habitaÇÃo economica no brasil

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    Anlise Tipolgica da Produo de

    Habitao Econmica no Brasil (1930-1964)Ana Paula Koury ([email protected])

    Faculdade de Arquitetura e Urbanismo USP

    Nabil Bonduki ([email protected])

    Faculdade de Arquitetura e Urbanismo USP

    Departamento de Arquitetura e Urbanismo EESC USP

    Slua Kairuz Manoel([email protected])

    Departamento de Arquitetura e Urbanismo EESC USP

    Resumo

    O objetivo deste trabalho fornecer uma anlise tipolgica dos conjuntos habitacionais promovidos pelo

    poder pblico no Brasil, entre as dcadas de 1930 e 1964, pelos principais empreendedores de habitao

    econmica do perodo - Institutos de Aposentadoria e Penso - IAPs, Fundao da Casa Popular-FCP e

    Departamento de Habitao Popular - DHP, no Distrito Federal.

    A sistematizao e mapeamento das informaes tipolgicas coletadas pela pesquisa Habitao

    Econmica e Arquitetura Moderna no Brasil (1930-1964) coordenada pelo Professor Doutor Nabil Bonduki

    no que se refere promoo pblica da moradia econmica, um importante documento comparativo entrevrias modalidades de agenciamento espacial destes conjuntos habitacionais.

    As solues adotadas para conjugar as unidades entre si, racionalizando os fluxos de circulao, o

    aproveitamento de luz natural e de instalaes de servio, bem como a implantao destes conjuntos no

    territrio e na cidade nos permitem avaliar a contribuio de determinadas solues projetuais ao longo da

    atuao destes rgos, que foram um importante vetor de experimentao dos pressupostos da arquitetura

    moderna no Brasil.

    Em vista disso, esse trabalho tem por intuito apresentar o mapeamento das diversas tipologias encontradas

    com a pesquisa e analisar seus desdobramentos, suas referncias internacionais e nacionais.

    Palavras-chave: arquitetura moderna, conjuntos habitacionais, habitao de interesse social.

    Abstract

    The goal of this paper is to supply a typological analysis of the housing estates promoted by the public power

    in Brazil, between the 1930 's and 1964 's, by the period economic habitation enterprising mains Institutos

    de Aposentadoria e Penso - IAPs, Fundao da Casa Popular (Popular Housing Foundation) - FCP and

    Departamento de Habitao Popular (Popular Housing Department) - DHP, in Federal District.

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    Systematization and classification of the typological information collected by the research Habitao

    Econmica e Arquitetura Moderna (1930-1964) coordinated by Profr. Dr. Nabil Bonduki, with regard to the

    economic dwelling public promotion, it is an important comparative document among several modalities of

    spacial organization of these housing estates.

    The solutions adopted to conjugate the units to each other, rationalizing the circulation flows, the natural light

    advantage and of service facilities, as well as the implantation of these estates in the territory and in the city

    allow us avaliat the certain solutions of project contribution along the performance of these organs, which

    were an important experimentation vector of the presuppose of the modern architecture in Brazil.

    In sight of this, this work has for purpose present the classification of the several typologies founded with the

    research and analyze its unfoldings, its international and national references.

    Key words: modern architecture, housing estates, social interest habitation.

    Apresentao

    O Projeto Integrado de Pesquisa Habitao Econmica e Arquitetura Moderna no Brasil (1930-1964)

    realizou, entre 1995 e 2001, o levantamento documental da produo de habitao social no pas no

    perodo de 1930 a 1964 pelo setor pblico, na perspectiva de resgatar o papel do movimento moderno e

    demais correntes internacionais que influenciaram a habitao social no pas e identificar as transformaes

    que ocorrem na produo de moradia para os trabalhadores.

    A magnitude da ao dessas instituies revela-se no fato de que apenas os Institutos de Aposentadoria e

    Penso IAPs e a Fundao da Casa Popular - FCP financiaram ou construram mais de 140.000

    unidades habitacionais, sendo que os dois rgos implantaram, respectivamente, cerca de 279 e 143

    conjuntos habitacionais em todo o pas. Por outro lado, no perodo estudado foram criados, ao que at

    agora foi possvel resgatar, nada menos que dezessete rgos estaduais ou municipais encarregados de

    enfrentar o problema da moradia, sendo que o Departamento de Habitao Popular da Prefeitura do Distrito

    Federal foi, do ponto de vista da arquitetura, o mais importante, por contar com profissionais como a eng.

    Carmen Portinho, que foi sua diretora, e dos arq. Affonso Eduardo Reidy e Francisco Bolonha, que

    projetaram os conjuntos habitacionais.

    O conhecimento apenas superficial tanto destes empreendimentos, assim como a ausncia de uma

    documentao sistematizada e de uma reflexo aprofundada sobre seus resultados, tem gerado uma sria

    lacuna na historiografia da arquitetura moderna brasileira e que apenas agora est sendo superada.

