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Crisani Costa Barbosa Affonso

AMBIENTE E SAÚDE

CUIDADOS NA SAÚDE INFANTIL

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AutoraCristiani Costa Barbosa AffonsoGraduada em Enfermagem pela Universidade Estácio de Sá e em Fisioterapia pela Universidade Se-verino Sombra. Possui MBA em Gestão de Saúde e Administração Hospitalar pela Universidade Estácio de Sá e especialização em Fisioterapia Pneumofuncional pela Universidade Castelo Branco. Trabalha na área assistencial há mais de sete anos, com experiência em rotinas ambulatoriais, hospitalares, clínica e gestão de saúde com ênfase em Administração e Auditoria Hospitalar.

RevisãoNT Editora

Projeto GráficoNT Editora

Editoração EletrônicaNT Editora e Figuramundo

IlustraçãoDaniel Motta Marcelo MoraesMárcio Rocha

CapaNT Editora

NT Editora, uma empresa do Grupo NTEndereço: SCS Quadra 2 - Bloco “C”, Edifício Cedro II - 4º andar, CEP: 70.302-914, Brasília/DF.Telefones: (61) [email protected]

Cuidados na Saúde Infantil. / NT Editora.

-- Brasília: 2014. 116p. : il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN - 978-85-8416-023-5

1. Recém-nascido – 2. Criança – 3. Cuidador – 4. Cuidados – 5. Saúde – 6. Doença – 7. Crescimento – 8. Desenvolvimento – 9. Nutrição – 10. Metabolismo – 11. Dieta – 12. Alimentação.

Copyright © 2014 por NT Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por

qualquer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros, sem autorização prévia e escrita da NT Editora.

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LEGENDA

ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do mate-rial didático. A presença desses ícones o(a) ajudará a compreender melhor o conteúdo abordado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba maisEste ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

ImportanteO conteúdo indicado com este ícone tem bastante importância para seus es-tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

DicasEste ícone apresenta dicas de estudo.

Exercícios Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios na aula interativaAo final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro e, poste-riormente, responder ao mesmo teste na Aula Interativa, no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Importante! Esse exercício valerá nota para a sua média final, não deixe de registrar as respostas na sua Aula Interativa.

Aula InterativaA Aula Interativa é uma ferramenta muito importante para a fixação do conteú-do. Quando aparecer este ícone, acesse a Aula Interativa do assunto estudado no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Dessa forma, você ficará expert no assunto!

Bons estudos!

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Sumário

1 NOÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE ..................................................................................71.1 Promoção da saúde .......................................................................................................................... 81.2 Sinais vitais .........................................................................................................................................111.3 Dor ........................................................................................................................................................13

2 ANATOMIA E FISIOLOGIA INFANTIL ....................................................................182.1 Introdução à anatomia e à fisiologia infantil .........................................................................182.2 Crescimento infantil .......................................................................................................................232.3 Desenvolvimento antropométrico infantil ............................................................................242.4 Avaliação antropométrica da criança ......................................................................................26

3 PROBLEMAS NA ALIMENTAÇÃO ..........................................................................343.1 Distúrbios alimentares ..................................................................................................................353.2 Desnutrição .......................................................................................................................................433.3 Intoxicações alimentares ..............................................................................................................51

4 CUIDADOS COM O CORPO DA CRIANÇA .............................................................584.1 Obesidade infantil: causas, complicações e cuidados .......................................................594.2 A criança e a atividade física ........................................................................................................68

5 CUIDADOS COM A SAÚDE DA CRIANÇA ..............................................................795.1 Nutrição infantil ...............................................................................................................................805.2 Técnicas de amamentação .........................................................................................................1015.3 Diabetes ............................................................................................................................................110

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 115

GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 117

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APRESENTAÇÃO

Bem–vindo (a) ao curso Cuidados na Saúde Infantil!

Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à hu-manidade, de solidariedade e de doação. É alguém que cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta cuidados a outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando por es-tar acamada, com limitações físicas ou mentais.

