habeas corpus

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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS JUÍZO DE DIREITO DA 25ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL Processo n. 0001245-89.2015.8.02.0001 DESPACHO Vistos, etc. José Carlos dos Santos apresentou pedido de concessão de liberdade provisória com fulcro no art. 5º LXVI da CF/88, bem como art. 310, III do CPP. Alegou, em sua petição, a inexistência dos fundamentos para o decreto de prisão preventiva, consoante os termos dos artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal Brasileiro. Infere-se dos autos do Inquérito Policial que o ora representado está sendo investigado pelo crime de Roubo simples (Art. 157 do CP), fato ocorrido no dia 19 de fevereiro deste ano, nesta cidade. Os autos do inquérito afirmam que no dia do fato o meliante, após a subtração, tentou empreender fuga, sendo detido pela policia. Malgrado tenha comprovado por meio de documentação acostada, sua primariedade, bem como que possui residência fixa, isso por si só não é suficiente para eximi-lo da segregação cautelar. Ademais, este juízo não está obrigado a seguir o parecer do Ministério Público que concordou com a Concessão da Liberdade Provisória. Observa-se que a Lei Processual Penal prevê que a decretação da prisão preventiva poderá acontecer em qualquer fase, pré-processual ou processual, e para sua decretação deve filtrar-se nas razões do art. 312 do CPP. Nesse ínterim, é visível de plano a possibilidade do acusado se furtar a aplicação da lei penal, bem como nada impede que solto volte a praticar novos crimes. Depreende-se, assim, a possibilidade de novos delitos serem praticados e do indiciado evadir-se do distrito da culpa, tomando destino ignorado.

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Page 1: Habeas Corpus

PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS

JUÍZO DE DIREITO DA 25ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL

Processo n. 0001245-89.2015.8.02.0001

DESPACHO

Vistos, etc.

José Carlos dos Santos apresentou pedido de concessão de liberdade provisória com fulcro no art. 5º LXVI da CF/88, bem como art. 310, III do CPP. Alegou, em sua petição, a inexistência dos fundamentos para o decreto de prisão preventiva, consoante os termos dos artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal Brasileiro.

Infere-se dos autos do Inquérito Policial que o ora representado está sendo investigado pelo crime de Roubo simples (Art. 157 do CP), fato ocorrido no dia 19 de fevereiro deste ano, nesta cidade.

Os autos do inquérito afirmam que no dia do fato o meliante, após a subtração, tentou empreender fuga, sendo detido pela policia.

Malgrado tenha comprovado por meio de documentação acostada, sua primariedade, bem como que possui residência fixa, isso por si só não é suficiente para eximi-lo da segregação cautelar. Ademais, este juízo não está obrigado a seguir o parecer do Ministério Público que concordou com a Concessão da Liberdade Provisória.

Observa-se que a Lei Processual Penal prevê que a decretação da prisão preventiva poderá acontecer em qualquer fase, pré-processual ou processual, e para sua decretação deve filtrar-se nas razões do art. 312 do CPP.

Nesse ínterim, é visível de plano a possibilidade do acusado se furtar a aplicação da lei penal, bem como nada impede que solto volte a praticar novos crimes.

Depreende-se, assim, a possibilidade de novos delitos serem praticados e do indiciado evadir-se do distrito da culpa, tomando destino ignorado.

Ex positis, indefiro o pedido de concessão de liberdade provisória e, sendo suficiente a prova da autoria e inconteste a prova da materialidade, com fundamento no art. 311 e 312 do Código de Processo Penal, DECRETO A PRISÃO PREVENTIVA de José Carlos dos Santos. Expeça-se os competentes Mandados de Prisão e os remetam às autoridades constituídas, inclusive ao Exmo. Sr. Secretário de Segurança Pública.

Cumpra-se.

Maceió(AL), 21 de fevereiro de 2015.

Rivanildo Argolo PradoJUIZ DE DIREITO

Page 2: Habeas Corpus

PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS

JUÍZO DE DIREITO DA 25ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL

JOSÉ CARLOS ESTÁ PRESO DESDE O DIA 21 DE FEVEREIRO DE 2015. EM 18 DE MARÇO O MP OFERECEU DENUNCIA PELO CRIME DE ROUBO, QUE FOI RECEBIDA NO MESMO DIA. CITADO, O REU APRESENTOU RESPOSTA A ACUSAÇÃO NO PRAZO LEGAL. ATÉ ENTÃO, É DIZER, MAIS DE 5 MESES APÓS O RECEBIMENTO DA DENUNCIA, AINDA NÃO FOI MARCADA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.COMO ADVOGADO, ADOTE A MEDIDA CABÍVEL PARA QUESTIONAR A PRISÃO ACIMA.