    A Pesquisa anterior, que buscou reconstituir as origens da habitao social no Brasil (Bonduki 1998),

    revelou a importncia da produo habitacional realizada neste perodo, no mbito de uma anlise das

    transformaes do processo de proviso habitacional no pas, e uma primeira reflexo sobre esta produo

    realizada pelas instituies pblicas, baseada ainda em um nmero restrito de conjuntos, embora de grande

    significado arquitetnico. Esta anlise, que buscou mostrar a influncia do movimento moderno na produo

    nacional e estabelecer um vnculo entre a questo habitacional e o modelo de desenvolvimento implantado

    no pas no perodo, estabeleceu uma base slida para a reviso da historiografia da arquitetura brasileira noque se refere aos vnculos entre arquitetura e habitao social.

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    A presente pesquisa, at o momento, se limitou a desenvolver um amplo levantamento de campo, realizado

    em inmeras cidades brasileiras. Finalizada esta etapa, neste texto, iniciamos uma etapa de anlise mais

    compreensiva e aprofundada, considerando o conjunto desta produo. Pretende-se, inicialmente,

    estabelecer uma tipologia das solues arquitetnicas e urbansticas utilizadas pelos vrios rgos que

    implantaram conjuntos habitacionais no perodo, objetivando verificar o papel desta produo na criao de

    uma tradio de enfrentamento da questo da habitao social no Brasil que se consolidou na intervenodo BNH e que at hoje influencia os projetos de moradia no pas.

    Habitao Social na Historiografia da Arquitetura Brasileira

    A historiografia da arquitetura brasileira, at recentemente, tem praticamente ignorado a produo de

    habitao social e econmica no perodo que se debruou a nossa pesquisa, com exceo dos dois

    conjuntos Pedregulho e Gvea de Affonso Eduardo Reidy, realizados pelo DHP-DF (Bonduki 1999b).

    As obras de Reidy, so, geralmente, consideradas como as nicas dignas de destaque no campo dahabitao social: Bruand (1981), o compndio mais completo da arquitetura moderna brasileira, por

    exemplo, em quatrocentas pginas apenas se refere a estes empreendimentos, consideradas os nicos

    projetos de habitao de interesse social "vlidos" deste perodo. Em outros trabalhos sobre a emergncia

    da arquitetura moderna brasileira, as referncias produo de habitao social do perodo, quando

    existem, so sempre rpidas, sem atribuir ao tema a devida importncia. Como mostra Martins (1989), esta

    ausncia no s dos projetos de habitao econmica como de vrios outros programas onde a

    monumentalidade no podia ser contemplada conseqncia da predominncia da uma narrativa sobre a

    arquitetura brasileira que buscou transformar um dos projetos da arquitetura brasileira contempornea em

    sua vertente dominante.

    Capitaneada pela plasticidade da obra de Niemeyer e pela argumentao terica de Costa, estabelecendo

    uma forte relao entre a arquitetura tradicional brasileira e a nova arquitetura, esta viso se consolidou

    atravs de autores como Goodwin, Mindlin, Bruand e Lemos e tem ofuscado uma outra produo

    arquitetnica de grande relevncia e qualidade que se desenvolveu no pas entre as dcadas de 30 e 60.

    Enquanto a viso hegemnica enfatiza exageradamente as obras de carter monumental e nico, de

    grande plasticidade e que, de certa forma se distanciam dos pressupostos originais do movimento moderno

    sobretudo no que se refere aos objetivos de associar economia, tcnica e esttica para projetar o espao

    habitvel de toda a cidade uma importante produo de habitao econmica e de equipamentos pblicosde grande valor arquitetnico, urbanstico e social ficou at ento obscurecida pela historiografia.

    O destaque das obras habitacionais de Reidy pode ser entendido por elas terem exercido, assim como ele

    prprio, um papel de destaque na trama narrativa j descrita: a exemplar resoluo plstica-construtiva-

    programtica do bloco serpenteante e dos equipamentos sociais de Pedregulho significou a possibilidade -

    mais artificial do que real de enfrentar o problema social com os mesmos elementos conceituais e

    plsticos que vinham dando originalidade e destaque para a arquitetura brasileira (Bonduki 1999b).

    Uma leitura da arquitetura brasileira numa outra perspectiva de anlise, no entanto, revela todo um ciclo de

    projetos e empreendimentos desconhecidos. Contemporaneamente e mesmo antes de Pedregulho ser

    projetado, entretanto, j se produzia no Brasil, um conjunto bastante significativo de projetos e obras

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    baseado nos pressupostos da arquitetura moderna, "um verdadeiro ciclo de projetos de habitao social",

    que foram encomendados a profissionais que se destacaram na fase de constituio da arquitetura

    moderna, como Attlio Correa Lima, MMM Roberto, Eduardo Kneese de Melo, Paulo Antunes Ribeiro e

    Carlos Frederico Ferreira e outros.