Cuidar de um recém-nascido e educar uma criança pequena é um desafio cotidiano e inesgotá-vel, por isso as cuidadoras necessitam de treinamento e de capacitação aprofundados para aprimorar as habilidades e atender, com competência, às exigências da área e do mercado de trabalho.

Nesse sentido, este curso possibilitará o reconhecimento das ciências que englobam a vida no período crítico de formação da estrutura funcional e fisiológica de um indivíduo: a infância.

Bom aprendizado!

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7Cuidados na Saúde Infantil

1 NOÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE

Apresentação

Olá! Eu sou o Dr. Feliz, atuo na área da saúde infantil e contribuirei com o seu

aprendizado no decorrer do curso.

Nesta lição, você irá estudar sobre a saúde e o bem-estar e aprender a diferença entre prevenção e promoção de saúde relacionadas à infância. Iremos abordar alguns aspectos referentes à anatomia, ao crescimento, ao desenvolvimento e à alimentação da criança. Aprenderemos quais são os distúrbios nutricionais e alimentares mais comuns nessa fase. Descobriremos, ainda, quais as atividades físicas mais indicadas para cada criança e sua respectiva faixa etária.

Ao final desta lição, você deverá ser capaz de:

• distinguir a diferença entre prevenção e promoção em saúde da criança;

• realizar a avaliação básica do paciente e identificar possíveis alterações metabólicas comuns da criança;

• diferenciar as fases de crescimento da criança baseado na anatomia e na fisiologia infantil;

• fazer a avaliação antropométrica da criança e reconhecer suas variáveis.

Espero que aprendam bastante. Bom estudo!

Faixa etária: faixa de idade.

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Quando falamos em saúde, logo nos vêm à cabeça que saúde é a ausência de doença, porém, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de patologias. Os três tipos de saúde mais conhecidos são: saúde física, mental e emocional, sabemos quão necessário é manter equilíbrio entre eles para que tenhamos uma vida feliz e saudável.

“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausên-cia de doença.”

A noção de bem-estar faz referência ao conjunto daquelas coisas necessárias para se viver bem. Dinheiro para satisfazer as necessidades materiais, saúde, tempo para o lazer e relações afetivas har-moniosas são algumas das questões que constituem o bem-estar de uma pessoa.

Algumas pessoas podem dar maior importância ao fator econômico (por exemplo, o bem-estar estaria associado a ter um automóvel "top de linha", a uma televisão com tela plana e a roupa de marca), enquanto outras associam o bem-estar ao espiritual (estar em paz consigo mesmo, sentir-se próximo a Deus, etc.).

1.1 Promoção da saúdeConforme descrito pela Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2006), entende-se a

promoção da saúde como:

[...] um mecanismo de fortalecimento e implantação de uma política transver-sal, integrada e intersetorial, fazendo dialogar as diversas áreas do setor sani-tário, os outros setores do Governo, o setor privado e não governamental, e a sociedade, compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos sejam partícipes na proteção e no cuidado com a vida. (BRASIL, 2006, p. 12).

Vê-se, portanto, que a promoção da saúde realiza-se na articulação sujeito/coletivo, público/privado, estado/sociedade, clínica/política, setor sanitário/outros setores, visando a romper com a ex-cessiva fragmentação na abordagem do processo saúde/adoecimento e a reduzir a vulnerabilidade, os riscos e danos nele produzidos.

A Promoção da Saúde é uma das estratégias do setor de saúde para buscar a melhoria da qualidade de vida da população. Seu objetivo é produzir movimentos sociais, trabalhadores do setor sanitário e de outros setores. Tudo aquilo que se relaciona a promover saúde, tais quais: palestras, encontros, troca de ideias e vivências que ajudem e beneficiem o outro a melhorar a condição de vida na comunidade onde vive, é considerado promoção da saúde. Ela serve para aumentar a saúde e o bem-estar geral. Podemos citar, como exemplo, o vizinho que ensina o outro a ferver a água para beber, a cozinhar bem os alimentos para serem levados à mesa e a evitar fumar para não ter câncer de pulmão.

