a Deus. Ou seja, se o homem é perfeito, então, alguém mais perfeito deu origem a ele. Deus é o ser absolutamente perfeito.

ARGUMENTO COSMOLÓGICO

Este argumento é apresentado de formas diferentes. De uma maneira geral, sua idéia central é que paxa a existência de tudo existe uma causa primária. O cosmo tem uma origem, e esta não pode ser outra senão Deus!

Segundo esta linha de pensamento, a natureza é perfeita demais, para ter sido formada simplesmente por uma explosão, como o Big Bang, ou para ser fruto de um processo evolutivo aleatório, iniciado há bilhões de anos. Tal magnificência deve ter sido criada por alguém, que fez tudo. Ou seja, o cosmo não existe por conta de um acidente, ele foi criado por Deus.

LEM BRE-SE...

Ë importante que estejamos preparados para ministrar aos que genuinamente buscam a Deus.

ARGUMENTO TEOLÓGICO

O argumento teológico é basicamente continuação do anterior, o argumento cosmológico. Na natureza existe ordem, inteligência e propósito. Este seria mais um ponto a favor da afirmação de que um Ser superior planejou esta maravilha, que é a natureza.

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Veja um exemplo de argumento teológico, que reforça o senso de propósito da criação como um todo, extraído do livro "As Grandes Doutrinas da Bíblia": "o homem para viver consome o ar, do qual retira o oxigênio, resultando disso o dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas por sua vez consomem o dióxido de carbono como elemento essencial, e produzem daí o oxigênio que será novamente consumido pelo homem".

ARGUMENTO HISTÓRICO E CIENTÍFICO

A história da humanidade prova a existência de Deus. Desde a antiguidade o homem busca se relacionar com um "Ser superior". Todos os povos espalhados pelo planeta têm, de certa forma, uma maneira de cultuar a um deus (ou deuses). Até as etnias menos conhecidas buscam relação com um deus qualquer.

Na verdade, existe um vazio dentro do homem que só pode ser preenchido por Deus. E a constante busca do homem por uma relação com alguma religião, desde os tempos primórdios, prova isso.

Embora nem todos busquem ao Deus verdadeiro, pesquisas têm demonstrado resultados benéficos em qualquer grupo de pessoas ou indivíduo que se disponha a buscar e desenvolver a espiritualidade e a fé. Aquele que crê em Deus tem um sentido para a sua vida.

Hoje em dia, também se fala muito sobre o poder da fé em doentes terminais, que sofrem (entre outras coisas) de cardiopatias ou câncer. Ao redor de todo o mundo tem sido realizadas pesquisas com o objetivo de explicar e medir os benefícios que a busca a Deus pode trazer para a cura de alguém. Até mesmo a famosa Harvard Medicai School inclui em seus currículos acadêmicos cadeiras de teologia, com o objetivo de que os futuros médicos possam ter um entendimento melhor da relação entre ciência, espiritualidade e fé.

O ARGUMENTO DA CRIAÇÃO

De um modo singelo, o argumento da criação está exposto na seguinte história:

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"Disse um jovem cético a uma senhora idosa:

-Antes eu cria em Deus, mas agora que estudei profundamente filosofia e matemática, estou convencido de que Deus não é mais do que uma palavra oca. Ele não existe.

- Bem - disse a senhora - é verdade que eu não estudei nenhuma dessas coisas, mas já que você aprendeu, pode-me dizer de onde veio este ovo?

- Naturalmente, de uma galinha. - foi a resposta.

- E de onde veio a galinha?

- Naturalmente, veio de um ovo.

Então, a senhora perguntou: - Qual existiu primeiro, a galinha ou o ovo?

- A galinha, com certeza. - respondeu o jovem.

- Então, em sua opinião, a galinha existia antes do ovo?

- Oh, não... Pensando melhor, acho que o ovo existia primeiro.

-Então, eu suponho que você queira dizer que o ovo existia antes da galinha.

O moço vacilou: - Bem, a senhora vê... Isto é... Naturalmente... Hum...

- Muito bem disse ela, quem criou a primeira galinha de que vieram todos os sucessivos ovos e galinhas?

- O que a senhora quer dizer com isto? - perguntou ele.

- Simplesmente digo a você... - replicou ela: - Que aquele que criou o primeiro ovo ou a primeira galinha é o mesmo que criou o mundo. Você não consegue explicar, sem Deus, sequer a existência de um ovo ou de uma galinha. E ainda quer que eu creia que você pode explicar, sem Deus, a existência do mundo inteiro!"

Kreeft e Tacelli, que são dois defensores da fé, comentam que "praticamente todas as pessoas admitem que uma reflexão da ordem e da beleza da natureza estimula algo em nosso íntimo". Sem dúvida,

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parar para observar a natureza com calma traz a forte sensação de que há alguém que controla tudo o que vemos ao nosso redor.

Nosso ponto principal aqui é que a natureza é o primeiro meio que Deus utilizou para testemunhar da Sua existência: >

"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos."

SALMOS 19.1

"Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis."

ROMANOS 1.18-20

ARGUMENTO DA NATUREZA MORAL

O homem dispõe de natureza moral. Isto é, a sua vida é regulada por conceitos de bem e mal, arraigados no profundo da sua alma, desde o momento do seu nascimento. Naturalmente, somos impelidos a fazer o bem e a rejeitar o que é mal.

Qual a conclusão que se tira deste conhecimento universal do bem e do mal? Ora, que há um Legislador Supremo que idealizou uma norma de conduta para o homem e fez com que sua natureza fosse capaz de compreender estes conceitos, do bem e do mal, espontaneamente.

Imagine como seria nosso dia a dia se, como afirmam muitos ateus, tivéssemos surgido do nada, sem propósito, como um fruto aleatório da evolução das espécies. Então, não teríamos este senso moral tão arraigado em nós. Cada um agiria conforme seu próprio desejo e vontade, como os animais. Seríamos guiados por puro instinto e não

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por uma noção coletiva do que é bom ou ruim. Sem dúvida, nossa natureza moral, que procura o bem e rejeita o mal, aponta diretamente para a existência de Deus.

A QUESTÃO DA CONSCIÊNCIA

A consciência é uma qualidade da mente, que consideramos abranger qualificações tais como subjetividade, auto-consciência, sentiência, sapiência e a capacidade do ser humano de perceber a relação entre si e o ambiente em seu redor.

Mesmo com toda a libertinagem moral que vemos em nossos dias, em que os conceitos de bem e mal se confundem em meio a tantos comportamentos desregrados, uma afirmação ainda é muito comum de ser ouvida: "nunca aja contra a sua própria consciência". Neste aspecto, cada um tem sua opinião e sua maneira particular de ver a vida. Mas todos são unânimes em admitir que possuem uma consciência, que deve ser respeitada e levada em consideração a cada decisão que seja necessária tomar.

De onde vem a nossa consciência? Aquela voz interior, que somos orientados a ouvir em todos os momentos? De onde ela vem? Certamente, a fonte da nossa consciência é um Ser superior a nós.

Deus é a única razão para termos em nós o sentimento de obrigação moral, que nos leva a perseguir o que é bom e a nos afastar daquilo que é mau.

ARGUMENTO DA NATUREZA HUMANA

Não somente a moral e a consciência do homem, como também outros aspectos de sua natureza testificam a existência de Deus. Por exemplo: a fome física indica a existência de algo que a possa satisfazer. Quando o homem tem fome, essa fome indica que há algum alimento que possa satisfazer esta necessidade natural.

Não apenas a fome... Todo ser humano busca coisas boas, que o façam se sentir bem. Descanso quando estamos cansados... Amizade, para não caminharmos sozinhos... Beleza, tanto pessoal quanto ao nosso redor... Estes são exemplos de coisas boas, que naturalmente procuramos obter, muitas vezes, automaticamente.

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Por outro lado, fugimos daquilo que nos desagrada. Somos naturalmente levados a evitar a solidão, por exemplo. Ninguém gosta de ser só o tempo todo (e se alguém diz que gosta, é porque não quer admitir que esteja solitário e infeliz).

Semelhantemente, há uma sede em nosso interior que é espiritual:

"A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?"

SALMOS 42,2

A declaração do salmista é um argumento a favor da existência de Deus. Afinal, a própria alma não enganaria o homem, provocando uma sede daquilo que não existe ou não se pode encontrar. Assim disse, certa vez, Agostinho: "para Ti nos fizeste e nosso coração estará inquieto enquanto não encontrar descanso em Ti."

Há também aquela sensação muito conhecida de que quem ainda não conheceu ao Senhor Jesus: o vazio interior, o sentimento de que há algo mais, além daquilo que experimentamos e vivenciamos naturalmente. Você mesmo já deve ter se sentido assim... Como se aquilo que há ao seu redor não preenchesse o espaço vazio no seu interior. Como se houvesse algo maior e mais importante, que ainda precisasse ser descoberto e experimentado.

Este anseio pelo sobrenatural, por preencher este vazio interior, também aponta para a existência de Deus. Afinal, não haveria este espaço em nós, se não houvesse aquilo que o pode preencher. Somente em Deus podemos encontrar a plenitude da nossa vida.

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Capítulo 2O Questionamento da Existência de Deus

O ATEÍSMO

"Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm- se corrompido, e cometido abominável iniqüidade; não há ninguém que faça o bem".

SALMO 53.1

Mesmo com todos os argumentos a favor da existência de Deus, mencionados anteriormente, há quem questione Sua existência. São os ateus, que podem ser definidos como aqueles que acreditam que não existe um Deus. São pessoas cuja posição filosófica rejeita o conceito do teísmo. Em sentido lato, é a ausência de crença na existência de qualquer divindade.

O termo "ateísmo" tem sua origem no grego, e era aplicado a qualquer pessoa que não acreditava em deuses ou que participava de doutrinas em conflito com as religiões estabelecidas. Com a disseminação de conceitos como a liberdade de pensamento, o ceticismo científico e o subsequente aumento das críticas contra as religiões, a aplicação do termo passou a ter outros significados.

Os primeiros indivíduos a se auto-identificarem como "ateus" apareceram no século XVIII d.C.. Hoje, aproximadamente 2,3% da ^

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população mundial se declaram ateístas, enquanto 11,9% descrevem- se como não-teístas (seja lá qual for a diferença entre um e outro). 65% dos japoneses, 48% dos russos e aproximadamente 85% dos europeus descrevem-se como ateus, agnósticos, ou não-crentes.

Ateus podem compartilhar preocupações comuns com os céticos quanto a assuntos sobrenaturais, citando a falta de provas empíricas. Entre essas racionalidades comuns incluem-se o problema do mal, o argumento inconsistente de revelações e o argumento de descrença.

Na cultura ocidental, ateus são frequentemente considerados como irreligiosos ou descrentes. No entanto, sistemas de crença religiosa e espiritual, como formas do budismo, que não defende a crença em deuses, têm sido descritos como ateus por algumas pessoas (religiões, seitas e heresias são assunto para o nosso curso médio, que você terá a oportunidade de fazer mais adiante, por isso não vamos nos aprofundar agora).

Uma história relativamente conhecida conta que um senhor chamado Charles Bradlaugh, que em certo tempo foi o ateu mais conhecido da Inglaterra, desafiou o Pr. Charles Hugh Price para um debate. O desafio foi aceito e o pregador, por sua vez, respondeu ao desafio do ateu, dizendo que, como todos ali sabiam "o homem convencido contra a própria vontade mantém sempre seu ponto de vista". O Pr. Price propôs que pessoas fossem trazidas para testificar da existência ou da não existência de Deus.

O pastor sugeriu que fossem apresentadas cem pessoas, homens e mulheres, redimidos do pecado e da vida mundana, pela influência do cristianismo. Afinal, se Deus existe e é real, Sua atuação poderia ser observada na vida destes convertidos. O Sr. Bradlaugh deveria fazer o mesmo e trazer cem pessoas que tivessem sido, de alguma forma, transformadas positivamente pelo ateísmo.

Com ousadia, o Pr. Price foi além: se o Sr. Bradlaugh não pudesse apresentar cem (contra os cem do pastor), ele ficaria satisfeito com apenas cinquenta homens e mulheres que se levantassem e testificassem que haviam sido tocados pela influência dos ensinos ateus.

O pastor continuou insistindo, dizendo ao Sr. Bradlaugh que aceitaria se ele trouxesse apenas vinte pessoas. Depois, diminuiu o número para

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dez pessoas... E por fim, disse que ficaria satisfeito se o famoso ateu trouxesse apenas uma pessoa, que se apresentasse e desse testemunho da influência positiva dos ensinos do ateísmo. Nas palavras do Pr. Price: "minhas pessoas redimidas trarão prova irrefutável quanto ao poder salvador de Jesus Cristo sobre suas vidas redimidas da escravidão do pecado e da vergonha. Talvez, senhor Bradlaugh, essa seja a verdadeira validade das reivindicações do cristianismo."

A história conta que o Sr. Bradlaugh retirou o seu desafio, certam ente porque não encontrou ninguém que tivesse sido transformado pelo ateísmo e pudesse dar seu testemunho.

Vamos estudar alguns dos argumentos mais comuns dos ateus.

ONDE ESTÁ DEUS?

Os ateus afirmam que aqueles que crêem em Deus não podem fornecer evidências convincentes da Sua existência. Como, em geral, seus argumentos costumam ser simplistas, eles dizem que, portanto,Deus não existe e os homens estão errados ao acreditar em Deus.

Neste sentido, precisamos levar em consideração que, em geral, é mais fácil provar a existência de algo do que sua inexistência. A fim de provar que algo existe, é preciso apenas mostrar um caso de sua existência, enquanto que para provar que algo não existe, é preciso vasculhar cada parte da realidade.

No entanto, como os ateus tendem a ser incrédulos, se torna muito complicado apresentar a eles um argumento que os convença da existência de Deus. Como dissemos no início do nosso estudo, sem um coração aberto e com uma mente obstinada, dificilmente alguém crerá em Deus e na Sua existência. Nosso papel como cristãos é, acima de tudo, crer em Deus, e não gastar tempo nos esforçando para provar aos incrédulos que Ele é real.

Outro argumento muito usado pelos ateus é que Deus não pode ser encontrado em lugar algum. No entendimento deles, como Deus não é palpável e não é composto por uma massa que se possa ver e tocar, a conclusão é que Ele não existe.

Entretanto, como já lemos neste estudo, Deus é Espírito. Assim, apenas podemos encontrá-Lo pela fé, e não através dos nossos sentidos humanos. ^

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"Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam."

HEBREUS 11.6

HÁ SENTIDO PARA A CRENÇA EM DEUS?

Os ateus costumam usar dois argumentos para afirmar que não há sentido em crer em Deus. O primeiro deles é que esta crença (ou esta fé) já deu origem a incontáveis guerras, inquisições, e outros tipos de tormento. São males infligidos entre semelhantes, muitas vezes de forma irracional...

Qualquer ser humano, em sã consciência, tem dificuldades em compreender e aceitar os atos de violência que muitas vezes são praticados em nome da fé. Apesar disso, não são atitudes de alguns homens fora de si que nos farão duvidar da existência e da bondade de Deus, como os ateus se esforçam para fazer.

Outro argumento comum é o de que o próprio "conceito" de Deus é vago e ambíguo. Eles chegam ao ponto de dizer que a "idéia" de Deus não se refere a uma única coisa específica. Em outras palavras; se você perguntar a um hindu o que é Deus, ele lhe dirá algo completamente diverso do que diria um cristão, porque não há duas religiões iguais. Na conclusão dos ateus, Deus deve ser simplesmente descartado, por não significar nada objetivo ou racional para quem crê que Ele existe.

Neste sentido, precisamos lembrar outro fato que comentamos no início do nosso estudo: nem todos buscam a Deus da maneira correta. Assim, é natural que haja divergências de opinião. Para nós, que somos cristãos, não há nada de vago ou ambíguo a respeito do Senhor: basta ler a Bíblia para conhecê-Lo como Ele realmente é. Ele não está escondido, nem se mantém obscuro. Deus quer se revelar a nós e Sua Palavra é o caminho para receber esta revelação.

Além disso, a fé não é percebida racionalmente. E isso vale tanto para cristãos quanto para aqueles que crêem em Deus de uma forma diferente. Se alguém tem uma fé genuína, não consegue explicá-la de forma racional, porque a fé é sobrenatural. Assim, ao contrário do que os ateus tentam afirmar, a racionalidade não é o caminho para compreender ou aceitar a fé de quem quer que seja.

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Quem é Deus

Segundo a Enciclopédia Bíblica, Deus é o Ser que existe por Si mesmo. Ou seja, o Senhor é auto-existente e não está sujeito a nenhum tipo de limitação.

"'Eu sou o Alfa e Ômega', diz o Senhor Deus, 'O que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso'."

APOCALIPSE 1.8

A compreensão ampla e completa de quem é Deus está muito além da nossa capacidade intelectual. Podemos afirmar que é impossível que qualquer criatura O conheça exatamente como Ele é em Sua maravilhosa plenitude. No entanto, o Senhor bondosamente Se revelou a nós de uma forma compreensível à nossa inteligência limitada.

As Escrituras Sagradas são essa revelação, e nela encontramos respostas e ensinam entos sobre quem Deus é, como é Sua personalidade e o que O agrada.

Quanto ao Seu caráter, por exemplo, a Bíblia afirma:

"Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é."

DEUTERONÔMIO 32.4

Desta forma, aprendemos que Deus é perfeito e nos guia em justiça. Podemos confiar e caminhar com fé, porque Ele é fiel e sem iniquidade. O Senhor é justo e íntegro. Aleluia!

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O Senhor também nos revela, através da Sua Palavra, que não há outro além ou acima d'Ele, e que por Ele e para Ele fomos criados.

"...para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos."

1 CORÍNTIOS 8.6

A PERSONALIDADE DE DEUS

A personalidade de Deus, m encionada nas Escrituras, é compreendida pelas características e propriedades que Lhe são atribuídas. Vemos, na Bíblia, o Senhor dem onstrando Sua personalidade com tristeza e ira, por exemplo.

"Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração."

GÊNESIS 6.6

"O Senhor irou-se contra Salomão por ter se desviado do Senhor, o Deus de Israel, que lhe havia aparecido duas vezes."

1 REIS 11.9

Também vemos, na Palavra, o Senhor demonstrando amor e rejeição, entre outras coisas.

"Veja o que farei com aqueles que são sinagoga de Satanás e que se dizem judeus e não são, mas são mentirosos. Farei que se prostrem e reconheçam que eu o amei."

APOCALIPSE 3.9

"Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta."

PROVÉRBIOS 6.16

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Podemos compreender a personalidade de Deus também pelas relações que o Senhor mantém com a Sua criação, como soberano sobre todas as coisas. Ele se revela em Seu relacionamento conosco como preservador e benfeitor.

"O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas."

HEBREUS 1.3

"Não se vendem dois pardais por uma moedinha?Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados."

MATEUS 10.29-30

O Senhor também Se manifesta como governador de todas as coisas e como nosso Pai Celestial.

"Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito."

ROMANOS 8.28

"Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus..."

GÁLATAS 3.26

"Vejam como é grandê o a m o r que o Pai R8§ concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu."

1 JOÃO 3.1

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A NATUREZA DE DEUS

Deus, quanto à Sua natureza, é Espírito e possui personalidade plena. Por Sua condição, Deus não pode ser visto com olhos físicos, nem percebido pelos sentidos naturais dos seres humanos. Entretanto, a Bíblia nos afirma que o Senhor pensa, sente, fala e age... Isso explica a nossa forma de ser, como seres humanos, pois fomos criados à Sua imagem e semelhança.

"Os ídolos deles, de prata e outro, são feitos por mãos humanas. Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; têm ouvidos, mas não podem ouvir, nariz, mas não podem sentir cheiro; têm mãos, mas nada podem apalpar, pés, mas não podem andar, e não emitem som algum com a garganta."

SALMOS 115.4-7

Sendo Espírito, Deus não está sujeito às limitações humanas. Nós, que somos dotados de corpo físico, sofremos, por exemplo, com cansaço, mal-estar, fadiga, sono, fome e sede. Deus não é assim. Ele não está exposto ou sujeito às condições naturais de existência. Ele é infinitamente superior a tudo isso.

"Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade."

JOÃO 4.24

COMO PERCEBER A PRESENÇA DE DEUS?

Se Deus não pode ser percebido pelos sentidos humanos, como então podemos testificar da Sua existência? Mais profundamente, como podemos perceber Sua presença ou Suas manifestações?

Para compreender melhor, convém lembrar que existem elementos na natureza que não são percebidos pelos cincos sentidos do corpo humano e há outros que só são captados parcialmente. Certamente você já ouviu falar das luzes ultravioletas e infravermelhas, que não são visíveis aos nossos olhos. Não é porque não as vemos que elas não existem, ou não possamos sentir os efeitos da sua existência. Sabemos, por exemplo, que os raios ultravioletas do sol podem causar danos à

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nossa pele, motivo pelo qual usamos protetores solares. Os raios infravermelhos também têm muitas utilizações, como o tratamento terapêutico de dores reumáticas e traumáticas.

Também existem sons de frequência tão alta ou tão baixa, que nossos ouvidos não conseguem captar. A semelhança das cores que você não pode ver, não é porque estes sons são imperceptíveis para nós que eles não existam. Quem não conhece aqueles apitos para chamar cães, que não conseguimos ouvir, mas podem ser captados pelos ouvidos caninos?

Podemos citar ainda o ar, que não podemos ver, mas somos capazes de sentir através do vento ou da respiração. Ora, você não vê o oxigênio, mas depende dele para viver.

Todos estes exemplos que citamos podem ser relacionados com o mundo espiritual. Assim como algumas cores, alguns sons e o próprio ar que respiramos, também o mundo espiritual não pode ser visto, mas pode ser sentido, muitas vezes. A única coisa que precisamos compreender e aceitar é que não vamos conseguir perceber a existência de Deus e do mundo espiritual com nossos esforços humanos. Precisamos procurar o caminho da fé.

Um dos astronautas que foram à lua voltou dizendo: "não vi Deus". Claro que não! Deus não estava na lua esperando por eles, para Se revelar. Se ele apenas tivesse perguntado a algum pastor onde procurar Deus ele teria tido uma resposta muito mais simples!

Felizmente, para nosso alívio, o próprio Deus decidiu Se revelar a nós pela Sua Palavra, e não precisamos ir longe para sentir Sua presença.

LEMBRE-SE ...

Quando nos damos conta de que foi Deus quem nos deu a vida, percebemos que só podemos viver plenamente se estivermos em contato contínuo e íntimo como Ele.

DEUS É ETERNO E INFINITO

"Desde os dias mais antigos eu o sou. Não há quem possa livrar alguém de minha mão. Agindo eu, quem o pode desfazer?"

ISAÍAS 43.13

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Deus é Espírito e não matéria (como nós somos), assim, Ele não está limitado pelo espaço. Na verdade, Ele mesmo criou o espaço, como o conhecemos e tudo o que nele há. Da mesma maneira, Deus não pode estar limitado pelo tempo. Ele é o Criador do tempo e está acima de qualquer tido de contagem cronológica ou marcação temporal.

De forma mais profunda, Deus não Se limita a qualquer parte do universo, mas está presente com todo o Seu poder em cada lugar do espaço e em cada momento do tempo:

"Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu diga que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz."

SALMOS 139.7-12

Deus é infinito e ilimitado e está presente em todo o tempo e espaço. Ninguém pode se esconder de Sua face.

Uma conhecida maneira de definir eternidade é dizer que ela é "vida sem limites, tomada perfeitamente e como um todo simultâneo". Deus não está preso ao tempo.

Eu e você estamos sujeitos a envelhecer e a mudar com o passar dos anos. Deus não é assim. Ele é eterno e por isso mesmo, não muda nunca. Assim, podemos dizer que Deus não está limitado pelo passado ou futuro, e não tem princípio e nem fim.

"Não se esqueçam disto, meus amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia."

2 PEDRO 3.8

DEUS É A VIDA

Frequentemente ouvimos a expressão "o Senhor vive" e ela é correta. Podemos nos alegrar por saber que servimos a um Deus vivo! Veja as palavras de Paulo, escritas para Timóteo:

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"Se trabalham os e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem."

1 TIMÓTEO 4.10

Mas a verdade é ainda mais profunda. Deus é a própria origem da existência de todas as coisas, Ele é a fonte da vida. Assim, não podemos deixar de afirmar que um dos principais fatos relacionados à natureza de Deus é que Ele é a própria vida.

"Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em simesmo."

JOÃO 5.26

Vamos pensar juntos por alguns instantes: ninguém vive a partir de si mesmo e só para si mesmo. Nossas vidas estão interligadas com outras, de modo que somos parte de um projeto muito maior do que a nossa própria vida particular. Somos parte de um enorme ecossistema... Nossas decisões podem influenciar incontáveis vidas ao nosso redor... E como já dizia o ditado: "ninguém é uma ilha", ou seja, ninguém consegue viver isolado e de forma totalmente independente das outras pessoas.

A primeira verdade que a Palavra nos transmite a respeito de Deus é que Ele é a origem da vida. Ele é vivo por si só, não tendo recebido a vida de ninguém. O Senhor é completamente independente e não precisa de absolutamente de nada (ou ninguém) para continuar vivendo. E Ele é a fonte da vida, que dá origem e sustentação a todas as coisas.

Quando nos damos conta de que foi Deus quem nos deu a vida, percebemos que só podemos viver plenamente se estivermos em contato contínuo e íntimo como Ele. Ao reconhecer que o Senhor é nossa fonte de vida, começamos a querer que a nossa vida possua, de algum modo, a mesma pureza e autenticidade que tem em Deus, embora não a partilhemos ainda em plenitude. Quem conhece a Deus e sabe que Ele é a fonte, não quer se afastar d'Ele. Pelo contrário, quer aprender e se aprofundar na caminhada com o Criador e Doador da vida.

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"Se trabalham os e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem."

1 TIMÓTEO 4.10

Mas a verdade é ainda mais profunda. Deus é a própria origem da existência de todas as coisas, Ele é a fonte da vida. Assim, não podemos deixar de afirmar que um dos principais fatos relacionados à natureza de Deus é que Ele é a própria vida.

"Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em simesmo."

JOÃO 5.26

Vamos pensar juntos por alguns instantes: ninguém vive a partir de si mesmo e só para si mesmo. Nossas vidas estão interligadas com outras, de modo que somos parte de um projeto muito maior do que a nossa própria vida particular. Somos parte de um enorme ecossistema... Nossas decisões podem influenciar incontáveis vidas ao nosso redor... E como já dizia o ditado: "ninguém é uma ilha", ou seja, ninguém consegue viver isolado e de forma totalmente independente das outras pessoas.

A primeira verdade que a Palavra nos transmite a respeito de Deus é que Ele é a origem da vida. Ele é vivo por si só, não tendo recebido a vida de ninguém. O Senhor é completamente independente e não precisa de absolutamente de nada (ou ninguém) para continuar vivendo. E Ele é a fonte da vida, que dá origem e sustentação a todas as coisas.

Quando nos damos conta de que foi Deus quem nos deu a vida, percebemos que só podemos viver plenamente se estivermos em contato contínuo e íntimo como Ele. Ao reconhecer que o Senhor é nossa fonte de vida, começamos a querer que a nossa vida possua, de algum modo, a mesma pureza e autenticidade que tem em Deus, embora não a partilhemos ainda em plenitude. Quem conhece a Deus e sabe que Ele é a fonte, não quer se afastar d'Ele. Pelo contrário, quer aprender e se aprofundar na caminhada com o Criador e Doador da vida.

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DEUS É AMOR

"Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele."

1 JOÃO 4.16

"Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."

1 JOÃO 4.8

A natureza de Deus revela que Ele é amor. Todos acreditam que o amor é importante, mas é normalmente considerado como um sentimento. Na verdade, o amor de Deus é uma escolha e uma ação.

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

1 CORÍNTIOS 13.4-7

Deus é a fonte do amor. Ele nos amou o suficiente para sacrificar Seu Filho por nós (vamos estudar isso logo adiante, na matéria "O Plano da Salvação"). Jesus é o nosso exemplo maior do que significa amar. Todas as Suas atitudes na vida e na morte devem ser consideradas supremas demonstrações de amor.

"Pois estou convencido de quem nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor."

ROMANOS 8.38-39

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DEUS POSSUI TODO O CONHECIMENTO

Toda a criação de Deus tem sido estudada ao longo dos séculos pela ciência. A organização dos seres vivos, a estrutura da matéria que há no universo e as diversas relações de causa e efeito que compõe a nossa existência, entre tantos outros assuntos, têm sido temas de pesquisas e investigações por partes dos estudiosos, das mais diversas áreas: físicos, químicos, biólogos, cientistas e outros. Todos têm se esforçado no decorrer da história para explicar e compreender tudo o que envolve a nossa vida e as coisas que estão ao nosso redor, perto ou longe.

Deus criou todas as coisas e o fez de forma organizada e pensada. Cada detalhe, cada componente químico e cada interação foram planejados para que ao estudá-las nós fôssemos capazes de assimilar seus fundamentos e passar o conhecimento adiante.

No Manual de Defesa da Fé, Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli afirmam: "...Ele é o Criador e o Sustentador de todos os elementos físicos e químicos dos organismos vivos. Cada um desses elementos tem uma estrutura inteligível e enquadra-se num sistema de estrutura inteligível, no qual as partes agem e reagem umas com as outras de maneiras específicas, determinadas pelo sistema. Essa correlação inteligível de cada parte (da qual nossa inteligência consegue apreender uma pequena porção) é algo estabelecido por Deus. (...) Portanto, é razoável afirmar que toda a vasta inteligibilidade que o mundo recebe de Seu Criador é uma obra de inteligência, logo o Criador é inteligente".

Se o homem tem alguma inteligência ou se considera de algum modo inteligente, ou seja, com possibilidade de usar sua mente para entender a realidade ao seu redor, então, ele deve considerar que a inteligência de Deus é infinitam ente superior à sua. Consequentemente, o homem também deve considerar que Deus não criaria nem uma agulha sequer, sem uma boa razão para isso.

O conhecimento de Deus é chamado de onisciência, que significa que Seu saber é universal. Em outras palavras, esse conhecimento abrange todas as coisas, todas as pessoas e todos os acontecimentos.A diferença entre Deus e o homem, quando analisamos este aspecto, é notável: afinal, o homem conhece pouco (ou quase nada), pois seu ga

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entendimento se obscureceu com o pecado. Todo ser humano nasce em completa ignorância e após uma vida longa de estudos, termina conhecendo apenas um pouco do que deveria conhecer.

"Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria."

1 CORÍNTIOS 8.2

O entendimento e a inteligência de Deus são infinitas e a mente humana não tem capacidade de sondar o entendimento do Senhor.

"Grande é o nosso Soberano e tremendo é o seu poder; é impossível medir o seu entendimento."

SALMOS 147.5

LEMBRE-SE ...

Se o homem tem alguma inteligência ou se considera de algum modo inteligente, então, ele deve considerar que a inteligência de Deus é infinitamente superior à sua.

A sabedoria de Deus não é resultado de observação, consultas e estudos laboriosos, como o saber humano. Ele não faz esforço para saber, enquanto, para o homem, a vida toda é uma escola.

Deus não aumenta em sabedoria, ou seja, Ele não sabe nada mais agora do que há séculos passados. Seu entendimento é completo e infinito, permanecendo por toda a eternidade. Ele sempre teve sabedoria perfeita em todas as coisas.

João Calvino definiu onisciência de Deus como "aquele atributo pelo qual Deus Se conhece a Si mesmo e a todas as outras coisas em um simples ato eterno".

"Mas foi Deus quem fez a terra com o seu poder, firmou o mundo com a sua sabedoria e estendeu os céus com o seu entendimento."

JEREMIAS 10.12

"Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas."

LUCAS 2.47

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DEUS É BOM

Deus é bom. O Senhor é sempre bom! Ele é puro e não é motivado por impulsos como nós, seres humanos, por isso nunca paga o mal com mal. Deste modo, em nenhuma circunstância o Senhor age de forma detestável ou odiosa.

Deus é bom e é amor. Sobre justos e injustos, sobre Seu povo e sobre os ímpios, o Senhor faz brilhar o mesmo sol que nos alegra e a mesma chuva que nos sacia a sede e dá alimento. E por causa da Sua bondade que Deus dá boas dádivas a todos os homens, não apenas ao Seu povo escolhido. Este é um questionamento comum, desde o princípio da história da humanidade: porque muitas vezes vemos ímpios que parecem ser tão abençoados? Esta era a pergunta de Asafe, líder do louvor, nos dias do rei Davi, registrada no Salmo 73.

"Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios."

SALMOS 73.2-3

Sugerimos que você leia o Salmo inteiro para compreender os pensamentos de Asafe. Mas veja sua conclusão, após meditar sobre a questão:

"Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. Mas, para mim, bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio, proclamarei todos os teus feitos."

SALMOS 73.27-28

A bondade de Deus é inegável! Deus é im ensam ente e incomparavelmente bom e Sua bondade só realça o quão culpado é o homem de negar, ignorar e insultar a bondade de Deus em Suas dádivas.

"C ertam ente Deus é bom para Israel, para os puros de coração."

SALMOS 73.1

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A bondade de Deus é muito ensinada nas igrejas atualmente e é bom que seja assim, porque precisamos conhecer nosso Deus que é amoroso e bondoso. O Senhor é a resposta para nossas necessidades. Ele nos quer bem, nos perdoa com misericórdia e quer nos abençoar plenamente. Ele é bom, e quer revelar Sua bondade para nós!

"Quem é comparável a Ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor."

MIQUÉIAS 7.18

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Os Atributos de Deus

E. H. Berkhof, no livro "Teologia Elementar", afirma que "os atributos de Deus podem ser definidos como as perfeições que constituem predicativos do Ser Divino na Escritura, ou que são visivelmente exercidas por Ele em Suas obras de criação, providência e redenção".

Há três atributos que ninguém além do nosso Deus possui: a onipotência, a onipresença e a onisciência. É importante abordarmos os três logo no princípio do nosso estudo, neste curso básico, porque estes são atributos que pertencem somente e exclusivamente ao Senhor, e compreendê-los nos ajuda a aprender com mais facilidade outros temas e conceitos que serão tratados ao longo de cada uma das matérias.

ONIPOTÊNCIA

"Vejam agora que eu sou o único, eu mesmo. Não há Deus além de mim. Faço morrer e faço viver, feri e curarei, e ninguém é capaz de livrar-se da minha mão."

DEUTERONÔMIO 32.39

O Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis, define onipotência como "poder sem limites, poder absoluto". Quando afirmamos que Deus é onipotente, estamos dizendo, na verdade, que Ele tem o poder de fazer tudo que Lhe apraz e que não seja contrário à Sua natureza.

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Este é um atributo de Deus frequentemente reiterado nas Escrituras. Sem dúvida, não há limites para o Seu poder.

Deus é onipotente e isto implica, antes de tudo, em que o Senhor tem liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com a Sua natureza e Sua vontade. Em outras palavras, Ele é poderoso para fazer o que quiser, quando quiser e da forma que achar melhor.

A onipotência é um atributo único e exclusivo de Deus, porque só Ele é capaz de fazer todas as coisas. Mas devemos lembrar que todos os atributos se harmonizam simultaneamente, e desta forma, o poder infinito de Deus jamais é exercido de maneira a produzir qualquer contradição com a natureza divina. E este fato, de que um atributo de Deus não sobrepuja os demais, ao invés de indicar fraqueza ou imperfeição, antes prova a excelência do Senhor, que possui todas as qualidades e não falha nunca.

Assim, embora Deus seja onipotente, isto naturalmente não significa que Ele vá, em algum momento, fazer algo contrário à Sua própria natureza, como por exemplo, mentir ou roubar. Deus é perfeito e sempre age conforme Sua natureza de santidade.

"Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe apareceu e disse: 'Eu sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a minha vontade e seja íntegro'."

GÊNESIS 17.1

"Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera voltarei a você, e Sara terá um filho."

GÊNESIS 18.14

"Ó Soberano Senhor, tu começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua mão poderosa! Que Deus existe no céu ou na terra que possa realizar as tuas obras e os teus feitos poderosos?"

DEUTERONÔMIO 3.24

"Pois o Senhor é grande e muitíssimo digno de louvor; ele deve ser mais temido que todos os deuses."

1 CRÔNICAS 16.25

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"Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei."

DANIEL 3.17

"Pois nada é impossível para Deus."

Além disso, Deus tem controle so^ 28-15~16vir a existir, porque não há limites r a expressão do poder infinito de »e ponham no coração que

. cima nos céus e embaixo na "No princípio Dey,hum outro."

DEUTERONÔMIO 4.39

"ÓSenh^<os do Senhor estão em toda parte, ti? És p'ando atentamente os maus e os bons... A Tu dr,ítura 6 a Destruição estão abertas diante do suajhor; quanto mais os corações dos homens!"M o PROVÉRBIOS 15.3 E 11

OS

terf sim diz o Senhor: 'O céu é o meu trono, e a terra, cr; j.trado dos meus pés. Que espécie de casa vocês me edificarão? É este o meu lugar de descanso'?"

ISAÍAS 66.1

'"Sou eu apenas um Deus de perto', pergunta o Senhor, 'e não também um Deus de longe?'."

JEREMIAS 23.23

"Ainda que escavem até as profundezas, dali a minha mão irá tirá-los. Se subirem até os céus, de lá os farei descer. Mesmo que se escondam no topo do Carmelo, lá os caçarei e os prenderei. Ainda que se escondam de mim no fundo do mar, ali ordenarei à serpente que os morda. Mesmo que sejam levados ao exílio por seus inimigos, ali ordenarei que a espada os mate. Vou vigiá-los para lhes fazer o mal e não o bem."

AMÓS 9.2-4

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Deus não violará o livre-arbítrio de ninguém, porque este é um fundamento espiritual que Ele mesmo estabeleceu. Portanto, o problema não está em Deus, e sim nas pessoas obstinadas que optam por não seguir ao Senhor e praticar aquilo que é mau.

LEMBRE-SE ...

fazer Deus é poderoso para fazer o que quiser, quando quiser e daforma que achar melhor.