    A magnitude e qualidade destes projetos est nos permitindo afirmar que Pedregulho e Gvea, longe de

    serem obras de exceo, seriam na verdade um ponto de chegada, o resultado culminante de uma

    produo pioneira de habitao social, realizada no pas por rgos pblicos, como os IAPs em empresas

    estatais encarregadas da implantao das cidades novas e, tambm, por promotores privados. Por

    exemplo, a edificao de grandes prdios de habitao econmica, incluindo servios coletivos de carter

    local, a semelhana das concepes da unidade de habitao de Le Corbusier, nas metrpoles brasileiras

    dos anos 50 (como foi o caso de edifcios como Naes Unidas, Racy, Montreal, Paim, Copan em So

    Paulo, JK em Belo Horizonte etc.) merece uma reflexo mais aprofundada e articulada com os projetos e as

    concepes presentes na produo de habitao desenvolvida pelo setor pblico, particularmente pelos

    IAPs.A ausncia desta produo na historiografia causa certa perplexidade sobretudo se for considerado que as

    publicaes que revelaram a arquitetura moderna brasileira no exterior e que foram fundantes da nossa

    historiografia (Goodwin 1943 e Mindlin 1956) incluram projeto e obra de dois conjuntos habitacionais do

    IAPI (Realengo, no Rio de Janeiro e Vila Guiomar, em Santo Andr-SP), ambos de autoria do arquiteto

    carioca Carlos Frederico Ferreira, ele prprio tambm totalmente esquecido at ento na nossa

    historiografia.

    A Construo de uma Tipologia de Projetos Habitacionais

    A anlise cuidadosa dos projetos dos conjuntos habitacionais levantados nos levam a algumas reflexes

    importantes sobre a implementao da poltica empreendida pelos rgos envolvidos com a produo de

    moradia, principalmente pelos IAPs.

    A base documental da pesquisa composta por projetos dos conjuntos habitacionais levantados em vrios

    arquivos em todo o pas, documentao iconogrfica composta por fotos e slides realizados em pesquisa de

    campo e tambm levantamentos de iconografia de poca em peridicos, cadernos de campo e relatrios de

    visita com levantamentos de unidades e esquemas explicativos dos conjuntos, levantamento bibliogrfico e

    xeroteca com reprodues e fichas bibliogrficas dos artigos levantados e fichas de empreendimentos com

    a sistematizao dos dados por conjunto. Parte significativa deste material encontra-se reproduzido

    digitalmente, constituindo-se importante referncia iconogrfica dos projetos e dos conjuntos.

    Para esta anlise de desenvolvimento tipolgico optamos por nos deter nos projetos arquitetnicos, cerca

    de 80 conjuntos encontram-se documentados em nosso acervo (de um total de mais de 150 conjuntos

    identificados e de quase quinhentos cadastrados), sendo que um pouco mais da metade, cerca de 45

    projetos representam a produo no Rio de Janeiro, cerca de vinte e cinco projetos representando a

    produo em So Paulo, sendo ainda metade destes produzidos na capital e a outra metade no interior do

    estado, e os dez ltimos representando a produo nos outros estados.

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    Ao tabularmos os dados dos oitenta projetos, percebemos que os primeiros conjuntos produzidos pelos

    institutos, entre o final dos anos 30 e incio dos anos 40, possuam uma enorme variao tipolgica,

    conjugando vrios modelos de blocos, casas e edifcios. Tratava-se de uma fase herica, quando foi

    desenvolvida uma verdadeira pesquisa de solues arquitetnicas, urbansticas e construtivas, cujo

    exemplo mais notvel o conjunto Realengo, de Carlos Frederico Ferreira. Como o prprio arquiteto

    afirmou, nunca tinha de enfrentado o desafio de produzir um grande conjunto habitacional, quando opresidente do IAPI, Plinio Castanhede, lhe pediu um projeto com mais de 2 mil unidades (Bonduki 1998).

    O projeto do Realengo, que ganhou medalha de ouro no IV Congresso Pan-americano de Arquitetos em

    1940, teve o incio de sua construo no mesmo ano e, em 1943, eram entregues as primeiras habitaes

    aos moradores. O projeto marcado por uma enorme diversidade tipolgica, abrangendo vrias solues

    de unidades trreas, assobradadas e ainda um bloco de apartamentos, com rea de comrcio no trreo. Foi

    o primeiro conjunto de grandes propores construdo no pas e abriu caminho para que outros

    empreendimentos do mesmo porte fossem realizados.

    Sem dvida nenhuma, o projeto de Ferreira, que foi o chefe do setor de arquitetura do IAPI, influenciou todaproduo que o seguiu foi proposto como modelo, no s de novas aplicaes tecnolgicas e

    arquitetnicas, mas tambm como campo de experimentao para as atividades de assistncia social.

    Neste projeto, explcita a inteno de Carlos Frederico de experimentar novos tipos de habitao coletiva

    e tambm novas tecnologias construtivas. (Aravecchia, 2001). Ferreira, de fato, sistematizou as suas

    pesquisas tipolgicas em painis que, ao que tudo indica, foram expostos em Montevideo e, posteriormente,

    publicadas na Revista Municipal de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal.

