habita editorial vocÊ decide!

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Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 - Rua Pangauá, 669 - E-mail: [email protected] - CONTATOS: 981.453.242 Alair; /959.587.742 Rocky; 968.352.792 Felix; 959.301.176 Didi Editorial: VOCÊ DECIDE! Morei durante quatro anos em um sobrado da Itinguçú, em frente ao prédio aonde hoje funciona uma famosa loja de uma rede de móveis e eletrônicos. Era um imóvel antigo, que por fora lembrava aqueles casebres de filme de terror, aces- sado por uma escada antiga de madeira, e que era formado por dois cômodos e um ba- nheiro. A vista do fundo era para uma área de lavanderia coletiva, e para o telhado de algumas casas, tão velhas quanto a nossa. Dava pra ver ainda um pedaço do Masiero, escola na qual concluí meu ensino médio. Já a vista da frente cobria toda a avenida. Carros, ônibus, caminhões, barulho, gente, o tempo todo. O ruído nunca zerava, mesmo nas madrugadas frias e nos finais de sema- na. Dali daquela janela principal eu vi muita coisa. Vi o atropelamento de um senhor, e ouvi o grito lancinante da filha tentando ajudá-lo. Vi a festa da torcida corinthiana na manhã da conquista do Mundial de 2012. Vi a derrota do Brasil por 7x 1, seguida por um silêncio. Ouvi ladrões batendo o carro de propósito na porta de um comércio (gangue da marcha ré na Vila Ré?). Vi o assalto, na grande loja que citei acima, que teve reféns, imprensa, helicóptero, as- sim como vi um dos bandidos sair fingindo ser funcionário, na frente de uns 50 polici- ais..... Ouvi fogos no Ano Novo, granizo no verão, som alto no carnaval. Vi jovens namorando e adultos discutindo e brigando. Foi a primeira casa do meu filho, e nosso primeiro lar, como casal. Quando passo lá em frente, esse bólido de lembranças boas e ruins me toma. A gente continua morando nos lugares, mesmo depois de sair deles. HABITA Prof. Raimundo Justino De dois em dois anos os brasileiros são chamados a participar de um processo de decisão. Anos pares, to- dos e todas devem participar da decisão sobre os des- tinos de sua cidade. Anos ímpares, a decisão é mais ampla, pois serão escolhidos os Governadores, Deputa- dos Estaduais e, principalmente, os mandatários de car- gos federais, Deputados Federais, Senadores e Presi- dente da República. 2020, ano par, devemos decidir sobre os projetos políti- cos para a cidade, para aquilo que está mais próximo. Muita gente, entretanto, acredita que esse seja o mo- mento de cuidar apenas do buraco que está na frente de sua casa. É uma forma egoísta de se importar com o próprio umbigo e não, com a cidade. A vila, o bairro, a cidade são espaços de sociabilidade, onde os morado- res trocam suas experiências, dividem suas angústias e devem lutar para melhorar as condições de vida dos cidadãos e das cidadãs. Muito mais do que isso, as eleições municipais se constituem num momento decisório sobre o futuro da cidade. Quem será priorizado? O carro ou o transporte coletivo? O asfalto ou a arborização de ruas, parques e praças? Torrar o dinheiro dos impostos em obras des- necessárias ou priorizar saúde, educação, cultura, la- zer, etc.? Os recursos públicos devem ser destinados para contribuir na redução de tanta desigualdade ou continuarão sendo direcionados para os bairros ricos e urbanizados, onde vive a população mais abastada? Infelizmente, há muita distorção nesse processo de decisão dos eleitores e eleitoras. Muitos se deixam ilu- dir com as migalhas que lhes são oferecidas ou com o atendimento de interesses muito localizados e até mes- mo de interesse pessoal. É com essa mania de oferecer migalhas que muitos po- líticos se perpetuam fazendo carreira; seja como herdei- ro de um nome, seja de temas midiáticos e televisivos, encastelando-se no poder. A Igreja Católica, durante um tempo, explicitou um pro- pósito, hoje retomado pelo Papa Francisco, de Ação preferencial pelos pobres”. Dessa mesma maneira, a cidade exige que os recursos públicos sejam destina- dos prioritariamente para reduzir as desigualdades. Por isso, as propostas dos candidatos devem estar dire- cionadas para a realização do que está inscrito na Constituição de 1988, no seu artigo 6º: são direitos sociais a educação, a saúde, o traba- lho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a as- sistência aos desamparados. Essas são diretrizes que deveriam constar como dogmas nos programas de governo de qualquer candidato. Na eleição municipal ocorre um outro tipo de embuste. É comum, mas inaceitável, que candidatos a vereador façam promessas que não são de sua competência. Candidato a vereador que diz que irá pavimentar, cons- truir, implantar programas que exigem recursos orça- mentários, não passa de um charlatão. Portanto, cuidado! Sua escolha em novembro será res- ponsável pelo destino da cidade nos próximos quatro anos. EM DEFESA DO SUS Páginas 4 e 5 combatendo a obesidade! Página 6 CONVERSANDO 1 : Ditão, o gigante negro Página 7 CONVERSANDO 2: Na rede Social Página 5 CANTINHO PRÓ SAÚDE Página 8 AS RUAS DA VILA RÉ Página 8 NATUREZA VIVA EM VILA RÉ Página 9 DEU EM OUTRAS MÍDIAS: Laço da Verdade (facebook de Antonio Veronese) Página 9 Violência Doméstica e Familiar Página 10 ELEIÇÕES, INDECISÃO, REPRESENTAÇÃO Página 2

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Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 - Rua Pangauá, 669 - E-mail: [email protected] - CONTATOS: 981.453.242 Alair; /959.587.742 Rocky; 968.352.792 Felix; 959.301.176 Didi

Editorial: VOCÊ DEC IDE !

Morei durante quatro anos em um sobrado da Itinguçú, em frente ao prédio aonde hoje

funciona uma famosa loja de uma rede de móveis e eletrônicos.

Era um imóvel antigo, que por fora lembrava aqueles casebres de filme de terror, aces-

sado por uma escada antiga de madeira, e que era formado por dois cômodos e um ba-

nheiro.

A vista do fundo era para uma área de lavanderia coletiva, e para o telhado de algumas

casas, tão velhas quanto a nossa. Dava pra ver ainda um pedaço do Masiero, escola na

qual concluí meu ensino médio.

Já a vista da frente cobria toda a avenida. Carros, ônibus, caminhões, barulho, gente, o

tempo todo. O ruído nunca zerava, mesmo nas madrugadas frias e nos finais de sema-

na.

Dali daquela janela principal eu vi muita coisa.

Vi o atropelamento de um senhor, e ouvi o grito lancinante da filha tentando ajudá-lo.

Vi a festa da torcida corinthiana na manhã da conquista do Mundial de 2012.

Vi a derrota do Brasil por 7x 1, seguida por um silêncio.

Ouvi ladrões batendo o carro de propósito na porta de um comércio (gangue da marcha

ré na Vila Ré?).

Vi o assalto, na grande loja que citei acima, que teve reféns, imprensa, helicóptero, as-

sim como vi um dos bandidos sair fingindo ser funcionário, na frente de uns 50 polici-

ais.....

Ouvi fogos no Ano Novo, granizo no verão, som alto no carnaval.

Vi jovens namorando e adultos discutindo e brigando.

Foi a primeira casa do meu filho, e nosso primeiro lar, como casal.

Quando passo lá em frente, esse bólido de lembranças boas e ruins me toma.

A gente continua morando nos lugares, mesmo depois de sair deles.

HABITA Prof. Raimundo Justino

De dois em dois anos os brasileiros são chamados a

participar de um processo de decisão. Anos pares, to-

dos e todas devem participar da decisão sobre os des-

tinos de sua cidade. Anos ímpares, a decisão é mais

ampla, pois serão escolhidos os Governadores, Deputa-

dos Estaduais e, principalmente, os mandatários de car-

gos federais, Deputados Federais, Senadores e Presi-

dente da República.

2020, ano par, devemos decidir sobre os projetos políti-

cos para a cidade, para aquilo que está mais próximo.

Muita gente, entretanto, acredita que esse seja o mo-

mento de cuidar apenas do buraco que está na frente

de sua casa. É uma forma egoísta de se importar com o

próprio umbigo e não, com a cidade. A vila, o bairro, a

cidade são espaços de sociabilidade, onde os morado-

res trocam suas experiências, dividem suas angústias e

devem lutar para melhorar as condições de vida dos

cidadãos e das cidadãs.