A onipotenu.Ele é capaz de fazer touas. dt.- mag com Q s^ j 0 propósito de, ao finalos atributos se harmonizam sim ui^g p0n|-0 ̂ consideramos que valeinfinito de Deus jamais é exercido é Todo_poderoso e nem mesmocontradição com a natureza divma. E es. (leia os cap(tulos j e 2Deus não sobrepuja os demais, ao mves „ , , , c ,r ’ ' . - _ ^ntada pelo Seu poder,imperfeição, antes prova a excelencia do Senhcqualidades e não falha nunca. ’tíssimo e

Assim, embora Deus seja onipotente, isto ne9 ^’zer significa que Ele vá, em algum momento, fazer algo ^ eza' própria natureza, como por exemplo, mentir ou roubar. 1 e sempre age conforme Sua natureza de santidade.

"Quando Abrão estava com noventa e nove anJS' de idade o Senhor lhe apareceu e disse: 'Eu so'1as Deus todo-poderoso; ande segundo a miírf.^T vontade e seja íntegro'."

GÊNESIS 17.1

"Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera voltarei a você, e Sara terá um filho."

GÊNESIS 18.14

"Ó Soberano Senhor, tu começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua mão poderosa! Que Deus existe no céu ou na terra que possa realizar as tuas obras e os teus feitos poderosos?"

DEUTERONÔMIO 3.24

"Pois o Senhor é grande e muitíssimo digno de louvor; ele deve ser mais temido que todos os deuses."

1 CRÔNICAS 16.25

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Deus é onipresente. Em outras palavras, o espaço material, ou físico, não limita ao Senhor em ponto algum.

'"Estou com você e cuidarei de você» aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi'.Quando Jacó acordou do sono, disse: 'Sem dúvida o Senhor está neste lugar, mas eu não sabia!'."

GÊNESIS 28.15-16

"Reconheçam isso hoje, e ponham no coração que o Senhor é Deus em cima nos céus e embaixo na terra. Não há nenhum outro."

DEUTERONÔMIO 4.39

"Os olhos do Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons... A Sepultura e a Destruição estão abertas diante do Senhor; quanto mais os corações dos homens!"

PROVÉRBIOS 15.3 E 11

"Assim diz o Senhor: 'O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que espécie de casa vocês me edificarão? É este o meu lugar de descanso'?"

ISAÍAS 66.1

'"Sou eu apenas um Deus de perto', pergunta o Senhor, 'e não também um Deus de longe?'."

JEREMIAS 23.23

"Ainda que escavem até as profundezas, dali a minha mão irá tirá-los. Se subirem até os céus, de lá os farei descer. Mesmo que se escondam no topo do Carmelo, lá os caçarei e os prenderei. Ainda que se escondam de mim no fundo do mar, ali ordenarei à serpente que os morda. Mesmo que sejam levados ao exílio por seus inimigos, ali ordenarei que a espada os mate. Vou vigiá-los para lhes fazer o mal e não o bem."

AMÓS 9.2-4

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A onipresença de Deus pode ser explicada como a existência ao mesmo tempo em todas as partes. Este também é um atributo único e exclusivo de Deus, porque Ele existe em todo espaço infinito, pela essência de Seu ser. Isto se comprova através da seguinte pergunta feita na Bíblia por Ele mesmo:

'"Poderá alguém se esconder sem que eu o veja?',pergunta o Senhor. 'Não sou eu aquele que enche os céus e a terra?', pergunta o Senhor."

JEREMIAS 23.24

Na língua hebraica, a expressão utilizada neste versículo, "o céu e a terra", aponta o universo inteiro. Ou seja, o universo está cheio da presença de Deus, de acordo com Sua própria declaração. Como alguém já disse, "o centro de Deus está em todo lugar e a sua circunferência não existe". Deus está em toda parte, mas nada O pode conter.

Um ponto importante a abordar aqui é que embora Deus esteja em todo lugar, Ele não habita em todo lugar. Ou seja, ele não manifesta Sua maravilhosa presença em todo lugar. Somente ao entrar em relação pessoal com um grupo de pessoas ou com um individuo é que se pode dizer que Ele habita entre eles.

"Os olhos do Senhor estio em toda a parte, observando atentamente os maus a os bons."

PROVÉRBIOS 15.3

"O Deus que fez c mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus & da terra, e não habita em santuários feitos por mios humanas. Ele não é servido por mãos de homans, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.De um só ele fez todos os povos, para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar. Deus fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-io, emoora não esteja longe de cada um de nós. 'Pois nele vivemos, nos movemos e existimos', como disseram aiguns dos poetas de vocês: 'também somos descendência dele'."

ATOS 17.24-28

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"Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, aii eu estou no meio deles."

MATEUS 18.20

ONISCIÊNCIA

Deus é onisciente, porque conhece tudo e sabe de todas as coisas.

"Abraão será o pai de uma nação grande e poderosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas.Pois eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do Senhor, fazendo o que é justo e direito, para que o Senhor faça vir a Abraão o que lhe prometeu."

GÊNESIS 18.18-19

"Eliseu respondeu: 'Vá e diga-lhe: 'Com certeza te recuperarás', no entanto o Senhor me revelou que de fato ele vai morrer'. (...) Hazael disse: 'Comopoderia teu servo, que não passa de um cão, realizar algo assim?' Respondeu Eliseu; 'O Senhor me mostrou que você se tornará rei da Síria'."

2 REIS 8:10 E 13

"E você, meu filho Salomão, reconheça o Deus de seu pai, e sirva-o de todo o coração e espontaneamente, pois o Senhor sonda todos os corações e conhece a motivação dos pensamentos. Se você o buscar, o encontrará, mas, se você o abandonar, ele o rejeitará para sempre."

1 CRÔNICAS 28.9

"Será que quem fez o ouvido não ouve? Será que quem formou o olho não vê?"

SALMOS 94,9

"Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance; é tão elevado que não o posso atingir."

SALMOS 139.6

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"Ele determina o número de estrelas e chama cada uma pelo nome. Grande é o nosso Soberano e tremendo é o seu poder; é impossível medir o seu entendimento."

SALMOS 147.4-5

O conhecimento de Deus é perfeito. O Senhor não precisa arrazoar ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente. Seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é completo, absoluto e instantâneo.

Há grande conforto na consideração deste atributo. Em todas as provas e dificuldades da vida do crente podemos ter a seguinte certeza:

"Não sejam iguais a eles» porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem."

MATEUS 6.8

Absolutamente nada foge do conhecimento de Deus. Por este motivo devemos descansar n'Ele e clamar pela manifestação do Seu poder e justiça em nossas vidas.

Ao mesmo tempo, precisamos também estudar um conceito que faz parte da onisciência de Deus, a presciência. No grego, o termo presciência significa saber de antemão, conhecer antes.

"E você, meu filho Salomão, reconheça o Deus de seu pai, e sirva-o de todo o coração e espontaneamente, pois o Senhor sonda todos os corações e conhece a motivação dos pensamentos."

1 CRÔNICAS 28.9

"Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas."

HEBREUS 4.13

LEMBRE-SE

O Conhecimento de Deus é perfeito.

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"Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos são bem conhecidos por ti. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor."

SALMOS 139.1-4

O grandioso e formidável conhecimento onisciente de Deus causa admiração à estreita mente humana. O passado e o futuro são vistos por Deus com a mesma clareza que o presente, mas cada um como um tempo distinto.

A presciência de Deus é um desmembramento da onisciência e vale ressaltar: Sua presciência não influi sobre a liberdade ou a certeza das ações humanas, pela simples razão que se trata de conhecimento e não de influência. Portanto, Deus conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras, mas respeita o livre-arbítrio que Ele próprio deu ao ser humano.

Mesmo conhecendo estes conceitos, a seguinte dificuldade se apresenta a alguns: sendo Deus conhecedor de todas as coisas, Ele sabe quem se perderá. Portanto, como pode essa pessoa evitar o perder-se?

Neste sentido, note que a presciência de Deus sobre o uso que a pessoa fará do livre arbítrio não obriga ninguém a escolher este ou aquele destino. Deus prevê sem intervir.

"Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir."

SALMOS 139.16

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A Trindade

PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO

"A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês."

2 CORÍNTIOS 13.14

A Bíblia nos ensina que Deus é Um, e que além Dele não existe outro deus. Entretanto, a unidade divina é composta de três pessoas, distintas e divinas, que são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. A Trindade é uma comunhão eterna que sempre existiu e que evocou Sua manifestação histórica, através da obra da redenção (que estudaremos em detalhes mais adiante).

Sabemos, como cristãos, que não se trata de três deuses, como pensam alguns que desconhecem as Escrituras Sagradas. Trata-se, isto sim, de três pessoas num só Deus. Os três cooperam unidos em um mesmo propósito. Por exemplo: o Pai cria, o Filho redime e o Espírito Santo santifica. No entanto, em cada uma dessas operações os três estão presentes, atuando juntos e de forma complementar.

Há pessoas que tentam explicar essa doutrina, se esforçando por levar seus ouvintes, ou leitores, a compreendê-la de forma racional, por isso, acabam tropeçando. A Trindade Santa, bem como diversas outras doutrinas, não pode ser explicada racionalmente. Ela deve ser aceita pela fé, pois nossa mente limitada não pode compreender a plenitude desta verdade.

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A Trindade é a união do Pai, Filho e Espírito Santo em um só Ser divino. Sabemos que as três pessoas da Trindade são distintas, iguais em força e poder e, por conseguinte, co-eternos e consubstanciais numa natureza única e individual. Cada uma das pessoas da Trindade é o próprio Deus e, portanto, há só um Deus.

Explicando de uma forma fácil de compreender, o ser humano é dotado de corpo, alma e espírito e, mesmo assim, é apenas uma única pessoa. Da mesma forma a Trindade - o Pai, o Filho e o Espírito Santo, são Deus, e compõe um único Deus.

Este assunto é bastante profundo e importante, e será tratado mais detalhadamente adiante, em outras matérias deste curso básico e do curso médio.

A TRINDADE NA BÍBLIA

Após trazer todas as coisas à existência, por meio de Sua poderosa palavra ("haja"), e querendo formar o homem, disse Deus:

"Então, disse Deus: 'Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança'."

GÊNESIS 1.26A

A respeito do homem, após a queda, disse também Deus:

"Então disse o Senhor Deus: 'Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal'."

GÊNESIS 3.22A

No relato bíblico sobre a confusão das línguas em Babel, vemos ainda Deus dizer:

"Venham, desçamos e confundamos a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros."

GÊNESIS 11.7

LEM BRE-SE...

Nosso Senhor encarnou, ou seja, veio ao mundo como homem e em tudo assumiu a natureza humana.

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Na visão de Isaías, quando Deus ratificou o seu chamamento de profeta, perguntou:

"Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: 'Quem enviarei? Quem irá por nós?' E eu respondi: 'Eis-me aqui. Envia-me!"'

ISAIAS 6.8

Em todos estes textos você percebe Deus (singular) se referindo a si mesmo como um grupo (plural)? Todas estas passagens bíblicas apresentam mais de uma pessoa, e ao mesmo tempo, apresentam a Deus. Portanto, são revelações da Trindade.

São estas as primeiras evidências da doutrina da Trindade na Bíblia.

No Novo Testamento, encontramos um maior número de provas que explicitam este ensino bíblico:

"Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: 'Este é o meu Filho amado, em quem me agrado'."

MATEUS 3.16-17

"...há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos."

EFÉSIOS 4.5-6

"Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo..."

MATEUS 28.19

O PAI CELESTIAL

"Ele me dirá: ‘Tu és o meu Pai, o meu Deus, a Rocha que me salva'."

SALMOS 89.26

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Deus Pai não foi criado nem gerado. Ele existe desde a eternidade passada, presente e futura e está em absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo.

Foi o Pai que enviou o seu Filho, Jesus Cristo, para salvar-nos da morte eterna, pelo sacrifício vicário. Isto é assunto para uma de nossas matérias, "O Plano da Salvação", mas não podemos deixar de notar que isto revela o amor infinito de Deus sobre os homens e o não abandono aos Seus filhos adotivos.

O Pai, a primeira pessoa da Trindade, é considerado como o Pai Eterno e Perfeito.

"Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus.Porque ele faz raiar o seu soi sobre maus e bons e derrama chuva sobre Justos e injustos."

MATEUS 5.44-45

“...pois por melo dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito."

EFÉS10S 2.18

O FILHO JESUS CRISTO

A segunda pessoa da Trindade nos foi revelada no Novo Testamento (embora possamos ver Jesus em diversas passagens proféticas do Antigo Testamento, como estudaremos na matéria "O Senhor Jesus no Antigo Testamento"). Nele, vemos como o Senhor Jesus procede do Pai e é eternamente consubstanciai a Ele, ou seja, pertencente à mesma natureza e substância d'Ele.

Nosso Senhor encarnou, ou seja, veio ao mundo como homem e em tudo assumiu a natureza humana (como será estudado na matéria "A Vida de Cristo e Seu Propósito 1"). O Filho, que é o Senhor Jesus Cristo, possui toda a perfeição divina e a Ele é atribuída a redenção do mundo, pelo Seu sangue.

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"E este é o seu mandamento: Que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou. Os que obedecem aos seus mandamentos nele permanecem, e ele neles. Do seguinte modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu."

1 JOÃO 3.23-24

"João às sete igrejas da província da Ásia: A vocês, graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do seu trono, e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio de seu sangue."

APOCALIPSE 1.4-5

O ESPÍRITO SANTO

A pessoa maravilhosa do Espírito Santo personaliza o amor íntimo e infinito de Deus sobre todos os homens. Em diversas passagens do Antigo Testamento vemos a manifestação do Espírito de Deus, mas é nos Evangelhos que somos "apresentados" Aquele que seria enviado no Pentecostes para ser o nosso Consolador: no batismo do Senhor Jesus Cristo e em Sua transfiguração no monte.

Em Atos dos Apóstolos o Espírito Santo foi plenamente revelado. E até hoje, Ele habita nos verdadeiros crentes e estabelece entre estes e Jesus uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só corpo, que é a Igreja. O Espírito Santo, que é a terceira pessoa da Trindade, é considerado como o puro nexo de amor. Atribui-se a esta pessoa divina a santificação da Igreja e do mundo, com os seus dons.

"De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia língua de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava."

ATOS 2.2-4

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"Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na verdade. Ele os chamou para isso por meio de nosso evangelho, a fim de tomarem posse da glória de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, irmãos, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes foram ensinadas, quer de viva voz, quer por carta nossa."

2 TESSALONICENSES 2.13-15

"Ora, para aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram -se participantes do Espírito Santo, experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir..."

HEBREUS 6.4-5

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Os Nomes de Deus

O nome é uma das mais fortes evidências da personalidade de um ser.

Durante a história do povo de Israel, Deus definiu ou mudou o nome de algumas pessoas. Através dos nomes que eram dados pelo Senhor às pessoas, lhes eram revelados a vontade e o propósito do Senhor para cada um. Vemos exemplos disto quando Deus mudou o nome de Abrão para Abraão e de Sarai para Sara (fato que estudaremos na matéria "Abraão e a Origem de Israel"). Deus também deu o nome do filho da promessa de Abraão e Sara, que deveria ser Isaque (riso, alegria). Jacó teve o seu nome mudado para Israel (príncipe de Deus). No Evangelho de Mateus, Deus instrui José, para que dê o nome Jesus ao filho que estava no ventre de Maria.

O "nome" de Deus, nas Escrituras, significa mais que uma combinação de sons. Representa, de fato, Seu caráter revelado. O Senhor revela a Si mesmo fazendo conhecer ou proclamando o Seu nome.

"Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus todo-poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor, não me revelei a eles."

ÊXODO 6.3

"E Deus respondeu: 'Diante de você farei passar toda a minha bondade, e diante de você proclamarei o meu

Page 59: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

nome: o Senhor. Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão."

ÊXODO 33.19

"Então o Senhor desceu na nuvem, permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor."

ÊXODO 34.5

Veja a resposta de Deus para Moisés, quando perguntado acerca de Seu nome:

"Disse Deus a Moisés: 'Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês'.Disse também Deus a Moisés: 'Diga aos israelitas: O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, enviou-me a vocês. Esse é o meu nome para sempre, nome pelo qual serei lembrado de geração em geração."

ÊXODO 3.14-15

Adorar a Deus é invocar o Seu nome, temê-Lo, louvá-Lo e glorificá- Lo. Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer Seu nome.

"Dali prosseguiu em direção às colinas a leste de Betei, onde armou acampamento, tendo Betei a oeste e Ai a leste. Construiu ali um altar dedicado ao Senhor e invocou o nome do Senhor."

GÊNESIS 12.8

"Se vocês não seguirem fielmente todas as palavras desta lei, escritas neste livro, e não temerem este nome glorioso e terrível, o Senhor, o Seu Deus..."

DEUTERONÔMIO 28.58

"Na minha angústia, clamei ao Senhor; clamei ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu minha voz; o meu grito de socorro chegou aos seus ouvidos."

2 SAMUEL 22,7

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"Todas as nações que tu formaste virão e te adorarão,Senhor, e glorificarão o teu nome."

SALMO 86.9

"Vocês orem assim: 'Pai nosso, que estás nos céus!Santificado seja o teu nome'."

MATEUS 6.9

É sacrilégio tomar o nome de Deus em vão, profaná-Lo ou blasfemá-Lo.

"Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão."

ÊXODO 20.7

"Não entregue os seus filhos para serem sacrificados a Moloque. Não profanem o nome do seu Deus. Eu sou o Senhor."

LEVÍTICO 18.21

"...quem blasfemar o nome do Senhor terá que ser executado. A comunidade toda o apedrejará. Seja estrangeiro, seja natural da terra, se blasfemar o Nome, terá que ser morto."

LEVÍTICO 24.16

O nome do Senhor defende o Seu povo, e por amor de Seu nome, Ele não os abandonará.

"Porque se amotinam as nações e os povos tramam em vão? Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido e dizem: 'Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós a sua algemas!'. Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles."

SALMOS 2.1-4

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"Por causa de seu grande nome, o Senhor não os rejeitará, pois o Senhor teve prazer em torná-los o seu próprio povo."

1 SAMUEL 12.22

JEOVÁ, O ETERNO

Um dos nomes mais utilizados, pelo qual Deus tem nos permitido conhecê-Lo no Seu relacionamento com o homem, é o de Jeová. O que significa o nome de Jesus para nós, que vivemos hoje, significava Jeová para o povo de Israel, no Antigo Testamento.

Jeová significa "o auto-existente". Este nome é considerado o nome próprio e pessoal de Deus e aparece em inúmeras referências. O nome Jeová é ligado exclusivamente ao povo de Israel e nunca aos gentios, pois foi revelado quando foi feita uma aliança entre eles e o Senhor.

O nome Jeová tem sua origem no verbo "ser" e inclui os três pontos deste verbo, que são o passado, o presente e o futuro. O nome pode ser traduzido como "Ele que era, que é e que há de ser". Em outras palavras, simplesmente o Eterno.

LEM BRE-SE...

O "nome" dé Deus, nas iscríturas, significa mais que uma combinação de sons. Representa, de fato, Seu caráter revelado.

NOMES PELOS QUAIS DEUS É CHAMADO

Vamos apresentar abaixo alguns nomes de Deus, pelos quais Ele é chamado em Sua Palavra, com seus significados e referências bíblicas correspondentes.

Emanuel significa "Deus conosco".

"Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel."

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"Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: 'A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel', que significa, 'Deus conosco'."

MATEUS 1.22-23

Adonai, significa "Senhor, Mestre". Este nome começou a ser usado no lugar de Jeová, quando este passou a ser considerado um nome muito sagrado para ser pronunciado.

"Disse, porém, Moisés ao Senhor (Adonai): 'Ó Senhor (Adonai) ! Nunca tive faci lidade para falar, nem no passado nem agora que falaste a teu servo. Não consigo falar bem !'Disse-lhe o Senhor [Adonai): 'Quem deu boca ao homem?Quem fez o surdo ou o mudo? Quem lhe concede vista ou o torna cego? Não sou eu, o Senhor {Adonai}? Agora, pois, vá; eu estarei com você, ensinando-lhe o que dizer'."

ÊXODO 4.10-12

"'Que poderei dizer, Senhor (Adonai), agora que Israel foi derrotado por seus inimigos? Os cananeus e os demais habitantes desta terra saberão disso, nos cercarão e eliminarão o nosso nome da terra.Que farás, então, pelo teu grande nome?' O Senhor {Adonai) disse a Josué: 'Levante-se! Porque você está aí prostrado?"

JOSUÉ 7.8-10

Elohim pode ser traduzido simplesmente como "Deus", mas também significa "Poderoso". Este nome é empregado sempre que estão descrito ou implícito (Adonai) o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus Criador. Sua forma, no plural, significa a plenitude de poder e representa a Trindade.

"No princípio Deus {Elohim) criou os céus e a terra."GÊNESIS 1.1

"Então disse Deus (Elohim): 'Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.

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Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão'. Criou Deus (Elohim) o homem à sua imagem, à imagem de Deus (Elohim ) o criou; homem e mulher os criou."

GÊNESIS 1.26-27

"Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor (Elohim), o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam."

DEUTERONÔMIO 5.9

"Eu, porém, pelo teu grande amor, entrarei em tua casa; com temor me inclinarei para o teu santo templo. Conduze-me, Senhor [Elohim), na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplaina o teu caminho diante de mim."

SALMOS 5.7-8

El Shadai é o "Deus Todo-Poderoso".

"Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o Senhor lhe apareceu e disse: 'Eu sou o Deus todo-poderoso {El Shadai); ande segundo a minha vontade e seja íntegro."

GÊNESIS 17.1

Ieshua é o próprio Senhor Jesus, pois significa "o Senhor é salvador" ou "Salvação".

"Respondeu Jesus (Ieshua): 'Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus."

MATEUS 16.17

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"E diziam: 'Este não é Jesus (leshua), o filho de José? Não conhecemos a seu pai e sua mãe? Como ele pode dizer: 'Desci do céu'?"'

JOÃO 6.42

"Portanto, que todo o Israel fique certo disto: Este Jesus (leshua), a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo."

ATOS 2.36

Jeová Jireh significa "o Senhor proverá".

"Isaque disse a seu pai Abraão: 'Meu pai!' 'Sim, meu filho', respondeu Abraão. Isaque perguntou: 'As brasas e a lenha estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto?' Respondeu Abraão: 'Deus (Jeová Jireh) mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho'. E os dois continuaram a caminhar juntos."

GÊNESIS 22.7-8

"Moisés construiu um altar e chamou-lhe 'o Senhor é minha bandeira' (Jeová Nissi).’’

ÊXODO 17.15

Jeová Shalom significa "o Senhor é paz".

"Gideão construiu ali um altar em honra ao Senhor e lhe deu este nome: O Senhor é Paz (Jeová Shalom). Até hoje o altar está em Ofra dos abiezritas."

JUÍZES 6.24

Jeová Raah significa "o Senhor é o meu pastor".

"O Senhor é meu pastor (Jeová Raah); de nada terei falta."

SALMOS 23.1

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Jeová Shamá significa "o Senhor que está presente".

"A distância total ao redor será de nove quilômetros. E daquele momento em diante, o nome da cidade será: O Senhor está aqui (Jeová Shamá).

EZEQUIEL 48.35

Jeová Rafá significa "o Senhor que sara".

"...dizendo-lhes: 'Se vocês derem atenção ao Senhor, o seu Deus, e fizerem o que ele aprova, se derem ouvidos aos seus mandamentos e obedecerem a todos os seus decretos, não trarei sobre vocês nenhuma das doenças que eu trouxe sobre os egípcios, pois eu sou o Senhor que os cura (Jeová Rafá).

ÊXODO 15.26

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O Caminho para Conhecer a Deus

SE RELACIONAR PARA CONHECER

Neste capítulo iremos procurar um caminho bíblico e simples para conhecer a Deus.

O Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis define a palavra conhecer como "ter conhecimento, noção ou informação, ter relação ou convivência". Entendemos, então, que para conhecer algo ou alguém precisamos buscar informações, nos relacionar e conviver com o nosso alvo de conhecimento.

O nosso objetivo, neste estudo, é conhecer a Deus. Por isso, buscaremos o conhecimento de Sua maravilhosa Pessoa, para que possamos caminhar com Ele e agradá-Lo em tudo.

Bem sabemos que para isso se faz necessário nos relacionar e conviver com o Senhor em nosso dia a dia. Este curso, em todas as suas matérias, certamente ajudará você a persistir neste propósito.

"Conheçam os o Senhor; esforcem o-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra."

OSÉIAS 6.3

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COMO DEUS SE REVELA

São infinitas as formas de manifestação do nosso Deus. Assim como Seu poder é sem limites, ilimitadas também serão as maneiras do Seu manifestar.

Os cristãos, no caminhar do seu relacionamento com Ele, vão descobrindo o Senhor de diversas formas: na Sua Palavra, pela Sua criação, em Sua Igreja e através da oração e do jejum, entre outros devocionais. A cada passo desta caminhada, Deus permite-nos conhecê-Lo cada vez mais.

Muitas destas formas são práticas diárias, que devem fazer parte da sua rotina com o Senhor. Sem dúvida, esta é uma caminhada frutífera, que nos permite conhecer mais e mais a Deus. Estas práticas serão abordadas em uma matéria deste curso básico, chamada "Práticas Devocionais".

CONHECENDO A DEUS PELA CRIAÇÃO

Uma das formas através da qual Deus Se revela a nós é Sua criação. Afinal, Ele mesmo foi Seu arquiteto (como lemos em Gênesis 1.1) e através da Sua vontade tudo se fez.

"Tu, Senhor e Deus nosso, é digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas."

APOCALIPSE 4.11

Pela fé, reconhecemos que tudo foi feito pela vontade de Deus e tudo foi criado por Ele.

O rádio-astrônomo Bernard Lovell declarou, em 1961, que a astronomia nada poderia declarar sobre a existência ou não de um Criador e que provavelmente nunca poderá fazê-lo. A criação não é mesmo matéria da ciência. E assunto de fé, e quem abre o coração, sem dúvida vê o Senhor revelado em Sua criação. Podemos afirmar que o real conhecimento da existência de Deus não é adquirido pelas pesquisas científicas, mas pela fé.

Pela fé, cremos que o homem é a criação de Deus à Sua imagem e semelhança. Ao contemplarmos a flora, a fauna, o mar e o céu, com

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suas nuvens e estrelas, reconhecemos pela fé que somente Deus poderia ser o Grande Arquiteto de tão maravilhosas criações.

"...pois todos os animais da floresta são meus, como são as cabeças de gado aos milhares nas colinas.Conheço todas as aves dos montes, e cuido dascriaturas do campo."

SALMOS 50.10-11

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Deus é complexo e pleno de atributos, características e detalhes. Seu maravilhoso caráter e Sua incomparável personalidade nos causam temor, ao mesmo tempo em que trazem ao nosso coração o profundo desejo de conhecê-Lo e caminhar com Ele.

Neste estudo, o primeiro de muitos que faremos ao longo deste curso básico de Teologia, nosso objetivo principal é que você tenha conhecido mais a Deus para se relacionar melhor com Ele. Também é nosso alvo que, ao ser apresentado aos atributos e características do Senhor, você tenha sido atraído a se aproximar mais d/Ele, buscando Sua presença com mais intensidade e dedicação.

É possível que alguém que ainda não tenha tido um encontro pessoal e real com Deus deseje fazer este estudo e aprender mais da Bíblia. Mas, sem dúvida, a revelação plena das verdades da Palavra de Deus está reservada para aqueles que procuram viver e caminhar em intimidade com Ele, pelo Seu Espírito. Assim, embora seja de fato possível conhecer a Deus pela Sua criação, como lemos anteriormente, são incomparáveis os benefícios de uma vida de oração, jejum e práticas devocionais.

Por isso, nossa oração é para que você não apenas conheça a Deus pelas palavras desta matéria. Oramos, isto sim, para que você mergulhe nas águas profundas do Espírito em seu relacionamento pessoal e íntimo como Senhor e, claro, que ao longo deste curso você possa se aprofundar cada vez mais, e se preparar para o grande propósito que Deus tem com a sua vida e o seu ministério.

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Exercícios

Avalie seu aprendizado e assimilação da matéria

estudada respondendo às perguntas a seguir.

Sugerimos que você utilize sempre lápis,

para que seja possível apagar e reescrever

a resposta, no caso de ter errado na primeira vez.

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1. Em sua opinião, porque é importante conhecermos a Deus?

2. Cite e explique dois argumentos a favor da existência de Deus.

3. Cite um argumento que os ateus utilizam contra a existência de Deus.

4. Como você, ao evangelizar, contestaria o argumento citado acima?

5. Quem é Deus, para você, dentro da sua experiência cristã?

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6. Em sua opinião, é possível sentir a presença de Deus? Você já teve esta experiência?

7. Com suas palavras, explique o conhecimento e a sabedoria do Senhor.

8. Escreva sobre a bondade de Deus. Você reconhece Sua bondade em sua vida diária?

9. Cite e explique um dos atributos de Deus.

10. Mencione dois exemplos bíblicos que confirmam a existência da Trindade.

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11. Qual é a importância do Espírito Santo em sua vida pessoal?

12. O nosso Deus é conhecido por muitos nomes... Qual deles fala mais ao seu coração e por que?

13. Qual caminho você acredita ser o melhor para conhecer a Deus?

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Glossário

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ABENÇOARSignifica bendizer; dar ou lançar a benção; constituir benção ou proteção para; tornar próspero, fazer feliz

AGNÓSTICOQue se diz de pessoa ou doutrina que aceita ou representa qualquer forma de agnosticismo

AGNOSTICISMOSegundo Thomas Henry Huxley (1825-1895), naturalista inglês, posição metodológica que só admite os conhecimentos adquiridos pela razão e evita qualquer conclusão não demonstrada; qualquer doutrina que declara o absoluto inacessível ao espírito humano ou que considera vã qualquer metafísica ontológica; crença de que é impossível saber se existe um Deus

ALEATÓRIODependente de fatores incertos; sujeitos ao acaso; casual; fortuito, acidental

ALVORADAPrincípio; começo; início; aurora; alvor

AMBÍGUOQue se pode tomar em mais de um sentido; equívoco; indeterminado; impreciso; incerto

a m ímSignifica "assim seja", palavra litúrgica de aclamação, que indica anuência firme; concordância perfeita; com um artigo de fé, aprovação; consentimento; anuência

ANSEIODesejo ardente; anelo; ânsia

ANTEMÃOCom antecipação; previamente; antecipadamente; anteriormente

APLAINARAssentar; aplanar; nivelar; igualar; facilitar; remover dificuldades; superar obstáculos

APRAZAdvém do verbo aprazer, que significa causar prazer; ser aprazível; agradar; deleitar; gostar de

ARRAIGADOSignifica que se arraigou; enraizado; radicado, que criou raízes

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ARRAZOARExpor ou defender (causa, assunto, argumento, etc.) alegando razões; discorrer; falar

ASSIMILARAbsorver; compreender; entender o sentido

ATEÍSMODoutrina dos ateus; convicção de que Deus não existe

ATINGÍVELQue pode ser atingido

ATRIBUTOSignifica aquilo que é próprio de um ser; característica, qualitativa ou quantitativa; que identifica um membro

BENÇÃOGraça divina; ação de consagrar ou de abençoar; ato de abençoar alguém; ação pela qual os pais abençoam os filhos

BENDIZERDizer bem de; elogiar; gabar; louvar; glorificar; abendiçoar

BENFEITORAquele que faz o bem

BLASFEMARAdvém do verbo blasfemar, que significa proferir palavras blasfemas e ultrajantes

CARDIOPATIASignifica designação comum às afecções do coração, ou seja, às doenças encaradas sob seus aspectos atuais, independentemente do diagnóstico de suas causas

CETICISMOSignifica descrença; estado de quem dúvida de tudo; atitude ou doutrina segundo a qual o homem não pode chegar a conhecimento indubitável, quer nos domínios das verdades de ordem geral, quer no de algum determinado domínio do conhecimento

CÉTICOQue duvida de tudo, desaente; pertencente ou relativo ao cetidsmo

CONCERTOHarmonia; acordo; combinação; ajuste

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CONCLAMARBradar ou clamar simultaneamente; chamar aos brados; invocar; convocar

CONDUTAProcedimento; comportamento; procedimento moral (bom ou mau)

C0NQU1STÁVELQue pode ser conquistado

CONSUBSTANCIALSignifica da mesma natureza ou essência que outro; que tem uma só substância; em que há unidade de substância

CONTERCompreender; incluir; manter dentro de certos limites; deter; controlar; manter sob controle

CONVIVÊNCIAAto ou efeito de conviver; relações íntimas; familiaridade; convívio; trato diário

CORRELAÇÃORelação mútua entre dois termos; correspondência

COSMOO universo

CRENÇAConvicção íntima; ato ou efeito de crer; acreditar; fé religiosa

CRONOLOGIACiência da utilização de regras baseadas na astronomia e em convenções próprias para estabelecer as divisões do tempo e a fixação das datas

CRONOLÓGICARelativo à cronologia

DÁDIVAAquilo que se dá; presente; oferta; dom

DELEITEAdvém do verbo deleitar, que significa causar prazer; deleite, a; deliciar; sentir ou receber grande prazer; deliciar-se

DESCARTARSignifica pôr de parte; não levar em conta; afastar

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DETESTÁVELQue se deve detestar; abominável; péssimo; insuportável

DIRIGENTEQue ou quem dirige

DISSEMINAÇÃOEspalhamento; derramamento; dispersão

DIVERGÊNCIADiscordância; desacordo; discrepância; dissensão

DIVINDADEQualidade de divino; natureza divina

DOMPrivilégio; poder; virtude; dote ou qualidade natural; nata; mérito; merecimento

DOTARSignifica atribuir algum dom a; favorecer; prendar; beneficiar (com algum dom natural); prover; mu nir

DOUTRINAConjunto de princípios que serve de base a um sistema religioso, político, filosófico, científico, etc

ECOSSISTEMAConjunto dos relacionamentos mútuos entre determinado meio ambiente e a flora, a fauna e os microrganismos que nele habitam, e que incluem os fatores de equilíbrio geológico, atmosférico, meteorológico e biológico; biogeocenose

EDIFICARReceber impressões edificantes; introduzir sentimentos morais e religiosos; construir; levantar; criar

EMPÍRICAFeminino de empírico, que significa derivado de experimento ou de observação da realidade; diz-se de conhecimento que provém, sob perspectivas diversas, da experiência; que se apóia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria.

ESPLENDORBrilho intenso; fulgor; resplendor; grandeza; intensidade

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ESSÊNCIAA existência; aquilo que constitui a natureza das coisas; substância

ESSENCIALAbsolutamente necessário; indispensável

ETNIAPopulação ou grupo social que apresenta relativa homogeneidade cultural e linguística, compartilhando história e origem comuns

EVIDÊNCIAQualidade do que é evidente; certeza manifesta

EVOCARSignifica trazer à lembrança, à imaginação

EXPOSTOPôr à vista; apresentar em exposição; mostrar; deixar a descoberto; tomar evidente

FADIGACansaço; canseira; fatigamento

FAUNAConjunto dos animais próprios de uma região ou de um período geológico

FIRMAMENTOHemisfério celeste visível; céu; abóbada celeste

FLORAO conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade

FORMIDÁVELQue desperta respeito, admiração ou entusiasmo; admirável; excelente; magnífico

GENTIOSignifica infiel; aquele que professa o paganismo; para os hebreus eram os estrangeiros; para os cristãos eram aqueles que professavam o paganismo

GENUÍNAFeminino de genuíno, que significa próprio; natural; autêntico; legítimo

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GRAÇADom ou virtude especial concedido por Deus como meio de salvação ou santificação

GRADUALMENTEQue aumenta ou diminui por grau: ordem gradual

HERESIAAto ou palavra ofensiva à religião; doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé; ideia ou teoria contrária a qualquer doutrina estabelecida

ÍDOLOEstátua ou simples objeto cultuado como deus ou deusa; objeto em que se julga habitar um espírito, e por isso venerado; pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo

IGNORÂNCIAFalta de saber; ausência de conhecimentos; estado de quem ignora ou desconhece alguma coisa

IMPELIRImpulsionar para algum lugar; incitar; instigar; coagir; obrigar

ÍMPIOHerege; que não tem fé; incrédulo; herético

IMPLÍCITOSignifica que está envolvido, mas não de modo claro; tácito; subentendido

INCRÉDULOSignifica falta de crença; ímpio; descrente; ateu; próprio de quem não crê, de quem está duvidoso

INEGÁVELQue não se pode negar; incontestável; claro; evidente

INFLIGIRSignifica causar, ou produzir (dano, incômodo, prejuízo)

INIQUIDADEFalta de equidade

INQUISIÇÃOSignifica inquirição

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1NSIJLTARAfrontar violentamente por obras ou palavras; ultrajar, injuriar

INTELIGIBILIDADEQualidade de inteligível

INTEUGÍVELQue se conhece pela inteligência ou pela razão

INTERLIGADAEm que há interligação

IRREFUTÁVELIrrespondível; irrecusável; evidente; incontestável; que não se pode refutar

IRRELIGIOSONão religioso; ateu; ímpio

LABORIOSOTrabalhoso; difícil; custoso; árduo

LATOLargo; amplo; dilatado; extenso

LEGISLARSignifica estabelecer ou fazer leis; legiferar

LEGISLADORQue legisla; legislativo

LIBERTINAGEMDevassidão; desregramento; licenciosidade; crápula

LOUVORGlorificação; exaltação

MAGNIFICÊNCIAQualidade de magníficente; grandiosidade; suntuosidade; pompa; esplendor

MEDITARSubmeter a um exame interior; pensar em; fazer meditação; refletir

MINISTRARServir ou atuar como ministro; dar; prestar; fornecer

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MISERICÓRDIAIndulgência; graça; perdão; que tem compaixão; grito de quem pede piedade; socorro

MQNOTEÍSTAQue ou quem admite um só Deus

NEXOLigação; vínculo; união; coerência

NOTÁVELExtraordinário; considerável

OBSCUROIgnorado; desconhecido; enigmático

OBSTINADAFeminino de obstinado, que significa teimoso; birrento; pertinaz; firme; relutante

ODIOSAFeminino de odioso, que significa repelente; repulsivo; desprezível; reprovável; condenável

OFUSCARSignifica, impedir de ver ou de ser visto; ocultar; encobrir; obscurecer; apagar-se

ONTOLOGIAParte da filosofia que trata do ser enquanto ser, i. e., do ser concebido domo tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres

ONTOLÓGICOPertencente ou relativo à ontologia

OUSADIAQualidade de ousado; coragem; destemor; arrojo; galhardia

PALPÁVELEvidente; claro; patente; manifesto -

PLENITUDEQualidade ou estado de pleno

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POLITEÍSTAQue professa o politeísmo, ou seja, que professa, a religião em que há pluralidade de deuses

PRECEITOEnsinamento; doutrina; ordem, determinação; prescrição

PREDICATIVOSignifica complemento.