    Nestes painis, Ferreira usa, talvez pela primeira vez no Brasil, o termo tipo, para denominar as diferentes

    modalidades de agrupamento das unidades habitacionais, que receberam letras e nmeros, como A1, A2,B, C...F, cada uma expressando uma soluo habitacional: casa isolada, geminada duas a duas, casas

    sobrepostas, casas em fileiras, blocos.

    O que parecia estar em jogo naquele momento era estabelecer parmetros para uma produo que

    conjugasse a qualidade urbanstica e arquitetnica das unidades um bom aproveitamento dos terrenos e a

    um custo relativamente baixo de construo, na perspectiva de possibilitar uma produo massiva de

    moradia, no mbito das intenes de Vargas, que pretendia fazer da produo de habitao com recursos

    da previdncia mais uma marca de sua atuao como protetor dos trabalhadores.

    O exemplo do trabalho de Ferreira no IAPI instituto que se destacou na ao habitacional e que se tornouuma referencia para os demais expressa a preocupao dos arquitetos que atuaram nos setores de

    projeto destas instituies em criar referencias que permitissem uma produo em srie, estardatizada e

    padronizada. Este conjunto de experincias, sem dvida, foi um momento importante de consolidao da

    experincia moderna para a arquitetura brasileira onde os arquitetos se depararam com o desafio das

    propostas dos primeiros Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna CIAM, La Sarraz (1928),

    Frankfurt (1929) e Bruxelas (1930), que constituram o espao mnimo da moradia e a racionalidade

    construtiva como o centro das preocupaes da arquitetura moderna a partir do final dos anos vinte. A

    riqueza tipolgica e urbanstica conseguida por estes conjuntos e levantada no escopo desta pesquisa, nos

    permite realizar tal afirmao.

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    Entretanto, esta fase experimental e pioneira da produo dos IAPs, que ocorreu entre o final dos anos 30

    e meados dos anos 40, com destaque para o trabalho de Ferreira, no se limitou ao IAPI e foi, a partir dos

    anos 50, perdendo fora criativa e se tornando referencias mortas. No foram satisfatoriamente avaliadas

    em todos os seus aspectos (custos, qualidade urbanstica e arquitetnica, racionalizao do processo

    construtivo etc.) e cederam espao a projetos cada vez mais padronizados, uniformes e empobrecidos do

    ponto de vista da arquitetura, o que caracteriza os empreendimentos dos anos 50, prenunciando o que viriaa ser a tnica da produo do Banco Nacional de Habitao - BNH depois de sua criao em 1964.

    O interesse de anlise, neste momento da pesquisa, reside justamente em identificar claramente esta

    trajetria: identificando as tipologias empregadas, suas referencias internacionais e sua identidade nacional;

    classific-las de acordo com a soluo habitacional (casas, blocos e prdios ou, para usar a terminologia

    empregada no 3o CIAM, baixas, mdias e altas); em cada uma destas solues, sistematizar as alternativas

    de projetos utilizadas, no que se refere planta da unidade, a articulao horizontal e vertical das unidades,

    formando blocos ou conjuntos de casas, e a proposta de implantao urbanstica e relao com a cidade.

    Como metodologia, trata-se, grosso modo, de dar seqncia a anlise definida pelo CIAM, e explicitada porGiedion na introduo do Congresso de Frankfurt, para os seus 2o, 3o e 4o Congressos, que propunha ir da

    clula habitacional cidade. Busca-se tambm identificar o momento em que os institutos e outros rgos

    perdem a capacidade de inovar e passam a reproduzir automaticamente solues prontas, numa trajetria

    que culminou, por hiptese, na pobreza arquitetnica do perodo BNH.

    Os rgos de Produo Habitacionais e as Solues Adotadas

    Na fase de consolidao da produo habitacional dos IAP's nota-se que alguns institutos fizeram opes

    prprias quanto tipologia a ser adotada, que estavam vinculadas de alguma maneira s caractersticas de

    cada categoria e ao amadurecimento do setor de projeto do rgo.

    No caso dos empreendimentos do Instituto de Aposentadoria e Penses dos Bancrios (IAPB), os conjuntos

    foram com freqncia instalados nos centros das cidades, objetivando atender uma categoria de maior

    poder aquisitivo e que trabalhava na regio. Optou-se por blocos verticais com elevador, buscando dar

    melhor rendimento a terrenos menores e mais valorizados. Esta soluo foi adotada tanto nas grandes

    metrpoles, como Rio e So Paulo, como em cidades pequenas ou mdias como Araatuba, Marlia,

    Ribeiro Preto, Araguari, Uberaba, Ponte Nova, Campinas etc. onde, s vezes, estes empreendimentos

    foram os pioneiros na cidade como soluo vertical e geraram os imponentes "Edifcios dos Bancrios".

    Por outro lado, a grande maioria dos conjuntos promovidos pela FCP constituda de unidades unifamiliares

    casas isoladas ou geminadas, soluo que foi defendida no momento da implementao do rgo, que

    trabalhou sempre com grande escassez de recursos e adotou projetos mais tradicionais.