Muito mais do que isso, as eleições municipais se

constituem num momento decisório sobre o futuro da

cidade. Quem será priorizado? O carro ou o transporte

coletivo? O asfalto ou a arborização de ruas, parques e

praças? Torrar o dinheiro dos impostos em obras des-

necessárias ou priorizar saúde, educação, cultura, la-

zer, etc.? Os recursos públicos devem ser destinados

para contribuir na redução de tanta desigualdade ou

continuarão sendo direcionados para os bairros ricos e

urbanizados, onde vive a população mais abastada?

Infelizmente, há muita distorção nesse processo de

decisão dos eleitores e eleitoras. Muitos se deixam ilu-

dir com as migalhas que lhes são oferecidas ou com o

atendimento de interesses muito localizados e até mes-

mo de interesse pessoal.

É com essa mania de oferecer migalhas que muitos po-

líticos se perpetuam fazendo carreira; seja como herdei-

ro de um nome, seja de temas midiáticos e televisivos,

encastelando-se no poder.

A Igreja Católica, durante um tempo, explicitou um pro-

pósito, hoje retomado pelo Papa Francisco, de “Ação

preferencial pelos pobres”. Dessa mesma maneira, a

cidade exige que os recursos públicos sejam destina-

dos prioritariamente para reduzir as desigualdades.

Por isso, as propostas dos candidatos devem estar dire-

cionadas para a realização do que está inscrito na

Constituição de 1988, no seu artigo 6º:

“são direitos sociais a educação, a saúde, o traba-

lho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência

social, a proteção à maternidade e à infância, a as-

sistência aos desamparados“ . Essas são diretrizes

que deveriam constar como dogmas nos programas de

governo de qualquer candidato.

Na eleição municipal ocorre um outro tipo de embuste.

É comum, mas inaceitável, que candidatos a vereador

façam promessas que não são de sua competência.

Candidato a vereador que diz que irá pavimentar, cons-

truir, implantar programas que exigem recursos orça-

mentários, não passa de um charlatão.

Portanto, cuidado! Sua escolha em novembro será res-

ponsável pelo destino da cidade nos próximos quatro

anos.

EM DEFESA DO SUS Páginas 4 e 5

c o mb ate n d o a o b e s i da d e ! Página 6

CONVERSANDO 1 : Ditão, o gigante negro Página 7

CONVERSANDO 2: Na rede Social Página 5

CANTINHO PRÓ SAÚDE Página 8

AS RUAS DA VILA RÉ Página 8

NATUREZA VIVA EM VILA RÉ

Página 9

DEU EM OUTRAS MÍDIAS: Laço da Verdade

(facebook de Antonio Veronese)

Página 9

Violência Doméstica e Familiar Página 10

ELEIÇÕES, INDECISÃO, REPRESENTAÇÃO Página 2

Você é um Eleitor Indeciso?

Veja se você se reconhece.

São Paulo, doze milhões e duzentos mil habi-

tantes. Maior cidade da América Latina, quin-

ta maior cidade do planeta, segundo a BBC.

Uma mistura de gente de toda parte. Cidade

imensa, pungente, de cultura e trabalho. Ci-

dade que até amamos, mas uma cidade bru-

ta, difícil de domar, difícil para trabalhar, estu-

dar, ir e vir. Transborda de gente e de água

quando chove. Testa a nossa paciência. Que

cidade queremos? Ela pode ser melhor? To-

dos achamos que sim. Mas qual a mágica

para isso? Não existe mágica. O que existe é

a participação e a maior delas no momento

do voto, de escolher quem vai definir as prio-

ridades para seus habitantes.

Há que se pensar que ela também pode ser

pior quando as prioridades para a maioria

não são levadas em conta, quando a distri-

buição de serviços e emprego não são pen-

sados adequadamente pelos governos. En-

tão começamos por aí. Onde se distribuem

os eleitores? Mesmo que o Prefeito deva go-

vernar para todos, o desenho da cidade é fei-

to pela maioria que precisa de seus equipa-

mentos e serviços. Nas periferias está a mai-

or concentração de eleitores, o que permite

dizer que eles definem as eleições. Estarão

eles decididos, indecisos?

Indecisão pode atingir até 40%

dos eleitores de São Paulo

Escolher alguém que nos representa não é

mesmo fácil. Todos somos tomados de dúvi-

das e indecisões. Chegamos no momento de

votar e nos damos conta que não conhece-

mos os candidatos com a segurança que

gostaríamos. Mas, uma única pergunta pode

nos orientar melhor: quem é mesmo que nos

representa?

Parece simples e é. Saber quem se é, origem

e necessidades, ter orgulho de suas raízes e

do lugar que você ou seus pais escolheram

para viver. Que partido é esse deste ou da-

quele candidato, o que ele fez pela cidade ou

pela minha região e, especialmente, como

entende a parcela da população da qual faço

parte? O que pensam e para o que e para

quem trabalham e se dedicam? Ele fala a mi-

nha língua a ponto de me entender? Ele está

preocupado com os mesmos temas que me

angustiam, que me orientam na vida? Eu es-

tou, realmente, incluído nos planos deste par-

tido ou deste candidato?

ELEIÇÕES, INDECISÃO, REPRESENTAÇÃO A 15 dias das eleições Institutos de Pesquisa nos contam que o índice de indecisão pode atingir cerca de 40% dos eleitores de São Paulo (Ibope).

Ana Clara Fabrino — Pesquisadora e jornalista

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 2

As campanhas nos bombardeiam com as

qualidades dos candidatos. Às vezes até de-

mais. Você coloca um ao lado do outro e vê

que as diferenças, que em princípio, parecem

tão poucas, vão aparecendo através de traços

importantes, como a experiência, a conduta, a

ética, o modo de perceber as necessidades

do povo, o jeito de se apresentar mais ou me-

nos parecido com a gente. Estas questões

respondidas desembocam na representação,

na percepção mais clara e sincera das neces-

sidades que devem ser resolvidas para que

se tenha uma cidade melhor.

Representação

e Cenário Difícil em São Paulo

O Mapa da Violência e a Rede Nossa São

Paulo nos conta que a violência contra as mu-

lheres cresceu 64% em três anos. Sendo elas

54% dos eleitores em São Paulo, com maior

concentração nos extremos periféricos da zo-

na sul, norte e leste, é de se perguntar se os

candidatos que se apresentam consideram

estes números alarmantes. Este é apenas al-

guns números que podem clarear o cenário

de mais de 9 milhões de eleitores.

Outros dados interessantes vieram após as

últimas eleições de 2016 para Prefeito na Ca-

pital. Ibope realizou uma pesquisa que José

Roberto Toledo do Estadão analisou com

Márcia Cavalari do próprio Ibope. Ela nos trás

alguma luz sobre como se distribui os eleito-

res em termos de comportamento até então, o

que pode ainda estar em curso.

A indecisão ao voto faz sentido quando se

pensa em representação e em cenário de es-

colaridade e renda tão precários. Tempo, o

que mais falta aos trabalhadores e estudantes

que gastam mais de quatro horas por dia para

ir e vir. Que são tomados pelo cansaço físico

e mental, que não deixa energia para convi-

vência comunitária, leituras, informação. Os

candidatos devem levar estes dados em con-

ta quando traçam seus planos de trabalho e

os eleitores devem ser levados a prestar aten-

ção nos Planos de Governo, antes e depois

das eleições.

Eleitores

Onde Você se Reconhece ?

Convictos Engajados: 36% - politizados, es-

tão mais no interior que na capital, mais parti-

dários, menos permeáveis às campanhas po-

líticas e menos indecisos. Definem o voto as-

sim que sabem quem são os candidatos.

Isentão Decisivos: 26% - mais volúveis, têm

interesse na política, define-se no último mo-

mento, assiste jornais de TV, dá atenção ao

horário eleitoral e debates. Muito aberto às mu-

danças. Mais metropolitanos, mais de um terço

deles pode alterar o voto se receber alguma

notícia negativa do candidato escolhido.

Só voto obrigado: 38% - maior grupo e é o

oposto do engajado. Não tem interesse na polí-

tica e não tem identidade partidária. Pode anu-

lar o voto ou votar em branco, está mais nas

cidades periféricas. Não gostam de ver os de-

bates e se o voto fosse facultativo 84% deles

declaram que não votariam.

Onde mesmo você está incluído? Bom voto.