PRELIMINARQue antecede fato, assunto ou empreendimento principal; prévio, preambular

PRESSUPOSTOPressuposição; conjetura; circunstância ou fato considerado como antecedente necessário de outro

PRIMÓRDIOFonte; origem; princípio

PRIVILÉGIOPermissão especial

PROCLAMARSignifica apresentar-se; mostrar-se; inculcar-se

PROFANARSignifica tratar com irreverência (coisas sagradas); desconsagrar; violar a santidade de; ofender, injuriar; afrontar

PROPÓSITOAlgo que se pretende fazer ou conseguir; intenção; intento; projeto

PROSÉLITOChama-se prosélito (em hebraico, guer) um não-judeu que se converteu ao judaísmo; por extensão, chama-se também prosélito a pessoa que se converteu de uma religião para outra, ou a pessoa que se converteu a uma doutrina ou ideologia ou a um partido político.

PROSTRARSignifica humilhar-se; abater-se; em sinal de reverência; arquear-se; curvar-se

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RÁDIO-ASTRÔNOMOProfissão de especialista em astronomia

RATJFICARSignifica confirmar autenticamente; validar (o que foi feito ou prometido)

REDIMIRSignifica tirar do cativeiro; do poder alheio; resgatar; fazer esquecer; expiar, pagar; livrar das penas do Inferno; salvar

REDIMIDOSaído do cativeiro, do poder alheio; resgatados

REGERGovernar; administrar; dirigir

REIVINDICAÇÃOAto ou efeito de reivindicar; ato de reclamar um direito

REPLICARSignifica combater com argumentos; contestar; refutar; redarguir

RETOJusto; honesto; íntegro

REUMÁTICAFeminino de reumático, que significa indivíduo que sofre de reumatismo; relativo a reumatismo: dor reumática

SACIAREncher; fartar; satisfazer

SACRIFICARRenunciar voluntariamente a; abrir mão de; oferecer em holocausto; consagrar inteiramente; desprezar (coisa ou pessoa) em favor de (outra): sacrificar a vida pelos filhos; renunciar voluntariamente a; devotar-se inteiramente a

SACRILÉGIOUltraje feito à pessoa sagrada ou venerável; ação digna de censura ou reparação; ato condenável; uso profano de pessoa, lugar ou objeto sagrado; profanação

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SANTIFICARConduzir pelo caminho da bem-aventurança; elevar-se ou moralizar-se pela prática rígida de princípios religiosos; tornar santo: a graça nos santifica; pôr no caminho da salvação: pelo exemplo, santifica os que o seguem; venerar como santo; celebrar conforme à lei da Igreja

SAPIÊNCIASabedoria divina; sabedoria; erudição

SEITADoutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é seguido por muitos; comunidade fechada, de cunho radical; teoria de um mestre seguida por numerosos prosélitos

SENSOFaculdade de apreciar; de julgar; entendimento; de sentir ou apreciar

SENTIDOFaculdade de conhecer de um modo imediato e intuitivo, a qual se manifesta nas sensações propriamente ditas; senso

SENTIÊNCIAQualidade da consciência

SIMPLISTAPessoa que raciocina ou age com simplismo; simplicidade exagerada

SIMULTANEAMENTEAo mesmo tempo; concomitantemente

SINGELOSimples; sem ornamento

SOARSignifica ter características de; parecer

SOBERANOAquele ou aquilo que detém autoridade suprema, sem qualquer tipo de restrição; aquele que influi poderosamente; poderoso, dominador

SOBREPUJARSuperar; ultrapassar; exceder; vencer; dominar

SONDARAvaliar; calcular; estimar; procurar, conhecer

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SUBENTENDE«Significa entender ou perceber (o que não estava exposto ou bem explicado); admitir mentalmente; supor

SUPREMOQue está acima de tudo; supero; superior; sumo

SUSTINTADORAquele que sustenta

TEMPORALRelativo a tempo; témporáíio; temporineo

TERAPÊUTICORelativo ao tratamento das doenças; curativo; medicinal

TESTIFICARAtestar; comprovar; assegurar

TORMENTOSuplício; tortura; desgraça; miséria; angústia; aflição

TRANSFIGURAÇÃOEstado glorioso em que apareceu Cristo aos apóstolos sobre o monte Tabor; transformação espiritual que exalta ou glorifica

TRAUMÁTICAFeminino de traumático, que significa relativo a trauma; que diz respeito às contusões, às feridas

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-A- ■ ' *•UNÂNIME

Significa que é do mesmo sentimento ou da mesma opinião que outrem; proveniente de acordo comum, geral

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Oscilar; balançar-se; por não estar firme; fixo ou seguro; estar ou ficar duvidoso; incerto

VAGO...v. Indeterminado; incerto; indefinido

VANGLORIARInspirar vanglória ou desvanecimento a? tornar vaidoso; envaidecer; desvanecer

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VICÁRIOQue faz às vezes de outrem ou de outra coisa; que substitui

VIOLAROfender com violência; infringir; transgredir; desrespeitar

ZELOSOQue tem zelo; cuidadoso; diligente; desvelado

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A Origem do Homem e do peeaoOs primeiros seres humanos criados pelo Senhor.

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SumárioINTRODUÇÃO 95

CAPÍTULO 1: A ORIGEM DO HOMEM À LUZ DA BÍBLIA 97O Criacionismo Bíblico 97

A Reunião Celeste na Criação do Homem 99O Homem é Superior Aos Outros Seres Vivos 99

A Criação da Mulher 101

CAPÍTULO 2: OUTRAS TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO HOMEM 103A Teoria Evolucionista 103

Alguns Motivos Para Não Acreditar em Darwin 105A Teoria Filosófico-Materialista 105

CAPÍTULO 3: A NATUREZA DO HOMEM 107As Funções do Ser Humano 107

Os Instintos Naturais 111A Natureza do Homem, Segundo a Bíblia 114

A Natureza Biforme do Homem 116ATricotomia do Homem 116

CAPÍTULO 4: AS TEORIAS DA ORIGEM DO ESPÍRITO 119O Emanacionismo 119

O Transmigracionismo 120O Criacionismo 120

■ O Traducionismo 120

CAPÍTULO 5: O HOMEM COMO A IMAGEM DE DEUS 123As Diversas Posições 125

Voltando à Essência 126

CAPÍTULO 6: ORIGEM DO PECADO 127Introdução 127

A Definição Bíblica Para o Pecado 127A Forma do Pecado 129

O Princípio e a Essência do Pecado 131De Quem é a Culpa? 134

Então, Quem é o Responsável? 136A Origem do Pecado na Raça Humana 137

CAPÍTULO 7: A NATUREZA DO PECADO 141As Consequências do Pecado 142

A Humanidade Debaixo do Pecado 145Os Alvos do lulgamento Divino 147

Os Efeitos do Pecado na Vida do Homem 149

CONCLUSÃO 152

EXERCÍCIOS 153

GLOSSÁRIO 157

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1ifundido e até mesmo sido ensinado em nossas escolas, que o homem seria fruto da evolução das espécies animais e não criação de Deus.

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Entretanto, a única fonte que consideramos absolutamente segura, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada.Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem de modo plausível e coerente a verdadeira história de todas as origens, inclusive a do homem.

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Há muitas teorias que tentam explicar a origem do homem.

Segundo algumas delas, que tem se difundido e até mesmo sido ensinadas em nossas escolas, o homem seria fruto da evolução das espécies animais e não criação de Deus. Estudaremos essas questões brevemente, mais adiante.

Entretanto, a única fonte que consideramos absolutamente segura, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem de modo plausível e coerente a verdadeira história de todas as origens, inclusive a do homem.

"Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou ser vivente."

GÊNESIS 2.7

Há quem questione se Adão e Eva foram de fato pessoas reais, que tenham vivido de verdade, como hoje nós vivemos. Para nós, o caráter histórico das narrativas de Gênesis, acerca da sua existência, fornece uma boa base para crermos que Adão e Eva tenham sido os primeiros seres humanos e criados pelo Senhor.

Além disso, conforme afirmam Norman Geisler e Thomas Howe, no livro "Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia", eles foram tão reais que tiveram filhos e possuem uma genealogia de séculos, que pode ser acompanhada e comprovada, que vai até a pessoa do Senhor Jesus Cristo.

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Em nosso ponto de vista cristão, o homem foi criado e não evoluído de algum ser inferior, ao longo de muitos milênios. Em nossa opinião, há um vasto abismo, uma divergência praticamente infinita, entre o homem mais vil e o animal mais evoluído. Nenhum animal tem qualquer traço de consciência de Deus. Em outras palavras, os animais não têm uma natureza moral ou religiosa, não tem necessidade de salvação, nem de se relacionar pessoalmente com Deus. Essa é a principal diferença e as investigações científicas nada tem feito para desfazer esta divergência (e jamais conseguirão, obviamente).

Assim, vamos estudar nossa origem e o princípio da nossa história, à luz da Palavra de Deus.

LEMBRE-SE ...

Desde o momento da sua criação fica claro que o homem é mais do que uma simples criatura, pois existe entre ele e Deus uma relaçlo mais profunda, mais significativa. O horotfn foi criado para viver em uma situação familiar com Deus, em íntima comunhão.

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A Origem do Homem à Luz da Bíblia

O CRIACIONISMO BÍBLICO

"Então disse Deus: 'Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão'.Criou (barah) Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou."

GÊNESIS 1.26-27

Neste texto está registrado o primeiro versículo sobre a criação da humanidade. No texto original, no versículo 27, é utilizada a palavra barah, do hebraico, que quer dizer "criou". O sentido da palavra aplicada no texto é que Deus fez o homem do pó da terra, mas sua criação foi um ato divino. Ele foi feito de forma especial, do pó da terra, e diferentemente da vida vegetal, aquática e animal.

Vamos comentar e reparar como as outras formas de vida e os demais itens da natureza foram criados. Quando Deus criou os animais, os peixes, as estrelas, o sol, a lua e todas as outras coisas, Ele utilizou o Verbo, a Palavra, para cumprir Seu propósito e vontade. Tudo o que foi criado no universo mfinito e na terra, foi feito com o uso da expressão "haja":

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"Disse Deus: 'Haja luz', e houve luz. (...) Depois disse Deus: 'Haja entre as águas um firmamento que separe águas de águas'."

GÊNESIS 1.3 E 6

Já na criação do homem, Deus fez tudo diferente: Ele utilizou material já existente - o pó da terra! - para fazer o corpo físico de Adão e na parte espiritual soprou em suas narinas, de forma que o homem tornou-se alma vivente.

Curiosamente, há uma tribo indígena brasileira que possui uma maneira bastante peculiar de tratar seus ferimentos físicos... Quando se machucam, eles aplicam terra virgem sobre a ferida, como tratamento para a cura. Em poucos dias a ferida sara, reforçando a crença deles de que ao colocar terra nos machucados, eles estão na verdade colocando material "original", para preencher o espaço com "defeito".

O nome do primeiro homem, Adão, vem do hebraico Adam, que significa "avermelhado" ou "aquele que foi feito de adamah" . Esta última palavra quer dizer "terra", que é o material de que Adão foi originalmente feito por Deus. Seu nome também significa "aquele que tem a pele da cor de eàom" (que no hebraico quer dizer "vermelho"), por causa do dam (que quer dizer "sangue", no hebraico).

O sentido do nome de Adão é tão profundo que não podemos entender que o homem tenha sido apenas mais uma criação de Deus, sem nenhuma diferença com relação a tantas outras. Desde o momento da sua criação fica claro que o homem é mais do que uma simples criatura, pois existe entre ele e Deus uma relação mais profunda, mais significativa. O homem foi criado para viver em uma situação familiar com Deus, em íntima comunhão.

Analisando a terminologia bíblica utilizada para se referir à humanidade, notamos que os escritores do Antigo Testamento dispunham de numerosos termos para descrever o ser humano. Possivelmente, o mais importante (que aparece 562 vezes!) é Adam, o nome do primeiro homem. Este termo refere-se à raça humana como imagem de Deus e ápice da criação.

Com relação à origem da raça humana, os escritores bíblicos sustentam de modo consistente que Deus é o único responsável pela

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Sua criação. Os textos mais preciosos afirmam que o Senhor criou o primeiro homem do pó da terra. Assim, não há lugar aqui para o evolucionismo, ou seja, o desenvolvimento paulatino de formas mais singelas de vida, em outras mais complexas, tendo o ser humano como ponto culminante. Cremos que não pode haver dúvida quanto ao desacordo do evolucionismo com os registros bíblico, como você poderá notar ao longo de toda esta matéria.

A REUNIÃO CELESTE NA CRIAÇÃO DO HOMEM

É interessante notar, embora este não seja o tema desta matéria, a atuação da Trindade, que dá, em unidade, a ordem criativa para a nossa criação quando diz: "façamos o homem".

A despeito da importância teológica que se dá ao "façamos", para denotar a participação triúnica da Deidade (já comentada na matéria "Conhecendo Deus 1", e que será estudada mais adiante, em nosso curso médio), não podemos deixar de perceber - e mencionar - a reunião celeste que se deu no momento da criação de Adão.

Conforme os versículos que citamos acima, vemos que aconteceu uma reunião celeste, como um conselho no céu, para determinar a criação do ser humano. É possível que o propósito tenha sido tratar de detalhes da criação, tais como a forma física e espiritual do homem.

Apesar de dar margem a suposições (e certamente há mistérios que só conheceremos no céu), é fato que a Bíblia utiliza a palavra "façamos", o que comprova a comunhão celestial da Trindade, e nos leva a algumas conclusões. A principal delas é que esta reunião definiu a criação do ser humano, sua estrutura física e espiritual e os objetivos de Deus para com o homem.

O HOMEM É SUPERIOR AOS OUTROS SERES VIVOS

Quando Deus criou o homem, Ele já havia criado todos os outros seres vivos: as plantas, os peixes e os animais. Por isso, o Senhor fez o homem superior a tudo o que existia até então e colocou todas as coisas sob o seu domínio.

"Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multiplicam-se! Encham e subjuguem a terra! »a,

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Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra'."

GÊNESIS 1.28

Desde a sua criação, o homem é superior a tudo na terra. Entre o homem e as demais criaturas há uma grande diferença, pois possuímos um elevado nível intelectual, moral e religioso.

"E Deus viu tudo que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; e esse foi o sexto dia."

GÊNESIS 1.31

"Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria, e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome. Assim o homem deu nomes a todos os rebanhos domésticos, às aves do céu e a todos os animais selvagens. Todavia não se encontrou para o homem alguém que o auxiliasse e que lhe correspondesse."

GÊNESIS 2.19-20

"...pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra.Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste: todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares."

SALMOS 8.4-8

Ser.mdo Gênesis 2.7, já citado algumas vezes neste estudo (e que suçerirros que você leia de novo), notamos que o homem se compõe de duas substâncias: uma imaterial, chamada de alma, e outra material,

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chamada corpo. Quando a alma se retira do corpo, ocorre a morte, como estudaremos logo mais adiante, na matéria "O Plano da Salvação". Mas leia o versículo abaixo:

"Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente.Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."

1 TESSALON1CENSES 5.23

Conforme o texto acima, de 1 Tessalonicenses, o homem se compõe, na verdade, de três partes: um espírito, uma alma e um corpo. Sendo o homem espírito, ele é capaz de ter conhecimento de Deus e um relacionamento com Ele. Como alma, o homem é apto para ter conhecimento de si próprio. E como corpo, o homem tem, através dos sentidos naturais, conhecimento do mundo em seu redor.

A nossa estrutura já explica a supremacia do homem sobre as demais criaturas, que são apenas corpo irracional. Elas não raciocinam e vivem apenas por instinto. Assim , não são capazes de ter conhecimento de si próprios, do mundo em redor e de Deus.

Há outros argumentos que reforçam a supremacia do homem sobre a criação. Eles serão abordados em momento oportuno, pois não são o foco principal do nosso estudo, neste momento.

Entretanto, não podemos avançar sem ressaltar que o homem não é "dono" da criação. Ele é "mordomo de Deus" com a função de tomar conta das obras das suas mãos, o que é muito diferente.

LEM BRE-SE...

Desde a sua criação, o homem é superior a tudo na terra. Entreo homem e as demais criaturas há uma grande diferença, pois possuímos um elevado nível intelectual, moral e religioso.

A CRIAÇÃO DA MULHER

"Então o Senhor Deus declarou: 'Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda'. (...) Então o Senhor Deus

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fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem: 'Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada'. Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha."

GÊNESIS 2.18, 21-25

No segundo relato da criação, podemos destacar a formação da mulher. Depois de Deus ter criado Adão, Ele também fez Eva.

O trecho que registra este momento é, no mínimo, curioso: Deus tira uma costela de Adão e a partir dela forma Eva. A palavra traduzida por "costela" é tsela, um termo que significa que Deus tomou parte do ladc de Adão (incluindo aí ossos, carne, artérias, veias e nervos). Daí a afirmação de Adão, "essa é osso dos meus ossos e carne da minha carne".

A mulher é feita da mesma matéria que o homem. Portanto, ela compartilha da mesma essência. Além disso, não podemos deixar de considerar que a-mulher também foi alvo direto da atividade criadora do Senhor, assim como o homem. Então, não há motivos para que a mulher seja diminuída perante os homens... O valor de ambos para Deus é o mesmo, pois tanto Adão quanto Eva foram criados à Sua imagem e semelhança.

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Capítulo 2Outras Teorias Sobre a Origem do Homem

A TEORIA EVOLUCIONISTA

Charles Darwin nasceu na Inglaterra, em 1.809. Conhecido como um dos precursores do estudo da Ecologia, ele era um naturalista muito respeitado. Membro da elite científica da sua época, Darwin teve a oportunidade de viajar muito e fazer observações a respeito da criação de Deus em toda a natureza.

No princípio, ele foi incentivado por sua família e por seus professores (que na maioria eram reverendos). Todos acreditavam que o estudo da natureza era im portante, para que Deus fosse engrandecido através do conhecimento da Sua criação, em toda a terra. No entanto, quanto mais observava, mais Darwin se desviava das informações que tinha recebido originalmente, no tempo de sua formação. Curiosamente, ele passou décadas escrevendo sua teoria evolucionista em segredo, temendo as críticas científicas e religiosas, consciente de que não seria bem aceito.

A base da teoria evolucionista de Darwin é a seleção natural. Na opinião dele (e falando de forma simplista), os mais fortes sobrevivem e se reproduzem na natureza, enquanto os mais fracos morrem e não dão continuidade à sua semente genética. Assim, de forma natural e não imposta, as espécies se livrariam dos indivíduos indesejados ao longo das gerações e ao final deste processo, se tomariam espédes mais evoluídas.

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Quando tentou explicar sua teoria para amigos mais próximos, antes de publicar seus livros, Darwin foi imediatamente desacreditado: para eles, se havia uma seleção natural era porque havia um Selecionador Divino. Assim, a presença de Deus não era eliminada da criação, e mais: Ele continuaria atuante em Seus propósitos, continuamente.

Como era de se esperar, não apenas os amigos mais próximos rejeitaram a teoria evolucionista num primeiro momento: quando seus estudos foram publicados, os cientistas e religiosos da época, em sua maioria, o desacreditaram com veêmencia. Entretanto, com o passar dos anos, a teoria de Darwin (de que a evolução ocorreu por meio de seleção natural) mudou a forma de pensar em inúmeros campos de estudo científico, da Biologia à Antropologia. Até hoje é uma das teorias da criação mais ensinadas em nossas escolas.

É interessante notar que, apesar de publicar seus trabalhos, Darwin não costumava defendê-los em público. Entretanto, para nós que vivemos num meio em que aquele que crê no que prega, o faz a plenos pulmões diante de qualquer platéia ou auditório, nos causa um certo estranhamento a falta de vontade do criador da teoria evolucionista de defender sua tese.

Além disso, Darwin foi 'criado como cristão e teve boa parte da sua educação recebida em escolas anglicanas. Seus pais e grande parte dos professores eram cristãos devotados e convictos na teoria do criacionismo, de modo que Darwin foi criado conhecendo estas verdades. Dizem os historiadores que um dos motivos da rebelião de Darwin contra o Senhor eram as constantes enfermidades de que sofriam seus filhos, que culminaram com a morte de um deles - o motivo derradeiro para que ele parasse de ir à igreja. Sabe-se que era costume de Darwin caminhar a esmo, enquanto sua família (esposa e filhos) estava congregando.

LEMBRE-SE ...

Em nosso ponto de vista cristão, o homem foi criado e não evoluído de algum ser inferior, ao iongo de muitos milênios. Em nossa opinião, há um vasto abismo, uma divergência praticamente infinita, entre o-homem mais vi! e o animal mais evoluído.

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Seja como for, até mesmo sua família tinha dificuldades em acreditar em sua teoria, por serem apegados a Deus e à Sua Palavra. Inclusive, há rumores de que, logo antes de morrer, Darwin tenha se voltado para Deus, aceitando a Jesus como Senhor e Salvador e pedindo perdão por ter elaborado sua teoria da evolução. Mas como dissemos, são apenas rumores, que não se pode provar. Não passam de suposições.

ALGUNS MOTIVOS PARA NÃO ACREDITAR EM DARWIN

Voltando ao nosso alvo principal de estudo nesta matéria, que é a origem do homem, de acordo com a teoria evolucionista o ser humano rvoluiu de uma ordem inferior, no mundo animal, até se tornar o que é ■ r ! a velha história de que o homem evoluiu do macaco). Ela ensina

t --ta evolução foi resultado de sucessivas alterações na forma e na'.r.ira das espécies, devido às forças latentes que existem na matéria.

-- Bíblia refuta esta teoria, na medida em que declara que a origem::m e m resultou de um ato criativo de Deus. Sem dúvida,

■ ' .isando os versículos que já citamos anteriormente, sobre a nossa ■ .:ão, notamos que o ser físico do homem também é resultado de

_ .v. ato criativo de Deus, que utilizou a matéria já existente para sua :: rmação - o chamado pó da terra, que vem o hebraico afar.

Além disso, conforme a teoria da evolução, o homem estaria ainda em processo de transformação, como que a caminho de se tornar algo diferente do que é hoje. Entretanto, não é isso que vemos na prática: o homem tem, atualmente, a mesma estrutura física e espiritual do dia em que foi criado, não tendo passado por nenhuma outra alteração na sua forma física e espiritual.

Aliás, não apenas o homem, mas há uma enorme variedade de espécies que não tem sofrido nenhuma alteração da sua forma e estrutura, ao longo de todo o tempo geológico.

A TEORIA FILOSÓFICO-MATERIALISTA

A teoria filosófico-materialista foi criada por Sigmund Freud, o homem conhecido como "pai da psicanálise". Ele era filósofo e notoriamente ateu.

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Em seus argumentos, Freud enfatizou a ideia de que a vida biológica e psicológica do homem é formada com base na sua personalidade e em seus instintos naturais. Ou seja, para ele coisas como desejo sexual, fome, sede, segurança e prazer são pressões que determinam as ações e os padrões da personalidade de cada ser humano.

Assim, o homem não seria fruto de um ato criativo de Deus. Ele seria fruto da reprodução de um casal (como qualquer outro animal), e sua personalidade e características seriam definidas pela influência recebida ao longo de sua vida. Ou seja: não haveria no homem o "sopro de Deus".

No conceito de Freud, a natureza do homem não se relaciona com o sobrenatural (ou com o próprio Deus). Para ele, a ideia de uma relação do Criador com o ser humano é imprópria e inexistente, por acreditar que o homem é uma criatura egocêntrica, voltada apenas para as suas necessidades biológicas e instintivas. Assim, como não teria qualquer tipo de comunhão com um ser supremo, Freud acreditava que, ao morrer, o homem "terminaria", não restando mais nada.

Obviamente, não concordamos com esta teoria. É claro que nossos talentos e virtudes podem ser "trabalhados" e estimulados ao longo da nossa vida, com vistas ao aperfeiçoamento do nosso ser. Mas cremos também que, assim como Deus fez a Adão e a Eva de uma forma peculiar e íntima, ele também nos fez assim. Ou seja, todos nós temos características que o Senhor determinou para nós, de forma que somos fruto de um ato criativo de Deus, para o cumprimento do Seu propósito soberano.

Sem dúvida, cada um de nós foi individualmente criado por Deus e somos todos chamados pelo Senhor para caminhar com Ele durante nossa vida terrena e depois, habitar com Ele na eternidade.

"Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir."

SALMOS 139.15-16

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Capitulo 3A Natureza do Homem

AS FUNÇÕES DO SER HUMANO

Deus criou o homem com um propósito. Para cumprir este propósito, o Senhor deu ao homem funções muito relevantes. E, como era de se esperar, deu também ao homem todas as ferramentas e capacitações necessárias para cumprir todas estas funções.

A primeira função que o homem recebeu foi a de dominar toda a criação. Como já estudamos, o homem é superior a toda a criação de Deus. Não somos "m ais um item " em meio a todas as outras maravilhosas coisas que o Senhor fez...

Somos, isto sim, Sua imagem e semelhança!

Como Pai amoroso, o nosso Deus, que é dono de tudo e soberano sobre todas as coisas, nos fez para que pudéssemos dominar todo o mundo com Ele. Você já reparou que é um desejo natural de todo ser humano dominar e ter poder? É claro que este desejo pode ser desvirtuado e se tornar um grande problema... Mas originalmente, ele foi colocado em nós pelo Senhor, para que fosse natural para nós humanos, o domínio sobre tudo.

"Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: 'Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e

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subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra'."

GÊNESIS 1.27-28

"Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vocês: os animais selvagens, as aves do céu, as criaturas que se movem rente ao chão e os peixes do mar; eles estão entregues em suas mãos."

GÊNESIS 9.2

"...pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra.Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste: todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares."

SALMOS 8.4-8

A segunda função recebida pelo homem é a de multiplicar-se e povoar a terra.

Sem dúvida, esta segunda atribuição que nos foi dada é uma consequência da primeira, que é dominar sobre todas as coisas. Afinal, a terra que Deus criou é muito grande... Mesmo com toda a tecnologia de que dispomos hoje é muito difícil para qualquer presidente governar bem cada canto de seu país! Em sua limitação humana, nenhum líder consegue ver as necessidades individuais de cada um dos seus liderados, especialmente quando falamos de um grupo muito grande de pessoas sendo conduzido por uma única pessoa. Imagine, então, como era nos tempos de Adão! Por mais que Adão pudesse ser um homem esforçado e capacitado, provavelm ente seria suficientemente complicado para ele cuidar de todo o Éden. Quanto

|5|] mais de toda a terra!

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Assim, sabiamente, Deus nos deu a função de nos multiplicar, para encher a terra e a sujeitar completamente.

"Deus os abençoou, e lhes disse: 'Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra!Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra'."

GÊNESIS 1.28

"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne."

GÊNESIS 2.24

"Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes:'Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra.(...) Mas vocês, sejam férteis e multipliquem-se; espalhem-se pela terra e proliferem nela'."

GÊNESIS 9.1 E 7

Depois de dar ao homem a função de dominar e de se multiplicar (para dominar melhor), Deus também nos deu a função de trabalhar, cultivar a terra e guardar o jardim.

Certamente, mais uma função que complementava a primeira: quem quer dominar não pode ser "mole"! Não pode ser preguiçoso e nem fugir do serviço. Deus sabia que para cuidar bem da criação o homem precisaria se esforçar. E fez disso uma das nossas funções.

Há quem diga que o trabalho foi uma das maldições recebidas por Adão quando pecou e foi expulso do jardim. Mas não é bem assim. Naquela ocasião, o Senhor tornou o trabalho do homem penoso e desgastante, como de fato é até hoje para a maioria das pessoas.

"E ao homem declarou: 'Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que na comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das

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plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará."

GÊNESIS 3.17-19

Por causa do pecado, trabalhar deixou de ser uma alegria, porque Adão já não mais dominava sobre a criação. Ele havia se deixado sujeitar pelo diabo. Não é isso o que vemos hoje? Pessoas que trabalham tristes e desanimadas, porque não gostam do que fazem, ficam sobrecarregadas ou sofrem nas mãos de chefes difíceis de lidar. E nisto que consiste a maldição. Como disse o profeta Ageu:

"Agora, assim diz o Senhor dos Exércitos: 'Vejam aonde os seus caminhos os levaram. Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem.Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada."

AGEU 1.5-6

Originalmente, o trabalho foi dado ao homem como uma função prazerosa e agradável. Era natural que o homem responsável por dominar sobre tudo gostasse de trabalhar e fizesse isso com alegria.

"O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo."

GÊNESIS 2.15

Entretanto, a quarta função do homem era a mais importante de todas, porque dela dependia a capacidade do homem de exercer bem as outras três que citamos anteriormente.

Deus criou o homem com a função de obedecer. E ele só poderia dominar, se multiplicar e trabalhar, conforme os planos originais e perfeitos do Senhor, se fosse obediente.

Lembre-se que Deus sempre estaria acima de Adão, como Soberano de tudo. Na hierarquia espiritual, Adão estaria eternamente sujeito ao Senhor, mesmo tendo liberdade para caminhar depois de receber a

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direção que deveria seguir. Assim, a obediência era fundamental: como Adão poderia fazer todas as coisas se não conseguisse estar debaixo da autoridade suprema do Senhor?

"E o Senhor Deus ordenou ao homem: 'Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá'."

GÊNESIS 2.16-17

LEM BRE-SE...

Você já reparou que é um desejo natural de todo ser humano dominar e ter poder? É claro que este desejo pode ser desvirtuado e se tornar um grande problema... Mas originalmente, ele foi colocado em nós pelo Senhor, para que fosse natural para nós humanos, o domínio sobre tudo.

OS INSTINTOS NATURAIS

Todos os instintos básicos, que fazem parte da natureza humana, são meios pelos quais o homem é capaz de cumprir as suas funções (citadas acima) de maneira natural, sem que se tornassem um peso sobre seus ombros. Deus colocou esses desejos no homem para que as pessoas não cumprissem as suas funções mecanicamente, como um fardo, sem que isto proporcionasse certo prazer.

Por proporcionarem prazer, estes desejos, embora em princípio não sejam errados em si mesmos, podem ser desvirtuados e corrompidos. É importante notar que as tentações de Eva no paraíso, provavelmente, não ocorreram porque ela tivesse qualquer maldade, mas sim porque o diabo "mexeu" com ela naquilo que já era desejado, naturalmente.

Por exemplo: o desejo ter poder e dominar, que é natural no ser humano e auxilia no cumprimento da ordem que recebemos de dominar sobre toda a criação, pode ser transformado em soberba da vida (ou a ostentação, como aparece em algumas versões da Bíblia). ^

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"Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo."

1 JOÃO 2.16

O desejo sexual, que é fundamental para que o ser humano se multiplique, como ordenou o Senhor, pode se transformar em depravação sexual, com práticas que Deus abomina.

"Ainda não tinham ido deitar-se, quando todos os homens de toda parte da cidade de Sodoma, dos mais Jovens aos mais velhos, cercaram a casa. Chamaram Ló e lhe disseram: ''Onde estão os homens que vierama sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos relações com eles'. Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si e lhes disse: 'Mão, meus amigos! Não façam essa perversidade!'"

GÊNESES 19.4-7

A fome, o desejo natural de alimentar-se, que é um impulso para cultivarmos a terra e trabalharmos (também uma ordem do Senhor), pode se tornar o pecado de glutonaria (ou orgias, como aparece em algumas versões).

"Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem , beberia e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente."

LUCAS 21.34

Comportemo-nos corri decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja."

ROMANOS 13.13

"...e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes.Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus."

GÁLATAS 5,21

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"No passado vocês já gastaram tempo suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo vocês viviam em libertinagem, na sensualidade, nas bebedeiras, orgias e farras, e na idolatria repugnante."

1 PEDRO 4.3

A constante preocupação que temos sobre o que as pessoas ao nosso redor estão pensando a nosso respeito é também um instinto natural. Como fomos criados para obedecer ao Senhor, temos em nosso coração o desejo constante de saber se O estamos agradando (ou não). Isso se reflete na constante curiosidade que temos com relação à forma como somos vistos pelos outros.

Quando o homem e a mulher não estão focados no Senhor, acabam se preocupando demais com as pessoas em seu redor, pautando suas vidas pelas opiniões alheias e não pelas promessas de Deus. Mas quando servimos ao Senhor, este instinto se volta para o plano original, que é obedecer e agradecer a Deus, fazendo o mesmo com as autoridades que Ele estabelece sobre nossas vidas.

"Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo."

GÁLATAS 1.10

"E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-io, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus..."

COLOSSENCES 1.10

"Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, iivremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os oihos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus."

HEBREUS 12.1-2

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Não devemos negar ou tentar eliminar os nossos instintos naturais, porque eles nos foram dados por Deus. Mas devemos sempre colocar nossas vidas diante do Senhor para que nossos instintos sejam usados pelo Espírito Santo para nos levar a cumprir com o propósito de Deus para as nossas vidas. Vigie sempre e não se deixe levar pelo diabo.

"Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer:'Estou sendo tentado por Deus'. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta."

TIAGO 1.13

A NATUREZA DO HOMEM, SEGUNDO A BÍBLIA

De acordo com as Sagradas Escrituras, o homem possui uma natureza complexa. Ele é corpo físico e, este corpo físico, possui um espírito e uma alma.

"Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente."

GÊNESIS 2.7

"Pois, quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus."

1 CORÍNTIOS 2.11

O homem foi formado do pó da terra e, assim, o corpo humano é formado por material inorgânico, que recebeu um tratamento "plástico" de Deus, o Criador de todas as coisas. A palavra hebraica para "formou" é vêtser, que significa dar forma, modelar. Em outras palavras, o homem recebeu a ação de um artista plástico, um oleiro, que dá ao barro a forma que deseja.

Neste ponto, é inevitável fazer um comparativo entre a forma como o Senhor nos formou e o trabalho do oleiro, descrito pelo profeta Jeremias. Afinal, fomos criados para ser vasos de honra nas mãos do nosso Senhor, o grande Oleiro.

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"Então fui à casa do oleiro, e o vi trabalhando com a roda. Mas o vaso de barro que ele estava formando estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com sua vontade.Então o Senhor dirigiu-me a palavra: 'Ó comunidade de Israel, será que eu não posso agir com vocês como fez o oleiro?', pergunta o Senhor. 'Como barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos, ó comunidade de Israel'."

JEREMIAS 18.3-6

A profissão de oleiro é uma das mais antigas que existe. Ela exige muita concentração, dedicação e habilidade. Todo oleiro tem um cuidado especial com o barro, e muitas vezes, uma visão diferenciada do potencial da massa que vai trabalhar. Imagine-se, por um momento, olhando para um monte barro, úmido e sem forma. Para muitos, esse barro pode não ter valor e parecer inútil. Na opinião de alguém esse barro poderia até ser jogado no lixo. Mas não é essa a visão do oleiro.

O verdadeiro oleiro é aquele artista inspirado que, ao observar um monte de barro, não vê uma massa disforme e inútil. Ele vê pronto aquilo que esta massa se tornará em suas mãos.

A Bíblia diz que o Senhor nos viu quando éramos ainda massa disforme. E nos amou mesmo assim. Ele viu o nosso potencial, e não o que éramos naquele momento. Ele acreditou que poderíamos nos tomar vasos de honra e trabalhou em nós, nos tornando o que somos agora.

"Numa grande casa há vasos não apenas de ouro e prata, mas também de madeira e barro; alguns para fins honrosos, outros para fins desonrosos. Se alguém se purificar dessas coisas, será vaso para honra, santificado, útil para o Senhor e preparado para toda boa obra."

2 TIMÓTEO 2.20-21

LEM BRE-SE...

Devemos sempre colocar nossas vidas diante do Senhor para que nossos instintos sejam usados pelo Espírito Santo para nos levar a cumprir com o propósito de Deus para as nossas vidas.

Page 112: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

É claro que todo servo de Deus é continuamente trabalhado pelas mãos do grande Oleiro. Sempre há mais imperfeições para ajustar... Sempre há áreas da nossa vida em que podemos crescer e amadurecer... Sempre há algo que o Oleiro pode fazer nas nossas vidas, se abrirmos os nossos corações.

Mas ao estudar este texto, podemos perceber como o Senhor nos formou com amor e cuidado, para que nos tornássemos seres com a estrutura e a forma que temos hoje. Sem dúvida, somos um projeto especial para Deus. Assim, podemos ter ainda mais certeza de que o Criador pôs no corpo humano tudo que seria necessário para cumprir os ideais divinos, já mencionados acima.

A NATUREZA BIFORME DO HOMEM

O homem foi criado com uma natureza biforme: material e imaterial. A primeira foi formada do pó da terra, como já lemos em Gênesis 2.7 (citado várias vezes neste estudo), e a segunda, outorgada diretamente pelo Criador. O sopro divino nas narinas do homem concedeu-lhe a vida física e a espiritual.

A vida imaterial do homem é representada pela alma e pelo espírito. Porém, esta dupla natureza do homem é representada por uma tricotomia, que se constitui, na parte material pelo corpo e, na imaterial, pela alma e pelo espírito.

"Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."

1 TESSALONICENSES 5.23

A TRICOTOMIA DO HOMEM

"Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração."

HEBREUS 4.12

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O termo tricotomia significa "aquilo que é dividido em três", ou "que se divide em três tomos". Em relação ao homem, refere-se às três partes do seu ser: corpo, alma e espírito.

Há divergências neste assunto, entre os que crêem na tricotomia e aqueles que entendem o homem como apenas um ser dicótomo (ou seja, que se divide em duas partes). Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito como uma só parte e, às vezes, como se fossem uma só coisa.

Apesar de este ser um assunto para o curso médio, em que temos uma matéria que trata especificamente deste assunto, devemos adiantar aqui que nos parece muito mais aceitável o ponto de vista da tricotomia.