    Dentre os 143 ncleos habitacionais empreendidos pela FCP e identificados na pesquisa, apenas quatro

    deles apresentam uma soluo arquitetnica e urbanstica que fugiu da soluo convencional. Foi o caso,

    por exemplo, do Ncleo Residencial Presidente Getlio Vargas, o Deodoro, no Rio de Janeiro - que foram

    influenciados por Reidy, em particular pelos conjuntos de Pedregulho e Gvea -, e das Superquadras Sul

    709, 710 e 711, construdas em Braslia, que seguem o rgido padro urbanstico e arquitetnico

    estabelecido por Lcio Costa para o Plano Piloto.

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    Os demais conjuntos do rgo apresentam unidades unifamiliares, otimizao da gleba com lotes reduzidos,

    acarretando numa densa ocupao, penetrao do miolo da quadra com vias-corredores, ncleo de

    servios voltado para os fundos da habitao (rea de servio e cozinha, em alguns casos at o sanitrio), e

    a construo de equipamentos coletivos na rea central de alguns conjuntos, como escola, igreja comrcio e

    praas.

    De todos os rgos que tiveram uma significativa produo habitacional neste perodo o Departamento de

    Habitao Popular, foi sem dvida, o que alcanou mais destaque na qualidade arquitetnica dos projetos

    se observado pela tica da historiografia da arquitetura moderna brasileira, tendo contado com dois

    expoentes deste movimento como Reidy e Bolonha mas que esteve distante de formular um

    equacionamento consistente ao problema habitacional. Dos quatro conjuntos construdos pelos rgos, trs

    foram projetos que se inspiraram em propostas de Le Corbusier e foram desenvolvidas magistralmente, em

    solues de grande plasticidade, com destaque para Pedregulho. Embora os resultado do ponto de vista

    arquitetnico seja excepcional, eles no se enquadram na preocupao de gerar tipologias que pudessem

    ser implantadas numa produo massiva.Num extremo oposto situa-se a concepo de projeto do Instituto de Aposentadoria e Penses dos

    Industririos (IAPI), cujo setor de arquitetura estava a cargo do j citado Carlos Frederico Ferreira. Este

    rgo foi o que mais se preocupou em estabelecer uma poltica de projeto, relacionando as solues

    habitacionais com as categorias de cidades onde eles seriam edificados, buscando fazer da economia uma

    diretriz bsica de sua atuao: o custo da terra passou a ser um elemento determinante para a opo

    adotada. Assim, nas cidades grandes como So Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo

    Horizonte, os conjuntos do IAPI foram em sua grande maioria blocos de altura mdia, entre trs e sete

    pavimentos, em alguns casos chegando a edifcios altos e, em outros mesclando diferentes tipologias, como

    no caso de Porto Alegre. J nos empreendimentos implantados no interior do estado de So Paulo, onde o

    custo da terra era menor, optou-se pelas casas unifamiliares preferencialmente implantadas em fileiras.

    J o Instituto de Aposentadoria dos Comercirios (IAPC), em geral, adota a soluo da casa unifamiliar,

    sendo que nas cidades menores predominam as casas isoladas e, nas cidades maiores, casas agrupadas

    em diferentes composies.

    Em nossa metodologia de trabalho, a proposta estudar as trs solues, baixas, mdias e altas,

    sistematizando a produo e buscando, para cada uma, definir uma tipologia, identificando os cabea de

    srie, o que seja, os projetos que marcaram cada tipo e os empreendimentos que seguiram, com variaes

    esta concepo. Neste artigo, iremos analisar apenas os blocos mdios, que guardam grande relao com

    a produo do movimento moderno do perodo entre guerra na Europa, e que se tornaram referencia para a

    maior parte da produo habitacional brasileira do perodo seguinte, o do BNH, quando esta fase

    experimental cedeu lugar para uma produo massiva que gerou uma produo homognea e sem maior

    interesse arquitetnico.

    Construindo Uma Tipologia de Blocos Mdios

    Entre o grupo de projetos levantados, selecionamos vinte e trs conjuntos residenciais constitudos por

    blocos mdios e representativos do acervo desta categoria. Com esta amostra, analisamos de forma

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    aprofundada deste tipo de bloco, considerando aspectos como a forma em funo da relao das

    circulaes com as unidades, suas variaes possveis e as articulaes com os demais.

    Nestes vinte e trs projetos pudemos perceber que as variaes tipolgicas dos blocos obedeceram a cinco

    modelos especficos e a grande diferenciao entre cada um deles. Esta se encontra, no no

    desenvolvimento de uma grande variao de modelos de blocos mdios, mas levam em conta uma grande

    variao no que tange a:

    o agenciamento dos espaos internos, a partir da elaborao de alternativas de programas dentro do

    mesmo bloco. Isto inclui diversidade de aproveitamentos dos pavimentos trreos. Neste aspecto,

    percebe-se que alguns modelos de distribuio permitem mais variaes do que outros.

    as relaes entre blocos de mesmo tipo, implantados isoladamente ou conjugados e as relaes entre

    blocos diferentes, o que indica ou no a possibilidade de criao de situaes urbansticas

    diferenciadas.