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9Cuidados na Saúde Infantil

Crianças

Aplica-se às crianças a promoção da saúde quando, por exemplo, limpamos o bebê para que ele não fique com assaduras e incentivamos as crianças a praticarem atividades físicas e a brincarem com seus coleguinhas.

Prevenção em saúde

O termo ‘prevenir’ tem o significado de “preparar; che-gar antes; evitar o mal; impedir que se aconteça”. A prevenção em saúde “exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso da doença”. As ações preventi-vas são maneiras orientadas para evitar o surgimento de doenças.

Um exemplo claro de prevenção é a vacinação. Ela previne a população de doen-ças que podem aparecer por causa do clima ou de um surto.

O principal objetivo da prevenção é evitar o aparecimento das doenças mais graves e a morte.

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10 NT Editora

Um exemplo de prevenção em crianças é a pesagem para saber se estão com muito peso, pois isso pode levá-la à obesidade e a desenvolver vários problemas de saúde, como, por exemplo, o dia-betes; ou, se estão com baixo peso, podem desenvolver desnutrição e até chegar a óbito.

O público geral está cada vez mais interessado e instruído sobre saúde, promoção e prevenção por intermédio dos meios de comunicação (televisão, jornal, revistas, etc.). O cuidado com a saúde é um assunto muito discutido por crianças, jovens, adolescentes e idosos e todos acreditam que ela deve ser de qualidade, porque é um direito mas ainda privilégio de poucos.

Avaliação geral da criança

Para que possamos avaliar se uma pessoa está doente, precisamos saber algumas coisas básicas e simples. Na maioria das vezes, esses detalhes passam desperce-

bidos, como, por exemplo, se o indivíduo está quente ou não; se está com a cor da pele diferente; se está indo ao banheiro

ou se alimentando normalmente; se está respirando rápido ou lento demais.

Todas essas informações podem nos levar a uma avaliação simples e rápida e, dessa forma, nos ajudar a escolher o melhor a fazer para ajudar a quem precisa. Para facilitar as coisas, veremos que a avaliação é dividida em sinais e sintomas.

Sinais é tudo aquilo que é possível ver a olho nu, ou o que podemos tocar e sentir, ou, ainda, ouvir. Exemplo disso, é a cor da pele arroxeada ou uma olheira muito profunda.

Sintoma é tudo aquilo que o paciente pode dizer ou, por gestos, mostrar que sente. Assim, sintoma é, por exemplo, o paciente dizer que sente dor ou queimação no estômago, é sintoma de algo.

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11Cuidados na Saúde Infantil

Exercitando o conhecimento

Qual é a diferença entre sinais e sintomas?

Marque a alternativa correta.

( ) Sinais é tudo aquilo que é possível ver a olho nu, ou o que podemos tocar e sentir, ou, ainda, ouvir. Enquanto sintoma é tudo aquilo que o paciente pode dizer ou, por gestos, mostrar que sente.

( ) Sinais é tudo aquilo que o paciente pode dizer ou, por gestos, mostrar que sente. Enquanto sintoma é tudo aquilo que é possível ver a olho nu, ou o que podemos tocar e sentir, ou, ainda, ouvir.

1.2 Sinais vitaisComo dito antes, os sinais são todas as coisas que podemos ver, ouvir ou

sentir sem que o paciente diga ou nos mostre. Neles podemos englobar uma série de coisas, como, por exemplo, quantos batimentos o coração faz por minuto, quantas vezes alguém respira por minuto, qual a temperatura que uma pessoa está em um exato momento ou, ainda, qual a pressão da pessoa. Para todos esses sinais, damos um nome específico que podem ser representados por siglas (letras), que são:

Frequência Cardíaca (FC): quantidade de vezes que o coração bate em um minuto. Podemos sentir ao segurar, com dois dedos das nossas mãos, que não seja o polegar (dedão), o pulso de uma pessoa na direção do dedão do paciente. Normalmente, para crianças, podemos contar entre 120 e 160 batimentos por minuto (bpm), dependendo da idade, e, para adultos, o normal é que seja, no máxi-mo, 80 batimentos por minuto (bpm).