Em 30/10/2020, o IBOPE divulgou os resultados

da pesquisa eleitoral em São Paulo

1.204 pessoas foram entrevistadas entre os dias

28 e 30 de outubro e com margem de erro a

evolução de cada candidato nos últimos 15 dias:

Covas foi de 22% para 26%;

Russomanno foi de 25% para 20%;

Boulos foi de 10% para 13%;

França foi de 7% para 11%;

Jilmar Tatto foi de 4% para 6%;

Arthur do Val foi de 2% para 3%;

Joice Hasselmann foi de 1% para 2%;

Andrea Matarazzo se manteve com 1%;

Levy Fidelix se manteve com 1%;

Orlando Silva se manteve com 1%;

Filipe Sabará (sem partido, desistiu da candida-

tura) se manteve com 1%;

Vera Lúcia foi de 1% para 0%;

Marina Helou foi de 1% para 0%;

Antônio Carlos se manteve com 0%

Veja mais em

https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2020/10/30/

covas-sobe-4-pontos-e-tem-26-russomanno-cai-

5-a-20-aponta-ibope.htm?cmpid=copiaecola

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 3

O Jornal da Vila Ré e região é de responsabilidade editorial dos diretores da Sociedade Amigos de Vila

Ré e região.

EDITOR: Alair Molina.

COLABORAÇÃO: Célia, Thozzi, Andreia, Marron,

Marilsa; Rogério; Eloisa; Didi;

Teodoro (em memória).

Endereço: Rua Pangauá, 669 Vila Ré

Contatos: 981.453.242 Alair; 9.59.301.176 Didi .

A IMPORTÂNCIA EM LER – “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO” DO PAULO FREIRE

Edvaldo B. Fernandes—Didi

NARCISO EM FÉRIAS Profª Célia Cordeiro

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de aprender violão!!

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Patriarca/Vila Ré

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Prof. Gustavo Monteleone

P A R A A N U N C I A R

vide página 05

981.453.242 981.195.517

No dia 27 de dezembro de 1968, 14 dias de-

pois de decretado o AI-5, famoso instrumento

"legal" criado pelos militares para prender, in-

terrogar, torturar e “suicidar” inúmeros confron-

tadores do regime de exceção, Caetano Velo-

so e Gilberto Gil foram presos em São Paulo

para "averiguações".

Eles tinham sido denunciados, durante o pro-

grama da TV Record “Guerra é Guerra!”, pelo

apresentador Randal Juliano (1925-2006) por

terem supostamente cantado o hino nacional

de forma subversiva num show realizado no

bar Sucata, acompanhados pelos Mutantes e

por Hélio Oiticica.

A ditadura também acusava Caetano de ser

“comunista” por ter lançado um disco com uma

música chamada CHE, que ele comprovou ser

um engano colossal. A canção tinha sido lan-

çada pelo cantor mexicano Pancho CATANEO,

mas militares não costumam rever posiciona-

mentos.

Foram levados de São Paulo para um quartel

no Rio de Janeiro, em Marechal Deodoro, tran-

cados em celas fétidas depois de terem os ca-

belos raspados. Ficaram dois meses presos,

só conseguiram ser soltos após inúmeros inter-

rogatórios, prometendo que iriam para o exílio.

Parte de mais essa história dos horrores da

ditadura militar foi contada num filme lançado

há pouco tempo no streaming Global, NARCI-

SO EM FÉRIAS. Nele vemos o depoimento

sentido, emocionante e choroso, de um

Caetano Veloso envelhecido- mas com voz po-

derosa cantando Hey Jude com violão impecá-

vel-, descrevendo a situação kafkiana, as acu-

sações, a violência velada, os companheiros, o

desespero de saber o que poderia acontecer!

Medo e saudades da família, dos amigos, da

esposa, de cantar e de “ver Irene dar sua risa-

da”.

Foi numa das celas da cadeia aquartelada

que Caetano viu as fotos que a missão Apollo

8, após entrar na órbita da Lua, tirou da Terra.

Coberta de nuvens.

Provavelmente os generais consideraram na-

da fácil explicar a morte acidental de dois ar-

tistas populares. Exilados estariam

“neutralizados”.

Após saírem da prisão, Caetano e Gil tiveram

licença dos generais para fazer um show em

Salvador e arrecadar assim, dinheiro para a

viagem. Deu tempo, ainda, para Gil gravar

"Aquele abraço", sua primeira canção do exí-

lio.

Em agosto de 1969, chegaram a Londres, so-

brevivendo de shows e compondo maravilhas

como "London, London", "Back in Bahia".

Enfim, produziram MPB de excelente qualida-

de, gravaram em inglês, foram reconhecidos

no mundo como representantes da cultura

brasileira, expulsos pelo totalitarismo dos mili-

tares.

Em 1971, antes de voltar definitivamente para

o Brasil, os militares permitiram à Caetano

visitar seus pais, que faziam 40 anos de casa-

dos. No aeroporto foi levado por membros do

DOPS exigindo que ele compusesse uma

canção sobre a Transamazônica e se apre-

sentasse no programa do Chacrinha. Gil e

Caetano só voltariam em definitivo para o

Brasil em 1972, mas a experiência do exílio

lhes rendeu boas composições e ,para nós,

versos como "Eu estou apaixonado/ por uma

menina Terra/signo do elemento terra/ do mar

se diz'terra à vista'/ Terra para o pé, firmeza/

Terra para as mãos, carícia/Outros astros lhe

são guia".

Caetano já me deixou nervosa por defender

um liberalismo canhestro no qual cabia o beija-

mão em figuras funestas como ACM. Mas a

idade lhe trouxe uma sabedoria necessária

para rever posicionamentos.

Nesses últimos dois anos em que presenciou

o Brasil se desmanchando com a ação da di-

reita bolsonarista e seus aliados liberais opor-

tunos, geraram um Caetano mais à esquer-

da.

A leitura dos marxistas João Manuel e Losurdo

deu outra dimensão da importância do socia-

lismo para o baiano de Santo Amaro da Purifi-

cação.

Numa entrevista ao “liberalóide global” Pedro

Bial, Caetano deixa o jornalista big brother

sem jeito após este comparar o nazismo ao

socialismo: ”Vou ser mil por cento sincero com

você. Quando ouço pessoas como você e ou-

tras dizendo: ‘o comunismo e o nazismo são

igualmente horríveis, são autoritarismo’. Essa

equalização das experiências socialistas com

o nazismo eu não engulo mais. Não gosto

mais. ‘A extrema esquerda é igual à extrema

direita’. Não acho mais. Não consigo”.

“Mea Culpa” feito, Caetano Veloso nos brinda

com um documentário sobre a fealdade huma-

na, a injustiça, a violência sofrida por um corpo

jovem que posteriormente descobriu ser um

defensor não de um mundo liberal mas sim de

uma sociedade libertária , liberdade que soa

como Hey Jude dos Beatles. Um documentário

sobre a beleza de sermos livres e defender-

mos a democracia para seguirmos libertos e

repensarmos formas de impedir injustiças .

Genial! Poderoso! Caetanesco...

https://youtu.be/PqQM4cMIe4g.

https://youtu.be/gMsSrxGwW8U.

A relevância está, justamente, na proposta de

construção de uma pedagogia que não seja

“bancária” – ou seja, o educando é depositário

das informações. É o receptor de um conjunto

de conceitos, ideias, valores acabados que

devem ser assimilados, incorporados como

verdades absolutas, sem o contraditório.

Não há espaço para questionamento. Não há

diálogo.

Na Pedagogia do Oprimido, a rigor, não se

ensina, aprende-se em “reciprocidades de

consciências. Não há professor, há um coor-

denador, que tem por função dar as informa-

ções solicitadas pelos respectivos participan-

tes e propiciar condições favoráveis à dinâmi-

ca do grupo, reduzindo ao mínimo sua inter-

venção direta no curso do diálogo.

Na alfabetização de adultos vamos tomar o

seguinte exemplo: Pegamos a Palavra TIJO-

LO que é uma palavra “geradora” – tem uma

carga grande de significados numa comunida-

de rodeada de olarias. Separamos em sílabas

TI-JO-LO essa palavra fatiada fica exposta e

passamos a AD-MIRAR – decodificá-la para

depois reconstituir o seu significado.

Os alunos-educandos, que são os sujeitos da

cultura, passam a desvendar o significado da-

quela palavra: TI-JO-LO é feito de barro, re-

sultado da mistura da terra com água, depois

enformados e colocados para secar. Todo

esse processo é fruto do trabalho do ho-

mem que nesse caso tem o nome de OLEI-

RO. E como é a, vida dele, o seu dia a dia –

de onde veio, idade, tem família, pai, mãe, es-

posa, filhos, quais os seus sonhos, esperan-

ças, como é seu relacionamento com a comu-

nidade, qual é o seu salário, dá para atender

todas as necessidades e etc. Rompe os limites

da composição das palavras reagrupadas.