    Os cinco modelos identificados foram:

    1) Os blocos compostos por uma caixa de escada para cada duas unidades.

    Foi o modelo mais freqente, contando com variaes no pavimento trreo e nas implantaes compostas

    por unidades isoladas e/ou conjugadas, neste ltimo caso configurando edifcios laminares com acessos

    independentes. Este foi o modelo usado para as habitaes de interesse social na Alemanha, as siedlung,

    dos anos vinte, compostas por edifcios laminares que, do ponto de vista urbanstico, ajudam a organizar os

    acessos, separando pedestres e veculos em vias diferentes e como poltica habitacional constituem um

    importante modelo entre as grandes iniciativas europias de produo habitacional em larga escala.

    2) Os blocos em "H" com uma caixa de escada para cada quatro unidades.

    Este modelo, embora menos freqente que o primeiro, tambm foi amplamente adotado pelos conjuntos

    analisados. provvel que tenha sido adotado numa segunda fase da produo dos Institutos, na dcada

    de 50, constituindo uma espcie de transio para o BNH.

    Sua vantagem est em atender o dobro de unidades do modelo anterior, com a mesma caixa de circulao

    vertical. Neste caso a soluo tpica de agenciamento das unidades dispor as reas mais valorizadas

    (salas e dormitrios) nas faces opostas s da circulao e as reas de servio dando para estas,

    aproveitando o espao da caixa de escadas tambm como fosso de iluminao. O problema ocorre na

    orientao dos blocos que ao privilegiar um dos lados com a melhor insolao, necessariamente prejudicar

    o outro.

    Este modelo foi bastante difundido no perodo do BNH e foi tambm adotado pelo Conjunto Habitacional

    Zzinho Magalhes Prado, da Cecap, de autoria dos arquitetos Vilanova Artigas, Fbio Penteado e Paulo

    Mendes da Rocha em 1967, em Guarulhos-SP. Neste caso, o modelo aparece implantado, conjugando

    vrias unidades, originando edifcios lineares. Nos conjuntos analisados este foi o modelo que menos

    originou variaes, uma nica exceo o Conjunto Residencial Vrzea do Carmo (1938 1950) de Atlio

    Corra Lima e equipe onde um dos blocos uma conjugao do modelo "H" variando o tamanho das

    unidades de dois e trs dormitrios.

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    3) Blocos laminares.

    O bloco laminar composto por caixa de circulao que acessa um grande corredor coletivo, baseado no

    modelo da Unidade de Habitao de Marselha (1945-1952), projetada por Le Corbusier no foram uma

    tipologia difundida na produo dos IAP's. Este modelo fez parte dos primeiros conjuntos onde o nvel de

    experimentao arquitetnica, urbanstica e de produo eram maiores, assim como a oportunidade destes

    arquitetos para a partir dos modelos internacionais elaborarem novas solues urbansticas e

    arquitetnicas.

    O bloco laminar foi implantado sozinho em grandes edifcios laminares ou em conjunto com outros modelos

    de blocos, como no Conjunto Residencial Vrzea do Carmo e Realengo.

    Este modelo foi o que mais possibilitou variaes do programa em seu interior. Embora o rendimento das

    circulaes coletivas no seja comparvel aos modelos anteriores, as possibilidades de variao e

    adensamento que permitem no foi motivo suficiente para que ele se difundisse como soluo preferencial

    dos conjuntos habitacionais empreendidos pelos IAP's e muito menos daqueles realizados no perodo do

    BNH.

    4) Blocos com ptio central.

    Esta soluo foi adotada apenas pelo conjunto residencial de Lagoinha, em Belo Horizonte-MG, tambm

    chamado de Bairro dos Industririos (1944) de autoria do eng. White Lrio da Silva. Um modelo que pode

    ser associado Hof vienenses, proposta habitacional que ganhou grande destaque no governo social-

    democrata de Viena, entre 1919 e 1933. No caso do Conjunto Lagoinha, embora a riqueza urbanstica do

    conjunto seja um atrativo e merea a comparao internacional, o aproveitamento dos espaos internos do

    bloco deixa muito a desejar, gerando espaos perdidos e grande rea de circulao. Talvez por isto, no

    tenha se reproduzido em outros conjuntos.

    5) Blocos em "Y".

    Uma variao do esquema dos Edifcios Cartesianos que compem a proposta de Le Corbusier para o

    Plano Voisim (Paris, 1925). Esse esquema permite o aumento da superfcie livremente ensolarada e

    ventilada, aliando a isso economia de circulao vertical, pois uma caixa de escada pode atender at seis

    unidades sem necessidade de corredores internos. A otimizao deste modelo depende de um sistema de

    circulao vertical por elevadores para que a densidade por bloco justifique as grandes reas necessrias

    para a sua implantao. Presumimos que por este motivo temos apenas um conjunto que adotou esta

    soluo, o Conjunto Areal (1950) do Engenheiro Joo Carlos Vital no Rio de Janeiro, RJ.