Frequência Respiratória (FR): é a quantidade de vezes que uma pessoa respira por minuto. Podemos ver isso quando a barriga ou o peito se enche de ar. Quando isso acontece, é uma vez que a pessoa respira. Em crianças, o normal é que a frequência respiratória varie com a idade. Quando bebês, a frequência respiratória pode chegar a 60 vezes por minuto; de 1 a

5 anos é entre 30 e 40 vezes; e, após os 8 anos, o normal é entre 20 e 30 vezes por minuto. No idoso, a frequência pode variar, mas é normal que ela diminua com o tempo. Podemos observar valores entre 16 e 22 vezes por minuto.

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Temperatura da Axila (TAx): é a temperatura na qual o corpo da pessoa se encontra no mo-mento em que colocamos o termômetro embaixo da axila e medimos para saber se o indivíduo está ou não com febre ou com a temperatura muito baixa, a qual também pode fazer mal à saúde. A tem-peratura normal do corpo humano é perto de 36,5 ºC. Acima disso, podemos dizer que existe febre, leve ou grave, e, abaixo disso, a pessoa pode estar com hipotermia, é quando a temperatura baixa tanto que, em alguns casos, a pessoa pode entrar em coma.

Pressão Arterial (PA): é a pressão dentro dos vasos sanguíneos do corpo. Esses vasos chamamos de artérias, as quais saem do coração e são muito impor-tantes porque levam o sangue para todo o corpo humano. A pressão varia conforme a idade e de acordo com o valor que apre-senta, podendo ser a causa de derrames, infartos e desmaios. Quando a pressão é alta, chamamos de hipertensão. Ela é mui-to grave, pois pode causar sérios proble-mas neurológicos (da cabeça) e cardíacos (do coração). Quando a pressão é baixa, chamamos de hipotensão. Ela pode causar tonturas, desmaios e até coma. Por isso, é importante saber o valor normal da pressão. O de uma criança é de, aproximadamente, 100 por 70 mmHg (Lemos: dez por sete milímetros de mercúrio ou somente dez por sete) e do adulto aproxima-damente 120 por 80 mmHg (Lemos: doze por oito milímetros de mercúrio ou somente doze por oito). Essa leitura facilita o entendimento de quem ouve.

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13Cuidados na Saúde Infantil

1.3 DorConsiderada o quinto sinal vital, a dor é uma sensação desagradável que varia desde o

desconforto leve à dor insuportável, associada a um processo destrutivo atual ou tardio dos tecidos (pele), que se expressa por meio de uma reação do corpo e/ou emocional. A intensidade com que pessoas diferentes sentem e reagem a situações parecidas causadoras de dor é bastante variada. Ela é sempre subjetiva, ou seja, varia de pessoa para pessoa. Umas sentem mais que outras em uma mesma situação. Exemplo: algumas mulheres no período menstrual sentem mais dor que outras.

Cada indivíduo aprende a aplicação da palavra mediante experiências relacionadas a lesões nos primeiros anos de vida (quedas, cortes). Sem dúvida é sensação em uma ou mais partes do organismo, mas sempre é desagradável, e, portanto, representa uma experiência emocional. Experiências que se assemelham à dor, por exemplo, picadas de insetos, mas que não são desagradáveis, não devem ser rotuladas de dor. Experiências anormais, ruins, também podem ser dolorosas.

Exercitando o conhecimento

A dor é:

Marque as alternativas corretas:

( ) Considerada quinto sinal vital.

( ) Sensação desagradável que varia desde o desconforto leve à dor insuportável.

( ) Sentimento leve e confortável.

( ) Como ganhar um presente, sentimento de satisfação e alegria.

