habeas corpus

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS ACUSADO: EULER MARTINS DE CARVALHO MARCEONIS GONÇALVES, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/GO sob o nº 22.715, com endereço profissional na Avenida 85, nº 370, Centro, na Cidade de Goiânia - GO, CEP: 74.350-740, telefones (62) 3941-8970, 9211-4350, onde recebe avisos e intimações, vem “mui” respeitosamente perante V. Exa., com fundamento nos artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição da República, impetrar o presente PEDIDO DE "HABEAS CORPUS", em favor de EULER MARTINS DE CARVALHO, brasileiro, solteiro, operador de maquinas, residente na Rua Luciano Carneiro qd. 5lt. 17, bairro Calixto Abrão, Anapolis - GO, RG nº 4786321 DGPC-GO, tendo em vista as seguintes razões de fato e de direito a seguir expostos.

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Page 1: Habeas Corpus

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS ACUSADO: EULER MARTINS DE CARVALHO

MARCEONIS GONÇALVES, brasileiro, casado,

advogado, inscrito na OAB/GO sob o nº 22.715, com endereço

profissional na Avenida 85, nº 370, Centro, na Cidade de Goiânia -

GO, CEP: 74.350-740, telefones (62) 3941-8970, 9211-4350, onde

recebe avisos e intimações, vem “mui” respeitosamente perante V.

Exa., com fundamento nos artigos 647 e 648 do Código de

Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição da

República, impetrar o presente

PEDIDO DE "HABEAS CORPUS", em favor de

EULER MARTINS DE CARVALHO, brasileiro, solteiro,

operador de maquinas, residente na Rua Luciano Carneiro qd. 5lt. 17,

bairro Calixto Abrão, Anapolis - GO, RG nº 4786321 DGPC-GO, tendo

em vista as seguintes razões de fato e de direito a seguir expostos.

Page 2: Habeas Corpus

DOS FATOS

O Paciente encontra-se preso desde o dia 15 de abril de

2011, em razão de “flagrante”, por violação ao disposto no art. 159

do CPB.

Referida prisão em flagrante aconteceu em razão de que

o acusado encontrava-se na companhia de um amigo de longa data,

que cometeu o sequestro do menor VALKIRIO FERREIRA VAZ, em

Novo Jardim – TO, no dia 12 de abril de 2011, mas até aquele

momento em que foram abordados pela policia o paciente nada

sabia, não tinha, nem tem conhecimento algum sobre os fatos nos

quais é acusado.

O senhor HUDSON NOBREGA GOMIDE (1º CONDUZIDO)

passou em na casa do paciente e o convidou para dar uma volta,

aceitou o convite e passaram a andar pela cidade, em determinado

momento, HUDSON recebeu uma ligação e ficou nervoso, mas não

quis falar sobre o assunto, recebeu outra ligação e então dirigiu-se

sentido a chácara recanto do lago, próximo ao local foram abordados

e presos pela policia.

Por outro lado, veja-se, ao invés da autoridade policial

averiguar o envolvimento do paciente no caso, para que fosse

formalmente e cabalmente indiciado e acusado, fora de pronto

acusado e preso pelo sequestro ora citado.

Levada a apreciação do Juíz "a quo", o pedido de

relaxamento de prisão do paciente o qual não foi concedido,

perpetuando assim com uma maior irregularidade associada ao

"flagrante ilegal".

Vale dizer, em repetição, que o processo penal bem como

o inquérito policial é um conjunto de atos desenvolvidos segundo

Page 3: Habeas Corpus

modelos pré-traçados. Tais modelos têm forma precisa, têm molde

onde os atos se encaixam, em se tratando da manutenção da prisão

do paciente, esses atos estão fora do contexto, não se encaixam,

pois, o paciente dever-se-ia estar aguardando o desenrolar do

inquérito em liberdade, lembrando que o paciente nada tem haver

com tal crime.

"FORMA DATA ESSE RES"

O ato desvestido de legalidade é nulo. E sendo assim,

nula é a presente PRISÃO EM FLAGRANTE do paciente, cujos atos

estão todos revestidos de incontestáveis irregularidades de

procedimento, a começar com a falta de NOTA DE CIÊNCIA e NOTA

DE CULPA, bem como a falta de comunicação ao Juiz “a quo” da

prisão do paciente e falta de comunicação do Ministério Publico.

Ora, Eminentíssimos Juizes Desembargadores desse

Colendo Tribunal: parece-nos, "data vênia", que o Juíz "a quo",

esgrimindo com a Lei, deixou de conceder o RELAXAMENTO DE

PRISÃO EM FLAGRANTE, esvaziando dessa maneira os direitos

mais elementares do paciente, cessando-lhe inclusive o direito

constitucional capitulado no inciso LXI do Art. 5º da nossa Carta

Magna.