A “codificação” e a “descodificação” permi-

tem ao alfabetizando integrar a significação

das respectivas palavras geradoras em seu

contexto existencial. Ele a redescobre num

mundo expressado em seu comportamento.

“Conscientiza a palavra como significação”.

Além de alfabetizar e conscientizar, o método

Paulo Freire é uma ferramenta necessária pa-

ra todos aqueles que queiram contribuir na

construção de um mundo solidário.

...continuaremos no próximo número.

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 4

50 anos s em H endr ix e a desp edida de Van H al en Thiago Ferrari @thiagoferrarifotografia

POR UM SUS DE QUALIDADE PARA TODOS E NÃO UM NEGÓCIO PARA POUCOS Por Alexandre Padilha

Com certeza todos já estiveram em uma Uni-

dade Básica de Saúde (UBS) seja para pas-

sar em consulta ou para tomar vacina. Sabe

aquela equipe de profissionais de saúde que

acompanham as famílias e visitam a casa das

pessoas? Elas fazem parte da equipe do pro-

grama Estratégia Saúde da Família que foca

no olhar integral e leva atendimento de saúde

para mais perto das pessoas. Esse programa

é constituído por uma equipe de médicos, en-

fermeiros e agentes comunitários de saúde.

Ainda de apoio a essa equipe, também com-

põe o atendimento nutricionistas, fisioterapeu-

tas, psicólogos, farmacêuticos, dentistas. O

Brasil conta com cerca de 44 mil UBS que são

a porta de entrada para o nosso Sistema Úni-

co de Saúde (SUS), esse atendimento está

inserido no que chamamos de Atenção Primá-

ria em Saúde, que tem os municípios como

gestor.

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econô-

mica Aplicada (Ipea) apontou que 60% da po-

pulação brasileira é atendida por uma equipe

do Estratégia Saúde da Família, mas infeliz-

mente isso vem caindo no governo Bolsonaro.

Segundo a pesquisa nacional de saúde

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-

ca (IBGE) realizada em 2019, 38.4% dos domi-

cílios revelaram ter recebido uma visita mensal

de agentes comunitários de saúde ou de al-

gum outro membro da Equipe de Saúde da

Família no ano passado. Em 2013, esse nú-

mero era de 47.2%

Estou explicando como funciona este que é o

principal atendimento no SUS porque foi as-

sustador o decreto que o governo Bolsonaro

anunciou esta semana, que foi revogado horas

depois pela repercussão negativa, que autori-

za estudos para participação de empresas pri-

vadas no SUS, sem o consentimento dos mu-

nicípios. Mais parece que o governo pensa

que o atendimento prestado nesses serviços

não é um direito ou forma de cuidar, mas sim

uma oportunidade de negócios para a privati-

zação da Atenção Primária, quer vender algo

que nem é de responsabilidade dele.

O decreto sugere a transferência para inicia-

tiva privada para ampliação e construção de

UBS, o que é estranho imaginar que o gover-

no está pensando na expansão dos postos

de saúde tendo em vista que autorizou a reti-

rada de recursos para a Atenção Primária,

desmontou o programa Mais Médicos que

atendiam exatamente nessas unidades, e

criou uma agência privada para atenção pri-

mária.

Junto com outros deputados federais, apre-

sentamos um Projeto de Decreto Legislativo

para suspender este decreto, o que se so-

mou as inúmeras manifestações contrarias a

medida e que fizeram o governo recuar na

proposta.

Nós, que defendemos um SUS gratuito e

universal, que queremos vacinas para todos

precisamos também de uma Atenção Primá-

ria em Saúde para todos para que a vacina

chegue as pessoas. E não que esses servi-

ços sejam tratados como negócios financei-

ros que atendem poucos.

*Alexandre Padilha é médico, professor universi-tário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dil-ma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.

Desde o mês passado, cinemas, teatros, bibli-

otecas e museus voltaram a funcionar na ci-

dade de São Paulo. A decisão foi anunciada

pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) no dia 9 de

outubro, em entrevista coletiva ao lado do go-

vernador João Doria (PSDB) e de integrantes

do Governo do Estado de São Paulo.

Segundo o governo, a capital teve queda nos

números da covid-19 e, com outras cinco regi-

ões do Estado, chegou à fase verde do Plano

São Paulo, que permite mais flexibilização no

funcionamento de estabelecimentos.

A Prefeitura assinou os protocolos de saúde

com as entidades que representam essas

áreas culturais em 24 de setembro, com o ob-

jetivo de garantir a reabertura das atividades

de uma forma segura. As regras para a rea-

Cinemas e atividades culturais reabrem em São Paulo Thiago Ferrari @thiagoferrarifotografia

bertura, entre outras, são: o uso de máscaras

é obrigatório em todos os ambientes; os espa-

ços culturais poderão reabrir por oito horas diá-

rias e operar com 60% da capacidade; os lo-

cais terão de disponibilizar totens com álcool

em gel e poderão medir a temperatura dos cli-

entes; eventos com mais de 600 pessoas

precisarão de uma autorização especial da

Prefeitura e eventos com mais de duas mil

pessoas continuam proibidos.A chegada da

cidade à fase verde era muita aguardada

pelo setor cultural, que sofre um grande pre-

juízo econômico desde o começo da pande-

mia. É um alívio para os profissionais do se-

tor e para todos os amantes da rotina cultu-

ral de São Paulo. Com a alegria e a anima-

ção de voltar a visitar os espaços de cultura,

ainda é preciso ter atenção aos cuidados de

saúde. Entre em contato ou acesse as redes

sociais dos locais que você deseja ir para se

informar sobre regras e horários de funcio-

namento.

Fonte: Época Negócios - Foto: Bruno Henrique/

Pixabay

Nos últimos meses o mundo se lembrou dos mai-

ores guitarristas de todos os tempos!

Em setembro, a morte de Jimi Hendrix completou

50 anos e no mês passado recebemos a triste notí-

cia do falecimento de Eddie Van Halen, devido à

complicações de um câncer de garganta que ele

tratava ha cinco anos.

Os dois não eram apenas guitarristas, mas sim

músicos com ampla visão artística e de com-

posição.

Ambos inovaram com técnicas pouco conhe-

cidas e outras realmente novas. Potencializa-

ram o uso da guitarra para além das fronteiras

do rock. Cada um transformou o instrumento

em épocas diferentes, Hendrix nos anos 1960

e Van Halen a partir de 1978.

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 5

Se há algo de positivo, no Brasil, no enfrenta-

mento da pandemia do COVID -19 é, sem dú-

vida, o nosso sistema da saúde pública, o

SUS.

Com todos os defeitos e deficiências, com to-

da a falta de recursos e material humano, sem

o SUS o número de mortos e sequelados pelo

coronavirus teria sido muito maior.

O SUS, mesmo com os inúmeros problemas

decorrentes da falta de recursos, garantiu o

que apregoa a Constituição de 1988: o direito

á saúde.

Não se pode deixar de registrar a vergonhosa

sanha da corrupção, encastelada nas empre-

sas e no poder público. Fizeram horrores com

desvio de recursos na implantação dos hospi-

tais de campanha e na compra de equipamen-

tos e remédios.

Licitações fraudulentas levaram secretários de

saúde e empresários para a prisão. Famoso

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DO SUS

ficou o líder do governo federal que, ao ser

visitado pela Polícia Federal, tentou escon-

der um grande volume de dinheiro entre as

nádegas. Apesar dessas e de muitas outras

ocorrências de ilicitudes, o SUS tem dado

conta do recado.

Vale dizer que a precarização dos serviços

públicos tem sido o principal instrumento

para “justificar” a necessidade de entregar

os recursos públicos às empresas privadas,

fazendo dos direitos, como o da saúde, um

bem escasso e só acessível por quem por

ele puder pagar.

Agora, o governo federal baixa o Decreto Nº

10.5630/2020 que tem por objetivo privati-

zar o SUS. Na contramão da Constituição o

decreto visa transformar, definitivamente, a

saúde em mercadoria. Quem pode pagar,

pode obtê-la.

Depois do congelamento dos recursos da

saúde, educação e assistência por 20 anos,

ainda no governo Temer, a ganância pretende

dar o golpe final.

As intenções são tão mal disfarçadas. Que

quem assina o decreto é o Presidente Jair

Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes da

Economia. O Ministro da Saúde, general Edu-

ardo Pazuello, depois de ter sido humilhado

com a “anulação” do protocolo firmado com o

governo de São Paulo, sequer foi ouvido ou

tenha assinado o decreto.

As reações contrárias foram tantas e tão fortes

que o Presidente Jair Bolsonaro já anunciou de

vai anular o decreto.