Este conceito afirma e crê que o homem é uma triunidade composta e inseparável. Só a morte física é capaz de separar o corpo físico de sua parte imaterial.

a. O Corpo - É a parte mais inferior do homem, que se constitui de elementos químicos da terra, como oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco e outros, que aparecem em proporções menores. Porém, o corpo, com todos estes produtos, sem a bênção divina, é de ínfimo valor, porque só há vida no corpo enquanto há um espírito e uma alma nele.

b. A Alma - É preciso saber que o corpo sem a alma é inerte. Ele precisa da alma para expressar sua vida funcional e racional. E identificada, no hebraico, por nephesh e no grego, por psique.

c. O Espírito - No hebraico é ruach e no grego é pneuma. O espírito do homem não é um simples sopro ou fôlego, mas também é vida imortal. Ele é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e eterna. E o elemento de comunicação entre Deus e o homem.

LEMBRE-SE ...

A Bíblia diz que o Senhor nos viu quando éramos ainda massa disforme. E nos amou mesmo assim. Ele viu o nosso potencial, e não o que éramos naquele momento. Ele acreditou que poderíamos nos tornar vasos de honra e trabalhou em nós, nos tornando o que somos agora.

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"...o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu."

ECLESIASTES 12.7

"Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno."

DANIEL 12.2

"Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade."

1 CORÍNTIOS 15.53

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As Teorias da Origem do Espírito

Muitos antropólogos bíblicos têm debatido sobre a origem do espírito e da alma dentro do homem.

Sabemos que Deus soprou sobre as narinas de Adão, para que fosse dado a ele o fôlego de vida. Mas a partir de então, como tem acontecido para que as pessoas recebam o espírito e a alma? Se a alma é a personalidade do homem, como ela nasce dentro do corpo humano?

A resposta para tais perguntas tem gerado muitos debates. Há muitos pensamentos diferentes e divergentes sobre o assunto. Visando buscar um maior entendimento para nossos alunos, resumiremos alguns deles, embora este seja um assunto para o curso médio, em que nos aprofundaremos mais nestas questões. Neste momento, vamos apenas comentar brevemente algumas teorias, de forma superficial.

Conheça abaixo alguns pensamentos sobre a origem da alma e do espírito dentro do homem.

O EMANACIONISMO

Ensina que o espírito vem ao homem no ato da fecundação, enviado por Deus. De acordo com esta teoria, a alma e o espírito do homem já existem no céu. À medida que é gerada uma criança, Deus escolhe um deles e os envia até o corpo do bebê, no útero da mãe.

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O TRANSMIGRACIONISMO

Ensina que o espírito nasce com o ser vivo em escalas zoológicas inferiores e vai reencarnando em espécies superiores, passando pelo homem até atingir um grau de perfeição moral.

Obviamente, do ponto de vista bíblico, isso é um absurdo.

O CRIACIONISMO

Aqueles que crêem no criacionismo defendem a tese de que a alma e o espírito são fruto da criação de Deus. Assim, para cada criança que vem ao mundo, Deus cria um espírito e uma alma. E como se Deus soprasse a vida sobre cada criança que vai nascer, criando a sua alma e espírito, individualmente.

É o ponto de vista bíblico, baseado nos seguintes versículos:

"Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermosl

HEBREUS 12.9

"Mão fareí ytígio para sempre# nem permanecerei irado, porque, 5e não; o espírito do homem esmoreceria diante de mim, bem como o sopro do homem que eu criei!”

ISAÍAS 57.16

"=,o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte3 IJ 0 U S; G ü ti 0 tí c u t

ECLESIASTES 12.7

Esta é a teoria em que cremos, porque se Deus é o Pai dos espíritos (e de fato é!), somente Ele pode criar uma nova alma e um novo espírito.

O TRADUCIONISMO

Esta linha de pensamento ensina que o homem transmite aos filhos não só os traços de aparência física (como a cor da pele, tipo sanguíneo,

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altura, cor dos olhos, cabelo, etc...), mas também pode gerar a alma e espírito dentro do corpo humano.

Conforme esta escola de pensamento, o entendimento é de que primeiro Deus criou o homem a sua imagem e semelhança e, em seguida, ao soprar sobre o homem o espírito de vida, lhe deu capacidade para se multiplicar, tanto no corpo, como no espírito.

Naturalmente, esta teoria também é um absurdo.

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Capíiüo 6O Homem Como a Imagem de Deus

"Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou."

GÊNESIS 1.27

O versículo acima diz que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. Mas como é exatamente esta semelhança? Seria ela física, como muitos acreditam ser, no sentido de que Deus tem um corpo, com duas pernas, dois braços, olhos, nariz e coração? Deus, sendo Espírito, teria uma aparência semelhante ao corpo físico do homem?

O pensamento de que o homem teria a imagem e semelhança de Deus no sentido físico é muito antigo. Mesmo o apóstolo Paulo, durante seu ministério, encontrou dificuldades com este tipo de pensamento:

" Pois nele vivemos, nos movemos e existimos', como disseram alguns dos poetas de vocês: 'Também somos descendência dele'. Assim, visto que somos descendência de Deus, não devemos pensar que a Divindade é semelhante a uma escultura de ouro, prata ou pedra, feita pela arte e imaginação do homem. No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam."

ATOS 17.28-30

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Conforme nos diz a Palavra de Deus, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e assim permanece até os nossos dias. No entanto, esta semelhança se refere aos traços morais e intelectuais do homem e de Deus.

"O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é imagem e glória de Deus; mas a mulher é glória do homem."

1 CORÍNTIOS 11.7

Por exemplo, o homem foi criado justo, porque Deus é justo.

"O Senhor é misericordioso e justo; o nosso Deus é compassivo."

SALMOS 116.5

"Assim, cheguei a esta conclusão: Deus fez òs homens justos..."

ECLESIASTES 7.29A

Da mesma forma, o homem foi criado obediente e sem pecado, porque Deus vela pela Sua Palavra e é santo.

"Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo."

LEVÍTICO 19.2

O homem foi criado em amor e com misericórdia, porque Deus é amor e é misericordioso.

"E passou diante de Moisés, proclamando: 'Senhor,Senhor, Deus com passivo e m isericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade'..."

ÊXODO 34.6

"Pois o Senhor, o seu Deus, é Deus misericordioso; ele não os abandonará, nem os destruirá, nem se esquecerá da aliança que com juramento fez com os seus antepassados."

DEUTERONÔMIO 4.31

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"Mas tu és um Deus perdoador, um Deus bondoso e misericordioso, muito paciente e cheio de amor.Por isso não os abandonaste..."

NEEMIAS 9.17B

O homem foi criado com capacidade de se arrepender e também de perdoar, porque Deus é perdoador e também se arrepende (no sentido de mudar sua atitude em resposta ao homem arrependido).

"Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?"

NÚMEROS 23.19

"Portanto, ó nação de Israel, eu os julgarei, a cada um de acordo com os seus caminhos. Palavra do Soberano, o Senhor. Arrependam-se! Desviem-se de todos os seus males, para que o pecado não cause a queda de vocês."

EZEQUIEL 18.30

"Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda- o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe."

LUCAS 17.3

"Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se."

APOCALIPSE 3.19

AS DIVERSAS POSIÇÕES

Esta não é uma questão simples ou de fácil explicação e compreensão. Mesmo os reformistas da igreja, como Martinho Lutero e Calvino tinham posições diferentes sobre a imagem e semelhança de Deus no homem. Do mesmo modo, a igreja católica também expressa sua opinião de forma diferente, tanto dos Luteranos como também dos Calvinistas. Mas mesmo no catolicism o existem divergências quanto a esta questão, o que mostra que há muitas posições, interpretadas de maneira diferenciada no meio cristão.

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Nosso objetivo neste estudo não é gerar polêmicas e nem discussões sem fim sobre assuntos que são mistérios de Deus. Entendemos que há alguns assuntos bíblicos e teológicos que não foram plenamente revelados a nós, por motivos que não nos cabe questionar. Devemos aceitar que as respostas perfeitas para algumas perguntas só nos serão dadas na Eternidade, quando estivermos para sempre com o Senhor.

Mesmo assim, vamos comentar sobre a posição mais comum, ou mais aceita, nos meios cristãos.

VOLTANDO À ESSÊNCIA

O conceito mais aceito no meio cristão é que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus no sentido espiritual. Porém, após o pecado de Adão, a semelhança divina no homem ficou prejudicada.

Com isso, alguns traços da imagem de Deus no homem foram perdendo o valor e a intensidade. Isto pode ser m ais bem compreendido ao observarmos o pecado que cresce e os valores morais que perdem sua importância, ao longo dos séculos.

Claramente, após o pecado, o homem tem se afundado cada vez mais em atitudes e situações que desagradam a Deus. É impressionante a capacidade que o ser humano tem de não cumprir sua palavra, de desrespeitar o próximo e desobedecer ao seu Criador. Neste sentido, será que os homens de hoje ainda são a imagem e semelhança de Deus?

A resposta é não. E a verdade é que somente a obra expiatória de Cristo poderá recuperar a imagem de Deus no homem. Esta obra se dá mediante o arrependimento dos pecados e será tratada com mais detalhes na matéria "O Plano da Salvação". Após a redenção, em Cristo Jesus, nos tornamos uma nova criatura.

"Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!"

2 CORÍNTIOS 5.17

O termo "nova criatura" quer dizer que a primeira criação já não mais existe. Para quem já é nova criatura, a imagem do pecado que restou de Adão deixa de existir e, em Cristo, passamos a ser novamente a imagem e semelhança de Deus, conforme o Seu maravilhoso plano original.

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Capítulo 6Origem do Pecado

INTRODUÇÃO

O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado uma das mais profundas discussões para os estudiosos da Filosofia e da Teologia. O mal que nos rodeia se impõe naturalmente à nossa atenção, visto que seu poder é forte e universal. Como uma doença, sempre presente na vida em todas as suas manifestações, o mal é parte da experiência diária de todos os homens.

A origem do mal está no pecado. E este será o alvo do nosso estudo a partir de agora. Certamente, ao final, você compreenderá bem porque o pecado traz tantos sofrimentos e dificuldades para a vida de todos os seres humanos.

Há alguns assuntôs bíblicos e teológicos que não foram plenamente revelados a nós, por motivos que não nos cabe questionar. Devemos aceitar que as respostas perfeitas para algumas perguntas só nos serão dadas na Eternidade, quando estivermos para sempre com o Senhor.

A DEFINIÇÃO BÍBLICA PARA O PECADO

Os diferentes nomes que a Bíblia utiliza para se referir ao pecado expressam as principais definições sobre o que ele significa. Vamos começar nosso estudo analisando como estes termos aparecem na Palavra de Deus.

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"Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e pvedosa nesta era presente...”

TITO 2.12

As palavras "transgressão" e "impiedade", entre outras, são muito usadas na Palavra do Senhor, para tratar de pecado. Transgredir é, literalmente, ir além do limite. Para entender melhor, pense nos mandamentos de Deus como cercas que, por assim dizer, fariam o papel de impedir o homem de entrar em território perigoso e, dessa maneira, sofrer prejuízo para sua alma. O homem que desobedece os limites da cerca, fugindo de seus limites, é um transgressor.

"...porque a Lei produz a ira. E onde não há Lei, não há transgressão."

ROMANOS 4.15

"E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora."

1 TIMÓTEO 2.14

"Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à transgressão de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de vir."

ROMANOS 5.14

A impiedade é, como o próprio nome diz, uma ação sem piedade. Ou seja, uma ação sem amor, sem adoração e devoção às coisas de Deus. O homem ímpio é aquele que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e às coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentim ento de temor e reverência. O ímpio está sem Deus, simplesmente.

"Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça..."

ROMANOS 1.18

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"Porque, se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição..."

HEBREUS 2.2

Outra palavra muito utilizada para falar de pecado é "injustiça".

"Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça."

ROMANOS 2.8

"Toda injustiça é pecado, mas há pecado que não leva à morte."

1 JOÃO 5.17

Injustiça nada mais é do que a falta de justiça, de reconhecimento do direito ou dos princípios imutáveis da justiça. É algo que promove desordem, e neste sentido, quanta desordem o pecado não causou na vida do homem! Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, promoveu a eterna desordem. O anticristo é, por isso, chamado o mentiroso.

"Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho."

1 JOÃO 2.22

A FORMA DO PECADO

É muito importante que tenhamos uma compreensão adequada do pecado e de como ëj'e sê manifesta nâ vicíâ cfós homens c mümérés.

Antes de tudo, é importante que você saiba que o pecado é um ato. Em outras palavras, o pecado é uma ação, uma atitude.

"Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei."

1 JOÃO 3.4

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Mesmo assim, há pessoas que vivem num estado pecaminoso, ou seja, que se aprofundam no pecado de tal maneira, que ele deixa de ser um ato isolado e se torna um comportamento constante.

Seja como um ato isolado, ou como um comportamento constante, o pecado tem origem no interior do homem. Ele pode ser tanto uma inconformidade na mente, quanto no coração. Assim, é possível que um determinado pecado já esteja atuante no interior de alguém, sem ainda ter se tornado público ou manifesto.

Também é pecado a omissão, no sentido de não agir com justiça ou retidão quando se sabe qual é a maneira correta de proceder. Do mesmo modo, também é possível pecar simplesmente ao pensar.

"Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado."

TIAGO 4.17

"O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal."

GÊNESIS 6.5

"O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?"

JEREMIAS 17.9

"Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de ir para o fogo do inferno. (...) Eu lhe garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo"

MATEUS 5.22 e 26

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"Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo."

HEBREUS 3.12

"Mas o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, produziu em mim todo tipo de desejo cobiçoso. Pois, sem a Lei, o pecado está morto.(...) Pois o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, enganou-me e por meio do mandamento me matou. (...) E então, o que é bom se tornou em morte para mim? De maneira nenhuma!Mas, para que o pecado se mostrasse como pecado, ele produziu morte em mim por meio do que era bom, de modo que por meio do mandamento ele se mostrasse extremamente pecaminoso. Sabemos que a Lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. (...) Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. (...) Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim."

ROMANOS 7.8, 11, 13-14, 17 e 20

"Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se envergonham? O fim delasé a morte!"

ROMANOS 6.21

O PRINCÍPIO E A ESSÊNCIA DO PECADO

Como princípio, o pecado é a rebelião contra Deus. Peca quem se recusa a fazer a vontade do Senhor, que, como Soberano, tem todo o direito de exigir obediência de nós.

Muitas pessoas questionam como é possível saber qual é a vontade de Deus. E simples: a Bíblia Sagrada traz esta revelação, bem como é o livro que nos ensina como caminhar de modo a cumprir com a vontade de Deus que está nele revelada. Você compreenderá isto melhor na matéria "Origem da Bíblia".

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No livro "Strong, Systematic Theology", encontramos a citação das palavras do Dr. E. G. Robinson, que afirma: "o pecado (...) como um princípio é oposição a Deus e como um ato é transgressão da Lei de Deus, sua essência é sempre e em toda a parte egoísmo."

Usando um exemplo muito utilizado, imagine o pecado como uma árvore que possua vontade própria, com duas raízes principais. A primeira raiz do pecado é um sonoro "não!" para Deus e Seus mandamentos. A segunda, semelhantemente, é um sonoro "sim!" para o ego e seus interesses egoístas.

Sem dúvida, não importa a forma com que o pecado venha a aparecer na vida de cada um... Ao procurar sua raiz mais profunda, sempre encontramos o egoísmo ocupando esta posição. Abase bíblica confirma o importante papel do egoísmo, na base do pecado, tanto quando se refere a Satanás, como quando se refere ao final dos tempos:

"Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus..."

2 TIMÓTEO 3.2-4

"Não deixem que ninguém os engane de modo algum.Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus."

2 TESSALONICENSES 2.3-4

LEM BRE-SE...

Muitas pessoas questionam como é possível saber qual é a vontade de Deus. É simples: a Bíblia Sagrada traz esta revelação.

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"Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração:'Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo.Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo'. Mas às profundezas do Sheol você será levado, irá ao fundo do abismo!"

ISAÍAS 14.12-15

"Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você. Por meio do seu amplo comércio, você encheu-se de violência e pecou. Por isso eu o lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o expulsei, ó querubim guardião, do meio das pedras fulgurantes. Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso eu o atirei à terra; fiz de você um espetáculo para os reis. Por meio dos seus muitos pecados e do seu com ércio desonesto você profanou os seus santuários. Por isso fiz sair de você um fogo, que o consumiu, e reduzi você a cinzas no chão, à vista de todos os que estavam observando."

EZEQUIEL 28.15-18

Além disso, precisamos também considerar que, se a essência de Deus é amar e o amor não procura seus próprios interesses, o oposto deste sentimento sublime é o amor a si próprio, que é a essênciado pecado.

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei.

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Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado se não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade."

1 CORÍNTIOS 13.1-6

"Respondeu Jesus: 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'."

MATEUS 22.37-39

Observe o exemplo de Adão e Eva: seu pecado no Éden nasceu de uma preferência por si mesmo e pela busca por auto-gratificação. Ou seja, no momento em que pecaram, Adão e Eva não pensaram em agradar a Deus e sim a si próprios. Eva comeu do fruto proibido porque ela pensou que isso lhe daria a sabedoria que desejava alcançar. Adão participou e também comeu do fruto, porque preferiu sua esposa a Deus.

Assim, podemos afirmar que o pecado não é apenas um resultado da imperfeição humana. Ele é, na verdade, uma perversidade da vontade e da disposição, um problema intrínseco e profundo em nossos corações.

DE QUEM É A CULPA?

O decreto eterno de Deus para Adão, Eva e a serpente evidentemente trouxe uma certeza com relação à entrada do pecado no mundo. Mas nem por isso se pode interpretar que de algum modo o Senhor é a causa do pecado, no sentido de ser Ele o seu autor responsável.

Esta ideia é claramente excluída pelas Escrituras, em diversos pontos.

"Por isso escutem-me, vocês que têm conhecimento.Longe de Deus esteja o fazer o mal, e do Todo- Poderoso o praticar a iniquidade."

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"E proclamavam uns aos outros: 'Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória'."

ISAÍAS 6.3

"Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é."

DEUTERONÔMIO 32.4

"Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer:'Estou sendo tentado por Deus'. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta."

TIAGO 1.13

Quando criou o homem, Deus o fez bom e à Sua imagem. O Senhor positivamente odeia o pecado e em Cristo fez provisão para nos libertar dele, como veremos mais adiante na matéria "O Plano da Salvação".

"Pois o Senhor, o seu Deus, detesta quem faz essas coisas, quem negocia desonestamente."

DEUTERONÔMIO 25.16

"Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar."

SALMOS 5.4

"O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua alma odeia."

SALMOS 11.5

"...não planejem no íntimo o mal contra o seu próximo, e não queiram jurar com falsidade. Porque eu odeio todas essas coisas', declara o Senhor."

ZACARIAS 8.17

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"Ele lhes disse: 'Vocês são os que se justificam a si mesmos aos olhos dos homens, mas Deus conhece o coração de vocês. Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus'."

LUCAS 16.15

ENTÃO, QUEM É RESPONSÁVEL?

"Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você."

EZEQUIEL 28.15

"Você, que dizia no seu coração: 'Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo'."

ISAIAS 14.13-14

"Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira."

JOÃO 8.44

"Aquele que pratica o pecado é do Diabo, porque o Diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo."

1 JOÃO 3.8

A Bíblia nos ensina que, na tentativa de investigar a origem do pecado, devemos retornar à eternidade passada, antes da existência do homem. Este é um assunto tratado com mais clareza e detalhes em uma de nossas especializações, "Anjos e Demônios". Mesmo assim, não podemos fugir a ele neste ponto do nosso estudo.

Conforme descrito em Gênesis 1.1, Deus criou os céus (e portanto, também todos os seres celestiais). Ele criou também um anjo de luz, chamado Lúcifer, que é descrito nos textos abaixo:

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"Filho do homem, erga um lamento a respeito do rei de Tiro e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o Senhor: 'Você era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza'."

EZEQUIEL 28.12

"Sua soberba foi lançada na sepultura, junto com o som das suas liras; sua cama é de larvas, sua coberta, de vermes. Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações!"

ISAÍAS 14.11-12

O orgulho e a soberba entraram no coração de Lúcifer, levando-o a imaginar que poderia estabelecer-se no mesmo nível de autoridade do Senhor, nosso Deus. Este foi o motivo da sua queda e de ter se tornado Satanás, o diabo.

Portanto, o pecado teve início no coração de Satanás, quando ele mesmo ainda estava servindo ao Senhor, em Sua presença, num período que provavelmente antecede a criação do homem.

LEM BRE-SE...

Podemos afirmar que o pecado não é apenas um resultado da imperfeição humana. Ele é, na verdade, uma perversidade da vontade e da disposição, um problema intrínseco e profundo em nossos corações.

A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA

Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia nos leva a buscar informações também no livro de Gênesis.

Sem dúvida, o pecado entrou na humanidade com a transgressão de Adão, no Éden. Ou seja, o pecado surgiu por conta de um ato completamente voluntário da parte do homem.

"...mas Deus disse: 'Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do

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contrário vocês morrerão'. Disse a serpente à mulher:'Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus serão conhecedores do bem e do mal'.Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também. Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se. Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim.Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando:'Onde está você?' E ele respondeu: 'Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi'. E Deus perguntou: 'Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual lhe proibi comer?' Disse o homem: 'Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi'. O Senhor Deus perguntou então à mulher: 'Que foi que você fez?' Respondeu a mulher: 'A serpente me enganou, e eu comi'."

GÊNESIS 3.3-13

O tentador, na forma de serpente, veio ao Éden com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Ele. Sua proposta maligna foi muito parecida com o seu próprio pecado: a cobiça de ser igual a Deus. Adão e Eva se renderam à tentação e cometeram o primeiro pecado, comendo do fruto proibido.

No entanto, o pecado não é um ato isolado. Adão, ao pecar pela primeira vez, passou a ser escravo do pecado, o que trouxe consigo corrupção permanente, a tal ponto que teria efeito não somente sobre si próprio, mas também sobre todos os seus descendentes. Como Adão era o primeiro homem, responsável por iniciar a raça humana, ele é também pai de toda a humanidade. Assim, o pecado passou a dominar sobre todo homem e toda mulher.

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"À mulher, ele declarou: 'Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará'. E ao homem declarou: 'Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida.Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará'."

GÊNESIS 3.16-19

Como resultado da queda, Adão não tinha mais nada para transmitir à sua descendência, além de uma natureza depravada e pecaminosa.

"O Senhor disse a Caim: 'Por que você está furioso?Por que se transtornou o seu rosto? Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá- lo, mas você deve dominá-lo'. Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: 'Vamos para o campo'. Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou.Então o Senhor perguntou a Caim: 'Onde está seu irmão Abel?' Respondeu ele: 'Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?' Disse o Senhor: 'O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando. Agora amaldiçoado é você pela terra que abriu a boca para receber da sua mão o sangue do seu irmão'."

GÊNESIS 4.6-9

Dessa fonte contaminada o pecado flui numa corrente impura, passando para todas as gerações de homens, corrompendo tudo e todos com quem entra em contato. E exatamente esse estado de coisas que toma tão pertinente a pergunta de Jó:

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"Quem pode extrair algo puro da impureza?Ninguém!"

JÓ 14.4

Mas isso não é tudo. Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes. Portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, de modo que todos são passíveis de punição e morte.

É primeiramente neste sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina aos Romanos e a nós também:

"Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram..."

ROMANOS 5.12

Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores, culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos, em Jesus Cristo. E o que Paulo quer dizer, quando afirma:

"Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos."

ROMANOS 5.18-19

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Capítulo 7A Natureza do Pecado

Em sua primeira epístola, João distingue entre o pecado mortal (ou congênito), que todos os homens herdaram de Adão (de forma que já nascem com ele), do pecado venial (ou ativo), o qual é praticado diariamente pelo homem.

Pecado é toda iniquidade, injustiça e desobediência. A Bíblia afirma que aqueles que desobedecem e transgridem a Palavra de Deus serão punidos.

"Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei."

1 JOÃO 3.4

"Porque, se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição..."

HEBREUS 2.2

A Bíblia nos diz que Deus abomina todo o pecado, mas em especial o pecado de idolatria, rebelião e feitiçaria. Isto porque estes pecados, em particular, negam a existência, o domínio e o poder do Senhor.

"Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei."

1 SAMUEL 15.23

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Toda a humanidade herdou o pecado do primeiro homem, com exceção de Jesus, o qual veio para dar liberdade a todos os que ficaram encerrados debaixo do pecado (como estudaremos na matéria "A Vida do Senhor Jesus e Seu Propósito").

"...pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus..."

ROMANOS 3.23

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo..."

ROMANOS 5.1

"Pois Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer misericórdia para com todos."

ROMANOS 11.32

"Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que crêem."

GÁLATAS 3.22

AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

O pecado é tanto um ato, quanto um estado. Como rebelião à lei de Deus, o pecado é um ato da vontade do homem. Mas como separação de Deus, se torna um estado de pecaminosidade.

Segue-se assim, uma dupla consequência: o pecador traz o mal sobre si mesmo por suas más ações e incorre em culpa aos olhos de Deus. Duas coisas, portanto, devem distinguir-se (e das quais ninguém pode fugir): as más consequências que seguem os atos do pecado e o castigo que virá no juízo. As Escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado.

O primeiro é seguido por consequências desastrosas para sua alma.

O segundo trará da parte de Deus o decreto de condenação.

Nunca é demais reafirmar: o pecado interrompeu a comunhão entre Deus e o homem.

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"Então disse o Senhor Deus: 'Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele tome também do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre'. Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida."

GÊNESIS 3.22-24

Porém, quando Deus veio ao seu encontro após a queda, Adão e Eva esconderam-se entre as árvores do jardim. A pergunta de Deus, "onde estas?", mostra que a atitude do Senhor para com Adão era agora diferente.

"Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando:'Onde está você?"'

GÊNESIS 3.8-9

"Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá."

ISAÍAS 59.2

Assim, devido ao seu pecado, Adão e Eva foram expulsosdo jardim.

"Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida."

GÊNESIS 3.23-24

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O pecado torna o homem culpado diante de Deus. Culpa é u:r : omissão prejudicial, um delito, uma inobservância de uma regra j - conduta. Deus perguntou a Eva: "por que fizeste isso?".

"O Senhor Deus perguntou então à mulher: 'Que foi que você fez?' Respondeu a mulher: 'A serpente me enganou, e eu comi'."

GÊNESIS 3.13

"Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente."

TIAGO 2.10

"Sabemos que tudo o que a Lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus."

ROMANOS 3.19

"Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis..."

ROMANOS 1.18-20

"Ninguém os engane com palavras tolas, pois é por causa dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência."

EFÉSIOS 5.6

Assim, todos estão sujeitos ao juízo e à ira de Deus, que se retira quando há perdão. A forma de obter o perdão de Deus é tratada na matéria "O Plano da Salvação".

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"Naquele dia você dirá: 'Eu te louvarei, Senhor!Pois estavas irado contra mim, mas a tua ira desviou-se, e tu me consolaste. 'Deus é a minha salvação; terei confiança e não temerei. O Senhor, sim, o Senhor é a minha força e o meu cântico; ele é a minha salvação!' Com alegria vocês tirarão água das fontes da salvação."

ISAÍAS 12.1-3

"Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigénito de Deus."

JOÃO 3.18

A HUMANIDADE DEBAIXO DO PECADO

Todo sofrimento e dor... As catástrofes naturais ou provocadas pelo homem... As enfermidades... As depravações e dissensões... Todas essas coisas são resultado do pecado na vida do homem.

Desde o Éden, esse mal tem dominado, escravizado, controlado e afligido a humanidade. Se comparado a uma enfermidade incurável e contagiosa, o pecado tem apenas um remédio para sua cura: o sangue de Cristo.

São muitos os acontecimentos que sobrevieram a humanidade como consequência pelo pecado. Mas podemos destacar os três mais relevantes, que certamente influenciam a vida de todos os que vivem debaixo do domínio do pecado. Na visão de Warren W. Wiersbe, no "C om entário Bíblico W iersbe - Antigo Testam ento", são as condenações interna, externa e eterna.

A primeira consequência (a interna) do pecado é a perda da inocência e o sentimento de culpa. Isto se evidencia quando o casal passa a precisar de vestimentas (pela consciência de estarem nus) e quando se esconde de Deus. Esta primeira consequência traz uma mudança profunda nos sentimentos e na maneira de agir do ser humano. Exemplo disso é a atitude de ficar jogando a culpa uns nos outros: Adão culpa Eva, que culpa a serpente e assim por diante.

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"E ele respondeu: 'Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi'. E Deus perguntou: 'Quem lhe disse que você estava nu?Você comeu do fruto da árvore da qual lhe proibi comer?' Disse o homem: 'Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi'. O Senhor Deus perguntou então à mulher:'Que foi que você fez?' Respondeu a mulher: 'A serpente me enganou, e eu comi'."

GÊNESIS 3.10-13

Em segundo lugar vemos todas as mudanças no modo de vida de Adão e Eva, como consequência do pecado. A expulsão do Éden... A necessidade de se sujeitar ao homem (no caso da mulher)... O trabalho penoso para se alimentar... Todas essas (entre outras coisas) são consequências externas, que transformaram a vida do primeiro casal, influenciando a vida de toda a humanidade depois deles.

"E ao homem declarou: 'Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará'. Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida."

GÊNESIS 3.17-19 e 23-24

Todo sofrimento e dor... As catástrofes naturais ou provocadas peto ser humano... As enfermidades..^ As depravações e dissensões„» Todas essas coisas são resultado do pecado na vida do homem.

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A terceira consequência é a morte eterna, ou seja, a separação eterna de Deus. Esta última não é tão imediata, não é vista com a mesma rapidez que as outras. Mas é tão importante quanto elas. Afinal, ninguém escapa da morte física (também uma consequência do pecado no Éden), e quando ela acontecer, há apenas duas possibilidades para todos os indivíduos: ir para o céu ou ir para o inferno.

"Pois todos me pertencem. Tanto o pai como o filho me pertencem. Aquele que pecar é que morrerá."

EZEQUIEL 18.4

OS ALVOS DO JULGAMENTO DIVINO

Vamos analisar o julgamento de Deus realizado contra cada um dos envolvidos no pecado original. Observe que cada um foi tratado individualmente pelo Senhor, conforme a sua participação no momento decisivo. Cada um recebeu a condenação merecida, especificamente declarada com base nos seus atos individuais.

O primeiro alvo do julgamento divino foi a serpente, o tentador usado pelo diabo para atacar o primeiro casal.

"Então o Senhor Deus declarou à serpente: 'Uma vez que você fez isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida. Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar'."

GÊNESIS 3.14-15

Muitos estudiosos acreditam que a serpente usada por Satanás no Éden não possuía a mesma forma animal que conhecemos hoje. Seu nome sugere brilho e glória, mas o que vemos hoje é um ser condenado a viver rastejando no chão, no pó. O que é uma aparente incoerência, na verdade pode ser mais um sinal da condenação de Deus à serpente, por ter obedecido e cedido à vontade do diabo.

Além disso, na condenação da serpente temos a primeira palavra profética com relação à redenção que nos seria trazida mais tarde

Page 143: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

pelo Senhor Jesus Cristo. Este assunto é tratado mais tarde na matéria "O Senhor Jesus no Antigo Testamento", mas note a promessa recebida: haveria inimizade entre a serpente e a mulher e, no future a semente dela esmagaria a cabeça do diabo.

A mulher também foi julgada pelo pecado e sofre até hoje as consequências específicas, pelos seus atos:

"À mulher, ele declarou: 'Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará'."

GÊNESIS 3.16

Duas consequências vieram sobre a mulher como condenação. A prim eira delas é o parto com dor, o que nos leva a crer que originalmente o parto não seria dolorido. Aliás, vale observar o mundo animal e notar que as fêmeas da maioria das espécies não sofrem para parir. Eva (e toda a sua descendência feminina) tem sofrido com partos dolorosos desde o Éden.

A segunda consequência é a subjugação da mulher por parte do homem. Neste ponto é importante ressaltar que há uma diferença entre ser submissa e ser subjugada. Em outras palavras, a submissão sempre foi plano de Deus e é, na verdade, uma bênção no relacionamento entre homem e mulher. Não é possível um corpo ter mais do que uma cabeça, de modo que a função de líder foi dada ao homem desde a sua criação. A mulher que compreende isso vive mais plenamente e encontra seu espaço na família e no Reino de Deus com mais facilidade. Ela vive debaixo da missão do marido, como ajudadora.

A maldição recebida no Éden consistia em algo mais profundo: desde então, a mulher tem sido subjugada, lutando duramente por tratamento digno e direitos iguais aos dos homens. Obviamente, em nossa sociedade ocidental a mulher tem sido melhor tratada e valorizada. Mas basta olharmos para culturas mais distantes para notarmos que as mulheres, em sua maioria, são tratadas como seres inferiores aos homens e não como as ajudadoras idôneas (que Deus planejou que elas fossem).

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O homem, naturalmente, também teve a sua condenação:

"E ao homem declarou: 'Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará'."

GÊNESIS 3.17-19

É interessante notar que a maldição de Adão inclui também uma maldição à própria terra. O principal ponto da condenação do primeiro homem é que o trabalho lhe passa a ser penoso e difícil.

No momento da criação, quando o Adão foi posto no Éden, sua função seria apenas cuidar do jardim. Podemos entender que, até então, o jardim produzia com abundância, naturalmente. Após o pecado, a terra passou também a produzir espinhos e abrolhos - e não apenas alimento - , o que dificultou muito o cultivo da terra.

Por causa do pecado, Adão foi obrigado a deixar para trás uma vida simples e facilitada. O que antes lhe vinha nas mãos sem esforço considerável, a partir deste novo momento da história, passou a custar muito suor do rosto de todos os homens.

OS EFEITOS DO PECADO NA VIDA DO HOMEM

Os prejuízos que o pecado traz para o homem são incalculáveis. O pecado fez o ser humano perder a sua tranquilidade, em todos os sentidos. Antes que o pecado entrasse no mundo, não existiam angústia, aflição, lágrimas ou sofrimentos. Porém, depois que o homem caiu, foi obrigado a enfrentar tribulação e angústia.

"Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o grego..."

ROMANOS 2.9

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O pecado colocou o homem sob seu domínio, pois alastrou-se e multiplicou-se de tal maneira na vida do homem que o profeta Isaías disse:

“Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente m achucados, vergões e ferim entos abertos, que não foram limpos nem enfaixados nem tratados com azeite."

ISAÍAS 1.6

O entendimento e a consciência do homem foram contaminados pelo pecado e sua vontade ficou inteiramente sujeita ao mal. Assim, todos os pensamentos do seu coração são só maldade, continuamente.

"Para os puros, todas as coisas são puras; mas para os impuros e descrentes, nada é puro. De fato, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas."

TITO 1.15

"Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando- me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros."

ROMANOS 7.19-23

"0 Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensam entos do seu coração era sempre e somente para o mal."

GÊNESIS 6.5

Page 146: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

Por causa do pecado, o homem perdeu a sua posição de governo, na qual tinha sido colocado por Deus para dominar. Além disso, pelo pecado, o homem tornou-se dominado. Em lugar de ser senhor, tornou ̂se escravo da cobiça, da inveja, da avareza e outras coisas. Em lugar de governar sobre o pecado, tornou-se escravo dele.

"Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém."

ROMANOS 1.25

"...pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos."

1 TIMÓTEO 6.10

"Jesus respondeu: 'Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado."

JOÃO 8.34

"Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês."

TIAGO 4.7

Temos a confiança de que, se resistirmos ao diabo, ele fugira de nós. Quando, porém, o homem obedece ao pecado, os seus membros se tornam sujeitos à imundícia e a maldade.

"Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam- se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça? (...) Falo isso em termos humanos, por causa das suas limitações humanas Assim como vocês ofereceram os membros do seu corpo em escravidão à impureza e à maldade que leva à maldade, ofereçam-nos agora em escravidão à justiça que leva à santidade."

ROMANOS 6.16 E 19

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ConclusãoA matéria que acabamos de estudar nos apresenta a nossa essência

e, ao mesmo tempo, o nosso maior problema.

Nossa essência nos foi dada por Deus, no ato da nossa criação. Somos feitos do pó da terra, e como todo barro nas mãos do oleiro podemos ser maleáveis e flexíveis ao seu trabalhar ou podemos nos endurecer, sofrendo as consequências disso.

É importante conhecermos nossa origem, para que possamos entender qual foi o nosso ponto de partida para chegarmos onde hoje estamos na história. Ao aprender o propósito original para o qual fomos criados, podemos também compreender melhor qual é o plano do Senhor para as nossas vidas hoje.

Semelhantemente, é importante conhecermos a origem do pecado para que possamos ser capazes de compreender melhor a necessidade pessoal de salvação e libertação que todos temos.

A próxima matéria em nosso curso é "O Plano da Salvação", pois não podemos experimentar a verdadeira paz que há em Cristo Jesus se não compreendermos primeiro o grande livramento que recebemos de Deus através da obra expiatória de Cristo.

Como semente de Adão, estamos debaixo do jugo do pecado e dos nossos instintos que, presos pela iniquidade, nos afastam de Deus. Precisamos e dependemos do Senhor Jesus! Mas ao estudarmos Sua Palavra com dedicação percebemos que há esperança e que podemos nos apegar às promessas do Senhor.

Que você possa continuar o seu estudo, se aprofundando e se aprimorando no conhecimento da Palavra de Deus, que é a plena revelação d'Ele para a sua vida.

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Exercícios

Avalie seu aprendizado e assimilação da matéria

estudada respondendo às perguntas a seguir.

Sugerimos que você utilize sempre lápis,

para que seja possível apagar e reescrever

a resposta, no caso de ter errado na primeira vez.

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1. Qual você acredita ser a única fonte confiável para explicar a origem da humanidade?

2. Qual foi o material usado pelo Senhor para criar Adão? E como Ele fez para torná-lo um ser vivente?

3. Em sua opinião, o homem é inferior, igual ou superior aos demais seres vivos? Por que?

4. A criação da mulher foi igual à criação do homem? O que nela foi diferente?

5. Cite e explique um motivo para não acreditarmos na teoria evolucionista de Darwin.

©

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6. Cite três funções que Deus deu ao homem, quando o criou.