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    TABELA DE REAS.1937 Vila Guiomar. Tipologia (1).

    3 pavimentos sobrepilotis.Bloco: 289,75mCirculao: 13,90mEscada: 10,80mUnidade (2q.):128,70m

    A. servio: 13,80mCirculao interna: 2,55m1940 Realengo. Tipologia (1)

    W6 3 pavimentos sobrepilotis.Bloco: 142,22mCirculao: 7,88mEscada: 5.63mUnidade: 60.50mA. servio:10.30m

    Tipologia (3)W8 - 4 pav.: trreo com comrcio; demais comhabitao, 19 unidades por andar.

    Bloco: 1.067,00mCirculao: 213.45mEscada: 13mUnidade (I): 24,85mServio: 3,40mUnidade (II): 53,53mServio: 8,60m

    1942 Penha. Tipologia (3).P1 - 4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 280mCirculao: 43,00mEscada: 11,00mUnidade (3q.): 72,00m

    Servio e circulao interna: 20, 00mUnidade: 68,00mServio e circulao interna: 20, 00m

    Tipologia (1): Conjugao: P2 extP2 cen P2ext.PE 2 extremidades : 4 pavimentos apoiados nosolo.Bloco: 135,80Circulao: 6,15mEscada: 4,30mUnidade (3q.): 60,90mA. servio: 13,05m

    Circulao interna: 2,65mUnidade (3q.): 59,60mServio: 13,60mCirculao interna: 2,45m

    Tipologia (1).PE 2 central: 4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 133,90mCirculao: 6,15mEscada: 4,30mUnidade (3q.): 59,60mA. servio: 13,60mCirculao interna: 2,45m

    Tipologia (1).P 3: 4 pavimentos, com comrcio no trreo.

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    Bloco: 192,50mCirculao: 11,85mEscada: 5,10mUnidade (3q.): 64,70mA. servio: 15,85mCirculao interna: 2,45m

    1945 Pedregulho. Tipologia (3).

    Bloco serpenteante: sete pavimentos sobrepilotise terceiro pavimento ocupado com equipamentos.reas - 1 e 2 pavimentos.Bloco: 3.415mCirculao: 518,00mUnidade (1q.): 38,38mA. servio: 5,20mCirculao interna: 2,25m

    reas - 4 e 6 pavimento.1 pav. unidades duplex.Bloco: 3.415mCirculao: 518,00m

    Unidade (1q.): 38,38mA. servio: 7,17mCirculao interna: 2,45mEscada interna: 2,35m

    reas - 5 e 7 pav.2 pav. unidades duplex.Bloco: 3.415mCirculao: 518,00mUnidade (1q.): 46,65mA. servio: 4,30mCirculao interna: 5,20mEscada interna: 4,70m

    Tipologia (3).4 pavimentos sobrepilotis, com 28 unidadesduplex de 2, 3 e 4 quartos.1 pav. unidades duplex.Bloco: 577,15mCirculao: 174, 15mEscada: 8,00mUnidade: 31,46mA. servio: 4,65mCirculao interna: 2,20mEscada interna: 2,35m

    reas - 2 e 4 pavimentos.2 pav. unidades duplex.Bloco: 577,15mCirculao: -Escada: 8,00mUnidade (3q.): 41,95mA. servio: 4,22mCirculao interna: 3,20mEscada interna: 3,20m

    Unidade (2q.): 31,50mA. servio: 4,22mCirculao interna: 3,20m

    Escada interna: 3,20m

    Unidade (4q.): 52,00m

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    A. servio: 4,22mCirculao interna: 4,80mEscada interna: 3,20m

    1938 Vrzea do Carmo Tipologia (1).4 pavimentos apoiados no solo.reas bloco B 1 e B 3Bloco: 180,60m

    Circulao: 11,80mEscada: 7,60mUnidade (3q.): 82,95mA. servio: 14,20mCirculao interna:: 3,80mUnidade (2q.): 70,00 mA. servio: 14,90mCirculao interna: 3,70m

    reas - bloco B 2.Bloco: 229,60mCirculao: 11,80mEscada: 7,60m

    Unidade (4q): 100,00mA. servio: 14,80mCirculao interna: 5,75mm

    Tipologia (1).Bloco C: 4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 156, 60mCirculao:11,30mEscada: 8,30mUnidade (2q.): 65,60mA. servio: 15,80mCirculao interna: 2,40m

    1946 Santa Cruz Tipologia (1).

    3 pavimentos de habitao apoiados no solo.reas bloco 1:Bloco: 208,00mCirculao: 10,85mEscada: 7,80mUnidade (3q.): 84,60mA. servio: 17,00m

    Tipologia (1).3 pavimentos de habitao apoiados no solo.reas bloco 2:Bloco: 200,00mCirculao: 10,85m

    Escada: 7,80mUnidade (3q.): 89,00mA. servio: 24,90m

    1944 Bairro Industririos (Lagoinha) Tipologia (4)5, 6, 7 e 8 pavimentos de habitao apoiados nosolo.Bloco: 951,60mCirculao: 69,20mEscada: 26,00mUnidade (2q.): 69,60mA. servio: 17, 00mUnidade (3q.): 90,80mA. servio: 26,50m

    1940 Mooca. Tipologia (1).4 e 5 pavimentos apoiados no solo.reas trreo:

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    Bloco: 137,23mCirculao: 56,05mEscada: 9,90mUnidade (1q): 29,70mA. servio: 11,90m

    reas: 2, 3 e 4 pav.