Entretanto, isso não elimina, nem esconde as

reais intenções de transformar, ainda mais, a

Saúde numa mercadoria.

A palavra de ordem é:

RESISTIR! VIVA O SUS !

Durante anos eu me senti presa em uma espé-

cie de limbo, como se meus dias, semanas e

meses fossem todos iguais. Como uma roda-

gigante, eu sentia minha vida girar e voltar

sempre pro mesmo lugar.

Primeiro, eu coloquei a culpa no ritmo de vida

que eu levava: trabalho tanto que não tenho

tempo pra mais nada. Depois, eu culpei a de-

pressão: tanto tempo em tratamento me fez

sentir estagnada.

Mas a verdadeira culpada eu só descobri re-

centemente: a ausência de mim mesma na mi-

nha própria vida. Eu percebi que o meu único

objetivo era pagar meus boletos, fazer dinhei-

ro. Eu deixava a vida me levar, aceitava pro-

postas e projetos pensando nas finanças e

sem pensar se aquilo ali fazia sentido pra mim,

se realmente era o que eu queria fazer.

Quantas vezes eu disse pra mim mesma: “é

estressante demais mas paga as minhas

contas” e, sem perceber, deixava aquilo

ocupar a minha vida inteira, sem espaços

pra mim, pros meus hobbies, sonhos e obje-

tivos.

É claro que dinheiro é importante, nós vive-

mos em um sistema capitalista. Também é

claro que não dá pra fazer só o que gosto o

tempo todo e, às vezes, eu fecho sim proje-

tos bem estressantes pra mim. Mas eu

aprendi que a minha vida só é minha se eu

estiver lá.

Por isso, eu tive que sair do piloto automáti-

co e aprender a planejar. Não, ainda não

consigo fazer planos de longo prazo, mas

consigo planejar os meus dias o mais próxi-

mo possível do ideal, reservando espaços

pro que é importante pra mim, porém de um

jeito REAL.

Como? Fazendo as pazes com a rotina e an-

dando de mãos dadas com ela!

Rotina não é aquela coisa chata com horários

definidos pra tudo. Rotina é definir e respeitar

suas prioridades, transformar seus dias no

que você precisa que eles sejam e, principal-

mente, ter consciência de onde você está gas-

tando o seu tempo.

Nem sempre ela é perfeita, imprevistos acon-

tecem, a vida acontece. Mas essa foi a melhor

solução que consegui pra não deixar os meus

dias serem ocupados só por coisas que não

fazem sentido pra mim, que não me trazem

prazer e não me colocam ali de verdade.

Rotina foi o melhor jeito de eu parar de fazer,

fazer, fazer, sentindo que não chego em ne-

nhum lugar, e começar a sentir que estou indo

pra lá… onde quero chegar.

O MOMENTO IDEAL NÃO EXISTE Natália Perestrelo

Gente querida, em 2017, lá pelos idos de fe-

vereiro, comecei a publicar crônicas. Sempre

gostei de escrever, de registrar acontecimen-

tos, histórias de vida. Minhas e dos encon-

tros.

Criei um espaço no facebook e deposito lá as

ideias. Muitas pessoas me incentivam, leem,

comentam.

Há alguns dias, fui ao barbeiro. Sim, eu sei,

os cabelos são poucos, mas a barba cresce

desaforadamente. Além disso, corto cabelo

com o Anacreon desde fevereiro de 1971! 50

anos praticamente! Além disso, é o jeito de

me inteirar dos acontecimentos na Vila!

Contei pra vocês, estava lá e, na cadeira do

barbeiro um sargento da Polícia Militar, apo-

sentado desde 1990. Tão falante quanto eu!

Ele contou a história do Ditão, Benedicto dos

Santos.

Era um jovem forte, tinha futuro no boxe, era

membro da Força Pública (nome antigo da

Polícia Militar). Contei pra vocês que o co-

nheci em 1954, eu tinha sete anos!

Ouvindo a história do sargento. Associei mi-

nhas lembranças e fui ao "pai dos burros "o

Google”, pesquisar. E está tudo lá...é verda-

de!

É verdade também que o campeão europeu,

Spalla, foi ator de cinema e cantor! Trabalhou

em filmes de Vittório de Sica! Morreu em

1971 com 74 anos!

Bem, por que voltei à crônica? Pelo interesse

que ela despertou! Cerca de 600 pessoas le-

em minhas crônicas quase diariamente. Fico

envaidecido!

Esta crônica foi lida e comentada por mais de

5.000 (cinco mil pessoas!)!

Por que tanto interesse? História do bairro?

Amantes do boxe?

Fiquei feliz...

Vou pesquisar outros personagens ilustres que

eu tenha conhecido e dividirei com vocês! Afi-

nal este tempo de isolamento social nos permi-

te ler e escrever!

Beijos e bênçãos, que o tempo está fresqui-

nho. Aqui em casa chove com hora marcada.

Ontem e hoje foi um aguaceiro com trovoadas

às 16 horas!

De novo, boa tarde cheia de alegrias!

CONVERSANDO 2: Na rede Social Prof. Thozzi

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 6

Comer vegetais vermelhos combate a obesidade ! Andréia Carrara —Nutricionista

Você já reparou como os alimentos são colori-

dos? Tons claros e escuros do amarelo, verde,

vermelho, laranja, etc. colorem frutas, legumes

e verduras o ano inteiro.

Essas cores também possuem propriedades

nutricionais. São compostos bioativos que pre-

vinem e auxiliam no tratamento de doenças.

Um desses compostos são os flavonóides.

As antocianinas são fitoquímicos que perten-

cem à classe dos flavonóides, e dão as cores

que variam entre o vermelho-laranja e o azul-

violeta aos vegetais.

Essas cores atraem polinizadores para as

plantas que dispersarão sementes, ajudando no

ciclo reprodutivo.

A estrutura molecular da antocianina absorve

luz solar, atuando como um filtro e protegendo

as células das plantas.

Mas essa substância oferece tam-

bém muitos benefícios à saúde hu-

mana.

Vários estudos comprovam as

ações antioxidantes, antiproliferativas

e de sinalização celular realizadas

pelas antocianinas. Isso significa que

esses fitoquímicos auxiliam na pre-

venção e tratamento de doenças como diabe-

tes, doenças cardiovasculares, câncer e doen-

ças visuais. Por isso é importante consumir ali-

mentos vegetais — frutas, legumes e verduras

— de todas as cores, inclusive os vermelhos.

Em relação à obesidade, anteriormente esta

doença era considerada apenas uma questão

de armazenamento excessivo de energia de-

sencadeada pelo desequilíbrio energético; no

entanto, muitos estudos indicaram que a infla-

mação crônica de baixo grau no tecido gorduro-

so pode ser um problema importante. Em parti-

cular, essa inflamação pode permitir a origem

de doenças crônicas associadas à obesidade.

As antocianinas têm grande atividade biológica,

por isso muitos cientistas estão interessados

nos benefícios das antocianinas para a saúde,

bem como sua aplicação na prevenção e trata-

mento de doenças crônicas, incluindo a obesi-

dade.

Em 2017 foi publicado, na Revista Nutrientes,

um estudo de revisão que discute a interação

entre inflamação e obesidade e seu tratamento

por meio do uso de antocianinas na dieta, su-

gerindo uma estratégia alimentar alternativa

para reduzir o excesso de peso e as doenças

crônicas associadas.

Dentre os alimentos ricos em antocianina es-

tão:

- Os legumes: rabanete, tomate, repolho roxo,

alface roxa, beterraba, pimenta vermelha, pi-

mentão vermelho, batata-doce roxa, cenoura,

cebola roxa.

- As frutas: morango, melancia, cereja, amora,

framboesa, romã, uva, maçã, mirtilo, jabutica-

ba, açaí.

Mas, é importante ressaltar que a saúde não

se baseia apenas no consumo des-

ses alimentos. Devemos ter uma

alimentação bem variada e outras

boas condutas de saúde, como ati-

vidade física regular, boas horas de

sono, etc.

Andréia Carrara - Nutricionista

www.andreianutricionista.com.br

COMUNICADO À COMUNIDADE ESCOLAR www.eecarvalhosenne.com.br

Estimados Pais ou Responsáveis.

Queridos Alunos. Esperamos encontrá-los bem, com saúde e

em paz!

Restam poucos dias para que parte desse

grande desafio enfrentado durante o ano nos

mostre resultados em cenário de grande

aprendizado.

Referimo-nos às questões relacionadas direta-

mente com a nossa escola, em especial, à

participação dos alunos e à entrega de ativida-

des aos professores durante a suspensão das

aulas presenciais.