7. Descreva agora os instintos naturais que recebemos do Senhor, para cumprir as três funções que você citou acima.

8. Explique a tricotomia do ser humano.

9. Com suas palavras, descreva o pecado.

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10. Que ser humano cometeu o primeiro pecado? Como isto aconteceu?

11. Qual é a principal consequência do pecado para a humanidade?

12. Quais foram as consequências do pecado para Adão e Eva, individualmente?

13. Porque é importante conhecermos a origem da humanidade e do pecado?

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Glo îS3l

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ADJUDICARSignifica vincular; ligar; atribuir a; dar a

ADVIRTOInformo; aviso; advertir alguém de um perigo; admoestar; repreender; notar; fazer notar; reparar

ALASTRARSignifica propagar; difundir; ampliar; alargar

ANTROPÓLOGOEspecialista em antropologia; antropologista

ÁPICEO ponto mais elevado; vértice; cume; cimo; o mais alto grau; apogeu

APTOQue tem aptidão inata ou adquirida; idôneo; hábil; habilitado; capaz; apropriado

BIFQRMEQue tem duas formas; que pensa de duas maneiras diferentes ao mesmo tempo; que tem duas opiniões

COBIÇAAvidez de bens materiais; ambição desmedida de riquezas.

COERENTEEm que há coesão, ligação ou adesão reciproca; que procede com coerência; lógico; diz-se das partes de um todo que se harmonizam entre si: moléculas coerentes; diz-se daquilo em que há conexão; concordante: raciocínio coerente

CONCUPISCÊNCIADesejo intenso de bens ou gozos materiais; apetite sexual; inclinação a gozar os bens terrestres, particularmente os prazeres sensuais

CONGÊNITOPresente desde a nascença, mas não necessariamente hereditário; nascido com o indivíduo; conatural; conato; inato

CONTENCIOSOIncerto; duvidoso; direito que é contestado; litigioso

Page 154: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

CORROMPERPerverter; depravar; viciar; alterar

CRENÇAConvicção íntima; ato ou efeito de crer; acreditar; fé religiosa

CULMINANTEQue é o mais elevado; o mais alto; o mais alto grau possível; o ponto culminante da glória

DECÊNCIAHonestidade; decoro; qualidade de decente

DELITOCulpa; pecado; falta

DENOTARSignificar; exprimir; simbolizar; indicar; mostrar; manifestar; fazer notar

DEPRAVAÇÃOAto ou efeito de depravar; perversão; corrupção; degeneração mórbida

DERRADEIROExtremo; final; último

DESVIRTUARDepreciar a virtude; o valor, o merecimento de; tomar em mau sentido; torcer o sentido de; malsinar

DICOTOMIAPrincípio que afirma a existência única, no ser humano do corpo e da alma

DIFUNDIRSignifica espalhar; derramar; propagar; divulgar

DISFORMEDesconforme; desmedido; descomunal; horrendo

DISSENSÃODivergência de opiniões, de interesses, de sentimentos; disputas; desavença, desinteligência; dissidência; oposição

Page 155: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

EGOCÊNTRICAFeminino de egocêntrico, que diz-se daquele que refere tudo ao próprioeu, tomadoeomo centro de todo o interesse; personalista; que se refere ao ego, ao eu; considerado como o centro do universo

ELITEO que há de melhor em uma sociedade ou num grupo; nata, flor, fina flor; minoria prestigiada e dominante no grupo, constituída de indivíduos mais aptos e/ou mais poderosos

ENTRETECIDOAdvém do verbo entretecer, que significa tecer; entremear; entrelaçar; entecer

EQUIDADERetidão; igualdade

ESMOA esmo; sem medida exata; ao acaso; sem rumo ou destino; atirar a esmo; ao acaso; sem fazer pontaria

ESMORECERPerder o ânimo, as forças, o entusiasmo, a coragem; desanimar(-se); aproximar-se do fim; ir morrendo; declinar; cair

ESSÊNCIAA existência; aquilo que constitui a natureza das coisas; substância

FARDOQue moralmente custa a suportar, ou o que impõe responsabilidades

FÉRTILCapaz de produzir com facilidade; de criar; de inventar

FITOSignifica ponto determinado a que se dirige o tiro; flechada.; alvo; mira

FUNCIONALConcernente a função ou funções orgânicas vitais, ou à sua realização

Page 156: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

GENEALOGIALista, enumeração ou diagrama com os nomes dos antepassados de um indivíduo e a indicação dos casamentos e das sucessivas gerações que o ligam a um ou mais ancestrais; o estudo da origem das famílias; estudo da origeiri e formação do indivíduo ou da espécie

GLUTONARIAQualidade de glutão; voracidade; edacidade; glutonía; vício do glutão

GUMEO lado afiado de instrumento de corte; de dois gumes, que pode ter dois efeitos contrários; faca; argumento de dois gumes

IDOLATRIACulto prestado a ídolos; amor ou paixão exagerada; excessiva

ÍMPIOHerege; que não tem fé; incrédulo; herético

IMPOSTAFeminino de imposto, que significa feito aceitar ou realizar à força; que se impôs; colocado; posto; obrigação

IMPRÓPRIAFeminino de impróprio, que significa que não é próprio; inadequado

INERTEQue tem inércia; sem atividade; inativo; preguiçoso;espírito inerte

ÍNFIMOO mais baixo de todos; aquilo que está ou vem em último lugar, que é menos importante ou é o menor de todos; muito pequeno; quantia ínfima

INOBSERVÂNCIAFalta de habitual de observância; de cumprimento

INORGÂNICOQue não tem órgãos; que não é orgânico; anorgânico; que não tem vida; diz-se dos corpos desprovidos de vida não organizados; que só se podem desenvolver por justaposição, como os minerais

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INSTINTOFator inato do comportamento dos animais, variável segundo a espécie, e que se caracteriza, em determinadas condições, por atividades elementares e automáticas; impulso espontâneo e alheio à razão; intuição; forças de origem biológica inerentes ao homem e aos animais superiores, e que atuam, em geral, de modo inconsciente, mas com finalidade precisa, e independentemente de qualquer aprendizado; primeiro movimento que dirige o homem e os animais em seu procedimento; impulso natural

INTRÍNSECOQue está dentro de uma pessoa ou coisa que lhe é próprio; íntimo; inseparavelmente ligado a uma pessoa ou coisa

IRRACIONALNão racional; onde a razão não intervém; não raciocina; animal desprovido de raciocínio

IRREPREENSÍVELSignifica que não merece repreensão; não repreensível; perfeito; correto

LATENTESignifica não manifesto; oculto; que permanece escondido; dissimulado; disfarçado

LIBERTINAGEMDevassidão; desregramento; licenciosidade; crápula

LITÍGIODisputa; contenda; pendência; demanda

MEDULAA parte mais íntima; o interior; âmago, essência; que há de mais substancial e mais profundo em qualquer coisa; estudouo assunto até a medula

NATURALISTAEspecialista em história natural; especialista em Botânica e Zoologia; pessoa que se dedica ao estudo das plantas, minerais e animais: Aristóteles, Plínio e Buffon foram grandes naturalistas

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OMISSÃOAquilo que se omitiu; falta; lacuna; ausência de ação; inércia, falta de ação no cumprimento do dever

ORDEMDisposição das coisas de acordo com a categoria, o lugar que lhes convém; regras, leis, estruturas que constituem uma sociedade; classe; categoria; posição; mérito

OSTENTAÇÃOExibição aparatosa; alarde; exibicionismo; vanglória; jactância

OUTORGARDar; conceder; imputar; conferir

PASSÍVELSignifica que pode experimentar sensações e emoções, ou sofrer certos efeitos; que está ou fica exposto a penas ou sanções

PAULATINOFeito aos poucos; que é feito devagar; pouco a pouco; lento, vagaroso; moroso

PECULIARQue é atributo particular de uma pessoa ou coisa; especial; próprio

PENOSOQue causa pena ou sofrimento; difícil; complicado; doloroso

PERTINENTEImportante; relevante; válido

PERVERSIDADEQualidade de perverso; fereza; índole ruim

PLAUSÍVELRazoável; aceitável; admissível; o que pode passar por verdadeiro

PRECURSORQue anuncia um sucesso, ou a chegada de alguém; que precede; que vai adiante

PROLIFERARSignifica ter prole ou geração; reproduzir-se; aumentar; crescer em número; propagar-se, multiplicar-se

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PROVISÃOAto ou efeito de prover; abastecimento de coisas necessárias ou úteis

PUNIÇÃOAto ou efeito de punir; pena; aplicado; punição exemplar; penalidade; sanção

REFUTARDizer em contrário; desmentir; negar; contestar; combater com argumentos; contradizer; reprovar

RELEVANTEDe grande valor, conveniência ou interesse; importante

RETIDÃOInteireza de caráter; qualidade de reto; correção ou lisura no procedimento

RETINIRProduzir som forte, metálico, agudo e repetido; tinir muito; repenicar; ecoar; ressoar.

RUMORInformação; notícia; fama; boato

SIMPLISTAPessoa que raciocina ou age com simplismo; simpiicidad exagerada

SINGELAFeminino de singelo, que significa simples; sem ornamento

SOBERANOAquele ou aquilo que detém autoridade suprema, sen qualquer tipo de restrição; aquele que influi poderosamente poderoso; dominador

SOBERBAOrgulho excessivo; altivez; arrogância; presunção sobrançaria; sobranceria

SUBJUGAÇÃOAto ou efeito de subjugar (-se)

SUJEITARReduzir à sujeição, tornar sujeito (o que era livre); dominai subjugar; submeter

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SUPREMACIASuperioridade; preeminência; hegemonia

TERMINOLOGIAConjunto dos termos próprios duma arte ou duma ciência; nomenclatura

TESEProposição que é enunciada e sustentada: tal tese não pode ser defendida; memória, obra composta para a obtenção do grau de doutor: defesa de tese; proposição que se expõe para, em caso de impugnação, ser defendida; proposição formulada nos estabelecimentos de ensino superior e médio para ser defendida em público

TOMOSignifica divisão; parte

TRANSGRESSÃOInfração; violação; ato ou efeito de transgredir

TRIBULAÇÃOAflição amargura; tormento

VASTOConsiderável; grande; importante; relevante; amplo

VEEMÊNCIAIntensidade; atividade; vivacidade; eloquência comovente

VEREDASignifica rumo; caminho; direção

VIGIARTomar cuidado; estar atento; cuidar

VILQue tem pouco valor; pessoa desprezível; mesquinho, miserável, insignificante

VIVENTEQue vive

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Salvação

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Sumário INTRODUÇÃO 171

CAPÍTULO 1: A MORTE 175A Morte Física 176

A Morte Espiritual 177A Morte Eterna 179

O Céu e o Inferno 180

CAPÍTULO 2: A SALVAÇÃO 183Os Sentidos da Palavra Salvação 183

Quem Precisa de Salvação? 188Salvação e Condenação 189

A Solução Definitiva 190

CAPÍTULO 3 :0 SACRIFÍCIO E A EXPIAÇÃO 191O Sacrifício na História 191

O Sacrifício Antes da Lei 191O Sacrifício Debaixo da Lei 194

A Expiação 196Como Ocorreu a Expiação? 198

Reconciliação e Redenção 200A Quem foi Pago Esse Resgate? 201

O Exemplo de Oséias 201Nossa Porção é o Dom da Vida 202

CAPÍTULO A CONVERSÃO '■ 207É o Pai Quem Nos Chama 209

Quem Nos Convence é o Espírito Santo 209A Palavra de Deus Abre os Nossos Olhos 210

O Verdadeiro Arrependimento 211O Momento da Decisão 213

Fé Para Viver Para Jesus 215

/ CAPÍTULO 5: A JUSTIFICAÇÃO 2Í1Como Pode Alguém Ser Justificado Diante de Deus? 220

CAPÍTULO 6; A REGENERAÇÃO 223A Regeneração Significa Nascer de Novo 224

A Adoção 225

CONCLUSÃO 228 EXERCÍCIOS 229

: GLOSSÁRIO 233

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Como cristão,é importante que você saibc que para tudo o que você fize em qualquer área da sua vida, | Deus tem um plano.

Ele tem um projeto melhor e quer nos revelàr Sua vontade, que é maravilhosa.

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"Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês."

ROMANOS 12.1

"Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado."

JÓ 42.2

Deus tem um plano com a sua vida

Todo mundo já ouviu essa frase pelo menos uma vez. Seja dirigida a você mesmo ou a outra pessoa... Seja em uma conversa em particular ou no meio de uma pregação, em alguma igreja ou evento... Na TV, no rádio, numa revista, num livro ou pela internet.

Das pessoas que ouvem esta frase, há aqueles que não acreditam ou simplesmente não a levam a sério. É gente que acha que esta é uma frase feita ou que estas palavras não passam de um clichê. São pessoas que até riem porque não conseguem acreditar que sejam tão importantes a ponto de Deus, o Soberano, se lembrar delas e ter um projeto para suas vidas.

Por outro lado, há quem se apegue a esta verdade para caminhar, dia após dia. E certamente, por ter esta apostila nas mãos, você é uma destas pessoas.

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Saber que Deus tem um plano com nossas vidas nos traz um profundo senso de propósito. Dá sentido para nossa existência. E não é para menos! Em meio a um mundo repleto de dificuldades e obstáculos, esta verdade nos fortalece. É reconfortante saber que o Senhor, Criador de todas as coisas, cuida de nós e nos acompanha em nossa trajetória.

Como cristão, é importante que você saiba que para tudo o que você fizer, em qualquer área da sua vida, Deus tem um plano. Ele tem um projeto melhor e quer nos revelar Sua vontade, que é maravilhosa.

Mas acima de tudo, é fundamental que você conheça o plano maior. O projeto mais importante de todos. O propósito que o Senhor estabeleceu desde antes da fundação do mundo para que você e eu pudéssemos caminhar em Sua presença, vitoriosos.

Este é o plano da salvação, tema do nosso estudo, nas próximas páginas.

Há quem pense que este plano surgiu como algum tipo de "remendo", uma solução encontrada para um problema inesperado. Mas não é verdade. O Senhor já nos aponta a existência de um plano para a nossa salvação no começo da Bíblia, em Gênesis 3:

"Então o Senhor Deus declarou à serpente: 'Uma vez que você fez isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida. Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar."

GÊIMESIS 3.14-15

No momento em que amaldiçoou a serpente, por ter tentado Eva e levado a mulher e Adão a pecar, Deus já apontou um desfecho para a história do pecado, um final feliz para a morte que havia acabado de entrar no mundo. O descendente da mulher prevaleceria. Não um descendente qualquer, aleatório ou escolhido a esmo... Mas "o descendente dela", um Homem específico, que mais adiante, na história da humanidade, revelou ser o Senhor Jesus Cristo.

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Este descendente, no futuro, iria ferir a cabeça da serpente com um ferimento de morte, definitivo, que acabaria com as forças e os maus desígnios do diabo. E o diabo O feriria no pé, no calcanhar, provocando nada mais do que um breve e passageiro "incômodo".

"...tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus."

HEBREUS 12.2

Mas, como dizem os americanos, as primeiras coisas primeiro. Vamos começar nosso estudo do maravilhoso plano da salvação relembrando a nossa necessidade individual de livramento e redenção.

Você já estudou sobre a origem do homem e do pecado, em outra matéria deste mesmo curso. Ao terminar seu estudo, certamente uma pergunta ficou sem resposta: é possível que Deus tenha criado o homem, para deixá-lo morrer? Afinal, o salário do pecado é a morte. Se o homem é pecador por natureza, como escapar da condenação?

Qual é, de fato, o plano de Deus para nós? Como Ele pode nos salvar e nos oferecer a oportunidade de uma nova vida?

"Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."

ROMANOS 6.23

LEMBRE-SE ...

Saber que Deus tem um plano com nossas vidas nos traz um profundo senso de propósito. Dá sentido para nossa existência.

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A Morte

Amorte aparece pela primeira vez, na Bíblia Sagrada, em Gênesis 3. Veja:

"Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também. Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se."

GÊNESIS 3.6-7

Os momentos narrados acima nos contam o exato instante em que a morte espiritual entrou no mundo e, portanto, na história da humanidade. Talvez você pense que a morte espiritual tenha acontecido somente no momento em que o Senhor veio para confrontar Adão e Eva. Mas não foi isso o que aconteceu.

Assim como acontece na vida de qualquer ser humano hoje, o pecado não se consuma quando o pecador se arrepende ou toma consciência dos seus atos. Consciente ou não, agindo de forma intencional ou não, o pecado está consumado na hora em que é praticado e disso ninguém pode escapar.

Adão e Eva perderam sua vida plena espiritual no momento em que comeram do fruto proibido e, com isso, morreram. Desde este momento o homem precisaria nascer de novo para viver para Deus. P7?

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A segunda vez em que a morte aparece na Bíblia está no mesmo capítulo 3:

"Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará."

GÊNESIS 3.19

As palavras de Deus para Adão revelam que, a partir do pecado, ele e Eva estariam sujeitos à morte física (e junto com eles, todos os demais seres humanos), a morte do corpo. Assim como do pó o homem havia sido formado, para o pó ele voltaria, no momento da sua morte.

É literalmente isso o que acontece: todos sabemos que após morrer, nosso corpo começa a se decompor, em um processo que, quando terminado, faz com que nada reste além de puro e simples pó.

O primeiro homem a morrer fisicamente foi Abel:

"Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: 'Vamos para o campo'. Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou."

GÊNESIS 4.8

A MORTE FÍSICA

A morte física, no sentido amplo e mais universal possível, significa cessação do processo vital de um organismo vivo. Na linguagem da biologia molecular, a morte é definida como "a dissolução da estruturação molecular necessária para o fenômeno da vida".

Do ponto de vista filosófico e, principalmente, do ponto de vista da Bíblia, a definição mais comum da morte afirma que "a morte é a separação da alma e do corpo". Neste sentido, costuma-se distinguir dois tipos de morte: a clínica e a absoluta.

A morte clínica é aquela que acontece quando há uma interrupção das funções essenciais do corpo, mas não necessariamente (ainda) a separação da alma e do corpo. Este é o caso, por exemplo, da morte cerebral. Em casos assim, o corpo continua funcionando através de aparelhos por certo período de tempo, embora não haja mais função

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em si mesmo (se os aparelhos forem desligados ou não monitorados de forma precisa, inevitavelmente, o corpo vai parar de funcionar).

Diferentemente, a morte absoluta é a separação definitiva da alma e do corpo, que acontece quando o organismo humano pára de funcionar naturalmente ou de forma provocada (como foi o caso de Abel).

A MORTE ESPIRITUAL

"Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá."

ISAÍAS 59.2

A morte espiritual pode ser definida como separação entre o homem e Deus, por causa do pecado. Isaías retrata isso muito bem em suas palavras, ao dizer que nossa relação com Deus ficou prejudicada depois da entrada do pecado em nossas vidas, através de Adão e Eva. Nossos pecados fazem separação entre nós e nosso Deus, porque a santidade do Senhor não suporta o pecado.

"Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem desde mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira."

EFÉS10S 2.1-3

Tratando de forma mais abrangente, podemos afirmar que o homem, separado de Deus pela morte espiritual, vive totalmente no pecado, sem se arrepender de nenhum dos seus atos pecaminosos praticados.

Utilizando um exemplo bastante simples, mas muito didático, é como se um homem tivesse um carro à sua disposição, mas não o utilizasse simplesmente por não desejar ter nenhum tipo de contato com o dono do posto de gasolina. Esse homem não abastece seu carro

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e acaba andando a pé (quem sabe até desistindo de ir a muitos lugares), não porque não haja gasolina à sua disposição para comprar. Ele se prejudica simplesmente por não querer se aproximar do posto para abastecer e colocar seu carro em funcionamento.

O homem morto espiritualmente é assim. Ele pode viver e avançar, porque Deus já nos deu a provisão para o perdão dos nossos pecados. Mas simplesmente por não se aproximar de Deus, em sincero arrependimento, ele permanece morto espiritualmente.

Felizmente, enquanto não acontece a morte física, há esperança para aquele que ainda está morto espiritualmente.

"Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões..."

COLOSSENSES 2.13

Enquanto há vida física, a pessoa pode ser tocada pelo Espírito Santo e voltar a viver espiritualmente. Este assunto será abordado mais adiante, nesta mesma matéria.

Mas queremos encorajar você, que deseja servir ao Senhor em Sua obra, a não desistir de ninguém, mesmo que pareça não haver mais jeito ou já se tenha chegado ao fim da linha. Estudos médicos têm apontado fortes evidências que demonstram que o último dos sentidos que o ser humano perde, antes de morrer fisicamente, é sua audição. A pessoa pode já não falar, enxergar, cheirar ou mesmo sentir com o tato, mas ainda é bem possível que ela possa ouvir.

Por isso, talvez, sejam relativamente comuns os testemunhos de irmãos que ganharam parentes amados ou mesmo amigos para Jesus apenas poucos minutos antes da sua morte. São pessoas que estão partindo e perdendo seus sentidos, mas que ainda podem ouvir e se arrepender em seus corações de seus pecados, demonstrando sua decisão através de uma lágrima ou um leve aperto de mão.

Como evangelista, não desista nunca, porque enquanto houver o fôlego de vida, por mais fraco que ele possa estar, ainda há a oportunidade para a salvação da alma do perdido. Não há limites para a manifestação do poder de Deus!

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que Deus estabeleceu para nós. Se não reconhecêssemos a existência de perdição (que é a morte eterna), não haveria necessidade de salvação. Automaticamente, não haveria, para nós, a necessidade de um Salvador.

Os homens de coração obstinado e dura cerviz, que vivem pelo mundo afora, acreditam que não estão perdidos. Para eles as almas das pessoas não estão em perigo, condenadas a ir para o inferno. Segundo esta crença, o mundo não precisa de um Salvador e Jesus foi, apenas, um homem relevante, um personagem histórico de muita importância, um revolucionário que fundou mais uma religião.

O CÉU E O INFERNO

Para quem está condenado à morte eterna, o destino final é o inferno.

"Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigénito de Deus."

JOÃO 3.18

"O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito."

APOCALIPSE 20.13

Há quem não goste nem de falar no assunto... Quem diga que o inferno é aqui mesmo, na Terra onde vivemos e também quem diga que o inferno sequer existe!

Mas gostando ou não, para quem acredita na Bíblia e a toma como regra de fé e prática, não se pode negar: o inferno existe e é o lugar que Deus reservou para o diabo.

"Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda:'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos."

MATEUS 25.41

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"Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo."

2 PEDRO 2.4

Ao pensar sobre quem está condenado a viver eternamente em sofrimento, separado de Deus, automaticamente nos lembramos do diabo (e seus demônios também).

No entanto, além do diabo, não podemos "fazer vista grossa" e devemos reconhecer que os pecados dos homens também promovem a separação da humanidade do Seu Criador, como já tratamos mais acima. Assim, o destino daquele que morrer em seus pecados, sem ser salvo (e, portanto, sem receber perdão), é o inferno.

"Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo, especialmente os que seguem os desejos impuros da carne e desprezam a autoridade. Insolentes e arrogantes, tais homens não têm medo de difamar os seres celestiais."

2 PEDRO 2.9-10

Note que Deus não preparou o inferno para nós. Deus preparou o inferno para o diabo. Originalmente, o Senhor, que nos fez à Sua imagem e semelhança, preparou o céu para estarmos com Ele eternamente. O desejo do Senhor sempre foi que estivéssemos continuamente em Sua presença, em plena comunhão.

Foi o pecado que perverteu nossa condição original.

Como Deus é santo, quem tem pecado não pode se aproximar do Senhor. De modo que, quem não é salvo está condenado em seus próprios pecados, caminhando a passos largos para o inferno.

Para você que já aceitou o Senhor Jesus e que procura caminhar em santidade, servindo a Deus com sua vida, não tenha dúvida: seu destino é o céu, onde passaremos a eternidade com o Senhor, habitando em Sua maravilhosa presença.

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E enquanto este momento glorioso não chega, o Senhor Jesus garante a você uma vida plena, cheia de bênçãos e frutos excelentes.

"...eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente."

JOÃO 10.10B

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A Salvação

OS SENTIDOS DA PALAVRA SALVAÇÃO

Conforme o Dicionário Aurélio, salvação é o "ato ou efeito de salvar ou de remir". Salvação é sinônimo de livramento do perigo ou da morte. Em sentido especial, para nós que somos cristãos, significa livramento de tudo o que faz separação entre o homem e Deus.

"Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo."

TiTO 2.11-13

Os termos "salvação", "salvar", "salvo", entre outros semelhantes, são empregadas tanto no Antigo quanto Novo Testamento, em mais de um sentido. Nestas citações, estas palavras apontam para o sentido da salvação da alma, tendo sempre direta ou implícita referência à esperança messiânica (no Antigo Testamento) ou à obra de Jesus Cristo (no Novo Testamento).

Deste modo, no Antigo Testamento, "salvação" e "salvar" são palavras utilizadas para se referir ao livramento de um determinado perigo, como no caso dos israelitas, quando atravessaram o mar Vermelho.

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"Então Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor afastou o mar e o tornou em terra seca, com um forte vento oriental que soprou toda aquela noite.As águas se dividiram, e os israelitas atravessaram pelo meio do mar em terra seca, tendo uma parede de água à direita e outra à esquerda."

ÊXODO 14.21-22

"Então Moisés e os israelitas entoaram este cântico ao Senhor: 'Cantarei ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro! O Senhor é a minha força e a minha canção; ele é a minha salvação! Ele é o meu Deus e eu o louvarei, é o Deus de meu pai, e eu o exaltarei!"

ÊXODO 15.1-2

Semelhantemente, estes termos são utilizados quando se quer exprimir a segurança que só se encontra em Deus, quando precisamos de livramento e colocamos nossa inteira confiança no Senhor:

"Já que, sem motivo, prepararam contra mim uma armadilha oculta e, sem motivo, abriram uma cova para mim, que a ruína lhes sobrevenha de surpresa: sejam presos pela armadilha que prepararam, caiam na cova que abriram, para a sua própria ruína. Então a minha alma exultará no Senhor e se regozijará na sua salvação."

SALMOS 35.7-9

"Somente ele é a rocha que me salva; ele é a minha torre segura! Jamais serei abalado!"

SALMOS 62.2

"Deus é a minha salvação; terei confiança e não temerei. O Senhor, sim, o Senhor é a minha força e o meu cântico; ele é a minha salvação!"

iSAÍAS 12.2

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"Naqueles dias e naquela época farei brotar um Renovo justo da linhagem de Davi; ele fará o que é justo e certo na terra. Naqueles dias Judá será salva e Jerusalém viverá em segurança, e este é o nome pelo qual ela será chamada: O Senhor é a Nossa Justiça."

JEREMIAS 33.15-16

"Mas, quanto a mim, ficarei atento ao Senhor, esperando em Deus, o meu Salvador, pois o meu Deus me ouvirá."

MIQUÉIAS 7.7

"...ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação."

HABACUQUE 3.18

O sentido deste livramento ou segurança, no Antigo Testamento, não é apenas nacional, mas também pessoal, tendo sempre em vista a redenção final, relacionada com a esperança messiânica.

"Volta-te, Senhor, e livra-me; salva-me por causa do teu amor leal."

SALMOS 6.4

"Salva-me, ó Deus!, pois as águas subiram até o meu pescoço."

SALMOS 69.1

"Ele promoveu poderosa salvação para nós, na linhagem do seu servo Davi, (...) para dar ao seu povo o conhecimento da salvação, mediante o perdão dos seus pecados..."

LUCAS 1.69 E 77

Nas páginas do Novo Testam ento tam bém encontram os igualmente, em sentido bastante abrangente, a palavra "salvar". Em algumas passagens, ela tem o significado de livramento do perigo, como vemos abaixo:

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"Os discípulos foram acordá-lo, clamando: 'Senhor, salva-nos! Vamos morrer!'"

MATEUS 8,25

"Agora meu coração está perturbado, e o que direi?Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para isto, para esta hora."

JOÃO 12.27

"Não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos dias, e continuando a abater-se sobre nós grande tem pestade, finalm ente perdemos toda a esperança de salvamento."

ATOS 27.20

Mas na maioria das vezes, não é este o sentido que encontramos. Ao contrário do Antigo Testamento, que nos aponta para a esperança da salvação, através do Messias tão aguardado, no Novo Testamento as referências falam da salvação já concretizada. São textos que apresentam o estado de perdão e segurança, obtido para o homem pelo Senhor Jesus Cristo.

"Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados."

MATEUS 1.21

"Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido."

LUCAS 19.10

"Se alguém ouve as minhas palavras, e não lhes obedece, eu não o julgo. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo."

JOÃO 12.47

"E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!"

ATOS 2.21

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"Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos."

ATOS 4,12

"Pois assim o Senhor nos ordenou: 'Eu fiz de você luz para os gentios, para que você leve a salvação até aos confins da terra'."

ATOS 13.47

LEM BRE-SE...

Os termos "salvação", "salvar", "salvo”, erttre outros semelhantes, são empregadas tanto no Antigo quanto Novo Testamento, em mais de um sentido. Nestas citações, estas palavras apontam para o sentido da salvação da alma, tendo sempre direta ou implícita referência à esperança messiânica (no Antigo Testamento) ou à obra de Jesus Cristo (no Novo Testamento).

"Então levou-os para fora e perguntou: 'Senhores, que devo fazer para ser salvo?"'

ATOS 16.30

"Como agora fomosjustificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de Deus!"

ROMANOS 5.9

"Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus."

1 CORÍNTIOS 1.18

"Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo."

1 TESSALONICENSES 5.9

"...e, uma vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem..."

HEBREUS 5.9

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Esta salvação é para o tempo presente e para o futuro. Ou seja, vale para a nossa vida diária e terrena e vale também para a nossa vida eterna, a ser desfrutada no céu. Esta salvação está em direta conexão com a fé no Salvador, quer se trate do imediato alívio das dificuldades e opressões da vida, quer se tenha em vista uma significação mais profunda do termo, a salvação eterna e ilimitada.

QUEM PRECISA DE SALVAÇÃO?

Depois de analisar os diferentes sentidos da palavra salvação, à luz das Escrituras, podemos afirmar que precisa de salvação aquele que está em perigo. Em outras palavras, precisa de socorro aquele que, ao se perceber em uma situação da qual não pode escapar sozinho, depende da ajuda de alguém para ter livramento.

Tome o exemplo de alguém que está enfermo. Enquanto vive, esta pessoa precisa de ajuda para escapar da doença. Remédios, cirurgia, cuidados e terapias só podem ser oferecidos por quem tem conhecimento de causa, ou seja, um médico especialista.

Como diz o ditado, enquanto há vida, há esperança. Assim, enquanto a doença é tratável e há recursos para combatê-la, o doente depende da ajuda do seu médico para se curar. Num certo sentido, o doente que está em perigo precisa do seu médico para oferecer socorro e a salvação, nesta situação em que se encontra.

Após a morte, já não há mais nada que o médico possa fazer.

Quem não está em perigo, quem não está correndo nenhum risco, não precisa de salvação. Portanto, para que o homem possa entender que necessita ser salvo, primeiro é preciso que ele reconheça que está perdido, condenado à morte eterna.

É necessário reconhecer que o ser humano é incapaz de salvar a si mesmo. Nossos métodos e esforços são inúteis para nos livrar da condenação do pecado, que está sobre nós.

"...pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus..."

ROMANOS 3.23

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Para escapar da condenação seria preciso não pecar nunca, nem sequer uma única vez, desde a mais tenra idade! O homem que cumpre todos os mandamentos de Deus, toda a Lei do Senhor, este pode dizer que é livre de pecado, que não está debaixo de condenação.

Mas quem é essa pessoa? Não há quem possa dizer isso diante de Deus! Todos os homens, sem exceção, por melhores que se considerem (ou sejam considerados pelas pessoas ao seu redor), são pecadores.

"Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim."

ROMANOS 7.19-20

Porque o homem é pecador contumaz, incapaz de seguir toda a Lei e de conter seus maus impulsos, tínhamos a necessidade da vinda de um Salvador que pudesse cumprir todos estes requisitos em nosso lugar.

O único capaz de cumprir toda a Lei foi o Senhor Jesus. Ele é maravilhoso!

"Não pensem que vim aboiir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir."

MATEUS 5.17

SALVAÇÃO E CONDENAÇÃO

Do ponto de vista espiritual e cristão, podemos definir a salvação como o perdão dos pecados. A pessoa que é salva está livre da condenação que o pecado havia trazido e cuja sentença era a morte eterna.

Condenação, no Dicionário Aurélio, é o "ato ou efeito de condenar; a pena imposta; julgamento que condena, censura e condenação". Analisando espiritualmente, a condenação é o resultado do julgamento do pecador.

"Deus é um juiz justo..."SALMOS 7.11A

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Como justo juiz, por mais que nos ame, Deus odeia o pecado e condena o pecador à punição eterna, no inferno. Lembre-se que o inferno não foi feito originalmente para nós. Por causa do pecado, ele acabou por se tornar o destino daqueles que rejeitam a provisão de Deus para o perdão de pecados.

Em contrapartida à condenação, da qual nenhum homem escapará, Deus preparou o caminho da salvação. Este é um dom gratuito, recebido pela fé. A única coisa que o homem precisa fazer para ser salvo é crer e permanecer em Jesus.

A SOLUÇÃO DEFINITIVA

Como parte do propósito de Deus, mesmo antes da criação, já havia uma solução para prover redenção da humanidade caída. Ou seja, a morte de Cristo para resgatar-nos de nossos pecados, não era um plano alternativo ou um remendo. Deus, em Sua Soberania não foi pego de surpresa pelo diabo e pelo pecado.

"... do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo."

APOCALIPSE 13.8B

Jesus é a solução definitiva, preparada por Deus, antes mesmo que o homem pecasse. O plano, que já existia desde a criação do mundo, foi revelado a nós em Gênesis 3, como estudamos bem no início desta matéria. Mas o plano perfeito de Deus, que é o Senhor Jesus, já estava escondido em Deus, porque a provisão foi decretada pela presciência do Senhor, antes mesmo da queda do homem do Éden.

"Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença."

EFÉSIOS 1.4

Por isso que costumamos dizer que o cristianismo não é uma mera religião, que faça par com tantas outras religiões que existem ao redor do mundo. O Cristianismo foi instituído na mente de Deus antes do alvorecer dos tempos.

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O Sacrifício e a Expiação

O SACRIFÍCIO NA HISTÓRIA

O sacrifício é uma prática universal, presente em quase todas as culturas. Se você dedicar algum tempo extra para pesquisar sobre sacrifícios, perceberá facilmente que tanto sacrifícios de animais, quanto de humanos são comuns em diferentes civilizações e sociedades.

Desde Gênesis 3.21, a prática do sacrifício está presente na história humana.

"O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher." '

GÊNESIS 3.21

O fato de ter vestido Adão e Eva com peles implica automaticamente na morte de algum animal, para que sua pele pudesse ser retirada. A atitude amorosa de Deus para com o homem pecador e recém banido do Éden já aponta para o sacrifício do Senhor Jesus: o homem estava envergonhado pela sua nudez e precisava cobrir-se, tanto quanto o pecador precisa cobrir a vergonha do seu pecado.

O SACRIFÍCIO ANTES DA LEI

É essencial aprender o conceito de sacrifício, para compreender a conexão entre a morte de Cristo, na cruz do Calvário, e a nossa salvação.

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"A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a sua realidade. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar. Se pudesse fazê-lo, não deixariam de ser oferecidos? Pois os adoradores, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais se sentiriam culpados de seus pecados. Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados."

HEBREUS 10.1-4

O sacrifício foi instituído a fim de nos servir como lição a respeito do pecado, da santidade, da culpa e da condenação pela transgressão. Claro que os sacrifícios feitos naquele tempo não eram suficientes para trazer perdão definitivo e tinham a função, principalmente, de apontar sempre para um melhor sacrifício que seria feito no tempo perfeito de Deus.

LEM BRE-SE...

Em contrapartida à condenação, da qual nenhum homem escapará, Deus preparou o caminho da salvação. Este é um dom gratuito, recebido pela fé. A única coisa que o homem precisa fazer para ser salvo é crer e permanecer em Jesus.

O derramamento de sangue era parte essencial dos sacrifícios no Antigo Testamento, pois o salário do pecado é a morte. Assim, é impossível haver redenção sem derramamento de sangue.

"Pois a vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no altar; é o sangue que faz propiciação pela vida."

LEVÍTICO 17.11

Por conseguinte, a Lei de Moisés deixava bem claro:

"De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão."

HEBREUS 9.22

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É importante perceber que os sacrifícios eram praticados antes mesmo que a Lei Mosaica fosse instituída. Já em Gênesis, antes mesmo do nascimento de Abraão, Noé sacrificou ao Senhor. Ele fez isso ao perceber que tinha saído da arca em segurança e sido poupado da morte que havia tomado o mundo todo, pelo dilúvio:

"Então Noé saiu da arca com sua mulher e seus filhos e as mulheres deles, e com todos os grandes animais e os pequenos que se movem rente ao chão e todas as aves. Tudo o que se move sobre a terra saiu da arca, uma espécie após outra. Depois Noé construiu um altar dedicado ao Senhor e, tomando alguns animais e aves puros, ofereceu-os como holocausto, queimando-os sobre o altar."

GÊNESIS 8.18-20

Gênesis 22 conta a história do principal sacrifício oferecido por Abraão. Deus pediu a ele a vida de Isaque, seu filho amado, e Abraão não se negou a obedecer: tomou o material necessário e saiu em direção ao local indicado pelo Senhor, com seu filho ao lado, para o sacrificar. Sugerimos que você leia o texto todo, mas na última hora o Senhor proveu um cordeiro para Abraão (mais um sinal profético, que apontava para a vinda de Jesus Cristo):

"Abraão ergueu os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Foi lá pegá-lo, e o sacrificou como holocausto em lugar de seu filho."

GÊNESIS 22.13

Jacó também fez sacrifícios a Deus, em mais de uma oportunidade. 'Üma destas vezes foi’logo apos lazer um acordo corrfLâbao, que o perseguia, em Gênesis 31. Outra, no caminho para o Egito, quando estava para reencontrar seu filho José, a quem não via há muitos anos, em Gênesis 46. Sugerim os que você leia os dois textos para compreender melhor cada uma das situações.