Muitas pessoas reclamam de dor quando não têm lesão tecidual ou de qualquer outra causa provável: geralmente, isso acontece por motivos psicológicos. A abordagem da dor, atualmente, é de que ela é um fenômeno biopsicossocial resultante de uma combinação de fatores biológicos, psicoló-gicos, comportamentais, sociais e culturais e não é por um motivo único. A respeito da terminologia referente à dor, podem-se esclarecer os seguintes aspectos:

O limite de dor fisiológico, estável de um indivíduo para o outro, pode ser definido como o pon-to ou o momento em que ele sente por algum motivo. Quando se usa calor para causar dor, como nas queimaduras, o limite ou limiar doloroso fica em torno dos 44°, não só para o homem como também para diferentes mamíferos (cães, ratos). Limiar de tolerância é o ponto no qual o estímulo alcança o máximo, que não mais pode ser aceitável e, na mesma experiência, alcança os 48°. Difere do fisiológico (natural do corpo) porque varia conforme o indivíduo, em diferentes ocasiões, e é influenciado por fatores culturais e psicológicos.

Fisiológico: típico do corpo.

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Resistência à dor é até onde aguentamos. Isso varia de uma pessoa

para outra. Quando ela está muito sensível, a dor pode vir antes do que

viria normalmente. No entanto, quando sofremos um acidente mais forte, por

exemplo, e nos machucamos muito, às vezes não sentimos, porque estamos

muito assustados.

Para efeito de classificação médica, a dor é dividida em duas categorias: as agudas, têm dura-ção limitada e causas geralmente conhecidas; e as crônicas, duram mais de três meses e têm causa desconhecida ou mal definida. A dor crônica aparece quando o mecanismo de dor não funciona ade-quadamente ou doenças associadas a ele tornam-se crônicas. É o sinal de alarme de que algum dano ou lesão está ocorrendo.

Por exemplo, em certas doenças, como a hanseníase, podem ocorrer lesões nos nervos e a dor deixa de ser percebida. Isso faz com que, ao passar do tempo, ocorram lesões que podem desfigurar o portador, como no caso das artroses, que deixam as articulações deformadas. Como o doente não sente dor, acontece, por exemplo, de cortar um dedo com a faca sem o perceber. Ou em lugares onde as condições de vida são muito precárias (nos tempos antigos, eram os lugares onde os doentes eram confinados) uma parte do corpo poderia ser comida por ratos.

A dor deve ser medida para melhor tratamento. Os mais usados são:

1. Escala Visual Analógica (EVA), que varia de 1 a 10.

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15Cuidados na Saúde Infantil

2. Escala de faces.

Tipos de dor

a) Aguda

A dor denominada aguda é aquela que surge de repente e tem sua duração limitada, geralmen-te com a função de alertar o indivíduo da existência de alguma lesão ou disfunção geral no corpo. A dor aguda pode e deve ser interpretada como um sinal de alerta.

Este tipo de dor pode ter duração mais curta, no máximo três meses. Entre suas causas mais comuns, encontramos as lesões traumáticas (contusões musculares, torção do pé, etc.), cólicas intestinais, dismenorreia (cólicas menstruais), algumas dores de cabeça e dores pós-operatórias ou relacionadas a infecções bacterianas (abscessos e furúnculos, otites, faringites, etc.).

A dor aguda é um sinal de alarme do organismo. Quando aparece, pode ser um sinal de lesão na pele, nos mús-culos, nos órgãos ou no sistema nervoso, e avisa ao cérebro que, em determinado ponto, existe um problema, levando a pessoa a ter comportamentos com a finalidade de afastar ou eliminar a causa da dor. O tratamento de-pende dessa causa e, normalmente, envolve vários profissionais, tais quais médicos, fisioterapeutas e psicólogos.

b) Crônica

Uma dor pode tornar-se crônica pelos mais varia-dos motivos, mas ela certamente não tem mais uma função de alerta ou defesa. A dor crônica merece maior atenção por parte da medicina

moderna, pois é ela que acaba com a qualidade de vida e que limita a movimentação, a agilidade,

a atividade e o bem-estar das pessoas.