Como temos avisado e orientado desde 25 de

março último, vários são os critérios a serem

utilizados para os procedimentos de PROMO-

ÇÃO e de RETENÇÃO do aluno, principal-

mente, considerando os níveis de participação

e de entrega das atividades solicitadas pelos

professores.

Entretanto, o interesse demonstrado pelo alu-

no tem grande significado. Temos clareza das

dificuldades que todos possam estar enfren-

tando, mas, com certa estranheza encaramos

situações em que durante sete meses não

houve qualquer contato do aluno com a escola

quer por telefone quer por e-mail, até mesmo,

pessoalmente, pois durante todo esse período

a escola esteve aberta para acolher e prestar

esclarecimentos a todos que precisassem.

Mas, esse é um tempo que já passou. E, ainda

temos mais oportunidades a oferecer.

Convidamos a todos que apresentam partici-

pações parciais ou integrais até o momento

que intensifiquem suas atuações continuando

a entregar e a atender aos pedidos feitos pe-

los professores.

E, em especial, a você querido aluno que até

agora não tem participado, temos um convite

especialíssimo. Venha até a escola e receba

todas as orientações necessárias para que,

ainda em tempo, consiga demonstrar seu in-

teresse em ser promovido para o próximo

ano. Depende de você.

Prioritariamente para essas questões, conti-

nuaremos atendendo de 2ª. à 6ª. feira, das

09h00 às 16h00. Telefone antes (2957-0101

ou 2957-6657) ou envie um e-mail

([email protected]) solicitando

um agendamento. Será muito bem-vindo.

Acreditamos em você. Ainda há tempo para

mudar qualquer situação.

Desejando a todos alegria e saúde, propomos

intensa aprendizagem nesse tempo de sofri-

mento e dor coletiva a partir da lembrança de

Shakespeare, em Romeu e Julieta, Ato II, Ce-

na II na fala de Romeu – Só ri das cicatrizes

quem ferida nunca sofreu no corpo. Que a

generosidade e a tolerância sempre predomi-

nem.

Cordiais saudações.

Prof. André Manoel – Coordenador Peda-gógico Profa. Talita Dantas Ferreira – Vice-Diretora Prof. Paulo César Miguel Martins – Diretor

PANDEMIA:

ATÉ QUANDO?

O Brasil atinge a assombrosa marca de 160.000 mortos em decorrência do Coronavi-rus. Depois de um enfrentamento errático à pandemia, os números parecem indicar um vagaroso decréscimo nas contaminações e mortes.

Contudo, esses números são excessivamente altos. Com o registro de cerca de 500 mortes diariamente não é possível “baixar a guarda” e agir irresponsavelmente sem obedecer aos cuidados propostos pelo protocolo.

Ademais, o Brasil bate recordes de taxas de mortalidade.

Com a retomada de todas as atividades e re-laxamento dos cuidados para evitar a conta-minação, alguns estados já apontam o recru-descimento dos números de contaminados.

Enquanto isso, preocupa o que está aconte-cendo na Europa. A segunda onda promete ser mais arrasadora que a primeira.

O aumento da contaminação obrigou vários países a adotar medidas severas de controle, como declaração de estado de emergência ou estabelecer o lockdown.

Ainda teremos, Finados, Eleições, Natal e Re-veillon para facilitar as aglomerações.

Haverá responsabilidade suficiente para im-pedir ou, ao menos, retardar uma segunda onda entre nós?

PAIS MORTALIDADE

(por 100.000 Habitantes)

BRASIL 76,3

EUA 70,5

REINO UNIDO 70,2

ITALIA 63,9

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 7

CONVERSANDO 1: Ditão, o gigante negro Prof. Thozzi

Novembro mês sobre a consciência negra

Prof. Rogério Mendes

Quando eu era bem menino e viemos do

interior morar em São Paulo, na Penha,

me impressionava encontrar um negro

muito alto, forte, usando um uniforme da

guarda civil. Eu não sabia quem era.

Porém, há poucos dias fui ao barbeiro e

havia uma conversa sobre boxe. Aí des-

cobri quem era o gigante negro. Ditão,

boxeador nos anos 20, cem anos atrás!

Contaram-me que, em 1927 ou 1928,

veio ao Brasil o campeão europeu dos

peso pesados. Erminio Spalla, já vetera-

no.

Um empresário brasileiro, vendo ali uma

chance de ganhar dinheiro, armou uma

luta entre Spalla, campeão com dezenas

de vitórias e Ditão, potente lutador paulis-

ta, vencedor de TRÊS lutas todas no pri-

meiro assalto!

A luta, que era para ser de exibição, em

15 assaltos teve um começo inusitado!

Ditão partiu para cima do italiano e derrubou-o

no primeiro round!

O italiano enfurecido esqueceu-se da "exibição"

e aplicou violenta surra em Ditão. Ele sofreu

tanto com sequelas que arrastava sempre uma

das pernas.

Consta que arrumaram-lhe um emprego na

Guarda Civil de São Paulo.

E, no final dos anos cinquenta o co-

nheci. Sempre de farda azul marinho,

com estatura e físico enormes. Tal-

vez beirasse os 60 anos.

Eu via que todos o tratavam reveren-

temente. Muitos domingos eu o vi na

missa, sempre em atitude devota!

Quanto ao italiano, campeão euro-

peu, consta que depois de aposenta-

do fez diversos filmes e foi cantor de

ópera!

Não sei se isso é tudo verdade ou se é conversa

de barbearia!

Mas eu conheci o Ditão, que poderia ter sido cam-

peão de boxe!

Boa noite, gente amiga querida!

Isso é primavera de verdade!

Benedicto dos Santos, o Ditão.

Considerado o primeiro boxeador

A luta pela abolição da escravatura no Brasil se consolidou no dia 13 de maio de 1888, deixando de lado séculos de explo-ração contra uma população obrigada a deixar sua terra natal, separando familia-res, perdendo sua humanidade, sendo vendidos como produtos de consumo bá-sico para os grandes senhores latifundiá-rios da recém colônia, que mesmo depois de sua liberdade ainda sofreram por mui-tos anos pela falta de políticas de promo-ção da justiça para seu martírio.

A escravização de uma grande parcela da população africana foi uma atividade lu-crativa para a burguesia europeia e a as-cendente elite colonial, aumentando os conflitos no continente africano, causando guerras para alimentar a ganancia das metrópoles, traficando as mais diversas camadas sociais que foram aprisionadas pelo mero desejo de conter braços para cortar as terras com os canaviais, depois a mineração, ganhando mais força com os cafezais.

O fim desta pratica nefasta e criminosa se deu quando surgem as industrias na Inglaterra, tratando esta modalidade como prejudicial a suas atividades econômicas, com a intenção de usar estes cativos co-mo consumidores de seus produtos, pres-sionando assim seus aliados e dependen-tes para acabar com a escravidão em seus domínios, se colocando como se-nhores do Atlântico, manipulando os inte-resses destas recém nações independen-tes na América Latina.

O governo brasileiro que era dependente da economia britânica foi obrigado a dar uma resposta a tal solicitação da Coroa Inglesa, mas por um outro lado também deveria zelar pelos interesses da elite lo-cal, assim as politicas adotadas foi na substituição dos escravos por imigrantes europeus, além de medidas internas de se buscar diminuir a população de escravos, enviando escravos para a “Guerra do Pa-raguai”, criando diversas leis para comba-ter primeiramente o tráfico, depois propor-cionando liberdades quase inalcançável aos que deveriam atender por seus ansei-

os, retardando o processo que iria se arrastar de 1850 com a Lei Eusebio de Queiroz até 1888 com a Lei Aurea.

O problema apresentado depois da abolição foi para controlar uma massa que foi liberta sem ser atendidos por nenhuma política públi-ca, afastados dos serviços básicos como a educação, a propriedade de terras, sofrendo com o desemprego e a ataques a suas memó-rias, como a ordem de Rui Barbosa da destrui-ção dos arquivos de registros de posse dos escravos, primeiramente evitando possíveis prejuízos aos cofres públicos ao desejos de indenizações pelos senhores, mas acabando com muitos relatos de quanto prejudicial foi para a população cativa estes séculos de es-cravização.

O dia 20 de novembro é uma data simbólica para lembrarmos nossas origens mestiças, denunciando os mais diversos crimes contra esta população explorada e marginalizada por séculos, que mesmo após sua libertação ain-da sofre com os grilhões de seus antepassa-dos, empurrados as periferias e tendo sua História negada, diminuindo seu sofrimento e ignorando os gritos amordaçados de seus an-tepassados, mas se faz urgente esta revisão e as políticas de afirmação e justiça para estes que foram abandonados pelo Estado e parte dos que poderiam lutar pela equidade de to-dos.