    Bloco: 137,23mCirculao: 9,00mEscada: 6,45mUnidade (2q): 57,55mA. servio: 15,00m

    reas:4 e 5 pavimentos - unidades duplex -4quartos.Bloco: 137, 23mCirculao: 9,00mEscada: 6,45mUnidade (I andar): 57,55mUnidade (II andar): 57,55m

    A. servio (I andar): 10,40mA. servio (II andar): 7,15mCirculao interna (I andar): 8,85mCirculao interna (II andar): 2,70mEscada interna: 4,30m

    1949 Duque de Caxias. Tipologia (1).Bloco A - 4 pavimentos, com comrcio no trreo.Bloco: 208,20mCirculao: 7,50mEscada: 4,80mUnidade: 92,30mA. servio: 25,30m

    Tipologia (2).Bloco D - 4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 122,00mCirculao: 7,60mEscada: 4,95mUnidade (2q.): 51,50mA. servio: 11,45m

    1949 Bang. Tipologia (3)4 pavimentos, com comrcio no trreo.Bloco: 1.112, 4mCirculao: 248,30mEscadas: 23,70mNmero unidades por andar/ por escada: 4,6.

    Unidade (2q.): 53,40mA. servio: 12,00m

    Tipologia (1).4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 144,00mCirculao: 6,50mEscada: 3,60mUnidade: 61,70mA. servio: 15,40m

    1949 Moa Bonita. Tipologia (1).3 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 142,20m

    Circulao: 7,90mEscada: 5,30mUnidade (3q.): 65,30m

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    A. servio: 17,80m1950 Areal. Tipologia (5).

    5 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 185,25mCirculao: 11,20mEscada: 4,95mUnidade (2q.): 26,30m

    A. servio: 4,20mUnidade (I 2q.): 25,80mA. servio: 4,00mUnidade (II 2q.): 26,12mA. servio: 4,00m

    Meados de 1950 Monte Serrat. Tipologia (1).3 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 163, 30mCirculao: 3,90mEscada: 7,54mUnidade (4q.): 67,75mA. servio: 13,90m

    1950 Del Castilho. Tipologia (1)

    4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 159,00mCirculao: 11,30mEscada: 8,11mUnidade (3q.): 65,74mA. servio: 12,80m

    Tipologia (2)Isolados: 4 pavimentos apoiados no solo ou comcomrcio no trreo.Conjugados: 4 pavimentos, trreo com comrcio.Bloco: 316,37mCirculao: 18,74m

    Escada: 5,40mUnidade (3q): 67,23mA. servio:14,28m

    1953 Deodoro. Tipologia (1).3, 4, 5 e 7 pavimentos sobrepilotis.Bloco: 113,25mCirculao: 2,70mEscada: 3,75mUnidade (3q.): 48,00mA. servio: 10,60m

    1953 Jorge Rudge ou Aquidab. Tipologia (2)4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 414,75m

    Circulao: 19,25mEscada: 7,05mUnidade (3q): 91,62mA. servio: 16,60m

    1956 Casa da Bancria. Tipologia (3).5 pavimentos com o trreo ocupado comservios.Bloco: 343,84mCirculao: 56,74mEscada: 8,64mElevador: 5,12mUnidade: 19,32mA. servio: 3,70m

    1957 Antnio Balbino. Tipologia (1) .3 pavimentos, com comrcio no trreo.Bloco: 167,700m

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    Circulao: 3,90mEscada: 7,50mUnidade (4q.): 73,18mA. servio: 14,10m

    1959 28 de Agosto ou Baro. Tipologia (1).4 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 193,80m

    Circulao: 11,00mEscada: 5,50mUnidade (4q.): 71,20mA. servio: 19,57mUnidade (3q.): 71,20mA. servio: 12,00mUnidade (2q.): 71,20mA. servio: 25,00m.

    Dcada de 1950 . Darcy Vargas Tipologia (2)3 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 325,70mCirculao: 18,64mEscada: 5,30m

    Unidade (2q.): 59,54mA. servio: 13,85mUnidade (2q.): 62,24mA. servio: 16,55m

    Dcada de 1950 Cachambi. Tipologia (2)3, 4 e 5 pavimentos apoiados no solo.Bloco: 294,90mCirculao: 13,50mEscada: 3,62mUnidade (3q.): 62,90mA. servio: 11,10m

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