Quando Moisés retornou ao Egito, para tirar o povo de Israel do cativeiro, seu pedido para Faraó era que o povo pudesse sacrificar ao Senhor:

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"Depois disso Moisés e Arão foram falar com o faraó e disseram: 'Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 'Deixe o meu povo ir para celebrar-me uma festa no deserto'. O faraó respondeu: 'Quem é o Senhor, para que eu lhe obedeça e deixe Israel sair? Não conheço o Senhor, e não deixarei Israel sair'. Eles insistiram: 'O Deus dos hebreus veio ao nosso encontro. Agora, permite-nos caminhar três dias no deserto, para oferecer sacrifícios ao Senhor, o nosso Deus; caso contrário, ele nos atingirá com pragas ou com a espada'."

ÊXODO 5.1-3

Lembre-se que este episódio, em que Moisés e Arão pedem ao Faraó para sacrificar com o povo no deserto, aconteceu antes que a Lei fosse instituída. Portanto, sacrificar nunca foi uma prática estranha ou desconhecida para o povo de Israel. Ao contrário, a Lei veio apenas organizar os sacrifícios, trazendo orientações específicas, de forma que todo o povo pudesse agradar ao Senhor com suas ofertas de sangue.

O SACRIFÍCIO DEBAIXO DA LEI

Conforme a Lei de Moisés, Deus providenciou uma maneira para que os israelitas pudessem lidar com o pecado e a culpa e, ao mesmo tempo, obter o perdão de seus pecados: os sacrifícios de sangue.

É importante notarmos que, pela fé, Abraão, Moisés e seus descendentes espirituais, aceitaram o que Deus havia provido, através de Sua graça, como plano para perdão dos pecados. Eles ofereceram sacrifícios a Deus e foram plenamente perdoados.

Porém, o sacrifício de touros e bodes, embora fosse uma boa instituição, era apenas temporário. Como pudemos já ler nas referências acima, o homem precisava sacrificar continuamente, pois um único sacrifício não supria os requisitos para retirar completamente a condenação que está sobre cada um.

Faltava a perfeição de um sacrifício único e definitivo, pois o sangue dos animais sacrificados jamais poderia tirar-nos os pecados.

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"Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover pecados."

HEBREUS 10.11

"...pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados."

HEBREUS 10.4

Todo o sacerdócio levítico é rico em tipos e símbolos que apontam para Cristo, que serão estudados no momento apropriado, neste mesmo curso. Deus, entretanto, aceitava os sacrifícios feitos pela fé, por tipificar o sangue de Cristo que nos purifica de todo o pecado. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Jesus ofereceu-Se como sacrifício único, perfeito e insubstituível:

"Estando tudo assim preparado, os sacerdotes entravam regularm ente no Lugar Santo do tabernáculo, para exercer o seu ministério. No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância."

HEBREUS 9.6-7

"Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa."

HEBREUS 9.9

"Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio do

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sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam, de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo!"

HEBREUS 9.11-14

A EXPIAÇÃO

O conceito de sacrifício acha-se alicerçado sobre a necessidade da expiação.

O pecado aliena o homem do Deus Santo, pois Ele não pode tolerar o pecado. A expiação é o ato divino mediante o qual o pecado é coberto pelo preço do sangue derramado.

O sangue derramado mostra que o salário da transgressão já está pago e, assim, Deus pode olhar-nos, mais uma vez, com favor.

"Expiação" é a tradução da palavra hebraica kippur, uma forma intensiva que significa "cobrir com um preço". Originalmente, o termo "expiação" também significa "remir a culpa, o cumprimento da pena, sofrer as consequências de, sofrer, padecer".

No dia da expiação, a Lei Mosaica exigia que animais fossem oferecidos como oferta pelo pecado: dois bodes e um carneiro. O novilho era sacrificado pelos pecados de Arão, o sumo sacerdote, para que ele se purificasse para interceder por todo o povo de Israel.

"Receberá da comunidade de Israel dois bodes como oferta pelo pecado e um carneiro como holocausto. Arão sacrificará o novilho como oferta pelo seu próprio pecado, para fazer propiciação por si mesmo e por sua família."

LEVÍTICO 16.5-6

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Em seguida, Arão s a c r if ic a v a o p r im e iro b o d e , c o m o o fe rta p e lo pecado do povo, aspergindo seu sangue sobre o propiciatório - a tampa de ouro batido da arca da aliança. Sob o propiciatório achavam-se os Dez Mandamentos, escritos nas tábuas de pedra.

"Então sacrificará o bode da oferta peio pecado, em favor do povo, e trará o sangue para trás do véu; fará com o sangue o que fez com o sangue do novilho; ele o aspergirá sobre a tampa e na frente dela."

LEVÍTICO 16.15

Curiosamente, é desta prática que se originou a expressão "bode expiatório", que é tão utilizada hoje em dia, até mesmo por pessoas que não fazem a menor idéia de que sua origem sejam os sacrifícios do Antigo Testamento.

A lei que havia sido quebrada pelo pecado reivindicava o julgamento e a morte do transgressor:

"Aquele que pecar é que morrerá."EZEQUIEL 18.4B

Todavia, pelo sangue derramado no propiciatório, Deus não mais olhava para o pecador através da lei quebrada e sua condenação. Por causa do sacrifício, Deus podia olhar para o pecador através do sangue do animal impoluto, que havia sido morto pelo pecado. Agora, pois, já havia base para a misericórdia, a graça e o perdão.

O segundo bode era enviado vivo para o deserto, indicando que os pecados não somente haviam sido perdoados, mas igualmente desaparecido.

"Quando Arão terminar de fazer propiciação pelo Lugar Santíssimo, pela Tenda do Encontro e pelo altar, trará para frente o bode vivo. Então colocará as duas mãos sobre a cabeça do bode vivo e confessará todas as iniquidades e rebeliões dos israelitas, todos os seus pecados, e os porá sobre a cabeça do bode. Em seguida enviará o bode para o deserto aos cuidados de um homem designado para

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isso. O bode levará consigo todas as iniquidades deles para um lugar solitário. E o homem soltará o bode no deserto."

LEVÍTICO 16.20-22

Todo esse ritual apontava para a morte de Cristo, através de quem recebemos o completo perdão de nossos pecados.

COMO OCORREU A EXPIAÇÃO?

Deus é santo, mas não apenas isso. Deus também é amor.

"Exaltem o Senhor, o nosso Deus; prostrem-se, voltados para o seu santo monte, porque o Senhor, o nosso Deus, é santo."

SALMOS 99.9

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o sei Filho Unigénito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."

JOÃO 3.16

Em seu infinito amor, o Senhor dispôs-se a pagar a pena pelos nossos pecados, removendo a condenação que pesava contra nós. É por isto que a santidade e o amor de Deus convergem para a cruz de Cristo.

É na cruz que a santidade divina é plenamente satisfeita e o Seu amor exibido aos olhos do universo. O Filho Amado, sacrifício perfeito porque não tinha nenhum pecado, suportou em Sua própria pessoa a ira do Deus ofendido, para que os verdadeiros transgressores não sofressem a punição eterna: o lago de fogo.

Conforme Isaías já havia profetizado:

"Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados."

ISAÍAS 53.5

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Como destacou Paulo:

"Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras..."

1 CORÍNTIOS 15.3

É por essa razão que os evangélicos professam a morte vicária de Cristo. Ele morreu em nosso lugar, substituindo-nos cabalmente.

"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos."

JOÃO 15.13

"Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramospecadores."

ROMANOS 5.8

A expiação de Cristo sobre a cruz é suficiente porque atende a todas as reivindicações da Lei e da justiça de Deus. Ela proveu-nos um ponto de apoio para que Deus nos olhasse como se fossemos justos.

De fato agora somos mesmo justificados.

"...pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus."

ROMANOS 3.23-25

Em outras palavras, os sacrifícios do Antigo Testamento demonstravam a profunda paciência de Deus, que em Sua infinita misericórdia preparou uma forma para que os homens não morressem |gg

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em seus pecados. Mas estes sacrifícios não Lhe satisfaziam plenamente a justiça, pois a morte de um animal não pode substituir adequadamente o ser humano.

Foi fundamental o sangue de Jesus, para que fosse provido um sacrifício suficiente, tanto para os santos do Antigo Testamento, quanto para os que, agora, confiam n'Ele para salvação.

LEM BRE-SE...

Em seu infinito amor, o Senhor dispôs-se a pagar a pena pelos nossos pecados, removendo a condenação que pesava contra nós. É por islo que a santidade e o amor de Deus convergem para a cruz de Cristo.

RECONCILIAÇÃO E REDENÇÃO

A partir do conceito de sacrifício vicário, encontramos o instituto da reconciliação.

Para entender melhor, lembre-se que toda ação tem uma reação. Neste sentido, a expiação é a ação, a reconciliação é a reação. Em outras palavras, a expiação é a causa e a reconciliação, o efeito.

Somos reconciliados com Deus pela cruz de Cristo.

"Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!"

ROMANOS 5.10

"Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação..."

2 CORÍNTIOS 5.18-19

A expiação provida por Cristo, pela Sua cruz, também nos trouxe redenção. Sua morte é apresentada como um pagamento e um resgate. Assim como há um preço exigido para se por um escravo em liberdade, a Bíblia retrata a Cristo como o que veio dar Sua vida em resgate de muitos, isto é, de todos quantos n'Ele confiam.

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"...como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos."

MATEUS 20.28

"Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos."

MARCOS 10.45

"Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo."

LUCAS 1.68

"Tendo chegado ali naquele exato momento, deu graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém."

LUCAS 2.38

"Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção."

HEBREUS 9.12

A QUEM FOI PAGO ESSE RESGATE?

Ao contrário do que pensam alguns teólogos, certamente não foi a Satanás. Saiba que nada devemos a diabo! Não é a ele que o homem, no dia do julgamento, vai prestar contas.

Nosso resgate (o preço da dívida do nosso pecado) é para ser apresentado única e exclusivamente ao Deus justo, pois é a Ele que temos ofendido com nossos delitos. Este é o preço que não podíamos pagar, por jamais sermos capazes de preencher os requisitos. Por isso, Jesus apresentou-Se para quitá-lo em nosso lugar, pagando o preço que o caráter santo de Deus requeria.

O EXEMPLO DE OSÉIAS

Encontramos uma bela ilustração dessa verdade sobre o nosso resgate no livro do profeta Oséias. Sugerimos que você leia o livro todo, para compreender o que estamos ensinando e receber a revelação pessoal que o Espírito Santo quer dar a você.

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Na história de Oséias, Deus envia o profeta para resgatar a esposa que o havia abandonado. Ela havia descumprido com seu dever de esposa, para servir aos falsos deuses e acabara sendo posta à venda como escrava.

Sozinha, a mulher de Oséias não podia redimir-se. Ela não conseguiria jamais angariar o preço justo da sua própria liberdade. Assim, em obediência ao Senhor, o profeta deixou de lado todas as implicações e prerrogativas que possuía e que o permitiriam estar totalmente liberado de qualquer obrigação para com ela. Oséias redimiu sua esposa e a restaurou de maneira amorosa ao seio familiar.

O custo que Deus teve de despender para nos redimir foi a morte de Seu único Filho.

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigénito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."

JOÃO 3.16

NOSSA PORÇÃO É O DOM DA VIDA

São muitos os resultados da maravilhosa realização de Cristo no Calvário. Aprincipal delas é o perdão das transgressões e dos pecados.

Mediante a obra expiatória feita na cruz, a dívida que não podíamos pagar foi plenamente quitada. A mancha do pecado foi para sempre apagada e a lei já não pode apresentar qualquer reivindicação contra nós, porquanto temos recebido a Cristo, pela fé.

"No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"

JOÃO 1.29

"Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus..."

EFÉSIOS 1.7

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"Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá uma segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam."

HEBREUS 9.27-28

"...e de lesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue..."

APOCALIPSE 1.5

Também há o livramento do domínio do pecado, que perde totalmente o poder de nos controlar. Em Cristo, podemos andar no Espírito.

Pela cruz, a culpa que repousava sobre nós foi totalmente removida, como se jamais tivesse havido pecado em toda a nossa vida. O crente é liberto, através da obra expiatória de Cristo, dos grilhões que o prendiam ao império do pecado. Este é o grande tema da Epístola de Paulo aos Romanos, que sugerimos que você leia por inteiro, em paralelo a este estudo sobre o plano da salvação.

Embora possamos vir a pecar depois de ter recebido a Cristo como Salvador e Senhor (pois ainda somos criaturas limitadas e falíveis), podemos contar com a ajuda do Espírito Santo para não mais vivermos na prática do pecado, dominados por ele.

O apóstolo Paulo estremece diante da possibilidade de alguém, que haja experimentado a libertação através da morte expiatória de Cristo, virar as costas ao Senhor, e voltar à escravidão do pecado:

"Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?"

ROMANOS 6.1-2

Mais um grande benefício que obtemos através da obra expiatória de Cristo é o livramento da morte. Assim, todos os que aceitam pela

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fé o preço pago pelo Senhor Jesus na cruz não mais precisam temer a morte espiritual.

"Vemos, todavia, aquele que por um pouco foi feito menor do que os anjos, Jesus, coroado de honra e de glória por ter sofrido a morte, para que, pela graça de Deus, em favor de todos, experimentasse a morte."

HEBREUS 2.9

"O último inimigo a ser destruído é a morte."

1 CORÍNTIOS 15.26

Embora a morte física seja o destino de todos os salvos até o retorno de Jesus, já que ninguém escapará dela até o dia do arrebatamento, os que se acham ocultos com Cristo em Deus não estão mais sujeitos à morte espiritual, nem à "segunda morte" (que é a separação eterna entre a alma e Deus).

"Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão prim eiro. Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre."

1 TESSALONICENSES 4.16-17

"Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte."

HEBREUS 2.14-15

"Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte."

APOCALIPSE 2.11

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"Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo."

APOCALIPSE 20.14-15

Nossa porção, agora, é o dom da vida eterna.

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Capii’jio 4A Conversão

Se converter significa "dar meia-volta". As Escrituras fazem muitos apelos aos pecadores para que se voltem a Deus:

"Voltem para aquele contra quem vocês se revoltaram tão tremendamente, ó israelitas!"

ISAÍAS 31.6

"Por isso diga à nação de Israel: Assim diz o Soberano, o Senhor: Arrependa-se! Desvie-se dos seus ídolos e renuncie a todas as práticas detestáveis!"

EZEQUIEL 14.6

"'Agora, porém', declara o Senhor, 'voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto'."

JOEL 2.12

"..e disse: 'Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus'."

MATEUS 18.3

"Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados."

ATOS 3.19

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A conversão é a resposta do pecador à convicção conferida pelo Espírito Santo. O voltar-se a Deus é composto por dois elementos básicos: arrependimento e fé.

Falando de forma simplista, tudo o que a pessoa precisa fazer para ser salva da ira divina é olhar para Cristo e viver.

"Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram. O povo foi a Moisés e disse: 'Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós'. E Moisés orou pelo povo.O Senhor disse a Moisés: 'Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá'. Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo."

NÚMEROS 21.6-9

"Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna."

JOÃO 3.14-15

"Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim."

JOÃO 12.31-32

Ao contrário do que algum as pessoas podem pensar (principalmente, os não convertidos), a salvação não consiste numa série complicada de ritos, ou muito menos numa série de passos místicos. Ela ocorre instantaneamente na vida daquele que, de maneira sincera, busca a Deus.

Entretanto, mesmo que não haja ordem cronológica nos eventos que cercam a salvação, há uma sequência lógica, conforme nos mostra

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claramente a Bíblia. Sao estes acontecimentos que vamos estudar agora, para que você possa entender o processo de conversão.

É O PAI QUEM NOS CHAMA

Vários termos cruciais estão vitalmente relacionados à admirável experiência da salvação. Comecemos, pois, com o ministério da convicção. Disse Jesus:

"Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não atrair; e eu o ressuscitarei no último dia."

JOÃO 6.44

"Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou."

ROMANOS 8.29-30

O Pai Celestial nos escolheu, para sermos como Jesus: santos, obedientes e fiéis até o fim. Assim como em todas as coisas, a Trindade opera em nós o processo de conversão, de forma sobrenatural.

Após sermos chamados, escolhidos pelo Pai, passamos por um processo de convencimento.

QUEM NOS CONVENCE É O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo é quem convence o coração daqueles a quem o Pai escolheu e chamou.

"Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado."

JOÃO 16.8-11

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O arrependimento produzido em nós, quando o Espírito Santo nos convence do nosso pecado e da nossa condenação, não é provocado pela razão humana. Também não é causado pelos nossos sentimentos carnais.

LEMBRE-SE ...

0 fruto maior do arrependimento é o abandono do pecado.

A PALAVRA DE DEUS ABRE OS NOSSOS OLHOS

O principal instrumento usado pelo Espírito Santo na obra do convencimento é a Palavra de Deus.

"Consequentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo."

ROMANOS 10.17

Embora o Espírito Santo não restrinja a liberdade do indivíduo, pela Palavra, Ele chama os pecadores a virem a Cristo Jesus, com o coração verdadeiramente arrependido.

A manifestação sobrenatural dos dons (que serão profundamente estudados no curso médio) atrai as pessoas. E inevitável não ser impactado por uma cura ou mesmo uma revelação ou profecia. O mover de Deus, que temos visto de forma tão intensa em nossos dias, é maravilhoso. Ele traz edificação para a Igreja e chama a atenção de quem ainda não conhece a Jesus - aqueles a quem o Pai chamou e que o Espírito Santo deseja convencer.

Mas o reconhecimento da condição individual de pecadores condenados ao inferno só vem pela pregação da Bíblia. Sem dúvida, a Palavra do Senhor abre os nossos olhos para vermos a realidade da nossa vida espiritual.

Desta forma, no momento preparado por Deus Pai, a pessoa ouve a pregação da Palavra de Deus (seja individualmente ou no meio de um grande grupo) e neste momento o Espírito Santo a convence da necessidade de aceitar a Cristo.

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O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO

Arrepender-se é mudar de opinião. Isto no sentido tanto de tristeza (pelos atos cometidos erradamente) quanto de mudança de propósitos e ações (no sentido de não repetir mais tais atos).

O arrependimento genuíno é tão profundo que só pode surgir em nós pelo Espírito, como consequência de termos sido verdadeiramente convencidos do nosso pecado e da nossa necessidade de salvação.

O significado básico de arrependimento (que no grego é metanoea) é "voltar-se ao contrário", dar uma volta completa. Do ponto de vista cristão, trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo, e através d'Ele, para Deus. Ou seja, não é uma transformação superficial ou temporária, mas uma mudança intrínseca de atitudes, principalmente com relação ao pecado.

"Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração, pois vejo que você está cheio de amargura e preso pelo pecado."

ATOS 8.22-23

"...para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim."

ATOS 26.18

Ao entender, realmente, que toda dor, mágoa, tristeza, fracasso, doença, depressão, pobreza e a própria morte são causados pelo pecado, o pecador mudará de opinião.

Para quem passa por este processo, o pecado não é mais negligenciado, desculpado ou chamado de estilo de vida. O pecador arrependido reconhece que é culpado diante de Deus.

Pense em sua experiência pessoal de conversão. Quando o Senhor Se revelou a você, em vez de insistir que seu modo de vida estivesse certo, ou afirmar que não causava danos a ninguém, você foi impelido a mudar. Neste momento, você reconheceu que não apenas estava

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fazendo mal a si mesmo, como também ao seu lar, aos seus familiares, seus amigos e à sua comunidade.

O momento em você compreendeu isto foi o momento do seu verdadeiro arrependimento. Ao arrepender-se, você se afastou do pecado, da desobediência e da rebeldia, voltando-se inteiramente para Deus.

Em uma acepção mais ampla, o arrependimento gera uma mudança de mentalidade e se manifesta por um sentimento de remorso ou de pesar, pelo comportamento pecaminoso e contrário a Deus.

"Eu não vim chamar os justos» mas pecadores ao arrependimento."

LUCAS 5.32

"Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata "

MATEUS 27.3

O verdadeiro arrependimento traz consigo também uma atitude de constrição que produz, como fruto, uma mudança sincera e determinada de atitude. E impossível arrepender-se de fato e permanecer agindo da mesma forma. O arrependido toma uma direção totalm ente oposta à sua atitude in icial, e é esse o tipo de arrependim ento que leva a uma m udança fundam ental do relacionamento de uma pessoa com Deus.

"JMo passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam."

ATOS 17.30

Ao se arrepender, o pecador descobre no pecado a causa dos males de sua vida. Ele percebe que é o pecado que nos leva à morte física e espiritual e que Jesus derramou o Seu sangue na cruz a fim de nos livrar dessa condenação!

Foi por isso que o Senhor Jesus disse:

"Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão."

LUCAS 13.3

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"Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se."

LUCAS 15.7

O fruto maior do arrependimento é o abandono do pecado.

O MOMENTO DA DECISÃO

Assim como há uma mudança na forma de ver o mundo e o pecado, quando nos arrependemos, há igualmente uma mudança de atitude para com Deus.

Neste aspecto, não podemos deixar de lado o elemento emocional do arrependimento. Afinal, no momento em que se arrepende, o pecador não consegue disfarçar a tristeza genuína, causada pelo pecado.

"Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões."

SALMOS 51.1

"Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. Atristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte."

2 CORÍNTIOS 7.9-10

A mesma palavra grega que estudamos anteriormente, metanoea, também sugere fortemente que o pecador mergulhe para além da mera consciência intelectual quanto à pecaminosidade. Mas que o faça com grande ímpeto e repulsa, de tal forma que seja levado a rejeitar o mal e a seguir a Cristo, desejando aprender cada vez mais do Salvador.

"Dêem fruto que mostre o arrependimento!"MATEUS 3.8

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"Deus o exaltou, colocando-o à sua direita como Príncipe e Salvador, para dar a Israel arrependimento e perdão de pecados."

ATOS 5.31

"Testifiquei, tanto a judeus como a gregos, que eles precisam converter-se a Deus com arrependimento e fé em nosso Senhor Jesus."

ATOS 20.21

"Ou será que você despreza as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, não reconhecendo que a bondade de Deus o leva ao arrependimento?"

ROMANOS 2.4

"O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento."

2 PEDRO 3.9

É quando isto acontece que o pecador recebe o apelo feito pelo evangelista e aceita a Jesus como seu único e suficiente Salvador. Esta oração tão simples - e ao mesmo tempo tão transformadora! - é o nosso ato solene de reconhecer que somente Jesus Cristo pode nos oferecer a salvação de que tanto precisamos. Ao aceitar a Jesus, recebemos a salvação maravilhosa que Ele proveu para nós com Sua vida e Sua morte na cruz do calvário.

No entanto, não podemos ignorar um fato importantíssimo: não podemos aceitar a Jesus como nosso Salvador se não o tomarmos também como nosso Senhor.

Entregar nossa vida a Jesus exige uma completa rendição da nossa vontade ao senhorio de Cristo. Tanto no hebraico quanto no grego, a expressão "crer" transmite a idéia de total submissão, de completa rendição da vontade e de uma obediência fiel e contínua a Deus.

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LEM BRE-SE ...

O significado básico de arrependimento (que no grego é metanoea) é "voltar-se ao contrário", dar uma volta completa. Do ponto de vista cristão, trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo, e através d'Ele, para Deus.

FÉ PARA VIVER PARA JESUS

O novo convertido volta-se do pecado, para a direção de Deus. Sem dúvida, o voltar-se para Deus é um ato de fé, pois consiste em entrar numa relação positiva e real com o Senhor.

O momento da conversão é central na experiência cristã e enfatiza fortemente a importância da fé.

"Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam."

HEBREUS 11.6

A nossa relação com Deus está ancorada na fé, inegavelmente. Mas de que forma o novo convertido experimenta a fé?

Em primeiro lugar, há o elemento intelectual da fé. Lembre-se que a fé é edificada sobre informações recebidas, que são primeiramente processadas em nosso intelecto.

É interessante notar que o Senhor não nos pede para confiar n'Ele, "do nada" (como gostam de dizer os jovens hoje em dia). Pelo contrário, os fatos do evangelho são apresentados, antes de tudo, ao intelecto, de forma que precisamos conhecer os fatos básicos do Evangelho para nele crer.

"Consequentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo."

ROMANOS 10.17

Em segundo lugar, há o elemento emocional. A explicação dada por Jesus acerca da parábola do semeador demonstra claramente esse nível da fé.

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"Quanto à semente que caiu em terreno pedregoso, esse é o caso daquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria. Todavia, visto que não tem raiz em si mesmo, permanece pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandona."

MATEUS 13.20-21

A semente que caiu nos lugares rochosos e cresceu rapidamente, mas não resistiu ao calor do dia. Assim ocorre com os que parecem estar arrependidos, mas não se acham alicerçados na fé. Vindo a adversidade, perdem a fé em Deus. Com certeza, muitos são os desviados que jamais progrediram além desse nível emocional de fé.

Entretanto, há um nível de fé que atinge o âmago da personalidade, a fonte da nossa vontade. A fé volitiva, da vontade, é mais profunda do que o mero assentimento intelectual. É uma fé que vai além da religiosidade, compungindo-nos a uma dedicação exclusiva a Deus.

"Crer" é um verbo ativo, sempre vinculado ao seu objeto. "Abraão creu em Deus", e não apenas na promessa divina (Gênesis 15.6). Da mesma forma, os crentes podem confiar plenamente em Deus, quando a base desse relacionamento é a fé genuína.

"Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus..."

JOÃO 1.12

"Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida."

JOÃO 5.24

"Respondeu Jesus: 'Tenham fé em Deus'."MARCOS 11.22

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A Justificação

Um dos vocábulos mais gloriosos da Bíblia é a "justificação".

Segundo o Dicionário Aurélio, justificação significa "demonstrar e provar a inocência, provar em juízo, provar, desculpar e legitimar". Segundo o Dicionário Bíblico Universal Buckland, "a justificação acha- se ligada à importantíssima questão de se saber 'como pode o homem ser justo para com Deus7?".

A justificação fala especificamente da nossa relação com o Senhor, não do ponto de vista espiritual, mas do aspecto judicial. Afinal, "justificação" trata-se de um termo judicial que significa "declarar alguém justo". Essa doutrina descreve a condição do pecador culpado que se põe diante do grande tribunal do Deus Santo e Reto Juiz.

A justificação é o anúncio extraordinário de que o pecador já está plenamente justificado. Ou seja, aos olhos de Deus, seus pecados já não existem mais:

..e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões."

SALMOS 103.12

O profeta Miquéias expressa lindamente esse benefício da graça:

"Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da tua herança? Tu, que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor. De novo

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terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar."

MIQUÉIAS 7.18-19

Assim, a comunhão plena com Deus, que havia sido comprometida pelo pecado (e suas consequências como a culpa, a condenação e a morte) é restaurada. Pela justificação somos considerados como justos e aceitos perante Deus, tendo restaurada a posição de autoridade que havia sido perdida no Éden.

"Portanto, meus irmãos, quero que saibam que mediante Jesus lhes é proclamado o perdão dos pecados. Por meio dele, todo aquele que crê é justificado de todas as coisas das quais não podiam ser justificados pela Lei de Moisés."

ATOS 13.38-39

Três bênçãos específicas fluem da justificação. São elas:

A redenção dos pecados - cuja pena é a morte, tanto espiritual quanto física. Essa penalidade foi removida pela morte de Cristo, O qual suportou o castigo que nos estava reservado.

"Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram; pois antes de ser dada a Lei, o pecado já estava no mundo. Mas o pecado não é levado em conta quando não existe lei. Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à transgressão de Adão, o que era um tipo daquele que haveria de vir."

ROMANOS 5.12-14

"Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."

©

ROMANOS 6.23

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"Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós."

ISAÍAS 53.5-6

"Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados."

1 PEDRO 2.24

2. A restauração do favor divino - além de havermos incorrido na penalidade requerida pelas nossas transgressões, havíamos também perdido o favor divino, pois Deus não tem comunhão com o pecado. No entanto, através da fé em Cristo, fomos restaurados à comunhão com o Pai Celeste.

"Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele."

JOÃO 3.36

"Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça..."

ROMANOS 1.18

"Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus..."

GÁLATAS 3.26

"Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo."

1 JOÃO 1.3

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3. A imputação da retidão - assim como a pena pelo pecado, fora "debitada em nossa conta", por assim dizer, a retidão de Cristo, no ato da justificação, é creditada a nosso favor.

"...e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé."

FILIPENSES 3.9

"Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça."

GÊNESIS 15.6

LEM BRE-SE...

A justificação é o anúncio extraordinário de que o pecador já está plenamente justificado. Ou seja, aos olhos de Deus, seus pecados já não existem mais.

COMO PODE ALGUÉM SER JUSTIFICADO DIANTE DE DEUS?

Vezes sem conta as Escrituras salientam que a justificação é um dom de Deus, algo que se obtém pela graça, proveniente da fé na morte expiatória de Cristo.

"...sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus."

ROMANOS 3.24

"Portanto, que diremos do nosso antepassado Abraão? Se de fato Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus. Que diz a Escritura? 'Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça'. Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida. Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça."

ROMANOS 4.1-5

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"Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé."

GÁLATAS 3.24

"...deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos. (...) Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus."

EFESÍOS 2,5 E 8

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Capítulo 6A Regeneração

Assim como a conversão consiste em voltar-se do pecado para Deus, a justificação é a declaração de que o pecador arrependido é, agora, reto aos olhos de Deus. Indo mais além, a regeneração é a real concessão da vida de Cristo ao novo convertido.

Deve-se notar que a vida eterna é a vida que flui (para nós, em nós e através de nós) diretamente de Cristo, como uma a videira e seus ramos.

"Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele» esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados» lançados ao fogo e queimados. Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem» e lhes será concedido. Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos."

JOÃO 15.5-8

"Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em si mesmo, ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo."

JOÃO 5.26

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Ou seja, Jesus tem a vida por Seu próprio direito e natureza. Logo, só usufruiremos da vida eterna enquanto estivermos ligados a Ele.

Assim como a conversão é a resposta humana e inicial, a regeneração é a resposta de Deus. E a operação de Seu Santo Espírito, no coração do novo crente. É a concessão da vida espiritual, que antes a pessoa não possuía.

"Respondeu Jesus: 'Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito."

JOÃO 3.5

"O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente."

JOÃO 10.10

"E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida."

1 JOÃO 5.11-12

"Em resposta, Jesus declarou: 'Digo-lhe a verdade:Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo'."

JOÃO 3.3LEM BRE-SE...

Assim como a conversão consiste em voltar-se do pecado para Deus, a justificação é a declaração de que o pecador arrependido é, agora, reto aos olttos de Deus.

A REGENERAÇÃO SIGNIFICA NASCER DE NOVO

A regeneração é de fato; a concessão de uma nova natureza. Em lugar da depravação que nos escravizava, temos hoje nova natureza e podemos nos alegrar por sermos da família de Deus. Essa é a nova vida em Cristo. E "Cristo em vós, esperança da glória" (conforme Colossences 1.27).

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"Eu lhes darei um coração capaz de conhecer-me e de saber que eu sou o Senhor. Serão o meu povo, e eu serei o seu Deus, pois eles se voltarão para mim de todo o coração."

JEREMIAS 24.7

"Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós praticarmos."

EFÉSIOS 2.10

"...a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade."

EFÉSIOS 4.24

"Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus."

EFÉSIOS 2.19

A ADOÇÃO

"Adoção" é outro termo judicial, assim como a justificação. Ambos faziam parte do vocabulário dos tribunais da época de Cristo (e de certo modo, ainda dos tribunais dos dias de hoje).

Assim como a regeneração é a concessão real da vida divina ao convertido, a adoção é a maravilhosa declaração de que a "criança" que já faz parte da família divina foi plenamente aceita como membro adulto - elegível para todos os privilégios provenientes dessa posição.

Vamos nos aprofundar um pouco, para que você possa entender melhor. Nos dias em que o Senhor Jesus caminhou sobre a terra, nos primeiros dias da igreja primitiva, as crianças órfãs ou abandonadas eram adotadas de forma parecida como o são hoje.

Todavia, mesmo as pertencentes às famílias ricas e importantes eram obrigadas a ficar sob a tutela de aios até a maioridade. Somente

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entao era concedida a adoção de fato, facultando-lhes o pleno acesso aos privilégios e direitos oriundos dessa posição legalmente reconhecida.

Adotar significa literalmente "por como filho". A grande passagem que nos desvenda essa verdade é:

"Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e adm inistradores até o tempo determinado por seu pai. Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho» nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei» para que recebêssemos a adoção de filhos."

GÁLATAS 4.1-5

O apóstolo explica que, na mente de Deus, a adoção fora provida aos crentes antes da fundação do mundo. Mas somente nos apossamos desse privilégio quando recebemos a Cristo como nosso Salvador.

"Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus."

GÁLATAS 3.26

LEMBRE-SE ...

Em lugar da depravação que nos escravizava, temos hoje nova natureza e podemos nos alegrar por sermos da família de Deus. Essa é a nova vida em Crísto.

A adoção também é obra do Espírito Santo, porquanto Ele trabalha em nós como o Espírito da adoção. Em outras palavras, nós o possuímos na condição de filhos de Deus, herdeiros de Deus e co- herdeiros de Cristo, em contraste com o espírito da escravidão.

"Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito

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que os torna filhos por adoção, por meio do qual clamamos: 'Aba, Pai'."

ROMANOS 8.15

Entretanto, o que recebemos agora é apenas a primeira parcela de nossa herança.

Quando Jesus retornar e formos transformados, receberemos a plenitude de tudo o que se acha incluso em nossa salvação e adoção. Neste maravilhoso momento, receberemos corpos novos, incorruptíveis e imortais, não mais sujeitos à decadência, às enfermidades e à morte. Aí, então, receberemos nossa herança completa.

"E não só isso, mas nós mesmos, que temos os prim eiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente a nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo."

ROMANOS 8.23

"Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra, e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual."

1 CORÍNTIOS 15.42-44

"...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: 'A morte foi destruída pela vitória."

1 CORÍNTIOS 15.52-54

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Para finalizar, a conclusão que extraímos desde estudo é que cada um de nós deve, pessoalmente, individualmente e com fé, receber a salvação, através do Senhor Jesus Cristo.

O plano da salvação foi escrito para cada um de nós, particularmente. E claro que ele vale para todos os que quiserem se aproximar de Deus, mas o caminho deve ser percorrido por cada um de nós, em separado. Não há quem possa se colocar no seu lugar, nem você pode se colocar no lugar de ninguém para receber a salvação. Quem se colocou em nosso lugar foi o Senhor Jesus Cristo e Ele mesmo já fez tudo o que era necessário, cumprindo todos os requisitos. Agora, cabe a cada um de nós tomarmos a nossa própria decisão.

O primeiro passo é assumir que o pecado é inerente à natureza humana e, em seguida, confessar seus pecados diante de Deus. Nossa salvação se baseia inteiramente em Sua graça. Ou seja, é um favor alcançado, mas jamais merecido. Logo, o perdão e a justificação da humanidade são decorrentes, exclusivamente, da morte sacrificial de Cristo na cruz do Calvário.

Por fim, nunca é demais dizer que o cristão é salvo através de Jesus. Uma parte desse processo é o ser humano que tem de executar - é a decisão que devemos tomar, optando conscientemente por seguir a Cristo -, a outra é divina. E você pode descansar na certeza de que c Senhor que te chamou e te convenceu vai completar a obra que i? começou a realizar em você.

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Exercícios

Avalie seu aprendizado e assimilação da matéria

estudada respondendo às perguntas a seguir.

Sugerimos que você utilize sempre lápis,

para que seja possível apagar e reescrever

a resposta, no caso de ter errado na primeira vez.

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1. Qual é o principal plano de Deus para a sua vida e para a humanidade?

2. Descreva a morte espiritual.

3. No que a morte espiritual é diferente da morte eterna?

4. Você acredita que existe o inferno? Por que?

5. Quem precisa receber a salvação?

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6. Quando se deu o início da prática dos sacrifícios de sangue, para a expiação dos pecados? O que estes sacrifícios significavam?

7. No período da Lei, como eram feitos os sacrifícios?

8. Explique o que é a expiação e como ela acontece.

9. Em que momento da sua vida você percebeu que havia sido salvo e seus pecados haviam sido perdoados?

10. Em sua opinião, o que é se converter de verdade?

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11. De que forma o Espírito Santo te convenceu da sua necessidade de salvação? E como a Palavra abriu os seus olhos espirituais?

12. Como age uma pessoa que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados?

13. Cite as três bênçãos decorrentes da justificação que recebemos em Cristo Jesus?

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ABOLIRExtinguir; acabar com; deixar de usar; largar

AIOMasculino de aia que significa criada da dama nobre; camareira

ALIENARTransferir para outra pessoa o domínio de algo; desviar; afastar; alucinar; perturbar; enlouquecer

ALVORECERAmanhecer; alvorar; principiar a manifestar-se

ÂMAGOA essência; o íntimo; a alma

ANGARIARObter, pedindo a um e a outro; granjear

ANTEMÃOCom antecipação; previamente; antecipadamente; anteriormente

APARTARSignifica desunir; separar; afastar; fazer cessar

ASPERGIRBorrifar oü respingar com gotas de águas ou de outro líquido; orvalhar

ASSENTIMENTOÉ o substantivo masculino do verbo assentir, que significa consentir

BANIDOExpatriado por sentença; proscrito; exilado; desterrado; posto para fora; expulso

CABALMENTEAdvém do adjetivo cabal, que significa completo; pleno; inteiro; perfeito; rigoroso; severo.