EM OUTRAS MÍDIAS: RETRATO DA MULHER QUE NÃO TRABALHA

Desenho feito por um menino india-

no, pois ouviu que o pai sempre

apresentava a esposa, dizendo:

“Ela fica em casa”.

“Ela não trabalha”

E o menino viu que a mãe sempre

estava ocupada, o dia todo, e ia

dormir muito cansada.

Este desenho foi selecionado para

a capa do documento

“ORÇAMENTO DE GÊNERO 2020—

2021, pois representa o Trabalho

não remunerado; o Trabalho não

reconhecido de milhares de Mu-

lheres no mundo todo

O Jornal da Vila Ré e região, desde janeiro de 2019, tem sido o substituto da forma impressa, mantida anterior-mente por 13 anos. Sua circulação, antes bimestral, passou a ser mensal e dirigida para leitores da zona leste.

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Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 8

AS RUAS DA VILA RÉ

CANTINHO PRÓ SAÚDE

(vide mapa)

Estima-se uma população em torno de 29000

pessoas.

BALANÇO SOBRE A COVID-9 NA NOSSA

ÁREA DE ABRANGÊNCIA ATÉ 22/10/2020

1203 pessoas foram notificadas no nosso ter-

ritório como suspeitos ou tendo contraído a

doença.

348 casos foram confirmados como POSITI-

VOS – ou seja, pegaram o vírus.

1009 tiveram alta ou fizeram o teste e não

ficou confirmado que contraíram a doença.

28 nesse momento estão aguardando o re-

sultado dos exames.

19 é o número de pessoas monitoradas por

telefone ou com visitas na

residência.

11 é o número de pessoas

que vieram a óbito em

função da doença.

INFORMAÇÕES:

1 – No último dia

24/10/2020 – sábado

passado a nossa UBS

participou do mutirão de

coleta Papanicolau. A

nossa unidade realizou

O objetivo desse cantinho é falar da nossa

UBS – Vila Granada e Vila ré. Vamos falar

também da saúde na Penha que é administra-

da através da SUPERVISÃO TÉCNICA DE

SAÚDE –STF –PENHA.

Sabemos que é o SUS que coordena, cuida

da saúde no município, estado e união. Então

vamos ter que falar das políticas públicas no

nosso país.

Vamos falar de política? Sim. Vamos discutir

o tempo todo sobre quais são as políticas do

ministério da Saúde para o Brasil e como isso

nos afeta direta ou indiretamente. Qual a me-

lhor política de saúde publica para a popula-

ção. Isso implica tratar do meio ambiente, mo-

radia, trabalho, transporte coletivo, escola, la-

zer, enfim, todos os temas que digam respeito

à qualidade de vida e, consequentemente,

afetam a nossa saúde.

Será um cantinho democrático onde todos po-

derão falar e expor suas ideias. Porém, o nos-

so compromisso será pautado em fatos, na

realidade. Não aceitaremos opiniões precon-

ceituosas, fake news – mentiras.

Vamos lá. A nossa UBS Vila Granada tem

área de abrangência que vai da Wadih Hatti

até a rua Nilza, tendo o rio Franquinho e a li-

nha de trem – rua Renato os outros limites.

Como foi informado, na edição de outubro,

muita gente quer saber o significado dos no-

mes das ruas. Com frequência, os nomes po-

dem identificar particularidades do logradouro

(praça da matriz, por exemplo) ou representa

uma homenagem a alguém querido na locali-

dade (Pça. Teodoro Alves, ao lado da igreja

Santo Antonio).

Porém, os políticos, em geral, gostam muito de

homenagear seus apaniguados, completamen-

te desconhecidos na região (Av. Canio Lettieri.

Ganha um doce para quem disser quem foi).

Nome de rua é dado para melhor localização

dos domicílios e das pessoas. Mas muita con-

fusão é feita, também. Por exemplo, a Av. Ti-

quatira, que não existe oficialmente, foi consa-

grada pela população.

Originalmente, o nome da via é Av. Governa-

dor Carvalho Pinto e se desenvolve ao longo

do Córrego Tiquatira, no trecho da Av. São Mi-

guel até a Ponte Domingos Franciulli Neto.

Foi seguindo a lógica popular de atribuir o no-

me pelo acidente geográfico, por exemplo Cór-

rego Tiquatira—Av.Tiquatira que a avenida fi-

cou assim conhecida

Um esclarecimento é necessário: o Córrego

Tiquatira é formado pelo Córrego Franquinho

e pelo Córrego Ponte Rasa, a partir da Av.

São Miguel.

Com o prolongamento da avenida em dire-

ção ao Jd. Nordeste, outros nomes foram

sendo atribuídos. Da Av. São Miguel até a

Av. Amador Bueno da Veiga o homenageado

é Dom Helder Câmara.

Na inauguração do trecho da Av. Amador

Bueno até a Águia de Haia foi atribuído a ele

o nome de Av. Córrego Franquinho, confor-

me estampado na placa da inauguração

(abaixo).

Interesses políticos, entretanto, rebatizaram

a Av. Córrego Franquinho com o nome de

Calim Eid.

Quem é esse cidadão homenageado?

Uma breve consulta à internet fica-se saben-

do que foi “braço direito” e amigo de Paulo

Maluf, foi seu tesoureiro e coordenador de

campanhas eleitorais e ocupou cargos nas

administrações como: Secretário Municipal

de Abastecimento e Chefe da Casa Civil do

estado de São Paulo.

Seu nome ficou marcado por escândalos como

no caso da compra de voto na disputa presi-

dencial indireta de 1984, em favor do candida-

to Maluf e no caso da corretora Pau Brasil,

aonde foi considerado, pela Polícia Federal, o

mentor intelectual do esquema, com a denún-

cia de formação de quadrilha, falsidade ideoló-

gica e sonegação fiscal.

Podemos nos sentir honrados com tal home-

nagem?

A lei permite pedir uma alteração no nome,

quando a denominação é, entre outras coisas,

suscetível de expor ao ridículo moradores ou

domiciliados no entorno.

47 coletas, sendo a segunda da Prefeitura

regional Penha que totalizou 539.

2 – A SOCIEDADE AMIGOS DA VILA RÉ E

REGIÃO – SAVRÉ em conjunto com o gru-

po PRÓ SAÚDE já confeccionou e distribu-

iu quase 7000 máscaras em parceria com a

UBS – IGREJA SANTO EXPEDITO, IGREJA

SANTO ANTONIO, CIRCO ESCOLA, NCI

“Entre que a casa é sua” e presencialmente

nas feiras, filas de bancos e etc.

E estamos, também, com a campanha de

SOLIDARIEDADE doando mensalmente

cestas básicas para 15 famílias em situa-

ção de vulnerabilidade.

Comissão Pró Saúde.

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 9

registro de um olhar: Imagens da Vila Ré Marron Messias

DEU EM OUTRAS MÍDIAS: Laço da Verdade (facebook de Antonio Veronese)

'Um dia descobri que cantava.

O meu filho mais velho João Carlos estava

morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não

queria perder mais um.

Eu não tinha dinheiro pra cuidar do meu

filho e ouvi no rádio que o programa do

Ary Barroso de calouros Nota 5, estava

com o prêmio acumulado. Não sei como,

mas eu sabia que ia buscar esse prêmio!

Fiz a inscrição e me avisaram que eu pre-

cisava ir bonita. Mas eu não tinha roupa

nem sapatos, não tinha nada! Então, eu

peguei uma roupa da minha mãe, que pe-

sava 60kg e vesti, só que eu pesava

32kg, já viu né? Ajustei com alfinetes. Tu-

do bem que agora é moda ne? Hoje até a

Madonna usa, mas essa moda aí fui eu

que comecei viu? Alfinetes na roupa é muito

meu, é coisa de Elza!

No pé coloquei uma sandália que a gente

chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!

Quando me chamaram, levantei e entrei no

palco do auditório. O auditório tava lotado, todo

mundo começou a rir alto debochando de mim

Seu Ary me chamou e perguntou:

_ O que você veio fazer aqui?

_ Eu vim Cantar!

_ Me diz uma coisa, de que planeta você veio?

_ Do mesmo planeta seu Seu Ary.

_ E qual é o meu planeta?

_ PLANETA FOME!

Ali, todo mundo que estava rindo viu que a

coisa era séria e sentaram bem quietinhos.

Cantei a música Lama.

O Gongo não soou e eu ganhei, levei o

prêmio e meu filho está vivo até hoje, gra-

ças a Deus!

De lá pra cá, sempre levo comigo um Alfi-

nete.