Por outro lado, atente-se para o fato de que o acusado

está preso desde o dia 15 de abril de 2011, a mercê de um

"flagrante" que não houve, por não ter o paciente nenhum tipo de

envolvimento com o sequestro, cometido por EVERSON ALVES

PEDROSA, HUDSON DA NOBREGA GOMIDE e EULER MARTINS

DE CARVALHO além do menor LUCAS MARLEIDO NOBREGA DE

OLIVEIRA, perpetuando-se essa prisão ilegal, sem fundamentação

substanciada e muito menos adequada, portanto, prolatado ao

Page 4: Habeas Corpus

arrepio da Lei, evidenciando-se assim motivos suficientes para que o

paciente seja posto em Liberdade imediatamente.

DOS BONS ANTECEDENTES DO PACIENTE

Cumpre ressaltar, antes de qualquer coisa, e acima de

tudo, que o Acusado é pessoa íntegra, de bons antecedentes e que

jamais respondeu a qualquer processo crime.

Não bastassem os antecedentes, a biografia, e a conduta

do Acusado, que, como já dito anteriormente goza do mais ilibado

comportamento.

Por outro lado, destaca-se ainda o fato de que o Acusado

possui endereço certo (Rua Luciano Carneiro qd. 5lt. 17, bairro

Calixto Abrão, Anapolis - GO), trabalha operador de maquinas nesta

Comarca, onde reside com sua família, e preenche os requisitos do

parágrafo único do art. 310 do Código de Processo Penal.

Assim com a devida venia, não se apresenta como

medida justa o encarceramento de pessoa cuja conduta sempre

pautou na honestidade e no trabalho, conforme se verifica nos

documentos inclusos.

O Paciente é primário, possui bons antecedentes, tem

família constituída, residência fixa. Inexistem, pois, motivos para que

sua prisão preventiva seja mantida. Tal fato por si só, autoriza a

concessão de sua liberdade provisória, sendo aliás, data vênia, um

direito seu.

Page 5: Habeas Corpus

O Paciente sempre teve domicílio e residência fixa na

Cidade de Anápolis - GO, desde que nasceu reside no mesmo local

com sua família, continuando a morar no mesmo local até a data de

hoje.

Ocorre que, o Acusado jamais poderia imaginar que seu

amigo poderia ter cometido tal crime, tanto que HUDSON em seu

depoimento exime seu amigo o paciente de qualquer acusação que

possa cair sobre ele.

As razões do fato em si serão analisadas oportunamente,

não cabendo, aqui, tecer comentários sobre os motivos do

acontecimento tido como criminoso, mas tecer, isto sim, comentários

acerca dos direitos do Paciente que estão sendo postergados, injusta

e ilegalmente pela autoridade coatora, em prejuízo de sua liberdade.

De acordo com o disposto no parágrafo único do artigo

310 do Código de Processo Penal, o juiz poderá conceder ao réu a

liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os

atos do processo, sob pena de revogação, uma vez verificado a

inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão em

flagrante.

É de se aplicar aqui também, o princípio constitucional de

que ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado

da sentença penal condenatória (CF. art. 5º, LVII). A prisão da

Paciente representa violação a tal norma constitucional, constituindo-

se sua segregação em um irreparável prejuízo à sua pessoa, pelos

gravames que uma prisão.

Há que se destacar também, que o Acusado preenche os

requisitos elencados no parágrafo único, do art. 310 do Código de

Processo Penal, que assim determina:

Page 6: Habeas Corpus

“Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em

flagrante que o agente praticou o fato, nas condições ao art. 19, I,

II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério

Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de

comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de

revogação.

Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz

verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de

qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts.

311 e 312).”

EGRÉGIO TRIBUNAL:

Por tudo que até agora foi expendido, espera a defesa

dativa, com fé inabalável nos doutos suplementos de Vossas

Excelências, que integram essa Egrégia Corte, seja o presente

PEDIDO DE "HABEAS CORPUS" concedido, ainda mais porque:

1- A prisão sem condenação é medida excepcional,

partindo-se do pressuposto que se estaria adiantando

uma pena que só existe "in abstrato" e poderá vir a

inexistir;

2- A prisão atual do paciente não está revestida da

legalidade autorizadora para tal, estando o paciente

sendo vitimado por violento constrangimento ilegal;

3- Inocorrem pressupostos autorizadores à prisão e sua

fundamentação é inadequada.

Nestas Condições:

Isto posto, encontra-se o paciente sob induvidoso

constrangimento ilegal, circunstância "contra legem" que deverá ser

remediada - urgentemente - por esse Colendo Tribunal, em

acolhendo o pedido, e com Vossos Doutos suplementos

complementem estas razões.

Page 7: Habeas Corpus

O impetrante espera que o Egrégio Tribunal de Justiça,

conhecendo e acolhendo o pedido de "Habeas Corpus" ora formulado,

determine a expedição do competente ALVARÁ DE SOLTURA para o

paciente, lastreado no bom senso desse Colendo Tribunal de Justiça,

e assim seja feita a tão desejada JUSTIÇA.

Nestes Termos

P. Deferimento.

Goiânia – GO, 12 de maio de 2011

Marceonis Gonçalves OAB – GO 22.715