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Quase um terço da população apresentará algum tipo de dor crônica durante a vida. À medida que vivemos, cresce o número de pessoas com dores na coluna, nas articulações, doenças reumáti-cas, câncer, degenerações ou inflamações nos órgãos internos e outros problemas que podem provo-car dores crônicas.

Dor é uma sensação que surge quando há ameaça de lesão aos tecidos. Senti-la é fundamental para manter o organismo bem. Doenças que alteram a sensibilidade estão associadas ao aparecimen-to de traumatismos e ferimentos imperceptíveis. É o caso das feridas que costumam surgir nos pés dos diabéticos portadores de neuropatias nos membros inferiores, por exemplo. A fibromialgia, doença debilitante causadora de dores musculares crônicas, por exemplo, muitas vezes não é diagnostica-da pelos médicos.

É um erro considerar a dor crônica como uma versão prolongada da aguda. Ela é uma doença debilitante com consequências graves para a condição física, psicológica e o comportamento. Seus portadores desenvolvem depressão, deficiências  de movimentação, lembranças e sensações de perda que  muitas vezes guardam pouca relação com o quadro doloroso.

c) Relacionada ao câncer

O câncer é uma doença na qual as células de determinado órgão perdem o controle e começam a se reproduzir exageradamente, devido a um problema genético delas.

A aglomeração dessas células forma uma massa que recebe o nome de tumor. As células tumo-rais podem cair na corrente sanguínea e se instalarem em outro órgão distante formando um tumor, nesse caso recebem o nome de metástase.

Os pacientes com diagnóstico de câncer têm vivido mais tempo devido a vários fatores: detec-ção mais rápida da doença, várias opções de tratamento e melhor conhecimento médico.

A dor metastática óssea (tumor originado em outro órgão e que chega ao osso) é o tipo de dor oncológica mais comum e pode ser auxiliada pelo tratamento de reabilitação feito pelo fisioterapeuta. Os tumores que causam metástase óssea mais comuns são: próstata, mama, pulmão, rim e tireoide e as por infiltração óssea, como mieloma múltiplo, linfoma e leucemia.

Ela ataca principalmente as vértebras, pelve (bacia), fêmur, costelas e crânio. Causa dor, risco de fratura patológica (10% dos casos) e risco de comprometer estruturas neurológicas importantes (crânio, vértebras e nervos). Nesses casos, deve ser investigado se há mais lesões espalhadas e a localização da lesão, para a determinação da descarga de peso do paciente não prejudicar o membro afetado.

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17Cuidados na Saúde Infantil

A metástase óssea (pulmão, mama e próstata) pode causar compressão da medula e levar à dor. A incontinência (perda de urina ou fezes involuntariamente) é um sinal ruim. Nesses casos, indicam-se tratamento com corticoide, cirurgias e radioterapia. Os exames diagnósticos são importantes para verificar fraturas patológicas, como o raio X (estabilidade da fratura), tomografia computadorizada (erosões ou fraturas mais discretas) e até ressonância magnética (quantifica a extensão do tumor). Quando há uma lesão instável, devem ser feitos o encaminhamento cirúrgico e a retirada da descarga de peso no local afetado. A radioterapia também pode ser utilizada. Sabe-se que a intensidade da dor do câncer varia de acordo com a localização do tumor e das metástases e do estágio de evolução da neoplasia, além das variações relacionadas aos aspectos socioculturais e psicológicos próprios de cada indivíduo.

Exercitando o conhecimento

Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.

1. Aguda

2. Crônica

3. Câncer

( ) Acaba com a qualidade de vida, é ela que limita a movimentação, a agilidade, a atividade e o bem-estar das pessoas.

( ) Aquela que surge de repente e tem sua duração limitada, geralmente tem função de alertar o indivíduo da existência de alguma lesão ou disfunção geral no corpo.

( ) Doença na qual as células de determinado órgão perdem o controle e começam a se reproduzir exageradamente.