Naquela época eu achava que se tivesse

alimentos pros meus filhos, não teria mais

fome. O tempo passou e eu continuei com

fome, fome de cultura, de dignidade, de

educação, de igualdade e muito mais, per-

cebo que a fome só muda de cara, mas

não tem fim.

Há sempre um vazio que a gente não conse-

gue preencher e talvez seja essa mesma a

razão da nossa existência.'

Elza Soares

NATUREZA VIVA EM VILA RÉ

Violência Doméstica e Familiar — Eloisa Lima Pereira

Instagran @elolima_17; Facebook Eloisa Lima Pereira; Coach/Administradora; Membro colaboradora do Grupo Mulheres do Brasil - Núcleo Violência Contra Mulher e Comissão da Mulher Advogada - OAB SP

Jornal da Vila Ré e região Ano II- Nº 22 NOVEMBRO de 2020 Pág. 10

Com a evolução e invasão da tecnologia em

nossas vidas, não podemos desconsiderar

que esta traz consigo muitas coisas boas,

mas também muitas ruins. Ainda não temos

controle de diversas ações como por exem-

plo: nas redes sociais.

O assédio nas redes sociais é um dos pontos

negativos e de extremo perigo para mulheres

e crianças que são “pegas” de forma engano-

sa e perigosa neste mundo virtual. É muito

difícil identificar esse crime, porque há víti-

mas que não identificam que estão sendo

abusadas e quando conseguem, já estão em

sofrimento e sendo abusadas.

O que pode ser considerado assédio virtual?

A lista é grande, segue uma série de compor-

tamentos, como: abuso verbal, uso de lingua-

gem de forma dura e constrangedora, assé-

dio sexual, ameaça de violência sexual e físi-

ca, constrangimento da vítima, bullying, assé-

dio racista, machista, moral, pedofilia, extor-

são monetária, etc.

A Plan International fez uma pesquisa com

500 meninas no Brasil sobre assédio virtual,

segue:

• 77% das meninas no Brasil entre 15 à 25

anos de idade declara que; já sofreu al-

gum tipo de assédio on line.

• 58 % sofrem constantemente algum tipo

de assédio on-line. O mais comum é a

linguagem que ataca.

• 48% sofreram assédio sexual.

Há consequências graves: psicologicamente,

depressão, baixa autoestima e 40% perde-

ram a confiança em si.

Para identificar esses assediadores é difícil,

porque os perfis são Fake.

Temos que ficar atentos e cuidar das crianças

nas redes sociais.

Quero agregar nesta matéria local de atendi-

mento direcionado a Mulheres. O Centro So-

cial possui serviços/projetos gratuitos para

Mulheres na Zona Leste /SP.

A Zona Leste - SP (Arthur Alvim), ganhou um

espaço que está destinado a projetos volta-

dos para as mulheres. O Centro Social, nas-

ceu pela parceria de Mulheres que acreditam

no trabalho social e voluntariado; para ajudar

outras mulheres (Sororidade). Os projetos

direcionados ao terceiro setor são: (cultura,

educação, esporte, saúde e habitação). Tam-

bém conta com profissionais especializados:

Assistente Social, Psicólogos e Advogadas

(atendimento gratuito com horário agenda-

Como é do conhecimento de todos, esta-mos vivendo dias difíceis diante da atual Política, dos governos do Brasil, de São Paulo e, também, devido à Pandemia, que está demorando muito para acabar.

A UBS de Vila Granada/Vila Ré, passou por uma reforma, no ano de 2019, e precisou contar com a luta dos moradores do bairro para poder retornar à comunidade, tendo sido reinaugurada em 23/12/2019.

Quando estava retornando os atendimen-tos com a comunidade, tentando se rees-truturar, veio a Pandemia. No mesmo mês, houve a troca da gerência e os atendimen-tos foram suspensos quando só eram aten-didos os casos suspeitos e/ou confirmados de COVID-19. Por um longo período, a co-munidade ficou sem suas consultas, exa-mes. Mais um tempo de sofrimento para os que dependem da Saúde Pública.

Aos poucos, foram retornando os atendi-mentos na UBS de Vila Granada/Vila Ré, mas com a alta demanda, devido ao fecha-mento pela Pandemia, ainda há muitas difi-culdades.

Nos bairros de Vila Ré e Vila Granada, os usuários podem contar com movimentos populares de saúde, com o Conselho Ges-tor, eleito em 2019 e a Comissão Pró Saú-de. Esta, formada com moradores de diver-sos segmentos dos bairros, tem procurado contribuir com a melhoria nas dificuldades

do), contato WhatsApp (11-99134-5671).

Elas, também tem parcerias com dois projetos

magníficos que são: Amor em Mechas

(www.amoremmechas.com.br) e Mamas do

Amor (www.mamasdoamor.com.br). Este pro-

jeto é chamado de Alma Linda.

No local elas recebem doação de cabelos, ins-

crições para retirada de perucas e de prótese

mamária.

Se você pensou que Elas pararam por aí, não,

no Cetro Social, as mulheres podem contar

também com a SC Assessoria, que irá realizar

atendimento para as organizações sociais e

desenvolvimento de projetos.

O projeto Alma Linda, focado na área social,

preza o respeito e o amor ao próximo e atende

pessoas vítimas de abuso sexual, síndrome do

pânico, depressão, deficiências físicas, recu-

peração da saúde mental e integração social,

emocional e profissional.

Há também tratamento com terapias me-

dicinais, alternativas e comportamental.

O compromisso do Centro Social é com o bem

-estar físico e emocional das mulheres, tratan-

do e reintegrando as mesmas na sociedade.

Local: Centro Social

Rua: Waldemar Tietz, 1682

Cep: 03589-001 Arthur Alvim - Cidade Líder.

Horário de atendimento:

Segunda à Sexta, das 09 às 18h.

DENUNCIE: LIGUE 180

O ATENDIMENTO DA UBS DE VILA GRANADA/VILA RÉ E A PESQUISA DE SATISFAÇÃO

Marilsa Gonçalves

atuais existentes na UBS e na comunidade, na defesa do SUS, participando de reuni-ões, (no momento online), ouvindo as quei-xas trazidas pelos usuários, encaminhando para a gerência, com sugestões.

No momento, a UBS, para tentar amenizar as dificuldades com o reagendamento de consultas, tem procurado novas estratégias para diminuir as demoras dos atendimen-tos. Assim, o Setor de Acolhimento, vem procurando ouvir as queixas dos usuários para encaminhar suas dificuldades.

Estão também sendo realizadas campanhas para prevenção de doenças (Papanicolau, Mamografia); Vacinas e ações em diversos locais do bairro (para orientações e encami-nhamentos sobre COVID-19, aferição de pressão arterial, diabetes, etc.

A Comissão Pró Saúde, vem desde a Pan-demia, ajudando realização de diversas ações nestes bairros com distribuição de máscaras, para os usuários da UBS e da comunidade; também com a distribuição de cestas básicas para usuários em situação de vulnerabilidade dos Programas PAI e, também, usuários da comunidade.

E, com sucesso, tem procurado atender às queixas e necessidades do bairro, na medi-da do possível, sempre em parceria com a Sociedade Amigos de Vila Ré, que muito nos ajuda e apoia nestas ações de solidari-edade.

E, mediante toda a situação vivenciada na saúde pública dos bairros de Vila Ré e Vila Granada, percebemos a importância de avali-ar a satisfação das pessoas destes bairros. Para isso, foi elaborada uma Pesquisa e um grupo da Comissão Pró Saúde Pública está entrevistando moradores.

Para poder avaliar toda a dinâmica da UBS de Saúde Pública, o que se pode melhorar (sugestões) e que outros modelos de Saúde Pública poderiam ser implantados para um melhor atendimento dos usuários desta co-munidade.

Então, em outubro e começo de novembro, será realizada esta Pesquisa nos bairros de Vila Ré e Vila Granada; nas feiras livres; nos Sacolões, nas Igrejas, na UBS, na Comunida-de; e assim que tivermos o fechamento, en-caminharemos à apreciação da Comissão Pró Saúde e à comunidade.

É importante ressaltar, os tempos estão difí-ceis, mas com união, inovações, parcerias, e compromisso de uns pelos outros, podere-mos vencer tantas tribulações e construir um modo de vida melhor para cada um de nós e dos nossos bairros.

Participe da Pesquisa, faça a sua parte, aju-de-nos à melhorar a Saúde Pública dos nos-sos bairros e juntos vamos sempre defender o SUS e a comunidade!

#juntossoosmaisfortessempre!

Comissão Pró Saúde Outubro/20