CATIVEIROEscravidão; opressão; servidão; domínio; local em que se mantém preso um indivíduo

J

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CESSAÇÃOAdvém do verbo cessar, que significa acabar; parar; não continuar; interromper; suspender; desistir; deixar

CHAVÃOSentença ou provérbio muito batido pelo uso

CLICHÊPalavra gravada em relevo sobre metal, para impressão de imagens e textos por meio de prensa tipográfica; a imagem ou o texto assim impresso; estereótipo

COMPUNGIRSignifica mover à compunção, ou tê-la; afligir

CONCESSÃOAção de conceder; permissão; consentimento

CONDENAÇÃOAto ou efeito de condenar; julgamento que condena a pena imposta por sentença

CONEXÃOLigação; união; nexo; coerência

CONFINSExtremo longínquo

CONSEGUINTEConsequente; coerente; lógico; consecutivo

CONSTRIÇÃOAperto; compressão

CONTUMÁCIAAfinco; aferro; grande teimosia; obstinação; pertinácia

CONTUMAZQue ou quem tem contumácia

CONVICÇÃOCerteza adquirida, ou persuasão íntima; certeza

CRUCIALÁrduo; difícil; decisivo

CRUENTOEm que há derramamento de sangue; sangrento; sanguinolento

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DECOMPORCorrompe; estragar; apodrecer

DELITOSignifica culpa; pecado; falta

DEPRAVAÇÃOAto ou efeito de depravar; perversão; corrupção; degeneração mórbida

DESCENDENTEPessoa que descende de outra, ou de um povo

DESÍGNIOIntento; intenção; plano; projeto; propósito

DILÚVIOGrande chuva; inundação

DISCERNIMENTOFaculdade de julgar as coisas clara e sensatamente; critério; tino; juízo

EDIFICAÇÃOAperfeiçoamento moral ou religioso; informação; esclarecimento; instrução

ENTOARFazer soar; fazer ouvir, cantando

EQUIDADERetidão; igualdade

ESTEREÓTIPOLugar comum; chavão

ESTREMECERSignifica assustar-se; horrorizar-se.

EXPRIMIRDar a entender, a conhecer; revelar, manifestar; fazer conhecer suas idéias.

EXULTARSentir e manifestar grande júbilo, ou alvoroço; jubilar-se; alegrar-se ou regozijar-se ao extremo

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FALÍVELSignifica que pode falhar ou enganar-se

FAVORBenefício concedido; mercê; graça; agrado; simpatia; proteção; patrocínio

FENÔMENOFato, aspecto ou ocorrência passível de observação

FILOSÓFICOPróprio da filosofia ou dos filósofos; racional; lógico

FITOPonto determinado a que se dirige o tiro, flechada, etc.; alvo; mira

GENUÍNAFeminino de genuíno, que significa próprio; natural; autêntico; legítimo

GRILHÃOSignifica cadeia; algema; correntes que prendem os condenados; laço; prisão

IMACULADAFeminino de imaculado, que significa que não tem mancha de pecado; mácula; limpo; puro; inocente

IMPELIRSignifica impulsionar para algum lugar; incitar; instigar; coagir; obrigar

ÍMPETOImpulso; ataque; manifestação súbita e violenta; precipitação

IMPLICAÇÃOSignifica ato ou efeito de implicar; implicância; o que fica implicado ou subentendido; relação de antecedência e consequência entre fatos ou proposições

IMPLÍCITAFeminino de implícito, que significa que está envolvido, mas não de modo daro; tácito; subentendido

IMPOLUTONão poluído; imaculado

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IMPUTAÇÃOAto ou efeito de imputar, que significa atribuir (a alguém) a responsabilidade de; assacar

INIQUIDADEFalta de equidade

INTRÍNSECAFeminino de intrínseco, que significa que está dentro de uma pessoa ou coisa que lhe é próprio; íntimo; inseparavelmente ligado a uma pessoa ou coisa

MÍSTICOReligioso; devoto; mistérios; referente ou próprio das experiências do misticismo; que pratica o misticismo

NEGLIGENCIARQue significa desleixar; descuidar; desatender

OBSTINADAFeminino de obstinado, que significa teimoso; birrento; pertinaz; firme; relutante

OPRESSÃOEstado de quem se acha oprimido; dificuldade de respirar; sufocação; abatimento de forças; prostração

PERDIÇÃOEstrago; desastre; desgraça; ruína; aquilo a que não se pode resistir; tentação; desonra; imoralidade; ato ou efeito de perder; condenação às penas eternas

PERECERDeixar de existir; ter fim; morrer; acabar; findar

PERSUASÃOAto ou efeito de persuadir(se); convicção; certeza; capacidade ou habilidade para persuadir

PERTINAZMuito tenaz; persistente; teimoso

PERVERTERSignifica tomar perverso ou mau, corromper, desmoralizar, depravar

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PRERROGATIVAVantagem com que se distingue pessoa ou corporação; privilégio; regalia

PRESCIÊNCIAQualidade de preseiente; anterior ao estudo; previsão; presságio; pressentimento

PRIMOGÊNITOQue ou o que é filho mais velho; que ou aquele que foi gerado antes dos outros

PROPICIAÇÃOAdvém do verbo propiciar que significa tomar propício; favorável; oferecer; proporcionar; de ritual, ou cerimonial, com que se busca agradar alguém, uma divindade, uma força sobrenatural, para obter seu perdão, favor ou boa vontade

PROPICIATÓRIOVaso sagrado no qual se oferecem sacrifícios a Deus; aquele ou aquilo que aplaca a ira divina; que toma Deus propício

PROPÍCIOQue protege; auxilia; favorecedor; oportuno

PROVISÃOAto ou efeito de prover; abastecimento de coisas necessárias ou úteis

REGOZIJARAlegrar-se; contentar-se; congratular-se

REMENDOCorreção; emenda; retificação

REMIRRecuperar de uma falta; reabilitar-se; adquirir de novo

REMORSOInquietação da consciência por culpa ou crime cometido; mordimento, remordimento; bicho-da-consciência

RENDIÇÃOAto ou efeito de render; de entregar

REPULSASentimento ou sensação de aversão; de relutância; de repugnância

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RESSOAREcoar; repercutir; soar de novo

RETIDÃOInteireza de caráter; qualidade de reto; correção ou lisura no procedimento

RITORegras e cerimônias que se devem observar na prática de uma religião; culto; seita

ROGARPedir com instância; suplicar; instar

SENHORIOPosse; domínio; autoridade; direito do senhor sobre alguma coisa

SENSOFaculdade de apreciar; de julgar; entendimento; de sentir ou apreciar

SÍMBOLOAquilo que tem valor evocativo; mágico ou místico

SIMPLISTAAdjetivo de simplismo, que significa uso de meio ou de processos demasiados simples; pessoa que raciocina ou age com simplismo; simplicidade exagerada

SOBERANIAQualidade de soberano; poder ou autoridade suprema de soberano; autoridade moral

TENRAFeminino de tenro, que significa mole; brando; delicado; novo; recente; que tem pouco tempo

TESTIFICARAdvém do verbo testificar, que significa atestar; comprovar; assegurar

TIPIFICARTomar(-se) típico; caracterizar(-se).

WO ••Aquilo que inspira fé como modelo

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TRANSGRESSÃOInfração; violação; ato ou efeito de transgredir

TRIBULAÇÃOAflição amargura; tormento

UNIGÉNITOFilho único; tónico gerado por seus pais

USUFRUIRDesfrutar; colher os frutos de; gozar; fruir

VICÁRIAFeminino de vicário, que significa que faz às vezes de outrem ou de outra coisa

VIVIFICARSignifica dar vida ou existência a; animar

VOUTIVAFeminino do adjetivo volitivo que significa relativo à volição ou à vontade

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OrigemA Bíblia é a

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umarioCAPÍTULO 1: COMO A BÍBLIA FOI ESCRITA?

O Que é Escrita? O Processo de Aprimoramento da Escrita

A Importância do Acesso à Informação A s Línguas Originais das Escrituras O Antigo Testamento em Hebraico

O Novo Testamento em Grego Outros Manuscritos

CAPÍTULO 2: MATERIAIS UTILIZADOS PARA ESCREVER A BÍBLIAA s Tábuas de Pedra

Os Papiros Os Pergaminhos

CAPÍTULO 3: PRESERVAÇÃO DAS ESCRITURASOs Manuscritos Bíblicos

A Importância dos Escribas Descobertas Arqueológicas

Fatos Relevantes Sobre a Preservação das Escrituras A Preservação do Antigo Testamento

A Preservação do Novo Testamento

CAPÍTULO 4 :0 CÂNON DAS ESCRITURASDefinição de Cânon

O Cânon do Antigo Testamento O Cânon do Novo Testamento

Critérios para a Canonização do Novo TestamentoOs Livros Apócrifos

CAPÍTULO 5: A HISTÓRIA DAS TRADUÇÕES E IMPRESSÕES DAS ESCRITURASA Importância das Traduções

A Primeira Tradução Outras Traduções

As Primeiras Escrituras Impressas A Origem do Dia da Bíblia

f ■ INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 6: DIVISÃO DA NOSSA BÍBLIAOs Capítulos da Bíblia A Bíblia em Versículos

A Bíblia em Parágrafos Ferramentas Adicionais

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EXERCÍCIOS 289 GLOSSÁRIO 295

BIBLIOGRAFIA 303

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A Bíblia é a revelação de Deus àJni« P

Sua soberana vontade escrita e expressa para cada um

Ela contém o que o Senhor requer do homem, o que o homem precisa ser para agradar a Deus e também

o que devemos fazer para chegar à presença do Criador.

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Quando falamos da Bíblia, falamos de uma coleção de livros. Ainda hoje, há quem pense que a Bíblia é um único livro, mas, na verdade, são 39 livros no Antigo Testamento e outros 27 no Novo Testamento.

Este conjunto de escritos sagrados chegou até nós atravessando milênios. Ao longo deste período, a Palavra de Deus foi preservada por mãos zelosas, tanto de judeus quanto de cristãos.

A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade, Sua soberana vontade escrita e expressa a cada um de nós. Ela contém o que o Senhor requer do homem, o que o homem precisa ser para agradar a Deus e também o que devemos fazer para chegar à presença do Criador.

Tudo o que precisamos saber e conhecer para viver bem está revelado na Bíblia. O que o ser humano deve fazer é conhecê-la pela fé, pois seu tema central é a salvação mediante a fé em Jesus Cristo. Alguém disse certa vez que "a Bíblia é Deus falando ao homem, Deus falando através do homem, Deus falando como homem e Deus falando a favor do homem, mas, é sempre Deus falando".

A Bíblia possui cerca de 40 escritores, dentre eles reis, príncipes, poetas, filósofos, profetas e estadistas. Oriundos de diversas classes sociais, alguns eram instruídos em todo o conhecimento de sua época, enquanto outros eram pescadores sem muita cultura. Apesar de possuir vários escritores de classes, instruções e épocas diferentes ela não se contradiz em nenhum momento.

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As Escrituras Sagradas, como um todo, são verbalmente inspiradas por Deus e, portanto, infalíveis e única regra de fé e conduta do cristão na sua vida terrena. Por maiores que sejam nossos conhecimentos intelectuais, científicos, filosóficos e históricos, a Bíblia está acima de todos e nada pode lhe substituir.

A inspiração divina é o que faz a diferença entre a Bíblia e os demais livros existentes. A Bíblia é o livro mais vendido, o mais lido, o mais traduzido, o mais antigo e, entretanto, o mais atual.

ETIMOLOGIA DA PALAVRA BÍBLIA

Etimologia é o estudo da origem das palavras, que nos ajuda muito a compreender seu significado. Ao longo das matérias que vai estudar neste curso você conhecerá a etimologia de muitas palavras que são relevantes para a plena compreensão das verdades bíblicas.

O termo "etimologia" vem da junção de duas palavras gregas: étumos, que significa "real, verdadeiro", com logos, que significa "estudo, descrição, relato". Ele é utilizado por acadêmicos de todo o mundo para denominar o estudo científico da origem e da história das palavras.

Conhecer a evolução do significado de uma palavra ou termo, desde sua origem, significa descobrir seu verdadeiro sentido e conhecê-la de forma mais completa. O estudo etimológico de palavras, além do aspecto curioso, demonstra as origens comuns, pois percebemos que palavras diferentes têm a mesma raiz e, portanto, um significado relacionado.

Vamos estudar um pouco sobre a etimologia da palavra Bíblia, utilizada para denominar o Livro Sagrado e todo o seu conteúdo. Este termo passou por grandes mudanças, desde a sua origem, até se tornar o título desta coleção de livros que apreciamos tanto.

A origem da palavra "Bíblia" é muito remota. A forma mais antiga de livro de que se tem notícia era um rolo de papiro, um material que estudaremos mais adiante, nesta mesma matéria. A palavra grega para papiro era bíblos, derivada do nome do porto fenício de Byblos, hoje localizado na cidade de Jubayl, no Líbano. O material recebeu este nome porque era a partir desde porto que o papiro era exportado para todo o mundo conhecido até então.

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O plural de biblos em grego era ta bíblia, que significava, literalmente, "os livros". Mais adiante, o plural grego que determinava a palavra acabou entrando para o latim eclesiástico, em forma feminina e singular, como hoje o conhecemos: Bíblia, o livro.

Com este sentido, o nome foi transmitido para todas as línguas modernas, designando os livros canonizados como escritos sagrados do povo judeu. Anos depois, foi a vez da Igreja fazer o mesmo e adotar o nome Bíblia definitivamente.

O nome Bíblia foi aplicado originalmente às Escrituras Sagradas cristãs por João Crisóstomo, um grande pregador e patriarca de Constantinopla (aproximadamente em 398 a 404 d.C). A partir dessa data, além de chamar a palavra de Deus de "A Palavra", "Escrituras Sagradas", "Oráculos Santos" e "Livro Sagrado", passaram a chamar também de a "Bíblia Sagrada".

LEMBRE-SE ...

Por maiores que sejam nossos conhecimentos intelectuais, científicos, filosóficos e históricos, a Bíblia está acima de todos e nada pode lhe substituir.

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Como a Bíblia foi Escrita?

Para compreendermos como a Bíblia foi escrita, antes precisamos entender o que é escrita e como foi o desenvolvimento das suas técnicas no decorrer dos anos.

O QUE É ESCRITA?

A escrita é um conjunto de símbolos criados pelo homem, que permite a transmissão de ideias. A grande revolução que a escrita trouxe ocorreu porque passou a permitir que as pessoas comunicassem pensamentos, fatos, histórias e relatos em geral, sem que houvesse mais a necessidade de contato físico entre o emissor e o receptor da mensagem.

Hoje é muito difícil imaginar a vida sem telefone ou internet, por exemplo, mas tente imaginar uma época em que a escrita não estava disseminada. Neste tempo, para que qualquer tipo de mensagem ou recado pudesse chegar até o destinatário, haviam duas alternativas: fazer a comunicação pessoalmente ou se utilizando de um mensageiro que decorasse o conteúdo que deveria ser transmitido.

Se considerarmos todos os perigos e imprevistos de um mundo menos civilizado do que o nosso, havia uma grande probabilidade de que a mensagem não chegasse nunca! Sem dúvida, a escrita transformou o modo de vida de toda a humanidade.

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A invenção da escrita, assim como todas as outras invenções do ser humano, foi lenta, progressiva e muito demorada. Apenas Deus tem o poder de criar qualquer coisa num instante. A escrita é uma invenção que começou do nada há milhares de anos e que foi evoluindo, aos poucos, até os dias de hoje.

A escrita nasceu de outra grande invenção humana: a linguagem. Como todos sabem, a principal distinção entre os seres humanos e os outros animais é a capacidade que temos de nos comunicar uns com os outros, através da fala. A linguagem é composta pelos sons produzidos por nosso aparelho vocal, com o objetivo de exprimir uma idéia ou uma mensagem.

A escrita é, em certo sentido, o aprimoramento da linguagem. Ela é composta por um conjunto de sinais gravados ou impressos numa superfície material visível. Estes sinais, quando agrupados, têm o mesmo significado que um conjunto de sons reproduzíveis pela voz, que por sua vez expressam uma idéia ou mensagem.

A invenção da escrita aconteceu porque os homens perceberam a necessidade de registrar informações importantes, para a posteridade. Tornou-se fundamental a perpetuação de idéias relevantes, que pudessem ser úteis em algum ponto do futuro. Assim, a escrita nasceu como um auxílio precioso para a limitada memória humana, que já não conseguia mais "arquivar" tantas informações.

O PROCESSO DE APRIMORAMENTO DA ESCRITA

A escrita se iniciou como um conjunto de poucos símbolos grosseiros, mais parecidos com desenhos do que com as letras que hoje utilizamos. Cada um dos símbolos (ou desenhos) possuía um significado amplo, diversificado e muitas vezes subjetivo. Isto porque um mesmo sinal poderia remeter a várias coisas, dependendo da sua utilização naquele momento em particular.

Num primeiro momento, a evolução destes sinais aconteceu com o objetivo de trazer um aprimoramento para estes símbolos. E assim, gradativamente, da mesma forma que cada civilização havia criado sua própria linguagem, cada uma desenvolveu também a sua própria escrita.

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Com o passar do tempo, os símbolos mais grosseiros começaram a dar lugar a sinais mais específicos, que representavam sílabas. Algum tempo depois, estes símbolos, que representavam as sílabas, se tornaram ainda mais específicos, dando origem às letras e ao que chamamos de alfabeto. Esta evolução nos trouxe até o ponto em que estamos agora, em que há uma ilimitada variedade de combinações das letras do alfabeto em palavras, expressões e frases.

Atualmente, há diversos povos ao redor do mundo com formas de escrita bastante particulares. Comece a observar, por exemplo, a tremenda diferença que existe entre os símbolos utilizados pelos chineses, árabes e ocidentais.

A escrita tem colaborado enormemente e de maneira fundamental, para evolução do conhecimento humano. Sua invenção (e posterior aperfeiçoamento) nos permitiu começar a registrar as informações do passado, de forma que elas fossem recebidas no futuro através da leitura de documentos. Esta nova forma de compilar e guardar as informações, primeiro possibilitou a compreensão de acontecimentos passados, mesmo que longinquamente, sem a presença "in loco" dos sujeitos vivos.

Em segundo lugar, permitiu também que as informações pudessem viajar de um lugar para outro mais rapidamente, possibilitando a resolução de problemas sem que os intervenientes fossem obrigados a se deslocar e estar presentes de fato.

Por último, permitiu também através da composição de livros e periódicos (revistas e jornais) e a difusão em massa de informações, criando o que hoje conhecemos como opinião pública. Este aspecto acabou por culminar na democratização das informações, que se tornaram muito mais acessíveis e fáceis de adquirir. Note que depois da disseminação da leitura, quando a capacidade de ler se tornou um direito de todos, o nível geral de informação e cultura da população mundial aumentou consideravelmente.

A IMPORTÂNCIA DO ACESSO À INFORMAÇÃO

Originalmente, a escrita foi inventada e aprimorada por pessoas que viviam em círculos de elite. As pessoas que viviam nestes círculos

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(assim como as que vivem hoje) eram privilegiadas por terem todas as suas necessidades satisfeitas por empregados ou serviçais. Desta forma, com muito tempo livre e poucas preocupações, eles podiam se dedicar muito ao desenvolvimento intelectual, tanto no que diz respeito à arte, quanto à ciência.

Durante milhares de anos, apenas esses poucos tinham acesso à leitura e ao conhecimento. Em todo este tempo, a grande maioria das pessoas era mantida na ignorância. Ainda bem que isso mudou!

Hoje, há uma crescente expansão da alfabetização > e da disseminação da informação. Essa mudança radical transformou o mundo. A escrita deixou de ser um benefício para poucos. Foram escritos dicionários, enciclopédias e livros... Desenvolveram-se leis e códigos... Foram criadas regras e estatutos... E mais recentemente, nasceu a internet, que abriu novas oportunidades de comunicação globalmente.

Assim, a escrita passou a ser acessível a todos, não somente no sentido de todos poderem ler os mais variados documentos, mas também na oportunidade existente hoje de qualquer pessoa poder escrever o que quiser, registrando seus pensamentos e opiniões.

AS LÍNGUAS ORIGINAIS DAS ESCRITURAS

Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os textos originais das Escrituras Sagradas.

De modo geral, o Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos dos seus 39 livros foram escritos em aramaico.

O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.

Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, quando dizemos "originais", não estamos falando dos primeiros rolos escritos há muitos milênios. Não possuímos, hoje, um rolo escrito pelas mãos de Moisés, por exemplo. Ou mesmo uma epístola paulina, que tenha sido preservada através dos séculos, infelizmente.

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O que dispomos e chamamos de originais, são cópias de cópias de cópias. Todos os autógrafos, ou seja, os livros originais escritos pelos autores bíblicos se perderam. As edições do Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias existentes e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.

Atualmente, para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) usa a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento, é utilizado o "The Greek New Testament" (em português,"O Novo Testamento Grego"), editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.

O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO

Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas hebreus mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.

Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por "A Lei", "Os Profetas" e "As Escrituras". Esses três grandes conjuntos de livros (em especial o terceiro), não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C..

"A Lei" continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia, que hoje conhecemos como Pentateuco e estudaremos neste curso, em duas matérias: "Visão do Antigo Testamento" e "Moisés e o Pentateuco".

Já "Os Profetas" incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juizes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. "As Escrituras" reuniam os Salmos, Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas. Todos estes livros serão estudamos na matéria "Visão do Antigo Testamento".

Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos _ pergam inhos confeccionados em pele de cabra e copiados t#

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cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergam inho separado, embora "A Lei" frequentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.

O pergaminho em hebraico do Antigo Testamento mais antigo que possuímos é o livro de Isaías. Estima-se que tenha sido escrito durante o século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na sinagoga, em Nazaré. Ele foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos na caverna de Quram, próxima ao Mar Morto.

O NOVO TESTAMENTO EM GREGO

Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos (ou congregações) marca o início da igreja cristã.

As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas e dessa forma, começaram a ser largamente copiados. Foi assim que as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação e se tornaram mundialmente conhecidas.

A necessidade de ensinar os novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, à medida que as igrejas cresciam e se espalhavam, também passaram a ser muito solicitados.

O mais antigo fragmento do Novo Testamento que hoje possuímos é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João:

"Pilatos disse: 'Levem-no e julguem-no conforme a lei de vocês'. 'Mas nós não temos o direito de executar ninguém', protestaram os judeus. Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que

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Jesus tinha dito, indicando a espécie de morte que ele estava para sofrer. Pilatos então voltou para o Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: 'Você é o rei dos judeus?'"

JOÃO 18.31-33

"'Então, você é rei!', disse Pilatos. Jesus respondeu:'Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade ouvem'. 'Que é a verdade?', perguntou Pilatos. Ele disse isso e saiu novamente para onde estavam os judeus, e disse:'Não acho nele motivo algum de acusação'."

JOÃO 18.37-38

Nos últimos cem anos, descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.

OUTROS MANUSCRITOS

Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã. São livros considerados apócrifos, como por exemplo as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (conhecido também como Ensinamento dos Doze Apóstolos).

Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determ inar quais dos muitos m anuscritos eram realm ente considerados inspirados por Deus. Vamos explicar isto melhor e nos aprofundar mais adiante, nesta mesma matéria.

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Materiais Utilizados Para Escrever a Bíblia

A Bíblia foi escrita ao longo de muitos séculos, por diversos homens, em meio às mais variadas circunstâncias históricas. Assim, é natural que vários materiais tenham sido usados permitindo que os textos sagrados fossem registrados e chegassem aos dias de hoje.

Que materiais foram esses?

AS TÁBUAS DE PEDRA

Houve um tempo em que inscrições ou textos eram entalhados em pedras ou rochas. Este tipo de material foi utilizado pouco depois do desenvolvimento da escrita através das letras de um alfabeto e era, obviamente, muito primitivo.

Sua superfície mais lisa ou tosca poderia ser coberta com uma camada de emboço, antes de ser feita a inscrição. Era assim que se praticava este tipo de escrita no Egito e em outras civilizações. Tabletes de pedra eram utilizados para textos reais, comemorativos ou religiosos. Eram também utilizados para cópias públicas de editos legais como, por exemplo, o Código de Hamurabi.

Aparentemente, estes tabletes mediam por volta de 45 cm de comprimento por 30 cm de largura e foram utilizados para registrar, por exemplo, os Dez Mandamentos. Note que a palavra "tábua" provavelmente descreve a forma retangular e não o tipo de material utilizado.

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"Disse o Senhor a Moisés: 'Suba o monte, venha até mim, e fique aqui; e lhe darei as tábuas de pedra com a lei e os mandamentos que escrevi para a instrução do povo."

ÊXODO 24.12

OS PAPIROS

O papiro era uma espécie de papel rudimentar, produzido com folhas extraídas de uma planta originária do Rio Nilo. A planta se chamava papiro (daí vem o nome) e, uma vez prensada, servia como um tipo de papel. Mais tarde, esta técnica aprimorou-se e apareceram os rolos de papiro.

Sua utilização não é m encionada diretam ente no Antigo Testamento, embora seja comprovada sua utilização, desde o século XI a.C, na Fenícia. Na Assíria e Babilônia, desde o século VII a.C. e no Egito em todos os períodos. Sabemos que os gregos e os romanos também faziam uso de papiros e entre os achados de 1947, nas cavernas de Qumram, foram encontrados papiros pertencentes ao século II a.C..

LEMBRE-SE ...

Sem dúvida, podemos ter plena confiança de que Deus tem guardado Sua Palavra durante os séculos.

OS PERGAMINHOS

Pergaminhos eram feitos de couro de animal. Este couro era primeiro curtido, até ficar bem macio. Depois, era deixado numa espécie de cal para que ficasse branco.

Desde o século XVII a.C., o pergaminho serviu como papel e era geralm ente empregado na forma de rolo, com uma medida aproximada de cerca de 7 metros de comprimento. Quando colados ou costurados, os pergaminhos podiam chegar a medir até 20 metros.

Couro de cabras e ovelhas podia ser facilmente obtido pelos israelitas e o uso que faziam desse material para cópias posteriores de textos bíblicos comprova que já o usavam desde tempos bastante remotos.

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Os escritos sagrados, no Antigo Testamento, tinham forma usual de rolo, feito de papiro ou pergaminho. O texto era escrito por dentro deste rolo, podendo continuar no verso, em alguns casos.

Por volta do século II d.C., o rolo começou a ser substituído pelo códice, uma coleção de folhas de material de escrita dobradas e costuradas em uma extremidade, frequentemente protegidas por capas. Este "caderno" de papiros ou pergaminhos era largamente usado nas comunidades cristãs para registrar textos do Antigo e Novo Testamento.

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Preservação das Escrituras

OS MANUSCRITOS BÍBLICOS

São vários os m anuscritos bíblicos já encontrados pelos historiadores e arqueólogos. Há, por exemplo, os manuscritos hebraicos do Antigo Testamento. Destes, os mais antigos são datados entre 100 e 150 a.C e foram encontrados nas cavernas de Qumram no ano de 1947. Esta descoberta trouxe valiosos testemunhos para os escritos bíblicos, dando ainda mais respaldo para a preservação das Escrituras Sagradas ao longo dos séculos.

Há também manuscritos gregos do Antigo Testamento. Estes são conhecidos como a Septuaginta e foram traduzidos do hebraico por volta de 277 a.C.

Com relação aos manuscritos gregos do Novo Testamento, há descobertas arqueológicas datadas do terceiro século d.C.

Além disso, há antigas traduções da Bíblia, para diversas línguas, sempre completamente coerentes com as versões que encontramos nas prateleiras das lojas. São textos em siríaco, latim, alemão e outros idiomas, de várias datas. Vamos falar mais sobre isso em outra matéria deste curso, "Fundamentos da Bíblia".

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A IMPORTÂNCIA DOS ESCRIBAS

Em meio a tantos documentos históricos, não se pode negar a dívida de gratidão que temos para com os judeus, pelo extremo cuidado na preparação e preservação dos manuscritos do Antigo Testamento.

Os escribas eram os religiosos profissionais da escrita, que faziam todo o trabalho de copiagem e supervisão deste material. Lembre-se que em sua época não havia gráficas, impressoras, máquinas de xerox, e nem qualquer outro recurso que pudesse facilitar o trabalho destes homens. Imagine o tamanho da responsabilidade! Imagine também quanta qualificação estes homens deveriam ter para o trabalho!

Havia regras muito rígidas, que pautavam o trabalho dos escribas responsáveis por fazer cópias das Escrituras. Veja alguns exemplos:

• O pergaminho tinha de ser feito da pele de animais limpos, conforme a lei mosaica;

• Não somente as palavras, mas cada letra deveria ser contada. Se uma letra fosse omitida ou inserida, ou se uma letra tocasse a outra, o manuscrito era condenado e imediatamente destruído;

• Cada cópia deveria ser feita de um manuscrito autêntico e com tinta negra preparada de maneira especial;

• Os escribas precisavam limpar suas canetas e banhar o corpo inteiro antes de escrever o nome de Deus;

• Se o rei chegasse e chamasse o escriba, enquanto ele estivesse escrevendo o nome do Senhor, ele não era atendido enquanto o escriba não acabasse;

• Nenhuma palavra ou letra podia ser escrita de memória. Para escrever, o escriba deveria seguir o seguinte procedimento: ter uma cópia autêntica diante dele, ler o texto e pronunciar alto cada palavra antes de escrevê-la;

• Haviam regras estritas que foram dadas sobre a forma das letras,, espaços entre elas (a largura de um fio de cabelo), palavras e seções;

■ A revisão de um rolo deve ser feita dentro de 30 dias após o término do trabalho, de outra forma ele seria inútil. Um simples erro

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numa folha era suficiente para condenar todo o manuscrito, que era queimado, para que não houvesse risco do erro se propagar de algum modo.

Sem dúvida, podemos ter plena confiança de que Deus tem guardado Sua Palavra durante os séculos, desde 1500 a.C. - quando Moisés escreveu as primeiras leis - até o último escrito de João (cerca de 100 d.C).

"Moisés, então, escreveu tudo o que o Senhor dissera.Na manhã seguinte Moisés levantou-se, construiu um altar ao pé do monte e ergueu doze colunas de pedra, representando as doze tribos de Israel."

ÊXODO 24.4

Os manuscritos do Novo Testamento também foram copiados, com muito cuidado pelos cristãos dos primeiros séculos. Sabemos que no período entre os 40 e 50 anos após a morte de Cristo cópias dos evangelhos e das epístolas eram largamente distribuídos entre as comunidades cristãs que viviam espalhadas por todo o mundo conhecido na época. Desta forma, se alguém tentasse distribuir um texto apócrifo ou que não fosse condizente com a verdade das Escrituras, seria desm ascarado sem demora e suas palavras desconsideradas pela igreja como um todo.

DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS

Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram um melhor entendimento das Escrituras Sagradas para a igreja cristã, de um modo geral. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C.. Existem, porém, partes menores bem mais antigas, como o Papiro Nash (descoberto por um monge, do mosteiro sírio-ortodoxo, em 1948), do segundo século da era cristã.

Sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os hoje famosos Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.

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Durante nove anos vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumran, no Mar Morto (motivo pelo qual os manuscritos têm esse nome), constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica de que se têm notícia. Os pergaminhos foram escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no século I d.C..

Nos 800 pergaminhos, que foram escritos entre 250 a.C. e 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do cristianismo.

Em especial, estes documentos tiveram um grande impacto na visão que os estudiosos em geral têm da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais (você entenderá o que são estes textos mais adiante, nesta mesma matéria).

Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto- padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas. E mais: mesmo as mínimas diferenças existentes são interferem em absolutamente nada no significado e no conteúdo do texto do profeta.

Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local: fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e uma paráfrase de Jó.

As descobertas arqueológicas, como os manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujos sentidos não eram absolutamente claros para nós. Antes disso, os tradutores se baseavam em m anuscritos mais "n ovos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.

FATOS RELEVANTES SOBRE A PRESERVAÇÃO DAS ESCRITURAS

Como cristãos, mais do que em conhecimento histórico ou arqueológico, estamos firmados nas promessas de Deus. Sabemos que

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o Senhor não prometeu impedir que os escribas cometessem erros ao copiar a Bíblia. Ele também não prometeu impedir que pessoas heréticas tentassem falsificar o seu conteúdo, porém, Ele prometeu manter a Bíblia perfeitamente pura para sempre.

"As palavras do Senhor são puras, são como prata purificada num forno, sete vezes refinada. Senhor, tu nos guardarás seguros, e dessa gente nos protegerás para sempre."

SALMOS 12.6-7

Ele também prometeu preservá-la para sempre em uso prático entre Seu povo: os judeus no Antigo Testamento e as igrejas no Novo Testamento.

"Que vantagem há então em ser judeu, ou que utilidade há na circuncisão? Muita, em todos os sentidos! Principalmente porque aos judeus foram confiadas as palavras de Deus."

ROMANOS 3.1-2

"Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos."

MATEUS 28.19-20

"Pois 'toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva; a relva murcha e cai sua flor, mas a palavra do Senhor permanece para sempre'. Essa é a palavra que lhes foi anunciada."

1 PEDRO 1.24-25

"Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão."

MATEUS 2.4.35

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À medida que olhamos para a história, podemos ver que houve pontos importantes no processo da preservação bíblica. Tanto no período do Antigo Testamento, quanto do Novo Testamento, Deus levantou e usou pessoas fiéis para preservar Sua mensagem à humanidade. Muitas dessas pessoas serão para sempre anônimas, mas nem por isso, menos importantes.

A PRESERVAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

Foi para os judeus que Deus designou a tarefa de preservar o Antigo Testamento hebraico, como lemos em Romanos 3.1-2, citado anteriormente. Neste capítulo de Romanos, o apóstolo Paulo descreve o Antigo Testamento como o verdadeiro "oráculo de Deus" e, de fato, os judeus se comprometeram com Suas palavras.

Muito embora os judeus nem sempre obedecessem às Escrituras (e ao longo do nosso curso você perceberá que o povo como um todo tinha uma tendência à desobediência e à rebeldia), eles tinham por elas total reverência. Os judeus acreditavam que cada jota e til contidos nos textos eram a Palavra inspirada de Deus e deveriam ser preservados sem nenhum erro.

Em particular, eram os sacerdotes judeus os responsáveis pelos cuidados com as Escrituras, como vemos nas referências abaixo:

"Depois que Moisés terminou de escrever num livro as palavras desta lei do início ao fim, deu esta ordem aos levitas que transportavam a arca da aliança do Senhor: 'Coloquem este livro da Lei ao lado da arca da aliança do Senhor, do seu Deus, onde ficará como testemunha contra vocês,"

DEUTERONÔMÍO 31.24-26

"'Quando subir ao trono do seu reino, mandará fazer num rolo, para o seu uso pessoal, uma cópia da lei que está aos cuidados dos sacerdotes levitas'."

DEUTERONÔMÍO 17.18

Embora houvesse períodos de deslize espiritual em que a Palavra de Deus era quase desconhecida entre os judeus, o Senhor preservou seu conteúdo, apesar da falha humana.

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"Durante muito tempo Israel esteve sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote para ensiná-lo e sem a Lei."

2 CRÔNICAS 15.3

A Palavra de Deus não se perdeu, nunca!

"Então o sumo sacerdote Hilquias disse ao secretário Safã: 'Encontrei o Livro da Lei no templo do Senhor'."

2 REIS 22.8

Houve pontos importantes no processo de preservação durante aquela época. Entre outras coisas, houve certos momentos de renovação espiritual que trouxeram uma atenção mais cuidadosa às Escrituras, de forma que quaisquer erros que porventura pudessem ter se insinuado por causa dos negligentes (e dos conscientemente malévolos também) fossem corrigidos.

Nos dias do rei Ezequias, por exemplo, aconteceu um grande avivamento. Foi nessa época que os homens copiaram os provérbios de Salomão:

"Estes são outros provérbios de Salomão, compilados pelos servos de Ezequias, rei de Judá."

PROVÉRBIOS 25.1

Após o cativeiro babilónico, houve outro avivamento entre o sacerdócio judeu, que também contribuiu muito para que o Antigo Testamento fosse preservado. Edward Hills, em seu livro "A Bíblia King James Defendida" afirma que "através de Esdras e seus sucessores, sob a orientação do Espírito Santo, todos os livros do Antigo Testamento foram reunidos em um cânon (...), seus textos foram purgados de erros e preservados até os dias do ministério terreno do nosso Senhor".

A partir do início do século VI a.C, foram os Massoretas que zelosamente guardaram o texto hebraico e o transmitiram de geração a geração, dos anos 500 a.C até 1.000 d.C. Os Massoretas (este é o motivo porque os textos ficaram conhecidos como "massoréticos") eram famílias de estudiosos hebreus, com centros em Tiberíades, na Palestina e na Babilónia.

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Desta forma, o Senhor manteve o Antigo Testamento puro, através do povo judeu e, em particular, de seus sacerdotes.

LEMBRE-SE ...

Tanto no período do Antigo Testamento, quanto do Novo Testamento, Deus levantou e usou pessoas fiéis para preservar Sua mensagem à humanidade. Muitas dessas pessoas serão para sempre anônimas, mas nem por isso, menos importantes.

A PRESERVAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO

O Senhor Jesus Cristo também cuidou da preservação do Novo Testamento, para que ele chegasse até nós conforme os originais, assim como fez com o Antigo Testamento.

O marco na preservação do Novo Testamento ocorreu nos século IV e V d.C., logo após os ataques heréticos e as perseguições dos tempos pós-apostólicos. Foi nesta época que o texto Alexandrino foi rejeitado em sua forma final, em favor do texto tradicional.

Nos primeiros dois séculos, após os apóstolos, as Escrituras sofreram fortemente nas mãos dos heréticos, tanto quanto nas mãos dos perseguidores romanos. Após este período, dois fatos importantes aconteceram na igreja de Cristo.

Primeiro, nesta época se formou a Igreja Católica. A nova igreja recebeu um grande impulso, quando Constantino formou uma parceria entre a igreja e o governo, no século IV, tomando o cristianismo a religião oficial do império bizantino. Constantino interviu nos assuntos da igreja, dando poder e enriquecendo alguns bispos e perseguindo igrejas que não se submetessem.

Segundo, cessaram as perseguições pelos imperadores romanos, restaurando a liberdade das igrejas, para pregar e empreender trabalho missionário. E de fato foi o que aconteceu, pois a igreja aproveitou a oportunidade com grande entusiasmo.

Os estudiosos Kurt e Bárbara Aland afirmam: "Inúm eros manuscritos foram destruídos durante as perseguições e tiveram que ser substituídos. O resultado foi uma ampla escassez de manuscritos

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do Novo Testamento que se tornou ainda mais aguda quando cessou a perseguição. Foi quando a Cristandade pode novamente se engajar livremente na atividade missionária e então houve um tremendo crescimento em ambos os lados das igrejas existentes e no número de novas igrejas".

Em resposta à escassez, a igreja daqueles dias se mobilizou para copiar e distribuir os textos do Novo Testamento, colaborando para a preservação de seu conteúdo até os nossos dias.

Outro fator importante, que colaborou muito para a preservação do Novo Testamento foi a própria existência do Império Bizantino. Foram eles que mantiveram os manuscritos gregos através da Era das Trevas, o período medieval, entre os séculos V e XV d.C..

A língua grega deixou de ser uma língua viva em áreas fora da Ásia Menor e da Grécia ao final do século II a.C.. O latim, o siríaco e o copta passaram a ser muito mais comuns ao redor do mundo, do que o grego. Durante a Idade Média (ou período medieval), quando o grego não era uma linguagem comum fora da região bizantina e o latim dominava os estudos, os manuscritos gregos foram guardados pelos estudiosos ortodoxos. Com a queda de Constantinopla, os textos foram transmitidos à Europa, em 1.453 d.C..

Quase que simultaneamente a estes acontecimentos, Gutemberg imprimiu a primeira Bíblia com tipos removíveis, na Alemanha. Sem dúvida, não foi uma coincidência. Foi o Senhor, conduzindo a história da humanidade, para que cumprisse Seus propósitos soberanos!

Ainda durante o período medieval, a Igreja Católica, já sediada em Roma, fez inúmeros esforços para manter a Bíblia fora das mãos das pessoas comuns. Um dos meios utilizados foi impedir que a Bíblia fosse traduzida para as línguas mais comuns da época.

Felizmente, apesar de todo o esforço, os papas não foram totalmente bem sucedidos em seus intentos. Ao longo dos séculos, homens de Deus, fiéis à Palavra do Senhor, persistiram até a morte.

"Jesus respondeu: 'Está escrito: 'Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus'."

MATEUS 4.4

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"Jesus respondeu: 'Está escrito: 'Nem só de pão viverá o homem'."

LUCAS 4.4

À luz da própria Palavra de Deus, temos hoje os registros do texto preservado do Novo Testamento, através de vários documentos feitos por igrejas comprometidas com a Grande Comissão, que hoje nos fornecem muito material para pesquisa e confirmação da veracidade das Escrituras Sagradas.

Naturalmente, com as proibições à tradução e distribuição da Bíblia, a quantidade de registros remanescentes do primeiro milênio é consideravelmente pequena e cresce em número, conforme se inicia o segundo milênio da história da Igreja.

Por últim o, foi preponderante a im portância da Reforma Protestante do século XVI d.C.. Afinal, neste período, a invenção das gráficas permitiu que o Novo Testamento (e o Antigo Testamento também) fosse impresso e distribuído mais abundantemente.

Vamos recordar que até então, o Novo Testamento era passado de geração a geração pelo complexo e trabalhoso processo da escrita manual. A possibilidade de impressão permitiu colocar o texto em formato padronizado, minimizando o espaço para a entrada de erros no conteúdo dos livros.

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O Cânon das Escrituras

DEFINIÇÃO DE CÂNON

A palavra "cânon" vem do hebraico kannesh, que significa "vara de medir". Seu equivalente no grego, com o mesmo significado, é kanon. Este termo, ao passar a ser usado pela igreja cristã, tomou o sentido de "padrão ou modelo a aplicar como norma". Em geral, o significado de cânon aponta para os escritos considerados como a "palavra final" em discussões acerca de temas abordados pelos líderes eclesiásticos.

Foi Atanásio de Alexandria, em cerca de 300 d.C., quem primeiro aplicou a palavra cânon ao catálogo de livros inspirados da Bíblia. Entretanto, sabemos que o termo cânon deve sua origem em parte à coleção das Sagradas Escrituras judaicas, já conhecidas e fixadas no início da era cristã.

O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

A Bíblia antiga dos judeus (que nós conhecemos como Antigo Testamento) era conhecida por conter 24 livros. Isto porque se considerava como um único livro cada grupo dos seguintes livros: 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias e os 12 profetas menores.

Mais tarde, em certo momento da história, o livro de Rute foi ligado ao livro de Juizes e o livro de Lamentações ao de Jeremias, possivelmente para que o número final correspondesse às 22 letras do alfabeto hebraico.

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Os 24 livros dos hebreus são equivalentes aos 39 que temos hoje em nossas Bíblias cristãs. A diferença está somente na forma como os livros estão divididos. Esta divisão em 39 livros, que hoje conhecemos, foi feita na tradução do Antigo Testamento para o grego, cerca do ano de 280 a.C., quando foi produzida a famosa versão Septuaginta. A Septuaginta ou a versão dos LXX ("setenta") contém outros livros, além das Escrituras Hebraicas. O excesso de livros é representado pelos livros apócrifos Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico e os livros de Macabeus.

Para compreender a formação do cânon do Antigo Testamento é preciso lembrar que a nação judaica foi levada cativa para Babilônia, por um longo período de tempo. Quando o povo voltou para o seu país, havia nos corações um grande respeito pelas Escrituras Sagradas e pela orientação de seus líderes religiosos: Zorobabel, Esdras, Neemias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Foram eles que começaram o trabalho de organização e separação dos escritos religiosos judaicos.

Alguns livros desde o princípio foram reconhecidos pelos judeus como a verdadeira expressão vocal de Jeová. A origem e a canonicidade deles nunca, em qualquer tempo, foram questionadas. Entre estes, inclui-se especialmente o Pentateuco - os primeiros 5 livros, que os judeus chamam de Torá. Aliás, o Pentateuco até hoje toma o lugar mais alto nas mentes dos judeus, mais do que qualquer outra parte das Escrituras. Em cada sinagoga judaica, pelo mundo afora, existem, pelo menos 2 ou 3 cópias do Pentateuco.

Esdras, o líder da segunda seção da volta do cativeiro, não somente era um sacerdote, mas também hábil escritor. Ele foi fundador do grêmio de escribas que se conheda entre os judeus como advogados, mestres, juizes, escritores e copiadores das Escrituras, até o tempo de Cristo.

"Este Esdras veio da Babilônia. Era um escriba que conhecia muito a Lei de Moisés dada pelo Senhor, o Deus de Israel. O rei lhe concedera tudo o que ele tinha pedido, pois a mão do Senhor, o seu Deus, estava com ele. (...) Esta é uma cópia da carta que o rei Artaxerxes entregou ao sacerdote e escriba Esdras, conhecedor dos mandamentos e decretos do Senhor para Israel:'Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba

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da Lei do Deus dos céus: Paz e Prosperidade! (...) Agora eu, o rei Artaxerxes, ordeno a todos os tesoureiros do território situado a oeste do Eufrates que forneçam tudo o que lhes solicitar o sacerdote Esdras, escriba da Lei do Deus dos céus."

ESDRAS 7.6,11-12 e 21

"Quando chegou o sétimo mês e os israelitas tinham se instalado em suas cidades, todo o povo juntou-se como se fosse um só homem na praça, em frente da porta das Águas. Pediram ao escriba Esdras que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel. (...) O escriba Esdras estava numa plataforma elevada, de madeira, construída para a ocasião. Ao seu lado, à direita, estavam Matitias, Sema, Anaías,Urias, Hilquias e Maaséias; e à esquerda estavam Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana,Zacarias e Mesulão. (...) Leram o livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido. (...) No segundo dia do mês, os chefes de todas as famílias, os sacerdotes e os levitas reuniram-se com o escriba Esdras para estudarem as palavras da Lei."

NEEMIAS 8.1, 4, 8 e 13

Os últimos escritores do Antigo Testamento foram Neemias e Malaquias. Os 39 livros do Antigo Testamento foram escritos antes de 430 a.C.. Desde então, como o conhecido historiador Josefo testifica, nada foi acrescentado ao cânon do Antigo Testamento, que é geralmente reconhecido como tendo se encerrado entre os dias de Esdras e o ano 98 d.C., no Concílio de Jamnia.

A ordem dos livros foi alterada pela igreja cristã com o propósito de abrir caminho para o Evangelho, colocando-o como relato do cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Próximo do ano 170 d.C., Melito, bispo de Sardes, visitou a Palestina para verificar a identidade dos livros da Bíblia hebraica, ou "antiga aliança" e alistou os profetas por último.

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No início do século III, Orígenes mencionou os livros do Antigo Testamento na ordem em que aparecem nos códices cristãos da Septuaginta. O concílio de Hipona, em 393 d.C., manteve os mesmos livros (canônicos e apócrifos), mas as igrejas ocidentais da Ásia Menor, Palestina e Egito optaram por manter o cânon judaico mais limitado. O mesmo caminho foi escolhido pelos reformadores no século XVI, de forma que temos hoje o Antigo Testamento com os 39 livros, organizados na ordem que conhecemos.

O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

O cânon do Novo Testamento foi estabelecido, pouco a pouco, pela igreja cristã, durante os primeiros 2 séculos d.C.. Desde o princípio, os quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as treze Epístolas de Paulo e os livros de 1 Pedro e 1 João eram aceitos como canônicos por todas as igrejas e não havia dúvidas acerca da inspiração, nem da sua autoridade.

Acerca de Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse havia um pouco de dúvida em algumas igrejas. Este zelo nos mostra o cuidado e a investigação minuciosa da igreja primitiva.

Investigação esta que não parece ter sido completamente encerrada, senão após o segundo ou terceiro séculos depois de Cristo. Em todo caso, em 397 d.C., o Concílio de Cartago publicou uma lista dos livros que foram reconhecidos como genuínos, incluindo os 7 livros mencionados acima. Aquela lista continha todos os livros do Novo Testamento, sem exceção, como os temos agora, apesar de vários deles já estarem reconhecidos como canônicos muito antes daquela data.

A ordem dos 27 livros do Novo Testamento também é derivada da Vulgata Latina. A Vulgata é uma tradução da Bíblia para o latim, escrita em meados do século IV d.C., por São Jerónimo de Strídon (Jerônimo na ortografia brasileira), a pedido do Papa Dâmaso I. Esta versão foi muito usada pela Igreja Católica e permanece muito respeitada.

Neste ponto dos nossos estudos, vale lembrar que nos primeiros séculos da era cristã, a Igreja se serviu muito da língua grega. Sabemos que ela foi usada na elaboração dos originais, sendo, portanto a "língua mãe" dos escritos bíblicos do Novo Testamento.

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No século IV, as circunstâncias não eram as mesmas. O grego, por exemplo, não era mais a língua mais utilizada no mundo da época. Foi neste período que São Jerónimo, um importante biblista, produziu a Vulgata.

O título Vulgata vem da frase versio vulgata, que significa "versão dos vulgares" e seu texto foi escrito em um latim cotidiano, acessível a um número maior de leitores. Esta tradução foi produzida para tornar a leitura das Escrituras Sagradas mais fácil e mais compreensível do que suas predecessoras. Ela foi a primeira (e por séculos a única) versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega, já mencionada e conhecida como Septuaginta.

Inicialmente, ele não considerou canônicos os sete livros que são chamados por católicos e ortodoxos de "deuterocanônicos", que são: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sabedoria de Sirac) e Baruque. Alguns de seus trabalhos posteriores mostram sua mudança de conceito, pelo menos a respeito de alguns destes livros, porém, nenhum deles foi incluído na Bíblia que é utilizada nas igrejas evangélicas e protestantes.

Com relação ao Novo Testamento, São Jerónim o também desenvolveu um trabalho de seleção e revisão dos textos.

Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975 e promulgada pelo Papa João Paulo II em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata.

LEMBRE-SE ...

Embora escrita por homens, a Bíblia tornou-se reconhecida como a voz de Deus e desde então, tem sido considerada como tal.

CRITÉRIOS PARA A CANONIZAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO

O crescimento da igreja gerou a necessidade dos cristãos terem, em um volume único, todo o relato da vida e ministério de Seu Salvador. Também a existência de livros falsos que circulavam já no século II d.C. (e ensinavam doutrinas falsas) trazia grande confusão às igrejas.

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Além disso, o cristianismo estava em franca expansão para outros povos e nações, sendo necessário traduzir os livros, o que tornava indispensável uma lista oficial dos textos inspirados, para excluir os demais.

Segundo os escritos dos pais da igreja primitiva, podemos destacar os seguintes critérios, que foram utilizados para declarar um livro canônico ou não:

1. O livro foi escrito por um apóstolo ou por uma autoridade?

2. O livro era lido em todas as igrejas e aceito como inspirado?

3. O livro tinha ajuda para as necessidades espirituais do homem?

Desta forma, os 27 livros que agora temos no Novo Testamento foram declarados canônicos e os demais livros repelidos. Embora escrita por homens, a Bíblia tornou-se reconhecida como a voz de Deus e desde então, tem sido considerada como tal.

OS LIVROS APÓCRIFOS

O termo "apócrifo" significa "secreto ou oculto". Muitas vezes, era usado para as escrituras secretas de alguma seita que não revelava seus mais profundos ensinos, a não ser aos seus adeptos. Atualmente, "apócrifo" se refere aos livros que têm sido julgados como não canônicos pelos judeus (em se tratando do AT) e pela igreja cristã primitiva (quando falamos do NT), embora mantenham seu valor histórico e literário.

O número existente destes livros é desconhecido, apesar das tentativas de catalogá-los. Os livros apócrifos do Antigo Testamento não faziam parte do cânon hebraico, mas eram mais ou menos aceitos pelos judeus de Alexandria que liam em grego. São eles: I e II Esdras, Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, Epístola de Jeremias, Cântico das três crianças santas, História de Susana, Bei e o Dragão, Oração de Manassés e I e II Macabeus.

Destes 14 livros, a Igreja Católica Romana diz que 11 são canônicos, e por isso, foram inseridos em sua Bíblia. No julgamento deles, foram omitidos Oração de Manassés e os dois livros de Esdras.

Nos códices mais antigos do Novo Testamento, havia alguns livros apócrifos, pois se mostravam úteis para o registro da história. Destes,

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os mais importantes são os livros dos Macabeus, que nos oferecem uma visão clara da história das guerras na Palestina no Período Interbíblico (que estudaremos na matéria "Visão do Novo Testamento", mais adiante). Mesmo assim, eles nunca foram reconhecidos pelos judeus ortodoxos ou pela igreja cristã como sendo canônicos, inspirados ou com alguma autoridade teológica.

Não sabemos com certeza quais foram os autores dos livros apócrifos, porém, é provável que tenham sido escritos por judeus da Alexandria, com exceção dos livros dos Macabeus e Eclesiástico, cujos autores foram judeus da Palestina. A maior parte dos eruditos crê que foram escritos entre 200 a.C. e 100 a.C.

Embora não tenham autoridade divina e nem tenham sido aceitos como inspirados pela igreja protestante, eles são de muito interesse para os estudiosos, como uma parte da literatura antiga dos judeus. Eles contêm muitos erros e contradições, contudo descrevem uma época da história judaica em que não havia revelação divina e nos ensinam muito acerca da nação escolhida, suas esperanças e temores, suas guerras e histórias, suas filosofias e pensamentos.

Nenhum dos escritores do Novo Testamento os teve como inspirados, porém é certo que os leram. E bem provável que em Hebreus 11, por exemplo, o escritor se referisse aos mártires da guerra dos Macabeus.

"...apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos. Uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas."

HEBREUS 11.34-38

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Os judeus em todo o mundo aceitam o mesmo cânon do Antigo Testamento que os protestantes, e, nenhum dos livros apócrifos jamais foi incluído. Eles aparecem na versão latina antiga, de 150 d.C., e em muitas cópias da versão dos 70, a Septuaginta.

A verdade é que ninguém sabe exatamente por quem ou quando esses livros apócrifos foram escritos. Também não se sabe quando eles foram incluídos entre os livros da Bíblia. No entanto, quanto mais as Escrituras são estudadas, mais somos convencidos de que elas estão encerradas em si mesmas e absolutamente completas, revelando um plano perfeito do começo ao fim.

Apesar de tudo isso, o Concílio de Trento, que estava sob o controle e direção do Papa Paulo III, declarou em 8 de Abril de 1546 que a tradição (ou a palavra não escrita) e os apócrifos haviam de ser canonizados e autorizados; consequentemente, estes apócrifos são encontrados nas Bíblias da Igreja Católica Romana.

Existem também fragmentos de vários escritos cristãos que pretendem dar mais informações sobre Jesus e seus apóstolos, ou novas instruções sobre a natureza do cristianismo. São todos considerados apócrifos e entre eles podemos citar: O Evangelho segundo os Hebreus, Evangelho Segundo Tiago, Atos de Pilatos, Atos de Paulo e Tecla, Atos de Pedro, Epístolas de Barnabé, Apocalipse de Pedro.

Alguns escritos que são mencionados nas Escrituras, mas que não foram encontrados, são:

1. "O Livro de Guerras do Senhor" - Números 21.14

2. "O Livro dos Justos" - Josué 10.13; 2 Samuel 1.18

3. "As Crônicas do Profeta Natã" - 1 Crônicas 29.29

4. "As Crônicas de Gade, o Vidente" - 1 Crônicas 29.29

5. "As Profecias de Aias, o Silonita" - 2 Crônicas 9.29

6. "As visões de Ido, o Vidente" - 2 Crônicas 9.29

Seria absurdo supor que estes livros perdidos fizeram parte do Cânon Sagrado meramente porque eles são referidos nas Escrituras. Também seria absurdo dizer que alguns escritos dos poetas pagãos

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■-.r. _'e ser considerados como uma parte da Bíblia simplesmente : : '-.;e Paulo, falando ao povo de Atenas, fez uma citação deles:

"...como disseram alguns dos poetas de vocês:'Também somos descendência dele'."

ATOS 17.28B

Tudo quanto na vida do povo de Deus não serviu para o grande rrrpósito da revelação que o Senhor desejava nos dar foi omitido. Então, quando nós lemos uma expressão como a dos versículos citado abaixo, entendemos que é uma simples declaração de que havia outros registros detalhando a vida daquele homem:

"Os demais acontecim entos do reinado de Salomão, desde o início até o fim, estão escritos nos relatos do profeta Natã, nas profecias do silonita Aias e nas visões do vidente Ido acerca de Jeroboão, filho de IMebate."

2 CRÔNICAS 9.29

Como Lutero disse, "a Igreja não pode dar mais força ou autoridade a um livro do que ele tem em si mesmo. Um concílio não pode fazer ser Escritura o que na sua própria natureza não o é".

LEMBRE-SE ...

Os judeus em todo o mundo aceitam o mesmo cânon do Antigo Testamento que os protestantes, e, nenhum dos livros apócrifos jamais foi incluído.

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A História das Traduções e Impressões das Escrituras

A IMPORTÂNCIA DAS TRADUÇÕES

A Bíblia, o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo, desde a sua origem é considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos através dos tempos e entre os mais variados povos resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.

A PRIMEIRA TRADUÇÃO

Estima-se que a primeira tradução do Antigo Testamento tenha sido elaborada entre 200 a 300 anos a.C.. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego, com o objetivo de se tornar mais acessível a eles. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não tinham mais o hebraico como sua língua principal.

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têm de ser considerados como uma parte da Bíblia simplesmente porque Paulo, falando ao povo de Atenas, fez uma citação deles:

"...como disseram alguns dos poetas de vocês:'Também somos descendência dele'."

ATOS 17.28B

Tudo quanto na vida do povo de Deus não serviu para o grande propósito da revelação que o Senhor desejava nos dar foi omitido. Então, quando nós lemos uma expressão como a dos versículos citado abaixo, entendemos que é uma simples declaração de que havia outros registros detalhando a vida daquele homem:

"Os demais acontecim entos do reinado de Salomão» desde o início até o fim» estão escritos nos reíatos do profeta Natã, nas profecias do silonita Aias e nas visões do vidente Ido acerca de Jeroboão» filho de Nebate."

2 CRÔNICAS 9.29

Como Lutero disse, "a Igreja não pode dar mais força ou autoridade a um livro do que ele tem em si mesmo. Um concílio não pode fazer ser Escritura o que na sua própria natureza não o é".

LEMBRE-SE ...

Os judeus em todo o mundo aceitam o mesmo cânon do Antigo Testamento que os protestantes, e, nenhum dos livros apócrifos jamais foi incluído.

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Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.

OUTRAS TRADUÇÕES

Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta (do Egito), etíope (da Etiópia), siríaca (do norte da Palestina) e em latim - a mais importante de todas as línguas, por conta da sua ampla utilização no Ocidente.

Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerónimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras.

Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerónimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução é conhecida como "Vulgata'^ embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.

Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerónimo.

Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede.

Relata-se que, no momento de sua morte, em 735 d.C., ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João. Entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós, havendo apenas registros históricos da sua existência.

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Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1.500: alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão. Ela também foi utilizada para imprimir a Bíblia em outras seis línguas até meados do século 16: espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês. Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua de todos estes povos!

Entretanto, essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Haviam pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.

Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, da Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não completamente confiáveis.

AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS

LEMBRE-SE ...

Os judeus em todo o mundo aceitam o mesmo cânon do Antigo Testamento que os protestantes, e, nenhum dos livros âpócrifos jamais foi incluído. Eles aparecem na versão latina antiga, de 150 d.C, e em muitas cópias da versão dos 70, a Septuaginta.

Até a invenção da gráfica, por Gutemberg, a Bíblia era um livro extremamente caro e raro. Afinal, eram todos produzidos artesanalmente, fazendo com que poucas pessoas tivessem acesso à Palavra de Deus.

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AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS

Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1.500: alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão. Ela também foi utilizada para imprimir a Bíblia em outras seis línguas até meados do século 16: espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês. Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua de todos estes povos!

Entretanto, essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Haviam pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.

Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, da Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não completamente confiáveis.

LEMBRE-SE ...

Os judeus em todo o mundo aceitam o mesmo cânon do Antigo Testamento que os protestantes, e, nenhum dos livros apócrifos jamais foi incluído, Eies aparecem na versão latina antiga, de 150 d.C., e em muitas cópias da verslo dos 70, a Septuaginta.

Até a invenção da gráfica, por Gutemberg, a Bíblia era um livro extremamente caro e raro. Afinal, eram todos produzidos artesanalmente, fazendo com que poucas pessoas tivessem acesso à Palavra de Deus.

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O povo de língua portuguesa só começou a ter acesso à Bíblia, de forma mais econômica, a partir do ano de 1.748 d.C., quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução feita a partir da Vulgata Latina.

Atualmente, a Bíblia já foi traduzida para mais de 2.000 línguas e dialetos, o equivalente a mais de 50% das línguas faladas no mundo. Estima-se que já tenham sido comercializados em todo o planeta milhões de exemplares, entre a versão completa e a que contém apenas o Novo Testamento.

Há quem afirme que a cada minuto, 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil exemplares!

A ORIGEM DO DIA DA BÍBLIA

O Dia da Bíblia surgiu em 1.549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento - celebrado antes do Natal.

Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1.850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.

Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que estes missionários se manifestassem publicamente. Por volta de 1.880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizou.

Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas aderiram à tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1.948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.

Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao mês da morte do tradutor Jerónimo, na Vulgata. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o mundo.

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Divisão da Nossa Bíblia

A divisão das Sagradas Escrituras em livros, capítulos, versículos e parágrafos nada tem a ver com a inspiração de seu conteúdo. Também não vem de tempos remotos, como estudaremos agora.

A Bíblia é composta por 66 livros ao todo. Eles não se encontram arranjados em ordem cronológica, nem estão organizados como haviam sido nas Escrituras originais hebraicas. Estes livros estão arranjados segundo a ordem adotada na versão Septuaginta.

O reajustamento da ordem dos vários livros e os títulos dados a eles parecem ter sido de origem humana. Contudo, estão presentes de forma semelhante em quase todas as traduções.

OS CAPÍTULOS DA BÍBLIA

Em 1.250 d.C., a Bíblia foi dividida em capítulos pelo Cardeal Hugo com o propósito de formar uma concordância latina. As divisões, embora muito convenientes para as referências, às vezes estão longe de serem bem arranjadas. A disposição em versículos não foi feita até 300 anos depois.

A BÍBLIA EM VERSÍCULOS

Em 1.560, surgiu uma importante edição da Bíblia, chamada de “Bíblia de Genebra". Ela recebeu este nome porque foi preparada pelos reformadores de Genebra, cidade para onde eles fugiram por causa da perseguição da rainha Mary, da Inglaterra.

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Esta foi a primeira Bíblia na qual foram usadas letras itálicas para indicar palavras que não estão no original. Também foi a primeira Bíblia inteiramente dividida em versículos e a primeira a omitir os livros apócrifos desde a sua introdução na Septuaginta.

Até o ano de 1.551 d.C., não existia a divisão que hoje chamamos de versículos. Naquele ano, o Sr. Robert Stephanus chegou à conclusão da necessidade de uma subdivisão e agrupou os textos em partes menores, que denominou de versículos.

A BÍBLIA EM PARÁGRAFOS

Em 1.885 d.C., uma revisão da versão autorizada da Bíblia (em inglês) foi publicada. Nela, os revisores adotaram o sistema de parágrafos.

Este sistema se mostrou muito útil como ferramenta para facilitar a compreensão do texto, exceto no que se trata dos livros poéticos.

Esta revisão levou 15 anos para ser feita, com os esforços de quase 100 homens eruditos, de várias denominações protestantes da Inglaterra e América do Norte.

FERRAMENTAS ADICIONAIS

As Bíblias que temos hoje em dia trazem muitas ferramentas adicionais, que nos ajudam a estudar e compreender melhor as Escrituras Sagradas como, por exemplo: explicações no fim das páginas; textos em linguagem de hoje; enciclopédias de temas; dicionários bíblicos; concordâncias bíblicas; mapas e atlas bíblicos; gráficos e diagramas; síntese de livro por livro; versículos em cadeia temática; comentários; explicações arqueológicas. Estes são apenas alguns exemplos das facilidades que encontramos em nossas Bíblias hoje.

Todas essas ferramentas são feitas por homens dedicados à Palavra de Deus e inspirados pelo Espírito Santo, que se tornam canais de bênção para a igreja como um todo, utilizando as melhores técnicas didáticas para facilitar a leitura da Bíblia Sagrada.

Por meio dessa evolução, muitas vidas foram transformadas e alcançadas, pois muitos não entendiam as Escrituras ou a consideravam de difícil interpretação. Sem dúvida, hoje a Bíblia está mais acessível do que nunca!

A Deus seja toda a glória!

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ExercíciosAvalie seu aprendizado

e assimilação da matéria estudada respondendo

às perguntas a seguir.

Sugerimos que você utilize sempre lápis,

para que seja possível apagar e reescrever

a resposta, no caso de ter errado na primeira vez.

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1. Quantos livros tem a Bíblia?

2. Quantos livros tem o Antigo Testamento? E o Novo Testamento?

3. Em quais línguas a Bíblia foi originalmente escrita?

4. Quais foram os principais materiais utilizados para que os textos bíblicos fossem registrados, quando escritos pela primeira vez?

5. De que forma os escribas foram importantes para a preservação das Escrituras Sagradas?

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6. O que foi o cânon da Bíblia?

7. Você pode explicar como se deu o cânon do Antigo Testamento?

8. Quais foram os critérios usados pelos pais da igreja, para o cânon do Novo Testamento?

9. O que são livros apócrifos?

10. Porque a tradução da Bíblia para as mais diversas línguas é importante?

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ACADÊMICOPertencente ou relativo a, ou próprio de academia ou de acadêmico; universitário: cursos acadêmicos; membro de uma academia

ADEPTOO conhecedor dos princípios ou dogmas de uma seita, religião, corrente filosófica, ou o iniciado neles; partidário; sectário; sequaz; prosélito

APRECIARSignifica dar apreço; merecimento, a; estimar; prezar

APRIMORAMENTOPrimor; perfeição; excelência

AUTÓGRAFOEscrito do próprio autor; assinatura ou grafia autêntica de próprio punho; original.

AVIVAMENTOAto ou efeito de avivar, que significa tornar mais vivo; excitar; estimular; mais intenso; exacerbar

BIBLISTASinônimo de biblicista e significa especialista em assuntos bíblicos

CATIVEIROEscravidão; opressão; servidão; domínio; local em que se mantém preso um indivíduo

CESSARSignifica acabar; parar; não continuar; interromper; suspender; desistir; deixar

CIVILIZADOBem-educado; cortês; urbano; civil

CÓDICESignifica registro ou compilação de manuscritos, documentos históricos, ou leis; código antigo; pergaminho manuscrito, antigo, que contém obra de algum autor clássico: os códices do Vaticano; coleção de manuscritos históricos, antigos.

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COMPILARColigir; reunir (textos de vários autores, ou de natureza ou procedência variada)

CONDUTAProcedimento; comportamento; procedimento moral (bom ou mau)

CONTRADIZERNão condizer com; ser conflitante; dizer o contrário do que antes afirmara; desmentir-se

COPTADo, ou relativo ou pertencente aos coptas, povo egípcio do período helenístico e do período sob dominação romana, que conserva suas características étnicas primitivas; cristão jacobita do Egito

CURTIDOPreparado por curtimento.

DESLIZEEngano involuntário; lapso; desvio do bom caminho; falha, falta

DESTINATÁRIOElemento terminal de um sistema de comunicação

DIALETOCada uma das subdivisões que se podem aplicar a determinada língua, utilizando como critério básico a região geográfica ou a camada social a que pertence o falante; variedade.

DISSEMINAÇÃOEspalhamento; derramamento; dispersão

DISSEMINADAAdvém do verbo disseminar, que significa difundir; divulgar; propagar; espalhar

EDITOParte de lei em que se preceitua alguma coisa; mandato; decreto; ordem

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EMBOÇOA primeira camada de argamassa, ou de cal, na parede, que serve de base ao reboco

EMISSORUm dos elementos básicos do processo de comunicação: aquele que codifica a mensagem original produzida pela fonte e emite os sinais codificados ao receptor (eventualmente, emissor e fonte constituem um só elemento, para efeito de análise do processo de comunicação).

ENGAJAREmpenhar-se em dada atividade ou empreendimento

ENTALHADOParticípio do verbo entalhar, que significa abrir cortes em (madeira ou objetos de madeira) a fim de criar uma escultura; a matriz de uma xilogravura; esculpir; insculpir; gravar

ERUDITOAquele que sabe muito; que tem erudição

ESCASSEZFalta; carência; privação

ESSÊNIOAquele de ou que pertence a uma das seitas judaicas, do II séc. a. C. ao primeiro séc. d. C., e que constituía um grupo fechado, coeso, de vida ascética

ESTADISTAPessoa de atuação notável nos negócios políticos e na administração de um país; homem ou mulher de Estado

ESTRITAFeminino de estrito, que significa que não comporta extensão ou analogia; preciso; restrito

EXPORTARSignifica mandar transportar para fora de um país, estado ou município (artigos nele produzidos)

EXPRIMIRDar a entender; a conhecer; revelar; manifestar; fazer conhecer suas idéias

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FIDELIDADEQualidade de fiel; lealdade; constância; firmeza nas afeições, nos sentimentos; perseverança

FIXADAFeminino de fixado, que significa que se fixou; a quem fixaram

FRAGMENTOParte que resta de uma obra literária ou antiga, ou de qualquer preciosidade

GENUÍNOPróprio; natural; autêntico; legítimo

GLOBALRelativo ou pertencente ao globo terrestre

GODOSPovo antigo da Germânia, que do séc. III ao V invadiu os impérios romanos do Ocidente e do Oriente; dividiam-se em ostrogodos (godos do Leste) e visigodos (godos do Oeste).

HUNOSPovo bárbaro da Ásia central, que invadiu a Europa, sob a chefia de Átila, nos meados do séc. V.

INFALÍVELQue nunca se engana ou erra; que não falha

INSINUARSignifica dar a entender de modo sutil ou indireto; introduzir; fazer penetrar, no ânimo, no coração; persuadir

INTERVENIENTEAquele que intervém; que pratica intervenção

LATENTENão manifesto; oculto; que permanece escondido; dissimulado; disfarçado

LITURGIACulto público e oficial instituído por uma igreja; ritual

LONGINQUAMENTEDe longe; de maneira remota; à distancia

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MALÉVOLOAntônimo, ou seja, contrário a benévolo; malevolente; de má índole; de má vontade

MINUCIOSAFeminino de minucioso, que significa que se preocupa com, ou se prende a minúcias; meticuloso; esmiuçador; com toda atenção

MOSTEIROHabitação dos monges e monjas

NEGLIGENTELânguido; frouxo; indolente

ORIUNDONatural; procedente; originário

PARÁFRASEDesenvolvimento do texto de um livro ou de um documento conservando-se as idéias originais; metáfrase; modo diverso de expressar frase ou texto, sem que se altere o significado da primeira versão

POSTERIDADEO tempo futuro; as gerações futuras; os tempos vindouros.

PREDECESSORASubstantivo feminino de predecessor; que significa antecessor

PREPONDERANTEQue prepondera; que tem mais importância, mais autoridade, mais peso em relação a outro; predominante

PRIMITIVOBásico; primário; rude; simples; inicial; original

PROBABILIDADEIndício ou motivo que deixa presumir a verdade ou a possibilidade de um fato; verossimilhança

PROPAGARTornar-se comum a muitas pessoas; publicar; proclamar; tornar conhecido; difundir

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PURGADOPurificado; limpo; livre de quaisquer impurezas ou sujeiras

RECEPTORUm dos elementos básicos do processo de comunicação; aquele que recebe os sinais transmitidos, decodificando-os de forma a recuperar a mensagem original produzida para atingir um destinatário

REMANESCENTESignifica que remanesce; restante, remanente; aquilo que sobeja ou resta

REPELIDONão aceito; recusado; não admitido; posto para fora

REVERÊNCIARespeito; marcado pelo temor às coisas sagradas; veneração

RUDIMENTARAquilo que não se desenvolveu ou aperfeiçoou

SÍMBOLOTermo empregado por certos autores para designar signo; sinal que substitui o nome de uma coisa ou de uma ação

SIRÍACORelativo aos Sírios

SOBERANAFeminino de soberano, que significa aquele ou aquilo que detém autoridade suprema, sem qualquer tipo de restrição; aquele que influi poderosamente; poderoso; dominador

TENDÊNCIAInclinação; propensão; disposição

TOSCAFeminino de tosco, que significa bronco; grosseiro; rude

TRANSMISSÃORepresentação de um texto em testemunhos ao longo do tempo

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VERACIDADEQualidade de veraz; veridicidade; verdade; amor à verdade

VERTERFazer transbordar; entornar; derramar

ZELOSAQue tem zelo; cuidadoso; diligente; desvelado

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BibliografiaB íb lia Sagrada NVI - N ova Versão Internacional - 8a Edição Copyright © 1973,1978,1984 by International Bible Society - versão online

ALLEN, Clifton ). - Comentário Bíblico Broadmam Novo Testamento - 12° volume - Ed. JUERP BERKHOF, E. H. Bancroft - Teologia Elementar - Ed. Batista Regular

BOYER, Orlando - Pequena Enciclopédia Bíblica - Editora Vida

BUCKLAND, M. A. - Dicionário Bíblico Universal - Ed. Vida

CHAFER, Lewis Sperry - Teologia Sistemática - I o e 2o volumes - Ed. Hagnos

CHAMPLIN Ph.D., Russell Norman - Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia - 6o vol. - Ed. Hagnos

DA SILVA, Severino Pedro - Escatologia, Doutrina das Últimas Coisas, 9“ Edição - Ed. CPAD

DOUGLAS, J. D. - Novo Dicionário da Bíblia: edição em 1 volume - Vida Nova

GEISLER, Norman e HOWE, Thomas - Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia - Mundo Cristão

HAGEE, John C. - Bíblia de Estudo das Profecias - Ed. Atos e SBB

HILLS, Edward - A Bíblia King James Defendida, 4“ edição

HOLANDA, Aurélio Buarque de - Mini Aurélio: O Dicionário da Língua Portuguesa, 6a Edição - Ed. Positivo

HORTON, Stanley M. - Apocalipse: as coisas que brevemente devem acontecer - CPAD

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KREEFT, Peter e Tacelli, RONALD K . - Manual de Defesa da Pé - 1 “ Edição - Rio de Janeiro, Editora Central Gospel, 2008

LEITE FILHO, Tácito G. - O Homem em Três Tempos, Uma Introdução à Antropologia Teológica - CPAD

MELHORAMENTOS - Michaelis Lingua Portuguesa - Minidicionario Escolar

MENZIES, William W./HORTON, Stanley M. - Doutrinas Bíblicas, Os Fundamentos da Nossa Fé - CPAD

MILLER, Herbert. - Introdução Geral Bíblica, 1937

OLIVEIRA, Raimundo de. - As Grandes Doutrinas da Bíblia - CPAD

OSBORN, T. L. - O Novo Nascimento - Graça Editora

PEARLMAN, Myer. - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Ed. Vida

THIESSEN, Henry Clarence. - Palestras em Teologia Sistemática - Ed. Batista Regular do Brasil

W IERSBE, Warren W. - Comentário Bíblico Wiersbe, Antigo Testamento - Ed. Central Gospel

WAYNE, Grudem. - Teologia Sistemática do Autor - Ed. Vida Nova

Page 290: HAVEST+-+FACULDADE+DE+TEOLOGIA

Harves , em inglês, quer dizer "colheita".Com este nome nossa faculdade teológica foi chamada pelo Senhor

e não é à toa...

Cremos, com firmeza de coração, que a Faculdade Harvest representa a chegada de um tempo de colheita para a sua vida espiritual e ministerial.

Afinal, hoje em dia, quantas pessoas procuram um curso que ensina a Palavra de Deus, ao mesmo tempo em que lhes edifica a fé?

Quantos esperam por ensinamentos que prezam o mover do Espírito Santo, tão real e presente

hoje quanto nos dias da Igreja Primitiva!

A é a resposta para estes clamores porqueensina sobre a Bíblia ao mesmo tempo em que aproxima você do Senhor Jesus. Nosso objetivo é te conduzir pelo caminho da preparação, até que você esteja

apto para desempenhar o chamado que recebeu do Pai Celestial.

Este é mais um motivo pelo qual é chegado o tempo de colher: a visão da é auxiliar e fortalecer os ceifeiros e

trabalhadores do Senhor para a grande obra a ser realizada em nossa geração.

Todos estamos convocados!E queremos responder à altura da convocação do Senhor.

Com textos acessíveis e de fácil compreensão, cheios de informações interessantes e repletos do

mais puro conhecimento da Palavra de Deus, a está lançando suas sementes.

E já começou a colher os frutos: seja bem vindo!A é para você!

I